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LEGISLAÇÃO

PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Apresentação..................................................................................................................4
Crimes Contra a Ordem Tributária - Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990.................5
1. Tipificação dos Crimes Contra a Ordem Tributária.. ......................................................5
2. Bem Jurídico Tutelado.................................................................................................5
3. Princípio da Insignificância...........................................................................................6
4. Competência Criminal. ................................................................................................ 11
5. Competência Territorial............................................................................................. 13
6. Inviolabilidade de Domicílio....................................................................................... 13
7. Quebra do Sigilo Financeiro....................................................................................... 15
8. Inquérito Policial........................................................................................................17
9. Sigilo no Inquérito Policial......................................................................................... 19
10. Fiança e o Inquérito Policial..................................................................................... 19
11. Ação Penal.. ............................................................................................................. 20
12. Conclusão de Procedimento Administrativo-Fiscal.. ................................................ 20
13. Representação Fiscal...............................................................................................24
14. Condição Objetiva de Punibilidade ou Condição de Procedibilidade...........................24
15. Denúncia Genérica. ...................................................................................................25
16. Da Extinção de Punibilidade...................................................................................... 27
17. Da Colaboração Premiada........................................................................................ 31
18. Dos Crimes em Espécie. ...........................................................................................32
18.1. Classificação dos Crimes contra a Ordem Tributária.. ............................................32
18.2. Análise dos artigos 1º e 2º da Lei n. 8.137/1990. . ..................................................32
Mapas Mentais..............................................................................................................46

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Questões de Concurso.................................................................................................. 48
Gabarito....................................................................................................................... 69
Gabarito Comentado. .....................................................................................................70
Referências Bibliográficas............................................................................................ 114

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Apresentação
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou Sérgio Bautzer e leciono há 15 anos as leis pe-
nais e processuais penais especiais. Hoje, eu e você estudaremos os crimes previstos na Lei
n. 8.137/2009. Mas, cuidado desde já. No art. 1º e 2º, estudaremos os crimes contra a ordem
tributária. No art. 3º, você verá os crimes praticados por funcionários públicos contra a admi-
nistração pública fazendária (aqui já dou a primeira dica de estudos: leia tal dispositivo com o
código penal ao lado, para que você o compare os tipos penais previstos nos Art. 312 a 327.
no art. 4º, há os crimes contra a ordem econômica. Existiam crimes nos arts. 5º e 6º da men-
cionada lei, mas eles foram revogados. No art. 7º, você estudará os crimes contra as relações
de consumo. Aqui também você precisará ter cuidado pois existem também crimes previstos
no código de defesa do consumidor e também na lei dos crimes contra a economia popular.
Assim como em outras leis penais especiais, há a colaboração premiada no corpo da Lei n.
8.137/1990. O assunto que você mais deverá ter atenção é relacionado ao art. 1º, por conta
dos inúmeros julgados que existem sobre o assunto, inclusive existindo uma súmula vincu-
lante do STF. Tenha em mente que o que importa para o estado não é a prisão do contribuinte
que sonega tributos, mas sim o pagamento do que é devido para o fisco. Lembre-se para se
ter a ocorrência dos crimes previstos em alguns dos incisos do art. 1º, deve haver a conclusão
do processo administrativo fiscal. Uma vez finalizado o “PAF”, haverá o lançamento do crédito
tributário e a consequente consumação do crime, que é considerado pela doutrina e jurispru-
dência como material. A partir da conclusão do “PAF”, o estado comunica o ministério público
ou a polícia por meio de uma peça chamada representação fiscal. Só a partir daí, é que pode
haver a instauração do IP ou da ação penal. Ah, só para te lembrar, crimes conexos como lava-
gem de capitais e evasão de divisas, podem ser apurados, antes da conclusão do “PAF”. Você
não vai acreditar, mas se o condenado pelo art. 1º da Lei n. 8.137/1990 o pagar o que deve
para o fisco, haverá extinção de punibilidade. Se ele já estiver cumprindo pena, deverá ser solto
imediatamente, desde que a certidão da dívida ativa esteja negativa e seja juntada aos autos
da execução penal. Bom, depois desta breve apresentação, gostaria de dizer que estou à sua
disposição no fórum de dúvidas do Gran Online, que é o maior, melhor e mais completo curso
virtual para concursos públicos do país. Bons estudos!!!!!!

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CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - LEI N. 8.137,


DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990
1. Tipificação dos Crimes Contra a Ordem Tributária

No ordenamento jurídico interno, é possível dizer que a criação de tipos penais voltados à
tutela da ordem tributária é relativamente recente. A Lei n. 4.357, de 16 de julho de 1964, tipifi-
cou o crime de apropriação indébita do imposto de renda, imposto sobre o consumo e o impos-
to do selo, então existente. Na sequência, a Lei n. 4.729, de 14 de julho de 1965, posteriormente
revogada pela Lei n. 8.137/90,8 passou a definir o crime de sonegação fiscal.

2. Bem Jurídico Tutelado

De um modo geral, ao se referir ao bem jurídico tutelado pelos crimes contra a ordem tribu-
tária, a doutrina costuma apontar duas (duas) correntes diversas:
• Corrente patrimonialista: o bem jurídico tutelado pelos crimes tributários é o patrimô-
nio dinâmico da Fazenda Pública, também referido como erário público e arrecadação
tributária;
• Corrente funcionalista: rejeitando a postura patrimonialista, a concepção funcionalista
sustenta que o bem jurídico tutelado pelos crimes tributários guarda relação com as
diversas funções que o tributo deverá exercer em uma determinada sociedade, como,
por exemplo, o custeio e, também, que o delito de contrabando foi deslocado para o
art. 334-A (“Importar ou exportar mercadoria proibida “), sendo-lhe cominada uma pena
de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, financiamento das atividades institucionais do
Estado e das prestações sociais. É nesse sentido a lição de Hugo de Brito Machado.

Para o autor, o bem jurídico tutelado pelos crimes contra a ordem tributária está consubs-
tanciado nas funções que o tributo deve exercer de acordo com os dispositivos constitucio-
nais. Por conta da abstração e generalidade da postura funcional, que acaba dificultando a
incidência do Direito Penal nesse âmbito à luz do princípio da ofensividade, é dominante a

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adoção da corrente patrimonialista, no sentido de que os crimes tributários atentam contra a


administração do erário público, atingindo a arrecadação dos tributos e a gestão dos gastos
públicos, incidindo sobre a legítima expectativa de ingressos ao Tesouro Público, sem o qual
não chegaria a constituir o patrimônio público propriamente dito. Sem olvidar da importância
das funções desempenhadas pelos Tributos nas sociedades modernas, não se pode identifi-
cá-las como o bem jurídico tutelado pelos crimes tributários, pelo menos de maneira imediata.
Em síntese, conclui-se que o bem jurídico tutelado pelos arts. 1º e 2º da Lei n. 8.137/1990
e pelos demais crimes tributários previstos no Código Penal é a ordem tributária, a ser com-
preendida como “a atividade administrada pelo Estado, personificado na Fazenda Pública dos
distintos entes estatais (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), dirigida à arrecadação
de ingressos e à gestão de gastos em benefício da sociedade. Atividade que, por sua importân-
cia para o desenvolvimento das finalidades do Estado, é instituída e sistematizada nos artigos.
145 a 169 da Constituição Federal de 1988, assumindo o caráter de bem jurídico transindivi-
dual”.
Renato Brasileiro1 complementa que, secundariamente, os crimes contra a ordem tributária
também tutelam a Administração Pública, a fé pública, a garantia dos meios necessários para
que Estado possa atender às prestações sociais, o trabalho e a livre concorrência, consagrada
pela Constituição Federal como um dos princípios da ordem econômica (art. 170, IV), já que
não se pode negar que o empresário sonegador poderá praticar preços mais baratos do que
aquele que recolhe seus tributos de maneira regular, o que caracterizaria evidente concorrência
desleal.

3. Princípio da Insignificância

O princípio da insignificância, inicialmente, era aplicado aos crimes contra a ordem tributá-
ria, extinguindo todo crédito fiscal cujo valor fosse inferior a R$ 100,00 (cem reais).
Posteriormente, passou a ser adotado o valor previsto no artigo 20 da Lei n. 10.522/2002,
com redação dada pela Lei n. 11.033/2004, qual seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais). O dispositi-
1
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPo-
divm, 2020.

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vo prevê que os autos das execuções dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União serão
apenas arquivados, sem baixa na distribuição. Sendo, portanto, uma conduta administrativa
irrelevante, os Tribunais passaram a compreender que também deveria ser irrelevante criminal-
mente, sob pena de violação aos princípios aos princípios da subsidiariedade, da fragmentarie-
dade, da necessidade e da intervenção mínima que regem o Direito Penal.
A partir deste momento, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) passou a ser adotado para
a aplicação do princípio da insignificância aos delitos contra a ordem tributária, previstos na
Lei n. 8.137/1990, e também ao crime de descaminho, previsto no artigo 334, caput, do CP.
Importante destacar que, este valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) não é utilizado como
patamar para aplicação do princípio da insignificância aos tributos que não são de competên-
cia da União.
Afinal, para a aplicação desse patamar a crimes tributários praticados em detrimento dos
Estados, dos Municípios, ou do Distrito Federal, seria necessária a existência de lei do ente
federativo competente, porque a arrecadação da Fazenda Nacional não se equipara à dos de-
mais entes federativos. Ademais, um dos requisitos indispensáveis à aplicação do princípio da
insignificância é a inexpressividade da lesão jurídica provocada, que pode se alterar de acordo
com o sujeito passivo.2
Acerca do princípio da bagatela no caso de crimes relacionados a tributos que não sejam
de competência da União, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça:

É inaplicável o patamar estabelecido no art. 20 da Lei 10.522/2002, no valor de R$ 10


mil, para se afastar a tipicidade material, com base no princípio da insignificância, de
delitos concernentes a tributos que não sejam da competência da União. De fato, o STJ,
por ocasião do julgamento do REsp 1.112.748-TO, Terceira Seção, DJe 13/10/2009, sub-
metido à sistemática do art. 543-C do CPC, consolidou o entendimento de que deve ser
aplicado o princípio da insignificância aos crimes referentes a débitos tributários que
não excedam R$ 10 mil, tendo em vista o disposto no art. 20 da Lei 10.522/2002. Con-
tudo, para a aplicação desse entendimento aos delitos tributários concernentes a tribu-
tos que não sejam da competência da União, seria necessária a existência de lei do ente
federativo competente, porque a arrecadação da Fazenda Nacional não se equipara à
2
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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dos demais entes federativos. Ademais, um dos requisitos indispensáveis à aplicação do


princípio da insignificância é a inexpressividade da lesão jurídica provocada, que pode se
alterar de acordo com o sujeito passivo, situação que reforça a impossibilidade de se apli-
car o referido entendimento de forma indiscriminada à sonegação dos tributos de compe-
tência dos diversos entes federativos. Precedente citado: HC 180.993-SP, Quinta Turma,
DJe 19/12/2011. HC 165.003-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 20/3/2014.

A Portaria n. 75 do Ministro da Fazenda, de 22 de março de 2012, consoante disposto no


seu art. 1 º, II, da referida Portaria, determinou o não ajuizamento de execuções fiscais de débi-
tos com a Fazenda Nacional, cujo valor consolidado seja igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte
mil reais). O STF e o STJ passaram a julgar conforme este patamar. Vejamos:

Princípio da insignificância: alteração de valores por portaria e execução fiscal


A 2ª Turma, em julgamento conjunto, deferiu habeas corpus para restabelecer as senten-
ças de primeiro grau que, com fundamento no CPP (“Art. 397. Após o cumprimento do
disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente
o acusado quando verificar:... III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime”),
reconheceram a incidência do princípio da insignificância e absolveram sumariamente
os pacientes. Na espécie, os pacientes foram denunciados como incursos nas penas do
art. 334, § 1º, d, c/c o § 2º, ambos do CP (contrabando ou descaminho). A Turma obser-
vou que o art. 20 da Lei 10.522/2002 determinava o arquivamento das execuções fiscais,
sem cancelamento da distribuição, quando os débitos inscritos como dívidas ativas da
União fossem iguais ou inferiores a R$ 10.000,00. Destacou que, no curso dos processos,
advieram as Portarias 75/2012 e 130/2012, do Ministério da Fazenda, que atualizaram
os valores para R$ 20.000,00. Asseverou que, por se tratar de normas mais benéficas aos
réus, deveriam ser imediatamente aplicadas, nos termos do art. 5º, XL, da CF. Aduziu que,
nesses julgados, além de o valor correspondente ao não recolhimento dos tributos ser
inferior àquele estabelecido pelo Ministério da Fazenda, a aplicação do princípio da baga-
tela seria possível porque não haveria reiteração criminosa ou introdução, no País, de
produto que pudesse causar dano à saúde. Os Ministros Teori Zavascki e Cármen Lúcia
concederam a ordem com ponderações. O Ministro Teori Zavascki salientou o fato de

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portaria haver autorizado e dobrado o valor da dispensa de execução. A Ministra Cármen


Lúcia observou que habeas corpus não seria instrumento hábil a apurar valores.
HC 120620/RS e HC 121322/PR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.2.2014. (HC-120620)
Informativo n. 0622 do STJ
Recursos Repetitivos
Processo: ERsp. 1.688.878-SP
Ramo do direito: Direito Penal
Tema: Princípio da insignificância. Crimes tributários federais e de descaminho. Débito
não excedente a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Art. 20 da Lei n. 10.522/2002. Portarias n.
75 e 130/MF. Parâmetro de 20.000,00 (vinte mil reais). Orientação consolidada no STF.
Revisão do tema n. 157.
A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso
Especial Representativo da Controvérsia n. 1.112.748/TO, submetido ao rito dos recursos
especiais repetitivos – regulado pelo art. 543-C do Código de Processo Civil de 1973 –,
firmou o entendimento de que incide o princípio da insignificância aos crimes federais
contra a ordem tributária e de descaminho, quando o débito tributário não ultrapassar o
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002
(Rel. Min. Felix Fischer, DJe 13/10/2009, Tema - 157). O julgado, na ocasião, representou
um alinhamento da jurisprudência desta Corte com a do Supremo Tribunal Federal, pois,
até então, ao contrário do Pretório Excelso, a orientação que predominava nesta Corte era
no sentido da impossibilidade da aplicação do princípio da insignificância aos crimes tri-
butários com base no parâmetro fixado no art. 20 da Lei n. 10.522/2002. Com o advento
das Portarias n. 75 e 130/MF, ocorreu um novo distanciamento entre a jurisprudência
desta Corte e do Supremo Tribunal Federal, pois, enquanto o Pretório Excelso aderiu ao
novo parâmetro fixado por ato normativo infralegal, qual seja, de R$ 20.000,00 (vinte mil
reais), esta Corte não o fez. Dessarte, considerando os princípios da segurança jurídica,
da proteção da confiança e da isonomia, nos termos dos arts. 927, § 4º, do Código de
Processo Civil, e 256-S do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, revisa-se
a tese fixada no REsp Representativo da Controvérsia n. 1.112.748/TO – Tema 157 (Rel.
Min. Felix Fischer, DJe 13/10/2009), a fim de adequá-la ao entendimento externado pela
Suprema Corte.
HC 136843 - STF

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Órgão julgador: Segunda Turma


Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento: 08/08/2017
Publicação: 10/10/2017
Ementa:
CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO. VALOR SONEGADO INFERIOR AO FIXADO NO ART.
20 DA LEI 10.522/2002, ATUALIZADO PELAS PORTARIAS 75/2012 E 130/2012 DO
MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICAÇÃO. REITERA-
ÇÃO DA CONDUTA NÃO VERIFICADA NOS AUTOS. AUSÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DE
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. REEXAME DE FATOS E PROVAS EM RECURSO ESPECIAL. IMPOS-
SIBILIDADE. PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA. I - Nos termos da jurisprudência deste
Tribunal, o princípio da insignificância deve ser aplicado ao delito de descaminho quando
o valor sonegado for inferior ao estabelecido no art. 20 da Lei 10.522/2002, com as atua-
lizações feitas pelas Portarias 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. Precedentes. II
- A busca por procedimentos administrativos estranhos ao caso em concreto, demanda o
reexame de fatos e provas pelo Superior Tribunal de Justiça, o que é vedado em recurso
especial, conforme disposto na Súmula 7 daquele Tribunal Superior. III – Mesmo que o
suposto delito tenha sido praticado antes das referidas Portarias, conforme assenta a dou-
trina e jurisprudência, norma posterior mais benéfica retroage em favor do acusado. IV
– Ordem concedida para trancar a ação

O valor a ser considerado para fins de aplicação do princípio da insignificância é aquele


fixado no momento da consumação do crime, vale dizer, da constituição definitiva do crédito
tributário, e não aquele posteriormente alcançado com a inclusão de juros e multa por ocasião
da inscrição desse rédito na dívida ativa. A consideração, na esfera criminal, dos juros e da
multa em acréscimo ao valor do tributo sonegado, para além de extrapolar o âmbito do tipo
penal, implicaria em punição em cascata, ou seja, na aplicação da reprimenda penal sobre a
punição administrativa anteriormente aplicada, o que não se confunde com a admitida dupla
punição pelo mesmo fato em esferas diversas, dada a autonomia entre elas3.

