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Princípios do Atendimento Educacional

Especializado (AEE) na educação básica

Walass Gabriel dos Santos

Formação Inicial e
Continuada

+
IFMG
Walass Gabriel dos Santos

Princípios do Atendimento Educacional Especializado (AEE)


na educação básica
1ª Edição

Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
© 2021 by Instituto Federal de Minas Gerais
Todos os direitos autorais reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico
ou mecânico. Incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do
Instituto Federal de Minas Gerais.

Pró-reitor de Extensão Carlos Bernardes Rosa Júnior


Diretor de Programas de Extensão Niltom Vieira Junior
Coordenação do curso Walass Gabriel dos Santos
Arte gráfica Ângela Bacon
Diagramação Eduardo dos Santos Oliveira

FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

S237p Santos, Walass Gabriel dos.


Princípios do Atendimento Educacional Especializado (AEE)
na educação básica [recurso eletrônico]. / Walass Gabriel dos
Santos. – Belo Horizonte : Instituto Federal de Minas Gerais,
2021.
40 p. : il. color.

E-book, no formato PDF.


Material didático para Formação Inicial e Continuada.
ISBN 978-65-5876-126-6

1. Atendimento Educacional Especializado. 2. Educação


Especial. 3. Educação e inclusão. I. Santos, Walass Gabriel
dos. II. Título.

CDU 376

Catalogação: Márcio Carlos Pires - CRB-6/2406

Índice para catálogo sistemático:

Educação Especial - 376

2021
Direitos exclusivos cedidos ao
Instituto Federal de Minas Gerais
Avenida Mário Werneck, 2590,
CEP: 30575-180, Buritis, Belo Horizonte – MG,
Telefone: (31) 2513-5157
Sobre o material

Este curso é autoexplicativo e não possui tutoria. O material didático,


incluindo suas videoaulas, foi projetado para que você consiga evoluir de forma
autônoma e suficiente.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
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Palavra do autor

Olá, seja bem-vindo (a).


Espero que esse curso possa contribuir com a sua formação e ser auxílio
tanto pessoal quanto profissional para você e para seu trabalho.
Ele foi pensado e estruturado para ser realizado em três semanas de
estudo. É importante destacar que não se pretende aqui esgotar o conteúdo
nem as informações a respeito do tema que vamos trabalhar. Nosso objetivo
na verdade é apresentar informações que são basilares desse assunto,
portanto possuem reconhecida relevância e desta forma, nortear aqueles que
buscam conhecimento sobre este tema, explicando o conceito deste
atendimento, como ele está previsto de ocorrer na visão do legislador e também
a importância dele para o processo educacional de todos os envolvidos. É
comum notarmos que para muitos não há clareza sobre esta matéria, seja do
que se trata, ou de como deve funcionar, a quem pode atender, e até mesmo
que é um direito garantido pela legislação.
Você perceberá, ao longo deste estudo que inicia, que o AEE é de
extrema importância tanto para o aluno que recebe esse apoio pedagógico
quanto para toda a comunidade escolar onde os alunos são atendidos. E que
ofertar este atendimento culmina por facilitar e orientar o trabalho de todos os
demais docentes da instituição. Além de nos permitir inferir que produzirá
impactos significativos na vida estudantil e também profissional daqueles que
recebem esse suporte já que ele significa oferecer um outro significado aos
processos formativos.
Dito isso, vamos lá. Vamos começar nosso estudo e em primeiro lugar é
preciso compreender o que é o Atendimento Educacional Especializado.

Bons estudos!
Walass Santos.
Apresentação do curso

Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.

Nesta primeira etapa você deverá compreender o que é o


SEMANA 1 AEE, do que se trata, qual o objetivo e a função desse
atendimento, a classificação, e como ter acesso a ele.

Nesta semana você deverá compreender as


particularidades que envolvem a matrícula do estudante do
SEMANA 2 AEE, a estrutura necessária para que o AEE seja ofertado
além de formas que podem ser utilizadas para a
identificação do público-alvo.

Ao longo dessa semana você deverá compreender o dever


SEMANA 3 do Estado de ofertar o AEE, além de conhecer um pouco
mais da legislação básica para este serviço.

Carga horária: 30 horas.


Estudo proposto: 2h por dia em cinco dias por semana (10 horas semanais).
Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário

Semana 1 – O conceito de Atendimento Educacional Especializado ............ 15


1.1. O que é o atendimento educacional especializado?........................... 15
1.2. O acesso ao atendimento .................................................................. 18
1.3. Para pensar ....................................................................................... 18
Semana 2 – Princípios básicos do AEE ........................................................ 21
2.1 A matrícula no AEE ............................................................................ 21
2.2 A institucionalização do AEE .............................................................. 22
2.3 Do local onde ocorre o AEE ............................................................... 23
2.4 O professor de AEE ........................................................................... 24
2.5 O plano de AEE ................................................................................. 25
2.6 Identificação dos estudantes .............................................................. 25
Semana 3 – A Educação e o AEE como dever do Estado ............................ 27
3.1 O dever do Estado com a educação .................................................. 27
3.2 Organização do AEE na Rede Federal .............................................. 28
3.3 Legislação .......................................................................................... 28
Referências ................................................................................................... 31
Currículo do autor.......................................................................................... 33
34
Glossário de códigos QR (Quick Response) ................................................. 35
Semana 1 – O conceito de Atendimento Educacional
Especializado
Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta primeira etapa você deverá compreender o que é o
AEE, do que se trata, qual o objetivo e a função desse
atendimento, a classificação, e como ter acesso a ele.

