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Ciências Humanas

e Sociais Aplicadas
1º Bimestre
SUMÁRIO

GEOGRAFIA ............................................................................................. pág 01


Planejamento 1: Território e Territorialidade ...................................... pág 01
Planejamento 2: Formas de Governo .................................................. pág 08
Planejamento 3: Estratificação social e a Diversidade Étnica ........... pág 14
Planejamento 4: Causas de Migrações ........................................... pág 19

HISTÓRIA ..................................................................................................... pág 26


Planejamento 1: A ciência História e alguns de seus conceitos
fundamentais .............................................................................. pág 26
Planejamento 2: História, Tempo e Povos ....................................... pág 31
Planejamento 3: Memória Histórica, Memória Cultural, Patrimônio .... pág 36
Planejamento 4: Organizações sociais ........................................... pág 40
Planejamento 5: Relações humanas de trabalho ................................. pág 45

FILOSOFIA ............................................................................................... pág 49


Planejamento 1: Filosogia, linguagem e fake news ............................. pág 49
Planejamento 2: Filosogia, projeto de vida e ludologia ........................ pág 55
Planejamento 3: Filosogia, conflito e ludologia .................................... pág 62

SOCIOLOGIA ................................................................................................ pág 68


Planejamento 1: Saberes nas Ciências Humanas e a Questão
da Insegurança Alimentar Severa ....................................................... pág 68
Planejamento 2: Os diferentes tipos de conhecimento
- As características e diferenças entre o conhecimento sociológico
e o conhecimento de senso comum ............................................... pág 71
Planejamento 3: Grupos Sociais e socialização
- Socialização primária e secundária - Agentes socializadores .......... pág 74
Planejamento 4: Evasão Escolar e Exclusão Digital .......................... pág 77
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
ANO DE ESCOLARIDADE REFERÊNCIA ANO LETIVO
1 o ano Ensino Médio 2023
COMPONENTE CURRICULAR ÁREA DE CONHECIMENTO
Geografia Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses
processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 02 - Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o papel
geopolítico dos Estados nações.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Territorialidades e os (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de


movimentos sociais e diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e
culturais. comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a
formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de
diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados
Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos
populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as
características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS205) Analisar a produção de diferentes territorialidades em suas
dimensões culturais, econômicas, ambientais, políticas e sociais, no Brasil e
no mundo contemporâneo, com destaque para as culturas juvenis.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Território e Territorialidade
DURAÇÃO: 04 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A partir do conhecimento dos conceitos de território e territorialidade, será apresentado para os estudantes
as maneiras de identificar e localizar a ocupação do território. De maneira objetiva concebe-se o território
como sendo o espaço apropriado por relações de poder, sendo que tal apropriação inevitavelmente incorre
em transformações do espaço, conforme expõem Dallabrida & Becker (2003). As ações que desencadeiam
um espaço transformado; particularizado pelos grupos que o dominam constituem as territorialidades
deste espaço apropriado, ou seja: constituem as territorialidades do território ocupado, já que este não
mais poderá ser entendido sem as relações de poder dos grupos que lhe conferem corpo.

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Nesta primeira etapa é importante retomar então os conceitos de território em diferentes escalas do
local ao global (municípios, estados, países e continentes) com a utilização de recursos áudio visual
como por exemplo, as representações cartográficas. Nessa mesma direção retomar o conceito
de territorialidade existentes dentro dos espaços territoriais mostrados.

B) DESENVOLVIMENTO:
Quadro 01. Roteiro com ações previstas.

01. Apresentação do tema de abertura com retomada dos conceitos de território e territorialidade.
02. Apresentação de mapas sobre a localização dos territórios africanos em estudo.
03. Relacionar a origem dos africanos escravizados que vieram para o território do Brasil.
04. Mapa com a explicação sobre a divisão do continente africano entre os impérios dominantes da
época.
05. Identificar em sala de aula objetos reais ou símbolos que representam a cultura atual herdados
dos povos africanos: músicas, instrumentos musicais, máscaras, enfeites, entre outros.
06. Citar exemplos da territorialidade existente atualmente de acordo com a manifestação local ou
regional.
07. Mapear a territorialidade de uma determinada manifestação atual (livre escolha).
08. Apresentação de um vídeo sobre uma festividade relacionada ao tema em estudo: território e
territorialidades.
09. Finalizar com a atividade de pesquisa em grupo “avaliativa”.
10. Apresentação de mapas sobre a localização dos territórios africanos em estudo.
Fonte: (MARQUES, [2023])

→ 1º Momento
Para esta aula, com intuito interdisciplinar, a abordagem se encontra sobre o tópico dos
afrodescendentes brasileiros, portanto na abordagem inicial será apresentado o Mapa do continente
Africano que mostre o território dos bantos e dos sudaneses (1830) e em seguida o mapa após a
dominação e divisão da continente africano entre os grandes impérios. (Utilizando o Datashow).
Inicialmente nesse estudo dar-se ênfase aos territórios dos sudaneses e bantos na África (religião,
cultura e modo de vida). Com isso será explicado como se deu a retirada forçada desses povos dos
seus territórios, para serem escravizados no Brasil, o aspecto desses fatos tem por objetivo levar o
estudante a compreender os motivos para a formação dos quilombos e conhecer as formas de cultura
que estes povos trouxeram da África, formando assim suas territorialidades, presentes nos dias atuais.

Mapa 01: Tráfico transatlântico de povos e destinos brasileiros.

O tráfico transatlântico de africanos


escravizados, dois grandes grupos ou
grandes-povos foram trazidos para o Brasil
(Bantus e Sudaneses, que por sua vez se
configuram em diversos povos em cada
uma das duas raízes). (JUAREZ, 2014).

Fonte: (JUAREZ, [2014])

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Mapa 02: Partilha da África

Fonte: CONSULTORIA LUIZ ARNAUT, UFMG, 2020.

→ 2º Momento
Professor(a) estabeleça no decorrer deste aprendizado que as territorialidades são marcadas,
principalmente, pelos fatores históricos e culturais dos ancestrais desses povos, portanto perfaz nesta
análise a valorização das tradições existentes. Portanto para este momento surgira aos estudantes que
tragam para o ambiente da sala de aula objetos da cultura africana e afrodescendente do Brasil, como
por exemplo, máscaras, instrumentos musicais, vestimentas, símbolos que representam esses povos,
hábitos alimentares atuais, enfeites e símbolos religiosos, entre outros. (Não sendo possível a presença
destes objetos representativos em sala de aula, deve ser utilizada a internet para acessar imagens
referente ao tema. Como sugestão você poderá acessar o Portal da Cultura Afro-Brasileira pelo
endereço eletrônico - https://www.faecpr.edu.br/site/portal_afro_brasileira/1_I.php ).
Após os estudantes conhecerem um pouco mais sobre a cultura através dos objetos representativos,
você professor(a) chame a atenção deles para as territorialidades existentes em algumas regiões do
Brasil (local, regional ou mesmo nacional) que vão possibilitar aos estudantes associarem e a
identificarem, a presença Africana nas festas populares, danças, festividades, religiosidade,
alimentação, vestimentas, entre outras.
Nessa perspectiva, é importante identificar as territorialidades culturais, suas origens e influências e as
regiões que abrangem, estabelecendo também conceitos determinantes que abrangem explicações
sobre comunidade e nação, povos, permitindo fortalecer o entendimento de identidade étnica e
cultural existente na população brasileira.
Imagem 02: A Cultura Musical.
Diásporas musicais africanas no Brasil.
A pluralidade musical brasileira deve-se em larga
medida, como é bem sabido, aos contatos entre
povos de distintas procedências, e entre os
estamentos ou classes sociais a que estiveram
afetos, ocorridos ao longo dos pouco mais de
cinco séculos de história (...) DIAS, 2016.

Fonte: (MOOZYCA, [2016])

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→ 3º Momento
Ao serem identificados os territórios de origem afrodescendente, brasileiros na África, o professor (a)
passa a trabalhar com as tradições culturais locais ou regionais como datas comemorativas e demais
festividades no Brasil.
Possibilita conhecer o perfil cultural, identificado nesse aprendizado como “territorialidade”, pois
compreendem nestas manifestações populares, singularidades da cultura local. Desta forma,
demarcam-se áreas de influência da cultura ou das manifestações em estudo. Sendo estas questões
perceptíveis para o estudante, levando a compreender a origem e fatos históricos passando a valorizar
e reconhecer essas territorialidades com maior facilidade em seu cotidiano social.
Exibir para os estudantes um vídeo com apresentação de uma festa comemorativa que demonstra os
rituais, os símbolos, as músicas e danças, vestimentas e enfeites, sua origem ou história contada sobre
a comemoração. Como exemplo das festas comemorativas e regionais conhecidas:
− “Festa do Rosário do Serro Frio” em Minas Gerais.
− “Festa de Maio” ou, ainda, “Reinadinho”, Comunidade dos Arturos.
− “Dia da Consciência Negra" Parque Nacional do Quilombo dos Palmares.
− “Congada e Maracatu e o Frevo” em Pernambuco.

→ 4º Momento
Nesta etapa sobre as territorialidades o professor(a) por meio de uma questão disparadora - Quais os
espaços da juventude em nosso bairro e no município? , buscar identificar junto aos estudantes a
identificação dos espaços concebidos para a cultura juvenil da atualidade, destacando a ocupação
como forma de territorialidade, ou seja, o lugar como forma de expressões políticas, culturais,
esportistas, religiosas, comerciais, entre outras que se associam com a identificação juvenil, popular de
periferia ou não.
O território apropriado - territorialidade - representa o palco de diversos tipos de acontecimentos e
manifestações que tradicionalmente acontecem em determinados períodos, sendo assim cabem aos
próprios estudantes identificarem essas localidades cujos interesses irão estar associados com os
estilos e modo vida e tipos de lazer e entretenimento e em alguns momentos por reivindicações
sociais.
Professor(a), você poderá utilizar de ferramentas audiovisuais para proporcionar a identificação desses
lugares pelos estudantes, para que eles possam relacionar o território e territorialidade aos demais
valores atribuídos através de músicas, filmes, reportagens, imagens, apresentações de teatrais,
manifestações etc.
Exemplo: Shoppings centers, pistas de skates ou práticas esportivas, bailes funk, festas ou encontros
religiosos, passeios ecológicos, feiras culturais ou artesanais etc.
Professor(a), chame atenção dos estudantes também, para outros pontos de vista atribuídos ao
território, apresentados a seguir, e motive-os a identificarem o contexto e realizarem análises das
demais territorialidades juvenis estudadas.
Segundo Haesbaert (2004) territórios podem ser dominados ou apropriados.

(Fonte: JUVIVA, 2014)

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Já o professor Milton Santos, propõe a realização da leitura dos territórios a partir de sua luminosidade
e de sua opacidade.

(Fonte: JUVIVA, 2014)

RECURSOS:
Quadro; Pincel para quadro; Data Show; Mapas; Computador com acesso a internet; Letras de música;
Projetor; Reportagens.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Confeccionar um mapa mental destacando a localização de uma determinada influência cultural
africana no Brasil, (local, regional ou nacional), bem como suas características, principais
manifestações, crenças, valores e tradições.
Permite que cada estudante escolha qual manifestação cultural afrodescendente deseja apresentar, por
meio do mapa mental. Os estudantes durante a atividade poderão utilizar a internet em caso de
disponibilidade, livros, artigos, dentre outros, para coletarem demais informações.
Seguem exemplos:

Fonte: STUDY MAPS, ([2023])

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ATIVIDADES
1. – Com um mapa do território regional ou nacional impresso em tamanho grande (fixado em sala),
peça aos estudantes para marcarem utilizando diferentes símbolos as territorialidades as quais eles
conhecem ou possuem conhecimento.

Sendo importante o estudante contribuir com seu conhecimento, compartilhando com os demais
colegas, explicando a principal característica existente nessa territorialidade, nome, sua importância
cultural, origem etc.

Imagem 03: Mapa Brasil Unidades Federativas

− Tradição religiosa.
− Povos originários.
− Quilombolas.
− Carnaval.
− Bailes funk periferias.
− Festa de Parintins.
− Práticas esportivas.
− Surfistas.
− Skatistas.
− Feiras de Alimentação.
− Feiras artesanais.
− Jogos virtuais online.
− Festivais Folclóricos.

Fonte: IBGE, (2023)

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REFERÊNCIAS

DALLABRIDA, V.R.; BECKER, D.F. Dinâmica territorial do desenvolvimento. In: BECKER, D.F.;
WITTMANN, M.L. (orgs). Desenvolvimento regional: abordagens interdisciplinares. Santa Cruz do Sul:
EDUNISC, 2003.
DIAS, Paulo. Diásporas musicais africanas no Brasil. Moozyca. (2016), [s. l.]. Disponível em:
https://moozyca.com/artigo/diasporas-musicais-africanas-no-brasil Acesso em: 16 fev. 2023.
IBGE educa. Instituto Brasiliero de Geografia e Estatística. Mapa mudo Brasil Unidades Federativas.
Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/criancas/mapas-5.html. Acesso em: 16 fev. 2023
LEAL, Álida. DINIZ, Gerson. REIS, Juliana. Território? Afinal, que ‘bicho’ é esse? Publicado em:
JUVIVA UFMG [2014], Territórios e culturas juvenis. Belo Horizonte, Minas Gerais. Disponível em:
http://observatoriodajuventude.ufmg.br/juviva-conteudo/05-02.html#06 Acesso em: 27 fev. 2023
MAPA da Partilha da África, 2020. CONSULTORIA LUIZ ARNAUT, UFMG, 2020. Disponível
em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-4-Mapa-representando-a-partilha-da-
Africa_fig3_352135419. Acesso em: 3 mar. 2023.
MAPAS Mentais. Study Maps. (2023). [s. l.: n]. Disponível em: https://studymaps.com.br/africa/
Acesso em: 16 fev. 2023
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento de Educadores de Minas Gerais, [s.l.], 2022. Disponível
em: https://drive.google.com/file/d/1ACfeqEG-jdO1GdWHLRYW2wYhB7sEcuTi/view. Acesso em: 09
fev. 2023.
STUDY MAPS. Mapas mentais. Disponível em: https://studymaps.com.br/. Acesso em: 09 fev. 2023.
SUDANESES, O que Camarões tem a ver com o Brasil ? In: WORDPRESS. Blog do Juarez.
[s.l.], 18 jun. 2014. Disponível em: https://blogdojuarezsilva.wordpress.com/tag/sudaneses/ Acesso
em: 16 fev. 2023.

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COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir de procedimentos
epistemológicos e científicos, de modo a compreender e posicionar se criticamente com relação a
esses processos e às possíveis relações entre eles.
Competência Específica 05: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.
Competência Específica 6 Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente
e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Democracia nas Américas. (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor


argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
Estado Democrático de
ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
Direito e uso legítimo da
dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões
força.
artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos,
Democracia direta à gráficos, mapas, tabelas etc.).
democracia participativa.
(EM13CHS501) Compreender e analisar os fundamentos da ética em
diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o
poder de decisão (vontade).
(EM13CHS602) Identificar, caracterizar e relacionar a presença do
paternalismo, do autoritarismo e do populismo na política, na sociedade
e nas culturas brasileira e latino [1]americana, em períodos ditatoriais e
democráticos, com as formas de organização e de articulação das
sociedades em defesa da autonomia, da liberdade, do diálogo e da
promoção da cidadania.
(EM13CHS603) Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
(Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
experiências políticas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Formas de Governo
DURAÇÃO: 04 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A proposta desta sequência de aulas é tratar das diferentes formas de governo. O desenvolvimento do
tema tem por objetivo proporcionar aos estudantes a identificação das formas de governo atuais, cuja
análise será construída com base nos conceitos socráticos de “Formas legítimas e ilegítimas”.
Após a explicação para o estudante do tema base, o professor (a) deverá providenciar a organização
de cada forma de poder do estado em suas respectivas categorias. Cabe reforçar que o trabalho com
as temáticas tem o intuito principal de permitir aos estudantes que reconheçam os tipos de democracia
existentes do passado ao atual momento na política nacional.
Portanto, professor(a) será crucial que você explique através de momentos de exposição e com o
auxílio de equipamentos audiovisuais alguns conceitos, permitindo aos estudantes visualizarem os
cenários apresentados pelas imagens em cada forma de governo estudado. Lembrando sempre dos

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conceitos básicos para democracia representativa e democracia participativa, sendo que na
atualidade estas são predominantes na maioria dos países ocidentais.
Neste caso, os estudantes compreenderão as diferentes formas de participação do povo nos sistemas,
regimes e governos existentes, entendendo diversos fatores, que contemplam os poderes do estado
sobre o povo, como formas de equilíbrio e justiça social para a população através das formas, regimes
e sistemas de governo existentes ao longo do tempo, bem como suas principais características.
− Formas de governo: Legítimas e Ilegítimas.
− Regimes de Governo: Autoritário, democrático e totalitário.
− Sistemas de Governo: Parlamentarismo e Presidencialismo e Monarquia, entre outras.

B) DESENVOLVIMENTO:
Quadro 01. Roteiro com ações previstas.

1. Explicar os conceitos de formas de governo legítimas e ilegítimas e os seus significados.

2. Identificar na atualidade os regimes e sistemas de estado que existem ou os mais comuns.

3. Utilizar mapas para os estudantes identificarem os países e conhecer sua localização no globo.
Diferenciar os regimes políticos (democrático, republicano, autoritário, totalitário, teocrático,
4.
monárquico absolutista) com suas características.
Explicar as teorias conceituais do liberalismo/capitalista e do socialismo e suas características e o
5.
surgimento da divisão de classes mais acentuada (proletariado e burguês).
Identificar com mapas a divisão do planeta em dois blocos: o socialismo e o comunismo
6.
(bipolaridade).
7. Detalhar os motivos do fim do regime socialista e a hegemonia do capitalismo
Fonte: MARQUES, (2023)

→ 1º Momento
Utilizando um mapa político do mundo (slide) o professor(a) poderá criar uma tabela e detalhar as
formas legítimas ou ilegítimas dos países apresentados. Segue o exemplo:

SISTEMA LEGÍTIMA SISTEMA


PAÍS REGIME JUSTIFICATIVA
POLÍTICO ILEGÍTIMA ECONÔMICO
CUBA Socialista Totalitário Ilegítima Planificada
BRASIL Capitalista Rep. Presidencialista Legítima Liberal
EUA Capitalista Rep. Presidencialista Legítima Liberal
AFEGANISTÃO Totalitário Teocrático Ilegítima Oligárquico
REINO UNIDO Monarquia Parlamentarismo Legítima Capitalista
Fonte: MARQUES, (2023)

Para dar sequência na análise e discussão deste aprendizado sobre os conceitos, o professor(a) irá
retomar o assunto explanando as principais características dos sistemas estudados, principalmente do
que diz respeito à atualidade ao dar ênfase para economia em blocos e para a globalização, assim
possibilita associar diversas questões relacionadas com a geopolítica internacional.
O estudante ao conhecer as teorias econômicas liberal, socialista e comunista, passa a dimensionar as
influências capitalistas e socialistas do passado e da atualidade, com isso percebe as características de
cada regime da atualidade, como é o caso das grandes potências mundiais da atualidade (China e
Estados Unidos).
Nessa construção o professor(a) apresenta para os estudantes a base de formação da democracia dos
Estados Unidos da América, e a base de formação do governo comunista Chines, como mostrado
abaixo. Esse histórico se faz importante para compreensão dos estudantes, pois a mesma abordagem
está presente nos dias atuais, referente as maiores economias do planeta e as relações de poder
geopolítico mundial com a forma de governo.

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Estados Unidos da América possui como resultado da independência (4 de julho de 1776) a criação
da constituição que teve a formação de dois grupos distintos federalistas que pregavam o
fortalecimento do poder central e os republicanos que pregavam a autonomia dos estados. Ambos
inspirados pelos ideais iluministas tais como a liberdade de expressão, liberdade do comercial,
educação laica, pública e gratuita, igualdade de todos perante a lei, divisão dos poderes, entre outras
ideias. Observando que esses ideais surgem com a revolução francesa (1789) como liberdade,
igualdade e fraternidade.
República Popular da China após 22 anos de guerra civil em 1949 o país é unificado sendo
fundado o partido comunista chines, liderado por “Mao Tse Tung” seguindo a ideologia marxista-
leninista, o regime comunista chines passou por etapas importantes como o crescimento industrial, o
rompimento de relações com a União Soviética, a Revolução Cultural Chinesa, o livro vermelho de Mao
Tse Tung e o crescimento e abertura da economia chinesa com o mundo capitalista.
Uma boa opção para a abordagem dessas análises está na construção de um organograma junto com
os estudantes, como segue abaixo.

→ 2º Momento
Portanto ao concluírem as principais características de forma de governo e suas diferenças principais, o
professor(a) encontra novamente outro comparativo para relatar e apresentá-lo aos estudantes,
pois diante da atualidade com os avanços tecnológicos os sistemas democráticos, também possuem
como referência a situação da fragilidade da economia mundial, devido a homogeneização e
hegemonia do capitalismo proporcionada pela globalização com a intensidade das revoluções
tecnológicas, sendo assim a democracia capitalista do final do século XX aos dias atuais, promove à
atual crise ambiental do planeta, devido ao modo de vida de produção que o capitalismo proporciona.
• Capitalismo/liberalismo
− Economia de mercado livre.
− Incentivo à iniciativa privada.
− Sociedade com classes.

• Socialismo/planificada
− Economia com controle do estado.
− Não existe iniciativa privada.
− Sociedade sem classes.
Para finalizar esta etapa o professor(a) conclui com os três principais movimentos que ocorreram no
Brasil, atos a favor da democracia ligados com a cidadania e aos direitos fundamentais do cidadão.
Levando novamente o estudante a comparar as formas, sistemas e regimes passados em governos
brasileiros.
• Diretas Já. (1982)
• Constituição Cidadã (CF/1988)
• Caras Pintadas (1992)

→ 3º Momento
Compreendidas as questões determinantes para a existência da democracia, perfaz salientar a
atualidade brasileira referente aos atos antidemocráticos ocorridos em 08 de janeiro de 2023, em
função da derrota nas eleições, ou seja, o que motivou, como ocorreu, entre outros aspectos
relacionados.
Imagem 04: Atos Antidemocráticos, Brasília/2023.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL, ([2023]).

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RECURSOS:
Data Show, Mapas, Computador com acesso à internet, laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
O professor utilizando data Show ou impressão em folha apresentará para os estudantes imagens para que
possam contextualizar o momento em que foi retratada a participação popular, escrevendo a mensagem e
informação compreendida e contida sobre o fato ocorrido.

1 – Observe as duas imagens e escreva sobre o comportamento do movimento, sua mensagem e o


motivo do ato. Lembre-se de estabelecer também a relação, escrevendo a justificativa se trata de
um movimento ou antidemocrático.

Imagem 05: Movimento, Diretas já, (1982) Imagem 06: Golpe Militar, (1964)

Fonte: MEMÓRIA DA DITADURA, (2023) Fonte: ESTADÃO, (2022).

ATIVIDADES

Nesta atividade, o estudante irá completar o quadro com as características do sistema de poder do
estado brasileiro de acordo com o período histórico e as formas de governo e sistema econômico
existente, considerando o período histórico destacado.

Esta atividade deverá ser realizada em sala de aula com o auxílio de internet ou no laboratório de
informática, caso seja possível. Ela tem como intenção pedagógica permitir a identificação das
características apresentadas para as formas de governo que existiram no Brasil nos dias atuais.

1– Escrever a linha histórica das formas de governo do Brasil desde o fim da monarquia até os dias
atuais, utilizando a tabela abaixo:

PAÍS PERÍODO REGIME POLÍTICO FORMA GOVERNO SIS. ECONÔMICO

1824 Monarquia constitucional

1889 Oligarquias Agroexportador

1930 Totalitarismo

BRASIL 1946 Agroexportador

1964 Ditadura militar

1989 Capitalismo liberal

2022 República democrática


Fonte: MARQUES, (2023)

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2– Para esta atividade o estudante poderá exercer sua opinião política considerando o aprendizado sobre a
“Democracia Participativa” ou “Democracia Representativa”. Podendo aqui exercer o pensamento crítico quanto
ao regime de governo e à política exercida se “negativa ou positiva” assim como associar suas perspectivas
futuras sobre questões do poder do estado tendo como referência a própria participação, considerando-se como
um futuro eleitor.

Explique as charges abaixo e relacione a qual forma de poder está sendo exercida, democracia representativa ou
participativa, legítima ou ilegítima. Justifique sua resposta considerando os últimos acontecimentos do governo
brasileiro, (2018 a 2022).

Imagem 07: Regime político democrático. Imagem 08: Atos antidemocráticos.

