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Formação Docente em Metodologias

Ativas: práticas de ensino e aprendizagem


criativas

Ronan Daré Tocafundo


Bárbara Regina Pinto e Oliveira
Aluizio Barbosa de Oliveira Neto

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
Ronan Daré Tocafundo
Bárbara Regina Pinto e Oliveira
Aluízio Barbosa de Oliveira N

Formação Docente em Metodologias Ativas: práticas de ensino e


aprendizagem criativas
1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Ronan Daré Tocafundo, Bárbara Regina
Pinto e Oliveira, Aluizio Barbosa de Oliveira

Arte gráfica Ângela Bacon

Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

T631f Tocafundo, Ronan Daré


Formação docente em metodologias ativas: práticas de ensino
e aprendizagem criativas [recurso eletrônico] / Ronan Daré
Tocafundo, Bárbara Regina Pinto e Oliveira, Aluízio Barbosa de
Oliveira Neto. – Belo Horizonte : Instituto Federal de Minas Gerais,
2021.
31 p. : il. color.

E-book, no formato PDF.


Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-078-8

1. Professores - Formação. 2. Ensino - Metodologia. 3.


Aprendizagem ativa. I. Oliveira, Bárbara Regina Pinto. II. Oliveira
Neto, Aluízio Barbosa de. III. Título.

Catalogação: César dos Santos Moreira - CRB-6/2229CDU 005.8

Índice para catálogo sistemático:


1. Formação de professores e educadores 371.13
Não preencher
2. Métodos e processos de ensino 371.3

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de
forma autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade
de acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code
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Palavras dos autores

O tema ensinar traz em si polissemia que resulta em várias áreas de


atuação docente e investigação. No que diz respeito ao ensino escolar, pode
ser preparar um indivíduo para, dentre outras metas: responder às
necessidades pessoais e aos anseios de uma sociedade em constante
transformação; superar desafios propostos pela reconstrução de novas
tendências: técnicas, tecnológicas e sociais, assim como dialogar com um
mundo novo e dinâmico, formar cidadãos críticos e conscientes do seu papel
na construção de um mundo melhor. Nesse âmbito surgem as Metodologias
Ativas (MA).
Esse é um conceito amplo, que engloba diferentes práticas de ensino,
porém com um núcleo comum: fazer do aluno participante ativo juntamente
com o professor, e não meramente expectador.
Neste curso, faremos uma introdução às Metodologias Ativas e
esperamos que seja um ponto de partida para mudanças na prática docente.

Bons estudos!
Os autores
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Metodologias Ativas: Bases Teóricas. Opções


SEMANA 1 Metodológicas. Aprendizagem por Investigação, Sala de
Aula Invertida, Peer instruction.

Ferramentas computacionais: Google Classroom,


SEMANA 2
Edpuzzle, Padlet, OBS Studio, Movavi Studio e Handbrake

Vamos praticar: Projeto ECTS - Exemplo prático de ensino


SEMANA 3 por Metodologias Ativas em contextos de Ciência
Tecnologia e Sociedade (CTS)

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 10 horas semanais.
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento


quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – Metodologias Ativas: Bases Teóricas ........................................ 15


1.1. Metodologias Ativas (MA): O que é afinal?......................................... 15
1.2. Vale a pena? ...................................................................................... 16
1.3. O que muda na vida do professor? .................................................... 16
1.4. O que muda na vida do aluno? .......................................................... 17
1.5. Opções Metodológicas. ...................................................................... 18
1.5.1. Aprendizagem por investigação ......................................................... 18
1.5.2. Sala de aula invertida ......................................................................... 19
Semana 2 – Tecnologias computacionais ..................................................... 21
2.1 Google Classroom ............................................................................. 21
2.2 Edpuzzle ............................................................................................ 22
2.3 OBS Studio ........................................................................................ 23
2.4 Movavi Studio..................................................................................... 23
2.5 Handbrake ......................................................................................... 24
Semana 3 – Vamos Praticar: Projeto ECTS – Aplicação prática em
Metodologias Ativas ...................................................................................... 25
3.1 O que é o projeto ECTS? ................................................................... 25
3.2 Refletindo sobre Tecnologia e Sociedade .......................................... 25
3.3 O Movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) ........................ 26
3.4 Etapas de execução do projeto ECTS ................................................ 27
3.4.1 Tema Gerador ou Problematização.................................................... 27
3.4.2 Definição de estratégias ..................................................................... 29
3.4.3 Síntese ............................................................................................... 30
3.4.4 Avaliação ........................................................................................... 31
Referências ................................................................................................... 33
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 36
Semana 1 – Metodologias Ativas: Bases Teóricas Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana, discutiremos pressupostos teóricos das
Metodologias Ativas. Vamos refletir sobre Mudanças de
paradigmas do ensino tradicional x ensino interacionista e
sobre o papel do professor no processo ensino ↔
aprendizagem em Metodologias Ativas.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1. Metodologias Ativas (MA): O que é afinal?

