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1. Tipologia de bolsa pleiteada.

Escolher a opção bolsa de Iniciação Científica


(presente edital).

2. Nome do(a) orientador(a). Selecionar o orientador entre os docentes


cadastrados na equipe do Projeto de Pesquisa e que possuem titulação
mínima de Mestre.

3. Nome do(a) orientando(a).


Douglas Oliveira de Jesus

4. Projeto/sub-projeto relacionado com o pedido de bolsa:


Computação aplicada ao processo educacional formal e não formal

5. Título do Plano de Trabalho.


Ensino de frameworks para desenvolvimento de aplicativos de celular por alunos do
Ensino Médio: uma análise da aprendizagem ativa.

6. Palavras-chave.
Computação, Educação, Pensamento Computacional, Aprendizagem Ativa

7. Marcar a(s) Área(s) de Tecnologia Prioritária do MCTI.


Área do conhecimento (CNPq): Ciências Exatas e da Terra
Sub área do conhecimento (CNPq): Ciência da Computação

8. Introdução e Justificativa.
No início dos anos 80, PAPERT (1980) apresentou a associação do uso de práticas
ativas de aprendizado com o uso de tecnologias digitais. O autor, nessa obra,
relaciona as teorias de Jean Piaget sobre a aprendizagem e conhecimento com a
ideia de que o computador não é somente uma máquina de ensinar, mas sobretudo
de aprender. Papert aponta a importância de não usar as tecnologias somente para
acessar conteúdos, mas sim para criar coisas, utilizando metodologias ativas.

Ao perceber a importância da tecnologia para a educação e a relação inevitável das


novas gerações com o uso das tecnologias e do meio digital (NIC, 2021), o
Pensamento Computacional e a utilização da computação aplicada se mostram
cada vez mais presentes como uma necessidade para as novas aplicações
pedagógicas.

Entretanto, por mais que a ideia de relacionar tecnologias com educação seja
datada já nos anos 80, resultados negativos sobre a formação dos professores
nessa área ainda é uma preocupação no Brasil. De acordo com a Pesquisa sobre o
Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras, feita
pela TIC Educação em 2020, gestores escolares citaram que cerca de 61% dos
professores têm falta de habilidades para utilizar recursos de tecnologia em
atividades pedagógicas (NIC, 2020). Isso resulta em um grande atraso das
instituições brasileiras quando comparadas com instituições educacionais de outros
países. Na Inglaterra, por exemplo, de acordo com a revista Exame (2014), alunos a
partir de 5 anos já possuem disciplinas obrigatórias de programação. Nos Estados
Unidos, projetos que incluem estudantes e professores já estão ativos desde 2016,
possibilitando o desenvolvimento da lógica, criação, criatividade e outras
características nos discentes (OLIVEIRA, 2016).

Paralelo a isso, na tentativa de propor uma educação de qualidade e de se manter


atualizada com as novas demandas, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC),
embasada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), em sua nova
atualização (BRASIL, 2018), aponta dez competências gerais para a educação
básica. Dessas, quatro citam a importância do uso digital e tecnológico de
informações. Dentre os tópicos gerais da BNCC para o Ensino Médio, as
tecnologias digitais são tematizadas de três formas: Pensamento Computacional,
Mundo Digital e Cultura Digital. Além do Pensamento Computacional, outros temas
se mostram relevantes na nova BNCC: a utilização da tecnologia, o uso de
ferramentas digitais e da internet de forma ética, e o entendimento do
funcionamento da ciência computacional.

O desenvolvimento do pensamento computacional é uma vertente de grande


importância e que tem crescido cada vez mais no processo educacional. Essa
abordagem busca desenvolver habilidades desejáveis e apontadas pelo Ministério
da Educação (MEC, 2018) desde as fases iniciais, incluindo crianças e jovens.
Dentre as habilidades, destacam-se: a utilização crítica, significativa e reflexiva das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), o domínio de algoritmos para
solução de problemas e a capacidade de abstração. Essas habilidades impactam
positivamente outras disciplinas curriculares, como a matemática, por exemplo.

No entanto, a demanda tecnológica abordada na BNCC e no MEC não condizem


com a falta das habilidades apontadas pela TIC Educação (NIC, 2020), deixando
evidente que a formação dos professores e estudantes não tem acompanhado as
necessidades da realidade atual. Este plano de trabalho propõe analisar essa
lacuna através do ensino de frameworks para estudantes do Ensino Médio,
contribuindo para o fortalecimento da criatividade, pensamento lógico, capacidade
de resolução de problemas, abstração e planejamento. Além disso, estudaremos
como o método de aprendizagem ativa impacta a motivação dos estudantes
participantes, registrando as dificuldades envolvidas e as formas de contorná-las
encontradas coletivamente. Analisaremos também o impacto desse aprendizado
nas demais disciplinas, visando mensurar o efeito da abordagem construtivista,
interativa e colaborativa no desejo de aprender, assim como a maior facilidade de
aprendizado frente às novas habilidades adquiridas.
Destacamos que o público alvo são estudantes do Ensino Médio com conhecimento
prévio de programação. Atualmente, a UEFS oferece curso de Introdução à
Programação em Python para estudantes de escolas públicas, que já demonstram
interesse em participar de um curso de desenvolvimento de aplicativos para celular.
Essa iniciação no mundo da programação também se dá de forma autodidata por
diversos jovens apaixonados por tecnologia. Este plano visa não só expandir esse
conhecimento, mas sobretudo estudar o impacto da motivação e aprendizagem
ativa no rendimento acadêmico.

