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sabe, é dificílimo escrever.

mas eu escrevo mesmo assim.


eu nem sei porquê escrevo.
talvez seja meu jeito.
talvez seja você.
talvez seja eu.
talvez seja o universo inteiro,
ou só um girassol.

sabe, eu amo escrever.


não sei porquê amo.
mas amo, isso é certeza.
talvez seja isso o amor.
talvez seja como escrever.
talvez não haja um motivo.
talvez haja, sei lá.
ou sou apenas eu, querendo escrever.
ou sou apenas eu, querendo amar?

eu sinto que não há motivos para escrever.


nem motivos para amar.
mas escrevo.
e amo.
mesmo assim escrevo.
e mesmo assim eu amo.
certas coisas não precisam de motivos.
precisam?
acredito que seja isso.

eu penso o amor e a literatura,


como o coração usando o cérebro
para poder falar.
porque ele sozinho não tem capacidade.
então ele empresta um pouco da inteligência
do carinha lá de cima,
e escreve.
escreve porque ama.
e sente.
sente muito e por isso escreve.
escreve muito e por isso ama.
ama demais e por isso escreve?

já nem sei mais pra ser sincero.


sei que amo, sei que escrevo.
e isso sem precisar de motivos.
e alguém vai dizer pra eu parar.
parar de amar.
parar de escrever.
outros vão dizer pra eu amar até escrever.
outros pra eu escrever até amar.
mas eu apenas escrevo, e apenas amo.
só isso.

e acho que é isso que importa.


o que importa é eu continuar escrevendo.
continuar amando.
me importando com cada vírgula.
cada travessão.
cada reticências.
ponto de exclamação.
e interrogação.

o que importa é eu terminar o que eu comecei...

sem reticências...

você.

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