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DIVINDADE

Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo,


frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus.
Colossenses 1:10
Termos que serão usados durante o estudo:
DIVINDADE - Nas religiões monoteístas, como o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, a
Divindade refere-se a Deus como a entidade suprema, única e transcendente que criou
o universo e possui atributos absolutos como onipotência, onisciência e onipresença.
No ambiente adventista, o termo pode se referir ao conjunto das três pessoas, Pai,
Filho e Espírito Santo.
TRINDADE - Na teologia cristã, a Trindade é a crença fundamental de que Deus existe
em três pessoas coessenciais e coeternas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo.
Essas três pessoas divinas são distintas, mas compartilham a mesma essência divina,
formando uma unidade complexa e indivisível.
TRIUNIDADE - Assim como na Trindade, a Triunidade também se refere à crença de
que Deus existe em três pessoas mas com ênfase na harmonia e perfeição de
propósito.
TRITEÍSMO – Em oposição à Triunidade, o triteísmo ensina que Deus consiste em três
pessoas distintas, com personalidades distintas, mas que cooperam entre si. Essa visão
transforma a divindade em um panteão pagão, uma tríade de divindades.
ARIANISMO - Essa doutrina teológica rejeita a plena divindade de Jesus Cristo e do
Espírito Santo e ensina que Jesus foi criado por Deus, e que antes daquele tempo
existia o Pai somente. Defendida por Arius, presbítero de Alexandria, Egito, no século IV
d.C.
SEMI-ARIANISMO - Os semi-arianos acreditavam que o Filho (Jesus Cristo) foi gerado
do Pai, da mesma substância, mas era de alguma forma subordinado a Ele. Rejeitavam
a completa igualdade entre o Pai e o Filho, mantendo a noção de subordinação.
TRINITARIANISMO – Corrente teológica que defende a doutrina da Trindade.
ANTITRINITARIANISMO – Toda corrente teológica que combate a Trindade cristã.
UNICISMO – É uma perspectiva teológica que rejeita a doutrina da Trindade e defende
a crença em um único Deus que se manifesta de diferentes maneiras ou modos, mas
não como três pessoas distintas. Essa visão é considerada uma forma de modalismo ou
monarquianismo, que sustenta a unidade absoluta de Deus sem a distinção de três
pessoas.
SUBORDINACIONISMO - É uma visão teológica que aborda a relação entre as três
pessoas da Trindade como uma hierarquia de autoridade ou subordinação. Essa
perspectiva ensina que uma ou mais das pessoas divinas é subordinada às outras em
relação a seu papel, vontade ou autoridade.

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MODALISMO – Defende que Deus é uma pessoa que se manifesta de três modos
diferentes. Também conhecido como Monarquianismo (monarquia indivisível) ou
Sabelianismo (Sabélio)

A DOUTRINA DA DIVINDADE
A doutrina da Divindade é uma das mais importantes da fé cristã. Estudar os ensinos da
Bíblia sobre a Divindade nos traz grande luz sobre a questão de que Deus existe nas
pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sendo, no entanto, um só Deus.
Em certo sentido, a doutrina da Divindade é um mistério que nunca seremos capazes
de entender plenamente. Contudo, podemos entender alguma coisa de sua verdade ao
resumir os ensino da Escritura em três afirmações:
1. Deus é três pessoas;
2. Cada pessoa é plenamente Deus;
3. Há um só Deus.
Embora nunca citado na Bíblia nem no Espírito de Profecia, o termo Trindade poderá
ser usado didaticamente em lugar da palavra Divindade para facilitar a compreensão.

1. DEUS É TRÊS PESSOAS


O fato de que Deus é três pessoas significa que o Pai não é o Filho; Eles são Pessoas
distintas. Significa também que o Pai não é o Espírito Santo, e que Eles são Pessoas
distintas. Significa que o Filho não é o Espírito Santo.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. 1 João 2:1
Mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus,
vivendo sempre para interceder por eles. Hebreus 7:24,25
E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que
segundo Deus intercede pelos santos. Romanos 8:27
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João
14:26
E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco
para sempre. João 14:16
Há três pessoas vivas pertencentes à trindade celeste [heavenly trio]; em nome
destes três grandes poderes — o Pai, o Filho e o Espírito Santo — os que
recebem a Cristo por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os

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súditos obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo. –
Evangelismo, p. 615.

2. CADA PESSOA É PLENAMENTE DEUS


Além do fato de que as três pessoas são distintas, o testemunho abundante da
Escritura é que cada pessoa é plenamente Deus.
¹ No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.² Ele
estava no princípio com Deus.³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele
nada do que foi feito se fez. João 1:1-3
⁹ Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Colossenses
2:9
⁴ Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por
que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a
Deus. Atos 5:4
¹⁹ Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo. Mateus 28:19

3. HÁ UM SÓ DEUS
A Bíblia é clara na ideia de que há um Deus, e um somente. As três diferentes pessoas
da Divindade são um, não somente em propósito e em concordância sobre o que
pensam, mas são um em essência, possuindo a mesma natureza essencial. Não há três
Deuses. Há somente um Deus.
⁴ Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. ⁵ Amarás, pois, o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder.
Deuteronômio 6:4,5
⁵ Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo,
homem. 1 Timóteo 2:5

NEGAÇÃO DAS TRÊS AFIRMAÇÕES

 O modalismo alega que há uma só pessoa que aparece a nós de três diferentes
modos. Se utiliza de passagens bíblicas afirmando que há um só Deus (Dt 6:4-
5), “Eu e o Pai somo um” (Jo 10:30) e “Quem me vê, vê o Pai (Jo 14:9), entre
outras. Para concordar com esse pensamento, teríamos que ignorar a
manifestação de três pessoas separadas no batismo de Jesus, declarar que os
exemplos de Jesus orando ao Pai são mera ilusão e, a ideia do Filho ou do
Espírito Santo intercedendo por nós perante o Pai está perdida.

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 O arianismo nega a plena divindade do Filho e do Espírito Santo. Fundamentam
sua argumentação em textos nos quais Cristo é chamado Filho Unigênito de
Deus(Jo 3:16, 1Jo 4:9). Por ser gerado de Deus Pai, significa que Ele foi trazido à
existência.
 O triteísmo nega que há somente um Deus. Sendo Deus três pessoas, logo,
existem três Deuses (politeísmo).

AS FUNÇÕES DE CADA PESSOA DA DIVINDADE


Quando a Escritura discute o modo pelo qual Deus se relaciona com o mundo, tanto
na criação como na redenção, vemos que as três pessoas da Divindade possuem
funções ou atividades diferentes ao se relacionarem com a criação e entre si.

 NA CRIAÇÃO
² A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem [o Pai] fez também o mundo.
Hebreus 1:2
⁹ Porque [o Filho] falou, e tudo se fez; [o Filho] mandou, e logo tudo apareceu.
Salmos 33:9
² E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o
Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Gênesis 1:2
⁴ O Espírito de Deus me fez; o sopro do Todo-poderoso me dá vida. Jó 33:4
Na criação, Deus Pai falou as palavras criadoras para trazer o Universo à existência, mas
foi Deus Filho, o Verbo eterno, que realizou os decretos criadores. O Espírito Santo
estava ativo também, manifestando a presença imediata de Deus na criação.

 NA REDENÇÃO
¹⁶ Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João
3:16
² E andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo
por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave. Efésios 5:2
²⁶ Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos
ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. João
14:26
Funções distintas são visíveis também na obra de redenção. Deus planejou a redenção
e enviou seu Filho ao mundo. O Filho obedeceu ao Pai e realizou a redenção por nós. O
Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho para aplicar a redenção a nós.

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Embora as três pessoas da divindade sejam iguais em todos os seus atributos, elas
ainda assim diferem em seu relacionamento com a criação. O Filho e o Espírito Santo
são iguais em divindade a Deus Pai, mas são subordinados em seus papéis e funções.
A Divindade moveu-se de compaixão pela raça, e o Pai, o Filho e o Espírito
Santo deram-Se a Si mesmos ao estabelecerem o plano da redenção. A fim de
levarem a cabo plenamente esse plano, foi decidido que Cristo, o unigênito
Filho de Deus, Se desse a Si mesmo em oferta pelo pecado. – Conselhos sobre
saúde, p. 222.
O Espírito ia ser dado como agente de regeneração, sem o qual o sacrifício de
Cristo de nenhum proveito teria sido. – E recebereis poder, p. 12.