9. Objetivo geral.
● Ensinar frameworks de desenvolvimento de aplicativos para celular para
estudantes do Ensino Médio com algum conhecimento prévio de
programação, visando motivá-los ainda mais em relação ao aprendizado de
lógica e pensamento abstrato;
● Analisar como o incentivo de uma postura mais ativa de aprendizado impacta
o rendimento acadêmico nas disciplinas obrigatórias da grade curricular do
Ensino Médio.

10. Objetivos específicos.


● Realizar levantamento bibliográfico em artigos que relatem sobre a
efetividade das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) durante o
Ensino Médio, suas aplicações e dificuldades relatadas pelos estudantes e
professores;
● Criar e publicar videoaulas sobre: programação orientada a objetos, padrões
de projeto (de desenvolvimento de software), linguagem Java, banco de
dados, prototipação e design, frameworks para o desenvolvimento de
aplicativos;
● Definir e realizar encontros virtuais contínuos para tirar dúvidas, interagir e
realizar atividades práticas relacionadas à teoria apresentada nas videoaulas;
● Aplicar questionários para analisar a motivação e auto-regulação ao longo do
ano letivo, assim como o desempenho nas disciplinas obrigatórias da grade
curricular;
● Estudar e propor coletivamente estratégias para acelerar o processo de
adaptação a aprendizagem ativa.

11. Materiais e Métodos.

Inicialmente, pretende-se focar na pesquisa bibliográfica, para compreender os


principais fatores que implicam em dificuldades para estudantes no processo de
ensino-aprendizagem e identificar de quais maneiras o ensino de programação
contribui para a atenuação desses problemas.
O projeto/plano será desenvolvido ao longo de um ano, na Universidade Estadual
de Feira de Santana e de maneira virtual. As seguintes etapas metodológicas farão
parte do processo construtivo:

• Revisão Bibliográfica

Para ser estabelecida uma fundamentação teórica do projeto, será necessário fazer
um estudo em torno do uso de Tecnologias de Informação e Comunicação no
Ensino Médio, para identificar os pontos fortes e fracos e o que pode ser aplicado de
forma condizente com a realidade dos estudantes e dos professores, utilizando do
ensino de programação com frameworks.

• Adequação do site e gravação das videoaulas teóricas

Haverá duas modalidades de ensino: teórica e prática. A modalidade teórica será


baseada em videoaulas, gravadas pelo bolsista, a serem disponibilizadas
virtualmente para os estudantes do Ensino Médio atendidos. Com o conhecimento
teórico, os estudantes serão capazes de construir suas próprias soluções. Os
materiais, como artigos, documentações dos frameworks e linguagens de
programação, livros e slides serão anexados, junto com as videoaulas no site
desenvolvido previamente pelo candidato:
https://sites.google.com/view/jeditemple/in%C3%ADcio?authuser=0.

• Acompanhamento síncrono entre o bolsista e os estudantes

A modalidade prática, por sua vez, será apresentada semanalmente, em encontro


virtual entre o bolsista e os estudantes. Nesses encontros, serão passados desafios
e atividades com o objetivo de avaliar o desempenho dos estudantes, além de
possuir um momento para sanar dúvidas dos vídeos que abordam o conhecimento
teórico. Os encontros serão supervisionados pela orientadora.

• Análise dos produtos finais dos estudantes

Nesta etapa, passado a divulgação de todas as videoaulas gravadas e todos os


encontros síncronos entre o bolsista e os estudantes, os alunos terão capacidade de
criar um aplicativo para celular, o qual será proposto e desenvolvido
incrementalmente desde o início das aulas. Com os aplicativos criados e testados,
os alunos poderão ter uma sequência de correções e indicações de melhoria, além
da possibilidade de divulgação de seus produtos.

• Análise dos questionários e estudo do impacto da metodologia no desempenho


acadêmico
Os dados colhidos através de questionários bimestrais serão analisados visando
entender a relação entre as habilidades desenvolvidas através do aprendizado de
programação e as habilidades específicas esperadas na BNCC.

Os dados serão também importantes como feedback da metodologia de ensino,


visando entender estratégias para manter a motivação dos estudantes ao longo do
ano, bem como a influência da aprendizagem ativa no rendimento escolar.