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4. Competência Criminal

Conforme Renato Brasileiro4, os crimes contra a ordem tributária são espécies do gênero
“crimes contra a ordem econômico-financeira”. De acordo com o art. 109, VI, in fine, da Cons-
tituição Federal, os crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira são
da competência da Justiça Federal nos casos que a lei assim determina. Vê-se, pois, que o
simples fato de se tratar de crime contra o sistema financeiro ou contra a ordem econômico-
-financeira não atrai a competência da Justiça Federal, devendo antes se verificar se assim o
dispõe a lei.
Caso a lei não disponha que a competência será da Justiça Federal, a competência será da
Justiça Estadual, salvo se houver lesão a bens, serviços ou interesses da União, suas entida-
des autárquicas ou empresas públicas, quando, então, a competência da Justiça Federal será
fixada para ações penais por crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem econômico-
-financeira. Porém, não mais com fundamento no inciso VI do art. 109 da Constituição Federal,
mas sim com base no seu inciso IV do art. 109.
A Lei n. 8.137/1990, que dispõe sobre crimes contra a ordem tributária, econômica e contra
as relações de consumo, silencia quanto à competência da Justiça Federal. Portanto, aplica-se
o artigo 109, inciso VI da Constituição Federal para determinar a competência federal para os
delitos previstos na lei.
Assim, quanto aos crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1º a 3º da Lei n.
8.137/1990, a competência somente será da Justiça Federal se houver a supressão ou redu-
ção de tributos federais (v.g., imposto de renda e proventos de qualquer natureza, impostos
sobre importação de produtos estrangeiros, etc.); tratando-se de tributos de natureza estadual
ou municipal (v.g., imposto sobre a propriedade de veículos automotores, imposto sobre a pro-
priedade predial e territorial urbana, etc.), a competência será da Justiça Estadual. A título de
exemplo, compete à Justiça Estadual - e não à Justiça Federal - o julgamento de ação penal em
que se apure a possível prática de sonegação de imposto sobre serviço de qualquer natureza
(ISSQN) por representantes de pessoa jurídica privada, ainda que esta mantenha vínculo com

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entidade da administração indireta federal. Afinal, no caso de ISSQN, resulta prejuízo apenas
para os Municípios ou para o Distrito Federal, e não para a União.
Em relação ao crime de formação de cartel, previsto no art. 4º da Lei n. 8.137/1990, o Su-
perior Tribunal de Justiça entende que, como a lei não contém dispositivo expresso fixando
a competência da Justiça Federal, compete, em regra, à Justiça Estadual o julgamento dessa
espécie de delito. Isso, no entanto, não afasta a competência da Justiça Federal, desde que se
verifique ofensa a bens, serviços ou interesses da União, suas autarquias ou empresas públi-
cas (CF, art. 109, IV) ou, que, pela magnitude da atuação do grupo econômico ou pelo tipo de
atividade desenvolvida, o ilícito tenha a propensão de abranger vários Estados da Federação,
prejudicar setor econômico estratégico para a economia nacional ou o fornecimento de servi-
ços essenciais, de onde se evidenciaria interesse supra regional a apontar para a necessidade
de interferência da União. Na eventualidade de haver conexão e/ou continência envolvendo
crimes da competência da Justiça Federal e da Justiça Estadual, prevalecerá a competência
daquela, nos termos da súmula n. 122 do STJ (“Compete à Justiça Federal o processo e julga-
mento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a
regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal”).

Trata-se de habeas corpus preventivo em que o paciente e demais corréus, todos repre-
sentantes legais de sociedades empresariais, foram denunciados pela suposta prática
dos crimes previstos no art. 4º, III, a, b e c, da Lei n. 8.137/1990 (cartel) e no art. 288
do CP (formação de quadrilha) c/c o art. 69 do CP (concurso material). Narra a denún-
cia que, mediante acordos, convênios, ajustes e alianças, os denunciados controlavam
artificialmente o preço do gás industrial no mercado nacional. Nesse habeas corpus, dis-
cutiu-se somente a competência para processar e julgar a ação penal intentada contra
os pacientes, ficando as demais questões suscitadas para o juízo competente apreciar.
Explica o Min. Relator que a competência traz certa controvérsia porque, de acordo com
o disposto no inciso IV do art. 109 da CF/1988, os crimes contra a ordem econômica
ou contra o sistema financeiro nacional somente serão julgados na Justiça Federal na
hipótese de haver previsão expressa em lei ordinária. Para os crimes contra o sistema
financeiro, essa previsão encontra-se no art. 26 da Lei n. 7.492/1986; ao contrário, nos
crimes contra a ordem econômica, já que a Lei n. 8.137/1990 não contém dispositivo

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

fixando a competência da Justiça Federal, o julgamento de tais crimes compete, em


regra, à Justiça estadual. Porém, a norma não afasta, de plano, a competência da Justiça
Federal desde que se verifiquem as hipóteses elencadas no art. 109, IV, da CF/1988. Por
outro lado, diante da magnitude da atuação, prejudicando setor econômico estratégico
e o fornecimento de serviços essenciais (oxigênio) com propensão a abranger vários
Estados-membros, o interesse da União é patente (nesse sentido, a Turma tem decisão).
Com essas considerações, entre outras, a Turma concedeu a ordem tão-só para reco-
nhecer a competência da Justiça Federal, sem prejuízo da ulterior avaliação nos termos
da Súm. n. 150-STJ. Precedente citado: HC 32.292-RS, DJ 3/5/2004. HC 117.169-SP, Rel.
Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 19/2/2009.5

5. Competência Territorial

Tratando-se de infração penal prevista no art. 1º da Lei n. 8.137/1990, a competência terri-


torial será determinada com base no local do efetivo prejuízo sofrido pelo fisco, pouco impor-
tando que a conduta-meio (v.g., falsidade ideológica) tenha sido praticada em localidade diver-
sa. Partindo-se da premissa de que, aos olhos dos Tribunais Superiores, os crimes materiais
contra a ordem tributária consumam-se com a decisão final do procedimento administrativo
de lançamento, conclui-se, por consequência, que a competência territorial será determinada
com base no local em que ocorrer a constituição definitiva do crédito tributário, pouco impor-
tando ulterior mudança de domicílio fiscal do contribuinte.

6. Inviolabilidade de Domicílio

Consoante disposto no art. 195 do Código Tributário Nacional:

(...)para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais exclu-
dentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papeis e
efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes
de exibi-los.

5
STJ. HC 117.169-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 19/2/2009.

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Como é sabido, a Constituição Federal prevê que a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
guém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante deli-
to ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial (art. 5º, XI).
O conceito de casa, que não se confunde com o de domicílio tributário (CTN, art. 127), que é
tradicionalmente extraído pela doutrina e pela jurisprudência do art. 150, §4º, do Código Penal:
• qualquer compartimento habitado;
• aposento ocupado de habitação coletiva, ainda que se destine à permanência por pou-
cas horas;
• compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Inse-
re-se no conceito de casa, portanto, não só a casa ou habitação, mas também o escri-
tório de advocacia, o consultório médico, o quarto ocupado de hotel ou motel, o quarto
de hospital, empresas e lojas (do balcão para dentro), pátios, jardins, quintal, garagens,
depósitos etc.

Especificamente em relação aos estabelecimentos comerciais, sejam eles de propriedade


de pessoa física ou jurídica, há de se entender que a parte aberta ao público não está protegida
pela inviolabilidade domiciliar.
Por outro lado, a parte reservada aos que trabalham no local deve ser considerada como
“casa”.
Não se exige, para a definição de “casa”, que ela esteja fixada ao solo, pois o conceito cons-
titucional abrange as residências sobre rodas (trailers residenciais), barcos-residência, a parte
traseira do interior da boleia do caminhão etc.
Sem que ocorra qualquer das situações excepcionais taxativamente previstas no texto
constitucional (flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro), nenhum agente público, ain-
da que vinculado à administração tributária do Estado, poderá, contra a vontade de quem de
direito (“invito domino”), ingressar, durante o dia, sem mandado judicial, em espaço privado
não aberto ao público, onde alguém exerce sua atividade profissional, sob pena de a prova re-
sultante da diligência de busca e apreensão assim executada reputar-se inadmissível, porque
impregnada de ilicitude material.

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De se ver, então, que o poder fiscalizador da administração tributária perdeu, em favor do


reforço da garantia constitucional do domicílio (CF, art. 5º, XI), a prerrogativa da autoexecuto-
riedade.
O ingresso de agentes fiscais em dependência domiciliar do contribuinte (v.g., escritório de
contabilidade) também está condicionado à existência de prévia autorização judicial. Por con-
sequência, na eventualidade de haver o ingresso da autoridade administrativa no domicílio do
contribuinte sem o seu consentimento, e tampouco sem prévia autorização judicial, eventuais
provas ali obtidas hão de ser consideradas obtidas por meios ilícitos, imprestáveis, portanto,
quer para eventual processo penal, quer para eventual processo administrativo de apuração e
exigência do tributo.

7. Quebra do Sigilo Financeiro

O sigilo bancário e financeiro é um dever jurídico imposto às instituições financeiras para


que estas não divulguem informações acerca das movimentações financeiras de seus clien-
tes, tais como aplicações, depósitos, saques etc. Pode ser compreendido, portanto, como o
dever jurídico de sigilo das entidades atuantes no sistema financeiro nacional. Tal imposição
legal deriva do art. 1 °, caput, da LC n. 105/2001, que assim dispõe:

As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços pres-
tados.

De acordo com o art. 5º, §1 º, do referido diploma normativo, consideram-se operações


financeiras:

I – depósitos à vista e a prazo, inclusive em conta de poupança;


II – pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;
III – emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados;
IV – resgates em contas de depósito à vista ou a prazo, inclusive de poupança;
V – contratos de mútuo;
VI – descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito;
VII – aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;
VIII – aplicações em fundos de investimentos;
IX – aquisições de moeda estrangeira;
X – conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;

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XI – transferências de moeda e outros valores para o exterior;


XII – operações com ouro, ativo financeiro;
XIII – operações com cartão de crédito;
XIV – operações de arrendamento mercantil; e
XV – quaisquer outras operações de natureza semelhante que venham a ser autorizados pelo Banco
Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão competente.

Simples dados cadastrais não estão abrangidos pela proteção oferecida pelo sigilo finan-
ceiro, porquanto não constituem informações atinentes à intimidade dos clientes das opera-
ções financeiras. Como observa Tércio Sampaio Ferraz Júnior, deve-se partir da premissa de
que a inviolabilidade dos dados referentes à vida privada só tem pertinência para aqueles asso-
ciados aos elementos identificadores usados nas relações de convivência, as quais só dizem
respeito aos conviventes. Nas palavras do autor, “os elementos de identificação só são protegi-
dos quando compõem relação de convivência privadas: a proteção é para elas, não para eles”.
Em consequência, simples cadastros de elementos identificadores (nome, endereço, RG,
filiação etc.), não são protegidos”. Não por outro motivo, a nova Lei das Organizações Crimino-
sas (Lei n. 12.850/2013, art. 15) e a Lei de Lavagem de Capitais (Lei n. 9.613/1998, art. 17-B,
acrescentado pela Lei n. 12.683/2012) dispõem expressamente que o delegado de polícia e o
Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, exclusivamente
aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a sua qualificação pesso-
al (nome, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, estado civil, profissão, número de
carteira de identidade e número de registro no cadastro de pessoas físicas da Receita Federal),
filiação (indicação do nome do pai e da mãe) e o endereço (residencial e do trabalho) mantidos,
dentre outros órgãos, por instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito.
Na mesma linha, o art. 13-A do CPP, acrescentado pela Lei n. 13.344/2016, também passou
a prever que “nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no art. 158, §3º e no art. 159 do
Código Penal, e no art. 239 do ECA, o membro do Ministério Público ou o Delegado de Polícia
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada,
dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos”.

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8. Inquérito Policial

Conforme a jurisprudência e a doutrina, a circunstância de não conclusão do procedimento


administrativo fiscal visando à constituição do crédito tributário impede a investigação policial
e a instauração de inquérito policial do crime contra a ordem tributária sobre o mesmo fato.
Senão vejamos o que decidiu o STF:

Ementa: Habeas corpus. Denegação de medida liminar. Súmula n. 691/STF. Situações


excepcionais que afastam a restrição sumular. Crimes Contra a Ordem Tributária (Lei
n. 8.137/1990, art. 1º). Crédito tributário ainda não constituído definitivamente. Procedi-
mento administrativo-fiscal ainda em curso quando oferecida a denúncia. Ajuizamento
prematuro da ação penal. Impossibilidade. Ausência de tipicidade penal. Reconheci-
mento da configuração de conduta típica somente possível após a definitiva constituição
do crédito tributário. Inviabilidade da instauração da persecução penal, mesmo em sede
de inquérito policial, enquanto a constituição do crédito tributário não se revestir de defi-
nitividade. Ausência de justa causa para a persecutio criminis, se instaurado inquérito
policial ou ajuizada ação penal antes de encerrado, em caráter definitivo, o procedimento
administrativo-fiscal. Ocorrência, em tal situação, de injusto constrangimento, porque
destituída de tipicidade penal a conduta objeto de investigação pelo poder público. Con-
sequente impossibilidade de prosseguimento dos atos persecutórios. Invalidação, desde
a origem, por ausência de fato típico, do procedimento judicial ou extrajudicial de perse-
cução penal. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Habeas corpus conhecido, em
parte, e, nessa parte, deferido. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, sempre em
caráter extraordinário, tem admitido o afastamento, hic et nunc, da Súmula n. 691/STF,
em hipóteses nas quais a decisão questionada divirja da jurisprudência predominante
nesta Corte ou, então, veicule situações configuradoras de abuso de poder ou de mani-
festa ilegalidade. Precedentes. Hipótese ocorrente na espécie. Enquanto o crédito tribu-
tário não se constituir, definitivamente, em sede administrativa, não se terá por caracteri-
zado, no plano da tipicidade penal, o crime contra a ordem tributária, tal como previsto no
art. 1º da Lei n. 8.137/1990. É que, até então, não havendo sido ainda reconhecida a exi-
gibilidade do crédito tributário (an debeatur) e determinado o respectivo valor (quantum
debeatur), estar-se-á diante de conduta absolutamente desvestida de tipicidade penal.

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A instauração de persecução penal, desse modo, nos crimes contra a ordem tributária
definidos no art. 1º da Lei n. 8.137/1990 somente se legitimará, mesmo em sede de
investigação policial, após a definitiva constituição do crédito tributário, pois, antes que
tal ocorra, o comportamento do agente será penalmente irrelevante, porque manifesta-
mente atípico. Precedentes. Se o Ministério Público, no entanto, independentemente da
“representação fiscal para fins penais” a que se refere o art. 83 da Lei n. 9.430/1996,
dispuser, por outros meios, de elementos que lhe permitam comprovar a definitividade
da constituição do crédito tributário, poderá, então, de modo legítimo, fazer instaurar os
pertinentes atos de persecução penal por delitos contra a ordem tributária. A questão do
início da prescrição penal nos delitos contra a ordem tributária. Precedentes.
O pagamento integral de débito fiscal devidamente comprovado nos autos empreendido
pelo paciente em momento anterior ao trânsito em julgado da condenação que lhe foi
imposta é causa de extinção de sua punibilidade, conforme opção político-criminal do
legislador pátrio (...) Com base nesse entendimento, a 1ª Turma concedeu, de ofício,
habeas corpus para reconhecer a extinção da punibilidade de paciente condenado por
supostamente fraudar a fiscalização tributária (Lei 8.137/90, art. 1º, II, c/c art. 71 do CP).
Preponderou o voto do Min. Dias Toffoli, relator, que, inicialmente, não conheceu do writ.
Neste, a defesa pleiteava a aplicação do princípio da insignificância em favor do paciente
e o trancamento da ação penal sob a alegação de que o valor do débito seria inferior a
R$10.000,00. O relator assinalou inexistir ilegalidade flagrante, abuso de poder ou tera-
tologia na decisão proferida pelo STJ. Além disso, uma vez que aquela Corte não exami-
nara a matéria, a análise pelo Supremo configuraria supressão de instância. Acrescentou
haver menção, na sentença, de que o paciente seria contumaz na prática de crimes desse
jaez e fora condenado por delito de contrafação de moeda. (...)
O relator esclareceu que, no entanto, o impetrante peticionara no curso do habeas para
requerer a extinção da punibilidade, considerado o pagamento integral de débito tributá-
rio constituído. Aduziu, em reforço, ter sido juntada aos autos certidão da Fazenda Nacio-
nal. Referiu-se ao voto externado no exame da AP 516 ED/DF (v. Informativos 650, 705
e 712, julgamento pendente de conclusão), segundo o qual a Lei 12.382/2011, que trata
da extinção da punibilidade dos crimes tributários nas situações de parcelamento do
débito tributário, não afetaria o disposto no § 2º do art. 9º da Lei 10.684/2003, o qual pre-
veria a extinção da punibilidade em virtude do pagamento do débito a qualquer tempo.

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Ressalvou entendimento pessoal de que a quitação total do débito, a permitir que fosse
reconhecida causa de extinção, poderia ocorrer, inclusive, posteriormente ao trânsito em
julgado da ação penal. Precedente citado: HC 81929/RJ (DJU de 27.2.2004). HC 116828/
SP, rel. Min. Dias Toffoli, 13.8.2013. (HC-116828).

9. Sigilo no Inquérito Policial

Se houver a oposição ao advogado de sigilo no inquérito policial, será cabível o ajuizamen-


to de Reclamação junto ao STF por descumprimento da Súmula Vinculante n. 14 que diz:

É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de


prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

10. Fiança e o Inquérito Policial

O auto de prisão em flagrante faz nascer o inquérito policial e a autoridade policial somente
poderá conceder a liberdade provisória com a fixação de fiança nos casos de infração punida
com pena máxima de até 4 anos, o que o impede de estabelecer a garantia nos crimes previs-
tos no artigo 1º da Lei n. 8.137/1990 pois possuem a pena máxima de 5 anos.
Já os crimes previstos no artigo 2º da mesma Lei são infrações de menor potencial ofen-
sivo, apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência.
O Delegado de Polícia, conforme preceituava o § 2º do art. 325 do CPP, não poderia fixar
fiança nos crimes de sonegação fiscal e contra a economia popular, punidos com pena de de-
tenção. Tal proibição foi revogada com o advento da Lei n. 12.403/2011, que alterou o Código
de Processo Penal.
Se o autuado recolher a fiança fixada pelo Juiz, será colocado em liberdade provisória. Caso
haja o pagamento do débito tributário, o valor da fiança será devolvido em sua integralidade.

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11. Ação Penal

São crimes de ação penal pública incondicionada. Neste sentido o artigo 15 da Lei:

Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto
no art. 100 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

A Súmula n. 609 do STF dispõe o mesmo: “é pública incondicionada a ação penal por crime
contra a ordem tributária”.
Os delitos tipificados no artigo 1º tem a pena cominada de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa,
sendo, portanto, incabível a transação penal e a suspensão condicional do processo.
A competência para julgar e processar os delitos do artigo 1º será da Justiça Comum Es-
tadual ou Justiça Comum Federal, a depender do bem jurídico atingido.
Quanto aos delitos previstos no artigo 2º, a pena cominada é de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos e multa. Portanto, são infrações de menor potencial ofensivo, sendo cabível a suspensão
condicional do processo e a transação penal.
A competência para julgar e processar os delitos do artigo 2º também será da Justiça Co-
mum Estadual ou Justiça Comum Federal, a depender do bem jurídico atingido.

12. Conclusão de Procedimento Administrativo-Fiscal

Nos crimes previstos nesta lei, o oferecimento de denúncia depende da conclusão de pro-
cedimento administrativo-fiscal, mesmo que se trate de ação penal pública incondicionada.
No sítio do Supremo Tribunal Federal foi veiculada a seguinte notícia:

PSV 29 – Necessidade de lançamento definitivo do tributo para tipificar crime tributário.


