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PDT Cunha v4
PDT Cunha v4
2022 – 2025
Destino Turístico Inteligente e Humano
2022
REALIZAÇÃO
INTRODUÇÃO 6
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TURISMO 8
O turismo no Brasil 18
O turismo em Cunha 31
Destino turístico 33
Município 33
Oferta turística 35
Equipamentos de hospedagem 35
Equipamentos de alimentação 40
Sinalização turística 49
Produtos turísticos 49
Demanda turística 53
Análise dos dados da pesquisa realizada com agentes turísticos e população não
envolvida diretamente com a atividade turística 63
Estudo de concorrentes 73
BOOKING - Brasileiros querem fazer viagens mais curtas em 2021 do que fizeram
em 2019 102
DIRETRIZES 112
OBJETIVOS 114
METAS 132
REFERÊNCIAS 133
1. INTRODUÇÃO
Para tornar o processo mais participativo, uma comissão para elaboração de uma
proposta de atualização do Plano Diretor de Turismo de Cunha foi constituída pela
Secretaria de Turismo e Cultura e oficializada pelo Decreto nº 21/2022.
A elaboração do PDT foi condicionada a seis (6) etapas: Inventário da Oferta Turística;
Estudo de Demanda Turística; Diagnóstico da Atividade Turística; Estratégias para o
Desenvolvimento Turístico e Plano de Ações e todo estudo é dividido em 3 volumes:
Inventário da Oferta Turística 2022, Estudo de Demanda Turística 2022 e Plano de
Diretor de Turismo 2022-2025.
Segundo Trigo e Panosso (2007 apud COOPER; HALL; TRIGO, 2011), acadêmicos,
referências no turismo brasileiro, o Turismo é um fenômeno que pode ter diversos
fatores econômicos positivos: cria empregos, impostos e gera desenvolvimento.
Porém, se for mal planejado, pode ser fator de poluição, exclusão social, concentração
de renda, aumento da prostituição e exploração infantil.
Segundo eles, a responsabilidade por essas questões não é exclusiva dos governos
(federal, estadual ou municipal), mas da sociedade organizada como um todo. Os
empresários profissionais e organizações não-governamentais, assim como sindicatos
e comunidades organizadas devem participar e se comprometer com os resultados
decorrentes dos projetos turísticos (TRIGO; PANOSSO, 2017 apud COOPER; HALL;
TRIGO, 2011).
Uma política pública de turismo precisa levar em consideração todos esses fatores.
Turismo é uma atividade de ponta nas sociedades atuais, envolve deleite/encanto e
satisfação pessoal. Insere-se nas sociedades democráticas complexas e pluralistas,
Neste sentido, cada vez mais, os chamados destinos turísticos competem não
somente regional e nacionalmente, mas também em escala global; com sentido em
oferecer produtos turísticos de qualidade – a fim de atrair o interesse de viajantes de
todo o mundo. Da mesma forma, competem entre si hotéis, agências e operadoras de
turismo, transportadoras terrestres e aéreas e demais prestadores de serviços do setor
(PNT, 2018).
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No ano de 2020, com o estado de epidemia decretado pelas Nações Unidas, o turismo
sofreu um grande impacto negativo em todas as regiões do globo e fez com que
entrássemos em uma nova ordem mundial: o momento pós-pandemia. No próximo
subcapítulo, veremos os dados, as principais repercussões e os planos de
recuperação do turismo mundial.
Impactos da Pandemia
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Atualmente, para que haja uma retomada no setor, a OMT (2021) propõe uma
coordenação global, de modo que o turismo cumpra sua condição de principal gerador
de oportunidades no pós-pandemia. A Organização Mundial do Turismo hoje lidera o
caminho a seguir, unindo líderes do turismo de todo o mundo e criando as diretrizes
para o fomento da atividade. Segundo essa organização, agora, mais do que antes,
precisa-se de um setor unido, em nome de milhões de pessoas que confiaram seu
futuro ao poder do turismo para impulsionar o crescimento sustentável. Segundo
Zurab Pololikashvili, secretário-geral da OMT:
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Neste sentido, grandes esforços são feitos desde então, ano após ano, na tentativa de
mitigar impactos negativos resultantes da explosão demográfica, do inchaço das
grandes metrópoles, do aumento da pobreza mundial e da necessidade de
preservação ambiental e cultural, provocados, em grande parte, pela globalização no
último século (LEITE, 2012).
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Leite ainda afirma que as cidades inteligentes, “atuarão como um sistema de redes
inteligentes conectadas” (LEITE, 2012, p. 172). Neste sentido, a capacidade de
inovação dessas redes, traduz-se em competitividade e prosperidade, e baseia-se em
alguns parâmetros, são eles:
Segundo Brandão et al. (2016), “Aos destinos que desejam se diferenciar, então, se
abre a possibilidade, quiçá o imperativo, de usar as TIC para a criação de serviços
inovadores para turistas, organizações e negócios ligados ao turismo” (BRANDÃO et
al., 2016, p. 3). Além disso, “o sucesso de um destino turístico não é determinado
apenas pela qualidade de seus recursos, mas é extremamente dependente da teia de
conexões entre os diversos atores interessados” (BRANDÃO et al., 2016, p. 11).
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Um dos grandes desafios do turismo brasileiro pode ser visto, neste sentido, como a
incorporação, na gestão e planejamento do turismo municipal, de ferramentas que
criem a integração de sistemas e a inteligência de dados. Tais ações dão as condições
para o poder público municipal implementar ações de governança eletrônica, ou
e-governance, assim como atrair investimentos e em consequência disso, a
articulação de agentes, dados e informações úteis e atualizadas, a serviço da melhoria
da qualidade de vida de habitantes de cidades turísticas e seus visitantes.
A série histórica, publicada pela UNWTO, mostra que em 1995, o Brasil recebia cerca
de 2 milhões de visitantes estrangeiros, em 2019, os visitantes estrangeiros eram mais
de 6 milhões, o que significa um aumento 300% em pouco mais de 20 anos, como
demonstra o gráfico a seguir.
