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ntamentos biogréficos Tohamnes ten 1888-1967) [PROFESSOR DO ENSINO FLENENTAR: PERCEPCKO DO POTENCIAL CRIATIVO KAS CRIANGAS Johannes tten nasce em Thun, na Sua, em 1888. Entre 4 € 1908 estuda em Berna para formar-se professor de no elementar. Fis seu relato sobre como teve seus pi 10s insights educectonals: Denes unjoem essa dt des xd peer Ge me mat qu rng, ma np atl a iota ine denon atcsecangien ase ian. maton gage qu praising * ! ( ) conceit ni stoned, pisioqueo ccsjnen easel nieces de 4m 909, inlcla seus estudos de arte na Escola Superior de Arte em Genebra, mas intetomperos para retomnar a Berna © 1é se formar professor de ensino secundrio em 92 Ralner Wick afirma que o ensino de artes em Genebra era “diame ‘ralmente oposto ds suas concepgbes pedagégicas” ‘ALUN DE ADOLE MOLzEL Em 195, Iten vai para Stuttgard, na Alemana, estudar pintura. Na Universidade deStuttgard,fequenta as aulas de Adolf Hoel (1853-1930. educadore teérico da cor Iten rfere-se a ele come o nico mestreacadémico, na pose, a apresentar uma introdugio objetiva aos sigfica~ dos expressivos da core da forma, assim como 20s proble~ ras que envolver a criags0. UNDADOR DA PROPRIA ESCOLA DE ARTE BM VIENA: © "DUCADOR BUSCANDO NOVOS 1AéTODOS ten seque para 2 hustia em 916, montand e ditigindo sua escola de arte em Viena, Torna-se conhecido pelos seus métodos diditicos avangados para a época,caracterizados pela inssténcia na expressio individual. assim ele deserve © trabalho com seus alunos: odtabahone com bmas goo nes, tema ‘repro eompot ple pei |e det a com conte ola, xtc Ge Wore onset (ooettater alerts proges Rainer Wick situa a didética desenvolvda por ten dentvo de um contexto mais abrangente oda pedagogiareformista liberal, que inclua as elas de Rusteau, Pesala, Fabel @ ‘Montessori, entre outros. Na orlentacdo desses tedricos ede ‘outs pedagogos da época, ‘nventividade da crianga, da mesma forma que 9 desenvol- cabre-se enaltece-ze a vimento das capacidades critivas do aluno, em que este, © rio © professor, deve stro principal personager do pro~ cesso de aprendizagem. Segundo Wick, ten tavow contato com esses novos ideals educativos jé a partir do curto de formagio de professores em Berna,’ Alm das refrénciasacima, Wick também observa na pos- ture didatica de Iten cert inluénela da filoeotia oriental pela énfase "no autoconhecimento e na autodeterminagio do individuo, bem como na confianga dedicada aos proces sos intultivos" | PROFESSOR NA BAUHAUS “pig, 6 convidedo para lcionar na Bauhaus recém-for~ sada por Croplus, emuda-se para Weimar, seguido por ca torte de seus alunos, que frmaram a primeira torma da exc- la, Como mete, desenvolve ocurs preliminar decor forma. “mbora sua contsbulgia tenha sido fundamental na fase {nical da Bauhaus, no longo prato suas convlegéessobrearte auténoma entraram em conflito com as Ideias de Walter ‘oroplus, que exigia da criago um comprometimento social cfativo, Em gera, outros ftores, als como as prtias reli sas de ten na Bauhaus, So apontados como motives para o conflto Gropius x iten. Esse conflito resultou no designs mento de itten da escola, mn 923" insr0R ¥ PEDACOCO: DOCUIMENTANDO SEUS PRIVCiPIOS ‘reGwicos -apés debar a Bauhaus, Johannes ten segue para Berm, ‘onde dirige novamente sua escola (ig26-1934. £18 que, segundo nos diz Faber Biren, ele formula muttos dos ‘siaapn tn comms te aan i Sree pecan qu cp stare nti don te snes a ot cp oa rene ‘Schon pretense ‘cnet rn onc ees ‘rincplos que aparecem mals tarde-em seu lv Men Vorkurs am Bauhaus: Gesteltungs und Formentehre ("Design e forma: ‘curso sien da Bauhaus"). Funda também uma escola para design tt em Krefeld, na Alemanta. Retorna &Sulga para torar-te dietor da Escola de Artes ¢Oficios e do Museu da xcola Textil de Zurique (1938-954). Em 944 expe seu trabalho sobre a cor em vérascidades ‘da Sulga eda Alemanha, Em outeospatses da Europa, como Holanda e lla, exposes retcospectivas apresentaram sux ‘obra pictirica a partir de 1957; hoje, grande parte do seu trabalho pertence & colegio permanente de museus ameti~ canos eeuropeus Em 961, Iten publica Kunst der Farbe ("A arte da cor", conde reine sua experiéncia teria e prstica sobre es cores Nele, explor subjetiva da cor, apresentando exercicios que remontam & as tensdes