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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano - IFBaiano
Campus Itapetinga
Curso Técnico em Agropecuária

TOPOGRAFIA

Professora: Sebastiana Maely Saraiva

Itapetinga – 2020
SUMÁRIO

1. Introdução 01
2. Conceitos 03
3. Histórico 03
4. Finalidades 07
5. Importância e aplicações 07
6. Divisões da topografia 09
7. Avanços tecnológicos na topografia 13
8. Referencias Bibliográficas 15

1. INTRODUÇÃO

O verdadeiro nascimento da topografia veio da necessidade de o homem ter


conhecimento do meio em que vive. Este desenvolvimento ocorreu desde os primeiros
mapas elaborados por civilizações antigas, que tinham o intuito de representar o local
onde deveriam caçar ou para onde se deslocar e mais adiante com a navegação, as
guerras, ou seja, próprio instinto de sobrevivência do ser humano o levou a expansão da
topografia.
Olá, vamos iniciar esta aula com uma questão no mínimo curiosa: você já
imaginou como seria a organização de uma cidade se os donos de propriedades não
tivessem a certeza de onde começam e onde terminam as suas terras?
Pense como seria difícil para um governador trabalhar em seu estado sem saber a
sua real dimensão ou até mesmo quem de fato mora no território sob sua administração.
Veja como seria difícil para um administrador de uma fazenda ter que controlar seu
gado e não saber até que ponto ele poderia estar no pasto do vizinho. E se as fronteiras
do Brasil não estivessem definidas, como a União protegeria o seu território?
Por esses motivos, devemos ter conhecimento desta disciplina e conhecer sua
aplicabilidade. Podemos ver aplicações da Topografia nas divisões de terras
particulares, municipais, estaduais e até mesmo do país. Para nosso curso a principal
aplicação é em empreendimentos agrícolas e gestão dos recursos ambientais.
Um técnico agrícola ou técnico em meio ambiente, a partir do momento em que
vai implantar um projeto, deve conhecer os reais limites do local onde pretende
desenvolver seu trabalho, que pode ser no rural, no caso de projetos agropecuários e ou

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também no meio urbano, no caso de planejamento do uso do uso em cidades ou de
saneamento, para ter certeza que vai explorar dentro da área certa.

2. CONCEITOS

A definição de Topografia parte da própria palavra, a qual é derivada de duas


palavras gregas, sendo elas “topos” que significa lugar e “graphen” que denota
descrição, ou seja, a descrição de um lugar.
A Topografia tem por finalidade determinar o contorno, dimensão e posição
relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar em conta a curvatura
resultante da esfericidade terrestre.
A Topografia e a Geodésia caminham juntas e ambas utilizam quase que os
mesmos métodos de mapeamento e também os equipamentos, daí a facilidade de
confundirmos as mesmas. Podemos dizer que a topografia é mais restrita quando nos
referimos a dimensão da área a ser mapeada, pois esta tem por finalidade levantamentos
realizados em áreas de raio com até 30 km. Já a Geodésia tem como objetivo o
mapeamento áreas maiores dessa mesma superfície e a diferença esta ai, pois quando os
levantamentos estão relacionados a grandes porções de terra passa a influenciar as
deformações do planeta como um todo.
A topografia é a descrição mais próxima do real que podemos fazer de uma área,
sendo assim um levantamento topográfico consiste basicamente da obtenção de dados
no campo, levantamento topográfico, e posteriormente do serviço de escritório,
tratamento dos dados e desenvolvimento da planta topográfica, que vem a ser a projeção
dos dados coletados em papel.

3. HISTÓRICO

Os egípcios, os gregos, os árabes, e os romanos nos legaram instrumentos e


processos que, embora primitivos, serviam para descrever, delimitar e avaliar
propriedades rurais, com finalidades cadastrais.
Na historia da topografia é mencionada a confecção de plantas e cartas militares
e geográficas bem interessantes, organizadas nos primórdios da Topografia, ou, melhor
da chamada Geometria Aplicada. Mas somente nos últimos séculos, a topografia teve
uma orientação orgânica, passando do empirismo às bases de uma autêntica ciência,
graças ao desenvolvimento notável que tiveram a matemática e a física.
Podemos dizer que também é verdade, que apesar de pertencermos à época das
estações totais e dos GPS, sentimos um orgulho pelos nossos queridos teodolitos
analógicos.

