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Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Tiago Simão Ferreira
Ferramentas de gestão:
Módulo Gestão da Inovação.
1ª Edição
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
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reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
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2021
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Sobre o material
Formulário de
Sugestões
http://mais.ifmg.edu.br
Palavra do autor
Liberte o líder inovador que você pode ser e conduza as estratégias certas para
permanecer à frente em um mercado em rápida mudança. O curso de
“Ferramentas de gestão: Módulo Gestão da Inovação” foi projetado para que a
inovação estratégica se torne parte integrante do seu estilo de liderança. Esse
programa de inovação combina o desenvolvimento de ideias com o
aprendizado de ação, prototipagem rápida.
Você está pronto para fazer uma mudança real? Aprenda o pensamento
ousado e inovador praticado por empresas no Brasil e fora dele como no Vale
do Silício com os programas e cursos de inovação do programa de Formação
Continuada +IFMG. Ao pensar e agir de forma diferente, você será capaz de
reimaginar as soluções de amanhã e resolver seus maiores desafios.
Bons estudos!
Tiago Simão Ferreira
Apresentação do curso
Este curso está dividido em duas semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecerem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivos
Nesta semana, você aprenderá os aspectos gerais da gestão
da inovação, ferramentas de análise e sua aplicação e
modelos de negócios.
Para novos problemas, novas soluções. É nesse contexto que este curso busca
explorar aspectos da gestão da inovação e apresentar ao leitor ferramentas e experiências
do Brasil e do mundo, considerando tanto aspectos históricos como também
contemporâneos.
A importância da inovação pode, às vezes, ser subestimada; isso poderia ser
traduzido sobre devido ao impacto dos funcionários atolados com as necessidades diárias e
prazos intensos para cumprir os requisitos. Faremos, portanto, uma jornada de exploração,
na compreensão do valor que pode ser adquirido impulsionando a inovação como um
contribuidor crítico para o sucesso do negócio.
Existem muitos benefícios na implementação de técnicas de gestão inovadoras e
processos dentro da empresa. Um desses aspectos críticos de um negócio de sucesso é a
capacidade de gerar novas ideias continuamente, para manter operações novas e originais,
produtos e serviços para seus clientes. Os benefícios de um negócio inovador, certo desde
o início até o crescimento e o desenvolvimento podem superar quaisquer benefícios obtidos
por simplesmente compartilhar ou copiar outra ideia ou modelo.
A capacidade de criar novas ideias e implementá-las, tornando-as operacionalmente
viáveis, precisa ser promovida intencionalmente pela administração. A necessidade contínua
de melhorar eficiências de sistemas, processos são vitais para a sustentabilidade e
relevância futura em mercados que mudam continuamente e exigem resultados inovadores.
Ainda que de forma objetiva, são esses os aspectos que trataremos neste livro.
15
Nos tempos atuais, podemos nos remeter a antigos pensadores para compreender
que nossa sociedade possui uma longa história com a inovação, Heráclito de Éfeso
(aproximadamente 500 a.C. - 450 a.C) já dizia: “A única constante é a mudança”. No entanto,
já imaginou o porquê de a demanda por inovação estar tão recorrente nos últimos anos?
“Se você não ouviu a palavra inovação em 2019, você não viveu 2019.
(EQUIPE CONTEÚDO RH,2019)
O Grupo Selpe, um dos maiores grupos de recrutamento do Brasil, fez um
levantamento no ano de 2019 para monitorar as palavras mais utilizadas no mundo
coorporativo, e adivinha qual foi a mais citada? Isso mesmo, INOVAÇÃO. Essa tem sido a
palavra do momento. Mas seria a inovação uma prática do momento? E a resposta para
essa pergunta é NÃO.
Inovar tem menos a ver com robôs, tecnologias, chips, sensores e automação do que
todos nós pensamos. Isso é algo que a sociedade faz desde os primórdios (Equipe Conteúdo
RH,2019). Para entendermos melhor a crescente demanda por inovar nos tempos atuais,
vamos, mais uma vez, recorrer a antigos pensadores e, dessa vez, vamos abordar a
inovação como uma demanda social para soluções de seus problemas. Um dos primeiros
registros de que temos notícias denota dos tempos da idade média.
Ainda que informalmente, nos anos 1000d.C., já podemos observar uma demanda
social para resolver um problema da época: a escassez de alimentos. Nesse mesmo
período, Monges Cisterciense cultivavam o hábito de se isolarem por longos períodos de
tempo, isso fez com que refletissem em forma alternativas de cultivar e tratar seus alimentos.
Uma alternativa criada por esses Monges foi a utilização da força motriz, disponível em
abundância, com córregos que os circundavam. Foi então que surgiu a famosa “Roda
d’água”. Pouco anos depois, ainda na idade média, tivemos o primeiro registro de
propriedade intelectual no mundo, ocorrida em Bordeaux, na França, um privilégio exclusivo
para a tecelagem e tingimento de tecidos de lã, pelo prazo de 15 ANOS (MIGUEL, C.P,
2017).
Como podemos ver, a inovação já faz parte de nossa história há muito tempo. Graças
a ela, nossa sociedade evoluiu e se tornou o que é hoje. Mas se a inovação já é uma pratica
antiga em nossa sociedade, o que mudou para que no contexto atual seja tão necessária.
Para responder a essa reflexão vários caminhos poderiam ser traçados, porém é sobre um
desses caminhos que traçaremos nossa linha evolutiva.
“Dados são o novo petróleo”
(Ajay Banga, CEO da MASTERCARD)1
Para Ajay Banga, CEO da Mastercard, a comparação faz sentido. Exceto por um
pequeno detalhe. "A diferença é que o petróleo vai acabar um dia. Os dados, não", afirmou
durante o Master Minds, evento de inovação da Mastercard realizado em São Paulo em 2019
(Master Mind, 05/07/19). Dados, quando tratados corretamente, são uma fonte inesgotável
de conhecimento e, por consequência, de riquezas. É, portanto, estratégico para qualquer
16
empresa compreender melhor os dados que são gerados, mas isso não é tão simples.
