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1510712023, 13:31 Pais exasperados —criangas teriveis|t]-Cien Digital 1 Pais exasperados — criangas terriveis!! | Daniet Royl?) Este 6 0 titulo que Jacques-Alain Miller nos prope para a nossa préxima Jomada do Instituto Psicanalitico da Crianga, E um titulo & altura da época, que no é um jargio hermético. Ele ressoa com ‘uma realidade bem cotidiana no que diz respeito as relagdes dos pais e das criangas deste nosso século, Ele também nos diz respeito na medida em que estamos envolvidos nisso, Esse titulo nos convoca a seguir 0 fio do questionamento de Lacan no final de seu ensino, em dezembro de 1976: “Ela esté, sim ou nio, fundamentada, essa relagio da crianga com os pais?"] Construgdo Crepésculo Urbano — Foto gratuita no Pixabay Como isso esti fundamentado para Nina, de 4 anos, que vem para uma consulta “por que ndo dou ouvidos & mamde ¢ ao papai”, diz ela? Eles dizem de sua filha: “cla tem crises”. Ela grita ¢ atira scus objetos, “um verdadeiro tomado”. Punir, falar com cla, nada adianta, “cla no dé ouvidos as ordens.” A mae se culpa por “ter estragado sua filha” e nota as dificuldades de Nina em se separar dela em quaisquer circunstancias. E para Maxence, 3 anos e 7 meses, que no para com as bitras, como fazer? “Na familia, ndo conseguimos lidar com ele, ele quer nos organizar!” Ainda bebé, seus gritos eram insuportiveis para seus pais, que no conseguiam acalmé-lo. Nos primeiros encontros, Maxence perman 'i muito colado a mie, fazendo um uso ilimitado do corpo dela, Maxence ndo tem tum ursinho de peliicia? “Mas, sou cu!”, sua mic responderd. Destes dois encontros ¢ de tantos outros, deduz-se uma perspectiva precisa: as crises, os ataques de raiva, a erianga que ndo cscuta, com a qual os pais no conseguem lidar, se esgotando completamente ao fazé-lo, podemos considerar tudo isso como © principio organizador da familia. Além disso, esses significantes, e outros, tornaram-se realmente o que funda uma relago direta e sem mediagao da erianga com os pais, na medida em que esses significantes realizam um aglomerado de corpos em presenga e concentram a atengao ¢ a libido de todos. Nao & a familia que esti em crise, & a crise que se encontra no préprio fundamento da familia: tal € © novo principio da familia pés-modema, A “erianga-terivel” aparece ai como um condensador de gozo para cada um. Todos a beira de um ataque de nervos. Este ¢ 0 caldeirdo em que somos convidados a mergulhar. Familias / Transmissies A familia do século XI no é mais a familia dita tradicional ou patriarcal, nem a familia conjugal do século pasado. Ela & uma nova resposta ao enigma da transmissio que esté no ceme desta “formagdo humana” Em 1938, em seu texto “Os Complexos familiares na formasio do individuo”, a “familia modema"4l & para Lacan 0 (5 produto “de uma profunda reorganizagdo"l®) que ndo & de forma alguma uma simplificagdo em ditegdo a uma unidade social 16), « elementar (pai, mde, filhos), mas “uma contrago da instituigdo familiar), “sob a influéncia prevalente do casamento”l”) e ele adotaotermo “famitia conjugal!) redo de Durkheim Esta reorganizagio tem a consequé: cia direta de fazer aparecer toda uma nova dimensio da transmisso, que Lacan destaca em 1969, em sua Nota sobre a crianga: “A fungo de residuo exercida (e, 20 mesmo tempo, mantida) pela familia conjugal hitpsieiendigtal.com,brindex.php!2023/03/05Ipais-exasperados-criancas-teriveist?print=print 118 1510772023, 13:31 Pais exasperados —crangas teva] -Cien Digital na evolugdo das sociedades, destaca a irredutibilidade de uma transmissio [...] que € de uma constituigio subjetiva, implicando a relagdo com um desejo que nao seja andnimo" A transmissdo ndo & mais aqui a transmissGo automatica de um nome ¢ de uma autoridade. Ela s6 existe vinculada a um desejo, enquanto encarnado, seja pela via de uma falta, seja pela da nomeago na palavra. Ha, ai, uma mudanga de “eixo da fungdo significante ligada ao termo familia", Nesta configuragdo, se desenharmos dois circulos que se sobrepem parcialmente e, se escrevermos em um dos circulos os dois significantes de “pai” e “mii € no outro o de “erianga”, podemos, entio, escrever em sua intersecgdo, com 0 significante “desejo”, os dois nomes de falta e de nomeagiio. Percebemos, assim, a parte que se trama neste lugar, ao mesmo ‘tempo trago de unio (hifen) © espago de separagdo, onde vird se alojar 0 sintoma da crianga, como Lacan o indica na sequéncia de sua “Nota sobre a crianga”. Mas a familia daqui em diante esta imersa no banho de nossa civilizagio, onde os objetos provindos da tecnologia, os bjetos mais-de-gozar, assumiram a autoridade e fundam a lei para todas as formas do ideal. © goz0 esti ai em primeiro lugar. Em um de seus diltimos semindrios, em 10 de junho de 1980, ¢ intitulado por J.-A. Miller, “O mal-entendido”, Lacan extrai as consequéncias disso ¢ evoca “dois falantes que no falam a mesma lingua [...] Dois que se conjuram para a reprodugdo, mas por um mal-entendido realizado"t 1] © que, ao dar a vida, transmitem esse mal-entendido. Trata-se de um mal-entendido que incide sobre o gozo e que se enraiza nas “algaravias (bafouillage) dos seus ascendentes", do qual 0 corpo novo de falante faz parte, O anincio do nascimento & essa algaravia em que se aloja 0 gozo, mal-entendido estrutural. Entdo, vamos colocar “dois falantes” em um dos eirculos, deixar “crianga” no outro, e colocar (inscrever) na intersego, o gozo cercado por seu mal-entendido ¢ pelas algaravias. O real do goz0 vem, assim, “se imprimir” por debaixo na trama do discurso ¢ dar uma nova perspectiva ao sintoma, aquela de um real irredutivel entre pais ¢ eriangas que os une ¢ os separa, “a um ponto de “no se fala disso”!'?), presente em cada familia Familias / Disfuncionamentos Bis, entdo, a atual familia residuo: um conjunto formado pela reuniio, no sentido matemitico, de dois eonjuntos, o dos “pais”, de dois falantes, de um lado € o das “eriangas”, do outro. A intersegdo, sendo constituida pelo que eles tém em comum, ou seja, mal-entendido ¢ algaravia sobre 0 goz0 dos corpos, transmitides por meio de desejos encamados, no melhor dos casos. Essa estrutura & suficiente para dar conta da incrivel diversidade sociolégica das familias atuais ¢ da grande vatiedade de tipos de pais ¢ tipos de criangas que elas redinem, como constatamos em nossas priticas. Mas, o que passa despercebido & que “familia” nao é mais um significante dado de antemao como inscrito no simbélico, seja por filiagdo ou por alianga. Es inscrigo 6 a parte que rctorna a cada um dos falasseres, na medida em que cles fazem — ou ndo = existir a fungio significante da familia, ali onde se impée sua fungo de gozo, essa disjungdo que muitas vezes faz. vir, a0 primeiro plano, a fungdo imagindria da familia E nessa inconsisténcia da familia pés-modema, quanto ao simbélico, que penetram os discursos de ajuda aos pais ¢ de remediagdo cognitiva e comportamental, a fim de rasttear disfungdes. Eles vém atualmente sustentar os ideais da familia, explorando a discrepincia inevitavel entre a “crianga-perfeita” © a “crianga-tertivel”, entre a crianga-falo prometida pelo ideal e a crianga-objeto, ser de gozo. Essa divisio marca ‘uma mulher ou um homem quando eles se tomam “pai” ou “mie”, Ela vem “exasperar” em cada um deles, a tensdo entre a mais-valia que conta com 0 avesso a cesses significantes mestres ¢ 0 efeito de castragdo que, por sua vez, é registrado como perda, se no como falta, Ao nio ser tomada por um dizer singular, essa divisio, entdo sentida como insuportavel, é projetada sobre a crianga que assume os tragos de um ser enganador e cruja presenga custa tempo, energia, dinheiro ete, O coaching parental, 0 suporte aos Iitps:eendigtal.com.briindex,php/2023103/05Ipas-exasperados-rlancas-ervelPprinteprint 216 18/07/2023, 13:31 Pais exasperados —crangas teva] -Cien Digital pais, enquanto priticas de discurso, asseguram o “servigo de pés-venda” da agéncia- PassaroEsgrima Bico — Foto mestre da familia: colocando palavras no sofrimento, dando sentido, ensinando a lidar gratuita no Pixabay com as emogdes, segundo a vulgata atual, Esses sintagmas de agora em diante ocupam seu lugar no discurso corrente, assim como certos termos “pseudocientificos” elaborados por especialistas. Substituindo-se as significantes particularizados