No ensino escolarizado ainda vigora a Metodologia Tradicional de Ensino, pela qual


o professor ensina (transmite conhecimento) e o aluno passivamente aprende (absorve
conhecimento). O grande problema dessa metodologia não está no risco da não
aprendizagem, pois, pelo que observamos, ela atende aos requisitos para alcançar aquilo
que é denominado racionalidade técnica de conteúdo, pela qual prioriza-se o ensino
meramente conteudista, estando o êxito de ensinar diretamente associado aos alunos
conseguirem reter (ou memorizar) boa parte dos conteúdos assinalados. O problema
desse modelo de ensino é o empobrecimento da formação dos alunos por oferecer poucas
possibilidades para eles desenvolverem certas competências. (TOCAFUNDO, 2017)
Ensinar deve ser entendido como algo a mais que compreensão de conceitos, fatos
históricos, fenômenos naturais, avanços tecnológicos, dentre outros. A compreensão dos
conceitos é o ponto de partida da ação de ensinar, que deve ser seguida de raciocínio,
reflexão e transformação Shulman (2005).
Assim, faz-se necessário repensar processos ensino ↔ aprendizagem que não se
limitam apenas à instrução direta. Neste novo cenário surgem propostas metodológicas
baseadas nas Metodologias Ativas (MA). Esse é um conceito amplo, que engloba
diferentes práticas de ensino, porém com um núcleo comum: fazer do aluno participante
ativo juntamente com o professor, e não meramente expectador.

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1.2. Vale a pena?

Não é de se esperar que todos os alunos de uma classe aprendam da mesma forma, no
mesmo ritmo, ao mesmo tempo, então, propomos repensar novas estratégias de ensino
por entender que um dos futuros desafios para os professores será superar visões
reducionistas de que ensinar é sinônimo de aumentar cognição. Assim, MA apontam para
a possibilidade de transformar aulas em experiências de aprendizagem mais ricas para
estudantes das gerações inseridas em cultura de Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs), cujas expectativas em relação ao ensino, aprendizagem, ao próprio
desenvolvimento e formação são diferentes do que expressavam gerações anteriores.

Mídia Digital: Para saber mais sobre Metodologias


Ativas, assista ao vídeo de Lilian Bacich (link).

Mídia Digital: Para saber mais Ensino Híbrido por


Lilian Bacich (link).

1.3. O que muda na vida do professor?

Metodologias Ativas se caracterizam pela inter-relação entre educação, cultura,


sociedade, política e escola, sendo desenvolvida por meio de métodos ativos e criativos,
centrados na atividade do aluno com a intenção de propiciar a aprendizagem. Todavia,
percorrer esse novo caminho traz inseguranças ao professor, que deixa sua zona de
conforto, deixa de personificar o conhecimento e passa a ser parceiro nas interações e
relações com o aluno. Nessa parceria, por vezes, o professor expõe suas inseguranças e
incertezas. Nessa nova ótica do trabalho docente, ensinar significa criar situações para
despertar a curiosidade do aluno e lhe permitir pensar o concreto, conscientizar-se da
realidade, questioná-la e construir conhecimentos para transformá-la, superando a ideia de
que o ensino é sinônimo de transferir know-how.

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Plataforma +IFMG

Espera-se que o professor seja capaz de usar mídias e tecnologias como linguagem
e meios didáticos. Com efeito, é premente a necessidade de recontextualizar métodos de
ensino e práticas docentes, do contrário, corre-se o risco de vestir o velho com roupa nova.
É dizer: a eficácia das MA está diretamente associada à processos que permitam aos
professores ressignificarem suas práticas de ensino; permitam tornar professores e alunos
parceiros em interações didáticas.

Mídia Digital: Para saber mais, assista a entrevista


com o Professor José Moran. (link)

Mídia Digital:
Assista também a seguinte palestra de José Moran:
- Palestra: Bloco 1. (link);
- Palestra: Bloco 2. (link)

1.4. O que muda na vida do aluno?

O novo paradigma de ensino proposto por MA está associado à mudança de


postura, pela qual gradativamente o professor assume a posição de mediador ou de
parceiro na construção de conhecimentos. Para muitos deles essa é uma região perigosa,
pois deixarão de ser o agente central do processo. Nessa proposta, é o aluno quem estará
no centro das relações com o professor, com os pares e, principalmente, com o objeto do
conhecimento. Nesse novo paradigma não vale a premissa professor ensina e aluno
aprende. Nele, professor e aluno aprendem e ensinam mutuamente.

Dica do Professor: Leia o artigo “As metodologias


ativas e a promoção da autonomia de estudantes”
(download)

A seguir vamos apresentar algumas opções metodológicas para utilização de


Metodologias Ativas.

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1.5. Opções Metodológicas.

1.5.1. Aprendizagem por investigação

Na aprendizagem por investigação o estudante desenvolve habilidades e adquire


conhecimentos tendo como ponto de partida um problema que pode ser de ordem prática,
teórica, fictício, real etc. Nesse modelo, encontramos dois formatos imbricados que se
intercalam: a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e a Aprendizagem Baseada
em Projeto (ABPro). A imbricação desses formatos é tamanha que a distinção entre eles é
tênue e, por esse motivo, muitos autores os consideram indistintos.
De forma suscinta, na ABP busca-se investigar soluções possíveis para o problema
proposto, por exemplo: impacto sócio ambiental da construção de uma barragem por uma
empresa mineradora. Já na ABPro, busca-se uma solução específica para o problema, por
exemplo construir um aquecedor solar. Cabe ressaltar que na prática não são formatos
distintos e bem delineados. Por exemplo, usa-se método de projetos visando a buscar
soluções possíveis para um problema que pode conter a construção de algo. Dessa forma,
utilizaremos a sigla ABP sem distinção entre esses dois formatos.
ABP tem seu primeiro registro histórico na década de 1960, em escolas de
medicina, no Canadá e na Holanda, nas universidades McMaster University e Maastricht
University, respectivamente. Porém, atualmente, ela pode ser utilizada em todas as áreas
de conhecimento e em todos os níveis de ensino, respeitando as particularidades de cada
etapa cognitiva do aluno.
Essa proposta de ensino fundamenta-se à luz de princípios da escola ativa de
Dewey, de método científico e de projetos de Kilpatrick, buscando a construção de ensino
integrado e integrador de conteúdos de forma multidisciplinar, pelos quais os alunos
aprendem a aprender. Em sentido lato, ABP propõe que o ensino não seja fragmentado
de forma disciplinar, mas sim organizado por temas, competências, habilidades, por
problemas diferentes e em níveis de complexidade crescentes.
Finalizando, e resumindo, na ABP, um tema de estudo pode gerar vários problemas
que os alunos deverão, investigar, compreender e equacionar com atividades que podem
ser individuais ou em grupo.