Fonte: ASMETRO-SI, (2018) Fonte: BLOG DA KIKACASTRO, (2023)

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REFERÊNCIAS
ATOS golpistas em Brasília. in: BLOG DA KIKACASTRO. Portal WordPress. [s. l.]. [2023]. Disponível
em: https://kikacastro.files.wordpress.com/2023/01/willtirando.jpeg?w=680&h=&zoom=2 acesso em:
27fev. 2023
AGÊNCIA BRASIL. Empresa Brasileira de Comunicação, Portal EBC. Atos antidemocráticos, Brasília, 07
jan. 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/search?term=atos+golpistas Acesso em: 16
fev. 2023.
BRUNA, Rocha. O que é intervenção militar e quais podem ser suas consequências. Estadão
Expresso na Periferia. São Paulo, 16 mar. 2022. Disponível em:
https://expresso.estadao.com.br/naperifa/podcast-o-que-e-intervencao-militar-e-quais-podem-ser-
suas-consequencias/ Acesso em: 16 fev. 2023.
Instituto Vladimir Herzog. Panorama da Resistência. Memória da ditadura, [s. l. n.], Disponível em:
https://memoriasdaditadura.org.br/memorias/wp-content/uploads/2014/11/16-diretas-ok_passeata-
NOVA.jpg Acesso em: 16 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento de Educadores de Minas Gerais, [s.l.], 2022. Disponível
em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia
%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 09 fev. 2023.
QUEIROS, Antônio. Instituições do Sistema Político: regime político; democracia. DIAP, [s. l], 01 ago.
2018. Disponível em: https://asmetro.org.br/portalsn/2018/08/01/democracia/ Acesso em: 16 fev.
2023.

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COMPETÊNCIA

Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes


territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
Competência Específica 05: Reconhecer e combater as diversas formas de desigualdade e violência,
adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Estratificação Social no (EM13CHS402) Analisar e comparar indicadores de emprego, trabalho e


Brasil, América latina e no renda em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a
mundo. processos de estratificação e desigualdade socioeconômica.
Desigualdade econômica e (EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida,
social (miséria, pobreza e valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de
riqueza). desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos
Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas
Dinâmica populacional
individuais.
mundial, das diferenças
étnico-culturais e suas (EM13CHS503) Identificar diversas formas de violência (física, simbólica,
relações com as desigual- psicológica etc.), suas causas, significados e usos políticos, sociais e
dades sociais e precon- culturais, avaliando e propondo mecanismos para combatê-las, com
ceito. base em argumentos éticos.
Formas de preconceito e (EM13CHS504) Analisar e avaliar os impasses ético-políticos decorrentes
discriminação como resul- das transformações científicas e tecnológicas no mundo contemporâneo
tado das relações e e seus desdobramentos nas atitudes e nos valores de indivíduos, grupos
práticas sociais estabe- sociais, sociedades e culturas.
lecidas historicamente.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Estratificação social e a Diversidade Étnica
DURAÇÃO: 04 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Inicialmente o professor(a) deverá abordar o conceito de etnia e diferenciá-lo de raça, pois os dois
termos possuem significados diferentes. Desta forma os estudantes compreenderão os argumentos de
maneira positiva, sem buscar definir as características físicas humanas, como etnia.
Diante desse consenso entre os estudantes, notam-se diversas perguntas ou questões em aberto para
serem respondidas como:
• Nós somos todos iguais?
• Pertencemos a qual etnia?
• A religião e a cultura definem grupos étnicos?
• Existe uma estratificação social e econômica no Brasil, identificadas na etnia da população?
• Cor ou características sociais e físicas definem ou não, etnia? Entre outras.
Portanto, nesse momento de reflexão permita aos estudantes analisarem os grupos e as misturas
étnicas que ocorreram no Brasil. (Índios nativos, africanos e europeus), sendo esta a base de nossos
grupos étnicos.
Para reconhecer a diversidade étnica os estudantes deverão descrever quais são os principais aspectos
que identificam grupos étnicos, como o idioma ou dialeto, vestimentas, religiosidade, culinária, artes,
símbolos, músicas e danças, ou seja, as tradições culturais e aspectos sociais herdados ao longo do
tempo.
14
Para aprofundar a discussão, o(a) professor(a) poderá orientar os estudantes para que
realizem pesquisa sobre as formas de preconceito existentes na atualidade, com ênfase para questões
sociais brasileiras. Professor(a) enfatize a necessidade de combater a discriminação e preconceito
existentes na sociedade e assim buscar fortalecer a diversidade cultural, analisando com os estudantes
os direitos fundamentais - CF/88 e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

B) DESENVOLVIMENTO:

Quadro 01. Roteiro com ações previstas.

1. Abordar os principais conceitos que envolvem esta discussão.


2. Destacar a base da formação étnica do povo brasileiro.
Apresentar as principais características que garantem a um indivíduo sentir pertencente
3.
a uma determinada etnia.
Identificar demais etnias ou grupos étnicos e seus principais aspectos culturais presentes na
4.
sociedade.
Atividade em sala com apresentação das pesquisas realizadas pelos estudantes em grupo ou
5.
individual.
Interatividade, diálogo, debates, tira dúvidas, opiniões coerentes entre os estudantes
6.
protagonistas.
7. Definir conflitos étnicos, discriminação e preconceito.
Amostragem dos vídeos pelos estudantes sobre conflitos e demais situações de
8.
perseguições étnicas.
Desenvolvimento/análise da situação problema relatada/mostrada pelos estudantes através
9.
dos vídeos.
Fonte: (MARQUES, [2023])

→ 1º Momento
Para construção das compreensões dos conceitos chave, os estudantes deverão trazer vídeos
pesquisados que relatam esta diversidade étnica (reportagens, entrevistas, documentários,
apresentações culturais, manifestações populares e artes no geral, dentre outros) com o objetivo de
conhecer e reconhecer a diversidade existente em nossos territórios. Esta atividade deve ser coletiva
com no máximo 05 estudantes por grupo; o tempo máximo para os vídeos de 7 minutos para a
exibição em sala de aula.
Sobre os conflitos atuais e questões sociais presentes no cotidiano, veladas ou não veladas na
sociedade, esta abordagem busca proporcionar ao estudante a análise e reflexão sobre momentos de
tensão vivenciados pelas pessoas ou grupos que sofreram ou sofrem discriminação ou preconceito,
enraizados na sociedade.
Em ambos os tópicos apresentados, os estudantes terão a liberdade de editar filmes ou vídeos com os
trechos que desejarem identificar de acordo com a explicação compartilhada com os colegas de classe
ou podendo também produzir um vídeo contendo o tópico que escolheu para estudar referente à
diversidade étnica no Brasil e referente às formas de preconceito existentes.
Observações importantes para a sequência:
- O professor (a) pode relacionar ou sugerir temas para os estudantes pesquisarem.
- Os assuntos deverão ser sugeridos com antecedência pelos estudantes.
- Os vídeos para serem exibidos deverão ser mostrados para o professor(a) com antecedência.

15
Seguem algumas sugestões no quadro abaixo:

01. Muito além do significado https://www.youtube.com/watch?v=fboHJpPcRdE


02. O peso da palavra https://www.youtube.com/watch?v=Uee3kc-ZM7I
03. A cultura invisível https://www.youtube.com/watch?v=-U2Z127agdU
04. África política e Geografia https://www.youtube.com/watch?v=FHpQnStCr4Y
05. Os Indígenas https://www.youtube.com/watch?v=cQkA5PDow2s
06. Os Africanos https://www.youtube.com/watch?v=fGUFwFYx46s
07. Os Portugueses https://www.youtube.com/watch?v=HfaeWT6qZl0

Fonte: MARQUES, [(2023])

→ 2º Momento
Tendo definido o principal propósito de entendimento “combater as formas de preconceito”, o(a)
professor(a) deve destacar pontos importantes que irão dar base à produção e criação do material
pelos estudantes. Para isso, é recomendada a realização de uma aula expositiva com recursos
audiovisuais do qual possibilitará uma breve apresentação de estudos de casos, relacionados com a
proposta do aprendizado.
O propósito do trabalho com a temática étnica é gerar reflexões sobre a atualidade, além de promover
discussões em sala de aula entre os estudantes, tendo você professor(a) como mediador. Neste
sentido, cabe destacar as diversas situações presenciadas na atualidade, como por exemplo as formas
de violência e preconceitos (racial, religioso, cultural, social, estético, linguístico, sexual, etc.).
Dicas abaixo de alguns estudos de caso sobre diversidade étnica e formas de preconceito, acesse o
link.
− 'Não existe outra lei de reparação maior do que a de Cotas hoje', afirma Anielle Franco.
Disponível em: https://www.ceert.org.br/noticias/44818/'nao-existe-outra-lei-de-reparacao-
maior-do-que-a-de-cotas-hoje',-afirma-anielle-franco 09 fev. 2023
− “Estudantes de medicina são punidos por cantos preconceituosos”. Disponível em:
https://www.geledes.org.br/estudantes-de-medicina-sao-punidos-por-cantos-preconceituosos/
13 out. 2022
− “Pai de aluno com epilepsia vai à Justiça contra recusa de matrícula na rede particular em SP”.
Disponível em: https://www.geledes.org.br/pai-de-aluno-com-epilepsia-vai-a-justica-contra-
recusa-de-matricula-na-rede-particular-em-sp/ 11 nov. 2022
− “Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz
africana”. Disponível em: https://www.geledes.org.br/prefeito-de-duque-de-caxias-e-
investigado-por-intolerancia-religiosa-a-crencas-de-matriz-africana/ 15 jan. 2021
Outro aspecto que contempla nesta análise é referente a estratificação social brasileira, professor(a)
neste momento busque retratar esta diversidade da população de acordo com rendimento financeiro
para cada classe, podendo assim caracterizar os motivos destas diferenças de acordo com a proposta
do tópico apresentado. Nesse caso, será apresentada a pirâmide com essa estratificação sendo feita as
comparações relacionadas com a renda das classes, destacando os fatores e as pessoas que
pertencem a cada estrato - da base ao topo da pirâmide.
Portanto, a pesquisa contempla os indicadores sociais de emprego, renda, educação, saneamento
básico, saúde entre outros. Professor(a), chame a atenção para os aspectos que esteja trabalhando
com maior profundidade com os estudantes. E fique a vontade para ampliar a discussão utilizando
ainda, imagens, gráficos, reportagens sobre o tema de forma que retrate a distribuição de renda,
principais causas e consequências.

16
Imagem 01: Estratificação social 2002 à 2010. Imagem 02: Índice de renda no Brasil 2013.

Fonte: (SINTRAFESC, 2016). Fonte: (SOCIOLOGIA EM PAUTA, 2014).

Professor (a), após a análise das imagens e explicações e tira dúvidas, juntamente com os estudantes
construam a pirâmide da estratificação social brasileira de 2020 em sala de aula, dispondo dos dados
atualizados e do material necessário para confeccionar a mesma, cabem aos estudantes pesquisarem
os dados, criarem a pirâmide, e caracterizarem as classes da base ao topo. Obs: Deve ser
confeccionada uma pirâmide com uma dimensão maior para ser fixada em sala de aula ou em um
mural da escola.

RECURSOS:
Quadro, Datashow, Computador com acesso à internet, laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Com todos os estudantes participantes (turma), pede-se para fazer de forma colaborativa 01 mural
com o tema diversidade étnica.
O mural deverá ter sua dimensão maior, pois será fixado no corredor ou no pátio da escola ou em sala
de aula.
Deve ser retratado somente aspectos positivos da diversidade étnica e cultural brasileira.
O objetivo é apresentar os aspectos positivos da diversidade étnica ou cultural entre os povos do Brasil
e levar os estudantes a utilizarem da criatividade e imaginação, cooperação, protagonismo e
reconhecimento das identidades étnicas.
Para criar este mural os estudantes deverão ter disponível, folhas de tipos diferentes de papel, tintas à
base de água, pincéis, revistas e outras formas de gravuras para recortarem, demais materiais
escolares necessários.
A todo o momento o(a) professor(a) deve auxiliar os estudantes, a fim de auxiliar na construção das
compreensões deles a partir da escolha, análise e reflexão a partir das imagens, frases, gráficos,
desenhos, entre outros recursos utilizados para a elaboração dos cartazes.

ATIVIDADES
1 – Fazer uma pesquisa sobre diversidade étnica em vídeo (7 minutos no máximo) e exibir em sala
de aula “reportagens, entrevistas, documentários, apresentações culturais, manifestações populares e
artes, entre outros”. Ao final, os integrantes do grupo deverão fazer uma breve explanação sobre o
conteúdo do vídeo.
Em grupo com no máximo 05 estudantes.

2– Fazer uma pesquisa sobre formas de preconceito e discriminação em vídeo (7 minutos no


máximo) e exibir em sala de aula “reportagens, entrevistas, documentários, apresentações culturais,
manifestações populares e artes, entre outros”. Ao final, os integrantes do grupo deverão fazer uma
breve explanação sobre o conteúdo do vídeo.
Em grupo com no máximo 05 estudantes.

17
REFERÊNCIAS

A cultura invisível. Afrodescendentes. Ep3. São Paulo, 07 mar. 2017. 1 vídeo 24 min. Publicado pelo
canal BDT filmes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-U2Z127agdU Acesso: 16 fev.
2023.
África Política e Geografia. Afrodescendentes. Ep5. São Paulo, 07 mar. 2017. 1 vídeo 22 min. Publicado
pelo canal BDT filmes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FHpQnStCr4Y Acesso: 16
fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento de Educadores de Minas Gerais, [s.l.], 2022. Disponível
em: https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia
%20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 09 fev. 2023.
Muito além do significado. Afrodescentes. Ep1. São Paulo, 07 mar. 2017. 1 vídeo 22 min. Publicado
pelo canal BDT filmes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fboHJpPcRdE Acesso em:
16 fev. 2023
MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia.
Universidade Federal de São Paulo. USP. São Paulo, (2014) Disponível:
https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoes-de-
raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf Acesso: 16 fev. 2023.
OS AFRICANOS: Raízes do Brasil #3. Fundação Cultural de Joinville e Sistema Municipal de
Desenvolvimento pela Cultura. [s. l.: s. n.]. 08 nov. 2016. 1 vídeo 7 min. Publicado pelo canal
Enraizando. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fGUFwFYx46s Acesso em: 16 fev.
2023
OS INDÍGENAS: Raízes do Brasil #1. Fundação Cultural de Joinville e Sistema Municipal de
Desenvolvimento pela Cultura. [s. l.: s. n.]. 28 jan. 2016. 1 vídeo 9 min. Publicado pelo canal
Enraizando. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cQkA5PDow2s Acesso em: 16 fev.
2023
O PESO da palavra. Afrodescentes. Ep2. São Paulo, 07 mar. 2017. 1 vídeo 24 min. Publicado pelo canal
BDT filmes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Uee3kc-ZM7I Acesso em: 16 fev.
2023
OS PORTUGUESES: Raízes do Brasil #2. Fundação Cultural de Joinville e Sistema Municipal de
Desenvolvimento pela Cultura. [s. l.: s. n.]. 11 fev. 2016. 1 vídeo 5 min. Publicado pelo canal
Enraizando. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HfaeWT6qZl0 Acesso em: 16 fev.
2023
TORRES, Rodolfo. Estratificação Social. in. Wordpress. Sociologia em Pauta, [s. l. ] 29 set. 2014.
Disponível em: https://sociologiaempautaaps.wordpress.com/2014/09/27/ Acesso em: 27 fev. 20223

18
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 03: Contextualizar, analisar e avaliar criticamente as relações das sociedades
com a natureza e seus impactos econômicos e socioambientais, com vistas à proposição de soluções
que respeitem e promovam a consciência e a ética socioambiental e o consumo responsável em
âmbito local, regional, nacional e global.
Competência Específica 04: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.
Competência Específica 06: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma
consciente e qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas
ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e
responsabilidade.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Singularidades e contra- (EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das


dições encontradas nas mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
espacialidades campo-cida- mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função
de no contexto contem- de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
porâneo.
(EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território,
Fluxos naturais, sociais e fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
econômicos relacionados sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
às migrações e conflitos civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
socioespaciais, étnicos e outras.
territoriais.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
Diáspora africana e suas distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com
consequências na compo- o raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção
sição da população latino do espaço em diferentes tempos.
americana.
(EM13CHS403) Caracterizar e analisar processos próprios da
Conflitos e tensões terri- contemporaneidade, com ênfase nas transformações tecnológicas e das
toriais nacionais e inter- relações sociais e de trabalho, para propor ações que visem à superação
nacionais na contempora- de situações de opressão e violação dos Direitos Humanos.
neidade, identificando suas
(EM13CHS605) Analisar os princípios da declaração dos Direitos
causas e consequências
Humanos, recorrendo às noções de justiça, igualdade e fraternidade,
propondo ações funda-
para fundamentar a crítica à desigualdade entre indivíduos, grupos e
mentais ao exercício da
sociedades e propor ações concretas diante da desigualdade e das
cidadania.
violações desses direitos em diferentes espaços de vivência dos jovens.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Causas de Migrações
DURAÇÃO: 04 Aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Os movimentos migratórios são características dos seres humanos. Diversos acontecimentos como, por
exemplo, epidemias e guerras, dentre outras, que motivam grandes movimentações populacionais ou
mesmo de pequenos grupos. Esta sequência de aulas tem por objetivo proporcionar aos estudantes

19
reconhecerem as causas que levam ao deslocamento de pessoas ou grupos de pessoas para outras
regiões.
Inicialmente os estudantes deverão construir os conceitos para emigrantes, imigrantes, refugiados e
diáspora. Neste mesmo conjunto de saberes existem acontecimentos históricos mundiais que devem
ser pontuados pelo(a) professor(a), pois passa ser determinante a origem de alguns povos em
algumas áreas de conflitos atuais, como existe na atualidade a questão Palestina com Israel.
No caso brasileiro, a movimentação/deslocamento populacional é motivado, principalmente, por
questões econômicas ou ambientais ao longo do tempo, denominado como êxodo rural. A partir deste
entendimento os estudantes passam a caracterizar determinadas situações presentes nas maiores
cidades brasileiras, pois devido o inchaço urbano ou o alto índice demográfico existentes nas cidades,
passam a surgir diversos problemas relacionados a infraestrutura pública, condição social, moradias,
violência urbana, entre outros, encontrados na atualidade.
Portanto, faz-se necessário o estudo das migrações locais, regionais e nacionais, as características
apresentadas, os problemas enfrentados da atualidade e principalmente as consequências. Para este
estudo, professor(a) proporcione aos estudantes momentos de leitura e interpretação de mapas,
indicadores, gráficos, e demais dados oficiais que quantificam e demonstram de forma sintetizada a
realidade vivenciada pela população.

B) DESENVOLVIMENTO:
Quadro 01. Roteiro com ações previstas

01. Explicar os conceitos: emigrantes, imigrantes, migrantes, refugiados e diáspora.


02. Definir, identificar e localizar acontecimentos históricos e atuais dos fluxos de emigrantes,
imigrantes, utilizando mapas, gráficos e índices.
03. Definir, identificar e localizar acontecimentos históricos e atuais dos fluxos de refugiados e
diáspora, utilizando mapas, gráficos e indicadores.
04. Analisar os diversos motivos que levam a saída em massa de pessoas, como: políticos,
econômicos, étnicos, fenômenos naturais, conflitos ou violência.
05. Identificar e localizar os principais fluxos migratórios ocorridos no Brasil. Utilizar mapas
temáticos.
06. Definir, localizar e relacionar, os motivos das migrações brasileiras a partir da década de
1960, utilizando mapas temáticos.
07. Explicar porque as cidades estão recebendo menor fluxo migratório atualmente e tendo
maiores saídas de pessoas para o interior. Utilizar índices e dados do IBGE/IPEA/Fundação
João Pinheiro.
08. Concluir com atividade para ser feita em sala.
Fonte: (MARQUES, [2023])

Após os estudantes compreenderem os conceitos abordados sobre migrações, passam a analisar os


fatores que causam este processo, bem como suas consequências, podendo afirmarem os reais
motivos destes deslocamentos constituindo de forma coerente as análises de situações que envolvam
estes grupos.
Professor(a), se necessário, para exemplificar, traga para a discussão as questões das migrações de
venezuelanos, colombianos, haitianos que ingressaram em território nacional nesta última década,
sendo, portanto, um fator de referência para este estudo, pois os estudantes passam a entender
determinadas situações encontradas como a exploração da mão de obra, falta de moradias, acesso à
saúde, fome, entre outros aspectos da atualidade que ocorrem em algumas cidades do Brasil.
De forma expositiva esta análise de dados pode ser apresentada para os estudantes através de
gráficos, indicadores, mapas ou quadros. Podendo o(a) professor(a) utilizar data show ou
simplesmente o quadro da sala. Neste mesmo momento é fundamental apresentar para os estudantes
entidades que protegem e ajudam refugiados, da mesma maneira, orientá-los sobre as questões da
legislação brasileira e da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

20
Para definir e finalizar o tema é importante relatar a situação contrária dos fluxos migratórios nas
grandes cidades do Brasil, conhecida também como migração de retorno. Ocorrendo o mesmo com
algumas empresas, pois diversos problemas estruturais e sociais nas grandes cidades motivam a
descentralização das indústrias e fábricas para regiões do interior, sendo um processo gradual com
uma tendência de êxodo do meio urbano para o rural, de pessoas e atividades econômicas.

→ 1º Momento
Sobre o processo histórico mais conhecido podemos destacar “migrações do povo Judeu, denominada
de diáspora judaica” holocausto e antissemitismo nazista, possibilitam aos estudantes entenderem os
motivos da fuga em massa dos Judeus durante a II guerra mundial (diáspora ou refugiados). Assim
como o movimento sionista e a formação do estado de Israel. Estabelece, portanto, a leitura dos
mapas e gráficos.
Mapa 1 - Migrações do povo Judeu
Eles se distribuíram por mais de 100 países e
ainda assim conseguiram manter vivos seus
valores e tradições.

“Essa história começa com a destruição do


Templo de Salomão pelo rei Nabucodonosor,
no século 6 a.C., quando os judeus foram
levados ao cativeiro na Babilônia. E continua
até o século 20, com a dispersão e o genocídio
Fonte: (Aventuras na História, 23 out. 2017). dos judeus da Europa.” (KRAUSZ, 2017)

Outra diáspora ocorrida na história da humanidade que deve ser destacada, está relacionada com
povos que foram escravizados e retirados à força de suas regiões na África, para regiões do
continente americano.

A diáspora africana é o nome dado a um


fenômeno caracterizado pela imigração forçada de
africanos, durante o tráfico transatlântico de
escravizados.
Junto com seres humanos, nestes fluxos forçados,
embarcavam nos tumbeiros (navios negreiros)
modos de vida, culturas, práticas religiosas,
línguas e formas de organização política que
acabaram por influenciar na construção das
sociedades às quais os africanos escravizados
tiveram como destino. Estima-se que durante todo
período do tráfico negreiro, aproximadamente 11
milhões de africanos foram transportados para as
Américas, dos quais, em torno de 5 milhões
tiveram como destino o Brasil.
(Lorena Marques, 2019).
Fonte: (Para entender a historia, 02 dez. 2013).

A partir da interpretação dos mapas associados aos períodos históricos compete ao professor(a)
destacar as referências sobre a localização, distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros
dados relacionados com a análise da ocupação humana e da produção do espaço territorial e cultural
e social. Com esse mesmo propósito de leitura dos mapas perfaz a análise de dados através de
quadros ou gráficos que explica e quantifica o número de pessoas que chegaram no território
braileiro.

21
Com base nos dados apresentados por Luiz
Felipe de Alencastro, em O trato dos viventes
(2000), a quantidade de africanos
desembarcados no Brasil no período
escravista, em números aproximados, é de
4.029.800 pessoas. (Lorena Marques, 2019).
onte:
(Para entender a historia, 02 dez. 2013).

Imagem 01: Imigrantes Haitianos no Brasil. Imagem 02: Imigrantes Venezuelanos, Brasil.

Fonte: (BRASIL ESCOLA, 2023) Fonte: (AGÊNCIA BRASIL, 2022)

2º Momento
O êxodo rural é um movimento migratório de pessoas que vivem no campo e migram para as cidades
urbanizadas em busca de melhores condições de vida entre as quais pode ser destacado, ofertas de
emprego, saúde, educação, problemas sociais e ambientais como o clima, entre estes atualmente
destaca se a mecanização do campo, agronegócio, e a concentração fundiária.
Após formalizar esta base de aprendizado para os estudantes, o(a) professor(a) retoma os conceitos
a partir da análise dos gráficos, mapas e charges. Permite a participação da turma com o
levantamento de hipóteses para explicar cada imagem.

Imagem 04 - Pop Rural e Urbana no Brasil - 1950-2000 Imagem 05 – Charge

Fonte: (Instituto Claro, 20 mar. 2020)

Nesse momento o(a) professor(a) a partir da contribuição dos estudantes, poderá contextualizar e
relativizar visões dualistas entre cidade/campo, e o conjunto de características específicas e fatores
motivadores que geram à saída do homem do campo para a cidade, cabe retratar as consequências
evidenciadas na atualidade nas grandes metrópoles, tais como, falta de infraestrutura pública nas
cidades, insegurança e violência, ocupações e moradias irregulares, desemprego e o subemprego,
favelização entre outros aspectos negativos referente à migração do campo para cidade.