entre a abordagem objetiva e sua experigncia na Bauhaus Metodologia didatica: tensdes objetivas subjetivas no ensino das cores Netodologia diatica centada ne expressio individual Seja pela aplicagio das novas concepeées de ensino surgidas com 0 movimento da pedagogiareformista, por Influéncia do trabatho de Holzl em stutigard, sea pela dopo de iloroiasorlentalsenfocando as téenicas de auto conhecimento e integragdo de compo e mente, 0 fato é que Men trouxe para o ensino das artes slusdes didticas ino- vadoras,colocando-as em pritica em suas aus, dentro e {fora da Bauhaus. Inten era uma metodologla didstica que valorize 8 ex- pressio individual. Para ele, o verdadeio educador deve ter talento para reconhecere desenvolver as habilidades natu ris de cada estadante como podemos perceber em sua biogrfi, Johannes itten foi, desde ceo, um educador profundamente interessado ‘nos mecanismos de aslmilapao ¢ resposta dos alunos. Sus sensbilidade para detectar os pontos nocivos de umn méto~ ‘dade ensino autrititioe repressor Inibidor da criatividade velo reforgar essa postura, ‘As tiés metas de Itten para 0 ensino na Bauhaus ‘No zou plan de ensino para o curso preliminar da reém= ~formada Bauhaus, ten declars suas metas 1. Libertar as forga erlativas para o trabalho genuino € auténomo, A ieia de ten eve fazer com que os alunos atingssem aquilo que ele chamou de trabalho genusino por meio das prdprlas experiéncias © perceprdes. Fle acreditava que a confionga necessvia para desonvolver um trabalho deveria ser conqulstada pelos estudantes, cde modo que se libertassem gradualmente de conven es morta. 2. Incentivaraorientagdo vocacional por meio de exrccie. Inten perce, nos exerccios com materials testoas, uma forma de trnar a escalha da eanelra mals fécll para os lestudantes. Os materais que despetassem malorinteres- semoaluno madeira, metal, viro, peda argila, ete.) 4a~ slam maior estilo a sua atividade rat 3 Integrar os prinefpios objetivos subjetivos dos elemen- tos do design No decorter dos exercicos, partido do reconhecimento as preferéncas subjetvas dos alunos, Item preparavaros para aapresentagdo das leis objetivas da forma e da cor (ele- ‘mentor fundamentais do design)" As tude metas de Ittencefletem sua énfase na questo da expresso individual, Em esséncla, eva intengdo era possibi= ‘ara autonomia ea personalizacéo e evita a visivel eestril padronizagdo dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos nas excolas de arte convencionals,Portanto, concentou seus €s- forgos na detecrio das varagbes entre os temperamentos Individuais dos seus alunos, integrando esses fatores subjetivos 3s ferramentas do design. aliados aos fatores objetivos das teoras gerais das formas e cores bisicas, tais {atoressubetivosconduatriam 3quiloqueele chamou de a~ balho genuino. 0s diveros temperamentos¢ talentes individuals gerom uma etmosferacriativa que encore o trabalho orginal afima ten, complement tule ens prt, de prepare an ar outa «shar cme um it trons, tne 2 fetes sos oben aan rer Amaioe parte desas priticas inovadoras que marearam a sua flosfia de ensino sio hoje comuns, sendo adotadas por excolas de arte em todo o mundo, ene elas a orientagio os exerccioscorporals de rlavamento, 0s exer~ cicios de live associagdo, os exerccios ritmicos, ee. Entve~ ‘tanto, na paca em que foram Implementadas por Iter na Bauhaus, sua pritieas de ensino eausaram certo estanha~ ‘mento e foram alvo de multas eriticas Antes de prosseguirmos com as suas consideragbes sobre 0 ensino das cores, para completarmos uma visto geal da sua porta didtic,eeguem as principals caraterstieas da retodologla de iter: 1. Abordagem do aluno como um todo: propunha o desta vamento da postura corporal come preparagio para © destravamento da mente criativa, fo nila das aus, IMen pratcava com seus alunos exercios de espragio eela~ vamento. 0 objetivo desses exericis era unir corpo e mente: 0 “estar consigo mesmo” e 0 “encontrarse asi ‘esmo" revelam influéncla da filesotla oriental. 