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ARCHIVO JUDICIARIO PUBLICAGAO QUINZENAL JORNAL DO COMMERCIO FUNDADO E DIRIGIDO PELO MINISTRO EDGARD COSTA (Do Supremo Tribunal Federal) VOLUME XCVIII Abril, Maio © Junho 1951 Je 101 RODRIGUES & Avenida Rio Branco n, 117 RIO DE JANEIRO JUDICIARIO Phos, 307 158 269 367 24a XVUI ARCHIVO. apurar 0 quinto para o efeite de com- posicio dos membros do ‘Tribunal Tribunal de Justica do Distrito Federal — Hmentario de jurisprudéncia na. 28. —N. —N. 0. : Tribunal Superior Hleltoral —- Decisio de- negadora de mandado de seguranga. Conhecimento e desprovimento do respective recurso u Usucapiio — de terras devolutas em face da lei de 1850, do Codigo Civil, arti- Bos G6 © G7 e decreto 22.78, de 1933, art. 2.9. No regime do Cédigo Civil niio podem og bens dominiais como os beng publicos, em geral, pidos ser usuca- Manutengio de posse. Usucapiac acl Gentes. teluvicos fazem "a. terra astremecer; fende-se a sua crosta, © o que era superficie Yerdejante converte-se em abismos; eis que ven- davals desapoderados sacodem as cidates, er radicam as gigantescas arvores, agitain os mas res em ondas raivosas que tudo’ aniquilarn, tudo desordenam, golpeando tanto a natuzeza’ orga- nica como a ignorancia. B assim, aquilo que, minutor antes, era movimento ritmico tornou 2 descompassdr-se; um sol que prometia bri- Ihante, encobriu-se de nuvens espessas ¢ en- tenebrecedoras; o¥ ventos, que deveriam aca~ riciar as flores do campo e graciosamente agi- tar as palmeiras altivas, passam como uma ra~ jada de desolagdo e morte. Eis 0 desequilitio. Se volvermos 0 nosso olhar go mundo ‘bio- logico, “0 espetdcllo magnifico! Que harmo- 34 RCHIVO JUDICTARTO (SUPLEMENTO) nia, que preciso incomparavel, quase a as- semelhar-se a uma orquestragdo sinfonica, sob eximia batuta, onde os mais variegados acor- des repercutem docemente, numa sucessao, vezes suave, vezes agitada, ‘morrendo uns tons e surgindo ‘novos, formando uma encantadora, melodia. E’ todo ‘este mundo que sentimos de- senrolar-se dentre nés mesmos, idéias, senti- mentos, volicdes tudo. isso vibrando, com as mais estranhas tonalidades, saudosas, metali- ca: apaixonadas, E de repente, eis que também dentre em nés rebentam movimentos teltiricos, ruidos de choques, emocées, angistias, forcas incontidas que se ‘desatam, 'a harmonia esta desfeita, os dentes da engrenagem partidos e eis 0 mundo moral em desequilibrio ‘Assim também sucede no mundo em que ides viver no mundo em que ides trabalhar, assim também ocorre no mundo social. ‘Tal qual 0 mundo fisico, tat qual o mundo Fsiquice, © social movimenta-se por meio de nma ordem. Se dificil é penetrarmos no. universo ou no espirito para pesquisarmos as casas dos seus desequilibrios, mais 4rdua tarefa é investigar as causas, ésséncias, futuro e fins da vida social ‘Aiém de outros fatores de influéncia, ‘os Jaton, socinis permanccem sob a dependéncia das decisdes dos homens, ¢ estes nada mais sfio do que amontoados’ de érros, sobretudo aqueles que, como certos déspotas da antigul- Gade, se esquecem de que sao feitos de Dé, e se’ pretendem deuses ste, um dos maiores e mais funestos males dos nossos tempos, o neopaganismo que mastiga, tritura e devora boa poreio da nossa. mocidade estudantil, ovientada ‘por falsos ‘profetas, que se nutrem dos cargos da Demoeratia, para, me- Ihor_contra ela prepararem 0 golge mortat, E sao esses pobres farrapos da cléncia hu- mana, carregados de vao orgulho, vazios do temor de Detis, 03 que procuram construir uma fraternidade universal, ‘como uma grande. fa- milia, na qual se pretende ndo 6 ignorar como excluir 0 pai comum — Deus. Enganam-se. 0 mesmo cadafalso que se erigiu na RevolucZo Francesa, sob 0 pretexto de dar a0 homem Uberdade’ igualdedé '¢ Traternidade, é "0 mesmo cadafalso dos nossos dias, que sé ergue para tirar ‘ao homem toda sua liberdade, todo o seu valor como pessoa humana, e amanhi,” nfo Yos enganeis, novos cadafalsos e novas guilho- tinas se armarao para retornar 20 ponto de partide Bo que vai em nosso Brasil? e que espé- cie de desequilibrio sofremos, no nosso mundo social? Em verdade, motivo é de regozijo 2 nossa Constituigho iniciar-se com a invocagio a0 Deus Todo Poderoso, sob cuja protecio pro- clamaram os nossos’ Legisladores “haverem-na escrito ‘Mas, meus senhores, ndo 6 bastante orgu- Tharmo-nos de wma, lei’ magna claborada sob @ cobertura da protecdo divina, pois essencial @ que 2s suas normas hajam ‘sido extrezidas nos preceitos do Decdlogo, e que estes, mais que tudo, sejam observades pelos legisladores € por aqueles para os quais essas leis se des- tinam. ‘Povo nenhum pode sentir-se em um mundo social equilibrado se _regido por normas. em desharmonia com os preceitos ‘do Evangelho. O equilibrio do mundo moral é a equidade, disse-o Victor Hugo, ¢ essa equidade 36 des: cera no mundo social se inspirada no amor de Deus e no do proximo, como a nos mesmos Em discurso pronunciado no 1.9 Congresso. In: ternacional de Direito Privado, o Santo Padre Pio XII assim encarou o problema: «numa formula, cuja_vigorosa concisio traz o cunho do seu génio, Platao fixou nestes termos o pen- samento latente no espirito de toda antigul. dade: Deus @ para nés, em primeira linha, @ Justa’ medida de todas ‘as coisas, muito. mais que qualquer homem.o pode ser>. ‘Este mesmo pensamento, acrescenta o Su me Pontifice, € pela Tgreja’ ensinado, mas em toda plenitude e profundeza de sua _verdage quando S. Paulo, ao declarar que toda pater: nidade vem de Deus, afirma, em consequencis, que, pata regular as relagoes maiyas, no sel da “grande familia humana, tedo diteito tem raiz em Deus 2 Sua Santidade, nesse memordvel discurso, assinala, dentre outros objetivos a serem bus cados no direito moderno, 0 do reconhecimento @ realizacho direta e indireta dos direitos ina. tos ao homem, 0s quais, como inerentes a nas fureza humana, sao sempre conformes ao ine teresse comum; mais ainda, sao eles que de. vem “ser tomados como’ elementos essencials désse bem comum; donde se segue que o dever do Estado @ protegé-los, e promové-los, ¢ que em ‘caso algum podem ger Sacrificados’ a. uina pretendida tazio de Estado. Vejamos, meus senhores, se assim se tem gonduzido os nossos legisladéres e magistrados, Todos proclamam a existencia de uma ci do direlto, aqui e alhures. Todos percebem 0 direito estremecer ante o derrancamento da familia; todos observam a estrutura do con trato solapar-se ante a crise econdmica que nos avassala, como no resto do mundo; todo jurista sente’ o plano. inclinado do ‘menosprezo a0 contrato, a palavra dada, & fé furada; to. dos percebém, paralelamente, uma acentuada hipertrofia estatal, eo individuo caindo. nu- ma espécie de quarto. minguante, ‘substituide elo Estado que por ele pensa, como que por ele se nutre e respira. Crise’ jurisprndencial, onde de um lado vemos magistrados que, sob © pretexto de deficiéncia das leis, se valem de noves processos interpretativos procurando re- solver ‘a crise, j& n&o mais escrevendo. sobre espagos livres ‘da lei, como o quer Geny, senko por sobre os seus textos, enquanto outros nada mais véem diante de si’ que o texto legal, em seu aspecto frio, marmoreo. Qual a razdo desse desequilibrio perturba- dor ‘como que a exigir o mesmo processo da cistole ¢ da