Mídia digital: Antes de iniciar os estudos, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Apresentação do curso”.

1.1. O que é o atendimento educacional especializado?

Atendimento Educacional Especializado, o AEE, é um serviço pedagógico


especializado, que visa, em síntese, eliminar as barreiras do processo educacional dos
alunos. De acordo com a legislação, que aliás é vasta neste assunto e que não poderíamos
deixar de citar pois ela é quem o estabelece, têm direito a este atendimento os alunos com
alguma deficiência, “transtornos globais do desenvolvimento” ou com superdotação/altas
habilidades, ou seja, esse é o público-alvo desse atendimento, para esse grupo ele foi
concebido.

Atenção: Apesar de ser comum encontrar na legislação


a expressão: “transtornos globais do desenvolvimento”,
a partir de 2013 com a publicação do DSM-5 (Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais)
houve a modificação do termo Transtorno Global do
Desenvolvimento (TGD) para Transtorno do Espectro
Autista (TEA) nos documentos normativos. Desse modo,
a partir desta explicação, adotaremos a expressão TEA
nesta formação.

Na própria lei já é possível encontrar uma definição para o AEE. Um exemplo disto é
o Decreto Presidencial 7.611/2011, que o define como sendo o conjunto de serviços de apoio
necessário ou de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados
institucional e continuamente, voltados a eliminar as barreiras que possam obstruir o
processo de escolarização dos estudantes público-alvo deste atendimento.

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Agora que nós já temos essa definição inicial deste serviço, você pode observar que
o AEE está ligado à educação inclusiva e que ele tem um papel muito importante nela. Ele
fará com que a inclusão que se deseja realizar tenha sucesso ou não, no caso do seu não
oferecimento, da não disponibilização deste serviço. Ou seja, ele é crucial para que de fato
haja inclusão e ela seja realmente eficaz.

Art.1°. O dever do Estado com a educação das pessoas público-


alvo da educação especial será efetivado de acordo com as seguintes
diretrizes:
(...) V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema
educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação;
(...) VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede
regular de ensino; (Decreto Presidencial 7.611/2011).

Ainda nesse contexto, outro documento muito importante a respeito da educação


especial que envolve este tema que estamos trabalhando é a Resolução de n° 04 de
02/10/2009, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. Ela
destaca que o AEE ao eliminar as barreiras encontradas na formação, também vai eliminar
barreiras que impedem a plena participação desses indivíduos na sociedade, através do
desenvolvimento de sua aprendizagem.
E de fato isso acontece. Você consegue imaginar como seria difícil para uma pessoa
surda comprar algo simples em um supermercado se ela nem mesmo foi alfabetizada e não
conhece os números, por exemplo? Seria realmente difícil, não é verdade? Pois é; algo tão
simples e corriqueiro para toda a sociedade, mas que para algumas pessoas pode ser uma
tarefa bem mais difícil, especialmente se esse indivíduo não teve acesso à educação da
forma como precisava, ou mais ainda, de uma forma que ele poderia acessar. Afinal de
contas, já que nesse exemplo, essa pessoa possuía deficiência auditiva, procurar ensinar a
ela, qualquer coisa por meio da fala, ou seja, de forma oral, dificilmente se atingiria o objetivo
almejado. Aí entra o AEE, para atender e buscar formas possíveis, reais, concretas,
tangíveis de auxiliar cada estudante na sua particularidade, em outras palavras, tornar o
conhecimento acessível.

Dentre as atividades de atendimento educacional especializado


são disponibilizados programas de enriquecimento curricular, o ensino
de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e
tecnologia assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização
esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do
ensino comum. O atendimento educacional especializado é
acompanhado por meio de instrumentos que possibilitem
monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede
pública e nos centros de atendimento educacional especializados
públicos ou conveniados. (BRASIL, 2008, p.15-16)

Voltando à resolução que citamos pouco acima, (Resolução n°4/2009 CNE/CEB)


outra consideração que ela nos traz, atrelada ao conceito de AEE e que iremos destacar
aqui, é a definição de recursos de acessibilidade na educação: aqueles que asseguram

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condições de acesso ao currículo de forma a promover a utilização dos materiais (didáticos


e pedagógicos) e das estruturas físicas, compostas por espaços, mobiliários, equipamentos,
e também por sistemas de comunicação e de informação, dos transportes e dos demais
serviços. Ou seja, é um conceito muito amplo e que engloba diversos elementos-chave para
o aprendizado que se dispõe a oferecer.

