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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL
DO FORO DA COMARCA DE ITAQUAQUECETUBA – SP.
Os dados da conta da Sra. Mery Ellen junto à CEF para os quais o Autor teria transferido
fundos, conforme mencionado em seu boletim de ocorrência de 10/03/2022 (cf. fls 14-15) coincidem com
os dados informados pela CEF (fls. 238-251) e, aparentemente, com os comprovantes de depósitos de
fls. 07-11 (apesar de estarem praticamente ilegíveis).
No entanto, os documentos juntados pela CEF (fls. 238-251) não confirmam que a corré
Mery Ellen tinha acesso à sua conta bancária no período dos depósitos feitos pelo Autor (entre
03/03/2022 e 08/03/2022), em face: (1) às alegações da corré Mery Ellen, em sua Contestação (fls. 166-
167), de que seu celular teria sido furtado em um arrastão, e que, a partir de então, deixou de ter acesso
à conta-corrente perante a CEF (no entanto, não junta provas a respeito); (2) tampouco a CEF esclarece
sobre os entendimentos e telefonemas que a corré Mery Ellen alega ter feito no período (na qualidade
de consumidora de serviços bancários); o motivo e as circunstâncias do encerramento da conta-corrente;
e/ou a movimentação bancária no período, uma vez que o saldo existente na conta (R$438,93) não
coincide com os valores depositados pelo Autor.
A corré Mery Ellen se apresentou voluntariamente (fls. 166-167) nos autos, após ter
tido ciência desta ação, segundo alega, em busca de seu nome pelo site “Jus Brasil”. Independentemente
da dificuldade em prová-lo, não é típico de golpistas ou devedores aparecerem espontaneamente em
processos judiciais, especialmente enquanto não são localizados por desconhecimento de seu endereço
(como ocorria no presente caso).
Os documentos juntados pela CEF, por sua vez, não comprovam que os números
telefônicos para os quais o Autor ligou pertencem à corré Mery Ellen (os dados são diferentes).
Em favor da narrativa da corré (de não ter acesso à conta), pesam também os demais
elementos da narrativa do Autor (fls. 14-15), que teria entrado em um site de empréstimos para
negativados, falado com pessoas cujos nomes e telefones não coincidem, em nenhum documento, com
os da corré Mery Ellen (e/ou da WDS), bem como obtido e-mails e demais informações não-coincidentes
(cf. petição de fls. 209-213 e documentos de fls. 104-124).
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FRANÇA MACHADO & LUCCHI ADVOGADOS
Rua Álvaro de Carvalho, nº 48, 3º andar.
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E. contato@francamachado.com.br
Também pesam em favor das alegações da corré Mery Ellen os demais elementos da
narrativa do autor, como o fato de depositar R$4.091,88 para obter um empréstimo de R$5.000,00, em
datas e condições completamente diferentes daquelas decorrentes do suposto contrato com a corré
WDS, cujo instrumento, enviado (pelos golpistas do site) ao Autor (cf. fls. 05-06 e fls. 13), padece dos mais
grosseiros vícios de falsificação (cf. detalhado pela WDS em sua Contestação de fls. 33-53 e documentos
de fls. 55-103 e fls. 125-144).
A WDS, por sua vez, entende ter comprovado documentalmente a sua condição de
vítima do mesmo golpe de estelionato aplicado contra o Autor (e, entende-se, também contra a corré
Mery Ellen), no qual os golpistas se utilizaram de alguns dados da WDS, públicos e gratuitamente
obteníveis (p.ex., razão social, endereço e CNPJ) para forjar o documento de fls. 05-06, cujas assinaturas
e demais dados não coincidem com os da WDS e/ou de seus representantes, e cujo selo de autenticação
de firma foi confirmado como falso pelo 16ª Tabeliã de Notas (fls. 82), dentre outras grosserias de
falsificação indicadas na Contestação de fls. 55-103.
Também a corré WDS comprovou que jamais teve conta bancária junto ao Bradesco
(ao contrário do que implica o doc. de fls. 12 – possivelmente também falso, ou referente a alguma outra
WDS, como aquelas informadas nos documentos de fls. 55-81), junto à CEF e/ou ao C6 (cf. comprova o
CCS do Bacen de fls. 83), e também juntou extratos bancários demonstrando não ter recebido valores –
de quem quer que seja – no período entre 01/03/2022 e 31/08/2022 (fls. 84-95) – data muito posterior
ao encerramento da conta da corré Mery Ellen (cf. informado pela CEF às fls. 240), para os quais os fundos
do Autor foram, em princípio, encaminhados.
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Assim:
Termos em que
pede deferimento.