Segundo a revista Forbes, a produção de dados nos últimos dois anos superou o que já foi
produzido em toda história da humanidade (MARR, 2015). Para ilustrar essa verdade,
podemos observar, pela Figura 01, o crescimento exponencial da produção de dados
mundiais.
A ideia de que dados são o novo petróleo vem junto com a ideia de que é através
deles que muitos líderes empresariais poderão obter vantagens competitivas e, por
consequência, gerar maior valor às suas companhias e isso não é uma previsão futurista,
pelo contrário, ela já ocorre há algum tempo. Na Figura 02, podemos ver como algumas das
principais companhias de tecnologias sintetizam esses dados e movimentam a internet numa
relação por minuto ou a cada 60 segundos.
17
Figura 2 – O que acontece na internet por minuto.
Fonte: Lewis (2020).
18
1.2. Cenário da Inovação no Brasil e competitividade
Para que possamos delinear as decisões de uma empresa, principalmente aquelas que
tomarão recursos, sejam financeiros ou não financeiros, é imprescindível conhecer a que
cenários estas empresas estão sujeitas. Sendo uma decisão estratégica para a empresa,
empreender tempo e dinheiro numa ação de inovação por si só não traz apenas
oportunidades, mas, pelo contrário, na maioria das vezes, um grau elevado de riscos os
quais, os principais atores de liderança estratégica de inovação da empresa devem conhecer
e estarem atentos.
Atenção: No mundo todo, e também no Brasil, o debate
sobre crescimento econômico está fortemente
relacionado à busca sistemática da inovação. As
economias que aspiram a se manter competitivas e os
países que procuram uma inserção internacional ampla
e soberana, buscam tornar suas economias cada vez
mais inovadoras. No momento em que o mundo é
sacudido por uma profunda crise financeira, ganha
destaque a inovação para combater e superar a perda
de dinamismo dos mercados (JORGE, 2010).
19
Sociedade hiperconectada: Para uma sociedade cada vez mais conectada, a
velocidade com que a informação é repassada, tem que ser um ponto de atenção das
empresas. O conceito de Marketing Digital é uma das vertentes de maior estudo e
investimentos de empresas no mundo globalizado. Nesse cenário, as empresas devem
estar cada dia mais adaptadas a um mundo, onde seus clientes não só possuem mais
informações acerca de um determinado produto, mas as conseguem num período de tempo
cada vez menor.
Multiplicidade entre parceiros e concorrentes: Pensar em desenvolver novos
produtos e serviço de forma conectada é uma das vertentes do novo mundo. Uma das
formas de inovar é a chamada “inovação Aberta” (que discutiremos em tópico especifico
juntamente com “inovação fechada”), capacidade de desenvolver com parceiros, usando, de
forma estratégica, os pontos fortes nos laços de uma união para o desenvolvimento. Da
mesma forma, uma visão multifocal sobre seus concorrentes, buscando identificar como
estão espalhados e como se conectam com seus arranjos, deve ser um dos diferenciais para
se compreender, de forma ampla, o cenário competitivo a que sua empresa está sujeita.
20
Velocidade medida em anos para acesso por 50 milhões
de pessoas
60
Anos para acesso a tecnologia para
50 Eletricidade
cada 50 Mi de pessoas
40 Telefone
30 Microondas
TV
20
Rádio Celular
10 PC
Internet
0
1840 1860 1880 1900 1920 1940 1960 1980 2000 2020
Anos
Percebe-se, então, que vivemos num cenário onde o acesso à nova tecnologia, ao
aprendizado do mercado, bem como à obsolescência do mesmo, é mais dinâmico. No Brasil
não é diferente, estamos sujeitos a um cenário global quando falamos de inovação.
21
Ranking dos Índices Globais de Inovação, 2019 (adaptado)
País/Economia Score Rank Região Média
(0-100)
Suíça 67,24 1 EUR
Suécia 63,65 2 EUR
Estados Unidos 61,73 3 NAC
Holanda 61,44 4 EUR
Reino Unido 61,30 5 EUR
Finlândia 59,83 6 EUR
Dinamarca 58,44 7 EUR
Singapura 58,37 8 SEAO
Alemanha 58,19 9 EUR
Israel 57,43 10 NAWA
. . . . .
. . . . .
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Brasil 33,82 66 LCN
Colômbia 33,00 67 LCN
Arábia Saudita 32,93 68 NAWA
EUR = Europa; NAC = América do Norte; LCN = América Latina e Caribe; SEAO =Sudeste e leste da
Ásia e Oceania; NAWA = Norte da África e Ásia Ocidental;
Em 2019 o Brasil ocupou 66º posição, passando para 62º em 2020 no índice global de
inovação (GII) medido com base em diversos fatores, como:
22
Posição 61
Posição 62
Posição 64
Rankin GII
Posição 64
Posição 69 Posição 66
Posição 69
Posição 70
Figura 4 – Variação do Brasil no Ranking dos Índices Globais de Inovação ao longo dos anos.
Fonte: GLOBAL INNOVATION INDEX (2020).
Outro fator que podemos observar é quando comparamos as três maiores economias
inovadoras por região, conforme a Figura 05, nela podemos ver que o Brasil não aparece
em destaque para América
23
Figura 5 – Ranking dos Índices Globais de Inovação, 2019.
Fonte: GLOBAL INNOVATION INDEX (2019).
