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REPRESENTAÇÃO CRIMINAL
I – SITUAÇÃO FÁTICA
2. O Sr. Paulo Paz, ora vítima, efetuou a compra dos dois imóveis em
17/03/2014 junto à empresa chamada Apoio – a qual solicitou da construtora Norcon –
Sociedade Nordestina de Construções S/A a escrituração em nome da empresa autora.
Conforme escrituras públicas anexas a aquisição pela empresa autora deu-se em 2014 e
foi no valor de R$ 165.157,34 por cada uma das duas unidades imóveis, totalizando o
valor de R$ 330.314,68 (trezentos e trinta mil trezentos e quatorze reais e trinta e quatro
centavos).
3. Ocorre que, em fevereiro de 2020, o Sr. Paulo Paz, ora vítima, colocou à
venda os dois imóveis com todos os móveis planejados que nela existem, levando em
consideração o alto padrão das salas, dos móveis planejados e a localização (Edf.
Norcon Empresarial) pelo valor comercial avaliado de R$ 1.000.000,00 (um milhão de
reais).
15. Outrora, foi ajustado que a vítima pagaria o valor em aberto de IPTU e
condomínio de ambas as salas, motivo pelo qual Sr. Paulo (sócio proprietário da
empresa AL IMOB) fez depósitos na conta da empresa MJM Cobranças (indicada pelos
sócios da empresa ré) para quitação de IPTUs e condomínios em atraso, totalizando o
valor de R$ R$ 64.834,00 (sessenta e quatro mil, oitocentos e trinta e quatro reais) –
comprovantes anexos.
21. É necessário registrar que o ajuste entre as partes foi de que uma vez
resolvidas as pendências registrais de indisponibilidade do Edifício Norcon Empresarial,
é que seria pago o valor residual de R$ 750.000,00. Ocorre que somente em abril/2023
é que as indisponibilidades no registro do Edifício foram sanadas pela construtora
Norcon, motivo pelo qual o Sr. Paulo Paz então cobrou o pagamento da diferença da
compra e venda aos Representados por conta de que, no ano de 2020, o Edifício Norcon
Empresarial tinha registro de indisponibilidade por conta de pendências da empresa
construtora do edifício (conforme NOTA DE DEVOLUÇÃO número 233.063 anexa
expedida pelo cartório do 1º Registro Geral de Imóveis de Maceió/AL), além do que a
negociação deu-se exatamente durante o período da pandemia da Covid-19 que
dificultou o regular andamento das diligências para saneamento das pendências.
30. É sabido que no curso de uma ação criminal ou até mesmo antes de seu
início é comum acontecerem situações que demandem providências urgentes, por parte
da Autoridade Policial, do Ministério Público ou da própria vítima do delito, hábeis a
acautelar interesses, ora assegurando a correta apuração da infração penal, ora
garantindo a futura execução da pena que se pretende ver aplicada, ou ainda, garantindo
o ressarcimento do dano causado pela prática criminosa.
32. Tais medidas, além das condições gerais para propositura de qualquer
ação, sejam elas, a legitimidade das partes, a possibilidade jurídica do pedido e o
interesse de agir, possuem mais dois requisitos, quais sejam, o fumus boni iuris e o
periculum in mora.
33. Vale salientar que, no processo penal, o sentido de urgência que inspira
as medidas assecuratórias possui particularidades que o diferenciam do processo civil. A
respeito, vejamos o que diz João Gualberto Garcez Ramos:
34. Desta feita, o bloqueio dos valores com o correlato sequestro é medida
adotada no interesse do ofendido e do próprio Estado, com o escopo de antecipar os
efeitos da sentença penal condenatória, salvaguardando a reparação do dano sofrido
pelo ofendido, bem como o pagamento das custas e da pena de multa a ser fixada
na sentença. Ela também tem por objetivo assegurar que da atividade criminosa não
resulte vantagem econômica para o infrator. Nos artigos 125 e 126 do CPP está previsto
como requisito para a concessão da medida a presença de indícios veementes da origem
ilícita dos bens do indiciado ou acusado, mesmo que estes tenham sido transferidos a
terceiros.
39. Por sua vez, o artigo 127 do CPP e o art. 4º. Da lei 9.613/1998 dispõe que
o sequestro pode ser ordenado “antes de oferecida a denúncia ou queixa”, ou, “em
qualquer fase do processo”. Ressalta-se, aqui, que a determinação da medida, antes de
iniciada a ação penal, deve-se ao risco de que durante o inquérito o investigado se
desfaça dos bens produto do crime ou adquiridos com os haveres obtidos por meios
criminosos, tornando difícil ou impossível a reparação do dano.
Associação Criminosa
44. Não nos olvidemos de que os indiciados, ao longo dos últimos anos, em
conjunto com outros membros da Associação Criminosa, sobretudo “testas-de-ferro” e
operadores financeiros, transacionaram valores ilícitos na ordem altíssimos valores em
reais.
45. Dessa forma, em razão dos indícios ora apresentados, é que seja apurado
a prática do crime de associação criminosa, diante dos requisitos preenchidos no artigo
288 do Código Penal.
IV – DOS REQUERIMENTOS
Termos em que,
Pede deferimento.
Maceió/AL, 16 de junho de 2023.