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Retrocedendo-se ao ano de 3.000 a.C., vemos que os babilônios e os egípcios
utilizavam a corda para a medida de distâncias. Estes eram chamados de “esticadores de
cordas” (Figura 1).

Figura 1: Esticadores de corda (século XIV a. C.)

Até por volta do ano de 560 a.C. não se tem referência da existência e
construção de nova instrumentação, quando Anaximandro de Mileto, introduziu o
"Gnomon". Acredita-se que este se baseou em alguma referência dos babilônios ou
egípcios. Entre os primeiros usuários deste novo instrumento encontramos Metón, que
determinou a direção do Norte e Eratóstenes que calculou a circunferência da Terra
(Figura 2).
A "dioptra" ou plano horizontal, que servia para a medida de ângulos e do
nivelamento, tinham seu princípio em um tubo em forma de "U" com água, e que servia
para nivelar uma plataforma, podendo ainda medir os ângulos horizontais e verticais
(Figura 3).

Outros instrumentos foram sendo desenvolvidos à medida que os conhecimentos


iam evoluindo:
 Chorobate: ou primeira aproximação de um nível (Figura 4)
 Quadrante: descrito por Ptolomeu (150 a.C.) e usado até a Idade Média
(Figura 5);
 Astrolábio: pode ser considerado como antecessor do teodolito (Figura 6)
 Groma: uma cruz excêntrica, com prumadas em seus extremos, fixada a una
barra vertical, que tinha de uma espécie de alidade (Figura 7)

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Figura 3: Dioptra com disco vertical e Figura 2: Agrimensor usando o
horizontal, para medida de ângulos verticais e Gnomon
horizontais.

Figura 4: Chorobate Figura 5: Quadrante

Figura 6: Astrolábio Figura 7: Groma

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A bússola, desde sua invenção pelos chineses, até a referência em 1187 por
Alexander Neckman, com as melhorias introduzidas por Leonardo Da Vinci e
Schmalcalder, chegou a ser a precursora do teodolito (Figura 8). A tudo isso, em 1610
aparece a corrente de Agrimensor, atribuída a Aaron Rathbone (Figura 9). Em 1720 se
constrói o primeiro teodolito como tal, este vinha provido de quatro parafusos
niveladores, cuja autoria é de Jonathan Sisson (Figura 10).

Figura 8: Bússola de Pínulas Figura 9: Corrente do agrimensor

Figura 10: Prancheta

Nas últimas décadas houve um aperfeiçoamento da mecânica de precisão


introduzida nos instrumentos topográficos, devido, principalmente, aos estudos dos
engenheiros e geodesistas. Todos contribuíram eficientemente para o progresso
crescente da aplicação dos métodos desenvolvidos pela Topografia, principalmente o
extraordinário aperfeiçoamento da fotogrametria terrestre, aérea e por satélites, esta
última dominando atualmente, a maioria dos grandes levantamentos topográficos, passa
pela exatidão, presteza e custo mais reduzido de trabalho.
Os instrumentos topográficos existentes atualmente são considerados maravilhas
que a tecnologia nos oferece a cada dia, no entanto, não se podendo deixar de sentir
admiração pelos topógrafos que através dos séculos realizaram levantamentos e
medidas, com instrumentos rudimentares, chegando a resultados fantásticos.