22
→ 3º Momento
Existem atualmente cerca de 66 milhões de pessoas consideradas como refugiadas, segundo o Alto
Comissariado de Refugiados (ACNUR). Sobre este aspecto, você professor(a) poderá explicar
através de dados oficiais as causas e os impactos que esta condição oferece para a vida humana no
planeta.
Deve ser detalhado com os estudantes que o refugiado passa a ser diferente do imigrante, pois deixa
seu país de origem por causa de suas opiniões políticas, religiosas ou por pertencer a um grupo social
perseguido.
Neste sentido, completa novamente o estudo voltando a situação explicada para ser complementada
com a interpretação de mapas, gráficos, infográficos, tabelas quantitativas e imagens.
Imagem 06 - Infográfico - Refugiados Venezuelanos no Brasil

“Dos mais de 717 mil venezuelanos que


chegaram ao Brasil desde janeiro de 2017,
quase metade (47%) resolveu ficar e viver no
país. Por meio do trabalho da Operação
Acolhida, uma força-tarefa criada em 2018
pelo governo brasileiro, com a participação de
agências das Nações Unidas e organismos
internacionais, muitos desses migrantes foram
interiorizados, ou seja, enviados para cidades
do interior do país, onde há oportunidades de
trabalho e moradia”. (Carina Dourado e
Gracielly Bittencourt, 2022).

Fonte: (Agência Brasil, 01 maio, 2022)

Nesse contexto, professor(a) permita aos estudantes diferenciarem e detalhar as migrações forçadas
e migrações incentivadas, sendo importante para eles também, identificar, caracterizar e analisar
processos da contemporaneidade sobre as migrações, com ênfase nas transformações do mundo do
trabalho, das condições sociais que estas populações se encontram, assim como formalizar
pensamentos críticos construtivos para propor ações que visem à superação de situações de opressão
e violação dos Direitos Humanos.
Para esse estudo pode ser retratado através de reportagens atualizadas sobre os movimentos
migratórios no Brasil. Como exemplo abaixo apresentação do podcast para esta aula.
Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/migrantes-e-refugiados-no-
brasil/?gclid=CjwKCAiAxvGfBhB-
EiwAMPakqlMH6_91FzE3ek99avb5W2ZgoDnmgOgCsrBouxOH7t1jbweF3toLjxoCtAkQAvD_BwE

Fonte: (POLITIZE!, 2020)

23
RECURSOS:
Quadro, Datashow, Computador com acesso à internet em sala ou laboratório de informática.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
A atividade apresentada deverá ser realizada em duplas no laboratório de informática com acesso à
internet ou em sala de aula.
O estudante deverá construir um quadro ou tabela (Excel ou Word) com as seguintes informações
sobre refugiados, para o ano de 2020. Lembrar aos estudantes colocarem a fonte da pesquisa.

Quadro 02. Refugiados no mundo 2020

País de origem Motivo da saída País de destino Ano

Venezuela Regime político, economia e fome. Brasil 2017

Fonte: (MARQUES, [2023])

Nesta atividade o(a) professor(a) avalia o conhecimento de busca e pesquisa do estudante, o


aprendizado sobre os tipos de migrações e motivos, avalia também o nível de conhecimento do
estudante diante da pesquisa com a internet, a interpretação dos dados encontrados.

É uma atividade de pesquisa sobre informação da qual permite ao professor(a) alterar os dados para
serem pesquisados, para direcionar a pesquisa o(a) professor(a) poderá informar sites oficiais se assim
desejar.

ATIVIDADES
1 – Faça a leitura e interpretação do mapa e utilizando o Excel transcreva as informações e os dados
do mapa para a construção de um gráfico que melhor se adeque a proposta das informações.

Mapa 3 - 15 Conflitos que mais causaram deslocamentos últimos 5 anos

Para esta atividade em muitos casos


os estudantes irão necessitar de auxílio
com as ferramentas do Excel, se
necessário o professor poderá deixar
um tutorial ou explicar com
antecedência como utilizar o programa
os conceitos são básicos e de fácil
compreensão.
OBS: Caso não seja possível o uso da
internet é possível elaborar no caderno
a tabela e produzir o gráfico usando
papel quadriculado.

Fonte: (Toda Matéria, BEZERRA, [2023])

24
REFERÊNCIAS
DOURADO, Carine. BITTENCOURT, Gracielly. Metade dos venezuelanos refugiados que entram no
Brasil decide ficar. Agencia Brasil. Empresa Brasileira de Comunicação, Portal EBC, Brasília, 01 mai.
2022. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2022-04/metade-dos-
venezuelanos-refugiados-que-entram-no-brasil-decide-ficar Acesso em: 16 fev. 2023.
BEZERRA, Juliana. Crise dos Refugiados no Brasil e no Mundo. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/refugiados/. Acesso em: 16 fev. 2023.
GUITARRARA, Paloma. "Imigração no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/imigracao-no-brasil.htm. Acesso em: 27 fev. 2023
MIGRANTES e refugiados no Brasil: quais os seus direitos? Politize! [s. l. n.] 14 dez. 2021. Disponível
em: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/migrantes-e-refugiados-no-
brasil/?gclid=CjwKCAiAxvGfBhB-
EiwAMPakqlMH6_91FzE3ek99avb5W2ZgoDnmgOgCsrBouxOH7t1jbweF3toLjxoCtAkQAvD_BwE Acesso
em: 27 fev. 2023
MIGRANTES e refugiados no Brasil: quais os seus direitos? Politize! [s. l. n.] 14 dez. 2021. Podcast:
https://open.spotify.com/episode/2vz94yuleREVFP117H6J4c?go=1&sp_cid=7ba6fb19c96bcda37dc35cd
de3244e5c&utm_source=embed_player_p&utm_medium=desktop&nd=1 Disponível em: Acesso em:
27 fev. 2023
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de curso: ensino médio. Escola de Formação
e desenvolvimento de educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf Acesso em: 09 fev. 2023.
PEREIRA, Thaylizze. O êxodo rural e as principais mudanças no rural-urbano. [s. l.] 20 mar. 2020.
Instituto Claro. Disponível em: https://www.institutoclaro.org.br/educacao/para-ensinar/planos-de-
aula/o-exodo-rural-e-as-principais-mudancas-no-rural-urbano/ Acesso em: 16 fev. 2023.
SOARES, Marilda. Etnias e povos africanos na formação histórico-social do Brasil. [s. l.], Para
entender a História... ISSN 2179-4111. Ano 4, Volume dez., Série 02/12, 2013, p.01-10. Publicado
em Para entender história. 02 dez. 2013. Disponível em:
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2013/12/etnias-e-povos-africanos-na-formacao.html Acesso
em: 16 fev. 2023.
SZKLARZ, Eduardo. Diáspora descubra como os Judeus se espalharam pelo mundo. [s. l.] 23 out.
2017. AH Aventuras na História 743351. Disponível em:
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/acervo/diaspora-descubra-como-judeus-se-espalharam-
pelo-mundo-743351.phtml?cpid=txt Acesso em: 16 fev. 2023.

25
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
REFERÊNCIA
2023

COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em
argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

As concepções de tempo e (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas


espaço do período de expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à
transição da Idade da Pré crítica de ideias filosóficas e processos e eventos históricos,
História para a Idade da geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
História. Historiografia:
fontes escritas, iconogra-
fia, pictóricos, artefatos
arqueológicos, etc., memó-
ria, cultura e identidade.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: A ciência História e alguns de seus conceitos fundamentais
DURAÇÃO: 04 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Análise dos objetos de conhecimento para estruturação do desenvolvimento da habilidade em questão.
Seleção de tipos textuais para conexão da habilidade com os objetos em estudo. Averiguação com a sala
de estudantes de conhecimentos e informações prévias sobre os objetos de conhecimento. Conceituar os
principais elementos dos objetos de conhecimento. Verificação do desenvolvimento da habilidade por parte
do corpo discente.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para desenvolver a habilidade (EM13CHS101), é importante fazer uma discussão utilizando perguntas
como as sugeridas abaixo. Ouça as respostas dos estudantes, anotando as diferentes respostas.
− “Quais os objetivos de estudar a área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas?”
− “Quais Componentes Curriculares compõem essa área de conhecimento?”
− “O que é História?”.
Essas indagações iniciais permitem uma sondagem dos conhecimentos prévios da turma sobre essa área do
conhecimento, além de promover uma aproximação entre colegas e professor(a).

26
Essa habilidade é fundamental nos estudos das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas uma vez que
trata das possibilidades de interpretação de um mesmo fenômeno no tempo. É muito importante que
os estudantes construam o entendimento do que é “historiografia” e dos “conceitos essenciais” da
área de Ciências Humanas: memória, cultura e identidades.
Para desenvolver e consolidar a habilidade (EM13CHS101) em sala de aula, há diversas
possibilidades de uso de recursos para tal intenção.
Você, professor(a), pode selecionar diversas fontes históricas que permeiam a ideia de tempo, espaço
e eventos e, a partir delas, discutir as ideias de memória, culturas, identidades e historiografia.

B) DESENVOLVIMENTO:
Após a conversa inicial com os estudantes sobre o que entendem por Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas, sobre o que é História, etc; apresente a seleção preliminar das fontes que serão utilizadas
pelos estudantes. A partir das fontes (textos, imagens, gravuras, pinturas, esculturas, mapas,
reportagens, vídeos, etc), serão construídas as ideias de memórias, culturas, identidades. A leitura
das fontes permite ao estudante criar a comunicação com os colegas de classe e, por meio delas,
aplicar o desenvolvimento da habilidade.
Professor(a), é importante que no desenvolvimento das aulas, você frise qual tema e conteúdo
(objetos do conhecimento), estão sendo trabalhados, para que os estudantes construam e apropriem
das discussões científicas por meio da habilidade que está sendo desenvolvida.
Uma forma producente de desenvolver plenamente a habilidade e os objetos de conhecimento é
separar uma aula para a conversa introdutória, ou seja, trabalhar o conceito de historiografia e a
ideia de tempo e espaço na transição “Pré-História” e História (vale ressaltar que a divisão da História
geralmente utilizada é eurocêntrica e não leva em consideração os processos civilizatórios dos outros
continentes).
É relevante destacar, também, que a utilização da divisão periódica europeia se deve aos processos
de colonização e imperialismo.
Nas segunda e terceira aulas, sugiro desenvolver os conceitos de memória (lembrar aos estudantes
que ”memória” não é a mesma coisa que lembrança, uma vez que esta remete a uma experiência
individual de um acontecimento. A memória é uma construção que pode ser transmitida para
gerações seguintes), culturas e identidades (nesse momento, professor[a], você pode trabalhar
com os estudantes as identidades juvenis) e, na última aula, fazer um apanhado geral para verificar
as aprendizagens desenvolvidas pela habilidade como um todo. Esses procedimentos de avaliação
podem ser desenvolvidos ao longo das aulas anteriores, tomando como base a participação e
interação da turma.

RECURSOS:
Livro didático; quadro; canetão e/ou giz; impressão de textos e imagens; transmissão de imagens e
vídeos por data show; caixas de som; computador/tablet/celular; folhas.

→ Sugestões:

Tempo e espaço:
− Divisão da História. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/divisao-da-historia/.
Acesso em: 28 mar. 2022.
− Divisões da História Geral. Disponível em:
<https://www.maisbolsas.com.br/enem/historia/divisoes-da-historia-geral. Acesso em: 28
mar. 2022.
− Estudo identifica tribo amazônica que 'não conhece conceito de tempo'. Disponível
em:<https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/05/110521_triboamazonia_tempo_pai#:
~:text=Tanto%20que%20a%20tribo%20n%C3%A3o,status%20dentro%20de%20sua%20co
munidade>. Acesso em 28 de março de 2022.
− Divisão da História. Disponível em:<https://www.todoestudo.com.br/historia/divisao-da-
historia>. Acesso em 28 de março de 2022.
27
− Mulheres Himba em supermercado na Namíbia. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/viagem/ultnot/2008/09/05/ult4466u394.jhtm>. Acesso em: 08 fev.
2023.

Memória e História:
− História e memória – uma relação na confluência entre tempo e espaço. Disponível em:
https://revistas.unilasalle.edu.br/documentos/documentos/Mouseion/Vol5/historia_memoria.p
df. Acesso em 01 de março de 2023.

Se um dos objetos centrais do estudo da memória no âmbito da teoria das representações sociais –
TRS – é discutir os sistemas de representações em que o tempo aparece como categoria
organizadora do conhecimento, seja para estabelecer uma ordem que “possibilite aos indivíduos
orientarem a si mesmos e controlar o mundo social em que vivem; seja para facilitar a comunicação
entre os membros de uma comunidade, provendo-os de um código para nomear e classificar os
diversos aspectos de seu mundo e de sua história individual e grupal” (VALENCIA, 2005, p. 114),
espera-se que a TRS tenha um diálogo constante com perspectivas que pretendem dar conta desses
processos, como é o caso, por exemplo, da história,1 entendida aqui tanto no sentido do que ocorreu
como no de conhecimento do ocorrido, de modo a restituí-lo de maneira inteligível, por meio de
formas argumentativas, de acordo com o espaço de experiência e horizonte de expectativa de uma
dada época.
História, memória e representações sociais: por uma abordagem crítica e interdisciplinar. Disponível
em:https://www.scielo.br/j/cp/a/N48GkzwvvcKTVBYC64M6Bcx/?format=pdf&lang=pt.

Historiografia:
− Historiografia e Linha do tempo. Disponível em: https://app.planejativo.com/ver-
aula/506/material-de-apoio/resumo/historia-geral/historiografia-e-linha-do-
tempo#:~:text=%C3%89%20o%20caso%2C%20por%20exemplo,ou%20inglesa%E2%80%
9D%2C%20entre%20outras.& text=Linha%20do%20
tempo%20%C3%A9%20uma,ao%20longo%20da%20hist%C3%B3ria%20humana.

(Nessa fonte é possível destacar e trabalhar com as diferentes correntes historiográficas).

− Vídeo: Aula de História: Historiografia. Disponível


em:<https://www.youtube.com/watch?v=W1vru6Is_xI>.

Imagens sobre os conceitos de Memória, Culturas e Identidades:

− Memoria histórica según el participante LR-2.Disponível


em:https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Memoria-historica-segun-el-participante-LR-
2_fig9_344178012.

Para o conceito de cultura, selecionar as imagens que julgar mais pertinentes por meio de pesquisa
em sítios de busca usando as expressões: cultura, diversidade cultural, patrimônio cultural.

− Conceito de cultura: O que é Cultura. Disponível em:


https://www.significados.com.br/cultura/.
− Conceito de identidade: Significado de Identidade. Disponível em:
https://www.significados.com.br/identidade/.

(Conceito de Identidade pessoal por Zygmunt Bauman).

− Vídeo: Zygmunt Bauman - Identidade pessoal. Disponível


em:https://www.youtube.com/watch?v=sMaWuh6nw3g.

28
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), os procedimentos de avaliação são as formas utilizadas para mensurar os avanços
humanos e propedêuticos dos estudantes. Ao utilizar essa sequência didática, entenda que foi
pensado que, no decorrer das aulas, sejam utilizados recursos orais, visuais e impressos que
dialoguem com os objetos de conhecimentos escolhidos como ferramentas para o desenvolvimento
das habilidades e competências selecionadas. Nesse sequenciamento de aulas, busque o diálogo com
a turma para levantar os conhecimentos e informações prévias dos(as) estudantes; solicite o registro,
pelos(as) discentes, de todas as informações que considerarem relevantes; desenvolva com a turma
os principais conceitos do objeto de conhecimento selecionado e, por fim, solicite que a turma de
estudantes registre seus entendimentos sobre todas as discussões e fontes trabalhadas.

ATIVIDADES
1 – A importância da História
A História é importante em nossas vidas porque nos revela o que aconteceu no passado. Desde o
surgimento, passando pela pré-história e evoluindo a cada período, atravessando do paleolítico à
idade contemporânea, o homem obteve várias conquistas e hoje ele continua crescendo cada vez
mais.
O passado nos revela coisas que não sabíamos e nos explica o porquê de tudo o que acontece nos
dias atuais. Pois o presente tem uma forte ligação com o passado e isso nos revelará o futuro. Mas é
claro que ninguém possui uma bola de cristal para poder saber o que irá acontecer. Porém, a história,
em relação ao que aconteceu, nos possibilita prever o que pode acontecer pelo simples fato da
"demonstração da linha do tempo".
Enfim, a história, para alguns, pode ser uma coisa tola, sem sentido ou uma coisa simples. Mas, para
nós, estudantes, representa um conhecimento essencial, para que com o tempo possamos entender
certos fatos e com isso podemos evoluir assim como o "homem" evoluiu.

Fonte: A importância da História. Disponível em:


https://www.recantodasletras.com.br/redacoes/2175537. Acesso em 28 de março de 2022.

Segundo o texto, a História é extremamente importante, pois:

a) nos revela coisas que não sabíamos e nos explica o porquê de tudo o que acontece nos dias
atuais.
b) o presente tem uma forte ligação com o passado e isso nos revelará o futuro.
c) nos possibilita prever o que pode acontecer pelo simples fato da "demonstração da linha do
tempo".
d) para alguns, pode ser uma coisa tola, sem sentido ou uma coisa simples.

2 – A atuação em sala de aula, enquanto professor de História, levou-nos ao entendimento de que os


estudantes concebem de forma mais satisfatória os debates sobre a temporalidade a partir da relação
passado/presente. Neste aspecto, entendemos que as “experiências do tempo” contribuem para dar
inteligibilidade ao processo histórico. Como destaca Hartog (2014), essa relação atua como um
“regime de historicidade”, que permite ao historiador um questionamento sobre nossas relações com
o tempo, “instaurando um vaivém entre o presente e o passado, ou melhor, passados, eventualmente
bem distanciados, tanto no tempo quanto no espaço” (HARTOG, 2014, p. 37). Este processo de
reflexão sobre as diferentes temporalidades sugere ao estudante “desnaturalizar o tempo, pensá-lo
como uma construção social, cultural e narrativa feita pelos homens” (ALBUQUERQUE JR., 2016, p.
24). Portanto, é esse movimento passado/presente que permite ao estudante “pensar
historicamente” e, neste aspecto, formular um sentido para o próprio campo do conhecimento
histórico.

Pra que serve o Ensino de História? Um debate a partir da formação de professores. Disponível
em:https://rbeducacaobasica.com.br/pra-que-serve-o-ensino-de-historia-um-debate-a-partir-da-formacao-de-professores/.
Acesso em 28 de março de 2022.

29
Segundo o texto, ao ensinar História, o/a professor/a estimula que os/as estudantes/as:

a) reflitam sobre a linha contínua entre passado-presente-futuro.


b) vivenciem o passado (ou passados) sem relacioná-lo(s) com o presente.
c) pensem historicamente a relação entre presente e futuro.
d) entendam a História como um processo de construção social e cultural de tempo não linear.

3 – O que é Historiografia:

A historiografia é o estudo de como a história é escrita e como nossa compreensão histórica muda
com o tempo. Esse estudo considera as abordagens usadas pelos historiadores e procura entender
como e por que suas teorias e interpretações diferem. Enquanto o passado em si nunca muda, a
escrita da história está sempre evoluindo. Novos historiadores exploram e interpretam o passado.

Qual a diferença entre história e historiografia?

Com suas palavras, define historiografia.

REFERÊNCIAS

BOAS, Lúcia Villas. História, memórias e representação sociais: por uma abordagem crítica e
interdisciplinar. Cadernos de Pesquisa v.45 n.156 p.244-258 abr./jun. 2015. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/cp/a/N48GkzwvvcKTVBYC64M6Bcx/?format=pdf&lang=pt>. Acesso em: 26
fev. 2022.
GONTIJO, Rebeca. O velho vaqueano: Capistrano de Abreu, da historiografia ao historiador. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Departamento de História, 2006. 323 f. Disponível
em:< https://vdocuments.com.br/gontijo-rebeca-o-velho-vaqueano.html>. Acesso em: 25 fev. 2022.
HISTORIOGRAFIA E LINHA DO TEMPO. PLANEJATIVO. 2021. Disponível em: <
https://app.planejativo.com/ver-aula/506/material-de-apoio/resumo/historia-geral/historiografia-e-
linha-do-
tempo#:~:text=%C3%89%20o%20caso%2C%20por%20exemplo,ou%20inglesa%E2%80%9D%2C%
20entre%20outras.&text=Linha%20do%20tempo%20%C3%A9%20uma,ao%20longo%20da%20hist
%C3%B3ria%20humana>. Acesso em: 26 fev. 2022.
NOVAIS, Fernando A. Aproximações: estudos de História e Historiografia. Disponível em:<
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4904672/mod_resource/content/1/Novaiscap2.pdf>. Acesso
em: 26 fev. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.

30
COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas
em argumentos e fontes de natureza científica.
Competência Específica 06: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes
posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
Identificação e análise das
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
Identidades (tribos e
históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
povos nômades) e
culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
diversidades O tempo
(etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
histórico e as diversas
narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
formas de mensurar e
lidar com o tempo em (EM13CHS603). Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
diversas culturas. (Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
Identificação das formas experiências políticas.
de registro antes da
invenção da escrita e
depois da escrita. As
diversas narrativas de
origem de todos os povos.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: História, Tempo e Povos
DURAÇÃO: 05 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Nessa sequência didática se desenvolve duas habilidades com os estudantes. As mesmas podem ser
desenvolvidas por meio dos objetos de conhecimento selecionados que versam sobre as organizações
das populações humanas, as explicações religiosas e científicas sobre a existência humana e as formas
de registros dessa espécie.
Com esse intento, o(a) professor(a) deve selecionar os recursos didáticos que melhor contemplem a
realidade material da escola e dos estudantes. Na internet, existem textos, imagens, vídeos,
etc., disponíveis para auxiliar o seu trabalho.
A proposta dessa sequência de aulas é utilizar a metodologia ativa, permitindo o protagonismo
estudantil por meio do suporte e direcionamento docente.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Para desenvolver as habilidades selecionadas, pode organizar quatro aulas sobre os objetos de
conhecimento que versam sobre a formação dos povos/etnias; sobre o conceito de tempo histórico
(mudanças e permanências dos conceitos); sobre as fontes históricas escritas e não escritas e sobre as
narrativas que buscam explicar a existência humana. Lembrando que os conceitos como
etnocentrismo, modernidade e evolução variam conforme a abordagem e o tempo histórico. Por
exemplo: a ideia de etnicidade é quase oposta, atualmente, à época do nazifascismo. Da mesma
forma, o conceito de evolução no século XIX foi deturpado para justificar ações de dominação e
espoliação de territórios inteiros.

31
Posto isso, reserve momentos para o debate em sala de aula, para a troca de experiências e para
ensinar aos estudantes que a construção do conhecimento necessita ser referendado cientificamente.
Ou seja, não existe conhecimento de opinião ou com falsas explicações, como o caso da existência de
raças humanas e de que algumas eram desenvolvidas e outras não.