2, Necessidade da introspeegdo no proceso de assimilari: ten compreendeua necessidade daintospecgio no pro- ‘ cesso de assimilgto pelo estudante que o desenvolvi- ‘mento individual acontece fora da sla deavla, a patirde ligdes de casa que exerctavam a assmilapdo das ideias desenvolvida em aula Importancia.do trabalho individual edo consenso grupal ‘omestevalorizavao trabalho individual e também a sua iscuss20 em elagdo a tod o trabalho do grupo, debcan- do queo consenso grupalelegesseas qualidadesobjetivas ‘ara a soluges apresentadas (qualdades subjetvas do trabalho individual: ten acre~ itava que as qualidades subjetvas dos alunos revelavamn ‘caminhe para o seu desenvolvimento pofissional. Toda essa postura de ensinoefletiurse também na tua didtica 6a cor. ten conslderavaa preferénia individual em ela~ ‘Ho is cores (harmonia subjetiva)infomnacio de grande Importanea par oautoconhecimento do aluno Esse auto- conhecimentoseriajustamente a conscléncia da tendén= clas pessoalsdtecionades a determinadas core, revlan~ do ndo apenas o gosto subjetive do estudante, mas também suas habilidades, seu temperamentae suas limi= tagdes. ten ealizou uma pesquisa a longo dos seus cur~ ‘08 fotografando os alunos suas respectvat paletas ¢ ‘studos decores. Ese levantament revelosaeleuma nova bordagem das preferéncias cromiticas, & qual ele cha- ‘mou de timbre subjetvo. Aarte da cor ‘obra Kunst der Farbo ("A arte da cor"), publicada pela primeira ver em it, 2 maior font deinformagdes sobre & etodalogia de ten para oensino das cores, eunindo sua cexperiéncia como educador. ela, 0 autor resalta pontos importantes dos seus ensi- ramentos, entendidos por ele como descobertas intitvas, titen considera a arte de ensinar (em especial 8 educacio artista) uma grande aventura. 0 espeit aos alunos e& su subjetividade e a necessidade de estudar os contrases 10 ‘miticos por meio de exerci prtlcos com pincele tintas so para ele fundamentals ten evela, dessa manera, a empolgagio de um grande educador, preocupado néo com a propria imagem de mes ‘re 04 em transmitt sua forma de fazer ate, mas sim com vatiedade e o potercialartstico expressvo inerentes a cada aluno, Prescupade com o destravamento das forgasindivi~ duals, proewrou estabelecer una sequéncia Logica de ensi- no: primeito despertando, lbertando e consoidando aims inagdo ea habiidade eitiva; em segulda, inodurindo técnicase prsticas, para finalmentetrazer ao projetoascon- sideragBes econdmicas de mercado, ‘romando como base seu text, apontaremos em seguida ‘caracteristicas que consideramos importantes em sua ‘etodalogiadidstica © que, de alguma forma, se ligam 20 trabalho com a cor. Algumas delas foram inovadoras © 1e~ pretentam sua fileofia de ensino na Bauhaus [A vitualizagio etiativa de cenas imaginérise ou reais Item incentivouapritica da visuaizagdo maginativa, fa- tendo com que os alunos tomassem conscincia de és fases ‘no decorrer dos exercicios:experincia ~ percepedo—habi- lidade, "Primelro eu procuravaevocar [nos alunos] uma sen saglo vivida para a determinagio de um tema, pela expe- ‘éncia visual; depots, seguia-se a explicar intelectual ea ‘sua compreensio, ¢ sé entio partla-se para a execudo da tare.” Exercicios decontrastes ‘A teoria geral dos contrastes fl a base fundamental dos ensinamentos de ten, Lux e sombre, estudos de materia © tecturas, torias da forma e da cor, sito ¢ formas expressi- vas eram dscutidos,e seus efltos de contraste,execitados Ele propunba que os alunos descobrissem eenumerassem os vitios contrasts possivels: pequeno/grande, longo/curto, largofesteit, espesso/fine, preto/branco, multo/pouco, zeto/eurvo,plano/volumétice, horizontalverical, diagonal’ circular, allo/batxo, Iinear/volumévic, liso/ésper, duro! ‘maclo, parada/em movimento, leve/pesado, transparentey pace, fluido/sélido, doce/salgado, forte/faco, berrante/ suave. A percepeio dessas oposigbes, segundo ele, ampliavs vidio seniblidade dos estudantes,abrindo novas por~ tas deratvidade e a0 exercicio do design. Nesse contexte, ttten também apresentava o sete contrastescromatlees, que ‘mostraremes a seguit "Os alunos tinham de estudar es con ‘rastes dete foreas:experimenti-los sensvelmente, objetivé= os acionalmente, compreendé-Issinteticamente." -Acbtervagio da oposicio dos contrastes nas obras dos -velhoe mestres sta postura de estuda of velhos mestres da pintarare- mont is ligdee que o préprioItten recebera de Adolf Holzel fem sua vivencia come aluno na Academia de tuttgard. sos bal pe ich gor mes asain cba corespodent is robin 1 once ora Det tomacam cin da cae ett do pla ties expen ‘on elementos do design indicadores