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IDENTIDADE, CULTURA, POLÍTICAS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre-


sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere-
cendo serviços educacionais em nível superior.

conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a


participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua for-
mação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Sumário

IDENTIDADE, CULTURA, POLÍTICAS SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL ............ 1

NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4

1. IDENTIDADE CULTURAL........................................................................... 5

2. IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA..................................................... 7

3. CULTURA BRASILEIRA ............................................................................. 8

3.1 Como a cultura brasileira nasceu ........................................................ 10

4. CULTURA E SOCIEDADE ........................................................................ 20

5. DIVERSIDADE CULTURAL ...................................................................... 23

5.1 Diversidade Cultural no Brasil................................................................. 26

6. POLÍTICAS SOCIAIS: UMA BREVE HISTÓRIA DAS POLÍTICAS SOCIAIS


NO BRASIL ...................................................................................................... 32

7. POLÍTICA SOCIAL .................................................................................... 39

8. SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL ................................................................ 46

9. PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL ................................................................. 51

REFERÊNCIA .................................................................................................. 55

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INTRODUÇÃO

Cultura pode compreender-se de diversas maneiras. Em geral, entende-


se por cultura o tecido que se cria a nível social a partir das diversas tradições e
costumes de uma comunidade. As pessoas que pertencem a uma determinada
sociedade expressam-se e comportam-se de uma forma que caracteriza
o grupo em questão.
Identidade cultural é um conjunto de traços culturais característicos de
um determinado grupo. Esses traços são responsáveis por definir esse grupo,
diferenciando-o dos demais grupos e gerando em seus membros um sentimento
de pertencimento. A identidade cultural tem a ver com quem somos enquanto
grupo.
As políticas sociais são políticas concebidas para abordar questões soci-
ais, desde a pobreza ao racismo. Muitos governos têm agências que formulam
e administram políticas sociais, e os governos abordam questões sociais de vá-
rias maneiras.
A assistência social é uma área que combina dois aspectos: a saúde e
as necessidades sociais. Mais particularmente, ela trata dos grupos que apre-
sentam necessidades especiais, sejam elas físicas, psíquicas, sensoriais ou so-
ciais.

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1. IDENTIDADE CULTURAL

A Identidade Cultural é um conceito das áreas da sociologia e antropo-


logia, que indica a cultura em que o indivíduo está inserido. Ou seja, a que ele
compartilha com outros membros do grupo, seja tradições, crenças, preferên-
cias, dentre outros.
Além disso, determinados fatores de identidade são decisivos para que
um grupo faça parte de tal cultura, por exemplo, a história, o local, a raça, a etnia,
o idioma e a crença religiosa.

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O conceito de diversidade cultural está intimamente ligado ao de identi-
dade. Ele aponta para a variedade de culturas existentes no mundo, as quais
foram surgindo pela interação desenvolvida entre os seres e o meio ambiente.
A identidade cultural é um conceito muito abordado nas últimas décadas,
no entanto, ela sempre existiu. Ou seja, desde os primórdios os homens se or-
ganizavam em grupos sociais, os quais compartilhavam informações e identifi-
cações com seus membros.
A interação social entre os seres humanos fez surgir as diversas culturas,
ou seja, o conjunto de costumes e tradições de um povo os quais são transmiti-
das de geração em geração.
O sentimento de pertencimento surge então, a partir das experiências que
os seres humanos desenvolvem durante sua vida social, no entanto, e como já
foi mencionado acima, o local e a história de tais civilizações são essenciais para
compreender esse conceito.
Assim, fica claro que existem várias identidades culturais no mundo, so-
bretudo no Brasil. Porém, ela pode ser vista de maneira mais macro ou micro,
por exemplo, ter um sentimento associado à identidade brasileira, e ainda, um
sentimento de identidade com a região (cidade) do Brasil em que viveu a maior
parte da vida.
Muitos elementos simbólicos são eleitos e estão associados com a iden-
tidade de diversas nações, por exemplo, o futebol com o Brasil, o Tango com a
Argentina, as Danças na África, dentre outros.
Entretanto, é muito importante deixar claro que um brasileiro pode não se
identificar com os aspectos mais relevantes e os elementos culturais associados
à sua Nação, como acontece com diversos brasileiros que não gostam de futebol
ou do Carnaval.
Portanto, vale lembrar que o conceito de identidade cultural é muito com-
plexo e depende de vários fatores e experiências de vida. Ela está intimamente
relacionada com o sentimento de pertencimento e identificações dos indivíduos
de determinada cultura.

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2. IDENTIDADE CULTURAL BRASILEIRA

No Brasil, desde a época dos descobrimentos no século XVI, os principais


povos que constituíram a cultura brasileira foram os portugueses, os africanos e
os índios.
Portanto, a cultura brasileira é o resultado da miscigenação de diversos
grupos étnicos, e, além dos três principais, a população brasileira é formada por
imigrantes.
Visto que o Brasil apresenta dimensões continentais, cada região do país
desenvolveu sua cultura e, de modo geral, a Nação foi se aproximado em diver-
sos aspectos, os quais foram primordiais para identificar algo em comum entre
nós brasileiros, por exemplo, a paixão pelo futebol.

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O idioma é um fator muito importante de aproximação e identificação entre
os seres de determinado local. A língua influencia muito na construção da iden-
tidade cultural de um povo, uma vez que através dela nomeamos tudo o que está
a nossa volta e ainda desenvolvemos a comunicação social.

3. CULTURA BRASILEIRA

A cultura brasileira é rica e diversa, o que se explica pela formação geo-


gráfica e histórica do país. Indígenas, africanos e portugueses contribuíram
muito para essa construção.

A cultura brasileira, assim como a formação étnica do povo brasileiro,


é vasta e diversa. Nossos hábitos culturais receberam elementos e influências
de povos indígenas, africanos, portugueses, espanhóis, italianos e japoneses,
entre outros, devido à colonização, à imigração e aos povos que já habitavam
aqui.

São elementos característicos da cultura brasileira a música popular, a li-


teratura, a culinária, as festas tradicionais nacionais, como o Carnaval, e as fes-
tas tradicionais locais, como as Cavalhadas de Pirenópolis, em Goiás, e o Festi-
val de Parintins, no Amazonas.

A literatura de cordel é um exemplo de elemento cultural genuinamente


brasileiro.

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Fonte: Google

A religião, como elemento cultural, também sofreu miscigenação, for-


mando o que chamamos de sincretismo religioso. O sincretismo religioso brasi-
leiro reúne elementos do candomblé, do cristianismo e das religiões indígenas,
formando uma concepção religiosa plural.

O carnaval é uma das principais manifestações culturais brasileiras.

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Fonte: Google

3.1 Como a cultura brasileira nasceu

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Fonte: Google

Podemos dizer que os elementos mais antigos da cultura genuinamente


brasileira remontam aos povos indígenas que já habitavam o território de nosso
país antes da chegada dos portugueses em 1500. Donos de uma cultura ex-
tensa, os povos nativos mantinham as suas crenças e praticavam seus elemen-
tos culturais aliados a um modo de vida simples e em contato com a natureza.

Com a chegada dos portugueses e o início da colonização, a cultura eu-


ropeia foi introduzida, à força, nos povos indígenas, e as missões da Companhia
de Jesus (formadas por padres jesuítas) vieram para o Brasil com o intuito de ca-
tequizar os índios.

No século XVII, devido ao grande número de engenhos de cana-de-açú-


car, os europeus começaram a capturar e trazer os negros africanos, à força,
para o Brasil, como escravos. Esses, tiranicamente escravizados, trouxeram
consigo elementos da sua cultura e de seus hábitos, como as religiões de matriz
africana, a sua culinária e seus instrumentos musicais.

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No século XIX, o Brasil vivenciou mais um processo migratório composto
por trabalhadores italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café, quando
os primeiros indícios da abolição da escravatura já apontavam no governo bra-
sileiro. Outros grandes fluxos migratórios significativos aconteceram durante
a Segunda Guerra Mundial, quando japoneses, alemães e judeus buscaram re-
fúgio em terras brasileiras.

Toda essa vastidão de povos provocou a formação de uma cultura plural


e de culturas diferentes. As diferenças geográficas também contribuíram para
que o processo cultural brasileiro se tornasse plural e diversificado.