B) DESENVOLVIMENTO:
Na primeira aula, professor(a), peça para que os estudantes escrevam o que eles entendem como
tempo. Solicite a alguns deles para exporem o que escreverem. Faça as devidas pontuações e/ou
correções. Apresente os diversos tipos de tempo (cronológico, cíclico, histórico, geológico, indefinido
etc. [se pode utilizar os textos selecionados nos recursos]). Na sequência professor(a, você) pode
colocar na lousa exemplos dos diferentes tipos de tempo e solicitar que a turma identifique,
corretamente, cada um deles. Por fim, nessa primeira aula, fale sobre a formação científica da espécie
humana, como se organizavam os grupos nômades e as principais transformações que permitiram o
processo de sedentarização.
Na aula seguinte (2ª), professor(a), inicie rememorando a transição das organizações humanas
permitidas pela Revolução Agrícola. Fale sobre a formação das cidades e dos governos. Nesse ponto,
para usar a metodologia ativa, solicite aos estudantes que falem sobre as formas de governo que
conhecem (democracia, teocracia, monarquia, império, ditaduras, dentre outras). Escreva-as na lousa
e depois peça que definam, oralmente, cada uma delas. Faça as intervenções que se fizerem
necessárias e peça à turma que registre um conceito para cada uma das formas de governos
existentes. Apresente o mapa disponibilizado nos recursos para versar sobre a ocupação humana do
planeta, a adequação fenotípica e demonstre como o espaço natural vai permitir o desenvolvimento
distinto de organizações políticas, sociais, econômicas e culturais. Pode ser que alguns estudantes
questionem a ideia de desenvolvimento e avanço. Ressalte que cada população se desenvolve de
acordo com suas questões culturais e recursos disponíveis e que a ideia de primitivo, bárbaro,
desenvolvido e civilizado nada mais é do que um prejuízo etnocêntrico usado, inclusive, como
justificativa de escravização e dominação.
Comece a terceira aula projetando imagens de diversos tipos de fontes históricas e outras imagens que
não são de fontes históricas e peça para os estudantes as identificar se são ou não fontes históricas,
ou não. (Caso haja impossibilidade de projeção, faça a consulta ativa de forma oral ou mostrando
cópias dessas imagens).
Em seguida fale sobre a primeira ideia de que a ciência História só seria possível com a existência das
fontes escritas e documentais e que isso gerou a ideia de Pré-História e História. Com a consolidação
da História enquanto ramo científico e a expansão dos objetos de estudos, as fontes foram se
diversificando e o conceito de Pré-História se tornou contraditório. Hoje o conceito ainda é utilizado
como referência temporal denotando que a tradição tem forte influência mesmo após a negação
científica. Em seguida, converse com a turma sobre como o ser humano buscou solucionar a indagação
sobre a origem de sua existência. Apresente à turma alguns mitos de criação. Após leitura das
narrativas, peça que aos estudantes que apontem semelhanças e diferenças entre as narrativas.
Finalize explicando que a mitologia criacionista (criacionismo) não possui fundamentação científica e
utiliza da ficção como forma de justificar a existência do planeta e das espécies.
Inicie a quarta aula desta sequência didática falando sobre evolucionismo e suas consequências
históricas. Pergunte aos estudantes se eles sabem quem foi Darwin e qual sua principal contribuição
para as ciências. Explique o evolucionismo (Teoria da Evolução das Espécies) dentro do panorama
histórico em que foi postulada (2ª metade do século XIX – 2ª fase da Revolução Industrial). Aponte
que, mesmo com todos os avanços técnicos, científicos e industriais, a tradição religiosa ainda era
imperante nas mentalidades da época, ocasionando sérios infortúnios que se desdobram na atualidade
(como aquelas pessoas que dizem: “eu não acredito que sou descendente do macaco”). Ressalte,
também, que o evolucionismo é a explicação científica e racional para a existência das espécies
terrestres e que ele independe das variações míticas da criação. Professor(a): a partir desse ponto,
explique sobre o contexto da dominação europeia sobre os demais continentes e como a teoria
evolutiva permitiu um desdobramento social e filosófico para justificar o imperialismo. Sob o mito da
superioridade racial branca e de seu modelo civilizatório, cientistas europeus criaram a eugenia e o
racismo científico. Para justificar as desigualdades existentes no recém-consolidado regime capitalista,
cientistas desenvolveram a ideia de darwinismo social. Converse com os estudantes como a ciência
32
pode ser utilizada de forma a justificar o prejuízo e a dominação econômica com a justificativa de
civilidade e modernidade. Pergunte, por fim, se a turma entende que esses conceitos ainda
permanecem vivos na atualidade e nas ações de determinados grupos (Ku Klux Klan, neonazistas,
racismo estrutural e institucional no Brasil etc.).
Por fim, na última aula professor(a), proponha algum exercício/atividade de verificação de
aprendizagem das habilidades trabalhadas. Pode ser as atividades propostas aqui no caderno MAPA,
pode ser uma redação sobre racismo estrutural, eugenia, preconceito, etc. ou, quiçá, uma roda de
conversas sobre todos os conceitos desenvolvidos nas aulas anteriores. O(A) docente pode criar
rubricas de avaliação para mensurar a participação discente.

RECURSOS:
Tipos de tempo:
− Conceito Histórico Tempo. Disponível
em:https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-30112004-
183841/publico/04capitulo2.pdf
− Disponível em: https://www.unoeste.br/Site/AVA/avadocs/160236/aula3/index.html.

Transição paleolítico/Neolítico:
− A autêntica revolução no período neolítico. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/04/20/ciencia/1524219983_369281.html.

Mapa ocupação do planeta:


− 12 mapas temáticos que vão mudar suas perspectivas. Disponíveis em:
https://www.hypeness.com.br/2021/05/12-mapas-tematicos-que-vao-mudar-totalmente-suas-
perspectivas/.

Mitos de criação:
− O mito da criação em 10 culturas diferentes. Disponível em:
https://www.psicanaliseclinica.com/mito-da-criacao/.

Evolucionismo:
− Disponível em: https://www.significados.com.br/evolucionismo/.

Darwinismo social/Eugenia/Racismo científico:


− Darwinismo social, eugenia e racismo “científico”: Sua repercussão na sociedade e na educação
brasileira. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/er/a/sNH6RP4vvMk6wtPSZztNDyt/?format=pdf&lang=pt.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), através do diálogo em sala, do uso de metodologias ativas, da fixação do conteúdo por
meio da escrita e uso de recursos de verificação de aprendizagem, aprofunde os conhecimentos
dos(as) estudantes sobre os temas e conceitos discutidos neste sequenciamento didático.

ATIVIDADES
1 – (FGV) Leia atentamente o texto abaixo e depois assinale a alternativa correta:
"As bases de inspiração dessas novas elites eram as correntes cientificistas, o darwinismo social do
inglês Spencer, o monismo alemão e o positivismo francês de Auguste Comte. Sua principal base de
apoio econômico e político procedia da recente riqueza gerada pela expansão da cultura cafeeira no
Sudeste do país, em decorrência das crescentes demandas de substâncias estimulantes por parte das
sociedades que experimentavam a intensificação do ritmo de vida e da cadência do trabalho"
(SEVCENKO, N. “Introdução”. In: História da vida privada no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1998, p.
14).

33
a) A difusão das teorias cientificistas e evolucionistas ao longo do século XIX forneceram
argumentos para a crítica das práticas neocolonialistas, favorecendo o processo de
descolonização.
b) A influência das teorias cientificistas no Brasil é exemplificada, principalmente, pela formação
de uma elite que estabeleceu uma plataforma de modernização que tinha como base o
desenvolvimento comercial e agrícola do país.
c) Apesar de o consumo do café estar adequado à aceleração do ritmo social no século XIX, a
industrialização brasileira processou-se independentemente do complexo cafeeiro.
d) A incorporação do positivismo pelos militares brasileiros foi impedida pelas definições de Comte
sobre o tipo militar como característico do regime teológico, marcado pelo domínio da força, da
guerra e do comando irracional, ao contrário do tipo industrial que se manifestava na
cooperação, na livre produção e na aceitação racional.
e) A adoção do ideário cientificista favoreceu a separação da Igreja e do Estado, bem como
repercutiu no projeto de modernização conservadora das elites brasileiras no período
republicano.

2 – Assinale a alternativa que define Estado.


a) Conjunto de instituições no campo político e administrativo que organizam o espaço de um
povo ou nação. Deve possuir o seu próprio território e exerça sobre este a sua cidadania, ou
seja, deve ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.
b) Conjunto de instituições no campo político e econômico que organizam o espaço de uma nação.
Deve possuir o seu próprio território e exerça sobre este uma cidadania limitada, ou seja, pode
ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.
c) Conjunto de instituições no campo político e administrativo que organizam o espaço de um
povo ou nação. Deve possuir o seu próprio território e exerça sobre este uma cidadania
limitada, ou seja, pode ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.
d) Conjunto de instituições no campo político e econômico que organizam o espaço de uma nação.
Deve possuir o seu próprio território e exerça sobre este uma cidadania limitada, ou seja, pode
ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.
e) Conjunto de instituições no campo político e administrativo que desorganizam o espaço de um
povo ou nação. Deve possuir o seu próprio território e exerça sobre este a sua cidadania, ou
seja, deve ser a autoridade máxima na área a ele correspondente.

3 – Sempre que se consulta qualquer arquivo histórico sobre a origem do nazismo, o principal
argumento é que Adolf Hitler buscava incessantemente o sucesso de seus três erres: reich (império),
raum (espaço) e rasse (raça). O primeiro se referia ao resgate do nacionalismo alemão, abalado desde
o final da Primeira Guerra Mundial. O segundo era a conquista de territórios tomados da própria
Alemanha em virtude da perda da Guerra. E o terceiro era a busca de uma raça pura, denominada por
ele de ariana, segundo a qual somente os alemães mais fortes deveriam sobreviver.
Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/26157/a-eugenia-de-hitler-e-o-racismo-da-ciencia.

A ideia de superioridade racial se baseia na falsa ciência conhecida como:


a) Anatomia.
b) Darwinismo Social.
c) Eugenia.
d) Nacionalismo.
e) Totalitarismo.

4 – Como a Teoria Evolucionista foi utilizada para justificar a divisão de classes sociais dentro da
Europa e a invasão de territórios, pelos europeus, em outros continentes?

34
REFERÊNCIAS
BARROS, José Costa D’Assunção. Fontes históricas – revisitando alguns aspectos primordiais para a
pesquisa histórica. Disponível
em:https://revistas.unilasalle.edu.br/index.php/Mouseion/article/view/332. Acesso em: 26 fev. 2022.
BOLSANELLO, Maria Augusta. Darwinismo social, eugenia e racismo "científico": sua repercussão na
sociedade e na educação brasileira. Educar em Revista – UFPR. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/er/a/sNH6RP4vvMk6wtPSZztNDyt/?lang=pt. Acesso em: 26 fev. 2022.
DEL CONT, Valdeir. Francis Galton: eugenia e hereditariedade. Scientiæ Zudia, São Paulo, v. 6, n. 2, p.
201-18, 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ss/a/nCZxGgFHn8MVtq8C9kVCPwb/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 26 fev.
2022.
SILVA, Bruno J.; MOURA, Cristiano B.; GUERRA, Andreia. Ciência e Cultura: Um olhar sobre a ciência a
partir do filme Laranja Mecânica. XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – XI
ENPEC Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC – 3 a 6 de julho de 2017. Disponível
em: http://www.abrapecnet.org.br/enpec/xi-enpec/anais/resumos/R0347-1.pdf>. Acesso em: 26 fev.
2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.

35
COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Memória, Cultura e (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas


Patrimônio. expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica
de ideias filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos,
A Herança Cultural dos
políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais.
nossos ancestrais.
(EM13CHS104) Analisar objetos da cultura material e imaterial como
Patrimônio material e
suporte de conhecimentos, valores, crenças e práticas que singularizam
imaterial.
diferentes sociedades inseridas no tempo e no espaço.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Memória Histórica, Memória Cultural, Patrimônio
DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Professor(a) o objetivo dessa sequência didática é que os estudantes compreendam os elementos
culturais que compõem as diferentes sociedades no tempo e no espaço. O trabalho prévio com
determinados conceitos permitirá à turma uma melhor compreensão dos temas propostos.
Você poderá selecionar os recursos didáticos que melhor atenda a realidade material da escola e dos
estudantes, como por exemplo, textos, imagens, vídeos, etc., que estão disponíveis na internet ou na
biblioteca da escola.
Sugiro a utilização de metodologias ativas no desenvolvimento das aulas, pois assim você permitirá o
envolvimento dos alunos no processo de ensino colocando-os como protagonistas nas suas próprias
aprendizagens.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
As habilidades propostas nessa sequência didática, analisam objetos culturais que identificam um povo,
uma sociedade, uma etnia, uma nação etc.
Comece a primeira aula trabalhando com conceitos. Solicite aos estudantes que conceituem memória.
É provável que eles versarão sobre questões de lembranças/experiências individuais. Ou seja, a
memória enquanto um dos principais elementos psicológicos.
Em seguida explique para a turma a diferença entre memória individual e memória coletiva/histórica,
que é aquela que compõe a cultura e história de um povo, de uma nação, de um grupo identitário.
Explique que para a História, “memória” é uma construção que pode ser transmitida entre as
gerações.
Se for possível, apresente trechos, em vídeo, do filme “Narradores de Javé”.
Selecione trechos que tratam a ideia de memória cultural/histórica para serem analisados, em
conjunto, na sala de aula, e conversem sobre a preservação das memórias, do sentido que essa
preservação possui para um povo e, principalmente, que tipo de memória é produzida e transmitida e
aquelas que são apagadas.

36
“Narradores de Javé conta o caso dos(as) moradores(as) de um povoado fictício, prestes a ter de
deixar o lugar por causa da construção de uma usina hidrelétrica. Para tentar evitar a inundação de
Javé, eles decidem escrever sobre o lugar e torná-lo um patrimônio histórico a ser preservado. Antônio
Biá é o único com habilidade para registrar pela escrita a história de seu povo. A ele cabe a
responsabilidade de colher os relatos dos(as) moradores(as) e lhes dar um tratamento "científico", ou
seja, aquele que a história oficial reconhece como legítimo”.

Fonte: BRUNIERA, Celina Fernandes Gonçalves. História e memórias -


Filme retrata o conflito entre linguagens que se distanciam. UOL, [s. l.], 2023.

Caso não seja possível esse recurso, podem ser selecionadas fotografias de locais da região e ou
município em que a escola se localiza. Pode-se selecionar, também, trechos de poemas e/ou música de
alguém conhecido(a) na região ou quaisquer outros elementos de memória que, por meio deles, se
converse sobre a preservação e o(s) tipo(s) de memória(s) que se preserva(m) e o(s) tipo(s) que se
esquece(m).

B) DESENVOLVIMENTO:
Após essa abordagem, peça aos estudantes que elenquem memórias que fazem parte da vida deles
nos aspectos: identidade geracional; identidade regional; identidade nacional. Um exemplo de resposta
pode ser: Sou funkeiro, da periferia, falo uai e torço para a seleção brasileira de futebol. Se algum ou
alguns dos estudantes tiverem dúvidas, use o exemplo citado para auxiliar.
Assim que terminarem a atividade, peça a eles que compartilhem suas respostas e dialoguem sobre as
singularidades e coletividades que se apresentarem.
Na segunda aula sobre o tema, trabalhe com os conceitos de patrimônio material e imaterial e de
cultural material e imaterial. Em seguida, apresente para a turma fotografias de bens materiais e
imateriais e solicite que os identifique enquanto material ou imaterial.
Professor(a), nesse exercício metodológico você pode aproveitar para falar sobre o contexto dos bens
selecionados ou sondar se alguém da turma sabe as origens memoriais que transformam aqueles
objetos em bens. Essa sondagem e/ou explicação sobre os bens servirá como finalização do
desenvolvimento das habilidades propostas.

RECURSOS:
Filme “Narradores de Javé”; fotografias de bens materiais e imateriais; poemas; músicas.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Docente, para avaliar de forma profícua os(as) estudantes, dialogue com eles(as) sobre os significados
de memória(s), utilize os recursos apontados para fixar e desenvolver os significados. solicite a
participação por meios de registros nas aulas, tenha falas direcionadas na construção dos conceitos e
realize a atividade coletiva proposta de valorização dos bens patrimoniais. Essa avaliação coletiva será
o culminar de todo o processo de aprendizagem desenvolvido nessa sequência de aulas sobre Memória
e Patrimônio.

37
ATIVIDADES
1 – Escreva um parágrafo sobre a importância do Carnaval como uma festa popular da nação
brasileira. Enfatize seus elementos culturais e de memória.

2 – Selecione um patrimônio material ou imaterial da sua localidade (Uma igreja barroca; uma receita
tradicional; uma festa da cidade/padroeira; um monumento etc.) e escreva um pequeno texto de
apresentação dele. Elabore o texto de forma que uma pessoa que desconheça o objeto selecionado
possa imaginá-lo e tenha interesse em conhecê-lo.

3 – (Enem Digital 2020).

A carroça sem cavalo


Conta-se que, em noites frias de inverno, descia um forte nevoeiro trazido pelo mar e, nessa noite,
ouviam-se muitos barulhos estranhos. Os moradores da cidade de São Francisco, que é a cidade mais
antiga de Santa Catarina, eram acordados de madrugada com um barulho perturbador. Ao abrirem a
janela de casa, os moradores assustavam-se com a cena: viam uma carroça andando sem cavalo e
sem ninguém puxando... Andava sozinha! Na carroça, havia objetos barulhentos, como panelas, bules,
inclusive alguns objetos amarrados do lado de fora da carroça. O medo dominou a pequena cidade.
Conta-se ainda que um carroceiro foi morto a coices pelo seu cavalo, por maltratar o animal. Nas
noites de manifestação da assombração, a carroça saía de um nevoeiro, assustava a população e,
depois de um tempo, voltava a desaparecer no nevoeiro.
Disponível em: <www.gazetaonline.com.br>. Acesso em: 12 dez. 2017 (adaptado).

Considerando-se que os diversos gêneros que circulam na sociedade cumprem uma função social
específica, esse texto tem por função
a) abordar histórias reais.
b) informar acontecimentos.
c) questionar crenças populares.
d) narrar histórias do imaginário social.
e) situar fatos de interesse da sociedade.

4 – Diferencia a ideia de memória pessoal da ideia de memória coletiva.

38
REFERÊNCIAS
BARROS, José D’Assunção. História e memória – uma relação na confluência entre tempo e espaço.
MOUSEION, vol. 3, n.5, Jan-Jul/2009. Disponível em:
https://revistas.unilasalle.edu.br/documentos/documentos/Mouseion/Vol5/historia_memoria.pdf. Acess
o em: 27 fev. 2022.
BRUNIERA, Celina Fernandes Gonçalves. História e memórias - Filme retrata o conflito entre linguagens
que se distanciam. UOL, [s. l.], 2023. Disponível em:
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/historia-e-memorias-filme-retrata-o-conflito-entre-
linguagens-que-se-distanciam.htm?cmpid=copiaecola.
Construção de um Universalismo Global. Revista Sociedade e Estado – V.25 N.3 Set/Dez. 2010.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/se/a/ngLws5Chz4nfv6qxw7hHGnS/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 27 fev.
2022.
FISCHER, Rosa M. Bueno. MÍDIA, JUVENTUDE E MEMÓRIA CULTURAL. Educ. Soc., Campinas, vol. 29,
n. 104 - Especial, p. 667-686, out. 2008. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/es/a/8YZntYp53Rrjxyfp46pWHJz/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 27 fev.
2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
SABAN, Karen. De la memoria cultural a la transculturación de la memoria: un recorrido teórico. Rev.
chil. lit. no.101 Santiago mayo 2020. Disponível em: https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0718-
22952020000100379&script=sci_arttext&tlng=p. Acesso em: 27 fev. 2022.
TELLES, Mário F. de P. Patrimônio cultural material e imaterial - dicotomia e reflexos na aplicação
do tombamento e do registro. Política Culturais em Revista. UFBA. V.3, n.2, 2010. Disponível em:
https://periodicos.ufba.br/index.php/pculturais/article/view/5014. Acesso em: 27 fev. 2022.

39
COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas
em argumentos e fontes de natureza científica.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o
papel geopolítico dos Estados-nações.
Competência Específica 06: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes
posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
A construção dos discursos (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
dicotômicos: Civilizados, evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as
bárbaros e selvagens. As oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza,
transformações sociais, civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
econômicas e políticas. explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função
de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
(EM13CHS603) Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
(Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
experiências políticas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Organizações sociais
DURAÇÃO: 3 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Análises e comparações dos diferentes tipos de organizações sociais, políticas e econômicas.
Metodologia ativa: solicitar aos estudantes que busquem, por meio de seus conhecimentos e
informações prévios, identificar os diferentes tipos de organizações e, também, dos discursos
organizacionais (civilizado, primitivo, bárbaro). Usar textos, falas de autoridades históricas e outros que
possam contribuir na construção do entendimento dos diferentes tipos de organização humana e a
criticidade positiva e negativa.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
A proposta dessa sequência de aulas é que os estudantes construam os conceitos das organizações
sociais. Na sequência, o(a) professor(a) poderá projetar os tipos organizacionais e/ou entregá-los
fotocopiados. A mesma dinâmica deve ser utilizada para a discussão e entendimento dos discursos
civilizatórios. Finalize com uma atividade de fixação/avaliação (podem ser utilizadas as atividades
propostas neste caderno).

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicie a primeira aula explicando que a humanidade apresenta, ao longo da sua existência, tipos de
organizações políticas, sociais e econômicas diferentes. Algumas existiram em diferentes espaços
geográficos, mas no mesmo tempo histórico, e outras são consequência de organizações anteriores.

40
Em seguida, peça aos estudantes, de acordo com o recurso material escolhido, que identifique, da
forma que julgarem correta, os tipos organizacionais. Após isso, pergunte quem gostaria de expor suas
respostas e vá fazendo explicações e intervenções necessárias para consolidar as aprendizagens
propostas no tema e nos objetos de conhecimento. Ressalte que as sociedades atuais vivem em
modelos socioeconômicos e políticos diferentes, dando exemplos como: sociedades caçadoras-
coletoras no ártico, África e Oceania / Países Comunistas e Capitalistas / Monarquias e Repúblicas /
Ditaduras militares / Teocracia Iraniana.
Na aula seguinte, o mesmo método será utilizado para desenvolver os discursos organizacionais
(civilizado, primitivo, bárbaro). Use exemplos, ao longo da existência humana, de como esses discursos
foram utilizados para a dominação e exploração de povos e territórios (Império Romano, Cruzadas,
Colonização da América, Imperialismo, Nazismo). Ressalte para a turma que essas noções traduzem,
de maneira falsa, a ideia de desenvolvimento. Isso porque, em realidade, cada sociedade tem sua
cultura e sua relação com o espaço. Logo, a organização de cidades, indústrias, tecnologias, dentre
outras, não representam a ideia de civilização.
Professor(a), caso seja producente, utilize essa referência, ou partes dela, para consolidar os
argumentos e o desenvolvimento da habilidade: Quem é bárbaro? Disponível em:
https://artepensamento.ims.com.br/item/quem-e-barbaro/.

RECURSOS:
(Os tipos organizacionais estão dispostos de forma correta. Ao projetar e/ou fotocopiar, mescle em
duas colunas [tipo / conceito] para que os estudantes enumerem a segunda coluna [conceito] de
acordo com a primeira [tipo]).

Modelos socioeconômicos:

Regime socioeconômico em que o trabalho é realizado por indivíduos forçados


a executar tarefas sem receber qualquer tipo de remuneração. Ademais, essas
ESCRAVISMO
pessoas têm suas liberdades tolhidas, pois são consideradas propriedades de
seus(suas) donos(as), podendo ser vendidas ou trocadas como mercadorias.
Forma de organização social e econômica instituída na Europa Ocidental entre
FEUDALISMO os séculos V a XV, durante a Idade Média. Baseava-se em grandes
propriedades de terra e na mão de obra. Era servil.
Sistema socioeconômico que visa ao lucro e à acumulação das riquezas e está
baseado na propriedade privada dos meios de produção. Os meios de
produção podem ser máquinas, terras, ou instalações industriais, por exemplo,
e eles têm a função de gerar renda por meio do trabalho. Há duas classes
CAPITALISMO
sociais principais nesse sistema: os burgueses e os trabalhadores. Os
burgueses são os donos dos meios de produção e empregam os trabalhadores
e a eles pagam salários. Esses, por sua vez, oferecem sua mão-de-obra para
realizar determinado trabalho em troca de uma remuneração.
Modelo político, social e econômico que abrange uma gama
de sistemas caracterizados pela propriedade social dos meios de produção. A
propriedade social pode ser pública, coletiva, cooperativa ou patrimonial. Os
SOCIALISMO
tipos desse sistema variam com base no papel dos mercados e do
planejamento na alocação de recursos e na estrutura de gestão das
organizações.
Movimento político, filosófico, social e econômico cujo objetivo final é o
estabelecimento de uma ordem socioeconômica estruturada sobre as ideias
COMUNISMO de igualitarismo, propriedade comum dos meios de produção e na ausência
de classes sociais, do dinheiro e do Estado. Como tal, é uma forma específica
de socialismo.
Sistema socioeconômico que tem como principal característica a supressão
ANARQUISMO total do Estado e a eliminação do sistema capitalista. A palavra deriva do
grego an (não) e archos (governo).

41
Forma mais antiga de subsistência, surgida desde o berço da humanidade e
CAÇADORES- dominante até a revolução neolítica. Consiste em coletar frutos, raízes, insetos,
COLETORES ovos e cogumelos e complementar o consumo de proteína com caça e pesca.
Esse modo de subsistência permitiu a propagação da espécie humana.