A partir dos referenciais para a construção de sistemas


educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais
passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural
da escola para que todos os estudantes tenham suas especificidades
atendidas. (BRASIL, 2008, p.15-16)

O objetivo desse atendimento educacional especializado é justamente dar ao aluno o


suporte que ele necessita, oferecendo os serviços de apoio especializado de acordo com a
necessidade de cada estudante, de maneira que ele consiga superar ou mesmo compensar
alguma limitação que ele apresenta, seja ela por implicação física, intelectual,
comportamental, motora ou mesmo sensorial e assim que ele tenha melhores condições de
acessar o currículo, de aprender. Assim, a inclusão acontece.
Mas o intuito do AEE, ou os efeitos que ele vai provocar, irão ainda além disso.
Voltando ao Decreto Presidencial 7.611/2011, que possui uma relevância muito grande para
este atendimento, e que, portanto, usaremos diversas vezes ao logo deste estudo,
encontraremos ainda os seguintes objetivos destacados:

- garantir que haja a transversalidade das ações da educação especial para o ensino
regular;
- estimular o desenvolvimento e a criação de recursos, tanto didáticos quanto
pedagógicos que serão utilizados no atendimento dos alunos;
- criar condições para a continuidade dos estudos nos demais níveis de ensino.

Você consegue compreender agora quantos reflexos a oferta deste atendimento irá
provocar?
É possível perceber que de fato o AEE provoca tudo isso. Na verdade, ele cria um
ambiente ou as condições para que esses objetivos sejam alcançados. O trabalho
desempenhado por toda a equipe envolvida nesse atendimento – afinal de contas este deve
ser um trabalho de equipe e não de uma única pessoa – é fundamental para cada fruto que
será produzido. E a integração de tantos esforços permitirá a inclusão das pessoas e das
famílias atendidas na sociedade.
Mas para que este serviço possa alcançar seus objetivos, e ser de fato efetivo, uma
série de pontos cruciais merecem atenção. É preciso conhecer bem quem receberá o
atendimento e considerar que, conforme as características e necessidades do aluno, ele terá
caráter distinto.
Sob esta perspectiva, ele pode ser classificado de duas formas. Será considerado
complementar (quando se destina a alunos com altas habilidades/superdotação) ou
suplementar (quando atende aluno com algum transtorno ou deficiência). Além disso,
mesmo dois alunos que apresentem a mesma condição, podem necessitar de suportes

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diferentes. Portanto, o AEE não é padronizado, não é um pacote fechado e isso é muito
importante.

1.2. O acesso ao atendimento

O estudante que é incluído na escola de ensino comum tem, por prerrogativa legal,
direito ao AEE, se for público-alvo dele. E para fazer uso desse recurso não é necessário
possuir laudo médico, nem comprovar nenhuma condição por exames ou algo do tipo. Se o
estudante possui perfil, ele pode e deve sim ser atendido pelo AEE da escola, mesmo que
ele não tenha sido ainda diagnosticado ou que ele não possua ainda o quadro definido,
clinicamente falando. A equipe pedagógica da escola fará esse encaminhamento, essa
avaliação diagnóstica inicial para verificar o perfil do aluno, se ele tem essa necessidade de
ser assistido pelo AEE.
Isso nos ajuda de forma especial nos casos do transtorno do espectro autista. A
legislação não impõe essa condição de apresentação de documentação ou de
encaminhamento médico para acesso ao atendimento. Caso houvesse essa exigência isso
prejudicaria e muito o próprio aluno e o seu processo de aprendizagem. Identificar e
diagnosticar corretamente uma condição é algo que geralmente exige muito tempo. Não são
raras as situações em que esses processos se estendem por anos. Somam-se a isso
inúmeras resistências que por diversas vezes são percebidas nas escolas por parte de
algumas famílias que acabam apresentando dificuldades de encarar situações como essas,
muitas vezes hesitação em enfrentar a realidade, negação, preconceitos, entre outros
pontos.

1.3. Para pensar

Você conhece alguém que está atualmente matriculado em alguma escola e que pelo
que você aprendeu neste curso, seja público-alvo do AEE? Esse aluno tem atendimento
conforme suas necessidades onde ele estuda?
E vamos além; o que você consegue perceber que pode estar servindo de barreira
para as pessoas com deficiência ou transtornos na escola onde você estuda ou trabalha?
Você poderia fazer algo a esse respeito?

Por hora, vamos ficar com essas reflexões. Tente reservar pelo menos 15 minutos
para tentar respondê-las. Certamente será muito válido pensarmos um pouco nessas
questões. Elas podem, inclusive, provocar mudanças.

Após essa reflexão proposta, você poderá realizar as atividades referentes a essa
semana da formação e em seguida façamos uma pausa.

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Plataforma +IFMG

Atividade: Para concluir a primeira semana de estudos,


vá até a sala virtual e participe do Fórum “trocando
experiências sobre o AEE”. Inicie uma nova publicação
ou contribua com a publicação de algum outro colega,
considerando o tema em discussão. Você poderá
apontar alguma experiência que você já possua ou
conheça.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos!

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Semana 2 – Princípios básicos do AEE Plataforma +IFMG

Objetivos
Nesta semana você deverá compreender as particularidades
que envolvem a matrícula do estudante do AEE, a estrutura
necessária para que o AEE seja ofertado além de formas que
podem ser utilizadas para a identificação do público-alvo.

