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Curso de Arquitetura e Urbanismo I UFOP

A R Q 1 1 4 - To p o g r a f i a e D e s e n h o To p o g r á f i c o

Topografia:
conceitos e aplicações na Arquitetura e no
Urbanismo

Profa. Dra. Giselle O. Mascarenhas


O que é topografia?
O que é topografia?

Origem grega, em que:

TOPOS= LUGAR

GRAPHEN= DESCRIÇÃO
O que é topografia?

É uma ciência que trata de descrever um espaço, ou seja, estuda e representa

detalhadamente uma porção da superfície terrestre.


Lugar e espaço

Existe diferença entre o espaço e o lugar?


Se não existe diferença, todo espaço pode ser considerado um lugar?
Mas se ela existe entre os dois conceitos, o que os diferem?
Lugar e espaço

Existe diferença entre o espaço e o lugar?


Se não existe diferença, todo espaço pode ser considerado um lugar?
Mas se ela existe entre os dois conceitos, o que os diferem?

“o significado de espaço frequentemente se funde com o de lugar, uma


vez que as duas categorias não podem ser compreendidas uma sem a
outra. (...) o que começa como um espaço indiferenciado, transforma-se
em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor.”

O conceito de lugar
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.087/225
ATRIBUTOS:
espaciais, ambientais e humanos

Esquema gráfico para o conceito de construção estrutural do Lugar


(REIS-ALVES,2006)
Divisões

• Topologia

Planimetria
• Topometria
Altimetria

• Fotogrametria
Divisões

• Topologia = “ estudo de um espaço ” ou estudo das formas da


superfície da Terra e das leis que regem seu modelo, assim como,
trata a manipulação e utilização de plantas topográficas visando
conhecer, avaliar e projetar sobre um espaço territorial.
Divisões

• Fotogrametria = “fotografia de pequenos trechos da superfície terrestre”


para representar um plano, ou seja, para elaboração de uma carta topográfica.
Divisões

• Topometria = “medição de um espaço” ou levantamentos


topográficos através de métodos de medida de distâncias, ângulos e
diferenças de nível e a representação do relevo em plantas
topográficas. Encarrega-se, portanto, da medida das grandezas
lineares e angulares, quer seja no plano horizontal ou no plano
vertical, objetivando definir o posicionamento relativo dos pontos
topográficos
levantamento planimétrico

Realiza as projeções dos contornos de determinado objeto, que são


medidos e representados em um plano horizontal de referência. Não traz
informações sobre a altura do objeto.
levantamento altimétrico

Realiza a representação das alturas em relação a um plano horizontal. Projeção


plana que traz informações acerca do relevo do terreno levantado.
levantamento planialtimétrico
levantamento planialtimétrico
Mapa de declividade
Potencial de ocupação
A importância para o urbanismo
De acordo com a sua formação generalista, o arquiteto e urbanista está habilitado a atuar em
diversas áreas concernentes ao planejamento e execução de edificações, paisagismo e
urbanismo. A Lei Nº 12.378 estabelece genericamente 11 campos de atuação para arquitetos
e urbanistas, dentre as quais se destaca:

MEIO AMBIENTE E PLANEJAMENTO REGIONAL E URBANO


GEORREFERENCIAMENTO E TOPOGRAFIA
• Levantamento topográfico por imagem;
• Fotointerpretação;
• Georreferenciamento;
• Levantamento topográfico planialtimétrico;
• Análise de dados georreferenciados e topográficos;
• Cadastro técnico multifinalitário;
• Elaboração de Sistemas de Informações Geográficas – SIG.
Serve ao plano diretor de desenvolvimento de cidade, de uma região metropolitana,
ao sistema viário, de eletrificação, de abastecimento de água, de rede telefônica, de
escoamento de águas pluviais, de loteamentos etc.;