Se considerarmos como exemplo a música sertaneja de raiz, encontra-


mos nela elementos que remetem à vida no campo. Já o funk carioca fala da
vida nas favelas, de onde ele surgiu. A literatura de cordel, por sua vez, trata de
temas recorrentes ao sertanejo nordestino, enquanto os elementos da vida gaú-
cha tratam da vida dos povos que se estabeleceram no Sul do país, sob influên-
cia de alemães e argentinos.

Hábitos e costumes

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Fonte: Google

Os costumes brasileiros são variados. Tratando de termos morais, a


nossa influência toma como base, principalmente, a moral judaico-cristã. O cris-
tianismo constitui a maior influência para a formação de nosso povo, principal-
mente pela vertente católica, que compõe o maior grupo religioso brasileiro.
Também sofremos influências morais de outros povos que vieram para o Brasil
por meio dos fluxos migratórios, como os africanos.

A diversidade de hábitos e costumes morais também se deu por conta


dos regionalismos que foram surgindo ao longo do tempo. Por possuir um terri-
tório de proporções continentais, o Brasil viu, ao longo de sua história, o desen-
volvimento de diferentes vertentes culturais, devido às diferenças geográfi-
cas que separam o território.

Pensando em termos culinários (a culinária é um valioso elemento cultural


de um povo), temos pratos típicos e ingredientes que provêm da cultura indí-

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gena, dos estados nordestinos e do Centro-Oeste brasileiro, por exemplo. En-
quanto vatapá e acarajé são pratos típicos baianos de origem africana, os habi-
tantes do Cerrado consomem pequi, e a culinária tradicional paulista é forte-
mente influenciada pela culinária portuguesa e italiana.

Influências

 Influência europeia

O carnaval, festival de origem pagã, e tão comemorado no Brasil, é


também visto na tradição europeia, como é o caso do Festival de
Veneza

Fonte: Google

A cultura europeia é uma das principais fornecedoras de elementos cultu-


rais para o Brasil. Foram os europeus que mais migraram para o país. Culinária,
festas, músicas e literatura foram trazidas para o território brasileiro, fundindo-se

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com outros elementos de outros povos. Além da cultura popular dos países eu-
ropeus, foi trazida também a cultura erudita, marca essencial das elites intelec-
tuais e financeiras europeias.

 Influência indígena

Atualmente há encontros indígenas pelo Brasil, nos quais a nossa


cultura nativa é promovida por meio de exposições de dança, mú-
sica, vestimenta etc.

Fonte: Google

Hoje nós consumimos pratos típicos indígenas, além de incorporarmos


em nosso vocabulário palavras oriundas da família linguística tupi-guarani. Pa-
lavras como caju, acerola, guaraná, mandioca e açaí têm origem indígena, além

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do hábito alimentar que desenvolvemos comendo esses frutos e da mandioca
ter nascido na cultura indígena antes da chegada dos portugueses.

 Influência africana

No Brasil o Dia de Iemanjá é comemorado, em sua maior parte, por


devotos do candomblé e da umbanda.

Fonte: Google

Os africanos trouxeram para o Brasil as suas práticas religiosas expres-


sas hoje, principalmente, pelo candomblé e pela umbanda, que mistura elemen-
tos do candomblé com o espiritismo kardecista. Também trouxeram pratos típi-
cos de suas regiões e desenvolveram aqui pratos com inspiração naquilo que
compunha a culinária africana dos locais de onde vieram. Outra marca cultural
que herdamos dos africanos é a capoeira, praticada até os dias atuais.

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Cultura brasileira atual

Atualmente, a cultura brasileira sofre diversas influências além daquelas


raízes apontadas no tópico anterior. A cultura brasileira atual é influenciada for-
temente pelos elementos da indústria cultural. Além desses fatores, existem ou-
tros oriundos da cultura produzida nas periferias, que não necessariamente são
frutos da indústria cultural.

A break dance é um dos elementos do hip hop que compõem a cul-


tura brasileira contemporânea.

Fonte: Google

Hoje, podemos elencar o hip hop e o funk como elementos que impulsio-
nam a cultura brasileira atual, para além da cultura de massa produzida pela
indústria cultural. Nesses casos, podemos relacionar esses elementos a
uma cultura autêntica, produzida pela periferia e para a periferia, sendo muitas

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vezes confundidos com os elementos da indústria cultural ou incorporado por
eles.

Alguns elementos culturais do século XX também resistem e colocam-se


como fatores que ainda influenciam a cultura brasileira atual, como o carnaval,
que movimenta grande parte da população brasileira entre nos meses de feve-
reiro e março de cada ano.

Exemplos

 Cultura popular

 Cultura sertaneja

 Cultura do Centro-Oeste

 Cultura sulista

 Cultura nordestina

 Cultura nortista

 Folclore brasileiro

 Samba

 Literatura de cordel

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Fonte: Google

A cultura brasileira é vasta e diversa. Se considerarmos o Brasil nos dias


atuais, a nossa cultura pode ramificar-se em centenas de eixos, vindos dos vá-
rios polos culturais estabelecidos em todos os estados de todas as regiões bra-
sileiras.

A vastidão cultural brasileira deve-se, em primeiro lugar, ao fato de que


vários povos migraram para o nosso país em fluxos variados e, em segundo
lugar, pelas grandes dimensões territoriais brasileiras, que nos caracterizam
como um país de proporção continental que possui condições climáticas e geo-
gráficas diferentes entre si.

Essas diferenças presentes dentro de nosso território e a combinação de


vários povos contribuíram fortemente para a formação plural de nossa cultura.

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4. CULTURA E SOCIEDADE

Fonte: Google

Todos nós adquirimos nossas características humanas em um contexto


sociocultural. Essa condição básica da vida humana levou o filósofo espanhol
Ortega e Gasset a dizer: “Eu sou eu e a minha circunstância”. Isso significa que
cada um de nós constrói sua identidade a partir do seu ambiente. “Quem sou
eu? ” É a pergunta que mais cedo ou mais tarde todos nós fazemos. De maneira
mais ou menos consciente nos interrogamos sobre nossa identidade pessoal e
percebemos quanto os valores e os comportamentos das pessoas que nos ro-
deiam e que conhecemos mais de perto influenciam nossas ações e ideias.
Aprendemos muito do que nos torna seres humanos em um ambiente cultural,
aquele em que nascemos e nos desenvolvemos.
Poucas pessoas percebem como a vida, e mesmo a personalidade de
cada um de nós, é influenciada pela sociedade da qual somos parte. Nascer no
Brasil e crescer como membro da sociedade brasileira constitui uma experiência

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de vida muito diferente da de crescer e ser educado na França, no Japão ou na
Índia, por exemplo. E isso tem consequências fundamentais e diversas para o
resto de nossas vidas.
O estudo das sociedades humanas é importante não só para melhor co-
nhecermos a nós mesmos, mas, também, para melhor compreendermos as pes-
soas que vivem em outros contextos socioculturais. Nunca como hoje, tantos
aspectos da vida humana mudam tão rapidamente e para tantas pessoas ao
redor do planeta. E isso tem ocorrido em todas as áreas: nas artes, nas ciências,
na religião, na moralidade, na educação, na política, na família e na economia.
Todas são afetadas. Nessas circunstâncias, não é surpresa que tenha aumen-
tado de maneira significativa o interesse pelo estudo das sociedades humanas,
embora constituam um fenômeno dos mais complexos e as ciências sociais in-
tegrem um campo de pesquisa jovem em que predomina o debate e a contro-
vérsia.
A sociedade é uma forma de organização que se desenvolveu aos pou-
cos, em correntes animais distintas e, em inúmeras vezes, independentemente
uma das outras. A forma societal é encontrada não apenas entre os humanos,
mas, também, entre muitas espécies de mamíferos, pássaros, peixes e mesmo
entre insetos, facilitando, através da adaptação, a sobrevivência e a multiplica-
ção.
Estudos comparativos de sociedades animais desenvolvidos pela Biologia
Evolutiva mostram que a individualidade tende a ser suprimida em sociedades
de insetos, por exemplo, em que os mecanismos genéticos são responsáveis
por regular a vida social do grupo (pense nas sociedades de abelhas e de formi-
gas). O sociólogo Gerhard Lenski, em seu livro As Sociedades Humanas (em
inglês, Human Societies) desenvolve uma análise que muito nos ajuda a com-
preender a importância da dimensão cultural para a nossa vida individual e a
sobrevivência da espécie humana.

