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Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Campus Avançado Arcos
Viviane Lima Martins
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2022
© 2022 by Instituto Federal de Minas Gerais
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2022
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Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Bons estudos!
Viviane L. Martins
Bons estudos!
Nome do autor.
Apresentação do curso
Este curso está dividido em quatro semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivos
Refletir sobre a importância das mudanças no modo de
aprender-ensinar no século XXI e o papel das Metodologias
Ativas de aprendizagem neste contexto.
Figura 1: Aula de costura para meninas na Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo, 1895.
Fonte: https://ensinarhistoria.com.br/s21/wp-content/uploads/2021/10/Aula-de-costura.jpg. Acesso em: 31 out
2021.
Tal postura vigorou até boa parte do século XX, haja vista que embora o chamado
Movimento Escolanovista, que emergiu na década de 1930 no Brasil, tendo como crítica ao
método de ensino que vigorava neste início de século XX, a escola até os anos 1960
permanecia moldada ao “tradicional”, uma escola não inclusiva e que, infelizmente, não era
para todos, como propunha o movimento. Porém, é notável que no século XX a escola, em
especial a escola pública, ganha força de expansão, e, aos poucos, foi possível ver a
universalização do ensino, substituindo, por exemplos, métodos engessados apenas em
conteúdos por modelos muito mais didáticos.
Visando romper com a passividade deste processo unilateral (professor ensina e
aluno aprende), Paulo Freire já despertava a reflexão sobre o quão oprimidos os estudantes
estavam neste contexto. Valores como autonomia e colaboração não faziam parte do modelo
educacional pautado no tradicional. Tais valores passaram a ser incorporados através de
algumas práticas, ainda tímidas, mas que já procuravam estabelecer o trabalho em equipe,
a ludicidade no modo de ensinar, além de trazerem meios midiáticos, como rádio e televisão,
para a sala de aula, como complemento aos conteúdos ensinados. Apesar de serem
consideradas como “nova forma de ensinar”, tais práticas, embora agregadas em sala de
aula, não implicavam em mudanças tão significativas e inovadoras sob o prisma da
transmissão de conteúdo, ou seja, apesar de incrementar a aula com artefatos ou jogos, o
modelo tradicional do “professor detentor do saber” ensinado “alunos que reproduzem este
saber” foi mantido quase que em geral, principalmente em escolas públicas.
Conforme Hinckel (2015), autores como Edgar Morin, Paulo Freire, Norbert Elias e
Manuel Castells já anunciavam, em suas teorias, que esta mudança não tardaria, haja vista
que a sociedade já estava em constante modificação. Num ritmo intenso, as tecnologias
ganhavam espaço, estavam em todos os lugares na sociedade, impulsionando os indivíduos
ao convívio, queira ele ou não. Como um microcosmo da sociedade, a escola não foi deixada
de fora destas mudanças.
Durante muito tempo o modelo educacional era doutrinador e tinha como eixo o
repasse dos valores éticos e morais da sociedade com vista à manutenção do status
quo2. Toda esta historicidade e ideologias impostas ao modelo educacional ainda
têm resquícios no presente, por meio de modelos disciplinares e em grande parte
descontextualizados do mundo real. O momento vivido na atualidade está marcado
pela busca constante da inovação, da sustentabilidade, do uso de tecnologias
(digitais ou não), da convergência digital, das comunidades em rede, diversidade, e
das múltiplas plataformas de conexão social (que nos deixam mais próximos de
pessoas e culturas geograficamente mais distantes).Todo este movimento que torna
os sujeitos cada vez mais informados e globalizados acaba por condicionar novos
padrões de ser, conviver, agir e, principalmente, aprender nesta “nova” sociedade.
(HINCKEL, 2015, p.66)
E enfim, esta geração de nascidos na era digital, que conheceram as letras através
de teclados, físicos ou digitais, de computadores e smarthphones, que hoje controla sua
comunicação e interação, não apenas com a voz, mas com a ponta dos dedos, ocupa os
espaços escolares no sáculo XXI, motivada pela aguçada curiosidade e o desejo de
pertencimento de uma geração que pautada pelo consumo, pela imagem e pelas mídias
sociais.