do potencial critivo Men identifieava otemperamentodeseus alunos ea suas vertentes expressivas pelo trabathos desenvolvidos em sala de aula, A principio dstingui ts tipos bisicos mediante andl de seus desenhos: epee pots Spe ds ar smb, ot he sar con ulate xr email. Rae de ete ado esgeminodratonee ices do ei. |] gw stor por kavsemb ates paferms, pl sa, ala cx por opr conta, ttn eer ‘poleactisc de pepe non um po tno, ‘Como veremosadiante, mais tarde ele fara 9 mesmo com «a anise das preferéncias crométicas dos estudanter. Alunos que ele chamou de impressivo-naturalists apre~ sentavam um desertho preciso nos minimos detalhes, re~ sultado de observag3o culdadosa,fsses alunos represen ‘avama natureza realisticamente, sem conteibuigdes muito ‘expressivas, Os construtivo-intelectuais construfam os ‘objetos do desenho tentando conter e geometrizar tudo de forma clara. Os espiritual-expressivaseram aqueles que se guiavam por sentimentos intuitivos, negligenciando a forma construtiva e estadando os valores tonais com eul~ dado especial snd eno de cheval ete naman Inept chjen pina upset actuate, eit ates, aalnet, num see hr ge Essex exercicios metraram claramente ten as habilida~ des limitagdes de cada aluno, conscientizando-os dos seus pontes fortes (talento) © pons faces a serem explorados ‘ aprimoradat objetvamente, Para ele, “toda forma subetiva & genuina quando cores- ponde & constituigdo temperamental do artista". ssa postura detttenepete-seno ensine das cores, quan~ do ele primeiro propée um conhecimento dos préprios gos tose tendncas para depois convidaros alunos ao tvabalho objetivo com todas as possibilidades. Aisi da cor © ensino das cores de Itten recebe uma introducSo sobre a matureza fica da cor, entendida como onda de luz (com peimento de onda). Descrove as conheeidas experiéncas de Newton, comentando rlragdo, decomposigdo da luz banca ¢ dlstinguindo mistura de luz (mistura aditiva) de mistara de pigment (subteativ). Toto co ds ne omens. ou eps. lo cons ‘ata quad cn complement comer a agente da core eleitocromético ten chara de agente da coro eolorante Cpigmento). No entanto,alerts-nos para ofato de que al agente no o prin~ cipal detenminante da cor que envergamas, pls essa 8 ad~ uit significado e conte pela percepgdohumana~ éptica ‘cerebral na qua aintensificagdo dos contrasts tern um pa pel preponderante.“O olho« a mente conseguem distinguir perceptivelmente através decomparagiowede contrast [1A concep decor € a realidade psicofisiolgica que se distin (que da realidade fsioquimica a cor."” ten quer dizer com liso que o que chamamos de cor & aquilo que distinguimos Por meio do nosso aparelho visual epsiquic e nfo equivale eh tt at ate of necessaiamente&composighoquimica do pigments, quea nossa percepeBo sofre adaptapdes por causa dos contrastes (Gelere-se aos efeitos dos contrastessimultneos), ‘Assim, ten distingueefeitocromstico de agente cromé- tico, Feito cromitica & 0 efeto que a cor tem em nds; & 8 realidade prcofisolégiea da nossa percepedo. Ao pastoaue, ‘como vimes, quando se refere ap agente cromatico ests se reportando & constituigio do pigmento, ou se, & sua reali dade fisico-quimica, titen procura contlentiay seus alunos das varlagdes que ‘uma mesma cor pode apresentar ao ser contastada com ou- mas core, mudando, multas veves drasticamente, a sua per~ cepeio. Por exemplo; um quadrado cinza claro parece mais ‘eseuro num funda branco do que num fundo preto,€ maior ro fund peto do que no branco. tu anc, omar pr mi wa, com um te ns bance leo doa de menor pruned Os bacco gu ocsandptece mas btu nc da am aie Somat {mss cas ph vrata, 0 pase eo wonton ele adguteum peta un Cnr moras tld pt at asta (lobaredaempstacnr en Ientof Ce jc Eero Oe so ri oY Sal 96) 9. stim, ten demonstia 0 feito do contraste simultineo ‘0s aus alunos econelu: “Quando agente eeito io coin idem, temos uma express discordant, indica, teal fugida ese poder dos dominios material ecrmstico que cera vibragdes eas @ dé possibilidades a0 artista de ex prestar oindinivel™. Cchama ainda a nossa atengio para a elaborapo das for~ ‘mas coltidas, ja que estas podem parecer mais excuras ou ‘mals elaas, causando a sensagdo de serem maiores os me ores, em ratio das cores dos seus panos de fundo, ‘rabalhando com a autonomia expressiva da cor ttten defende a concepgie