que se transmite na lingua falada nesse tal grupo familiar, eles fazem consistir os lagos de dependéncia ‘Nesta zona de alienagdo significante, fica ocultado 0 que circula como desejo e que se deposita como gozo em jogo, para cada um dos parceiros, Na verdade, é nessa intersecgdo, que o minimo processo de separago se funda, dos desmames da {inffincia até as aventuras tumultuadas da adoles Depende disso a possibilidade de uma erianga decifrar as coordenadas do lugar que ela ocupa para seus pais como “eausa de seu desejo” e como “dejeto de seus goz0s°l!3], Essa decifragdo, uma crianga a faz com os significantes que ela recolhe, que assumem o valor singular do gozo pulsional que os lastreia, Essa é a fungdo privilegiada do jogo da crianga, que enlaga, em tomo do objeto indizivel, as extremidades de corpo, fiapos de gozo ¢ fragmentos de discurso, Este objeto ¢ a valvula que abre, entreabre ou fecha o espago para uma separagio. Quando este objeto no tem lugar subjetivamente como causa de de jo e resto de gozo, cle se encamna na crianga tertivel, que “no ouve nada”, “que s6 faz 0 que the di na telha”, “tem uma crise”, “impede a todos de dormir”. Os conselhos de orientagdo dos pais, assim como os diagnésticos de tipo médico, se somam as queixas dos pais e as manifestagdes sintomaticas da crianga e desencadeiam o poder de angistia do objeto a. Essa presenga ndo reconhecida, que assombra 0 sintoma da erianga-terrivel, passa a questionar cada um dos pais sobre “a verdade do par parental”), exaspera o lugar que ur fitho pode octpar “como sbjeto ama fantasia'T!S] de cada um. Esea proseuga tarnbéon setroviza a “xiange-terivel sob diversas formas fantasmaticas e de pesadelo, Assim, 0 disfuncionament nio & 0 que ee acredit, cle nfo se retaciona coma um tau aranjo dos paptis paresis ou das relapses pais-riangas, nem com 0 mau feionamento de uma fangao psiquica ou cognitiva, O disfimcionamento consiste em nao querer saber que a familia jé é um modo de tratamento do gozo dos corpos falantes presentes, que nao responde a renhunn ideal, mas que é antes, da ordem de umn “religio privada, da qual ignoramos tudo quando encontramos pais © fithos » da qual tetas tudo a aprender sobre as regras que ali te aplicam, of ritos que ali se celebram, os pequence deuses gue ali reinam, Mais fiandamentalmente, temos que aprender a Tingua que ali é falada, sua gramtica, seu vocabuléro, Estamos, portanto, mais préximos da posigdo da crianga, buscando decifrar os enigmas, dar conta do valor de gozo das palavras, dos atos e dos objetos que creulam ¢ dara cada um, a parte que The cabe, Descompactar “a familia holase”lI, de alguma forma, sem uma grade de avaliagdo ou um modelo ideal, Familias / Equivocos ~ bévues ‘Ao contrario das ev mncias antropoldgicas, parece que a familia ndo se enquadra, de forma alguma, em uma légica do universal ¢ que ela, daqui em diante, entrou em uma légica do ndo-todo. Isso condiciona nosso acolhimento dos sintomas das eriangas e das queixas e preocupagdes dos pais. Nao podemos mais colocar no principio de nossa intervengio que para todos os seres falantes, a familia é uma funcio, com que isso implica que exista um, que seja 0 pai, a mae, ou os pais, ou ‘mesmo o especialista ou 0 coach, que seria seu fundador ou o mantenedor e que, em fungdo disso, ficaria de fora. Deve-se acrescentar que a propria crianga &, muitas vezes, localizada, pelos pais, no lugar daquele que funda a familia. Sabemos por experiéncia, que todas essas configuragdes produzem efeitos potencialmente devastadores para os membros dessa familia. Nés partimos, portant, de outro ponto de vista, colocando que ndo existe ser falante que nio seja de uma familia, o que abre muitas perspectivas a todos aqueles que estio em posigio delicada com sua familia ou que se consideram “sem familia”, mas também para todos os outros. Para cada crianga, protegida ou abandonada, hé possibilidades de “bricolagens” Respondendo a uma légica do nio-todo, a instituigdo “familia” oferece outros recursos: aqueles, para a crianga, de ser néio- toda dependente das identificagées familiares, ndo-toda dependente do amor, filial e parental, ou seja, ser capaz de explorar hitpsieiendigtal.com,brindex.php!2023/03/05Ipais-exasperados-criancas-teriveist?print=print 316 1510712023, 13:31 Pais exasperados —criangas tecveis(t]-Cien Digital seus lados menos amaveis, F isso também se aplica aos seus “parceiros no jogo da vida” pai, mle, padrasto, madrasta e outros “familiares”, Talvez agora tenhamos voz ¢ espirito mais livres para enfrentar a crianga-terrivel, o hiperativo, os dis!!7!, aquele que morde, aquele que ndo dorme e seus pais exasperados, em panico ou desesperados. Podemos acompanhar aqui, o desenvolvimento feito por J.