 O Pai = Deus dá
 O Filho = Deus se entrega
 O Espírito Santo = Deus aplica a redenção

COMO [NÃO] ENTENDER A DIVINDADE


Wayne Grudem estuda representações gráficas da divindade e apresenta os
significados de cada uma.

O Ser de Deus não é dividido em três partes iguais


pertencentes aos três membros da Divindade.

As distinções pessoais na Divindade não são algo


acrescentado ao Ser real de Deus

As pessoas da Divindade não são apenas três diferentes


modos de se olhar para o Ser único de Deus.

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Há três pessoas distintas, e o ser de cada pessoa é igual à
totalidade do ser de Deus

QUESTÃO MATEMÁTICA
1+1+1=1 – Errado
1+1+1=3 – Não representa a Triunidade
1x1x1=1 – Representa corretamente a Triunidade
1x1x0=0 – Não representa a Triunidade

OS ATRIBUTOS DIVINOS NAS TRÊS PESSOAS DA DIVINDADE

 DEUS
² Graça a vós e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.
Filipenses 1:2
⁹ Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade. Colossenses
2:9
³ Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que
mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? ⁴
Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que
formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
Atos 5:3,4

 CRIADOR
⁸ Mas, agora, ó Senhor, tu és o nosso Pai; nós, o barro, e tu, o nosso oleiro; e
todos nós, obra das tuas mãos. Isaías 64:8
³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João
1:3
⁴ O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida. Jó
33:4

 ONIPRESENTE

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²⁷ Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus e até o céu dos
céus te não poderiam conter, quanto menos esta casa que eu tenho edificado. 1
Reis 8:27
²⁰ Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que
eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém! Mateus
28:20
⁷ Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? ⁸ Se subir
ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; ⁹
se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar. Salmos 139:7-9

 ONIPOTENTE
¹ Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a
Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê
perfeito. Gênesis 17:1
⁸ Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, que é, e que era, e
que há de vir, o Todo-Poderoso. Apocalipse 1:8
¹¹ Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer. 1 Coríntios 12:11

 ONISCIENTE
⁸ Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é
necessário antes de vós lho pedirdes. Mateus 6:8
⁴ Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: Por que pensais mal em
vosso coração? Mateus 9:4
¹⁰ Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de Deus. 1 Coríntios 2:10

 ETERNIDADE
²⁶ Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras dos profetas,
segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da
fé. Romanos 16:26
² E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o
que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde
os dias da eternidade. Miquéias 5:2
¹⁴ Quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si
mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas,
para servirdes ao Deus vivo? Hebreus 9:14

 AMOR
⁸ Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 1 João 4:8

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²⁵ Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si
mesmo se entregou por ela. Efésios 5:25
³⁰ E rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito, que
combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus. Romanos 15:30

A DIVINDADE NO AT
Pode se pensar que a doutrina da Trindade é encontrada somente no NT, não no AT.
Mas se Deus desde sempre existe como três pessoas, seria surpreendente não
encontrar indicação alguma disso no AT. Embora não explicitamente, diversas
passagens do AT sugerem ou dão a entender que Deus existe em mais do que uma
pessoa.
GÊNESIS 1:26
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança [...]. Gênesis 1:26
Nesse relato, a palavra hebraica para Deus é “Elohym”, a forma plural de “Eloha”.

PLURAL MAJESTÁTICO – Alguns antitrinitarianos têm sugerido que são plurais de


majestade, formas de linguagem que um rei usaria. Contudo, no hebraico do AT, não há
quaisquer outros exemplos de um monarca usando essa forma de linguagem.

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ANJOS – Outros sugerem que Deus estaria aqui falando com os anjos. Mas os anjos não
participaram da criação do homem, nem foi o homem criado à imagem e semelhança
dos anjos.
A noção de que essa passagem bíblica deixa clara a existência de mais de uma pessoa
na Divindade é corroborada por textos claros sobre a atividade criadora das três
pessoas divinas:
O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida. Jó 33:4
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. João
1:3
Assim diz o Senhor, teu redentor, e que te formou desde o ventre: Eu sou o
Senhor que faço tudo, que sozinho estendo os céus, e espraio a terra por mim
mesmo. Isaías 44:24

Alguns outros textos mostram a pluralidade da Divindade:


Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem
e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da
vida, e coma e viva eternamente. Gênesis 3:22
Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a
língua do outro. Gênesis 11:7
Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir
por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim. Isaías 6:8
Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que
ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Salmos 110:1

DEUTERONÔMIO 6:4
No hebraico existem duas palavras para expressar unidade: para unidade composta
“echad” e para unidade absoluta, “yachid”.

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Como exemplo, temos textos bíblicos que ilustram essas ocorrências:
Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Deuteronômio 6:4

Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne. Gênesis 2:24 (Unidade composta)

E quem há como o teu povo Israel, única gente na terra, a quem Deus foi
resgatar para seu povo, fazendo-te nome com coisas grandes e temerosas,
lançando as nações de diante do teu povo, que resgataste do Egito? 1 Crônicas
17:21 (Unidade composta)

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Porque eu era filho tenro na companhia de meu pai, e único diante de minha
mãe. Provérbios 4:3 (Unidade absoluta)

Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro
com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem
filha. Juízes 11:34 (Unidade absoluta)

Moisés poderia ter usado a palavra yachid (somente um, absoluto) em Deuteronômio
6:4 mas o Espírito Santo preferiu que a pluralidade da Divindade fosse enfatizada.
Portanto, a palavra escolhida para definir que Deus é “um” significa não uma pessoa
isolada mas uma unidade. Há um Deus, embora sejam três pessoas.

ISAÍAS 6:3
E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. Isaías 6:3
Indiretamente, a passagem de Isaías indica a pluralidade da Divindade e, ao mesmo
tempo, Sua Triunidade. Para os antitrinitarianos, esse texto repetindo os adjetivos

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significa simplesmente que Deus é “Santíssimo” e não que há mais de uma pessoa na
Divindade. A prática do idioma hebraico para os superlativos geralmente é acrescentar
o artigo ao adjetivo, dependente da palavra com a qual se estabelece a comparação.
“Rei dos reis e Senhor dos senhores” e “vaidade das vaidades” são exemplos bíblicos
dessa prática.

NÚMEROS 6
²⁴ O Senhor te abençoe e te guarde; ²⁵ O Senhor faça resplandecer o seu rosto
sobre ti, e tenha misericórdia de ti; ²⁶ O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te
dê a paz. Números 6:24-26
De acordo com o pensamento apresentado para o texto de Isaías 6, a bênção araônica
também representa o trio celestial. É possível, portanto, que essas repetições tríplices
no AT indiquem uma antecipação da ênfase que é dada à pessoa de Deus pelos autores
do NT quanto à natureza triúna da Divindade.

A TRINDADE NO NT
Nas escrituras a verdade é progressiva. Quando chegamos, portanto, ao Novo
Testamento, encontramos um quadro mais explícito da Triunidade divina. O próprio
fato de se dizer de Deus que Ele é amor (1 Jo 4:8) implica em que deve existir uma
pluralidade dentro da Divindade, uma vez que amor só pode existir em uma relação
entre seres.
MATEUS 3:16-17
E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e
viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma
voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. Mateus
3:16,17
O relato do batismo de Jesus é uma notável manifestação da Divindade – ali estava
Cristo em forma humana, visível a todos; o Espírito Santo descendo sobre Cristo em
forma corpórea, como uma pomba; e a voz do Pai falando diretamente do céu. Na cena
batismal se manifestam as três pessoas da Divindade.

