Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Tema II - A Terra Um Planeta Muito Especial - 10âºano Geologia
Tema II - A Terra Um Planeta Muito Especial - 10âºano Geologia
Universo
Universo ou Cosmos é o conjunto de toda a matéria e radiações existentes no espaço.
Admite-se que teve origem há cerca de 15 mil milhões de anos e a teoria mais aceite para
explicar a sua origem é conhecida por Big-Bang, ou Grande Explosão ou Teoria Evolutiva.
O Sistema Solar é constituído por: uma Estrela – o Sol, oito planetas clássicos: Mercúrio,
Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno, muitos Satélites naturais ou luas,
planetas anões e pequenos corpos, como os asteróides, cometas e meteoróides.
Planetas Anões
1
é muito semelhante a um planeta, já que está em orbita em torno do Sol;
tem massa suficiente para que as forças da gravidade o levem assumir uma forma mais ou
menos esférica;
não é um satélite;
não possui uma órbita desimpedida, ou seja, descreve uma órbita com uma vizinhança que não
está livre de outros corpos celestes (interseta órbitas de outros planetas).
Até este momento conhecem-se poucos planetas anões, são eles: Ceres, Plutão e Éris.
Ceres
Ceres é um planeta anão que se encontra na cintura de asteróides, entre Marte e Júpiter.
Tem um diâmetro de cerca de 950 km e é o corpo mais maciço dessa região do Sistema Solar.
Não possui campo magnético, tem baixa gravidade, possui recursos hídricos sob a forma de
gelo.
Não é homogéneo, mas estruturado em camadas, com um núcleo denso de rocha coberto por
um manto de gelo de água, por sua vez coberto por uma crosta leve.
Pensa-se que a superfície de Ceres seja quente e deva possuir uma fraca atmosfera e gelo. Um
dia em Ceres é pouco mais de nove horas.
Plutão
2
A B
Figura 3 – Comparação entre os pares Terra-Lua e Plutão-Caronte (abaixo, à direita) (A) e Plutão e
Caronte (B).
Éris
Éris, conhecido oficialmente como 136199 Eris, é um planeta anão nos confins do Sistema
Solar, numa região conhecida como disco disperso.
É o maior planeta-anão do sistema solar e quando foi descoberto, ficou desde logo
informalmente conhecido como o "décimo planeta", devido a ser maior que Plutão.
Encontra-se a cerca de 97 UA do Sol e a sua órbita é bastante excêntrica.
Tal como Plutão, é composto de uma mistura sólida de gelo e rocha. Ambos podem ser vistos
como objetos da cintura de Kuiper ou como planetas gelados, apesar de Éris ser do tipo
disperso, ou seja, terá sido formado na parte interior da cintura, mas atirado para uma órbita
mais distante devido a uma possível influência gravitacional de Neptuno.
Possui um satélite natural – Disnomia, que foi descoberto a 10 de Setembro de 2005. Pensa-
se que seja oito vezes menor e sessenta vezes menos brilhante que Éris e que demora cerca
de catorze dias a dar a volta a Éris.
Figura 4 – A proporção da distância entre os diferentes planetas do Sistema Solar, Plutão e Éris.
Asteróides
Os asteróides, também chamados planetas menores são corpos rochosos e metálicos (ligas
de ferro e níquel), de forma irregular, desprovidos de atmosfera e de pequenas dimensões,
não atingindo, os maiores, 1000 Km de diâmetro.
Mais de 50 000 dos asteróides observados têm apenas 1km de diâmetro. Os de maiores
dimensões são corpos diferenciados em camadas e os mais pequenos são corpos não
diferenciados e alguns são do tamanho de pequenos grãos de areia. A massa total de todos os
asteróides é inferior à da Lua.
Embora nunca sejam visíveis a olho nu, muitos asteróides são visíveis com binóculos ou
pequenos telescópios.
Os maiores asteróides são 2 Pallas, 4 Vesta e 10 Hygiea cujos diâmetros estão entre 400 e
525 km. Todos os outros asteróides conhecidos têm menos de 340 km.
3
Os asteróides, normalmente, movem-se entre a órbita de Marte e a de Júpiter, constituindo a
chamada Cintura de Asteróides. Além destes asteróides existe outro grupo: Apollo-Amor,
com órbitas mais excêntricas que cruzam a órbita da Terra.
Os asteróides descrevem órbitas muito próximas chocando, por vezes, com violência
provocando a sua fragmentação, dando assim origem aos meteoritos que correspondem a
pedaços de asteróides que ao abandonarem a sua trajectória normal foram atraídos pela Terra.