Os autores John Plafrey e Urs Gasser (2011), no livro Nascidos na Era Digital, nos
apresentam a forma como estes nativos digitais se relacionam tanto com a informação como
com os sujeitos em seu entorno. De maneira interessante, a produção envolveu a análise de
jovens de diferentes lugares do mundo, de diferentes classes sociais e culturas, e teve como
uma das constatações mais interessantes o fato de que existe um espaço muito grande entre
aqueles que têm acesso à tecnologia e os que não têm esse acesso, o que os autores
classificam como “abismo da participação”. Entretanto, precisamos entender que,
independente do acesso à tecnologia, a sociedade requer letramento digital, pois a
tecnologia está em tudo.
Outro aspecto, no que tange essa geração do século XXI, é que a educação precisa
fazer uma ponte com as raízes dos educandos e suas inspirações e valores, ou seja, se
fazer significativa ao contexto e realidade do aluno. Neste sentido, as metodologias ativas
têm muito a contribuir com a formação integral destes cidadãos, devido a sua capacidade
de integrar e despertar habilidades.
Hoje, vivemos alguns dilemas na educação, e dentre eles podemos destacar que:
Vivemos em uma era de incertezas diante das complexidades (vide o que a
pandemia nos mostrou);
Esta insegurança provocada pelas incertezas vai de encontro aos anseios da
própria escola, enquanto instituição desenhada para ser um instrumento de controle.
A escola como organização foi projetada para o controle. Podemos observar através
dos termos utilizados nela: grade curricular, disciplinas, além de termos horários controlados,
controle de pessoas, de entregas de notas, de boletim, etc. Todas estas ferramentas foram
pensadas para o controle. E se atentarmos para o fato de hoje vivemos uma era de
incertezas, o conflito se estabelece. Estudiosos e pensadores da educação, mundo à fora,
nos reportam para este cenário de modernidade e complexidade, e procuram fomentar,
através de métodos, teorias e discussões, nossa reflexão acerca dessa problemática, de
que a escola precisa mudar para dar conta da demanda do século XXI.
Neste cenário a educação ativa promove a expansão da cultura digital em todos os
âmbitos da vida estudantes, dos educadores e suas interações sociais. Isso demanda uma
multiplicidade de letramentos, tanto para difusão de conhecimento quanto para formação
integral do aluno.
O educador não pode ser mais encarado como o centro do processo educativo, pois
o estudante chega com um repertório subjetivo dele e desta interação é construído o
conhecimento. Para isso, é preciso ter uma perspectiva de diversidade de procedimentos
metodológicos, que é uma característica da educação ativa, criando uma práxis em que são
adotadas as metodologias ativas para ligar a teoria à prática, ou seja, ligar tudo o que se
aprendeu e construir possibilidades de novas visões acerca de um mesmo assunto, agora
de maneira mais contextualizada à realidade daquele aluno.
Resumindo, temos que a partir dos dados básicos, ou seja, de tudo o que é produzido,
sem exceção, através de um processo de síntese e organização, a informação sistematizada
é gerada. Decorrente disso, parte dessa informação se agrega ao processo de
desenvolvimento educacional e de habilidades, permitindo que o conhecimento geral seja
transferido de geração a geração. Uma outra parte específica do conhecimento geral,
baseada no método científico, é reconhecida como ciência moderna, a qual, por sua vez,
estabelece vínculos diretos com a tecnologia e a inovação.
Esta nova concepção traz uma profunda renovação pedagógica que requer o
conhecimento e o domínio de novas propostas metodológicas, aqui chamadas de
metodologias ativas, as quais se baseiam em processos de troca (de conhecimento,
experiência, lições de vida, sentimentos, etc.) para a resolução colaborativa de problemas e
a construção de conhecimento, de maneira tanto individual quanto coletivamente.
