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“Um olhar sobre a destrutividade A evolucao da interpretacao dos aspectos destrutives to paciente na Psicandlise contemporanea de inspiracao kleiniana! Elias Mallet da Rocha Barros Cabe-nos refletir sobre as vii nar eda dia, Apteveit apart dle para dieigir wen ollie a am to parties formas mais desteutivas de se relacionar com @ unvoe, Kets or ae de a tudo que a promove, Dentre 0 pontos de vista pricanalt lists de inspitagdo Kleiniana que mais 4¢ pre uparant com rate tijus de impulso humano dirigido contra a vidae se concentraram su teutativa de entener ‘o papel da pulsio de morte na personalidade humana. Freud, «itady por Laplanehe (1992) em set: Vocabuldrio da Psicandlice, dir: “Dann o none dle puilaties Ax foryas {que supomos existicem por trés cas tens6es peradoras de scceaatadew de i” Freud, como todos sabemos, prope que as pulses varany 1 an7inhasy mas se constituem em dualidades em conilite que wormalnen intron om estado de fusio. Assim, ele sugere que a pulsan de munte,p ip igida contra ointerior do psiquismo, atua em estado de fusto canta pulsto de vd. Un interessante discussio da metapsicologia das puilktien € apreeritala em trabatho tecente de Alirio Dantas jr. (Dantas Jr, 1994) ‘A Psicandlise mudov enormentente desde quanta foi mcendurda po Freud a ponto de se tornar quate irreconhecive. dentro das diversas correntes pricanaltticas. Neate minar a mancira como ox analistas Kicinianos, expevialinente va da Sociedade Britfnica de Peicandlite, trataram teen setae das forcan destrutivas tonvaday como expreneio da puted le das. Quero esclarecer que para esses anal nla a ngvesividade é exptewsho da pulsdo de morte, tendo ao contrério, com ceita Freqildncin, a expreestis da Lee ae cui vila, sm | Teabatho apretentado ns VI Jornada Anual do IEDR, Porte Alegre 29, 30 de abril de 1994; ay | QRHAR PSICANALITICO pulsto da vide, A mancira como a desteutividade tem sido interpretada ao longo dda histaria do desenvolvimento do pensamento kleiniano depende de como 2 presenca da pulsfo de morte no psiquismo humano vai sendo concebida. Um dos marcos estenciais dessa concepgfo esté relacionado com a nosio de inveja primé- tia, intracdusida formalmente no trabalho Inveja ¢ Gratiddo, publicado por Mela- nie Klein ern 1957. Inigin este trabalho ceferindo-me a uma concepgso mais eecente da pulsio de 1a depois tragar am breve histérico da téenica Fleiniana de interpretagio dha desteutividade, ihistrando, a seguir, com um caso clinico. ann Segal (1987), em seu ttabalho sobre a pulsio de morte apresentado no Simpdsicy de Marseille, inicia sen artigo mencionando 0 petsonagem Martim, que re suicida, lo romance de Jack Loncon Martin Eden, Martim suicidla-se afogan- dlo-se, Na medida em que a Agua comega a encobri-lo, ele automaticamente tem " nulser le cones adare pensa: “fa pulsto para viver!” Ele para de nadar. {A Sua toma conta da boca, as méos se dirigem para o peito nam movimento Iraseo, Dir para si mesmo: “Este € 0 desejo de viver”. Pensa, e a este pensamento segue 4 um profundo dlesprezo por este desejo. Martim sente uma profunda dor rns pesto na medida e¥n que se afoga, © pensa: “Esta dor nfo provém da morte, mas dda pila”, A dar ¢ experienciada como o dltimo golpe que a vida poderia desferie- \ Ihe. Martins sente um profundo desprezo pela parte deal aue queria viven, Segal meviiona esta passagem para enfatizar que o conflito entre a pulato de vida e a pulate de morte, eliciado pelo nascimento, pode ser formulado em termos puramente psicolégicos,¢ se expressa no nivel mental por um 6dio A vida e a tudo {que a promove, Martim sente a dor como proveniente daguele axpecto eu que dleseja viver ¢ sente desprezo por este teu lado ligado A vida. Ao nascer, 0 hebé € confrontado com sua dependéncia da mae, como fonte de nutrigio, tanto fii quanto emocional, para sobreviver e se desenvolver. Diante de svas necessidades biolégicas ¢ emacionais, o bebt tanto pode buscar satisfazé-las e dessa forma estard promovendo a vida ¢ se ligando aos objetos que the dio satisfacio — essa atitude fe constitut na base do amor —, quanto pode tentar aniquilar a experitncia de sentir necessidades, especialmente a de viver e de prender-se Aqueles que the proporcionam a vida, da mesma forma como 0 (az 0 personagem Martim, acima \ mencionado, No processo de aniquilagio de toda experiéncia de necessidades, pademos nos morte, tar tanta contra o self que sente a necessidade, quanta contra todo ‘9 objeto pereebido como podendo satisfaré-ta. N: tenho por ubjetivo escrever um artigo te6rieo, discutinds a nogde de wsapenas abordar a questi da vista sua relagte 3 pulaio de snorte objetivo ai qual me peoponlo, ga amente, tem sido interpretada a presenga de foryas destrutivas no interior db psiquisie. prulsau de de dererever como, {as Mate da cha tert A inveja, concebida como 2 manifestacio primordial da dea descrita por M. Klein em 1957 como uma manifesta em grande parte inata, ¢ concebida como uma manifestayko ido provocada por uma frustragio, contra a funyAe Evi eve deplicagbes omens par steerer época passaram a se concentrar na interpretagto dom atayjues he fun Bee nitrides do seio, de uma forma que hoje considerarfamos caries Assim, Spillius (1988), em seu estudo sobre 8 evolu Mein indica que os analistas, sobretudo nas décadas de 1950 ¢ 16ll, interpretavath & destrutividade diretamente, apontando aos pacientes on ataduire cvntea @ fi analista de uma maneira confrontativa que hoje consiclerarta tia. Este tipo de interpretagio nfo levava em can 10 diversos aspectos do paciente. Embora M. Klein tivesse introduzide a nox! Ale identificaghe. projetiva em 1946, esta nfo chegou a explorar todas ae conteqit#aciay de aya feuumenolagla, 0 {que vem aser realizado inicialmente por Wilfred Nien, Herhert Rosenfeld e Hanna Segal, que imediatamente perceberam o enorme puicaicial her Em 1964, Rosenfeld mgere que ax celagfeswlyjeiai narcfacas oko sl fenae, tra qualquer reconhecimento da exietticin de nie eeparagae cutie sell ¢ ubletey © reconhecimento da separagto levaria a sentiment de depenslene [objeto capas de nutris tanto flaica quanto emocionalmente, «, # de vida e crescimento. © objeto, re percebido come tenuke exis sell, despectria um profundo sentimento de humilbagto e estimulariahostilidade 1a intronar uma devas

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