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Plataforma +IFMG

1.5.2. Sala de aula invertida

Relatos bibliográficos dão conta que as primeiras salas de aula invertida surgiram
em escolas do ensino médio americano. É comum nos Estados Unidos alunos atletas se
ausentarem das salas de aulas para participar de competições esportivas. Por esse
motivo, professores passaram a gravar os conteúdos e disponibilizá-los em ambientes
virtuais. Desta forma, os alunos poderiam acompanhar, a seu tempo, as aulas realizadas
em ambientes presenciais. Depois, esses alunos, quando regressavam, interagiam com
seus colegas, esclareciam dúvidas e reconstruíam conhecimentos. A partir dessa
experiência, tais professores americanos passaram a utilizar um novo método: primeiro, os
alunos estudavam, a seu tempo, os conteúdos previamente determinados, que poderiam
ser vídeos com aulas gravadas, leituras de textos dentre outros materiais. Em seguida, em
sala de aula, os alunos consolidavam conhecimentos em situações colaborativas que
poderiam ser, por exemplo, discussões, trabalhos e apresentações em grupos. Assim,
esse novo modelo caracterizou uma inversão de técnica de ensino. Pois, a sala de aula
deixa de ser um espaço meramente de transmissão de informações, no qual o professor
transmite e o estudante recebe, para ser um ambiente ativo de ensino.
Outro marco importante, frequentemente citado, para o surgimento desse modelo de
ensino, foi o artigo “From Sage on the Stage to Guide on the Side” publicado por Alison
King em 1993. Nesse artigo, a autora não fala claramente sobre aula invertida, mas
advoga a ideia de se utilizar o tempo de aula para construção de conhecimentos a partir de
informações que os estudantes teriam acesso previamente, e não meramente a
transmissão dessas informações.
A sala aula invertida, portanto, é um modelo híbrido, que otimiza o espaço escolar.
De um lado, o aluno de forma autônoma fica responsável por buscar informações e
desenvolver conhecimentos básicos. De outro lado, o professor exerce papel de mediador
do processo ensino aprendizagem orientando o aluno em suas necessidades específicas
visando a garantir melhores resultados.
No entanto, há condições de contorno para que a aula invertida obtenha resultados
satisfatórios:
i. Mudança cultural de professores e alunos: esse modelo pressupõe maior
autonomia dos alunos e, consequentemente maior responsabilidade. Se os
alunos não cumprem as atividades prévias todo trabalho fica comprometido.
Da parte dos professores exige-se sair da zona de conforto das aulas
rigorosamente controladas para o ambiente das incertezas do que vem
adiante.
ii. Escolha de bons materiais como textos, vídeos e atividades para uma
aprendizagem preliminar: o planejamento inicial deve ser muito bem
executado, caso contrário pode comprometer todo o trabalho. Porém, na
prática, muitas vezes, professores enfrentam variados problemas, por
exemplo, para encontrar materiais que não incorrem em restrições de direitos
autorais ou materiais adequados ao nível de ensino que ele necessita, dentre

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Plataforma +IFMG

outros. Isto posto, professores são levados a criar seu próprio material, o que
os leva inexoravelmente a se tornarem blogueiros, editor de vídeos, designer
gráfico etc.
iii. Balizar bem a relação conteúdo programático x tempo: esse pode ser um dos
grandes desafios na adoção de metodologias ativas, principalmente quando o
assunto é Educação Básica. Por vezes, a adoção de técnicas como sala de
aula invertida demanda mais tempo para ser executada e pressões externas,
como a aprovação em exames de seleção para cursos de nível superior
demandam que um grande volume de conteúdos programáticos seja
cumprido pelo professor.

Finalizando, é importante destacar que a sala de aula invertida não deve ser vista
de forma reducionista, como apenas assistir a vídeos ou estudar os conteúdos
antecipadamente e depois realizar atividades presenciais. A aula invertida amplia os
horizontes de aprendizagem, nos quais os alunos podem desenvolver autonomia. Ela,
combinada com outras técnicas, permite flexibilização do ensino, por exemplo: realizar
ensino por investigação, aprendizagem por desafios, problemas reais e jogos com a aula
invertida permite que os alunos aprendam fazendo, juntos e a seu próprio ritmo (MORÁN,
2015).

Atividade: Para concluir a primeira semana de


estudos, vá até a sala virtual e, no fórum de discussões,
“Atividade Semana 1”, deixe um comentário sobe
potencialidades das Metodologias Ativas no ensino
aprendizagem.

