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PATROCÍNIO:
JUNHO 2019
ÍNDICE
Editorial …………………………………………………….………………………….. 04
A Liga Ventures ………………………………..….………………………….... 05
Metodologia …………………………………………….……………………….... 07
Entrevistados ………………………………………….…............................. 08
EdTechs - Introdução ………………………….…….…………………... 10
Entrevista - Andrea Mansano [EF] ……………..…………… 14
Categorias …………………………………………………..………………………. 15
Mapa de Startups …………………………………….……………………….. 18
Lista de Startups …………………………………...…………………………. 19
Espaço Inovativa Brasil …………….……………..…………………….. 28
Demographics ………………………………………………………………….... 29
Entrevista - Mário Vieira [Ambev] …………………………….…. 30
Os desafios para a transformação digital
da Educação no Brasil …………………………………………………... 31
Fronteiras para o acesso digital ….………………………….. 33
O Letramento Digital ….……………………………………..……….. 36
Transformação Cultural …………………………………………….. 39
Entrevista - Alexandre Garcia [CEL.LEP] ……………….. 43
Educação Inclusiva …………………………………………….…………. 44
A tecnologia e o combate aos problemas
de aprendizagem ……………………………………………………….... 46
A inclusão de alunos com deficiência por
meio da tecnologia ……………………………………………….…... 49
Plataformas de Suporte ao Aprendizado
e a Democratização do Ensino ………………………………….. 52
Next-Gen Education ……………………..………………………………….. 56
Realidade Virtual e Gamificação .………………………….. 58
Learning Analytics e o Ensino Adaptativo …………... 61
Inteligência Artificial ..………………………………………………... 64
Entrevista - José Securato [Saint Paul] …………………….. 68
Referências …………………………………………..….………………………….. 71
EDITORIAL
O impacto na educação do
Brasil pela tecnologia
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Por outro lado, as saídas tecnológicas já vêm se mostrando “acima e a frente” destes desafios,
apresentando soluções que se alinham diretamente às grandes oportunidades no mercado de
educação. Como exemplo, podemos citar o acesso à internet facilitado por meios alternativos que
acabam levando a informação para comunidades remotas e desassistidas antes mesmos que os
parrudos planos de desenvolvimentos públicos os façam. O mesmo vemos em cenários relacionados à
capacitação dos profissionais da educação, alternativas de financiamento dos estudos, novas
formações de mercado e a educação inclusiva, este último representando claramente o tamanho do
impacto possibilitado pela velocidade e escalabilidade das startups.
Uma das principais reflexões que queremos trazer com esse Liga Insights EdTechs diz respeito
ao impacto de uma integração articulada entre empreendedorismo, tecnologia e educação (em todas
suas esferas de atuação, administração e comando) pode ter diante da sociedade brasileira. Usando
um termo comum do mundo de startups, causar a disrupção na educação no Brasil não envolve
apenas explorar novos negócios, mas também transformar o ambiente empreendedor, os valores de
competitividade e dignidade dos brasileiros por meio de um ensino moderno, inclusivo e acessível.
Esperamos que o debate e as referências oferecidos neste estudo, possam ser aproveitados
para que mais iniciativas inovadoras no contexto da educação sejam iniciadas e, consequentemente,
vejamos as EdTechs como parceiras protagonistas na transformação do ensino do país.
A Aceleradora
e o Liga Insights
Por meio de programas de aceleração em
diferentes verticais de mercado, eventos e inteligência
setorial, a Liga Ventures é a primeira aceleradora do
Brasil totalmente focada em conectar startups e
grandes corporações, gerando inovação e
oportunidades de negócios para ambos os lados.
EMPRESAS STARTUPS
Inovar mais rápido e barato Oportunidades de negócios
Testar novos mercados Canais de distribuição
Novos modelos de negócio Networking
Atrair talentos Marca e Credibilidade
Cultura intraempreendedora Crescimento sustentável
NOSSOS EVENTOS:
O estudo tem como objetivo compreender como o setor de
Educação está inovando e de que forma as startups que apresentam
soluções para esse mercado estão sendo desenvolvidas e aplicadas
no Brasil. Após entendimento do mercado e dos temas que
envolvem a área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são
as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma
elas podem impactar os processos e o atual cenário do segmento.
Aqui foram considerados relatórios, estudos e informações de fontes
como, CB Insights, IstoÉ Dinheiro, BBC, EXAME, O Globo, Forbes, 12.213
Porvir, Época Negócios, O Estado de S. Paulo, G1, Diário do Comércio, Base total de
DCI, Agência Brasil, EdTech Review, SEBRAE, McKinsey, ABI Reseach, startups
Valor Econômico, Revista PEGN, MarketandMarkets, INEP, IDC e
outros.
Tite Zobaran
Sócia-Diretora de Produto da
Tamboro
Qual a força do ecossistema de EdTechs no Brasil? A
resposta para essa pergunta envolve, antes de mais nada, uma
análise mais ampla e global do cenário das startups de educação.
Em 2017, por exemplo, os investimentos no mercado de EdTechs
atingiram um recorde histórico de US$ 9,52 bilhões, de acordo com
informações da Metaari, consultoria de marketing, divulgadas pela
Forbes. De acordo com a análise, mais de 800 EdTechs receberam
investimentos em 2017 - o que gerou um aumento expressivo de
30% de aportes em relação a 2016.
Como veremos ao longo deste estudo, para que o Brasil possa vencer este cenário e
explorar todo o seu potencial tecnológico, será necessário, inicialmente, resolvermos problemas
estruturais ainda básicos, inclusive no próprio contexto educacional.
"Existem ainda alguns grandes gargalos para uma maior difusão tecnológica, como o
distanciamento entre a escola e a universidade. Ainda que os pesquisadores trabalhem junto com a
escola, é muito difícil compatibilizar o tempo da escola com o tempo da universidade e com o
tempo da política. Além disso, resultados em educação demoram para ser observados. Quando mal
se começa um novo projeto ou programa, os governos querem respostas positivas, um
imediatismo. E não há resultados rápidos nesse sentido. Outro entrave é a própria dimensão do
país: nós temos mais de 180 mil escolas públicas no Brasil, então a universalização de qualquer
programa é complexa. Logo, políticas centralizadas vêm se mostrando inadequadas, afinal de
contas, cada escola tem uma realidade. Neste sentido, a descentralização é algo fundamental",
explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, Doutora em Educação: Currículo e Professora da
PUC-SP.
Um exemplo desta problemática pode ser visto na própria difusão da internet. Enquanto na
União Europeia, por exemplo, 99,9% das casas já conta, desde 2017, com internet banda larga e a
região já discute os implementos necessários para a harmonização da internet 5G, no Brasil, por sua
vez, mais de um terço dos domicílios não têm acesso à internet - essa porcentagem chega a 70%
em domicílios das classes D e E, o que, além de tudo, evidencia um grave problema de
desigualdade e falta de inclusão digital.
No Brasil
na Europa,
acesso à internet
No plano da infraestrutura para a internet 5G, vale salientar que as principais operadoras de
telefonia do país já adiantaram que esta tecnologia só estará disponível no Brasil após 2021, o que
indica que só teremos acesso ao 5G quando o restante do mundo já estiver com esta tecnologia à
disposição para explorar as possibilidades de uma internet mais veloz e eficiente.
Por outro lado, as políticas públicas voltadas para a inovação - que, em tese, deveriam ser
fortalecidas para uma maior expansão da tecnologia no Brasil, - viram uma desanimadora queda
dentre os anos de 2013 e 2017. Segundo dados da Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI), os
investimentos no período, advindos do Governo Federal e específicos para engenharia e
desenvolvimento tecnológico, caíram de de 5 bilhões (2013) para pouco mais de 1 bilhão (em 2017).
"Eu vejo o Brasil como um país com uma necessidade de investimentos em infraestrutura
muito grande. Sem investimentos em infraestrutura tecnológica, não é possível escalar e tornar
mais acessíveis os recursos tecnológicos para as escolas e para a população de um modo mais
amplo. Precisamos, pois, de investimentos em tecnologia para que o país seja visto, não só como
uma nação que exporta pesquisadores, mas que consiga desenvolver inovações internamente. O
Brasil tem bons pesquisadores, mas falta investimento para mantê-los no Brasil e criarmos um
ecossistema de inovação tecnológica robusto", comenta Flavio Marques Azevedo, Professor e
Coordenador do Curso de Tech da ESPM.
Neste sentido, com tantos desafios estruturais para serem superados, inclusive no universo
da educação, como pensar nas soluções digitais voltadas para os processos de ensino e
aprendizagem no Brasil? Para Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, uma união de forças que
leve em consideração os contextos educacionais de cada escola pode ser uma rota capaz de trazer
frutos positivos. "Eu acho que parcerias entre escolas, empresas, pesquisadores e governo são
fundamentais. A escola não vai conseguir fazer esse trabalho sozinha. Por outro lado, a participação
da empresa não pode vir como algo pronto para a escola implantar. A inovação não é uma
tecnologia, um procedimento ou uma técnica nova em si, mas sim, aquilo que é criado dentro de
determinadas condições e de um certo contexto. Então, se queremos inovação por meio de novas
tecnologias, precisamos dar à escola a oportunidade de desenvolver o seu próprio projeto de
inovação. Então, o trabalho com a empresa é bem-vindo quando ela também está disposta a
aprender, para poder ajudar a encontrar soluções adequadas dentro de cada contexto
educacional", explica a professora da PUC-SP, acrescentando que as empresas podem trazer uma
mentalidade de logística e gestão que, em muitos casos, escapa dos acadêmicos e gestores
escolares.