O sistema viário (ruas, avenidas, estradas etc.) é projetado de forma a se


adaptar ao relevo local. Além disso, a implantação dos edifícios e a própria
conformação do traçado e da disposição da cidade são diretamente
influenciados pelos acidentes geográficos (relevo).
Regiões planas, como a de Brasília, permitem um desenho urbano mais livre, já
que não existem grandes obstáculos naturais como serras e erosões.
Regiões de maior declividade exigem um estudo mais apurado das condições
topográficas e geológicas para implantação de vias e de edificações.
MORRO DA FORCA
OURO PRETO, 2022
BAIRRO TAQUARAL
OURO PRETO, 2022
RENOVAÇÃO URBANA EM SEUL, COREIA DO SUL
RIO CHEONGGYECHEON
Regiões de fundo de vale, próximas a cursos d’água exigem grande atenção. A
permeabilidade do solo é fundamental para uma correta drenagem.
A importância para a arquitetura
A topografia fornece as informações sobre:

• a área de implantação;
• descrição exata e detalhada de um lugar, determinando as dimensões, elementos
existentes (meio fios, arruamentos internos, alinhamentos de muros e cercas,
árvores, caixas de drenagem, postes, entre outros), desníveis, acidentes geográficos.
• inclui o relevo, curvas de nível, perfil longitudinal, seções transversais, cálculo de
área, pontos cotados, norte magnético, coordenadas geográficas.

Dessa forma, torna-se uma atividade fundamental tanto na etapa do projeto quanto na
execução da obra.
É possível realizar:

• Levantamento topográfico do perímetro de área urbana e rural.


• Levantamento planialtimétrico em áreas de interesses.
• Cadastramento de imóveis.
• Perfis rodoviários e de canais ou rios.
• Seções transversais.
• Quantitativos de volumes de terra.
• Acompanhamento da execução de obras.
Na fase de execução da obra, a topografia serve de instrumento técnico para evitar
erros em:
• demarcação dos limites do terreno;
• locação de nivelamento dos furos de sondagem;
• demarcação do esquadro da obra;
• locação de estacas, locação de pilares;
• nivelamento do terreno;
• acompanhamento das prumadas dos pilares;
• nivelamento dos pisos e lajes;
• marcações das áreas de lazer e jardim etc.
premissas para projeto de arquitetura

Sempre que possível, o projeto deve se adaptar ao terreno, e não o


terreno ao projeto.
Valparaíso, Chile
Valparaíso, Chile
Residencial Alto de los Pinos/ Rogelio Salmona
Bogotá- Ano 1976
premissas para projeto de arquitetura

Os vazios são tão importantes quanto as áreas construídas


Residência em São Francisco Xavier
Nitsche Arquitetos-São José dos Campos
2009-2011
Parque Vale dos Contos- Ouro Preto
premissas para projeto de arquitetura

Utilize os recursos naturais presentes no terreno e em seu entorno


Casa da Cascata- Frank Lloyd Wright, Pensilvâni-Estados Unidos-
1934
Conjunto Pedregulho, no Rio de Janeiro, de Affonso Eduardo Reidy-
1947
Acesso pelo piso intermediário, espaço público livre situado no terceiro pavimento
que viabilizou a implantação de um bloco de sete andares sem elevador. Pilotis
para uso coletivo.
premissas para projeto de arquitetura

Aproveite as intervenções existentes


Projeto amnésias topográficas II- Vazio Arquitetura: 2004
Projeto amnésias topográficas II- Vazio Arquitetura
premissas para projeto de arquitetura

Terreno plano não precisa ser sinônimo de projeto monótono


Rolex Learning Center / SANAA
Suíça-bi2004
A distribuição de usos dos espaços segue metaforicamente a lógica de ocupação dos
relevos naturais. Áreas de trabalho e biblioteca ficam em vales e planícies. As colinas têm
uso mais nômade, abrigando o refeitório e o pequeno restaurante
premissas para projeto de arquitetura

Terrenos acidentados são desafios que podem potencializar os


projetos
Casa MP –Studio Arthur Casas- Bragança Paulista
2007-2010
Projeto Pernambués, João Filgueiras Lima (Lelé)- Proposta para o PMCMV em Salvador
Residência Hélio Olga-
Marcos Acayaba/ São Paulo
Residência em Tijucopava / Marcos
Acayaba Arquitetos/ Serra do Guarujá
Ano: 1997
“O terreno, coberto pela
floresta nativa, a Mata
Atlântica, teve, além das
árvores, sua cobertura
vegetal e solo preservado. Em
continuidade a 3 tubulões, 3
pilares de concreto apoiam
a casa que, graças à sua
forma hexagonal, encaixa-se
entre as principais árvores
existentes”.

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