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© INSTITUTO, A JORNAL SCIENTIFICO E LIFTERARIO. SEGUNDO VOLUME. COIMBRA IMPRENSA DA UNIVERSIDADE. 1854. INDICE ALPHABETICO po SEGUNDO VOLUME DO INSTITOTO. Adrerencia 36 ‘Album da sur.* baroueza da Fou (No) 137 ‘At dojgou amigy Jox.A. Kspergucra (No), «383 Analyze Chimica . 19 Analyse do assucar na ouriia 263 ‘Steaisus (eure den). retell 485 ‘Apontamontos sobro ae eouailvigies do biepado ide Loita. " 86 Astrovowia it Augusto L 7 Avisos da tedacgi vessss ce 205 Bancos territories, cciccacesescssee B26, 238, 248 Bibliostapiia (G0, 1557 204; 290, Bibliotheca do Myseu Britenieo.. i eid Bibijotheca da unirersidade desCoimbra, 243 ‘Boletin do Fustitulo 2 Brower rolleadior hisloricas eobre x navegagto. do Mondego ¢-enljora tos eampoa de Coimbra... 68, 78 99, 1285 148, 159, 187, 214, 205, 209 Cahir da-folba (O)'s+ 4.4 160 Carta de faculdsdede direiteaosir. AJHereulane 66 Carta co sir. A Herculano 4 faculdade de direito 15, Ae Heretlano em reaposta dda Taculiade de civeito 6 Camiterio Aldea (0). 70 Gomitciio de Coimbra ss srcetees 16 Cora ds Chins 201 Choro. d’aima (0) : i 186 Ghristisnismo, a Tgreja © 0 progresto -» 8; 29; 60, 76 Classe ide Littoretara ui laste cde Scienciae mores a Golleeeto de documentos Inedivon para s historia ‘do Portugal «sev dominios v.47, 101, 202, 212, #41, 295, 267, 261, 293 Collegio das Ursulines om Coisrat 36 Conselho superior Winsteucgko pal sat 25 157, 169, 195, 233, 245), Conta da recta depos nos hsptacs i uuler dade w+ 180, 400, 192, 856 Convento ‘antiga eS Francisco aa. Ponte em Coimbra os eos Costunies Americanos. +servrevsee 5, 926 Costumes judiciationem Inglaterra, scsstivee ai, 32 Critica lnteraria, 495 72, 105, 177 Graxifixe (0) ss ee, 2) Dentes bumano) feareie : Hl 995 Deseuberta.ve MS. grees ein papyris.. - a Desejo (0). P Wgeemot 10 Discurso de Mr. Lemarting. oo Wnapaas, HOES do Taide. ceveeene ceceee eu Elegia (Lamartive), .. sc 3 Blogio ttmebre-do sii Ay Albans os 45 Elogio historico da socio do Instituto Ae Guimaries Moreica ' 9 Eschola rosional d'agricultsrn’ cus Geinibiay, 65 Estadistioa litteraria da Universidad da Coialira 08 Baad cual de optia em relagio edn dos or Posen nee 240, 279 Eslatistica doa ealndantes matrieutades na wiiversi= dade de Coimbra, em 1893 para 1834 ons Rootistice palbolosica dos bospities dw universi- dade de Coimbra. cesses eeen see 229, 269 Estradas de ferro em fins de 185i. 5 Espeicate,. Facnldade de philosophies Falieacio do. Chi Feeula (oova). Forlunig especiaes alguns vieos particulates de Toma Fragmectos ltierarios, Gabinete de'leitara do fastitale Geologia da lua Geragio’ a sik elijgtividada. Geracdes espontaness Grutas: de Conk Mloiminagto.elactciea Tnvencia stor alimentat nis infelleciuaes WO home. ese ee vs Inffiencia daa Crusades na civiisagQon Je ee Jnslitalo de Coimbra... 161, 197 201 seas 15%, 163, 190 finegSea malerians @ 138, 188, 90, 53 135 Tastruegto publica, ey a BL Insrocgie publics ‘ep Hpaite «193, fob, x30, 148 Instroegho publica’ WNteratora na Laponia. 252, 268 Tnstrvegt pablica na Sueeia @ Norners 121, 133, 148 Jnatrucgio wectulatig.s ey eee eee eg AT, 188 Introduegiow vv ss se ee he ae Liberdale do rommereio. » © 22 ue Lilteratura’ Biblleas eo 80 Luis de Camber (Sento) amr Mappas do movimento dor doenter nos hospitees it universidade see... ., 178 18D, 192, 256 Meios de promover a multiplicagto © meltoramento ‘dos animaes domesticas. . 199, #10, 925, £40, #50 Memorias historieas da universidedo ée Coimbra.” 14, 27, 56, 13, 89, 173, 198, 223 Memoria sobro 0 plano d'esiuos, organisisio © Drssoal das eschtlas medioa esteamgatra,. . « 16® etic ded apteal asrusga peinaria, |g Mosas eyrant 302, 277, 268 ‘Minha vide (A) ihe Bs Ww DMolenia das viobas. 103, 179, 985 Mosaiawo cas doutrinas lislidas Uo'Bsypio. “hy 18s % Morrew (Poesia) ie ee Mslea religion... « 95, 07 Noticiavio seientigco'? ss 2) seats tee Noticias Iiteratias . - 105, 208, 816 Obras do Moadez>, 69, Observagies meteorlosicass 2 2! 2 860 Observagies metersologicas’fitas id gobiecle ae physica da unicersidads de Coimbin. . . 955, 904 Origen dos Zigweneees dos Flos pcre Parecer de faculdals ie diveito sabe o4.° voluine ‘de historia de Poitigal de i@e. A,-Horotlano - 6L Physiofogia eas palavrasi6 Se Senta Mootigica "32, 80) Poeta moribunde (O) e's b+ pee an Pablioagies Ttterariag LLL DSTI TIS eae B. Oridio Nazto. . “#16, 49, 176, 198, on, 6a Pretsios in 1105, art Programas: @iim eurto ‘86 philosophia & ade ile teratura. Se a Projecto de sofia Winformagees aeddemicas .. $34 Questo’ ds insteve;86 publicn'em 1093. , 25, 40, 58 Hamo de amenitovits (OV. o's ee bb eee 8 Reforma cos hospitaes da Universe ‘vn, 97 Relagto do cerimonial cat que SS, MM. © AA. foram reevbidas ei’Coinibre em abril de 1058. 