MATEUS 28:19
Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo. Mateus 28:19
No final do Seu ministério, Jesus apresentou aos Seus discípulos a grande missão da
igreja: pregar o Evangelho. E todos que aceitassem deveriam ser batizados em nome da
Trindade. Neste, que é o rito introdutório de cada crente na religião cristã, a doutrina

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da Trindade é claramente ensinada. Primeiro, ser batizado em nome das três pessoas
da Divindade significa identificar-se a si próprio com tudo o que Eles representam;
confiar-se ou entregar-se ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Segundo, a união destes três nomes indica que o Filho e o Espírito Santo são iguais ao
Pai. Seria um tanto estranho, para não dizer blasfemo, unir o nome do Deus eterno a
um ser criado, e a uma força ou poder impessoal nesta fórmula batismal.
Alguns teólogos questionam a veracidade da fórmula batismal apresentada em Mateus
28:19 alegando que pode ser uma interpolação litúrgica posterior, e que o apóstolo
não teria escrito o texto.
Existem cerca de 5.300 manuscritos gregos conhecidos do NT, alguns deles vindos do
segundo, terceiro e quarto séculos d.C. Somem-se a isso antigas versões do NT (a
Antiga Siríaca, a Antiga Latina), algumas das quais de procedência também do segundo
século. E em todo esse vasto material não encontramos dúvidas quanto à
autenticidade de Mateus 28:19.
A dúvida sobre Mateus 28:19 é lançada com base em dois pontos: os escritos de
Eusébio de Cesareia (260-340 d.C.) e o comentário da Bíblia de Jerusalém.
a) Eusébio era um teólogo contemporâneo de Ário e defensor de suas ideias no
concílio de Niceia (325 d.C.). Em seus escritos, Eusébio ora defendia a Trindade,
ora era antitrinitariano. Em alguns de seus escritos lançava dúvidas sobre a
fórmula trinitariana.
b) No século 19 alguns escritores antitrinitarianos fizeram estudos que tentavam
demonstrar a grande comissão originalmente ordenava o batismo apenas em
nome de Jesus. Alguns teólogos proeminentes aceitaram esses estudos e
passaram a questionar a integridade de Mateus. A Bíblia de Jerusalém é uma
tradução da Bíblia para a língua francesa que foi publicada pela primeira vez em
1948. Sua origem está associada ao trabalho acadêmico da Escola Bíblica e
Arqueológica Francesa de Jerusalém (École Biblique et Archéologique Française
de Jérusalem), uma instituição de pesquisa e estudos bíblicos fundada em 1890
em Jerusalém. Com base nos estudos do século XIX, em seu comentário de
rodapé sobre Mateus 28:19, diz: “É possível que, em sua forma precisa, essa
fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade
primitiva [...]”.
Conclui-se, portanto, não haver argumento suficiente para apoiar objeção ao texto de
Mateus 28:19. Pelo contrário. Fontes extrabíblicas, históricas, confirmam o que foi
escrito no texto sagrado.
No Didaquê (Instrução dos Doze Apóstolos, escrito entre os anos 70 a 100 d.C.)
confirma a prática da igreja no uso do nome das três Pessoas da Divindade na
cerimônia batismal:
Capítulo 7.1 “Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas, batize
em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”

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Além disso temos o apoio do Espírito de Profecia quanto a veracidade textual de
Mateus 28:19. Ellen White cita por inteiro ou em partes cerca de 168 vezes a expressão
trinitariana. Seria colocar todo o ministério profético de Ellen White em dúvida se a
Inspiração permitisse o uso de uma expressão falsa. Ela aceita a fórmula batismal da
Trindade sem questioná-la.
Os que foram sepultados com Cristo no batismo devem erguer-se para
novidade de vida, dando uma demonstração viva da vida de Cristo. Sobre nós
está colocado um sagrado encargo. Foi-nos dada a comissão: “Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”
(Mateus 28:19, 20.) Fomos consagrados para a obra de tornar conhecido o
evangelho da salvação. A perfeição celestial deve ser o nosso poder. –
Testemunhos para a igreja, vol. 9, p. 20.

1 JOÃO 5:7-8
Chamado de Comma Joanino, o texto de 1 João 5:7-8 já tem uma realidade oposta.
Porque três são os que testificam [no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e
estes três são um. E três são os que testificam na terra:] o Espírito, e a água e o
sangue; e estes três concordam num. 1 João 5:7,8
Contém – Corrigida fiel, Revista e corrigida, Revista e atualizada, AEC
Não tem – NAA, NTLH, NVI, NVT, Católica, S21, KJA, Jerusalém
Evidências textuais apoiam a omissão da variante [entre colchetes]. O texto que inclui a
variante não se encontra em nenhum manuscrito grego anterior aos séculos 15 e 16.
Acredita-se que as edições posteriores da vulgata incluíram a passagem pelo erro de
um escrivão, que inseriu o comentário exegético marginal no texto da Bíblia que estava
copiando.
Ao contrário do texto de Mateus 28:19, a Comma Joanina não é citado por Ellen White
nem uma única vez.

NOS ESCRITOS DE PAULO


Paulo e os demais escritores do NT geralmente usam a palavra “Deus” ao se referirem
ao Pai, “Senhor” quando se referem ao Filho, e “Espírito” referindo-se ao Espírito
Santo.
Há diversidade de dons, mas um só Espírito. Os ministérios são diversos, mas
um só é o Senhor. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que
opera tudo em todos. 1 Coríntios 12:4-6

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Na bênção apostólica:
A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo
sejam com todos vocês. 2 Coríntios 13:14
Na carta aos Efésios:
⁴ Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só
esperança da vossa vocação; ⁵ um só Senhor, uma só fé, um só batismo; ⁶ um só
Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos. Efésios 4:4-6

Aos Gálatas:
⁴ Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,
nascido sob a lei, ⁵ para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de
recebermos a adoção de filhos. ⁶ E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos
corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Gálatas 4:4-6

NOS ESCRITOS DE PEDRO


² Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a
obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam
multiplicadas. Pedro 1:2

NOS ESCRITOS DE JOÃO


⁴ João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte
daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão
diante do seu trono; ⁵ e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o
primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e
em seu sangue nos lavou dos nossos pecados. Apocalipse 1:4,5

PARA ALÉM DO NOVO TESTAMENTO


O Novo Testamento como conhecemos hoje foi organizado em 367 d.C. por Atanásio
de Alexandria, embora os livros que o compõem foram escritos durante o primeiro
século da era cristã. Os últimos livros escritos são; o Evangelho de João (96), as
Epístolas de João (96) e o Apocalipse (95). Todos os livros foram escritos entre os anos
50 a 100 d.C., sendo que o Evangelho de Mateus tem data aproximada de escrita entre
os anos 60 e 70.
A natureza da divindade não foi motivo de discussão nos primeiros anos do
Cristianismo. O centro da pregação dos cristãos primitivos era a morte e a ressurreição
de Cristo.

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É comum encontrar na literatura antitrinitariana a acusação de que a doutrina da
Trindade foi estabelecida no Concílio de Niceia por influência do imperador
Constantino. Faz parte do esforço de tentar provar que a doutrina tem origem pagã.
Como associamos o nome de Constantino com um cristianismo apóstata é fácil
perceber a intenção de ligá-lo a doutrina da Trindade. Contudo, para que essa
acusação seja verdadeira seria necessário que nos dois séculos anteriores a realização
do Concílio de Nicéia os autores cristãos não ensinassem essa doutrina e sim o que
Ário, que negava essa doutrina, apregoava. Um rápido exame da literatura patrística
vai revelar qual era o ensino ortodoxo da igreja.

DIDAQUÊ

No primeiro século da era cristã surgiu a Didaquê, do grego clássico “instrução” ou


“doutrina”, também conhecido como “A Instrução dos Doze Apóstolos”, contendo 16
capítulos com valor histórico e teológico.

Estudiosos estimam que são escritos anteriores a destruição do templo de Jerusalém,


entre os anos 60 e 70 d.C. Outros estimam que foi escrito entre os anos 70 e 90 d.C.,
contudo são coesos quanto a origem sendo na Judeia ou Síria. A Didaquê é uma
compilação anônima de diversas fontes derivadas da tradição
viva, de comunidades eclesiais bem definidas, portanto a
questão da datação equivale à questão das datas das tradições
ali registradas, que indubitavelmente remontariam ao século I
d. C., derrubando as teses de datação tardia (século II).