12. Resultados esperados.

Espera-se que, ao final do projeto, os estudantes tenham adquirido conhecimentos


teóricos e práticos em programação e desenvolvimento de aplicativos para celular
utilizando frameworks. Ademais, através da metodologia de ensino ativo, espera-se
que os estudantes sejam capazes de aplicar seus conhecimentos para resolver
problemas reais, desenvolvendo soluções inovadoras e criativas. A exemplo do
desenvolvimento de um aplicativo para celular funcional, utilizando os
conhecimentos adquiridos durante o projeto. Esse aplicativo poderá ser utilizado
pelos próprios estudantes, pela instituição de ensino ou até mesmo ser
disponibilizado nas lojas de aplicativos.

Além disso, espera-se que o projeto contribua com futuras iniciativas, ampliando as
oportunidades de acesso ao aprendizado de tecnologias, ao passo que indicará
uma alternativa viável e eficaz para o ensino dessa habilidade tão importante para o
mercado de trabalho e para o desenvolvimento tecnológico do país. Nesse sentido,
contribuiremos com o desenvolvimento de videoaulas e materiais de estudo a serem
disponibilizados gratuitamente através de um site. Essa plataforma poderá ser
utilizada futuramente como uma ferramenta para o ensino de programação em
outras instituições de ensino, contribuindo para a disseminação do conhecimento.

Por fim, espera-se que este projeto de iniciação científica contribua para a
promoção de uma educação mais ativa e inovadora, disseminando as análises
realizadas sobre a associação do ensino de programação com a metodologia de
aprendizagem ativa.

13. Referências.

BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei no 9394/96, de 20 de


dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional.
Brasília: MEC, 1996.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.


CHAMBERS, Sam. Escolas da Inglaterra ensinam alunos de 5 anos a programar.
Exame, 2014. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/escolas-da-inglaterra-
ensinam-alunos-de-5-anos-a-programar/. Acesso em: 10 de maio de 2023.

(NIC.BR), N. de Informação e Coordenação do P. B. Pesquisa sobre o uso das


tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras. Cetic.br, 2020.
Disponível em:
https://cetic.br/media/docs/publicacoes/2/20211124200326/tic_educacao_2020_livro
_eletronico.pdf. Acesso em: 10 de maio de 2023.

(NIC.BR), N. de Informação e Coordenação do P. B. Pesquisa tic kids online brasil.


Cetic.br, 2021. Disponível em: https://cetic.br/pt/pesquisa/kids-online/indicadores/.
Acesso em: 10 de maio de 2023.

OLIVEIRA, Vinicius. EUA lançam plano para ensinar todo mundo a programar.
Porfir, 2016. Disponível em: https://porvir.org/eua-lancam-plano-para-ensinar-todo-
mundo-programar/. Acesso em: 10 de maio de 2023.

PAPERT, S. M. Mindstorms: Children, Computers and Powerful Ideas. New York:


Basic Books, 1980.

14. Cronograma. Elenque as atividades a serem desenvolvidas para cada mês


de bolsa.
Mês 1:
Levantamento bibliográfico em artigos sobre a utilização da computação aplicada no
ensino-aprendizagem;
Divulgação do projeto de maneira midiática, dentro e fora da universidade, para os
alunos do Ensino Médio de Feira de Santana;

Mês 2:
Levantamento bibliográfico em artigos sobre a utilização da computação aplicada no
ensino-aprendizagem;
Divulgação do projeto de maneira midiática, dentro e fora da universidade, para os
alunos do Ensino Médio de Feira de Santana;
Adequação do site para utilizar como um banco de materiais sobre desenvolvimento
de software;
Planejamento das aulas;

Mês 3:
Seleção dos alunos do Ensino Médio;
Gravação de videoaulas teóricas;

Mês 4:
Gravação de videoaulas teóricas;
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Avaliação da motivação e auto-regulação através de questionário;

Mês 5:
Gravação de videoaulas teóricas;
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Escrita do relatório parcial;

Mês 6:
Gravação de videoaulas teóricas;
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Escrita do relatório parcial;

Mês 7:
Gravação de videoaulas teóricas;
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Avaliação da API desenvolvida pelos estudantes;
Avaliação da motivação e auto-regulação e do rendimento escolar através de
questionário;

Mês 8:
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho;
Análise dos dados obtidos através dos questionários;

Mês 9:
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho;

Mês 10:
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Mês 11:
Acompanhamento síncrono semanal pelo bolsista (supervisionado pela orientadora)
para alunos do Ensino Médio;
Avaliação periódica através de medidas de desempenho nas aulas;
Análise das produções finais feitas pelos estudantes;
Análise dos dados obtidos acerca dos desempenhos dos estudantes;
Aplicação do questionário final;
Análise final dos questionários;
Escrita do relatório final;

Mês 12:
Correção dos trabalhos práticos;
Feedback aos estudantes;
Análise dos dados obtidos acerca dos desempenhos dos estudantes tanto no curso
quanto nas disciplinas obrigatórias;
Escrita do relatório final;
Escrita de artigo.

15. Informações finais.


Termos de Aceite.

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