A Proposta de Súmula Vinculante (PSV 29) foi a mais debatida em Plenário, a partir da
intervenção da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat. A representante do
Ministério Público alertou que embora houvesse condições formais para a aprovação da
súmula, a matéria não estava madura o suficiente para tornar-se vinculante. A PSV foi
aprovada por maioria de votos, vencidos os ministros Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e
Marco Aurélio. A maioria dos ministros, entretanto, aprovou a nova súmula no sentido de
que não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, inciso I, da

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Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo. Relator da PSV, o ministro


Cezar Peluso afirmou que a jurisprudência do STF atualmente não admite processo-crime
sem que esteja pré-definido o crédito, embora a posição da Corte esteja baseada em fun-
damentos concorrentes – a respeito da condição de procedibilidade e da inexistência de
elemento normativo do tipo penal, por exemplo.“nós temos um conjunto de fundamentos,
mas isto não é objeto da súmula. O objeto da súmula é a conclusão da Corte de que não
há possibilidade de exercício de ação penal antes da apuração da existência certa do
crédito tributário que se supõe sonegado”, explicou Peluso.Verbete: “Não se tipifica crime
material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, antes
do lançamento definitivo do tributo”.

Assim foi editada a Súmula Vinculante n. 24:

Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, inciso I, da Lei
n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.

Em relação ao crime de descaminho, não há necessidade de conclusão do procedimento


administrativo fiscal como fora decidido pela 5ª Turma do STJ:

É desnecessária a constituição definitiva do crédito tributário por processo administra-


tivo-fiscal para a configuração do delito de descaminho (art. 334 do CP). Isso porque
o delito de descaminho é crime formal que se perfaz com o ato de iludir o pagamento
de imposto devido pela entrada de mercadoria no país, razão pela qual o resultado da
conduta delituosa relacionada ao quantum do imposto devido não integra o tipo legal.
A norma penal do art. 334 do CP– elencada sob o Título XI: “Dos Crimes Contra a Admi-
nistração Pública” – visa proteger, em primeiro plano, a integridade do sistema de con-
trole de entrada e saída de mercadorias do país como importante instrumento de política
econômica. Assim, o bem jurídico protegido pela norma é mais do que o mero valor do
imposto, engloba a própria estabilidade das atividades comerciais dentro do país, refle-
tindo na balança comercial entre o Brasil e outros países. O produto inserido no mercado
brasileiro fruto de descaminho, além de lesar o fisco, enseja o comércio ilegal, concor-
rendo, de forma desleal, com os produzidos no país, gerando uma série de prejuízos para

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a atividade empresarial brasileira. Ademais, as esferas administrativa e penal são autôno-


mas e independentes, sendo desinfluente, no crime de descaminho, a constituição defini-
tiva do crédito tributário pela primeira para a incidência da segunda. HC 218.961-SP, Rel.
Min. Laurita Vaz, julgado em 15/10/2013.

Vale lembrar que, mesmo havendo o pagamento do débito tributário por parte do con-
tribuinte, haverá a responsabilização do funcionário público que cometeu o crime contra a
Administração Pública Fazendária:

Em se tratando de crimes funcionais contra a ordem tributária, mesmo que o tributo seja
pago, ou que haja a extinção da punibilidade do contribuinte, remanesce (persiste) a res-
ponsabilidade penal do funcionário público, já que os crimes previstos no art. 3º da Lei
n. 8.137/1990 não ofendem apenas a ordem tributária, mas também a moralidade admi-
nistrativa, constituindo verdadeiros delitos contra a administração Pública previstos em
Legislação Penal Especial. (HC 137.462/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado
em 17/11/2011)
Recurso em habeas corpus. Crime Contra a Ordem Tributária e outros crimes. Sonegação.
Procedimento administrativo. Exaurimento. Condição de procedibilidade. Ação penal.
Na linha do que vem delineando o Supremo Tribunal Federal, somente é possível o início
da ação penal em relação a crime de sonegação quando o procedimento administrativo
em curso for definitivamente concluído, já que discutível, ainda, o lançamento tributá-
rio. In casu, comprova-se nos autos a controvérsia administrativo-fiscal, por onde a nova
interpretação da Suprema Corte vem autorizando o trancamento da ação penal. Recurso
provido para trancar a ação penal em relação ao crime de sonegação fiscal (art. 1º, I, da
Lei n. 8.137/1990), sem prejuízo da futura ação penal, com o término do procedimento
administrativo, HC n. 37.401/SP prejudicado.

De acordo com a jurisprudência do STF, o Ministério Público não poderá ajuizar ação penal
no crime de sonegação fiscal enquanto não estiver encerrado o processo administrativo fiscal
e lançado o crédito tributário. Senão vejamos:

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Ementa: Penal. Processual penal. Crime Contra a Ordem Tributária. Lei n. 8.137/1990,
art. 1º. I – Condenação fundada em representação fiscal que demonstra que o paciente
teria omitido nas declarações de renda bens sem origem justificada, com a finalidade de
burlar o fisco. II – Falta justa causa para a ação penal pela prática do crime tipificado no
art. 1º da Lei n. 8.137, de 1990, enquanto não constituído, em definitivo, o crédito fiscal
pelo lançamento. HC n. 81.611/DF, Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, 10/12/2003.
II – No caso, o crédito fiscal já está constituído, visto que o procedimento administrativo
fiscal instaurado contra o paciente foi concluído em 1994. III – HC indeferido.
Ementa: habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime Contra a Ordem Tributária. Repre-
sentação fiscal. Suspensão do curso da ação penal. Decisão definitiva do procedimento
administrativo fiscal. Condição de procedibilidade da ação penal. Lavagem de dinheiro.
Crime autônomo. 1. Denúncia carente de justa causa quanto ao crime tributário, pois não
precedeu da investigação fiscal administrativa definitiva a apurar a efetiva sonegação
fiscal. Nesses crimes, por serem materiais, é necessária a comprovação do efetivo dano
ao bem jurídico tutelado. A existência do crédito tributário é pressuposto para a carac-
terização do crime contra a ordem tributária, não se podendo admitir denúncia penal
enquanto pendente o efeito preclusivo da decisão definitiva em processo administrativo.
Precedentes. 2. O crime de lavagem de dinheiro, por ser autônomo, não depende da ins-
tauração de processo administrativo-fiscal. Os fatos descritos na denúncia, se compro-
vados, podem tipificar o crime descrito na norma penal vigente, devendo, quanto a este,
prosseguir a ação penal. Precedentes. 3. Habeas corpus parcialmente concedido.

Importante, porém, destacar os ensinamentos de Renato Brasileiro6. Ele afirma que a deci-
são final do procedimento administrativo de lançamento funciona como condição objetiva de
punibilidade apenas nos crimes materiais contra a ordem tributária, ou seja, crimes cuja con-
sumação está condicionada à produção de um resultado, tal como ocorre em relação àque-
les definidos no art. 1º da Lei n. 8.137/1990. Logo, se os delitos previstos no art. 1º da Lei n.
8.137/1990 são de natureza material, exigem, para a sua tipificação, a constituição definitiva
do crédito tributário para o desencadeamento da ação penal. Todavia, na hipótese de crime
formal contra a ordem tributária, a conclusão do procedimento administrativo é desnecessá-

6
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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ria para a persecução penal. É o que acontece, por exemplo, com o crime do art. 2º, inc. I, da
Lei n. 8.137/1990, cuja consumação independe do resultado naturalístico correspondente à
obtenção de vantagem ilícita em desfavor do Fisco, bastando a omissão de informações ou
a prestação de declaração falsa, não demandando a efetiva percepção material do ardil apli-
cado. Portanto, nesse caso, a conclusão do procedimento administrativo é dispensável para
configurar a justa causa legitimadora da persecução.

13. Representação Fiscal

O STF entende que os crimes previstos na Lei n. 8.137/1990 são de ação penal pública in-
condicionada e que a representação fiscal nada mais é do que peça de informação endereçada
ao Ministério Público:

Ementa: Ação direta de inconstitucionalidade. 2. Art. 83 da Lei n. 9.430, de 27/12/1996.


3. Arguição de violação ao art. 129, I, da Constituição. Notitia criminis condicionada “à
decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário”. 4.
A norma impugnada tem como destinatários os agentes fiscais, em nada afetando a atu-
ação do Ministério Público. É obrigatória, para a autoridade fiscal, a remessa da notitia cri-
minis ao Ministério Público. 5. Decisão que não afeta orientação fixada no HC n. 81.611.
Crime de resultado. Antes de constituído definitivamente o crédito tributário não há justa
causa para a ação penal. O Ministério Público pode, entretanto, oferecer denúncia inde-
pendentemente da comunicação, dita “representação tributária”, se, por outros meios,
tem conhecimento do lançamento definitivo. 6. Não configurada qualquer limitação à atu-
ação do Ministério Público para propositura da ação penal pública pela prática de crimes
contra a ordem tributária. 7. Improcedência da ação.

14. Condição Objetiva de Punibilidade ou Condição de Procedibilidade


O exaurimento do processo administrativo fiscal não é condição de procedibilidade da
ação penal, mas sim condição objetiva de punibilidade do crime tributário, senão vejamos o
que decidiu o STJ:

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Processual penal. Habeas corpus. Delito tributário. Lançamento condição objetiva de puni-
bilidade. Ministério Público. Ação penal. Início. Impossibilidade. Requisição. Informações
bancárias e fiscais. Intervenção judicial. Inexistência. Prova ilícita. Ordem concedida.
1. O lançamento definitivo é conditio sine qua non para a constituição do crédito tributário,
de modo que, sem ele, não há que se falar em supressão de tributo e, portanto, inexiste a
necessária legitimidade para instauração da ação penal;
2. Sendo o exaurimento do processo administrativo-fiscal de lançamento condição obje-
tiva de punibilidade do delito tributário, a sua falta configura-se barreira intransponível ao
Parquet para iniciar a persecutio in judicio, pois além de ensejar constrangimento ilegal,
será de todo inútil;
3. O Ministério Público não detém o poder de, per se, determinar a quebra de
sigilo fiscal e bancário, mas somente quando for precedida da devida auto-
rização judicial, pena de macular de ilícita a prova obtida e, assim, impres-
tável para o fim de sustentar a ação penal ou decisão condenatória;
4. Ordem concedida para trancar o processo criminal.7
Recurso em habeas corpus. Direito Penal e Direito Processual Penal. Crime Contra a
Ordem Tributária. Quebra de sigilo. Prova ilícita. Inocorrência. Exaurimento da instância
administrativa. Condição objetiva de punibilidade. Ausência de justa causa.
A representação fiscal, dirigida ao Ministério Público para fins penais, substância cum-
primento de dever legal, compreendendo, por certo, o de instrução adequada com os
elementos documentais que certificam o ilícito penal tributário, no caso, as declarações
do imposto de renda do imputado autor. 2. A falta de decisão definitiva do processo admi-
nistrativo, em tema de crimes contra a ordem tributária, porque condição objetiva de puni-
bilidade, na luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, impede a propositura da
ação penal, com suspensão do prazo prescricional. 3. Recurso improvido. Habeas corpus
de ofício.

15. Denúncia Genérica

A 6ª Turma do STJ considerou inepta a denúncia do Ministério Público que não individuali-
za a conduta do sócio e administrador da pessoa jurídica:

7
STJ. HC n. 31.205/RJ, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Rel. p/ Acórdão Ministro Paulo Medina, 6ª Turma,
julgado em 2/9/2004, DJ 26/11/2007, p. 247.

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É inepta a denúncia que, ao imputar a sócio a prática dos crimes contra a ordem tributária
previstos nos incisos I e II do art. 1º da Lei n. 8.137/1990, limita-se a transcrever trechos
dos tipos penais em questão e a mencionar a condição do denunciado de administrador
da sociedade empresária que, em tese, teria suprimido tributos, sem descrever qual con-
duta ilícita supostamente cometida pelo acusado haveria contribuído para a consecução
do resultado danoso. Assim dispõe o art. 1º, I e II, da Lei n. 8.137/1990: “Constitui crime
contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou prestar declaração
falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elemen-
tos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido
pela lei fiscal”. Posto isso, cabe ressaltar que uma denúncia deve ser recebida se aten-
dido seu aspecto formal (artigo 41 c/c 395, I, do CPP), identificada a presença tanto dos
pressupostos de existência e validade da relação processual, quanto das condições para
o exercício da ação penal (artigo 395, II, do CPP), e a peça vier acompanhada de lastro
probatório mínimo a amparar a acusação (art. 395, III, do CPP). Nesse contexto, observa-
-se que o simples fato de o acusado ser sócio e administrador da empresa constante da
denúncia não pode levar a crer, necessariamente, que ele tivesse participação nos fatos
delituosos, a ponto de se ter dispensado ao menos uma sinalização de sua conduta,
ainda que breve, sob pena de restar configurada a repudiada responsabilidade criminal
objetiva. Não se pode admitir que a narrativa criminosa seja resumida à simples condi-
ção de acionista, sócio, ou representante legal de uma pessoa jurídica ligada a eventual
prática criminosa. Vale dizer, admitir a chamada denúncia genérica nos crimes societá-
rios e de autoria coletiva não implica aceitar que a acusação deixe de correlacionar, com
o mínimo de concretude, os fatos considerados delituosos com a atividade do acusado.
Não se deve admitir que o processo penal se inicie com uma imputação que não pode
ser rebatida pelo acusado, em face da indeterminação dos fatos que lhe foram atribuídos,
o que, a toda evidência, contraria as bases do sistema acusatório, de cunho constitucio-
nal, mormente a garantia insculpida no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal. HC
224.728-PE, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 10/6/2014.

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Conforme Renato Brasileiro8, na hipótese de infrações penais cometidas por mais de um


agente, há necessidade de a peça acusatória descrever o quanto possível a conduta delituosa
de cada um dos agentes. Ou seja, há necessidade de se individualizar o máximo possível as
ações delituosas atribuídas a coautores e partícipes, evitando-se acusações genéricas ou afir-
mações como, por exemplo, que “os dois acusados, de comum acordo, praticaram o crime”,
sob pena de evidente violação à ampla defesa.

16. Da Extinção de Punibilidade

Magistral a lição de Kyioshy Harada9 sobre a questão da extinção da punibilidade:

O art. 14 da Lei n. 8.137/1990, em sua redação original, versava sobre extinção da punibilidade pelo
pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia, a exemplo do que prescrevia o art. 2º da
Lei n. 4.729/1965.

À luz desse dispositivo formou-se a jurisprudência no STF, segundo a qual somente o pa-
gamento da última parcela do crédito tributário fracionado tem o condão de extinguir a punibi-
lidade, podendo em consequência, quando for o caso, ser recebida a denúncia: RTJ n. 163/885.
Esse art. 14 veio a ser revogado pelo art. 98 da Lei n. 8.383/1991. Porém, por força do
princípio da ultratividade das normas penais, aquela disposição do art. 14 continuou sendo
aplicada em relação aos fatos ocorridos durante a sua vigência.
Aliás, é nosso entendimento de que o pagamento antes da denúncia exclui a responsabili-
dade nos termos do art. 138 do CTN. E mais, nos crimes contra a ordem tributária o bem jurí-
dico tutelado é o Erário. Não se trata de retirar de circulação elemento que represente ameaça
à sociedade.
Posteriormente, o art. 34 da Lei n. 9.249/1995 reintroduziu a extinção da punibilidade dos
crimes contra a ordem tributária pelo pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia.
Em face do princípio da retroatividade da lei benigna (art. 5º, XL, da CF) o preceito do art. 34
tem aplicação a todos os casos, inclusive, àqueles já definitivamente julgados. [...]
8
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit
9
HARADA, Kiyoshi. Parcelamento e crimes contra a ordem tributária. Jus Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2140, 11 maio 2009.
Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12806>.

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Na vigência do art. 14 da Lei n. 8.137/1990 e do art. 34 da Lei n. 9.249/1995 firmou-se a


Jurisprudência no sentido de que somente com a extinção total do crédito tributário é possível
reconhecer a extinção da punibilidade dos crimes contra a ordem tributária, não bastando a
existência de mero parcelamento em curso: RTJ n. 171/505 e RTJ n. 177/1321.
Na vigência dos diplomas legais retro referidos nenhum efeito provocava na esfera penal
o acolhimento do pedido de parcelamento do crédito tributário. Não cogitava a jurisprudência
de suspensão da pretensão punitiva do Estado na pendência de parcelamento. Os dispositivos
legais pertinentes (arts. 14 da Lei n. 8.137/1990 e 34 da Lei n. 9.245/1995) eram aplicados lite-
ralmente, sem qualquer flexibilização. Entretanto, não se permitia a instauração de ação penal
na pendência de processo administrativo tributário originário de impugnação do lançamento
tributário, por força do art. 83 da Lei n. 9.430/1996, que proíbe a representação penal enquanto
não encerrado definitivamente o processo administrativo tributário. Essa norma, impugnada
pelo MPF, foi considerada constitucional pelo Plenário do STF (Adin n. 1571-1-DF, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJ de 19/12/2003).
A suspensão da pretensão punitiva do Estado só veio a ser prevista no art. 15 da Lei
n. 9.964/2000, que instituiu o Refis. Incluídos os créditos tributários no regime de parcelamen-
to antes do recebimento da denúncia opera-se a suspensão da pretensão punitiva concomitan-
temente com a suspensão da prescrição criminal (§ 1º do art. 15).
A extinção de punibilidade, todavia, só ocorrerá com o pagamento integral dos tributos
sob o regime de parcelamento (§ 3º do art. 15). Com a quitação total do crédito tributário a
suspensão da pretensão punitiva convola-se em extinção da punibilidade. Nesse sentido a ju-
risprudência do STF: RHC n. 89.618-RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio.

Atualmente, vigora o art. 9º da Lei n. 10.684, de 30/5/2003, vazado nos seguintes termos:
Art. 9º. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos
arts. 1º e 2º da Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em
que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no
regime de parcelamento:

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§ 1º A prescrição criminal não corre durante o período da suspensão da pretensão puni-


tiva.
§ 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurí-
dica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tri-
butos e contribuições sociais, inclusive acessórios.