Quanto à sua autenticidade, é de senso comum que ele não


tenha sido escrito pelos doze apóstolos, ainda que o título do
escrito lhes faça menção. Contudo, estudiosos acreditam na
compilação de fontes orais tendo recebido os ensinamentos
que resultaram na elaboração do texto. Também é senso
comum que tenha sido escrito por mais de uma pessoa.

Foi um dos livros seriamente considerados para inclusão no Cânon do Novo


Testamento, nos primeiros anos da Igreja Cristã. Era aceito como cânon do Novo
Testamento por Orígenes de Alexandria e Cesareia (185-253 d.C.) e Clemente de
Alexandria (150-215 d.C.), já outros o consideraram apócrifo, dentre eles podemos citar
os bispos Eusébio de Cesareia (265-339 d.C.), Rufino de Aquileia (344-410 d.C.) e
Atanásio de Alexandria (328-373 d.C.), que apesar de o considerar apócrifo, declara
que ele ainda era usado na instrução catequética.

Como documento histórico de valor comprovado, contemporâneo aos apóstolos,


encontramos a Trindade citada nas instruções batismais da Didaquê:

16
CAPÍTULO VII

1. Quanto ao batismo, faça assim: depois de ditas todas essas coisas,


batize em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo.
2. Se você não tiver água corrente, batize em outra água. Se não puder
batizar com água fria, faça com água quente.
3. Na falta de uma ou outra, derrame água três vezes sobre a cabeça,
em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
4. Antes de batizar, tanto aquele que batiza como o batizando, bem
como aqueles que puderem, devem observar o jejum. Você deve
ordenar ao batizando um jejum de um ou dois dias.

CLEMENTE DE ROMA (35-99)

Clemente de Roma foi líder da igreja da capital do Império no tempo em que João
escreveu o livro do Apocalipse e o seu Evangelho. Portanto ele conviveu com vários
apóstolos. Cerca do ano 96, Clemente escreveu uma carta para a igreja de Corinto que
continuava agitada por grave divisão interna. Nesta longa carta, ele aconselha a igreja:
“Aceitando nosso conselho não tereis de que vos arrepender, pois, vive Deus, vivem o
Senhor Jesus cristo e o Espírito Santo, vivem e fé e a esperança dos eleitos.”i

INÁCIO DE ANTIOQUIA (?-107)

Inácio de Antioquia foi bispo da igreja em Antioquia. Em seus escritos há indicações de


que ele conheceu pessoalmente o apóstolo João e Paulo. Em sua carta aos Efésios ele
escreveu: “Lembrando-vos de que sois pedras do templo do Pai, elevados para o alto
pelo guindaste de Jesus Cristo, que é sua cruz, com o Espírito Santo como corda.” ii

JUSTINO MARTIR (100-165)

Justino Mártir nasceu em uma família pagã, converteu-se pela leitura do Novo
Testamento. Estudante de filosofia, depois de sua conversão fundou uma escola em
Roma. Escreveu duas obras ao imperador Antonino Pio que datam de 150 d.C, visando
defender o cristianismo de falsas acusações feitas pelos seus opositores. Na obra Da I
Apologia ele explica:

“Terminadas as orações, damo-nos mutuamente o ósculo da paz. Apresenta-se então a


quem preside aos irmãos pão e um vaso de água e vinho, e ele tomando-os dá
louvores e glória ao Pai do universo pelo nome de seu Filho e pelo Espírito Santo, e
pronuncia uma longa ação de graças em razão dos dons que dele nos vêm. [...]

“Por tudo o que comemos bendizemos sempre ao Autor de todas as coisas, por meio
de seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito Santo.”iii

17
ATENÁGORAS (133-190)

Atenágoras era filósofo em Atenas e escreveu a obra “Súplica pelos cristãos”, onde
defende o cristianismo em tom respeitoso a Marco Aurélio e seu filho Cômodo. Nessa
obra ele faz uma extensa explicação do que os cristãos pensam sobre Deus e nega a
acusação deles serem ateus:

“Nós não somos ateus. Reconhecemos a existência de um único Deus, incriado, eterno,
invisível, impassível, incompreensível, que não poder ser circunscrito num lugar, que
só pode ser atingido pelo espírito e pela razão, que está envolto de luz, de beleza, de
espírito e forças inenarráveis, por quem o universo foi criado e ordenado, por quem o
mesmo é conservado, mediante o Verbo que está com ele. [...]

“Reconhecemos também, com efeito, um Filho de Deus. [...] O Filho de Deus é Verbo
do Pai em ideia e em poder. Tudo foi feito por meio dele, sendo um o Pai e o Filho. O
Filho está no Pai e o Pai no Filho, por unidade e poder do espírito e assim o Filho de
Deus é espírito e verbo de Deus. [...] O Espírito profético está também de acordo com a
razão [...]

“Na verdade, o Espírito Santo, que age através dos que fala em profecias é, dizemos,
uma emanação de Deus, de quem brota e em quem reentra como um raio de sol.

“Como, portanto não se admira alguém de ouvir chamar ateus os que admitem um
Deus Pai, um Deus Filho e o Espírito Santo, ensinando ser único seu poder e sua
distinção ser na ordem?”iv

TEOFILO DE ANTIOQUIA (?-183)

São Teófilo de Antioquia, que viveu na mesma época de Atenágoras. Nasceu na


Mesopotâmia e converteu-se ao cristianismo já adulto. Na sua obra A respeito da
cosmogonia bíblica ele faz um paralelo em os três primeiros dias da criação e a
divindade: “Da mesma forma, os três dias que precedem o aparecimento dos luzeiros,
são tipos da Trindade: de Deus, de seu Verbo, e de sua Sabedoria.”v

O autor da coletânea de onde estamos retirando essas citações faz uma nota
explicativa sobre a palavra Trindade: “Aparece aqui, pela primeira vez na literatura
cristã, a palavra Trindade (“Trias”) aplicada a Deus. O fato, porém, de Teófilo usá-la
como um termo corrente, sem necessidade de explicação, faz pensar que não era seu
autor.”vi

OUTROS PAIS

18
Vários outros Pais da Igreja fizeram declarações e apologias sobre a Trindade e
defenderam a Triunidade de Deus: Irineu (130-200), Tertuliano (160-220), Orígenes
(185-254). A negação dessa doutrina era considerada pela igreja como heresia. Não
estamos usando os pais da igreja como regra de fé, mas apenas citando-os como
testemunhas da crença dos cristãos no tempo anterior ao Concílio de Niceia.

CONCÍLIO DE NICEIA

Relata-se que o Concilio de Niceia reuniu mais de 300 bispos, ao lado de seus
respectivos presbíteros e secretários. Ocorreu na cidade de Niceia da Bitínia, próximo a
Constantinopla, no que hoje é a Turquia, entre os dias 20 de maio e 19 de junho (25 de
agosto) do ano 325 d.C. Foi o primeiro concílio depois do concílio de Jerusalém (Atos
15).

Foi convocado pelo imperador Constantino, apoiado pelo papa Silvestre I, com o
objetivo de estimular a união da igreja cristã, para ajudá-lo a manter unido o império.
Ele se sentia muito desapontado ao perceber as discórdias entre os bispos nos
assuntos teológicos.

Ário nasceu na Líbia, por volta do ano 256 e morreu em 336 em Constantinopla. Era
presbítero de Alexandria quando desenvolveu suas teorias. Vale ressaltar que o debate
não era sobre a Trindade, mas sobre a natureza e origem de Cristo.