A principal tarefa das metodologias ativas de aprendizagem é fazer com que o aluno
atinja os objetivos propostos nos conteúdos curriculares, através da aquisição de uma série
de competências ou habilidades e valores, como trabalho em equipe, capacidade de
comunicação e para reflexão, etc. E, para atingir este objetivo, o professor deve buscar,
organizar e propor atividades visando facilitar a aprendizagem significativa para os alunos,
de maneira a mediar o processo. Essa “nova função” descentraliza o ato de ensinar.
Essa mudança de foco nas práticas de ensino pode nos permitir fornecer à sociedade
futuros profissionais criativos e reflexivos, que possuam uma base sólida de conhecimentos
técnicos e tecnológicos, que sejam capazes de aprender ao longo da vida e que tenham as
competências de comunicação necessárias no mundo de hoje.
Construção
dos
Métodos
Metodologia Metodologia
Tradicional Ativa
Aulas
Aula Invertida /
Expositivas ABP/PBL Design Thinking
Gamificação
Magistrais
O uso de metodologias ativas no ensino, portanto, não será útil apenas para o aluno
no espaço fechado da sala de aula, mas, como já dissemos, irá beneficiá-lo fora da sala de
aula, uma vez que essas metodologias são orientadas para mudar aptidões e atitudes.
Desta forma, é preciso que o docente entenda que o aluno deve participar, em maior
ou menor grau, nos seguintes aspectos da educação ativa:
Diante de tudo exposto, podemos concluir que a prática de metodologias tem muito a
contribuir na formação de sujeitos mais autônomos, críticos, reflexivos e responsáveis, além
de contribuir para despertar valores associados ao espírito de cidadania, à empatia, ao
compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar do meio e ao desenvolvimento científico
e tecnológico.
De acordo com Aranha (2009), o conhecimento em si não pode ser criado, ou seja, o
papel do aluno na educação é descobrir, ao invés de criar verdade e conhecimento. No
método socrático, também conhecido como maiêutico, o papel do professor é semelhante a
uma parteira: ajudar os alunos a “dar à luz ao conhecimento e a verdade”, aquilo que eles
que eles descobrem, através dos processos de debater e questionar aquilo que sabem ou
que não sabem. Nesta abordagem de ensino, o professor passa mais tempo observando e
Bem mais adiante, defensores das filosofias educacionais que surgiram no início do
século XX, como o Progressismo e o Reconstrucionismo, apontaram a importância de uma
abordagem centrada no aluno, em que eles estão envolvidos em encontrar respostas e
soluções para problemas e desafios da vida real. O Pragmatismo, de onde o Progressismo
e o Reconstrucionismo foram derivados, foi implementado pelas ideias de John Dewey na
primeira metade do século XX, o qual sugeria que o conhecimento pode ser alcançado
desafiando as mentes dos alunos, a fim de resolver problemas da vida real. Esta abordagem
implicava um papel maior dos alunos no processo educacional: alunos foram responsáveis
por descobrir e criar conhecimento.
Outro aspecto importante é que um modelo de Sala de Aula Invertida pode ser
adaptado facilmente a várias disciplinas, especialmente naquelas que a expressão oral
expositiva é mais utilizada, ou seja, disciplinas ou conteúdos que fomentem o debate e a
reflexão. Por exemplo, implementar a Sala de Aula Invertida na formulação de alimento rico
em proteínas, em um curso Técnico de Nutrição, permitiria que alunos e professores
Quando o propósito da Sala de Aula Invertida é dar liberdade aos alunos de interagir
com o conteúdo de acordo com seu próprio estilo de aprendizagem, o método se prova um
sucesso. Devido às diferenças estruturais, no modelo de Sala de Aula Invertida, os alunos
se tornam mais cientes de seu próprio processo na aprendizagem do que seria usando
métodos tradicionais, pois têm mais espaço para refletir sobre sua aprendizagem, através
das atividades, a fim de fazer as conexões necessárias para o conteúdo estudado. Desta
forma, o professor deve planejar a aula visando esta reflexão, e jamais deixando de dar
feedback ao aluno, pois isso é crucial na avaliação da aprendizagem feita pelo estudante.