Chegamos ao final da primeira semana com essa breve reflexão sobre


Metodologias Ativas. A seguir veremos algumas ferramentas computacionais, com seus
recursos principais, que podem auxiliar na utilização das Metodologias Ativas.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – Tecnologias computacionais Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana vamos aprender a usar os principais recursos
de 6 aplicativos que podem auxiliar no emprego de técnicas
de Metodologias Ativas em ensino híbrido, quer sejam:
Google Classroom, Edpuzzle, OBS Studio, Corel Video
Studio e Handbrake

Os aplicativos que veremos nesta semana possuem versões gratuita e versões


pagas. Oportunamente, abordaremos as diferenças entre as versões, limitações etc. De
momento, a escolha desses aplicativos seguiu o seguinte critério: O Classroom é uma
sala de aula virtual com muitas opções para o professor, com ele o docente poderá criar
um verdadeiro Ambiente Virtual de Aprendizado totalmente integrado com diversas
ferramentas on-line. O Edpuzzle é uma ferramenta que permite ao professor gerenciar
vídeos aulas com total integração ao Classroom. O OBS Studio é um software livre que
permite gravação da aulas, transmissão em tempo real para canais como YouTube e muito
mais; com ele o professor poderá produzir vídeos aulas com muita facilidade. O Movavi
Studio é um software de edição que permite dar ao vídeo um toque profissional. Ele o
único programa proprietário da lista, mas seu custo é muito baixo, cerca de U$ 18,00 por
uma licença vitalícia. Já o Handbrake é um poderoso compactador de vídeo muito útil para
você preparar vídeo aula antes de fazer upload.
Sem mais delongas, vamos aprender a usar essas aplicações.

2.1 Google Classroom

O Google Classroom, também conhecido como Google Sala da Aula, é um recurso


da plataforma Google destinado a professores, alunos e escolas. Trata-se de um Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA) que permite diversas interações entre alunos e professores
para gerenciamento e organização de atividades escolares. Essa plataforma simula uma
sala de aula, pela qual o professor pode criar turmas virtuais, publicar e gerenciar
atividades, enviar e receber notificações públicas ou privadas aos alunos, criar
instrumentos avaliativos e muito mais.
A plataforma é gratuita e exige que o usuário tenha uma conta no Google. Ela pode
ser acessada diretamente pelo navegador Web no link https://classroom.google.com, ou
por aplicativo disponível para IOS e Androide.

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Plataforma +IFMG

Nos vídeos a seguir, gentilmente gravados e cedidos pela professora Bárbara


Regina Pinto e Oliveira do IFMG campus Sabará, coordenadora do curso de Formação
Inicial e Continuada em Tecnologias da Informação e Comunicação para Educadores,
vamos ensinar passo a passo os principais recursos do Google Classroom.
Para conhecer o Classroom assista aos vídeos abaixo, são quatro vídeos de curta
duração que abordam as principais características da plataforma:

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as


seguintes aulas:
- videoaula 1: “Classroom: Criando uma sala de aula”;
- videoaula 2: “Classroom: Publicando Materiais e
Avaliações;
- videoaula 3: “Classroom: Correção e Feedback de
atividades”;
- videoaula 4: “Classroom: Integração com aplicativos e
funções avançadas”.

2.2 Edpuzzle

EDPuzzle é uma plataforma online que permite ao professor importar vídeos, editá-
los e disponibilizá-los aos alunos. Ela é oferecida em duas versões: gratuitas e pagas. A
versão gratuita oferece limitações quanto à quantidade de vídeos que podem ser postados.
Ele possui integração total com o Classroom, permitindo importação de alunos e envio de
atividades e avaliações para o Google.
O Edpuzzle permite ao professor gravar áudio e embutir no vídeo, criar questões de
múltipla escolha com respostas comentadas, questões abertas com comentários, para fins
de avaliação, cortar parte do vídeo e muito mais.
Vamos ver nos vídeos abaixo as principais funcionalidades dessa ferramenta.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as


seguintes aulas:
- videoaula 5: “Edpuzzle: Editar vídeo, criar atividades
avaliativas e publicar vídeo”;
- videoaula 6: “Edpuzzle: Integração com o Classroom.

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Plataforma +IFMG

2.3 OBS Studio

O OBS Studio é um poderoso software livre para gravação e transmissão de vídeo.


Ele é muito mais que gratuito, ele é Software Livre. Professores que querem gravar aulas
com qualidade poderão fazê-lo facilmente usando este software. Dentre os vários recursos
que ele disponibiliza destacam-se: (i) possibilidade de transmissão em tempo real para
diversas plataformas como Facebook e YouTube, (ii) recursos de Chroma Key, (iii)
gravação da tela do computador ou de uma janela específica, (iv) gravação por WebCam e
muito mais. Ele pode ser baixado do site oficial https://obsproject.com/ e instalado em PC
ou MC. Roda em sistemas operacionais MacOs3, Linux e Windows.
Vamos ver nos vídeos abaixo as principais funcionalidades dessa ferramenta.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista as


seguintes aulas:
- videoaula 7: “OBS - Instalação do Aplicativo”;
- videoaula 8: “OBS - Configurando o Aplicativo”;
- videoaula 9: “Gravação de Vídeos”;
- videoaula 10: “Transmissão em tempo real”.