2.1 A matrícula no AEE

Agora que você já entendeu o que é o atendimento educacional especializado, que


era o nosso primeiro objetivo, traçado para a primeira semana de formação, vamos continuar
nosso estudo desse tema.
Vamos começar falando sobre a matrícula desses alunos. É preciso destacar que a
legislação estabelece que os alunos público-alvo do AEE devem ser matriculados, pelos
sistemas de ensino, nas classes comuns do ensino regular e também no atendimento
educacional especializado. Esse fato nos denota outro caráter muito importante do AEE: que
ele não é temporário. Quando se matricula um aluno nesta classe especial, é para que
durante todo o processo dele de escolarização, ele seja acompanhado. Este não é um
atendimento que vai ocorrer apenas uma vez, mas sim constantemente. Ele irá acompanhar
o estudante ao logo de seu processo escolar, evoluindo com ele, sendo alterado conforme
as necessidades, e poderá também mudar conforme o conteúdo a ser trabalhado. Ele deve
ocorrer junto ao processo de escolarização.
O atendimento que se disponibiliza e, portanto, essa matrícula no AEE, pode ser
oferecida tanto na rede pública como em instituições comunitárias, confessionais ou
filantrópicas, sem fins lucrativos. Esse caminho, previsto na legislação, certamente veio
como uma forma de apontar maneiras para tornar mais efetivo esse processo de oferta do
AEE, dada a sua importância, e também a diversidade de realidades encontradas por todo
o país.
Ao mesmo tempo em que prevê essa dupla matrícula de um mesmo estudante (no
ensino comum e no AEE), a lei prevê também que eles serão duplamente contabilizados, no
âmbito do FUNDEB (Fundo de Desenvolvimento e Manutenção da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação). Essa é, segundo o legislador, uma forma de
financiamento das ações que precisarão ser desenvolvidas.
Matriculado no AEE, cada aluno terá suas condições, seu histórico analisados pela
equipe escolar, de modo a conhecer melhor suas necessidades e ajustar o atendimento à
realidade daquele aluno.
Existem vários tipos de AEE e ele está presente em todos os níveis de ensino. Apesar
de nossa abordagem nesse curso ser direcionada ao ensino básico, no ensino superior
também há este serviço pedagógico especializado. Mas é preciso lembrar que alguns
documentos que utilizamos neste itinerário devem ser obrigatoriamente observados em toda
a educação básica, não são optativos.
O ideal seria atender cada aluno de forma plena, em todas as suas necessidades, e
conforme tudo o que se identificou nas análises e levantamentos feitos sobre cada assistido.
Mas sabemos que a realidade não é assim. Como o atendimento é personalizado, conforme

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já dissemos acima, e as condições nas escolas geralmente não são as ideais, na prática
sempre se procura atender o discente da melhor forma possível, mas infelizmente na grande
maioria dos casos, os recursos que se dispõem não são tantos quanto se gostaria. Um
exemplo claro desse gargalo é com relação ao número de profissionais, que muitas vezes
não é o suficiente ou é bem reduzido neste setor. Em outras situações, o número de alunos
que se deve atender é maior do que o quadro de servidores, ou apenas um servidor precisa
atender vários alunos ao mesmo tempo. Isso acaba dificultando o trabalho e, por
consequência, o discente também fica prejudicado ou não conseguindo se desenvolver tanto
quanto poderia. Todas essas são situações rotineiras, facilmente observadas.
Já com relação ao número de atendimentos semanais de cada aluno, também é algo
variável. A depender de uma série de fatores, que serão analisados caso a caso. Para cada
aluno o AEE terá uma frequência. Para alguns será possível atendê-los todos os dias, outros,
duas vezes na semana, mas, em geral, o mínimo que se almeja é um atendimento semanal.

2.2 A institucionalização do AEE

Mídia digital: Antes de continuar a leitura, vá até a sala


virtual e assista ao vídeo “Aula 2”.

Para colaborar com a disponibilização desse atendimento, também está previsto na


legislação que a oferta do AEE seja institucionalizada nas escolas e prevista em seus
projetos pedagógicos. Para isso, também está estabelecido que ao mesmo tempo esteja
previsto na organização da escola os seguintes pontos, de modo a dar o devido cumprimento
ao dispositivo acima apresentado:
- Salas de recursos multifuncionais, que é o local prioritário para ocorrer o AEE.
- Cronograma de atendimento desses alunos (é uma forma de organizar este
atendimento, distribuindo-o de forma contínua, já que o AEE não é atender o aluno uma
única vez, mas constantemente durante o processo escolar, como já dissemos acima).
- Plano do AEE (trataremos com mais detalhes mais adiante).
- Professor de AEE, que é um professor que tem formação inicial para o exercício da
docência e que tenha ainda alguma formação específica para a educação especial.
- Outros profissionais da educação e de apoio que se façam necessários e que
possam auxiliar nas atividades do AEE. Nesse contexto, alguns alunos podem precisar de
um profissional que seja, por exemplo, instrutor de braile, outros de um intérprete de Libras.
Podem ainda, haver casos em que seja necessário algum profissional para auxiliar o aluno
na escola em sua higiene pessoal ou na locomoção, ou mesmo com a alimentação.
- Uma rede de apoio para a atuação profissional, para o ensino, para a pesquisa e
para acesso aos recursos de acessibilidade na educação.
Essa é a estrutura básica para que exista este atendimento e ele seja eficaz. Trata-
se de uma forma de possibilitar ao mesmo tempo o trabalho das pessoas vinculadas à
educação e o aprendizado que se deseja obter, e ainda a integração na escola e na

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sociedade das pessoas com deficiência. Ou seja, esses são todos instrumentos de inclusão
social.
Para que você possa entender melhor a importância desses pontos estruturantes para
o AEE e para o trabalho que é desenvolvido, agora falaremos um pouco sobre alguns deles.
Vamos lá?!