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A SNAIC tem por competência a atração de investimentos privados para o setor, por
meio da melhora do ambiente de negócios com foco na segurança jurídica e nas
parcerias público-privadas, envolvendo concessões e autorizações. Também faz parte
das atribuições da Pasta o Fundo Geral de Turismo (Fungetur) e o apoio ao crédito,
um pilar fundamental no estímulo aos investimentos no setor do turismo.
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Um dos fatos mais representativos para o turismo brasileiro foi a criação do Ministério
do Turismo, em 2003. A atividade, enfim, passou a ter acesso às prerrogativas
ministeriais e ser autenticada como instância federal (MARANHÃO, 2017).
O plano foi estruturado por meio dos resultados de um diagnóstico geral do turismo
nacional. Neste período, deu-se a instalação da Câmara Temática de Regionalização,
iniciando os debates nas reuniões do Conselho Nacional de Turismo, com uso de
elementos e escalas espaciais, até então incomuns para o planejamento do turismo
como: a descentralização da gestão e a dinamização da economia regional, conforme
o Ministério do Turismo do Brasil (Brasil, 2015 apud MARANHÃO, 2017).
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Para tornar os destinos, produtos e serviços turísticos cada vez mais competitivos e
sustentáveis, em um mercado que se transforma a uma velocidade nunca vista,
segundo o PNT, é imprescindível que se compreenda o processo de desenvolvimento
territorial regionalizado e cooperado e invista em inovações contínuas no setor,
respeitando os princípios da sustentabilidade no turismo (PNT, 2018, p.55).
Dentre as linhas de atuação que esta proposta prevê, observa-se dentre os principais
aspectos: a cultura de inovação e transformação digital, a gestão pública e a
inteligência competitiva, e o produto turístico e promoção, dos quais pode-se citar as
seguintes estratégias:
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Desse modo, direcionando o olhar para o estado de São Paulo, é possível observar
que o mesmo dispõe de uma vasta gama de atrativos naturais e culturais,
caracterizando-se por ser um dos estados brasileiros com maior potencial turístico.
Hoje, o Estado conta com políticas públicas permanentes de transferência de recursos
para o turismo, no qual as Estâncias Climáticas, Balneárias, Hidrominerais e Turísticas
têm acesso aos recursos do Fundo de Melhoria dos Municípios Turísticos (FUMTUR),
garantido através da lei estadual 1.291/2015, que estabelece as condições e requisitos
para que os destinos se enquadrem na classificação de Estâncias e de Municípios de
Interesse Turístico (MIT) e tenham acesso ao Fundo, dentre eles o potencial turístico,
ter um Conselho Municipal de Turismo, serviço médico emergencial, infraestrutura
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Apesar desses impactos, atualmente tem sido observada uma recuperação do setor
do turismo no Estado, especialmente com o avanço da vacinação e com a retomada
de grande parte das atividades em todo o mundo. O fluxo turístico ainda não foi
estabilizado, mas relatórios mensais da CIET/Setur-2022, com a utilização de dados
da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), apontam para o aumento da chegada
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A área urbana de Cunha encontra-se envolta de grande área verde, sendo uma
cidade, majoritariamente, horizontalizada e apresenta estéticas urbana e rural
agradáveis nos principais pontos de passagem dos visitantes. Sua malha viária possui
mais de quatro mil quilômetros que interligam quase 150 bairros urbanos e rurais. A
maior parte da malha viária não é pavimentada, com exceção da área central e os
acessos a Campos de Cunha, à divisa dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e à
Guaratinguetá (SP).
Cunha conta ainda com uma agência dos Correios, seis (6) postos de combustíveis no
centro urbano, quatro (4) farmácias, um (1) pronto socorro municipal que é
administrado pela Santa Casa de Cunha, uma (1) central de emergência – SAMU,
Base do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. A presença dos principais bancos (Banco
do Brasil, Santander, Caixa, Bradesco, Sicredi e um caixa eletrônico do Banco 24
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Nome Cunha
3.2. Município
População
Economia
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Negócios e trabalho
Território e ambiente
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Análise geral
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Cunha (PSH-2016) 10
Brasil (PSH-2016) 32
Quarto inteiro em
celeiro 190 490 4,6 5 613,92 80,12
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Espaço inteiro:
apartamento 9 12 4,9 165 555,67 146,17
Quarto inteiro em
casebre 8 19 4,9 8 483,29 179,65
Quarto inteiro em
cabana 6 14 4,9 19 155,00 67,78
Quarto inteiro em
hotel-fazenda 5 10 4,9 192 490,00 117,50
Quarto inteiro em
apartamento 3 12 4,9 635 296,33 73,17
Quarto compartilhado
em casa 3 9 4,9 104 604,00 67,11
Espaço inteiro:
townhouse 3 9 5,0 722 180,00 60,00
38
Acampamentos - - 50 0
39
Análise geral
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41
42
43
44
Análise geral
Público 8 (18%)
Privado 36 (80%)
O destino não possui instrumento que chancele título de atrativo, ponto ou recurso
turístico a espaços de atração turística públicos e/ou privados, o que dificulta suas
identificações e cadastros;
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A maioria dos espaços para eventos são públicos, sendo a Praça da Matriz o local
mais utilizado, onde acontecem os principais eventos: Carnaval, Festival de Verão,
Festa do Pinhão, Festival de Inverno “Acordes na Serra”, Festival da Cerâmica e os
eventos religiosos. O Recinto de Exposição do Falcão foi criado para receber eventos
com maiores estruturas e públicos como o Rodeio, Torneio Leiteiro e Provas de
Marchas. O Parque Lavapés comporta eventos esportivos: corridas de trail running,
corrida em montanha e eventos de ciclismo. O Espaço Cultural Elias José Abdalla
(Antigo Cinema) é um auditório com capacidade para 230 pessoas sentadas e que
precisa de reforma.
