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Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Derli Barbosa dos Santos
Ensino e Aprendizagem:
Teorias, métodos e avaliação
1ª Edição
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDD 370.152.3
Catalogação: Rejane Valéria Santos - CRB-6/2907
2021
Direitos exclusivos cedidos à
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Objetivos
Compreender aspectos gerais sobre ensino/aprendizagem e
conhecer as principais teorias de aprendizagem
desenvolvidas ao longo do tempo.
“O mundo mudou”. Uma pequena frase, simples e objetiva, muitas vezes repetida, e
que diz bastante sobre o que vivenciamos atualmente. É verdade! O mundo mudou. E
muda sempre. É um processo contínuo. As mudanças sociais, ambientais, econômicas,
políticas, religiosas e várias outras ocorrem desde sempre. A diferença é que num curto
intervalo de tempo, em poucos anos, o mundo mudou muito. E, por isso, essa frase se
tornou tão significativa.
Os avanços científicos e tecnológicos, atrelados a uma série de outros fatores,
como êxodo rural, industrialização, globalização, urbanização e por aí vai, fizeram com que
a sociedade apresentasse mudanças relevantes nas últimas décadas. A forma de se
comunicar mudou, a produção de conhecimento aumentou, os meios de transporte são
mais rápidos, as notícias chegam em segundos, enfim, as diferenças observadas entre o
mundo contemporâneo e o antigo são muitas.
As mudanças ocorridas no mundo são sentidas em todos os setores da sociedade,
e nos espaços educacionais não poderia ser diferente. A inserção de tecnologias nos
processos de ensino e aprendizagem, a carga de conhecimento trazida pelos alunos,
devido ao fácil e rápido acesso a informações, a rapidez na produção e divulgação de
conhecimento a partir de pesquisas científicas, entre outras coisas, são responsáveis por
uma educação mais moderna (e isso pode ser bom ou ruim dependendo do ponto de
vista).
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Fato é que o aluno já não é mais o mesmo do passado. Aquele sujeito “cru”, sem
experiência ou conhecimento algum, submisso ao professor, pronto para “ouvir, decorar e
repetir” já não existe mais. A escola também não é igual. Um local com mesas, cadeiras,
quadro, giz e um professor para “transmitir” conhecimento foi substituído por um local de
interações humanas, vivências e experiências sociais e afetivas intensas. Os professores
também não são os mesmos (ou pelo menos não deveriam ser). Aquele ser autoritário,
detentor do conhecimento, de pouco afeto, deu espaço para uma pessoa que compartilha
o que sabe, mas também aprende com o outro; para uma pessoa afetiva, que interage,
que reconhece os méritos do seu aluno e compreende as necessidades do outro.
Os fatos acima citados, além de inúmeros outros processos de mudanças sociais,
levaram a novas relações nos processos de ensino e aprendizagem, facilmente
perceptíveis por qualquer pessoa que esteja inserida num ambiente escolar. Basta ouvir
relatos de professores que estão há mais tempo no exercício da docência, ou ouvir os avós
falando sobre como era o ensino no passado, ou até mesmo fazendo uma breve leitura
sobre o funcionamento de escolas no século XX, e chegamos à conclusão de que
realmente muita coisa mudou quando se fala em ensino e aprendizagem. O modo de
ensinar vem ganhando novas opções nesse novo mundo e aprender atualmente é algo
que pode ocorrer de muitas maneiras. Mas, o que é ensinar e o que é aprender?
Ensinar é o mesmo que passar para outras pessoas um conhecimento sobre algo,
transmitir uma informação sobre um assunto. Aprender significa adquirir conhecimento
sobre alguma coisa, adquirir habilidade, compreender ou dominar algum assunto. Veja que
ensinar e aprender são ações complementares, são os opostos que se atraem. Quando
alguém passa uma informação, um outro alguém recebe aquela informação. Quando um
ensina, um outro aprende. Atente para o fato de que ensinar e aprender não são ações
necessariamente executadas por pessoas. Porém, considerando o objetivo deste curso, de
relacionar o ensino e a aprendizagem com os espaços educacionais, o foco aqui será nas
relações de ensino e aprendizagem estabelecidas entre professores e alunos.
Sempre que falamos em ensinar e aprender numa escola, devemos relacionar três
elementos: o que ensina (normalmente o professor), o que aprende (em geral, o aluno) e o
conhecimento (ou habilidade, aquilo que está sendo ensinado e aprendido). É a relação
holística entre esses elementos que fundamenta tudo o que ocorre numa escola. O
trabalho da gestão escolar, da pedagogia, da secretaria, das educadoras de apoio, da
biblioteca e de vários outros departamentos escolares é dar o suporte necessário para que
essa relação professor/aluno/conteúdo ocorra de maneira efetiva, enquanto que o papel do
professor e do aluno é garantir que o ensino e a aprendizagem se concretizem.