Para o professor da ESPM, Flavio Marques, por sua vez, uma das soluções para uma maior
difusão da inovação no ambiente educacional brasileiro envolve uma visão mais colaborativa na
aplicação de novas tecnologias.
"Uma boa estratégia para que tenhamos mais inovação no ambiente educacional brasileiro
se dá por meio do compartilhamento de tecnologias, deste modo, podemos auxiliar, inclusive,
escolas que não contam com uma infraestrutura digital mais robusta. Afinal de contas, em muitos
casos, o entrave para a inserção de tecnologia nas escolas públicas, por exemplo, é financeiro. Para
tanto, precisamos vencer questões que envolvem desde a estrutura burocrática das escolas até
questões governamentais", diz Flavio, acrescentando que a boa notícia é que, em maior ou menor
escala, as principais instituições de ensino já estão se movimentando para ter um braço tecnológico
em face da transformação digital.
O ainda é
Na ESPM, a criação do curso de TECH responde a essa demanda por transformação digital.
O curso, lançado no segundo semestre de 2014, já conta com duas turmas formadas e, segundo o
professor Flavio, oferece uma sólida formação técnica, aliada a disciplinas de marketing, finanças e
empreendedorismo.
O fato é que, como veremos ao longo deste estudo, mesmo com uma série de entraves e
com um ambiente que nem sempre favorece a produção tecnológica, ainda assim temos inúmeros
exemplos que demonstram, primeiramente, o potencial criativo do empreendedor brasileiro e que
respondem, por conseguinte, a algumas das principais demandas e especificidades de nosso
ecossistema educacional.
Há, por fim, uma forte necessidade de transformação cultural, tanto no que tange a uma
maior abertura das escolas para a tecnologia e na promoção de investimentos para a formação de
professores mais aptos a lidar com inovação, quanto no que diz respeito a uma mudança cultural
que privilegie uma maior diversidade no ecossistema de tecnologia nacional.
Dentro desse contexto, a boa notícia é que o Brasil já conta com muitas iniciativas no meio
das EdTechs que, definitivamente, tem contribuído para uma maior acessibilidade da população
brasileira junto à tecnologia - seja por meio de plataformas de suporte ao aprendizado que já
atingem as mais diversas geografias nacionais ou mesmo pela oferta de conteúdo relevante para
uma conscientização das escolas quanto aos desafios da transformação digital.
Temos também soluções que favorecem a inclusão de alunos com deficiência, minorias e
populações economicamente desfavorecidas, contribuindo assim para uma profunda mudança
cultural do ambiente educacional brasileiro.
Educação Inclusiva
Conjunto de startups que desenvolvem soluções capazes de auxiliar na frente de inclusão no
ensino, usando a tecnologia para abrir frentes e na aplicação das adaptações necessárias.
Gamificação
Startups que apresentam soluções para suportar o desenvolvimento do ensino baseado em
jogos e gamificação.
Gestão Educacional
Plataformas e soluções que auxiliam na gestão e digitalização dos processos de escolas e outros
grupos relacionados à educação.
Idiomas
Startups que atuam direta e indiretamente com o ensino de idiomas, aplicando novos formatos
de aprendizagem e/ou usando de tecnologias para ampliar suas atuações.
Novas Habilidades
Startups atuam no ensino de novas habilidades de mercado, para a atualização e formação
profissional, além do desenvolvimento pessoal em novos conceitos.
Plataformas de Ensino
Plataformas que atuam com soluções que integram o desenvolvimento pedagógico com as
ações em sala de aula, trazendo mobilidade e a digitalização dos processos de ensino.
Vocacional
Grupo de startups formado por soluções que tratam questões relacionadas à identificação e
orientação vocacional ao longo da jornada de aprendizagem.
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UNINDO ENSINO INOVADOR E NOVAS TECNOLOGIAS,
EDTECHS GANHAM MERCADO DE EDUCAÇÃO
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A educação tradicional, com alunos sentados anotando o que o professor diz ou escreve na
lousa, está perdendo espaço no Brasil. No seu lugar, surgiram métodos de ensino inovadores e
tecnológicos, coerentes com o mundo cada vez mais digital em que vivemos.
Essa tendência favoreceu o surgimento das EdTechs, startups que unem tecnologia e
educação, para instituir formas de ensino mais atrativas aos estudantes. Com o auxílio de aplicativos,
cursos online, realidade virtual, inteligência artificial, gamificação e outras ferramentas, elas auxiliam
os alunos a reter mais conteúdo em menos tempo.
Porém, como as necessidades das pessoas que procuram por uma instituição de ensino
mudaram, novas áreas surgiram para preencher esses gaps do mercado. Para estimular essas
empresas a se desenvolverem e aprimorarem suas habilidades, o InovAtiva Brasil, maior programa de
aceleração de startups da América Latina, entre 2016 e 2018, acelerou 56 startups da área de educação.
Neste mesmo período, quatro EdTechs foram escolhidas como destaques por suas ideias inusitadas:
Voopyn.com, ambiente virtual de desenvolvimento e identificação de talentos universitários; Enem
Game, jogo multiplayer online de perguntas e respostas; Redação Online, primeira plataforma de
correções de redação do Brasil; e BRG Vocacional, que auxilia instituições de ensino superior na
captação de alunos por meio de uma plataforma online de orientação profissional.
> Educação Básica: Como a nova geração de estudantes está habituada às novas tecnologias, levá-las
para a sala de aula pode ajudar os professores na transmissão do conteúdo. De olho nessa tendência, a
Inteceleri Tecnologia Para Educação desenvolveu a plataforma Matematicando, composta por
atividades neurolinguísticas, cromopedagógicas e gamificação, para que o aluno aprenda a
matemática de forma mais rápida.
> Ensino Superior: Um grande problema encontrado no Brasil é a evasão do ensino superior. Para
ajudar as instituições de ensino na retenção de alunos, a Innervision oferece uma base tecnológica
especializada em inteligência artificial para que as universidades analisem o perfil do aluno e
mapeiem quais estudantes têm mais chance de evadir.
> Educação a Distância: Destinada às pessoas que não têm tempo, facilidade de ir até uma instituição
de ensino ou querem pagar menos, o EaD contempla todas as formas de ensino online, como vídeos
transmitidos ao vivo por meio da plataforma da Samba Tech, startup mineira líder na distribuição de
vídeos online na América Latina.
> Ensino de Idiomas: Saber mais de um idioma vem sendo um pré-requisito para a maioria dos
empregos. Para ajudar a desenvolver essa habilidade ainda na primeira infância, o Kidsa, único
aplicativo no Brasil que fornece curso de inglês completo voltado para a Geração Alpha (nascidos a
partir de 2010). O conteúdo é produzido por educadores, professores de línguas e profissionais
especializados no entretenimento infantil.
> Educação Corporativa: Um exemplo de startup que oferece esse tipo de serviço é a Qranio. A
plataforma mobile cria programas de treinamentos personalizados para cada colaborador com estilo
de vida estilo de vida “on the go” utilizando microlearning e gamificação para estimular os usuários
com conteúdo educacional.
> Gestão Escolar: Ao contrário do que muitos pensam, ser uma EdTech não significa que ela atue
diretamente no aprendizado. Ela também pode desenvolver soluções para a gestão escolar, como é o
caso da Agenda Edu, a maior plataforma escolar do Brasil, que tem por premissa aproximar e facilitar a
comunicação entre escolas, alunos e seus responsáveis.
> Cursos Livres: A Drone Kids School, por exemplo, oferece um curso de pilotagem de drones. Sua
metodologia foi construída para desafiar o aluno a aprender e aplicar o conteúdo e as habilidades com
projetos reais. Sua estrutura incentiva o estudante a trabalhar em equipe e desenvolver suas
habilidades de liderança.
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Por Ano de
Fundação
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escolas do país, com especial destaque para o sistema público de ensino. Por fim, discutimos ainda
o papel das EdTechs nessa busca pela democratização digital.
Por sua vez, em relação ao letramento digital, levamos em conta tanto a necessidade de
formação, atualização e imersão do corpo docente nacional nas novas tecnologias direcionadas
para fins pedagógicos, quanto o interesse e a necessidade de formação de estudantes preparados
para as peculiaridades de um mercado que se transforma de modo dinâmico, no ritmo incessante
da inovação que move diferentes mercados, inclusive o de educação.
Todos os eixos deste primeiro segmento do nosso estudo busca evidenciar os desafios de
um ambiente educacional que, em muitos aspectos, ainda está imerso em metodologias e culturas
tradicionais de ensino. Já neste primeiro momento, por fim, refletimos sobre iniciativas e
tecnologias que podem contribuir para resolução de problemáticas específicas de nosso universo
de educação.
Antes de mais nada, basta levarmos em conta, por exemplo, que cerca de 39% dos
domicílios do país ainda não conta com nenhuma forma de acesso à internet, segundo pesquisa do
CGI - Comitê Gestor da Internet, de julho do ano passado. Ao todo, aproximadamente 27 milhões de
residências ainda não possuem conexão com a web e, embora este número esteja caindo ao longo
dos anos, o fato é que ainda temos uma grande porcentagem da população que vive às margens
dos movimentos de transformação digital.