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4. FINALIDADES

Basicamente, além de ser considerada uma ciência (quando aliada a Geodésia), a


topografia tem sua finalidade e aplicabilidade em diversas áreas de estudo como, por
exemplo, estudos e levantamentos desenvolvidos por geólogos, geofísicos, engenheiros,
arquitetos, agrônomos e etc. Isso em virtude de que tudo o que executamos em
superfície esta vinculado a como se encontra a superfície e dessa forma como devemos
representá-la em nossos trabalhos e projetos.
O homem tem necessidade de representar, graficamente e em proporções
reduzidas, uma porção da superfície da Terra, com todos os acidentes ali existentes, que
lhe pareçam importantes: acidentes naturais (montanhas, vales, rios, lagos, serras, etc.) e
artificiais (casas, estradas, divisas, povoados, pontes, etc.).
Se esta porção de superfície a representar for de tal extensão que não se
necessite considerar a forma da Terra, tal constitui o objeto da Topografia. A própria
origem (grega) do nome significa "descrição de um lugar".
Poderíamos dizer que o objetivo da Topografia é tirar "closes" (ou selfies,
talvez) da superfície da Terra. Essa imagem é, no entanto, imperfeita, pois não se
pretende "fotografar" tudo, senão aqueles acidentes julgados necessários para os fins a
que se destina a representação.
Assim a Topografia é um conjunto de métodos ou processos destinados a
representar gráfica e detalhadamente uma porção da superfície terrestre.
A topografia é a ciência que se ocupa da descrição do relevo de uma
determinada localidade, e que também pode ser entendida como a arte de representar
graficamente as características e o relevo deste tal local. Tem por finalidade o contorno,
dimensão e posição relativa de uma porção limitada da superfície terrestre, sem levar
em consideração a curva da esfera do planeta.

5. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÕES DA TOPOGRAFIA

A topografia assume relevante importância em diversas áreas da atividade


humana, como a engenharia civil e arquitetura, agricultura e meio ambiente,
planejamento urbano e delimitação de espaços.

5.1. Engenharia Civil


A topografia é parte fundamental dos projetos de engenharia e arquitetura, desde
o planejamento e locação das obras e a parte final. É essencial se ter as coordenadas da
propriedade para registro em cartório, como também, é importante que seja realizado o
levantamento topográfico, considerando todos os elementos existentes no local, tais

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como: meio fios, arruamentos, alinhamentos de muros e cercas, árvores, postes,
possíveis edificações, corpos d’agua etc. Na fase de execução da obra, a topografia
serve como suporte em diversos procedimentos, como demarcação dos limites, locação
da obra e nivelamento do terreno (terraplenagem). Em uma fase pós-obra, a topografia
pode ser ainda utilizada para fazer o controle da estrutura construída e verificar
possíveis deslocamentos, evitando danos e desmoronamentos.

5.2. Agricultura
Na agricultura a topografia é utilizada para diversos fins, como por exemplo:
cadastro de áreas cultivadas, projetos de cultura, drenagens, irrigação e etc. Ela atua nos
perfis de canais e rios, no levantamento topográfico do perímetro da área rural e no
levantamento altimétrico (levantamento que além de ser planimétrico, que descrimina
somente o perímetro e tudo o que se situa no eixo x e y, também define as posições no
plano z, ou seja, leva em consideração a altura de cada ponto).
Por tão grande importância da topografia na agricultura, sempre é necessário
fazer um prévio levantamento topográfico do lugar, nem que seja para dividir e
demarcar locais, fazer curvas de nível para plantação, ou mesmo calcular o tempo gasto
por um trator para fazer determinado trabalho em determinada quantidade de hectares,
por exemplo. Podemos então concluir, que diante da necessidade de representar todas as
dimensões de uma faixa de terra, a topografia, que é a ciência que nos torna isso
possível, oferece a sua enorme importância na exatidão das informações e se torna
essencial a todas as áreas da construção rural e outras.
A topografia é utilizada na locação planejamento das construções rurais, tais
como galpões, estábulos, silos, estradas, barragens e reservatórios de água, projetos de
irrigação e drenagem, locação de curvas de nível e outras medidas de conservação e
planejamento do uso da terra.

5.3. Meio Ambiente


Topografia ocupando posição primordial dentro da Engenharia, deve ser vista
como um item indispensável na tomada de decisões, para a realização de um
Licenciamento Ambiental para Recuperação de Áreas Degradadas, que deverá ser
apresentado, junto com o projeto a planta planialtimétrica da área, com hidrografia,
áreas de preservação permanente (APP), cercas, edificações, etc.