Sobre as limitações do uso da Sala de Aula Invertida, já mencionamos que ela pode
não ser aplicável a todos assuntos. Por exemplo, Curiosamente, a Sala de Aula Invertida
também não é muito bem aceita por alunos que preferem trabalhar sozinhos, aspecto muito
comum entre os alunos no ensino superior, por exemplo, em áreas como tecnologia e análise
de dados, etc., mesmo com todas as evidências de que a os métodos cooperativos podem
promover mais inovação que o método tradicional. Porém, é preciso respeitar as
individualidades e ouvir os alunos antes de implementar qualquer nova metodologia em aula.
Outro desafio é que as Aulas Invertidas, bem como a aprendizagem ativa, exigem
que os alunos assumam mais responsabilidades para sua experiência de aprendizagem
individual. Cobrar essa responsabilidade de adultos é normal, porém quando falamos de
crianças e adolescentes, da educação básica, a coisa é mais complicada. O professor pode
até fazer tudo certo: encaminhar materiais, pedir que leiam, que pesquisem sobre algum
tema, porém a certeza de que todos assumirão a responsabilidade de fazer não está em
suas mãos. E quando os alunos chegam despreparados, o método Sala de Aula Invertida
não tem sucesso algum, pois não há colaboração, debate, questionamentos suficientes.
Para que isso não ocorra, professores precisam promover a motivação necessária
para contar com o empenho deles. Outra possibilidade, é fazer alguma abordagem que
permita checar se o aluno leu texto ou assistiu aos vídeos previamente. Por exemplo, os
idealizadores deste método, Jonathan Bergmann e Aaron Sams, ambos da área de química,
disponibilizaram seu material de aula online, e, segundo Bergmann, ele alertou que iria
verificas as anotações dos alunos, sobre o assunto, durante a aula, exigindo que cada aluno
viesse para a aula com uma pergunta. Desta forma seria possível verificar se o material foi
assistido.
Importante ressaltar que, sobre essa estratégia, Bergmann afirmou ter levado um
tempo para os alunos se acostumassem com o novo sistema de aprendizagem. Ele
observou seus benefícios no momento que que os alunos passaram a fazer perguntas
melhores, demonstrando pensar mais profundamente sobre o conteúdo, à medida que o ano
avançava.
E não poderíamos concluir os desafios sem deixar de falar que, ao discutir o uso da
Sala de Aula Invertida como metodologia, é importante reconhecer as limitações de recursos
de muitas escolas públicas e seu público. O sucesso deste modelo depende da
disponibilidade de computadores e acesso à Internet, principalmente, fora da sala de aula e,
infelizmente, há muito a se fazer neste sentido. Portanto, os educadores devem ser
cautelosos na implementação deste método, se não há condições de todos os alunos terem
acesso aos materiais disponibilizados antes da aula em sala.
Assim, podemos sintetizar a metodologia da Sala de Aula Invertida:
Diante de tudo isso, temos que a introdução de qualquer nova estratégia requer uma
mudança nas mentes de educadores e alunos, e os professores devem estar dispostos a
experimentar alternativas estratégias em sala de aula. Para aqueles que estão dispostos a
aplicar esses novos métodos, é importante que reflitam periodicamente sobre sua eficácia
do ensino. É preciso entender, ainda que, os alunos podem exigir mais de um semestre para
se adaptar ao novo método e reconhecer seu valor.
Por meio de aprendizado ativo, habilitado para o uso de estratégias tecnologias, a
Sala de Aula Invertida pode desenvolver nos alunos habilidades de pensamento de ordem
superior, além da criatividade. A aplicação eficaz de competências vitais, como pensamento
crítico, criatividade, comunicação, e colaboração, além da capacidade de adaptação a novas
tecnologias é crucial para a formação dos alunos e seu futuro sucesso no mercado de
trabalho. Isso sublinha a necessidade de oferta de metodologias que usam tecnologia, nos
ambientes de aprendizagem, como as instituições de ensino.