de trabathes em que a cor de~ sempesha o papel principale para aleangar esa sensibill= dade cromitica, &preczo que artista se familiarize com a ‘mistras dos pigmentos ~ a experiéncia com a pintura 16 paraele indispensivel” cg "ones te is © 68 eee yrs pmkin ts er cm-l ete ween nnn ag ssn moa cor oe Timbre subjetive. ‘Ao estimular seus alunos a butear um eanjunto de cores into objetivo das cores hharménicas, incentivando cada um a gular-se pelo prSprio gosto, ten percebeu que estas preferéncias individuals na cexcolha das cores também revelavam qualidades dos seus temperamentos, da mesma forma que observare a expres sividade do traco em seus desenhos, As paletas de cores ela Dboradas pelos alunos tomaram-seum indieador de tempera ‘menos talentes, levando tena uiliz-las como ferramenta para orientagdo vocacional. ten chamou essas paletasindi~ Viduais de timbre aubjetivo. (timbre eubjetivo fol, sem divida, uma descoberta ge- nuina desse meste da Bauhaus, Aproximadament vinteanos tals tarde, pesquisadores na Srea da psicologia desenvel~ veriam estudos elacionando a escolha das cores com esta dos emocionais e com a astrutura da personalidade, elabo= xando testes muito semelhantes as experléncls de iten, Dots testes psicoligios que se utilizam das preferéncias crométieas como indlcadores da estrutura emocional da pe sonalidade surgiram quase simultaneamente na Suiga. Um Adele fot erlado peo sug Max Pister em 1946 ¢ Inttla-se Der Farbpyramidentest (teste da prémide de corer ‘20 outto 0 teste das cores, do doutor Max Lsche (947). ses testes foram amplamente aplicados,e sua eficicia fol ‘comprovada,sendo utiliza atéhojeem viros paises como ausilio ne diagnéstic clinio.* CO relate a seguir, a respeito da percepgio de um timbre subjetivo nas concepeSes de harmonia cromtica dos seus alunos, demonstra o valor que Itt atribuiu a0 reconheci- ‘mento dessa caracerstica individual expressive. Antecipou~ se, como vimos, até mesmo & peicologla na identifieagio de {atorespsicoligieas que levam A preferéncia por certas eo et © &rejeigdo de outas requ can ema pa coca demon r= aint caida epenamopinerstnas vias an earth god iar xpardac o ce,cint S ss sceneiadeda or Sump llr da plat ricco pic sem eng sn area coves pom secon, ‘pre cote ven nd advent pala oo dquo aj pose te ode pment asec vine ‘eet yee arc ange femme" os ert, © me po ‘tae rie wrt tpt inp se rc ssi che pot fat eens pete is creel wm ie ‘pune stron rr sia tmp ea Shc ea om vm inet Ses to ee (trea tan cn cmplenentas ou cambet gt a amas om er eto 2 armen pd eb ros, pee dt ‘1s com al rate pt, ues, amare marom-ecu, ot, podend tb er mate ronan nde ve we ome eae ace do ‘ot ob. Tepe com nade corm ete mi abagene, estes een rote combine sbiiva ogo re Sinn quent: evca eo mundi orn hs vem amare aa. como vein tad stat dem er, eco pee es etme crodenemet, Novmeuelcedecorbjea desc geenioapnzacohs sa fotuoe de mati, masta a tumanio ea tea esi pte eda cacti. lpm seta tds as lapel seg minder odode ema esti gus inves enum e dg aa decor grat€ om betel: ene, en ie «pds quo Intepentn, de nhc Os dice dee io to oc edema plutei deetacor abet, ema cana ete linden, mo aor ene aor pss” "ns nT A of ir Sle op an beeen Em ala de aula tive a oportunidade de confirmar mt~ tas das afirmages de Iohannes itten, com vlacBo 8s cores subjetivas.Aseguir,veja as imagens de alguns dos meus ak~ nos do curs Profetando com a cor, na sua maiona arqultetos, sao lado de suas rspectivas composigdes cromstics. Co exerci, inpitado na didtica de Iten, que normal= mente proponho aos estudantes no inicio do curso, torna-se tum excelente ponto de partida para conscientzicls de qu ‘todos temas gostos¢ faxemos astociagdes muite pessoas centre as cores que nos parecem harménicas Esse pequeno cexerceio most ‘nos apenas & ponta de um Iceberg ~ por ‘ude das nosas preferénclassubjetivas hd uma enorme quan tidade de informagdes que trazemos em nossa psique: n= fluéncias culturais, regionals, assoclagdes consclentes € Hoje, conforme demonstraram os estudos de Pfister € ache, ent outros pesquisadores da ére da psicolog sabemos que a preferénia por determinadas cores revela rnuito sobre nosso estado de dnimo, que pode ou mio se telacionar @ um momento pelo qual passemes, indicando predisposigdes e comportamentos. ‘Aides cental do exerccio, no curs, no