Esse texto busca resumir e discutir as principais ideias contidas no texto
“Categorização” de Lilian Ferrari contido no livro “Introdução à linguística cognitiva”. O autor começa o texto explicando o conceito de categorização de forma geral, onde parte da premissa de seguir um ritual de padronização de organicidade de coisas. Trazendo para um lado relacionado à linguagem, essa definição se conecta a capacidade do indivíduo em poder agrupar objetos em categorias para expressar nossa realidade, porém segundo o autor, é impossível criar um número infinito de categorias já que resultaria em um sobrecarregamento no processo de armazenamento de informações. Seguindo o modelo clássico de categorização, de maneira que um elemento pertença a determinada categoria, esse elemento deve possuir todas as características definidoras da mesma. Como exemplo, é citado no texto o animal "ave", para ser reconhecido como pertencente a essa categoria, necessariamente deve ter pés, bico, penas e etc. De tal forma, os pinguins seriam excluídos dessa categoria por obedecerem alguns padrões, mas não todos como não ter penas e possuir nadadeiras. O texto mostra o desenvolvimento histórico acerca da problemática da categorização, onde em alguns casos o traço de fêmea pode diferenciar um animal como em cavalo e égua ou como a idade em cavalo e potro. Sobre o processo de categorização de cores, é citado que os termos diferiam muito de uma língua para a outra de forma a acreditarem que a categorização era arbitrária. Já na visão de Sapir, as línguas diferentes recortam a realidade de modos diferentes. Em um estudo feito por Berlin e Kay, eles demonstraram que a categorização de cores não é arbitrária, porém ancorada em pontos centrais. Ao passo que os limites das categorias acabam variando entre as línguas e falantes do mesmo sistema linguístico. As cores são então compartilhadas por indivíduos e comunidades diferentes. Na pesquisa deles, eles mostram que as onze cores básicas são universais perceptuais e estabeleceram que as línguas codificam no máximo, onze cores básicas correspondentes a pontos focais de referência. O texto menciona uma escala de prototipicidade, que apresenta níveis mais centrais. Na tabela apresentada, apenas o sabiá entre os três animais ocupa o centro da categoria ave. Já o avestruz tem quase todos os traços, com exceção de não poder voar e o pinguim como mencionado antes, compartilha de vários, porém não possui penas e nem voa, o deixando ainda num nível mais inferior de categorização em relação aos outros. Labov em sua pesquisa demonstrou que o contexto também é capaz de influenciar a imagem acústica que temos do signo enunciado. Ele cita três exemplos de frases contendo a palavra árvore em que cada frase, uma imagem mental de uma árvore é gerada pelo contexto (árvore de natal, pinheiro e mangueira). Por fim, a contribuição do presente texto foi de suma importância para a compreensão das formas de categorização no que diz respeito a processamento de imagens mentais. Podemos perceber a complexidade do processamento e de como detalhes são capazes de mudar de forma drástica a categorização, como mencionado antes o exemplo do avestruz e pinguim.