Com isso, percebe-se que o mundo está diante de um cenário cada vez mais
desafiador e compreender esse cenário, cada dia mais se torna uma questão de
sobrevivência para muitas companhias, organizações e Estados. O “time” para inovar deve
ser uma das habilidades de novos gestores e líderes que pretendem levar suas organizações
a lideranças de mercado ou simplesmente “se manter no jogo”. A Figura 06, em
complemento à Figura 03, categoriza os fluxos de inovação em ondas temporais, o que nos
ajuda a compreender melhor como o “time” para inovar se torna um desafio à parte para
todos.
24
Figura 6 – Ondas de inovação.
Fonte: baseado em Schumpeter (1964).
Atenção:
Inovações são combinações novas que são realizadas
por empreendedores. (SHUMPETER, 1964).
25
Atenção:
Inovação é diferente de invenção!
Nem toda invenção se transforma em inovação.
Pode-se inventar sem inovar!
Pode-se inventar e, posteriormente, inovar!
Pode-se não inventar e inovar!
Sobre esse conceito, o mercado, de forma geral, estratifica alguns dos tipos principais
de inovação. São eles:
TIPO:
1. Inovação em modelo de negócio.
2. Inovação de processo.
3. Inovação organizacional.
4. Inovação em marketing.
5. Inovação em produto.
6. Inovação em serviços.
MÉTODO:
1. Inovação incremental.
2. Inovação radical.
3. Inovação Aberta
4. Inovação Fechada
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motivação, incentivo e recompensas, com objetivo de cultivar avanços alinhados com a
estratégia de inovação (DAVILA, 2007).
A inovação em Marketing acontece com a prática de um procedimento de marketing
ou com transformações em seus processos atuais. Esse novo método pode ser aplicado ao
produto, embalagem, posicionamento, promoção ou preço e são algumas das
responsabilidades atribuídas a quem trabalha com Inovação em Marketing. Um exemplo que
estamos vivendo, é o crescimento exponencial do Marketing Digital, um novo veículo
estratégico para companhias interagirem com clientes, falando de si, de seus produtos, além
de estabelecer laços mais fortes.
A inovação em serviço tem por objetivo principal agregar ainda mais valor ao cliente,
facilitando o seu dia a dia e a sua vida de forma geral. Um exemplo dessa inovação, no
contexto atual, é a cultura Maker, uma extensão da filosofia “Do It Yourself!” que vem
mudando a forma como muitos prestadores de serviço interagem com mercado e clientes,
além de impactar também a forma como a educação pode ser vista na perspectiva da sua
pratica.
Atenção:
A forma como você inova define o que você inova.
Davila (2017).
Em consonância com a ideia de Davila (2017), destaco também que a forma como você
inova define quem você é no mercado, e a “forma” como se inova não tem apenas relação
ao tipo de inovação que sua organização usa, mas também ao método mais adequado.
Christensen, professor em Harvard, em sua obra O dilema da inovação, com primeira
edição em 1997, elucidou um conceito da inovação que muitas organizações já o faziam,
mas não tinham ideia de como as definir e, por consequência, compreender. Christensen
(2012) definiu esse modelo de inovação como sendo “Inovação Disruptiva, ou Radical” e o
definiu como quando ocorre uma nova tecnologia, produto ou serviço com características
disruptivas em vez de evolutivas. Assim, ela provoca uma ruptura com os padrões já
estabelecidos no mercado. Trata-se de algo inédito, original e transformador
(CHRISTENSEN, 2012)
Inovação radical é, portanto, aquela mudança significativa que afeta,
simultaneamente, tanto o modelo de negócio quanto a tecnologia de uma empresa.
Inovações radicais normalmente significam mudanças fundamentais no cenário competitivo
de um determinado setor da economia (DAVILA, 2004). Contudo, ser deve-se ter em
consideração que gerar tamanho impacto sobre a organização ou para um determinado
setor da economia, não é tão simples e essa complexidade exige um grau elevado de risco,
e na maioria dos casos, de custo.
Por outro lado, a inovação incremental consiste em uma série de pequenas melhorias
ou atualizações feitas nos produtos, serviços, processos ou métodos existentes. São
inovações sustentáveis que ajudam as empresas a “permanecerem no jogo”, mas não geram
um grande impacto, necessariamente.
27
Quem criou o conceito foi o economista austríaco Joseph Schumpeter. Em 1939, no
livro Business Cycles, ele diferencia os conceitos de inovação incremental e radical.
Schumpeter explica que o primeiro é um progresso em cima de algo que já existe, que se
opõe ao segundo. Dessa forma, traz uma tecnologia completamente diferente de qualquer
outra existente (SCHUMPETER, 1964).
A inovação incremental é a forma predominante de inovação na maioria das empresas,
modelo de inovação que recebe em média cerca de 80% do investimento das organizações.
A inovação incremental é uma maneira de extrair o máximo de valor possível de produtos e
serviços existentes, sem a necessidade de fazer mudanças significativas ou grandes
investimentos (DAVILA, 2004). De forma geral, por ser um modelo de investimento em P&D,
que, quando comparado ao modelo radical, apresenta baixo risco e custo, a maioria dos
empresários acabam optando por essa estratégia de inovação. Na Figura 07 podemos
confrontar os aspectos de desenvolvimento por ciclo da inovação incremental em
comparação com a radical.
Outro modelo de inovação que vem sendo bastante estudado e usado por diversas
organizações, é o modelo de inovação aberta. Nesse modelo de inovação, a área de P&D
são tratados como sistemas abertos, e são tratados sobre a ótica de estratégia de inovação
uma vez que organizações nem sempre possuem todos os especialistas das mais diversas
áreas necessárias para o desenvolvimento do produto ou serviço a que se propõem. Com a
inovação aberta, o setor de desenvolvimento pode buscar, fora da companhia, parceria para
o desenvolvimento de parte de sua inovação. No Brasil, por exemplo, muitas empresas
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buscam parceria com universidade, para conseguir avançar em certos aspectos do
desenvolvimento de seus portfólios de inovação.
