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cantrute 3 ANALISE DO DISCURSO Eshoso hissérieo Pode-afirmar com Maingueneau (1976) que foram os formalisas russos que zbriram espago para a entrada no campo dos exudes ingisticos daquilo que se chamasia mais tarde dura. Operando com 0 texto ¢ acle buscando uma ligica de encadeamentos "transfdstcos”, superam a abor- dlagem filldgica ou impressionist que até entio dominava 0s estudos da ingua. Essa abertura em diregfo 20 discurso nfo chega, entrtanto, 2s dleimas eonseqienci seguidores, os csteururaistas, propbenr-se como abjesivo e- tudas 2 estrutura do texto “nee mesmo e por ele mesmo” restringomae = ums sbordagem imanente do texo,excuindo qualquer refiexo sobre sua exteriridade. (Os anos 50 serio decisivos pars a constitu de uma analise do discurvo enquanto disciplina. De um lade, surge o tabalho de Harris (Disourse aneljsiz, 1952), que mostra 2 posibilidade de wlerapassa as andlises confinadas met mente fase, ao estender procedimentos da lingiistica dis- ‘sibucional americana aos enunciados(chamadosdiscursos) «.de outro lado, os uabalhos de R. Jakobson e E. Beeweniste sobre 2 enunciagao, 13 np # a BAD t (Peernoe)? | Eases eaalhos jf apontem para difeenga de perspee- iva que vai matcat uma poscurate6rca de uma andlise do slscurso de linha mais americana, de outra mais curopéa Embora a obra de Harris poss ser considerada amar da anise dp discurs0, la se coloca ainda como simples exzenséo da linghsica imanente oa medida em que transferee aplica procedimentos de andise de unidades da lingua aos enarnciados estua-s fora de qualquer reflexio sobre &significagio © as considerages sécio-hstéricas de produgio que vo dissinguire marca posteriormenteaan- lise do discurs, [Numa direséo diferente, Benveniste ao afirmar que “o Jocutr se apropria do aparetho formal daliegua cenuncia ua pposicio delocutor por ince especfios’, dé relevo a0 papel osteo fant eo proceso da enunciasioe procura mostrar ‘como acontece a ins:igio deste sujiro nos enunciados queele ‘eamite. Ao falar em “posigio" do locuor, ele levanta 2 questio, da relagio ques etabelece ene locuton seu enunciado €0 mundo rela que estar cenro das reflexses da andlise do clcurs em que o enfoque da posgio sci-histria dos enun- ciadores ocups um gar primordia. Segundo Orlandi (1986), esas duasdiregSes vio mar- car duas maneira diferentes de pensar a teria do discurso: uma que encende como uma excenso0 da lingisica (que coresponderia 2 perspectiva americana) € outra que con- sider o enveredar pare vetente do discurso 0 sincoma de uma crise interna da lingitstica, principalmente na frea da seminsiea (que corresponderia } perspectiva européia) Conforme ess visio, o conceito de teoria do discurso ‘como extensio da ingustica, aplicado a perspectiva teérica americana, jusificase pelo fato de nela se consideravem “ fase e texto como elementos isomérficos cujas andlises se SOBRE 4 NOGKO DE sUJE:TO sefleo sobre liegua tem soguido duas tendén cas, Segundo aepistemologiaclistica a lingua tiehacomo fungio representato real. Paa ela, um eouanciado era ver dadciro x corzespondesse a um estado de cosas exstentes) Ela mobilizava, dessa forma, o conceit de veedade, priv legiand® 6 lexical na tcorizacio da lingua eda sigai- flcagio. Isto ¢, de acordo com essa cendéncia representa nia do “dite”, do nomeat (Patet, 1983) — os, iRcseaTaTaT's PrORepo das Cccgoriaé grama- tices, atribuindo-se a9 nome proprio o ideal da represen- tasto pura, nesse quadro, no secolocava a questo da subjetvidade ase poder de representagfo da ingua continua na epireeme moderna, mas pars uma verrente de lings, flgsofoe da inguagem, esta funglo deixa de ser fundamen tal te a0 tradicional paradigma clistico, neople- ‘nico, emerge, assim, uta nova maneira de vera Lingua, apseendendo-a enquanco fungio demonssrariva — domt- rio do “mostrar”, da mostracio. Deslocando-se lugar da Fangio represenatva do real, aliagus adquiteespesura prs pri, pois, lberta das amarras que 2 prendiam a uma con- 83

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