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Agência Receptiva 1
Farmácia/Drogaria Pleno
Estacionamento Pleno
Cunha possui quatro (4) agências de viagem com CNPJ ativo na Receita Federal, três
(3) delas estão inscritas no CADASTUR. Nenhuma conta com atendimento em pontos
físicos, sendo que somente uma é agência voltada ao receptivo no município. A
agência oferece atividades de aventura como ecoturismo, trekking e cicloturismo, além
de city tours e visitas aos ateliês de cerâmica, principalmente.
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Cunha conta com treze (13) guias de turismo inscritos no Cadastur, sendo que apenas
dois (2) deles foram inventariados por possuírem CNPJ ativo.
Com uma malha viária rural muito extensa (mais de quatro mil quilômetros) devido à
grande extensão territorial do município e seus mais de 150 bairros, a maioria dos
acessos não são pavimentados, com exceção da área central e os acessos a Campos
de Cunha, à divisa dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e à Guaratinguetá
(SP). Os recursos para manutenção dessas estradas, tanto humanos quanto
materiais, não são suficientes. Com efeito, a principal reclamação identificada nas
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O destino não possui instrumento que chancele título de via de interesse turístico a
logradouros públicos e privados.
Cunha não conta com instrumento oficial que chancele um produto genérico como
sendo um produto turístico, dessa forma, fica quase impossível mensurar a quantidade
de produtos turísticos disponíveis no destino e organizá-los em um catálogo para
serem colocados à disposição de visitantes e agentes turísticos. A exceção são os
eventos turísticos que possuem um calendário próprio.
O destino turístico não conta com um instrumento oficial que chancele produtos
turísticos.
O destino turístico não conta com uma política pública de criação de produtos
turísticos.
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A cidade promove alguns eventos que são fixos e que se tornaram tradicionais, como
o Festival de Verão, o Carnaval, a Festa do Pinhão, o Festival de Inverno “Acordes na
Serra”, o Festival Gastronômico, o Festival de Cerâmica, o Rodeio e a Travessia da
Serra do Mar, um evento de ciclismo.
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As experiências turísticas, assim como os passeios e serviços devem ser vistos como
produtos formatados e passíveis de venda por meio de agências receptoras. Os guias
de turismo, os artesãos locais, os produtores rurais e demais empresários devem
participar juntos da formatação de experiências completas e com qualidade, o que
acelera a criação de produtos e auxilia fortemente na consolidação do destino.
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● Artesanato;
● Arte em cerâmica;
● Cervejas artesanais;
● Cachaças;
● Óleos Essenciais de Lavanda e Ervas aromáticas;
● Pinhão;
● Queijos;
● Shiitake.
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Para uma análise mais objetiva vamos fazer uso da definição de Mathieson e Wall
(1982) para delimitar conceitualmente a demanda turística:
O destino turístico atualmente não coleta dados sobre a demanda turística. Desse
modo, a seguir serão apresentados alguns dados obtidos através de Big Data e, como
foi realizado um primeiro estudo para ser entregue em um capítulo à parte, um resumo
também será apresentado.
Total de empresas 50 19 37
Viagens 97 33 73
Origem (UF) 6 3 3
Estado do Rio de Janeiro 1856 (89%) 648 (90%) 513 (45%)
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A pesquisa foi realizada entre os dias 24/01 e 28/01/2022 com o auxílio do Sistema de
Inteligência Turística – SITUR na plataforma TripAdvisor. O objetivo da pesquisa foi
coletar todas as avaliações dos equipamentos de alimentação, equipamentos de
hospedagem e atrações turísticas de Cunha.
Equipamentos de alimentação 64
Equipamentos de hospedagem 84
Origem (UF) 25
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A pesquisa foi realizada entre os dias 20/01 e 27/01/2022 com auxílio do Sistema de
Inteligência Turística – SITUR na plataforma Booking.com. O objetivo da pesquisa foi
coletar todas as avaliações das acomodações de Cunha que foram realizadas a
menos de 2 anos, uma vez que a Booking.com oculta as avaliações superiores a esse
período.
Em média, os avaliadores reservaram 2 diárias por estada, sendo que 96% tinham
como objetivo o lazer, 61% viajaram em casal e 25% em família com filhos mais
novos.
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Normas
Lei de criação: Lei Nº 1.451/2016
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Fonte: LOA-2022
Fonte: FINBRA-2020
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Com base nos dados coletados pelo Inventário da Oferta Turística e da observação
em campo, a cidade pode ser dividida em:
Bairro Vila Rica: Concentração menor de equipamentos turísticos, mas com elevado
número de Ateliês de Cerâmica e lojas de souvenires feitos de prata e pedras
preciosas.
Características principais: O Bairro Vila Rica é onde está localizado o maior número de
ateliês de cerâmica de Cunha. Um bairro residencial com elevado capital financeiro
que apresenta uma conexão clara com a área central de Cunha.
Eixo Guaratinguetá – Cunha: Corredor que reúne recursos turísticos com apelo para
gastronomia, hospedagem e turismo rural.
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Características principais: Corredor que liga Cunha a Paraty e que dá acesso aos
principais atrativos de Cunha (exceto cachoeiras e ateliês), a saber: Parque Estadual
da Serra do Mar, Pedra da Macela, Lavandário, Contemplário, O Olival, Fazenda
Aracatu, etc. Ramificações de destaque como a Estrada da Paraibuna (Objetivo
Parque Estadual da Serra do Mar), Estrada da Barra (Sem objetivo de hierarquia
turística) e Estrada da Pedra da Macela (Objetivo Pedra da Macela) têm potencial para
se tornarem corredores de traslado devido à crescente instalação de equipamentos
turísticos.
Além disso, com relação à categorização dos municípios, está inserido na categoria C,
a qual reúne municípios do Mapa do Turismo Brasileiro que possuem menor fluxo
turístico e empregos formais no setor.
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Cunha também faz parte da Rota Esperança que parte de São Luiz do Paraitinga
passa por Cunha e tem destino final em Guaratinguetá, terra de Frei Galvão. A Rota
Esperança é um braço da Rota Franciscana - Frei Galvão, um caminho turístico que
faz parte do Programa Caminha São Paulo, desenvolvido pelo Governo do Estado de
São Paulo, por intermédio da Secretaria de Turismo. Os caminhos percorrem alguns
dos principais atrativos turísticos da capital e de outros 30 municípios das regiões
turísticas do Vale do Paraíba, Serras e do Alto Tietê – Cantareira.
