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Nome: Gabriel Lucas Vieira Rocha

Análise do Filme “Preciosa”

O filme conta a história de Clarice Preciosa Jones, adolescente negra e gorda,


que teve sua trajetória marcada por discriminação e violência. Preciosa vive no
Harlem, bairro de Nova York com sua mãe, é agredida diariamente pela mãe, que
também a utiliza como instrumento para acessar um benefício de transferência de
renda da assistência social. A protagonista também é abusada pelo pai desde a
infância, cuja violência resultou em duas gravidezes.
Preciosa é expulsa da escola no período da sua segunda gestação e é
encaminhada para outra instituição que apresenta um modelo alternativo de ensino,
onde é acolhida por suas colegas de classe, que também possuem um histórico de
vulnerabilidade, e por uma professora que acredita no potencial dessas adolescentes,
que utiliza a educação como ferramenta emancipatória. Nesse contexto, Preciosa
recebe o auxílio para enfrentar diversas questões pessoais e dificuldades, e na
medida em que ela vai se alfabetizando e começa a escrever diariamente em um
caderno, ela inicia um processo de construção de identidade própria e começa a
buscar outras maneiras de existir, que saem da órbita de violência em que ela se
encontrava.
O filme deixa claro como o contexto em que um sujeito vive perpassa sua
existência e subjetividade. Nesse sentido, é importante destacar também as
agressões cometidas pela mãe de preciosa são também efeitos da violência que ela
sofria com seu antigo companheiro. Um ciclo de violência que se repete e que se torna
invisível perante os olhos do Estado e da sociedade que pode ser revertido se
devidamente abordado
“Preciosa” oferece uma oportunidade para refletir sobre aspectos da atuação
do assistente social em diferentes contextos, inclusive em outros países, que possuem
uma realidade distinta da nossa, tanto da atuação do profissional, quanto do sistema
de proteção social existente no país. Não é possível identificar, no filme, uma
abordagem integrada entre os profissionais, como assistente sociais, psicólogos,
profissionais da saúde e educadores. Percebe-se uma atuação atomizada que difere
da lógica intersetorial das políticas públicas encontradas no Brasil.
A obra traduz para a linguagem cinematográfica uma realidade vivenciada por
milhares de pessoas, e aborda a pobreza urbana, racismo, gordofobia, violência
doméstica e sexual, e a falta de soluções educacionais para crianças e adolescentes
em vulnerabilidade social, ou seja, temas diretamente ligados às múltiplas expressões
da questão social e demonstra como a falta de acesso a políticas públicas
emancipatórias podem perpetuar um ciclo de violência.

Análise do filme “Anjos do Sol”

O filme “Anjos do Sol” é um filme nacional que expõe a exploração sexual e o


tráfico infantil no Brasil, onde os responsáveis se aproveitam da vulnerabilidade social
de pessoas de classes sociais menos favorecidas. A obra narra a história de Maria,
uma garota do interior do nordeste que é vendida por sua família, para um sujeito que
promete uma vida melhor para a criança, mas que na verdade era um aliciador
envolvido com o mundo da prostituição.
Refém em um bordel chamado “bar vermelho” em local isolado na região
amazônica, Maria vivencia inúmeras formas de violência onde é sexualizada e
objetificada. Após meses sofrendo abuso, Maria consegue fugir para e cruza o Brasil
para chegar no Rio de Janeiro, um grande centro urbano, mas se depara novamente
com a realidade da exploração sexual da criança e do adolescente.
A obra aborda inúmeros temas, como a desigualdade, analfabetismo e
evidencia a questão um mercado obscuro baseado na exploração de corpos infantis
que traz à tona uma situação invisibilizada, que apesar dos esforços, ainda possui
uma atuação ineficaz do poder público na resolução dessa problemática. A última
cena do filme traz um tom pessimista ao evidenciar a possível continuidade da
protagonista nessa realidade.
O filme não apresenta diretamente a atuação de um assistente social, no
entanto, abre espaço para inúmeras reflexões sobre os temas abordados que
atravessam o cotidiano desse profissional, pois realiza seu trabalho em determinado
espaço sócio ocupacional e que frequentemente irá se deparar com essas questões,
que se refere a violação dos direitos das crianças e adolescentes

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