A Inovação Aberta pode ser descrita como: o processo de inovação, no qual, indústrias
e organizações promovem ideias, pensamentos, processos e pesquisas abertos, a fim de
melhorar o desenvolvimento de seus produtos, prover melhores serviços para seus clientes,
aumentar a eficiência e reforçar o valor agregado. Ela é a combinação de ideias internas e
externas, como também, caminhos internos e externos para o mercado, de modo a avançar
no desenvolvimento de novas tecnologias em produtos e processos. Na tabela abaixo
podemos analisar as diferenças entre inovação aberta e fechada. (UFRGS,2014).
Ganha aquela empresa que coloca primeiro uma Construir um modelo de negócio é melhor do que
inovação no mercado. chegar primeiro ao Mercado.
Ganharemos se criarmos as melhores ideias na Ganharemos se fizermos o melhor uso das ideias
empresa. internas e externas.
Devemos controlar nossa PI (Propriedade Devemos lucrar com outros usos de nossas PI e
Intelectual), de modo que nossos competidores não devemos adquirir outras PI desde que contribuam
lucrem com nossas ideias. para avançar nossos modelos de negócio.
Tabela 2 – Inovação Fechada VS Inovação Aberta.
Fonte: UFRGS (2014)
No modelo fechado temos projetos internos de P&D dentro de limites muito bem
definidos. Nesse modelo, não existe intercâmbio com ecossistemas externos. Normalmente,
essa prática é utilizada quando empresas ou organizações dispõem de uma platafmora
completa de inovação, o que acerreta em um custo de desenvolvimento maior, e tem
condições de assumir risco sobre seu portifólio de P&D.
29
Figura 08 – Modelo de Inovação Fechada.
Fonte: Chesbrough. (2003)
30
1.4. Enfoques da Inovação e linhas processuais.
Uma das primeiras preocupações que um bom gestor de portfólio de projetos deve ter
são os enfoques que a inovação toma dentro da empresa ou organização. Os enfoques
podem variar de acordo com o perfil da empresa, maturidade, RH, conexões, recursos
financeiros etc, porém, conhecê-las e domina-las para uma gestão eficaz é fundamental.
Segundo o CMBOK (2003), a gestão de processos com foco em inovação está pautada em
alguns princípios representados a seguir:
31
• Flexibilidade e versatilidade: oferecer soluções que possam ser adaptadas à
lógica operacional e às características específicas de cada cliente, através de
serviços e projetos capazes de dar a agilidade necessária e que satisfaça as
necessidades do cliente;
• Modernidade e vanguarda: estar em constante processo de busca e utilização
de novas tecnologias de hardware, software e processos de negócio, a fim de
poder oferecer a mais moderna, inteligente e eficaz solução para seus clientes;
• Desenvolvimento humano: é com base no conhecimento, nas habilidades, na
criatividade, na motivação e na competência das pessoas, que se pode chegar
à melhor eficiência, eficácia e efetividade da organização. O sucesso das
pessoas depende, cada vez mais, de oportunidades para aprender e de um
ambiente favorável ao pleno desenvolvimento de suas potencialidades;
• Diferencial competitivo: oferecer soluções que possam agregar tecnologia,
aliada aos mais modernos conceitos e técnicas de gestão e operação de
negócios, garantindo aos seus clientes um importante diferencial competitivo;
• Know-how e competência: agregar conhecimento e competência, tanto em
processos, gestão de negócios, quanto em tecnologia;
32
(HAMMER, 1994).
Processos, portanto, é uma introdução de insumos (entradas/input) em um ambiente
formado por procedimentos, normas e regras, que, ao ser processados, transformam-se
em resultados que serão enviados (saídas/output) aos clientes.
A) Redesenho
É repensar, ponta a ponta, sobre o que o processo está realizando atualmente. Não é
melhoria de processos, pois toma uma perspectiva de todo o processo em vez de incidir
sobre mudanças incrementais e pontuais. Ferramentas como Design Thinking tem grande
impacto nessa amplitude de transformação.
B) Reengenharia
Mudança radical de processos para o alcance de melhorias dramáticas, tais como
custo, qualidade, serviço e velocidade.
É um repensar fundamental e um redesenho radical de processos para obter melhorias
dramáticas no negócio. (CBOK, 2013);
33
O objetivo é a aplicação criativa de novas abordagens de negócio, modelos de gestão,
técnicas e tecnologias, nenhuma ideia está descartada;
Melhoria não é o objetivo, mas o subproduto de uma mudança radical na maneira como
o processo é abordado e executado.
C) Mudança de Paradigma
• Baseiam-se na premissa de que é preciso ter um desprezo saudável pelo impossível e
tentar coisas que a maioria das pessoas não tentaria;
• Inovar impõe riscos, mas capital de risco é uma das formas para geração de riqueza;
• Nem toda ideia ou inovação pode ser traduzida em uma capacidade real, mas, quando
é, cria uma situação que permite resultados acima da média, sendo diferente, único,
pelo menos por um período de tempo;
• Requer interações criativas entre pessoas e mobilização de conhecimento tácito,
capacitação, perseverança, dedicação à causa, bem como: conhecimento do negócio,
foco do cliente, pensamento centrado em processos, tecnologia, gerenciamento de
mudança, gerenciamento de projetos, suporte gerencial, patrocínio e financiamento.
Uma das principais reflexões de um gestor, que tem como foco implementar processos
de inovação na organização, é sobre como estão conectadas as equipes de
desenvolvimento P&D e as linhas processuais da empresa. Os enfoques processuais podem
ser devidos em duas categorias, limitados e amplos.
No enfoque limitado, a equipe de P&D obtém o conhecimento necessário ao
desenvolvimento dentro da própria organização, que então sintetiza e repassa â equipe de
produção, que por sua vez, transforma a matéria em produto para distribuição no mercado.
34
Figura 11 – Enfoque processual limitado.
Fonte: Autoral.