5.4. Outros usos da topografia


 Engenharia de Minas: levantamento e locação das jazidas, galerias e poços.
 Na Engenharia Sanitária e Urbanismo: levantamentos para execução de redes de
água e esgotos, drenagens e retificações de cursos d'água; levantamento de uma

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área para urbanização; cadastro de cidades; LINHAS DE TRANSMISSÃO DE
ENRGIA ELÉTRICA.
 Hidráulica: estudo do potencial hidráulico (batimetria); bacias de acumulação;
adutoras; canais de irrigação; controle das cheias; locação e controle do nível na
construção de barragens.
 Geologia: levantamento e demarcação de jazidas; na prospecção de galerias; na
fotogeologia (interpretação geológica baseada em aerofotogrametria).
 Portos: levantamentos hidrográficos e locações das obras portuárias; controle das
marés; estudo dos canais.
 Materiais de Construção: levantamento, avaliação e demarcação de jazidas de
diversos materiais e matérias primas.

6. DIVISÕES DA TOPOGRAFIA

6.1.Divisão clássica
Como já vimos a topografia é uma ciência que se ocupa da descrição da terra,
em uma divisão mais antiga adotada ate a década de 1970, ela pode ser divida conforme
mostra a Figura 11.

Figura 11: Divisões da Topografia

a) Topometria
Conjunto de operações em campo com aparelhos topográficos, com o objetivo
de se levantar elementos geométricos a partir de cálculos aplicados da Geometria que
garantem uma representação real do terreno em um desenho. A topometria pode ser
dividida em Planimetria ou levantamento planimétrico e altimetria ou levantamento
altimétrico:
 Levantamento Planimétrico – é aquele em que são adquiridos em campo,
leituras de ângulos e distâncias, afim de que possamos determinar pontos e
feições do terreno que serão projetados sobre um plano horizontal de referência

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através de suas coordenadas X e Y (representação bidimensional). Planimetria é
a técnica pela qual as medidas tanto angulares como lineares são reproduzidas
em um plano horizontal de referência, levando em conta apenas a locação dos
objetos da área, se assemelha à foto da área tirada de um avião. Não estarão
representados os relevos e as diferenças de níveis.

 Levantamento Altimétrico – desenvolvido a partir da tomada de ângulos e/ou


distâncias com o objetivo de determinar as feições morfométricas do terreno em
questão, estando relacionados a um plano de referência vertical ou de nível
através de suas coordenadas Z vinculadas às X e Y (representação
tridimensional), como em um perfil topográfico por exemplo. Altimetria é a
técnica pela qual as medidas são realizadas sob o ponto de vista vertical, obtendo
diferenças de níveis e ângulos verticais. Nesse tipo de levantamento se dá maior
importância ao relevo do terreno. Ainda no decorrer do curso abordaremos um
pouco de topologia, que ao se utilizar dos dados obtidos através da topometria,
estuda as formas da superfície terrestre e as leis que regem o seu formato. Tem
como principal elemento as curvas de nível.
Quando nos referimos ao conjunto de métodos e sendo assim o conjugado de
dados adquiridos (planimétricos e altimétricos), abrangemos as duas espécies de
levantamentos citados anteriormente (planimetria e altimetria) e a este é dado o nome de
planialtimetria.

b) Topologia
A partir do levantamento planialtimétrico, a topologia que se dedica ao
aprendizado e descrição morfológica das formas de superfície terrestre (se a superfície
estudada é fluvial, lacustre ou marinha, passa-se a utilizar a topobatimetria).

c) Taqueometria
Tem por finalidade o levantamento de pontos do terreno, pela resolução de
triângulos retângulos, dando origem às plantas cotada ou com curvas de nível. A sua
principal aplicação é em terrenos muito acidentados, como morros, montanhas, vales,
etc. oferece maiores vantagens em relação aos métodos topométricos, já que os
levantamentos são realizados com maior rapidez e economia. Mede indiretamente as
distancia verticais e horizontais.

d) Fotogrametria
A fotogrametria terrestre é aquela realizada por aparelhos chamados
fototeodolitos, instalados convenientemente em pontos do tere4no que fornecem