dissecar estas {nflugnelas ou conhecerotemperemento dos alunos, mas sim torné-losconsclentes de que podemos ter preferéncias muito diferentes das dos nossoscolega , principalment, das dos nossos clientes —ususrios dos ambiente e dos produtos que projetamos Ajudo-nos também a perceber nostasHimitapser «e preconcetos em rlagio a determinadas cores e combina ‘6es, 0 que pode nos impelira ousarem diregdes desconhe~ cidas, que seviam em geralxjeltadas, muites vevesincons- clentemente ‘quando hi tempo para estender 0 exercicio, vecomendo 20s alunos a elaboragdo de uma composigic com as cores de {que menos gostam, ox com aquelas cores que julgam no ‘commbinar. resultado vem multas veres surpreendé-los com associges de cores inusitadas, que, em dima insténcla, ‘podem ser ites em stoagées especifcas paraten, trabalho deuma desussestudantes, que apre- sentara uma combinagdo de cores fortes ressaltadas pelo contaste com tons muito escuro, revelava “uma multl= plicidade de tons ditinguvels, sugerindo uma personall~ dade concentrada e ousada, com sentimentos intensos".” para essa estudante, ele via a necessdade de serem sugeri- do teas que ampliasemn sua capacidade de trabalhar com fortes contastes, como anoite, luz mum quarto eseure, uma tempestade de outono, um entero e a tristera.“Seus stu dos da naturena deve er felts com carvdo macio, 04 pig mento pretos e brances, som delineagio geométrica."* No caso de outraestudante, em que o trabalho revelave & predomindncia de contrases de matiz (véras cores itensas ‘bem dstntas), os temas mais apropriados seam, segun- do ee, a primavera, ojardim de infincia, um hatizado, um festival de flores claras, um Jardim com 0 sol da man, su evindo que “temas naturals deveriam ser colordos, sem contrasesclaro-escuros". sa temitica individual noe execiciosevitava impor a mesma fig padrio a todos os alunos, pois tien acredita- va que, ao oferecer um tema bem enquadrade no universo subjetvo do aluno, este seria eapar de descobrir intuitive ‘mente as solugdes adequadas, o que certamenteestimularia seu crescimento como artista Entetanto,descobrir eexploraro timbre subjeivoera para Iiten apenas parte dos seus ensinamentos sobre as cores, Depois da prtica dos exerccios que estimulavam as prefe~ nciascrométicas dos esudantes,Iten partia para um con- ‘ido mas objetivo, envlvendo aexploragio de formas ele~ smentares, cores e contrasts, Nese momento, alguns alunos enfrentavam a dificuldade de experimentar contastes que nao farm parte das suas concordncas subjetivas Para suplantaraslimitagées do gosto subjetivo,Iten su- gets exerccios objetivos para o econhecimento de situs es especifieas por meio das core, Um deles tinha como ‘ema representar as combinapées cromaticas das quatro es~ tagdes do ano. ttten deseavolve um estudo sobre ese tema com arepre~ sentagdo objetiva das cores das quatro ertagées do ano (pri~ ravers, vero, outono ¢ Invern). 0 intuto desse exemplo xa mostra 4 alunos que acor deve ser aplicada deforma ‘bjetiva quando se faz necesita a transmissdo de uma men ragem comum a todos os homens. Ele observa que munca “lguém se equivocou a0 interpretar sua representagdo das ‘quatro estagies, pois eada paleta guiou-se pelo reconheci- ‘mento rivers, e do pelo seu timbre subjetive, to 0 le~ vou a conclu que, acima de todos 0s gostos pestouis, 3¢ sustenta uma capacidade de julgamento mais elevada no homer, passivel de se eomprovadae posicionada acima do sentiment individual. Para tien: Ite pene Bem rictado bea re chim ie rptrisdade soir pe aarti teal doe dein sine xin egndn peo gse ed edstadant pia detmalowedasno# pie plseniveie. gore tee a pipet grarcom tasers dears cies Tp ores ots alia dina oe, Seguindo este racieenlo, ten identifica teés diferentes atitudes com relagio ao problema da cor nos pintors: quando, nio encontrando uma coloragio (subjetiva) pré= pila, 0s pintores compe de acordo com seus professes ‘ou seguindo tendéncias de modismos: 2. quando pintam em ‘conformidade com seu timbre pestoal (mesmo 20 muda © tema, a expressio eromética de suas pintures permanece & ‘esma)~ pintores chamads por ele de originals; 3. quando sua attude 6a de fazer uso de considerogbes objetivas ~ os chamados artistas universlists. ads uma dens compose unveil daca coms eam x pues pt es gp enpaesial quee ‘snd psa coped cl tao eS acts (0 univerealistas so, segundo rite, aqueles preocupa- dos com a compreensdo universal de seus trabalho conclu que, emborao timbre subjetive seja uma chave para o conheclmenta do indviduo, vevelando muito a ves- ‘rite do seu modo de pensar, sentir e agi, néo éauficiente para a solugio de todos 0s problemas relatvos cor, “0 co hecimento dos principle obetvos €essenclal paa acoreta avaliagio euso das core."