No enfoque amplo, mais utilizado por gestores com foco em inovação, a equipe de
P&D obtém o conhecimento necessário ao desenvolvimento dentro e fora da organização,
esse modelo amplia o foco da organização nas demandas do mercado, ampliando, assim, a
conexão da organização ao seu cliente.
35
1.5. Ambientes para novas ideias.
Um exemplo prático desse tema é da empresa IDEO, onde seus colaboradores mais
produtivos afirmam que a principal fonte de seu desempenho não se trata apenas de
trabalharem numa empresa referência em seu seguimento, mas sim por atuarem em espaço
que favorecem e fomentam sua criatividade e vontade de trabalhar. O CEO da empresa
afirma que o que distingue sua companhia dos concorrentes não é apenas como os
processos funcionam e sim na sua capacidade de enxergar melhor a situação do mercado
(KELLY, 2008).
Outro aspecto, além do físico, é o cultural. Um ambiente organizacional, a fim de
garantir o sucesso da inovação, precisa superar os “anticorpos” organizacionais que
inevitavelmente surgem com o propósito de atacar e derrotar as inovações, avesso a
qualquer modificação. Tradicionalmente, quanto mais radical a inovação e quanto mais ela
desafia o status quo, em maior número, ainda mais poderosos se mostram os anticorpos. A
fim de inovar, os altos executivos prezam criar uma cultura que tenha a capacidade e a
coragem de mudar, explorar e inovar, mantendo ao mesmo tempo a estabilidade necessária
para concretizar as inovações (DAVILA, 2007).
36
Atividade: para testar seu aprendizado vá até a sala
virtual e responda ao Questionário “Avaliação geral (1)”.
Este teste é constituído por 05 perguntas de múltipla
escolha, que se baseiam em nos subcapítulos 1.3, 1.4 e
1.5
37
38
Semana 2 – A Inovação dentro das organizações.
Objetivos
Neste capítulo você estudará abordagens praticas da gestão
da inovação dentro das organizações.
39
Forma de entrega: Canal de distribuição (Internet, Lojas físicas...)
Captura de valor: Como você obtém o recurso do seu cliente (por vendas, aluguel,
assinaturas...)
40
além de percebermos uma estagnação no ranking global de inovação GII, vemos também,
que na balança comercial somos deficitários de produtos da indústria de transformação de
alta tecnologia. Tanto na indústria com alta quanto na de média-alta intensidade tecnológica,
a redução do déficit comercial se dá por conta da queda das importações, enquanto as
exportações seguem estagnadas.
41
Iphone 11 PRO (Categoria de produto de alta tecnologia), foi de R$8.199,00 (U$1564 na
cotação de setembro de 2020). Em resumo, seriam necessárias aproximadamente 25
toneladas de minério de ferro para comprar um Iphone e, quando pensamos em valor
agregado, como no caso do minério de ferro, existe um custo ambiental e de logística de
distribuição.
Como planejar a inovação para que ela realmente ocorra dentro das empresas? Uma
das perspectivas que temos que ter sobre esse assunto é que INOVAR não é um golpe de
sorte, antes de tudo, para que a inovação ocorra, as empresas precisam se planejar como
organização e planejar como a inovação fará parte de seus processos.
As fases de planejamento para implementação da inovação dentro das empresas
passam por:
1) Diagnóstico; (Analise crítica sobre seus produtos, tecnologia dominante e aquela
que precisa ser dominada, qual o número de patentes que empresa possui, qual a
porcentagem do orçamento da empresa destinado para P&D, comparativo com
concorrentes, entre outros fatores)
42
2) Objetivos da Inovação; (buscar novas ideias a respeitos de melhorias, sendo
absorver, adaptar e otimizar novas tecnologias)
3) Estratégias da Inovação; (Conjunto de ações internas que fomentam a criação
de soluções que tragam para a empresa a renovação no segmento atual, novos
produtos e/ou novos mercados. Ex. será que a empresa irá adotar estratégias
agressivas, radicais ou incrementais, seguir modelos de concorrentes...)
4) Recursos necessários; (recursos Humanos, Recursos físicos como laboratórios
e centro P&D, Recursos financeiros como fontes específicas para P&D)
Os indicadores utilizados para avaliar uma empresa em termos de inovação podem ser
qualitativos (estabelecidos pela percepção pessoal do respondente) ou quantitativos
(estabelecidos com informações precisas). Ambos os tipos de indicadores (obtidos com
questionários ou entrevistas) servem para auxiliar a empresa a:
1. estabelecer uma comparação de seus produtos/serviços e resultados com os de
outras empresas de seu segmento ou região;
2. perceber sua posição competitiva, classificando-a em relação às demais;
3. orientar esforços para melhorar seus indicadores.
43
Figura 15 – relação de empresas brasileiras que implementaram inovação de produto e/ou processos.
Fonte: Autoral baseado em dados da Pintec, (2020).
Não é difícil observar uma certa estagnação no percentual de empresas brasileira que
praticam inovação em seus processos. Esse fato pode ser também confrontado e confirmado
com o desempenho do Brasil frente ao ranking global de inovação GII apresentado pela
Figura 04.
Uma das abordagens mais eficazes para garantir que a inovação tenha sucesso é o
desenvolvimento de um mercado interno na organização, no qual as ideias e funções de
inovação possam prosperar em um ambiente de oferta e procura. Outro fator crítico que todo
líder, gestor de inovação, deve sempre estar atento é quanto ao equilíbrio entre criatividade
e captação de valor para que essas duas funções possam igualmente prosperar dentro do
mercado interno da organização.
Para Davila (2006), a parceria é uma competência fundamental em inovação.
Reflexões organizacionais referentes à inovação sempre lidam com a questão sobre o que
fazer no plano interno e o que deveria ser feito no plano externo. Assim, Davila propõe uma
reflexão para todo CEO que deseja implementar a inovação dentro de suas organizações:
44
- Criar uma plataforma de inovação para os vários tipos de inovação que se pretenda
desenvolver.