O caput do art. 9º suspende a pretensão punitiva do Estado com a adesão do contribuinte


inadimplente ao regime de pagamento parcelado (Refis I, Refis II, Paex etc.). Não mais existe a
restrição do diploma legal anterior que condicionava a adesão ao programa de parcelamento
antes do recebimento da denúncia. O § 1º, de forma lógica e harmônica, suspende igualmente
a prescrição criminal porque a extinção da punibilidade dar-se-á apenas com o pagamento to-
tal da dívida tributária. Nesse sentido, a jurisprudência do STF: HC n. 90.591/SP, 1ª Turma, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence; RHC n. 89.152/SC, 1ª Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski.
Se o contribuinte for excluído do regime de pagamento parcelado, a pretensão punitiva do
Estado fica ipso fato reativada, podendo prosseguir o inquérito policial, bem como ocorrer o
recebimento da denúncia e a instauração da ação penal. Entretanto, se do ato de exclusão tiver
sido interposto recurso administrativo, por força do princípio constitucional do contraditório e
ampla defesa, enquanto em tramitação o respectivo processo administrativo tributário, a pre-
tensão punitiva do Estado continuará suspensa.
Por derradeiro, cumpre analisar o disposto no § 2º do art. 9º da Lei n. 10.684/2003, que
tem uma abrangência maior que a norma do caput que tem natureza temporária. A extinção
da punibilidade proclamada pelo § 2º não está vinculada ao pagamento integral de débitos tri-
butários incluídos no Refis II. O texto refere-se, com lapidar clareza, ao pagamento de “débitos
oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios”. Não mais existe a relação
entre a adesão ao programa de parcelamento e a extinção da punibilidade, como estava no
§ 3º do art. 15 da Lei n. 9.964/2000, que instituiu o Refis I.
Agora, o pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, incluído ou não no
programa de parcelamento, extingue a pretensão punitiva do Estado. O legislador partiu para
a despenalização completa na hipótese de pagamento integral do débito tributário, com o que

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se tem por satisfeito o interesse público tutelado. Seria uma iniquidade não reconhecer a ex-
tinção da punibilidade ao contribuinte devedor que paga, de uma só vez, a totalidade do débito
tributário e, ao mesmo tempo, reconhecer essa extinção da pretensão punitiva do Estado em
relação ao contribuinte devedor que paga a última prestação decorridos mais de dez anos.
Nesse sentido evoluiu a Jurisprudência da Corte Suprema: HC n. 81.929-RJ, 1ª Turma, Rel. Min.
Cezar Peluso; HC n. 83.414-RS, 1ª Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa.
Por oportuno, esclareça-se que a norma do § 2º do art. 9º da Lei n. 10.684/2003 – extin-
ção da punibilidade pelo pagamento a qualquer tempo – tem aplicação aos casos presentes,
futuros e passados. Quem estiver cumprindo pena decorrente de condenação por crime contra
ordem tributária poderá obter alvará de soltura mediante pagamento integral do tributo devido
acrescido de acessórios.
Concluímos que, nos crimes contra a ordem tributária, extingue-se a punibilidade mesmo
se o agente promover o pagamento integral da dívida depois do oferecimento da denúncia.
Vejamos o que já decidiu o STJ:

Habeas corpus. Falsidade ideológica e crime contra ordem tributária. Falso praticado
exclusivamente com a finalidade de reduzir o tributo a ser recolhido. Crime-meio absor-
vido pelo crime-fim. Princípio da consunção. Pagamento integral do débito tributário
antes do recebimento da denúncia. Extinção da punibilidade. Ordem concedida.
1 – Caracterizado que a redução do imposto a ser recolhido era o objetivo pretendido
pelos pacientes, sendo a declaração falsa o meio empregado à consumação do delito,
constituindo, assim, fase obrigatória e necessária do iter criminis, deve a falsidade ser
absorvida pelo crime contra a ordem tributária. 2 – Deve ser extinta a punibilidade da
ação penal que apura o ilícito tributário quando estiver demonstrado nos autos que houve
o recolhimento do imposto devido, com os respectivos acréscimos, antes do recebimento
da denúncia. Precedentes. 3 – Ordem concedida para trancar a ação penal em relação
aos pacientes, estendendo-se, de ofício, os efeitos da decisão ao corréu Valério Binazzi,
nos termos do art. 580 do CPP.P

Por fim, o pagamento do débito tributário realizado mesmo após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória também extingue a punibilidade do agente.

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17. Da Colaboração Premiada

O artigo 16, parágrafo único desta lei prevê a possibilidade de colaboração premiada do
agente:

Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos
nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.080,
de 19.7.1995)

O instituto da colaboração premiada está previsto na Lei de Organizações criminosas (Lei


n. 12.850/2013), artigo 3º e seguintes, alterados pelo Pacote Anticrime. São requisitos para
celebração do acordo de colaboração premiada:
• a delação deve estar relacionada a uma infração penal praticada pela organização cri-
minosa;
• a delação deve ser voluntária. O delator é quem deve procurar as autoridades públicas
para que haja a formalização da delação, ainda que a iniciativa se dê por incentivo de
seu advogado, por exemplo;
• eficácia da delação, possibilitando o alcance de uma das finalidades elencadas nos in-
cisos do art. 4º, caput, da Lei n. 12.850/2013.

É importante ressaltar que o Pacote Anticrime inseriu numerosas alterações no instituto da


colaboração premiada, com o intuito de demarcar com mais nitidez a atuação das autoridades
que negociam em nome do Estado, circunscrevendo a discricionariedade durante as tratativas
e tratando de garantias importantes para a defesa.

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18. Dos Crimes em Espécie

18.1. Classificação dos Crimes contra a Ordem Tributária

Os crimes previstos na lei em estudo são classificados conforme o sujeito ativo. Podemos
dividi-los em:
• Crimes praticados por particulares: estão previstos nos artigos 1º e 2º, os quais serão
objeto de minuciosa análise. Eles podem ser subdivididos em:
− art. 1º da Lei: crimes materiais, sendo necessário a produção do resultado “supres-
são” ou “redução do tributo”. Muitos denominam os crimes tipificados neste artigo
de Sonegação Fiscal em Sentido Próprio;
− art. 2º da Lei: crimes formais, sendo desnecessário a produção do resultado “su-
pressão” ou “redução do tributo” para a sua consumação. A exceção à regra fica
por conta do crime de apropriação indébita tributária, previsto no art. 2º, II, da Lei n.
8.137/1990. Outrora considerado espécie de crime formal, assemelhando-se, assim,
às demais infrações penais do art. 2º, o Supremo Tribunal Federal passou a tratá-lo
como crime material, de modo que a persecução penal desse delito ficasse condi-
cionada à decisão final do procedimento administrativo de lançamento10.
• Crimes praticados por funcionários públicos: estes delitos estão previstos no artigo
3º da lei, porém não são objeto desta aula. São crimes contra a Administração Pública,
acrescidos do elemento especializante de serem praticados em detrimento da Adminis-
tração Fazendária.

18.2. Análise dos artigos 1º e 2º da Lei n. 8.137/1990

ANÁLISE DO ARTIGO 1º, CAPUT:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

10
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Verbos–Núcleo: os núcleos do tipo são “suprimir”, no sentido de não pagar o tributo devi-
do, e “reduzir”, que significa pagar menos do que é devido.
Como se trata, de crime de conduta múltipla ou de conteúdo variado, é de se concluir que
a prática de mais de uma das condutas descritas em seus incisos não afasta a caracterização
de crime único, desde que haja a supressão ou redução de um único tributo em uma mesma
competência. Por consequência, se determinado agente, por ocasião da apresentação da de-
claração de imposto de renda, omitir uma informação e prestar uma declaração falsa (art. 1 º,
I), falsificar ou alterar uma nota fiscal (art. 1 °, III), terá praticado crime único do art. 1º da Lei n.
8.137/1990, visto que ambas foram praticadas em um contexto fático único11.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Configura de crime contra a ordem tributária, a sonegação fiscal de lucro oriundo de ativi-
dade criminosa, não sendo necessária a existência de origem lícita da renda ou de rendimen-
tos subtraídos dolosamente da tributação.
Sujeitos Ativo e Passivo: há certa oscilação na doutrina. Existe um debate se o crime con-
substancia um delito comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa ou se é delito es-
pecial, que somente pode ser cometido por pessoas que ostentem determinadas característi-
cas12.
Porém, a leitura do caput permite concluir que o tipo penal não faz nenhuma limitação do
círculo de autores, de modo que se trata de um delito comum.
O crime normalmente será cometido ou pelo contribuinte (sujeito ativo direto) ou pelo res-
ponsável tributário (sujeito ativo indireto).
Por ser um crime comum, aplica-se a Teoria do Domínio do Fato.
O sujeito passivo, por sua vez, será a União, Estados, Municípios e Distrito Federal, poden-
do, eventualmente, atingir outra pessoa jurídica de direito público, que tenha capacidade tribu-
tária ativa.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso e não admite a modalidade culposa. Logo, na even-
tualidade de o contribuinte, por conta de um lapso, esquecer-se de alguma hipótese fática de

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LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
12
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista
Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.

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incidência por ocasião da formulação da declaração para o lançamento, não há falar em crime
contra a ordem tributária, o que, todavia, não tem o condão de elidir eventual ilícito tributário.
Renato Brasileiro13 destaca que quando a supressão ou redução no recolhimento do tributo
decorrer de erro do agente no tocante à interpretação da lei tributária, parece-nos que se trata
de erro de tipo, vez que haverá um falsa representação sobre elemento constitutivo do tipo, ou
seja, quanto à supressão ou redução de tributo. Nesse caso, como não se admite a punição
dos crimes tributários a título culposo, a consequência será o reconhecimento da atipicidade.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há o não pagamento
ou a redução do tributo, contribuição e qualquer acessório.
A tentativa é admissível se for possível fracionar o iter criminis.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO I:

Art. 1º, inciso I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

Verbos-Núcleo: os núcleos do tipo são “omitir”, que significa deixar de prestar ou ocultar as
informações à Fazenda Pública, e “prestar” declaração falsa, que significa fornecer informação
ao Fisco que não corresponda à verdade.
Na primeira parte trata-se de um crime omissivo, vez que deixa de prestar informação à au-
toridade fazendária e acaba por não pagar o tributo ou pagando ele a menor. Para caracterizar
esta conduta deve-se provar que o agente podia e devia prestar informações.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
A omissão de informações às autoridades fazendárias somente configurará crime contra a
ordem tributária quando tiver a finalidade de suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social
e qualquer acessório.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há a supressão ou a
redução do tributo, contribuição e qualquer acessório.
O crime em estudo é classificado como de resultado, senão vejamos:
13
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Habeas corpus. Crime Contra a Ordem Tributária. CPMF. Sonegação. Art. 1º, Inciso I, da
Lei n. 8.137/1990. Ação penal. Art. 83 da Lei n. 9.430/1996. Crédito fiscal. Pendência de
processo administrativo. Ausência de lançamento definitivo. Delito não consumado. Falta
de justa causa. Trancamento. Prazo prescricional que não se inicia. Precedentes do STF.
1. É cediço que a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça se firmou no sentido
de que a decisão final na esfera administrativa, a teor do art. 83, da Lei n. 9.430/1996, não
se constitui em condição objetiva de procedibilidade para a propositura da ação penal
para apurar eventual cometimento de crime contra a ordem tributária. 2. Todavia, a ques-
tão continua sendo objeto de acirrados debates tanto nos Tribunais quanto na Doutrina. E,
recentemente, nos autos do HC n. 81.611/DF, o Supremo Tribunal Federal, com sua com-
posição renovada, por decisão plenária majoritária, reformou o entendimento até então
prevalecente sobre o tema. 3. Acolhendo os judiciosos argumentos esposados pela Corte
Suprema, tem-se que não há justa causa para a persecução penal do crime previsto no
art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, quando o suposto crédito fiscal ainda pende de lan-
çamento definitivo, uma vez que a inexistência deste impede a configuração do delito e,
por conseguinte, o início da contagem do prazo prescricional. 4. No caso dos autos, não
foi concluído o processo administrativo em que se discute a incidência ou não da CPMF
nas operações financeiras realizadas pelo Banco Itaú S.A., nas chamadas contas de
depósitos vinculados, em cumprimento ao que fora contratado pela Empresa Souza Cruz
representada pelos ora Pacientes. 5. A chamada “‘representação fiscal para fins penais’
ordenada à administração fiscal pelo dispositivo atacado [art. 83, da Lei n. 9.430/1996],
é mera noticia criminis, posto que obrigatória, e não condição necessária da propositura
da ação penal”; e, sem ferir essa premissa, tem-se que “antes de constituído definitiva-
mente o crédito tributário, não há justa causa para a ação penal quando se cuide de tipo
penal misto alternativo do art. 1º da L. 8.137/1990 que constitui crime de resultado”
(ADIn n. 1.571-1, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 30/4/2004; ref. voto-vista
do Min. Sepúlveda Pertence.) 6. Ordem concedida para trancar a ação penal em tela com
relação aos ora Pacientes, ficando suspenso o prazo prescricional até o julgamento defi-
nitivo do processo administrativo.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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No que tange à tentativa, não é possível na modalidade omissiva. Ricardo Antonio Andreuc-
ci14, porém, entende ser admissível.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO II:

Art. 1º, inciso II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo opera-
ção de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

Verbo-Núcleo: o núcleo do tipo é “fraudar”, que significa trapacear ou enganar. Se dá por


meio de inserção de elementos inexatos ou pela omissão de operações de qualquer natureza.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há a supressão ou a
redução do tributo, contribuição e qualquer acessório.
No que tange à tentativa, não partilhamos o posicionamento de Andreucci15, que afirma:

Embora não haja consenso na doutrina, entendemos que, em tese, poderia haver tentativa, a qual,
por si só, já seria punida como crime consumado previsto no art. 2º da lei ora em comento.

ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO III:

Art. 1º, inciso, III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;

Verbos-Núcleo: o núcleo do tipo é “falsificar”, que significa inovar com fraude, e “alterar”,
que significa modificar de qualquer forma o documento relativo à operação tributável.
Andreucci16 ainda explica que esse crime não se confunde com o de duplicata simulada.
Enquanto, no delito em comento, o bem vendido existe vindo descrito falsamente na nota fis-

14
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

15
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 6. ed. atual. e reform. São Paulo: Saraiva. 2009.
16
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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cal, fatura, duplicata, nota de venda ou documento semelhante, com o intuito de fraudar o Fis-
co, no crime de duplicata simulada inexiste qualquer bem vendido.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não se admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há o não pagamento
ou a redução do tributo, contribuição e qualquer acessório. A tentativa será admissível se for
possível o fracionamento do iter criminis.
Objeto Jurídico: o objeto material, que significa a coisa sobre a qual recai a conduta do
agente, é a nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo
à operação tributável.

ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO IV:

Art. 1º, inciso IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;

Verbos-Núcleo:
Os verbos que compõem o tipo penal em apreço são:
• “elaborar”, que significa preparar;
• “distribuir”, que significa repartir;
• “fornecer”, que significa entregar;
• “emitir”, que significa enviar e
• “utilizar”, que significa usar.

Todas estas condutas gravitam em torno dos documentos falsos ou inexatos.


Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma penal é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.

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Consumação e Tentativa: a consumação, segundo Andreucci17 ocorre com a efetiva ela-


boração, distribuição, fornecimento, emissão ou utilização de documento que saiba ou deva
saber falso ou inexato, obtendo o agente o proveito consistente na supressão ou redução do
tributo, contribuição social ou acessório.
No que tange à tentativa, entendemos ser admissível.
Objeto Jurídico: o objeto material é o documento falso ou inexato.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO V:

Art. 1º, inciso V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equiva-
lente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecêla
em desacordo com a legislação.

Verbos-Núcleo: o núcleo do tipo é “negar”, que significa recusar, ou “deixar de fornecer”,


que significa recusar-se a fornecer ou a entregar.
Cumpre ressaltar que o crime em análise “independe de qualquer outra circunstância para
sua caracterização, senão a recusa imotivada em apresentar documentos necessários à fisca-
lização18”.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: o crime tipificado pelo inciso V, ao contrário das condutas des-
critas nos incisos I a IV do art.1º, constitui delito formal e não material, como os anteriores.
Assim, para a sua consumação não se faz necessária a caracterização da efetiva supressão
ou redução do tributo, bastando que se realize as condutas descritas no inciso em comento19.
Assim, prescinde do prévio esgotamento das instâncias administrativas.
Para Rogério Sanches a tentativa é possível20.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, PARÁGRAFO ÚNICO:

17
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
18
TJSP – RT, 755/595.
19
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
20
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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Art. 1º, parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez)
dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou
da dificuldade quanto ao entendimento da exigência, caracteriza a infração do inciso V.

Neste momento, o legislador equiparou o parágrafo único ao delito de negativa ou ausên-


cia de fornecimento de nota fiscal ou fornecimento em desacordo com a legislação. Trata-se
de um crime a prazo.
Rui Stoco21 afirma que a fiscalização sempre ressentiu da dificuldade encontrada na ob-
tenção de informações e acesso aos documentos e livros contábeis, cuja verificação é funda-
mental aos trabalhos de auditoria fiscal junto a empresas. Assim, o contribuinte tem obrigação
de colocar à disposição da autoridade todos os documentos constantes de seus arquivos,
relativos a venda de mercadorias ou a prestação de serviços, tais como talonários com cópias
de notas fiscais, guias de recolhimento, cópias de informações fiscais, controle de emissão
de faturas e duplicatas, livros de registros diversos, ainda que a contabilidade seja feita com
auxílio da informática.
O Superior Tribunal de Justiça já decidiu:

DELITO MATERIAL. NÃO ATENDIMENTO. EXIGÊNCIA. FISCO.


O STJ já firmou o entendimento de que o delito de supressão ou redução de tributo é
material (art. 1º da Lei n. 8.137/1990), consumando-se, portanto, no momento da efetiva
supressão ou redução consubstanciadas na vantagem auferida ou no prejuízo causado
com a evasão tributária. Por sua vez, o delito previsto no parágrafo único do referido
dispositivo (de descumprir exigência da autoridade fazendária) também tem essa natu-
reza. Portanto, para sua configuração, é necessário que haja a redução ou supressão de
tributo tal qual definido no caput daquele artigo, o que não ocorreu na hipótese. Resp n.
1.113.460-SP, 6ª Turma, Rel. Min. Celso Limongi (Desembargador convocado do TJ-SP),
julgado em 24/11/2009.

21
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial, (Coord.). 7. ed. rev e atual e
ampl. São Paulo: RT, 2001, v. 1,

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Verbo-Núcleo: a falta de atendimento, apesar de não estar inserida no texto na forma ver-
bal, significa negar algo que foi requisitado.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: o crime consuma-se com o final do prazo assinalado pela auto-
ridade solicitante, sem que tenham sido prestadas as informações. É delito de mera conduta,
sendo o simples descumprimento da requisição de informações já é suficiente.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO I:

Art. 2º Constitui crime da mesma natureza:


I – fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra frau-
de, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributos;

Verbos-Núcleo: o tipo apresenta três verbos-núcleo: “fazer”, “omitir” e “empregar”.


Conforme Andreucci22, a declaração falsa, a omissão de declaração sobre rendas, bens
ou fatos, e o emprego de outra fraude devem ter como finalidade eximir-se o agente, total ou
parcialmente, do pagamento de tributo.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma não é apenas o patrimônio do Estado,
mas também, mediatamente, a sua capacidade de cumprir a missão constitucional, que deve
ser materializada com o auxílio dos recursos oriundos da arrecadação tributária. Se interpre-
tado nessa perspectivam é possível, inclusive, dizer que o bem jurídico protegido é a ordem
tributária23.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: este delito é uma forma de criminalização da preparação para o
crime previsto no artigo 1º, inciso I, já estudado.