Conforme apontam Gasser e Palfrey (2011), numa época em que as instituições
educacionais enfrentam crescentes demandas para melhorar as experiências de
aprendizagem e captar a atenção dos alunos da geração Y, a estratégia de Sala de Aula
Invertida fornece uma oportunidade de abordar essas duas questões. Esses caminhos para
um aprendizado com resultados mais poderosos, retenção e aumento da profundidade de
conhecimento sugere um futuro otimista para educação.
A autora ainda destaca que o termo “Gamificação” foi criado pelo pesquisador
britânico Nick Pelling, e consiste em utilizar a mecânica dos jogos em atividades que não
estão dentro do contexto dos jogos, ou seja, não se trata apenas de usar jogos nas aulas,
mas criar atividades que trabalhem com os princípios usados para estabelecer algo como
um jogo.
apenas algumas das muitas condições em que os alunos podem perceber quando
envolvidos em jogos de aprendizagem.
Mas, como começar com a Gamificação na sala de aula? Fato é: não há melhor
maneira de entender os benefícios e desafios da aprendizagem baseada em jogos do que
se tornar um jogador você mesmo! Mas, veremos, a seguir algumas estratégias para isso.
Uma das definições mais famosas do que é um jogo vem do designer de jogos e o
produtor, Sid Meier, que afirma: “um jogo é uma série de interessantes e significativas
escolhas feitas pelo jogador em busca de um objetivo claro e convincente”. Antes da
definição de Meier, jogo era comumente definido como
Uma atividade dirigida para trazer um estado de coisas específico, usando apenas
os meios permitidos por regras específicas, onde os meios permitidos pelas regras
são mais limitados em escopo do que estariam na ausência das regras, e onde a
única razão para aceitar tal limitação é possibilitar tal atividade. (SUITS, 1967, p.
156).
Como proposta, existem muitos tipos de jogos, classificados de acordo com sua
complexidade, alinhamento ou configuração. Além disso, os jogos podem ser competitivos /
não competitivos, interativos / não interativos e físicos / não físico. Vejamos alguns dos tipos
mais comuns e que podem ser utilizados com o processo de Gamificação em ambiente
escolar:
Através de jogos, como os citados acima, várias atividades, nas mais diversas áreas,
podem ser desenvolvidas, levando os alunos, não apenas a se divertirem mas aprenderem
com resoluções de problemas e conflitos que os jogos possam promover.
Com não se trata de uma atividade isolada, as estratégias de Gamificação devem ter
fins educacionais específicos. Usar apenas a mecânica de um jogo, como emblemas e
pontos, não deve ser considerado Gamificação. Toda dinâmica deve ser baseada nas
características essenciais de um jogo.
Por estar associada diretamente a jogos, Gamificação é uma palavra que se tornou
sinônimo de recompensa. As recompensas têm sido usadas há séculos para mudar o
comportamento. Muito antes da teoria Behaviorista de Skinner, crianças e animais de
estimação já eram “treinados” por meio de recompensas e punições; os soldados eram
recompensados por conquistas por meio de classificações e distintivos; e as escolas, ainda
hoje, usam notas para “motivar” os alunos a fazerem as tarefas escolares.
Assim, como ações afirmativas para o uso de jogos no ensino, podemos elencar:
Em que temos:
A Gamificação pode ser útil para a aprendizagem e instrução porque pode promover
envolvimento do aluno. O fato de muitos educadores enfrentarem problemas relacionados
ao desinteresse e falta de envolvimento de estudantes em suas salas de aula não é novidade
na educação. Devido à sua natureza lúdica e divertida, a Gamificação pode ser uma boa
solução para ajudar a resolver esses problemas de envolvimento e participação do aluno na
sala de aula, além de contribuir para o aprendizado de conceitos nas mais diversas áreas
do conhecimento.
Objetivos:
Destacar os princípios que norteiam a metodologia da
Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos, bem como
sua contribuição para educação.
Durante as décadas de 1980 e 1990, a abordagem ABP foi adotada em outras escolas
médicas e tornou-se uma abordagem educacional aceita na América do Norte e na Europa.