Declarações de Ário

1. Deus é solitário, o Pai único (aqui se revela a preocupação de Ário em manter a


unidade do Deus único).
2. O Filho teve origem ex nihilo (“do nada”). Houve um tempo em que ele não
existia. Foi criado, existindo pela vontade de Deus. Antes de ser criado, não
existia (a lógica nesse caso é a seguinte: uma vez que tudo o que foi criado veio
a existir a partir da não existência, e a Palavra de Deus é uma criatura, então a
Palavra de Deus também veio a existir a partir da não existência. Portanto,
Deus nem sempre foi Pai, porque antes de criar o Filho, ele estava só).
3. Deus fez uma pessoa (Palavra, Espírito, Filho) quando quis criar. Em resumo, ele
criou por um intermediário.
4. A Palavra tem uma natureza mutável e permanece boa pela livre vontade
apenas se assim decidir.
5. As ousiai (“substâncias” ou “seres”) do Pai, do Filho e do Espírito são divididas e
diferem umas das outras. O Pai é a origem do Filho, e do Deus do Filho. Há duas
sabedorias, uma que existiu eternamente com Deus, e outra que é o Filho,
trazido à existência nessa sabedoria. Portanto, há outra Palavra de Deus além

19
do Filho, e como o Filho participa dela é chamado, pela graça, de Palavra e
Filho.
6. O Filho conquistou o direito de ser Deus pela obediência e perfeição na
encarnação (esse pensamento combina com a mitologia; deuses que
conquistam sua divindade por feitos heroicos).

Durante o concílio, sob a liderança política de Constantino, e os debates sendo


dirigidos pelo bispo Ósio de Córdova, um dos mais próximos conselheiros do
imperador. O concílio começou com 22 bispos como partidários de Ário. Os principais
opositores de Ário foram Alexandre, bispo de Alexandria, e Atanásio, presbítero de
Alexandre.

Grande parte do debate dependia da diferença entre ser "nascido" ou "criado" e ser
"gerado". Os arianos viram isso, essencialmente, como significando o mesmo, ao
contrário dos seguidores de Alexandre. O significado exato de muitas das palavras
usadas nos debates em Niceia ainda não estavam claras o suficiente para os falantes
de outras línguas. Palavras gregas como "essência" (ousia), "substância" (hypostasis),
"natureza" (physis), "pessoa" (prosopon), traziam uma variedade de significados
extraídos de filósofos pré-cristão e que implicaram em mal-entendidos até que foram
finalmente esclarecidos. A palavra homoousia, em particular, foi inicialmente
desprezada por muitos bispos por causa de suas associações com os
hereges gnósticos.

CREDO NICENO

 Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador de todas as coisas


visíveis e invisíveis;
 E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, gerado como unigênito
do Pai, isto é, da substância [ousia] do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só
substância com o Pai; pelo qual todas as coisas foram feitas, tanto no
céu como na terra; o qual, por nós homens e por nossa salvação,
desceu, encarnou-se e se fez homem, sofreu e no terceiro dia
ressuscitou, ascendeu ao céu e virá para julgar os vivos e os mortos;
 E no Espírito Santo.
 Mas aqueles que dizem: “Houve um tempo em que ele não existia” e
“Antes de ser gerado ele não existia”, ou que ele veio a existir a partir da
não existência, ou que é de outra hypostasis ou ousia, ou é mutável ou
alterável, são condenados pela Igreja Católica e Apostólica.

De aproximadamente 318 participantes, todos, com exceção de dois, concordaram em


assinar o credo. Teonas de Marmárica e Secundo de Ptolemaida tiveram coragem de
partilhar o destino de Ário e o acompanharam à Ilíria, onde se exilou.

20
CONCÍLIO DE CONSTANTINOPLA

Entre os meses de maio a julho de 381 foi realizado o Concílio de Cosntantinopla.


Convocado pelo imperador Teodósio I, tinha como objetivo unir a igreja com base na
fé nicena, especificamente sobre a divindade do Espírito Santo (para combater o
macedonismo). O bispo Melécio, de Antioquia presidiu o evento mas morreu antes da
conclusão, e foi substituído por Gregório de Nazianzo, bispo de Constantinopla.

Credo Niceno (325) Credo niceno-constantinopolitano (381)

Cremos em um só Deus, Pai todo- Cremos em um só Deus, Pai todo-


poderoso, criador de todas as coisas poderoso, Criador do céu e da terra, de
visíveis e invisíveis. todas as coisas visíveis e invisíveis.

Ε em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho


de Deus, gerado unigênito do Pai, isto é, unigênito de Deus, gerado do Pai antes
da substância do Pai; de todos os séculos

Deus de Deus, luz de luz, Deus luz de luz, Deus verdadeiro de Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, verdadeiro, gerado, não feito,
não feito, consubstancial ao Pai; consubstancial ao Pai,

por quem foram feitas todas as


por quem, foram feitas todas as coisas.
coisas que estão no céu ou na terra.

O qual por nós homens e para a nossa


O qual por nós homens e para nossa
salvação, desceu dos céus: se
salvação, desceu, se encarnou e se fez
encarnou pelo Espírito Santo, no seio da
homem.
Virgem Maria, e se fez homem.

Também por nós foi crucificado sob


Pôncio Pilatos e padeceu e foi
Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e sepultado e ressuscitou ao terceiro
subiu aos céus dia conforme as Escrituras, e subiu aos
céus, onde está assentado à direita do
Pai.

21
Ele virá novamente, em glória, para julgar
Ele virá para julgar os vivos e os mortos.
os vivos e os mortos;

e o Seu reino não terá fim.

E no Espírito Santo, Senhor e fonte de


vida, que procede do Pai; e com o Pai e o
E no Espírito Santo.
Filho é adorado e glorificado: Ele falou
pelos profetas.

E quem quer que diga que houve um


tempo em que o Filho de Deus não
existia, ou que antes que fosse gerado
E na Igreja, una, santa, católica e
ele não existia, ou que ele foi criado
apostólica. Confessamos um só batismo
daquilo que não existia, ou que ele é de
para remissão dos pecados. Esperamos a
uma substância ou essência diferente
ressurreição dos mortos; e a vida do
(do Pai), ou que ele é uma criatura, ou
mundo vindouro. Amém.
sujeito à mudança ou transformação,
todos os que falem assim, são
anatematizados pela Igreja Católica.

AGOSTINHO (354-430)

Agostinho de Hipona, ou Santo Agostinho, foi um dos mais


importantes teólogos e filósofos nos primeiros séculos do cristianismo, cujas obras
foram muito influentes no desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental.
Foi bispo de Hipona, uma cidade na província romana da África. Escrevendo na era
patrística, é amplamente considerado como o mais importante dos Padres da Igreja no
ocidente.

Ele apresenta um sumário da Trindade em sua Carta 169 ao bispo Evódio: “Há um
Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, porém o Filho não é o Pai, o Pai não é o Filho,
tampouco o Pai e o Filho são o Espírito Santo. Esses três são iguais e coeternos e
definitivamente de uma mesma natureza: uma trindade inseparável; contudo, uma
Trindade em união inseparável, distintos e em mútua relação um com o outro
apresentando os três separadamente para nossa atenção porém de modo algum
separados.”

IGREJA DE PÉRGAMO

22
¹³ Conheço as tuas obras, e onde habitas, que é onde está o trono de Satanás; e
reténs o meu nome, e não negaste a minha fé, ainda nos dias de Antipas,
minha fiel testemunha, o qual foi morto entre vós, onde Satanás habita.
Apocalipse 2:13

Entre as cartas às sete igrejas da Ásia, está a carta à igreja de Pérgamo (323-538). Esse
período coincide com o período do cavalo preto, período crítico quando o cristianismo
começa a fazer algumas concessões e adaptações com o paganismo, e enfrentou
grandes batalhas teológicas contra o arianismo, semiarianismo e outras visões
heréticas da divindade. É significativo ouvir o elogio de Jesus para a igreja no período
mais conturbado teologicamente.

IDADE MÉDIA

Durante a idade média, houve uma deterioração da doutrina da Trindade, assim como
muitos outros pontos, culminando com a Reforma Protestante. Durante esse período,
podemos destacar alguns nomes que se envolveram em discutir a doutrina da
Trindade: João Damasceno (675-753), Anselmo de Cantuária (1033-1109), Tomás de
Aquino (1225-1274), João Calvino (1509-1564) e John Wesley (1703-1791).

MOVIMENTO ADVENTISTA

Os pioneiros adventistas tinham uma posição antitrinitariana. Dos três fundadores do


Movimento adventista, dois (José Bates e Tiago White) vinham da Conexão Cristã, uma
igreja que não aceita a doutrina da Trindade por considerá-la de origem pagã e não-
bíblica. A outra fundadora do adventismo, Ellen G. White, apesar de sua formação
metodista, vai tomar uma posição clara a favor dessa doutrina apenas a partir da
década de 1880. Por isso não é de estranhar o discurso contra a plena divindade de
Cristo feita pelos pioneiros.