Modelos políticos:

Forma de governo onde o Rei e/ou Rainha exerce um papel político, podendo
MONARQUIA ser mais ativo, governando o Estado, ou mais passivo, cerimonial, em que
cumpre meras funções de representação.
Sistema de governo em que o poder político se encontra fundamentado no
TEOCRACIA poder religioso, pela encarnação da divindade no governante, como no Egito
dos faraós, ou por sua escolha direta, como nas monarquias absolutas.
Indicar um território vasto, composto por várias nações, povos que professam
IMPÉRIO diferentes religiões, falam idiomas distintos, mas que vivem sob o comando
do mesmo governante.
Forma de governo comum nas repúblicas, onde se configura a separação das
PRESIDENCIALISMO três esferas de poder: Executivo, Legislativo e Judiciário. Nesses regimes, o(a)
chefe(a) do Poder Executivo exerce tanto a função de Chefe(a) de Estado,
como a de Chefe(a) de Governo.
Sistema de governo democrático, em que o poder executivo baseia a
sua legitimidade democrática a partir do poder legislativo. Os poderes
executivo e legislativo são, portanto, interligados neste sistema de governo.
Nesse sistema, o chefe de Estado é normalmente uma pessoa diferente
PARLAMENTARISMO do chefe de governo. Os países com esse sistema podem ser monarquias
constitucionais, onde um monarca é o chefe de Estado, enquanto o chefe de
governo (primeiro-ministro) é quase sempre um membro do parlamento, ou
uma república constitucional, onde normalmente o presidente da república, é
o chefe de Estado, enquanto o chefe de governo (primeiro-ministro) é
regularmente membro do legislativo.

Discursos de organização social:

Termo utilizado para se referir a uma pessoa tida como não-civilizada. A


palavra é frequentemente utilizada para se referir a um membro de uma
determinada nação ou grupo étnico, geralmente uma sociedade tribal, vista
BÁRBARO por integrantes de uma civilização urbana como inferiores, ou admirados
como nobres selvagens. De maneira idiomática ou figurativa, o termo também
pode se referir individualmente a uma pessoa bruta, cruel, belicosa e
insensível.
Sociedades que representam os primórdios da civilização. São as sociedades e
PRIMITIVO as culturas tidas como elementares e originais. São aquelas que evoluíram dos
estados primitivos (homogêneos) aos estados modernos pela diferenciação
das partes e a especialização das funções.
Bem-educado, cortês. Pressupõem um conjunto de valores morais
teoricamente admitidos para as pessoas de um determinado espaço. São
CIVILIZADO esses valores que garantirão a ordem no ambiente e na sociedade. De
maneira geral, esses valores convergem para um ponto de respeito ao livre-
arbítrio do outro. Sociedade de tolerância e flexibilidade.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Professor(a), a avaliação desse objeto de conhecimento nessa sequência didática dar-se-á por meio do
instrumento apresentado na seção “Recursos”. Utilize a ordem estabelecida a seguir para melhor
compreensão e desenvolvimento do processo avaliativo:

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1. Entrega de folhas impressas ou projeção dos tipos organizacionais.
2. Identificação, pelos(as) discentes, dos tipos organizacionais.
3. Correção do(a) docente da atividade e, se necessário, intervenções para consolidar os
conceitos.
4. Entrega de folhas impressas ou projeção dos discursos civilizatórios.
5. Identificação, pelos(as) discentes, dos diferentes discursos.
6. Correção do(a) docente da atividade e, se necessário, intervenções para consolidar os
conceitos.
7. Utilizar as atividades propostas na sequência para consolidar as habilidades desenvolvidas.

ATIVIDADES
1 – Durante o processo de dominação de territórios e povos na África, América, Ásia e Oceania, as
nações europeias justificavam suas ações econômicas exploratórias como discurso de “levar a
civilização”. Observe a imagem a seguir e a descreva revelando como os conceitos de barbárie e
civilização se apresentam nessa imagem.
Imagem 1 - Alegoria inglesa mostrando a conquista da "civilização" sobre o "barbarismo" africano

FONTE: (TODAMATERIA, 05 mar. 2022).

2 – O fardo do homem branco


Tomai o fardo do Homem Branco
Enviai vossos melhores filhos
Ide, condenai seus filhos ao exílio
Para servirem aos vossos cativos;
Para esperar, com chicotes pesados
O povo agitado e selvagem
Vossos cativos, tristes povos,
Metade demônio, metade criança.

Rudyard Kipling. Disponível em:


https://ensinarhistoria.com.br/o-fardo-do-homem-branco-exaltacao-do-imperialismo/. Acesso em: 05 mar. 2022.

Qual a justificativa utilizada pelo autor do poema para justificar a dominação branca sob populações
não brancas?

3 – Escolha um modelo econômico e um modelo político e complete a tabela a seguir:

Modelo Exemplo de país Imagem selecionada que caracteriza o


selecionado que adota modelo selecionado.

Modelo
Econômico

Modelo Político

43
REFERÊNCIAS
BÁRBAROS. Wikipedia. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%A1rbaros. Acesso em:
01 mar. 2022.
CAPITALISMO: entenda como funciona esse sistema de produção. Politize. Disponível em:
https://www.politize.com.br/capitalismo-o-que-e-
o/#:~:text=O%20capitalismo%20%C3%A9%20um%20sistema,renda%20por%20meio%20do%20tra
balho. Acesso em: 01 mar. 2022.
COMUNISMO. Wikipedia. Disponível em:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunismo#:~:text=Comunismo%20(do%20latim%20communis)%20%
C3%A9,e%20na%20aus%C3%AAncia%20de%20classes. Acesso em: 01 mar. 2022.
IMPÉRIO. Dicionário OnLine de Português. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/imperio/. Acesso em: 01 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
MODO DE PRODUÇÃO ESCRAVISTA. Wikipedia. Disponível
em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Modo_de_produ%C3%A7%C3%A3o_escravista. Acesso em: 01
mar. 2022
PESSOA, Pedro J. Escravismo e Ideologia. Dissertação. UnB. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/7886/1/2010_PedroJunqueiraPessoa.pdf. Acesso em: 01
mar. 2022.
TODAMATÉRIA. Alegoria inglesa mostrando a conquista da "civilização" sobre o
"barbarismo" africano. [s.l.], [s.d.].Disponível em: https://www.todamateria.com.br/imperialismo-e-
colonialismo/ . Acesso em: 05 mar. 2022.
WOLLF, Francis. Quem é Bárbaro? ArtePensamento. Disponível em:
https://artepensamento.ims.com.br/item/quem-e-barbaro/. Acesso em: 01 mar. 2022.

44
COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas
em argumentos e fontes de natureza científica.
Competência Específica 02: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão das relações de poder que determinam as territorialidades e o
papel geopolítico dos Estados-nações.
Competência Específica 06: Participar do debate público de forma crítica, respeitando diferentes
posições e fazendo escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com
liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S) DE HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
As relações de trabalho e (EM13CHS105) Identificar, contextualizar e criticar as tipologias
sua organização. As evolutivas (como populações nômades e sedentárias, entre outras) e as
concepções de trabalho e oposições dicotômicas (cidade/ campo, cultura/natureza,
da produção Identificação civilizados/bárbaros, razão/sensibilidade, material/virtual etc.),
dos saberes e tradições na explicitando as ambiguidades e a complexidade dos conceitos e dos
organização das relações sujeitos envolvidos em diferentes circunstâncias e processos.
sociais.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função
de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais;
(EM13CHS603). Compreender e aplicar conceitos políticos básicos
(Estado, poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.)
na análise da formação de diferentes países, povos e nações e de suas
experiências políticas.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Relações humanas de trabalho
DURAÇÃO: 3 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Apresentação do conceito de trabalho. Exposição das diferentes formas de trabalho existentes no
passado e presente. Construir perspectivas sobre o trabalho para as próximas décadas e para a
juventude que está iniciando sua inserção nesse mundo. Expor concepções ideológicas diferenciadas
sobre as relações laborais. Analisar a importância dos saberes nas organizações sociais e laborais.
Construir, com a turma, ideias de promoção e valorização das diversas formas de trabalho.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
O trabalho representa um valor importante nas sociedades, exercendo uma influência considerável
sobre a motivação dos(as) trabalhadores(as), assim como sobre sua satisfação e sua produtividade.
Compreender os sentidos do trabalho é um desafio importante, tendo em vista as múltiplas
transformações que têm atingido as organizações e os "mundos do trabalho" ao longo do tempo
histórico.

B) DESENVOLVIMENTO:
Professor(a), comece a primeira aula perguntando para os estudantes o que entendem por trabalho.
Depois de ouvir as respostas da turma, faça a síntese das respostas e explique que “Trabalho” pode
ser definido como: “corresponde ao esforço desenvolvido com o objetivo de se efetuar um
determinado processo produtivo”. Em seguida introduza alguns termos laborais que mais se
45
aproximam da realidade dos estudantes como: trabalho formal e informal; leis trabalhistas; direitos
trabalhistas; mão de obra com pouca e com alta qualificação; desemprego estrutural; mercado de
trabalho, divisão sexual do trabalho, divisão internacional do trabalho etc.
Peça aos estudantes que conceituem cada termo laboral e anotem em seus cadernos.
Faça uma discussão pedindo para turma que falem o que registraram sobre os termos.
Se achar necessário vá anotando as palavras na lousa e peça aos estudantes para que complementem
os conceitos nas anotações já feitas no caderno. Você poderá utilizar esses registros para verificação
das aprendizagens sobre o tema proposto.

A segunda aula é uma sequência do tema “Trabalho”.


Comece falando e apresentando os tipos de trabalho.
Se atendermos ao tipo de esforço desenvolvido, o trabalho poderá ser manual (se é efetuado
empregando esforço físico, como é o caso dos trabalhadores da construção civil)
ou intelectual (quando a sua execução implica apenas estímulo mental - tal será o caso, entre outros,
do trabalho de um professor ou de um arquiteto).
Poderemos naturalmente encontrar atividades em que trabalho mental e físico coexistem. É o que
acontece, por exemplo, com o trabalho médico ou de enfermagem.
Por outro lado, ele será de execução (se a atividade desenvolvida se consubstanciar na efetiva
execução de uma tarefa - isto é, se for um trabalho direto), de organização (se a tarefa se traduzir na
direção daqueles que efetuam trabalhos de execução - este será, pois, um trabalho indireto) ou
ainda de investigação (se o trabalho for de caráter eminentemente científico).
Por fim, uma distinção bastante importante é a que separa trabalho qualificado (cujo desempenho
obriga a instrução e treino específicos, sem os quais não poderá ser executado convenientemente)
de não-qualificado (para o qual não é necessária preparação específica ou significativa)”.
Fonte: Trabalho. Infopédia. Porto: Porto Editora.

Apresente, também, os tipos de trabalhadores(as): escravizados(as), servos(as), assalariados(as),


voluntários(as). Verse sobre a existência de todos esses tipos na atualidade. Converse sobre as
situações análogas à escravização. Essas situações análogas não são raras no Brasil.

Você, professor(a), pode levar reportagens e estatísticas sobre a escravização contemporânea no Brasil
e no mundo. Pode, também, perguntar se alguém da turma já conhecia o tema ou já experienciou
essa situação.

Inicie a terceira aula explicando o que são saberes profissionais tradicionais. Exponha sobre as
profissões que necessitam de saberes específicos e que não se aprende na escola e nem na
universidade. Profissões que necessitam de técnicas e expertise únicas, como, por exemplo, artesãos.

Solicite aos estudantes que elenquem outros tipos laborais que possuem saberes tradicionais (Doulas,
por exemplo). Se algum estudante expuser que possui algum parente com esse tipo de saber, peça
que relate para enriquecer a aula. Finalize identificando as relações de trabalho e de saberes que, ao
longo do tempo histórico, promovem a organização da sociedade. Você pode exemplificar essas
organizações citando como era o trabalho na Grécia, no mundo feudal, nas sociedades indígenas e na
Inglaterra da Primeira Revolução Industrial, por exemplo.

Finalize essa sequência construindo, com os estudantes, formas de promoção e valorização de todas as
formas de trabalho. Converse com a turma o porquê de algumas profissionais serem mais valorizadas
sendo que nenhuma pessoa consegue viver a realidade sem todas as profissões. Aplique um exercício
de verificação e consolidação das habilidades trabalhadas.

RECURSOS:
Textos; imagens; vídeos; documentos.
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=fCkFjlR7-JQ. Filme “Tempos Modernos”.

46
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Docente, como uma forma de utilizar metodologias ativas em sala, dialogue com a turma sobre o
conceito e as formas de trabalho. Solicite, através desses diálogos, os registros das principais
informações e argumentos apresentados pelos(as) discentes. Consolide as habilidades trabalhadas por
meio dos recursos e atividades sugeridos aqui nesse sequenciamento de aulas. Avalie, portanto, os
procedimentos atitudinais e propedêuticos mobilizados pelos estudantes.

ATIVIDADES
1 – Observe a imagem e selecione a alternativa que apresenta o conceito exposto na charge.

Imagem 1 - Charge

FONTE: (JORNAL DO BRASIL, 19 fev. 1997).

a) Alienação do trabalho.
b) Divisão sexual do trabalho.
c) Economia de energia no trabalho.
d) Mão de obra qualificada.
e) Socialização do trabalho.

2 – Observe a imagem/charge e marque a alternativa que expressa a crítica contida na


imagem/charge.

Imagem 2 - Trabalho doméstico

FONTE: (PERCEPÇÕES DA VIDA, 04 mar. 2011)

a) Alienação do trabalho.
b) Divisão sexual do trabalho.
c) Mão de obra infantil.
d) Trabalho doméstico.
e) Valorização do trabalho feminino.
47
3 – (Enem 2020) A Divisão Internacional do Trabalho significa que alguns países se especializam em
ganhar e outros, em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latina, foi
precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se
aventuraram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a América
Latina aprimorou suas funções.
GALENO, E. As veias abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1978.

Escrito na década de 1970, o texto considera a participação da América Latina na Divisão Internacional
do Trabalho marcada pela
a) produção inovadora de padrões de tecnologia.
b) superação paulatina do caráter agroexportador.
c) apropriação imperialista dos recursos territoriais.
d) valorização econômica dos saberes tradicionais.
e) dependência externa do suprimento de alimentos.

4 – Diferencie a divisão sexual do trabalho da divisão social do trabalho.

REFERÊNCIAS

JORNAL DO BRASIL. Charge. 19 fev. 1997. Disponível em: https://medium.com/filosofia-


fict%C3%ADcia/o-trabalho-alienado-27a11af5c14e. Acesso em: 05 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
MORIN, Estelle M. Os sentidos do Trabalho. RAE-Revista de Administração de Empresas, vol.
41, n. 3, 2001. Disponível em: <https://www.fgv.br/rae/artigos/revista-rae-vol-41-num-3-ano-2001-
nid-46215/>. Acesso em: 02 mar. 2022.
PERCEPÇÕES DA VIDA. TRABALHO DOMÉSTICO. 04 mar. 2011. Disponível em:
http://percepcoesdavida.blogspot.com/2011/03/divisao-sexual-do-trabalho-na.html. Acesso em: 05
mar. 2022.
TRABALHO. Infopédia. Porto: Porto Editora. Disponível em:
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$trabalho#:~:text=Em%20ci%C3%AAncia%20econ%C3%B3
mica%2C%20o%20conceito,recompensado%20atrav%C3%A9s%20do%20seu%20sal%C3%A1rio

48
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
REFERÊNCIA
2023

COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em
argumentos e fontes de natureza científica.
Competência Específica 6: Participar, pessoal e coletivamente, do debate público de forma consciente e
qualificada, respeitando diferentes posições, com vistas a possibilitar escolhas alinhadas ao exercício da
cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

OBJETO(S) DE
CONHECIMENTO: HABILIDADE(S):

A filosofia e o processo do (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e


fazer filosófico: a atitude narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de
filosófica. ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
econômicos, sociais, ambientais e culturais.
O que é essencial para a
filosofia? A resposta da (EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
pergunta ou como argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
formulamos a pergunta culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e
para obtermos respostas. informações de natureza qualitativa e quantitativa (expressões artísticas,
textos filosóficos e sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas,
A crise da razão e o
tabelas etc.).
advento da filosofia
contemporânea. (EM13CHS603) Compreender e aplicar conceitos políticos básicos (Estado,
poder, formas, sistemas e regimes de governo, soberania etc.) na análise da
Antropologia filosófica: o
formação de diferentes países, povos e nações e de suas experiências
homem e as múltiplas
políticas.
compreensões sobre si
mesmo.
Filosofia política:
Conceitos fundamentais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Filosofia, linguagem e fake news
DURAÇÃO: 200 minutos (50 minutos em sala de aula + 100 minutos em casa / antes da aula + 50
minutos em casa /após a aula)
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Aula expositiva; sala de aula invertida.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Saudações!

49
Nesta sequência didática de filosofia exploraremos a dimensão simbólica da existência humana a partir
do fenômeno da linguagem e de sua importância para a configuração social na qual vivemos. Além do
momento pedagógico desenvolvido em sala de aula, teremos outro momento a ser vivenciado em casa
pelos estudantes:
→ explorando o método ativo de aprendizagem sala de aula invertida: os estudantes terão acesso
ao tema a ser abordado em sala de aula a partir de um texto e um vídeo indicados previamente
por você. Oriente os estudantes para que façam uma síntese por escrito sobre o texto e o vídeo
para servir de base para o debate a ser desenvolvido posteriormente em sala de aula e em
outras atividades a serem realizadas em casa.
No que se refere à sala de aula, sugerimos que esta sequência didática seja realizada em quatro
etapas:
1. sensibilização: estabelecer conexões entre o tema da aula e a experiência prévia dos
estudantes;
2. problematização: transformar o tema da aula em um problema a ser explorado pela turma;
3. investigação: buscar na história da filosofia por soluções conceituais ao problema identificado;
4. conceituação: recriar e aplicar conceitos para a resolução do problema em questão.
Os elementos integrantes desta sequência didática (procedimentos metodológicos, contextualização,
desenvolvimento, recursos e avaliação, uso de jogos analógicos e digitais) podem ser modificados e
adaptados de acordo com a realidade da escola e com os recursos pedagógicos e tecnológicos
disponíveis para você e seus estudantes. É importante que a interdisciplinaridade entre os
componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas tenha um papel
significativo na preparação e no desenvolvimento dessa sequência didática. Desse modo, a ordenação,
a estruturação e a articulação dos objetos de conhecimento e das ações pedagógicas aqui presentes
poderão ser efetivadas de modo eficiente e eficaz. Por fim, a presente sequência didática pode ser
desmembrada em duas ou mais aulas de acordo com as especificidades das turmas atendidas, a
flexibilidade de seu planejamento de ensino ou outras conveniências. Além disso, vale a pena refletir
sobre a pertinência do uso de sistemas de gerenciamento de conteúdos, como o Google Classroom,
para um melhor aproveitamento do tempo destinado ao desenvolvimento das atividades a serem
realizadas tanto em casa quanto em sala de aula.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, é importante que os estudantes cheguem à sala de aula tendo lido o texto sobre
linguagem disponibilizado no livro Filosofando: Introdução à Filosofia (Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1S0zOnAck6rSx7OmBZ5JMchJrsOo4YG3f/view>. Acesso em: 09 fev.
2023) e assistido ao vídeo “Pós-verdade, fake news e fake ethics” (Disponível em:
<https://youtu.be/WFzk12KPYvE>. Acesso em: 09 fev. 2023- Duração:4:03). De modo a otimizar
ainda mais a organização do tempo na escola, também é importante que os estudantes tenham
contato com o jogo Coup antes da aula - a sua versão digital pode ser acessado no site Board Game
Arena (Disponível em: <https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=coupcitystate>. Acesso
em: 09 fev. 2023). Você pode disponibilizar os links acima para os estudantes com antecedência e
orientá-los sobre como acessar o material selecionado. Para saber mais sobre o método ativo sala de
aula invertida confira o vídeo “Conheça a sala de aula invertida” (Disponível em:
<https://youtu.be/pADyAN15cZ0>. Acesso em: 09 fev. 2023).

Sensibilização (15 minutos): Após a acolhida dos estudantes, sugerimos que você apresente as
habilidades que serão trabalhadas em sala de aula e, em seguida, convide a todos para uma breve
partida e uma conversa sobre o jogo Coup. Se possível, organize os estudantes em grupos de modo a
experimentarem uma partida do jogo, apresentando as habilidades específicas de cada carta e os
elementos relevantes para o desenvolvimento da partida. Observação: A administração do tempo
nesse momento de sensibilização é crucial para não comprometer o desenvolvimento das outras
etapas da(s) aula(s). Talvez seja mais produtivo desenvolver apenas uma roda de conversa sobre o
jogo em sala de aula - visto que os estudantes provavelmente já terão tido contato com o jogo em
casa. Caso opte por organizar uma partida de Coup em sala de aula, você pode reproduzir o jogo de
modo simplificado, usando folhas de papel A4 disponíveis para reuso na escola para reproduzir os
componentes do jogo.

50
Problematização (15 minutos): Após o momento de sensibilização você pode conhecer um pouco
mais sobre a relação (e as opiniões) que os estudantes possuem com o mundo dos jogos, conversando
brevemente sobre suas experiências prévias tanto com os jogos analógicos quanto com os jogos
digitais. Para retomar a experiência realizada em sala de aula e / ou em casa com o jogo Coup,
sugerimos o desenvolvimento de um debate a respeito das formas de linguagem que podemos
identificar nesse tipo de jogo. Quais elementos simbólicos estão presentes ali? É possível fazer uma
correlação entre os personagens das cartas e seus homônimos existentes fora do jogo, em contextos
históricos específicos? Quais outras relações podem ser estabelecidas entre uma partida de Coup e
situações reais que vivemos cotidianamente? Questões éticas e políticas podem ser associadas a esse
contexto? Esse momento pode ser conduzido a partir de provocações que possibilitem aos estudantes
fundamentar suas respostas com base nas informações apresentadas tanto no texto quanto no vídeo
explorados em casa. De modo a tornar esse processo ainda mais significativo, os apontamentos
levantados pelos estudantes aqui podem ser reestruturados por você e devolvidos para eles na forma
de perguntas, mantendo a dinâmica de problematização do tema em debate.

Para finalizar esta etapa de problematização você pode explicitar as informações presentes no texto
lido em casa pelos estudantes a partir do debate anterior sobre linguagem e a partida de Coup. Aqui é
possível realizar uma análise sobre a linguagem enquanto um sistema de signos, os tipos de signos
com os quais lidamos em nosso cotidiano, quais as diferenças e semelhanças entre as linguagens de
animais humanos e não humanos, como se caracterizam os principais elementos da linguagem e de
que modo se dá a construção da significação nas relações que vivenciamos individualmente e
socialmente, quais as especificidades e os propósitos da linguagem tipicamente empregada no âmbito
do debate político. Ao longo deste processo de retomada das informações do texto lido em casa pelos
estudantes é importante estabelecer conexões com os componentes do jogo Coup (cartas, moedas
etc.): como esse conjunto de elementos funcionam enquanto linguagem? Como, ao longo de sua
história, os signos foram se transformando? Quais as relações dessas mudanças com os contextos
sociais de cada época em que ocorreram? Como a linguagem, a temática e a mecânica utilizadas no
jogo Coup podem servir como crítica ou pretexto para uma reflexão acerca da nossa condição humana
enquanto animais políticos?

Investigação (5 minutos): De modo a explorar a bibliografia primária da filosofia, segue abaixo


uma sugestão de texto que pode ser lido junto com os estudantes em sala de aula:

Em geral, podemos dizer que a fala consiste, com algumas exceções, de sons feitos por pessoas com a
intenção de causar ações desejadas por outras pessoas. Contudo, suas faculdades indicativas e
assertivas permanecem fundamentais, já que é devido a elas que, quando ouvimos um discurso, ele
pode induzir-nos a agir de um modo apropriado a algum aspecto do ambiente percebido pelo locutor,
mas não pelo ouvinte, ou que o locutor lembra de percepções passadas. Ao acompanhar à noite um
visitante até a porta de sua casa, você pode dizer “aqui há dois degraus”, o que o induz a agir como se
ele visse os degraus. Contudo, isso implica certo grau de benevolência para com seu visitante. O
propósito do discurso não é sempre, de modo algum, enunciar um fato; é também possível falar-se
com a intenção de enganar. “A linguagem nos foi dada para habilitar-nos a ocultar nossos
pensamentos.” Portanto, quando pensamos na linguagem como meio de enunciar os fatos, estamos
tacitamente admitindo certos desejos do locutor. É interessante que a linguagem possa enunciar fatos;
e é também interessante que possa enunciar falsidades. Quando enuncia uma dessas coisas, o faz com
a intenção de causar alguma ação no ouvinte; se este é um escravo, uma criança ou um cão, o
resultado será alcançado mais simplesmente usando-se o imperativo. Contudo, há uma diferença entre
a eficiência de uma mentira e a da verdade: a mentira só produz o resultado desejado na medida em
que a verdade é esperada. Na realidade, ninguém aprenderia a falar se a verdade não fosse regra: se,
quando seu filho vê um cão, você diz “gato”, “cavalo” ou “crocodilo”, à toa, não poderá enganá-lo
dizendo “cão” quando não for um cão. Mentir é, portanto, uma atividade derivativa, que pressupõe
falar a verdade como regra habitual.” (RUSSELL, Bertrand. Significado e verdade. In: MARCONDES,
2010, p. 100-101).