didstole — a compensagao da dis. compensagao? Inegavelmente 880 08. vielos ¢ os erros imorais dos tempos, presentes que ine vestem contra uma legislacao eserita segundo a ordem natural; € a necessidade de principlos cristaos de justign, ede caridade, "ainda slo palavras de Pio XIL, indispensaveis a um mun- do que procura ‘paz. Sim, senhores, porque o Direlto nao pode ser santo por si mesmo, como pretende positivismo juridico; nao pode. set direlto, simplesmente por estar contido. numa regra ‘objetiva, como pretende o direlto. puro de" Kelsen. Como disse Montesquieu, num estado ‘po- pular a, virtude se impoe como uma das petas fe Seu impulsionamento. Se esta vem a cessar, a reptiblica nZo passa de um despojo, ea sus forga se reduz ao poder de alguns cidaddos ¢ a licenca de todos. Cathrein, o eminente jesuita fildsofo, na sua obra Filosofia do Direito, sustenta a exis- teneia de conceitos e principios juridicos ‘uni- versais e imutaveis. Refutando Carl Marx, ad- verte que o fato de ao homem serem neces- sdrias certas condicées primordial para manu: tencfio de suas atividades corporais, ndo quer dizer que todas as suas aspiragoes ‘constituam um reflexo da economia e evohiam em confor midade com ela. E volvendo-se contra Engels ¢ Paulsen, observa, gue éstes admitem verda- des absolitas na fisica, ‘nas matemiticas, e logica e em outras ciéncias, do que se impos inferir que também na filosofia existem con ceitos da dita classe, -atento a gue aquelas 65) ARCHIVO. clenclas nig poderiam existir sem numerosos inelpios filosdficos, que o servem de suporte Rindamental,. como 'o ser,” a entensio, 0 md mero, a semethanea, a diferenga, 1 verdade, giro 08 principios de contradigao, da razio Suficiente ¢ da causalidade, Ynadmissivel e inconcebivel uma jurispru- gencia, aduz o eminente jesulta, sem a preseca Go espirito. humano, organizade’ sempre ‘de um tgodo igual, com efeitos especificamiente idén- Geos, Tmaginar’ win diveito positive, em, cons: tante estado fluidico, variavel, importa. na destruigao da ciéncia. Hntdo, indaguemos n6s: ésse declinio do aireito, tema de recente monogratia do emi nente Ripert, essa crise que devora o, mundo, ehegou até nds? Bem que proporeio? 0. que fades fazer, meus jovens colegas, com as armas, com as nocdes tom as quais fostes dotade or mime. vossos outros mestres? Serio os flossos Codigos figuras de museu, © os seus Gipositives imagens em céra, sem’ vida? ‘Nio, meus jovens colegas! Ainda vige os nossos “eédigos, ainda palpitam, chelas’ de realldade, as suas normas. O que'se vos im- 6 0 estudo do seu arcabougo, estando vos Beguros do proceso cientifico de sua inter- pretagéo e meditando em sua reforma. ‘Tres caminhos, carregados de responsabil aade, se estendem aos vossos olhos: 0 de le- gislador, o de magistrado e 0 de advogado. Em qualquer deles, tereis a grave responsa- pilidade da reforma, da conservagao ou da in- terpretaciio do nosso direito. ‘Ante o desajuste, ante a crise manifest: necessitais corajosamente investir contra. aes: Hutura vigente, onde quer que. ela. esteja a exigir uma reforma, Buseai, entio, 0 caminho Ge Justica e do Saber, e € por ele que poderels der so. nosso Brash Tels basendas ‘na morale fas ‘necessidades do nosso povo. Crelo. estar ainda bem vivo ex vorsa memoria, o anatema fue proferi contra cevias ‘Iels Inovadoras qt figuram em ‘nossa legislacko. Bem_ vos adverti que, precipuamente no campo do. Direito de Familia, algumas. refor- mas legislativas fenderam a estrutura clegante @ veneranda do nosso Cédigo Civil, descom- jondo-lhe 9 estilo eldssico, tracado pelas maos abeis de Clovis Bevilaqua. A permissio do re- conhecimento