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Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Ronan Daré Tocafundo
Bárbara Regina Pinto e Oliveira
Aluízio Barbosa de Oliveira N
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
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2021
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Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Bons estudos!
Os autores
Apresentação do curso
Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Objetivos
Nesta semana, discutiremos pressupostos teóricos das
Metodologias Ativas. Vamos refletir sobre Mudanças de
paradigmas do ensino tradicional x ensino interacionista e
sobre o papel do professor no processo ensino ↔
aprendizagem em Metodologias Ativas.
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Plataforma +IFMG
Não é de se esperar que todos os alunos de uma classe aprendam da mesma forma, no
mesmo ritmo, ao mesmo tempo, então, propomos repensar novas estratégias de ensino
por entender que um dos futuros desafios para os professores será superar visões
reducionistas de que ensinar é sinônimo de aumentar cognição. Assim, MA apontam para
a possibilidade de transformar aulas em experiências de aprendizagem mais ricas para
estudantes das gerações inseridas em cultura de Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), cujas expectativas em relação ao ensino, aprendizagem, ao próprio
desenvolvimento e formação são diferentes do que expressavam gerações anteriores.
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Plataforma +IFMG
Espera-se que o professor seja capaz de usar mídias e tecnologias como linguagem
e meios didáticos. Com efeito, é premente a necessidade de recontextualizar métodos de
ensino e práticas docentes, do contrário, corre-se o risco de vestir o velho com roupa nova.
É dizer: a eficácia das MA está diretamente associada à processos que permitam aos
professores ressignificarem suas práticas de ensino; permitam tornar professores e alunos
parceiros em interações didáticas.
Mídia Digital:
Assista também a seguinte palestra de José Moran:
- Palestra: Bloco 1. (link);
- Palestra: Bloco 2. (link)
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Plataforma +IFMG
Relatos bibliográficos dão conta que as primeiras salas de aula invertida surgiram
em escolas do ensino médio americano. É comum nos Estados Unidos alunos atletas se
ausentarem das salas de aulas para participar de competições esportivas. Por esse
motivo, professores passaram a gravar os conteúdos e disponibilizá-los em ambientes
virtuais. Desta forma, os alunos poderiam acompanhar, a seu tempo, as aulas realizadas
em ambientes presenciais. Depois, esses alunos, quando regressavam, interagiam com
seus colegas, esclareciam dúvidas e reconstruíam conhecimentos. A partir dessa
experiência, tais professores americanos passaram a utilizar um novo método: primeiro, os
alunos estudavam, a seu tempo, os conteúdos previamente determinados, que poderiam
ser vídeos com aulas gravadas, leituras de textos dentre outros materiais. Em seguida, em
sala de aula, os alunos consolidavam conhecimentos em situações colaborativas que
poderiam ser, por exemplo, discussões, trabalhos e apresentações em grupos. Assim,
esse novo modelo caracterizou uma inversão de técnica de ensino. Pois, a sala de aula
deixa de ser um espaço meramente de transmissão de informações, no qual o professor
transmite e o estudante recebe, para ser um ambiente ativo de ensino.
Outro marco importante, frequentemente citado, para o surgimento desse modelo de
ensino, foi o artigo “From Sage on the Stage to Guide on the Side” publicado por Alison
King em 1993. Nesse artigo, a autora não fala claramente sobre aula invertida, mas
advoga a ideia de se utilizar o tempo de aula para construção de conhecimentos a partir de
informações que os estudantes teriam acesso previamente, e não meramente a
transmissão dessas informações.
A sala aula invertida, portanto, é um modelo híbrido, que otimiza o espaço escolar.
De um lado, o aluno de forma autônoma fica responsável por buscar informações e
desenvolver conhecimentos básicos. De outro lado, o professor exerce papel de mediador
do processo ensino aprendizagem orientando o aluno em suas necessidades específicas
visando a garantir melhores resultados.
No entanto, há condições de contorno para que a aula invertida obtenha resultados
satisfatórios:
i. Mudança cultural de professores e alunos: esse modelo pressupõe maior
autonomia dos alunos e, consequentemente maior responsabilidade. Se os
alunos não cumprem as atividades prévias todo trabalho fica comprometido.