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fotografias orientadas (fotogramas) que permitem levantar com precisão suficiente os
detalhes do terreno.
A aerofotogrametria é o método de levantamento utilizado para grandes glebas
de terra. Emprega aparelhagens modernas e cada vez mais aperfeiçoadas, acopladas em
aviões e fornece fotografias orientadas da superfície da Terra, atualmente está sendo
substituída pelas fotos de satélites.
Na figura 12 temos um esquema que exemplifica aplicabilidade das divisões da
topografia.
Quando se fala em superfície da Terra, fica subentendido crosta terrestre. Isto é,
haverá necessidade de representar pontos situados não só sobre a superfície como no
seu interior (caso de minas, galerias, túneis, etc). De acordo com o que se pretenda
representar, no caso de pontos situados sobre a superfície temos a Topografia
Superficial e na subsuperfície temos a Topografia Subterrânea, sendo esta última um
caso particular da primeira.

Figura 12: esquema da aplicabilidade das divisões da topografia.

6.2. Geomática
Em uma abordagem mais atualizada temos a Geomática, que é um conjunto de
ciências cartográficas que adota uma abordagem sistemática, integrando todos os meios
utilizados para a aquisição e gerenciamento de dados espaciais, proporcionando a
compreensão necessária nas atividades de produção, coleta, armazenagem, análise,
transmissão e gerenciamento de informações espaciais relacionadas com o meio

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ambiente e com os recursos terrestres e naturais. Engloba as atividades de levantamento
de informações geográficas para o mapeamento, integrando elementos de diversas áreas
das geociências tais como: topografia, cartografia, hidrografia, geodésia, fotogrametria,
sensoriamento remoto e todas as técnicas de mapeamento digital.
Assim teremos as seguintes definições:
a) Topografia
Descrição ou delineação minuciosa de uma localidade. Configuração do relevo
de um terreno com a posição de seus acidentes naturais ou artificiais. Descrição
anatômica e minuciosa de qualquer parte do organismo humano.

b) Cartografia
Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas, e técnicas, baseado nos
resultados de observação, visando à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras
formas de expressão.

c) Geodésia
Ciência que se ocupa da determinação do tamanho e forma da Terra (geóide),
por meio de medições como triangulação, nivelamento e observações gravimétricas, e
que determina o campo gravitacional esterno da Terra.

d) Fotogrametria
Ciência aplicada, a técnica e a arte de extrair de fotografias métricas, a forma, as
dimensões e a posição dos objetos nelas contidos.

e) Sensoriamento Remoto
Técnica de obtenção de informações sobre um objeto, uma área, uma feição ou
um fenômeno no Planeta Terra, sem que haja contato físico.

f) Geoprocessamento
Tecnologia que abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação
armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados.

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7. AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA TOPOGRAFIA

O crescimento acelerado da tecnologia garantiu a geração de máquinas com


hardwares mais potentes, a automatização de processos, o aumento na quantidade de
dados coletados e equipamentos cada vez menores, mais leves e portáteis com qualidade
e alto detalhamento da área levantada.
Atualmente, novas tecnologias já são aplicadas para realizar o mapeamento de
uma porção da superfície terrestre, como, por exemplo, os drones e os lasers. A
expressão “topografia com drone” vem se tornando cada vez mais comum, porém é
importante esclarecer que o que chamamos de topografia com drones nada mais é que
um processo fotogramétrico de obtenção de informações, carecendo de um trabalho de
análise e validação do profissional para a geração de um produto cartográfico de
qualidade e precisão.
Hoje, a aerofotogrametria é a tecnologia mais usada em mapeamento de grandes
áreas, pelo fato de apresentar produtos precisos a custos relativamente baixos. Com o
advento dos drones, foi possível mapear áreas menores com um custo ainda mais baixo,
de forma mais fácil e ágil, pois esta tecnologia exige menos profissionais em campo e
menor risco durante o levantamento.
Além dos drones, o mapeamento com laser foi implantado como uma tecnologia
disruptiva no que tange a quantidade de informações coletadas, ou seja, o nível de
detalhamento. Utilizando a tecnologia LIDAR, que consiste em método de
sensoriamento remoto ativo que utiliza laser pulsado para medir distâncias, os
equipamentos a laser permitem a obtenção de informações tridimensionais acerca da
superfície terrestre com alta precisão. Essa tecnologia pode ser utilizada tanto de forma
terrestre ou embarcada em aeronaves, obtendo como produto final uma nuvem de
pontos altamente densificada que garante que o ambiente seja mapeado com um nível
de detalhamento impressionante.