Admitiu-se que os asteróides se teriam formado a partir da explosão de um planeta que teria
existido entre Marte e Júpiter. Hoje admite-se que se formaram ao mesmo tempo que todos
os outros astros do Sistema Solar, a partir da nébula solar primitiva, mas devido à ação
perturbadora de Marte e Júpiter, não puderam agregar-se e formar um único planeta.
Existe um asteróide com o nome do nosso país, é chamado asteróide 3933 ou asteróide
Portugal, que foi descoberto por Richard West.
Cometas
Giram à volta do Sol, descrevendo órbitas (que se estendem para lá da órbita de Plutão.)
muito excêntricas em forma de elipses. (ver fig.6 na pág. 66)
Quando um cometa se encontra afastado do Sol o seu aspeto é o de uma pequena mancha
luminosa e à medida que se aproxima dele mais luminoso se torna, sendo possível distinguir
três partes: núcleo, cabeleira e cauda, formando assim prolongamentos para o lado oposto
do Sol.
O núcleo e a cabeleira formam a cabeça do cometa, a qual tem apenas alguns quilómetros de
comprimento, mas a sua cauda de gelo vaporizado pode ter milhões de quilómetros.
4
Figura 5 – Órbita de um cometa.
O núcleo dos cometas tem cerca de 10km de diâmetro, constitui a sua parte sólida, é formado
por partículas de silicatos, compostos orgânicos e por gases congelados: dióxido de carbono,
metano, amoníaco …
Quando o núcleo se aproxima do Sol, o gelo sublima libertando-se gases que formam uma
aura – a cabeleira, à volta do núcleo. Também se forma a cauda (formada por gases e
poeiras libertadas do núcleo), que se dirige no sentido oposto ao do Sol.
Os cometas, cada vez que passam perto do Sol perdem parte do seu material, principalmente
gelo e poeiras, acabando por se desintegrarem numa infinidade de partículas (corpúsculos)
que, podem intercetar a órbita da Terra e originar as chamadas “Estrelas Cadentes” ou
“Chuva de Estrelas” ou “Chuva de Meteoros”.
A B C
Figura 7 – Imagens dos cometas Hale-Bopp (A), West (B) e Halley (C).
5
inflamar e deixar um rasto luminoso chamado de meteoro. Este fenómeno é conhecido como
chuva de meteoros ou “estrelas cadentes”
Os meteoróides são corpos rochosos provenientes do espaço interplanetário, de dimensões
variáveis e que se tornam incandescentes (luminosos) ao atravessarem a atmosfera.
6
Classificação e composição dos Meteoritos
Aerólitos
Os aerólitos são meteoritos também designados pétreos ou líticos, nos quais estão
incluídos os condritos ordinários, os condritos carbonáceos e os acondritos.
São os que mais atingem a superfície terrestre e representam mais de 80% do total das
quedas.
- São em tudo idênticos aos condritos ordinários, mas possuem compostos orgânicos de origem
extraterrestre e água. Certos cientistas admitem que, por este motivo, podem ter estado na origem
da vida no nosso planeta.
Aerólitos acondritos
Apresentam uma composição mineralógica idêntica à dos condritos mas sem côndrulos;
Possuem uma textura mais grosseira em relação à dos condritos, isto é, têm uma maior
granularidade;
7
Têm baixa densidade, tal como os anteriores (cerca de 3,4).
Siderólitos
Sideritos
Apesar de não serem os que caem em maior número, são os que mais facilmente se
encontram, pelo facto de serem: metálicos, fortemente magnéticos e conservarem-se melhor.
Figura 12 – Siderito.
Para explicar a origem do Sistema Solar existiram várias teorias, sendo as mais
importantes a de Buffon (1749), a de Chamberlain e Moulton (1900), a teoria nebular proposta
por Kant e Laplace (1776) e a atualmente mais aceite: a teoria nebular reformulada (ver manual
das páginas 70 à 73).
8
Hoje considera-se que o Sol e todos os outros Corpos Celestes do Sistema Solar
evoluíram pelos mesmos processos e ao mesmo tempo, há cerca de 4600 milhões de anos. A
teoria mais aceite para explicar a sua origem é a Teoria Nebular Reformulada.
Segundo esta teoria, no enorme espaço que separa as diferentes estrelas da nossa
galáxia, havia uma nébula de gases e poeiras muito difusa que, teria sido o ponto de partida
para a origem do Sistema Solar.
Inicialmente a nébula ter-se-ia contraído devido à existência de forças de atração
gravítica entre as diferentes partículas que a constituíam.
Assim:
9
Figura 13 – Etapas da formação do Sistema Solar.
