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COLOMBIA: A LIBERTAÇÃO DOS REFÉNS É O PRIMEIRO

PASSO PARA A PAZ.

A libertação dos quatro congressistas pela FARC (Forças Armadas


Revolucionárias da Colômbia) infunde esperanças do fim deste
conflito prolongado na Colômbia. O observador Igor Kúdrin
constata.

Esta foi a segunda etapa para libertação dos 44 políticos,


soldados, policiais que em diferentes anos foram seqüestrados
pelos extremistas. Recentemente foram libertadas das selvas
duas mulheres – a ex-candidata a vice-presidente e a ex-
deputada do Parlamento. Ontem não distante da fronteira
venezuelano-colombiana os rebeldes entregaram aos
representantes de Caracas e da Cruz Vermelha Internacional
mais quatro reféns, entre eles também existem mulheres. Os
Governos do Brasil, México, Argentina, EUA, França, dirigentes da
Organização dos Estados Americanos (OEA), o Parlamento
Andino e a União Européia saudaram esta ação humanitária.
Entretanto a comunidade internacional espera não somente pela
libertação de todos os reféns (que contam ao todo 750 pessoas),
mas também pelo acordo sobre o fim do confronto armado na
Colômbia. O conflito que tem causado vítimas e destruição
requer conversações urgentes do Governo com os rebeldes, pois
as quatro décadas de conflito mostraram que com a ajuda da
arma não é possível deter a tragédia nacional.
Agora tocarei neste lado terrível da confrontação – o seqüestro
de pessoas. É chocante o drama de cada um que esteve no
cativeiro dos seus próprios compatriotas. Se até mesmo o forte e
vigoroso senador Jorge Eduardo Gechem que nos seis de
cativeiro teve completamente arruinada sua saúde, então o que
falar sobre a condição física das mulheres depois dos difíceis
anos de clausura na selva. Não é em vão que o Presidente da
Venezuela Hugo Chávez, principal mediador na libertação dos
reféns, ontem se dirigiu ao líder das FARC, Manuel Marulanda
pedindo cuidado especial com relação ao destino de Ingrid
Bettancourt, candidata a Presidente da Colômbia e que
atualmente se encontra no limiar da exaustão física e nervosa.
Porém os lideres dos rebeldes não estão preocupados com isso:
eles cultivam os planos de fazer uma troca vantajosa pelos seus
companheiros condenados por crimes.

O Presidente Álvaro Uribe pede o fim do seqüestro de pessoas na


Colômbia. E pela libertação de todos os reféns seu Governo está
disposto a realizar conversações com os rebeldes a qualquer
momento e em qualquer lugar. Entretanto a direção dos
rebeldes, como que concordando com a libertação, faz
exigências exageradas que muitas das vezes são acompanhadas
dessas ameaças de seqüestros. Exemplo recente disso é que a
policia do Panamá deteve em seu território alguns extremistas
colombianos. Então da base das FARC foi dado o ultimato. Os
defensores da ordem violaram grosseiramente as normas
internacionais, e por isso devem até 1 de março libertar os
presos em boas condições de saúde. Se isso não acontecer, a
resposta será com seqüestros de pessoas, no próprio Panamá ou
na Colômbia.

E não obstante a libertação de quatro congressistas colombianos


infunde a esperança de novos contatos e acordos entre Bogotá e
extremistas: a Nação não ode existir nas condições da guerra
eterna.

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