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REALIZAÇÃO:

PATROCÍNIO:

JUNHO 2019
ÍNDICE
Editorial …………………………………………………….………………………….. 04
A Liga Ventures ………………………………..….………………………….... 05
Metodologia …………………………………………….……………………….... 07
Entrevistados ………………………………………….…............................. 08
EdTechs - Introdução ………………………….…….…………………... 10
Entrevista - Andrea Mansano [EF] ……………..…………… 14
Categorias …………………………………………………..………………………. 15
Mapa de Startups …………………………………….……………………….. 18
Lista de Startups …………………………………...…………………………. 19
Espaço Inovativa Brasil …………….……………..…………………….. 28
Demographics ………………………………………………………………….... 29
Entrevista - Mário Vieira [Ambev] …………………………….…. 30
Os desafios para a transformação digital
da Educação no Brasil …………………………………………………... 31
Fronteiras para o acesso digital ….………………………….. 33
O Letramento Digital ….……………………………………..……….. 36
Transformação Cultural …………………………………………….. 39
Entrevista - Alexandre Garcia [CEL.LEP] ……………….. 43
Educação Inclusiva …………………………………………….…………. 44
A tecnologia e o combate aos problemas
de aprendizagem ……………………………………………………….... 46
A inclusão de alunos com deficiência por
meio da tecnologia ……………………………………………….…... 49
Plataformas de Suporte ao Aprendizado
e a Democratização do Ensino ………………………………….. 52
Next-Gen Education ……………………..………………………………….. 56
Realidade Virtual e Gamificação .………………………….. 58
Learning Analytics e o Ensino Adaptativo …………... 61
Inteligência Artificial ..………………………………………………... 64
Entrevista - José Securato [Saint Paul] …………………….. 68
Referências …………………………………………..….………………………….. 71
EDITORIAL
O impacto na educação do
Brasil pela tecnologia

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As startups aparecem muitas vezes


com soluções que ajudam o mercado em
questões relacionadas à eficiência, custos,
potencialização de receitas e na criação de
novos negócios e mercados. No caso da
Educação, além de todos esses componentes,
as EdTechs brasileiras vêm se mostrando como
importantes catalisadores de respostas para
suprir as deficiências do nosso cenário
educacional.

Dentre os diversos segmentos


estudados pelo Liga Insights, talvez, o cenário
Raphael Augusto, Head do Liga Insights
da Educação no Brasil seja aquele com maiores
entraves e menos integrado em termos de
desenvolvimento tecnológico, quando
comparado com os demais setores analisados até aqui. Tal contexto pode ser explicado, por exemplo,
pela complexidade do tema, influência direta do poder público e da concentração tecnológica nos
grandes grupos privados de educação.

Todos estes fatores apontam os principais desafios para o fortalecimento da frente


empreendedora no setor. Negociar com os governos não é nem de perto fácil e simples, assim como
procurar parcerias de impacto, com foco em escala, em um mercado concentrado, é algo quase
impossível, sobretudo em tempos de amadurecimento dos conceitos de Inovação Aberta.

Por outro lado, as saídas tecnológicas já vêm se mostrando “acima e a frente” destes desafios,
apresentando soluções que se alinham diretamente às grandes oportunidades no mercado de
educação. Como exemplo, podemos citar o acesso à internet facilitado por meios alternativos que
acabam levando a informação para comunidades remotas e desassistidas antes mesmos que os
parrudos planos de desenvolvimentos públicos os façam. O mesmo vemos em cenários relacionados à
capacitação dos profissionais da educação, alternativas de financiamento dos estudos, novas
formações de mercado e a educação inclusiva, este último representando claramente o tamanho do
impacto possibilitado pela velocidade e escalabilidade das startups.

Uma das principais reflexões que queremos trazer com esse Liga Insights EdTechs diz respeito
ao impacto de uma integração articulada entre empreendedorismo, tecnologia e educação (em todas
suas esferas de atuação, administração e comando) pode ter diante da sociedade brasileira. Usando
um termo comum do mundo de startups, causar a disrupção na educação no Brasil não envolve
apenas explorar novos negócios, mas também transformar o ambiente empreendedor, os valores de
competitividade e dignidade dos brasileiros por meio de um ensino moderno, inclusivo e acessível.

Esperamos que o debate e as referências oferecidos neste estudo, possam ser aproveitados
para que mais iniciativas inovadoras no contexto da educação sejam iniciadas e, consequentemente,
vejamos as EdTechs como parceiras protagonistas na transformação do ensino do país.
A Aceleradora
e o Liga Insights
Por meio de programas de aceleração em
diferentes verticais de mercado, eventos e inteligência
setorial, a Liga Ventures é a primeira aceleradora do
Brasil totalmente focada em conectar startups e
grandes corporações, gerando inovação e
oportunidades de negócios para ambos os lados.

Mais de 30 grandes corporações já estão com


a Liga Ventures, fazendo da inovação aberta uma
realidade, entre elas, a Unilever, Porto Seguro
(Oxigênio Aceleradora), AES Brasil, EMBRAER, Cisco,
Intel, TIVIT, Mercedes-Benz, Eaton, Cummins, Sascar,
Ticket Log, Repom, Webmotors, Brink’s, GPA, Edenred,
BNDES, entre outras.

Por que conectar empresas com startups?

EMPRESAS STARTUPS
Inovar mais rápido e barato Oportunidades de negócios
Testar novos mercados Canais de distribuição
Novos modelos de negócio Networking
Atrair talentos Marca e Credibilidade
Cultura intraempreendedora Crescimento sustentável

Já são mais de 150 startups aceleradas e mais


de 300 projetos gerados entre elas e as corporações
parceiras, reforçando as possibilidades de inovações
conjuntas, codesenvolvimentos, cocriações, parcerias e
investimentos. Assim, as startups conseguem maior
alcance no mercado, mais recursos e aumentam sua
rede de contatos. Do outro lado, as corporações
inovam mais rápido, acessam novas tecnologias e
se aproximam da cultura empreendedora das
startups.

Quer conhecer mais sobre como se conectar com


startups em seu mercado?
contato@liga.ventures
PROGRAMAS:

NOSSOS EVENTOS:
O estudo tem como objetivo compreender como o setor de
Educação está inovando e de que forma as startups que apresentam
soluções para esse mercado estão sendo desenvolvidas e aplicadas
no Brasil. Após entendimento do mercado e dos temas que
envolvem a área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são
as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma
elas podem impactar os processos e o atual cenário do segmento.
Aqui foram considerados relatórios, estudos e informações de fontes
como, CB Insights, IstoÉ Dinheiro, BBC, EXAME, O Globo, Forbes, 12.213
Porvir, Época Negócios, O Estado de S. Paulo, G1, Diário do Comércio, Base total de
DCI, Agência Brasil, EdTech Review, SEBRAE, McKinsey, ABI Reseach, startups
Valor Econômico, Revista PEGN, MarketandMarkets, INEP, IDC e
outros.

Para entendermos melhor o cenário e importância das


inovações do segmento de Educação, tanto no mercado brasileiro
quanto internacionalmente, entrevistamos mais de 30
empreendedores, profissionais e pesquisadores da área. Entre outras
questões, buscamos entender como eles interpretam as startups que
apresentam soluções e produtos para o setor, as oportunidades
geradas, de que forma estão afetando a área e os principais desafios
para o futuro.

O estudo analisou 12.213 startups brasileiras e, dessas, 297


foram consideradas para a construção do landscape presente neste
estudo. Para a seleção das startups, utilizamos como critério incluir
aquelas que estão ativas, apresentando algum tipo de solução,
serviço e/ou produto relacionados às áreas das seguintes categorias:
Analytics no ensino e aprendizagem; Crowdfunding, Financiamento,
Bolsas e outras transações financeiras; Curadoria Eletrônica de
Conteúdos; Educação Inclusiva; Ferramentas para a Educação e
Produtividade; Gamificação; Gestão da Comunicação (escolas,
professores, pais e alunos); Gestão Educacional; Idiomas;
Marketplaces de Aulas e Professores; Novas Habilidades; Novas
propostas de ensino; Plataforma de Livros e Produção de Conteúdos;
Plataformas de Ensino; Plataformas para EAD, LMS, Curso e
Treinamentos; Realidade Virtual e Aumentada; Treinamento e
Melhoria de Habilidades; Vocacional.

O mapeamento das startups foi realizado a partir de diversas


fontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos
297
da Liga Ventures, a plataforma DisruptBox, recomendações, notícias
EdTechs
em portais de negócios, bases abertas e busca ativa de startups. Por
se tratar de um mercado com mudanças constantes, este estudo é
dinâmico e terá atualizações periódicas para contemplar esses
movimentos e expor novas startups que não apareceram nesta
versão.
Adriano Novaes Alexandre Garcia Ana Cecilia Oñativia Ana Paula Romero
Proprietário e Diretor CEO do CEL.LEP Diretora Pedagógica Manzalli
Geral da ESAMC da Trilha Educação Cofundadora da
Especial Sincroniza Educação

Andrea Mansano Andrea Santos Bernardo de Pádua Bruno Mendonça


Vice-Presidente Gerente de Projetos da CESAR CEO da Quero Educação Diretor de Marketing da
LATAM da EF School Edools
Education First

César Martins Daniel Cardoso Danilo Parise Fabrício Barth


Cofundador e Diretor de Diretor Geral do Grupo CEO do Ludos Pro Líder Técnico da IBM e
Tecnologia da Happy Code Impacta e responsável Professor da ESPM
pelos treinamentos
Online ao Vivo da
Impacta Certificação e
Treinamentos

Flávio Marques Azevedo Gabriela Diuana Iana Chan Jânyo Diniz


Professor e Coordenador do Gerente de Transformação Fundadora da Diretor-Presidente do
curso de TECH na ESPM Digital na Kroton PrograMaria Grupo Ser Educacional
Joaldo Diniz João Leal José Securato Leandro da Cunha
Diretor Executivo e Líder de CEO da Árvore de Livros CEO da Saint Paul Cofundador da Signa
Transformação Digital do Escola de Negócios
Grupo Ser Educacional

Levi Guimarães Liliane Garcez Maira Habimorad Marcelo Lopes


Diretor Acadêmico no Gerente de Projetos do Diretora Acadêmica e de Diretor de Tecnologia
Instituto Superior de Instituto Rodrigo Mendes Inovação da Adtalem Educacional da
Ensino LeaNorte Foreducation

Marcelo Michelli Maria Elizabeth Pedro Filizzola Rafael Ávila


Sócio-Diretor da VOA Almeida Diretor de Marketing Diretor de Inovação do
Educação Doutora em Educação da Samba Tech Grupo Ânima
Educação

Rômulo Abdalla Roseli Moreno Thiago Arantes Tiago Mesquita


CEO da mLearn Educação Diretora Educacional do Gerente de Marketing Gerente Geral da
Móvel Colégio Objetivo-Maringá da Digital House Ironhack

Tite Zobaran
Sócia-Diretora de Produto da
Tamboro
Qual a força do ecossistema de EdTechs no Brasil? A
resposta para essa pergunta envolve, antes de mais nada, uma
análise mais ampla e global do cenário das startups de educação.
Em 2017, por exemplo, os investimentos no mercado de EdTechs
atingiram um recorde histórico de US$ 9,52 bilhões, de acordo com
informações da Metaari, consultoria de marketing, divulgadas pela
Forbes. De acordo com a análise, mais de 800 EdTechs receberam
investimentos em 2017 - o que gerou um aumento expressivo de
30% de aportes em relação a 2016.

Outros dados interessantes deste mercado englobam


alguns fatos importantes para entendermos os rumos da
tecnologia no âmbito educacional. Primeiramente, vale notar que,
nos Estados Unidos, as EdTechs que mais captaram recursos em
2016 atuam com educação corporativa (aproximadamente US$ 593
milhões); por sua vez, somente levando em conta o mercado de
2017,
aplicativos educacionais, em 2016, temos um ecossistema avaliado
em mais de US$ 2,5 bilhões; finalmente, o cenário de EdTechs
cresce também em outros mercados robustos. Na China, por 30%
exemplo, as EdTechs devem se expandir, em média, 20% nos 2016
próximos anos, tendo atraído mais de US$ 1 bilhão em
investimentos, pela primeira vez, em 2017. Todos estes dados foram
compilados aqui.

Não é à toa, pois, que as tecnologias direcionadas para a


educação devem atrair, até 2020, investimentos na casa de US$ 252
bilhões, conforme projeção da EdtechXGlobal. Segundo o estudo, o
crescimento médio no período deve ser de 17%, denotando um
movimento global de distribuição e fortalecimento de soluções
inovadoras especificamente voltadas para os processos de ensino e
aprendizagem.

Com todo esse contexto de crescimento, como posicionar o


Brasil no cenário global de startups de educação?

A princípio, é possível apontar que o ambiente educacional


brasileiro também atrai os ventos da inovação. Um levantamento da
Associação Brasileira de Startups, realizado em parceria com o
Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), por exemplo,
apontou que o segmento de educação lidera, em quantidade, o
número de startups do país. 2020,

Todavia, ao observarmos o cenário macro, percebemos que 17%


o posicionamento do país ainda é discreto quando pensamos no
aaaa
mercado global das startups de educação. Em um estudo da Navitas Ventures que analisou 20
cidades e seus respectivos ecossistemas de EdTechs, São Paulo aparece em 18º em relação ao
número de startups - a frente apenas de Cape Town na África do Sul e Kuala Lumpur na Malásia.

Como veremos ao longo deste estudo, para que o Brasil possa vencer este cenário e
explorar todo o seu potencial tecnológico, será necessário, inicialmente, resolvermos problemas
estruturais ainda básicos, inclusive no próprio contexto educacional.

"Existem ainda alguns grandes gargalos para uma maior difusão tecnológica, como o
distanciamento entre a escola e a universidade. Ainda que os pesquisadores trabalhem junto com a
escola, é muito difícil compatibilizar o tempo da escola com o tempo da universidade e com o
tempo da política. Além disso, resultados em educação demoram para ser observados. Quando mal
se começa um novo projeto ou programa, os governos querem respostas positivas, um
imediatismo. E não há resultados rápidos nesse sentido. Outro entrave é a própria dimensão do
país: nós temos mais de 180 mil escolas públicas no Brasil, então a universalização de qualquer
programa é complexa. Logo, políticas centralizadas vêm se mostrando inadequadas, afinal de
contas, cada escola tem uma realidade. Neste sentido, a descentralização é algo fundamental",
explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Doutora em Educação: Currículo e Professora da
PUC-SP.

Um exemplo desta problemática pode ser visto na própria difusão da internet. Enquanto na
União Europeia, por exemplo, 99,9% das casas já conta, desde 2017, com internet banda larga e a
região já discute os implementos necessários para a harmonização da internet 5G, no Brasil, por sua
vez, mais de um terço dos domicílios não têm acesso à internet - essa porcentagem chega a 70%
em domicílios das classes D e E, o que, além de tudo, evidencia um grave problema de
desigualdade e falta de inclusão digital.

No Brasil

desigualdade e a falta de inclusão digital no país

na Europa,
acesso à internet

No plano da infraestrutura para a internet 5G, vale salientar que as principais operadoras de
telefonia do país já adiantaram que esta tecnologia só estará disponível no Brasil após 2021, o que
indica que só teremos acesso ao 5G quando o restante do mundo já estiver com esta tecnologia à
disposição para explorar as possibilidades de uma internet mais veloz e eficiente.

Em se tratando de produção de inovação de um modo mais geral, também temos que


evoluir consideravelmente para atingirmos um nível de competitividade tecnológica de primeiro
mundo. Apesar de termos subido cinco posições no ranking mundial de inovação da Universidade
de Cornel, ainda ocupamos a modesta posição 64º, atrás de outros países latinos como Costa Rica,
México e Chile.

Por outro lado, as políticas públicas voltadas para a inovação - que, em tese, deveriam ser
fortalecidas para uma maior expansão da tecnologia no Brasil, - viram uma desanimadora queda
dentre os anos de 2013 e 2017. Segundo dados da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), os
investimentos no período, advindos do Governo Federal e específicos para engenharia e
desenvolvimento tecnológico, caíram de de 5 bilhões (2013) para pouco mais de 1 bilhão (em 2017).
"Eu vejo o Brasil como um país com uma necessidade de investimentos em infraestrutura
muito grande. Sem investimentos em infraestrutura tecnológica, não é possível escalar e tornar
mais acessíveis os recursos tecnológicos para as escolas e para a população de um modo mais
amplo. Precisamos, pois, de investimentos em tecnologia para que o país seja visto, não só como
uma nação que exporta pesquisadores, mas que consiga desenvolver inovações internamente. O
Brasil tem bons pesquisadores, mas falta investimento para mantê-los no Brasil e criarmos um
ecossistema de inovação tecnológica robusto", comenta Flavio Marques Azevedo, Professor e
Coordenador do Curso de Tech da ESPM.

Neste sentido, com tantos desafios estruturais para serem superados, inclusive no universo
da educação, como pensar nas soluções digitais voltadas para os processos de ensino e
aprendizagem no Brasil? Para Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, uma união de forças que
leve em consideração os contextos educacionais de cada escola pode ser uma rota capaz de trazer
frutos positivos. "Eu acho que parcerias entre escolas, empresas, pesquisadores e governo são
fundamentais. A escola não vai conseguir fazer esse trabalho sozinha. Por outro lado, a participação
da empresa não pode vir como algo pronto para a escola implantar. A inovação não é uma
tecnologia, um procedimento ou uma técnica nova em si, mas sim, aquilo que é criado dentro de
determinadas condições e de um certo contexto. Então, se queremos inovação por meio de novas
tecnologias, precisamos dar à escola a oportunidade de desenvolver o seu próprio projeto de
inovação. Então, o trabalho com a empresa é bem-vindo quando ela também está disposta a
aprender, para poder ajudar a encontrar soluções adequadas dentro de cada contexto
educacional", explica a professora da PUC-SP, acrescentando que as empresas podem trazer uma
mentalidade de logística e gestão que, em muitos casos, escapa dos acadêmicos e gestores
escolares.

Para explicar a importância do entendimento do contexto de cada escola, Maria Elizabeth


comentou a atuação de um de seus grupos de pesquisa na PUC-SP, a Rede de Pesquisa
Colaborativa Universidade Escola, que desenvolve núcleos de estudo em escolas com
pesquisadores voluntários, sempre partindo da compreensão do ambiente educacional daquela
instituição.

Para o professor da ESPM, Flavio Marques, por sua vez, uma das soluções para uma maior
difusão da inovação no ambiente educacional brasileiro envolve uma visão mais colaborativa na
aplicação de novas tecnologias.

"Uma boa estratégia para que tenhamos mais inovação no ambiente educacional brasileiro
se dá por meio do compartilhamento de tecnologias, deste modo, podemos auxiliar, inclusive,
escolas que não contam com uma infraestrutura digital mais robusta. Afinal de contas, em muitos
casos, o entrave para a inserção de tecnologia nas escolas públicas, por exemplo, é financeiro. Para
tanto, precisamos vencer questões que envolvem desde a estrutura burocrática das escolas até
questões governamentais", diz Flavio, acrescentando que a boa notícia é que, em maior ou menor
escala, as principais instituições de ensino já estão se movimentando para ter um braço tecnológico
em face da transformação digital.

O ainda é
Na ESPM, a criação do curso de TECH responde a essa demanda por transformação digital.
O curso, lançado no segundo semestre de 2014, já conta com duas turmas formadas e, segundo o
professor Flavio, oferece uma sólida formação técnica, aliada a disciplinas de marketing, finanças e
empreendedorismo.

O fato é que, como veremos ao longo deste estudo, mesmo com uma série de entraves e
com um ambiente que nem sempre favorece a produção tecnológica, ainda assim temos inúmeros
exemplos que demonstram, primeiramente, o potencial criativo do empreendedor brasileiro e que
respondem, por conseguinte, a algumas das principais demandas e especificidades de nosso
ecossistema educacional.

E que demandas são essas? Primeiramente, foi possível identificar a necessidade de um


maior acesso à tecnologia - tanto do ponto de vista geográfico, quanto socioeconômico. Seguindo
esta lógica, o país ainda precisa trabalhar, de modo expansivo, a difusão das chamadas novas
habilidades ou soft skills que serão cada vez mais exigidas pelo mercado de trabalho do futuro.

Há, por fim, uma forte necessidade de transformação cultural, tanto no que tange a uma
maior abertura das escolas para a tecnologia e na promoção de investimentos para a formação de
professores mais aptos a lidar com inovação, quanto no que diz respeito a uma mudança cultural
que privilegie uma maior diversidade no ecossistema de tecnologia nacional.

Dentro desse contexto, a boa notícia é que o Brasil já conta com muitas iniciativas no meio
das EdTechs que, definitivamente, tem contribuído para uma maior acessibilidade da população
brasileira junto à tecnologia - seja por meio de plataformas de suporte ao aprendizado que já
atingem as mais diversas geografias nacionais ou mesmo pela oferta de conteúdo relevante para
uma conscientização das escolas quanto aos desafios da transformação digital.

Temos também soluções que favorecem a inclusão de alunos com deficiência, minorias e
populações economicamente desfavorecidas, contribuindo assim para uma profunda mudança
cultural do ambiente educacional brasileiro.

Há, ainda, uma série de escolas se fortalecendo no


Brasil que contribuem para o letramento digital de
crianças, jovens e adultos, além de auxiliarem na resolução
de questões ainda mais estruturais, como a promoção da
leitura e a superação de problemas básicos de
aprendizagem, como a interpretação de textos ou o
raciocínio matemático.

Todas estas iniciativas foram analisadas, com rigor,


ao longo deste Liga Insights, que ainda abordou algumas
das principais tendências tecnológicas que devem
movimentar o mercado de educação no Brasil ao longo dos
próximos anos e transformar a forma como enxergamos,
atualmente, os processos de ensino e aprendizagem.
ENTRE_
VISTA
Como a tecnologia pode contribuir para
transformações no ensino e aprendizagem?
Nós acreditamos que as novas tecnologias vieram
para facilitar o processo de aprendizado, na medida
em que elas potencializam o acesso à educação. A Andrea Mansano, Vice-Presidente LATAM da
EF Education First, por exemplo, foi a primeira a EF Education First
usar um ambiente virtual para dar aulas de idiomas, uma experiência imersiva. Atualmente, estamos
já no ano de 1998. Nós acreditamos também no usando a tecnologia de realidade aumentada para
protagonismo dos estudantes, e a tecnologia ajudar os profissionais a aprender o vocabulário
acelera e fortalece este movimento de autonomia das coisas que estão ao seu redor, assim como
na educação. objetos gerados em 3D, diretamente do
smartphone. Além disso, em breve lançaremos um
Levando em consideração os processos de novo e revolucionário chatbot, que é um aplicativo
globalização e digitalização, o que os estudantes de aprendizado de idiomas orientado por
devem buscar para se prepararem melhor? conversas baseado em IA.
As inovações disruptivas acontecem o tempo todo,
de modo cada vez mais veloz e em todos os Como funciona o modelo de Teste Adaptável,
segmentos. Neste sentido, precisamos entender utilizado pela EF em seu Standard English Test?
que há um conjunto de habilidades que serão O EFSET (EF Standard English Test) tem como
extremamente necessárias neste novo contexto. É o objetivo avaliar, de forma rápida, as habilidades
caso da capacidade de resolução de conflitos; de se passivas do estudante. O teste segue um padrão
trabalhar em times multiculturais - cenário este adaptativo por meio de Inteligência Artificial, está
favorecido pela globalização. É fundamental de acordo com o Marco Comum Europeu e é o
também ter empatia, habilidades de comunicação primeiro passo para qualquer aluno dentro de
para defender seus projetos e dialogar. Em outras nossa escola. Muitas empresas e universidades
palavras: precisamos, sim, desenvolver skills também utilizam o EFSET nos processos de
técnicas, mas não podemos abrir mãos das seleção e admissão. Quando existe a necessidade
habilidades socioemocionais. de avaliar as habilidades de conversação dos
profissionais, o EFSET Speaking conta com a
O que a EF tem feito para fortalecer a inovação? revisão de professores nativos.
Há uma série de iniciativas que podemos citar ao
longo dos últimos anos. Em 2004, por exemplo, Quando pensamos em inovação e tecnologia,
inserimos as aulas em vídeo no contexto de nossos como o Brasil e LATAM estão em comparação
cursos; em 2011, foi a vez dos aplicativos, já com outros países de atuação da EF?
incentivando a tendência do mobile learning; em Pela nossa experiência, temos visto o Brasil
2013, começamos a trabalhar com o ensino assumir uma posição de protagonismo na região.
adaptativo por meio de algoritmos, permitindo que Há países, por exemplo, em que ainda se discute
os estudantes construíssem suas próprias jornadas muito a diferença entre o aprendizado virtual
de aprendizado; em 2014, lançamos o EFSET, versus presencial. No Brasil, essa questão cultural
primeiro teste padronizado e gratuito de inglês no já é menor, pois as empresas estão cada vez mais
mundo. Por fim, em 2017, os alunos ganharam a abertas para o aprendizado virtual. Do ponto de
possibilidade de realizar aulas direto do celular com vista estrutural, no entanto, ainda há muitos
professores nativos, sempre com a proposta de desafios para acelerar a transformação digital.
aaaa
As 18 áreas de soluções
Após pesquisarmos as áreas de soluções no setor, o próximo passo na confecção do material
foi buscar e fazer a curadoria das startups brasileiras que estão oferecendo algum tipo de solução
para a área, resolvendo problemas, facilitando processos ou inovando entregas. Para isso, agrupamos
as 297 startups encontradas em 18 categorias explicadas a seguir:

Analytics no ensino e aprendizagem


Startups com soluções para acompanhamento e monitoramento de aprendizagem de maneira
individualizada dos alunos, dando capacidade para tomadas de ações específicas no ensino.

Crowdfunding, Financiamento, Bolsas e outras transações financeiras


Startups que trazem soluções aplicadas ao lado financeiro da educação como a busca de bolsas,
financiamentos e outros formatos.

Curadoria Eletrônica de Conteúdos


Soluções e plataformas que são responsáveis por selecionar e produzir conteúdos segmentados
para o aprendizado e/ou treinamento de interessados nos temas.

Educação Inclusiva
Conjunto de startups que desenvolvem soluções capazes de auxiliar na frente de inclusão no
ensino, usando a tecnologia para abrir frentes e na aplicação das adaptações necessárias.

Ferramentas para a Educação e Produtividade


Plataformas capazes de atuar de forma pontual em atividades relacionadas à educação e nas
rotinas de estudo.

Gamificação
Startups que apresentam soluções para suportar o desenvolvimento do ensino baseado em
jogos e gamificação.

Gestão da Comunicação (escolas, professores, pais e alunos)


Ferramentas que auxiliam na comunicação entre escolas, professores, alunos e pais, em suas
diversas aplicações, dentro e fora da sala de aula.

Gestão Educacional
Plataformas e soluções que auxiliam na gestão e digitalização dos processos de escolas e outros
grupos relacionados à educação.
Idiomas
Startups que atuam direta e indiretamente com o ensino de idiomas, aplicando novos formatos
de aprendizagem e/ou usando de tecnologias para ampliar suas atuações.

Marketplaces de Aulas e Professores


Plataformas que conectam professores, conteúdos e alunos, ampliando as possibilidades de
interação e opções de contato entre quem quer ensinar e aprender.

Novas Habilidades
Startups atuam no ensino de novas habilidades de mercado, para a atualização e formação
profissional, além do desenvolvimento pessoal em novos conceitos.

Novas propostas de ensino


Soluções que criam novos formatos de ensino e aprendizagem, alterando os modelos
convencionais da educação, buscando se adaptar aos alunos e na eficiência na absorção.

Plataformas de Livros e Produção de Conteúdos


Startups que trabalham com soluções para a produção de conteúdos educacionais, além de
startups que atuam em torno dos livros e novos formatos de leitura.

Plataformas de Ensino
Plataformas que atuam com soluções que integram o desenvolvimento pedagógico com as
ações em sala de aula, trazendo mobilidade e a digitalização dos processos de ensino.

Plataformas para EAD, LMS, Curso e Treinamentos


Plataformas de LMS, transmissão, ferramentas e/ou aplicativos que permitem a operação e novas
formas de aprendizado, treinamentos, ensino à distância e educação contínua.

Realidade Virtual e Aumentada


Startups que oferecem serviços e soluções em torno do conceito de Realidade Virtual e
Realidade Aumentada para aplicações na educação.

Treinamento e Melhoria de Habilidades


Soluções que oferecem atuam na identificação e desenvolvimento de habilidades, microlearning
e no desenvolvimento pessoal e profissional de maneira direcionada.

Vocacional
Grupo de startups formado por soluções que tratam questões relacionadas à identificação e
orientação vocacional ao longo da jornada de aprendizagem.
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inovação
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LANDSCAPE
297 STARTUPS

Crowdfunding, Financiamento,
Analytics no ensino e aprendizagem Bolsas e outras Transações Financeiras Curadoria Eletrônica de Conteúdos | 35 empresas
10 empresas 8 empresas
Educação Inclusiva | 11 empresas

Ferramentas para a Educação e Produtividade Gestão da Comunicação (escolas,


Gestão Educacional | 35 empresas
20 empresas Gamificação | 15 empresas professores, pais e alunos) | 13 empresas

Marketplaces de Aulas Plataforma de Livros e Produção


Idiomas | 15 empresas e Professores | 13 empresas Novas Habilidades | 24 empresas Novas propostas de ensino | 24 empresas de Conteúdos | 14 empresas

Plataformas de Ensino Plataformas para EAD, LMS, Curso Realidade Virtual e Aumentada
9 empresas e Treinamentos | 15 empresas 10 empresas Treinamento e Melhoria de Habilidades | 22 empresas Vocacional | 4 empresas

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UNINDO ENSINO INOVADOR E NOVAS TECNOLOGIAS,
EDTECHS GANHAM MERCADO DE EDUCAÇÃO

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A educação tradicional, com alunos sentados anotando o que o professor diz ou escreve na
lousa, está perdendo espaço no Brasil. No seu lugar, surgiram métodos de ensino inovadores e
tecnológicos, coerentes com o mundo cada vez mais digital em que vivemos.

Essa tendência favoreceu o surgimento das EdTechs, startups que unem tecnologia e
educação, para instituir formas de ensino mais atrativas aos estudantes. Com o auxílio de aplicativos,
cursos online, realidade virtual, inteligência artificial, gamificação e outras ferramentas, elas auxiliam
os alunos a reter mais conteúdo em menos tempo.

Porém, como as necessidades das pessoas que procuram por uma instituição de ensino
mudaram, novas áreas surgiram para preencher esses gaps do mercado. Para estimular essas
empresas a se desenvolverem e aprimorarem suas habilidades, o InovAtiva Brasil, maior programa de
aceleração de startups da América Latina, entre 2016 e 2018, acelerou 56 startups da área de educação.
Neste mesmo período, quatro EdTechs foram escolhidas como destaques por suas ideias inusitadas:
Voopyn.com, ambiente virtual de desenvolvimento e identificação de talentos universitários; Enem
Game, jogo multiplayer online de perguntas e respostas; Redação Online, primeira plataforma de
correções de redação do Brasil; e BRG Vocacional, que auxilia instituições de ensino superior na
captação de alunos por meio de uma plataforma online de orientação profissional.

> Educação Básica: Como a nova geração de estudantes está habituada às novas tecnologias, levá-las
para a sala de aula pode ajudar os professores na transmissão do conteúdo. De olho nessa tendência, a
Inteceleri Tecnologia Para Educação desenvolveu a plataforma Matematicando, composta por
atividades neurolinguísticas, cromopedagógicas e gamificação, para que o aluno aprenda a
matemática de forma mais rápida.
> Ensino Superior: Um grande problema encontrado no Brasil é a evasão do ensino superior. Para
ajudar as instituições de ensino na retenção de alunos, a Innervision oferece uma base tecnológica
especializada em inteligência artificial para que as universidades analisem o perfil do aluno e
mapeiem quais estudantes têm mais chance de evadir.
> Educação a Distância: Destinada às pessoas que não têm tempo, facilidade de ir até uma instituição
de ensino ou querem pagar menos, o EaD contempla todas as formas de ensino online, como vídeos
transmitidos ao vivo por meio da plataforma da Samba Tech, startup mineira líder na distribuição de
vídeos online na América Latina.
> Ensino de Idiomas: Saber mais de um idioma vem sendo um pré-requisito para a maioria dos
empregos. Para ajudar a desenvolver essa habilidade ainda na primeira infância, o Kidsa, único
aplicativo no Brasil que fornece curso de inglês completo voltado para a Geração Alpha (nascidos a
partir de 2010). O conteúdo é produzido por educadores, professores de línguas e profissionais
especializados no entretenimento infantil.
> Educação Corporativa: Um exemplo de startup que oferece esse tipo de serviço é a Qranio. A
plataforma mobile cria programas de treinamentos personalizados para cada colaborador com estilo
de vida estilo de vida “on the go” utilizando microlearning e gamificação para estimular os usuários
com conteúdo educacional.
> Gestão Escolar: Ao contrário do que muitos pensam, ser uma EdTech não significa que ela atue
diretamente no aprendizado. Ela também pode desenvolver soluções para a gestão escolar, como é o
caso da Agenda Edu, a maior plataforma escolar do Brasil, que tem por premissa aproximar e facilitar a
comunicação entre escolas, alunos e seus responsáveis.
> Cursos Livres: A Drone Kids School, por exemplo, oferece um curso de pilotagem de drones. Sua
metodologia foi construída para desafiar o aluno a aprender e aplicar o conteúdo e as habilidades com
projetos reais. Sua estrutura incentiva o estudante a trabalhar em equipe e desenvolver suas
habilidades de liderança.
Por Categoria

SP (49%) São Paulo (36%)


Foram
RJ (14%) Rio de Janeiro (12%) mapeadas
Por Cidade e startups em
MG (9%) Belo Horizonte (7%) 59 cidades
Estado em 23
Campinas, Curitiba e estados
SC (6%)
Florianópolis (4%) diferentes
PR (5%) Ribeirão Preto (3%)

Por Ano de
Fundação
ENTRE_
VISTA
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Como a educação corporativa pode contribuir


com a formação de profissionais mais bem
preparados para lidar com os desafios do
mercado de trabalho do futuro?

A educação corporativa é o método que adotamos


para disseminação desse conhecimento para
acelerar a transformação digital dentro da Ambev.
Não temos uma receita única para encararmos
esse desafio, mas temos iniciativas que estão
acontecendo em paralelo, seja por imersão total Mário Vieira, Analytics Manager – Supply Chain &
em método ágil, por meio de treinamentos Capabilities na Ambev
semanais para equipes técnicas, plataforma de
ensino online de analytics ou eventos Para inovar, temos que errar, experimentar e
descontraídos como Tech Talks, Coding dojo e aprender. A difusão do conhecimento é encarada
Meetups. Nossa visão é que o mercado de trabalho em grandes corporações como algo subjetivo,
no futuro está baseado em análise de dados, principalmente quando se tratam de novas skills. O
tomada de decisão rápida e plataformas digitais limiar de aceitar um resultado ruim e aprender
para funções mais operacionais. Com base nisso, com os erros, é muito pequeno. Com base em
temos que focar nessa transição, e levar o mesmo nossa cultura, nunca estamos satisfeitos, mas
time que hoje passa 80% do tempo gerando base temos agora que entender que para aprender
de dados para 80% em análise de resultados. coisas novas, existe uma curva de entregas que
nem sempre é veloz. Após superarmos essa
Na visão da Ambev, quais serão as habilidades mentalidade, o novo se torna algo bom!
essenciais que serão exigidas dentro do
ambiente de negócios nacional? Como a tecnologia pode contribuir para a
aceleração e para o escalonamento dos
Segundo Bernardo Novick (ex-VP Client Services / processos de aprendizagem dentro das
atual Head ZX) o futuro da Ambev será guiado por empresas e com os seus parceiros externos?
líderes que dominam e tem paixão pelo nosso
negócio (cerveja), mas que conheçam muito de Atualmente o melhor engajamento é baseado em
tecnologia. Esse tipo de mentalidade está se deixar o usuário escolher a melhor forma de
tornando cada vez mais presente em nossa aprender. Pensando em escala, treinamentos
empresa, mostrando que o nosso ambiente de online e reportes sobre tecnologia (pílulas de
negócios exigirá ambas áreas de conhecimento. As conhecimento) alcançam mais pessoas de forma
maiores habilidades estarão em conectar esses geral, totalmente dependente de tecnologia.
dois mundos e tirar o melhor resultado de cada. Porém, quando precisarmos de processos de
aprendizagem personalizados, videoconferências e
Que entraves precisam ser superados para que gamification são ótimos métodos para manter
as grandes corporações adotem um modelo de todos conectados, porém com materiais
difusão de conhecimento e promoção de novos específicos. Por último, acreditamos muito que
skills dentro dos seus espaços de trabalho? plataformas de comunicação podem revolucionar
os métodos tradicionais de aprendizagem, com
O principal entrave está na mentalidade de nunca chatbots utilizando inteligência artificial para um
errar, sempre gerar lucros e resultados rápidos. ensino fluido e mais natural possível.
aaaaaaaa
Os desafios para a transformação
digital da Educação no Brasil

Que o movimento da transformação digital já é uma


realidade em diversos segmentos, não há maiores dúvidas. O que
varia, naturalmente, é o grau de profundidade desta busca pela
digitalização. De acordo com o estudo State of Digital Business
Transformation, do IDG, que analisou diferentes mercados, 89% das
empresas entrevistadas informaram que já adotaram ou pretendem
adotar uma estratégia de transformação digital.

Todavia, segundo o mesmo estudo, somente 44% das


organizações que participaram da pesquisa já deram um início,
efetivo, no processo de digitalização das suas operações, o que
significa dizer, consequentemente, que a maturidade tecnológica
das companhias varia conforme o nicho em que estão inseridas.
Dentro deste contexto, qual o grau de informatização e difusão da
tecnologia em um ecossistema complexo como o de educação?

Para responder a essa pergunta precisamos, antes de tudo,


entender os desafios para a transformação digital deste ambiente
que conta tanto com uma robusta iniciativa privada formada por já adotaram ou
grandes e pequenos grupos educacionais atuando nos mais diversos pretendem adotar uma
estratégia de transformação
nichos (ensino básico, superior, cursos técnicos, livres e de idiomas),
digital
quanto com um ensino público disponibilizado nas esferas federal,
estadual e municipal. Cada um destes universos, por sua vez,
apresenta diferentes particularidades e obstáculos a serem
superados.

Dentro deste espectro de desafios, destacamos neste estudo


- a partir da análise de uma série de informações e da conversa com
diversos especialistas do mercado -, os eixos da acessibilidade, do
letramento digital e da promoção das novas habilidades exigidas pelo
mercado em face dos movimentos de digitalização.

Além disso, há obstáculos a serem vencidos para a


transformação cultural de alunos, professores e da própria sociedade,
sobretudo para uma maior inserção da tecnologia no ambiente
educacional brasileiro, bem como, envolvendo uma expansão da
diversidade no mercado digital.

No eixo da acessibilidade, por exemplo, abordamos a


complexidade, os obstáculos e as iniciativas em prol da
democratização da internet e do acesso às novas tecnologias,
sobretudo levando em conta as regiões do país afastadas dos
grandes centros urbanos. Dentro dessa mesma discussão, analisamos
os principais desafios para a transformação digital das
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

31
escolas do país, com especial destaque para o sistema público de ensino. Por fim, discutimos ainda
o papel das EdTechs nessa busca pela democratização digital.

Por sua vez, em relação ao letramento digital, levamos em conta tanto a necessidade de
formação, atualização e imersão do corpo docente nacional nas novas tecnologias direcionadas
para fins pedagógicos, quanto o interesse e a necessidade de formação de estudantes preparados
para as peculiaridades de um mercado que se transforma de modo dinâmico, no ritmo incessante
da inovação que move diferentes mercados, inclusive o de educação.

Finalmente, ao abordarmos a urgência pela transformação cultural do país em prol dos


processos de digitalização, identificamos, em um primeiro plano, dificuldades organizacionais das
escolas do país para uma maior inserção tecnológica - desafios estes que são, aliás, compartilhados
com outros segmento de mercado.

Em seguida, tratamos da necessidade da inclusão de minorias no mercado digital para que


uma transformação cultural possa ocorrer, de fato, amplamente e democraticamente. Para tanto,
analisamos uma série de dados sobre a participação de minorias no ecossistema de tecnologia,
destacando ainda o papel das escolas neste movimento de transformação.

Todos os eixos deste primeiro segmento do nosso estudo busca evidenciar os desafios de
um ambiente educacional que, em muitos aspectos, ainda está imerso em metodologias e culturas
tradicionais de ensino. Já neste primeiro momento, por fim, refletimos sobre iniciativas e
tecnologias que podem contribuir para resolução de problemáticas específicas de nosso universo
de educação.

dos domicílios brasileiros


não conta com nenhuma não conectados à internet
forma de acesso à internet
Fronteiras para o
acesso digital
Em um país de dimensões continentais como é o Brasil, refletir sobre a questão da
acessibilidade às novas tecnologias é um ponto essencial quando pensamos nos processos de
digitalização do ensino.

Antes de mais nada, basta levarmos em conta, por exemplo, que cerca de 39% dos
domicílios do país ainda não conta com nenhuma forma de acesso à internet, segundo pesquisa do
CGI - Comitê Gestor da Internet, de julho do ano passado. Ao todo, aproximadamente 27 milhões de
residências ainda não possuem conexão com a web e, embora este número esteja caindo ao longo
dos anos, o fato é que ainda temos uma grande porcentagem da população que vive às margens
dos movimentos de transformação digital.

De acordo com o IBGE, esta margem de cidadãos não-digitalizados é ainda mais


significativa nas regiões Norte e Nordeste, que contam, respectivamente, com 45,7% e 47,7% de
indivíduos não conectados à internet, conforme levantamento divulgado no início de 2018.

No contexto das escolas públicas, o problema é igualmente complexo. Para além de


obstáculos ainda mais básicos, que envolvem desde a falta de saneamento básico até a ausência de
energia ou água corrente, apenas 46,8% dos colégios públicos do país dispõem de laboratórios de
informática, ao passo que 34,4% não possuem acesso à internet e em 46,5% não há conexão via
Banda Larga. Os números são do Censo Escolar de 2017, divulgado pelo MEC em janeiro do ano
passado.

Algumas iniciativas governamentais vêm sendo realizadas nos últimos anos para reverter a
falta de digitalização nas escolas. Dentre elas, vale a pena citar que, em maio de 2017, o Governo
Federal lançou, a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), primeiro satélite inteiramente
operado pelo Brasil voltado para a democratização de tecnologias digitais. Com investimentos de
quase R$ 3 bilhões, o equipamento visa possibilitar o acesso à conexão em banda larga em todas as
regiões do país.

brasileiros não possuem


laboratórios de informática

não possui
conexão via banda larga

E em deles
há acesso à internet de
forma alguma
Este é um passo importante, mas, segundo especialistas, o país ainda precisará evoluir
muito para que possamos considerar nosso sistema educacional digitalmente conectado. A mestra
em Desenvolvimento Educacional pela Universidade de Columbia e Cofundadora da Sincroniza
Educação, Ana Paula Romero Manzalli, aponta que, além da questão internet, a própria qualidade e
quantidade de computadores e dispositivos tecnológicos dificulta o processo de transformação
digital das escolas brasileiras.

A falta de preparo dos professores para lidar com tecnologias com finalidade pedagógica,
bem como o modelo de ensino ainda calcado na ideia de que o professor é o detentor do
conhecimento e os alunos receptores passivos do conteúdo de aulas expositivas - com poucas
oportunidades de produção e colaboração -, também são entraves a serem superados para uma
maior abertura do ensino público para a inovação e, consequentemente, para a construção de uma
mentalidade disruptiva entre os alunos.

A própria aproximação das EdTechs junto às instituições públicas de ensino, que poderia
contribuir para uma aceleração dos processos tecnológicos nas escolas, torna-se um desafio, tendo
em vista a estrutura burocrática de compras no sistema público brasileiro. "As EdTechs têm
dificuldade de vender seus produtos e serviços para as secretarias de educação, por conta do tipo
de objeto e do processo burocrático, e as secretarias, por sua vez, têm dificuldade em mapear e
entender quais tecnologias poderiam auxiliá-las de forma mais assertiva", comenta Ana Paula.

reverter a falta de
digitalização nas escolas
públicas visa possibilitar o
acesso à conexão em
banda larga em todas as
regiões do país

Um dos propósitos da Sincroniza Educação, empresa de serviços que auxilia secretarias de


educação e organizações a implementarem produtos que necessitem de gestão de projetos e
formação de professores em escala, é, justamente, quebrar as barreiras entre o ensino público e as
startups de educação, afinal de contas, conforme reforça Ana Paula, a maior parte das EdTechs
ainda atua de modo exclusivo nas escolas particulares, justamente por dificuldades de como as
expostas anteriormente de inserção no ensino público.

"A Sincroniza Educação tem como principal frente de atuação, hoje, a implementação de
tecnologias educacionais em escolas. Não desenvolvemos as tecnologias - somos contratadas para
auxiliar EdTechs e redes de ensino a implementar plataformas educacionais com qualidade, o que
envolve desde a formação de professores e gestores, até o acompanhamento de dados
relacionados ao uso da tecnologia. Nosso trabalho é garantir que o uso das tecnologias
educacionais faça sentido no contexto escolar e passe a fazer parte da sua rotina, de forma que
sejam uma ferramenta efetiva de aprendizagem", conclui a Cofundadora da Sincroniza Educação.

Uma das frentes da transformação digital na educação que poderia, ao mesmo tempo, se
beneficiar dos avanços na infraestrutura digital das escolas do país e contribuir para um maior
acesso de diferentes geografias a diferentes modalidades de aprendizagem são as plataformas de
ensino a distância. Bruno Mendonça, CMO da Edools - startup que oferece uma plataforma de EAD
e serviços de gestão e produção de conteúdo digital - acredita que uma das formas de superar os
desafios do sistema de ensino nacional se dá por meio do compartilhamento de conhecimento
relevante, que pode mobilizar mudanças em qualquer lugar do país.
"A Edools, por exemplo, oferece conteúdo de qualidade para qualquer pessoa, instituição de
ensino ou empresa que busque revolucionar a forma como ensina pessoas. Hoje nós temos mais de
250 artigos publicados em nosso blog, que ajuda públicos diversos a superarem desafios nos mais
variados cenários. Também temos diversos e-books lançados, infográficos, webinars, podcasts e
outros formatos para incentivar e difundir cada vez mais todos os recursos e benefícios do ensino
online em suas realidades", explica o CMO da startup que tem crescido em média, 60% ao ano,
desde sua fundação. Dentre os clientes da empresa, destacam-se a Fundação Estudar, T2
Educação, Sebrae e o Grupo Impacta.

Bruno Mendonça reconhece, entretanto, que o acesso restrito à internet é ainda um


obstáculo que precisa ser superado para que a expansão de novas tecnologias ocorra de modo
mais amplo no país, e que uma união entre a iniciativa privada e o poder público é indispensável
para a resolução deste cenário. "Incentivos governamentais são cruciais para uma maior
disseminação do conhecimento por intermédio da tecnologia na educação brasileira", finaliza.

Sobre a questão dos incentivos governamentais, abordada pelo CMO da Edools e por
outros especialistas consultados neste estudo, vale a pena citar ainda o programa GESAC (Governo
Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão), do Ministério de Ciência e Tecnologia, que atingiu
a marca de 1 milhão de alunos conectados em regiões de difícil acesso do país, de acordo com
informações divulgadas pela Agência Brasil. O projeto envolve a instalação de pontos de conexão
que utilizam a banda do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), citado há
pouco. Até o fim do ano, o Governo Federal pretende instalar 10 mil pontos de internet banda larga.
No momento, são 3,8 mil pontos instalados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste que, segundo
aponta o presidente Jair Bolsonaro, são regiões prioritárias no programa.

Outro possível norte, por fim, para o rompimento das fronteiras da acessibilidade, pode se
dar por meio do uso das ferramentas como os smartphones, hoje mais disponíveis, mesmo em
regiões de difícil acesso ou baixa renda per capita, sendo o principal meio de acesso à internet nos
domicílios brasileiros.

Falaremos dessa tendência mais a frente, além da necessidade de letramento digital e de


uma ampla transformação cultural dos players do ambiente educacional brasileiro, para que
alternativas como o mobile learning se fortaleçam ao longo dos próximos anos.

Com o objetivo de difundir a inovação e fortalecer uma cultura maker nas


escolas, a Explorum traz uma série de soluções, desde a certificação de
professores, até o desenvolvimento de ambientes criativos de
aprendizagem. Já recebeu, em 2017, investimento-anjo de R$ 1,2 milhões.

Focada na oferta de cursos de inglês para comunidades carentes de São


Paulo, Minas Gerais e Paraíba, a 4YOU2 conta com um projeto flexível de
ensino e aulas presenciais com professores nativos. Em 2019, recebeu
investimento do fundo internacional Yunus Negócios Sociais.

A indiana Vedantu oferece aulas particulares conduzidas em tempo real


por professores especializados, para alunos do ensino regular e abarcando
disciplinas que vão da Matemática a Ciência da Computação. Em 2018, a
startup captou US$ 11 milhões em investimentos.

Fundada nos EUA em 2012, a Coursera é uma plataforma que oferece


cursos livres, MBAs e programas de graduação das principais
universidades e instituições do ensino do mundo, atendendo mais de 20
milhões de estudantes. Já captou mais de US$ 313 milhões.
O Letramento Digital

Outro desafio diretamente ligado ao processo de transformação do mercado consiste na


necessidade de difusão de novas habilidades digitais que, de modo cada vez mais amplo, serão
exigidas pelas empresas no contexto da indústria 4.0 e da expansão tecnológica nos mais diversos
segmentos econômicos globais.

Como atender essa demanda pelo letramento digital dos estudantes brasileiros é um ponto
que merece reflexão, sobretudo quando levamos em conta que a promoção de uma cultura digital
é uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em dezembro de
2018 pelo então Ministro da Educação Rossieli Soares Silva. Diz o documento:

"Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma


crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva."

Conforme apontado por uma série de especialistas entrevistados para este estudo,
entretanto, para pensarmos no letramento digital dos alunos das redes pública e privada de ensino,
precisamos levar em conta, antes de tudo, a formação de um corpo nacional de docentes hábeis a
lidar com tecnologias direcionadas para fins pedagógicos.

Uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação que ouviu mais de 4 mil professores da
rede pública do país aponta, por exemplo, que mais de 60% dos docentes nunca realizou cursos
relacionados a aplicação de tecnologias digitais no ensino ou mesmo qualquer formação geral em
informática. O levantamento ainda demonstra que, superadas as barreiras de infraestrutura, a
maioria dos professores está disposta a utilizar a inovação, a qual, segundo os docentes
entrevistados, tem potencial para aumentar a motivação e o desempenho escolar dos estudantes.

Por sua vez, no plano discente, a maior parte dos alunos demonstra amplo interesse por
ciência e tecnologia. O fato foi identificado em estudo da FINEP (Agência pública de fomento à
inovação), o qual aponta que, para quase 80% dos estudantes, a disciplina de Ciências pode
auxiliá-los no futuro profissional. Além disso, segundo os alunos, o estudo de Ciências é
fundamental para o desenvolvimento da tecnologia no país e deveria ser incentivado pelo poder
público. A pesquisa ouviu 2 mil jovens, entre 12 e 17 anos, das redes pública e privada de ensino.

Quando unimos estes fatores - interesse do corpo docente e dos alunos -, em tese, temos
um ambiente aberto para a inovação no ensino do país. Neste sentido, como superar os desafios de
formação dos professores para que estes agentes sejam capazes de disseminar habilidades digitais
e colher os resultados de uma metodologia educacional que utiliza a tecnologia como aliada dos
processos de aprendizagem?

Para Marcelo Lopes, diretor de tecnologia educacional da Consultoria Foreducation


EdTech, que implementa soluções do Google For Education nas escolas e que une pesquisadores
da educação, a resposta para essa equação envolve a quebra de um ciclo vicioso que atrasa a
evolução das metodologias de ensino no país. "No modelo atual das escolas, os professores, de
aaaaa
modo geral, repetem as fórmulas que sempre utilizaram para ensinar ao longo da vida. Nós temos
que investir numa atualização da didática dos professores, levando em consideração este novo
contexto de transformação digital. Hoje, precisamos pensar muito mais no desenvolvimento de
habilidades e competências, do que simplesmente na exposição de conteúdo", afirma o diretor que,
no entanto, faz a ressalva de que este movimento de atualização didática não ocorrerá do dia para a
noite.

É preciso, pois, que as escolas, tanto da rede pública quanto do sistema privado, assumam
um programa de transformação que inclua um planejamento estratégico com linhas de ações,
definindo onde a instituição está e onde ela quer chegar.

Segundo Marcelo, o ecossistema de startups pode contribuir com este cenário de


mudança. Para tanto, é fundamental que as empresas de tecnologia não centrem seus esforços
somente na criação de soluções, mas pensem nas pessoas que irão utilizar estas ferramentas. "O
foco da Foreducation é a transformação de pessoas por meio de tecnologias abertas para melhorar
processos de comunicação, gestão de salas de aula, transmissão de conteúdo e aumentar a
produtividade. Nosso objetivo é fazer o intermediário entre a tecnologia e as pessoas. Caso as
empresas, as startups, o governo e os centros de pesquisas não construam essa ponte, não teremos
resultados pedagógicos relevantes", acrescenta o educador.

Dentro deste contexto de busca pela transformação das pessoas, escolas especializadas
que disseminam conhecimentos tecnológicos podem contribuir para a formação de profissionais
mais bem preparados, capazes de enfrentar os desafios que já se fazem presentes no ambiente de
negócios brasileiro.

A Digital House, por exemplo, oferece cursos presenciais e semipresenciais focados na


promoção de soft skills e habilidades digitais como desenvolvimento web e mobile, marketing
digital, data science e data analytics, além de uma formação voltada para a gestão de negócios
digitais e um pacote de programas executivos. Aberta em 2018, a escola pretende formar, até o fim
deste ano, mais de 2.500 profissionais digitais.

"O core da nossa escola são os cursos, mas nós temos uma série de projetos de educação
para expansão de nossa proposta de transformação, capacitando empresas e pessoas a adquirirem
novas habilidades. Nosso objetivo central é formar lideranças com os skills necessários para
conduzir a transformação digital pela qual o mundo está passando hoje", explica Thiago Arantes,
Gerente de Marketing da Digital House.

Mas como expandir o letramento digital para além dos grandes centros urbanos? Thiago
reconhece que pelo fato de grande parte das startups e das empresas de tecnologia estarem
sediadas em capitais como São Paulo, o acesso às habilidades digitais para os cidadãos que estão
fora desses eixos é mais restrito. Apesar disso, ele acredita no potencial do empreendedorismo
nacional para a reversão deste cenário. "O empreendedorismo é um caminho para a
democratização das habilidades digitais. Já temos todas as ferramentas para estabelecer
aaaaaaaaaa
dinâmicas de aprendizado em que a gente alcance mais e mais pessoas. Aliada a isso, temos uma
população muito empreendedora. O que precisamos é ampliar e incentivar o empreendedorismo
digital, ainda pouco difundido", acrescenta Thiago.

Já Tiago Mesquita, Gerente Geral da Ironhack, acredita que os cursos online e as


plataformas de ensino a distância podem contribuir, de modo decisivo, para a difusão de
habilidades digitais em um país de dimensões tão amplas como o Brasil. Fundada em Madrid em
2013 e com 6 meses de operação no Brasil, o objetivo da Ironhack é qualificar, em apenas 9
semanas, pessoas que têm urgência em se reinventar profissionalmente para o mercado atual em
cursos de design, programação e análise de dados.

O modelo de cursos intensivos, explica Tiago, advém de uma necessidade de transformar,


de modo ágil, a mentalidade da sociedade quanto aos desafios da transformação digital e da
indústria 4.0. "A sociedade como um todo ainda não se ajustou a este novo cenário. O ensino é
focado em memorização, não em estimular o pensamento crítico. Continuamos a apostar em
licenciaturas de quatro ou mais anos para capacitar pessoas para realizar empregos que em pouco
tempo não vão existir. Os exemplos são muitos, mas não são exclusivos do Brasil. O fato urgente é
que há uma massa trabalhadora imensa que precisará ser requalificada no curto prazo caso o país
não queira ficar para trás no cenário global", comenta Tiago.

A tendência para o futuro, comenta o Gerente da Ironhack, envolve, ainda, uma


transformação cultural em larga escala. "Precisamos ter em mente que os trabalhos para toda uma
vida não farão parte do novo mercado. A tendência é que tenhamos diferentes empregos em
diferentes áreas e empresas. Para ter sucesso neste ambiente, cada vez mais as soft skills serão um
fator diferencial - empatia, inteligência emocional e outras. Além disso, as pessoas precisam
aprender a aprender, já que vão ter necessidade de o fazer de modo constante, adquirindo a
capacidade de se reinventar várias vezes ao longo de uma carreira", conclui Tiago Mesquita.
Abordaremos, de modo mais amplo, a importância da transformação nos próximos passos deste
estudo.

A Maker Robotics é uma startup brasileira que, desde 2012, utiliza a


robótica para difundir conhecimentos entre estudantes do ensino regular.
Atuando em mais de 230 escolas, a EdTech já faturou R$ 2,5 milhões ao
longo dos anos.

A brasileira Veduca, fundada em 2012, oferece mais de 30 cursos livres


ligados às áreas de de comunicação, planejamento estratégico, gestão de
projetos e desenvolvimento humano. Com cursos gratuitos e outros
oferecidos a preços populares, a Veduca faturou, em 2018, R$ 3 milhões.

Por meio de um formato interativo e uma linguagem adaptada para a


realidade infantil, a britânica Bright Little Labs busca desenvolver o
pensamento crítico e as habilidades do século XXI entre crianças. A startup,
fundada em 2015, já captou € 165 mil.

Fundada nos EUA em 2017, a Torch busca formar novos líderes por meio de
uma integração de coaching e tecnologia, visando fortalecer o
autoconhecimento e alta performance entre os usuários da plataforma
que, em 2019, já captou US$ 10 milhões em investimentos.
Transformação Cultural

Quando analisamos os obstáculos a serem superados para uma maior inserção da


tecnologia nas escolas do país, além de questões de infraestrutura, acessibilidade e de capacitação
técnica, ainda precisamos levar em conta um aspecto mais subjetivo, que envolve a transformação
cultural dos players que formam o ambiente educacional brasileiro.

Em um estudo macro da Consultoria Mckinsey sobre transformação digital no mercado,


por exemplo, ¼ das companhias entrevistadas apontam uma cultura avessa a riscos como um dos
principais entraves para a digitalização nas empresas. No mesmo levantamento, 20% das empresas
apontam que a falta de entendimento da cultura organizacional é outro impeditivo para o 'sucesso
digital'.
Para a Diretora Acadêmica e de Inovação do Grupo Adtalem Educacional, Maíra
Habimorad, tais obstáculos também precisam ser superados no mercado de educação, o qual
conta ainda com o elemento cultural das famílias e os desafios da difusão de metodologias de
ensino inovadoras na sociedade brasileira.

"Pensando no ensino básico, há uma estagnação significativa. Não se trata de afirmar que
as pessoas não mudam porque elas não querem ou porque não veem valor na inovação, mas
porque o modelo de ensino atual no país vive um longo período de inércia. No ensino básico, por
exemplo, as escolas não têm sistema concorrente. Além disso, o apetite para risco das famílias é
muito pequeno porque ninguém quer errar com a educação dos filhos", explica Maíra. A executiva
informa ainda que, embora no ensino superior essa conjuntura seja um pouco diferente devido à
proximidade das universidades com o mercado de trabalho e às pressões para que sejam adotadas
novas tecnologias mais aderentes aos tempos atuais, ainda assim, muito precisa ser feito para que
as universidades brasileiras sejam pólos de inovação.

Um dos caminhos para a superação destes obstáculos e, consequentemente, para a


construção de uma cultura digital na educação pode se dar por meio de parcerias entre
universidades, escolas e startups. Para tanto, Maíra acredita que estas empresas precisam ser
capazes de atender dois perfis diferenciados de instituições de ensino.

"Um dos perfis são escolas que já entenderam a importância da transformação digital, mas
que ainda não possuem uma estratégia organizada de inovação. Atender este grupo é um desafio,
pois o interesse existe, mas as coisas podem não evoluir por falta de maturidade da instituição.
Outras instituições, como o próprio Grupo Adtalem, já estão em um cenário mais avançado de
maturidade tecnológica. Nós já entendemos que o ambiente educacional global não é mais o
mesmo, e já temos uma estratégia para a transformação digital. O desafio de nos atender, por sua
vez, é que sabemos exatamente o que queremos e soluções de prateleira que não levem em
consideração necessidades pedagógicas dificilmente irão se inserir em instituições com visão
digital mais madura", explica Maíra, acrescentando que, no Grupo Adtalem, já são utilizadas
soluções de Machine Learning, Inteligência Artificial, além de Plataformas de LMS (Learning
Management Systems).

Mas uma transformação cultural que leve em conta o cenário de digitalização da educação
e, em última instância, do mercado global como um todo, precisa ir além dos desafios
aaaaaaaaaaaa
organizacionais internos das empresas, universidades e instituições.

É fundamental refletirmos, por exemplo, sobre questões sociais, como a inclusão de


mulheres, grupos minoritários e de camadas da população economicamente menos favorecidas no
mercado digital e de tecnologia. Analisando alguns dados, é relevante percebermos, por exemplo,
que no campo da engenharia da computação, apenas 8% dos trabalhadores são negros, de acordo
com dados do Ministério do Trabalho; por sua vez, apenas 28,8% da população brasileira mais pobre
possui acesso à internet segundo levantamento do IBGE; finalmente, segundo a Brasscom, as
mulheres ocupam apenas 37% das vagas de TI.

Certamente, as explicações para tais dados envolvem uma série de fatores, incluindo
problemas de acessibilidade e da necessidade de transmissão de conhecimentos digitais no ensino
do país, os quais já foram introduzidos neste estudo. Dentro deste contexto, um processo de
transformação cultural é fundamental para a construção de um ambiente digital verdadeiramente
diverso e inclusivo.

8% dos 28,8%
trabalhadores população brasileira
engenharia da mais pobre possui
computação são negros acesso à internet

E este processo de abertura também passa pela educação. Não à toa, startups como a
PrograMaria, que promove, de modo exclusivo, ações para a inclusão feminina no mercado de
trabalho contemporâneo, vem ganhando destaque no ecossistema nacional de EdTechs.

"A PrograMaria tem a missão de empoderar mulheres por meio da tecnologia e da


programação. Trabalhamos ao lado de empresas que querem promover a diversidade e recrutar
mais mulheres, realizando diversas atividades, como oficinas, palestras, debates e cursos de
formação técnica para mulheres entrarem ou progredirem nesse universo. Por meio dessas
experiências, as empresas não só fomentam a formação de mais mulheres, mas também conectam
suas oportunidades de trabalho com essas profissionais, aprimorando também seu employer
branding", explica Iana Chan, Fundadora da PrograMaria.

Fundada em 2015, a PrograMaria já formou 4 turmas em seu curso Eu Progra{amo}, que


aborda conceitos básicos de programação para a web. No total, mais de 400 mulheres já
participaram das ações da startup em prol do empoderamento feminino no mercado digital.

Outra iniciativa bastante positiva em prol da transformação cultural de escolas e da


inclusão social no contexto da transformação digital é o NAVE (Núcleo Avançado em Educação),
programa de ensino médio integrado ao profissional desenvolvido pelo Oi Futuro em parceria com
as Secretarias de Estado de Educação do Rio de Janeiro e Pernambuco e que tem a CESAR School -
escola de inovação de Recife-PE – como parceira estratégica. Em Pernambuco, o programa
funciona na Escola Técnica Estadual Cícero Dias, com foco na promoção de habilidades digitais e
soft skills alinhados às competências do novo mercado de trabalho.

Para Andrea Santos, Gerente de Projetos na Cesar SCHOOL, é fundamental, justamente,


conectar a tecnologia aos desafios do ambiente no qual ela está inserida. "Eu acredito que o mundo
digital nos impõe dois principais desafios que, por sua vez, motivam a criação de uma nova cultura.
De um lado, temos a preocupação de como a gente se porta, da segurança com dados, imagem e
dos cuidados que temos de ter em um universo no qual, a todo momento, surgem novas
descobertas. Além disso, quando pensamos em inovação, é importante que se preserve a cultura
dos espaços em que a tecnologia está inserida. A inovação precisa estar contextualizada
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
com as expectativas daquele público, daquela escola, daquela comunidade em que está inserida e
ser vista como um meio, não como um fim em si mesma. Neste sentido, é preciso que as soluções
estejam conectadas com o mundo real", explica Andrea.

O Programa NAVE, que também é conduzido no Rio de Janeiro por meio de parceria com a
Secretaria de Educação da cidade, já formou mais de 1.400 jovens desde 2006.

Iniciativas como essas demonstram o poder de empresas e startups no processo de


inclusão digital e de transformação cultural do ecossistema de tecnologia do país. Outras ações
ainda podem ser mencionadas. A Carta de Apoio à Diversidade, ao Respeito e à Inclusão de Pessoas
LGBT+ nos Locais de Trabalho no Brasil, por exemplo, contou com a assinatura de empresas
importantes inseridas no mercado digital nacional como IBM, Google, Uber, Oracle, LinkedIn e
Microsoft. O BlackRocks, por sua vez, vem obtendo sucesso na promoção do empreendedorismo
tecnológico e do crescimento econômico da população negra brasileira.

Por fim, é importante notar que, seja do ponto de vista da quebra de bloqueios culturais
internos das organizações quanto à inovação ou da superação de paradigmas a favor da inclusão
de diferentes culturas no ecossistema digital brasileiro, o fato é que este processo de transformação
passa, certamente, pela educação que, por sua vez, deve estar ancorada - conforme exposto na
Base Nacional Comum Curricular - tanto no fortalecimento de uma cultura digital, quanto na
empatia, no diálogo, na resolução de conflitos e na cooperação, "fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos."

A Barkus é uma startup brasileira fundada em 2016 que visa promover


uma cultura empreendedora e de educação financeira entre alunos do 6º
ano ao Ensino Médio. A edtech já participou do programa de aceleração
Shell Iniciativa Jovem.

Com foco na promoção de cursos corporativos e no aprendizado de


habilidades não-cognitivas nas empresas, a Juntos Campus conta
também com uma solução para coletar dados sobre o aprendizado dos
colaboradores. Participou do programa de aceleração da Oracle em 2018.

A Konexio tem como principal objetivo vencer as barreiras da exclusão


digital pelo mundo e promover a diversidade no universo da tecnologia. A
startup francesa conta com programas de ensino para refugiados e
imigrantes, sendo acelerada pela incubadora Station F.

Fundada nos EUA em 2014, a AdmitSee fornece um banco de dados amplo


para que os estudantes tomem decisões mais assertivas e possam ter mais
chances de serem selecionados em programas universitários. Já recebeu
mais de US$ 1,9 milhões em investimentos.
Buscamos desenvolver em nossa escola as habilidades exigidas no mundo
contemporâneo, tais como a resolução de problemas complexos, pensamento crítico,
criatividade e atuação em equipes. Saber lidar com a tecnologia se utilizando dessas
habilidades é fundamental para o sucesso de nossos alunos. Por isso, inserimos esse
ano em nosso PCA (Programa Cultural para Alunos) a parceria com a Happy Code.

Os alunos têm se mostrado muito receptivos às atividades ofertadas pela


Happy, visto que a linguagem e a proposta se assemelham muito as rotinas dessa
geração maker. Como em todo processo de ensino e aprendizagem, existem os
Roseli Moreno alunos com maior ou menor facilidade, mas a metodologia STEAM, adotada pela
Happy, facilita a transformação das dificuldades em oportunidades de superação de
desafios.

Neste momento estamos introduzindo os alunos ao Letramento Digital, com


as trilhas de aprendizagem voltada para o desenvolvimento de Games e Aplicativos
em Nível Iniciante, para alunos do 6º ao 9º ano do fundamental II.

A Happy Code começou em 2015, com a proposta de oferecer cursos de


programação para crianças e adolescentes. Eu, particularmente, tive a oportunidade
de ter contato com programação quando criança, algo que, para mim, foi muito
construtivo, mudou minha forma de pensar, de resolver problemas, ampliou meu
raciocínio crítico. Neste sentido, uma de nossas missões é trabalhar para a expansão
do letramento digital no Brasil.

Hoje nós estamos com mais de 130 escolas no Brasil, além de termos
presença também em Portugal e Angola. Atualmente, nosso público é tanto B2C - com
Cesar Martins
os estudantes procurando nossos cursos diretamente -, quanto B2B, por meio de
parcerias que fechamos com escolas e instituições de ensino em todo o país.

O objetivo principal da Happy consiste em promover as habilidades mais


ligadas ao ser humano, utilizando a tecnologia como um meio para o desenvolvimento
desses skills tão essenciais para o futuro.

Keywords para acompanhar o tema

LETRAMENTO DIGITAL MATURIDADE TECNOLÓGICA

SOFT SKILLS
PLATAFORMAS TRANSFORMAÇÃO CULTURAL
EDUCACIONAIS
NOVAS HABILIDADES DE
MERCADO
ENTRE_
VISTA
Em um contexto de transformação digital, na sua
visão, quais serão as habilidades exigidas pelo
mercado do futuro e como as escolas devem
preparar os alunos para um ambiente cada vez
mais tecnológico?
Quando pensamos em novas habilidades, temos de
ter em mente que a transformação digital se inicia
com a transformação das pessoas. Partindo desta
conscientização, acredito que as habilidades Alexandre Garcia, CEO do CEL.LEP
essenciais para estes tempos de mudança
envolvem criatividade - temos de buscar o olhar A segunda startup é a Flex Interativa, e a parceria
que tínhamos quando crianças, a curiosidade e a tem como intuito prover dentro dos nossos cursos
motivação para pensar fora da caixa -, a busca de e da nossa metodologia pedagógica Realidade
novas soluções para diferentes problemas, o Aumentada, Realidade Virtual e Inteligência
trabalho em equipe e compartilhado. Artificial.

Como você enxerga o mercado de EdTechs e de Quais as ações do CEL.LEP em prol da


que forma elas podem contribuir para a digitalização?
maturidade tecnológica na educação brasileira? O papel das escolas hoje, na minha visão, é
As EdTechs são fundamentais para a criação de um disponibilizar um ambiente em que os estudantes
ambiente com maior acessibilidade à tecnologia possam acessar os seus sensos de criatividade,
por meio da educação. Sendo assim, os grandes empreendedorismo e inovação no rito de
empresários e grandes líderes devem incentivar, aprendizagem. Isso vale também para o
capitalizar e dar espaço dentro das organizações aprendizado de um novo idioma. Atualmente, nós
para as EdTechs que propõem iniciativas disruptivas estamos implementando iPads nas salas de aula e
e que podem contribuir para a sociedade brasileira. 50% de nossos cursos é ministrado em laboratórios
digitais interativos nos quais os alunos,
O CEL.LEP mantém parcerias com startups ou individualmente, sedimentam o conhecimento
empresas de tecnologias para a educação? após a aula expositiva e, em módulos mais
Nós podemos dividir nossa rede de parceiros em avançados, realizam exercícios e estudos prévios
dois grandes blocos: as grandes empresas e as para se prepararem para as aulas.
startups. No bloco das grandes empresas, nós
temos duas parcerias estratégicas com Apple e Como o país pode melhorar seus níveis de
Facebook. Com a Apple nós trazemos, como um ensino e se tornar mais aberto para a inovação?
produto para a grade extracurricular de escolas, o O grande desafio no Brasil consiste em quebrar o
curso de Programação Everyone Can Code (ECC). A rito tradicional do ensino nas escolas do país. O
segunda parceria com o Facebook tem o intuito de modelo de educação brasileiro ainda se pauta por
levar a ideia da inovação e da tecnologia para uma visão muito tradicionalista. O próprio
comunidades carentes. No bloco das startups, eu ambiente - lousa, tablado, o professor em uma
gostaria de citar também 2 parcerias estratégicas posição superior à dos alunos - deve ser
para o CEL.LEP. A primeira é a Greenk, que trabalha transformado. Devemos criar espaços que, ao invés
com a reciclagem de equipamentos eletrônicos. de tolher, estimulem a criatividade, a cooperação e
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa a autonomia entre os alunos.
Educação Inclusiva

Educação inclusiva é um conceito bastante amplo e, por isso,


vale a pena definirmos alguns dos recortes utilizados para a
construção deste novo bloco de nosso Liga Insights sobre o mercado
de EdTechs. Sendo assim, enquanto que no primeiro eixo do estudo
foram apresentados alguns dos principais problemas que
contribuem para a defasagem dos processos de ensino e
aprendizagem no país, por sua vez, ao longo dos próximos tópicos,
iremos adiante nessa discussão, com foco na apresentação de
possíveis soluções para estes desafios, visando demonstrar o papel
das novas tecnologias e das EdTechs na busca pela evolução do
ecossistema educacional brasileiro.

Neste sentido, ao falarmos dos problemas de aprendizagem -


que, por sua vez, interferem no letramento digital e no fortalecimento
de soft skills entre os estudantes - apresentaremos, também, o
exemplo de um grupo educacional que aplica algumas das
tendências tecnológicas voltadas para o ensino como forma de criar da população brasileira
experiências personalizadas de aprendizagem. Dentro deste não lê livros
contexto, vale reforçar que, de acordo com uma série de estudos
recentes, os modelos de aprendizagem personalizados estão entre as
principais tendências tecnológicas voltadas para a educação,
incluindo, por exemplo, o ecossistema de cursos livres corporativos.

Ainda dentro do mesmo subtema, comentamos também dos brasileiros nunca


sobre o trabalho de uma Edtech nacional que vem contribuindo, de comprou um livro
modo significativo, para o aumento dos níveis de leitura no Brasil,
desafio este, um tanto complexo, quando levamos em conta que,
segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro, por exemplo, 44% da
população brasileira não lê, ao passo que cerca de 30% dos brasileiros
jamais comprou um livro. Dentre o público leitor, a média de leitura
5 livros por ano
inclui pouco menos de 5 livros por ano.

Dando sequência ao nosso estudo, conversamos com


especialistas em modelos de aprendizagem para alunos com
deficiência, para entender os obstáculos - os quais envolvem desde a
falta de cursos diretamente voltados para este público até a limitação
de dados consistentes sobre os estudantes com deficiência no Brasil
-, bem como, as iniciativas para transformar este cenário.

É importante deixar claro, no entanto, que os desafios para a


inclusão de alunos com deficiência vai além de um problema local
brasileiro. Segundo o Portal The Tech Edvocate, cerca de 22% da
população de deficientes adultos nos Estados Unidos possui
formação inferior ao High School (equivalente ao Ensino Médio).
Neste sentido, como veremos logo mais, a tecnologia e as próprias EdTechs precisam
assumir uma atitude de protagonismo neste processo de inclusão educacional global, buscando
firmar parcerias com o poder público, escolas, centros de pesquisa e demais players do ecossistema
de educação.

Finalmente, em se tratando das plataformas de suporte ao ensino e aprendizagem - último


tema deste eixo do nosso estudo e ferramentas fundamentais para o movimento de
democratização da educação em todo o território nacional -, buscamos entender a experiência de
um grande grupo educacional brasileiro que tem investido em diferentes processos tecnológicos e
firmado parcerias, inclusive, com EdTechs especializadas na transmissão de conteúdo online para
ampliar sua inserção no mercado.

O tema é fundamental, sobretudo quando notamos que o mercado de educação a


distância - seja em seus modelos inteiramente online ou sob a forma de cursos semipresenciais -
vem, de modo gradual, superando a busca por cursos presenciais entre os estudantes do país. De
acordo com uma pesquisa da Sagah, especializada em fornecimento de conteúdo para plataformas
EAD, até 2023, o ensino superior a distância pode corresponder a 51 % de todo o segmento. Dentro
deste movimento de expansão, a própria quantidade de cursos superiores EAD cresceu de modo
expressivo entre 2016 e 2017 - 26,8%, saindo de 1.662 para 2.108, segundo censo do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP.

Todo este ciclo será, por fim, de importância para que possamos construir uma análise mais
aprofundada das tendências tecnológicas que poderão transformar digitalmente o ambiente
educacional brasileiro.
A tecnologia e o combate
aos problemas de
aprendizagem

Dificuldades na interpretação e na construção de textos, na realização de operações


matemáticas simples e baixo desempenho na resolução de problemas, são questões que,
infelizmente, ainda fazem parte da realidade educacional brasileira. Além disso, as mudanças de
necessidades e requisitos no mercado de trabalho também esbarram na carência do
desenvolvimento das soft skills - habilidades que serão diferenciais cada vez mais buscados,
conforme apontado pelo estudo global Digital Transformation 2017, da Capgemini, onde 60% das
empresas já sofrem com carência destas habilidades em suas equipes.

Apenas para termos dimensão da problemática que envolve os processos de aprendizagem


no país, de acordo com dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) 2017, menos de
4% dos alunos do 3º Ano do Ensino Médio no país possuem conhecimentos considerados
adequados em Português e Matemática. O SAEB de 2017 teve participação obrigatória da rede
pública, contando ainda com participação facultativa dos alunos de escolas particulares. Por sua
vez, um estudo do Portal Dados do Enem constatou a dificuldade dos alunos na apresentação de
soluções para problemas e no desenvolvimento de redações.

As razões para tais dificuldades, certamente, envolvem alguns dos obstáculos educacionais
que apresentamos aqui - da estagnação dos processos metodológicos até a baixa atualização de
conhecimentos do corpo docente do país.

Dentro dessa discussão, a boa notícia é que a tecnologia surge como um instrumento
importante para a superação dos problemas de aprendizagem auxiliando, ainda, os professores a
aumentar o rendimento dos alunos em sala de aula.

Uma pesquisa realizada na Colômbia e divulgada em reportagem da BBC, por exemplo,


aponta que o uso de recursos tecnológicos melhorou em 81% a capacidade dos alunos em
interpretar e utilizar gráficos matemáticos.

Outro dado importante a respeito da tecnologia enquanto suporte pedagógico nas escolas
veio de investigação da UNESP. Segundo a análise, ferramentas tecnológicas com fins pedagógicos

Português e Matemática

o uso de recursos tecnológicos


melhorou em a capacidade dos
alunos em interpretar e utilizar gráficos
matemáticos
são capazes de melhorar em até 32% o desempenho nas disciplinas de matemática e física. A
pesquisa, que transcorreu durante dois anos, comparou o desempenho de alunos de uma escola
pública de Araraquara em aulas expositivas e em aulas com o apoio da tecnologia.

Gabriela Diuana, gerente de transformação digital da Kroton, compartilha da visão de que


os recursos tecnológicos com fins pedagógicos exercem um papel decisivo na educação
contemporânea e na evolução dos processos de ensino e aprendizagem.

"Eu tenho convicção de que a tecnologia é indispensável no ambiente de ensino atual.


Quando pensamos, por exemplo, nas competências socioemocionais, que agora fazem parte da
BNCC (Base Nacional Comum Curricular), e em todas as mudanças de rotina e quebras de
paradigma envolvendo professores e alunos dentro do contexto educacional, precisamos contar
com recursos tecnológicos que nos auxiliem a trabalhar com esse novo volume de informações,
desenhando metodologias de ensino compatíveis com este novo momento", explica Gabriela.

Com expectativa de abertura de 27 novas unidades de ensino em 2019 e mais 950 pólos de
ensino a distância, de acordo com informações da Reuters divulgadas pelo Diário do Comércio, o
Grupo Kroton tem investido de modo consistente na transformação digital de suas instituições,
inclusive contando com parcerias com EdTechs e investindo na vertical de educação do Cubo,
centro de empreendedorismo do Itaú.

"Nós estamos acompanhando uma série de tendências, tanto voltadas para o ensino
superior, quanto para a educação básica. A primeira delas é a Inteligência Artificial. No Grupo
Kroton, nós já utilizamos de modo bem difundido o ensino adaptativo, que, por meio da IA, cria
experiências personalizadas de aprendizagem, pois acreditamos que não adianta enviarmos o
mesmo conteúdo para todas as pessoas, pois cada uma tem seu tempo e sua forma de aprender.
Além disso, nosso grande desafio é aliar uma formação técnica de qualidade aos soft skills exigidos
pelo mercado de trabalho, seja nosso aluno um futuro empreendedor ou colaborador de uma
empresa", complementa Gabriela.

Dentro do mercado de EdTechs, uma série de iniciativas pode contribuir para a resolução
de problemas de aprendizagem. É o caso, por exemplo, da Árvore de Livros, que oferece suporte
pedagógico e uma plataforma de leitura digital para as escolas, solução esta com potencial para
contribuir com a melhora nos níveis de leitura e interpretação dos alunos em todo o país. De acordo
com informações da startup, cerca de 100 mil estudantes do ensino fundamental e médio já foram
impactados com a solução, que está presente em 350 escolas das redes pública e privada, 23
estados e mais de 150 cidades brasileiras.

Para João Leal, CEO da Árvore de Livros, a leitura tem potencial para contribuir com o
desenvolvimento de toda uma gama de habilidades e de valores nos estudantes. "Há múltiplos
benefícios advindos da leitura para a formação de cidadãos e para a vida das pessoas - ao
internalizar histórias e experiências, temos uma mudança de comportamento e desenvolvemos
uma série de aspectos socioemocionais importantes. Por sua vez, a leitura traz benefícios
acadêmicos e escolares, melhora nosso vocabulário, nosso poder de argumentação, nossa
capacidade interpretativa. Alunos que leem muito, aliás, costumam possuir maior facilidade para
resolver problemas e analisar questões matemáticas", comenta João.

Em reportagem do Jornal O Globo, tal visão é compartilhada por uma série de especialistas.
De acordo com a matéria, um dos principais entraves para a melhora nos níveis de aprendizagem
de matemática, por exemplo, consiste na baixa capacidade dos alunos em interpretar e
compreender textos. A matéria ainda apresenta estudo da ONG Todos Pela Educação, no qual é
constatado que os estudantes que têm melhor desempenho em redação, chegam mais próximo
dos rendimentos considerados satisfatórios em matemática.
Um dos principais problemas para uma maior difusão da leitura nas escolas envolve desde
problemas de distribuição até a necessidade de transformação de uma cultura nacional pouco
habituada à leitura. Sobre o problema da distribuição, temos um dado alarmante: mais de 55% das
escolas do país não possuem biblioteca ou sala de leitura, conforme levantamento do INEP -
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A Lei 12.244/10, por sua vez,
determina que até maio de 2020, todas as escolas brasileiras – públicas e privadas – tenham
bibliotecas escolares com um número de livros que corresponda, no mínimo, a um título para cada
aluno matriculado. Para o CEO da Árvore de Livros, no entanto, ainda estamos distantes deste
cenário.

Sobre os índices de leitura nacionais, não há dúvidas de que ainda precisamos evoluir
muito para sermos considerado um país de leitores. João Leal, entretanto, acredita no potencial das
novas tecnologias e no mercado de EdTechs como alternativas importantes para a reversão deste
cenário e para a própria superação de problemas de aprendizagem comuns ao público discente do
país.

"A tecnologia faz parte da vida dos alunos, estamos falando de nativos digitais, logo, se
conseguirmos aproveitar parte desse tempo para que a gente impulse processos educacionais,
teremos mais condições de solucionar problemas de aprendizagem. Além disso, a tecnologia
permite que o professor siga por algumas rotas que o mundo offline não oferece. Nós temos, por
exemplo, em nossa plataforma, uma série de relatórios de leitura que indicam para o professor o
comportamento e a realidade dos níveis de leitura daquela escola ou daquela rede de ensino. É
possível saber, por exemplo, se o aluno leu ou não um livro, em que dias leu, como foi sua
dedicação. Tais dados podem contribuir, inclusive, para o redesenho do projeto pedagógico de uma
escola, no plano de aula dos professores. Em um contexto offline, é praticamente impossível o
professor ter tais dados de modo tão preciso e em tempo real", finaliza João Leal.

Para concluir, é importante termos em mente que, ao falarmos de educação inclusiva e


superação de problemas de aprendizagem, temos de levar em conta ainda os processos de ensino
voltados para o população com deficiência, bem como o papel da tecnologia das EdTechs na
democratização de um ensino de qualidade no país. Abordaremos estes tópicos na sequência
deste estudo.

A startup brasileira Casa Cuca auxilia professores a identificar estudantes


com problemas de aprendizagem, desde déficit de atenção até
transtornos cognitivos. A startup é acelerada pela Artemisia, focada em
negócios com viés social.

Tendo como base a inteligência artificial, a Educacross é uma plataforma


que utiliza estratégias de gamification para promover a aprendizagem de
matemática entre os estudantes do país. Em 2016 a startup entrou para o
programa BizSpark, que conta com o apoio da Microsoft.

Com o objetivo de combater a distração e melhorar o engajamento dos


estudantes em sala de aula, a americana Nearpod já captou mais de US$
30 milhões, propondo um modelo que une conhecimentos pedagógicos,
tecnologia e conteúdo relevante para transformar a educação.

A Poio é uma startup norueguesa que tem como principal objetivo,


facilitar o processo de aprendizagem da leitura de crianças em idade
escolar. Já captou mais de US$ 450 mil, com uma série de ferramentas
digitais e um ambiente que torna divertida a jornada de conhecimento.
A inclusão de alunos com
deficiência por meio da tecnologia

O constante avanço da inclusão de alunos com deficiência nas salas de aula regulares é
uma importante conquista do país que, aos poucos, tem conseguido suplantar algumas das
barreiras que diminuem a participação de diferentes grupos sociais no ambiente educacional
brasileiro. De acordo com o último censo escolar divulgado no início de 2018 pelo Ministério da
Educação, o número de estudantes com algum tipo de deficiência presentes no ensino regular
(iniciativa recomendada por especialistas em educação e pelo MEC), aumentou de 85,5% em 2013
para pouco mais de 90% em 2017.

Apesar disso, todo um grupo de desafios ainda precisa ser vencido para que essa inclusão
seja, de fato, verdadeira e capaz de proporcionar aprendizagem efetiva para os alunos portadores
de deficiência no Brasil. Ainda de acordo com o censo escolar, por exemplo, dos 90,9% de alunos
matriculados no ensino regular, somente 40,1% conta com acesso ao Atendimento Educacional
Especializado (AEE), o qual, segundo definição da Secretaria de Educação Especial, "identifica,
elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas".

Por sua vez, apenas 46,7% das escolas de ensino médio conta com dependências
adequadas às deficiências dos alunos e que levam em conta seus processos de aprendizado, como
as salas de recursos multifuncionais, em que são realizados os atendimentos educacionais
especializados. Por fim, mesmo se tratando de itens mais básicos, como banheiros adaptados, mais
de 37% das escolas ainda não os possuem. Em outras palavras: a inclusão de alunos com deficiência
vem melhorando, mas ainda precisamos avançar muito, sobretudo do ponto de vista atitudinal,
para que haja uma educação inclusiva de qualidade e com respeito às diferenças.

Levando em conta todos estes desafios, a tecnologia assume um papel crucial para o
aumento da autonomia e evolução dos processos de aprendizagem de alunos com deficiência. "O
cenário de tecnologias assistivas voltado para a educação é muito promissor, tendo o potencial de
ampliar o campo de atuação e estender as possibilidades de comunicação e atuação dos alunos
portadores de deficiência", explica Ana Cecília Oñativia, Diretora Pedagógica da Trilha Educação
Especial, escola privada que baseia sua metodologia de ensino na estruturação da personalidade,
no desenvolvimento cognitivo e no desenvolvimento da percepção de estudantes com deficiência.

Ana Cecília ressalta, entretanto, que, muitas vezes, os custos das chamadas tecnologias
assistivas são um entrave para a implementação de ferramentas e soluções que fortaleçam a
autonomia dos alunos. Superada a barreira dos custos, a recepção dos alunos para estes recursos é
muito positiva. "Os alunos estão sempre abertos às novidades e disponíveis para as mudanças,
desde que sejam implementadas com cuidado e respeito", acrescenta a diretora.

Apenas para contextualização, de acordo com definição do Comitê de Ajudas Técnicas de


2009, tecnologia assistiva é "uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que
engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover
a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades
ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão
social".
Adentrando no mercado de EdTechs nacional, temos startups que desenvolveram soluções
específicas para o público com deficiência e, com isso, pretendem contribuir para a
democratização do conhecimento dentre as pessoas com deficiência. Uma delas é a Signa,
plataforma online que oferece cursos livres a distância - sobretudo da área de informática -
especificamente voltados para a comunidade surda do Brasil. Todos os cursos são disponibilizados
com interpretação em libras e a plataforma dispõe ainda de curso de língua portuguesa para
pessoas com deficiência auditiva.

das escolas de
ensino médio
dependências adequadas às
deficiências dos alunos
banheiros
as salas adaptados
de recursos multifuncionais

"A tecnologia é fundamental e, muitas vezes, é o único meio de aprendizagem para a


comunidade surda em muitos contextos. Quando pensamos em uma sala de aula tradicional que
conta com um surdo, por exemplo, ainda é muito difícil que haja um intérprete de libras, algo que,
naturalmente, afeta muito seu processo de aprendizado. Mesmo as que já contam com professores,
intérpretes e recursos tecnológicos, fora da escola o indivíduo acaba tendo de lidar com um mundo
não-inclusivo. Neste sentido, se ele procura um curso de Excel ou de Photoshop, apenas para citar
alguns, ele não encontra facilmente um conteúdo em libras com qualidade", explica Leandro da
Cunha, Cofundador da Signa, que acrescenta que um dos desafios da plataforma foi, justamente, o
de encontrar professores com os skills necessários para trabalhar com ensino a distância voltado
para estudantes com deficiência. A solução encontrada pela EdTech foi preparar instrutores surdos
para disponibilizar cursos na plataforma.

Finalista do Next Billion EdTech, evento que ocorreu em Dubai no mês de abril, em 2016, a
startup participou dos programas de aceleração SEED e Sinapse de Inovação e teve como
principais desafios o baixo letramento digital dos surdos no Brasil, além da falta de informações
mais consistentes sobre a comunidade de portadores de deficiência auditiva.

"A comunidade surda é extremamente carente no Brasil. Neste sentido, se pegarmos uma
média, temos um grande contingente de deficientes auditivos com um grau de escolaridade muito
baixo e, em diversos casos, a tecnologia ainda é uma novidade e um desafio para eles. Outra
dificuldade que a gente enfrenta é ter mais números disponíveis, conhecer o mercado por meio de
estudos mais consistentes. Para vencermos essas barreiras, temos trabalhado, justamente em prol
da promoção do conhecimento junto aos deficientes auditivos", conclui Leandro.

Ampliando o escopo desta discussão, Liliane Garcez, gerente de programas do Instituto


Rodrigo Mendes e mestra em Educação pela Universidade de São Paulo, explica que, atualmente,
não é possível pensar a escola e, consequentemente, a educação de alunos com e sem deficiência,
desconsiderando os dispositivos tecnológicos que já fazem parte do nosso cotidiano. "O que a
gente acredita é que hoje, para a tecnologia ser uma parceira de fato dos processos educativos,
temos de promover uma articulação horizontal entre cultura digital e educação. Nessa perspectiva,
esse casamento é inovador, pois estamos constituindo uma relação equilibrada entre esses dois
campos. O mais comum é vermos a tecnologia ditando as regras ao professor ou a pedagogia
utilizando a tecnologia de maneira apartada do currículo. O que o Instituto Rodrigo Mendes quer
induzir e apoiar com o desenvolvimento de seus projetos são diálogos mais horizontais entre essas
áreas no sentido de mobilizar todos os elementos que possam enriquecer a experiência de ensinar
aaa
para todos, investindo no desenvolvimento de estratégias metodológicas que consideram todos e
cada um dos estudantes", enfatiza Liliane. Alinhados com nossa missão que é colaborar para que
toda criança e adolescente com deficiência tenha acesso e sucesso no ambiente escolar comum,
incentivamos o diálogo, por meio de formação continuada, com o objetivo de ampliar o repertório
de estratégias, instrumentos e práticas de professores, gestores escolares e técnicos das Secretarias
com foco na inclusão educacional, ou seja, colaborando na efetivação de uma educação que não
deixe ninguém para trás.

Este ano, por exemplo, a ONG está atuando junto à Secretaria Municipal de Educação de
São Paulo, mais precisamente na Diretoria Regional de Educação de Itaquera com o projeto
Materiais Pedagógicos Acessíveis, que, em parceria com a Fundação Lemann, auxilia as educadoras
e os educadores a planejarem o desenvolvimento de materiais multissensoriais.