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Fonte: Google

Na perspectiva do processo de evolução das espécies animais, Lenski


assinala que de forma contrastante com outras espécies, “a individualidade é
marcante nas sociedades dos mamíferos o que, por sua vez, significa que a uni-
dade social, tão importante para a sobrevivência das espécies, depende em
grande parte de comportamentos a serem aprendidos”. Dessa forma, quanto
mais a individualidade ganha realce em uma espécie, maior é a importância dos
processos de aprendizagem para a realização e desenvolvimento de cada mem-
bro assim como da espécie como um todo. O fato de que todas as espécies de
macacos e primatas vivem em grupos sociais sugeriu uma questão aos pesqui-
sadores da área: por que isso ocorre? Os estudos sobre comportamento de pri-
matas permitiram concluir que a razão principal reside no aumento de oportuni-
dades de aprendizagem que a organização em sociedade oferece. Foi obser-
vado que “o grupo é o lugar de conhecimento e experiência que ultrapassa em

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muito o do membro como indivíduo”. É no grupo que as experiências se tornam
mais vantajosas e com benefício mútuo, recíproco. Entretanto, todos nós perce-
bemos o quanto os humanos são diferentes na sua capacidade de aprendiza-
gem.

Sobre isto Lenski escreveu: “se comparamos os humanos, do ponto de


vista físico, com outros antropoides, as diferenças são menores do que as que
separam esses antropoides dos outros animais. Do ponto de vista comportamen-
tal, entretanto, ocorre o oposto. (...) O ser humano ultrapassou um ponto crítico
no processo de evolução com apenas pequena mudança genética, abrindo o
caminho para um extraordinário avanço comportamental. Esse curioso desen-
volvimento está ligado à imensa capacidade para aprender que os humanos pos-
suem. Isto tornou possível um modo original e próprio de adaptação ao ambiente
que os cientistas sociais chamam de cultural. Essa é uma característica crucial
da vida humana.”

5. DIVERSIDADE CULTURAL

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Fonte: Google

A diversidade cultural é um termo que designa as diferentes culturas que


habitam um mesmo espaço geográfico, mas com costumes diferentes.

Diversidade cultural é um termo que se refere aos variados costumes do


qual uma sociedade está relacionada. As atividades gastronômicas, a religião, a
linguagem, a organização familiar, a política e demais.

Assim, a diversidade cultural irá abranger variadas características pró-


prias de um grupo específico de seres humanos. Estes, por sua, vez dividirão
um mesmo território, possuindo costumes pessoais que os diferem.

O termo foi cunhado com o intuito de entender e aprofundar as diferenças


entre as várias culturas existentes. Dessa forma, as variadas culturas comporiam
o que se entende por identidade cultural.

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Seja de um indivíduo, seja de uma sociedade. A diversidade se transforma
numa marca específica que distingue uma pessoa ou grupo de outras pes-
soas/grupos.

Fonte: Google

Significado de Diversidade cultural

A diversidade cultural está diretamente ligada à pluralidade da expressão,


à variedade dos costumes e às maneiras de diferenciação. De uma forma bas-
tante simples, a diversidade delimita e exalta uma dada cultura.

Os processos de colonização de séculos passados criaram uma maior


homogeneização. Extinguindo inúmeras culturas, a diversidade chega para re-
presentar e destacar as que ainda sobrevivem.

A miscigenação cultural, no entanto, possibilita que um pouco da diversi-


dade cultural da Ásia resida na América. Que uma parcela da África esteja na
Europa, e assim por diante.

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A globalização não só abrangeu o mundo no campo da economia e da
comunicação. Ela também possibilitou uma troca de experiências; uma vazão da
diversidade cultural que pouco se via em alguns lugares, e agora se espalha pelo
mundo.

5.1 Diversidade Cultural no Brasil

A diversidade cultural representa o conjunto das distintas culturas que


existem no planeta.

A cultura compreende o conjunto de costumes e tradições de um povo os


quais são transmitidos de geração em geração.

Como elementos culturais representativos de um determinado povo des-


tacam-se: língua, crenças, comportamentos, valores, costumes, religião, fol-
clore, dança, culinária, arte, dentre outros.

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Fonte: Google

O que diferencia uma cultura das outras são os elementos constitutivos,


que consequentemente, compõem o conceito de identidade cultural.

Isso significa que o indivíduo pertencente a determinado grupo se identi-


fica com os fatores que determinam sua cultura.

A diversidade cultural engloba o conjunto de culturas que existem. Esses


fatores de identidade distinguem o conjunto dos elementos simbólicos presentes
nas culturas e são eles que reforçam as diferenças culturais que existem entre
os seres humanos.

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Muitos pesquisadores afirmam que o processo de globalização interfere
na diversidade cultural. Isso porque há um intenso intercâmbio econômico e cul-
tural entre os países, os quais muitas vezes, buscam a homogeneidade.

A "Declaração Universal da UNESCO sobre a Diversidade Cultural" foi


aprovada em 2001 por 185 Estados-Membros. Ela representa o primeiro instru-
mento destinado a preservar e promover a diversidade cultural dos povos e o
diálogo intercultural.

Importa referir que a diversidade é reconhecida como “herança comum da


humanidade”.

Diversidade Cultural Brasileira

Fonte: Google

Cada região brasileira apresenta aspectos singulares relativos aos costu-


mes, crenças ou manifestações culturais e artísticas.

Região Norte

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Dentre as manifestações culturais presentes na região norte do Brasil des-
tacam-se as duas maiores festas populares da região. São elas: o Festival de
Parintins e a Festa do Círio de Nazaré.

O Festival de Parintins é a maior festa do boi-bumbá do país. Foi criada


em 1965 e acontece no estado do Amazonas.

A Festa do Círio de Nazaré, por sua vez, é considerada uma das maiores
manifestações religiosas católicas do país e acontece em Belém (PA).

Ainda em Belém do Pará destaca-se o carimbó, uma dança e gênero mu-


sical de origens indígenas.

Alguns alimentos típicos da região norte são: mandioca, tucupi, tacacá,


jambu, carne de sol, camarão seco, pato, jacaré, pirarucu, mussarela de búfala,
pimenta-de-cheiro e frutas (cupuaçu, bacuri, açaí, taperebá, graviola e buriti).

Região Nordeste

Dentre as manifestações culturais presentes na região nordeste do Brasil


destacam-se muitas festas, danças, gêneros musicais, a saber: festa do Bumba
meu boi, festa de Iemanjá, lavagem das escadarias do Bonfim, Carnaval, mara-
catu, caboclinhos, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo,
cavalhada.

Vale lembrar que a literatura de cordel é um elemento muito presente na


cultura nordestina bem como o artesanato feito com rendas.

Alguns alimentos típicos da região nordeste são: acarajé, vatapá, caruru,


carne de sol, peixes, frutos do mar, sarapatel, buchada de bode, feijão-verde,
tapioca, broa de milho verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de
massa de mandioca, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque.

Região Centro-Oeste

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Dentre as manifestações culturais presentes na região centro-oeste do
Brasil destacam-se a cavalhada, o fogaréu, no estado de Goiás. A dança folcló-
rica do cururu, que possui origem indígena, ocorre nos estados do Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul na "Festa do Divino" e na "Festa de São Benedito".

Alguns alimentos típicos da região centro-oeste são: galinhada com pequi,


sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, gariroba, maria-isabel, empa-
dão goiano, pamonha, angu, curau, peixes (dourado, pacu, pintado, etc).

Nessa região há uma grande mistura de elementos culturais das culturas


indígena, paulista, mineira, gaúcha, boliviana e paraguaia.

Nota-se exemplos dessa diversidade nos nomes dos muitos pratos típicos
da região: "arroz boliviano", sopa paraguaia", "empadão goiano".