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Como você atua no turismo foi a segunda pergunta do questionário. 37,5% respondeu
que é proprietário de um negócio turístico, seguido de 22,1% que não atuam
diretamente na atividade turística.
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Foi perguntado como está o turismo em Cunha e 55,1% afirmaram que está regular,
enquanto 35,3% das respostas foram positivas e somente 9,6% acreditam que está
ruim.
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Perguntados sobre o maior problema de Cunha, a falta de divulgação (13%) foi o mais
citado pelos respondentes. O problema da oferta turística também foi recorrente,
sendo que 12% apontou que ela é mal estruturada, 10% acredita que falta oferta e 3%
acredita que ela é informal.
Tags Contagem %
66
Falta infraestrutura 11 8%
Sazonalidade 5 4%
Preços altos 3 2%
Falta de integração 1 1%
67
Quais medidas PRIORITÁRIAS precisam ser tomadas para que o turismo da cidade
tenha um progresso mais significativo? (137 respostas)
Tags Contagem %
Divulgação 31 23%
Gestão do lixo 6 4%
Investir em infraestrutura 6 4%
68
Perguntados sobre o que tem para fazer em Cunha, visitar as cachoeiras (19%), a
Pedra Macela (17%) e visitar os ateliês de cerâmica (16%) foram os aspectos mais
citados.
69
70
71
Qual é o motivo que costuma trazer o visitante para Cunha? (137 respostas)
Tags Contagem %
Tranquilidade 32 23%
A Cerâmica 22 16%
O clima 17 12%
Os campos de lavanda 13 9%
A gastronomia 8 6%
Os atrativos turísticos 6 4%
Cidade pequena 6 4%
Descanso 6 4%
Custo baixo 5 4%
Hospitalidade 5 4%
Visitar cachoeiras 5 4%
Simplicidade da cidade 5 4%
Cultura caipira 4 3%
Produtos locais 2 1%
Cervejarias 2 1%
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Campos do Jordão foi indicado, em pesquisa junto aos agentes turísticos e população
não envolvida com a atividade turística, como o principal concorrente de Cunha.
Segue abaixo uma comparação entre os dois destinos turísticos.
Arrecadação de SITUR R$ R$ R$
impostos federais a 5.017,00 165.359,55 64.544,64
partir dos meios de
hospedagem por eq.
de hospedagem
73
Categorização no MTUR/2019 C A A
mapa do turismo
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76
Análise PDT 2016: Houve muitas reclamações por parte dos atores-chave
entrevistados no momento da aplicação do inventário da oferta turística e no seminário
de análise SWOT sobre o horário de funcionamento da oferta turística. O primeiro
ponto é a pequena oferta de restaurantes à noite, nos dias de semana. Outro ponto é
o fato de alguns atrativos só funcionarem nos finais de semana. Um ponto em especial
é a falta de cumprimento dos horários, principalmente em relação aos ateliês de
cerâmica e o fato destes não funcionarem no período da noite nos finais de semana.
Análise atual: A situação melhorou, os restaurantes fazem rodízio para abrirem nos
dias de semana e existe uma oferta maior de atrativos abertos também nos dias de
semana. Sobre os ateliês de cerâmica não respeitarem os horários de funcionamento
não houve reclamações dessa vez.
Análise PDT 2016: Para que o poder público possa cobrar uma atuação correta por
parte da iniciativa privada e vice-versa é preciso ter normas claras e legais que
embasarão as exigências, os objetivos e os direitos e deveres de cada ator. Cunha
não possui uma Política Municipal de Turismo aprovada por lei, portanto sente falta de
uma dotação orçamentária dedicada à Secretaria de Turismo para elaboração e
execução de projetos. Há uma carência de normas que podem contribuir com o
desenvolvimento e gestão do como, por exemplo: Normas para sinalização turística
pública e privada; Normas para disciplina de turismo na escola; Normas para
concessão de atrativos públicos a iniciativa privada; Normas para o registro do
hóspede nos meios de hospedagem e normas para mensuração do número de
77
Análise atual: A Lei da Política Municipal de Turismo foi criada, todavia sua
regulamentação carece de atenção.
Análise PDT 2016: Percebe-se que muitas reclamações oriundas da iniciativa privada
e que tem o poder público como alvo é por pura falta de informação. Em exemplo são
as reclamações acerca do recurso do DADE que não são utilizados nos projetos
turísticos. Por um lado essa reclamação tem base, mas na maioria das vezes os
agentes desconhecem os critérios estabelecidos para aprovar os projetos.
Há também uma falha na atualização dos dados divulgados pelo poder público. Alguns
empreendimentos turísticos continuam sendo divulgados, mas já encerraram suas
atividades e outros que foram recém criados não são divulgados por falta de um canal
oficial para se integrar.
78
Análise PDT 2016: Foram identificados vários eventos privados que não são inseridos
no calendário de eventos do município e que, portanto, não são amplamente
divulgados. Com efeito, os turistas não ficam sabendo das atividades e o organizador
do evento não lucra com a venda. Um fator que pode desestimular essa integração é o
fato dos eventos privados terem quase sempre lotação máxima. De qualquer forma
sente-se falta de um canal de comunicação eficiente para rápida gestão das
informações relacionadas aos eventos.
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Análise PDT 2016: Nesse ponto destaque para Cachoeira do Pimenta e Pedra da
Macela, dois atrativos naturais e públicos com grande potencial de atratividade e mal
administrados e estruturados. Esses dois atrativos não são bem explorados e,
portanto, não geram o resultado condizente com seu potencial para o destino como
um todo.