45
de 70, hoje, se você pensa em câmera fotográfica, com certeza a marca Kodak não passa
em sua cabeça como uma das opções.
A resposta é simples, ela quis eternizar o seu rolo de filme que se tornou um ícone
da empresa, e ignorou as mutações do mercado. A chegada das câmeras fotográficas
digitais foi o seu fim. Mas o mais irônico é que a pioneira no desenvolvimento dessa
tecnologia foi a própria KODAK.
46
Estudo de caso 2 – Coca Cola
Inovação de longo prazo
47
Mídia digital: vá até a sala virtual e assista ao vídeo
“dinâmica da flutuação de valores” das 15 maiores
marcas do mundo, observe a movimentação da Coca-
Cola frente a organizações de base tecnológica.
48
A inovação é uma marca registrada na Amazon. Isso se deve ao fato dela
constantemente buscar a criação de estratégias e desenvolver serviços focados no
aumento da qualidade de atendimento ao cliente. As aplicações dessas novas ideias são
elaboradas soluções que vão satisfazer a necessidade dos clientes, fidelizando-os.
Com sua estratégia de negócios e com sua diversificação no portfólio de produtos e
serviços, em destaque recente o serviço de streaming “Amazon Prime”, a Amazon chegou
ao topo, se consolidando como sendo a marca de maior valor no mundo.
49
Figura 17 – Marcas mais valiosas do mundo.
Fonte: Canaltech, Wakka (2020).
50
Estudo de caso 4 – Magna Internacional
Empresa movida a inovação incremental.
51
Inovação com olhar local:
Num estudo liderado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em 2017, a
L’Oreal apoiou grande parte de sua P&D na diversidade brasileira, buscando novas formas
de desenvolvimento aos seus produtos pautado nas particularidades do Brasil, com
insights que vieram dos próprios consumidores e de dermatologistas, além do time de
inovação e marketing da empresa.
Pesquisas realizadas pela L’Oréal (U&A SKINCARE, 2014) comprovaram que uma
das maiores preocupações – principalmente para as mulheres – é o envelhecimento
precoce, mais até do que o câncer de pele. Por isso, usar protetor solar no rosto
diariamente para evitar rugas é um hábito comum para as brasileiras, o que contribui para
que o país ocupe o segundo lugar no ranking mundial de consumo de produtos para foto-
proteção.
52
Estudo de caso 6 – NATURA
Inovação em processos.
A Natura é a principal empresa brasileira da indústria de cosméticos. Foi fundada em
São Paulo, em 1969, a partir de um laboratório e de uma pequena loja. Hoje, tem 1,7
milhão de consultoras na América Latina, 6,3 mil colaboradores, 45 lojas próprias e uma
crescente operação de comércio digital, o Rede Natura. Está presente em nove países –
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, México e Peru.
Mais de 80% de suas fórmulas são vegetais e seu relacionamento com cerca de 5,3
mil famílias para obtenção de ativos da biodiversidade incentiva técnicas produtivas que
contribuem para a conservação de 257 mil hectares de floresta em pé. Em 2014, a Natura
tornou-se a primeira companhia de capital aberto no Brasil certificada como Empresa B,
por possuir um modelo de negócios capaz de gerar impacto positivo na sociedade.
A inovação é parte integrante da estratégia empresarial da Natura e resulta de um
processo estruturado: a empresa possui duas diretorias de inovação que juntas empregam
350 colaboradores altamente qualificados – muitos desses são doutores.
A empresa fez do uso de elementos da biodiversidade brasileira uma plataforma para
o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos, que a colocaram na vanguarda das
lideranças industriais no país quando o assunto é “inovação”. (MELO, 2018).
Plataforma de inovação
Processo multidirecional
53
novas aplicações não conhecidas, que não eram aquelas associadas ao uso tradicional
de cada ingrediente. Esse movimento traduziu-se na ampliação dos usos associados dos
ingredientes da biodiversidade brasileira para além do conhecimento tradicional
subjacente, a partir da ampliação do conhecimento molecular dos ingredientes e de sua
atuação em sistemas vivos.
Não se trata, evidentemente, de negligenciar o valor do conhecimento tradicional
gerado pelas comunidades com as quais a empresa atua. No entanto, não obstante a
enorme riqueza da biodiversidade amazônica, o número de ingredientes é obviamente
finito e seus usos tradicionais associados também são. Há, portanto, uma tendência
inerente de que o modelo unidirecional de pesquisa apresente rendimentos decrescentes,
conforme se esgotem as possibilidades de exploração dos usos tradicionais associados.
Assim, a adoção da nova abordagem – multidirecional e multidisciplinar – permite à
empresa aumentar os rendimentos das suas atividades de pesquisa e desenvolvimento,
contribuindo com a geração de riqueza no país e valorizando, dessa maneira, a riqueza
natural brasileira e da biodiversidade. (CNI, 2019)
Germe da inovação
A Chemyunion conseguiu fazer o que João Furtado, coordenador adjunto de
inovação da Fapesp, chama de “enraizar” a ciência na indústria, comparando com a Coreia
do Sul, onde cerca de 20 mil empresas têm departamentos de P&D. Segundo ele, por aqui
as parcerias entre universidade e setor produtivo tropeçam bastante. “Ainda estamos
criando esses modelos de interação, que são modelos de ‘tecnologia social’”, diz.
54
agenda comum, do entendimento dos problemas e das competências de cada um, o que
torna possível criar elos.”
Dez compras são realizadas a cada segundo no Mercado Livre. Apenas em 2018,
337 milhões de produtos foram vendidos através da plataforma, segundo Freitas (2019).