2.3 Do local onde ocorre o AEE

Como dito acima, um ponto muito importante para que o AEE possa ocorrer é a sala
de recursos multifuncionais. Ela é o local onde preferencialmente deve ocorrer esse
atendimento. Mas qual é o conceito, para que entendamos bem, dessa sala de recursos
multifuncionais?
Sala de recursos multifuncionais (também usaremos a sigla SRM para nos referirmos
a ela) é um local de aprendizagem que, de acordo com Fonseca (2015), é o espaço de
compreensão dos processos cognitivos, sociais e emocionais dos alunos que ali são
atendidos.

Atenção: Você percebeu a importância da sala de


recursos multifuncionais para o trabalho que será
desenvolvido com o AEE? Este é um espaço
fundamental para o atendimento. Procure compreender
bem e guardar também a definição apresentada no
próximo parágrafo.

Uma outra definição que nos ajuda a entender melhor esse conceito é a apresentada
por Alves (2006, p. 14): “A sala de recursos multifuncionais é, portanto, um espaço
organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com
formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais.” Ou seja, ela não é
apenas um espaço físico, mas um lugar com conceito mais amplo. E para que de fato se
tenha uma SRM, é necessário que haja também os materiais, os equipamentos e também
os profissionais necessários ao atendimento, caso contrário, seria apenas uma sala ou
espaço vazio, ou não funcional para o AEE.
Outro ponto importante que precisamos entender é que a palavra ‘multifuncionais’ do
nome (SRM) vem do fato de que o mesmo espaço pode ser utilizado para atender às três
categorias que compõem o público-alvo do AEE. (Você se lembra quais são? Caso não se
recorde ou esteja inseguro quanto a isso, volte na parte da apostila que tratamos desse
assunto.) É claro que para que ela possa atender a uma gama de necessidades, será
necessário estruturá-la para isso, mas é importante que haja nela essa flexibilidade, isso
permitirá que o currículo da escola seja realmente acessível a este público. Daí a importância
desse cuidado.
Outro conceito muito importante que precisamos compreender é que, de acordo com
a legislação, na educação básica, o AEE ocorre de forma prioritária na sala de recursos
multifuncionais, como dissemos anteriormente, e essa sala poderá ser da própria escola ou

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em outros centros parceiros, mas deve ocorrer no turno inverso ao da escolarização. Um


detalhe muito importante é que ele não substitui a classe comum. Ele vem complementando-
a ou suplementando-a conforme a característica de cada estudante atendido.

2.4 O professor de AEE

Conforme já definimos anteriormente, este profissional deve ter a formação inicial que
lhe permita exercer a docência, mas precisa também possuir outra formação que seja
específica para atuar com a educação especial. Esta pode ser uma formação inicial ou
continuada. Não há a definição expressa de qual ou como deve ser esta capacitação. É
comum que sejam utilizados para atender tal requisito, os cursos de pós-graduação ou
mesmo os de formação continuada. Isso também se deve à falta de oferta de formações
nessa área da educação especial.
Ainda segundo a Resolução n°4 de 2/10/2009 CNE/CEB, elaborar e executar o plano
de AEE cabe a esse professor, sempre em articulação com os demais professores do ensino
regular. O documento supracitado atribui ainda a esse profissional as seguintes
responsabilidades:

- organizar a sala, os recursos, os serviços e os atendimentos.


- Verificar se os recursos disponibilizados têm sido funcionais e aplicados na sala do
ensino comum e nos demais ambientes escolares. Aqui cabe frisar que essa integração com
o ensino comum é muito importante; ele não deve ocorrer desconectado dela.
- Orientar os demais colegas docentes e as famílias dos alunos envolvidos sobre os
recursos disponibilizados.
- Estabelecer parceria com outros setores da escola e com os demais professores,
auxiliando-os.
- Fazer uso da tecnologia assistiva, e ensinar a utilizá-la.

Desta forma, percebemos que várias são as atribuições que recaem sobre o docente
de AEE. Mas é importante entender que ele não está sozinho nesse processo. Nem poderia
estar. Para que os alunos público-alvo do AEE sejam de fato incluídos na escola é preciso
que o coletivo tenha em mente que será necessário o trabalho de todo o grupo. É importante
que haja alguém para apontar o caminho, procurar conduzir o processo e essa função pode
sim ser executada pelo professor de AEE, mas evidentemente ele não pode ser o único. Ele
pode ser um facilitador desse sistema.
Além disso, cabe lembrar que um professor não possui todos os conhecimentos, não
domina todas as disciplinas. Devemos considerar ainda que este profissional deverá atender
continuamente e estruturar um plano de AEE para cada aluno da instituição que seja público-
alvo do atendimento. Acompanhando sempre seu desempenho, suas evoluções.
Portanto, sem dúvida alguma o professor de AEE é fundamental nesse processo de
efetiva inclusão, mas não é o único.