132 Relagdes lierarias'‘enire at wniretsidades a Coimbra © MAIAG ee ee we tae a RelagioY nominel eb Wales soci etfectivos do ustiture de Coimbra. BR ce aa Smaidite (Portia TL DT sie ti Spitkend pebitinelieie ee lk Teetnglogia. 2. RRS Sail 330 Pentagho (poeta)... a 55 Fradvosten e Tmitaepees’ UL LET LT 10 Tratadt eieiieiiir’ de Mididpotiead. "366, 108 ratalo clementat de Pathologin metien. |...” 148 Tribunaes amor ‘th hela Mave, wy ey a5 Um poeta brasileio (AQ ves et LITT L a8 Uma: noute ein esi. 8 Univetidade ds Goinauil Utilidade das abelbai so} Variodades. Varioe 712 133, 205, #17, 299, 2 ee” 208. teh "10, 60, 95, 19T euiiospropostad pela Acedemia de tanga.” 36 Er 32 a 2 1% nota. Ero Nolontes ut ete. @ ia renesto Sto fulas por {Sniaa. do comiterio reste chimien Butrachiueg ish exdinas Gacibe. 1370 atioano ‘que 0 ecoaoiile> nenhum coneilio sanceicno AKI Sorrenes proelamazem So desaainer No extracto do Alvarh, do e5r. D, Alfons, 52 ete. carla ammcaitet, tort Hinae caren revela margaritatar, ¢ Serpen- evcollar portos com la a exisies : oluimiara obseratorlon Sie proeurerh dor eaanolas obrigpdoa pergumtd miter seu despalimo eleetivo seas, eostomes ole. eipressto Caleira de mecasica applicata d geosesia (© posta Colimaes demnindo vete & Appolte lterio Sandamdia invitsbiladade enciosperema expiraela, vexetal Phytogenceta ae Decaadelle ‘Na stia corda glorlosa deseriptores nto co ‘am tanto a custosa percla os illustres A. A. originalidedes ete, reposigae Jade fais ‘O cea nunca secenderam que vale a vida, De 14 sates as Matia ‘José Abilio d’Oliveira, conezo da Sé "Evora © bacharel ena direito, ele. s= 12006 emt Brenda Voleates ut, ete. ela reneso ‘Sao eitis Por {Sra da cidade Hlotre chimieo Betrachtung ist endloe Goethe. 1377 — Vaticano que nenhum coneilic ccumenito © sane: sono, = Ak Supremos proelamar— Se desanimar No cxirneto do Alvaré do sie, D.'Atfonss 5.%, que ja relatamor, vimos que alguns a os antes de 1454 se Yinka eonsteuido wma estaceda cntutfadta, que denada aproveiton, Esta declaracto nos indus a acreditne que & overnanca de Coimira pertenden sopurat & Fio por meio de marachees, depois que elle ‘comeyeu. nag exchonter, a eahir fore do. pri- Iilivo Tito, @ talvea mguella estaeada fos00 imeico suarachito, que 0 Mondego Vii 1a argent, junto a Coimbra, Roi om fraoo soe que Por neceasidade relangow Tako, © que se tem pot veniuraconsorvado ate hoje mm rezorbesida utilidale. Reservamos para ‘alto logar tratar desta espesio. » certs ‘enimonites lortiis, margaritatus, serpeutinut, ceatecemos. deere 29 mundo ddetapoatecido, reapaveee, hn Lem «. ‘seallar faelos com lla o ‘exsles 2 termina fsereatori direito rocurérase desviar 0 xorerno ete. Srebolae i obrigados ovgunias onityy seu Cespotismo electivo, seus eosiumes ete. exprenio Cadeira te mecaniva applicati; @°tbdiiie © moverain a encarrerat-te © pocts Calinaco deneminade veted' Aypel- 1 aria Saudemia invitbilidace, feadosperma expiragio vegetal Phylozenesia dle Decandolle, do Respall, ‘Na sin cord plorioen detiptores no ob: tam tanto os illutres A. A. a custosa pérola da orizinalidade, ctes roponigto. Jodo impuro.— © cou nica offenderam, de que val a vide AE 14 ann de Molle Tolod Aguiar, thetouteiromér da $éd'Evors € dbuior em theologia, ete. 42996 © 3ustituto, JTED JORNAL St INTRODUCGAO, Wil ise {pie jue aes om, © compasso os confins da sciencia, e Ihe regulava os progressos por periodos cer- tos, ¢ de ante-mio calgulades ; em que uma sciencia cabie, n'uta liveo, a sua comprehea- io p’uma intelligencia, eo seu estudo na vida de um s6 homme, ‘As sciencias, asstin comb a Tilteratura e Artes, emaneiparaisé desta tutella, Résp raram 0.ar livre, mediram com o olhar 0 espago, levantaran o véo, ¢ partiram descubérta de novos mundos, ‘Nos nosso: dias raras sho as que eontam um seoulo de existencia , que para. serem profundadas em seus elementos, consideradas has suas di relagdes, determinadas pe- las suas variadissimas applicagdes possivels , nfia demandem 6 triplo, ou o quadrupla da vida do individu, consimida num estude continuo, sem um thomento de tepoiiso vo. tado a uma dessa: distracgées que encanta a existencia; e que, longe de sere uma deshonra para osabio, mio poucas vezes sho proficuo auxilio na laboriosa tarefa, que nes- te mundo Ihe coube em patrimonio. Por outro lado a multiplicidade de relae Ses, em qué 9 homem se acha diariamente envolvide, exige nelle uma somma de co nhecimentos yariadissimos; que, se nio o obriga a ser omniscient, pelo menos 0 eol- Toca na neceasidade de ser encyclopedicd. ‘Nao ¢ raro ourit-se dizer, que as écioncias vio perdendo em profundidade 0 que ganham em extensho. Nio ¢ asim. Quando cram poucas as_intelligencias, que, separadas do tumulto do mundo polic tieo’ por wm juramento que as prendia & solidiio, sepultadas no fuudo de ama cella nesses sombrios tumulos de vivos, que se chamavam mosteitos , se volavam sem descan- 0 ao estudo assiduo dos diversos ratios do saber_humano, era facil observar a superficialidade de conhecimentos. ‘A sociedade éiyil dividia.se em duas gran- des classes, sare as quacs medeava um abysmoy qfigWo muito depois o elemento burguce fez (aMmiB parecer, Do mesmigggmiods, no mundo das lettras quasi nie hata transicfo entre o verdadeiro sabio © 0 mai® completo ignorante, Ou nio existia a sclentia; on, quando existia eta prescrutafa em toda a sua extensio, examie Vor. I. 8 Annit 1."