O MercadoLivre (em português) ou MercadoLibre (em espanhol) (NASDAQ3: MELI) é
uma empresa argentina de tecnologia que oferece soluções de comércio eletrônico para
que pessoas e empresas possam comprar, vender, pagar, anunciar e enviar produtos por
meio da internet. Opera em 19 países, tem cerca de 4 mil funcionários e é o site de e-
commerce mais popular da América Latina em número de visitantes. A empresa mantém
operações na Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador,
Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República
Dominicana, Uruguai e Venezuela. Até 2016, o MercadoLivre contava com 174,2 milhões
de usuários na América Latina. (LEMOS,2020)
Para Galperin (ZUINE, 2011) o sucesso do Mercado livre se baseia nas seguintes
dicas:
1. Enxergue longe
Neste estudo feito por Zuine, a autora aponta que é comum tomar decisões que
podem ser ruins no curto prazo, mas acabam virando investimentos no longo prazo.
2. Arrisque
3A NASDAQ (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) é uma das bolsas de valores
de Nova Iorque, nos Estados Unidos (a outra é a NYSE).
55
A primeira rodada de investimentos que a plataforma recebeu foi de 7,6 milhões de
reais, oito meses depois da empresa começar a operar. O investidor surgiu de uma carona.
“Sabia de um investidor que estava fazendo muitos investimentos na América Latina e o
meu professor conseguiu que eu desse uma carona para ele até o aeroporto. Eu dei a
carona, contei o plano de negócios, ele gostou e disse que queria investir”, conta Galperin
(ZUINE, 2011)
Arriscar-se é, para ele, essencial para fazer algo novo, que chame a atenção do
público e dos investidores. “Se ninguém tenta fazer algo distinto, o mundo não muda. E o
que todo empreendedor tenta fazer, ao final do dia, é mudar o mundo para melhor”, diz.
3. Inove e mude
Mais do que arriscar para começar uma coisa nova, Galperin defende a inovação
permanente na empresa. “Toda empresa quando cresce e tem sucesso tenta manter tudo
no lugar. Quando a gente cresceu, o desafio foi seguir buscando as mudanças e a
inovação”, explica (ZUINE, 2011)
Mudar a cada dia inclui também mudar a visão que o empreendedor tem do próprio
negócio, ou seja, ampliar sua atuação e se reposicionar, se for preciso. “Quando
começamos, éramos um site de leilões e nossa visão era que as pessoas viessem e não
saíssem do site. Agora, nossa visão é oferecer ferramentas para que as pessoas façam
comércio eletrônico”, afirma (ZUINE, 2011)
4. Segure as contas
56
Maiores empresas da América Latina
Por valor de mercado, em US$ bilhões
Mercado Libre (ARG)
Vale (BRA)
Petrobras (BRA)
Itaú Unibanco (BRA)
Wal Mart de Mexico (MEX)
America Movil (MEX)
Ambev S/A (BRA)
Bradesco (BRA)
Xp Inc. (BRA)
Weg (BRA)
Magazine Luiza (BRA)
Ecopetrol (COL)
B3 (BRA)
Fomento Econ Mex (MEX)
GMexico (MEX)
BTG Pactual (BRA)
Santander BR (BRA)
Banco do Brasil (BRA)
Telefônica Brasil (BRA)
Banco de Credito (PER)
0 10 20 30 40 50 60 70
Figura 18 – Maiores empresas da América Latina.
Fonte: G1 Economia (2020).
Com capital aberto desde março de 2019, as ações da Zoom dispararam, resultando
em um valuation de US$38 bilhões – mais do que companhias aéreas americanas como
Delta, United Airlines e American Airlines. Até o dia 10 de março de 2020, suas ações
haviam subido cerca de 48%, mesmo com a queda geral do mercado acionário frente aos
impactos do COVID-19.
57
Figura 19 – Valor de mercado ZOOM VS maiores companhias aéreas.
Fonte: adaptado de Visualcapitalist (2020)
58
6. GoToMeeting (1%).
Segundo Politi (2020), uma hipótese para o Zoom figurar apenas na quarta colocação
é o fato de que as empresas já adotavam alguma outra ferramenta antes da pandemia. Só
passaram a usá-la mais intensamente.
Além disso, o número de usuários do Zoom não significa necessariamente o número
de novas empresas aderindo à ferramenta. São contagens diferentes. Imagine uma
empresa que antes da pandemia costumava fazer uma reunião online sempre com, por
exemplo, cinco pessoas. Ela contava como um cliente e cinco usuários.
59
empresa para incentivar novas ideias a serem identificadas em gerando novos fluxos de
receita que ajudarão no sucesso dos negócios.
Existe uma dificuldade do empreendedor em “apostar” na inovação justamente por ser
algo novo, e o novo traz mais incertezas do que certezas. Com essa visão, e sabendo que
inovação é também estratégico para o crescimento de uma nação, trazendo investimentos,
mudando o mercado e alavancando a competitividade, muitos Estados assumem relativo
papel de fomento à Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento.
Existe uma grande variabilidade em como os Estados investem em P&D, destacando
nessa análise (Figura 18) a Coréia do Sul e Japão que se basearam na pesquisa e
desenvolvimento para mudar a cara da sua economia, o Japão principalmente com sua
restruturação pós segunda guerra. A média global de investimento em P&D, segundo o
Banco Mundial é de 2,1% do PIB.
* 2001
** 2013
Figura 18 – Investimento em PID (%PIB) de países selecionado.
Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2019/01/brasil-o-desenvolvimento-interditado.html (Acesso em: 13
out. 2020).