"Os materiais pedagógicos acessíveis, construídos na perspectiva do desenho universal


para a aprendizagem, ampliam as formas de comunicação e participação. Neste sentido, eu não
preciso me perguntar qual o sentido ou movimento que você não tem ou não realiza; eu invisto
meu conhecimento pedagógico na elaboração de materiais que consideram todos os sentidos
humanos. Logo, a questão mobilizadora muda de “O que faço com meu aluno cego?” para “O que
eu posso reorganizar em termos dos materiais pedagógicos que utilizo para que ele torne minha
aula mais rica e inclusiva? Dessa forma, as educadoras e os educadores convidam todos os
estudantes da turma ao saber.”, conclui Liliane.

A gestora ainda acrescenta que esse movimento de inovação parte das próprias escolas,
que escolhem situações desafiadoras, e se espalha pela cidade, uma vez que São Paulo conta com
FAB LABs de livre utilização. Nesses equipamentos, é possível utilizar ferramentas de robótica,
impressoras 3D, dentre outra série de soluções tecnológicas, e desenvolver, por exemplo, materiais
multissensoriais para a aprendizagem de alunos com e sem deficiência. Vale destacar que
atualmente a cidade conta com 12 FAB LABs livres, abertos, inclusive, para a utilização de startups.
A seguir, abordaremos, com mais profundidade, as plataformas de ensino a distância, que também
cumprem uma função importante na democratização do ensino em todo o Brasil.

A DOMlexia oferece uma solução, voltada para crianças de 6 a 8 anos, que


facilita a alfabetização e o processo de aprendizagem de estudantes com
dislexia. Startup residente do LinkLab Acate, a edtech recebeu o prêmio de
inovação na educação, no Congresso Internacional de Dislexia de Lisboa.

A Geraes é uma startup que, dentre outras soluções, desenvolveu um


teclado que, por meio de uma combinação de comandos, facilita a
comunicação e propicia o empoderamento de pessoas com deficiência. A
Geraes foi acelerada pela SEED.

A BraiBook é a primeira plataforma que transforma qualquer livro digital


em braille, permitindo o acesso de portadores de deficiência visual há
milhões de conteúdos disponibilizados na web. Fundada na Espanha, a
startup já venceu o prêmio Chivas de melhor projeto com impacto social.

Fundada nos EUA, a ExceptionALLY já conseguiu captar mais de US$ 120


mil e procura aconselhar os pais no processo de formação de crianças
portadoras de deficiência, permitindo que eles tirem suas dúvidas e
organizem informações para oferecer uma educação de qualidade.
Plataformas de Suporte ao
Aprendizado e a Democratização
do Ensino

Conforme já observamos no contexto, as plataformas digitais de suporte ao aprendizado


exercem uma função crucial para uma maior expansão da acessibilidade à educação no país. De
acordo com números do INEP/MEC em parceria com a consultoria Hoper Educação, já são mais de
1,5 milhão de alunos matriculados em cursos de ensino superior a distância no Brasil. E, enquanto o
número de ingressantes em cursos presenciais caiu 3,7% em 2016, os cursos a distância tiveram um
aumento de 21,4% no mesmo ano.

Por ora, falamos somente do ensino superior a distância. Se abarcamos o plano do ensino
não regulado pelo MEC - de cursos livres ligados ou não a corporações - a expansão do segmento
EAD é ainda mais expressiva. De acordo com dados do Censo EAD da Associação Brasileira de
Educação a Distância (ABED), o número de cursos livres não corporativos teve crescimento de mais
de 129% no número de matrículas de 2016 para 2017, chegando a mais de 3,8 milhões de alunos
matriculados em plataformas EAD. Por sua vez, o número de profissionais matriculados em cursos
corporativos não presenciais teve aumento de quase 14% no mesmo período. A modalidade
semipresencial foi outra que obteve crescimento considerável no Brasil, passando de pouco de 217
mil alunos matriculados em 2016, para quase 1,2 milhão em 2017.

Em comparação com outras nações, pode-se dizer que o Brasil conta com um universo de
educação a distância maduro. Nos Estados Unidos - que, de acordo com diversos índices, é o
principal ecossistema EAD do planeta -, por exemplo, o número de alunos matriculados
exclusivamente em cursos online foi de pouco mais de 3,1 milhões, ao passo que alunos
matriculados em cursos online de modo não exclusivo foi superior a 3,5 milhões, números não tão
distantes da realidade brasileira, levando em conta os dados do National Center for Education
Statistics. Outro número que vai ao encontro da realidade brasileira envolve a queda, nos Estados
Unidos, das matrículas em cursos presenciais. Segundo o mesmo estudo do NCES, de 2016 para
2017, tivemos uma queda 3,31% no número de matrículas em unidades presenciais.

Fatores como a flexibilidade, custos reduzidos e, certamente, a própria possibilidade de


estudar a partir de qualquer localização impulsionam o crescimento expressivo do ensino a
distância nos últimos anos. Para além destes pontos, a tecnologia, naturalmente, é indispensável
para uma inserção ainda mais profunda do EAD no ambiente educacional brasileiro.

Não à toa, os investimentos no mercado de LMS (Learning Management Systems -


Sistemas de Gestão de Aprendizado) devem crescer em até 19.6% até 2023, chegando ao patamar
de US$ 22.4 bilhões a nível global, segundo informações do LMS Market - Global Forecast to 2023.
Apenas para reforçar, os LMSs são ambientes virtuais de aprendizado que, na prática, sustentam
uma plataforma de ensino EAD, permitindo o compartilhamento de conteúdo e o acesso a uma
série de recursos de gestão, controle e planejamento de atividades de aprendizagem.

Para Jânyo Diniz, Diretor-Presidente do Grupo Ser Educacional, esta aceleração do mercado
de educação a distância é extremamente positiva para a realidade nacional. "A conectividade é
uma grande aliada da educação, principalmente no Brasil. Basta imaginarmos os benefícios do
ensino EAD para crianças e jovens que não têm escolas próximas às suas casas e, muitas vezes,
precisam andar por quilômetros e enfrentar cenários adversos só para conseguir
aaaaaaaaaaaaaaaa
chegar às escolas. Ao chegar, estão exaustas e acabam tendo um baixo rendimento. Claro que tudo
isso precisa de regulamentação e acompanhamento, mas a tendência é que este ambiente se
fortaleça como no ensino superior, em que o EAD já é uma realidade e facilita a vida daqueles que
trabalham e não tem tempo regular para frequentar uma instituição presencial", explica Jânyo.

É importante salientar que, atualmente, o modelo de educação a distância ainda é proibido


para alunos do ensino fundamental, exceto na forma de supletivo ou quando tratamos de
atividades complementares para o ensino presencial. Por sua vez, no ensino médio, até 20% da
carga horária pode ser realizada a distância no período diurno, ao passo que no período noturno e
na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos), respectivamente, 30% e 80% da carga horária
podem ser realizadas no modelo EAD, de acordo com as Novas Diretrizes do Ensino Médio
aprovadas no fim do ano passado pelo Conselho Nacional de Educação.

Dentro da discussão sobre acessibilidade e tecnologia, Jânyo Diniz explica que o Grupo Ser
Educacional iniciou, em 2018, a implementação do projeto SER DIGITAL, que conta com
investimentos robustos e pilares estratégicos visando uma maior expansão da cultura digital e um
aprimoramento da experiência dos alunos quanto ao uso de recursos tecnológicos dentro das
instituições do Grupo Ser Educacional. Para o executivo, este movimento de transformação digital é
indispensável em face do momento atual do mercado de educação.

de alunos
matriculados em cursos de ensino
superior a distância no Brasil

o número de ingressantes
em cursos presenciais caiu 3,7%
os cursos a distância tiveram um
aumento de 21,4% no mesmo ano

"A tecnologia é uma realidade para o segmento educacional como um todo. Aqueles que
não se adequarem a esse novo momento, dificilmente irão permanecer no mercado. No ambiente
educacional, a tecnologia precisa ser uma aliada tanto na sala de aula, quando no ambiente
administrativo. Neste sentido, o principal desafio para as instituições ainda é conseguir
acompanhar as mudanças rápidas que a tecnologia proporciona e manter-se atualizadas a tudo
para proporcionar aos alunos a melhor experiência possível", acrescenta o executivo, pontuando
que o Ser Educacional conta, ainda, com um centro de inovação em Recife focado na aceleração,
incubação e mentoria de EdTechs.

Além de um centro próprio de inovação, o Grupo Ser Educacional mantém parceria com
outras EdTechs, como no caso da Samba Tech, eleita pela Fast Company, em 2014, como uma das
50 empresas mais inovadoras do planeta e que está presente, inclusive, no robusto mercado
americano de educação - em 2016, a Samba Tech recebeu aportes da Microsoft e do empresário
José Augusto Schincariol para se inserir nos Estados Unidos.

"Hoje utilizamos a solução Samba Vídeos e integramos a elas algumas features da própria
Samba, de parceiros e também de desenvolvimento próprio. Com isso, oferecemos ao nosso aluno,
além do consumo de vídeos sob demanda, legendas e libras, indexação inteligente com criação de
playlists, transmissões ao vivo com interatividade. A experiência tem sido muito boa, tanto que
nossa parceria tem crescido ao longo dos últimos anos. A ferramenta nos dá segurança e
escalabilidade. Atualmente estamos avaliando outras soluções da Samba para oferecer ao nosso
aluno uma experiência digital ainda mais imersiva e completa", explica Joaldo Diniz, Diretor
Executivo e Líder de Transformação Digital do Grupo Ser Educacional.
Fundada em 2004, a Samba Tech é uma das principais plataformas de vídeos online da
América Latina, tendo como principais alvos ao longo de sua história os grupos de mídia e grandes
corporações, atualmente, a Samba tem direcionado seu foco para o mercado de educação, no qual
atende clientes como Damásio Educacional, Kroton, Estácio, PUC, além do próprio Grupo Ser
Educacional.

Apesar de ser otimista quanto ao potencial do mercado EAD no Brasil, Pedro Filizzola, CMO
da Samba Tech, aponta que as instituições de ensino ainda precisam superar dois desafios centrais
para que este ecossistema se fortaleça, de fato, no Brasil. "Retenção e atração de alunos são os
principais pontos a serem superados. Atração está muito mais relacionado com a chancela da
instituição de ensino e com o próprio conteúdo oferecido, mas a retenção está muito ligada à
tecnologia e ao modelo pedagógico. As tecnologias entram para auxiliar no engajamento, na
personalização do conteúdo e integração de Inteligência Artificial. É isso que fará com que os
alunos tenham uma experiência diferenciada", enfatiza Pedro.

Dados do Censo EAD 2016, confirmam que tais desafios estão as principais questões a
serem vencidas pelas instituições de ensino. Segundo a pesquisa, as taxas de evasão nas diferentes
modalidades de ensino a distância chegam até a 25%.

Para superar este cenário, Pedro Filizzola explica que a própria Samba Tech tem
desenvolvido estudos, visando auxiliar as instituições do ensino a diminuir a aumentar o
engajamento de seus cursos a distância. "Temos um analytics muito forte, que ajuda a melhorar a
estratégia de conteúdo de nossos clientes. Temos percebido, por exemplo, que conteúdos
excessivamente longos tendem a gerar mais evasão de alunos. Por meio do analytics, conseguimos
perceber também a partir de que momento a taxa de rejeição ou engajamento com um conteúdo
aumenta ou diminui. A ideia é de que, com todos esses estudos, as instituições possam moldar
melhor seus conteúdos com base em dados e estatística", conclui o CMO da Samba Tech.

Startup de Curitiba, a Eadbox é especializada no desenvolvimento e


comercialização de software para o ensino à distância. Em 2017, a startup
recebeu aporte de R$ 4 milhões da gestora de fundos catarinense, Bzplan.

A WeeGet é uma plataforma em que os estudantes podem realizar cursos


à distância, professores podem se capacitar e instituições têm a
possibilidade de fazer uma gestão completa de seus portfólios
educacionais. A startup recebeu aporte de investidor-anjo de R$ 500 mil
no início da operação, em 2015.

A EduKart é uma startup indiana que oferece um marketplace com uma


oferta ampla de cursos de graduação, MBAs e certificados técnicos.
Fundada em 2011 e com mais de US$ 2 milhões em investimentos, a
EduKart é o maior ecossistema de ensino à distância da Índia.

WizIQ é uma edtech americana que oferece uma plataforma de LMS


completa para a oferta de aulas ao vivo, gestão de conteúdo e
possibilidade de criar cursos adaptados para o universo mobile. Fundada
em 2012, já recebeu US$ 4 milhões em investimentos.
O objetivo do Instituto de Ensino Superior LeaNorte sempre foi o de formar cidadãos
através de um ensino de excelência, favorecendo a aquisição de habilidades e competências, e a
construção do conhecimento e o sucesso profissional. Somos especializados na oferta de
pós-graduação, treinamentos, consultorias e cursos livres nas áreas de educação, gestão e
direito.

Como toda instituição de ensino superior, temos uma série de desafios, e hoje, um de
nossos principais problemas é a inadimplência. Para reverter este cenário, aderimos ao Quero
Pago, solução oferecida pela Quero Educação que busca otimizar a gestão financeira das
universidades, melhorando a relação entre instituições e alunos.
Levi Guimarães
Tal processo de automatização da gestão do aluno foi uma ideia genial. Através da
plataforma, geramos o boleto, fazemos a matrícula e realizamos cobranças, e essa atuação é
fundamental, pois não faz parte de minha expertise. Eu não estou lá para cobrar aluno. O nosso
negócio é dar aula e formar o profissional com qualidade.

A Quero Educação foi fundada em 2012 com o propósito de transformar o mercado de


educação por meio de tecnologia e inteligência.

Somos uma plataforma que conecta alunos às instituições de ensino. Além disso, a
empresa oferece ao mercado soluções para que universidades maximizem seus resultados e
para que os estudantes encontrem as melhores opções de estudos.

É o caso de nossas ferramentas de admissão e pagamento digital, e do nosso


marketplace, o Quero Bolsa. Além disso, ampliamos nossa atuação com soluções de admissão e
pagamento digital (Quero Pago) e Inteligência Educacional - essa última, uma plataforma
Bernardo de Pádua completa para instituições de ensino que queiram tomar decisões com base em dados.

A empresa cresceu 100 vezes em faturamento nos últimos 5 anos e vem mantendo
crescimento próximo de 100%. Somos também a primeira startup de educação do Brasil
acelerada pela Y Combinator, onde nasceram Airbnb, Dropbox e Reddit. O Quero Bolsa conta com
1.300 instituições de ensino parceiras e já matriculou quase meio milhão de brasileiros em
universidades pelo país.

Keywords para acompanhar o tema

EXPERIÊNCIAS
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
PERSONALIZADAS DE ENSINO
MATERIAIS MULTISSENSORIAIS
COMPETÊNCIAS AMBIENTES VIRTUAIS
SOCIOEMOCIONAIS
CONECTIVIDADE
Next-Gen Education

Para construirmos esta última parte dessa edição do Liga


Insights, levamos em conta a visão dos especialistas consultados ao
longo deste estudo. A partir dessa base de informações, analisamos
uma série de pesquisas de mercado que, por sua vez, ancoraram a
opinião dos entrevistados. Com isso, chegamos a 5 tendências
centrais que podem influenciar o sistema de ensino brasileiro ao
longo dos próximos anos.

A primeira das tendências envolve as soluções de Realidade


Virtual aplicadas aos processos de ensino e aprendizagem. Podemos
ter uma noção do potencial deste mercado ao observarmos, por
exemplo, as expectativas de crescimento para os segmentos de RV e
Realidade Aumentada (RA) como um todo que, de acordo com
números da IHS Markit, devem movimentar cerca de US$ 100 bilhões A Realidade Virtual
até 2020. aplicadas aos processos
de ensino e
Tal aumento, se concretizado, seria extremamente expressivo,
aprendizagem
levando em conta que, em 2017, as tecnologias de RV e RA
movimentaram aproximadamente US$ 2,3 bilhões, conforme dados
da CB Insights. No âmbito da educação, como veremos logo mais, as
tecnologias de realidade virtual e aumentada permitem novas
experiências, como excursões para lugares distantes sem a
necessidade de que os alunos saiam da escola ou até mesmo para
construir metodologias de aprendizagem mais imersivas e que
favoreçam maiores níveis de engajamento.

A segunda tendência que identificamos em nosso estudo foi


a de Gamification (gamificação) inserida no contexto educacional.
Conforme veremos mais à frente, os investimentos ligados a este
mercado são extremamente promissores - tanto do ponto de vista
geral, quanto em relação aos investimentos especificamente voltados
para o segmento educacional. eros divulgados pelo Portal
E-Commerce News mostram, por exemplo, que 48% dos
consumidores se sentem atraídos por lojas virtuais que adotam o
gamification por meio da oferta de pontos a cada compra. Neste
sentido, é possível antever o potencial de ferramentas de
gamification na construção de experiências de ensino mais
engajadoras e atrativas.

56
Dando sequência, analisaremos, em seguida, o potencial das ferramentas de learning
analytics, que utilizam os dados e o big data das instituições para a evolução da educação no
Brasil. Para tanto, além de conversarmos com o diretor de uma grande instituição de ensino
superior que utiliza tais ferramentas, entrevistamos o Head de uma EdTech cujo foco é fornecer
métricas e dados para a melhoria do trabalho dos docentes do país.

Dentro deste mesmo bloco do estudo, falaremos ainda sobre a tendência do ensino
adaptativo (adaptative learning), que tem potencial para revolucionar as metodologias de ensino e
aprendizagem nos próximos anos, afinal de contas, ao invés de partir de um modelo de ensino
mais massificado, esta tendência utiliza a tecnologia para analisar as potencialidades e dificuldades
de cada estudante em sua trajetória de busca pelo conhecimento.

Finalmente, abordaremos ainda a tendência da inteligência artificial na educação,


movimento que, por si só, será capaz de conduzir alguns eixos de mudança no ambiente
educacional brasileiro - da automatização de testes e tarefas de ordem burocrática dos docentes,
até o desenvolvimento de modelos de ensino mais individualizados, pontos estes abordados pela
Forbes em matéria sobre IA na educação.

Já o adaptative learning, propõe


que, ao invés de se partir de um
learning analytics e de
modelo de ensino massificado,
adaptative learning se faça o uso da tecnologia para
analisar as potencialidades e
O learning analytics dificuldades de cada estudante
em sua trajetória de busca pelo
propor conhecimento
melhorias que possam provocar
a evolução da educação no
Brasil
Realidade Virtual e
Gamification
Neste bloco do nosso estudo, analisaremos duas tendências tecnológicas que podem
impactar, de modo amplo, o ambiente educacional brasileiro nos próximos anos: realidade virtual e
gamification.

Sobre a realidade virtual - tecnologia que utiliza recursos como imagens e vídeos 3D para
oferecer ao usuário uma experiência realista, de pertencimento a um ambiente virtual - antes de
tudo, é importante discutirmos alguns dados centrais sobre esse mercado. Segundo infográfico da
Virtual Reality Brief, por exemplo, o segmento de realidade virtual aplicada a educação deve valer,
até 2020, US$ 200 milhões, chegando a aproximadamente US$ 700 em 2025.