22
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
23
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.

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Assim, basta que o agente faça a declaração falsa ou omita declaração de rendas, bens
ou fatos para a consumação. Ou seja, antes mesmo da supressão ou diminuição do tributo,
o delito já está configurado.
Portanto, trata-se de crime formal, não se exigindo assim, que o agente se isente total ou
parcialmente do pagamento do tributo para a caracterização do delito.
Neste sentido:

Apresentada pelo contribuinte a declaração de rendimentos, contendo afirmação falsa a respeito de


despesas médicas (tratamento dentário), com a finalidade de reduzir o imposto a pagar (IRPF), resta
consumado o crime de sonegação fiscal.24

No que tange à tentativa, entendemos ser inadmissível nas modalidades “fazer declaração
falsa” e “omitir declaração”. Nas demais modalidades, entendemos ser possível desde que
fracionável o itinerário do crime.

ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO II:

Art. 2º, inciso II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, des-
contado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos;

Verbo-Núcleo: destaca-se que a conduta descrita no tipo se assemelha à apropriação in-


débita prevista no artigo 168-A do Código Penal, pois tem como característica a imposição ao
agente de um dever de recolher tributo que não é por ele devido. Já na Lei em estudo existe o
dever de recolher o tributo.
O núcleo do tipo, no inciso II do artigo 2º da lei em estudo, é “deixar”, que, segundo An-
dreucci25, referindo-se ao recolhimento do valor de tributo ou contribuição social, descontado
ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo da obrigado e que deveria ser recolhido aos cofres
públicos.

24
TRF-1ª Região – RT, 729/654.
25
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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Andreucci26 ainda afirma que “a omissão no recolhimento deve ocorrer ‘no prazo legal’, ou
seja, no prazo previsto pela legislação tributária para o recolhimento do tributo ou contribuição
social.”
No que tange ao ICMS, Rui Stoco27, após explicar o mecanismo do referido imposto, con-
clui que a omissão no recolhimento caracterizaria o crime em comento: “Cabe, por primeiro,
demonstrar o mecanismo do ICMS, imposto com a característica peculiar da não cumulativi-
dade”.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Se o sócio-gerente de uma sociedade comercial deixar de recolher no prazo legal, de forma
consciente, o ICMS, referente a alguns meses do ano, escriturado nos livros fiscais e declarado
à administração fazendária, ele praticará, em tese, crime contra a ordem tributária.
Consumação e Tentativa: é crime omissivo próprio, uma vez que se consuma quando o
agente deixa de recolher, no prazo legal, o valor do tributo (devendo existir um dever jurídico do
agente fazê-lo).
Para Rogério Sanches é crime material. Para Renato Brasileiro28 é crime formal. Ele explica
que se o crime do art. 2º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, fosse considerado formal, não haveria
necessidade da decisão final do procedimento administrativo de lançamento para que tivesse
início a persecução penal. Todavia, a partir do momento em que o STF passou a tratar os cri-
mes de apropriação indébita de tributos como crimes materiais (Inq. 2.537), forçoso é concluir
que o esgotamento da instância administrativa passou a funcionar, pelo menos em relação a
tais delitos, como verdadeira condição objetiva de punibilidade, cujo não implemento inviabili-
za a deflagração da persecutio criminis, seja na fase investigatória, seja na fase judicial.
No que tange à tentativa, entendemos ser inadmissível.

26
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
27
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. Op. Cit.

28
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.

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Não Cabimento de Substituição da Pena: conforme a Súmula n. 171 do STJ, “Cominadas


cumulativamente, em lei especial, penas privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a subs-
tituição da prisão por multa”.
Tendo em vista que a Lei n. 8.137/1990 é especial e comina em seu preceito secundário
pena de multa, é proibida a substituição da pena privativa de liberdade por pena de multa.
Da Prescrição: a 6ª Turma do STJ fixou o termo inicial do prazo prescricional do crime pre-
visto no inciso II do artigo 2º da Lei n. 8.137/1990:

O termo inicial do prazo prescricional do crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990
é a data da entrega de declaração pelo próprio contribuinte, e não a inscrição do cré-
dito tributário em dívida ativa. Segundo a jurisprudência do tribunal Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 19/11/2012. (Súm. n. 436/STJ), “a entrega de declaração pelo
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qual-
quer outra providência por parte do fisco”. A simples apresentação pelo contribuinte de
declaração ou documento equivalente nos termos da lei possui o condão de constituir o
crédito tributário, independentemente de qualquer outro tipo de procedimento a ser exe-
cutado pelo Fisco. Assim, em razão de o crédito já estar constituído, é da data da entrega
da declaração que se conta o prazo prescricional do delito previsto no art. 2º, II, da Lei n.
8.137/1990. HC 236.376-SC.

ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO III:

Art. 2º, inciso III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer
percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo
fiscal;

Verbos-Núcleo: os verbos que compõem o núcleo do tipo são:


• “exigir”,
• “pagar” e
• “receber”, que dispensam maiores discussões.

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Sujeito Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito segundo Andreucci29 pode ser qualquer
pessoa que ocupe função pública, que ocupe função nas empresas ou instituições financeiras,
que se dediquem a arrecadar parcelas correspondentes a incentivos fiscais. Também pode ser
sujeito ativo deste delito o intermediário que, em seu nome, pratique as ações previstas no tipo
penal.
Rogério Sanches30, por sua vez, afirma que o delito tem como foco a repressão de práticas
que distorcem os objetivos subjacentes à concessão de incentivos fiscais. É voltado exclu-
sivamente para agentes privados (o agente público responde, eventualmente, pelo delito do
artigo 3º, inciso II) que exija, pague ou receba qualquer vantagem sobre a parcela dedutível ou
deduzida do tributo relativa ao incentivo fiscal. Trata-se de uma das poucas modalidades, em
nosso país, de incriminação semelhante à corrupção privada.
Já o sujeito passivo é o Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa. Porém, como
o tipo penal prevê “para si ou para o contribuinte beneficiário”, se conclui que além do dolo ge-
nérico, exige também o ânimo de apropriação.
Consumação e Tentativa: no que tange à consumação, nos explica Andreucci31 que, na
modalidade de conduta “exigir”, a consumação se opera com a mera exigência (crime formal),
independentemente da obtenção da percentagem. Nas modalidades de conduta “pagar” e “re-
ceber”, a consumação ocorre com o efetivo pagamento ao intermediário ou à empresa, ou com
o efetivo recebimento ou aceitação da percentagem.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO IV:

Art. 2º, inciso IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou
parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;

Verbos-Núcleo: os núcleos do tipo são “deixar de aplicar” e “aplicar em desacordo”.


Stoco32 diz que visou o legislador coibir a burla que se vem praticando com os chamados
incentivos fiscais, ou seja, aquelas parcelas dedutíveis do imposto de renda, concedidas sob
29
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
30
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
31
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
32
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. Op. Cit.

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condição, ou seja, desde que aplicados em determinadas áreas de atuação que o Governo es-
pecificou como prioritárias para receber tais benefícios.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública e secundariamente a entidade beneficiária.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: Andreucci33 explica que na modalidade omissiva, consuma-se
o crime com a ausência de aplicação do incentivo fiscal ou parcelas de imposto, devendo ser
observado o prazo legal para que isso ocorra. Na modalidade comissiva, consuma-se com a
aplicação ou parcela de imposto em desacordo com o estatuído.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO V:

Art. 2º, inciso V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito
passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida
à Fazenda Pública.

Verbo-Núcleo: os verbos-núcleo são “utilizar”, no sentido de tornar útil, aproveitar e “divul-


gar”, tornar público.
Tem por objetivo proteger a fidelidade e a veracidade das informações repassadas à Fa-
zenda Pública por meio de programas informáticos e, em última análise, evitar a sonegação de
tributos por meio de fraudes nesses sistemas.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pelo Direito Penal é a integridade das informações
contábeis.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte e o terceiro que se utiliza
ou divulga programa de processamento de dados indevidamente. Já o sujeito passivo é a en-
tidade pública lesada.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a incriminação antecipa a punibilidade da conduta por meio de
um crime formal, consistente no simples uso ou divulgação de programas que permitam que o
sujeito passivo da obrigação tributária obtenha informações contábeis diversas daquelas que,
por lei, deveria ter.
No que tange à tentativa, entendemos ser admissível.
33
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.

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MAPAS MENTAIS

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCM/PREFEITURA DE CONTAGEM-MG/AUDITOR-FISCAL FISCALIZAÇÃO/2020)
Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre fato gerador de
tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao descumprir a obrigação
de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo em valor menor do que
o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes. Ao tomar conhecimento
do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo administrativo fiscal de lan-
çamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do crime previsto no art. 1º, inciso
I, da Lei n. 8137/90. Considerando-se a situação descrita e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, o Ministério Público
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual só
pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material contra
a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/90.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibili-
dade da ação penal nessa espécie de crime.
d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado,
o agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei
n. 8.137/90 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.

Questão 2 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/AUDITOR-FISCAL/2019) Ten-


do em conta a Lei n. 8.137/90, na parte relativa aos crimes tributários, assinale a alternativa
correta.
a) Os crimes previstos no artigo 1º, incisos I a IV, são de natureza formal e, portanto, caracteri-
zam-se independentemente do prejuízo decorrente da supressão ou redução de tributo.
b) Os crimes previstos no artigo 2º, incisos I a V, são de natureza material e, portanto, caracteri-
zam-se apenas se implicarem prejuízo decorrente da supressão ou redução de tributo.
c) Os crimes previstos no artigo 3º, incisos I a III, são próprios de funcionários públicos.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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d) Desatender às exigências das autoridades fiscais, não fornecendo a documentação solicita-


da, é conduta atípica penalmente.
e) Dano grave à coletividade pode implicar aumento de pena de até 1/3, nos crimes previstos
nos artigos 1º, 2º e 3º.

Questão 3 (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/INSPETOR DE POLÍCIA


LEGISLATIVA/2018) Ulisses, auditor fiscal do município, em auditoria realizada na empresa
Skintrade Confecções, constatou irregularidades fiscais no referido estabelecimento. A pretex-
to de reduzir ou perdoar as referidas dívidas junto ao fisco municipal, exigiu do proprietário da
confecção determinado valor em dinheiro. Nesta hipótese, Ulisses cometeu crime:
a) funcional contra a ordem tributária.
b) de prevaricação.
c) de condescendência criminosa.
d) de corrupção ativa.
e) de excesso de exação.

Questão 4 (INSTITUTO ÂNIMA SOCIESC/PREFEITURA DE JARAGUÁ DO SUL-SC/FISCAL


TRIBUTARISTA/2020) A sonegação é um problema cujos efeitos atingem a sociedade como
um todo, diante do comprometimento da arrecadação de recursos para a manutenção do Esta-
do e para a garantia dos direitos sociais assegurados aos indivíduos pela Constituição Federal
de 1988 (TEIXEIRA, 2018). A sonegação fiscal é um crime. Constitui crime de sonegação fiscal:
I – Inserir elementos inexatos, sem intenção, tendo como consequência o aumento do va-
lor do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública.
II – Alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o propó-
sito de fraudar a Fazenda Pública.
III – Prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser pro-
duzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de
eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer adicionais
devidos por lei.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Está correto o que se afirma em:


a) Somente II.
b) Somente I e III.
c) Somente II e III.
d) Somente III.
e) Todas as afirmativas.

Questão 5 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Com re-


lação a aspectos do direito penal, julgue o item a seguir.
O agente que patrocina interesse privado junto à administração fazendária valendo-se da qua-
lidade de funcionário público comete o crime de advocacia administrativa que, de acordo com
o Código Penal, é punido com reclusão.

Questão 6 (CESPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL/2020) À luz da legislação penal brasilei-


ra, julgue o item a seguir.
Auditor-fiscal que exigir vantagem indevida para deixar de lançar ou de cobrar tributo devido
por contribuinte terá cometido o crime de concussão previsto no Código Penal.

Questão 7 (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) A respeito das infrações


penais previstas no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta.
a) Não constitui crime dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele cons-
tem em cadastros, bancos de dados, fichas ou registros.
b) Não se considera, para fins de redução da fiança, a situação econômica do réu ou do indi-
ciado.
c) É conduta atípica empregar — na reparação de produtos — peças ou componentes de repo-
sição usados, sem autorização do consumidor.
d) A pena de interdição temporária de direitos não é aplicável aos condenados por crimes con-
tra as relações de consumo.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser enganosa ou abusiva.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Questão 8 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR/2019)


As condutas constantes das alternativas a seguir constituem crimes contra a ordem tributária.
Dentre elas, a única possível de ser praticada por funcionário público, nos termos da Lei no
8.137/90, é a de
a) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento inde-
vido ou inexato de tributo ou contribuição social.
b) exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal.
c) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
d) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
e) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato.

Questão 9 (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE PINHAIS-PR/ANALISTA FISCAL DE TRI-


BUTOS MUNICIPAIS/2017) Segundo dispõe a Lei n. 8.137/1990, constitui crime contra a or-
dem tributária, praticado exclusivamente por servidor público,
a) omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.
b) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato.
c) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
d) exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo


da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.

Questão 10 (QUADRIX/PROCON-GO/FISCAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO/2017)


Com relação a crimes contra a ordem tributária e contra as relações de consumo, assinale a
alternativa correta.
a) Constitui crime contra a ordem tributária elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens
ou serviços mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Constitui crime contra a ordem tributária misturar gêneros e mercadorias de espécies dife-
rentes para vendê-los ou expô-los à venda como puros.
c) Constitui crime contra as relações de consumo deixar de fornecer, quando obrigatório, nota
fiscal ou documento equivalente, relativo à venda de mercadoria.
d) Constitui crime contra as relações de consumo alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de
venda ou qualquer outro documento relativo à operação tributável.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fraudar preços por meio de divisão em par-
tes de bem ou serviço habitualmente oferecido à venda em conjunto.

Questão 11 (VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ENCARREGADO DE FISCALIZA-


ÇÃO/2019) Dispõe a Lei n. 8.137/90 sobre os crimes contra a ordem tributária, econômica e
contra as relações de consumo:
a) Constitui crime contra a ordem econômica sonegar insumos ou bens, recusando-se a ven-
dê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o
fim de especulação.
b) Constitui crime funcional contra a ordem tributária o funcionário público deixar de aplicar, ou
aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por
órgão ou entidade de desenvolvimento.
c) Fraudar preços por meio de junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em
separado, constitui crime contra as relações de consumo, punido com detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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d) Destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de


preço, em proveito próprio ou de terceiros, constitui crime contra as relações de consumo,
punindo-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) e a de
multa à quarta parte.
e) Formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas, constitui crime contra a ordem econômica,
punido com reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Questão 12 (UFMT/PREFEITURA DE RONDONÓPOLIS-MT/ANALISTA INSTRUMENTAL -


FISCAL TRIBUTÁRIO/2019) Considere a seguinte situação hipotética:
Gentil, servidor ocupante do cargo de Fiscal Tributário do Município de Rondonópolis-MT, ao re-
alizar fiscalização na sede da empresa JKL Serviços, constatou que a pessoa jurídica não
emitiu nota fiscal relativa a serviços prestados a seus clientes. Diante disso, um dos sócios da
empresa ofereceu-lhe determinada quantia em dinheiro para deixar de lançar o imposto apura-
do. Caso Gentil aceite a proposta que lhe foi feita, a conduta configura
a) sonegação fiscal.
b) abuso de poder tributário.
c) crime de peculato.
d) crime funcional contra a ordem tributária.

Questão 13 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE CON-


SUMO/2019) Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com a Lei n. 8.137/1990:
a) As entidades e órgãos da Administração Pública destinados à defesa dos interesses e direi-
tos protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor não poderão celebrar compromissos de
ajustamento de conduta às exigências legais.
b) A celebração do compromisso de ajustamento suspenderá o curso do processo administra-
tivo, se instaurado, que somente será arquivado após atendidas todas as condições estabele-
cidas no respectivo termo.
c) A qualquer tempo, o órgão subscritor poderá, diante de novas informações ou se assim as
circunstâncias o exigirem, retificar ou complementar o acordo firmado.

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d) A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais
vantajoso para o consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito públi-
co integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.

Questão 14 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE


CONSUMO/2019) Constitui crime contra as relações de consumo, de acordo com a Lei
n. 8.137/1990, assinale a alternativa correta:
a) Elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Fraudar preços por meio de alteração, com modificação essencial ou de qualidade, de ele-
mentos tais como denominação, marca, embalagem entre outras.
c) Favorecer ou preferir, com justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
d) Vender ou expor à venda mercadores cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja de acordo com as prescrições legais, ou que corresponda à respectiva classifica-
ção oficial.

Questão 15 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/PREFEITURA - PROCU-


RADOR/2019) Segundo a doutrina penal, os crimes materiais caracterizam-se pela produção
de um resultado naturalístico, ou seja, é necessária a ocorrência de um resultado para a sua
consumação. Em posição contrária, encontram-se os crimes formais e os crimes de mera con-
duta, para os quais não é relevante o atingimento do resultado para a caracterização da consu-
mação do crime) Com relação aos crimes contra a ordem tributária, com base em entendimen-
to sumulado do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que apenas pode ser considerada
penalmente típica após o lançamento definitivo do tributo a conduta de:
a) suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante omissão
de informação, ou prestação de declaração falsa às autoridades fazendárias.
b) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.

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c) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou


cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
d) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda.

Questão 16 (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo com


o ordenamento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores sobre as disposições pre-
vistas nas Leis n. 8.137/1990, n. 8.176/1991 e n. 9.080/1995, que tratam dos crimes contra a
ordem tributária e as relações de consumo,
a) constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social,
não prevendo a Lei n. 8.137/1990, contudo, a tipificação das mesmas condutas quanto aos
acessórios.
b) a Súmula Vinculante 24, do Supremo Tribunal Federal, que dispõe que “não se tipifica crime
material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990, antes
do lançamento definitivo do tributo”, não pode ser aplicada a fatos anteriores à sua edição.
c) a constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente para tipificar as condutas
previstas no art. 1º, I a IV, da Lei n. 8.137/1990, não influenciando em nada, para fins penais,
o fato de ter sido reconhecida a prescrição tributária.
d) nos crimes previstos na Lei n. 8.137/1990, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que por meio de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda
a trama delituosa terá extinta a sua punibilidade.
e) constitui crime contra a ordem econômica sonegar insumos ou bens, recusando-se a ven-
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Questão 17 (VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO/2019) O Procurador do Município que patrocinar, indiretamente, interesse privado perante
a Secretaria Municipal da Fazenda, valendo-se da qualidade de servidor público, sujeita-se a
responsabilidade, em tese, por
a) crime praticado por particular contra a Administração em geral, pelos fatos terem sido pra-
ticados indiretamente.
b) crime praticado por particular contra a ordem tributária, pelos fatos terem sido praticados
por interposta pessoa.
c) crime praticado por particular contra a ordem fiscal, pelos fatos terem ocorrido fora do local
de exercício do agente público.
d) crime funcional contra a ordem tributária.
e) infração funcional à legislação tributária, mediante Ação Anulatória.