2.4 Movavi Studio

Movavi é um editor de vídeo simples de usar e com bastantes recursos. Ele é


especialmente útil quando combinado com OBS Studio.
Como vimos, no OBS, podemos gravar vídeos aulas de forma simples. Porém,
muitas vezes, necessitamos fazer tarefa de edição nesses vídeos, como: pequenos cortes,
efeitos de transição, inserção de imagem, legenda, arquivo de áudio, e muito mais. É
nessa hora que entra o Movavi. Ele pode ser baixado procurando no Google por Movavi.

Na aula abaixo mostraremos como usar os principais recursos do Movavi.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista a aula 11


“Usando o Movavi”.

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Plataforma +IFMG

2.5 Handbrake

Muitas vezes depois de criarmos os vídeos eles ficam muito grandes e isso dificulta
publicar ou distribuir. Se um professor fizer uma aula com mais de 60 Mb, certamente terá
problemas para postar ou enviar a seus alunos por e-mail, WhatsApp, ou fazer upload em
algumas plataformas. Também poderá ocorrer de o aluno demorar muito tempo para fazer
o download dessa postagem devido ao tamanho do arquivo.
O HandBrake vai resolver esse problema com apenas alguns cliques. Ele é um
Software Livre de transcodificação e compactação de vídeo praticamente sem perda de
qualidade. Atualmente está entre os melhores programas destinados a esse fim.
O programa pode ser baixado neste link https://handbrake.es/ na versão em
espanhol, ou neste https://handbrake.fr/ na versão em inglês
Para aprender como usar a ferramenta, assista ao vídeo abaixo.

Mídia digital: Vá até a sala virtual e assista a aula 12


“HandBrake: Compactando Arquivos”.

Atividade: Para concluir a segunda semana de


estudos, crie uma turma no Google Classroom, faça um
vídeo e poste como atividade na turma criada. Em
seguida envie o código da turma na sala virtual
“Atividade da segunda semana”

Chegamos ao final da segunda semana e vimos ferramentas que auxiliam o


professor a realizar práticas docentes em contextos de Metodologias Ativas. A seguir,
veremos o projeto ECTS, uma aplicação prática de ensino em Metodologias Ativas.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 3 – Vamos Praticar: Projeto ECTS – Aplicação prática em
Metodologias Ativas

Objetivos
Nesta semana apresentaremos o projeto Ética Ciência
Tecnologia e Sociedade. Um exemplo prático de ensino por
Metodologias Ativas em contextos de Ciência Tecnologia e
Sociedade (CTS)

3.1 O que é o projeto ECTS?

O projeto Ética, Ciência, Tecnologia e Sociedade (ECTS) é uma proposta de


aplicação prática em Metodologias Ativas, multidisciplinar, com abordagem em Ciência
Tecnologia e Sociedade (CTS) voltado para alunos da Educação Básica, que visa a
contribuir para a formação cidadã, científica e crítica desses aprendizes. Seu objetivo é
promover o diálogo crítico sobre a sociedade que vem sendo consolidada baseada em
inovações tecnológicas.
ECTS possibilita a formação inicial de alunos-pesquisadores, o que pode contribuir
para despertar a vocação científica, organização do raciocínio lógico e autonomia
intelectual. Trata-se de um projeto “guarda-chuva”, que abriga vários subprojetos
elaborados e executados por alunos. Esses subprojetos foram baseados em Ensino por
Investigação, sendo caracterizado por três fases: (i) Tema Gerador ou Problematização; (ii)
Desenvolvimento de Estratégias; (iii) Síntese; os quais apresentaremos mais adiante.
Antes, porém, a seguir, faremos breve reflexão sobre Sociedade e Tecnologia e
presentaremos o movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS).

3.2 Refletindo sobre Tecnologia e Sociedade

Paradoxalmente, a tecnologia que, ao olhar cândido, aproxima as pessoas, também


cria ambientes que as afasta. Se por um lado a Internet permite a essas pessoas se
reencontrarem, se aproximarem e se comunicarem praticamente em tempo real, em
qualquer lugar do mundo, essa mesma Internet pode afastá-las do convívio social. Nesse
contexto, por exemplo, rodas de amigos depois do trabalho ou convívio familiar estão
assumindo um lócus cada vez mais virtual. É comum ver roda de pessoas, cada uma com
seu smartfone, interagindo entre elas pelo dedilhar no aparelho. Ou, ver um número
crescente de pessoas a sós, diante do computador, sentindo-se aconchegadas por um
bate papo virtual. No lar, observa-se também os membros da casa com seu computador ou
smartphone e ficando horas diante dele e desperdiçando um bom tempo de salutar
convivência em família.

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Pró-Reitoria de Extensão 25
A televisão, cada vez mais diversificada (hoje contamos com centenas de canais
diferentes com as mais variadas programações) exerce um forte papel na formação de
opinião contribuindo como instrumento que permite massificação e alienação, pois além de
projetar em nossa tela mental aquilo que querem que saibamos e como querem que nos
comportemos, a televisão deixa as pessoas cada vez mais isoladas diante de uma telinha
globalizada.
Visto desta forma, podemos criar uma aversão à tecnologia, porém, cabe ressaltar
que a tecnologia em si só não é boa ou ruim, o uso da tecnologia pelo homem é que define
os seus rumos. Exemplificando: o processo de fissão nuclear pode ser usado para
obtenção de energia e para fins pacíficos, mas, também permite a construção da bomba
atômica para destruição em massa; o metal forjado dá origem a inúmeros artefatos que
trazem maior comodidade, mas também é usado na construção de armas; tecnologias
organizacionais podem melhorar processos produtivos, gerar empregos, melhorar a
qualidade de vida, mas pode esconder perversidades que escravizam uns em prol de
outros. Preocupados em investigar essas dicotomias, eis que surgem movimentos como o
Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), que passaremos a apresentar em seguida.