— 1833, \TIFICO E LITTERARIO. nada em toda a sua profandidade, analysada em todas as suas relacdes. Hoje o maior numeto nfo’ sé eontenta com o ise divit do sabio, © quer ajuizar por si mesmo, embora com: perigo de erro. Bum facto. Se ¢ para applaudir-se, ou lastimar- se, nlc 6 questio que aqui se tracte. Mas a: investigagées profindas y-essencial= mente analyticas, talvez mais do que'o cram aside outr'ora,. sio ainda) a missio de nfo poucas intelligencias energieas-e: perseverait= tes a cuijos traballios se deren os: progres sos das sciencias. O espago, que medeava outr'ora entreo sibio eo ignorarite, esté hoje oceupado por uma classe, que nio tem o estudo por sacer= docio; que nao penetra com o facho da ins telligencia nos mais ecourcs Iabyrintos das sciencias; mas, que, couhecendo que na so= ciedade nedetha 0 ‘illetzado faz @ mesma jigdray que fazia 0 covarde na sociedade cavalreron mas anaiphabeta da edade-me- dia, procura conhecitnentos poulea profan- Biba lnc) ne sa ccLe tis crenata ener formas, para poderem vasar-se nos moldes de todas 3 intelligencias, ¢ nfio cansarem © espirito com uma attengio aturada, que nko péde alliarse bem com aes condicces da sua vida, Satisfazer a esta tendencia, por assim dis zet, encyelopediea, do nosso’ seculo, eis 0 fim de varios generos de publicagées, entre 8 quaes 03 jornaes stientilicos e littorerios cecupam um logat importante, ‘Tera o Exsrizuro no primeito anno da sua existencia precnchide esia isso? ‘Nao souios nds, quew-o ha de deci Apeuis podemds proieyers que pata 0 futuro ha de procurar satisfazer- a estas con. digses. do seu fim, esforcando-se por se accommodar a todas asintelligencias, ¢ levar @ instracgao a todas as classes da suciedade. Niuma’ epocha, em que 3 esforcos de todos os homens 5 que’ comprehendem o seu dever, na parte que a providencia The: con- fou na grande elaboragio do progresso ¢ da civilisagio, procuram ehamar todas es clas. ses , todos as individins, & moza do hanqueto social , 0 alimento do espirito, a instrnegio, nfio figard sendo o patrimonio de algumas classes privilogiadas. Aquelles que, fortes com a consciencia do sen déver, animados pela grandeza da sua. missio, antepuzerem 0 futuro da humania dade ‘ses mesquinhos interesses de alguina ‘Nom. f. ‘i parcialidade do dia , so tal péde existir, nfa sorfo acordados ng sou dormir de somno eterno pelas maldicoes das geragSes futuras, as quaes tenham Legado como patrimonio a dese moralizagfo ¢ a ignorancia, BOLETIN DO INSTITUTO, CLASSE DE SCIENCIAS PHYSICO=MATHEMATICAS. Na sesso de 9 de marco do correnteanno, foi apresentado 4 classe de sciencias physico- mathematicas o parecer da respectiva. com miso, que julgava. habilitagio litterari sufliciente para a admissfo a socio do Institue to, a memoria para isto olferecida pelo ean- didato o siir. Abel Maria Dias Jordie ; esendo Notado segundo 0 rogulamonto, eapprovado y passourse em seguida 4 votagio para aadmis: sho definitiva dosocio proposto, o qual ficou egualmente approvado e admittido a socio do Tustituto, Tendo o sft, Jacintho A. de Sousa sido eleito secretario do Instituto, a classe elegeu para o substituir ne qualidade de sou secre- tatio, ao vice-sccretario 0 fir, José ‘L. de Queir: © siir. Director convidou depois com ins 0 socios da classe a que escrevessein algun dos pontos adoptados para S085 memorias e diseases, fazendo sentir 6 classe a necessidade de chamar asua atieng sobre este objecio , a fim de que nfio pareeesse ndifferenta no meio. das lides litterarias que ‘eccupam as ontras seogses do Instituto. Pon deroitfinalmente que convinba eseolber, d’en- tre esses pontos, aquelles sobre que deviant yerser as discussées publicas da, classe 5 obje- eto, que ficou designado para ordem do.dia da Sessfo seguinte, O Secretaria da classe , J.D. de Queiron. SYSTEMA PENITENCIARIO. Tima des quiestdes secjaes que tem merec do; e merece ainda a mais seria attench governos , dos philosophos , ¢ dos publicistas € a adopeio do systema penitenciario para a epressio e prevencio, do crime por meio da correcco, ¢ educagiio dos delinguentes. Ningiem