Análise PDT 2016: A falta de traslados desde o centro ou pousadas até os atrativos e
restaurantes é reclamação frequente que os turistas fazem aos atores-chave, muitos
por não possuírem veículo próprio, outros por não terem um veículo adaptado às
estradas sem pavimentação. Com a reabertura da estrada Cunha – Paraty um serviço
de traslado entre as duas cidades também deverá ser demandado e se o turista
chegar a Cunha por um modal alugado ele precisará de outros modais para se
deslocar pelo destino.
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Análise PDT 2016: Sem dúvida, essa foi a principal reclamação dos atores-chave e do
seminário de análise SWOT. Cunha tem mais de 4000 km de estradas que interligam
mais de 90 bairros e no período de chuvas os acessos a atrativos e empreendimentos
turísticos em área rural fica precário.
Análise PDT 2016: A maioria dos atrativos turísticos de Cunha está distante do centro
da cidade, o que pode dificultar a percepção do turista pela maioria da população. Os
acessos são mais exigidos e com isso aumenta a necessidade de manutenção das
estradas e sinalização turística. Unidades turísticas são desenvolvidas como já
explicado no capítulo sobre o espaço turístico de Cunha e tudo isso dificulta o
consumo e a gestão da atividade turística.
Análise atual: Esse problema foi visto apenas como uma característica de Cunha pela
maioria dos envolvidos.
Análise PDT 2016: Cunha conta com 3 postos físicos de informações turísticas, muita
informação na internet por meio de sites institucionais e até uma assessoria de
imprensa privada. Mesmo assim há uma reclamação generalizada em relação à
divulgação turística. Como a administração não tem dados sobre a demanda turística,
não é possível fazer uma análise da eficácia da divulgação turística atual para saber
se as reclamações têm fundamento ou não. De qualquer forma, o município não conta
com um sistema de gestão da informação turística. Para Sheldon (1989), a informação
é o sangue da indústria turística, a coleta, o processamento, a armazenagem e a
distribuição de informações são extremamente importantes para a atividade, uma vez
que para vender o produto turístico, é necessário divulgar a informação que o
caracteriza de acordo com as expectativas dos turistas que estão em busca de
informações sobre serviços e atrações, dos profissionais do turismo.
Análise atual: Cunha já não conta com 3 postos físicos de informações turísticas
devido ao enfraquecimento das associações, tampouco com a assessoria de imprensa
81
Análise PDT 2016: Cunha possui mais de 90 bairros. A integração desses bairros com
a atividade turística, seja pelo desenvolvimento de serviços turísticos, atrativos e
produtos locais, é facilitada se for por meio de associações. Associações facilitam a
comunicação do poder público com a população e servem como multiplicadores locais.
A zona rural de Cunha tem muito a contribuir com a diversificação da atividade
turística do destino como um todo e esse potencial precisa ser trabalhado.
Análise PDT 2016: Embora Cunha não seja considerada uma cidade violenta, pelo
contrário, a reabertura da estrada Cunha – Paraty e ações pontuais de roubos na
cidade estão causando insegurança na população. A falta de policiamento para ações
de fiscalização dificultam o cumprimento da lei e favorecem a concorrência desleal
entre a oferta turística.
Análise PDT 2016: Essa questão pode ser explicada pela pequena integração dos
bairros rurais no desenvolvimento do turismo. O que se percebe na área rural são
ações privadas e pontuais e que geralmente são efetivadas por estrangeiros.
Análise atual: Esse ponto foi bastante questionado pelos participantes. Citaram as
dificuldades enfrentadas pelos proprietários de equipamentos turísticos para conseguir
mão de obra qualificada. Citaram ainda o rápido crescimento da oferta de casas
alugadas por temporada.
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Análise PDT 2016: Nas informações colhidas na fase do inventário da oferta turística
consta que menos da metade dos proprietários de empresas ligadas à oferta turística
são nascidos em Cunha. A verdade é que grande parte dos proprietários que não
nasceram em Cunha, residem em Cunha por mais de 10 anos. O turismo faz parte do
setor de serviços e para ter sucesso nesse setor é preciso ter espírito empreendedor.
O poder público atualmente não conta com nenhum projeto de estímulo ao
empreendedorismo diretamente ligado ao turismo. Verificou-se também um número
muito baixo de empresários que oferecem cursos de capacitação para seus
funcionários.
Análise atual: O evento L'Etape foi um dos grandes responsáveis por aproximar a
população local da atividade turística, o crescimento da oferta de casas alugadas por
temporada é o resultado mais visível.
Análise PDT 2016: O turismo é uma atividade complexa, diversificada e que distribui
renda. Os resultados do turismo para economia local não são aparentes como os
resultados de uma fábrica. Não é de se esperar que o cunhense se sinta beneficiado
pela atividade turística por pura interpretação. A administração municipal não tem o
hábito de fazer campanhas de sensibilização e capacitação da população.
83
OBS: Dessa vez não houve mensuração quanto a oferta de cursos de capacitação por
parte do empresário.
Análise PDT 2016: O fluxo de veículos tem aumentado bastante com a reabertura da
estrada Cunha – Paraty. Isso somado a informações desencontradas sobre possível
pedágio, fechamento noturno da estrada e alguns roubos pontuais que vêm
acontecendo em Cunha gera na população uma insegurança e a criação de um
cenário ameaçador para o turismo. A Estrada é uma oportunidade que precisa ser
aproveitada por Cunha, todavia é preciso tomar os cuidados necessários para
minimizar os pontos negativos.
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Análise PDT 2016: As ações do poder público, infelizmente seguem o cronograma das
eleições municipais, soma-se a isso uma falta de planejamento e a oficialização de
planos de turismo com dotação orçamentária específica. Por outro lado, a falha na
comunicação entre poder público e iniciativa privada faz com que os resultados de um
projeto não sejam conhecidos por todos gerando uma interpretação errônea. De
qualquer forma, esse Plano Diretor de Turismo em construção tem como principal
objetivo resolver essa questão.
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Esta nova forma de perceber o turismo, voltada para um destino turístico inteligente,
bem planejado e desenvolvido que oferece um leque amplo de informações e
facilidades tanto para os turistas, quanto para os residentes é uma tendência
crescente no mercado global.