Região Sudeste

Dentre as manifestações culturais presentes na região sudeste do Brasil


destacam-se muitas festividades de cariz religioso e folclórico além das danças
e gêneros musicais típicos da região.

Dentre os elementos presentes na cultura do sudeste podemos citar: festa


do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, festas de peão de boia-
deiro, dança de velhos, batuque, jongo, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia
de reis, caiapó, congada, cavalhadas, Bumba meu boi, Carnaval.

Alguns alimentos típicos da região sudeste são: virado à paulista, cuscuz


paulista, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, queijo minas, pão de queijo,
feijão-tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, carne de porco, picadinho, fa-
rofa, pirão.

Região Sul

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Dentre as manifestações culturais presentes na região sul do Brasil des-
tacam-se as festas instituídas por imigrantes advindos principalmente da Europa
no século XX.

Dentre elas, destaca-se a maior festa alemã brasileira com sua primeira
edição em 1984, chamada "Oktoberfest", a festa da cerveja.

De origem germânica, essa festa acontece todos os anos na cidade de


Blumenau-SC. Outra festa muito tradicional da região sul do país, de origem ita-
liana com primeira edição em 1931 é a "Festa da Uva" que acontece a cada dois
anos na cidade de Caxias do Sul-RS.

Além disso, destacam-se o fandango, de origem portuguesa, a tirana e o


anuo, de origem espanhola.

Outras festas e danças da região são a festa de Nossa Senhora dos Na-
vegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara.

Alguns alimentos típicos da região sul são: vinho, chimarrão, churrasco,


camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado.

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6. POLÍTICAS SOCIAIS: UMA BREVE HISTÓRIA
DAS POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL

Um Breve Conceito

Quando falamos sobre políticas sociais, a primeira coisa que nos vem à
cabeça são aquelas políticas assistencialistas, ou seja, um conjunto de planos
estratégicos realizados pelo governo que tem como objetivo de resgatar a popu-
lação (os mais necessitados) da miséria. Porém, a questão das políticas sociais
vai muito além deste âmbito de fornecer benefícios para os mais necessitados.
De acordo com o doutor em Sociologia Ailton Mota de Carvalho (2007), as Polí-
ticas Sociais:

“… é um termo vago, que não tem significado exato, pois em princípio,


todos os tipos de políticas públicas podem ser considerados, direta ou indireta-
mente, como políticas sociais. Um objeto confuso e difuso, portanto.”

Carvalho ainda explica que as políticas sociais apresentam uma certa


transversalidade, ou seja, com “um objetivo presente e permanente em todas as

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atividades do governo, e não uma ação setorial e conjuntural.” Por outro lado,
segundo Maria Cristina Piana:

“A expressão ‘política social’ teve origem entre pensadores alemães de


meados do século XIX que criaram, em 1873, uma associação para seu estudo.
A partir daí, a expressão passou a ser amplamente utilizada, muitas vezes sem
uma clareza conceitual.” (PIANA, 2009)

Piana ainda nos mostra que, com a Revolução Industrial do século XVIII
a meados do século XIX, devido as condições precárias dos trabalhadores nas
fábricas, o aumento exacerbado da urbanização, entre outros, foram surgindo
movimentos populares, organizações proletárias, sindicatos e cooperativas na
busca de conquistar o acolhimento público, surgindo assim as primeiras ações
de política social. Para o professor Novaes (2011),

“… pode-se afirmar que políticas sociais são um conjunto de orientações,


diretrizes e ações que visam a continuidade e melhoria do bem estar social, onde
os benefícios de desenvolvimento alcancem todas as classes da sociedade da
forma mais justa possível.”

Portanto, o conceito que as políticas sociais carrega está ligado com o


contexto social, com o histórico e político de uma sociedade onde tais políticas
estão sendo aplicadas.

“As políticas sociais ora são vistas como mecanismos de manutenção da


força de trabalho, ora como conquistas dos trabalhadores, ora como arranjos do
bloco no poder ou bloco governante, ora como doação das elites dominantes,
ora como instrumento de garantia do aumento da riqueza ou dos direitos do ci-
dadão.” (FALEIROS, 1991)

As Políticas Sociais no Brasil Colônia

O período colonial brasileiro (1500-1822) foi marcado pelo domínio euro-


peu, principalmente pelos portugueses, em busca de riquezas naturais e exten-
são territorial. A economia neste período era baseada na extração de minério e

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na agricultura para o abastecimento do mercado europeu, e a mão de obra era
escravocrata. Africanos e indígenas eram escravizados e, por isso, não tinham
acesso à educação, à segurança e a saúde da parte do Estado (Metrópole), a
não ser por parte da Igreja em casos considerados de calamidade. Como con-
sequência, houve muitas revoltas, principalmente da parte dos africanos, em
busca de justiça e de liberdade.

A desigualdade social na época colonial era gritante. De um lado tivemos


os senhores de engenho, a Casa Grande, e, do outro, tivemos os escravos, a
Senzala. As senzalas eram geralmente locais rústicos e inadequados para a mo-
radia humana, e os escravos eram ali acorrentados durante a noite para evitar
fugas e rebeliões. Ou seja, nessas circunstâncias, podemos afirmar que a cida-
dania neste período histórico brasileiro estava limitada apenas aos detentores
de poder.

No entanto, a resistência dos escravos ocasionou na formação de Qui-


lombos[1] e, aos poucos, os quilombolas[2] foram formalizando suas próprias
políticas.

“Os quilombolas se relacionavam com determinados grupos sociais, pres-


tando serviços, comprando mantimentos e armas, fazendo o escambo, negoci-
ando e fazendo trocas, inclusive com ouros e diamantes. Os quilombos abriga-
vam pessoas de diferentes etnias e não apenas os negros. […] Cada quilombo
tinha o seu chefe ou líder, e suas práticas religiosas.” (RASPANTI, 2013)

As Políticas Sociais no Brasil Imperial

O Brasil Imperial teve seu início com a independência de 1822 tornando-


se um país livre de Portugal. Porém, a independência brasileira foi promulgada
a partir da organização das elites, e não da classe trabalhadora em si. Mesmo
assim, a independência rompe com o passado e abre as portas para a entroni-
zação do liberalismo. O país ganha mercado e se adéqua ao cenário internacio-
nal entrando em uma natureza capitalista. A escravidão, no entanto, ainda não
tinha sido abolida, mantendo relações sociais até o início da República Velha.

34
Até 1887, não houve registros sobre questões referentes à legislação so-
cial. A proteção estava a mercê da Igreja e da caridade da Misericórdia. Santos
(2012) destaca que as primeiras iniciativas de proteção social foi no ano de 1888
com a criação de uma caixa de socorro, em 1889, ano da República, houve ca-
tegorias específicas, como a Imprensa Nacional, os Ferroviários e funcionários
do Ministério da Fazenda conquistam direitos trabalhistas de pensão e férias. No
ano de 1891, já na República Velha, as primeiras iniciativas de legislações de
cuidado da infância foram legitimadas.

No site da Previdência, podemos ver mais algumas informações a res-


peito:

1888
O Decreto n° 9.912-A, de 26 de março de 1888, regulou o direito à aposentadoria
dos empregados dos Correios. Fixava em 30 anos de efetivo serviço e idade
mínima de 60 anos os requisitos para a aposentadoria.
A Lei n° 3.397, de 24 de novembro de 1888, criou a Caixa de Socorros em cada
uma das Estradas de Ferro do Império. (PREVIDÊNCIA, 2015)

As Políticas Sociais no Brasil República

De acordo com Patto (1999), a Proclamação da República não trouxe


transformações econômicas, sociais ou políticas radicais, nem marcou o in-
gresso do Brasil no concerto das nações civilizadas. Patto também nos revela
que a formação de uma classe média urbana liberal teria sido uma das mudan-
ças sociais decisivas na preparação do fim do Império, mas não era portadora
de vocação democrática e, também, não estava insatisfeita com o estado das
coisas reinante e, consequentemente, não afrontava a classe dominante.