3.3 O Movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS)

O termo Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) é empregado para delimitar o


campo de estudos sobre os aspectos sociais da ciência e da tecnologia, no que concerne
fatores sociais que impulsionam o desenvolvimento científico e tecnológico, bem como as
implicações e consequências desse desenvolvimento na sociedade. (PALACIOS, 2001)
O movimento CTS Surgiu na década de 1960 e fundamenta-se em estudos
advindos da Sociologia, da Filosofia da Ciência e da Tecnologia e da Psicologia. Nessa
década, houve uma expansão dos movimentos sociais que questionaram alguns
pressupostos do desenvolvimento tecno científico, principalmente a partir da sucessão de
problemas sociais, advindo da revolução científica. A necessidade de refletir sobre
impactos da ciência e da tecnologia na sociedade, desencadeou e até institucionalizou
movimentos que questionavam a evolução tecnológica. Fomentar a discussão e a
compreensão pública a respeito das controvérsias sócio científicas é um dos objetivos do
movimento CTS.
Numa concepção positivista (Palacios, 2001), a interação entre Ciência, Tecnologia
e Sociedade pode ser descrita pela equação simples: + 𝐶𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒 + 𝑇𝑒𝑐𝑛𝑜𝑙𝑖𝑔𝑖𝑎 =
+𝑟𝑖𝑞𝑢𝑒𝑠𝑎 𝑒 + 𝑏𝑒𝑚 𝑒𝑠𝑡𝑎𝑟 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙, chamada de “modelo linear de desenvolvimento”. No
entanto, Sarewitz (1996) publica o que considerou mitos do modelo linear, a saber:

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1. Mito do benefício infinito: mais ciências e mais tecnologia conduzirão
inexoravelmente à mais benefícios sociais.
2. O Mito do benefício sobre investigação científica: que qualquer linha de
pesquisa cientificamente razoável sobre os processos naturais é capaz de
gerar benefício social.
3. Mito da responsabilidade: Entre pares, a possibilidade de reproduzir os
resultados das pesquisas e os diversos controles de qualidade da
investigação são suficientes para garantir as responsabilidades morais e
intelectuais sobre os desenvolvimentos em ciência e tecnologia.
4. Mito da autoridade científica: a ciência proporciona uma base objetiva para
resolver problemas políticos.
5. O mito da fronteira sem fim: que o conhecimento gerado nas fronteiras da
ciência é independente de suas consequências morais e práticas na
sociedade.

Assim, os mitos publicados por Sarewitz (1996) e a crescente necessidade de se


ater as controvérsias socio científicas, contribuíram para, a partir dos anos 1970, o
movimento CTS vir ganhando força e adeptos, tendo seus estudos penetrado no contexto
escolar sobretudo na Educação Básica.
Feita esta pequena introdução teórica sobre o movimento CTS, passaremos, a
seguir, a apresentar as etapas do projeto ECTS.

3.4 Etapas de execução do projeto ECTS

Como foi dito anteriormente, o projeto ECTS foi executado em três etapas, a saber:
(i) Tema Gerador ou Problematização; (ii) Desenvolvimento de Estratégias; (iii) Síntese

3.4.1 Tema Gerador ou Problematização

Para explicar as etapas de execução do projeto, vamos considerar uma turma de


Ensino Médio com 32 alunos envolvendo as disciplinas de Física, Biologia, Química,
Sociologia, Português e Matemática. (Certamente o projeto pode ser adaptado para outras
situações envolvendo outras disciplinas, nível escolar, número de alunos etc.). Em
seguida, a turma foi dividida em 8 grupos de quatro alunos,
Nessa etapa, inicialmente, os professores deverão propor um tema potencialmente
controverso (tema gerador), base para estudos CTS, para ser o alicerce do projeto, e
apresentar aos alunos. Esse tema será uma espécie de eixo transversal que perpassará a
todas as disciplinas envolvidas. No nosso caso, o tema será: “Em prol do desenvolvimento
Científico, Tecnológico e Econômico, tudo pode”?

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Nas aulas das diversas disciplinas, foram realizadas provocações com os alunos,
que resultaram em brainstorming, conforme a Figura 1. Outra opção é fazer uma aula
inaugural com todos os professores participantes do projeto para “provocar” os alunos a
pensar nas problematizações advindas do tema gerador.

Figura 1. Brainstorming.
Fonte: Elaboração do autor

Na primeira fase (tema gerador), a partir do brainstorming, cada grupo deverá


propor um subtema a ser investigado. Exemplos: (i) “Ciência, Religião e Clonagem – Quais
são os impactos éticos na clonagem de alimentos e outras formas de vida?”. (ii) “O Google
Brother e outras ferramentas de redes sociais – nossa privacidade está ameaçada?” (iii)
“Comportamento ético de Digital Influencer nas redes sociais”. Neste momento é
importante ressaltar que esses exemplos de subtemas que eu coloquei nesta apostila
servem apenas para que você professor tenha uma ideia clara do que seria um subtema. É
muito importante que estes subtemas emerjam dos debates entre professores e alunos; e,
principalmente, que sejam propostos pelos alunos. Para o sucesso da Metodologia Ativa, o
professor deve evitar entregar tudo pronto ou forçar os alunos a pesquisar algum subtema
específico. Faça provocações durante os debates, mas, deixe a imaginação dos seus
alunos fluir.