Visando entender o que o setor de viagens precisa fazer para reverter esse quadro
nos próximos meses ou anos, o World Travel and Tourism Council (WTTC), conselho
global que representa os interesses das empresas de turismo e viagem, e a
consultoria Oliver Wyman desenvolveram um relatório que revelou as 4 tendências
para a recuperação da atividade turística, uma vez superada a fase mais crítica da
pandemia de COVID-19.
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Com efeito, os líderes do setor estão aproveitando a crise como uma oportunidade
para permitir ainda mais o crescimento inclusivo e sustentável da atividade. Embora os
governos tenham dado algum apoio, ainda é necessário, tanto em termos de
coordenação quanto na implementação, políticas de apoio à recuperação do setor.
Será essencial ter uma abordagem global coordenada, aprimorar a atual experiência
de viagem perfeita, abraçar a integração de novas tecnologias e promulgar protocolos
globais de saúde e higiene para, finalmente, reconstruir a confiança dos viajantes.
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Sonhar, planejar, organizar eventuais despesas estão se tornando cada vez mais
importantes na tomada de decisão dos viajantes. Com a coleta de informações
ocorrendo principalmente por meio de canais online, as empresas não devem apenas
garantir que suas próprias promoções e mensagens estejam presentes, mas também
devem expandir o acesso às informações por meio de formatos inovadores e garantir
clareza sobre as políticas de cancelamento. Transparência e autenticidade serão
fundamentais para reconquistar a confiança do viajante e do seu negócio. Os destinos
e as empresas precisam transmitir seu verdadeiro espírito e identidade única. Os
clientes desconfiarão de campanhas publicitárias artificiais e de empresas que "falam
por falar", mas não conseguem "seguir o caminho certo".
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● Espalhe a mensagem
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As empresas de viagens e turismo não podem “andar sozinhas” no que diz respeito à
saúde e higiene. Olhando a montante, eles dependem de fornecedores para manuseio
e entrega seguros; e olhando a jusante, eles precisam de parceiros para limitar o risco
de contaminação na prestação do serviço. Como tal, as empresas devem ter como
objetivo fazer parcerias com organizações em suas cadeias de suprimentos, que
tenham protocolos com a mesma mentalidade.
● Eduque os funcionários
● Prepare o destino
Como os viajantes ficam atentos às multidões, eles procuram novas áreas para as
férias, com destinos secundários, terciários, até rurais e menores, com popularidade
crescente. No entanto, isso exigirá uma ação rápida para que o destino esteja pronto,
tanto para proteger as comunidades locais quanto para garantir a segurança dos
viajantes. Na verdade, os destinos precisarão desenvolver protocolos robustos de
saúde e higiene, colaborar com o setor privado local e fortalecer a infraestrutura de
saúde sempre que possível.
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À medida que os viajantes recorrem cada vez mais aos canais móveis e online como
sua principal fonte de informações, as empresas precisarão cultivar uma presença
online ativa, real e consistente. Os clientes esperam uma variedade de opções para
engajamento de sites e aplicativos à mídia social, incluindo a presença de negócios
em plataformas de crowdsourcing (colaboração coletiva). As empresas devem se
concentrar no desenvolvimento de estratégias robustas de mídia social para
permanecerem relevantes, facilitar ainda mais o engajamento, construir e nutrir
confiança e até ajudar a agilizar a resolução de problemas.
● Entrega personalizada
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O apoio do governo será necessário para garantir que os destinos emergentes tenham
recursos adequados para reativarem o turismo e se adaptarem à demanda em
evolução. Com efeito, os investimentos em infraestrutura digital e estratégias eficazes
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● Recomendações políticas
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Poucas foram as esferas da nossa vida e do mundo que permaneceram iguais após o
impacto sem precedentes da pandemia do Coronavírus (COVID-19). Da mesma
forma, o setor de viagens mudará para sempre devido a esse momento histórico. Com
grandes mudanças de comportamento e expectativas em relação às viagens, os
viajantes estarão em busca de mais segurança, mais opções sustentáveis e destinos
mais perto de casa, além de opções que combinam trabalho e viagens. Tudo isso fará
com que as pessoas busquem mais valor nas viagens que farão no futuro.
Na ocasião, dois em cada três (66%) viajantes brasileiros disseram que não se
sentiriam confortáveis em viajar até que existisse uma vacina ou tratamento para o
Coronavírus, e a indústria continuará a se adaptar, respondendo prontamente à
vontade das pessoas de viajar da maneira mais segura possível.
● Sonhos de viagem
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● Valor vital
No entanto, o valor buscado pelos hóspedes irá além dos preços. Afinal, 8 em cada 10
(82%) brasileiros esperavam que as plataformas de reserva aumentassem a
transparência em relação às políticas de cancelamento, processos de reembolso e
opções de seguro-viagem. Além disso, 36% disseram que contar com uma
acomodação reembolsável seria essencial para sua próxima viagem, e 40% sentiam o
mesmo em relação à flexibilidade de alterar datas sem que haja cobranças.
Com a pandemia, a busca por viagens locais aumentou, e, após ela, ficar perto de
casa continuará dominando os planos de viagem. Afinal, 44% dos brasileiros ainda
planejavam viajar dentro do próprio país após 7 a 12 meses, e 32% planejavam fazer
isso após mais de um ano. Já em relação a viagens locais, 55% pretendiam conhecer
um novo destino na região em que moram; 59% queriam passar a curtir a beleza
natural da sua terra; e 63% planejavam viajar para algum lugar – perto ou longe – que
já conhecessem, por esse ser um destino familiar.
Com uma demanda cada vez maior por experiências memoráveis, o uso do filtro da
Booking.com por acomodações que aceitam pets mais do que dobrou desde o começo
das restrições de viagem, já que esses novos viajantes também precisarão de um
lugar para ficar no futuro. Tudo isso também levará a um renascimento das viagens de
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Além disso, metade dos viajantes do país (53%) vão evitar o uso de transporte público
por medo de contrair o Coronavírus. Isso causará uma mudança de longo prazo na
forma que as pessoas viajam para seu destino de férias e como circulam por lá. Mais
pessoas passarão a utilizar carros para deslocamentos - alugados ou próprios.