A República Velha caracterizou-se pela economia agrário-exportadora na


base da “política café com leite”, onde as elites oligárquicas São Paulo e Minas
Gerais dominavam no governo. Foi nesta mesma época onde se desenvolveu o
coronelismo e o industrialismo do Sudeste através da exportação do café. Por

35
outro lado, neste período até 1930 destaca-se o crescimento do trabalho assa-
lariado, já que a escravidão tinha sido abolida. A Ley Eloy Chaves, criada em
1923, pode ser considerada um primeiro reconhecimento legal dos benefícios
previdenciários.

“A Lei Eloy Chaves, publicada em 24 de janeiro de 1923, consolidou a


base do sistema previdenciário brasileiro, com a criação da Caixa de Aposenta-
dorias e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias. Após a pro-
mulgação desta lei, outras empresas foram beneficiadas e seus empregados
também passaram a ser segurados da Previdência Social. Hoje, a Previdência
Social brasileira é considerada uma das maiores distribuidoras de renda do país.
Mensalmente, são desembolsados cerca de R$ 16 bilhões no pagamento de 27
milhões de benefícios, como aposentadorias, pensões e auxílio-doença.” (JUS-
BRASIL, 2007)

No ano de 1927 foi aprovado o Código do Menor que apresentava um


caráter punitivo em relação ao que ficou denominado na época como delinquên-
cia juvenil. De acordo com Behring (2011:81), neste contexto do final do século
XIX e início do século XX, o liberalismo brasileiro não comportava a questão dos
direitos sociais que foram incorporados sob a pressão dos trabalhadores. Em
seguida, com a crise de 1929, o Brasil passou a sentir a necessidade de investir
em outros setores e a monocultura do café foi se desvalorizando.

No ano de 1930, na Era Vargas ou República Nova, a introdução das po-


líticas sociais passaram a ser mais consolidadas.

“No primeiro ato foi a criação em 1930 do Ministério do Trabalho que vi-
sava a harmonia das relações entre empregadores e empregados substituindo
a ideia de luta de classe pela de conciliação. […] Todo o aparato legal destinado
ao trabalhador urbano foi respaldado na Constituição de 1934 definindo o campo
dos direitos que passaram a ser assegurados ao povo brasileiro, destacando a
legislação trabalhista, a regulamentação do trabalho feminino e dos menores no
âmbito industrial, o salário mínimo, o repouso remunerado, regulamentação es-
pecial para o trabalho agrícola, amparo aos desvalidados, à maternidade e à
infância, direito à educação primária e gratuita. […]” (SOUZA, 2005)

36
A partir do governo de Juscelino Kubitschek, em 1956, foi levantado o
jargão “50 anos em 5” que significava 50 anos de avanço em apenas 5. Através
desse lema, Juscelino deu início à fase de industrialização pesada e modificou
as condições de funcionamento dos mercados de capital e força de trabalho. A
partir dos anos 50, o parque industrial brasileiro, especialmente o setor automo-
bilístico, cresceu de modo significativo. Neste mesmo período, com a concessão
de extremas facilidades para o capital estrangeiro, formava-se o desenvolvi-
mento de um capitalismo em um ambiente antidemocrático, que implica em um
trato repressivo às manifestações da questão social, mesmo quando esta é con-
siderada caso de política. As lutas da classe trabalhadora emergem nesse perí-
odo, dentre elas destaca-se a organização das Ligas Camponesas.

Em seguida, tivemos a Ditadura Militar (1964-1985) onde o cerceamento


da liberdade, a repressão aos movimentos sociais, a fragilização da democracia
e supressão de direitos constitucionais foram características desse período.
Contraditoriamente, as décadas de 1960 e 1970 proporcionaram o crescimento
econômico no país via modernização conservadora – o Milagre Econômico.

“O crescimento econômico durante a ditadura começou a ser alavancado


durante o Governo de Castelo Branco, que adotou um ambicioso programa de
reformas para equilibrar as contas públicas, controlar a inflação e desenvolver o
mercado de créditos. Batizado de Plano de Ação Econômica do Governo
(PAEG), ele foi responsável por reformas fiscais, tributárias e financeiras. […]
Mas foi no Governo do general Emílio Garrastazu de Médici, […], que o projeto
econômico teve como princípio o crescimento rápido, com expressivo aumento
da produção […] e grandes obras de infraestrutura. […] Foi nessa época que
nasceu o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento (IPND). O plano investiu
principalmente na construção de estradas e obras de infraestrutura, como por
exemplo, a Ponte Rio-Niterói e a nunca terminada rodovia Transamazônica.” (EL
PAÍS, 2017)

Em relação às políticas sociais no período ditatorial, Fleury (2003) traz


contribuições importantes acerca da proteção social e dos direitos sociais:

37
“A inflexão que vão sofrer os sistemas e mecanismos de proteção social
a partir da instauração do regime burocrático-autoritário em 1964 obedeceu a
quatro linhas mestras: a centralização e concentração do poder em mãos da
tecnocracia, com a retirada dos trabalhadores do jogo político e da administração
das políticas sociais; o aumento de cobertura incorporando grupos e benefícios
anteriormente excluídos; a criação de fundos e contribuições sociais como me-
canismos de autofinanciamento dos programas sociais (FGTS, PIS-Pasep, Fin-
social, FAS, Salário-Educação); a privatização dos serviços sociais (em especial
a educação universitária e secundária e a atenção hospitalar).”

Ou seja, na época da ditadura, as políticas sociais mantém um viés con-


tributivo, seletivo e para quem pode pagar. Vide a educação que tem forte tradi-
ção de um modelo privado no Brasil até os dias atuais. Uma outra característica
neste período histórico é o êxodo rural na busca por melhores condições de tra-
balho e oportunidades nos centros urbano-industriais. Conforme Santos (2012),
o milagre econômico e o rápido desenvolvimento da economia brasileira até a
década de 1970 não eliminou, mas reproduziu uma elevada incidência da po-
breza.

Já na década de 1980, a queda da ditadura militar e os movimentos soci-


ais efervescentes desde o final da década de 1970 culminaram em conquistas
importantes para a classe trabalhadora. O movimento “Diretas Já!” teve um
grande protagonismo no processo de redemocratização do país culminando em
conquistas da participação da sociedade civil. Um destaque de mobilização so-
cial foi o movimento de Reforma Sanitária, considerado ponto de partida crucial
para que a luta pela política de saúde resultasse em um Sistema Único de Saúde
público e universal.

Em seguida, tivemos a Constituição Federal de 1988 que “representa uma


profunda transformação no padrão de proteção social brasileiro, consolidando,
na lei maior, as pressões que já se faziam sentir há mais de uma década. Inau-
gura-se um novo período no qual o modelo da seguridade social passa a estru-
turar a organização e formato da proteção social brasileira, em busca da univer-
salização da cidadania” (FLEURY, 2003:46).

38
A partir da Constituição de 1988, foi possível vislumbrar, o campo da po-
lítica social, uma integração entre dispositivos legais que foram sendo criados
para a implementação do projeto da Seguridade Social brasileiro. Destacamos a
Lei Orgânica da Saúde (1990), Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), Lei
Orgânica da Assistência Social (1993), Estatuto do Idoso (2003), Estatuto da
Pessoa com Deficiência (2005) dentre outras.

Um destaque importante para as políticas sociais da década de 1990 no


Brasil são os Programas de Transferência de Renda. Tais programas são medi-
das para reduzir a miséria e a pobreza através dos mínimos sociais. Porém, as
Políticas Sociais não são vistos como investimentos e sim como políticas “assis-
tencialistas”. Infelizmente, a política social no Brasil ainda é insuficiente quanti-
tativamente e qualitativamente, não atendendo às necessidades da população.

7. POLÍTICA SOCIAL

É um termo que é aplicado a várias áreas da política, geralmente dentro


de um ambiente governamental ou político (como o estado de bem-estar social
e o estudo dos serviços sociais).

Pode se referir a diretrizes, princípios, legislação e atividades que afetam


as condições de vida conducentes ao bem-estar humano, como a qualidade de
vida de uma pessoa.

A política social também pode ser descrita como ações que afetam o bem-
estar dos membros de uma sociedade através da definição da distribuição e
acesso a bens e recursos nessa sociedade.

Políticas sociais – Sociedades

39
A política social está preocupada com as maneiras pelas quais as soci-
edades em todo o mundo atendem às necessidades humanas de segurança,
educação, trabalho, saúde e bem-estar.