Ensinar e aprender são processos que dependem de ações efetivas de pessoas
envolvidas com a educação. Mas como executar essas ações corretamente? Como utilizar
estratégias de ensino adequadas para cada conteúdo? Como estudar de modo
consistente? Sobretudo, como fazer todas essas coisas num mundo tão mudado, com
pessoas diferentes, com conhecimentos novos a todo momento, com relações
interpessoais intensas?
Conhecer os mecanismos de aprendizagem, com origens no âmbito da psicologia,
utilizar diferentes métodos de ensino e saber como avaliar a eficácia do método e o nível
de aprendizagem dos alunos sempre foi importante, desde os primórdios da educação.
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Mas agora, além de saber tudo isso, é fundamental reconhecer que a tecnologia veio para
ficar, e que esta é, e será, cada vez mais parte indissociável do ensino. É importante
aceitar que alunos e professores não são mais os mesmos, e estimular um ensino ativo,
que coloque todos os envolvidos na educação, sobretudo os alunos, como protagonistas
dos processos de ensino/aprendizagem.
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1.2.1. Comportamentalismo
Pavlov, em geral, trabalhou com animais e, por isso, boa parte de suas pesquisas
foram em relação ao comportamento animal. Entretanto, o russo também fez experimentos
de condicionamento clássico com seres humanos e os resultados obtidos por ele
representam o início de um trabalho na área de psicologia comportamental.
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John Broadus Watson, psicólogo dos Estados Unidos, bastante influenciado pelas
ideias elaboradas por Pavlov sobre condicionamento clássico, que deu início ao
movimento comportamentalista na psicologia, sendo considerado o “pai do
comportamentalismo”. Watson buscava explicar que a aprendizagem, independentemente
de ser animal ou humana, era promovida a partir de um condicionamento gerado pela
relação estímulo-resposta. Portanto, o comportamento representa uma adaptação pessoal
aos estímulos a que somos expostos. Pensando em termos educacionais, seria como
adaptar o ambiente de ensino e o roteiro de estudos, criando estímulos que levassem a
respostas (comportamento) positivas ou corretas por parte dos estudantes. Para isso era
necessário conhecer qual comportamento era promovido por cada tipo de estímulo.
Edwin Guthrie e Edward Thorndike, outros dois norte-americanos, assim como
John Watson, que foram grandes influenciadores da psicologia do comportamento. Ambos
aprofundaram estudos nessa área do conhecimento, contribuindo com diferentes
pesquisas e informações, mas tendo como foco principal a relação estímulo-resposta.
Burrhus Frederic Skinner, psicólogo, inventor e filósofo norte-americano, além de
professor na Universidade Harvard, foi um dos grandes influenciadores do
comportamentalismo na educação. Skinner não focalizou seus estudos no estímulo-
resposta, mas no que vinha depois, na consequência dessa relação, naquilo que pode, ou
não, reforçar aquela resposta. Esse psicólogo deu origem ao chamado condicionamento
operante.
Para Skinner, cada indivíduo pode emitir dois tipos de respostas frente aos
estímulos, a respondente e a operante. Uma resposta respondente é aquela inata,
involuntária, os chamados reflexos, como, por exemplo, a dilatação da pupila em casos de
diminuição da luminosidade. Uma resposta operante seria aquela na qual o indivíduo
modifica o mundo exterior, realiza alguma ação sobre o meio. Quando, por exemplo, em
um dia frio, o sujeito veste um casaco. Diferentemente de respostas respondentes, a
resposta operante pode, ou não, ser emitida, mesmo diante do mesmo estímulo.
Skinner propôs que as respostas operantes poderiam ser condicionadas, ou seja,
modificadas, dependendo do tipo de consequência que aquela resposta gerava. A
consequência era chamada de reforço. Um reforço positivo aumentava a frequência
daquela resposta diante daquele estímulo. Um reforço negativo diminui a frequência
daquela resposta mediante certo estímulo. Dito isso, conclui-se que o importante nessa
teoria é a relação resposta-reforço e não estímulo-resposta, como proposto pelos primeiros
behavioristas.