hoje em boa fé duvida da wtilie dade de um systema, que representa 6 pros greso moral em um dos pontos mais impor. tantes do organismo soeial. Fora anachroniso qualquer reforma que hoje apparocesso de codigos penacs firmada nas velhas theotias criminaes, sem consideracto pelas exigencias de um systewa penal, filho da antiga disci- plina de egreja, fundado na auctoridade da Faro, ¢ 110 principio dajusti¢a, sanecionado pela experiencia de povos illustrados, que © tem adeptado, € variamente modifieado. Pende porem da eserupulosa averigiagho dos factos 0 decidir qual dos dois systemas © de Philadelphia, e 0 de Auburn; quaes das ‘modificagées a um ¢ outro tenham por- Anzido mais vantajosos resultados. Neste intuito se reunio um congresso penitenciario em Franckfort sobre JMein em setombro de 1845, composto de juriscon- sultos, publicistas, © homens espseines de muitos paizes; e nko temos por superfluo dar conhecimento ‘ao. publico das opiniges mais respeltaveis emittidas naquella assemblea de sahios. Foi chamado & presidenofa dessa reunitio ‘Mr. Mittermayor, um dos jurisconsultos mais eminontes da’ Allemanba; @ profesor da universidade dé Heldelbers, Expon no seu discurso de abertura o estado das sciencias moraes e politicas oceupando-se da questo da pena de none, que ha vinte annos tem sido 0 objecto de tantas contzoversias. © Dr. N. H. Jutins (de Berlin) den intetessantes noticias sobre 0 estado dos earceres na Prussia. Existem j4 feitos, ¢ estio-s6 €onstrjndo penitdaciarfay segundo o systsma Pensylvanico em Colonia, Aquls- gran, Berlin, Ratibor, Muuster, © outros pontos. Ha ua Prussia 26 estabelecimentos penaes, que contem 13-600 cordenmades : correspondenda em uma populagio de 19 4 wilaoes de habitantes, 1 eondemnado a 1:168 habitantes ‘Mr, Jageifian , e0taiiietionade pelo governe do grio dusad> de Baden para assictir ao eongresso, oxpoz o dstado dos estabelec!- metitos eorteccionaes do 261 paiz ; ¢ mostrou que a reforma do systema penitendiario devia marchar_a par da reforuia’ da legislaciio penal. Dise que um systema de reclusao exclusivamente flmndada “nas ingpicagoes ar dentes, © sempre irreflexivas da philantropia seria 0m erro; @ pederia dar margem a gravissimios abucos. Assim 0 intendeu 0 go- wero de Baen's/' as “heens ibm ps” que feforma seu codigo penal, wanda construir em Bruchsal sob 0 systema do’ isolamiento completo uma penitenciarfa, que eonsiars de 416 cellulas. Todavia a reclusfio solitaria niin porters passar de seis anos; @ fifo serd ap: plicada alem dé 70 annos de idade. Lindpainter , diroetor das prises do ducadlo de Nassau, disse que a reclusto solitaria esta fambem em practica noseu paiz: tas que a pena fb péde exceder a um anto. © Condé 8, Karbeke fez conhecer o estado dos carceres na Polonia. Comecase ali a reformar a reclusao durante 6 proceso; depois a reeluséo penal, Recotthéeet-se vicios © Systema ‘do Auburn; im que toca A saude. prodazio effeites ma os | porque bainou a 3 por 100 a’ mortd@flade que na pristo commun era de 10 por 100; © fez desupparecer 0 tyfo carcerario. No espago de dex annos apenas se notaram dots casos de alienagio mental. Mr. David (de Copenhague) dew explicagdes, sobre a teforma penitenciaria no-reino da Dinainarcay. Nratou-se naquelle paiz primei da reforma de carceres, do que na dos pre dios. Bus tres ou quatro anaos serio todos os carceres cellulares.: O systema de isolamento absolato tem dado muito boas resultados. Estao-se constrijindo dois earceres para contet 400. presos cade um, e outro em. Holstein para 320. ‘Mr. Meenchen (do Christiania) disse quena Noruoga 0 systema earcorarié tem sido até agora vieiosissimo, Actualmente estio-se con truindos segundo 9: systema pensilyanico, sete carceres de 114 ceilulas cada wm ; uma grande peniteneiarfa que poderé eonter 300 malberes; e outra:para homens de230 a 24) individuos. Em 1849 ficatam concluidas estas, eonstrucgdes. Pieam sbolidas as penas in« famantes pelo novo codigo penal. ‘Tambew na Sudeiay disse o condo. Sparta, aorgenizagio penitenciaria esté muito atraza- e onumero deerimes tem erescido. Mas 3 quantiosas sommas para a construegio de novos carceres pelo systema Pensilvanica. ‘Me. Dueptiaus revindicou a prioridade do systema de Auburn para a Belgica, Aucto- cizado pela experiencia de 16 annos, diz que aio tem produzido bons effeitos. ‘l'odos os divectores de. careetes da Belgica concordam 350, eno pasinoso numero deveincidencias + © assim julgain indispensavel a reclustio absoluta. O govemo esti 120 penetrado desta verdade, que preparoa uma penitenciarla para 500 condemnados, Mr. Dem Text (da Holanda) disse que se tem reconliecido ineffieas o systema de ‘Auburn; se tem teduzido os presos a0 jsolamento cellular; mias sem os privar_de communicagio com pessoas; que aio sejam presas: e nem uma_sé voz se alevauton 1103 estados geraes contra este methado. ‘Mr. W, Russel, inspector dos earceres de Inglaterra, oxpoz 6 restiltado das suas observa- (ges; ¢ preferiu a reclusdo colitaria ao systema de Auburn, Mr. M. Lurasco e Mittermayer fallaram dos carceres de Toscana, © Lombardia. Nenhum melhoramento ho experimentado por ora; mas agaarda-se em breve ; porque o Brio duque e o'pontilice so parti do systema penitenciario, Dopois da Luminosa exposigao que fez cada um do cstado das prisées do seu paiz, seguiramnse as delibsiacéet; ¢ accordou-se has seguintes proposigges ; destinando nove reunifio.em [ruxellas em 1347. 