A política social aborda como os estados e as sociedades respondem aos


desafios globais de mudança social, demográfica e econômica e de pobreza,
migração e globalização.

A política social analisa os diferentes papéis de: governos nacionais,


a família, a sociedade civil, o mercado e as organizações internacionais na pres-
tação de serviços e apoio ao longo da vida desde a infância até a velhice. Esses
serviços e apoios incluem apoio a crianças e famílias, educação e educação,
moradia e renovação de vizinhança, manutenção de renda e redução da po-
breza, apoio e treinamento para desempregados, aposentadorias, saúde e as-
sistência social.

A política social visa identificar e encontrar formas de reduzir as desigual-


dades no acesso a serviços e apoio entre grupos sociais definidos por status
socioeconômico, raça, etnia, status de migração, gênero, orientação sexual, de-
ficiência e idade e entre países.

O que são Políticas sociais

As políticas sociais são políticas concebidas para abordar questões so-


ciais, desde a pobreza ao racismo.

Muitos governos têm agências que formulam e administram políticas so-


ciais, e os governos abordam questões sociais de várias maneiras. A Europa é
frequentemente considerada um modelo muito progressista no que diz respeito
à política social, com uma série de programas de grande alcance destinados a
promover a igualdade na União Europeia.

A reforma da política social também pode ocorrer fora do governo, como


visto quando as organizações comunitárias trabalham para apoiar os cidadãos
desfavorecidos.

40
A ideia por trás da política social é que tomar medidas para beneficiar o
bem-estar humano é geralmente uma boa ideia.

O efeito imediato das políticas sociais pode ser a melhoria econômica e


social de uma nação, mas muitas pessoas também acham que beneficiar outros
seres humanos é intrinsecamente bom, mesmo que não traga benefícios imedi-
atos.

De fato, pesquisas sobre políticas sociais parecem sugerir que tentativas


de equalização beneficiam a sociedade tanto a curto como a longo prazo; por
exemplo, pressionar pela inclusão igualitária das mulheres no local de trabalho
resultou em uma força de trabalho maior e mais diversificada, e a prestação de
assistência médica a todos os cidadãos na Europa reduziu os custos com saúde,
além de criar uma população mais saudável e produtiva.

Alguns exemplos de políticas sociais incluem: pensões do governo,


assistência social para os pobres, vale-alimentação, iniciativas de moradia a pre-
ços acessíveis, assistência médica, benefícios de desemprego, leis de igualdade
de oportunidades, leis antidiscriminatórias e iniciativas políticas destinadas a be-
neficiar pessoas carentes da sociedade.

Por exemplo, muitas nações incentivam suas faculdades e universidades


a aceitar estudantes independentemente da necessidade, com o objetivo de dar
às pessoas em desvantagem econômica a chance de ir para a faculdade, me-
lhorando suas oportunidades.

As políticas sociais do governo podem incluir leis explícitas que são pro-
jetadas para tratar de questões sociais de preocupação, como leis que proíbem
a discriminação no emprego com base em raça, sexo ou credo. Eles também
podem envolver programas e iniciativas que são usados para promover o pro-
gresso em questões sociais de alguma forma, como incentivos para desenvol-
vedores que construam moradias populares, programas de acesso à saúde rural
e programas de alfabetização.

Dentro de uma sociedade, empresas e organizações também podem es-


tar envolvidas na implementação de políticas sociais. Empresas que querem ser

41
vistas como socialmente responsáveis, por exemplo, podem doar para causas
que apóiam melhorias em questões sociais, ou podem ter políticas internas que
apóiam a igualdade.

O desenvolvimento de políticas sociais também ocorre em um grande nú-


mero de organizações, grandes e pequenas, que criam programas para abordar
questões sociais ou fazem lobby junto ao governo para fazer mudanças legais
funcionais que aumentem as oportunidades sociais.

Políticas sociais – Problemas Sociais

Políticas sociais

42
Os problemas sociais, também chamados de questões sociais, afetam to-
das as sociedades, grandes e pequenas.

Mesmo em áreas relativamente isoladas e escassamente povoadas, um


grupo enfrentará problemas sociais. Parte disso se deve ao fato de que qualquer
membro de uma sociedade que viva próximo o suficiente terá conflitos. É prati-
camente impossível evitá-las, e mesmo as pessoas que moram juntas na mesma
casa nem sempre se dão bem.

No geral, porém, quando os problemas sociais são mencionados, eles


tendem a se referir aos problemas que afetam as pessoas que vivem juntas em
uma sociedade.

A lista de problemas sociais é enorme e não idêntica de área para área.

Algumas questões sociais predominantes incluem a crescente divisão en-


tre ricos e pobres, violência doméstica, desemprego, poluição, decadência ur-
bana, racismo e sexismo, e muitos outros. Às vezes, surgem problemas sociais
quando as pessoas têm opiniões muito diferentes sobre como lidar com certas
situações, como gravidez não planejada. Enquanto algumas pessoas podem ver
o aborto como a solução para este problema, outros membros da sociedade per-
manecem fortemente contrários ao seu uso. Em si, fortes divergências sobre
como resolver problemas criam divisões em grupos sociais.

As questões de pobreza maciça, escassez de alimentos, falta de higiene


básica, disseminação de doenças incuráveis, limpeza étnica e falta de educação
inibem o desenvolvimento da sociedade. Além disso, esses problemas estão re-
lacionados entre si e pode parecer difícil abordar um problema sem abordar to-
dos eles.

Seria fácil supor que um problema social afeta apenas as pessoas que ele
toca diretamente, mas esse não é o caso. A disseminação fácil da doença, por
exemplo, pode interferir com a sociedade em geral, e é fácil ver como isso tem
funcionado em certas áreas da África. A disseminação de AIDS, por exemplo,
criou mais problemas sociais porque é cara, é um perigo para todos os membros
da sociedade e deixa muitas crianças sem pais. HIV/AIDS não é um problema

43
único, mas uma causa complexa de numerosos. Da mesma forma, o desem-
prego na América não afeta apenas os desempregados, mas afeta toda a eco-
nomia.

Também é importante entender que os problemas sociais dentro de uma


sociedade afetam sua interação com outras sociedades, o que pode levar a pro-
blemas ou questões globais. Como uma outra nação lida com os problemas de
uma nação em desenvolvimento pode afetar seu relacionamento com essa na-
ção e o resto do mundo nos próximos anos.

Além disso, os países que permitem múltiplos partidos políticos e a liber-


dade de expressão do discurso têm ainda outro problema quando se trata de
abordar alguns dos problemas que afligem sua sociedade. Esta é a diversidade
de soluções, o que pode significar que o país não pode se comprometer com um
único caminho para resolver um problema, porque há muitas idéias operando
sobre como resolvê-lo. Qualquer solução proposta para algo que afete a socie-
dade provavelmente tornará algumas pessoas infelizes, e esse descontenta-
mento pode promover discórdia. Por outro lado, em países onde o governo opera
independentemente das pessoas e onde a liberdade de expressão ou troca de
idéias é desencorajada, pode não haver idéias suficientes para resolver proble-
mas, e os governos podem persistir na tentativa de resolvê-los de maneira equi-
vocada ou ineficaz.

A própria natureza dos problemas sociais sugere que a própria sociedade


é um problema. Nenhum país aperfeiçoou uma sociedade onde todos são felizes
e onde não existem problemas. Talvez a natureza individual dos humanos im-
peça isso e, como muitas pessoas afirmam, a perfeição não é uma meta alcan-
çável.

O que é gasto social?

44
Políticas sociais

Os gastos sociais geralmente se referem a fundos que os governos reser-


vam para programas sociais. Muitos desses programas são projetados para ofe-
recer assistência aos pobres ou necessitados, e podem incluir loteamentos para
moradia, alimentação e assistência médica. Dependendo das necessidades do
indivíduo, esses programas podem oferecer assistência permanente ou tempo-
rária.

O objetivo final da maioria dos programas de gastos sociais do governo é


a eventual eliminação da pobreza. As pessoas que vivem na pobreza geralmente
precisam de ajuda para melhorar sua situação, e os governos da maioria dos
países desenvolvidos estão dispostos a oferecer essa assistência. Alguns pro-
gramas de bem-estar exigem que o beneficiário participe de programas destina-
dos a ajudá-los a obter emprego. Às vezes, isso é necessário para desencorajar
o uso de programas de gastos sociais como um modo de vida, mas como um
ponto de partida para uma eventual autossuficiência.