Da parte dos professores exige-se sair da zona de conforto das aulas
rigorosamente controladas para o ambiente das incertezas do que vem
adiante.
ii. Escolha de bons materiais como textos, vídeos e atividades para uma
aprendizagem preliminar: o planejamento inicial deve ser muito bem
executado, caso contrário pode comprometer todo o trabalho. Porém, na
prática, muitas vezes, professores enfrentam variados problemas, por
exemplo, para encontrar materiais que não incorrem em restrições de direitos
autorais ou materiais adequados ao nível de ensino que ele necessita, dentre
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Plataforma +IFMG
outros. Isto posto, professores são levados a criar seu próprio material, o que
os leva inexoravelmente a se tornarem blogueiros, editor de vídeos, designer
gráfico etc.
iii. Balizar bem a relação conteúdo programático x tempo: esse pode ser um dos
grandes desafios na adoção de metodologias ativas, principalmente quando o
assunto é Educação Básica. Por vezes, a adoção de técnicas como sala de
aula invertida demanda mais tempo para ser executada e pressões externas,
como a aprovação em exames de seleção para cursos de nível superior
demandam que um grande volume de conteúdos programáticos seja
cumprido pelo professor.
Finalizando, é importante destacar que a sala de aula invertida não deve ser vista
de forma reducionista, como apenas assistir a vídeos ou estudar os conteúdos
antecipadamente e depois realizar atividades presenciais. A aula invertida amplia os
horizontes de aprendizagem, nos quais os alunos podem desenvolver autonomia. Ela,
combinada com outras técnicas, permite flexibilização do ensino, por exemplo: realizar
ensino por investigação, aprendizagem por desafios, problemas reais e jogos com a aula
invertida permite que os alunos aprendam fazendo, juntos e a seu próprio ritmo (MORÁN,
2015).
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Semana 2 – Tecnologias computacionais Plataforma +IFMG
Objetivos
Nesta semana vamos aprender a usar os principais recursos
de 6 aplicativos que podem auxiliar no emprego de técnicas
de Metodologias Ativas em ensino híbrido, quer sejam:
Google Classroom, Edpuzzle, OBS Studio, Corel Video
Studio e Handbrake
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Plataforma +IFMG
2.2 Edpuzzle
EDPuzzle é uma plataforma online que permite ao professor importar vídeos, editá-
los e disponibilizá-los aos alunos. Ela é oferecida em duas versões: gratuitas e pagas. A
versão gratuita oferece limitações quanto à quantidade de vídeos que podem ser postados.
Ele possui integração total com o Classroom, permitindo importação de alunos e envio de
atividades e avaliações para o Google.
O Edpuzzle permite ao professor gravar áudio e embutir no vídeo, criar questões de
múltipla escolha com respostas comentadas, questões abertas com comentários, para fins
de avaliação, cortar parte do vídeo e muito mais.
Vamos ver nos vídeos abaixo as principais funcionalidades dessa ferramenta.
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
2.5 Handbrake
Muitas vezes depois de criarmos os vídeos eles ficam muito grandes e isso dificulta
publicar ou distribuir. Se um professor fizer uma aula com mais de 60 Mb, certamente terá
problemas para postar ou enviar a seus alunos por e-mail, WhatsApp, ou fazer upload em
algumas plataformas. Também poderá ocorrer de o aluno demorar muito tempo para fazer
o download dessa postagem devido ao tamanho do arquivo.
O HandBrake vai resolver esse problema com apenas alguns cliques. Ele é um
Software Livre de transcodificação e compactação de vídeo praticamente sem perda de
qualidade. Atualmente está entre os melhores programas destinados a esse fim.
O programa pode ser baixado neste link https://handbrake.es/ na versão em
espanhol, ou neste https://handbrake.fr/ na versão em inglês
Para aprender como usar a ferramenta, assista ao vídeo abaixo.