1." A reclusio individaal deve applicar-se tanto dos acensados , como aos réos , por {rina que ‘nio haja communieacio entre, elles, alira os easot, em que a requerimento dos press o magistrado do proceso a consinla nos termos definidos por lei. 22 A reclusio. individual seré applicada 3 aos que forém condemnados por pouco tempo com os allivios que permitiam anatureza do erime, @ individualidade, © comporlamento dos presos. Sera cada proso’ occupadlo em trabalho’ util; gozard todos os dias de algim ar livte: © receberd \a instruccie moral ¢ Titeraria; tomando parte nos exereielos do culto. Reeeberd as visitas que o regnlamento auictorizar. 3. Nas dotengées largas a’ reclustio indi- vidal seré acompanhada de allivios progres: sivos compativels com o principio da separa- eho. 42 Ainda quando 9 estado morboso, physico ou moral, dos presos exija uma come panhiia constante; nunca sers-confiada a outro preso. 5." “As pridées cellufare: sorgo construidas por forma que todos 0s presos posshio assistir 08 officios do cultoy yendo..c ouvindo o ministro-delle ye sendo vistos por este; mas sem quebre do. principio da separacio. 6." "A substituiggo da reclusio individual 4 commun deve ser aeompanhada da minora da pana nos eodigas penaes 7 A revisio da legislacho ‘penal; a instituigno de commissdes de inspeceio de priséess ¢ de sociedades protectoras dos que concluiram suas. penas, devem considerar-se como complemento indispensavel da reforima penitenciaria, Estas resoluyoes de uma. assembléa tao auctorizada. resumem 0 fructa de portiadas meditages, e consummada experiencia. O systema, dé Auburn foi condemnado pelos seus resultados, ¢ o Pensilvanieo saneciona- do pela practiea. O trabalho em commun durante o dia ontre homens votados ao oritae © para esse fita organizados ein associacdes: entre malfeitofes, cue se conheciam e tratavama antes de’ serem presos, fig podia dar born resultado. A lingtagem dos gestos nAo $6 sup pre, senio que ds vozes é mais expressiva, © perigosa do que a oral. As combinagées por meio dos gestos zombatam do silencio; ¢ prepararam as communicagées telegraphicas Medel ele ae ue ures alguns empregados em uma pesitenciarfa, A teclusio absoluia acha-se aduittida, ¢ izada pelos factos em todus 05 povos civilizados, Cherry-Hill ¢ Auburn, symbolos de dois systemas , foram discutidos, ¢ acarea- dos com’as estadisticas, Pode hoje asseverar- se que trianfoa Cherry-Hill, E certo qué'a reelustio absoluta, ¢ desacom- panhada de meios hygienicos, mormente intellectuaes, produzia no principio, muitos suicidios , muitas aliena;Ses mentaes, e muita desesperagio, que ‘plorou. 0 estado. mioral dos presos, ¢ eomprometten perigosainente a Sociedade. Mas as pradentes modifieagoas no systema; otrabatho individual ; a instruce gio, a educagio religiosa; @ a tolerancia do trate com ns externos regulada pola na- tureza do crime, tempo de prisio , catacter , © habitos individuaes, teem feito desapparecet a mortandade, e numerosas reincidencias, que punham em duvida # vantejem do syste- ma, Pensilvanico, para _lamentar que nesses congresses penitenciarios nfo tenka apparecido ur pore tuguez ! que nie vamos seguindo nese genero de’ progress humanitario os poves que-nos precederam! qué nfo fosse traduzido em facto o projecto que apparenea jem 1812 da ronstrucgao, de uma penitenciarfa em Lisboa. ‘Lemos porem £6 que.o Institato de Coimbra fecunde com sens valiosos esforgos uma idéa fortil, © do ingontestavel utilidade, M. © MOSAISMO E AS DOUTRINAS RELIGIOSAS DO BGYPTO. And still engage Tahir the same arena where they eee isin follows fall befor’ +. ‘yron 1. Se lia_na historia nagdes, onde a acgho aa Providencia se manifeste de um. modo bem claro ¢ evidente , sio 03 Hebreus: @ sua parte na civilisegio © no dssenvolvimento humanitario ¢immensa. Povo theologico por eaeellencia, * fordo elles os depositarios da creuga da unidade de Deus, e da unidade ¢ fraternidade dos homens. Bin quanto Roma se levave apenas até 4 concepeao daunidade de territorio, em quanto 0 polytheisino rel- nava por toda a parte, elles conservavam a