Evidentemente, houve questionamentos se um médico treinado em ABP estava, ou não, tão
bem preparado para a prática profissional, como um médico treinado usando abordagens
tradicionais. E, surpreendentemente, as pesquisas realizadas com estudantes durante este
período, concluíram que a ABP promoveu resultado igual às abordagens tradicionais, em
termos de testes convencionais de conhecimento (ou seja, pontuações nos exames do
conselho médico), além de que os alunos que estudaram com o ABP apresentaram melhor
habilidades de resolução de problemas clínicos.
Com a eficácia comprovada no campo das ciências médicas, não tardou até que esta
metodologia chegasse como propostas em outras áreas no ensino superior, como
Engenharia, e também na educação básica, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio,
principalmente em cursos Técnicos. Embora a ABP não seja uma nova filosofia ou
abordagem de aprendizagem, hoje, se tornou uma inovação educacional devido aos
avanços em atividades multidisciplinares. O interesse na ABP também ganhou impulso em
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Plataforma +IFMG
Confundir ABP como uma abordagem para a concepção de currículo com o ensino
de solução de problemas;
Adoção de uma proposta de ABP sem comprometimento suficiente da equipe em
todos os níveis;
Falta de pesquisa e desenvolvimento sobre a natureza e o tipo de problemas a serem
usados;
Investimento insuficiente na concepção, preparação e renovação contínua de
recursos de aprendizagem;
Métodos de avaliação inadequados que não correspondem aos resultados de
aprendizagem procurados em programas baseados em problemas;
Estratégias de avaliação que não se concentram nas principais questões de
aprendizagem e que são implementadas e postas em prática tarde demais.
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Plataforma +IFMG
falsas. Além disso, quando um estudo de caso é feito como um projeto de grupo, os alunos
podem desenvolver uma comunicação aprimorada e habilidades de colaboração.
A ABP é uma abordagem centrada no aluno, pois são eles que se envolvem com o problema.
A motivação do aluno aumenta quando a responsabilidade pela solução do problema e do
processo cabe a ele, e cada indivíduo aceita essa responsabilidade de buscar informações
relevantes e trazendo isso de volta para o grupo para ajudar a informar sobre o
desenvolvimento do processo e uma possível e viável solução.
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Plataforma +IFMG
Muitas questões do mundo real são mal estruturadas, ou não seriam problemas! Uma
habilidade crítica desenvolvida através da ABP é a capacidade de identificar o problema e
definir parâmetros no desenvolvimento de uma solução. Nessa questão, muitas soluções
emergem a partir de projetos, pensados para cada proposta de problema.
A colaboração é essencial.
Após concluir os estudos, a maioria dos alunos se encontrará em empregos onde precisam
compartilhar informações e trabalhar de forma produtiva com outras pessoas. Neste aspecto,
a ABP fornece um formato para o desenvolvimento dessas habilidades essenciais, pois
durante o processo de trabalho, em grupo, o professor-mediador pode e deve fazer
perguntas a todo e qualquer membro da equipe, para garantir que todas as informações
tenham sido compartilhadas entre os membros, em relação ao problema que o grupo está
trabalhando. Isto é essencial que cada indivíduo compartilhe de forma coerente o que
aprendeu, e como essas informações podem impactar no desenvolvimento de uma solução
para o problema.
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Plataforma +IFMG
Uma análise final do que foi aprendido com o trabalho com o problema e a discussão
de quais conceitos e princípios foram aprendidos são essenciais.
Dado que a ABP é uma forma de experiência vivencial muito envolvente, motivadora e
envolvente de aprendizagem, os alunos, muitas vezes, estão muito próximos dos detalhes
imediatos do problema e a solução proposta. O propósito da pós-experiência, através de
análise e discussões, é consolidar o aprendizado e garantir que a experiência tenha tido
êxito.