Em relação a aplicação de soluções de realidade virtual na educação, quase 70% de


professores consultados no mesmo estudo, apontaram que tais tecnologias serão úteis para que os
alunos conheçam lugares distantes sem precisar sair da sala de aula. Por fim, o infográfico ainda
apresenta um desafio interessante: embora quase 80% dos professores nos Estados Unidos tenham
acesso a tecnologias de VR (Virtual Reality), somente 6,87% deles fazem uso regular destas
ferramentas em sala de aula.

Traçando um paralelo com a realidade brasileira, é interessante percebermos que um dos


casos mais significativos sobre o uso de tecnologias de realidade virtual nas escolas do país,
envolve, justamente, a possibilidade de "levar" os alunos para conhecer diferentes locais do mundo
a partir da sala de aula. Com o Google Expeditions - presente na metade dos estados brasileiros e
em mais de 100 escolas, dentre públicas e privadas - os estudantes podem, ainda, se aventurar pelo
espaço ou mesmo dentro de moléculas. Segundo a Fundação Telefônica, mais de 2 milhões de
pessoas já têm acesso ao aplicativo que faz parte do pacote G Suite For Education.

Quando analisamos o cenário das tecnologias de realidade virtual e aumentada como um


todo, por sua vez, um estudo do escritório global de advocacia Perkins Coie aponta que a área de
educação - em conjunto com o mercado de games e o de healthcare - deve atrair e conduzir os
investimentos neste mercado ao longo dos próximos anos. No montante geral, a comercialização
de dispositivos de realidade virtual deve crescer em mais de 84% até 2020, de acordo com números
da ABI Research.

80%
de professores
dos professores nos
Estados Unidos tenham
acesso a tecnologias de
VR e AR
VR
somente 6,87%
alunos conheçam lugares
fazem uso regular
distantes sem precisar sair
destas ferramentas em
da sala de aula sala de aula
Não à toa, iniciativas como a de Educação Imersiva - que desenvolve pesquisas sobre
realidade virtual, realidade aumentada e tecnologias aplicadas na educação - dos Estados Unidos,
conta com apoiadores com histórico de suporte à inovação, como Harvard, MIT, Stanford, IBM, além
da UNESCO e do Departamento de Educação dos Estados Unidos, por exemplo.

Para Daniel Cardoso, Diretor e responsável pelos treinamentos online ao vivo da Impacta
Certificação e Treinamentos, apesar de termos um ambiente educacional tímido no Brasil do ponto
de vista da aplicação de tecnologias de VR, é questão de tempo para que tais ferramentas se
tornem uma realidade concreta no Brasil.

"A realidade virtual pode ser um ponto de virada na educação brasileira como foram, por
exemplo, os conteúdos em vídeo. No Brasil, é verdade, este movimento ainda é muito incipiente.
Mas, na hora que os óculos e outras ferramentas de realidade virtual se tornarem tão comuns
quanto um celular, por exemplo, será muito interessante poder oferecer cursos e treinamentos em
ambientes de VR, possibilitando uma maior interação entre professores e alunos. Neste sentido, eu
apostaria na realidade virtual e na realidade aumentada como tendências para o futuro da
educação no Brasil e no mundo", explica Daniel, acrescentando que ainda existem muitas barreiras
no ambiente de negócios brasileiro para deslancharmos no processo de transformação digital do
mercado de educação, mas, segundo ele, em até 5 anos, devemos dar um salto de digitalização.

Dentro do mercado de EdTechs nacionais que direcionam esforços para a criação de


soluções e plataformas de realidade virtual e aumentada, vale a pena citarmos uma startup que
vem ganhando destaque no país. A VR Monkey, startup sediada em São Paulo e focada na criação
de conteúdo e no desenvolvimento de experiências em realidade virtual, teve faturamento de R$
800 mil em 2017 e possui na educação um dos principais segmentos-alvo. Dentre os
cases-destaque da startup, podemos citar a 7VR Wonders que reproduz viagens pelas 7 maravilhas
do mundo e o laboratório do futuro, que visa criar experiências de ensino em química, física e
biologia.

Voltando ao contexto da transformação digital, citado por Daniel, e no impacto das


mudanças impostas pela tecnologia no âmbito educacional brasileiro, é válido salientar que este
cenário fez com que o próprio Grupo Impacta, nas palavras do executivo, ampliasse seu escopo de
cursos e de modelos de aprendizagem nos últimos anos.

"O momento que a gente está vivendo na Impacta é desafiante. Nós começamos há 30
anos, quando o conhecimento em informática ainda era muito precário. Curiosamente, até hoje um
dos cursos que mais vendemos é o Excel, mas, além desses cursos mais básicos, atualmente temos
uma das maiores gamas de cursos da América Latina. Nosso core sempre foi a modalidade de
ensino presencial, mas, a partir do momento que as tecnologias de ensino a distância evoluíram no
Brasil, nós já começamos a adentrar neste cenário. Neste sentido, a transformação digital fez com
que nós expandíssemos nosso escopo. Para tanto, tivemos que entender como produzir, como
preparar os professores, qual a melhor forma de comercializar e distribuir meu portfólio", comenta
Daniel, que diz ainda que tudo isso só é possível caso haja uma quebra da cultura interna, e a
difusão da ideia de que, se não adotarmos uma mentalidade digital, dificilmente iremos sobreviver
em um futuro no qual a digitalização será a força motriz.

O próprio mercado de educação a distância e de plataformas LMS, aliás, tem passado por
transformações importantes. Transformações estas que motivaram, por exemplo, a criação do
Ludos Pro, plataforma de e-learning que utiliza o conceito de gamificação para oferecer uma série
de atividades visando um maior engajamento dos usuários.

"Existe uma saturação natural no formato tradicional das plataformas LMS, que não trazem
a personalização necessária e a dinâmica/interatividade exigida pelos usuários para se manterem
engajados. O público mudou, não quer mais apenas consumir o conteúdo e sim fazer parte do
aaaaa
“jogo”. Por ser uma linguagem proprietária, conseguimos expandir as possibilidades de uso de um
LMS tradicional, criando diferentes tipos de jogos, mecânicas, campanhas de incentivo além de um
sistema de inteligência de dados que consegue traçar o perfil do usuário e eventuais gaps de
conhecimento, trazendo uma forma de aprendizado adaptativa", explica Danilo Parise, CEO do
Ludos Pro.

A startup, que tem como foco a oferta de cursos corporativos, teve crescimento de 130%
dentre os anos de 2017 e 2018 e almeja manter o mesmo ritmo de expansão em 2019. Atualmente, o
Ludos Pro atende clientes como Santander, Telefônica, Sompo, Grupo Ultra, Cobmax, Sicredi, entre
outros. Segundo Danilo Parise, a transformação digital do ambiente educacional tende a trazer
frutos positivos para as empresas e startups que estiverem atentas.

"A digitalização irá nos ajudar a escalar e democratizar o conhecimento, além de trazer
novas formas de engajar e estimular o processo de aprendizagem em um mundo tão dinâmico.
Com a digitalização quebramos barreiras que antes eram inimagináveis. Hoje podemos fazer um
curso dos EUA ou de qualquer outra parte do mundo, apenas com alguns cliques e uma dose de
dedicação", conclui Danilo.

Analisando o mercado global de gamification, é válido notar que, em 2018, o segmento foi
avaliado em US$ 5,5 bilhões e deve ter crescimento médio de 30% de 2019 a 2024, segundo estudo
da consultoria Mordor Intelligence. Ainda segundo a pesquisa, o mercado mais robusto de
gamification no mundo é o da América do Norte, ao passo que o mercado asiático é o que vem
apresentando crescimento mais veloz nos últimos anos.

Por sua vez, quando observamos o mercado de gamification aplicado à educação, é


possível notar um potencial de crescimento ainda mais significativo: de acordo com pesquisa da
MarketsandMarkets Research, este segmento deve apresentar expansão média anual de 32% até
2023, saindo de US$ 450 milhões para US$ 1,8 bilhão em valor de mercado durante o período.

Sem dúvidas, para que possamos ter uma expansão significativa de tecnologias de
realidade virtual e gamification no ambiente educacional brasileiro precisaremos, antes de tudo,
superar uma série de desafios mais elementares que já foram apresentados. Todavia, é importante
levarmos também em conta que a própria tecnologia pode ser uma aliada para que o país quebre
as barreiras que impedem o fortalecimento de nosso sistema de ensino.

A Eruga é uma plataforma de treinamentos que utiliza gamificação e


realidade virtual para aumentar o engajamento dos usuários. Fundada em
2013, a startup de Curitiba já recebeu mais de R$ 150 mil em investimentos.

A Qranio é uma plataforma gamificada mobile que permite às empresas


criar modelos de aprendizagem com oferta de prêmios para estimular o
engajamento. Já captou mais de US$ 1,6 milhões em investimentos, desde
sua fundação, em 2012.

Com mais de 300 milhões de usuários em todo o mundo, o Duolingo é


uma plataforma gamificada para o aprendizado gratuito de idiomas,
utilizando um modelo de ensino simples e intuitivo. Só em 2017, a startup
americana recebeu mais de US$ 100 milhões em investimentos.

Fundada nos EUA em 2007, a zSpace combina elementos de realidade


aumentada e realidade virtual para criar experiências únicas no processo
de ensino. Desde sua fundação, a startup já recebeu mais de US$ 56
milhões em investimentos.
Learning Analytics e o
Ensino Adaptativo
Já é de conhecimento de todos o jargão de que “dados são o novo petróleo”. Para termos
noção de quão importante é o tráfego de informações no mundo atual, basta observarmos dois
estudos realizados pela Business Software Alliance em 2015. No primeiro deles, é possível notar, por
exemplo, que 90% de toda a informação que circulava no planeta durante o período do estudo fora
gerada dentro do biênio 2014-2015, enquanto apenas 10% foi gerada nos anteriores. O segundo
estudo, por sua vez, aponta que 61% das empresas americanas utilizam a análise de dados em seus
planos de contratação e que, para cada emprego relacionado a dados gerado nos Estados Unidos,
outros 3 postos de trabalho são criados indiretamente.

Dito isso, como não pensar no potencial dos dados para a geração de mudanças em
escolas públicas e privadas, no ensino superior e no sistema educacional do país como um todo?
Este é o eixo pelo qual corre o learning analytics, tendência tecnológica que, por meio da coleta e
mineração das informações busca desenvolver novos processos de aprendizagem e propor
modelos de ensino adaptativo, adequados à realidade e ao ritmo de cada estudante.

De acordo com o levantamento Education and Learning Analytics Market, da


MarketsandMarkets Research, por exemplo, até 2023, o crescimento do valor de mercado do
segmento de learning analytics irá saltar de US$ 2,6 bilhões para mais de US$ 7 bilhões. Além disso,
a consultoria prevê que, dentro do período, o crescimento médio da indústria de learning analytics
será superior a 22%. No Brasil, por sua vez, a indústria de Big Data e Analytics como um todo, deve
movimentar, só em 2019, US$ 4,2 bilhões, segundo análise da IDC Brasil, o que, naturalmente, abre
espaço para investimentos direcionados para o mercado de educação.

Dentro desse contexto, o país já conta com alguns casos interessantes da aplicação de
learning analytics em prol da melhoria da educação. É o caso, por exemplo, da Secretaria de Estado
de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), que criou uma plataforma na qual os
profissionais de educação podem consultar uma série de informações relevantes sobre o ambiente
educacional do estado. O objetivo da Goiás 360 é democratizar o acesso à informação e, dentre
outros pontos, melhorar as rotinas de planejamento e tomada de decisões de professores e
gestores educacionais.

Outro exemplo interessante é o da Faculdade ESAMC de Uberlândia, que faz uso do


Learning Analytics para aumentar seus níveis de competitividade e a qualidade do ensino da
instituição, que conta com unidades nos estados de Minas Gerais e de São Paulo.

Adriano Novaes, Proprietário e Diretor Geral da ESAMC, explica algumas das outras
finalidades do Learning Analytics na instituição, incluindo, por exemplo, a avaliação dos níveis de
engajamento no modelo de sala de aula invertida - na qual os conteúdos expositivos são estudados
em casa com o apoio de recursos tecnológicos e a ida às unidades presenciais têm como foco o
esclarecimento de dúvidas e a prática do conteúdo aprendido.

"Temos usado indicadores para acompanhar se está ocorrendo ou não a Flipped Classroom
na aula presencial (a ESAMC não tem EAD), ou seja, verificamos quanto tempo o aluno fica na
plataforma, se fez ou não a preparação e, em seguida, cruzamos com a nota do aluno e sua
presença. Também fazemos provas de eixo de conhecimento para sabermos se o aluno aprendeu
aaaa
todo conteúdo de uma grande área de conhecimento de um curso. Exemplo: aplicamos uma prova
de eixo na disciplina de Marketing IV cobrando todos os conteúdos aprendidos nas disciplinas de
marketing anteriores. Com isso, podemos verificar se ficou algum GAP de conhecimento. Como
utilizamos muito PBL (projetos) montamos rubricas para acompanhar e tangibilizar o
conhecimento", explica Adriano.

Seguindo a linha de outros especialistas consultados neste estudo, o executivo apontou


que um dos principais desafios para a aplicação de tecnologia no ambiente educacional brasileiro
envolve uma questão cultural, dos professores e da comunidade escolar que ainda não se
adaptaram ao movimento de transformação.

Entretanto, segundo Adriano, uma das grandes vantagens da inovação consiste em poder
corrigir, justamente, falhas no processo educacional e na preparação dos docentes. "Conseguimos
avaliar melhor os professores, valorizando também os docentes que entregam resultados
pedagógicos efetivos e não somente aqueles que, por serem carismáticos, contam com a
aprovação das turmas. Consequentemente, montamos melhor os treinamentos de professores e
verificamos se as turmas, de fato, estão aprendendo melhor. Como diz o professor de Harvard,
Robert Kaplan “Você só gerencia o que se mede”, conclui Adriano, não sem antes demonstrar
entusiasmo com o mercado de EdTechs, explicando que a instituição já fez uso de ferramentas
como Kantum (Formação de Professores) e Kahoo (Educação por meio de Gamification).

Seguindo este princípio de metrificação, o VOA educação oferece uma plataforma que
fomenta o desenvolvimento integral dos alunos por meio da coleta de observações de diversos
professores que colaboram para criar um painel de métricas, possibilitando uma análise
socioemocional que facilita a construção de estratégias para que os estudantes potencializem suas
habilidades socioemocionais. De acordo com Marcelo Michelli, sócio-diretor do VOA, um dos
objetivos da ferramenta é disponibilizar instrumentos que melhorem a rotina dos professores.

"Nossa meta central sempre foi gerar valor para o aluno, mas, para tanto, temos que gerar
valor para os professores e para todo o ecossistema escolar. Neste sentido, mapeamos as dores dos
docentes com o intuito de auxiliá-los a superá-las. Uma dor enorme do docente: ele gasta muito
tempo fora da sala de aula com atividades que não dizem respeito ao conteúdo acadêmico, mas
sim, com atividades burocráticas, por isso, disponibilizamos dados que tornam sua vida melhor e
mais produtiva. Outro gap era em relação ao desenvolvimento do aluno. O professor metrifica o
desempenho e a má conduta. Mas a boa conduta é recompensada como? Em outras palavras:
queremos ajudar o professor a fazer a gestão do desenvolvimento do aluno de modo integral",
explica Marcelo.

Pesquisas recentes dão razão a Marcelo. Um estudo do Banco Mundial realizado com
escolas do Rio do Janeiro mostra que o tempo efetivamente gasto com o ensino não passa de 64% -
a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de
85%. Neste sentido, soluções que possam contribuir com a reversão deste cenário serão
extremamente positivas para o ambiente educacional do país.

O sócio-diretor do VOA destaca, ainda, o papel dos dados na construção de soft skills entre
os estudantes e na modelagem de metodologias de ensino adaptativo.
"As habilidades humanas, os chamado soft skills, começaram a ganhar mais relevância nas
escolas. A capacidade de relacionamento, de trabalhar sob pressão, a proatividade, o espírito de
equipe, a resiliência e a criatividade, todas estas habilidades voltaram a ser instigadas no ambiente
educacional. Com nossa plataforma, nós reforçamos essa visão metodológica, que encara o aluno
como um indivíduo e propõe seu desenvolvimento integral. Para tanto, os docentes conseguem,
pelo VOA, acessar um relatório completo do aluno, fazer um diagnóstico e registrar planos de ações
diferenciados para cada estudante", conclui Marcelo.

Sobre o ensino adaptativo, aliás, merece menção o fato de que um estudo recente do
Centro para Pesquisa e Reforma da Educação da John Hopkins University, identificou que
estudantes que experienciam este modelo de aprendizagem, a rigor, têm desempenho superior
em provas e tarefas escolares. Vale apontar também que, segundo pesquisa da consultoria
IndustryARC, o mercado de ensino personalizado ou adaptativo deve superar US$ 2 bilhões até
2024, com crescimento médio de 29% até 2024.

Tal média de crescimento é um indicativo, por fim, de que, em um curto espaço de tempo,
esta metodologia de ensino pode gerar impactos inclusive no Brasil, fato extremamente positivo
quando levamos em conta que um dos principais objetivos deste modelo consiste em considerar a
individualidade de cada estudante e, assim, abrir espaço para um ambiente educacional que não
faça das diferenças, elementos excludentes para os processos de aprendizagem.

A Dreamshaper é uma plataforma que auxilia alunos nas escolas regulares


a criar projetos empreendedores, por meio de uma metodologia que se
adapta ao perfil de cada estudante. Fundada em 2013, a edtech conta com
apoio da Fundação Lemann.

A premissa da Estuda é simples, mas eficiente: utilizar um amplo banco de


dados com provas, para preparar os usuários para exames como o ENEM a
prova da OAB. Fundada em 2013, a startup recebeu aporte da Garan
Ventures no ano passado.

Fundada em 2004, nos Estados Unidos, a DreamBox Learning já recebeu


mais de US$ 175 milhões em aportes financeiros. Seu principal objetivo é
utilizar o ensino adaptativo para melhorar o aprendizado de crianças em
matemática.

Startup irlandesa, a Adaptemy oferece consultoria, ferramentas de


publicação, aplicativos customizáveis e recursos baseados em IA para a
criação de conteúdo educacional com foco em aprendizagem adaptativa.
A EdTech já levantou € 4 milhões em investimentos.
Inteligência Artificial

Quando questionamos para os especialistas consultados ao longo deste estudo quais as


principais tendências tecnológicas que poderiam vir a transformar ou contribuir para a construção
de novas metodologias de ensino no país, sem dúvidas, a inteligência artificial foi o campo mais
citado entre a maioria dos entrevistados.