idea de Deos unico, “omaipotente, © im- metso5 eesia preciosa idea, do novo tevelada no Sinai, foi, escriptano bronze , deposta no sanctuario, como a promessa , como a fedem- pedo dos secilos futuros, sobre a mottantia de Silo fora do alcance © dos insults da eonquista, ‘Mas a wiissfio do poro hebrett nao era tenfo preparatoria, dévia cosar como vinda do Promettido das nagdes; era entio que ese gerinen devia desenvolver-se © coi municar-se a toda a humanidade; era ent&o que se devia operar a verdadeira fegenetagio do homem e da secfedade. O povo escolhido nfo quiz comprehander esta vardads; mas 6 christianismo elovava-se radiante sobre as bases da theologia mosaioa , 40 passo que es aguias © 05 aricles gSmanos ameagaram a soberba Judea, a0 passo que nio ficaya pedra sobre pedia dessa cidade, que se chamdra Jerusalem , € em quanto os descendentes dessa Tage enliio amaldicoada vagueavam no rmindo eon ostygma dedeieidas impresto na fronte, @ confirmavam de um modo omais autheatica ‘as palavras ‘solemnes ¢ ameagadoras dos praphetas. Mas esse povo escolhido , destinado a ser 0 borgo da doutrina, que devia mais tude 2 Mendelsohn, Tegenerar ouniverso, nfo era um povo isola do, nao constituia uma entidadedesligada do vaste complexo da vida hamanitaria.. A tradi= Ho mosaica revela antigas relagdes que o ligayam aos grandes imperios do Oriente, @ laboa ethnographica do Genesis. mostra bem claramente queeram muito mais extensas do quem’ ontras epachas se julgava: + essas telagdes se manifestam desde a mais remota antiguidade com uma foigao mais particular a respeito dos, Bgypeios; a eivilisacio d’ esse poyoy collocado entre a Asia ea Europa, © que formara como a transigao do Oriente 4 Grecia, participando. simultaueamente... do genio daquelles dous mundos, devia sobre tianelra influir nos Hebrens. Moisés que tomira sobre sia regeneragio desta naga aviltada pola eieravidio, que fizera da idea de Dous o instrumento. da educagio do sen poroy © que dissera aos judeus, soi wna nacdo inteiramente distincta dos outras, ®havia bebido asciencia na cdrte de um Pherad, achava-se inieiado nes mys- terlos do sacerdocio egypeio. * Participaria por vertura a theologia mo- saiea dessa influencia do Egypto? seria ella uma simples emanagio dos sanctuarios de Memphis ou do Heliopolis! ou soria bebida has proprias erengas ctradigées judaicas ¢ na revelagio divinat * Nés que erémos intimamente na missio providencial do povo hebreu_nao.hesitamos ein) seguir que as/coutrinas..religiosas. de Moises tinham por base jé.as crengas nacionaes, jf arevelacio ea inspiragao. Naotem faltado todavia, mesmo d’entre os theologos 5 quem ‘Yeja nessas doutrinas.a influencia dos Exypcios. A origem da questio remonta aos padres da egreja. S. Agostino bem o da. a entender quando na sus Cidade de Deos (xveit 5189) protestava solemaemente que os patriarebas.e prophetas tinham sido inieiados pelo proprio Deus nasciencia davida, e que a pretendida antignidade dos Egypoies nio passava de mentita ede vaidade. * A. opinito do bispo d’ Hippona dominou na cliristandade atéao seculo 17.°; inas entho foi a questo, de noyo-agitada procuroi-se taositar a mais intima analogia entre as duas theologias, entre as carimonias do culto, entre 4 Eewald, Gore. dee Polkce Torait t. 1p. 970 = Deuter. XVI, U4. 3 “dst. Apoat. VIL, 22 —Tosophus (antig. jud.) © Philon (ae vita Mos.) dizem que 0 stcertocio. Ihe con- lwuaeou todos os couleelmentos , nko exceptuanda a sua philosophia oxotorice.. 4 Alfred Maury, eom quanto na Encyelopidie moderne regue na tal inluenela das-dontrivas egypeias, pretende todavia fozer entroncac as crengas © religito des Hebreus sas crenges o roligito da Avia, jprineipalmoats da India. Sio asmesmasideas te Reynaude de Clavel, evja diseas- sio Galicia do nos proposito smias arespelio dus quacs divemos oom Amplre—o8 done poros mais oppostos do ‘Ontente sic 0s loos @ 08 Juloos ; nao hn na historia eon- frase mais perfello do que entes a caslas ce Brabins = as tribus de Jehovah 9) -Vide'S. ‘Clem. d'Ales, Strom. 1, 21. as. eréngad ©. disoiplina, sagrada--das-duas religides; c Kirehor tanta impressohe cavson esta pretendida affinidade (em cuja demons tragho. insistiram dous theologos .inglezes , Marsham e Spencer) que chegou a dizer que ‘ono Bgypto provedia da Judea, ow aducea do Egypto; *.e a philosophia do seculo 18,* Tangou mao destas ideas para combater directamente a revelagho de Moises e indire. ctamente o Christianismo..