* Harmonia: concordincla das cores ‘Aharmonia cromitica &,paraliten a avallagio do feito da |ustaposigdo de duas ou mais cores. Ao propor experimentos com as combinapies de cores subjetivas ele concluix que os {ndlviduos dferem no seu julgamento de harmon Conceites populares de harmonia demonstraram atten a preferéncia por combinagdes que néo apresentam contras~ tes fortes, como as combinages de tons anlogos(porexem- plo azuis e verdes) ou também quando um conjunte deco es diferentes apresenta o mesmo valor de claridade (cores claras ou tons paste. tien defende a necesidade de uma mudanga de enfoque com relagdo bs combinagées cromiticas, passondo de ums abordagem subjetiva para a objetiva, amo et, ze ame on cna ipa rere uma ela advan dv ou tT pga so eine pecatsen tos bei. sade beta pum pene abita ‘Aharmonia objtive, para tien, deve buscar a stisfogo do olho humano, evitando que este produza (tstologica- ‘mente/ilusorlamente) as cores que esto faltando na com- posigdo. Assim ele descreve seu conceito de harmonia [tne npn biog snd fas Un ame do te oe sco ited a Hath pbm mls peta do sete dries Secret cen tp panmie ind eri, elo ihe lio, ver, ce pine emu gute veal, Slo pn coronene te Nl nf et i cla me nt cenade rn oi nei en ug meee sn po ine minis nung ae ga ema gu 3 ue seolharmosfxamente para um quadrado verde por cerca de um minuto, uma borda vermelha ou résea comegard parecer a seu edo. Tranaferindo nosso clhac para um fondo prance ou einza, veremos um “antasma” do quadrado ver~ de: umm quadrado téee0 ou vermelho. Esse efeto ihsbrio & conhecido come pos-lmagem. © > » ‘charnamos de pés-imagem ou contrastesucessvo 20 fe- sémeno de lus de dptica que ocone em razdo da estat a.do nosso aparlho vieual, Dizemos que o olho humano & ‘tierométic, porque possui ts pas declulasfotessensiveis ‘pavaa percepede das cores, conhecidas por cones; por causa {Chinas po eva ent tnt we cl Wenn ian tat i aman ps coy i Te tte sce een bare vo hm meee ison a isso, somos aptos Identifier as ts cores primis em uz e emplgmento.” (Quand estimulamos apenas um tipo de cone por deter- ‘minado tempo, ocore uma expécle de satrapio, c2usando «a tensapio de envergarmos a cor complementar. & cor que llusoriamente vemos no fenémenoda pés-imagem seri sem= ‘re a cor complementar aquela observada. A cor comple= mentar é, rosso modo, a soma das cores que faltam 3 cor ‘observada para completa o quadio das és primétias, "No exemplo anterior, o saturarmes nossa visio como ver~ de (comespondente &mistura das duas priméras azul eama~ rele), teremos como sensagio de pés-imagem 0 vermetho ‘nals preceamente 0 vermelho-réseo 0u magenta). Nesse caso, 0 vermelho & cor priméila necesiria para completar 25 és (emu, amarelae vermelho), se fendmeno da pés-imagem manifsta-se para qual~ quer cor, sempre causando a sensagdo de que enxergamos a cor complementar, Vea, na figura to, exemplos decorescom- plementares, com a indicagdo das suas rspectivas competi (es, resltand semprena presenga das tds cores priméties, ses efeitos iluséris da pés-imagem per visio intensiticar os contastes. Ao observarmos uma cor 0 Jado do sou tom complements, ambos nos parecern mals ‘brants, Trta-se do mesmo efit; no entanto, por ocorer bleacher Meecha) © er te simultaneamente entre ambas as cates, passamos a deno- sminé-locontrate simultineo, atten discone, agora, sobre esse tipo de contaste lem pane eiscum ead len mama es “cor pra de mae bebo. No verte «cna pet i sve 0 olsun, ena amanda, dessvolce ass do cnr sta cre pase 0s comple ‘eat eee et gn ao conta sims [3A cnn oat seta ics mage que oo ic eet enables” ‘como podemos perceber, as fontes de Iten para 0 con tode harmonia cromatica provém da fisilogia da visio, Ele fz referéncia ao fsiologista Ewald Hering compara as definigdes de harmonla defendidas por Goethe e Ostwald ‘ie, he a oe boe pee nde il ‘cere Gatos da conea0 compra mena cable ‘Aharmonla define-se para tte como um estado de equi- libro pricoisoldgico, Para suscitar este estado, a totlida~ de rométicase faz necessvi, Em delesa dessa posigdo, ten aponta para a descrgio de Hering de uma situagio de equi brio para o apatelho visual. 