Todos os planetas têm movimento de rotação no sentido direto, exceto Vénus e Urano que
giram em sentido retrógrado;
Existe uma grande discrepância entre a massa do Sol e a dos planetas (a massa do Sol é
330.000 vezes maior que a da Terra).
No entanto, existem alguns dados ainda por esclarecer, como por exemplo, a baixa
velocidade de rotação do Sol e a razão do movimento retrógrado de Vénus e Urano.
A Terra, tal como os outros corpos do Sistema Solar teve origem há 4600 M.a. a partir da
acreção de materiais da nébula solar (tendo continuado a crescer durante mais 150 M.a.), por
ação da força gravítica, seguida de um processo de diferenciação, da qual resultaram as várias
camadas: crosta, manto, núcleo, atmosfera e hidrosfera.
Originalmente a Terra teria uma estrutura homogénea, com uma distribuição regular de
compostos de ferro, silicatos e água a temperaturas baixas.
da desintegração radioativa.
10
Durante a diferenciação, a Terra passou de um corpo mais ou menos homogéneo para um
corpo zonado, onde os:
Desta diferenciação resultou que a Terra ficasse dividida em várias camadas concêntricas.
distintas física e quimicamente.
Em consequência da diferenciação os fenómenos de vulcanismo tornaram-se frequentes na
crosta, libertando-se grandes quantidades de gases, formando-se assim a atmosfera
primitiva, e vapor de água que condensou por arrefecimento e originou chuvas abundantes,
formando-se assim os oceanos primitivos – hidrosfera.
11
Figura 15 – Exemplos de atividade geológica dos planetas telúricos.
Mercúrio – surgiu há 4600 M.a. e terminou a sua evolução há cerca de 3000 M.a, é desprovido
de atmosfera, hidrosfera e biosfera, é geologicamente inativo ou morto e apresenta uma
superfície crivada de crateras de impacto.
Vénus – surgiu há 4600 M.a., toda a sua superfície parece ter a mesma idade, tal como a Terra, é
geologicamente ativo, onde o vulcanismo domina toda a sua superfície (alguns vulcões estão
relacionados com sistemas de falhas), a sua atmosfera é muito densa, rica em dióxido de
carbono, o que provoca o efeito de estufa e consequentemente aumento de temperatura, não
possui hidrosfera e apresenta algumas crateras de impacto.
Terra – surgiu há 4600 M.a., é geologicamente ativa, tem algumas crateras de impacto, possui
características especiais e únicas, porque apresenta temperatura equilibrada, hidrosfera (água nos
três estados físicos), biosfera (grande diversidade de seres vivos), geosfera (todos a possuem) e
atmosfera com oxigénio.
Marte – surgiu há 4600 M.a. e terminou a sua atividade há cerca de 2000 M.a, a sua atmosfera é
muito rarefeita devido à fraca força da gravidade, possui água apenas no estado sólido, é
geologicamente inativo, mas com vestígios de atividade vulcânica, por ex: Monte Olimpo e tem
crateras de impacto achatadas devido à ação do vento.
A Lua forma com Terra o Sistema Terra-Lua, que é relativamente estável, exercendo
ambas uma influência recíproca, em consequência das forças gravitacionais.
12
A Lua é o único satélite da Terra, e a sua superfície não é afetada pelos agentes erosivos, pois
não possui atmosfera. Por isso a sua superfície atual é muito semelhante à que apresentava
quando se formou há 4600 M.a.
Pensa-se que a Terra se formou quando a Lua, no entanto as rochas terrestres mais antigas
têm 3900M.a. assim, existe um período de 700 M.a. em que não há qualquer registo. Então as
rochas e a estrutura da Lua permitem saber o que se passou nesses 700 M.a. por isso este
astro constitui o “fóssil” mais importante do Sistema Solar a que o Homem tem acesso e que
permite compreender e reconstituir a história do nosso planeta.
As marés terrestres são causadas pelas atrações gravitacionais tanto da Lua como do Sol.
Formam-se as marés vivas quando o Sol, a Lua e a Terra se encontram alinhadas e formam-
se as marés mortas, quando os efeitos do Sol e da Lua se anulam parcialmente.
Características da Lua
Os “mares” são zonas de relevo baixo e plano, refletem apenas 6 a 7 % da luz incidente
proveniente do Sol, são constituídos por rochas escuras, nomeadamente basaltos e
apresentam algumas crateras de impacto.
13
Figura 17 – “Mares” e “Continentes” lunares.
A superfície lunar apresenta fragmentos rochosos desde muitos metros de diâmetro até a um
pó muito fino. Também é possível encontrar esférulas vitrificadas (resultantes da rápida
solidificação do magma após o impacto meteorítico) e rególito lunar (materiais
pulverulentos, soltos e de cor acinzentada mais as esférulas vitrificadas).