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2.5 O plano de AEE

O atendimento educacional especializado pode ser prestado de diversas formas. Ele


deve ser oferecido segundo a necessidade de cada aluno, e também precisa considerar os
recursos locais disponíveis. Para isso, é preciso realizar uma investigação com o aluno, com
sua família, no ambiente em que ele será incluído, registrando todos os detalhes que se vai
obtendo ao longo desse processo.
Algo importante é considerar nesse levantamento as experiências anteriores que o
assistido já possui. Um exemplo disso é, se o aluno a ser atendido está ingressando em uma
escola de ensino médio, é crucial descobrir e registrar como era o atendimento na escola
anterior. Quais recursos eram utilizados, qual a frequência, como ele acontecia, etc.
Também é preciso que haja a participação e o apoio da família em tudo isso. Não se deve
deixar de registrar as informações obtidas. Serão muitos os dados coletados e em conjunto
eles indicarão quais são as necessidades educacionais específicas do aluno e assim, do
que será necessário trabalhar com ele e como se dará isso. Futuramente, permitirão ainda
averiguar os progressos obtidos e também realizar ajustes, caso sejam necessários.
Assim, ao final do estudo de cada caso, a equipe envolvida tem melhores condições
de avaliar as necessidades, as possibilidades para cada situação. Além de propor as
adequações que deverão ser realizadas para que aquele aluno seja de fato incluído.
É imprescindível que as instituições de ensino tenham essa preocupação e cuidem
também desse processo de montagem do plano de AEE. Afinal de contas, de nada adianta
existirem apenas estratégias para garantir o ingresso desses alunos se não houver todos os
cuidados necessários para garantir a permanência e o aprendizado deles.

2.6 Identificação dos estudantes

Já nos procedimentos de matrícula, deve haver o devido cuidado e atenção para


identificar quais alunos são público-alvo do AEE. Incluir perguntas nos formulários utilizados
no ingresso, sem dúvidas, é uma forma de buscar identificar.
Mas esta não pode ser a única maneira utilizada. Ao mesmo tempo é preciso
continuar sempre atentos, visto que em diversas ocasiões, pode ocorrer que o estudante e
mesmo a família não perceberam ainda, por exemplo, a presença de algum transtorno ou
outra questão que pode estar envolvida, casos como esse ocorrem diariamente em nossas
escolas. Algumas crianças demoram a ser diagnosticadas e em inúmeros casos, a escola
acaba exercendo um papel muito importante nesse processo. Com o olhar atento das
equipes escolares, muita coisa é percebida e assim em diversas ocasiões ocorrem
encaminhamentos que se mostram fundamentais ao diagnóstico. Alguém da escola convida
os pais ou responsáveis pelo discente e então há o relato do que foi observado no ambiente
escolar, sugerindo que se busque a avaliação de outros profissionais como médicos, por
exemplo, e que dessa forma então, ocorra uma avaliação do possível quadro.
Assim, quando há esta identificação, seja na matrícula ou mesmo em momento
posterior, é importante que as pessoas que são público-alvo do AEE e suas respectivas
famílias sejam encaminhadas ao setor que presta esse atendimento na instituição. Dessa

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forma, a ponte que deverá ser construída entre a escola e a família poderá ser mais sólida
e assim todos ganham.

Bem, assim estamos chegando ao final de outra parte que havia sido programada
para o nosso estudo. Agora é importante que você avalie se o conteúdo que trabalhamos
até aqui ficou claro para você. Caso haja alguma dúvida, faça uma pausa e em seguida
retorne ao local da apostila onde está o trecho que talvez não tenha ficado tão claro.
Feito isso, volte à plataforma e realize as atividades previstas para essa semana da
formação. Realizar esses exercícios será importante para verificar a aprendizagem que você
tem obtido, além de ajudar a fixar o conteúdo.
Sempre que necessário você poderá consultar este e também outros materiais.

Atividade: Para concluir a segunda semana de estudos,


vá até a sala virtual e realize as atividades referentes a
esta semana da formação.

Nos encontramos na próxima semana.


Bons estudos.

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Pró-Reitoria de Extensão

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Semana 3 – A Educação e o AEE como dever do Estado

Objetivos
Ao longo dessa semana você deverá compreender o dever do
Estado de ofertar o AEE, além de conhecer um pouco mais da
legislação básica para este serviço.

Mídia digital: Antes de reiniciar seus estudos, vá até a


sala virtual e assista ao vídeo referente à “Aula 3”.

3.1 O dever do Estado com a educação

Como vimos acima, o Atendimento Educacional Especializado é, ao mesmo tempo,


uma necessidade do aluno e é também um direito que ele possui. E por tamanha
importância, ele está previsto em várias leis. Já na Constituição Federal, documento que é
considerado a lei de maior importância do país e que nenhuma outra lei nacional pode
contrariar, o AEE está previsto.
“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
(...) III - atendimento educacional especializado aos portadores [sic] de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;” (BRASIL, 1988).