0 cinza meédio &0 inico tom «que ni incta nortos ols aera ilusdes de Spica, eendo, assim, uma cor que provoca sensagdo de equilibro, Em sin- tese, toda composigio de cores cuja mistra produza a anu lagdo de seus maties,aleangando um cinza médio, repre~ senta uma compasigieharménica. Pode-tealeangacessecinza smédio a partir da mistura do branco e do pret, assim como a particda mistora de core complementares ou das téspri= smérias (azul, amarelo e magenta) sem esquecer que, 20 1isturarmos as cores complementares, estamos na verdade aisturando as Wé cores primislas (azul e laranjas30 com plementarese correspondem i cor priméria azul e mlstura as outs duss primdrias: magenta amarelo = laanja)."A satisagéo do oho requer essa totalidade,e lho fice ‘em equllibrio harménico."* ciscolocrométieo:instrumente indispensivel a artista Ite considera aelaborago do circle eromtico um pon to de partide para todo trabalho com a cor, pols é por sua construpio, misturando os pigmentos das cores primis (omarele, magenta e azu), que entendemose clasiicamos scores A dsposlgdo das cores no perimetio do circulo deve obedecer ao principio de complementaridade, o sea, a8, cores diametralmente opostas dever ser complementaes ~ ‘que 6 varfica pelo resultado da sua mistua: o cinza, ou pela pritica da pés-imagem, ara a formagdo do eiteulocromitio de doze cores, co- ‘megando pelos primérias, en advert sobre a necessidade de distingdo da purera das trés cores priméras: 1 taps com vio ml poe ere erm que so oda am ama; smo qu eo serene wm aed ums qui weed nem are, eels cases pte vase odo = tm babar ac cela ome 3 bse md ‘et ode pt ni pa 1osso por de discermimento para as cores exige, alm de uma visio “normal”, uma considerivel vivéncia com a ‘experiéncia de misture de pigmentos. Para distingulmos um ru] primérlo de um azul que contém outos pigmentos em sua mistura 6 preciso testé-lo, vetted te ele, ao mist ‘arse com oamarel, produz verdes-vivos da mesma forma ‘que produsroxos-vivos ao mistuar-se com 0 magenta (ou vermalho primévo) ‘era oa ire com am) oo de te i i tron Hr, en ee ten ecomenda um procedimento em etapas para acon ‘yugdo do seu ctcule eramético de doze cores, num mort= mento de dentro para fora. Comepa por localiza as cores priméras nos tas teingulos centre, devendo elas preen~ cher também os espaposindicados por seus vities no pet ‘metro do circu, As tés cores secundarias(aranja, 030 verde) devern ser obtidas, cada qual, pela misturo de duas primiras, eocupam os tridngulos extemos, conforme obser~ ‘vamos na figura 12, As terlévias si failmenteobtidas pela ‘mista das suas virinha, completando os expagos livres no perimetvo do eeulo. Ccombinagées harménicas portent, para ten das ou mals cores so mutuamente harménicas se suas misuras produzem um cineaneutro, tHe pereebeu que, 80 estabelecer determinadas relacées centre as cores do circle eromstic, era postive aindicagdo de combinagées harmnicas emo magne vs gel sogud asst pes compete fla Made ee ot forma tage lito one hel de cae eo atk ue om goaded nyo sean ames 1 as combo bandas pede ar de ives eras, Hae rods tsogls equi sd gating tings yo se ease ulqa ytd” Ot AVI @ a S/ pn, users etek Ccombinagdes expressivas hs outas combinapSes de cores cujasmisturas mo resul= tam no elnta médlo podem ser expressivas para Iten, 08 Aiscordantes.Dessa maneina, ele avala as grandes obras da pintua que fogem aoconcelto das combinagdesharméniess, no sentido aqui definido: undeterred composi o> mca ris se amine undef dan "ste Rae si ele ncaa de me euica soiado ae [Ateoria dor sete contrastes crométicos tnten adota para sua ditica das cores o sete tipos de contaste aprendidos nas aulas de Holze, Esees contrastes einem uma sie de felagBes entre as cores diseutidas por ‘outros teéicos como Goethe, Bezold eChevewl ‘uma abordegem dos contrastescromiticos come essa vit rina ao enconto de sua teoria geral dos contrastes, como 6 ims. Para ele, os contastes ocorrem “quando diferencas distntss podem sec peteebidas entre dos efeitos compars~

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