Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Economia Do Esporte
Economia Do Esporte
Resumo: O estudo analisa a produção científica que versa sobre a atividade econômica do
esporte. Trata-se de uma revisão sistemática que avalia artigos científicos publicados no
último ciclo olímpico (2012-2016) em periódicos nacionais e internacionais, em língua
inglesa, espanhola e portuguesa, indexados ao Portal de Periódicos da Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Foram analisados, a partir da análise de
conteúdo, 355 estudos que, a despeito de sua diversidade, foram agrupados em 15 categorias.
As considerações sugerem um amplo processo de comercialização do esporte enquanto uma
mercadoria cultural e, também, veículo de venda e propagação de outros produtos.
Palavras-chave: economia esportiva. indústria esportiva. Publicações periódicas como
assunto.
1. Introdução
2. Delineamento metodológico
Esta pesquisa se caracteriza como uma revisão sistemática – pesquisa que utiliza como
fonte de dados a literatura sobre determinado assunto e, por isso, implica em reunir
conhecimentos, (re)construir redes de pensamento e conceitos, bem como selecionar,
caracterizar e avaliar estudos (GOMES; CAMINHA, 2014).
Assim, buscou-se apreender os temas, os objetos e as abordagens presentes na
literatura sobre a economia esportiva, tomando como material de análise artigos científicos
publicados em periódicos nacionais e internacionais – veiculados em espanhol, inglês e
português – indexados ao Portal de Periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior).
A opção por artigos científicos se deve ao fato de que eles representam, em grande
medida, a produção mais geral, constituindo, na atualidade, no principal meio de
comunicação/divulgação científica (CASTIEL, SANZ-VALERO, MEI-CYTED, 2007).
Os artigos analisados foram selecionados a partir dos descritores ‘sports economy’ e
‘sports industry’, tomando, para tanto, o último ciclo olímpico (2012-2016) como recorte
temporal, uma vez que a cada ciclo esportivo (olímpico) há mudanças radicais na estrutura
organizacional e na arquitetura econômica e social do esporte (PRONI, 2004).
Os artigos científicos selecionados foram analisados a partir da análise de conteúdo
que, segundo Bardin (2011), reúne procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens voltados à compreensão crítica do sentido das comunicações, seu
conteúdo manifesto ou latente, as significações explícitas ou ocultas.
3. Resultados e Discussões
Gráfico 01: Cadeia produtiva do esporte – temas recorrentes na produção científica (2012/2016).
Fonte: Os autores (2018).
i. Associações Esportivas
vii. Mídia
A Economia Não Comercial enquanto categoria analítica reúne trabalhos que tratam
da produção econômica do esporte sem compromisso com a geração direta do valor
comercial. São, antes disso, estudos que discutem o esporte produzido pelas Organizações
Não-Governamentais (ONGs Esportivas), pelos clubes e outras entidades esportivas sem fins
lucrativos que, por isso, adota outros recursos organizacionais, como é o caso da gestão
compartilhada, do trabalho voluntário e do associativismo.
Esse tipo de economia tem sido ignorado pela literatura especializada no assunto. O
motivo é exatamente sua especificidade: não está focada na produção do valor comercial
(VOS; BREESCH, SCHEERDER, 2012). São pesquisas que problematizam as finanças e o
design financeiro de ONGs Esportivas e outras entidades correspondentes, bem como a
questão do trabalho informal e da motivação dos voluntários, além do papel das doações para
a geração do esporte como bem cultural que, nessa perspectiva, tende a ser tomado como fator
de integração social e de combate à vulnerabilidade e ao risco social, assim como na
amenização dos quadros de violência.
Além disso, é presente na literatura a problematização da influência dos fatores
externos, isto é, da pressão pela identificação e produção de novos talentos. Fato que
influencia as doações e geram tensões para que, nesses espaços, a formação tenda para o alto
rendimento.
xvi. Outros
Os artigos que não dialogaram com as categorias apresentadas e que, também, não
atingiram o percentual mínimo de 2%, foram agrupados em Outros que, a rigor, não constitui
uma categoria analítica, mesmo porque é constituída por uma diversidade de temáticas que
não guardam, necessariamente, uma relação intima/orgânica entre si, a não ser pelo tema
gerador. São pesquisas cujos temas envolvem o turismo; as despesas e/ou gastos familiares;
os impactos das crises econômicas; os processos de globalização e internacionalização; as
fontes de financiamento; a regulação da atividade econômica do desporto; e, por fim, a
corrupção, os mercados ilegais e os negócios escusos.