do filho aduiterino, j4 nao mais simplesmente dos filhos de cOnjuge desquitado, permitevthes 0, gozo das mesmas prerragativas ios filhos legitimos, situacho repudiada pelos cédigos mais divorcistas. “Destarte, enquanto fas sociedades de fins econdmicos, quando nao Tevestidas dos requisitos legais,” padecem de qualquer eficdcia juridica, a sociedade familial, carregada dog mais graves deveres, célula aa Propria Sociedade humana, sofre essa concor- Féneia legal e desleal, ji nao. simplesmente a mancebia, mas de unides sexuais contrarias & propria lei Se nos transportamos para o campo das relagées pessoais © econdmicas entre os con- juges, ouvimos atualmente oem parte justi: icado alarido de reivindicagées femininas guan- to A posicdo da mulher casada, agitacao em gue ge,ambiciona milo 86 © justé eancelamento io Cédigo Civil da palavra — incapacidade gomo se reclama uma outra situacéo tio ex- fremada, que nfo se saberé finalmente em que iniog Ird ter a chefia da sociedade conjugal. Guardai, porém, as vossas melhores reser~ vas para a defewa do wltimo baluarte que ainda nos Testa: a indisssolubilidade do vinculo con- jugal. Bem sabeis que, no curso de 20 séculos, 2 Igreja nunca transigiu com ésse_ principio Sobre le nao tecerei maiores argumentos, por tratar de um problema de. discussdo exau- tida. Ele existe. Christo colocou-o ante nés, em térmos precisos, claros. O Deus que nos criou 6n JUDICIARIO (SUP EMENTO) sob uma lei biolégica tio magnifica, cot fin’ perpetuacao das especies, “nag. tris, pare telamente gravar-nos com uma projbicas Quel, Tnganani-se 0s due pensamn tratar-se do uma questo exchisivamente pertinente aas cri tos, “ou melhor, aos catdlicos. De. modo nes nhum."Regra de direito diving, Inutihnente > Hometn procurara atingit fora dela a almejade fellcidade, pes -equivaleria. pretender ‘submer: gir todos oa progvessos da clvilizagio, aniquilar fodas as suas conquistas, em homenagen 40s que tem sido vitimas de ‘morte ou aos'que ta Zem Snuutilizados, atingidos pelos” assonibrosos engenbos de hoje, que, de par com as suas vantagens, deixam, empos, um estendal de sa- eriticados, muillados ob érfaos. Hoja & dureza de coragses do tempo de Moisés; “sucedeu a impuresa’ de_coracees, Oulro fator congotrente’ para” “enfraque- cimento da familia: 6 9 clhiar enternsctio do ina Eistiado ve do. legislader paseo. problema "aa Emiao five A fle referiu-se Ripert, na sua preciosa mo- nogratia — Le Droit LoAmour ef ia Liberté Felo fato, diz o eminente furista francés, de viver em ‘concubinato, ¢ tao s6 por isso, uma mulher adquire aos olhos de certos magistra- dos — nao de todos — um direlto de se ver compensada da doacio que ela propria tex de si mesma. Sente-se ela _entao amparade, pelo brace de certos juizes © o concubine é por les condenado a ministrar-Ihe o que se hes afigura uma perda, assumindo essa. jurispru- dencia céres tendenciosas, quando se cogita de uma concubina adiltera, caso em que a ligac&o. extramatrimonial ndo s6 € vazla de contetido de matriménio, como ihe 6 hostil Quio distante é esse aspecto da unio livre de hoje com a instituicao do coneubinato, se- gundo 0. Direito Romano? Nao menos ingénita é a tarefa que vos es- pera. no campo do Direito das Obrigacces. Quer sejais legislador, juiz ou advogado, cabe-vos defender, sustentar’e aplicar os prin: giplos da justica’ comutativa e. distribuitiva. Tal & © programa que se vos impée, ao quai deveis ligar todas as forcas das vossas inves- ‘gactes. Bem sabels que o fundamental prin- ctpig da’ equivaléncia, “sendo da igualdade ab soluta nos contratos, ‘constituiu sempre um dos pontos fundamentais da Igreja, através