-A. Miller em seu curso “Pegas soltas” de 19 de janeiro de 2005, sobre “a questdo do exercicio da psicandlise na época da leveza"t!8], Ele faz valer que face a este “dominio da leveza”, que visa reduzir o sujeito de sua particularidade a um universal, a psicandlise ndo precisa entrar “em uma competigdo de poder terapéutico”l!9], na medida em que, com Lacan, ela é a tnica a levar em conta o lugar do objeto a, tanto como causa do desejo, como mais-gozar, mas igualmente como consisténcia légica, como um real “produto do simbélico”l, Ele nos incentiva a assumir um ponto de vista “pragmatic e de quem faz bricolagem”!?!] que consiste em buscar com os sujeitos, os significantes, os S1 que “ajudam a tomar 0 goro legivel"221 e que, portanto, “ajudam a tomar legivel a historia"(23) Mas, todas as situagdes que encontramos nio respondem a esta dialética que permite instalar “o aparelho de decifiar da psicandlise”(4l_ Ha aquelas para as quais devemos considerar que, no seio da exasperagdo de pais exasperados ¢ do terror dos filhos terriveis, se aloja “um gozo ilegivel”®) que respeité-lo neste lugar, que nio temos que procurar reduzi-lo, anulé-lo, interpreté-lo, |, que s6 pode permanecer uma “letra velada’, 0 que significa que temos Devemos, portanto, levar em conta, essa “economia do gozo” propria a uma familia Para tanto, o uso do termo equivoco (bévue), de um equivoce (une-bévue)?*), introduzido por Lacan em seu Seminério XXIV, é inestimavel para nés aqui, nna medida em que amplia o conceito de inconsciente freudiano, enfatizando ai © trago de uma passagem: algo aconteceu, um relimpago chegou. Um equivoco, nfo hé nada mais préximo, no ser filante, para fazer signo do acontecimento contingente. Nao so novas significagBes que se trata de isolar, ‘mas, a partir de um equivoco (une bévue), “na medida em que cada um, a cada instante, 44 uma miozinha a lingua que fala?" Lacan indica “que nao hi nada mais dificil de apreender do que esse trago do equivoco, pelo qual Né¥i9 Colher Mar — Foto gratuita no traduzo o Unbewusst, que significa inconsciente em alemao. Mas, traduzido como um equivoco, significa outra coisa — um obstéculo, um tropego, um Pixabay deslizamento de palavra a palavra”8), © um-equivoco é um trago que Lacan equipara ao traco nario, como a tinica coisa que faz Um em um mundo onde “todos nJo tém nenhum trago comum" 9). dnico trago comum & ser marcado com 0 trago do um-equivoco. As “besteiras” das criangas, os seus varios tropesos, encontram ai, uma luz renovadal EntGo isso nos interessa muito, porque nos coloca de cara com a taxionomia dos distirbios da infincia: distirbio da Jinguagem, da atengao, disforia de género, distirbio das condutas, do comportamento, distirbios dos esfincteres. Kis todas as principais funges do corpo falante, & ordenadas pelo discurso biopsicossocial da OMS! que todas clas entram no traso do um-equivoco. 0 “distirbio” é um trago do um-equivoco, mas acolhido, sem o recurso de um véu sobre a letra, por alguém que se confere o atributo do saber, e por este fato impede que Um encerrado no trago do um-equivoco vé em busea de seu Outro, Esta &, de fato, a inica maneira de saber que ele ndo estava escrito ali, ¢ que, portanto, ele nao faz destino. Para nds, isso abre duas maneiras de fazer as eoisas: acolher, como trago do um-equivoco, as diversas desordens, distirbios, a partir do momento em que eles so colhidos em um discurso ¢, assim, permitir que esses significantes se emitam para outros significantes. & a invengdo do inconsciente no sentido freudiano, sempre atual. Mas, a outra manobra que podemos