14
3.1.1 - Áreas continentais
15
Figura 19 – Unidades morfológicas terrestres.
16
3.2- Intervenções do Homem nos subsistemas terrestres
A espécie humana tem vindo a aumentar e esse aumento demográfico implica uma maior
pressão sobre os subsistemas terrestres, produz efeitos cada vez mais vastos e com impactos
ambientais cada vez mais profundos.
C- Desastres naturais e ocupação de áreas de risco (perda de espaços naturais, o que provoca
degradação ambiental e o que leva a população a ocupar áreas de risco, tais como zonas
de vertentes, zonas costeiras e margens de rios aumentando, assim, as catástrofes ou
desastres naturais).
17
18
A – Exploração de recursos geológicos naturais
Recursos perpétuos - São recursos eternos, logo não se gastam. Exemplos: energia solar e
eólica.
Recursos energéticos – são recursos que produzem energia. Existem os recursos energéticos
renováveis e os não renováveis.
Recursos minerais são também recursos não renováveis e podem ser metálicos e não
metálicos.
Os recursos minerais não metálicos – são aqueles cuja exploração é feita para a
obtenção de materiais não metálicos. Exemplos: Rochas, como o mármore (nas pedreiras de
Estremoz), o granito (nas pedreiras de Alpendurada), a ardósia, o basalto, o xisto, o caulino
(em Barqueiros), as argilas (em Barcelos), as areias, o quartzo, pedras preciosas como os
diamantes (nas minas de África do Sul), pedras semipreciosas (no Brasil), etc.
Recursos hidrológicos – são recursos que constituem as águas subterrâneas que se localizam
em aquíferos.
19
- A extração de recursos energéticos não renováveis (combustíveis fósseis: carvão, gás natural
e petróleo e a energia nuclear) e dos recursos minerais metálicos e não metálicos provoca
graves problemas ambientais e humanos, tais como:
Poluição: atmosférica, dos solos e das águas (que leva à formação das chuvas ácidas,
aumento do efeito de estufa, destruição da camada de ozono, etc.)
20
Marés negras que provocam: a morte a milhares de seres vivos, a destruição de habitats, a
destruição das praias, etc.
Desastres, como por exemplo, desabamento de minas, explosões em minas e pedreiras que
deixam muitos trabalhadores feridos, incapacitados ou mortos;
Doenças pulmonares, como a silicose ou “pulmão de pedra” (devido à inalação de sílica nas
minas);
Cancro e mal formações e atrasos mentais nos fetos em desenvolvimento, devido à libertação
de substâncias radioativas que pode acontecer quando se extrai a energia nuclear;
Os resíduos – são materiais que aparentemente não têm utilidade e que se vão deitando
fora. A maioria não são biodegradáveis ou demoram muito tempo a ser reciclados na Natureza, e
por isso vão acumulando-se.
Nos últimos anos, as populações e as autarquias têm feito um esforço para diminuir o
problema dos resíduos. No esquema seguinte estão representados algumas técnicas para
tratarmos os nossos resíduos.
21
C – Desastres naturais e ocupação de áreas de risco
O Homem cada vez mais ocupa áreas de risco, como por exemplo: constrói em cima de
dunas e muito próximo do mar, em cima de linhas de água, no leito de inundação dos rios, em
zonas de vertente (o que pode provocar deslizamentos de terras), etc. Estas situações põem em
causa a sobrevivência de quem ocupa estas áreas.
O comportamento humano pode contribuir para uma melhor gestão dos recursos do nosso
planeta, de modo a permitir um desenvolvimento sustentável das sociedades. Isto implica que o
solo, o ar e a água não sejam poluídos e exige uma gestão racional dos recursos geológicos e
biológicos. Para isso é necessário educar a sociedade em que vivemos, de forma a que deixe
de ser uma sociedade consumista e investir na investigação de novas tecnologias que não
agridam o ambiente.
22
Princípios básicos para que não ocorra o colapso da nossa sociedade:
23
Industriais; Dunas;
… Zonas costeiras;
Exemplos: pegadas de dinossauros, pinturas rupestres em Vila Nova de Foz Côa, pedras
parideiras da Serra da Freita, as grutas, “Cabeça do Velho” da Serra da Estrela, Arriba fóssil
na Costa da Caparica, as amonites do Cabo Mondego, as três minas romanas na Serra de
Valongo, as fumarolas de S. Miguel, o Grand Canyon nos EUA, as cataratas do Niágara, etc..
o controlo da extração de areias e de rochas (de forma a evitar, por exemplo a queda de
pontes).
24
Bom Estudo!
25