Questão 18 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO/2019) No que respeita aos crimes tributários, é correto afirmar que não tipifica
crime material contra a ordem tributária, antes do lançamento definitivo do tributo, uma das
seguintes condutas:
a) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.
b) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
c) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.
d) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.

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Questão 19 (VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Em rela-


ção aos crimes contra a ordem tributária, é correto afirmar:
a) nos crimes previstos em Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe
que, através de confissão espontânea ou delação, revelar à autoridade policial ou judicial, toda
a trama delituosa e os demais envolvidos, terá a sua pena reduzida em até um terço, dispen-
sado o pagamento de multa.
b) a pena de multa será fixada entre 05 (cinco) e 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias-multa,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
c) constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, quando o agente elabora, distribui, fornece, emite ou utiliza documento que
saiba ou deva saber falso ou inexato, punido com reclusão de 1 (um) a 6 (seis) anos, e multa.
d) caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a insuficiên-
cia ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias legalmente previstas, poderá diminuí-las
até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.
e) em relação aos crimes praticados por funcionários públicos, constitui crime funcional con-
tra a ordem tributária, utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é,
por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Questão 20 (FCC/TRF-4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL/2019) Ricardo e Saulo, sócios diretores de uma empresa de cosméticos com
sede no estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2017, prestaram declarações falsas à autorida-
de fazendária, com o escopo de suprimir imposto federal. A empresa foi alvo de autuação e o
imposto reduzido devidamente lançado. Após a conclusão das investigações, Ricardo e Saulo
foram denunciados pelo Ministério Público Federal por crime contra a ordem tributária (artigo
1º, I, da Lei n. 8.137/1990). A denúncia foi recebida pela Justiça Federal e a ação penal passou
a tramitar regularmente) No curso da ação penal, antes da prolação da sentença de primeiro
grau, Ricardo e Saulo quitaram integralmente o débito tributário suprimido. Neste caso, Ricardo
e Saulo

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a) não terão qualquer benefício, uma vez que o pagamento ocorreu após o recebimento da
denúncia.
b) terão as suas penas reduzidas de 1/3 a 2/3.
c) terão as suas punibilidades extintas pelo Magistrado competente.
d) serão beneficiados pelo perdão judiciário.
e) terão as suas penas de reclusão substituídas pela de detenção ou, então, o Magistrado po-
derá lhes aplicar apenas a pena de multa.

Questão 21 (BANCA PRÓPRIA/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019)


Assinale a alternativa INCORRETA.
a) O crime de vender mercadoria em condições impróprias ao consumo, previsto no artigo 7º,
inciso IX, da Lei n. 8.137/90, é punido a título de dolo e de culpa.
b) Nos crimes contra a ordem econômica e as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90,
constitui causa de aumento de pena ser o crime praticado em relação à prestação de serviços
ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
c) Nos crimes ambientais, previstos na Lei n. 9.605/98, o arrependimento do infrator, desde
que manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação
ambiental causada, constitui circunstância atenuante genérica.
d) Nos crimes funcionais contra a ordem tributária previstos na Lei n. 8.137/90, constitui causa
de aumento de pena ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções.
e) Somente há justa causa para a persecução penal pela prática de crime material previsto no
artigo 1º da Lei n. 8.137/90 com o advento do lançamento definitivo do crédito tributário.

Questão 22 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990, que


tipifica a omissão no recolhimento de ICMS cobrado de terceiro, é aplicável ao imposto devi-
do na substituição tributária, em que o responsável cobra o valor do contribuinte, mas não do
imposto devido em nome próprio quando o contribuinte vende ao consumidor final, conforme
entendimento dominante no TJSC, recentemente confirmado pela 3º Seção do STJ.

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Questão 23 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Não é aplicável o art. 14, II, do CP à


tentativa de sonegação tipificada no art. 1º da Lei n. 8.137/1990, devido à existência de tipo
subsidiário específico para a hipótese.

Questão 24 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Nos casos de evasão tributária me-


diante fraude (sonegação fiscal penalmente tipificada), o sujeito ativo do delito será o sujeito
passivo da obrigação tributária.

Questão 25 (VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/INSPETOR FISCAL DE RENDAS


- CONHECIMENTOS GERAIS/2019) A conduta de “extraviar livro oficial, processo fiscal ou
qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total
ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social”
configura crime contra
a) a Administração Pública.
b) a Administração em Geral.
c) a Ordem Tributária.
d) o Sistema Financeiro Nacional.
e) a Administração da Justiça.

Questão 26 (AMAUC/PREFEITURA DE ITÁ-SC/FISCAL DE TRIBUTOS/2019) Constitui cri-


me contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer aces-
sório, mediante as seguintes condutas:

1) Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.


2) Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.
3) Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro docu-
mento relativo à operação tributável.
4) Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou docu-
mento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de servi-

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ço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.


Sobre as condutas descritas acima assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) As alternativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
c) A alternativa 2 é falsa.
d) Somente as alternativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) As alternativas 3 e 4 são falsas.

Questão 27 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/FISCAL DE CA-


DASTRO TRIBUTÁRIO I/2018) Aquele que patrocina, direta ou indiretamente, interesse priva-
do perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, prati-
ca crime
a) de advocacia administrativa, previsto no Código Penal.
b) contra a Administração Pública, previsto no Código Penal.
c) de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 8.429/92.
d) contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/90.
e) de favorecimento pessoal, previsto na Lei de Improbidade.

Questão 28 (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO-RO/ANALISTA JURÍDICO/2018) A con-


duta do funcionário público que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, constitui:
a) crime de mão própria contra o patrimônio do sistema financeiro nacional.
b) crime funcional contra a ordem tributária.
c) contravenção penal.
d) crime contra a administração da justiça, previsto no Código Penal.
e) crime especial contra a ordem econômica.

Questão 29 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PRO-


VIMENTO/2019) A conduta de formar ajuste entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços, é tipificada como crime contra

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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a) a ordem econômica.
b) as relações de consumo.
c) a ordem tributária.
d) o consumidor.
e) a fé pública.

Questão 30 (TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS REMOÇÃO/2012)


Analise as proposições abaixo:
I – O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho,
e será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
II – Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os cri-
mes definidos na Lei n. 8.137/1990, incide nas penas a estes cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
III – Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são, em sua maioria, de ação penal pública
condicionada.
IV – A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

a) Somente as proposições II e IV estão corretas.


b) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I, II e IV estão corretas.
d) Somente as proposições II e III estão corretas.
e) Todas as proposições estão corretas.

Questão 31 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL - ÁREA 8/2019) A con-


duta de deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado
ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos, configura
a) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 4.898/1965.
b) crime contra a administração pública, previsto no Código Penal.

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c) crime contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/1990.


d) crime previsto na Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
e) crime hediondo, previsto na Lei n. 8.072/1990.

Questão 32 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) A conduta de deixar de re-


colher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos, configura
a) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 4.898/1965.
b) crime contra a administração pública, previsto no Código Penal.
c) crime contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/1990.
d) crime previsto na Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
e) crime hediondo, previsto na Lei n. 8.072/1990.

Questão 33 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) No tocante aos cri-


mes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, previstos na Lei
n. 8.137/90, o pagamento integral do tributo, a qualquer tempo, determina o encerramento da
investigação policial ou do curso da ação penal em virtude
a) da extinção da punibilidade.
b) da decadência do direito punitivo.
c) do perdão judicial.
d) da prescrição punitiva do estado.
e) da atipicidade da conduta.

Questão 34 (UFU-MG/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2019) Constitui crime contra a or-


dem tributária, nos termos da lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, EXCETO,
a) identificar alternativas ou lacunas na lei, antes da ocorrência do fato gerador, que permitam
realizar as operações de maneira o menos onerosa possível ao contribuinte, do ponto de vista
tributário.
b) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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c) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que se saiba ou deva saber falso
ou inexato.
d) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tivo à venda de mercadoria ou à prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.

Questão 35 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo


com o disposto na Lei n.º 8.137/1990, os crimes contra a ordem tributária estarão sujeitos à
ação penal pública
a) incondicionada, a qual somente pode ser promovida após o trânsito em julgado da respec-
tiva execução fiscal.
b) condicionada à apresentação da representação fiscal para fins penais.
c) condicionada à apresentação de certidão da fazenda pública que ateste o lançamento defi-
nitivo do tributo.
d) incondicionada, a qual pode ser promovida pelo Ministério Público independentemente de
representação fiscal para fins penais.
e) condicionada ao trânsito em julgado do processo executivo de cobrança, independentemen-
te da apresentação da representação fiscal para fins penais.

Questão 36 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLOCO I/2019)


O agente que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, pratica
a) prevaricação.
b) advocacia administrativa.
c) conduta penalmente atípica.
d) corrupção passiva privilegiada.
e) crime funcional contra a ordem tributária.

Questão 37 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - BLOCO


I/2019) O proprietário de estabelecimento comercial que impeça o acesso de auditor fiscal da
SEFAZ, regularmente identificado e com atribuição para dar início à ação fiscal, pratica:

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) crime contra a ordem tributária.
e) conduta penalmente atípica, considerada mera infração administrativa.

Questão 38 (OBJETIVA/CÂMARA DE CAXIAS DO SUL-RS/CONTADOR/2018) Segundo a


Lei n. 8.137/1990, a supressão ou a redução de tributo, ou contribuição social e qualquer aces-
sório constitui crime contra a ordem tributária, quando realizadas através das seguintes con-
dutas:
I – Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.
II – Deixar de fornecer, sendo ou não obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente,
relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada.
III – Elaborar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato.

Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.
e) Nenhum dos itens.

Questão 39 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações. A pena privativa de liberdade aplicável ao crime
de falsificação de nota fiscal é de seis meses a dois anos, podendo ser convertida em multa
pecuniária.

Questão 40 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações.

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A pena de multa atribuída a particulares e servidores públicos que praticarem crime de natu-
reza tributária é fixada em dias-multa, sendo o mínimo de dez e o máximo de trezentos e ses-
senta dias-multa.

Questão 41 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações. A pena de multa atribuída a particulares e ser-
vidores públicos que praticarem crime de natureza tributária é fixada em dias-multa, sendo o
mínimo de dez e o máximo de trezentos e sessenta dias-multa.

Questão 42 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Acerca de tráfico ilí-


cito de entorpecentes, crimes contra o meio ambiente, crime de discriminação e preconceito e
crime contra o consumidor, julgue o próximo item.
Importador ou prestador de serviço que promover propaganda com o objetivo de obter vanta-
gem indevida com o produto fornecido ou o serviço prestado cometerá crime contra o consu-
midor.

Questão 43 (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Nos termos da


legislação penal, a conduta de destruir mercadoria, com o fim de provocar alta de preços, cons-
titui crime contra
a) a incolumidade pública.
b) a ordem econômica.
c) as relações de consumo.
d) a paz pública.
e) as relações econômicas.

Questão 44 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Conforme a Lei n. 8.137/1990,


constitui crime contra as relações de consumo, que pode ser punido na modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte, a seguinte
conduta:

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a) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de


entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
b) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
c) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
d) vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
e) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros.

Questão 45 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS I - GE-


RAL/2018) De acordo com a Lei no 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva à venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legisla-
ção.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,
a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.

Questão 46 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Os representantes legais de


uma determinada empresa tiveram instaurado contra si inquérito policial para apurar a suposta
prática dos crimes previstos nos artigos 1º , I e II, da Lei no 8.137/90, porque teriam omitido

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da folha de pagamento da empresa e de documento de informações previstos pela legislação


previdenciária, segurados empregados e contribuintes individuais, não recolhendo as respecti-
vas contribuições previdenciárias no período de 10/2014 a 1/2017. Houve a realização de lan-
çamento de ofício pelos agentes fiscais. Inconformados, os representantes legais ajuizaram
ação anulatória do lançamento tributário, realizando o depósito integral do montante exigido
pelo Fisco. O depósito do montante integral do crédito tributário
a) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que equivale ao pagamento do
débito, extinguindo a punibilidade dos crimes.
b) é causa de extinção do crédito tributário e, por conseguinte, de extinção da punibilidade dos
crimes.
c) é causa de exclusão do crédito tributário, que corresponde ao pagamento, extinguindo a
punibilidade dos crimes tributários.
d) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente para extin-
guir a punibilidade dos crimes tributários, porque não equivale ao pagamento do débito.
e) é causa de exclusão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente para extin-
guir a punibilidade dos crimes tributários, por não produzir os mesmos efeitos da moratória.

Questão 47 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2017) Considere os se-


guintes atos, praticados com o objetivo de suprimir tributo: 1) Marcelo prestou declaração
falsa às autoridades fazendárias; 2) Hélio negou-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota
fiscal relativa a venda de determinada mercadoria; 3) Joel deixou de fornecer nota fiscal re-
lativa a prestação de serviço efetivamente realizado. Nessas situações, conforme a Lei n.º
8.137/1990 e o entendimento do STF, para que o ato praticado tipifique crime material contra a
ordem tributária, será necessário o prévio lançamento definitivo do tributo em relação a
a) Hélio e Joel.
b) Marcelo apenas.
c) Hélio apenas.
d) Joel apenas.
e) Hélio, Marcelo e Joel.

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Questão 48 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA - VESPERTINA/2016) Os crimes


contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são punidos, apenas, na modali-
dade dolosa.

Questão 49 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA - VESPERTINA/2016) Os crimes


contra o consumidor previstos na Lei n. 8.078/90 tem, como hipóteses de circunstâncias agra-
vantes, dentre outras, a condição econômico-social do autor manifestamente superior à da
vítima e o qualificativo do consumidor como operário ou rurícola.

Questão 50 (TRF - 3ª REGIÃO/TRF - 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2016) Se


um indivíduo é flagrado entrando com R$ 100.000,00 (cem mil reais) em dinheiro no território
nacional, pode-se dizer que:
a) A situação constitui um irrelevante penal, pois evadir dinheiro é crime, porém, internar não;
b) Está-se diante do crime capitulado no artigo 22, caput, da Lei 7.492/86;
c) A depender da origem do dinheiro, pode-se estar diante de vários crimes, inclusive lavagem
de dinheiro;
d) A depender da origem do dinheiro, pode-se estar diante de crime contra a ordem tributária;

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GABARITO
1. e 28. d
2. c 29. b
3. a 30. c
4. c 31. c
5. E 32. c
6. E 33. a
7. e 34. a
8. a 35. d
9. d 36. e
10. e 37. c
11. e 38. b
12. d 39. E
13. a 40. C
14. a 41. C
15. a 42. C
16. c 43. c
17. d 44. d
18. a 45. e
19. d 46. d
20. c 47. b
21. d 48. C
22. E 49. C
23. C 50. c
24. E
25. c
26. b
27. d

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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCM/PREFEITURA DE CONTAGEM-MG/AUDITOR-FISCAL FISCALIZA-
ÇÃO/2020) Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre
fato gerador de tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao des-
cumprir a obrigação de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo
em valor menor do que o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes.
Ao tomar conhecimento do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo
administrativo fiscal de lançamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do
crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei n. 8137/90. Considerando-se a situação descrita e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual
só pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material
contra a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/90.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibi-
lidade da ação penal nessa espécie de crime.
d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado,
o agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei
n. 8.137/90 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.

Letra e.
A questão versa, em tese, sobre crimes contra a ordem tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

Nota-se, portanto, que a conduta realizada por Heródoto se amolda ao descrito no artigo 1º,
inciso I, da Lei n. 8.137/1990.

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A questão peca quando descreve a conduta do Ministério Público oferecendo denúncia antes
da solução definitiva do processo administrativo fiscal de lançamento. Senão vejamos:

A materialidade dos delitos tributários está condicionada ao encerramento do processo


administrativo em definitivo, porque são delitos materiais, isto é, deixam vestígios aferí-
veis e constatáveis mediante exame pericial. Mas nesses crimes há um detalhe: a atipici-
dade resultante da ausência de lançamento definitivo é temporária, consoante a própria
redação da súmula vinculante 24 – expressa referência da locução adverbial de tempo
‘antes do lançamento definitivo do tributo’.
Tal ressalva revela uma condição suspensiva da materialidade, ou seja, enquanto não
estiver constituído, em definitivo, o lançamento tributário, a materialidade não está carac-
terizada, de modo que a ação penal não deve tramitar. Se a ação penal não foi instaurada,
nem deve; caso já iniciada, deve ser suspensa, nos moldes do artigo 93 do Diploma Pro-
cessual Penal.
(AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.047.419 RIO GRANDE
DO SUL).

Sendo assim, a conduta descrita na questão é atípica.

Questão 2 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/AUDITOR-FIS-


CAL/2019) Tendo em conta a Lei n. 8.137/90, na parte relativa aos crimes tributários, assinale
a alternativa correta.
a) Os crimes previstos no artigo 1º, incisos I a IV, são de natureza formal e, portanto, caracteri-
zam-se independentemente do prejuízo decorrente da supressão ou redução de tributo.
b) Os crimes previstos no artigo 2º, incisos I a V, são de natureza material e, portanto, caracte-
rizam-se apenas se implicarem prejuízo decorrente da supressão ou redução de tributo.
c) Os crimes previstos no artigo 3º, incisos I a III, são próprios de funcionários públicos.
d) Desatender às exigências das autoridades fiscais, não fornecendo a documentação solicita-
da, é conduta atípica penalmente.
e) Dano grave à coletividade pode implicar aumento de pena de até 1/3, nos crimes previstos
nos artigos 1º, 2º e 3º.

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Letra c.
A questão versa, em tese, sobre crimes contra a ordem tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
(...)

Desta forma, a alternativa C está de acordo com a inteligência do artigo 3º da lei dos crimes
contra a ordem tributária.
a) Errado. Os crimes descritos neste dispositivo são materiais, sendo assim necessitam da
produção do resultado para que ocorra a sua consumação (Jurisprudência em Teses n. 90 do
STJ – item 4).
b) Errado. As condutas delituosas prevista neste dispositivo são formais, ou seja, se consu-
mam independente do resultado
d) Errado. Não estamos diante de uma conduta atípica, isso porque ela está prevista no artigo
1º, inciso V, da Lei n. 8.137/1990.
e) Errado. O item está em desacordo com o artigo 12, inciso I da Lei n. 8.137/1990. Nota-se que
o aumento da pena não é até 1/3 e sim de 1/3 até a metade.