Dito isso, até que ponto as tecnologias de IA direcionadas para a educação estão maduras,
o suficiente, do ponto de vista da aplicabilidade e da escalabilidade no Brasil? Para responder a
essa pergunta precisamos, inicialmente, consultar alguns dados gerais deste mercado promissor,
mas que conta com alguns desafios centrais.

De acordo com uma pesquisa da consultoria IDC, por exemplo, os investimentos gerais em
Inteligência Artificial devem alcançar patamar próximo a US$ 36 bilhões em 2019, o que
representaria uma expansão de 44% em relação ao montante investidos nestas tecnologias em
2018. Por sua vez, a IDC estima que, até 2022, estes investimentos vão mais que dobrar, chegando a,
aproximadamente, 79,2 bilhões.

Segundo a consultoria, as indústrias que mais investiram até o momento em Inteligência


Artificial, são, respectivamente, o varejo e os bancos, que têm direcionado recursos para o
desenvolvimento de tecnologias para atendimento automatizado, combate de ameaças e
prevenção de fraudes, além de recomendação de compras.

No Brasil, embora ainda haja certa carência de dados sobre o mercado de inteligência
artificial no país, um estudo da FGV, que relaciona as taxas de empregabilidade com o crescimento
das tecnologias de IA, projeta três cenários para o país nos próximos 15 anos: um primeiro com
aumento médio de 5% no uso de inteligência artificial pelo mercado; um segundo com expansão
de 10%; além de um terceiro cenário mais agressivo, no qual a adoção de IA teria um crescimento
médio de 26%.

No último destes cenários, embora a Fundação Getúlio Vargas preveja uma queda
considerável dos empregos direcionados à mão de obra não qualificada, o estudo também prevê
um crescimento de 1,56% no número de postos de trabalho qualificados - o que reforça a tese que
apresentamos ao longo de nosso estudo, sobre a importância do letramento digital para a inserção
das novas gerações no mercado de trabalho. Outro lado positivo da pesquisa consiste no fato de
que a adoção de inteligência artificial no país pode contribuir para um crescimento do PIB de até
6,43% no período acumulado de 15 anos.

Nesse contexto, algumas grandes empresas já têm feito investimentos importantes para o
desenvolvimento de tecnologias de IA no Brasil. É o caso, por exemplo, da IBM, que anunciou, no
início deste ano, um aporte de R$ 20 milhões no país para a criação de um centro de pesquisas
focado, majoritariamente, em pautas relacionadas com o meio ambientes, recursos naturais, saúde
e finanças, segundo matéria da GQ Brasil.

Pensando no segmento educacional global, o cenário de investimentos em IA é também


otimista. De acordo com uma pesquisa da MarketsandMarkets Research, por exemplo, a
aaaaaaaaaa
expectativa é de que, até 2023, os investimentos em IA aplicada à educação cheguem no patamar
de US$ 3,69 bi, atingindo um crescimento médio de cerca de 47% durante o período 2017-2023.

O eixo educacional brasileiro, por sua vez, também conta com investimentos e iniciativas
importantes de grandes empresas no país. É o caso da Microsoft, que anunciou parceria com SESI e
SENAI para o treinamento gratuito em inteligência artificial para 3 milhões de jovens que estudam
em uma das instituições. A Samsung Brasil, por sua vez, por meio do programa OCEAN, oferece
cursos gratuitos em Manaus e São Paulo, com foco no desenvolvimento de soluções tecnológicas e
abordando temas que vão da realidade aumentada a inteligência artificial.

Tais cursos podem contribuir para o avanço da IA no ambiente educacional brasileiro, o


qual, segundo alguns especialistas, ainda precisa amadurecer. Fabrício Barth, Líder Técnico da IBM
e Professor Titular do Departamento de Tecnologia da ESPM, explica alguns dos desafios para a
transformação deste cenário.

2017-2023

"Acho que há um desafio importante relacionado aos investimentos. No setor financeiro,


quando criamos, por exemplo, modelos cada vez mais assertivos para identificação de fraudes, tal
investimento traz um retorno muito significativo. Por sua vez, no setor educacional é difícil
encontrar casos de uso em que está realmente claro o ROI (retorno sobre o investimento), e,
quando há clareza sobre o retorno, geralmente não há facilidade de implementação. Neste sentido,
estamos falando de um ambiente muito mais complexo", explica Fabrício.

O pesquisador ainda acrescenta que, no que tange a políticas públicas voltadas para a
inteligência artificial, estamos muito atrás de potências como Estados Unidos, China e do próprio
continente europeu. Segundo Fabrício, todos estes centros já têm uma estratégia de políticas
públicas de IA documentada - não só no eixo educacional, mas como um todo - ao passo que no
Brasil, de acordo com ele, ainda estamos distantes de criar um direcionamento sobre IA no âmbito
do poder público nacional.

Sobre as tendências da Inteligência Artificial no campo da educação, Fabrício aponta um


caminho central. "Pensando nas instituições de ensino, penso que o caminho seja utilizar a IA para
desburocratizar os processos existentes dentro da instituição de ensino e aumentar a eficiência das
chamadas atividades back-office - que não estão diretamente relacionadas com o processo de
ensino-aprendizagem. Uma vez implantadas tecnologias que suportem estas atividades, há a
possibilidade de que o docente direcione seu esforço na preparação de aulas ou no atendimento
aos alunos, ao invés de perder um tempo excessivo na correção de testes, na construção de
relatórios ou mesmo inserindo dados em diversas plataformas", conclui o pesquisador.

Assim, plataformas como a Geekie One, da EdTech Geekie, busca oferecer dados e
ferramentas para facilitar a rotina e o planejamento pedagógico de gestores escolares e
professores. Além disso, a plataforma tem como intuito desenvolver habilidades e competências
sintonizadas com o mercado de trabalho do século XXI.

Outra startup sintonizada com a ideia de construir soft skills nos estudantes é a Tamboro.
Por meio de uma metodologia própria para desenvolvimento e avaliação, a Plataforma Tamboro
propõe uma experiência gamificada, na qual o usuário recebe um roteiro de aprendizagem e
aaaaaa
precisa superar uma série de etapas para conquistar os objetivos propostos. Tite Zobaran, Sócia e
Diretora de Produto da Tamboro, explica o papel da Inteligência Artificial na Plataforma:

"Um dos maiores desafios do desenvolvimento de soft skills por meio de e-learning é a
avaliação. Nós desenvolvemos um algoritmo inteligente inovador, em parceria com pesquisadores,
que analisa os dados do participante a cada etapa da sua trajetória e, ao final do processo,
conseguimos emitir um certificado com nível de proficiência em cada habilidade. A solução é
customizável para empresas e o desenvolvimento de soft skills pode ser “injetado” no conteúdo
técnico – com cases contextualizados. Desta forma, a empresa deixa de fazer um treinamento e
passa a desenvolver suas equipes", aponta Tite.

Selecionada pelo Programa de aceleração BNDES Garagem, a Tamboro conta hoje com 100
mil usuários cadastrados na plataforma, que utilizam tanto as funcionalidades voltadas para
instituições de ensino, como as ferramentas voltadas para empresas e educação corporativa - a
Tamboro conta com clientes como Ancar, Deloitte, Farfetch, Natura, Reserva, dentre outras. Apesar
de todas as conquistas, a sócia da Tamboro reconhece que o ambiente brasileiro de EdTechs conta
com alguns obstáculos que precisam ser superados. Além de concordar com o Professor Fabrício
Barth sobre a falta de incentivos, Tite aponta outros três desafios centrais.

"O engajamento é um ponto sensível. Envolver e despertar o interesse. Evoluir de um


sistema que está aí há praticamente duzentos anos - quando a revolução industrial criou uma
demanda de formação de mão de obra que seguia um modelo muito específico - para o cenário
atual, em que o conhecimento não é mais centralizado e é cada vez mais importante despertar a
curiosidade e a vontade de se autodesenvolver. Além disso, do lado da infraestrutura, em diversos
locais do país ainda falta acesso a internet com qualidade. Por fim, do ponto de vista da gestão,
faltam instrumentos de avaliação capazes de medir resultados das metodologias adotadas em
tempo real, maximizando a capacidade de reação e correção de trajetórias", finaliza Tite.

Para superar estes pontos, como vimos ao longo deste estudo, somente uma união entre
iniciativas públicas, empreendedorismo e pesquisa será capaz de fortalecer, de fato, o ecossistema
brasileiro de EdTechs, contribuindo assim, para o aumento da competitividade e do potencial de
inovação do país como um todo.

A Witseed desenvolve conteúdo especializado, tendo como foco a criação


de programas personalizados de ensino em que são combinados o uso de
Inteligência Artificial e vídeos roteirizados com qualidade cinematográfica.
Em 2018 a startup recebeu R$ 1 milhão em investimentos.

O objetivo da Plape é melhorar a gestão de instituições de ensino e a


produção acadêmica por meio de Inteligência Artificial. Utilizada em mais
de 50 países por cerca de 14 milhões de estudantes, a edtech, fundada em
2015, recebeu investimentos de US$ 120 mil da Microsoft.

A startup Thinkster Math combina o uso de Inteligência Artificial com


tutoria de professores especializados para desenvolver habilidades
matemáticas nos estudantes. Fundada em 2010, a edtech já recebeu mais
de US$ 4,7 milhões em investimentos.

Por meio do uso de Inteligência Artificial, a americana Lingvist cria


experiências personalizadas de ensino em diversos idiomas, levando em
conta o ritmo de aprendizagem de cada estudante. A edtech, sediada na
Estônia, já recebeu, desde 2013, mais de US$ 11 milhões em investimentos.
Comecei na área de inovação da Ânima Educação em 2013. Logo no início, tivemos
contato com algumas EdTechs que conheciam não só de tecnologia, mas de todo o processo de
ensino e aprendizagem.

Foi o caso da mLearn, por exemplo, com a qual nos associamos para construir
conteúdos que pudessem ser acessados via plataformas mobile. Muitas vezes, vemos
professores em conflito com os smartphones, mas porque não os utilizar como plataformas de
aprendizagem?

Neste sentido, a mLearn casou muito com o conceito que estávamos difundindo no
Rafael Ávila Grupo Ânima de Mobile Learning. Hoje, nós abraçamos a ideia de que os alunos podem aprender,
também, via mobile, por meio de aplicativos, no modelo de educação híbrida.

Um grande diferencial do Grupo nima consiste no fato de que nunca tivemos a


intenção de fechar nossas soluções e inovações. Escolas do Nordeste, inclusive da rede pública,
por exemplo, estão utilizando algumas soluções desenvolvidas por nós e a mLearn. E isso é
ótimo, pois a gente entende que a Ânima tem uma contribuição para a melhoria da educação na
sociedade.

O principal GAP do mercado de educação, a nosso ver, é a dificuldade das pessoas em


se qualificar para conseguir um emprego. Por outro lado, após o movimento de recuperação da
crise econômica, as empresas precisam e nem sempre encontram mão de obra qualificada.

Neste sentido, a mLearn atua com verticais de produtos voltados para a qualificação
pessoal e profissional. Nós temos, por exemplo, o aplicativo qualifica, que oferece cursos de
venda e o primeiro MBA Mobile do país. Nossos cursos contam com certificação e o MBA é
reconhecido pelo MEC. Para acessar os cursos, o usuário assina o serviço, conforme o Netflix e
outras plataformas SaaS.
Rômulo Abdalla
Nós também trabalhamos com soluções personalizadas para empresas e instituições
de ensino: a companhia quer qualificar sua equipe e já dispõe do conteúdo. Nós disponibilizamos
a ferramenta e o funcionário poderá fazer qualquer curso via mobile ou multiplataforma.

Por fim, além de oferecermos a infraestrutura, nós prestamos consultoria pedagógica e


acadêmica para a construção de cursos qualidade.

Keywords para acompanhar o tema

DESBUROCRATIZAÇÃO DE
EDUCAÇÃO IMERSIVA
PROCESSOS
SALA DE AULA INVERTIDA
POLÍTICAS PÚBLICAS GAMIFICAÇÃO
VOLTADAS PARA IA
LEARNING ANALYTICS
ENTRE_
VISTA
Do ponto de vista da infraestrutura para a
inovação, como você enxerga o ambiente
educacional brasileiro?
Acredito que as escolas ainda tem um viés muito
tradicional. A verdade é que isso não ocorre apenas José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul
no Brasil. Quando paramos para analisar iniciativas Escola de Negócios
internacionais, os projetos de transformação digital acessíveis; a inteligência artificial que, na minha
e tecnologia ainda me parecem muito iniciáticos. A visão, deve trazer a melhor interface para se
educação, é importante salientar, foi se aprender no contexto das novas tecnologias; o
tangibilizando, ao longo da história, sob a forma de ensino híbrido; o uso de Big Data para uma melhor
instituições com pouca abertura para a inovação. estruturação das metodologias de ensino e o
Neste sentido, há um longo caminho de mudança blockchain para um processo de certificação e
cultural que precisa ser percorrido. validação de certificados das instituições.

Que desafios precisam ser superados para que a Quais as iniciativas para fomentar uma
educação no Brasil conte com um suporte maior mentalidade mais inovadora em suas escolas?
das novas tecnologias? Em 2016 nos propomos a repensar 100% do nosso
Na minha visão, as escolas e as universidades ainda modelo educacional com foco na transformação
traduzem o modelo social e econômico da época digital. A partir desta visão, criamos o LIT, uma
industrial, um modelo de ensino no qual perguntar plataforma de onlearning que engloba
não é importante, que tolhe a criatividade, a metodologias e diversas inovações nas quais
curiosidade, as soluções para problemas complexos. acreditamos: educação personalizada,
O erro, nesse contexto, não é visto como uma autodirecionada, tecnologias mobile, IA. Criamos
oportunidade para a obtenção de conhecimento e também uma colmeia de inovação - ambiente
o próprio modelo de avaliação desfavorece os propício para a disrupção e colaboração, incluindo
processos colaborativos. Dito isso, o que precisa ser professores e facilitadores com metodologias
feito, essencialmente, é uma reflexão sobre o futuro colaborativas. O ambiente é conectado à nuvem
do trabalho. Toda educação deve ser repensada da IBM, com tecnologias desenvolvidas para a
levando em conta a sociedade, a economia, a resolução de problemas específicos do processo de
cultura e as novas tecnologias deste contexto do inovação.
futuro.
A Saint Paul mantém parcerias com startups ou
Quais as tendências tecnológicas para educação outras empresas que oferecem tecnologias?
nos próximos anos, na tua visão? Estamos abertos ao mercado de EdTechs e
Enxergo 9 tendências centrais: Aprendizagem acreditamos na importância da discussão de novas
personalizada e adaptativa; lifefelong learning e tecnologias no ambiente educacional. Não temos
aprendizagem em micromomentos; uma tendência nenhuma parceria por enquanto, pois, até o
de microcertificações, em que combino certificados momento, tivemos contato com startups que
para obter uma titulação; o social learning ou oferecem ótimas ferramentas de sustentação e
crowdlearning - em que utilizo a interação com para gerar eficiência em processos, mas estamos
outras pessoas para adquirir conhecimentos em busca de soluções disruptivas, que de fato
práticos; a democratização da educação, para transformem os processos de ensino e
serviços educacionais mais aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aprendizagem.
JUNHO 2019

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REFERÊNCIAS
Introdução
https://www.forbes.com/sites/robynshulman/2018/01/26/edtech-investments-rise-to-a-historical-9-5-bill
ion-what-your-startup-needs-to-know/#61e44923a38b
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http://www.telesintese.com.br/na-europa-quase-todas-casas-tem-acesso-internet/
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-tem-acesso-internet
https://tecnoblog.net/264187/operadoras-previsao-demora-5g-brasil/
https://g1.globo.com/economia/noticia/brasil-sobe-5-posicoes-em-ranking-mundial-de-inovacao-apos-
2-anos-estagnado.ghtml
https://jornal.usp.br/especiais/brasil-esta-no-fim-da-fila-quando-o-assunto-e-inovacao-2/
https://noticias.portaldaindustria.com.br/noticias/inovacao-e-tecnologia/brasil-precisa-ampliar-incentiv
os-e-instrumentos-para-alavancar-investimento-privado-em-inovacao/
https://www.valor.com.br/brasil/5234641/ibge-brasil-tem-118-milhoes-de-analfabetos-metade-esta-no-
nordeste

Aprofundamento - Fronteiras da Acessibilidade


https://cdn2.hubspot.net/hubfs/1624046/Digital%20Business%20Executive%20Summary_FINAL.pdf
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ens

Aprofundamento - Letramento Digital


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Aprofundamento - Transformação Cultural


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Aprofundamento - A tecnologia e o combate aos problemas de aprendizagem


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nterstage-at-the-world-economic-forum/#3ddba0e318eb
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https://cultura.estadao.com.br/blogs/babel/44-da-populacao-brasileira-nao-le-e-30-nunca-comprou-u
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https://www.thetechedvocate.org/assistive-technology-students-disabilities/
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Aprofundamento - A inclusão de alunos com deficiência


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Aprofundamento - Plataformas de suporte ao aprendizado


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Aprofundamento - Realidade Virtual e Gamification


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https://www.cbinsights.com/reports/CB-Insights_ARVR-Trends-Briefing.pdf?utm_campaign=ar-vr-tren
ds_2018-07&utm_medium=email&_hsenc=p2ANqtz-_XXQyl6Ps4Hbkf0k9Kb_btNXHo7ZdFtXz5NOuAxm
70UDpiXO2VSF5Q9HDGtY84hiOEuGpi0jVSFXw0VKoDJ4TFgVdRXA&_hsmi=64784519&utm_content=6
4784519&utm_source=hs_automation&hsCtaTracking=fe20169e-04e4-4551-ab9f-d36e03c11822%7C3ac8
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https://ecommercenews.com.br/artigos/dicas-artigos/gamification-a-estrategia-que-pode-aumentar-o
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Aprofundamento - Learning Analytics e o Ensino Adaptativo


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Aprofundamento - Inteligência Artificial


https://www.convergenciadigital.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&UserAc
tiveTemplate=mobile%252Csite&infoid=50201&sid=97
https://link.estadao.com.br/noticias/inovacao,desemprego-pode-subir-ate-4-pontos-percentuais-com-
adocao-de-inteligencia-artificial-diz-fg,70002833283
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https://gq.globo.com/Prazeres/Tecnologia/noticia/2019/02/ibm-anuncia-investimento-de-r-20-milhoes-
em-inteligencia-artificial-no-brasil.html
https://www.marketsandmarkets.com/Market-Reports/ai-in-education-market-200371366.html
https://noticiasconcursos.com.br/noticias-concursos/samsung-abre-diversos-cursos-gratuitos-em-parc
eria-com-a-usp/
https://www.geekie.com.br/geekie-one/

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