Atenção: Aqui é importante destacar que apesar da


Constituição Federal (CF) de 1988 trazer a expressão:
“portadores de deficiência” este termo não é correto e,
portanto, não deve ser utilizado, já está em desuso.
Cabe esclarecer ou relembrar que deficiência não é algo
que se porta como, por exemplo, um documento, que às
vezes você está com ele, outras vezes esquece em
casa. No caso da deficiência, a pessoa tem ou não,
portanto, o correto é dizer: pessoa com deficiência.

Em outro artigo da CF de 1988, está expresso que um dos princípios do ensino, e


vale ressaltar que este é o primeiro deles, é “igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola” (BRASIL, 1988).
Isso nos mostra que já naquele ano (1988) havia esse entendimento de que o AEE
significava o mesmo que ofertar justamente essa condição de acesso e de permanência na
escola que esse público carece. Mas mesmo assim, infelizmente esse serviço não é

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universal nas escolas no Brasil. Isso nos mostra que não avançamos tanto quando
poderíamos, desde que a Constituição Federal foi promulgada (em 1988). E que ao mesmo
tempo, há muita coisa para ser feita, relacionada à educação especial, mesmo nas coisas e
nos direitos mais básicos, a começar pela conscientização, pela informação que precisa ser
disseminada. E claro, isso passa também pela oferta do serviço necessário.

3.2 Organização do AEE na Rede Federal

Na Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Rede Federal) em geral,


existem os Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais
Específicas, os NAPNEEs. O nome desse setor não é padronizado, variando conforme a
instituição. Não há uma lei federal que defina a criação destes núcleos nem suas atribuições.
O que ocorre é que cada autarquia cria o seu NAPNEE e realiza os ajustes que entende
serem necessários, definindo assim seu funcionamento, suas atribuições.
De todo modo, é possível dizer que, comumente o AEE está sob incumbência do
NAPNEE, que não cuida apenas destes atendimentos. As equipes nesses núcleos são bem
diversificadas e até dentro de uma mesma instituição há uma grande variação nas
composições dos núcleos entre os seus diferentes campi.
No IFMG, por exemplo, o NAPNEE foi concebido como um órgão de assessoramento,
e de acordo com a regulamentação própria, firmada por meio da resolução de número 22,
do Conselho Superior da instituição, datada em 03 de novembro de 2016, ele deve articular
ações de inclusão, de acessibilidade e de atendimento educacional especializado. Suas
atribuições incluem o acompanhamento da vida acadêmica dos alunos da instituição que
apresentem necessidades educacionais específicas, de modo que eles tenham condições
de permanecer na escola, além de colaborar com o processo de contratação de outros
profissionais que estejam relacionados às ações de inclusão.
Como apontamos acima, os regulamentos dos NAPNEEs de diversas instituições
delegam a estes órgãos as competências ligadas ao AEE. Mas, é importante que a
comunidade acadêmica tenha um cuidado especial com esse serviço. Afinal de contas ele é
responsabilidade de toda a escola e não apenas de um único setor. E ainda estes núcleos
devem, pelas regulamentações institucionais, organizar os atendimentos e não executar
tudo “sozinhos”.

3.3 Legislação

Agora que você já possui o suporte deste material e já compreende diversos conceitos
relacionados ao atendimento educacional especializado vamos nos dedicar a conhecer mais
a fundo duas leis muito importantes para o AEE, de forma especial na educação básica.
Entendemos que será muito relevante e assim construtivo nos aprofundarmos nesses
documentos de forma a encontrar na fonte onde estão estabelecidos os pontos estruturantes
do AEE. Isso te dará subsídios para caso necessite por exemplo, em alguma ocasião como
em uma discussão ou até mesmo em seu trabalho.

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Os 2 dispositivos selecionados para este estudo são: o Decreto Presidencial
7.611/2011 e a Resolução de n° 04 de 02/10/2009, da Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação. Esses 2 documentos precisam ser conhecidos por
qualquer pessoa que trabalha com esse tema. São norteadores. Não se preocupe, ao longo
desse curso você está sendo preparado para compreender bem tudo o que está
estabelecido nessa legislação e assim você vai conseguir captar com êxito a mensagem que
eles contêm.
Estes dois documentos que você deve estudar agora estão disponíveis na biblioteca
da disciplina. Faça uma leitura atenta e cuidadosa em cada um deles e quando terminar
você deverá realizar os exercícios que estarão disponíveis na plataforma.

Dica do Professor: Para conhecer um pouco mais deste


tema faça a leitura da primeira lei selecionada para
complementar a sua formação. Trata-se do Decreto
Presidencial n°7.611, de 17/11/2011 (download)

Dica do Professor: Em seguida leia o segundo texto


complementar selecionado. Trata-se da Resolução n°4,
de 02/10/2009 da Câmara de Educação Básica do
Conselho Nacional de Educação (download)

Após esse passo, realize a atividade disponível na plataforma do curso. Obtendo um


bom aproveitamento nos exercícios, você estará aprovado nesta formação.
Aí será hora de você procurar alguma forma para contribuir com esses estudantes e
suas famílias, com sua escola e com a sociedade com aquilo que você aprendeu por aqui,
ou que apenas relembrou, quem sabe.