Questão 3 (FCC/CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/INSPETOR DE POLÍCIA


LEGISLATIVA/2018) Ulisses, auditor fiscal do município, em auditoria realizada na empresa
Skintrade Confecções, constatou irregularidades fiscais no referido estabelecimento. A pretex-
to de reduzir ou perdoar as referidas dívidas junto ao fisco municipal, exigiu do proprietário da
confecção determinado valor em dinheiro. Nesta hipótese, Ulisses cometeu crime:
a) funcional contra a ordem tributária.
b) de prevaricação.
c) de condescendência criminosa.
d) de corrupção ativa.
e) de excesso de exação.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Letra a.
Os crimes funcionais estão descritos no artigo 3 da lei dos crimes contra a ordem tributária.
Vejamos o que diz o inciso II do dispositivo citado:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária...


II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Nota-se, portanto que a conduta delituosa praticada pelo agente tem perfeita correspondência
com o descrito no tipo do artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.
Ressalta-se que a o fato de deixar de cobrar tributo municipal ou cobrá-lo parcialmente, dada a
especialidade da conduta, caracteriza o crime contra a ordem tributária, norma especial, e não
corrupção passiva descrita no 317 do CPB.

Questão 4 (INSTITUTO ÂNIMA SOCIESC/PREFEITURA DE JARAGUÁ DO SUL-SC/FISCAL


TRIBUTARISTA/2020) A sonegação é um problema cujos efeitos atingem a sociedade como
um todo, diante do comprometimento da arrecadação de recursos para a manutenção do Esta-
do e para a garantia dos direitos sociais assegurados aos indivíduos pela Constituição Federal
de 1988 (TEIXEIRA, 2018). A sonegação fiscal é um crime. Constitui crime de sonegação fiscal:
I – Inserir elementos inexatos, sem intenção, tendo como consequência o aumento do va-
lor do pagamento de tributos devidos à Fazenda Pública.
II – Alterar faturas e quaisquer documentos relativos a operações mercantis com o propó-
sito de fraudar a Fazenda Pública.
III – Prestar declaração falsa ou omitir, total ou parcialmente, informação que deva ser pro-
duzida a agentes das pessoas jurídicas de direito público interno, com a intenção de
eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos, taxas e quaisquer adicionais
devidos por lei.

Está correto o que se afirma em:


a) Somente II.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

b) Somente I e III.
c) Somente II e III.
d) Somente III.
e) Todas as afirmativas.

Letra c.
A questão versa sobre crimes de sonegação fiscal descritas na Lei n. 4.729/1965. São apre-
sentados três itens para julgamento, assim temos:
O erro contido no item I está na falta de previsão legal da conduta, sendo assim a conduta des-
crita é atípica, isso porque os crimes de sonegação fiscal só existem na modalidade dolosa.
Desta forma, quando o agente pratica o ato “sem intenção” não pode ser fato típico de sone-
gação fiscal. Ressalta-se que o sentido teleológico dos crimes de sonegação fiscal é evitar a
cobrança a menor do contribuinte, assim, identifica-se mais um erro no item.
O item II se amolda perfeitamente ao descrito no artigo 1º, inciso III, da Lei n. 4.729/1995.
O item III está em perfeita harmonia com a inteligência do artigo 1º, inciso III, da Lei n.
4.729/1995.

Questão 5 (CESPE/SEFAZ-AL/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/2020) Com re-


lação a aspectos do direito penal, julgue o item a seguir.
O agente que patrocina interesse privado junto à administração fazendária valendo-se da qua-
lidade de funcionário público comete o crime de advocacia administrativa que, de acordo com
o Código Penal, é punido com reclusão.

Errado.
Os crimes contra a administração fazendária estão elencados no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Observa-se que a conduta descrita na questão se amolda ao crime funcional contra a ordem
tributária e não crime de advocacia pública.
Ressalta-se que a o crime de advocacia pública é realizada quando o agente patrocina interes-
se privado frente a administração pública e não perante a administração fazendária.

Questão 6 (CESPE/SEFAZ-DF/AUDITOR-FISCAL/2020) À luz da legislação penal brasilei-


ra, julgue o item a seguir.
Auditor-fiscal que exigir vantagem indevida para deixar de lançar ou de cobrar tributo devido
por contribuinte terá cometido o crime de concussão previsto no Código Penal.

Errado.
A questão versa sobre oscrimes contra a ordem econômica e tributária descritas na Lei n.
8.137/1990.
Nota-se que a conduta do agente caracteriza um crime funcional contra a ordem tributária, tais
crimes estão descritos no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Conforme o inciso II do dispositivo acima, a conduta do agente é fato típico descrito como
crime funcional contra a ordem econômica e tributária. Trata-se de norma especial e por isso
tem aplicação frente a norma descrita no crime de concussão.
Válido lembrar que o crime de concussão ocorre quando o agente exige vantagem indevida em
razão da função, porém não abrange os agentes responsáveis pela fiscalização e cobrança
de tributos, estes, por sua vez, são regidos pela norma especial que disciplina sobre os crimes
contra a ordem econômica e tributária.

Questão 7 (CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/2019) A respeito das infrações


penais previstas no Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta.
a) Não constitui crime dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele cons-
tem em cadastros, bancos de dados, fichas ou registros.
b) Não se considera, para fins de redução da fiança, a situação econômica do réu ou do indi-
ciado.
c) É conduta atípica empregar — na reparação de produtos — peças ou componentes de repo-
sição usados, sem autorização do consumidor.
d) A pena de interdição temporária de direitos não é aplicável aos condenados por crimes con-
tra as relações de consumo.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade que sabe ou
deveria saber ser enganosa ou abusiva.

Letra e.
A questão exige do candidato conhecimento dos crimes descritos no código de defesa do con-
sumidor, Lei n. 8.078/1990.
Assim, a alternativa “e” está em perfeita harmonia com a norma acima citada, vejamos:

Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.

a. Errado. A conduta descrita no item está prevista no artigo 72 do CDC.

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b. Errado. O valor da fiança pode ser reduzido a depender da situação econômica do réu. Artigo
79, § único, alínea “a”.
c. Errado. A conduta descrita no item é típica e está prevista no artigo 70 da Lei n. 8.078/1990.
d. Errado. A pena de interdição temporária de direitos pode ser aplica-
da nos crimes previstos na Lei n. 8.078/1990. Artigo 78, inciso I, do CDC.
e. Certa. Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade que
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.

Questão 8 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/PROCURADOR/2019)


As condutas constantes das alternativas a seguir constituem crimes contra a ordem tributária.
Dentre elas, a única possível de ser praticada por funcionário público, nos termos da Lei no
8.137/90, é a de
a) extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em
razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento inde-
vido ou inexato de tributo ou contribuição social.
b) exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal.
c) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
d) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
e) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato.

Letra a.
A questão versa sobre os as infrações penais cometidas contra a ordem econômica e tributá-
ria descritas na Lei n. 8.137/1990.
O artigo 3º da referida lei disciplina sobre os crimes funcionais. Senão vejamos:

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2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Ressalta-se que o rol de crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária é taxativo,
sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a letra A se amolda perfeitamente ao artigo
3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.

Questão 9 (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE PINHAIS-PR/ANALISTA FISCAL DE TRI-


BUTOS MUNICIPAIS/2017) Segundo dispõe a Lei n. 8.137/1990, constitui crime contra a or-
dem tributária, praticado exclusivamente por servidor público,
a) omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.
b) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato.
c) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
d) exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar
promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou
cobrá-los parcialmente.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.

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Letra d.
A questão exige conhecimento dos crimes funcionais, descritos na norma penal especial que
trata dos crimes contra a ordem econômica e tributária, Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Ressalta-se que o rol de crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária é taxativo,
sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a letra “a” se amolda perfeitamente ao artigo
3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
Nota-se, portanto, que os crimes previstos no referido dispositivo são taxativos, sendo assim,
a única conduta que constituí fato típico contra a ordem econômica e tributária é a alternati-
va “d”. Nesse sentido, temos a sua fundamentação disposta no artigo 3º, inciso II, da Lei n.
8.137/1990.

Questão 10 (QUADRIX/PROCON-GO/FISCAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO/2017)


Com relação a crimes contra a ordem tributária e contra as relações de consumo, assinale a
alternativa correta.
a) Constitui crime contra a ordem tributária elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens
ou serviços mediante a exigência de comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Constitui crime contra a ordem tributária misturar gêneros e mercadorias de espécies dife-
rentes para vendê-los ou expô-los à venda como puros.
c) Constitui crime contra as relações de consumo deixar de fornecer, quando obrigatório, nota
fiscal ou documento equivalente, relativo à venda de mercadoria.

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d) Constitui crime contra as relações de consumo alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de
venda ou qualquer outro documento relativo à operação tributável.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fraudar preços por meio de divisão em par-
tes de bem ou serviço habitualmente oferecido à venda em conjunto.

Letra e.
A questão versa sobre os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/1990.
Nota-se que, conforme o artigo 7º, inciso IV, da Lei n. 8.137/1990, Constitui crime contra as
relações de consumo fraudar preços por meio de divisão em partes de bem ou serviço habi-
tualmente oferecido à venda em conjunto. Sendo assim, a alternativa E reproduz a literalidade
do dispositivo acima citado.
a. Errado. Trata-se de crime contra as relações de consumo descrito no artigo 7º, inciso V, da
Lei n. 8.137/1990 e não contra a ordem tributária.
b. Errado. Trata-se de crime contra as relações de consumo descrito no artigo 7º, inciso III, da
Lei n. 8.137/1990 e não contra a ordem tributária.
c. Errado. Neste caso, trata-se de crime contra a ordem tributária prevista no artigo 1º, inciso
V da Lei n. 8.137/1990.
d. Errado. Constitui crime contra a ordem tributária prevista no artigo 1º, inciso III, da Lei n.
8.137/1990.

Questão 11 (VUNESP/PREFEITURA DE ARUJÁ-SP/ENCARREGADO DE FISCALIZA-


ÇÃO/2019) Dispõe a Lei n. 8.137/90 sobre os crimes contra a ordem tributária, econômica e
contra as relações de consumo:
a) Constitui crime contra a ordem econômica sonegar insumos ou bens, recusando-se a ven-
dê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o
fim de especulação.
b) Constitui crime funcional contra a ordem tributária o funcionário público deixar de aplicar, ou
aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por
órgão ou entidade de desenvolvimento.

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c) Fraudar preços por meio de junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em
separado, constitui crime contra as relações de consumo, punido com detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos, e multa.
d) Destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros, constitui crime contra as relações de consumo,
punindo-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) e a de
multa à quarta parte.
e) Formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas, constitui crime contra a ordem econômica,
punido com reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Letra e.
A questão exige conhecimento dos crimes contra as relações de consumo, contra a ordem
econômica e tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
a. Errado. A questão peca ao afirmar que a conduta constitui crime contra a ordem econômica,
isso porque trata-se de crime contra as relações de consumo prevista no artigo 7º, inciso VI,
da Lei n. 8.137/1990.
b. Errado. Neste caso, não é crime funcional, a conduta descrita está prevista no artigo 2º,
inciso IV, da Lei n. 8.137/1990. Ressalta-se que os crimes funcionais estão taxativamente des-
critos, no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
c. Errado. Isso porque, conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137/1990, a pena de detenção é de 2
(dois) a 5 (cinco) anos, ou multa
d. Errado. A conduta narrada no item se amolda aos crimes contra a relação de consumo,
descrita no artigo 7º, inciso VIII, da Lei n. 8.137/1990. Ocorre que a questão peca ao inserir a
modalidade culposa na abrangência do referido dispositivo, isto não tem previsão legal.

Questão 12 (UFMT/PREFEITURA DE RONDONÓPOLIS-MT/ANALISTA INSTRUMENTAL -


FISCAL TRIBUTÁRIO/2019) Considere a seguinte situação hipotética:

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Gentil, servidor ocupante do cargo de Fiscal Tributário do Município de Rondonópolis-MT, ao re-


alizar fiscalização na sede da empresa JKL Serviços, constatou que a pessoa jurídica não
emitiu nota fiscal relativa a serviços prestados a seus clientes. Diante disso, um dos sócios da
empresa ofereceu-lhe determinada quantia em dinheiro para deixar de lançar o imposto apura-
do. Caso Gentil aceite a proposta que lhe foi feita, a conduta configura
a) sonegação fiscal.
b) abuso de poder tributário.
c) crime de peculato.
d) crime funcional contra a ordem tributária.

Letra d.
A questão em comento tem sua resposta descrita no artigo 3º, da Lei 8.137/1990, crimes con-
tra a ordem econômica e tributária.
Nota-se que a conduta descrita na questão é disciplinada por norma especial, por se tratar de
servidor fiscal tributário. Assim, o artigo 3º da referida lei apresenta um rol taxativo de condu-
tas, vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Desta forma, a conduta descrita na questão trata-se crime funcional contra a ordem tributária
prevista no artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.

Questão 13 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE CON-


SUMO/2019) Assinale a alternativa que NÃO está de acordo com a Lei n. 8.137/1990:

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a) As entidades e órgãos da Administração Pública destinados à defesa dos interesses e direi-


tos protegidos pelo Código de Defesa do Consumidor não poderão celebrar compromissos de
ajustamento de conduta às exigências legais.
b) A celebração do compromisso de ajustamento suspenderá o curso do processo administra-
tivo, se instaurado, que somente será arquivado após atendidas todas as condições estabele-
cidas no respectivo termo.
c) A qualquer tempo, o órgão subscritor poderá, diante de novas informações ou se assim as
circunstâncias o exigirem, retificar ou complementar o acordo firmado.
d) A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais
vantajoso para o consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito públi-
co integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.

Letra a.
A questão versa sobre a lei dos crimes contra a ordem econômica e tributária 8.137/1990.
Sendo assim, o item que está em desacordo com o referido dispositivo é a alternativa A, isso
porque, a matéria não tem relação com o dispositivo citado. Ademais, o item também não está
em conformidade com o artigo 6º do Decreto n. 2.181 de 1997. Este, por sua vez, diz que é
perfeitamente possível a celebração de compromisso de ajustamento.
b. Certo Decreto 2.181/1997 Art. 6º,

§ 4º A celebração do compromisso de ajustamento suspenderá o curso do processo administrativo,


se instaurado, que somente será arquivado após atendidas todas as condições estabelecidas no
respectivo termo.

c. Certo Decreto 2.181/1997 Art. 6º,

§ 2º A qualquer tempo, o órgão subscritor poderá, diante de novas informações ou se assim as


circunstâncias o exigirem, retificar ou complementar o acordo firmado, determinando outras
providências que se fizerem necessárias, sob pena de invalidade imediata do ato, dando-se
seguimento ao procedimento administrativo eventualmente arquivado.

d. Certo Decreto 2.181/1997 Art. 6º,

§ 1º A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais
vantajoso para o consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito público
integrantes do SNDC.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Questão 14 (IESES/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ-SC/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO DE


CONSUMO/2019) Constitui crime contra as relações de consumo, de acordo com a Lei
n. 8.137/1990, assinale a alternativa correta:
a) Elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
b) Fraudar preços por meio de alteração, com modificação essencial ou de qualidade, de ele-
mentos tais como denominação, marca, embalagem entre outras.
c) Favorecer ou preferir, com justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
d) Vender ou expor à venda mercadores cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou compo-
sição esteja de acordo com as prescrições legais, ou que corresponda à respectiva classifica-
ção oficial.

Letra a.
Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no artigo 7º da Lei n. 8.137/1990.
Nota-se, portanto, que a alternativa “a” reproduz a literalidade do artigo 7º, inciso V, da lei dos
crimes contra a ordem econômica e tributária. Vejamos:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo: (...)


V – elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comis-
são ou de taxa de juros ilegais;

Questão 15 (VUNESP/PREFEITURA DE FRANCISCO MORATO-SP/PREFEITURA - PROCU-


RADOR/2019) Segundo a doutrina penal, os crimes materiais caracterizam-se pela produção
de um resultado naturalístico, ou seja, é necessária a ocorrência de um resultado para a sua
consumação. Em posição contrária, encontram-se os crimes formais e os crimes de mera con-
duta, para os quais não é relevante o atingimento do resultado para a caracterização da consu-
mação do crime) Com relação aos crimes contra a ordem tributária, com base em entendimen-
to sumulado do Supremo Tribunal Federal, é correto afirmar que apenas pode ser considerada
penalmente típica após o lançamento definitivo do tributo a conduta de:

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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a) suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante omissão


de informação, ou prestação de declaração falsa às autoridades fazendárias.
b) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.
c) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
d) deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda.

Letra a.
A questão versa sobre o entendimento jurisprudencial acerca dos crimes contra a ordem eco-
nômica e tributária. Vejamos o artigo 1º da Lei n. 8.137/1990:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

Nota-se que a conduta descrita no item se amolda ao referido dispositivo. Sendo assim, é de
suma importância o entendimento jurisprudencial sobre os crimes contra a ordem econômica
e tributária. O tema foi sumulado pelo STF, senão vejamos:
Súmula Vinculante n. 24:

Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.

Assim, a conduta descrita no item é crime matéria e por isso necessita do lançamento do tribu-
to definitivo para a sua adequação típica, isso porque exige a constatação do resultado.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Questão 16 (FCC/MPE-MT/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo com


o ordenamento jurídico e o posicionamento dos tribunais superiores sobre as disposições pre-
vistas nas Leis n. 8.137/1990, n. 8.176/1991 e n. 9.080/1995, que tratam dos crimes contra a
ordem tributária e as relações de consumo,
a) constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo ou contribuição social,
não prevendo a Lei n. 8.137/1990, contudo, a tipificação das mesmas condutas quanto aos
acessórios.
b) a Súmula Vinculante 24, do Supremo Tribunal Federal, que dispõe que “não se tipifica crime
material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990, antes
do lançamento definitivo do tributo”, não pode ser aplicada a fatos anteriores à sua edição.
c) a constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente para tipificar as condutas
previstas no art. 1º, I a IV, da Lei n. 8.137/1990, não influenciando em nada, para fins penais,
o fato de ter sido reconhecida a prescrição tributária.
d) nos crimes previstos na Lei n. 8.137/1990, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que por meio de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda
a trama delituosa terá extinta a sua punibilidade.
e) constitui crime contra a ordem econômica sonegar insumos ou bens, recusando-se a ven-
dê-los a quem pretenda comprá-los nas condições publicamente ofertadas, ou retê-los para o
fim de especulação.