4. Considerações
5. Referências
AGHA, N. The Economic Impact of Stadiums and Teams. Journal of Sports Economics, v.
14, n. 3, p. 227-252, 2013.
BROHM, JM. Sociologia Política del deporte. Cidad del México: Fondo de Cultura
Económica, 1982.
CARENYS, J.; SALES, X. Tailoring performance management systems: a sports
merchandiser's case. Sport, Business and Management: An international Journal, v. 2, n. 2, p.
115-126, 2012.
FRANCK, E.; LANG, MA Theoretical Analysis of the Influence of Money Injections on Risk
Taking in Football Clubs. Scottish Journal of Political Economy, v. 61, n. 4, p. 430-454,
2014.
GAINSBURY, S.; RUSSELL, A. Betting patterns for sports and races: a longitudinal analysis
of online wagering in Australia. Journal of Gambling Studies, v. 31, n. 1, p. 17-32, mar. 2015.
GOMES, IS.; CAMINHA, IO. Guia para estudo de revisão sistemática: uma opção para as
ciências do movimento humano. Revista Movimento, Porto Alegre, v. 20, n. 1, p. 395- 411,
jan./mar. 2014.
HARGER, K.; HUMPHREYS, BR.; ROSS, A. Do New Sports Facilities Attract New
Businesses? Journal of Sports Economics, v. 17, n. 5, p. 483-500, 2016.
HARTER, JFR. Is Wigwam worth it? An estimation of contingent valuation method for a
small-town sporting arena, Contemporary Economic Policy, v. 33, n. 2, p. 279-284, 2014.
JENNY, C. “A National Playground Both in Summer and Winter”: Civic Groups, Ethnic
Organizations, and Tourism Promotion in Revelstoke, BC, 1890-1920. Histoire
sociale/Social History, v. 49, n. 99, p. 389-408, jun., 2016.
KEARNEY, AT. O jogo está começando. HSM Management, v. 39, p. 37-46, jul.-ago, 2003.
KO, Y. Sport Management and Marketing: Overview and Recommendation for Future
Research. International Journal of Sport Science, v. 9, n. 9, p. 204 -207, jul.,- 2013.
MAHARAJ, B. The turn of the south? Social and economic impacts of mega-events in India,
Brazil and South Africa. Local Economics: The Journal of the Local Economy Unit, v. 30, n.
8, p. 983-999, out./dez. 2015.
MUSTAFA, F. Cricket and globalization: global processes and the imperial game. Jornal of
Global History, v. 8, n. 2, p. 318-341, 2013.
PRONI, MW. Marketing e organização esportiva: elementos para uma história recente do
esporte-espetáculo. Conexões, Campinas, v. 1, n. 1, p. 74-84, 1998.
ROBBINS, G. From Upton Park to Olympic Park: What does West Ham’s move tell us about
sport and regeneration? Local Economy: The Journal of the Local Economy Policy Unit, v.
30, n. 8, p. 975-982, 2015.
SCELLES, N. et al. Professional Sports Firm Values. Journal of Sports Economics, v. 17, n.
7, p.688-715, 2016.
SCHERER, J.; SAM, MP. Public broadcasting, sport and cultural citizenship: Sky’s the limit
in New Zealand? Media, Culture & Society, 2012, v.34, n. 1, p.101-111, jan. 2012.
BILLINGS, S.; HOLLADAY, JS. Should cities go for the gold? The long-term impacts of
hosting the Olympics. Economic Inquiry, v. 50, n. 3, p. 754-772, jul. 2012.
SUBIC, A. et al. Capability Framework for Sustainable Manufacturing of Sports Apparel and
Footwear. Sustainability, v. 4, n. 9, p. 2127-2145, set. 2012.
VOS, S.; BREESCH, D.; SCHEERDER, J. Undeclared Work in Non-Profit Sports Clubs: A
Mixed Method Approach for Assessing the Size and Motives. Voluntas: International Journal
of Voluntary and Nonprofit Organizations, v. 23, n. 4, p. 846-869, 2012.
WICKER, P.; BREUER, C. examining the financial condition of sport governing bodies: the
effects of revenue diversification and organizational success factors. Voluntas: International
Journal of Voluntary and Nonprofit Organizations, v. 25, n. 4, p. 929-948, 2014.
WLOCH, R. UEFA as a New Agent of Global Governance. Journal of Sport & Social Issues,
v.37, n. 3, p. 297-311, jan./ago. 2013.