Conceituação (15 minutos): Nesta última etapa da sequência didática os conceitos explorados até o
presente momento devem ser retomados e colocados em relação com a nova dimensão da linguagem
apresentada no texto acima: a fala tem como uma de suas finalidades levar o outro a agir conforme o
enunciado que os sons transmitem - além de poder estar intimamente ligada à noção de verdade (e
também à noção de mentira). Nesse sentido, você pode propor aos estudantes que explorem / recriem
conceitos que possam oferecer respostas às questões levantadas anteriormente durante a
51
problematização do tema da aula. Novas questões também podem ser apresentadas aqui para
mobilizar a reflexão dos estudantes: como condicionamos as ações do adversário em uma partida de
Coup e / ou em outros tipos de jogos? Há alguma imoralidade quando blefamos em um jogo? E
quando nos apoiamos em mentiras para conseguir vantagens sociais fora de um jogo, em nossas vidas
“reais”? Exemplos negativos (relação da linguagem com as fake news etc.) e positivos (mudanças de
comportamento a partir do uso da comunicação não violenta etc.) podem ser levantados em sala de
aula para promover reflexões e debates mais significativos para os estudantes.

Para finalizar esta sequência didática é importante retomar as habilidades propostas no início da aula e
demonstrar para os estudantes como elas foram trabalhadas ao longo das ações pedagógicas
realizadas em casa e na escola.

RECURSOS:
Quadro e pincel; computador / telefone celular e acesso à internet; jogos analógicos / digitais.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Essa sequência didática pode contribuir significativamente para o seu processo avaliativo - seja na
dimensão diagnóstica, formativa ou somativa. No entanto, sugerimos que todas as dinâmicas
apresentadas nesta aula sejam utilizadas enquanto avaliação diagnóstica ou formativa. A presente
proposta permite, por exemplo, observar o nível de socialização dos estudantes a partir do caráter
lúdico das atividades desenvolvidas em sala de aula. A capacidade de interpretação de texto e síntese
dos estudantes também podem ser levadas em consideração a partir do texto elaborado em casa (com
relação a essa atividade, até mesmo uma avaliação somativa pode ser aplicada, desde que combinada
anteriormente com os estudantes). A análise dessas questões permite reunir informações importantes
sobre os estudantes e preparar intervenções e avaliações formativas mais producentes e
personalizadas ao longo do ano letivo.
As habilidades de problematizar e conceituar podem ser avaliadas a partir das atividades propostas
abaixo. Você pode conversar com os estudantes e combinar de que modo essas atividades podem ser
consideradas no processo avaliativo. Nesse quesito, uma possibilidade é a proposição de uma
autoavaliação a partir do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas tanto em casa
quanto em sala de aula. É sempre importante que os estudantes participem dos debates e decisões a
respeito dos processos de ensino e aprendizagem, assim como dos processos de avaliação. Dessa
forma você poderá promover de modo efetivo a inclusão e a participação democrática, o
desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais, assim como a consolidação do
protagonismo estudantil em todos os processos formativos promovidos na escola.

Imagem 1: “Não à ditadura da realidade!” Outro procedimento de avaliação possível é


considerar o nível de engajamento dos estudantes
com a proposta da aula (durante a etapa de
conceituação, por exemplo) a partir de uma roda
de conversas. A charge ao lado pode ser um bom
ponto de partida. Quais relações podemos
estabelecer entre os conteúdos explorados em sala
de aula (linguagem simbólica, fake news, golpes
de estado [em francês, coup d’état - título do jogo
explorado pelos estudantes]) e a realidade
brasileira atual (ética, política, economia etc.)?
Muitos apontamentos interdisciplinares podem ser
levantados nesse momento, possibilitando um
Fonte: (Vu par… Herrmann, [2023]). diálogo entre a filosofia e os componentes
curriculares geografia, história e sociologia.

Esse procedimento de avaliação também pode se desdobrar em uma aula subsequente. Você pode,
por exemplo, orientar os estudantes para que adaptem o jogo Coup utilizando as cartas do baralho
tradicional e que se organizem para apresentar seu jogo em sala de aula posteriormente, mostrando
tanto o resultado final quanto a solução adotada no processo de adaptação do jogo original (eles
também podem modificar / incrementar as regras do jogo, caso desejarem). É possível personalizar
ainda mais a adaptação do jogo criando artes inéditas, reutilizando papel destinado ao descarte,
arquitetando novas habilidades para as cartas e utilizando elementos / “personagens” da própria
52
história brasileira - mobilizando, assim, uma pesquisa por parte dos estudantes para que se
apropriem e empreguem informações sobre os valores e costumes típicos da nossa cultura. Essa
prática pode ser desenvolvida interdisciplinarmente em parceria com professores de outros
componentes curriculares, como Arte, História etc. Algumas possibilidades de adaptação do jogo
Coup podem ser conferidas no site Ludopedia (Disponível em:
https://ludopedia.com.br/jogo/coup&v=arquivos?v=arquivos&pagina=1).

ATIVIDADES
1 – Explique como se dá o processo de significação e cite exemplos.

2 – Que tipo de signo linguístico encontramos nos componentes do jogo Coup? Como eles permitem /
favorecem a comunicação durante uma partida desse jogo?

3 – Marshall Rosenberg, idealizador da comunicação não violenta, relata: “ao estudar a questão do que
nos afasta de nosso estado natural de compaixão, identifiquei algumas formas específicas de
linguagem e comunicação que acredito contribuírem para nosso comportamento violento em relação
aos outros e a nós mesmos.” (ROSENBERG, 2006, p. 37). Pensando no quanto a linguagem pode
condicionar os nossos comportamentos, tal como estudado no texto de Bertrand Russell, você
consegue identificar algumas formas de linguagem que dificultam as nossas relações estabelecidas
dentro e fora da escola, levando-nos a ter comportamentos hostis em relação às outras pessoas?
Explique sua resposta.

4 – Pesquise sobre a charge e o cartum enquanto gêneros Imagem 2: Fake news.


textuais e apresente as suas principais características. De
modo mais específico, avalie as possibilidades de
engajamento político a partir desses gêneros textuais.
Possíveis inspirações para orientar a sua pesquisa: o
cartunista argentino Quino e a sua personagem Mafalda; o
cartunista norte-americano Bill Watterson e seus
personagens Calvin e Haroldo.

5 – Redija um breve texto relacionando a charge ao lado


com os conteúdos explorados em sala de aula. Busque
destacar a relação existente entre as fake news, consciência
crítica e a disseminação de desinformação através das redes Fonte: (Fake news, [2020]).
sociais e de aplicativos de comunicação remota (WhatsApp,
Telegram etc.).

REFERÊNCIAS
ARANHA Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia.
6. ed. São Paulo: Moderna, 2016.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de
aprendizagem. Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
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pelo Canal Futura. Disponível em: <https://youtu.be/pADyAN15cZ0>. Acesso em: 09 fev. 2023.
Coup. In: BOARD GAME ARENA. Board Game Arena, [s.l.], [2018]. Disponível em:
<https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=coupcitystate>. Acesso em: 09 fev. 2023.
Coup. In: LUDOPEDIA / Arquivos. Ludopedia, [s.l.], [2023]. Disponível em:
<https://ludopedia.com.br/jogo/coup&v=arquivos?v=arquivos&pagina=1>. Acesso em: 09/02/2023.
Fake news. SINDICONTAS / PR. [s.l.], 07 mai. 2020. Disponível em:
https://sindicontaspr.org.br/?area=ver_clipping&id=321. Acesso em: 09 fev. 2023.

53
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP: Papirus, 2012.

Vu par… Herrmann. Le Monde. [s.l.], 10 jan. 2023. Disponível em:


https://www.lemonde.fr/idees/article/2023/01/10/vu-par-herrmann_6157308_3232.html. Acesso em:
09 fev. 2023.
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de linguagem: De Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Zahar,
2010.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
PÓS-VERDADE, FAKE NEWS E FAKE ETHICS / Luiz Mauro Sá Martino. [s.l.: s.n.], 14 ago. 2018. 1 vídeo
(04:03min). Publicado pelo canal Casa do Saber. Disponível em: https://youtu.be/WFzk12KPYvE.
Acesso em: 09 fev. 2023.
ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. Tradução de Mário Vilela. São Paulo: Ágora, 2006.
RUSSELL, Bertrand. Significado e verdade. In: MARCONDES, Danilo. Textos básicos de linguagem:
De Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Zahar, 2010, p. 100-101.

54
COMPETÊNCIA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.
Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e
espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 4: Analisar as relações de produção, capital e trabalho em diferentes
territórios, contextos e culturas, discutindo o papel dessas relações na construção, consolidação e
transformação das sociedades.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

A reflexão sobre a (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica


multiplicidade: as e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação
diferenças conceituais e as e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas
visões de mundo dos diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
filósofos em diferentes acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver
contextos no tempo / problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
espaço.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações,
Impacto dos fatores das mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque
geográficos e econômicos para a mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em
nas determinações cultu- função de eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.
rais e morais de um povo.
(EM13CHS206) Compreender e aplicar os princípios de localização,
A cultura como construção distribuição, ordem, extensão, conexão, entre outros, relacionados com
humana. o raciocínio geográfico, na análise da ocupação humana e da produção
do espaço em diferentes tempos.
Ocupação dos espaços
geográficos e a (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos
diversidade cultural. e classes sociais diante das transformações técnicas, tecnológicas e
informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em
As relações entre produ-
diferentes espaços e contextos.
ção e consumo nas
doutrinas políticas.
Trabalho e alienação.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Filosofia, projeto de vida e ludologia
DURAÇÃO: 300 minutos (50 minutos em sala de aula + 100 minutos em casa / antes da aula + 150
minutos em casa /após a aula)
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Aula expositiva; sala de aula invertida; gamificação.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Saudações!
Nesta sequência didática de filosofia exploraremos elementos oriundos da ludologia e da filosofia
socrática e a relação destes elementos com a evolução da cultura humana. Após as práticas

55
pedagógicas desenvolvidas em sala de aula o estudante poderá se aprofundar sobre o tema estudados
a partir de pesquisas e atividades realizadas em casa:
→ explorando o método ativo de aprendizagem gamificação: após analisar junto aos estudantes
os temas propostos nesta sequência didática você pode explorar elementos de gamificação em
algumas atividades e propiciar mais engajamento em suas aulas. Aqui sugerimos o uso do jogo
Carcassonne como referência para uma possível ação pedagógica. Apesar da gamificação ser
um método que se distingue da prática de uso de jogos em sala de aula, optamos por conciliar
essas duas propostas neste material uma vez que os jogos utilizam uma linguagem bem
familiar aos estudantes. Você encontrará mais instruções sobre o desenvolvimento dessa
atividade no tópico “ PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO”.
No que se refere à sala de aula, sugerimos que esta sequência didática seja realizada em quatro
etapas:
1. sensibilização: estabelecer conexões entre o tema da aula e a experiência prévia dos
estudantes;
2. problematização: transformar o tema da aula em um problema a ser explorado pela turma;
3. investigação: buscar na história da filosofia por soluções conceituais ao problema identificado;
4. conceituação: recriar e aplicar conceitos para a resolução do problema em questão.
Os elementos integrantes desta sequência didática (procedimentos metodológicos, contextualização,
desenvolvimento, recursos e avaliação, uso de jogos analógicos e digitais) podem ser modificados e
adaptados de acordo com a realidade da escola e com os recursos pedagógicos e tecnológicos
disponíveis para você e seus estudantes. É importante que a interdisciplinaridade entre os
componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas tenha um papel
significativo na preparação e no desenvolvimento dessa sequência didática. Desse modo, a ordenação,
a estruturação e a articulação dos objetos de conhecimento e das ações pedagógicas aqui presentes
poderão ser efetivadas de modo eficiente e eficaz. Por fim, a presente sequência didática pode ser
desmembrada em duas ou mais aulas de acordo com as especificidades das turmas atendidas, a
flexibilidade de seu planejamento de ensino ou outras conveniências. Além disso, vale a pena refletir
sobre a pertinência do uso de sistemas de gerenciamento de conteúdos, como o Google Classroom,
para um melhor aproveitamento do tempo destinado ao desenvolvimento das atividades a serem
realizadas tanto em casa quanto em sala de aula.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, é recomendável que os estudantes cheguem à sala de aula tendo tido contato com o
texto “A alegoria da caverna” de Platão (Disponível em:
<http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2023) ou que já tenham
estudado os elementos fundamentais desse texto. Também é importante que os estudantes assistam
ao vídeo “O que é um jogo?” (Disponível em: <https://youtu.be/K4J_mNuX_gk>. Acesso em: 09 fev.
2023) e jogue uma partida do jogo Carcassonne - sua versão digital pode ser acessada no site Board
Game Arena (Disponível em: <https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=carcassonne>.
Acesso em: 09 fev. 2023). Você pode disponibilizar os links acima para os estudantes com
antecedência e orientá-los sobre como acessar o material selecionado.

Sensibilização (10 minutos): Após a acolhida dos estudantes, sugerimos que você apresente as
habilidades que serão trabalhadas em sala de aula e, em seguida, realize a leitura colaborativa do
seguinte trecho do Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio sobre o componente curricular
Projeto de Vida:

O projeto de vida do estudante precisa ganhar contornos e diretrizes no presente, correspondendo às


demandas e expectativas individuais, no sentido de que o jovem tem o tempo que ainda está por vir
para a concretização de suas propostas. Além disso, sua estruturação deve ser flexível, visto as
variáveis (pessoais, sociais, econômicas, políticas, dentre outras) que irão ocorrer entre a elaboração
do projeto e a sua efetivação – não podemos nos esquecer, por exemplo, que os estudantes irão
experimentar também no ambiente da escola encontros e desencontros, conquistas e frustrações, gerir
expectativas e decepções, dialogar, argumentar e, por vezes, aprender a ceder sua opinião, além de
outras situações que irão impactar profundamente suas perspectivas e levar a revisões e
reestruturações de seus planos e postura individual. Por fim, é indiscutível o fato de que o projeto de
vida é exclusivamente do estudante e, por isso mesmo, intransferível: deve ser pensado, arquitetado e
56
ulteriormente executado unicamente por ele – mesmo que seja constituído a partir de influências
diversas, como conselhos de familiares ou reflexões e discussões orientadas na escola. (MINAS
GERAIS, 2022 A, p. 312-313).

Na sequência, você pode explicitar para os estudantes o propósito das aulas de Projeto de Vida a partir
de perguntas a respeito de suas impressões iniciais sobre o texto; da importância de se ter um projeto
de vida bem arquitetado e calcado na realidade; da relevância das orientações do texto para a
elaboração de um projeto de vida que integre de modo satisfatório as dimensões pessoal, social e
profissional; das expectativas com relação às aulas do componente curricular Projeto de Vida ofertadas
em sua escola; do impacto dos valores vivenciados na comunidade escolar em nossas escolhas
individuais e coletivas; etc.

Problematização (15 minutos): Após o momento de sensibilização sugerimos que você evidencie a
dimensão filosófica inerente ao projeto de vida a partir do texto lido em sala de aula - debatendo
desde a ideia de que “a capacidade de projetar pode ser identificada como o traço mais característico
da atividade humana” (MACHADO, 2016, p. 7-8) até questões relacionadas à liberdade, à
responsabilidade, à finitude humana etc.

Para contextualizar melhor o âmbito do projeto de vida, você pode recorrer à imagem de Sócrates, tal
como apresentada por Cícero: “Sócrates, por primeiro, fez descer do céu a filosofia, colocou-a nas
cidades, introduziu-a também nas casas e forçou a investigação sobre a vida e os costumes e sobre as
coisas boas e as más.” (CÍCERO, 2014, p. 395). Ou seja, de acordo com Cícero, Sócrates foi o primeiro
pensador grego a priorizar as questões humanas (valores, comportamentos, relações etc.) enquanto
problemas filosóficos (de modo distinto dos filósofos “pré-socráticos” e suas características reflexões a
respeito do cosmos / physis). De modo a explicitar a afirmação de Cícero e iniciar a problematização do
tema junto aos estudantes é recomendável resgatar / apresentar os elementos constitutivos da
Alegoria da Caverna de Platão como exemplo da potencialidade da filosofia socrática para a
investigação e fundamentação da existência humana (reflexões sobre as dimensões ética, política,
epistemológica, psicológica, metafísica e etc.). Vale a pena destacar aqui, se possível, as
particularidades que propiciaram o “surgimento” da filosofia ocidental na Grécia Antiga e como isso deu
subsídios para o desenvolvimento da filosofia socrática.

De um modo geral, este segundo momento da sequência didática pode servir para esclarecer aos
estudantes o fato de que a busca pela felicidade, a construção da autonomia, o uso prudente da
liberdade e outros elementos fundamentalmente filosóficos são indissociáveis da noção de projeto de
vida - tal como já encontrávamos em Sócrates. Em suma, estudar, elaborar e efetivar um projeto de
vida é, acima de tudo, uma atitude filosófica.

Investigação (10 minutos): De modo a explorar a bibliografia primária da filosofia, segue abaixo
uma sugestão de texto que pode ser lido junto com os estudantes em sala de aula:

O fato de apontarmos a presença de um elemento lúdico na cultura não quer dizer que atribuamos aos
jogos um lugar de primeiro plano, entre as diversas atividades da vida civilizada, nem que
pretendamos afirmar que a civilização teve origem no jogo através de qualquer processo evolutivo, no
sentido de ter havido algo que inicialmente era jogo e depois se transformou em algo que não era mais
jogo, sendo-lhe possível ser considerado cultura. A concepção que apresentamos nas páginas que se
seguem é que a cultura surge sob a forma de jogo, que ela é, desde seus primeiros passos, como que
"jogada". Mesmo as atividades que visam à satisfação imediata das necessidades vitais, como por
exemplo a caça, tendem a assumir nas sociedades primitivas uma forma lúdica. A vida social reveste-
se de formas suprabiológicas, que lhe conferem uma dignidade superior sob a forma de jogo, e é
através deste último que a sociedade exprime sua interpretação da vida e do mundo. Não queremos
com isto dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que em suas fases mais primitivas a cultura
possui um caráter lúdico, que ela se processa segundo as formas e no ambiente do jogo. Na dupla
unidade do jogo e da cultura, é ao jogo que cabe a primazia. Este é objetivamente observável, passível
de definição concreta, ao passo que a cultura é apenas um termo que nossa consciência histórica
atribui a determinados aspectos. [...] Regra geral, o elemento lúdico vai gradualmente passando para
segundo plano, sendo sua maior parte absorvida pela esfera do sagrado. O restante cristaliza-se sob a
forma de saber: folclore, poesia, filosofia, e as diversas formas da vida jurídica e política. Fica assim
completamente oculto por detrás dos fenômenos culturais o elemento lúdico original. Mas é sempre
possível que a qualquer momento, mesmo nas civilizações mais desenvolvidas, o "instinto" lúdico se

57
reafirme em sua plenitude, mergulhando o indivíduo e a massa na intoxicação de um jogo gigantesco.
(HUIZINGA, 2010, p. 59-61)

Conceituação (15 minutos): Nesta última etapa da sequência didática os conceitos explorados até o
presente momento podem ser retomados e colocados em relação com a teoria defendida por Johan
Huizinga (jogos enquanto elementos fundantes da cultura). A partir dessa perspectiva relacional os
estudantes terão subsídios para refletir e conceituar a respeito da cultura humana e de que modo esta
condiciona os nossos projetos de vida.

Para instigar ainda mais os estudantes nessa etapa pedagógica você pode explicitar as características
formais dos jogos elencadas por Huizinga (voluntariedade, regras consentidas e obrigatórias, tempo e
espaço específicos, escapismo, imprevisibilidade, círculo mágico etc.). Esses e outros elementos
descritos por Huizinga podem ser encontrados em sua obra Homo Ludens: O jogo como elemento da
cultura (Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1KzQZsVkuzASNPWJfDY_XY9QwNgxmZQZT/view>. Acesso em: 09
fev. 2023).

Sugerimos dar continuidade à conversa a partir de uma provocação, indagando os estudantes a


respeito do significado da afirmação “a vida é um jogo”, desafiando-os a aplicar / recriar conceitos para
lidar com questões como: De que forma podemos elaborar um projeto de vida considerando a
irremediável postura filosófica que se faz necessária diante dele? Se assumirmos que a vida se
configura de modo semelhante a um jogo, como arquitetar estratégias cada vez mais precisas com o
auxílio da filosofia para fundamentar as nossas próximas “jogadas” e garantir o sucesso ao longo da
nossa jornada existencial? Quais as principais consequências que podemos sofrer quando abrimos mão
de estar no controle da elaboração de nossos projetos de vida? Por que a escola é um ambiente
propício para refletirmos sobre o nosso projeto de vida? Quais elementos nos permitem traçar um
percurso evolutivo de Sócrates até os dias de hoje com relação às reflexões sobre projeto de vida e a
perspectiva de que a vida se assemelha a um jogo? Faz sentido afirmarmos, tal como Huizinga, que o
jogo é anterior à cultura? Por que? Como conceber um projeto de vida que seja situado e singular -
mas que, ao mesmo tempo, não seja limitado por “fronteiras” e alheio aos fluxos da coletividade?

Para finalizar esta sequência didática é importante retomar as habilidades propostas no início da aula e
demonstrar para os estudantes como elas foram trabalhadas ao longo das ações pedagógicas
realizadas em casa e na escola.

RECURSOS:
Quadro e pincel; computador / telefone celular e acesso à internet; jogos analógicos / digitais.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Essa sequência didática pode contribuir significativamente para o seu processo avaliativo - seja na
dimensão diagnóstica, formativa ou somativa. No entanto, sugerimos que todas as dinâmicas
apresentadas nesta aula sejam utilizadas enquanto avaliação diagnóstica ou formativa. A presente
proposta permite, por exemplo, observar o nível de socialização dos estudantes a partir das atividades
desenvolvidas em sala de aula. A capacidade de interpretação de texto e síntese dos estudantes
também podem ser levadas em consideração a partir das atividades propostas abaixo (com relação a
essa atividade, até mesmo uma avaliação somativa pode ser aplicada, desde que combinada
anteriormente com os estudantes). A análise dessas questões permite reunir informações importantes
sobre os estudantes e preparar intervenções e avaliações formativas mais producentes e
personalizadas ao longo do ano letivo.

De modo a explorar o método ativo de aprendizagem gamificação, sugerimos o desenvolvimento de


uma atividade junto aos estudantes utilizando o jogo de tabuleiro Carcassonne. Essa atividade pode
ser desenvolvida tanto em sala de aula quanto organizada para ser explorada pelos estudantes em
casa e posteriormente apresentada para os colegas na escola (servindo como uma boa opção de
procedimento de avaliação a ser considerado ao final do bimestre). Para introduzir ainda mais os
estudantes no âmbito dos jogos e de suas possibilidades pedagógicas indique a eles o vídeo “Super
poderes dos jogos” (Disponível em: <https://youtu.be/4UJ-MHgeYh8>. Acesso em: 09 fev. 2023) e
incentive o desenvolvimento de uma familiaridade com o jogo Carcassonne. A ideia central aqui é fazer
uma adaptação do jogo a partir das características da comunidade escolar da qual você e seus
estudantes fazem parte.
58
Imagem 3: Carcassonne Aos moldes das cartelas (tiles) do jogo Carcassonne, os
estudantes podem representar a escola e seus arredores
nas peças a serem elaboradas para a adaptação do jogo.
Comércio, ruas, praças, estradas e pontos de referência do
bairro podem ser desenhados em uma cartolina que
depois pode ser recortada para confeccionar as cartelas
principais do jogo. Outra alternativa é incentivar os
estudantes a elaborar essas peças em programas de
computador ou aplicativos que ofereçam ferramentas de
design gráfico (como o Canva, por exemplo). As regras,
objetivos e demais elementos do jogo Carcassonne podem
ser modificados de modo a melhor reproduzir as
Fonte: (Carcassonne - Segunda Edição [2015]).
características da comunidade escolar (espaços, relações,
valores etc.).

Essa atividade pode ser desenvolvida em sintonia com os outros componentes curriculares da área de
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (Geografia, História e Sociologia) e até mesmo com conteúdos
de áreas distintas, como Arte, Matemática e Língua Portuguesa, fomentando o trabalho
interdisciplinar na escola. Devido ao tema do jogo, talvez seja significativo uma parceria mais direta
com os(as) professores(as) de Geografia e História de sua escola. Nessa perspectiva é possível iniciar
a atividade com um debate acerca da história e da geografia da cidade francesa que dá nome ao
jogo, Carcassonne, passando por questões de escalas em cartografia, pesquisas sobre a economia
local, nome a ser dado ao jogo concebido pelos estudantes etc. - o que favorece o desenvolvimento
das habilidades sugeridas para serem trabalhadas nesta sequência didática. Ademais, de modo a
manter em pauta o viés reflexivo adotado nessa aula, é fundamental propor essa atividade tendo em
vista a dimensão pessoal e social do projeto de vida dos estudantes (e outros conteúdos explorados
no componente curricular que trabalha essa questão na escola), possibilitando uma abordagem mais
significativa a respeito da comunidade escolar durante a adaptação do jogo Carcassonne. Elementos
que podem contribuir com relação a esse tópico - como a realização de uma cartografia da
comunidade escolar - podem ser encontrados na aula “Projetos de Vida em Comunidade”, veiculado
no programa Se Liga na Educação, transmitido na Rede Minas no dia 08 de fevereiro de 2023
(Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/12P4ptX44kwaN3JJVhMpZrtK2Km67SOae/view>.
Acesso em 09 fev. 2023).