Muitos programas de gastos sociais envolvem assistência alimentar. Nos


Estados Unidos, os cidadãos podem solicitar cupons de alimentos, que é um
programa que oferece fundos que podem ser usados para comprar alimentos. A
elegibilidade para o food stamp é determinada por fatores baseados na renda e
no número de pessoas que vivem no domicílio. As distribuições de cupões de
alimentos destinam-se apenas à compra de alimentos e não podem ser utiliza-
das para qualquer outra finalidade. Além disso, os vales-refeição só podem ser
usados para comprar alimentos vendidos em mercearias ou outros varejistas de

45
alimentos e são proibidos para uso em restaurantes ou outros estabelecimentos
de serviços de alimentação.

Os governos geralmente reservam fundos para ajudar seus cidadãos a


manter a saúde e oferecer assistência médica àqueles que não podem pagar
por conta própria.

O gasto social é frequentemente direcionado à educação. A maioria dos


sistemas de escolas públicas é um bom exemplo disso, e muitos especialistas
acreditam que a educação é a chave para eliminar a pobreza.

8. SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

46
O Serviço Social no Brasil teve uma influência enorme dos movimentos
sociais que se desenvolviam na Europa. Lá, os termos: Serviço Social e Assis-
tente Social eram muito comuns e tinham fortes influências, em razão da conso-
lidação da atividade, já considerada uma profissão.

No Brasil, a deflagração do processo se deu pelo ano de 1932, quando


da visita de uma senhora Belga, Adèle de Loneux, que aqui esteve e realizou
palestras no Rio de Janeiro e em São Paulo, palestras estas, que lançaram as
primeiras ideias do Serviço Social. Retornando ao seu país, acompanharam-na
duas brasileiras: Maria Kiehl e Albertina Ramos que, na Escola de Serviço Social
de Bruxelas estudaram e se formaram, retornando ao Brasil em 1936, dando
início à implantação dos primeiros momentos do Serviço Social. Ao seu retorno
ao nosso país, fundaram a primeira Escola de Serviço Social de São Paulo. Apoi-
ada pela igreja, no ano seguinte é fundada no Rio de Janeiro o Instituto Social,
também, uma escola voltada para a formação de profissionais da área, surgindo
de ambas os primeiros Assistentes Sociais que vão se empenhar em organizar
e criar a maioria das escolas que vão surgir nos próximos 10 anos.

O Serviço Social, até então, era considerado eminentemente um serviço


assistencialista, tendo como objetivo básico, a ajuda aos pobres, uma vocação
de ministério, não um trabalho, em razão de seu estreito relacionamento com a
igreja. Nos primeiros anos de sua existência no Brasil, até idos de 1950, foi muito
influenciada e seguiu uma corrente francesa, cujo foco principal era incentivar a
disseminação de um serviço médico-social, centrado no propósito de ajudar os
pacientes a utilizar de forma adequada o serviço médico-hospitalar.

A função paternalista como sempre foi visto, no período em que se con-


solidava no Brasil e nos anos subsequentes, tinha como função, escolher clien-
tes para obtenção de benefícios de ordem diversificada. Traçava suas estraté-
gias centradas na organização social trabalhista, com extensão, não só ao tra-
balhador, como também à sua família, seguindo basicamente os preceitos da
escola francesa. Esse quadro começa a sofrer alteração a partir de 1942, quando
o governo dos Estados Unidos, dentro de um programa de cooperação, conce-
deu bolsas de estudo a diversos estudantes brasileiros e os levou a cursar suas

47
Escolas de Serviço Social. Ao retornar, introduziram aqui o processo de Serviço
Social de Casos e a Supervisão de Estágios.

Nos primeiros momentos do retorno dos bolsistas, a influência da escola


norte-americana já se fazia sentir em alguns ensaios do Serviço Social de Gru-
pos voltados para atividades de recreações e em Organizações de Comunida-
des. Para melhorar ainda mais o status da profissão, o Serviço Social se viu
introduzido na Previdência Social, com a organização da Divisão do Serviço So-
cial. Essa inserção do Assistente Social em uma grande entidade elevou o seu
conceito e permitiu que um leque de opções para o desenvolvimento da profis-
são passasse a ser melhor observado e a profissão mais valorizada.

Aconteceu nesse período, diversos encontros e congressos e a cada um


deles a profissão mais se consolidava ganhando espaço e em 1952, um projeto
idealizado pelo Serviço de Informações Agrícolas do Ministério da Agricultura,
convidou a assistente social Aylda Pereira para orientadora no que se referisse
ao Serviço Social. Outros técnicos: agrônomos, veterinários, enfermeiras de sa-
úde pública e educadora familiar integravam a equipe. O projeto se revelou de
pleno sucesso e mostrou o quanto se podia fazer, resultando em modelo para
outras iniciativas que viriam a surgir mais tarde.

Mesmo com as evoluções, o Serviço Social nesse primeiro período, man-


tinha-se com características assistencialistas, centradas nos problemas do ajus-
tamento individual, apoiando-se nos valores convencionais e com uma atuação
empírica. Os assistentes sociais ainda não tinham a capacidade de percepção
crítica da utilização de outros processos e técnicas, numa situação de desenvol-
vimento que começavam apenas a descobrir.

O Serviço Social, entretanto, mantinha-se conservador e via no cliente,


um desajustado julgando-o, passível de ajustamento. O pensamento reinante
era que o indivíduo, deveria se moldar às condições de tradição e dos valores
que regulavam a sociedade e a ela se integrar e se acomodar. O conceito da
época, não levava em conta nenhum fator externo, que deveria determinar como
fazer essa transição para buscar a integração, a satisfação e o Bem-Estar Social.

48
De 1949 a 1967, ocorrem mudanças extremamente rápidas para o Ser-
viço Social: de uma prática empírica, para a procura de uma atuação científica,
centrada em alguns princípios efetivamente consistentes. As escolas passam a
oferecer disciplinas dissociadas e com objetivos voltados para outros pontos me-
recedores de serem analisados de forma separada, onde treinam-se os alunos,
primeiro em Serviço Social de Caso; depois em Serviço Social de Grupo e, final-
mente, em Organização da Comunidade, obedecendo, portanto, a uma ordem
lógica de complexidade.

Por um bom período predomina no Serviço Social, os três temas centrais


de atuação e as escolas as tornam disciplinas separadas. Treinam-se alunos
em: Serviço Social de Casos, Serviço Social de Grupo e finalmente, em Organi-
zação de Grupo. O Serviço Social de Casos, em razão de sua melhor definição
em relação aos demais, predominava. Isso porque tinha sido melhor estudado
nos Estados Unidos e tinha tido uma melhor assimilação por parte dos assisten-
tes sociais brasileiros, razão para ser considerado um método básico do Serviço
Social.

A influência do SESC e do SESI, no Serviço Social ganha projeções dife-


renciadas e passa a ser largamente utilizado em hospitais, sanatórios, escolas e
outras instituições. A ideia central era trabalhar praticamente na organização das
comunidades, em vários campos: família, saúde, menores, área rural, empresas,
habitação, etc., cada um com suas especificidades.

Mesmo sendo incluídos quando em processo de criação de órgãos regio-


nais de desenvolvimento como a SUDENE, órgãos de planejamento e adminis-
tração de grande expressão, o assistente social ainda se via incumbido da reali-
zação de projetos inexpressivos e com objetivos limitados, tais como: construção
de vias de acesso, chafarizes, fossas, etc. Como parte desse pacote que envol-
via mudança de comportamento e forma de atuação, foram construídos centros
comunitários ou sociais alem de projetos independentes em vários pontos do
país. Alguns, em escala reduzida apresentaram resultado considerado bom e o
aproveitamento do Assistente Social se dava de forma discreta e até mesmo
secundária. Mais tarde, conselhos de moradores e associações representativas,

49
com o objetivo de obter maior poder de representatividade, esbarraram em difi-
culdades, tais como: planos regionais de desenvolvimento que nem sempre in-
cluíam aquela comunidade ali representada e falta de recursos técnicos e finan-
ceiros para levar avante os projetos dela.