dos Seus canonistas. Bem sabeis que’ dele partiram essas trés nocées que dominavam todo 0 campo do Direito das Obrigacées: 0 justo preco, 0 justo salirio e a proibigho da _usura. ‘Nao’ foi Beno obra do materialismo a investidura con- tra essas trés gemas preciosas, ésse mesmo materialismo que hoje. procura’ remediar os Poprios males or ele eridos agitando o esta- smo e a aboligao da nogio de contrato. Mas ésse recuo nada mais & do que, como ja 0 afirmava o eminente jurisconsulto Lacerda de Almeida, um reconbecimento de que tinha razdo a Igreja, que tinham razdo as leis an- tigas, inspiradas na doutrina da Igreja, em protbir a usura e as variadissimas figuras por Melo das gquais se disfarcava. Reconheceu-se afinal, exclama aquele saudoso jurista cristio, que a fraternidade pregada por Christo e selada gom_o sangue da redencdo, ndo 6 s6 um dever de consciéncia e uma bela virtude de pulpito, mas uma necessidade organica da sociedade atual, @ qual nao basta o sofisma revoluciona~ rio que a deturpa, destruindo a ordem, mas aspira A mesma ordem e dela se alimenta para viver e progredir Wem /issg demonstrar 9 verdade J, procla mada por Cicero, no Tratedo das Leis, qual ado que absurdo é ter-se como justo tudo juanto vem regulado pelas instituigdes ou leis dos povos. Mesmo que os trina. tiranos de ‘Atenas houvessem decretado leis que viessem ARCHIVO ser amadas pelos atenienses, nem por isso tais Ieis ‘poderiam ser consideradas justas. El con- clui: nfo existe um 86 direito, pelo qual a so- Ciedade humana foi submetida, e que uma let Unica instituiu: esta lei é ‘a justa razio em que tudo que ela proibe ou ordena; ¢ esta Tei, escrita ou nao, quem quer que ignore & injusto. Nula 6 a justica, exclama Cicero, se nfo vier fundada na natureza, pois baseada num jnteresse pode ser delida’ por outro in- terease ‘His ai, meus jovena colegas, a traca do vyosso agir, quando fordes convocados 4 funcio de Legislador ou de intérprete. Mas nem ‘36 @gse sera o sector de vossas atividades. O vos So ollar ergue-se para as montanhas. Ascen- Ger, @ 0 vosso natural impuiso. Procurar ou- tros. meios onde exercitar o que aprendestes, ode e deve ser uma de vossas justas ambigdes. Ascendei digo-vos eu, conquistai os postos, mas pelos degraus do mérito, sem estenderdes ‘macs mendigais aos potentados, com a escola va- zia de méritos. Nao, pretendais ser altos tao 86 pelo amor as altitudes, O alto e o ilustre.+ pregava o grande Vieira, é bom para o bizarro © ostentoso, mas nfo para o util e necessario. ‘As Arvores nfo as fez Deus para bandeira aos Ventos, sendo para o sustento dos homens. Que importa que sua altura ou atlivez seja Thuita se pouco 6 0 seu fruto? Quo Vadis? Novamente pergunto-vos. Al- ng__poderiio responder: opto “pela clamide je magistrado. Ba éstes diret: nobre e di- ficil misséo esta, mas que reclama dos que nela_se investem’ as mais perogrinas virtudes cristas, to necessdrias que aconselhavel seria aos préprios descrentes aprenderem essa divina | ciéncia, e assim se converterem num novo, ho- | mem, in justitiam, ‘sanetitatem ac. veritatem. | Belenas’ de papel do magisrrado, Molierae eita | gssas palavras de Philippe Dupin: cenvolta nas | fraquezas e paixdes humanas, a justica deve | jnostrar-se superior; deve permariecer Impas- sivel em meio ao chogue das paixoes e da Agitagio dos partidos, desafiar, quando neces- siirio, © poder e socorrer corajosamente a fra- queza, condenar e reprimir a injustica, onde duer que ela surja © qualquer quo seja 4 més- cara de que ela se cubra. Oucamos igualmente & palavra sempre admiravel de Cicero:

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