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3.4.2 Definição de estratégias

Na segunda fase (definição de estratégias), escolhido o subtema, cada grupo


deverá elaborar (e posteriormente executar) um projeto de ensino por investigação para
buscar respostas ao problema de pesquisa advindo do subtema que ele escolheu.
Por exemplo: suponha que um grupo tenha escolhido o subtema “O Google Brother
e outras ferramentas de redes sociais – nossa privacidade está ameaçada?”. A partir
desse subtema o grupo deverá elaborar um projeto de pesquisa para investigar o problema
proposto, quer seja: verificar se (ou de que forma) a privacidade das pessoas estaria
ameaçada pelo uso de aparelhos com ferramentas Google instaladas, ou por redes
sociais.
Como em qualquer pesquisa, sugiro que os subprojetos comtemplem pelo menos os
quesitos a seguir: (i) problematização e questão básica de pesquisa; (ii) marco teórico (iii)
objetivos; (iv) procedimentos metodológicos; (v) resultados e análises e; (vi) conclusões.
Na elaboração e execução dos subprojetos, dependendo da estratégia
metodológica escolhida por cada grupo, os alunos deverão aprender a utilizar variados
instrumentos de coleta e tratamento de dados, como: entrevistas, grupo focal,
questionários, transcrição etc.
Deverão ser destinadas aulas para ensinar como elaborar projetos e realizar
leituras, no caso do ECTS, as leituras versaram sobre Ética, abordagem CTS e outros
temas circunscritos aos subtemas propostos pelos alunos. As leituras têm como objetivo
construir fundamentação teórica para capacitar os alunos a desenvolverem os subprojetos.
Certamente que tais leituras deverão ser adequadas aos temas geradores. Por esse
motivo, a primeira fase deverá ser bem pensada e estruturada pelos professores.
Essas aulas são muito importantes para que os objetivos educacionais de fazer do
aluno participante ativo sejam alcançados. Assim, pelo menos um professor deverá ter
familiaridade com projetos de pesquisa para orientar adequadamente os alunos quanto à
elaboração e execução dos subprojetos.
É nessa fase (definição de estratégias) que, sempre que possível, os professores
deverão tentar adaptar seus conteúdos programáticos aos temas dos subprojetos. Esta
não é uma fase fácil, pois, muitas vezes tal adaptação ao subtema requer de o professor
fazer recortes e/ou reestruturar seu planejamento.
Na Figura 2, apresento um exemplo de adaptação do conteúdo de diversas
disciplinas ao tema gerador. Em verde estão os conteúdos programáticos das disciplinas e
em azul os subtemas elencados pelos alunos.

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Figura 2. Adaptação do conteúdo.
Fonte: Elaboração do autor.

3.4.3 Síntese

Na terceira fase (síntese), os alunos vão apresentar os resultados das pesquisas


que eles realizaram. A exemplo, os alunos podem: (i) escrever artigos com normas
científicas, (ii) organizar seminário para apresentar resultados das pesquisas, (iii) produzir
um blog ou site para comunicação pública científica, (iv) produzir um documentário e
divulgar em redes sociais etc. Vale a criatividade.
Essa fase pode ser utilizada para fins de avaliação dos trabalhos. Certamente,
nessa nova perspectiva, vale repensar as formas de avaliação e se afastar de formatos
meramente conteudistas e somativos de avaliar.

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3.4.4 Avaliação

Caberá aos professores definir como será a avaliação dos trabalhos ainda na
primeira fase. Porém, é preciso ter em mente que projetos de ensino como o ECTS
pretendem contribuir com a formação do aluno para além daquela simplesmente
propedêutica e tradicional. Tais contribuições, alicerçadas por fundamentos de
Metodologias Ativas, podem ser classificadas em Materiais (objetivas, observáveis) e
Imateriais (subjetivas, incomensuráveis).
Dentre as Materiais, destacamos: (i) formação de aluno-pesquisador, capaz de
elaborar e executar projeto de pesquisa com rigor acadêmico; (ii) mobilização dos alunos
para trabalhar em equipe; (iii) escrita de artigos; (iv) melhoria na participação e no
interesse em sala de aula; (v) aprendizagem de conceitos científicos de forma
multidisciplinar.
Dentre as Imateriais, destacamos: (i) formação de aluno crítico; (ii) mudança de
postura citadina dos alunos; (iii) reflexões sobre questões éticas; (iv) engajamento na
execução do trabalho; (v) melhoria na relação entre professor e aluno.
Assim, finalizando, essas classificações podem auxiliar os professores a elaborar
adequadamente instrumentos de avaliação do projeto.

Atividade: Chegamos ao final do curso. Para concluí-lo


e gerar seu certificado, vá até a sala virtual e responda
ao Questionário “Avaliação Global”.
Esta avaliação é constituída de questões sobre todos
os temas abordados no curso. A nota mínima para
aprovação é 60%.

Esperamos que as reflexões que fizemos nessas três semanas possam contribuir
para ressignifica práticas didáticas e tornar o ensino mais ativo. Oportunamente, outros
cursos serão oferecidos complementando este pequeno ensaio sobre metodologias ativas.
Fique atento à plataforma +IFMG para saber mais.