Por fim, no que diz respeito à gamificação, essa proposta de


procedimento de avaliação pode ser considerada dentro de um
sistema que envolve conquistas de recompensas, badges,
missões, competição, dentre outros elementos característicos
da gamificação (confira as possibilidades e suas descrições nas
obras de referência logo abaixo). Aliado a isso, durante o
processo de adaptação do jogo Carcassonne, os estudantes
podem fazer registros explicitando os aspectos de ludologia
estudados em sala de aula, as habilidades que podem ser
desenvolvidas ao longo dessa atividade (tal como abordadas
no vídeo “Os super poderes dos jogos”), produzindo, assim,
um diário de bordo da atividade que pode servir como um
material a ser apreciado como trabalho avaliativo também a
partir da perspectiva da gamificação. Fonte: (Carcassonne - Segunda Edição [2015])

Para saber mais sobre o método ativo de aprendizagem gamificação acesse o vídeo “Gamification
(Gamificação) na Educação” (Disponível em: <https://youtu.be/XCAv79vZdVs>. Acesso em: 09 fev.
2023) e também confira as obras indicadas nas referências dessa sequência didática. Já para
conhecer melhor o jogo Carcassonne confira a página do jogo no site Ludopedia (Disponível em:
<https://ludopedia.com.br/jogo/carcassonne>. Acesso em: 09 fev. 2023).

59
ATIVIDADES
1 – De acordo com o Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino Médio, o projeto de vida do
estudante “deve se fundamentar a partir de reflexões e deliberações acerca dos significados que
atribuímos à nossa realidade. Toda essa tarefa de voltar-se para si mesmo, de modo a planejar nossas
trajetórias a partir da compreensão de nossos desejos, potencialidades e limites e de como esses
fatores se relacionam com o outro e com o mundo.” (SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE
MINAS GERAIS, 2022, p. 223). Explicite a afirmação acima apresentando as possíveis contribuições da
filosofia para a elaboração de seu projeto de vida.

2 – Para Sócrates “uma vida sem exame não é digna de ser vivida” (Apologia de Sócrates, 38a).
Qual a relação que você estabelece entre essa afirmativa e a proposta de elaboração de um projeto de
vida apresentada em sua escola? Justifique sua resposta retomando os conceitos abordados durante a
aula.

3 – Apresente exemplos mostrando de que modo a vida se comporta como se fosse um jogo. Explore
os conceitos da teoria de Huizinga apresentados em sala de aula para justificar sua resposta. Ainda
dentro dessa proposta, pesquise sobre o racismo estrutural no Brasil, de que forma ele se configura
em nosso país e veja se é possível identificar elementos característicos dos jogos associados aos
mecanismos que perpetuam os estereótipos, preconceitos e discriminações relacionados à prática do
racismo em nossa sociedade.

REFERÊNCIAS

ARANHA Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia.
6. ed. São Paulo: Moderna, 2016.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. Sala de aula invertida: Uma metodologia ativa de
aprendizagem. Tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. 1. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019.
BUSARELLO, Raul Inácio. Gamification: Princípios e estratégias. São Paulo: Pimenta Cultural,
2016. (Disponível em:
<https://www.pimentacultural.com/_files/ugd/143639_5ede91da527e48f4a5406bcd0d43de28.pdf>.
Acesso em: 09 fev. 2023).
Carcassonne. In: BOARD GAME ARENA. Board Game Arena, [s.l.], [2016]. Disponível em:
<https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=carcassonne>. Acesso em: 09 fev. 2023.
Carcassonne. In: LUDOPEDIA. Ludopedia, [s.l.], [2000]. Disponível em:
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CÍCERO, Marco Túlio. Discussões Tusculanas. Tradução de Bruno Fregni Bassetto. Uberlândia:
EDUFU, 2014. (Disponível em: <https://books.scielo.org/id/72kk4/pdf/cicero-9786558240280.pdf>.
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Carcassonne - Segunda Edição. In: Devir. [s.l.], [2015]. Disponível em:
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FADEL, Luciane Maria et all (orgs.). Gamificação na educação. São Paulo: Pimenta Cultural, 2014.
(Disponível em:
<https://www.pimentacultural.com/_files/ugd/143639_bc905418dc92488ba0910561daa9afac.pdf>.
Acesso em: 09 fev. 2023).
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP: Papirus, 2012.
Gamification (Gamificação) na Educação. [s.l.: s.n.], 02 fev. 2016. 1 vídeo (05:13min). Publicado pelo
canal Expresso3. Disponível em: <https://youtu.be/XCAv79vZdVs>. Acesso em: 09 fev. 2023
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: O jogo como elemento da cultura. Tradução de João Paulo
Monteiro. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.
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MACHADO, Nílson José. Educação: Cidadania, projetos e valores. São Paulo: Escrituras, 2016.
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05 fev. 2023.
O que é um jogo? / De quem é a vez - Explica. [s.l.: s.n.], 15 jul. 2020. 1 vídeo (06:55min). Publicado
pelo canal Rafael Studart. Disponível em: <https://youtu.be/K4J_mNuX_gk>. Acesso em: 09 fev. 2023.
PLATÃO. A Alegoria da caverna: A República. In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia:
dos Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p. 39-41. Disponível
em: <http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2023
Projetos de Vida em Comunidade. In: Estude em Casa. Se Liga na Educação. [s.l.], [2023].
Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/12P4ptX44kwaN3JJVhMpZrtK2Km67SOae/view>.
Acesso em: 09 fev. 2023.
RETONDAR, Jeferson José Moebus. Teoria do jogo: A dimensão lúdica da existência humana.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
Super poderes dos jogos / De quem é a vez - Explica. [s.l.: s.n.], 29 abr. 2021. 1 vídeo (07:13min).
Publicado pelo canal Rafael Studart. Disponível em: <https://youtu.be/4UJ-MHgeYh8>. Acesso em: 09
fev. 2023.

61
COMPETÊNCIA

Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e


espaços, mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores
de conflito e negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam
o exercício arbitrário do poder.
Competência Específica 5: Identificar e combater as diversas formas de injustiça, preconceito e
violência, adotando princípios éticos, democráticos, inclusivos e solidários, e respeitando os Direitos
Humanos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Os conceitos de civilização (EM13CHS203) Contrapor os diversos significados de território,


e barbárie; esclarecimento fronteiras e vazio (espacial, temporal e cultural) em diferentes
e obscurantismo como sociedades, contextualizando e relativizando visões dualistas como
subsídios para a civilização/barbárie, nomadismo/sedentarismo e cidade/campo, entre
compreensão das relações outras.
de poder.
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço
Cidadania: da Antiguidade e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o
aos dias de hoje. papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios,
Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os
A ideia de poder e as
conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-
configurações culturais.
cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
Poder e Estado.
(EM13CHS501) Compreender e analisar os fundamentos da ética em
Filosofia política: o Poder. diferentes culturas, identificando processos que contribuem para a
formação de sujeitos éticos que valorizem a liberdade, a autonomia e o
poder de decisão (vontade).

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Filosofia, conflitos e ludologia
DURAÇÃO: 150 minutos (50 minutos em sala de aula + 100 minutos em casa / após a aula)
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
Aula expositiva; sala de aula invertida; instrução por pares.

A) CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Saudações!
Nesta sequência didática de filosofia exploraremos o conceito de guerra a partir de elementos oriundos
da ludologia e da filosofia moderna. Nessa perspectiva, os estudantes irão vivenciar momentos
pedagógicos tanto em sala de aula quanto em casa:
→ explorando o método ativo de aprendizagem instrução por pares: Durante a aula oriente os
estudantes para que se organizem em duplas. Efetive essa organização de acordo com o nível
de apreensão dos objetos de conhecimento com os quais os estudantes terão contato em casa
a partir de dois vídeos indicados previamente por você. Em sala de aula você pode utilizar
métodos analógicos (questionário simples por escrito, o levantar de mãos pelos estudantes para
confirmar a apreensão dos conteúdos etc.) ou digitais (o aplicativo Kahoot, por exemplo) para
coletar os dados necessários à organização das duplas. Você encontrará mais instruções sobre
o desenvolvimento dessa proposta metodológica no tópico “DESENVOLVIMENTO”.
No que se refere à sala de aula, sugerimos que esta sequência didática seja realizada em quatro
etapas:
1. sensibilização: estabelecer conexões entre o tema da aula e a experiência prévia dos
estudantes;
2. problematização: transformar o tema da aula em um problema a ser explorado pela turma;

62
3. investigação: buscar na história da filosofia por soluções conceituais ao problema identificado;
4. conceituação: recriar e aplicar conceitos para a resolução do problema em questão.

Os elementos integrantes desta sequência didática (procedimentos metodológicos, contextualização,


desenvolvimento, recursos e avaliação, uso de jogos analógicos e digitais) podem ser modificados e
adaptados de acordo com a realidade da escola e com os recursos pedagógicos e tecnológicos
disponíveis para você e seus estudantes. É importante que a interdisciplinaridade entre os
componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas tenha um papel
significativo na preparação e no desenvolvimento dessa sequência didática. Desse modo, a ordenação,
a estruturação e a articulação dos objetos de conhecimento e das ações pedagógicas aqui presentes
poderão ser efetivadas de modo eficiente e eficaz. Por fim, a presente sequência didática pode
ser desmembrada em duas ou mais aulas de acordo com as especificidades das turmas
atendidas, a flexibilidade de seu planejamento de ensino ou outras conveniências. Além
disso, vale a pena refletir sobre a pertinência do uso de sistemas de gerenciamento de
conteúdos, como o Google Classroom, para um melhor aproveitamento do tempo
destinado ao desenvolvimento das atividades a serem realizadas tanto em casa quanto em
sala de aula.

B) DESENVOLVIMENTO:
Inicialmente, é importante que os estudantes cheguem à sala de aula tendo assistido aos vídeos
“Contrato Social - Hobbes, Locke e Rousseau” (Disponível em: <https://youtu.be/3GZHpnth0fM>.
Acesso em: 09 fev. 2023) e “Classificação dos jogos, de Roger Caillois” (Disponível em:
<https://youtu.be/P9yGMuLvHAQ>. Acesso em: 09 fev. 2023).

Sensibilização (10 minutos): Após a acolhida dos estudantes, sugerimos que você apresente as
habilidades que serão trabalhadas em sala de aula e, em seguida, convide-os a escutar a música “Rosa
de Hiroshima” interpretada pela banda Secos e Molhados (Disponível em:
<https://youtu.be/7bvrMzwr4wI>. Acesso em: 09 fev. 2023). Segue abaixo a letra da música (poema
de Vinícius de Moraes):

A ROSA DE HIROSHIMA

Pensem nas crianças, mudas, telepáticas Mas, oh, não se esqueçam da rosa, da rosa
Pensem nas meninas, cegas, inexatas Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária
Pensem nas mulheres, rotas alteradas A rosa radioativa, estúpida e inválida
Pensem nas feridas, como rosas cálidas A rosa com cirrose, a anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada

Na sequência, você pode perguntar aos estudantes a respeito de suas impressões iniciais sobre a
música e como interpretam a letra do poema representado na canção. Em seguida, sugerimos que
contextualize o poema (2ª Guerra Mundial, tragédia da bomba atômica, consequências de conflitos
armados etc.) a partir de perguntas direcionadas aos estudantes - sempre levando em consideração as
observações iniciais apresentadas por eles.

Problematização (15 minutos): Após o momento de sensibilização é recomendável que você


averigue a apreensão dos conteúdos explorados pelos estudantes em casa a partir dos vídeos
indicados previamente. Para saber mais sobre a implementação do método ativo de aprendizagem
instrução entre pares, confira a matéria “O que é Peer Instruction e como aplicá-la?” (Disponível em:
<https://blog.lyceum.com.br/o-que-e-peer-instruction/>. Acesso em: 09 fev. 2023). Sobre o uso do
aplicativo Kahoot para avaliar a apreensão dos conteúdos pelos estudantes, assista ao vídeo “Aprenda
como criar seu próprio quiz no Kahoot!” (Disponível em: <https://youtu.be/g6LMC1t0aHM>. Acesso
em: 09 fev. 2023).

Após organizar os estudantes em duplas e finalizar a dinâmica da instrução entre pares você pode
ratificar junto a eles a classificação dos jogos em quatro grupos realizada por Caillois e explicitar de
que modo o agôn pode se deteriorar ao ponto de se configurar enquanto uma prática de guerra
militar. As informações necessárias para balizar este momento da sequência didática podem ser
encontradas na obra Os jogos e os homens: A máscara e a vertigem (Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1wrLz8XLqdOtXnrdX4Bs74qo53t40FHqQ/view>. Acesso em: 09 fev.
2023). Na sequência sugerimos que você retome os principais argumentos que sustentam as teorias de
63
Hobbes, Locke e Rousseau, tal como já explorados pelos estudantes em casa a partir do vídeo
analisado previamente.

Ao final desta etapa vale ressaltar a importância de provocar os estudantes com questionamentos da
seguinte ordem: Quais práticas são mais condizentes com a natureza humana - as hostis ou as
amistosas? Por que? A guerra é algo inevitável, visto o estado de natureza do ser humano? Pensando
na perspectiva metodológica empregada nas Ciências Humanas, quais eventos podem ser identificados
como os principais fatores que comumente levam à prática da guerra? Quais estratégias podem ser
instauradas em nosso cotidiano para assegurar a paz em nossas relações? Pensando na invasão da
Ucrânia pelas forças militares russas, que completou um ano recentemente, quais atitudes éticas e
políticas poderiam ser adotadas para evitar esse conflito armado? Se estamos à beira de mais uma
“guerra fria”, agora travada entre Estados Unidos e China, quais tipos de violência podem entrar em
jogo nesse panorama? Espionagem e contraespionagem são ações indispensáveis para a manutenção
da paz? Se a guerra é uma forma alienada de apropriação do jogo (agôn) pela nossa sociedade, como
reestabelecer as regras, os princípios e as convenções necessárias para assegurar uma forma de
competição justa e legítima entre todos? Uma filosofia de não-violência e práticas de desobediência
civil podem ser eficientes para dissuadir atos de violência? Por que?

Investigação (10 minutos): De modo a explorar a bibliografia primária da filosofia, seguem abaixo
sugestões de textos que podem ser lidos junto com os estudantes em sala de aula:

Assinalo assim, em primeiro lugar, como tendência geral de todos os homens, um


perpétuo e irrequieto desejo de poder e mais poder, que cessa apenas com a morte. E a
causa disto nem sempre é que se espere um prazer mais intenso do que aquele que já se
alcançou, ou que cada um não possa contentar-se com um poder moderado, mas o fato de
não se poder garantir o poder e os meios para viver bem que atualmente se possuem sem
adquirir mais ainda. E daqui se segue que os reis, cujo poder é maior, se esforçam por
garanti-lo no interior através de leis, e no exterior através de guerras. E depois disto feito
surge um novo desejo, em alguns, de fama por uma nova conquista, em outros, de
conforto e prazeres sensuais, e em outros de admiração, de serem elogiados pela
excelência em alguma arte, ou outra qualidade do espírito (HOBBES, 2015, p. 36).

A união histórica das nações européias emaranhou seus interesses e direitos em


mil complicações; elas se tocam em tantos pontos que nenhuma delas pode
mover-se sem imprimir um impulso a todas as outras; como os laços que as unem
são mais estreitos, seus movimentos podem ter conseqüências mortais, e seus
frequentes conflitos são quase tão selvagens quanto as guerras civis. Devemos
admitir assim que as potências européias se posicionam entre si estritamente em um
estado de guerra, e que todos os tratados existentes entre elas são por sua natureza mais
uma trégua temporária do que a paz genuína: seja porque esses
tratados raramente são garantidos por outra potência além das contratantes,
seja porque os respectivos direitos nunca são determinados precisamente,
criando assim (...) a possibilidade de outras guerras, quando as circunstâncias
mudam, trazendo novo alento aos postulantes (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Extrato e
Julgamento do Projeto de Paz Perpétua de Abbé de Saint-Pierre. In: ROUSSEAU, 2003, p.
76-77).

Conceituação (15 minutos): Nesta última etapa da sequência didática recomendamos que os
conceitos explorados até o presente momento sejam retomados e colocados em relação a partir de
questões como: Quais as semelhanças e as diferenças entre as teorias contratualistas? Como a forma
alienada do agôn ganha espaço em nossa sociedade contemporânea? Quais valores e posturas
políticas favorecem a deterioração do agôn? De que forma análises críticas a respeito de eventos como
a Guerra Fria (1947-1991) e a sua relação com a invasão da Ucrânia pela Rússia podem oferecer
subsídios para refletirmos e evitarmos a ocorrência de situações semelhantes no presente e no futuro?

É importante que o processo de conceituação seja conduzido a partir de perguntas, possibilitando que
os estudantes assumam uma postura inquiridora diante do tema abordado em sala de aula, - aplicando
/ recriando, assim, conceitos de acordo com as problematizações apresentadas e explicitadas por você.
A retomada de conceitos abordados nas aulas anteriores (sobre linguagem e ludologia) podem tornar
essa última etapa da aula ainda mais significativa - além de estabelecer uma interconexão entre os
temas e as habilidades de todas as três sequências didáticas sugeridas neste Caderno Pedagógico.

64
Para finalizar esta sequência didática é importante retomar as habilidades propostas no início da aula e
demonstrar para os estudantes como elas foram trabalhadas ao longo das ações pedagógicas
realizadas em casa e na escola.

RECURSOS:
Quadro e pincel; computador / telefone celular e acesso à internet; aparelho de som ou similar; jogos
analógicos / digitais.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Essa sequência didática pode contribuir significativamente para o seu processo avaliativo - seja na
dimensão diagnóstica, formativa ou somativa. No entanto, sugerimos que todas as dinâmicas
apresentadas nesta aula sejam utilizadas enquanto avaliação diagnóstica ou formativa. A presente
proposta permite, por exemplo, observar o nível de socialização dos estudantes a partir das atividades
em duplas desenvolvidas em sala de aula. A capacidade de interpretação de texto e síntese dos
estudantes também podem ser levadas em consideração a partir das atividades propostas abaixo (com
relação a essa atividade, até mesmo uma avaliação somativa pode ser aplicada, desde que combinada
anteriormente com os estudantes). A análise dessas questões permite reunir informações importantes
sobre os estudantes e preparar intervenções e avaliações formativas mais producentes e
personalizadas ao longo do ano letivo.

Imagem 5: Twilight Struggle.


Ainda adotando os jogos de tabuleiro (e / ou suas
versões digitais) como ferramentas pedagógicas
neste nosso itinerário de estudos, você pode
desenvolver uma roda de conversa sobre a
moralidade envolvida na mobilização de recursos
para a manutenção de uma guerra. Para tanto, vale
a pena indicar aos estudantes o jogo Twilight
Struggle: A Guerra Fria, 1945-1989 para que
realizem uma partida e continuem explorando o
tema estudado. Twilight Struggle foi considerado o
melhor jogo de tabuleiro do mundo durante anos e
é constituído a partir de informações e iconografias
históricas acuradas, favorecendo o aprendizado de
eventos e ideias de forma lúdica e engajadora. No
entanto, todas as suas versões disponíveis no
mercado são pagas (tanto a versão analógica
Fonte: (Twilight Struggle. Devir [2016]). quanto a digital).

Caso seja possível utilizar o jogo Twilight Struggle com os estudantes, um possível produto a ser
produzido por eles para subsidiar a roda de conversa são fluxogramas mostrando se suas partidas
progrediram ou não conforme os eventos históricos transcorridos durante o período da Guerra Fria. O
manual do jogo pode ser acessado no site da editora Devir (Disponível em:
<https://devir.com.br/arquivos-downloads/twilight-struggle-manual.pdf>. Acesso em: 09 fev. 2023).

Para desenvolver essa atividade de um modo mais acessível a partir dos jogos, uma alternativa é
utilizar o jogo 7 Wonders Duel - sua versão digital pode ser acessada no site Board Game Arena
(Disponível em: <https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=sevenwondersduel>. Acesso
em: 09 fev. 2023). Neste jogo é possível conquistar a vitória a partir da supremacia militar, política
ou científica - sempre ao custo de muitos recursos e da execução de uma estratégia bem elaborada.
Nesta perspectiva, de modo a subsidiar a roda de conversa, pode ser conveniente solicitar aos
estudantes que realizem registros após uma partida de 7 Wonders Duel, evidenciando as relações
existente entre o jogo e os objetos de conhecimento explorados na aula, explicitando como os tipos
de vitória presentes no jogo se assemelham aos seus equivalentes em contextos de guerras reais etc.

65
Por fim, vale ressaltar que o uso de jogos analógicos e
Imagem 6: 7 Wonders Duel
digitais por si só (isto é, mesmo quando não adaptados
aos objetivos de aprendizagem que pretendemos
desenvolver em nossas aulas) desenvolvem muitas
competências cognitivas e socioemocionais nos
estudantes, fomentam uma ambiente escolar lúdico (e,
por isso mesmo, mais engajador), e mobilizam
habilidades diversas condizentes com a formação integral
que almejamos propiciar em nossas escolas. Para mais
informações sobre o jogo 7 Wonders Duel consulte a
página do jogo no site Ludopedia (Disponível em:
<https://ludopedia.com.br/jogo/7-wonders-duel>.
Acesso em: 09 fev. 2023). Já um tutorial mostrando
como se joga 7 Wonders Duel pode ser conferido no
vídeo “7 Wonders Duel - Tutorama” (Disponível em:
<https://youtu.be/KjH0CiD2-B4>. Acesso em: 09 fev. Fonte: (7 Wonders Duel. Mundo Galápagos
2023). [2017]).

ATIVIDADES
1 – De acordo com Caillois, “é notável que, para o agôn, a alea ou a mimicry, a intensidade do jogo
nunca é a causa do desvio funesto. Este é sempre decorrência de uma contaminação com a vida
comum. Produz-se quando o instinto que comanda o jogo se manifesta fora dos limites estritos de
tempo e de lugar, sem convenções prévias e imperiosas. É legítimo jogar tão a sério quanto se queira,
dilapidar, arriscar toda a sua fortuna e, até mesmo, sua vida, mas é preciso conseguir parar no limite
previamente fixado e saber retornar à condição comum, no momento em que as regras do jogo, ao
mesmo tempo libertadoras e protetoras, não valem mais.” (CAILLOIS, 2017, p. 96). Levando em
consideração a afirmativa acima, como deveríamos administrar os nossos desejos de modo a não nos
tornarmos escravos dos nossos instintos? Qual o papel da razão no controle da emoção nesse
processo? Por fim, como as regras possibilitam a manutenção da paz?

2 – É possível conciliar as posições de Hobbes e Rousseau no que se refere à teoria do contratualismo?


De acordo com a sua resposta inicial, justifique o seu posicionamento apresentando argumentos
fundamentados a partir dos conceitos explorados em sala de aula.

3 – Leia a afirmativa a seguir e responda a questão na sequência: “De acordo com Rousseau, o
contrato social, para ser legítimo, origina-se do consentimento necessariamente unânime. Cada
associado se aliena totalmente ao abdicar sem reservas de todos os seus direitos em favor da
comunidade. O indivíduo abdica de sua liberdade pelo pacto, mas, como ele próprio é parte integrante
e ativa do todo social, ao obedecer à lei, obedece a si mesmo e, portanto, é livre.” (ARANHA &
MARTINS, 2016, p. 272). Qual o papel da educação na formação do sujeito que deve assumir sua
responsabilidade no contrato social? Você acredita que a formação que você recebe na escola pública é
suficiente para oferecer subsídios à manutenção de uma sociedade justa? Por que?

4 – Analise a charge ao lado e reflita sobre as sanções Imagem 7: Conflito Ucrânia x Rússia
internacionais enquanto ferramentas para dissuadir
conflitos armados. Esse tipo de prática surte efeito? Seus
impactos são moralmente mais aceitáveis do que as
consequências de uma guerra? Com relação à invasão da
Ucrânia pela Rússia: os embargos internacionais foram
capazes de inviabilizar ou atenuar as hostilidades entre os
dois países? Redija uma síntese com suas considerações
sobre o tema.

Fonte: (Gilmar Fraga: invasão da Ucrânia [2022]).