* ‘A. questiio tem contiaundo até hoje, masos egyptologos tem encontrado uma opposigho eonstante nos sabios, que ajudados da sciencia @ das novas descobertas vio tornando indis« putavel a divindade da religito * O exame della constituc o objecto dos artigos seguintes , € asia. importaneia mais saliente se mostre por ser o Bgypto a nacho da. antiguidade que mais vivo interesse excita, ¢ cujos_vosti- gios, cheios de grandeza, de recordagdes,, ¢ de mysterios, e destinados asetvin deadmira~ Gio is yeragses que Ihes tem sugcedido ha terra, si0,,na phrase talvez exagerada, de Alimeyer, como um sphinx sagrado, como um grande problema , que exige ainda ura, solugao definitive. et Ls 1, JORDAO. 1 Oedip.. ogapt. Prolyp. Agonist. ©. 2— Os traba- thes dos. antigo, egyplolégos foram eoupendiedos por Wsius theolog bollsader onaue obra, Aegyplzes , sive A gegen acorn ums Habis ail 2M ilaira, Heamen important de Miler Bolisghrooke C8. 2°" Dexem ser contados entre os axyptologos , Schiller Die Sendung Moses, do Welle , Bibl. Dogmat. , ichiclis Dos. Recit, Reinhold , Die tebraisch. Myster, Leroux de P himendeé, Roynaut, Eneyelop. aonz att. Zeroastre dotendem a hacicnalidad edivinéads da rligitojndaica Vatke, die Relig. des ult, Testun, Hengstonbers die Authent, des Peuiatouch., Salvador, Inslitutions de ‘Mite, ote. © RAMO DE AMENDOEIRA. (Tradtueeto Ua 40.* Meditagto Poetien do Lamartine) Brana flor dx smendosia Symblo da furmonira, Como. tuys flor da vida Floreee eke premat Quer, das mate damor eolkila Quer sama ‘range enlends, Con ot prazeres aie Tose, Biete et bore dssothades Antes que woem delicias, ‘Ao efiro‘ex dispiteos Antes que jaan aronss, Nos tlion er libemod [A boilers fire ote for ser eomparnda {ie antes caw Doras db bale Cis das tinigas po mrckada, Views um din, outro sirses Ea orinmrere)« pears Eada for gu vento, loa, Diz-nos? —evitae em so" 3K gic tom de perecer, De perecer som tormr, ‘Ao aieaos dp) amor mos! tabios Postam as rogas morchar. ise B 5 © CiiRisTIANISNO} A EEREIA Ho PROGRESSO. Continvado de pag 885. Iv. ‘Ao mesmo tempo que. o clerp decah impulso, que a egraja havia dado 4 socieda- do, actuava sobre ella, ¢ accelerava 0 mo- vimento do progrosco. Os costumes melhoravam ; a familia aca- baya de coustituir-se 4 sombra das nascentes fnstituigdes municipaes; 0 assassinato, € 0 roubo, cessavam de ser factos. quotidianos, ecomsgavam a ser punidos como crimes; a Propriodade, a hoora , ea vida do cidadio deixavam dé estar & mores do mais forte. Foi um grande, ¢ memoravel periodo, este do desenvolvimento, municipal. pro- gresso actuava sob todus assuas formas nestas sociedades imperfeltas; 0 desenvolyimente intellectual ¢ rooral, acompanhava o melho= tamento nas eondigoes materiaes da existon- cia phisica. Do verbo do Golgotha nascéra a arvore de iberdade, que, reguda com, o sangue dos mnattyces logo. ao desabrochar das primeiras folhas, vecejava agora, abrigada & sombra do municipio , cultivada carinbosamente pelas mfos rudes, mas honradas, dos populares. ‘Companheira fiel da sciencia, abriu-lhe as portas do sanctuario, onde este vivéra até alli encerrada, A seiencia deixou a alampada, que até calico « alumidra nas suas investiga- goes do, passado, foitas em companhia do imonge pallido ¢ taciturne , que, sem descen- dencia que o ligasse ao futuro, deisare mor= Ter a esperanga, e apenas couservdra a ime= mpidos do sol dos campos; senton-se so lar domestico, ¢ pro- curou. na vida social: 0 segredo da sua exis- tencia Desgendo da altura, aque a antiguidade a bavia elevado, collocou.se ao nivel da esta~ tura humana; es alliandose com a arte, contrabia ui hyinineu fecundo de progres fe clvilizaga Todo entregue acs mesquinhos intoresses do dia, 0 clero havia, perdido. aquelle olhar de aguia, quo de uma sé voz preseratava seculos inteiros. A idea do progeesso morren em sua intelligencia; ¢ elle nfo conbeceu qual era o logar, que Ihe perteneia neste grande movimenta da civilizacio europea; néo viu que, se 0 povo se instruia e mora Tizava,, eta necessario quo a sua instracgio & moralizagio fosso sompro.adeante da dos povbs, a firm de conservar a supremacia , que noutras eras Ihe haria dado a sua incontestax yel superioridade intellectual © moral, ‘A egreja involveu a froate no manto da sua tristeza ; ehoron na solidio os erros. dos seus ministtos; e, confiada nas palavras do sen Cteador, que Ihe promettera a immore ‘plidede,, suppligan 20 terao que the abre: + 6 viasse estes amargos dias 'de-tribulagio ¢ de prota. Mais.do um racionalista. da cpocha re ritmo fundo do sea cotagio, © meditou uma injuria para: cuspir na face daquella, que eaperava yer deutro em pouso baixar a6 tumulo, envdlta no longo sudario detorperas tecido pelos sens sacerdotes. Estes, vendo qe os povos progrediam , € guie esse’ progress, do qual desconhsciam a causa, lhes roubava @ antiga ifluencia, ten toram obstar-the, Nio sabendo, ow ako que- rendo, collocarse 4 frente da civilizacio, que ett sua inarcha os deisava quem, pere tenderam sustel-a. Era uma hicta louca‘e inutil, esta do homem