Tiago White (1821-1881) de início, “rejeitou totalmente o que descrevia como ‘o velho
despropósito trinitariano’, que favorecia a ideia de que ‘Jesus Cristo é
verdadeiramente o Deus Eterno’. Todavia, após 1853, ele afirmou sua crença na
divindade de Cristo.”vii

Vinte e três anos depois, Tiago White escreveu que os adventistas “creem na divindade
de Cristo da mesma forma que os trinitarianos.”viii

Enquanto a posição de Tiago White revelava certo equilíbrio e amadurecimento, o


mesmo não se pode dizer de Uriah Smith (1832-1903). Suas obras e artigos exerceram
forte influência sobre a teologia adventista incipiente. Seu livro mais importante foi

23
Daniel and the Revelation (Daniel e Apocalipse). Ao comentar Ap 3.14, Uriah Smith
conclui que “o Filho veio à existência de uma maneira diferente.”ix

O primeiro adventista a apresentar uma cristologia mais sistemática foi E. J. Waggoner


(1855-1916). Nos debates teológicos que ocorreram na Conferência Geral de 1888
sobre justificação pela fé ele exerceu, juntamente com Alonzo T. Jones (1850-1923),
papel proeminente. Apesar de não termos os registros do teor dos debates, podemos
ter uma ideia do que foi discutido ao longo do evento no livreto Christ our
righteousness (Cristo nossa justiça).x

Apesar de Waggonner defender a crença na plena divindade de Cristo, nessa obra ele
expõe uma posição semi-ariana com respeito a Sua origem:

“As Escrituras declaram que Cristo é o ‘unigênito Filho de Deus’. Ele é gerado,
não criado. Quando Ele foi gerado não nos compete indagar, nem nossas
mentes poderiam assimilá-lo se nos fosse indicado. [...] Houve um tempo em
que Cristo procedeu e veio de Deus, do seio do Pai (Jo 8.42; 1.18), mas esse
tempo está tão recuado nos dias da eternidade que para a compreensão finita
é praticamente sem início.”xi

Essa posição contrasta com os ensinos adventistas modernos. Em 1980 a Igreja


Adventista votou em Assembleia da Conferência Geral, realizada em Dallas, EUA, as
suas 27 crenças fundamentais. Entre elas estava a doutrina da Trindade.

No Movimento de Reforma essa questão foi definida há muito mais tempo. Em sua
primeira Assembleia da Conferência Geral realizada em 1925 foi votado os seus
“Princípios de Fé”. Os três primeiros pontos doutrinários tratam sobre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo, deixando claro que o novo movimento era, desde o seu nascimento, um
grupo trinitariano.

MUDANÇA DE PARADIGMA

Grupos separatistas apresentam esses fatos e levantam a questão: se os pioneiros


eram contra a doutrina da trindade e o movimento adventista atual é a favor, quem
tem a razão? Os fundadores do adventismo aprenderam a verdade pelo estudo das
Escrituras e rejeitaram esse ensino. Será que eles estavam enganados? Se erraram
nesse ponto não estariam errados em outros? Se eles estavam certos neste aspecto
então o movimento adventista atual não apostatou ao ensinar e defender a Trindade?

Para muitos dissidentes, toda a Verdade Presente foi dada nos anos iniciais do
adventismo, entre 1844 e 1863 (ano da organização da Igreja). Os seus fundadores não
tinham essa visão estática da verdade. Eles não criam que Deus já havia revelado todas

24
as verdades que tinha para o Seu povo e que não havia mais o que aprender da Sua
Palavra. Sobre isso, Ellen White escreveu:

“Sempre que o povo de Deus estiver crescendo em graça, obterá


constantemente compreensão mais clara de Sua Palavra. Há de distinguir mais
luz e beleza em suas sagradas verdades. Isto se tem verificado na história da
igreja em todos os séculos, e assim continuará até ao fim. Mas à medida que a
verdadeira vida espiritual declina, tem sido sempre a tendência cessar o crente
de avançar no conhecimento da verdade.

“Os homens ficam satisfeitos com a luz já recebida da Palavra de Deus, e


desistem de qualquer posterior estudo das Escrituras. Tornam-se
conservadores, e procuram evitar novo exame.

“O fato de não haver controvérsias ou agitações entre o povo de Deus, não


deveria ser olhado como prova conclusiva de que eles estão mantendo com
firmeza a sã doutrina. Há razão para temer que não estejam discernindo
claramente entre a verdade e o erro. Quando não surgem novas questões em
resultado de análise das Escrituras, quando não aparecem divergências de
opinião que instiguem os homens a examinar a Bíblia por si mesmos, para se
certificarem de que possuem a verdade, haverá muitos agora, como
antigamente, que se apegarão às tradições, cultuando nem sabem o quê.” —
Obreiros evangélicos, pp. 297, 298.

Além disso, a posição de que não podemos mudar de opinião é contrária ao espírito
protestante. Os católicos acreditam que a antiguidade torna legítima uma doutrina e
não podemos endossar essa posição. Para a pena inspirada a Igreja pode ter se
equivocado em alguma interpretação no passado e não é vergonhoso para ela mudar
de ideia.

“Não há desculpas para ninguém assumir a posição de que não há mais


verdades a serem reveladas e de que todas as nossas visões da Bíblia não têm
qualquer erro. O fato de certas doutrinas terem sido consideradas como a
verdade por muitos anos pelo nosso povo não é uma prova de que nossas ideias
sejam infalíveis. A idade não transforma o erro em verdade e ela pode ser
reexaminada. Nenhuma verdadeira doutrina terá algo a perder pela cuidadosa
investigação.” — O outro Poder, p. 24.

Isso significa que podemos colocar na berlinda todas as nossas doutrinas? Não, assim
como na constituição de qualquer país, há no movimento adventista as chamadas
cláusulas pétreas, que não podem mudar. Esses pontos, que conhecemos como
marcos antigos, criam a identidade do adventismo. Eles dizem em que aspectos os

25
adventistas divergem dos outros grupos cristãos. Quais seriam esses pontos? A irmã
White os define de forma clara:

“O passar do tempo em 1844 foi um período de grandes acontecimentos,


expondo ao nosso admirado olhar a purificação do santuário que ocorre no
Céu, e tendo clara relação com o povo de Deus na Terra, e com as mensagens
do primeiro, do segundo e do terceiro anjo, desfraldando o estandarte em que
havia a inscrição: ‘Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.’ Um dos marcos
desta mensagem era o templo de Deus, visto no Céu por Seu povo que ama a
verdade, e a arca, que contém a lei de Deus. A luz do sábado do quarto
mandamento lançava os seus fortes raios no caminho dos transgressores da lei
de Deus. A não-imortalidade dos ímpios é um marco antigo. Não consigo
lembrar-me de alguma outra coisa que possa ser colocado na categoria dos
velhos marcos.” — Eventos finais, pp. 44, 45.

Os “marcos antigos” do adventismo seriam:

1. A purificação do santuário celestial;


2. A tríplice mensagem angélica;
3. Os mandamentos de Deus;
4. A fé em Jesus;
5. O santuário celestial;
6. O sábado e a
7. Não-imortalidade dos ímpios.

Essas são as “cláusulas pétreas” do adventismo. São os seus dogmas. Mexer nessas
doutrinas, para os adventistas seria apostasia da verdade, a perca da sua identidade.
Outras doutrinas e interpretações não estão debaixo da definição de Verdade Presente
e, portanto, podem ser revistas à luz das Escrituras. Se descobrirmos que aquilo que
uma vez ensinamos ou cremos não está em conformidade com o “Assim diz o Senhor”,
estando fora dos marcos antigos, não seria apostasia abandoná-los. Isso aconteceu em
diversos aspectos ao longo da história do adventismo, inclusive na questão da
Trindade.