Algumas iniciativas governamentais vêm sendo realizadas nos últimos anos para reverter a
falta de digitalização nas escolas. Dentre elas, vale a pena citar que, em maio de 2017, o Governo
Federal lançou, a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite
Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), primeiro satélite inteiramente
operado pelo Brasil voltado para a democratização de tecnologias digitais. Com investimentos de
quase R$ 3 bilhões, o equipamento visa possibilitar o acesso à conexão em banda larga em todas as
regiões do país.
não possui
conexão via banda larga
E em deles
há acesso à internet de
forma alguma
Este é um passo importante, mas, segundo especialistas, o país ainda precisará evoluir
muito para que possamos considerar nosso sistema educacional digitalmente conectado. A mestra
em Desenvolvimento Educacional pela Universidade de Columbia e Cofundadora da Sincroniza
Educação, Ana Paula Romero Manzalli, aponta que, além da questão internet, a própria qualidade e
quantidade de computadores e dispositivos tecnológicos dificulta o processo de transformação
digital das escolas brasileiras.
A falta de preparo dos professores para lidar com tecnologias com finalidade pedagógica,
bem como o modelo de ensino ainda calcado na ideia de que o professor é o detentor do
conhecimento e os alunos receptores passivos do conteúdo de aulas expositivas - com poucas
oportunidades de produção e colaboração -, também são entraves a serem superados para uma
maior abertura do ensino público para a inovação e, consequentemente, para a construção de uma
mentalidade disruptiva entre os alunos.
A própria aproximação das EdTechs junto às instituições públicas de ensino, que poderia
contribuir para uma aceleração dos processos tecnológicos nas escolas, torna-se um desafio, tendo
em vista a estrutura burocrática de compras no sistema público brasileiro. "As EdTechs têm
dificuldade de vender seus produtos e serviços para as secretarias de educação, por conta do tipo
de objeto e do processo burocrático, e as secretarias, por sua vez, têm dificuldade em mapear e
entender quais tecnologias poderiam auxiliá-las de forma mais assertiva", comenta Ana Paula.
reverter a falta de
digitalização nas escolas
públicas visa possibilitar o
acesso à conexão em
banda larga em todas as
regiões do país
"A Sincroniza Educação tem como principal frente de atuação, hoje, a implementação de
tecnologias educacionais em escolas. Não desenvolvemos as tecnologias - somos contratadas para
auxiliar EdTechs e redes de ensino a implementar plataformas educacionais com qualidade, o que
envolve desde a formação de professores e gestores, até o acompanhamento de dados
relacionados ao uso da tecnologia. Nosso trabalho é garantir que o uso das tecnologias
educacionais faça sentido no contexto escolar e passe a fazer parte da sua rotina, de forma que
sejam uma ferramenta efetiva de aprendizagem", conclui a Cofundadora da Sincroniza Educação.
Uma das frentes da transformação digital na educação que poderia, ao mesmo tempo, se
beneficiar dos avanços na infraestrutura digital das escolas do país e contribuir para um maior
acesso de diferentes geografias a diferentes modalidades de aprendizagem são as plataformas de
ensino a distância. Bruno Mendonça, CMO da Edools - startup que oferece uma plataforma de EAD
e serviços de gestão e produção de conteúdo digital - acredita que uma das formas de superar os
desafios do sistema de ensino nacional se dá por meio do compartilhamento de conhecimento
relevante, que pode mobilizar mudanças em qualquer lugar do país.
"A Edools, por exemplo, oferece conteúdo de qualidade para qualquer pessoa, instituição de
ensino ou empresa que busque revolucionar a forma como ensina pessoas. Hoje nós temos mais de
250 artigos publicados em nosso blog, que ajuda públicos diversos a superarem desafios nos mais
variados cenários. Também temos diversos e-books lançados, infográficos, webinars, podcasts e
outros formatos para incentivar e difundir cada vez mais todos os recursos e benefícios do ensino
online em suas realidades", explica o CMO da startup que tem crescido em média, 60% ao ano,
desde sua fundação. Dentre os clientes da empresa, destacam-se a Fundação Estudar, T2
Educação, Sebrae e o Grupo Impacta.
Sobre a questão dos incentivos governamentais, abordada pelo CMO da Edools e por
outros especialistas consultados neste estudo, vale a pena citar ainda o programa GESAC (Governo
Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão), do Ministério de Ciência e Tecnologia, que atingiu
a marca de 1 milhão de alunos conectados em regiões de difícil acesso do país, de acordo com
informações divulgadas pela Agência Brasil. O projeto envolve a instalação de pontos de conexão
que utilizam a banda do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), citado há
pouco. Até o fim do ano, o Governo Federal pretende instalar 10 mil pontos de internet banda larga.
No momento, são 3,8 mil pontos instalados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste que, segundo
aponta o presidente Jair Bolsonaro, são regiões prioritárias no programa.
Outro possível norte, por fim, para o rompimento das fronteiras da acessibilidade, pode se
dar por meio do uso das ferramentas como os smartphones, hoje mais disponíveis, mesmo em
regiões de difícil acesso ou baixa renda per capita, sendo o principal meio de acesso à internet nos
domicílios brasileiros.
Como atender essa demanda pelo letramento digital dos estudantes brasileiros é um ponto
que merece reflexão, sobretudo quando levamos em conta que a promoção de uma cultura digital
é uma das exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada em dezembro de
2018 pelo então Ministro da Educação Rossieli Soares Silva. Diz o documento:
Conforme apontado por uma série de especialistas entrevistados para este estudo,
entretanto, para pensarmos no letramento digital dos alunos das redes pública e privada de ensino,
precisamos levar em conta, antes de tudo, a formação de um corpo nacional de docentes hábeis a
lidar com tecnologias direcionadas para fins pedagógicos.
Uma pesquisa do Movimento Todos pela Educação que ouviu mais de 4 mil professores da
rede pública do país aponta, por exemplo, que mais de 60% dos docentes nunca realizou cursos
relacionados a aplicação de tecnologias digitais no ensino ou mesmo qualquer formação geral em
informática. O levantamento ainda demonstra que, superadas as barreiras de infraestrutura, a
maioria dos professores está disposta a utilizar a inovação, a qual, segundo os docentes
entrevistados, tem potencial para aumentar a motivação e o desempenho escolar dos estudantes.
Por sua vez, no plano discente, a maior parte dos alunos demonstra amplo interesse por
ciência e tecnologia. O fato foi identificado em estudo da FINEP (Agência pública de fomento à
inovação), o qual aponta que, para quase 80% dos estudantes, a disciplina de Ciências pode
auxiliá-los no futuro profissional. Além disso, segundo os alunos, o estudo de Ciências é
fundamental para o desenvolvimento da tecnologia no país e deveria ser incentivado pelo poder
público. A pesquisa ouviu 2 mil jovens, entre 12 e 17 anos, das redes pública e privada de ensino.
Quando unimos estes fatores - interesse do corpo docente e dos alunos -, em tese, temos
um ambiente aberto para a inovação no ensino do país. Neste sentido, como superar os desafios de
formação dos professores para que estes agentes sejam capazes de disseminar habilidades digitais
e colher os resultados de uma metodologia educacional que utiliza a tecnologia como aliada dos
processos de aprendizagem?
É preciso, pois, que as escolas, tanto da rede pública quanto do sistema privado, assumam
um programa de transformação que inclua um planejamento estratégico com linhas de ações,
definindo onde a instituição está e onde ela quer chegar.
Dentro deste contexto de busca pela transformação das pessoas, escolas especializadas
que disseminam conhecimentos tecnológicos podem contribuir para a formação de profissionais
mais bem preparados, capazes de enfrentar os desafios que já se fazem presentes no ambiente de
negócios brasileiro.
"O core da nossa escola são os cursos, mas nós temos uma série de projetos de educação
para expansão de nossa proposta de transformação, capacitando empresas e pessoas a adquirirem
novas habilidades. Nosso objetivo central é formar lideranças com os skills necessários para
conduzir a transformação digital pela qual o mundo está passando hoje", explica Thiago Arantes,
Gerente de Marketing da Digital House.
Mas como expandir o letramento digital para além dos grandes centros urbanos? Thiago
reconhece que pelo fato de grande parte das startups e das empresas de tecnologia estarem
sediadas em capitais como São Paulo, o acesso às habilidades digitais para os cidadãos que estão
fora desses eixos é mais restrito. Apesar disso, ele acredita no potencial do empreendedorismo
nacional para a reversão deste cenário. "O empreendedorismo é um caminho para a
democratização das habilidades digitais. Já temos todas as ferramentas para estabelecer
aaaaaaaaaa
dinâmicas de aprendizado em que a gente alcance mais e mais pessoas. Aliada a isso, temos uma
população muito empreendedora. O que precisamos é ampliar e incentivar o empreendedorismo
digital, ainda pouco difundido", acrescenta Thiago.
Fundada nos EUA em 2017, a Torch busca formar novos líderes por meio de
uma integração de coaching e tecnologia, visando fortalecer o
autoconhecimento e alta performance entre os usuários da plataforma
que, em 2019, já captou US$ 10 milhões em investimentos.