designar com uma palavra que Lacan tomou emprestadlo do pequeno Hans, “isso consiste em servir-se de uma palavra para ‘um uso diferente daquele para o qual & feita, nés a amarrotamos um pouco e € neste amarrotamento que reside o seu efeito Iitps:eendigtal.com.briindex.php/2023103/05Ipas-exasperados-rlancas-tervelprinteprint 48 1510712023, 13:31 Pais exasperados —criangas tecveis(t]-Cien Digital operative"?! Assim, ou amarrotamos para deter a hemorragia ou visamos o relampago, esse é 0 efeito ao qual, as vezes, a poesia ou 0 dito espirituoso alcangam, Sugiro que retenhamos deste percurso, que o trago de unido (hifen) entre pais exasperados e filhos terriveis no se enquadra nem na dimenséo da transmissio, nem num veredito de disfungio, mas que ele néo é nada mais que esse trago do um= equivoco que sulea a familia, Esse Um-eq com as criangas que, com Lacan, interrogamos no inicio, /0c0 que, sozinho, pode fundar essa relagio da crianga com os pais e dos pais © equivoco contra a norma, sim, é possivel. Tradusao: Cristina Vidigal. Revisio: Cristina Drummond ¢ M* Cristina Maia Fernandes, "I ‘Texto publicado no Zapresse em diresao as JIE7, pronunciado no dia 13 de margo de 2021, por ocasiio do encerramento 6* Jornada do Institut de "Enfant. Editado por Frédérique Bouvet e Isabelle Magne. Original disponivel em: nfant.fr/wp-content/uploads/2021/01/PARENTS_EXASPERES.pdf Também disponivel em Rayuela, Publicacién virtual de la Nueva Red Cereda América, n 9, novembro de 2022. 1 Secretério Geral do Institut Psychanalytique de PEnfant. 14) Editor, 2003, p. 32. LACAN J., Os complexos familiares na formagao do individuo. Outros Escritos, Rio de Janeiro: Jorge Zahar 151 Ibid. (hid. I hid. (81 Ibid. v1 LACAN J., Nota sobre a erianga, In Outros Eseritos, op. cit., p. 369. 1101 LACAN J., © Semingrio, Livro 5, As formagdes do inconseiente, texto estabelecido por J.-A. Miller, Rio de ‘Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999, p. 59. LACAN J, 0 malentendido, In Opgio Lacaniana n?72, marco de 2016, p. 11. (21 MILLER J.-A., Assuntos de familia n n° 4, maio a outubro, 2007. \consciente. In: Asephallus, Revista eletrdnica do Nicleo Sephora, v. 2 N31 MILLER S-A., Préface, In L’inconscient de Penfant, Du symptime au dési Navarin / Le Champ freudien, 2013, p. 11. de savoir, Bonnaud H., Paris, 141 LACAN J. Nota sobre a erianga, op it, p. 369. 151 bia, "6 Cf, LAURENT E., Institution du fantasme, fantasmes de 9. institution, Les feuillets du Courtil n° 4, efin 1992, p. a7 Dys em francés faz referéncia aos distirbios e disfungdes da linguagem e da aprendizagem como sio nomeados 0s sintomas no DSM: dislalia, dislexia, disfagias, dispraxias. Mais recentemente nessa sequéncia foi incluida a disforia de género para nomear as singularidades de respostas no campo do sexual. (81 MILLER J.-A., Piezas Sueltas, Buenos Aires: Paidés, 2013, p. 102. hitpsieiendigtal.com,brindex.php!2023/03/05Ipais-exasperados-criancas-teriveist?print=print 56 1510712023, 13:31 Pais exasperados —criangas tecveis(t]-Cien Digital 191 bia, 2M Tpia,,p. 109. BH bid, 115. kay i. 23 hia. PA hid, p.114. 251 Ihid., p. 113. BO LACAN J. Le Séminaire, Livre 24, Linsu que sait de PUne-bévue 1977, Ornicar 2, n° 17/18, Printemps 1979, p. 16-23. mourre,legons du 10 et da 17 mai B11 LACAN J. 0 Seminirio, Livro 23, © Sinthoma, texto estabelecido por JA. Miller, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007, p. 129. P81 LACAN J. Le Séminaire, Livre 24, Linsu que sait de PUne-bévue sale A mourre, op. citp. 18. P91 hid. BO 4 OMS define € divulga “uma familia de classficayies” para definir as duas dimensées de estados distuncionais e comportamentos disfuncionais: por um lado o CID, Clasificagto Internacional de Doengas, por outro a CIF, Classificagio Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saude, disponivel no site da OMS (https:/apps.who.intirisbitstream/handle/10665/42418/9242545422.fre-pat) BU Lacal Le Sémi re, Livre 24, «insu que sait de ’Une-bévue s’aile & mourre», op. cit., p. 21. hitpsieiendigtal.com,brindex.php!2023/03/05Ipais-exasperados-criancas-teriveist?print=print 36

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