Que exemplos podem ser citados de doutrinas ou ensinos que foram mudados depois
da organização da Igreja em 1863 e que não significou apostasia:

 A compreensão da doutrina da justificação pela fé, na Conferência Geral de


1888.
 O uso do dízimo como forma de manter o ministério evangélico. A igreja
adotou esse sistema na década de 1870 por causa de uma série de artigos
escritas por D. Canright e publicados na Review and Herald.

26
 A luz sobre a Reforma de Saúde foi enviada à Igreja quinze dias depois que a ela
foi organizada em 1863.

Outra questão que devemos manter em mente é que os pioneiros não são o padrão da
verdade. Crer assim torna a tradição algo com a mesma autoridade que as Escrituras.
Essa posição não é protestante, mas católica. A serva do Senhor nos adverte:

“Mas Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só,
como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de
homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios
eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que
representam, a voz da maioria - nenhuma destas coisas, nem todas em
conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer
ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos
pedir em seu apoio um claro – ‘Assim diz o Senhor’.” – O grande conflito, p.
595.

Quando ela fala em “homens ilustres” e decisões de “concílios eclesiásticos” não quer
apenas condenar o apego que há a tradição em outros grupos religiosos. Ela entendia
que o próprio movimento adventista poderia cair nessa cilada espiritual.

“Mesmo os adventistas do sétimo dia correm o perigo de fechar os olhos à


verdade conforme ela é em Jesus, porque contradiz algo que eles supunham
ser a verdade, mas que o Espírito Santo ensina não ser.” – Testemunhos para
ministros, pp. 70, 71.

DOUTRINA REFORMISTA

Os “Princípios de Fé” do Movimento de Reforma foram elaborados e aprovados na


primeira assembleia realizada em 1925, na cidade de Gotha, Alemanha.
Posteriormente(2006), a igreja publicou o livro “Crenças Fundamentais” ampliando os
comentários e as referências, mas sem qualquer alteração na compreensão da
doutrina.

27
Além disso, diante de questionamentos sobre o assunto, a Assembleia da Conferência
Geral de 1955 tomou a seguinte resolução:

Resolução 23/1955 – Fica resolvido que é uma crença fundamental do


Movimento de Reforma a Divindade ser formada por três pessoas vivas,
personalidades separadas e, todavia, uma em ação e propósito.

Acreditamos que Deus é uma pessoa viva, o Grande Criador do Universo e do


homem, [e que o ser humano] foi feito segundo a imagem dEle. Ele é nosso
amoroso Pai Celestial, mas é invisível para nós.

Cremos que Jesus Cristo é o Filho de Deus e também o Filho do homem. Ele é a
segunda pessoa da Divindade, constituído da expressa imagem de Deus. Para
nós, Ele é um Salvado pessoal.

Cremos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Divindade. Ele é o


representante do Pai e do Filho. Através de Sua influência e poder, Cristo pode
ser representado em toda parte.

28
ESCLARECIMENTOS IMPORTANTES

APOCALIPSE 3:14
¹⁴ E ao anjo da igreja de Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus:[..] Apocalipse 3:14 (ACF).
Gramaticalmente, a palavra ἀρχὴ (arché) é um substantivo feminino singular, no caso
nominativo, que porta diversos significados, tais como: “começo”, “princípio”,
“origem”, “fonte”, “causa”, “líder”, “autoridade”, “principado”, “governador”, etc. Na
expressão ἀρχὴ τῆς κτίσεως (princípio da criação), o primeiro termo pode ter tanto
sentido PASSIVO quanto ATIVO:
(1) SENTIDO PASSIVO: Neste caso, a palavra ἀρχὴ (arché) representaria “o ALVO da
ação” contida na expressão nominal “criação”; portanto, ele (Jesus Cristo) seria o
“começo”, a saber, “o primeiro ser CRIADO, de uma série”; a primeira criatura feita por
Deus.
(2) SENTIDO ATIVO: Aqui, ἀρχὴ (arché) representa “o AGENTE da ação” contida na
expressão nominal “criação”; portanto, ele seria “o Criador”, a “fonte originadora”, a

29
“causa primeira” (e eficiente) de toda criação divina; a “Origem” de tudo o que foi
feito.
CONCLUSÃO:
De acordo com outros textos sagrados, inclusive do próprio evangelista João, fica
evidente que o segundo sentido da palavra ἀρχὴ, (arché) se harmoniza com sua
Cristologia. Para João e Paulo, Jesus NÃO É um ser CRIADO, mas o CRIADOR.
³ Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
João 1:3
¹⁶ Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis
e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1:16
Outras versões da Bíblia aumentam nossa compreensão do texto de Apocalipse 3:14 se
utiliza da segunda aplicação da palavra grega ἀρχὴ (arché):
¹⁴ — Ao anjo da igreja de Laodiceia escreva o seguinte: "Esta é a mensagem do
Amém, da testemunha fiel e verdadeira, daquele por meio de quem Deus criou
todas as coisas. Apocalipse 3:14 (NTLH)
¹⁴ Ao anjo da igreja de Laodiceia escreve esta carta: ”Esta mensagem vem
daquele que permanece firma, a testemunha fiel e verdadeira, a fonte primitiva
da criação de Deus.” Apocalipse 3:14 (NBV)
¹⁴ Ao anjo da igreja em Laodiceia escreva: Estas são as palavras do Amém, a
testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de Deus. Apocalipse 3:14
(NVI)

SALMOS 2:7

⁷ Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.


Salmos 2:7

¹⁴ Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho; e, se vier a transgredir, castigá-lo-
ei com vara de homens, e com açoites de filhos de homens. 2 Samuel 7:14

A profecia original tinha sua principal aplicação a Davi e Salomão. Mas aqui ela assume
um significado messiânico. Os que são contra a Divindade de Cristo usam essa
declaração para provar que Jesus não é Deus.

Isso deve ser entendido no sentido figurado. No dia da sua coroação, o rei foi gerado
por Deus como Seus servo para guiar os destinos de Seu povo.

A expressão “hoje te gerei” foi usada por Paulo e não tem nada a ver com um suposto
nascimento literal de Cristo na Eternidade. É mais uma forma de dizer “hoje te
estabeleci, te entronizei”. O contexto do verso trata da ascensão de Jesus ocorrida

30
após a sua Ressurreição. A passagem fala de Sua entronização entre os anjos de Deus
ao chegar no céu após seu ministério terreno. O assunto aqui é a entronização do
Homem Jesus à direita de Deus. Não há a menor alusão a uma geração original de
Jesus nos dias da Eternidade.
⁵ Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra
vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho? Hebreus 1:5

De igual forma a expressão é utilizada para fazer referência à investidura de Jesus como
Sumo Sacerdote no Santuário Celestial, o que coincidiu evidentemente com sua
entronização à direita de Deus Pai.

⁵ Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo


sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei. Hebreus 5:5

TODAS as vezes em que aparece na Bíblia a expressão “TU ÉS MEU FILHO, EU HOJE TE
GEREI”, o verbo "GERAR" SEMPRE significa ungir, investir de autoridade, designar para
uma função especial. NUNCA REPRESENTA UMA GERAÇÃO LITERAL.

COLOSSENSES 1:15

¹⁵ O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; ¹⁶ Porque


nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e
invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. Colossenses 1:15,16

Referindo-se a Jesus, a palavra primogênito é usada sete vezes no NT. Em duas


situações, é usada para se referir ao Seu nascimento por meio de Maria (Mateus 1:25 e
Lucas 2:7) e mais cinco vezes com o sentido figurado: Primogênito entre muitos irmãos
(Rom. 8:29), Primogênito de toda a criação (Col. 1:15), Primogênito dentre os mortos
(Col. 1:18), Deus introduz o primogênito no mundo (Heb. 1:6) e Primogênito dos
mortos (Apo. 1:5).

Dessas ocorrências, a que merece destaque é a de Colossenses 1:15. Para aqueles que
não creem na divindade absoluta de Jesus, o sentido correto do texto é o de que Cristo
seria o primeiro a ser criado.