Transformação Cultural
"Pensando no ensino básico, há uma estagnação significativa. Não se trata de afirmar que
as pessoas não mudam porque elas não querem ou porque não veem valor na inovação, mas
porque o modelo de ensino atual no país vive um longo período de inércia. No ensino básico, por
exemplo, as escolas não têm sistema concorrente. Além disso, o apetite para risco das famílias é
muito pequeno porque ninguém quer errar com a educação dos filhos", explica Maíra. A executiva
informa ainda que, embora no ensino superior essa conjuntura seja um pouco diferente devido à
proximidade das universidades com o mercado de trabalho e às pressões para que sejam adotadas
novas tecnologias mais aderentes aos tempos atuais, ainda assim, muito precisa ser feito para que
as universidades brasileiras sejam pólos de inovação.
"Um dos perfis são escolas que já entenderam a importância da transformação digital, mas
que ainda não possuem uma estratégia organizada de inovação. Atender este grupo é um desafio,
pois o interesse existe, mas as coisas podem não evoluir por falta de maturidade da instituição.
Outras instituições, como o próprio Grupo Adtalem, já estão em um cenário mais avançado de
maturidade tecnológica. Nós já entendemos que o ambiente educacional global não é mais o
mesmo, e já temos uma estratégia para a transformação digital. O desafio de nos atender, por sua
vez, é que sabemos exatamente o que queremos e soluções de prateleira que não levem em
consideração necessidades pedagógicas dificilmente irão se inserir em instituições com visão
digital mais madura", explica Maíra, acrescentando que, no Grupo Adtalem, já são utilizadas
soluções de Machine Learning, Inteligência Artificial, além de Plataformas de LMS (Learning
Management Systems).
Mas uma transformação cultural que leve em conta o cenário de digitalização da educação
e, em última instância, do mercado global como um todo, precisa ir além dos desafios
aaaaaaaaaaaa
organizacionais internos das empresas, universidades e instituições.
Certamente, as explicações para tais dados envolvem uma série de fatores, incluindo
problemas de acessibilidade e da necessidade de transmissão de conhecimentos digitais no ensino
do país, os quais já foram introduzidos neste estudo. Dentro deste contexto, um processo de
transformação cultural é fundamental para a construção de um ambiente digital verdadeiramente
diverso e inclusivo.
8% dos 28,8%
trabalhadores população brasileira
engenharia da mais pobre possui
computação são negros acesso à internet
E este processo de abertura também passa pela educação. Não à toa, startups como a
PrograMaria, que promove, de modo exclusivo, ações para a inclusão feminina no mercado de
trabalho contemporâneo, vem ganhando destaque no ecossistema nacional de EdTechs.
O Programa NAVE, que também é conduzido no Rio de Janeiro por meio de parceria com a
Secretaria de Educação da cidade, já formou mais de 1.400 jovens desde 2006.
Por fim, é importante notar que, seja do ponto de vista da quebra de bloqueios culturais
internos das organizações quanto à inovação ou da superação de paradigmas a favor da inclusão
de diferentes culturas no ecossistema digital brasileiro, o fato é que este processo de transformação
passa, certamente, pela educação que, por sua vez, deve estar ancorada - conforme exposto na
Base Nacional Comum Curricular - tanto no fortalecimento de uma cultura digital, quanto na
empatia, no diálogo, na resolução de conflitos e na cooperação, "fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos."
Hoje nós estamos com mais de 130 escolas no Brasil, além de termos
presença também em Portugal e Angola. Atualmente, nosso público é tanto B2C - com
Cesar Martins
os estudantes procurando nossos cursos diretamente -, quanto B2B, por meio de
parcerias que fechamos com escolas e instituições de ensino em todo o país.
SOFT SKILLS
PLATAFORMAS TRANSFORMAÇÃO CULTURAL
EDUCACIONAIS
NOVAS HABILIDADES DE
MERCADO
ENTRE_
VISTA
Em um contexto de transformação digital, na sua
visão, quais serão as habilidades exigidas pelo
mercado do futuro e como as escolas devem
preparar os alunos para um ambiente cada vez
mais tecnológico?
Quando pensamos em novas habilidades, temos de
ter em mente que a transformação digital se inicia
com a transformação das pessoas. Partindo desta
conscientização, acredito que as habilidades Alexandre Garcia, CEO do CEL.LEP
essenciais para estes tempos de mudança
envolvem criatividade - temos de buscar o olhar A segunda startup é a Flex Interativa, e a parceria
que tínhamos quando crianças, a curiosidade e a tem como intuito prover dentro dos nossos cursos
motivação para pensar fora da caixa -, a busca de e da nossa metodologia pedagógica Realidade
novas soluções para diferentes problemas, o Aumentada, Realidade Virtual e Inteligência
trabalho em equipe e compartilhado. Artificial.
Todo este ciclo será, por fim, de importância para que possamos construir uma análise mais
aprofundada das tendências tecnológicas que poderão transformar digitalmente o ambiente
educacional brasileiro.
A tecnologia e o combate
aos problemas de
aprendizagem
As razões para tais dificuldades, certamente, envolvem alguns dos obstáculos educacionais
que apresentamos aqui - da estagnação dos processos metodológicos até a baixa atualização de
conhecimentos do corpo docente do país.
Dentro dessa discussão, a boa notícia é que a tecnologia surge como um instrumento
importante para a superação dos problemas de aprendizagem auxiliando, ainda, os professores a
aumentar o rendimento dos alunos em sala de aula.
Outro dado importante a respeito da tecnologia enquanto suporte pedagógico nas escolas
veio de investigação da UNESP. Segundo a análise, ferramentas tecnológicas com fins pedagógicos
Português e Matemática
Com expectativa de abertura de 27 novas unidades de ensino em 2019 e mais 950 pólos de
ensino a distância, de acordo com informações da Reuters divulgadas pelo Diário do Comércio, o
Grupo Kroton tem investido de modo consistente na transformação digital de suas instituições,
inclusive contando com parcerias com EdTechs e investindo na vertical de educação do Cubo,
centro de empreendedorismo do Itaú.
"Nós estamos acompanhando uma série de tendências, tanto voltadas para o ensino
superior, quanto para a educação básica. A primeira delas é a Inteligência Artificial. No Grupo
Kroton, nós já utilizamos de modo bem difundido o ensino adaptativo, que, por meio da IA, cria
experiências personalizadas de aprendizagem, pois acreditamos que não adianta enviarmos o
mesmo conteúdo para todas as pessoas, pois cada uma tem seu tempo e sua forma de aprender.
Além disso, nosso grande desafio é aliar uma formação técnica de qualidade aos soft skills exigidos
pelo mercado de trabalho, seja nosso aluno um futuro empreendedor ou colaborador de uma
empresa", complementa Gabriela.
Dentro do mercado de EdTechs, uma série de iniciativas pode contribuir para a resolução
de problemas de aprendizagem. É o caso, por exemplo, da Árvore de Livros, que oferece suporte
pedagógico e uma plataforma de leitura digital para as escolas, solução esta com potencial para
contribuir com a melhora nos níveis de leitura e interpretação dos alunos em todo o país. De acordo
com informações da startup, cerca de 100 mil estudantes do ensino fundamental e médio já foram
impactados com a solução, que está presente em 350 escolas das redes pública e privada, 23
estados e mais de 150 cidades brasileiras.
Para João Leal, CEO da Árvore de Livros, a leitura tem potencial para contribuir com o
desenvolvimento de toda uma gama de habilidades e de valores nos estudantes. "Há múltiplos
benefícios advindos da leitura para a formação de cidadãos e para a vida das pessoas - ao
internalizar histórias e experiências, temos uma mudança de comportamento e desenvolvemos
uma série de aspectos socioemocionais importantes. Por sua vez, a leitura traz benefícios
acadêmicos e escolares, melhora nosso vocabulário, nosso poder de argumentação, nossa
capacidade interpretativa. Alunos que leem muito, aliás, costumam possuir maior facilidade para
resolver problemas e analisar questões matemáticas", comenta João.
Em reportagem do Jornal O Globo, tal visão é compartilhada por uma série de especialistas.
De acordo com a matéria, um dos principais entraves para a melhora nos níveis de aprendizagem
de matemática, por exemplo, consiste na baixa capacidade dos alunos em interpretar e
compreender textos. A matéria ainda apresenta estudo da ONG Todos Pela Educação, no qual é
constatado que os estudantes que têm melhor desempenho em redação, chegam mais próximo
dos rendimentos considerados satisfatórios em matemática.
Um dos principais problemas para uma maior difusão da leitura nas escolas envolve desde
problemas de distribuição até a necessidade de transformação de uma cultura nacional pouco
habituada à leitura. Sobre o problema da distribuição, temos um dado alarmante: mais de 55% das
escolas do país não possuem biblioteca ou sala de leitura, conforme levantamento do INEP -
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A Lei 12.244/10, por sua vez,
determina que até maio de 2020, todas as escolas brasileiras – públicas e privadas – tenham
bibliotecas escolares com um número de livros que corresponda, no mínimo, a um título para cada
aluno matriculado. Para o CEO da Árvore de Livros, no entanto, ainda estamos distantes deste
cenário.
Sobre os índices de leitura nacionais, não há dúvidas de que ainda precisamos evoluir
muito para sermos considerado um país de leitores. João Leal, entretanto, acredita no potencial das
novas tecnologias e no mercado de EdTechs como alternativas importantes para a reversão deste
cenário e para a própria superação de problemas de aprendizagem comuns ao público discente do
país.
"A tecnologia faz parte da vida dos alunos, estamos falando de nativos digitais, logo, se
conseguirmos aproveitar parte desse tempo para que a gente impulse processos educacionais,
teremos mais condições de solucionar problemas de aprendizagem. Além disso, a tecnologia
permite que o professor siga por algumas rotas que o mundo offline não oferece. Nós temos, por
exemplo, em nossa plataforma, uma série de relatórios de leitura que indicam para o professor o
comportamento e a realidade dos níveis de leitura daquela escola ou daquela rede de ensino. É
possível saber, por exemplo, se o aluno leu ou não um livro, em que dias leu, como foi sua
dedicação. Tais dados podem contribuir, inclusive, para o redesenho do projeto pedagógico de uma
escola, no plano de aula dos professores. Em um contexto offline, é praticamente impossível o
professor ter tais dados de modo tão preciso e em tempo real", finaliza João Leal.
O constante avanço da inclusão de alunos com deficiência nas salas de aula regulares é
uma importante conquista do país que, aos poucos, tem conseguido suplantar algumas das
barreiras que diminuem a participação de diferentes grupos sociais no ambiente educacional
brasileiro. De acordo com o último censo escolar divulgado no início de 2018 pelo Ministério da
Educação, o número de estudantes com algum tipo de deficiência presentes no ensino regular
(iniciativa recomendada por especialistas em educação e pelo MEC), aumentou de 85,5% em 2013
para pouco mais de 90% em 2017.
Apesar disso, todo um grupo de desafios ainda precisa ser vencido para que essa inclusão
seja, de fato, verdadeira e capaz de proporcionar aprendizagem efetiva para os alunos portadores
de deficiência no Brasil. Ainda de acordo com o censo escolar, por exemplo, dos 90,9% de alunos
matriculados no ensino regular, somente 40,1% conta com acesso ao Atendimento Educacional
Especializado (AEE), o qual, segundo definição da Secretaria de Educação Especial, "identifica,
elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas".
Por sua vez, apenas 46,7% das escolas de ensino médio conta com dependências
adequadas às deficiências dos alunos e que levam em conta seus processos de aprendizado, como
as salas de recursos multifuncionais, em que são realizados os atendimentos educacionais
especializados. Por fim, mesmo se tratando de itens mais básicos, como banheiros adaptados, mais
de 37% das escolas ainda não os possuem. Em outras palavras: a inclusão de alunos com deficiência
vem melhorando, mas ainda precisamos avançar muito, sobretudo do ponto de vista atitudinal,
para que haja uma educação inclusiva de qualidade e com respeito às diferenças.
Levando em conta todos estes desafios, a tecnologia assume um papel crucial para o
aumento da autonomia e evolução dos processos de aprendizagem de alunos com deficiência. "O
cenário de tecnologias assistivas voltado para a educação é muito promissor, tendo o potencial de
ampliar o campo de atuação e estender as possibilidades de comunicação e atuação dos alunos
portadores de deficiência", explica Ana Cecília Oñativia, Diretora Pedagógica da Trilha Educação
Especial, escola privada que baseia sua metodologia de ensino na estruturação da personalidade,
no desenvolvimento cognitivo e no desenvolvimento da percepção de estudantes com deficiência.
Ana Cecília ressalta, entretanto, que, muitas vezes, os custos das chamadas tecnologias
assistivas são um entrave para a implementação de ferramentas e soluções que fortaleçam a
autonomia dos alunos. Superada a barreira dos custos, a recepção dos alunos para estes recursos é
muito positiva. "Os alunos estão sempre abertos às novidades e disponíveis para as mudanças,
desde que sejam implementadas com cuidado e respeito", acrescenta a diretora.
das escolas de
ensino médio
dependências adequadas às
deficiências dos alunos
banheiros
as salas adaptados
de recursos multifuncionais
Finalista do Next Billion EdTech, evento que ocorreu em Dubai no mês de abril, em 2016, a
startup participou dos programas de aceleração SEED e Sinapse de Inovação e teve como
principais desafios o baixo letramento digital dos surdos no Brasil, além da falta de informações
mais consistentes sobre a comunidade de portadores de deficiência auditiva.
"A comunidade surda é extremamente carente no Brasil. Neste sentido, se pegarmos uma
média, temos um grande contingente de deficientes auditivos com um grau de escolaridade muito
baixo e, em diversos casos, a tecnologia ainda é uma novidade e um desafio para eles. Outra
dificuldade que a gente enfrenta é ter mais números disponíveis, conhecer o mercado por meio de
estudos mais consistentes. Para vencermos essas barreiras, temos trabalhado, justamente em prol
da promoção do conhecimento junto aos deficientes auditivos", conclui Leandro.
Este ano, por exemplo, a ONG está atuando junto à Secretaria Municipal de Educação de
São Paulo, mais precisamente na Diretoria Regional de Educação de Itaquera com o projeto
Materiais Pedagógicos Acessíveis, que, em parceria com a Fundação Lemann, auxilia as educadoras
e os educadores a planejarem o desenvolvimento de materiais multissensoriais.
A gestora ainda acrescenta que esse movimento de inovação parte das próprias escolas,
que escolhem situações desafiadoras, e se espalha pela cidade, uma vez que São Paulo conta com
FAB LABs de livre utilização. Nesses equipamentos, é possível utilizar ferramentas de robótica,
impressoras 3D, dentre outra série de soluções tecnológicas, e desenvolver, por exemplo, materiais
multissensoriais para a aprendizagem de alunos com e sem deficiência. Vale destacar que
atualmente a cidade conta com 12 FAB LABs livres, abertos, inclusive, para a utilização de startups.
A seguir, abordaremos, com mais profundidade, as plataformas de ensino a distância, que também
cumprem uma função importante na democratização do ensino em todo o Brasil.
Por ora, falamos somente do ensino superior a distância. Se abarcamos o plano do ensino
não regulado pelo MEC - de cursos livres ligados ou não a corporações - a expansão do segmento
EAD é ainda mais expressiva. De acordo com dados do Censo EAD da Associação Brasileira de
Educação a Distância (ABED), o número de cursos livres não corporativos teve crescimento de mais
de 129% no número de matrículas de 2016 para 2017, chegando a mais de 3,8 milhões de alunos
matriculados em plataformas EAD. Por sua vez, o número de profissionais matriculados em cursos
corporativos não presenciais teve aumento de quase 14% no mesmo período. A modalidade
semipresencial foi outra que obteve crescimento considerável no Brasil, passando de pouco de 217
mil alunos matriculados em 2016, para quase 1,2 milhão em 2017.
Em comparação com outras nações, pode-se dizer que o Brasil conta com um universo de
educação a distância maduro. Nos Estados Unidos - que, de acordo com diversos índices, é o
principal ecossistema EAD do planeta -, por exemplo, o número de alunos matriculados
exclusivamente em cursos online foi de pouco mais de 3,1 milhões, ao passo que alunos
matriculados em cursos online de modo não exclusivo foi superior a 3,5 milhões, números não tão
distantes da realidade brasileira, levando em conta os dados do National Center for Education
Statistics. Outro número que vai ao encontro da realidade brasileira envolve a queda, nos Estados
Unidos, das matrículas em cursos presenciais. Segundo o mesmo estudo do NCES, de 2016 para
2017, tivemos uma queda 3,31% no número de matrículas em unidades presenciais.
Para Jânyo Diniz, Diretor-Presidente do Grupo Ser Educacional, esta aceleração do mercado
de educação a distância é extremamente positiva para a realidade nacional. "A conectividade é
uma grande aliada da educação, principalmente no Brasil. Basta imaginarmos os benefícios do
ensino EAD para crianças e jovens que não têm escolas próximas às suas casas e, muitas vezes,
precisam andar por quilômetros e enfrentar cenários adversos só para conseguir
aaaaaaaaaaaaaaaa
chegar às escolas. Ao chegar, estão exaustas e acabam tendo um baixo rendimento. Claro que tudo
isso precisa de regulamentação e acompanhamento, mas a tendência é que este ambiente se
fortaleça como no ensino superior, em que o EAD já é uma realidade e facilita a vida daqueles que
trabalham e não tem tempo regular para frequentar uma instituição presencial", explica Jânyo.
Dentro da discussão sobre acessibilidade e tecnologia, Jânyo Diniz explica que o Grupo Ser
Educacional iniciou, em 2018, a implementação do projeto SER DIGITAL, que conta com
investimentos robustos e pilares estratégicos visando uma maior expansão da cultura digital e um
aprimoramento da experiência dos alunos quanto ao uso de recursos tecnológicos dentro das
instituições do Grupo Ser Educacional. Para o executivo, este movimento de transformação digital é
indispensável em face do momento atual do mercado de educação.
de alunos
matriculados em cursos de ensino
superior a distância no Brasil
o número de ingressantes
em cursos presenciais caiu 3,7%
os cursos a distância tiveram um
aumento de 21,4% no mesmo ano
"A tecnologia é uma realidade para o segmento educacional como um todo. Aqueles que
não se adequarem a esse novo momento, dificilmente irão permanecer no mercado. No ambiente
educacional, a tecnologia precisa ser uma aliada tanto na sala de aula, quando no ambiente
administrativo. Neste sentido, o principal desafio para as instituições ainda é conseguir
acompanhar as mudanças rápidas que a tecnologia proporciona e manter-se atualizadas a tudo
para proporcionar aos alunos a melhor experiência possível", acrescenta o executivo, pontuando
que o Ser Educacional conta, ainda, com um centro de inovação em Recife focado na aceleração,
incubação e mentoria de EdTechs.
Além de um centro próprio de inovação, o Grupo Ser Educacional mantém parceria com
outras EdTechs, como no caso da Samba Tech, eleita pela Fast Company, em 2014, como uma das
50 empresas mais inovadoras do planeta e que está presente, inclusive, no robusto mercado
americano de educação - em 2016, a Samba Tech recebeu aportes da Microsoft e do empresário
José Augusto Schincariol para se inserir nos Estados Unidos.
"Hoje utilizamos a solução Samba Vídeos e integramos a elas algumas features da própria
Samba, de parceiros e também de desenvolvimento próprio. Com isso, oferecemos ao nosso aluno,
além do consumo de vídeos sob demanda, legendas e libras, indexação inteligente com criação de
playlists, transmissões ao vivo com interatividade. A experiência tem sido muito boa, tanto que
nossa parceria tem crescido ao longo dos últimos anos. A ferramenta nos dá segurança e
escalabilidade. Atualmente estamos avaliando outras soluções da Samba para oferecer ao nosso
aluno uma experiência digital ainda mais imersiva e completa", explica Joaldo Diniz, Diretor
Executivo e Líder de Transformação Digital do Grupo Ser Educacional.
Fundada em 2004, a Samba Tech é uma das principais plataformas de vídeos online da
América Latina, tendo como principais alvos ao longo de sua história os grupos de mídia e grandes
corporações, atualmente, a Samba tem direcionado seu foco para o mercado de educação, no qual
atende clientes como Damásio Educacional, Kroton, Estácio, PUC, além do próprio Grupo Ser
Educacional.
Apesar de ser otimista quanto ao potencial do mercado EAD no Brasil, Pedro Filizzola, CMO
da Samba Tech, aponta que as instituições de ensino ainda precisam superar dois desafios centrais
para que este ecossistema se fortaleça, de fato, no Brasil. "Retenção e atração de alunos são os
principais pontos a serem superados. Atração está muito mais relacionado com a chancela da
instituição de ensino e com o próprio conteúdo oferecido, mas a retenção está muito ligada à
tecnologia e ao modelo pedagógico. As tecnologias entram para auxiliar no engajamento, na
personalização do conteúdo e integração de Inteligência Artificial. É isso que fará com que os
alunos tenham uma experiência diferenciada", enfatiza Pedro.
Dados do Censo EAD 2016, confirmam que tais desafios estão as principais questões a
serem vencidas pelas instituições de ensino. Segundo a pesquisa, as taxas de evasão nas diferentes
modalidades de ensino a distância chegam até a 25%.
Para superar este cenário, Pedro Filizzola explica que a própria Samba Tech tem
desenvolvido estudos, visando auxiliar as instituições do ensino a diminuir a aumentar o
engajamento de seus cursos a distância. "Temos um analytics muito forte, que ajuda a melhorar a
estratégia de conteúdo de nossos clientes. Temos percebido, por exemplo, que conteúdos
excessivamente longos tendem a gerar mais evasão de alunos. Por meio do analytics, conseguimos
perceber também a partir de que momento a taxa de rejeição ou engajamento com um conteúdo
aumenta ou diminui. A ideia é de que, com todos esses estudos, as instituições possam moldar
melhor seus conteúdos com base em dados e estatística", conclui o CMO da Samba Tech.
Como toda instituição de ensino superior, temos uma série de desafios, e hoje, um de
nossos principais problemas é a inadimplência. Para reverter este cenário, aderimos ao Quero
Pago, solução oferecida pela Quero Educação que busca otimizar a gestão financeira das
universidades, melhorando a relação entre instituições e alunos.
Levi Guimarães
Tal processo de automatização da gestão do aluno foi uma ideia genial. Através da
plataforma, geramos o boleto, fazemos a matrícula e realizamos cobranças, e essa atuação é
fundamental, pois não faz parte de minha expertise. Eu não estou lá para cobrar aluno. O nosso
negócio é dar aula e formar o profissional com qualidade.
Somos uma plataforma que conecta alunos às instituições de ensino. Além disso, a
empresa oferece ao mercado soluções para que universidades maximizem seus resultados e
para que os estudantes encontrem as melhores opções de estudos.
A empresa cresceu 100 vezes em faturamento nos últimos 5 anos e vem mantendo
crescimento próximo de 100%. Somos também a primeira startup de educação do Brasil
acelerada pela Y Combinator, onde nasceram Airbnb, Dropbox e Reddit. O Quero Bolsa conta com
1.300 instituições de ensino parceiras e já matriculou quase meio milhão de brasileiros em
universidades pelo país.
EXPERIÊNCIAS
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
PERSONALIZADAS DE ENSINO
MATERIAIS MULTISSENSORIAIS
COMPETÊNCIAS AMBIENTES VIRTUAIS
SOCIOEMOCIONAIS
CONECTIVIDADE
Next-Gen Education
56
Dando sequência, analisaremos, em seguida, o potencial das ferramentas de learning
analytics, que utilizam os dados e o big data das instituições para a evolução da educação no
Brasil. Para tanto, além de conversarmos com o diretor de uma grande instituição de ensino
superior que utiliza tais ferramentas, entrevistamos o Head de uma EdTech cujo foco é fornecer
métricas e dados para a melhoria do trabalho dos docentes do país.
Dentro deste mesmo bloco do estudo, falaremos ainda sobre a tendência do ensino
adaptativo (adaptative learning), que tem potencial para revolucionar as metodologias de ensino e
aprendizagem nos próximos anos, afinal de contas, ao invés de partir de um modelo de ensino
mais massificado, esta tendência utiliza a tecnologia para analisar as potencialidades e dificuldades
de cada estudante em sua trajetória de busca pelo conhecimento.
Sobre a realidade virtual - tecnologia que utiliza recursos como imagens e vídeos 3D para
oferecer ao usuário uma experiência realista, de pertencimento a um ambiente virtual - antes de
tudo, é importante discutirmos alguns dados centrais sobre esse mercado. Segundo infográfico da
Virtual Reality Brief, por exemplo, o segmento de realidade virtual aplicada a educação deve valer,
até 2020, US$ 200 milhões, chegando a aproximadamente US$ 700 em 2025.
80%
de professores
dos professores nos
Estados Unidos tenham
acesso a tecnologias de
VR e AR
VR
somente 6,87%
alunos conheçam lugares
fazem uso regular
distantes sem precisar sair
destas ferramentas em
da sala de aula sala de aula
Não à toa, iniciativas como a de Educação Imersiva - que desenvolve pesquisas sobre
realidade virtual, realidade aumentada e tecnologias aplicadas na educação - dos Estados Unidos,
conta com apoiadores com histórico de suporte à inovação, como Harvard, MIT, Stanford, IBM, além
da UNESCO e do Departamento de Educação dos Estados Unidos, por exemplo.
Para Daniel Cardoso, Diretor e responsável pelos treinamentos online ao vivo da Impacta
Certificação e Treinamentos, apesar de termos um ambiente educacional tímido no Brasil do ponto
de vista da aplicação de tecnologias de VR, é questão de tempo para que tais ferramentas se
tornem uma realidade concreta no Brasil.
"A realidade virtual pode ser um ponto de virada na educação brasileira como foram, por
exemplo, os conteúdos em vídeo. No Brasil, é verdade, este movimento ainda é muito incipiente.
Mas, na hora que os óculos e outras ferramentas de realidade virtual se tornarem tão comuns
quanto um celular, por exemplo, será muito interessante poder oferecer cursos e treinamentos em
ambientes de VR, possibilitando uma maior interação entre professores e alunos. Neste sentido, eu
apostaria na realidade virtual e na realidade aumentada como tendências para o futuro da
educação no Brasil e no mundo", explica Daniel, acrescentando que ainda existem muitas barreiras
no ambiente de negócios brasileiro para deslancharmos no processo de transformação digital do
mercado de educação, mas, segundo ele, em até 5 anos, devemos dar um salto de digitalização.
"O momento que a gente está vivendo na Impacta é desafiante. Nós começamos há 30
anos, quando o conhecimento em informática ainda era muito precário. Curiosamente, até hoje um
dos cursos que mais vendemos é o Excel, mas, além desses cursos mais básicos, atualmente temos
uma das maiores gamas de cursos da América Latina. Nosso core sempre foi a modalidade de
ensino presencial, mas, a partir do momento que as tecnologias de ensino a distância evoluíram no
Brasil, nós já começamos a adentrar neste cenário. Neste sentido, a transformação digital fez com
que nós expandíssemos nosso escopo. Para tanto, tivemos que entender como produzir, como
preparar os professores, qual a melhor forma de comercializar e distribuir meu portfólio", comenta
Daniel, que diz ainda que tudo isso só é possível caso haja uma quebra da cultura interna, e a
difusão da ideia de que, se não adotarmos uma mentalidade digital, dificilmente iremos sobreviver
em um futuro no qual a digitalização será a força motriz.
O próprio mercado de educação a distância e de plataformas LMS, aliás, tem passado por
transformações importantes. Transformações estas que motivaram, por exemplo, a criação do
Ludos Pro, plataforma de e-learning que utiliza o conceito de gamificação para oferecer uma série
de atividades visando um maior engajamento dos usuários.
"Existe uma saturação natural no formato tradicional das plataformas LMS, que não trazem
a personalização necessária e a dinâmica/interatividade exigida pelos usuários para se manterem
engajados. O público mudou, não quer mais apenas consumir o conteúdo e sim fazer parte do
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“jogo”. Por ser uma linguagem proprietária, conseguimos expandir as possibilidades de uso de um
LMS tradicional, criando diferentes tipos de jogos, mecânicas, campanhas de incentivo além de um
sistema de inteligência de dados que consegue traçar o perfil do usuário e eventuais gaps de
conhecimento, trazendo uma forma de aprendizado adaptativa", explica Danilo Parise, CEO do
Ludos Pro.
A startup, que tem como foco a oferta de cursos corporativos, teve crescimento de 130%
dentre os anos de 2017 e 2018 e almeja manter o mesmo ritmo de expansão em 2019. Atualmente, o
Ludos Pro atende clientes como Santander, Telefônica, Sompo, Grupo Ultra, Cobmax, Sicredi, entre
outros. Segundo Danilo Parise, a transformação digital do ambiente educacional tende a trazer
frutos positivos para as empresas e startups que estiverem atentas.
"A digitalização irá nos ajudar a escalar e democratizar o conhecimento, além de trazer
novas formas de engajar e estimular o processo de aprendizagem em um mundo tão dinâmico.
Com a digitalização quebramos barreiras que antes eram inimagináveis. Hoje podemos fazer um
curso dos EUA ou de qualquer outra parte do mundo, apenas com alguns cliques e uma dose de
dedicação", conclui Danilo.
Analisando o mercado global de gamification, é válido notar que, em 2018, o segmento foi
avaliado em US$ 5,5 bilhões e deve ter crescimento médio de 30% de 2019 a 2024, segundo estudo
da consultoria Mordor Intelligence. Ainda segundo a pesquisa, o mercado mais robusto de
gamification no mundo é o da América do Norte, ao passo que o mercado asiático é o que vem
apresentando crescimento mais veloz nos últimos anos.
Sem dúvidas, para que possamos ter uma expansão significativa de tecnologias de
realidade virtual e gamification no ambiente educacional brasileiro precisaremos, antes de tudo,
superar uma série de desafios mais elementares que já foram apresentados. Todavia, é importante
levarmos também em conta que a própria tecnologia pode ser uma aliada para que o país quebre
as barreiras que impedem o fortalecimento de nosso sistema de ensino.
Dito isso, como não pensar no potencial dos dados para a geração de mudanças em
escolas públicas e privadas, no ensino superior e no sistema educacional do país como um todo?
Este é o eixo pelo qual corre o learning analytics, tendência tecnológica que, por meio da coleta e
mineração das informações busca desenvolver novos processos de aprendizagem e propor
modelos de ensino adaptativo, adequados à realidade e ao ritmo de cada estudante.
Dentro desse contexto, o país já conta com alguns casos interessantes da aplicação de
learning analytics em prol da melhoria da educação. É o caso, por exemplo, da Secretaria de Estado
de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), que criou uma plataforma na qual os
profissionais de educação podem consultar uma série de informações relevantes sobre o ambiente
educacional do estado. O objetivo da Goiás 360 é democratizar o acesso à informação e, dentre
outros pontos, melhorar as rotinas de planejamento e tomada de decisões de professores e
gestores educacionais.
Adriano Novaes, Proprietário e Diretor Geral da ESAMC, explica algumas das outras
finalidades do Learning Analytics na instituição, incluindo, por exemplo, a avaliação dos níveis de
engajamento no modelo de sala de aula invertida - na qual os conteúdos expositivos são estudados
em casa com o apoio de recursos tecnológicos e a ida às unidades presenciais têm como foco o
esclarecimento de dúvidas e a prática do conteúdo aprendido.
"Temos usado indicadores para acompanhar se está ocorrendo ou não a Flipped Classroom
na aula presencial (a ESAMC não tem EAD), ou seja, verificamos quanto tempo o aluno fica na
plataforma, se fez ou não a preparação e, em seguida, cruzamos com a nota do aluno e sua
presença. Também fazemos provas de eixo de conhecimento para sabermos se o aluno aprendeu
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todo conteúdo de uma grande área de conhecimento de um curso. Exemplo: aplicamos uma prova
de eixo na disciplina de Marketing IV cobrando todos os conteúdos aprendidos nas disciplinas de
marketing anteriores. Com isso, podemos verificar se ficou algum GAP de conhecimento. Como
utilizamos muito PBL (projetos) montamos rubricas para acompanhar e tangibilizar o
conhecimento", explica Adriano.
Entretanto, segundo Adriano, uma das grandes vantagens da inovação consiste em poder
corrigir, justamente, falhas no processo educacional e na preparação dos docentes. "Conseguimos
avaliar melhor os professores, valorizando também os docentes que entregam resultados
pedagógicos efetivos e não somente aqueles que, por serem carismáticos, contam com a
aprovação das turmas. Consequentemente, montamos melhor os treinamentos de professores e
verificamos se as turmas, de fato, estão aprendendo melhor. Como diz o professor de Harvard,
Robert Kaplan “Você só gerencia o que se mede”, conclui Adriano, não sem antes demonstrar
entusiasmo com o mercado de EdTechs, explicando que a instituição já fez uso de ferramentas
como Kantum (Formação de Professores) e Kahoo (Educação por meio de Gamification).
Seguindo este princípio de metrificação, o VOA educação oferece uma plataforma que
fomenta o desenvolvimento integral dos alunos por meio da coleta de observações de diversos
professores que colaboram para criar um painel de métricas, possibilitando uma análise
socioemocional que facilita a construção de estratégias para que os estudantes potencializem suas
habilidades socioemocionais. De acordo com Marcelo Michelli, sócio-diretor do VOA, um dos
objetivos da ferramenta é disponibilizar instrumentos que melhorem a rotina dos professores.
"Nossa meta central sempre foi gerar valor para o aluno, mas, para tanto, temos que gerar
valor para os professores e para todo o ecossistema escolar. Neste sentido, mapeamos as dores dos
docentes com o intuito de auxiliá-los a superá-las. Uma dor enorme do docente: ele gasta muito
tempo fora da sala de aula com atividades que não dizem respeito ao conteúdo acadêmico, mas
sim, com atividades burocráticas, por isso, disponibilizamos dados que tornam sua vida melhor e
mais produtiva. Outro gap era em relação ao desenvolvimento do aluno. O professor metrifica o
desempenho e a má conduta. Mas a boa conduta é recompensada como? Em outras palavras:
queremos ajudar o professor a fazer a gestão do desenvolvimento do aluno de modo integral",
explica Marcelo.
Pesquisas recentes dão razão a Marcelo. Um estudo do Banco Mundial realizado com
escolas do Rio do Janeiro mostra que o tempo efetivamente gasto com o ensino não passa de 64% -
a média dos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de
85%. Neste sentido, soluções que possam contribuir com a reversão deste cenário serão
extremamente positivas para o ambiente educacional do país.
O sócio-diretor do VOA destaca, ainda, o papel dos dados na construção de soft skills entre
os estudantes e na modelagem de metodologias de ensino adaptativo.
"As habilidades humanas, os chamado soft skills, começaram a ganhar mais relevância nas
escolas. A capacidade de relacionamento, de trabalhar sob pressão, a proatividade, o espírito de
equipe, a resiliência e a criatividade, todas estas habilidades voltaram a ser instigadas no ambiente
educacional. Com nossa plataforma, nós reforçamos essa visão metodológica, que encara o aluno
como um indivíduo e propõe seu desenvolvimento integral. Para tanto, os docentes conseguem,
pelo VOA, acessar um relatório completo do aluno, fazer um diagnóstico e registrar planos de ações
diferenciados para cada estudante", conclui Marcelo.
Sobre o ensino adaptativo, aliás, merece menção o fato de que um estudo recente do
Centro para Pesquisa e Reforma da Educação da John Hopkins University, identificou que
estudantes que experienciam este modelo de aprendizagem, a rigor, têm desempenho superior
em provas e tarefas escolares. Vale apontar também que, segundo pesquisa da consultoria
IndustryARC, o mercado de ensino personalizado ou adaptativo deve superar US$ 2 bilhões até
2024, com crescimento médio de 29% até 2024.
Tal média de crescimento é um indicativo, por fim, de que, em um curto espaço de tempo,
esta metodologia de ensino pode gerar impactos inclusive no Brasil, fato extremamente positivo
quando levamos em conta que um dos principais objetivos deste modelo consiste em considerar a
individualidade de cada estudante e, assim, abrir espaço para um ambiente educacional que não
faça das diferenças, elementos excludentes para os processos de aprendizagem.
Dito isso, até que ponto as tecnologias de IA direcionadas para a educação estão maduras,
o suficiente, do ponto de vista da aplicabilidade e da escalabilidade no Brasil? Para responder a
essa pergunta precisamos, inicialmente, consultar alguns dados gerais deste mercado promissor,
mas que conta com alguns desafios centrais.
De acordo com uma pesquisa da consultoria IDC, por exemplo, os investimentos gerais em
Inteligência Artificial devem alcançar patamar próximo a US$ 36 bilhões em 2019, o que
representaria uma expansão de 44% em relação ao montante investidos nestas tecnologias em
2018. Por sua vez, a IDC estima que, até 2022, estes investimentos vão mais que dobrar, chegando a,
aproximadamente, 79,2 bilhões.
No Brasil, embora ainda haja certa carência de dados sobre o mercado de inteligência
artificial no país, um estudo da FGV, que relaciona as taxas de empregabilidade com o crescimento
das tecnologias de IA, projeta três cenários para o país nos próximos 15 anos: um primeiro com
aumento médio de 5% no uso de inteligência artificial pelo mercado; um segundo com expansão
de 10%; além de um terceiro cenário mais agressivo, no qual a adoção de IA teria um crescimento
médio de 26%.
No último destes cenários, embora a Fundação Getúlio Vargas preveja uma queda
considerável dos empregos direcionados à mão de obra não qualificada, o estudo também prevê
um crescimento de 1,56% no número de postos de trabalho qualificados - o que reforça a tese que
apresentamos ao longo de nosso estudo, sobre a importância do letramento digital para a inserção
das novas gerações no mercado de trabalho. Outro lado positivo da pesquisa consiste no fato de
que a adoção de inteligência artificial no país pode contribuir para um crescimento do PIB de até
6,43% no período acumulado de 15 anos.
Nesse contexto, algumas grandes empresas já têm feito investimentos importantes para o
desenvolvimento de tecnologias de IA no Brasil. É o caso, por exemplo, da IBM, que anunciou, no
início deste ano, um aporte de R$ 20 milhões no país para a criação de um centro de pesquisas
focado, majoritariamente, em pautas relacionadas com o meio ambientes, recursos naturais, saúde
e finanças, segundo matéria da GQ Brasil.
O eixo educacional brasileiro, por sua vez, também conta com investimentos e iniciativas
importantes de grandes empresas no país. É o caso da Microsoft, que anunciou parceria com SESI e
SENAI para o treinamento gratuito em inteligência artificial para 3 milhões de jovens que estudam
em uma das instituições. A Samsung Brasil, por sua vez, por meio do programa OCEAN, oferece
cursos gratuitos em Manaus e São Paulo, com foco no desenvolvimento de soluções tecnológicas e
abordando temas que vão da realidade aumentada a inteligência artificial.
2017-2023
O pesquisador ainda acrescenta que, no que tange a políticas públicas voltadas para a
inteligência artificial, estamos muito atrás de potências como Estados Unidos, China e do próprio
continente europeu. Segundo Fabrício, todos estes centros já têm uma estratégia de políticas
públicas de IA documentada - não só no eixo educacional, mas como um todo - ao passo que no
Brasil, de acordo com ele, ainda estamos distantes de criar um direcionamento sobre IA no âmbito
do poder público nacional.
Assim, plataformas como a Geekie One, da EdTech Geekie, busca oferecer dados e
ferramentas para facilitar a rotina e o planejamento pedagógico de gestores escolares e
professores. Além disso, a plataforma tem como intuito desenvolver habilidades e competências
sintonizadas com o mercado de trabalho do século XXI.
Outra startup sintonizada com a ideia de construir soft skills nos estudantes é a Tamboro.
Por meio de uma metodologia própria para desenvolvimento e avaliação, a Plataforma Tamboro
propõe uma experiência gamificada, na qual o usuário recebe um roteiro de aprendizagem e
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precisa superar uma série de etapas para conquistar os objetivos propostos. Tite Zobaran, Sócia e
Diretora de Produto da Tamboro, explica o papel da Inteligência Artificial na Plataforma:
"Um dos maiores desafios do desenvolvimento de soft skills por meio de e-learning é a
avaliação. Nós desenvolvemos um algoritmo inteligente inovador, em parceria com pesquisadores,
que analisa os dados do participante a cada etapa da sua trajetória e, ao final do processo,
conseguimos emitir um certificado com nível de proficiência em cada habilidade. A solução é
customizável para empresas e o desenvolvimento de soft skills pode ser “injetado” no conteúdo
técnico – com cases contextualizados. Desta forma, a empresa deixa de fazer um treinamento e
passa a desenvolver suas equipes", aponta Tite.
Selecionada pelo Programa de aceleração BNDES Garagem, a Tamboro conta hoje com 100
mil usuários cadastrados na plataforma, que utilizam tanto as funcionalidades voltadas para
instituições de ensino, como as ferramentas voltadas para empresas e educação corporativa - a
Tamboro conta com clientes como Ancar, Deloitte, Farfetch, Natura, Reserva, dentre outras. Apesar
de todas as conquistas, a sócia da Tamboro reconhece que o ambiente brasileiro de EdTechs conta
com alguns obstáculos que precisam ser superados. Além de concordar com o Professor Fabrício
Barth sobre a falta de incentivos, Tite aponta outros três desafios centrais.
Para superar estes pontos, como vimos ao longo deste estudo, somente uma união entre
iniciativas públicas, empreendedorismo e pesquisa será capaz de fortalecer, de fato, o ecossistema
brasileiro de EdTechs, contribuindo assim, para o aumento da competitividade e do potencial de
inovação do país como um todo.
Foi o caso da mLearn, por exemplo, com a qual nos associamos para construir
conteúdos que pudessem ser acessados via plataformas mobile. Muitas vezes, vemos
professores em conflito com os smartphones, mas porque não os utilizar como plataformas de
aprendizagem?
Neste sentido, a mLearn casou muito com o conceito que estávamos difundindo no
Rafael Ávila Grupo Ânima de Mobile Learning. Hoje, nós abraçamos a ideia de que os alunos podem aprender,
também, via mobile, por meio de aplicativos, no modelo de educação híbrida.
Neste sentido, a mLearn atua com verticais de produtos voltados para a qualificação
pessoal e profissional. Nós temos, por exemplo, o aplicativo qualifica, que oferece cursos de
venda e o primeiro MBA Mobile do país. Nossos cursos contam com certificação e o MBA é
reconhecido pelo MEC. Para acessar os cursos, o usuário assina o serviço, conforme o Netflix e
outras plataformas SaaS.
Rômulo Abdalla
Nós também trabalhamos com soluções personalizadas para empresas e instituições
de ensino: a companhia quer qualificar sua equipe e já dispõe do conteúdo. Nós disponibilizamos
a ferramenta e o funcionário poderá fazer qualquer curso via mobile ou multiplataforma.
DESBUROCRATIZAÇÃO DE
EDUCAÇÃO IMERSIVA
PROCESSOS
SALA DE AULA INVERTIDA
POLÍTICAS PÚBLICAS GAMIFICAÇÃO
VOLTADAS PARA IA
LEARNING ANALYTICS
ENTRE_
VISTA
Do ponto de vista da infraestrutura para a
inovação, como você enxerga o ambiente
educacional brasileiro?
Acredito que as escolas ainda tem um viés muito
tradicional. A verdade é que isso não ocorre apenas José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul
no Brasil. Quando paramos para analisar iniciativas Escola de Negócios
internacionais, os projetos de transformação digital acessíveis; a inteligência artificial que, na minha
e tecnologia ainda me parecem muito iniciáticos. A visão, deve trazer a melhor interface para se
educação, é importante salientar, foi se aprender no contexto das novas tecnologias; o
tangibilizando, ao longo da história, sob a forma de ensino híbrido; o uso de Big Data para uma melhor
instituições com pouca abertura para a inovação. estruturação das metodologias de ensino e o
Neste sentido, há um longo caminho de mudança blockchain para um processo de certificação e
cultural que precisa ser percorrido. validação de certificados das instituições.
Que desafios precisam ser superados para que a Quais as iniciativas para fomentar uma
educação no Brasil conte com um suporte maior mentalidade mais inovadora em suas escolas?
das novas tecnologias? Em 2016 nos propomos a repensar 100% do nosso
Na minha visão, as escolas e as universidades ainda modelo educacional com foco na transformação
traduzem o modelo social e econômico da época digital. A partir desta visão, criamos o LIT, uma
industrial, um modelo de ensino no qual perguntar plataforma de onlearning que engloba
não é importante, que tolhe a criatividade, a metodologias e diversas inovações nas quais
curiosidade, as soluções para problemas complexos. acreditamos: educação personalizada,
O erro, nesse contexto, não é visto como uma autodirecionada, tecnologias mobile, IA. Criamos
oportunidade para a obtenção de conhecimento e também uma colmeia de inovação - ambiente
o próprio modelo de avaliação desfavorece os propício para a disrupção e colaboração, incluindo
processos colaborativos. Dito isso, o que precisa ser professores e facilitadores com metodologias
feito, essencialmente, é uma reflexão sobre o futuro colaborativas. O ambiente é conectado à nuvem
do trabalho. Toda educação deve ser repensada da IBM, com tecnologias desenvolvidas para a
levando em conta a sociedade, a economia, a resolução de problemas específicos do processo de
cultura e as novas tecnologias deste contexto do inovação.
futuro.
A Saint Paul mantém parcerias com startups ou
Quais as tendências tecnológicas para educação outras empresas que oferecem tecnologias?
nos próximos anos, na tua visão? Estamos abertos ao mercado de EdTechs e
Enxergo 9 tendências centrais: Aprendizagem acreditamos na importância da discussão de novas
personalizada e adaptativa; lifefelong learning e tecnologias no ambiente educacional. Não temos
aprendizagem em micromomentos; uma tendência nenhuma parceria por enquanto, pois, até o
de microcertificações, em que combino certificados momento, tivemos contato com startups que
para obter uma titulação; o social learning ou oferecem ótimas ferramentas de sustentação e
crowdlearning - em que utilizo a interação com para gerar eficiência em processos, mas estamos
outras pessoas para adquirir conhecimentos em busca de soluções disruptivas, que de fato
práticos; a democratização da educação, para transformem os processos de ensino e
serviços educacionais mais aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa aprendizagem.
JUNHO 2019
Liga Insights
EQUIPE E CONTATOS