Podemos, então, ver que nesse aspecto o Brasil se encontra bem abaixo da média
mundial, com investimentos em torno de 1,1% do PIB, com investimento público maior que
o privado e com dificuldade em tornar esses investimentos em inovação. Uma das razões
para essa dificuldade de tornar investimentos em inovação foi o modelo escolhido durante
anos, o de “OFERTA”. Nesse modelo, o Brasil investe em P&D na expectativa de um dia a
sociedade ou o mercado sejam beneficiados pelos investimentos, que na sua maioria se
60
concentram em programa de pós-graduação. Outros modelos mais recentes buscam corrigir
isso, como é o caso do modelo “COOPERAÇÃO ICT” buscando a cooperação entre
Universidade e empresas com resultados compartilhados e o caso do “INCENTIVO
DIRETO”, onde o recurso é passado diretamente para empresa para que ela alavanque a
inovação. O Incentivo direto é feito em setores específicos e considerados estratégicos para
o Brasil.
A ABGI, empresa de consultoria em inovação, fez um levantamento completo de todas
as modalidades de apoio à inovação, sejam públicas ou de iniciativa privada, indicados no
infográfico abaixo.
61
pesquisa, a criação de habitats de inovação como Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT),
incubadoras e parques tecnológicos, prevendo a criação de mecanismos de apoio financeiro
(ABGI, 2019).
Segundo a ABGI (2019), o apoio indireto é representado pelos incentivos fiscais, que
nada mais é que, a redução da carga tributária da pessoa jurídica. Os principais mecanismos
vigentes dessa modalidade são a Lei do Bem, a Lei da Informática e o Rota 2030, antigo
INOVAUTO (Decreto n° 5.798/2006).
O apoio direto é representado pelos incentivos financeiros, caracterizados pelos
financiamentos e empréstimos realizados pelos agentes governamentais, que podem ser
subdivididos em financiamentos reembolsáveis e não reembolsáveis, e recursos humanos
para PD&I.
Os recursos não reembolsáveis geralmente são disponibilizados em âmbito federal, por
meio de chamadas Subvenção Econômica. Alguns programas de recursos não
reembolsáveis podem se exemplificados por: EMBRAPII e edital Sesi Senai de Inovação.
No Instituto Federal de Minas Gerais, por exemplo, existe o modelo EMBRAPII aplicado ao
Polo de Inovação.
Já os recursos reembolsáveis são disponibilizados por meio de empréstimos com
melhores condições. Como por exemplo, os programas Finep Inovação e BNDES Finem
Inovação, que são fontes contínuas, além das chamadas públicas com tempo restrito para
requisição.
Dentre as opções para recursos humanos, que apoia a contratação de pesquisadores
e técnicos, destaca-se o Programa Rhae Pesquisador na Empresa e o programa Ciências
Sem Fronteiras.
62
de queda no tempo de registro se mantém com as melhorias implementadas pelo Instituto,
de modo que o INPI está preparado para cumprir esse requisito de tempo.
Assim, ainda que se um dia os processos burocráticos do INPI serviam de barreira aos
empresariados, esse processo vem melhorando desde 2017. Este capitulo, portanto, não
trata de um curso para submissão de patente, mas sim, uma visão geral desse processo.
A submissão de uma patente é criteriosa, uma vez que, se você consegue obter o
depósito dessa patente, você terá direto ao uso exclusivo (monopólio) sobre ela durante
anos. Assim, a submissão ao INPI envolve X critérios, que serão apresentados a seguir.
63
O INPI – Instituto Nacional da Propriedade Industrial, define alguns critérios para você
registrar uma patente. São eles:
Patentes foram criadas para evitar que invenções sejam utilizadas indevidamente por
terceiros visando a obter lucro.
64
Mídia digital: Para conhecer melhor o INPI vá até a sala
virtual e assista à palestra: Minha tecnologia pode ser
patenteada? Ofertado pelo NIT do IF Goiano.
BUSCA DE ANTERIORIDADE
Antes de submeter seu pedido, você precisa realizar uma busca para descobrir se a
sua invenção ou algo similar a ela já foi registrado por outra pessoa.
A busca não é obrigatória, mas o INPI sugere que você faça isso para evitar que o
processo tenha andamento e seja negado – o que significa perda de investimento.
A busca pode ser feita gratuitamente na internet, por meio da base de patentes do
Instituto, com o sistema Busca Web. No site, você também pode acessar o Guia Prático para
busca de patentes.
PAGAMENTO
Depois de conferir se a invenção que você quer patentear é realmente uma novidade,
você deve entrar na plataforma do INPI (e-INPI) e fazer a solicitação para o pagamento da
taxa de registro. O INPI oferece descontos para pessoas físicas e microempresas. Você
deve, então, emitir a GRU e guardar o número do documento, que será utilizado durante o
processo.
INÍCIO DO PEDIDO
Para fazer o pedido, você deve reunir os documentos abaixo:
Conteúdo técnico – relatório descritivo, quadro reivindicatório, listagem de sequências
(para pedido da área biotecnológica), desenhos (se for o caso) e resumo
Formulário FQ001
Comprovante de pagamento da GRU
A fim de entender como o material deve ser apresentado, leia o documento com as
orientações para o depósito, disponibilizado pelo INPI.
ACOMPANHAMENTO
65
Assim que seu pedido for feito, outras etapas devem ser cumpridas, e alguns
documentos e comprovações podem ser solicitados. É de sua responsabilidade o
acompanhamento do processo.
Por fim, este e-book não tem a pretensão de esgotar nenhum tema, afinal como sujeitos
inacabados, estamos em constante movimento de busca ao conhecimento. Sendo a gestão
da inovação um tema bastante novo para todos e em constante transformação, é importante
aos interessados se manterem constantemente atualizados. Espero que o curso tenha
contribuído com a formação de cada um e de cada uma. Por esse motivo, incentivamos
também a conhecer outras oportunidades de cursos disponíveis na plataforma +IFMG.
66
Referências
67
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gerenciar, como medir e como lucrar. 1. ed. Porto Alegre Bookman, 2007
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Currículo do autor
71
72
Glossário de códigos QR (Quick Response)
Mídia digital
Variação de valores
das 15 maiores
marcas do mundo
73
74
Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD