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22/12/2023, 08:07 BC reitera ritmo de corte da Selic para duas reuniões | Finanças | Valor Econômico

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BC reitera ritmo de corte da Selic para duas reuniões


Campos diz que Copom não dispõe de informações suficientes neste momento para traçar cenários para além dos
primeiros encontros de 2024

Por Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor — Brasília


21/12/2023 12h15 · Atualizado há 9 horas

O Comitê de Política Monetária (Copom) pode sinalizar, por ora, reduções de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a
Selic, apenas para as duas próximas reuniões, afirmou nesta quinta-feira o presidente do Banco Central (BC), Roberto
Campos Neto. Em entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), ele destacou mais de uma vez
que a queda da inflação está acontecendo como era calculado pela autoridade monetária. Mas, segundo o presidente, o
Copom não tem informações suficientes neste momento para traçar cenários além dos dois primeiros encontros de 2024.

“Hoje, com as variáveis que nós temos, entendemos que o mais apropriado é o ritmo de 0,5 [ponto percentual], e as
próximas reuniões [mencionadas na comunicação oficial do Copom] significam as duas próximas reuniões”, disse Campos.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/12/21/campos-neto-diz-que-projecao-de-corte-de-05-ponto-nas-proximas-reunioes-se-refere-a-dois… 1/8
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Na reunião da semana passada, o colegiado cortou a Selic de 12,25% para 11,75% ao ano, sempre em termos anuais. Além
disso, afirmou que, “se confirmado o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de
mesma magnitude nas próximas reuniões”. O Copom vem reforçando a importância de manter a “política monetária
contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em
torno de suas metas”.

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Nesta quinta, Campos citou fatores que o colegiado vem observando de perto para decidir sobre a condução da política
monetária: a inflação de serviços, que desde a reunião anterior do “melhorou e está dentro da expectativa”; projeções de
inflação, tanto do mercado quanto do próprio Banco Central, que de maneira geral “não mudaram quase nada” e
continuam acima das metas; balanço de riscos, em que o Copom faz uma análise mais subjetiva dos riscos de a inflação
ficar acima ou abaixo do projetado e que neste momento mostra “neutralidade”; hiato do produto, uma medida de
ociosidade da atividade econômica, que está “basicamente estável”.

“Na ata [referente à reunião da semana passada e divulgada na terça-feira] a gente inclusive falou que o cenário doméstico
não divergiu substancialmente do que a gente esperava”, afirmou o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, na
entrevista.

Atualmente, para conduzir a taxa básica de juros, o Banco Central mira os anos de 2024 e 2025. Em ambos os casos, a meta
de inflação é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. No acumulado de 12
meses até novembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 4,68%. Para 2024 e 2025, o BC calcula
inflação de 3,5% e 3,2%, respectivamente.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/12/21/campos-neto-diz-que-projecao-de-corte-de-05-ponto-nas-proximas-reunioes-se-refere-a-dois… 2/8
22/12/2023, 08:07 BC reitera ritmo de corte da Selic para duas reuniões | Finanças | Valor Econômico

A autoridade monetária também destacou positivamente, no relatório divulgado nesta quinta, que a média dos núcleos de
inflação acumulados em 12 meses recuou de 5,22% em agosto para 4,56% em novembro. Os núcleos são medidas que
excluem do cálculo itens com preços mais voláteis e que, por isso, tendem a responder mais à política monetária.

Mas Campos disse que não tem como afirmar neste momento se, depois da segunda reunião de 2024, o Copom vai ou não
acelerar o ritmo de cortes da taxa básica de juros.

“Não posso dizer qual é o mapeamento daqui para a frente [além das duas reuniões], porque tem muita incerteza”,
afirmou.

Independentemente da condução da Selic em 204, o BC calcula que a taxa real de juros ficará até o fim de 2026 acima da
taxa neutra. A autoridade monetária projeta que a taxa real está em 6,2% anuais no último trimestre deste ano, caindo para
5,2% no fim de 2024 e 4,8% no fim de 2025 e 2026 — em todos os casos, maior do que a taxa real neutra anual, de 4,5%. A
taxa neutra é aquela que não acelera nem desacelera a inflação. Já a taxa real é calculada pela autoridade monetária
utilizando a “Selic acumulada quatro trimestres à frente, descontada das expectativas de inflação para o mesmo período,
ambas extraídas da pesquisa Focus e medidas em termos de médias trimestrais”.

Por fim, na área fiscal, o presidente do Banco Central ainda disse que “a gente sai da semana com boas notícias”, como a
promulgação da reforma tributária.

“A gente reconhece que tem um grande esforço do ministro [da Fazenda Fernando] Haddad”, afirmou. “Nesta semana teve
várias vitórias importantes nesse sentido.” Mas reforçou que, assim como acontece com a conjuntura internacional e as
decisões do Copom sobre a Selic, não há “relação mecânica” entre as políticas fiscal e monetária.

Por fim, o BC revisou ligeiramente para cima a sua projeção para o crescimento nominal do estoque de crédito em 2024, de
8,5% para 8,8%. Segundo a autoridade monetária, “qualitativamente a projeção é semelhante à apresentada” em setembro,
com “expressiva aceleração” dos empréstimos para as pessoas jurídicas, “refletindo a flexibilização da política monetária e a
dissipação dos impactos dos eventos envolvendo grandes empresas”.

Para pessoa física, “projeta-se inflexão na tendência de desaceleração do crédito livre, mas o crescimento deve permanecer
inferior ao registrado em 2021 e 2022”.

https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/12/21/campos-neto-diz-que-projecao-de-corte-de-05-ponto-nas-proximas-reunioes-se-refere-a-dois… 3/8

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