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Além disso, o impacto da pandemia fez com que mais de metade (59%) dos viajantes
brasileiros passassem a considerar reduzir o consumo de água e/ou reciclar plástico
durante as viagens quando as restrições acabarem.
Com a pandemia, o trabalho remoto chegou para ficar, e mais da metade (53%) dos
hóspedes brasileiros consideravam reservar um lugar para ficar do qual também
pudessem trabalhar. Além disso, 43% deles estariam dispostos a ficar em quarentena
nos destinos se pudessem trabalhar remotamente de lá. Com isso, as plataformas de
viagem e as acomodações passarão a destacar instalações para home-office, de
forma a atrair essa nova onda de nômades digitais, e os trabalhadores vão aproveitar
ao máximo as viagens que fizerem: mais de metade dos entrevistados brasileiros
(58%) disseram que vão estender suas viagens de negócios para tirarem uma
folguinha e curtirem o destino em que originalmente foram só para trabalhar.
● Simples prazeres
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● Inovação tech
As inovações que veremos no futuro vão trazer ainda mais mudanças, com o aumento
de experiências online de viagem influenciando o comportamento e o planejamento de
viagens futuras. Inclusive, 3 em cada 4 brasileiros (74%) alegaram que se sentiriam
mais confortáveis em visitar um destino desconhecido se pudessem dar uma
olhadinha antes na região com a ajuda da realidade virtual (VR). Dito isso, a
experiência concreta ainda reina suprema.
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● Viagens solo
A tendência das viagens solo teve a chance de ganhar um espaço ainda maior, pois o
desejo de viajar, interrompido pela pandemia, fez com que as pessoas mergulhassem
de cabeça nesse estilo de viagem em 2021. Os dados da Booking.com antes da
pandemia confirmavam que apenas um em cada quatro (25%) viajantes brasileiros
planejava viajar sozinho – empatados em 1º lugar com os viajantes da Nova Zelândia
no ranking global –, enquanto 39%* deles passaram a afirmar que planejavam fazer
uma viagem solo no futuro. A vontade de viajar sozinho aumentou de forma global e,
apesar de, agora, a maior parcela de brasileiros terem demonstrado esse interesse, os
viajantes do país estavam posicionados em 4º lugar no ranking global, atrás da Índia
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● Chega de saudade
Em 2020, a maioria dos viajantes teve que passar muito tempo longe dos amigos e da
família. Para muitos, parece que essa distância fez crescer a saudade, já que, para
dois terços (66%) dos viajantes brasileiros, um dos planos de viagem para o futuro foi
se reconectar com seus entes queridos. Na verdade, enquanto estiveram separados
durante a pandemia, 46% deles revelaram que falar com os amigos e a família sobre
viagens tinha se tornado uma das principais inspirações para viajar novamente.
Inclusive, entre os 28 países da pesquisa, os brasileiros estavam entre as quatro
nacionalidades que mais apontaram esse contato com os familiares e amigos mais
próximos, atrás dos viajantes de Israel (53%), Índia e Vietnã (ambos com 49%).
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O desejo de explorar o mundo não diminuiu, mas viagens para o exterior ainda
estavam sendo evitadas por metade dos viajantes brasileiros (50%). É por isso que as
viagens domésticas se tornaram a mais nova forma de conhecer o mundo, e as
delícias culinárias estavam no topo da lista sobre como fazer isso. Sobre experimentar
coisas novas, 38% dos viajantes brasileiros disseram que desejavam provar e apreciar
a culinária local durante uma viagem, enquanto 45% queriam comer fora com mais
frequência com o dinheiro economizado com as viagens para o exterior.
SEGMENTO ENVOLVIDOS
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Ateliês de
Proprietários de ateliês de cerâmica abertos ao público.
cerâmica
População em
População não envolvida diretamente com a atividade turística
geral
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Composição (Entes)
● Órgão de Turismo Municipal – OTM;
● Conselho Municipal de Turismo – COMTUR;
● Órgãos Auxiliares – AO;
● Organizações da Sociedade Civil – OSC.
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Nesse sentido, propõe-se abaixo uma nova visão e missão para a Secretaria Municipal
de Turismo e Cultura de Cunha:
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O balanço final é positivo, uma vez que foi possível definir questões importantes para
nortear a elaboração das ações do Plano Diretor de Turismo de Cunha. A Comissão
de elaboração da proposta do PDT se mostrou interessada e participou ativamente
das atividades propostas.
Por meio das discussões percebeu-se que muitos dos pensamentos são comuns e
prioritários, principalmente no que se refere a organização do Sistema Municipal de
Turismo.
Com base nas informações obtidas na fase de inventário da oferta turística, entrevistas
com agentes turísticos e estudo de demanda foi possível identificar as questões-chave
que dificultam o desenvolvimento turístico sustentável do destino. Essas
questões-chave foram apresentadas nas conclusões do Diagnóstico da Atividade
Turística.
Com base nas informações obtidas nas reuniões com os segmentos turísticos foi
possível conhecer um pouco sobre o que pensam os agentes turísticos sobre alguns
temas estratégicos para o turismo municipal.
Diante disso, vale ressaltar que há de um lado os problemas que Cunha entende que
impedem o desenvolvimento turístico municipal agrupados na forma de
questões-chave. Do outro lado, alguns posicionamentos relacionados a temas
estratégicos que são fruto de um amplo debate entre a comunidade, governo local e
empresariado. O objetivo da próxima fase será o de propor ações no sentido de
corrigir os problemas com base nos posicionamentos que são apresentados abaixo:
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Diretrizes são apontamentos que irão nortear o desenvolvimento das ações do Plano
Diretor de Turismo. As diretrizes para o desenvolvimento do turismo municipal se dão,
de forma geral, alinhadas às virtudes e realidades do território e das pessoas que lá
vivem; devem seguir as vocações locais, com respeito à expressão e ao potencial do
destino. Desta forma, as ações propostas deverão se orientar pelas diretrizes a seguir.