Vejamos um exemplo da teoria de Skinner no ambiente escolar. O professor ensina
um conceito para o aluno. Após alguns dias é aplicada uma prova na qual o conhecimento
sobre aquele conceito é exigido. Se o aluno repetir o conceito corretamente, de acordo
com o professor ou com os livros utilizados, o aluno recebe uma nota alta (reforço
positivo). Caso ele seja perguntado novamente, ele repetirá aquela resposta, tendo em
vista que ela foi avaliada positivamente. Mas, se o estudante der uma resposta diferente do
que está no livro didático, o professor dará a ele uma nota baixa (reforço negativo) e, com
isso, aquela resposta não será repetida, considerando que ela foi mal avaliada.
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As ações dos alunos, respostas operantes, quando são boas do ponto de vista
escolar, são reforçadas positivamente por meio de elogios, destaques, notas altas, prêmios
(como ir a um passeio) e vários outros mecanismos. Já as ações ruins recebem reforço
negativo, como castigo, nota baixa, ficar sem recreio e assim por diante. São os
comportamentos sendo moldados (condicionados), levando a uma aprendizagem correta
do ponto de vista social.
Num primeiro momento, a abordagem comportamentalista no ambiente escolar não
apresenta nada de errado. Reforçar positivamente atitudes corretas e negativamente
ações incorretas é algo comum, até mesmo na educação dada pelos pais. Entretanto,
quando se fala em aprendizagem num sentido mais moderno, isto é, adquirir conhecimento
e ser capaz de aplicá-lo, e não somente replicá-lo ou saber se comportar, percebemos que
o comportamentalismo pode ser ultrapassado, pois estimula o treinamento e a
aprendizagem mecânica em detrimento de uma educação ampla.
1.2.2. Construtivismo
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conhecimento vai sendo construído. Segundo este autor, todo ser humano tende a
organizar sua mente, formando estruturas psicológicas coerentes, isto é, a mente busca
sempre interpretar o meio e se adaptar a ele. Todas as vezes que uma nova situação é
vivenciada, o organismo (mente) busca uma reestruturação por meio de esquemas de
assimilação, ou seja, o sujeito tende a assimilar aquela nova situação, interpretando-a e
acomodando-a na sua estrutura cognitiva. Assim, o organismo estará adaptado àquela
nova situação e sua estrutura psicológica ficará novamente organizada.
Considerando a teoria piagetiana para o espaço educacional, fica evidente o papel
de mediador do professor e de protagonista do aluno. O professor deve criar mecanismos
que levem a um conflito cognitivo numa estrutura mental organizada do aluno.
Simplificando, o docente precisa estimular o discente a vivenciar novas situações e este,
por sua vez, deve interpretá-las e acomodá-las numa estrutura cognitiva, gerando
aprendizagem e experiência. É o aluno que precisa buscar informações que o auxiliem a
interpretar aquela situação e a construir o seu próprio conhecimento.
Para Piaget, a forma como crianças, adultos e adolescentes chegam ao equilíbrio
majorante é diferente. Isso por que cada um está em etapas de desenvolvimento cognitivo
diferentes e se relaciona de maneiras distintas com o meio. É extremamente importante
levar esse aspecto em consideração, uma vez que certas disciplinas ou conceitos poderão,
ou não, ser compreendidos dependendo do nível cognitivo em que o aluno se encontra.
Vygotsky considera que mais importante para a aprendizagem, que a interação com
o meio de um modo geral, é o contexto social, cultural e histórico no qual o sujeito está
imerso. O envolvimento de um indivíduo com a sociedade por meio da troca de
significados é o que leva ao desenvolvimento cognitivo. Nessa teoria a aprendizagem
sempre se dá pela relação com outras pessoas e nunca individualmente.
Dois conceitos são fundamentais para se compreender a teoria de Vygotsky, o signo
e o instrumento. Signos são coisas que possuem significado, como símbolos, palavras,
ideias, ícones, gesto etc. Instrumentos são objetos utilizados para fazer algo, como um
lápis. Cada sociedade possui, culturalmente e historicamente, signos e instrumentos
diferentes. Ao interagir com a sociedade na qual está alocado, o organismo desenvolve
significados semelhantes ao daquele lugar, sendo capaz de manusear aqueles
instrumentos e se comunicar com aquelas pessoas de forma adequada.
Vygotsky desenvolveu a ideia de zonas de desenvolvimento proximal. Essa teoria
busca identificar qual o nível de conhecimento de uma pessoa e até onde esse indivíduo é
capaz de ir numa próxima etapa de aprendizagem. Na interação com a sociedade, por
exemplo, o sujeito analisa o que sabe e por meio da troca de significados, de experiências
e de conhecimentos, é capaz de chegar num próximo estágio de desenvolvimento
cognitivo. No fim desse processo, o indivíduo sai de uma zona de maturação intelectual
para a próxima zona de cognição, mais complexa e com mais informações.
Levando as ideias de Vygotsky para o contexto educacional, percebemos que a
aprendizagem deve ser estimulada por meio da interação social, ou seja, um aprende com
o outro. O professor, como mediador, e considerando que a sala de aula é um ambiente
bastante heterogêneo, deve estimular a interação e a troca de significados. Além disso, o
professor é uma pessoa que já internalizou significados socialmente aceitos em relação a
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determinados conhecimentos (ou matérias) e ele deve passar esses signos para os alunos.
Este, por sua vez, deve compreender esses signos e verificar se a forma como
compreendeu está adequada para a área de conhecimento em questão.
Ausubel contribuiu bastante com o construtivismo a partir da ideia de aprendizagem
significativa. Para esse autor, o aspecto mais importante para a aprendizagem de alguém
é aquilo que a pessoa já sabe. Esse conhecimento prévio é chamado de subsunçor e deve
ser levado em consideração durante o ensino, sendo necessário, portanto, averiguá-lo.
A aprendizagem significativa seria aquela que possui significado, isto é, aquela que
se relaciona com algum conhecimento que já está presente na estrutura cognitiva do
aprendiz e, por isso, faz sentido para ele. Nessa interação, do novo com o velho, o
conhecimento é enriquecido e se torna mais elaborado.
No construtivismo de Ausubel, o aluno precisa ter uma predisposição para aprender,
o que significa que este precisa estar interessado em relacionar o que está sendo ensinado
com aquilo que ele já conhece. O papel do professor também é fundamental, pois é
necessário ensinar de acordo com o que o aluno tem de subsunçores. Para isso, o docente
precisa identificar os conhecimentos prévios e apresentar situações novas que possam ser
ancoradas a estes conhecimentos, modificando-os e aprimorando-os.
1.2.3. Humanismo
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Observe que todas as teorias citadas fazem sentido e, de alguma forma, parecem
estar corretas. A visão de como se aprende está diretamente relacionada ao momento
histórico e social, às experiências, observações e valores de cada ser. Portanto, não há
uma teoria totalmente certa ou completamente errada. Há uma interação entre as
diferentes teorias e, o conjunto delas, é basicamente o que leva uma pessoa a aprender.
Se formo considerar o mundo atual, por exemplo, percebemos que as pessoas
aprendem mais rápido, com maior facilidade. Isso se deve ao fato de a humanidade já ter
avançado muito em termos de conhecimentos e experiências, em termos de tecnologias
digitais de informação e comunicação, que facilitam o acesso ao conhecimento. Então
podemos dizer que aprendemos por meio da conexão com a tecnologia, que amplia a
obtenção de informações e a aplicação de conhecimento e desenvolvimento de
habilidades.
Já temos, assim, mais uma opção de como as pessoas aprendem. Aprender é um
processo amplo, que envolve uma série de fatores e, por isso, não podemos delimitar a
aprendizagem a uma única teoria, bem como, não podemos querer que as pessoas
aprendam de uma única forma. Mas esse assunto será tratado na próxima semana.
Concluída essa semana de estudos é hora de uma pausa para reflexão. Faça a
releitura de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos propostos e analise todas essas
informações com base na sua experiência. Esse intervalo é importante para amadurecer
as novas concepções que esta etapa lhe apresentou!
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Semana 2 – Metodologias de Ensino Plataforma +IFMG
Objetivos
Diferenciar teorias, métodos e estratégias de ensino e
reconhecer a tecnologia como ferramenta essencial na
educação contemporânea.
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Metodologia ativa de ensino é o processo pelo qual os métodos ativos estão sendo
estudados, gerando informações sobre como esses métodos são utilizados e com qual
frequência, que resultados eles apresentam no contexto educacional e em que situações
eles podem ser melhor aproveitados. Mas o que são esses métodos ativos?
O ensino tradicional, comumente reconhecido como aquele no qual o professor é o
detentor do conhecimento, controla os espaços de ensino/aprendizagem e transmite o que
sabe para os alunos, vem sendo substituído por um ensino mais contemporâneo, no qual o
aluno se reconhece como autor da sua própria história e assume um protagonismo maior,
quando se trata de buscar conhecimento e progredir em sua própria aprendizagem. É aí
que entram os métodos ativos.
Os métodos ativos representam um conjunto de estratégias nas quais o objetivo
principal é fazer com que o aluno aprenda de forma autônoma. O professor assume o
papel de mediador, de sujeito que cria situações ou que apresenta problemas reais que
estimulem os alunos a buscarem conhecimentos específicos para solucionarem tais
problemas. O aluno precisa estar no centro das atenções, participando ativamente da
construção do seu próprio conhecimento.