Tanto a prática da autoavaliação, quanto a de avaliação por pares fazem parte do processo
da ABP. Essas atividades de avaliação estão intimamente relacionadas com a característica
anterior, sendo essenciais na reflexão sobre os ganhos de conhecimento. O significado
desta atividade é reforçar a natureza autorreflexiva da aprendizagem e aprimorar uma gama
de habilidades de processamento metacognitivo.
Assim como as demais metodologias ativas já vistas neste curso, a abordagem ABP também
não é algo que deva fazer parte do currículo, explicitamente como uma disciplina. Ela, sim,
deve ser pontuada na base pedagógica do curso em questão, funcionando como algo que
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
Assim, o desafio para muitos docentes que adotam uma abordagem ABP é fazer a
transição do papel de “professor provedor de conhecimentos”, para o “mediador, gerente e
facilitador da aprendizagem”. É um erro acreditar que se ensinar alunos com ABP é algo
muito simples, e ao apresentar aos alunos um "problema" e eles se sentem confiantes para
trabalhar de forma consistente, em um alto nível de automonitoramento cognitivo e
autorregulação. Embora a abordagem seja ativa, a realidade é que os alunos necessitam de
um suporte instrucional, por parte do professor, significativo para apoiar seu
desenvolvimento de habilidades de resolução de problemas, de aprendizagem autodirigida
e trabalho colaborativo em equipe, até obterem um nível de autossuficiência,
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Plataforma +IFMG
estaduais e municipais, MEC, etc.) e há uma expectativa de que eles produzirão um produto
uniforme. Testes padronizados tendem a apoiar abordagens instrucionais de muitas
instituições, as quais se concentram, principalmente, na memorização por meio de
exercícios de fixação. Um horário de aula, por exemplo, é dividido momento de explicação
e momento de exercícios, não havendo muito espaço, nesta estrutura, para professores ou
alunos mergulharem em qualquer atividade baseada em ABP.
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Semana 4 – Design Thinking na Educação Plataforma +IFMG
Objetivos
Apresentar a metodologia ativa do Design Thinking, suas
características, aplicações e benefícios à educação regular.
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
Assim, podemos definir que o Design Thinking tem como lente uma tríade de
elementos: desejo (daqueles que serão beneficiados), viabilidade (dependendo das
condições) e praticabilidade (se terá possibilidade de ser aplicado). Toda e qualquer
proposta de solução deve partir desta lente.
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
Para ilustrar melhor essas etapas, vamos analisar um caso concreto, ocorrido no ano
de 2015, quando estava na mediação de projetos no curso de licenciatura em Ciências
Naturais, utilizando a metodologia Design Thinking, em uma universidade pública do Estado
de São Paulo.
a) Ouvir
O processo de ouvir é um dos mais importantes no DT, pois é a partir dele que nascem
as inspirações que darão origem às soluções. Ele tem como objetivo determinar quem deve
ser abordado, ou seja, quais sujeitos serão ouvidos. Ao ouvir e coletar depoimentos e relatos,
inicia-se o processo de empatia, sem nenhum senso de julgamento. Assim, como resultados,
além da aproximação com histórias, essas pessoas podem ser observadas a partir da
realidade que vivem, sendo mais fácil entender suas necessidades, barreiras e restrições.
Ao irem ao local onde será realizada a intervenção com DT, as equipes são orientadas
a apenas ouvir e observar, sem emitir opiniões, pois, conforme foi destacado anteriormente,
o DT preocupa-se, sobretudo, como o desejo do outro.
Nesta fase inicial, também é importante, além de coletar as falas das pessoas, captar
imagens do local, o que acaba contribuindo para a fase de reflexão. Em nosso estudo de
caso, de acordo com o grupo, após o processo de escuta e observação, um dos problemas
levantados pela comunidade escolar era a presença intensa de pombos na escola, assim as
imagens foram captadas para análise posterior.