Que bom que você está concluindo mais essa etapa da sua formação. É sempre bom
buscar novos conhecimentos, novas informações e se atualizar. Desejo que você sempre
tenha ânimo para se aventurar por novas formações e assim ser uma pessoa e um (a)
profissional melhor. Convido você a conhecer também os outros cursos disponíveis na
Plataforma +IFMG. Você verá que são várias as capacitações disponíveis nesse ambiente
e talvez você possa ter interesse em alguma delas.

Boa sorte, bom trabalho e novamente parabéns por seu empenho e por ter chegado
até aqui.

Instituto Federal de Minas Gerais


Pró-Reitoria de Extensão 29
Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu
certificado, vá até a sala virtual e responda ao
Questionário “Avaliação geral”. Este teste é constituído
por perguntas de múltipla escolha, que se baseiam no
conteúdo que trabalhamos ao longo dessas 3 semanas
de estudos e também nas 2 leis que foram selecionadas
para complementar o seu conhecimento. Não se
preocupe, você foi preparado para isto.

Parabéns pela conclusão do curso. Foi um prazer tê-lo conosco!

Instituto Federal de Minas Gerais


Pró-Reitoria de Extensão 30
Referências

ALVES, D. O. Sala de recursos multifuncionais: espaços para atendimento


educacional. Brasília. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2006. 36
p.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado


Federal 1988.

BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva.2008. Secretaria de educação especial. Inclusão: Revista da Educação
especial, Brasília, v. 4, n. 1, p. 7-17, jan./jun. 2008.

BRASIL. Decreto presidencial n° 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a


educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências.
Presidência da República. Brasília, 2011.

BRASIL. Resolução n° 04 de 02/10/2009. Institui diretrizes operacionais para o


atendimento educacional especializado na educação básica, modalidade educação
especial. Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação
Básica. 2009.

FONSECA, J. G. O atendimento educacional especializado e o uso das tecnologias


nas salas de recursos multifuncionais no ensino médio público do Distrito Federal.
Brasília, 2015. 125 f. Dissertação (Mestrado em Educação). UnB. Faculdade de Educação.
Brasília, 2015.

IFMG. Resolução n° 22 de 03/11/2016. Dispõe sobre regulamentação, funcionamento e


atribuições dos Núcleos de atendimento às pessoas com necessidades educacionais
específicas – NAPNEE. Conselho Superior, IFMG. Belo Horizonte. Novembro. 2016.

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Currículo do autor

Walass Gabriel dos Santos: Especialista em Educação Profissional e Tecnológica


Inclusiva pelo IFTM (2020). Atualmente é técnico administrativo em educação – no
IFMG, Campus avançado Conselheiro Lafaiete, onde é Coordenador de extensão e
apoio ao educando desde 2017. Tem experiência na área de Educação, com ênfase
em Inclusão e Extensão. Desenvolve projetos, principalmente, nas áreas de
educação e inclusão.

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4585955513326809

Feito por (professor-autor) Data Revisão de layout Data Versão

Dandara Lorrayne do
Walass Gabriel dos Santos 22/03/2021 29/03/2021 1.0
Nascimento

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Glossário de códigos QR (Quick Response)

Mídia digital Mídia digital


Apresentação do
Aula 2
curso

Dica do professor
Mídia digital Decreto Presidencial
Aula 3 n°7.611, de
17/11/2011.

Dica do professor
Resolução n°4, de
02/10/2009 da
Câmara de Educação
Básica do Conselho
Nacional de
Educação.

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Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD

A Pró-Reitoria de Extensão (Proex), neste ano de


2020 concentrou seus esforços na criação do Programa
+IFMG. Esta iniciativa consiste em uma plataforma de cursos
online, cujo objetivo, além de multiplicar o conhecimento
institucional em Educação à Distância (EaD), é aumentar a
abrangência social do IFMG, incentivando a qualificação
profissional. Assim, o programa contribui para o IFMG cumprir
seu papel na oferta de uma educação pública, de qualidade e
cada vez mais acessível.
Para essa realização, a Proex constituiu uma equipe
multidisciplinar, contando com especialistas em educação,
web design, design instrucional, programação, revisão de
texto, locução, produção e edição de vídeos e muito mais.
Além disso, contamos com o apoio sinérgico de diversos
setores institucionais e também com a imprescindível
contribuição de muitos servidores (professores e técnico-
administrativos) que trabalharam como autores dos materiais
didáticos, compartilhando conhecimento em suas áreas de
atuação.
A fim de assegurar a mais alta qualidade na produção destes cursos, a Proex adquiriu
estúdios de EaD, equipados com câmeras de vídeo, microfones, sistemas de iluminação e
isolação acústica, para todos os 18 campi do IFMG.
Somando à nossa plataforma de cursos online, o Programa +IFMG disponibilizará
também, para toda a comunidade, uma Rádio Web Educativa, um aplicativo móvel para
Android e IOS, um canal no Youtube com a finalidade de promover a divulgação cultural e
científica e cursos preparatórios para nosso processo seletivo, bem como para o Enem,
considerando os saberes contemplados por todos os nossos cursos.
Parafraseando Freire, acreditamos que a educação muda as pessoas e estas, por
sua vez, transformam o mundo. Foi assim que o +IFMG foi criado.

O +IFMG significa um IFMG cada vez mais perto de você!

Professor Carlos Bernardes Rosa Jr.


Pró-Reitor de Extensão do IFMG
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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