66
REFERÊNCIAS

7 Wonders Duel. In: BOARD GAME ARENA. Board Game Arena, [s.l.], [2020]. Disponível em:
<https://pt.boardgamearena.com/gamepanel?game=sevenwondersduel>. Acesso em: 09 fev. 2023.
7 Wonders Duel. In: LUDOPEDIA. Ludopedia, [s.l.], [2017]. Disponível em:
<https://ludopedia.com.br/jogo/7-wonders-duel>. Acesso em: 09 fev. 2023.
7 Wonders Duel. In: MUNDO GALÁPAGOS. Mundo Galápagos, [s.l.], [2017]. Disponível em:
<https://www.mundogalapagos.com.br/jogo-de-tabuleiro-7-wonders-duel/produto/7WO101>. Acesso
em: 09 fev. 2023.
7 Wonders Duel - Tutorama. [s.l.: s.n.], 29 mar. 2017. 1 vídeo (16:47min). Publicado pelo canal
Meeple TV. Disponível em: <https://youtu.be/KjH0CiD2-B4>. Acesso em: 09 fev. 2023.
Aprenda como criar seu próprio quiz no Kahoot!. [s.l.: s.n.], 01 mai. 2020. 1 vídeo (05:03min).
Publicado pelo canal TEC Educação. Disponível em: <https://youtu.be/g6LMC1t0aHM>. Acesso em: 09
fev. 2023.
ARANHA Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia.
6. ed. São Paulo: Moderna, 2016.
CAILLOIS, Roger. Os jogos e os homens: A máscara e a vertigem. Tradução de Maria Ferreira.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.
Classificação dos jogos, de Roger Caillois. [s.l.: s.n.], 12 nov. 2020. 1 vídeo (05:35min). Publicado pelo
canal Gabriele. Disponível em: <https://youtu.be/P9yGMuLvHAQ>. Acesso em: 09 fev. 2023.
Contrato Social - Hobbes, Locke e Rousseau / Filosofia. [s.l.: s.n.], 07 abr.. 2021. 1 vídeo (06:47min).
Publicado pelo canal Conceito Ilustrado. Disponível em: <https://youtu.be/3GZHpnth0fM>. Acesso em:
09 fev. 2023.
GALLO, Sílvio. Metodologia do ensino de filosofia: Uma didática para o ensino médio.
Campinas, SP: Papirus, 2012.
Gilmar Fraga: invasão da Ucrânia. In: GZH. Gaúcha Zero Hora - GZH. Porto Alegre, [26 fev. 2022].
Disponível em : <https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2022/02/gilmar-fraga-invasao-da-
ucrania-cl036gnn300e30165xsyh1kpn.html>. Acesso em: 09 fev. 2023.
HOBBES, Thomas. Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado Eclesiástico e civil.
Tradução de Rosina D’Angina. São Paulo: Martin Claret, 2015.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
<https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%
20do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
<https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg>. Acesso em: 05
fev. 2023.
O que é Peer Instruction e como aplicá-la? In: Lyceum. São Paulo, [2022]. Disponível em:
<https://blog.lyceum.com.br/o-que-e-peer-instruction/>. Acesso em: 09 fev. 2023.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Extrato e Julgamento do Projeto de Paz Perpétua de Abbé de Saint-Pierre.
In: Rousseau e as Relações Internacionais. Tradução de Sérgio Bath. São Paulo: Imprensa Oficial
do Estado, 2003.
Secos e Molhados - Rosa de Hiroshima (Letra Oficial). [s.l.: s.n.], 01 ago. 2019. 1 vídeo (02:02min).
Publicado pelo canal Warner Music Brasil. Disponível em: <https://youtu.be/7bvrMzwr4wI>. Acesso
em: 09 fev. 2023.
Twilight Struggle. In: Devir. [s.l.], [2016]. Disponível em: <https://devir.com.br/twilight-struggle/>.
Acesso em: 09 fev. 2023.

67
MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS
REFERÊNCIA
2023

COMPETÊNCIA
Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais nos
âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de procedimentos
epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se criticamente em
relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões baseadas em argumentos e
fontes de natureza científica.
Competência Específica 2: Analisar a formação de territórios e fronteiras em diferentes tempos e espaços,
mediante a compreensão dos processos sociais, políticos, econômicos e culturais geradores de conflito e
negociação, desigualdade e igualdade, exclusão e inclusão e de situações que envolvam o exercício
arbitrário do poder.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:
As trajetórias de vida e (EM13CHS101) Analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas
suas relações com os em diversas linguagens, com vistas à compreensão e à crítica de ideias
processos de socialização. filosóficas e processos e eventos históricos, geográficos, políticos,
econômicos, sociais, ambientais e culturais.
A Sociologia e o olhar
sociológico sobre a (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas,
sociedade. geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais da
emergência de matrizes conceituais hegemônicas (etnocentrismo, evolução,
modernidade etc.), comparando-as a narrativas que contemplem outros
agentes e discursos.
(EM13CHS201) Analisar e caracterizar as dinâmicas das populações, das
mercadorias e do capital nos diversos continentes, com destaque para a
mobilidade e a fixação de pessoas, grupos humanos e povos, em função de
eventos naturais, políticos, econômicos, sociais e culturais.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Saberes nas Ciências Humanas e a Questão da Insegurança Alimentar Severa
DURAÇÃO: 1 aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
− Exposição dialógica.
− Música.
− Trabalho em grupo.
CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Dar as boas-vindas.
Apresentar o tema de estudo.
De forma dialógica falar sobre multidisciplinaridade na construção do conhecimento.

68
B) DESENVOLVIMENTO:
1 - Distribuir as cópias da letra da música (Rap).
2 - Apresentação da música professor e estudantes acompanham a letra juntos.

(Obs: A mesma folha de papel A4 poderá ser usada em outras salas).

Música: Meu Nome É Fome (Felipe Rima)


Letra:
Muito prazer, meu nome é fome!
Sou algo que consome
Sei que sou o que sou
Mas não sei quem me inventou
Parceira do desânimo
Meus amigos são anônimos
Se a comida beija a boca
Fico louca se for pouca
Minha presença ao rico ofende
Sou ofensa, porém o pobre não se rende
Em todo ser que se alimenta estou presente
Sei que é fácil viver quando estou ausente
Nunca vou embora, sempre saio pra passear
Mas logo o tempo passa e tenho que retornar
Sou lança afiada que penetra
até mesmo o mais duro homem
Sei que você já sabe, mas torno a repetir
"muito prazer, meu nome é fome"

3 - De forma dialógica:
− Fazer uma sondagem do que os estudantes sabem sobre o assunto.
− Estimular a memória e a percepção sobre a realidade que os cerca.
− Explicar rapidamente o que é insegurança alimentar.

4 - Propor a elaboração da atividade em grupo.


5 - Encerramento.

RECURSOS:
Celular; quadro; pincel de cores variadas; xerox; caixa de som; folha de papel A4.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Observação atenta do empenho e participação de cada estudante e da turma nas atividades propostas.

ATIVIDADES
1 – Os estudantes de forma livre e espontânea formarão 04 grupos e cada grupo com seu
representante.

2 – Os grupos serão nomeados por nomes de componentes curriculares da área das Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas, ou ainda, utilizando outros critérios para nomeá-los como por
exemplo, pensadores da sociologia, de cores, estilos de música, entre outros.

3 – Cada grupo utilizará os celulares disponíveis para pesquisar e responder às perguntas de acordo
com o link de cada texto.
OBS: O professor pode preparar previamente o QR code de cada link e afixar no quadro. Site para
elaboração de QR code: https://qrcodefacil.com/

69
→ GRUPOS:
A) (Filosofia) - Qual o significado das palavras empatia e alteridade? O que ela tem a ver com a
questão da fome?
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/alteridade.htm

B) (Geografia)- A fome tem causas geográficas, territoriais e ambientais?


Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/brasil/fome-no-brasil.htm

C) (História) - A fome sempre existiu na história da humanidade? Por que esse problema ainda não foi
resolvido?
Disponível em: http://ohs.coc.fiocruz.br/posts_ohs/fome-no-brasil-a-comida-na-mesa-continua-
incerta/

D) (Sociologia) - Quais são as campanhas e mobilizações sociais que combatem a fome que vocês
conhecem?
Disponível em: https://coepbrasil.org.br/mutirao-contra-a-fome/

→ Os estudantes usarão o celular para pesquisar e responder as questões.


→ Cada grupo responderá às perguntas propostas.
→ Dois representantes de cada grupo apresentarão o levantamento da pesquisa.

REFERÊNCIAS
GUITARRARA, Paloma. "Insegurança alimentar"; Brasil Escola. Disponível em:<
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/inseguranca-alimentar.htm>. Acesso em: 04 mar. 2022.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Sociologia, conhecimento (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias


científico e senso comum. históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
Diferentes formas de
(etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
compreender os eventos
narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
históricos a partir de um foco
nos elementos produtores de (EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
desigualdades. iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Os diferentes tipos de conhecimento - As características e diferenças entre o
conhecimento sociológico e o conhecimento de senso comum
DURAÇÃO: 2 aulas
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
− Sensibilização.
− Exposição Dialógica.
− Dinâmica de Grupo.
CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Primeiramente, propõe-se a discussão da validade de algumas noções correntes do Senso Comum,
familiares ao contexto dos estudantes. As seguintes frases expressam exemplos dessas noções:
→ “mulher no volante, perigo constante”
→ “é trabalhando que se enriquece”
→ “bandido bom é bandido morto”
→ “tem cabelo bom e cabelo ruim”
→ “índio de celular não é mais índio”
→ “todo político é corrupto”
Frases como essas são colocadas para a turma, a fim de provocar a manifestação de seu Senso
Comum, bem como o questionamento acerca da validade dessas afirmações. Elas podem ser escritas
em pedaços de papel e distribuídas aleatoriamente entre os estudantes para que sejam lidas em voz
alta para a turma. Note que cada uma delas introduz e encerra em si temas caros à Sociologia Escolar,
respectivamente: gênero, trabalho, classe, criminalidade, raça, identidade, política, corrupção. Isso já
indica para os estudantes temas que podem ser trabalhados ao longo do ano.

Professor(a), busque fazer uma mediação a partir da opinião apresentada pelos estudantes,
priorizando sempre argumento para desmistificar as afirmações, zelando pelo combate ao preconeito, a
discriminação e ao racismo. Cabe ressaltar com a turma que serão temas tratados com maior
profundidade em aulas posteriores.

71
DESENVOLVIMENTO:
Na Aula 1: A partir da discussão proposta apresenta-se uma sucinta tabela, desenhada no quadro,
sobre algumas formas importantes de conhecimento e suas manifestações para começar a tornar mais
nítida a forma distinta de operação do Senso Comum e do Conhecimento Sociológico (Científico).

Tipo de
Manifestação Característica Importante Teor Crítico
Conhecimento

Explicação divina ou sobrenatural. Sem


Religioso/Mítico Fé
Dogma: Verdade inquestionável. Questionamento

Resultante da observação milenar


Experiência dos dos fenômenos da natureza. Ex.: Sem
Tradicional/Popular
povos tradicionais o conhecimento das ervas e dos Questionamento
ciclos naturais.

Experiência pessoal, cotidiana e


imediata.
Experiência do Expresso na opinião da maioria. Sem
Senso Comum
Cotidiano Crenças verdadeiras ou falsas. Questionamento
Influenciado por todos os tipos
de conhecimento.

Busca dar sentido racional e lógico


Filosófico Razão/Lógica ao mundo com base na reflexão Questionador
sobre a realidade.

Verificação rigorosa das causas e


Método de
Científico (Sociológico) consequências dos fatos e Questionador
Investigação
acontecimentos naturais e sociais.

A coluna “Teor Crítico” é preenchida chamando os estudantes ao quadro na medida que a discussão e
a reflexão provocada sobre cada forma de conhecimento avançam. A resposta final não é dada, mas
provocada. São os estudantes que chegam até ela com a orientação do professor. Com isso, o
contraste entre o Senso Comum e a Abordagem Sociológica torna-se mais claro. Atenção: ser “Sem
questionamento” ou “Questionador” não necessariamente invalida o tipo de conhecimento, mas
descreve a forma como é construído. Ex.: o conhecimento dos povos tradicionais a respeito das formas
de germinação de diferentes sementes é válido e útil; as noções de higiene atuais do senso comum,
como lavar as mãos antes das refeições, é igualmente válida e útil; já os preconceitos e estereótipos
do senso comum, por sua vez, não têm validade e não se baseiam em fatos.

RECURSOS:
Quadro; pincel de cores variadas; tiras de papel A4.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Participação e envolvimento dos estudantes no preenchimento da coluna teor crítico.
Participação e envolvimento dos estudantes na dinâmica de grupo.
Ao final, cada estudante fará uma breve avaliação de sua participação nas atividades propostas.

72
ATIVIDADES
Dinâmica de Grupo: Telefone sem fio do Conhecimento

A Aula 2: Organiza-se a turma em círculo, e posiciona-se ao centro uma caixinha com várias frases
que remetem aos tipos de conhecimento tratados na aula. As frases são escritas em pedaços de papel
dobrados, confeccionados anteriormente pelo professor. Aleatoriamente o professor escolhe um
estudante que elegerá uma frase para ser transmitida no telefone sem fio. A frase provavelmente
chegará bastante alterada na outra ponta, o que animará e divertirá a turma. A frase original é lida
para os estudantes e o professor faz a seguinte pergunta: “A qual tipo de conhecimento pertence esta
frase? E por que?”. A discussão mobilizará um debate na turma e sob a orientação e provocação do
professor, as frases serão associadas ao seu tipo de conhecimento originário. A proposta é expor aos
estudantes como a transmissão do conhecimento é importante entre as pessoas e as gerações e
inspirar sua participação ativa na construção do conhecimento por meio de discussão e construção de
argumentos sólidos para responder à pergunta da atividade.

Exemplos e frases por conhecimento:

→ Conhecimento Religioso/Mítico: “Deus fez o mundo em sete dias.”, ”Descendemos de Adão e


Eva.”, “Quem peca é sempre castigado.”, “Essas crianças sem pai são filhas do Boto.”, “Dia 2
de Fevereiro e dia de dar flores para Iemanjá.”, “As flores da primavera sinalizam a visita da
deusa Perséfone ao mundo dos vivos.”, “Isso só pode ser carma da vida passada.”

→ Conhecimento Popular/Tradicional: “Chá de boldo cura ressaca.”, “Nosso pai, o Rio Watu, é
quem garante os peixes para o povo Krenak”. , “Maracujá acalma e faz dormir”, “Para fazer
fogo basta friccionar bastante dois gravetos.”, “Salgar e secar a carne faz ela durar mais.”, “No
verão os dias são mais longos”.

→ Conhecimento Filosófico: “Penso, logo existo.” (René Descartes, Séc. 17), “Só sei que nada sei”
(Sócrates, Séc. 5 a.C.), “O homem é o lobo do homem” (Thomas Hobbes, Séc. 17), “Sábio é
aquele que conhece os limites da própria ignorância”. (Sócrates, Séc. 5 a.C.).

→ Conhecimento do Senso Comum: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.”, “Toda
mulher nasceu para ser mãe.”, “A pobreza é consequência da preguiça.”, “Filho de peixe,
peixinho é.”, “Lutar por justiça é ‘mimimi’.”, “Querer é poder.”.

→ Conhecimento científico/Sociológico: “O que dita as marés é a proximidade da Lua com a


terra.”, “56% da população brasileira se considera negra”, “As vacinas são comprovadamente
eficazes”, “O racismo tem a ver com história do nosso país.”

Sugestão: por segurança é recomendado que haja um bom número de frases.

REFERÊNCIAS
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6 ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de
Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos, de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

O papel de diferentes (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias


instituições sociais, tais como históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
família, grupos de amigos, culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
escola, trabalho, mídias, (etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
instituições religiosas, políticas narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
e culturais no processo de
EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
socialização.
iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Grupos Sociais e socialização - Socialização primária e secundária - Agentes
socializadores
DURAÇÃO: 1 aula
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
− Sensibilização.
− Exposição Dialógica.
− Atividade Individual.
DESENVOLVIMENTO:
Iniciar-se-á aula com a entrega de quatro envelopes para quatro estudantes. Será solicitado que não
sejam abertos. Após, ouviremos e/ou cantaremos a música “Modinha para Gabriela”, de Dorival
Caymmi, nos atentando para um trecho em particular (trecho 1). Posteriormente, perguntamos aos
estudantes: Se nascemos como somos ou nos transformamos no que somos? Em seguida, partindo
daquilo que foi dito pelos estudantes, explicaremos como a Sociologia explica a socialização,
destacando os dois estágios. Com base no outro trecho (trecho 2) da música “Modinha para Gabriela”,
perguntaremos aos estudantes: Somos sempre iguais ao longo da vida? Por quê? A partir da
participação dos estudantes, relacionaremos às agências socializadoras com a transmissão de valores
culturais.

Pediremos para cada estudante que recebeu o envelope abrir e mostrar as quatro imagens que
representam formas de socialização presentes em cada um dos envelopes. Solicitaremos que eles
interpretem as imagens e relacione ao tema tratado. Após, com base nas explanações dos estudantes,
estaremos explicando a relação dos grupos sociais com o processo de socialização. Posteriormente,
realizaremos uma dinâmica que funcionará da seguinte forma: distribuiremos uma placa a cada
estudante que estará escrito de um lado “é natural” e do outro “é social”. Na sequência, falaremos
diversas coisas que se enquadram como ações biológicas (naturais) e sociais, por exemplo: Preconceito
é natural ou social? Comer é natural ou social? Comer usando garfo é natural ou social? Jogar futebol é
natural ou social? Pediremos para cada estudante levantar a placa correspondente. Com consequência
da participação dos estudantes estaremos problematizando suas respostas à luz da teoria sociológica.

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Por fim, será apresentada aos estudantes uma atividade a ser desenvolvida em casa com base nos
conceitos da aula (ver abaixo). Esta servirá para verificação das compreensões alcançadas por cada
estudante e pela turma, e será corrigida na aula seguinte, sendo utilizada como base para o
desenvolvimento do próximo conceito.

RECURSOS:
Quadro; pincel de cores variadas; imagens; música; aparelho de som; envelopes; cartolina.

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Atividade realizada pelos estudantes em casa, a qual será corrigida coletivamente na aula seguinte. O
objetivo é checar se os estudantes alcançaram os objetivos da aula.

ATIVIDADES
1 – Leia as características relativas a alguns agentes de socialização importantes no nosso processo de
socialização e associe-os a seus nomes. Escolha a opção que apresenta as combinações corretas.

A- Existe em uma variedade de configurações, desde mães e pais solteiros,


1- Escola casados ou divorciados em uniões hétero ou homoafetivas. É o grupo que mais
exerce influência na nossa socialização primária.

2- Grupo de B- Para além da educação formal, é um importante agente de socialização ao


amigos ensinar às crianças condutas para o mundo do trabalho tais como
pontualidade, disciplina, e convivência coletiva.
3- Meios de C- Esse agente de socialização geralmente une pessoas de idades, gostos e
comunicação comportamentos parecidos e têm importância duradoura em moldar as
de massa atitudes das pessoas para além da infância e da adolescência.

D- Sua ampla disseminação, sobretudo com o advento da internet, traz a


4- Família preocupação quanto à sua influência indevida sobre opiniões, posturas e
comportamentos. Seu impacto é irreversível e influencia bastante nossa
compreensão do mundo.

Escolha a opção que apresenta as combinações corretas.

a) 1C, 2B, 3A, 4D.


b) 1A, 2D, 3C, 4B.
c) 1D, 2A, 3B, 4C.
d) 1B, 2C, 3D, 4A.
e) 1A, 2B, 3C, 4D.

2 – A família, como o primeiro laboratório de relações interpessoais em que o ser humano é envolvido,
parece oferecer as ferramentas que o auxiliarão no estabelecimento de relações na vida adulta. Diante
disso, vivenciar, como vítima ou como testemunha, violência familiar na infância oferece ao sujeito um
modelo a ser perpetuado, ainda que seja gerador de dor e um legado de sofrimento. Nesse sentido,
promover, de modo preventivo e terapêutico, a interrupção de ciclos conjugais de violência apresenta-
se como fator protetor não somente para o núcleo familiar atual, mas também para as gerações
futuras.
COLOSSI, Patrícia Manozzo et al. De Geração em Geração: A Violência Conjugal e as Experiências na Família de Origem.
Psico, Porto Alegre, v. 46, n. 4, pp. 493-502, out.-dez. 2015.

75
A partir da leitura do trecho acima é correto afirmar sobre o processo de socialização:

a) A socialização secundária de uma pessoa é completamente independente de suas condições


familiares durante a socialização primária, o que acontece na infância não afeta as interações
sociais da vida adulta.

b) A socialização primária é um momento fundamental para a internalização de valores e


comportamentos podendo influenciar as interações sociais futuras de uma pessoa e a
reprodução social mais ampla.

c) O processo de socialização é a engrenagem da reprodução social da sociedade e os valores e


comportamentos que perpetua não são passíveis de transformação nas gerações futuras.

d) A socialização é interrompida quando a criança é vítima ou testemunha de violência familiar,


afetando o desenvolvimento de suas capacidades mentais e motoras, fazendo-a agir com um
animal na vida adulta.

REFERÊNCIAS

MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.
SANTOS, Caio Tavares dos; BODART, Cristiano das Neves. Plano de Aula de Sociologia: Socialização.
2018. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/plano-de-aula-socializacao/. Acesso: 10 fev.
2023.

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COMPETÊNCIA ESPECÍFICA

Competência Específica 01: Analisar processos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais
nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes tempos, a partir da pluralidade de
procedimentos epistemológicos, científicos e tecnológicos de modo a compreender e posicionar-se
criticamente em relação a eles, considerando diferentes pontos de vista e tomando decisões
baseadas em argumentos e fontes de natureza científica.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S):
CONHECIMENTO:

Diferentes formas de (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias


compreender os eventos históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e
históricos a partir de um foco culturais da emergência de matrizes conceituais hegemônicas
nos elementos produtores de (etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), comparando-as a
desigualdades. narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
A confiabilidade das pesquisas EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor
da área social por meio do argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais,
conhecimento da ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização
sistematização metodológica de dados e informações de natureza qualitativa e quantitativa
aplicada. (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos, documentos
históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.).
(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e
iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa,
reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as
escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Evasão Escolar e Exclusão Digital
DURAÇÃO: 50 minutos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS:
− Exposição dialógica.
− Storytelling: Habilidade de descrever realidades e sentimentos através de histórias.
− Trabalho em dupla.
CONTEXTUALIZAÇÃO/ABERTURA:
Boas-vindas.
Uma breve exposição sobre o tema da aula.
DESENVOLVIMENTO:
1 - O professor de forma dialógica fará a apresentação do tema de estudo.
2 - Em seguida pedirá para alguns estudantes para se deslocarem até a lousa e/ou quadro
previamente desenhado, e colocarem palavras ou frases que vierem na memória sobre os temas.

Ex:

Evasão Escolar Exclusão digital

• Trabalho. • Não tenho internet.

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4 - Iniciar um debate sobre as questões levantadas.
5 - Em seguida propor a atividade.
6 - Encerramento/considerações finais.

RECURSOS:
Quadro; pincel de cores variadas; xerox; folha de papel A4.
(Obs: A mesma folha de papel A4 poderá ser usada em outras salas).

PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Observação atenta do empenho e participação dos estudantes nas atividades propostas.

ATIVIDADES
A sala será dividida em duplas.
Cada dupla:
→ Receberá uma folha A4 com uma charge e um infográfico sobre o tema da aula.
→ Após observarem a imagem e o infográfico, algumas duplas farão uma breve exposição crítica.
→ Em seguida, outras duplas contarão uma breve história sobre as suas vivências no mundo digital.

Imagem 1 - Exclusão digital

Fonte:( ANPED, [2023])

Imagem 2 - Desigualdade digital

Fonte: (CONTEXTO online, [2023])

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REFERÊNCIAS
ANPED. Exclusão Digital. Disponível em: https://www.anped.org.br/news/pesquisa-com-1476-
estudantes-da-regiao-de-sorocaba-indica-que-4168-nao-estao-aptos-ao-trabalho. Acesso em: 10 fev.
2023.
CASTELLS, Manuel. A Era da Informação: economia, sociedade e cultura. Volume I, a sociedade em
rede. 5.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
CONTEXTO ONLINE. Desigualdade Digital. Disponível em: https://contextoonline.com/temas/a-
exclusao-digital-como-desigualdade-de-acesso-a-educacao-no-brasil. Acesso em: 10 fev. 2023.
CYSNE, Rommel. Exclusão Digital: Desafios para a consolidação da cidadania / Rommel Cysne. - Rio
de Janeiro: Rommel Cysne, 2007.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais: Ensino
Médio. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.],
2022. Disponível em:
https://www2.educacao.mg.gov.br/images/documentos/Curr%C3%ADculo%20Refer%C3%AAncia%20
do%20Ensino%20M%C3%A9dio.pdf. Acesso em: 05 fev. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino médio. Escola de Formação
e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em: 05 fev.
2023.

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