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Plataforma +IFMG
b) Refletir e Analisar
[...] os pombos utilizam como abrigo, locais altos, como torre de igreja, forro de telhado, topo
e beirais de edifícios, vãos de instalação de ar condicionado, justamente por facilitar a
observação do que pode ser um possível alimento. Além disso, a presença dessas aves,
consequentemente de suas fezes não causam apenas danos materiais, como a sujeira,
danificação pinturas, contaminação de alimentos, mas causam doenças graves ao ser
humano. Os fungos que ficam nas fezes e penas dos animais, quando inalados
constantemente pelos seres humanos, podem causar micoses profundas, doenças
alérgicas, infecções, doenças no sistema nervoso, que podem levar à morte.
Este trabalho de pesquisa e revisão bibliográfica faz parte desta etapa da metodologia
DT, pois é um momento oportuno para correlacionar conhecimento, ampliar conceitos que
incidam diretamente no problema em questão, além de todo caráter científico que é
despertado no aluno.
Para organizar estas informações, a abordagem DT sugere que sejam criados mapas,
em formato de storyboard, ou seja, que as informações sejam colocadas de maneira a
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Plataforma +IFMG
c) Criar
Abaixo seguem alguns tipos de prototipação que podem ser feitas, de acordo coma
IDEO, no livro Design Thinking for Educators:
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
d) Implementar
O método com as redes foi testado antes de ser implementado na escola, e a ideia
era que, ensinando-se alguns alunos, eles mesmo poderiam realizar esta tarefa em lugares
baixos, que não houvesse perigo de consertar. Esta solução, além de conter os pombos,
também seria de baixo custo, o que agradou a direção da escola.
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Plataforma +IFMG
e) Compartilhar os resultados
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Plataforma +IFMG
Ao destacar que DT sempre teve como foco principal as pessoas, sabe-se que na
maioria das vezes as mesmas não conseguem expressar seus anseios e desejos, portanto,
o que o diferencia o DT das demais metodologias ativas que estudamos neste curso é o fato
de ele voltar-se para descobrir e atender as necessidades latentes que as pessoas têm.
Assim, não apenas a empatia, mas, junto a ela, a certeza de que está fazendo algo
necessário, que trará benefícios, também estimulam os alunos.
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Plataforma +IFMG
norteiam seus currículos, e estes não permitem muita flexibilidade no cronograma de aulas.
Como vimos, o trabalho com DT requer tempo, muitos projetos são desenvolvidos ao longo
de um ano escolar, no mínimo. Portanto, é fundamental que seja feita uma análise no
currículo, para que haja a possibilidade de incluir momentos para as reuniões de projeto,
ainda dentro do espaço escolar, pois a presença do professor-mediador é necessária.
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Plataforma +IFMG
E aqui chegamos ao final de nosso curso sobre Metodologias Ativas em Sala de Aula.
Durante estas semanas, procurei apresentar estratégias que podem mudar nossa rotina
enquanto docentes e fazer toda diferença no desenvolvimento de nossos alunos. Cada
metodologia ativa possui sua peculiaridade, seu foco. Entretanto, todas elas têm algo em
comum: promover a autonomia, o pensamento crítico e criativo, o incentivo à pesquisa e
inovação, a empatia e o respeito ao próximo.
Com a demanda dos alunos do século XXI, a escola e os docentes precisam estar
sempre inovando, se reinventando, para acompanhar o progresso impulsionado pelas
tecnologias da informação e ciência, as quais incidem diretamente na forma coo os alunos
aprendem e querem aprender. É preciso, mais que nunca, novos métodos para resolver
velhos problemas de falta de interesse, aprendizagem e formação para vida em sociedade.
Espero que este curso possa abrir novos horizontes em sua prática docente!
Foi um prazer tê-lo por aqui!
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Plataforma +IFMG
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Plataforma +IFMG
Referências
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Currículo do autor
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Plataforma +IFMG
Dica do professor
Mídia digital “A sala de aula no
Apresentação do século XIX:
curso disciplina, controle,
organização”.
Dica do professor
“Aprendizagem
Baseada em
Mídia digital Problemas (ABP):
Videoaula Semana 2 Um Método De
Aprendizagem
Inovador para o
Ensino Educativo”
Dica do professor
Mídia Digital “Design Thinking: o
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Formação Inicial e Continuada EaD