Porém, nas Escrituras, nem sempre primogênito significa o primeiro filho. Pode ter o
sentido de proeminência, de destaque, de pessoa digna de toda atenção, como nos
exemplos a seguir:

⁹ Virão com choro, e com súplicas os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas,
por caminho direito, no qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e
Efraim é o meu primogênito. Jeremias 31:9

31
²⁰ Achei a Davi, meu servo; com santo óleo o ungi, [...] ²⁷ Também o farei meu
primogênito mais elevado do que os reis da terra. Salmos 89:20 e 27

²² Então dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito.
Êxodo 4:22

JOÃO 3:16

¹⁶ Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João
3:16

A palavra traduzida como “unigênito” é monogenes, de monos (um) e genos (espécie).


Ilustrações de papiros e fontes não literárias apoiam a conclusão de que monogenes
significa “único em espécie”, “sozinho”, ao invés de “único gerado” (unigênito) que
seria monogennetos. Indica uma questão de relacionamento especial – único, existente
somente uma vez, peculiar em seu tipo.

¹⁷ Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que
recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Hebreus 11:17

ESPÍRITO DE PROFECIA

Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. — Desejado de Todas


as Nações, p. 372.

Cristo era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus
desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre. —
Mensagens escolhidas, vol. 1, p. 247.

Falando de Sua preexistência, Cristo conduz a mente através de séculos


incontáveis. Afirma-nos que nunca houve tempo em que Ele não estivesse em
íntima comunhão com o eterno Deus. Aquele cuja voz os judeus estavam então
ouvindo estivera com Deus como Alguém que vivera sempre com Ele”. — Signs
of the Times, 29/08/1900.
Sua existência divina não podia ser contada pelo cômputo humano. A vida de
Cristo antes de Sua encarnação não se calcula por algarismos”. — Signs of the
Times, 03/05/1899.

ESCLARECIMENTOS SOBRE O ESPÍRITO SANTO

32
Os antitrinitarianos utilizam alguns textos bíblicos para induzir a crença de que o
Espírito Santo é Jesus, ou uma força impessoal procedente do Pai ou de Jesus.

¹⁷ Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade. 2


Coríntios 3:17

⁹ Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus
habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Romanos 8:9

Outras passagens, porém, mostram de forma clara que o Espírito Santo é distinto das
demais Pessoas da divindade.

²⁰ E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor,
dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o
que nela está gerado é do Espírito Santo; Mateus 1:20

Jesus foi gerado no ventre de Maria como obra do Espírito Santo. Também não
poderia ser gerado, se o Espírito Santo fosse um anjo.
¹¹ E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele
que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de
levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo. Mateus 3:11
É Jesus, o Messias, quem "batiza com o Espírito Santo e com fogo".
³⁸ Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o
qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque
Deus era com ele. Atos 10:38
Ao ser batizado no Jordão, o Espírito Santo "desceu sobre ele em forma corpórea
como uma pomba" ungindo-o para o Seu ministério messiânico.
¹ Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo. Mateus 4:1
Logo após o Seu batismo, "Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado
pelo diabo" (Mateus 4:1), ou, como disse Marcos, "o Espírito o impeliu para o deserto"
(1:12). Ou, na versão de Lucas: "Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi
guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado pelo
diabo". (4:1, 2).
¹⁸ O Espírito do Senhor é sobre mim, Pois que me ungiu para evangelizar os
pobres. Enviou-me a curar os quebrantados de coração, Lucas 4:18
Na sinagoga de Nazaré, Jesus leu: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me
ungiu para evangelizar os pobres..."
¹⁶ E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco
para sempre; João 14:16

33
Jesus prometeu aos Seus discípulos que o Pai lhes enviaria, em Seu nome, "OUTRO
Consolador, o Espírito Santo" (João 14:16, 26); ou que Ele mesmo o enviaria "da parte
do Pai" (João 15:26).
¹⁵ Os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito
Santo ¹⁶ (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido; mas somente eram
batizados em nome do Senhor Jesus). ¹⁷ Então lhes impuseram as mãos, e
receberam o Espírito Santo. Atos 8:15-17
Os samaritanos já haviam recebido Jesus, mas ainda não tinham recebido o Espírito
Santo.
³² E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á
perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado,
nem neste século nem no futuro. Mateus 12:32

NOS ESCRITOS DE ELLEN WHITE


O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como
pessoa DISTINTA, mas um com o Pai. — Review and Herald, 05/04/1906.
O Espírito Santo é o Confortador, em nome de Cristo. Ele personifica a Cristo,
contudo é uma personalidade DISTINTA. — Manuscript Releases, vol. 20, p.
324.
Três agências DISTINTAS, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, trabalham juntas pelos
seres humanos. — Manuscript release, vol. 27a, 1900.

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA

As Escrituras revelam que o Espírito Santo é uma pessoa divina, igual ao Pai e ao Filho
em poder, substância e glória, e não apenas um poder ou força de Deus. Há vários
versos onde o Espírito Santo é mencionado junto com o Pai e o Filho (Mateus 28:19 e 2
Coríntios 13:13). Uma vez que o Pai e o Filho são pessoas, isto indica que o Espírito
Santo deve ser uma pessoa, também. Além do que, características pessoais atribuídas
ao Espírito Santo são atividades de uma pessoa, não de uma força.

 Fala (²⁹ E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. Atos 8:29)
 Ensina (²⁶ Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito. João 14:26)
 Intercede (²⁶ E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas
fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o
mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Romanos 8:26)

34
 Distribui dons pela Sua própria vontade (¹¹ Mas um só e o mesmo Espírito
opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer. 1
Coríntios 12:11)
 Proíbe ou impede (⁶ E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram
impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. Atos 16:6)
 Entristece (³⁰ E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o dia da redenção. Efésios 4:30)

NOS TESTEMUNHOS
O príncipe da potestade do mal só pode ser mantido em sujeição pelo poder de
Deus na TERCEIRA PESSOA da Divindade, o Espírito Santo. — Special
Testimonies, Série A, nº 10, p. 37.
Que dádiva poderia Ele [Cristo] conceder que fosse suficientemente rica para
assinalar e agraciar Sua ascensão ao trono mediatório? Deve ser digna de Sua
grandeza e realeza. Ele determinou conceder o Seu representante, a TERCEIRA
PESSOA da Divindade". — Signs of the Times, 1 de dezembro de 1898.
O Espírito Santo é o REPRESENTANTE de Cristo, mas despojado da
personalidade humana, e dela independente. — O Desejado de Todas as
Nações, p. 668.
Quando o povo de Deus buscar nas Escrituras com um desejo de conhecer o
que é verdade, Jesus estará presente NA PESSOA de Seu representante, o
Espírito Santo. — Manuscript release, vol. 12, p. 145.
Precisamos não só pedir em nome de Cristo, mas TAMBÉM pela inspiração do
Espírito Santo. Isto explica o que significa o dito de que: ‘O mesmo Espírito
intercede por nós com gemidos inexprimíveis’. (Rom. 8:26). Tais orações Deus
Se deleita em atender. — Parábolas de Jesus, p. 147.

Cristo, nosso Mediador, e o Espírito Santo ESTÃO constantemente


intercedendo em favor do homem, mas o Espírito não pleiteia por nós como faz
Cristo, que apresenta Seu sangue, derramado desde a fundação do mundo; o
Espírito opera em nosso coração, extraindo dele orações e penitência, louvor e
ações de graças. — Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 344.
O Espírito Santo é o Confortador, em nome de Cristo. Ele personifica a Cristo,
contudo é uma personalidade DISTINTA. — Manuscript release, vol. 20, p. 324.

35
i
Referências bibliográficas:
Primeira carta de São Clemente aos Coríntios, citado por Cirilo Folch Gomes em Antologia dos santos Padres, p. 21,
22.
ii
Citado em Antologia dos santos Padres, p. 32, 33
iii
Idem, p. 66.
iv
Idem, p. 95.
v
Idem, p. 97.
vi
Ibidem.
vii
Citado ZURCHER, Jean. Tocado pelos nossos sentimentos, p. 19.
viii
Citado por ZURCHER, Ibidem.
ix
SMITH, Uriah. As profecias do Apocalipse, p. 53.
x
Essa obra foi publicada pela primeira vez em português em 1976 com o nome de Libertos para sempre.
xi
WAGGONER, E. J. Cristo e Sua justiça, p. 19.

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