Infiltradas por elementos e grupos políticos, esses representantes passa-


ram a ter uma função de “grupos de pressão”, com pouca ou nenhuma repre-
sentatividade.

A atuação do Assistente Social em alguns projetos voltados para o desen-


volvimento de certas regiões do país, como o Nordeste, os levavam a se envol-
verem completamente nesses projetos e o processo do Serviço Social era co-
mumente equiparado ao próprio plano de desenvolvimento e isso só servia para
tornar mais confuso o verdadeiro papel do Assistente Social e levar a um desvir-
tuamento de sua verdadeira função.

Mesmo sendo direcionado para interesses divergentes, o Serviço Social


sempre teve, até por volta de década de 80, um controle por parte da classe
dominante, que o influenciava e direcionava para a execução de seus interesses
próprios, influenciando inclusive em sua ética profissional para os interesses
maiores aos quais encontrava-se articulado.

Somente a partir dos anos 90, o Serviço Social começa a romper essa
barreira e passa a viver uma identidade própria, construída a partir de debates
que levaram a uma reflexão ético-crítica na busca de romper com o tradicional
conservadorismo a que a profissão se encontrava vinculada. A elaboração de
um Código de Ética Profissional ocorrido em 1993, trouxe novo posicionamento
para a profissão, tendo como valor ético-central, a liberdade, onde se propõe a
erguer as bases centradas na construção de uma nova ordem societária que
defende a promoção do homem na sua condição humano-genérica.

50
9. PAPEL DO SERVIÇO SOCIAL

O serviço social tem como papel principal a dignidade da pessoa humana


centrando-se na superação dos seus problemas e também na sua reintegração
na sociedade. Os profissionais de serviços sociais independente da área em que
desempenham, as suas ações profissionais têm como objetivo a questão social,
ou seja, intervém acerca de todos os aspectos que dizem respeito à problemática
dos indivíduos e população em questão. Esta intervenção profissional, busca a
satisfação das necessidades humanas na promoção de competências e capaci-
tação no acesso a benefícios e recursos sociais para ultrapassar as situações
sociais considerados como um problema.

A intervenção social é direcionada à diversas situações na sociedade, que


por sua vez apresentam os mais variados problemas sociais, em que requer da

51
parte desses profissionais diferentes formas de agir e de pensar acerca da situ-
ação social ou dos problemas dos indivíduos.

Segundo ROQUE (2012), a intervenção e práticas do Serviço Social na


toxicodependência, como, a utilização da comunicação, o acompanhamento so-
cial, visita domiciliária e elaboração de relatórios e etc., tornam importantes fer-
ramentas de trabalho centrado no indivíduo.

Essas ferramentas visam informar, encaminhar, orientar e apoiar as pes-


soas ou famílias de toxicodependentes para sua autonomia, autoestima e gestão
do seu próprio projeto de vida. Segundo o autor, a estratégia de intervenção
comum dos assistentes sociais é a ligação entre os grupos de exclusão, a insti-
tuição e a sociedade.

O processo de reintegração de toxicodependentes segundo o Ministério


da Justiça (MS), começa com a avaliação social no momento em que o profissi-
onal mapeia a vida do paciente em aspectos significativos que darão suporte ao
seu novo projeto de vida, iniciando a partir das suas características pessoais e
da etapa do tratamento que se encontra. Neste contexto, é fundamental a comu-
nicação e a relação multidisciplinar com a equipe envolvida no tratamento deste
indivíduo.

Além do trabalho de equipe, o assistente social tem ações que envolvem


diretamente os usuários através de ações individual e coletiva, ficando sobre a
sua responsabilidade o acolhimento, a realização do diagnóstico social, as ava-
liações para possibilitar o acesso a benefícios, sejam eles previdenciários, as-
sistenciais ou de saúde, a efetivação de direitos sociais e o acompanhamento
de atividades de vida prática e atividades de vida diária.

Atualmente na saúde mental, este campo tem buscado e integrado aos


assistentes sociais o trabalho com as famílias. Este trabalho não é exclusivo do
serviço social, mas é uma construção de intervenção e de reformas políticas e
da reforma psiquiátrica (ROBAINA, 2012).

Outro desafio que é enfrentado pelo Serviço Social, é o perfil dos gestores
de programas e políticas sociais que nem sempre estão preparados e voltados

52
para a realidade social de suas populações. A mudança de planos e compromis-
sos relacionados aos problemas sociais ou a não atenção social por parte de
quem gera estes recursos, dificulta o trabalho e muito destes profissionais.

Assistência Social não só atribui e realiza a tarefa de proteção social, mas


também as políticas de emprego, saúde, previdência, habitação, transporte e
assistência. Segundo o Conselho Federal de Serviço Social – CFESS (2009), os
assistentes sociais possuem e desenvolvem atribuições voltadas no âmbito da
elaboração, execução e avaliação de políticas públicas, como também no auxílio
de movimentos sociais e populares.

Com a complexidade de problemas sociais que o país apresenta, este


profissional vem lutando em diferentes frentes e de diversas formas para defen-
der e reafirmar o direito e as políticas sociais num contexto mais igualitário e
amplo na sociedade. A busca da estabilidade das condições econômicas, sociais
e políticas, têm acontecido de maneira constante e, com objetivo de construir a
igualdade e cidadania (CFESS, 2009).

O trabalho precário do campo público como também nas entidades priva-


das, fornece também poucas alternativas/possibilidades para que os assistentes
sociais possam desenvolver suas funções. Neste contexto, é importante criar
recursos de trabalho para estes profissionais, como, condições de materiais, ins-
titucionais, físicas e financeiras e competências no cargo. Essas condições são
fundamentais para que os trabalhadores possam atuar na perspectiva de efetivar
a política de Assistência Social e trabalhar no direito social da população.

Na saúde, o Serviço Social tem na questão social a base de sua funda-


mentação. Neste campo, a atuação profissional deve está voltada para uma pro-
posta que tenha como objetivo o enfrentamento dos acontecimentos relaciona-
dos à questão social direcionado a saúde, como, demora no atendimento, pre-
cariedade dos recursos, burocratização, ênfase na assistência médica curativa,
problemas com a qualidade e quantidade de atendimento, não atendimento aos
usuários e etc. Não é fácil e não é possível que o assistente social contorne ou
consiga resolver todos os problemas especificamente na área da saúde, onde a
demanda e a precariedade de recurso é ainda extrema.

53
A escassez de materiais como, por exemplo, de equipamentos de diag-
nóstico por imagem no Brasil ainda é crítica. Essa precariedade nestes serviços
atrasa o atendimento das pessoas que estão na lista de espera para realizar
exames com estes equipamentos, causam complicações a saúde de pacientes,
cuja doença instalada teria que ser descoberta o quanto antes para iniciar trata-
mento, e prejudica a intervenção terapêutica dos profissionais.

A avaliação socioeconômica dos usuários tem por objetivo ser um meio


que possibilite a mobilização dos mesmos para a garantia de direitos e não um
instrumento que impeça o acesso aos serviços. As condições reais de vida dos
usuários que é apresentado, como, desemprego, trabalho informal, ausência de
local de moradia, violência urbana, violência doméstica e acidentes de trabalho,
abandono do usuário, são questões que tem de ser levado em conta pelo assis-
tente social na saúde.

Um olhar sensível para o próximo e o compromisso de ajudar a sociedade


são características que fazem do assistente social um personagem essencial na
luta pela superação das desigualdades. Os profissionais de Serviço Social estão
comprometidos com o bem-estar coletivo, com a garantida da igualdade de di-
reitos humanos, liberdade de expressão, acesso à serviços essenciais como sa-
úde, educação e lazer.

O trabalho desses profissionais começa com a compreensão da realidade


social. Para atender as demandas da sociedade é preciso entender o contexto e
as diferenças de cada indivíduo. Por isso, os assistentes sociais elaboram pla-
nos de assistência, fazem análises e estão à frente de projetos que possibilitam
indivíduos e comunidades terem acesso à saúde, habitação, educação, previ-
dência social, recreação, e tantos outros.

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