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05/01/2024, 08:15 Início de ano fraco em Wall Street preocupa analistas | Finanças | Valor Econômico

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Início de ano fraco em Wall Street preocupa analistas


Defensores da tese de que desempenho de janeiro sinaliza tendência esperam guinada

Por Hardika Singh — Dow Jones Newswires


05/01/2024 05h02 · Atualizado há 3 horas

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Cuggino: ações caras demais agora para ampliar exposição a renda variável — Foto: David Paul Morris/Bloomberg

As ações começaram 2024 de maneira acidentada. Os defensores da tese do “barômetro de janeiro” esperam uma
reviravolta porque acreditam que o desempenho do mercado no primeiro mês do ano dá o tom para todo o resto.

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Os principais índices acionários dos EUA recuaram no acumulado das três primeiras sessões, depois de encerrar 2023
soltando rojões. O S&P 500 caiu 1,7%, e o Dow Jones, 0,66%. O Nasdaq recuou 3,34%, seu pior início de ano desde 2005.

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quarto trimestre

As ações das grandes empresas do setor de tecnologia impulsionaram a recuperação frenética dos índices no fim de 2023,
mas agora inverteram o rumo, com investidores que começam a se afligir sobre quando e até que ponto as taxas de juros
podem cair. As da Apple, por exemplo, acumulam desvalorização de 5,52% neste início de ano, enquanto as da Tesla
perdem 4,25% e as da Nvidia, 3,08.

É claro que apenas três dias de retornos significam pouco para investidores de longo prazo, mas muitos já se perguntam se
a onda de vendas do início do ano representa um episódio passageiro ou o começo de uma retração mais longa.

O “Stock Trader’s Almanac”, de Jeffrey Hirsch, popularizou a teoria: o que acontece em janeiro vale para o ano todo. Isso
funcionou no ano passado, quando os principais índices estouraram em janeiro, para surpresa de quase todo mundo, e
seguiram em frente para garantir retornos de dois dígitos para o ano.

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“Se janeiro é positivo, isso significa que os investidores estão pondo o dinheiro para trabalhar”, disse Joe Ferrara,
estrategista de investimentos da Gateway Investment Advisers. “Eles estão dizendo ao Federal Reserve (Fed, o banco central
dos Estados Unidos), à economia e às empresas nas quais investem que acreditam que podem crescer neste ano.”

Algo que pode ter funcionado nos anos 1930 provavelmente não funcionará hoje”
— Colin White

O primeiro mês do ano costuma ser forte para as ações, um fenômeno conhecido como Efeito Janeiro, porque os
investidores tendem a comprar novas ações depois das vendas com prejuízo feitas em dezembro para compensar os
ganhos de capital realizados. Outra teoria sugere que os investidores têm mais dinheiro para aplicar nos mercados em
janeiro, depois de receberem seus bônus de fim de ano.

O S&P 500 tem um ganho médio de 1,2% nos meses de janeiro e uma alta de preços em mais de 60% do tempo, de acordo
com o Dow Jones Market Data, que registra seu movimento desde 1928. O Nasdaq apresentou seus melhores retornos em
janeiro, com um ganho médio de 2,5% e alta de preços em 65% do tempo.

Quando o S&P 500 sobe no primeiro mês do ano, seu retorno médio para o restante do ano é de 9,2%, e seu retorno é
positivo 78% do tempo. Quando baixa em janeiro, o retorno médio no resto do ano cai para 2,1%, e os demais meses são
positivos 58% do tempo.

O S&P 500 terminou 2023 com uma sequência de nove semanas de êxito, alimentada pela euforia em torno da inteligência
artificial e pelas apostas de que o Fed começaria a baixar as taxas de juro logo. Uma “recuperação de tudo” elevou os preços
dos ativos, desde os das ações das grandes empresas de tecnologia até os de pequenas empresas e do ouro.

Os investidores também estão com uma boa sensação a respeito de 2024. Os estrategistas do Goldman Sachs, por
exemplo, têm uma meta par o S&P 500 de 5.100 pontos no fim do ano, o que implica um avanço de cerca de 8,4% em
relação aos níveis atuais. Esse otimismo é impulsionado principalmente pela esperança de que o Fed consiga um pouso
suave ou um esfriamento da economia que não a leve a uma retração prolongada.

Alguns analistas dizem que o começo da temporada de balanços, na semana que vem, pode tirar as ações da situação de
queda deste início de ano. A expectativa de analistas de Wall Street é que as empresas do S&P 500 registrem um
crescimento de ganhos de 1,3% no quarto trimestre. Isso marcaria o segundo trimestre consecutivo de crescimento, depois

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de três períodos de quedas, mas essa estimativa ainda é inferior ao crescimento de 8,1% que os analistas esperavam no fim
de setembro.

Enquanto isso, a ata do Fed de quarta-feira mostrou que as autoridades achavam provável que já tivessem encerrado o
ciclo de altas de juros quando decidiram, no mês passado, mantê-las estáveis, mas o documento não revelou um debate
significativo sobre quando começar a baixá-las.

Michael Cuggino, gestor de carteira da Permanent Portfolio Family of Funds, afirmou que não pretende ampliar sua
exposição ao mercado de ações porque os papéis estão caros demais. O S&P 500 é negociado a 19,5 vezes seus ganhos
projetados para os próximos 12 meses, acima de sua média de 17,9 dos últimos dez anos.

“Talvez alguns dos ganhos de 2024 tenham sido antecipados para o fim de 2023, ou talvez 2023 tenha sido o início de um
mercado de tendência altista mais generalizado que continuará a se ampliar”, disse Cuggino. “Não sei se é possível contar
com que esse Efeito Janeiro seja algo do tipo positivo.”

É claro que o “barômetro de janeiro” não é uma maneira infalível de prever os retornos do mercado. Ele funcionou em 2023,
quando o S&P 500 subiu em janeiro e continuou a subir durante o ano, e em 2022, quando o índice caiu em janeiro e se
manteve em queda durante o ano. Mas não se aplicou a 2020 ou 2021, quando o índice caiu em janeiro e subiu durante o
ano.

“Algo que pode ter funcionado quando as informações não eram tão disponíveis, nos anos 1930, 1940 e 1950,
provavelmente não funcionará no mercado de hoje”, afirmou Colin White, gestor de carteira e executivo-chefe da Verecan
Capital Management.

Também não é incomum que as ações recuem depois de um ano de muito sucesso. Na sequência de vários anos em que o
S&P 500 ganhou 20% ou mais, o índice de referência dos EUA registrou uma queda média de 0,1% em janeiro, de acordo
com o Dow Jones Market Data.

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