Uma oferta turística que não vise apenas o lucro, mas que manifeste um envolvimento
pessoal e sentimental em relação aos produtos e serviços oferecidos.
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Os visitantes que chegam aos destinos turísticos são, muitas vezes, vistos como o
principal ponto de atenção na cadeia do turismo. Porém, a atividade voltada ao
interesse do visitante pode, muitas vezes, criar problemas sociais para aqueles que
recebem os visitantes. Por isso, os munícipes devem ser vistos como os principais
beneficiários sociais e econômicos da atividade, a fim de se evitar um
desenvolvimento indesejado e desalinhado aos interesses públicos do município. Além
disso, deve-se levar em conta a valorização econômica e a formação profissional dos
que atuam na atividade, assim como o incentivo ao empreendedorismo social local.
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Locais para dormir, comer, serviços de apoio e atrações turísticas, são alguns itens
que compõem a oferta turística de um destino. Como a atividade turística tem como
base a interação entre pessoas, o contato entre o turista e o agente turístico local será
inevitável, estando este, preparado para receber os visitantes.
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Criar ferramentas que irão embasar as ações do poder público e da iniciativa privada
na execução de suas competências dentro do Sistema Municipal de Turismo para uma
gestão eficiente e compartilhada da atividade turística.
O objetivo dessa atividade é permitir que o município tenha controle sobre o que se
fala e pensa sobre ela mesma, dar mais coerência e lógica na comunicação com os
cidadãos, tornar o destino turístico mais atrativo que a soma de suas ofertas, criar
atmosfera para recepcionar residentes de interesse, destacar com eficiência os
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Um conjunto verbal e visual bem construído, dinâmico e único ajudará que os públicos
almejados pelo destino se conectem com os esforços de comunicação, se
reconheçam nas expressões e as diferenciam das demais. Isso permitirá que, ao
longo do tempo, esse sistema de design torne-se proprietário da cidade, facilitando
inclusive o sucesso dos seus esforços de marketing. No dia a dia, a existência dessas
definições ajuda na manutenção de alinhamento das múltiplas iniciativas
empreendidas, garantindo que o direcionamento de todas aponte para o mesmo
ponto.
Na era em que vivemos, uma empresa competitiva tem uma base tecnológica
adequada às demandas dos clientes. Na atividade turística, as instituições
responsáveis pelo planejamento e gestão do turismo, seja a nível Municipal, Estadual
ou Federal, têm a necessidade de identificar, coletar, processar, armazenar, manter
atualizadas e distribuir informações de meios de hospedagem, agências receptivas,
empresas de transporte, atrativos turísticos, espaços para eventos, restaurantes entre
outras que formam a impressionante cadeia produtiva do turismo e que são
indispensáveis à atividade. Além, é claro, da necessidade de gerar relatórios sobre o
comportamento da atividade turística, tendências, oportunidades de negócios e os
resultados de suas ações voltadas para o turismo.
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O Cadastro Municipal de Turismo que amparado por lei, tem por finalidade captar
informações da cadeia produtiva do turismo, informações sobre a oferta e demanda
turística, alimentando assim o banco de dados do Sistema de Informações Turísticas.
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Cunha conta com organizações da sociedade civil com interesses turísticos suficientes
para uma gestão compartilhada da atividade turística. Todavia, atualmente, a atuação
das OSCs em prol do desenvolvimento da Política Municipal de Turismo é
reconhecidamente desarticulada.
A estrutura do Sistema Municipal de Turismo, que é proposta nesse plano, prevê uma
definição clara dos entes e suas competências e as OSCs ganham, nesse cenário,
uma importância alinhada com as políticas de estímulo à descentralização das
decisões e execuções com base em parcerias público-privada.
A proposta de criação de uma comissão executiva com intuito de unir forças entre o
Órgão de Turismo Municipal, os Órgãos Auxiliares (Outras secretarias do governo
municipal) e as OSCs na hora de executar as deliberações do COMTUR é um avanço
na gestão compartilhada da atividade turística municipal. Todavia, para que o Sistema
funcione é preciso que as OSCs estejam capacitadas para executar suas
competências.
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Embora possua bons bares, restaurantes e seja conhecido pelo charme de suas
cafeterias, o destino conta com poucos itens em seu menu turístico.
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O turista, por estar fora de seu local habitual de convívio, depende de sinalização
turística para encontrar os locais de interesse dentro de um destino. É fundamental
manter uma estrutura de sinalização padronizada e que ofereça segurança ao
visitante. Um bom projeto de sinalização tem potencial para capilarizar o fluxo turístico
dentro do município e gerar receita para o Fundo Municipal de Turismo - FUMTUR.
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A proposta dessa ação é fazer parcerias com a iniciativa privada e órgãos auxiliares
visando manter o Cadastro Municipal de Turismo atualizado.
Esta ação visa a parceria com um ente privado no sentido de ampliar os locais onde
os produtos turísticos de Cunha possam ser encontrados. Inicialmente desenvolvendo
um módulo onde os produtos possam ser expostos e depois fazendo parcerias com
pontos de interesse turístico para receberem os módulos.
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É sabido que algumas atividades são melhor executadas pela iniciativa privada e os
eventos fazem parte dessas atividades. Diante disso e alinhado com o pensamento do
próprio corpo técnico do Órgão de Turismo Municipal, existe a necessidade de
conceder à iniciativa privada a gestão de alguns eventos turísticos de Cunha para
descarregar o corpo técnico do órgão e tornar os eventos mais rentáveis.
Uma atenção especial deverá ser dada ao evento Óscar do Turismo de Cunha que irá
premiar os melhores qualificados com base no Manual de Qualificação Turística do
destino.
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As metas abaixo deverão ser atingidas nos primeiros 2 anos de execução do PDT. A
atualização das metas deverá acontecer após a aprovação do Manual de Qualificação
Turística e ao final dos 2 primeiros anos deste documento.
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