7.1.O futuro da topografia e do profissional da área


Com esse turbilhão de equipamentos e ferramentas high-tech surgindo para
facilitar (e, muitas vezes, substituir) o trabalho humano, fica a pergunta: como a
topografia convencional e o trabalho do topógrafo se coloca perante tais progressos da
tecnologia?

A topografia é essencial para servir de referência e base para que essas novas
tecnologias alcancem uma precisão adequada para geração de produtos cartográficos,
por meio do acompanhamento dos processos de levantamento, da análise das
informações, e da fiscalização e validação dos dados obtidos.

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Logo, por mais que tecnologias, como drones e lasers, estejam conceitualmente
voltadas para a Fotogrametria, é difícil falar de uma área separadamente, sem levar em
consideração todas as outras ciências envolvidas no mesmo processo, ou seja, a
Topografia e a Geodésia são essenciais em um levantamento fotogramétrico, seja com
drones ou lasers, para garantir a obtenção de produtos cartográficos de alta qualidade.
Além do mais, pode haver projetos em que essas novas tecnologias nem sempre
poderão ser aplicadas, seja por permissão de uso ou acesso ao local ou pela precisão
requerida. Quando se deseja realizar um levantamento de uma galeria (topografia
subterrânea), por exemplo, não é possível, ainda, realizá-lo com drones e, mesmo que se
utilize o laser para varredura da condição do túnel, é necessário que este esteja
vinculado a uma poligonal implantada por topografia na superfície e seja feito, então, o
transporte de coordenadas. Dessa forma, a topografia convencional se mostra
extremamente relevante no apoio a essas novas tecnologias.

Contudo, a inovação não para! Então, o que podemos esperar para o futuro?
É certo que existe uma tendência de automatização dos processos de medição,
redução no tamanho dos equipamentos e aumento na resolução e detalhamento dos
levantamentos. Além disso, quando falamos especificamente sobre o futuro dos drones,
podemos esperar aeronaves com cada vez maior estabilidade e autonomia de voo e de
ação.
Sendo assim, é importante que o profissional desse setor acompanhe e se
atualize quanto às tendências e às melhores e mais modernas práticas, buscando
capacitação sobre equipamentos e softwares. É fundamental investir continuamente em
qualificação, pois, em uma profissão tão ligada à necessidade de acurácia nos dados e de
ferramentas, há riscos de se deixar cair na obsolescência. Mas não se esqueça de que
tecnologia não é tudo. Deve-se sempre levar em conta os princípios científicos que
serviram de base para o desenvolvimento tecnológico, de forma a garantir a geração de
produtos de qualidade, precisão, segurança e a satisfação do cliente.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, A. P. P. de; FREITAS, J. C. de P.; MACHADO, M. M. M. Topografia:


Fundamentos, Teoria e Prática. Instituto de Geociências da Universidade Federal de
Minas Gerais, Departamento de Cartografia. Disponível em:
http://www.csr.ufmg.br/geoprocessamento/publicacoes/Apostila%20Top1.pdf. Acesso
em: 16/02/2020.

https://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/TERESACRISTINAT
ARLEPISSARRA/resumo_aula_planimetria.pdf.

LIMA, S. F. de. Topografia. Manaus: Instituto Federal de Educação, Ciência e


Tecnologia Amazonas, Colégio Politécnico, Rede e-Tec Brasil, 2012. 1114 p.: il.

SOUSA, L. A. S. e. O futuro da Topografia: a tecnologia e o destino do profissional do


setor. Disponível em: http://geoeduc.com/2018/05/16/o-futuro-da-topografia/, acesso
em 13/02/2020.

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