Foi um prazer tê-lo conosco!

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Referências

DEWEY, John. A escola ativa: pelo surgimento de uma nova escola. Pedagogia ao Pé
da Letra, 2013. Disponível em: <https://pedagogiaaopedaletra.com/john-dewey-e-a-escola-
ativa-pelo-surgimento-de-uma-nova-escola/>. Acesso em 26 de janeiro de 2021.
KING, Alison. From Sage on the Stage to Guide on the Side. College Teaching, 1993.
<disponível em https://faculty.washington.edu/kate1/ewExternalFiles/SageOnTheStage.pdf
> Acesso em 06/10/2020.
MORAN, José. Mudando a educação com metodologias ativas. ln: Convergências
midiáticas, educação e cidadania: aproximações jovens, 2015. Disponível em:<
http://rh.unis.edu.br/wp-content/uploads/sites/67/2016/06/Mudando-a-Educacao-com-
Metodologias-Ativas.pdf>. Acesso em 06/10/2020
PALACIOS et all. Ciencia, Tecnología y Sociedad: una aproximación conceptual.
Cadernos de Ibero-América: Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação,
a Ciência e a Cultura (OEI), 2001.
SAREWITZ, Daniel. Frontiers of Illusion. Science, tecnology and the politics of
progress. Philadelphia: Temple University Press, 1996.
SHULMAN, Lee. Conocimiento y Enseñanza: fundamentos de la nueva reforma.
Revista de currículum y formación del profesorado, 2005. Disponível em: <
http://www.ugr.es/local/recfpro/Rev92ART1.pdf>. Acesso em 17 jun. 2015.
TOCAFUNDO, Ronan Daré; NASCIMENTO, Silvania Sousa do; MORENO, Antônio
Verdejo. Mestrado Profissional em Ensino: uma inovação promissora? Dialogia. São
Paulo, n. 21, p. 33-50, jan./jun. 2015.
_______________ Mestrado Profissional em Ensino e o Máster en Formación del
Profesorado de Educación Secundaria y Bachillerato: aproximando saberes teóricos
e práticos na formação acadêmica de professores de Educação Básica. 2017. Tese
(Doutorado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), Belo Horizonte.
Currículo dos autores

Ronan Daré Tocafundo é Doutor em Educação pela Faculdade de


Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE-UFMG).
Doutorado Sanduíche realizado na Universidade de Granada (UGR),
Espanha, com apoio da Capes pelo programa (PDSE/Capes). Atualmente
é professor de Física no IFMG campus Sabará e professor orientador no
Programa de Pós-graduação Strictu-Sensu em Educação Profissional e
Tecnológica (PROFEPT). Áreas de interesse: Formação Docente e
Ensino/Aprendizagem.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9214890648714773

Bárbara Regina Pinto e Oliveira é Doutora, Mestre e Bacharel em Engenharia


de Produção (UFMG). Compõe desde 2015 o corpo docente do IFMG Campus
Sabará, atuando como docente na linha de Produção e Logística. Tem interesse
e experiência na área de Pesquisa Operacional, com ênfase em aplicações da
otimização e simulação em redes de saúde. E em Tecnologias da Informação e
Comunicação, com ênfase em aplicações das TICs nas áreas de gestão e
educação.

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/8477722907043174

Aluizio Barbosa de Oliveira Neto é Engenheiro de Computação e Doutor pela


UFMG, Mestre em Computação Musical pela Universitat Pompeu Fabra
(Barcelona). Atuou no desenvolvimento de sistemas para automação industrial,
instalações artísticas interativas e como docente em cursos de Música e
Computação. É músico, professor substituto na área de Tecnologias da
Informação e Comunicação no IFMG Campus Sabará, ativista do Movimento de
Software Livre, entusiasta da Iniciativa Educação Aberta e Recursos
Educacionais Abertos
. e Recursos Educacionais Abertos.
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/3881927537576458

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Ronan Daré Tocafundo


Bárbara Regina Pinto e Oliveira 20/08/2021 Viviane Lima Martins 20/09/2021 1.0
Aluizio Barbosa de Oliveira Neto
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Apresentação do
Lilian Bacich
curso

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Entrevista com Prof.
Ensino Híbrido
José Moran

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Mídia Digital Palestra com o Prof.
Palestra com o Prof.
José Moran Bloco 2.
José Moran Bloco 1.

Mídia Digital Mídia Digital


Aula 1 - Criando uma Aula 2 -
sala de aula Publicando Materiais
e Avaliações

Mídia Digital Mídia Digital


Aula 3 - Correção e Aula 4 - Integração
Feedback de com aplicativos e
atividades funções avançadas

Mídia Digital
Aula 5 - Editar vídeo, Mídia Digital
criar atividades Aula 6 - Integração
avaliativas e publicar com o Classroom
vídeo

Mídia Digital Mídia Digital


Aula 7 - OBS Aula 8 - OBS
Instalação do Configurando o
Aplicativo Aplicativo
Mídia Digital Mídia Digital
Aula 10 -
Aula 9 - Gravação de
Transmissão em
Vídeos
tempo real

Mídia Digital Mídia Digital


Aula 12 -HandBrake
Aula 11 - Usando o
Compactando
Movavi
Arquivos
Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG
cumprir seu papel na oferta de uma educação pública, de
qualidade e cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex
adquiriu estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de
iluminação e isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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