A seguir, são descritos alguns métodos de ensino adotados nos espaços escolares.
Muitos deles são utilizados rotineiramente e boa parte dos envolvidos no processo de
ensinar e aprender, até mesmo o professor que o adotou, não tem conhecimento da
nomenclatura e da origem teórica de tal método.
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Como você deve ter percebido, boa parte dos métodos de ensino podem envolver
estratégias que necessitem da utilização de tecnologias digitais de informação e
comunicação. Além disso, a própria educação contemporânea envolve aquilo que
frequentemente vem sendo chamado de ensino híbrido.
O ensino híbrido é aquele que envolve momentos de estudos presenciais, com
tópicos a serem aprendidos online. Esse ensino é uma tendência na educação do século
XXI e cada vez mais professores e instituições adotam essa estratégia. Perceba que o
ensino híbrido não é um método de ensino, mas sim uma estratégia que pode ser utilizada
dentro de diferentes métodos.
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Plataforma +IFMG
Concluída essa segunda semana de estudos é hora de uma pausa para refletir
sobre o assunto. Faça uma breve releitura de tudo que lhe foi sugerido, assista aos vídeos
propostos e analise todas essas informações com base na sua experiência. Esse intervalo
é importante para amadurecer as novas concepções que esta etapa lhe apresentou!
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Semana 3 – Avaliação do Ensino e da Aprendizagem
Objetivos
Reconhecer a avaliação como mecanismo fundamental para
verificar a aprendizagem e também a eficiência do método de
ensino escolhido.
Avaliar, no sentido estrito da palavra, é o mesmo que dar valor a algo, classificar,
quantificar. Avaliar, no âmbito educacional, seria, portanto, dar valor à aprendizagem de
alguém, quantificar (dar notas) para o nível de conhecimento, classificar os alunos. Essa
ideia de avaliação persiste, e é pouco discutida quando se fala em processos seletivos
(concursos, vestibulares), mas no âmbito educacional ela é cada vez mais questionada.
A forma tradicional de avaliar é muito parecida com a forma tradicional de ensinar, e
tem relações diretas com a teoria comportamentalista de aprendizagem. Sendo assim, a
avaliação consistia numa atribuição de notas maiores para alunos capazes de reproduzir,
corretamente, o que tinham ouvido o professor explicando durante as aulas, ou o que
tinham lido no livro didático. As habilidades desenvolvidas pelos alunos, a capacidade de
aplicar o que aprendeu e os pequenos passos evolutivos na rotina escolar não eram
levados em consideração e ainda não são em muitas instituições de ensino.
O desenvolvimento de teorias construtivistas e humanistas de aprendizagem trouxe
à tona discussões sobre como os professores avaliam os alunos. Ora, se a forma de
aprender não é a mesma, se cada aluno é único em desenvolvimento e em
especificidades, como avaliar todos por igual? Como aplicar provas e esperar que todos
tenham o mesmo desempenho, decorando o conteúdo conforme esperado pelo professor?
Teorias modernas de aprendizagem mostram que avaliar é reconhecer os méritos
de cada um dentro de habilidades próprias, é compreender que o sujeito aprende de
maneiras diferentes e utiliza o conhecimento de formas variadas. Por isso as avaliações
devem ser de vários tipos e não apenas a que verifica a reprodução de conceitos, mas as
que criam oportunidades para que os alunos demonstrem seus progressos.
Howard Gardner, psicólogo e professor na Universidade Harvard, desenvolveu a
chamada Teoria das Inteligências Múltiplas. Em suma, essa teoria afirma que a inteligência
humana estaria dividida em nove tipos, sendo que o desenvolvimento de determinadas
Concluída essa última semana de estudos, faça uma pequena pausa para refletir
sobre o assunto estudado. Leia novamente e de forma breve o que foi sugerido, assista
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Currículo do autor
Derli Barbosa dos Santos 24/09/2020 Viviane Lima Martins 01/12/2020 1.0
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Glossário de códigos QR (Quick Response)
Dica do professor
Ensino-
Mídia digital
aprendizagem: uma
Apresentação do
interação entre dois
curso.
processos
comportamentais.
Dica do professor
Subsídios teóricos Mídia digital
para o professor Metodologias de
pesquisador em ensino.
ensino de ciências.
Dica do professor
A avaliação da
Mídia digital
aprendizagem como
Conclusões.
processo construtivo
de um novo fazer.
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Formação Inicial e Continuada EaD