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Semana 3 – Vamos Praticar: Projeto ECTS – Aplicação prática em
Metodologias Ativas
Objetivos
Nesta semana apresentaremos o projeto Ética Ciência
Tecnologia e Sociedade. Um exemplo prático de ensino por
Metodologias Ativas em contextos de Ciência Tecnologia e
Sociedade (CTS)
Como foi dito anteriormente, o projeto ECTS foi executado em três etapas, a saber:
(i) Tema Gerador ou Problematização; (ii) Desenvolvimento de Estratégias; (iii) Síntese
Figura 1. Brainstorming.
Fonte: Elaboração do autor
3.4.3 Síntese
Caberá aos professores definir como será a avaliação dos trabalhos ainda na
primeira fase. Porém, é preciso ter em mente que projetos de ensino como o ECTS
pretendem contribuir com a formação do aluno para além daquela simplesmente
propedêutica e tradicional. Tais contribuições, alicerçadas por fundamentos de
Metodologias Ativas, podem ser classificadas em Materiais (objetivas, observáveis) e
Imateriais (subjetivas, incomensuráveis).
Dentre as Materiais, destacamos: (i) formação de aluno-pesquisador, capaz de
elaborar e executar projeto de pesquisa com rigor acadêmico; (ii) mobilização dos alunos
para trabalhar em equipe; (iii) escrita de artigos; (iv) melhoria na participação e no
interesse em sala de aula; (v) aprendizagem de conceitos científicos de forma
multidisciplinar.
Dentre as Imateriais, destacamos: (i) formação de aluno crítico; (ii) mudança de
postura citadina dos alunos; (iii) reflexões sobre questões éticas; (iv) engajamento na
execução do trabalho; (v) melhoria na relação entre professor e aluno.
Assim, finalizando, essas classificações podem auxiliar os professores a elaborar
adequadamente instrumentos de avaliação do projeto.
Esperamos que as reflexões que fizemos nessas três semanas possam contribuir
para ressignifica práticas didáticas e tornar o ensino mais ativo. Oportunamente, outros
cursos serão oferecidos complementando este pequeno ensaio sobre metodologias ativas.
Fique atento à plataforma +IFMG para saber mais.
DEWEY, John. A escola ativa: pelo surgimento de uma nova escola. Pedagogia ao Pé
da Letra, 2013. Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/john-dewey-e-a-escola-
ativa-pelo-surgimento-de-uma-nova-escola/>. Acesso em 26 de janeiro de 2021.
KING, Alison. From Sage on the Stage to Guide on the Side. College Teaching, 1993.
<disponível em https://faculty.washington.edu/kate1/ewExternalFiles/SageOnTheStage.pdf
> Acesso em 06/10/2020.
MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. ln: Convergências
midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens, 2015. Disponível em:<
http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/67/2016/06/Mudando-a-Educacao-com-
Metodologias-Ativas.pdf>. Acesso em 06/10/2020
PALACIOS et all. Ciencia, Tecnología y Sociedad: una aproximación conceptual.
Cadernos de Ibero-América: Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação,
a Ciência e a Cultura (OEI), 2001.
SAREWITZ, Daniel. Frontiers of Illusion. Science, tecnology and the politics of
progress. Philadelphia: Temple University Press, 1996.
SHULMAN, Lee. Conocimiento y Enseñanza: fundamentos de la nueva reforma.
Revista de currículum y formación del profesorado, 2005. Disponível em: <
http://www.ugr.es/local/recfpro/Rev92ART1.pdf>. Acesso em 17 jun. 2015.
TOCAFUNDO, Ronan Daré; NASCIMENTO, Silvania Sousa do; MORENO, Antônio
Verdejo. Mestrado Profissional em Ensino: uma inovação promissora? Dialogia. São
Paulo, n. 21, p. 33-50, jan./jun. 2015.
_______________ Mestrado Profissional em Ensino e o Máster en Formación del
Profesorado de Educación Secundaria y Bachillerato: aproximando saberes teóricos
e práticos na formação acadêmica de professores de Educação Básica. 2017. Tese
(Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Belo Horizonte.
Currículo dos autores
Mídia Digital
Mídia Digital Palestra com o Prof.
Palestra com o Prof.
José Moran Bloco 2.
José Moran Bloco 1.
Mídia Digital
Aula 5 - Editar vídeo, Mídia Digital
criar atividades Aula 6 - Integração
avaliativas e publicar com o Classroom
vídeo