contra Deuss que credra’a lei do Progresso na ordem moral da humanidade, No entante luctou. A epocha dos municipios fi tina eruzada immensa contra @ tyraninia do feudalismo, qne Yia com dor ir desabando aos golpes do alvigo dos populares 0 massigo edificio, que com thogrande trabalhio construira ; e a sou. bra do qual contava viver largos seculos, easta ‘do suot desses homens, quo agora co Jevantavam amteagadores a reclamar a sua Tiberdade; ou ques fracos, mas astirciosos espreilavain a occasiio opportuna dé aegociat ‘um foral. ‘Nas citcumstancias ew qué 0 clero se acha- vas @ causa ere commum para elle, © para © feudalismo. Auxiliado por este eonverteu a represslio moral etn repressio tnaterial ; eos vearceres, ¢ as fogueiras, nfo tardaram a substituir 0s interdictos , eas excommunhges. A hora extrenta do feudalismo havia soado; eahira 0 ultimo grio de arta na ampulheta, que the contava os dias, Mas a monarchia, 2°, fingindo-se alliada do wunicipio, se servita delle. como de um alavanea podero. #5 para abdlar 0 edilicio feudal, ‘woltou ‘as armas contra 0 povo; e, por meio de una cenitralizagio administrativa; progressivamen- te graduada ,' despojet potico e pouco os pulares da liberdadey que depois dete gikal ‘de lueta a victotia depositara €m stias mos. A monarchia substituiu o feudalisino; mas © sino da camata, que do burgo respondia woutro tinpo As trombetas ‘giterteitas do ecastello, eassou de bradar < iberdadol Aquelles sons’ fatidieos, que vibrando’ ein vigorosas oadulagées pela planicie, om reper- | ‘eutindo-se nos echos oecultos pelas quebras | das dos montes, de'cada sileo da chur | ua fagiom surgir armado! um populat, $6 | ‘acordavam agora 2 corujas do campanario para festejar cont o'riso eontrafeito de uta | Tepique servil 0 nascimento de am infante; tL com solugos’ jinpostores chorar nos dobires, compassados , mas dubiamente doridos 0 fal- | Jevimiento de um rei. | A monarchia substituit’ © foudalistno; €0 | clero, esquecendo a missio' da ‘exreja, que 0] vollociva sempre ao lads do fraco’ contra o foite, ‘do ‘oppriinido ‘contra’ o oppressor 7 desconhecetdo'a sua propria historiay foi prox curat’ a allianga‘da tonarehia ; que, pouico ‘segura mo seu throno , $@ aippressou a “prester ‘ose juraments neste pacto ‘liberticida. Forte com esta allianga; e enfraquecido io povo pelo ardil caleulado © traigeciro , que @ tonarobia: emprozara! contre elley facil foi ‘0 triampho, © clero achouse’ de ‘novo ma vanguarda do povo; nfo empuniando a cruz, apon- tando-lhe para: um'horizonte de illustragéio e liberdade, dizendo-Ihe:—segue-me! catni- mhal mas brandindo’ uma cspada. ensan- guentada, e:bradandosIhe pela terrivel vor da inquisigfio! “pare ou mortes! 10 povo. parou.’ Mas, coneetitrando em silas forgas que “Ihe restavain, preparou-se para 0 futuro, © progresso afrouxoa; em gtande: parte. tornou-se latente; mas ‘no mores, A'seménte do odio gorminou , nasccu ¢ foi crescendo por toda a parte, enlagando com sous bragos robustes: 08 trowcos ‘cortuptos da monarchia ‘cdo clero. “Foi por’ isso ques quando ‘hes Ais: do seculo passado: rebentoa © vulcio revolucionatio,a'explosio, que le- you pelos ares'o.throna, submergiu tambem o altar em sna Java incandlescente. Como sebrevivea a egreja? Bum proble- ma, que ényolve seias ‘difictildades ‘para aquelle , que, no, estudo desta instituicio, confundir 0 facto com © direito, Para o que souber -distitiguil-osy/adifficujdade “desap- parece. O principio ei que a egreja sé funda co mo instituigio, de’ modo nenhum se achow compromiettido na Iueta. O facto reagira con tra 0 progresso; e'a religivio “do Cracifieado € progressista e liberal. O facto buscara a allianga 1b rico” Gentra” “6” pobre, do forte contra fracos do tiobreccontia‘o plebeu; e a roligiio de Chirisio ¢ a wie do pobre, ¢ a proteciola do fraco; e, superior acs peque- nos orgullios-destes ‘vermes, que se arcastam ta sul ie da terra, e se chamam homens, nfo Thes conbete desizialdalles perante a grandeza do, Omnipoteate. O progrsiso' lustoa contra 0 Ob staculo; © obstaculo foie abuso, nao 0. principios foi 0 facto, née: 6 diceito, A tevolugio anti-religiosa. do)seculo xvi foi j& a segunda ‘phase dessa grande Lacta, qué rebentou ect’ Luthat, ‘eontinuon com Voltaire, e morreu com Chateaubriand. Como possivel Yer” associados. estos tros homes, © mongs enthusiasta, o philosopho athen, ¢ 0 litterato: cbristéo? E porque cada um delles resume o espitie to da sua epocha'y da phase-da mesma revoe lugio, em que toniou parte. Luther representa a priméira, enthus ca efogosa, tendo port tVindicar a liber dade, que pela primeira vez so Ihe negava ; moderada em seu principio, exageruda so- mente pelo erro} e polas paixdés.

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