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08/01/2024, 08:02 Mercados começam ano com grandes mudanças em curso | Finanças | Valor Econômico

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Mercados começam ano com grandes mudanças em curso


40% da alta dos lucros das empresas vieram de juro e imposto menores

Por John Plender — Financial Times


08/01/2024 05h02 · Atualizado há 2 horas

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Após rali no final de 2023, bolsa de NY inicia ano com otimismo colocado em xeque pelos dados econômicos — Foto: Michael Nagle/Bloomberg

À primeira vista é um paradoxo. Em outubro, os mercados estavam mergulhados no pessimismo, enquanto a inflação
continuava teimosamente elevada e os investidores temiam que os bancos centrais pudessem manter as taxas de juros
mais altas por mais tempo.

Em dezembro, esses mesmos mercados estavam eufóricos graças às declarações aparentemente apaziguadoras sobre os
juros feitas pelo presidente do Federal Reserve (BC dos EUA), Jerome Powell, que pareciam prometer cortes nos juros mais
cedo que o esperado. E agora, em janeiro, os mercados de ações tiveram um início de ano difícil.

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A chave para entender essas oscilações extremas no sentimento encontra-se na mecânica da política monetária
dependente de dados. Isso leva os investidores a rever e reavaliar interminavelmente suas estratégias de negociações com
base na análise intensa da retórica do banco central e nas expectativas de como os dados mais antigos de qualidade
variável irão influenciar a fixação das taxas pelos bancos centrais.

Nesse quadro político retroativo e instável, a visão de curto prazo é endêmica. E o risco é que os mercados ignorem os
fundamentos de longo prazo. Esse risco será especialmente alto em 2024, que testemunhará mudanças contínuas nas
tendências econômicas de longa data.

Apesar da recente suposição entusiasmada sobre a queda da inflação, a longa era de taxas de juros ultrabaixos certamente
chegou ao fim. Sim, as taxas de juros de curto prazo irão cair em 2024 à medida que a inflação continuar recuando. Mas o
longo prazo é outra história.

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Para começar, o empenho dos bancos centrais em reduzir seus balanços depois do prolongado período de afrouxamento
quantitativo significa que eles irão retirar seu poder de compra dos mercados num momento em que as necessidades de
empréstimos atingem níveis máximos.

Uma ameaça maior à visão panglossiana de “almoço grátis” da dívida pública, nascida das taxas de juros reais
insignificantes vigentes desde a crise de 2007-2009, está relacionada à reversão de vários choques positivos de oferta na
economia mundial desde a década de 80.

A mais importante diz respeito ao impacto da ascensão da China e outros emergentes sobre o mercado de trabalho global.
Isso levou a um excesso de mão de obra que deprimiu os salários no mundo. Um resultado foi a redução dos investimentos
à medida que as empresas substituíram o trabalho pelo capital, o que ajuda a explicar o péssimo histórico da produtividade
desde a crise. Outra mudança significativa foi a inflação inerte (pelo qual os bancos centrais rapidamente assumiram o
crédito).

No entanto, a força de trabalho global está agora encolhendo. Desde a pandemia, o poder de negociação dos
trabalhadores aumentou e aumentará mais à medida que a força de trabalho continuar encolhendo nos países avançados
e envelhecidos, e também na China e na Coreia do Sul. O aumento dos salários agora encoraja as empresas a substituir o
capital por uma mão de obra também mais cara.

Outros efeitos economicamente benignos da globalização, como as cadeias de abastecimento transfronteiriças, estão
sendo eliminados face ao confronto geopolítico. Isso traz resiliência à custa da eficiência econômica. Enquanto isso, o
protecionismo está em alta. Tudo isso são notícias ruins para o crescimento.

O economista Kenneth Rogoff, da Universidade Harvard, afirma que mesmo se a inflação cair ela provavelmente
permanecerá mais elevada durante a próxima década. Ele cita fatores que incluem o aumento dos níveis de endividamento,
a expansão dos gastos com defesa, a transição para a economia verde e demandas populistas por uma melhor
redistribuição de renda. É difícil argumentar contra isso, embora haja uma questão em aberto sobre até que ponto
tecnologias como a inteligência artificial (IA) poderão compensar essas pressões inflacionárias.

Não espere que a China venha em socorro, seja na linha de frente do crescimento, seja na da inflação, como ela fez após a
crise financeira. Seu antigo modelo de crescimento, movido pelo mercado imobiliário, agora enfrenta desafios estruturais e
assim a China deverá importar menos.

Um dos impactos mais profundos na reversão da política monetária ultrafrouxa recai sobre a lucratividade do setor
corporativo. Um estudo de Michael Smolyansky do Fed mostra que as despesas com juros e os impostos menores sobre as
empresas explicam mais de 40% do crescimento real dos lucros de 1989 a 2019, no caso das empresas não financeiras que
fazem parte do índice S&P 500 da bolsa de Nova York.

Este é um número surpreendentemente grande e o quadro será semelhante em todo o mundo desenvolvido. Na situação
fiscal atual, a margem para mais cortes nos impostos é mínima e os juros não voltarão para perto de zero. Então se prepare

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para uma desaceleração de longo prazo no crescimento dos lucros e retornos das ações.

Após essas mudanças, o novo normal para os investidores incluirá um cenário monetário desafiador, com uma maior
volatilidade e rendimentos mais altos dos títulos de longo prazo do que nos últimos anos. Num contexto de dívida pública
crescente, as taxas de juros oficiais estritas agora contribuem para custos de financiamento público desconfortavelmente
altos.

Assim, a pressão política sobre os bancos centrais poderá se intensificar. Enquanto isso, as taxas de juros e os rendimentos
de títulos de dívida mais altos num regime monetário que já não é ultraflexível imporão tensões contínuas ao sistema
financeiro, colocando as metas de inflação e a estabilidade financeira potencialmente em conflito. Parece questionável se os
profissionais do mercado levaram em conta todo esse material tóxico.

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