Letra c.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem econômica e tributária previstas no ordena-
mento jurídico, bem como o entendimento jurisprudencial do tema. Vejamos:
a. Errado. Conforme o artigo 1º da Lei n. 8.137/1990 é fato típico contra a ordem tributária
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório. Sendo assim, a tipifica-
ção ocorre também nas obrigações acessórias.
b. Errado. Isso porque, conforme entendimento do STJ a súmula não traz uma lei penal mais
gravosa e sim consolida a interpretação do tema. Vejamos:

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

(...) 4. Esta colenda Quinta Turma já afastou a alegação de que o enunciado 24 da Súmula
Vinculante só se aplicaria aos crimes cometidos após a sua vigência, seja porque não se
está diante de norma mais gravosa, mas de consolidação de interpretação judicial, seja
porque a sua observância é obrigatória por parte de todos os órgãos do Poder Judiciário,
exceto a Suprema Corte, a quem compete eventual revisão do entendimento adotado.
Precedentes. (...) (STJ; Quinta Turma; Relator Ministro Jorge Mussi; Publicado no Dje de
17/01/2018)

Diante dessas considerações, impõe-se a conclusão de que a assertiva contida neste item é
falsa.
c. Certo. O item está em perfeita harmonia com o entendimento jurisprudencial a respeito do
tema, onde a constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente para da tipifica-
ção prevista no artigo 1º, incisos de I a IV, da Lei n. 8.137/1990. Quanto à prescrição, tributária
ela, após a constituição do crédito tributário, pelo lançamento, não interfere na seara proces-
sual penal. Senão vejamos:

(...) 1. A constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente à tipificação das


condutas previstas no art. 1º, I a IV, da Lei n. 8.137/90, desinfluindo o eventual reconhe-
cimento da prescrição tributária, diante da independência entre as esferas tributária e
penal. (...) (STJ; RHC 67771/MG; Sexta Turma; Relator Ministro Nefi Cordeiro; Publicado
no DJe de 17/03/2016)

Pelo exposto, vê-se que a assertiva contida neste item é verdadeira.


d. Errado. Não haverá extinção de punibilidade e sim a pena poderá ser reduzida de um a dois
terços.
e. Errado. Trata-se de crime contra as relações de consumo e não contra a ordem tributária.
Artigo 7º, inciso VI, da Lei n. 8.137/1990.

Questão 17 (VUNESP/PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO-SP/PROCURADOR DO MUNICÍ-


PIO/2019) O Procurador do Município que patrocinar, indiretamente, interesse privado perante

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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a Secretaria Municipal da Fazenda, valendo-se da qualidade de servidor público, sujeita-se a


responsabilidade, em tese, por
a) crime praticado por particular contra a Administração em geral, pelos fatos terem sido pra-
ticados indiretamente.
b) crime praticado por particular contra a ordem tributária, pelos fatos terem sido praticados
por interposta pessoa.
c) crime praticado por particular contra a ordem fiscal, pelos fatos terem ocorrido fora do local
de exercício do agente público.
d) crime funcional contra a ordem tributária.
e) infração funcional à legislação tributária, mediante Ação Anulatória.

Letra d.
Os crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária estão elencados em um rol taxati-
vo no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Sendo assim, a conduta praticada pelo agente se amolda ao inciso III do referido dispositivo.
Ressalta-se que o patrocínio de interesse privado frente a administração pública constitui cri-
me de advocacia administrativa.

Questão 18 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/PROCURADOR DO


MUNICÍPIO/2019) No que respeita aos crimes tributários, é correto afirmar que não tipifica

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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crime material contra a ordem tributária, antes do lançamento definitivo do tributo, uma das
seguintes condutas:
a) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.
b) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
c) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.
d) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.

Letra a.
A questão em comento versa sobre o entendimento jurisprudencial acerca da aplicação da Lei
n. 8.137/1990.
O item está em conformidade com o artigo 1º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qual-
quer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

Ressalta-se que o STF tem entendimento sumulado a respeito do dispositivo. Senão vejamos:

Súmula Vinculante n. 24:


Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.

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Questão 19 (VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Em rela-


ção aos crimes contra a ordem tributária, é correto afirmar:
a) nos crimes previstos em Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe
que, através de confissão espontânea ou delação, revelar à autoridade policial ou judicial, toda
a trama delituosa e os demais envolvidos, terá a sua pena reduzida em até um terço, dispen-
sado o pagamento de multa.
b) a pena de multa será fixada entre 05 (cinco) e 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias-multa,
conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime.
c) constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, quando o agente elabora, distribui, fornece, emite ou utiliza documento que
saiba ou deva saber falso ou inexato, punido com reclusão de 1 (um) a 6 (seis) anos, e multa.
d) caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a insuficiên-
cia ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias legalmente previstas, poderá diminuí-las
até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.
e) em relação aos crimes praticados por funcionários públicos, constitui crime funcional con-
tra a ordem tributária, utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita
ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é,
por lei, fornecida à Fazenda Pública.

Letra d.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem econômica e tributária descritas na Lei n.
8.137/1990. Vejamos:
a. Errado. Neste caso a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e não até um terço, con-
forme artigo 16, § único, da Lei n. 8.137/1990.
b. Errado. A pena aplicada neste caso é de 10 a 360 dias- multa, conforme artigo 8º da Lei n.
8.137/1990.
c. Errado. A pena aplicada ao crime descrito no item é de reclusão de dois a cinco anos, con-
forme artigo 1º da Lei n. 8.137/1990.
d. Certo. O item está em conformidade com a inteligência do artigo 10 da Lei n. 8.137/1990

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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e. Errado. Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão descritos no artigo 3º da Lei n.
8.137/1990. Desta forma, a conduta no item não se amolda aos tipos descritos taxativamente
no dispositivo.

Questão 20 (FCC/TRF-4ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR FEDERAL/2019) Ricardo e Saulo, sócios diretores de uma empresa de cosméticos com
sede no estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2017, prestaram declarações falsas à autorida-
de fazendária, com o escopo de suprimir imposto federal. A empresa foi alvo de autuação e o
imposto reduzido devidamente lançado. Após a conclusão das investigações, Ricardo e Saulo
foram denunciados pelo Ministério Público Federal por crime contra a ordem tributária (artigo
1º, I, da Lei n. 8.137/1990). A denúncia foi recebida pela Justiça Federal e a ação penal passou
a tramitar regularmente) No curso da ação penal, antes da prolação da sentença de primeiro
grau, Ricardo e Saulo quitaram integralmente o débito tributário suprimido. Neste caso, Ricardo
e Saulo
a) não terão qualquer benefício, uma vez que o pagamento ocorreu após o recebimento da
denúncia.
b) terão as suas penas reduzidas de 1/3 a 2/3.
c) terão as suas punibilidades extintas pelo Magistrado competente.
d) serão beneficiados pelo perdão judiciário.
e) terão as suas penas de reclusão substituídas pela de detenção ou, então, o Magistrado po-
derá lhes aplicar apenas a pena de multa.

Letra c.
A questão em tela diz respeito aos crimes contra a ordem econômica e tributária.
Desta forma, a afirmativa apresentada no item “c” está em perfeita harmonia com o entendi-
mento jurisprudencial. Vejamos:

Informativo n. 611 STJ:

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito
em julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos do
art. 9, § 2º, da Lei n. 10.684/2003.

Questão 21 (BANCA PRÓPRIA/MPE-SP/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019)


Assinale a alternativa INCORRETA.
a) O crime de vender mercadoria em condições impróprias ao consumo, previsto no artigo 7º,
inciso IX, da Lei n. 8.137/90, é punido a título de dolo e de culpa.
b) Nos crimes contra a ordem econômica e as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90,
constitui causa de aumento de pena ser o crime praticado em relação à prestação de serviços
ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.
c) Nos crimes ambientais, previstos na Lei n. 9.605/98, o arrependimento do infrator, desde
que manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação
ambiental causada, constitui circunstância atenuante genérica.
d) Nos crimes funcionais contra a ordem tributária previstos na Lei n. 8.137/90, constitui causa
de aumento de pena ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções.
e) Somente há justa causa para a persecução penal pela prática de crime material previsto no
artigo 1º da Lei n. 8.137/90 com o advento do lançamento definitivo do crédito tributário.

Letra d.
A questão exige conhecimento da norma especial que disciplina os crimes contra a ordem
econômica e tributária.
Dentre todas as alternativas apresentadas apenas a alternativa “d” não está em conformidade
com a Lei n. 8.137/1990. No artigo 3º da referida lei temos um rol taxativo de crimes funcionais
contra a ordem tributária. Nesse sentido, o artigo 12 da Lei n. 8.137/1990 apresenta as causa
de aumento da pena das condutas criminosas dos artigos 1º, 2º e 4º a 7º.
Nota-se, portanto, que os crimes funcionais contra a ordem tributária não estão previstos no
dispositivo informado pela questão.

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Questão 22 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) O art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990, que


tipifica a omissão no recolhimento de ICMS cobrado de terceiro, é aplicável ao imposto devi-
do na substituição tributária, em que o responsável cobra o valor do contribuinte, mas não do
imposto devido em nome próprio quando o contribuinte vende ao consumidor final, conforme
entendimento dominante no TJSC, recentemente confirmado pela 3º Seção do STJ.

Errado.
Conforme entendimento do STJ, 3ª seção, a apropriação indébita descrita no artigo 2º, inciso
II, da Lei n. 8.137/1990, há incidência nos casos de substituição tributária e também nos casos
de imposto devido em nome próprio, contribuinte direto. Vejamos:

A interpretação consentânea com a dogmática penal do termo ‘descontado’ é a de que


ele se refere aos tributos diretos quando há responsabilidade tributária por substituição,
enquanto o termo ‘cobrado’ deve ser compreendido nas relações tributárias havidas com
tributos indiretos (incidentes sobre o consumo), de maneira que não possui relevân-
cia o fato de o ICMS ser próprio ou por substituição, porquanto, em qualquer hipótese,
não haverá ônus financeiro para o contribuinte de direito. (...) (STJ; Terceira Seção; HC
n. 399.109/SC; Relator Ministro Rogerio Schietti Cruz; Publicado no DJe de 31/08/2018)

Questão 23 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Não é aplicável o art. 14, II, do CP à


tentativa de sonegação tipificada no art. 1º da Lei n. 8.137/1990, devido à existência de tipo
subsidiário específico para a hipótese.

Certo.
Os crimes previstos no artigo 1, inciso V, e artigo 2, todos da Lei n. 8.137/1990 são classifi-
cados como crimes formais, ou seja, consuma-se com a prática da conduta e a produção do
resultado é indiferente.
Ressalta-se que as condutas típicas descritas no dispositivo acima são subsidiárias frente ao
artigo 1º, inciso de I a IV. Desta forma, caso o resultado mais abrangente não ocorra, a plica-se

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a norma menos abrangente. Assim não há necessidade de aplicação extensiva da norma de


adequação típica de subordinação mediata do artigo 14, inciso II, do Código Penal.

Questão 24 (MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2019) Nos casos de evasão tributária me-


diante fraude (sonegação fiscal penalmente tipificada), o sujeito ativo do delito será o sujeito
passivo da obrigação tributária.

Errado.
O item está em desconformidade com o artigo 11, da Lei n. 8.137/1990. Isso porque o sujeito
ativo do delito pode ser qualquer pessoa que concorra para o crime de sonegação fiscal, inde-
pendentemente de ser sujeito passivo ou não da relação tributária.

Questão 25 (VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/INSPETOR FISCAL DE RENDAS


- CONHECIMENTOS GERAIS/2019) A conduta de “extraviar livro oficial, processo fiscal ou
qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total
ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social”
configura crime contra
a) a Administração Pública.
b) a Administração em Geral.
c) a Ordem Tributária.
d) o Sistema Financeiro Nacional.
e) a Administração da Justiça.

Letra c.
Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão disciplinadas de forma taxativa no artigo
3 da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):

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I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão
da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou
inexato de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Nota-se, portanto, que o descrito na questão se amolda perfeitamente ao tipo descrito no arti-
go 3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.

Questão 26 (AMAUC/PREFEITURA DE ITÁ-SC/FISCAL DE TRIBUTOS/2019) Constitui cri-


me contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer aces-
sório, mediante as seguintes condutas:

1) Omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.


2) Fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.
3) Falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro docu-
mento relativo à operação tributável.
4) Negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou docu-
mento equivalente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de servi-
ço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação.
Sobre as condutas descritas acima assinale a alternativa correta:
a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
b) As alternativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
c) A alternativa 2 é falsa.
d) Somente as alternativas 3 e 4 são verdadeiras.
e) As alternativas 3 e 4 são falsas.

Letra b.

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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Todos os itens descritos na questão reproduzem a literalidade dos crimes previstos no artigo
1º, da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qual-
quer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.

Nota-se, assim, que os itens da questão se amoldam aos incisos I, II, III e V da Lei n. 8.137/1990.

Questão 27 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/FISCAL DE CA-


DASTRO TRIBUTÁRIO I/2018) Aquele que patrocina, direta ou indiretamente, interesse priva-
do perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, prati-
ca crime
a) de advocacia administrativa, previsto no Código Penal.
b) contra a Administração Pública, previsto no Código Penal.
c) de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 8.429/92.
d) contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/90.
e) de favorecimento pessoal, previsto na Lei de Improbidade.

Letra d.
A conduta descrita na questão é disciplinada por norma especial, a saber artigo 3, da Lei n.
8.137/1990. Nota-se que o enunciado da questão refere-se ao disposto no inciso III do referido
dispositivo. Assim, trata-se de crime contra a ordem tributária.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Questão 28 (IBADE/CÂMARA DE PORTO VELHO-RO/ANALISTA JURÍDICO/2018) A con-


duta do funcionário público que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, constitui:
a) crime de mão própria contra o patrimônio do sistema financeiro nacional.
b) crime funcional contra a ordem tributária.
c) contravenção penal.
d) crime contra a administração da justiça, previsto no Código Penal.
e) crime especial contra a ordem econômica.

Letra d.
Os crimes contra a ordem tributária estão disciplinados taxativamente nos incisos I, II e III da
Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público.

Assim, temos que a conduta descrita na questão se amolda perfeitamente ao disposto no arti-
go 3º, inciso III, da Lei n. 8.137/1990.

Questão 29 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PRO-


VIMENTO/2019) A conduta de formar ajuste entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços, é tipificada como crime contra
a) a ordem econômica.
b) as relações de consumo.
c) a ordem tributária.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

d) o consumidor.
e) a fé pública.

Letra b.
A questão descreve uma conduta típica descrita no artigo 4º, inciso II, alínea “a” da Lei n.
8.137/1990, sendo assim trata-se de crime contra a ordem econômica. Vejamos:

Art. 4º Constitui crime contra a ordem econômica:


II – formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;

Assim, a conduta descrita se amolda perfeitamente ao disposto no artigo acima citado, tratan-
do-se de crime contra a ordem econômica.

Questão 30 (TJ-SC/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS REMOÇÃO/2012)


Analise as proposições abaixo:
I – O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho,
e será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos)
do salário mínimo.
II – Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os cri-
mes definidos na Lei n. 8.137/1990, incide nas penas a estes cominadas, na medida de
sua culpabilidade.
III – Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são, em sua maioria, de ação penal pública
condicionada.
IV – A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.

a) Somente as proposições II e IV estão corretas.


b) Somente as proposições II, III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I, II e IV estão corretas.
d) Somente as proposições II e III estão corretas.
e) Todas as proposições estão corretas.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho

Letra c.
I – O trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT (art. 28, § 2º, da Lei 7.210/84 - LEP).
Da mesma forma, o trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo
ser inferior a 3/4 do salário mínimo (art. 29, caput, da Lei 7.210/84 - LEP).
II – Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes de-
finidos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 11,
caput, Lei 8.176/91 - Crimes contra a Ordem Tributária).
III – Os crimes definidos nesta lei são de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, não se
lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal (art. 95 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do
Idoso).
IV – A lei brasileira só é aplicável à contravenção penal praticada no Território Nacional (art. 2º
do Decreto-Lei 3.688/41 - Lei das Contravenções Penais).

Questão 31 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/PERITO OFICIAL CRIMINAL - ÁREA 8/2019) A con-


duta de deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado
ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos, configura
a) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 4.898/1965.
b) crime contra a administração pública, previsto no Código Penal.
c) crime contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/1990.
d) crime previsto na Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
e) crime hediondo, previsto na Lei n. 8.072/1990.

Letra c.
A questão apresenta conduta que está perfeitamente descrita no artigo 2º, inciso II, da Lei n.
8.137/1990. Vejamos:

Art. 2º Constitui crime da mesma natureza:


(...)
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

Sendo assim trata-se de crime contra a ordem tributária.

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Questão 32 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/INVESTIGADOR/2019) A conduta de deixar de re-


colher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na
qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos, configura
a) crime de abuso de autoridade, previsto na Lei n. 4.898/1965.
b) crime contra a administração pública, previsto no Código Penal.
c) crime contra a ordem tributária, previsto na Lei n. 8.137/1990.
d) crime previsto na Lei n. 11.343/2006 (Lei Antidrogas).
e) crime hediondo, previsto na Lei n. 8.072/1990.

Letra c.
A conduta descrita na questão está disciplinada no artigo 2º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:

Art. 2º Constitui crime da mesma natureza:


(...)
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;

Sendo assim trata-se de crime contra a ordem tributária.

Questão 33 (INSTITUTO AOCP/PC-ES/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2019) No tocante aos cri-


mes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, previstos na Lei
n. 8.137/90, o pagamento integral do tributo, a qualquer tempo, determina o encerramento da
investigação policial ou do curso da ação penal em virtude
a) da extinção da punibilidade.
b) da decadência do direito punitivo.
c) do perdão judicial.
d) da prescrição punitiva do estado.
e) da atipicidade da conduta.

Letra a.
A questão está disciplinada na Lei n. 10.684/2003. Vejamos:

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Art. 9º É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º
da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com
o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento.
[...]
§ 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacio-
nada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições
sociais, inclusive acessórios.

Ressalta-se que o STJ passou a entender que o pagamento integral do débito, nos crimes con-
tra a ordem tributária, extingue a punibilidade mesmo que efetuado após o trânsito em julgado.

O pagamento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o advento do trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de extinção da punibilidade do
acusado, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei n. 10.684/2003. STJ. 5ª Turma. HC 362.478-
SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/9/2017 (Info 611). STF. 2ª Turma. RHC 128245,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2016.

Questão 34 (UFU-MG/TÉCNICO EM CONTABILIDADE/2019) Constitui crime contra a or-


dem tributária, nos termos da lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, EXCETO,
a) identificar alternativas ou lacunas na lei, antes da ocorrência do fato gerador, que permitam
realizar as operações de maneira o menos onerosa possível ao contribuinte, do ponto de vista
tributário.
b) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
c) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que se saiba ou deva saber falso
ou inexato.
d) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tivo à venda de mercadoria ou à prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.

Letra a.

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A questão apresenta quatros itens para julgamento. Nota-se, assim, que apenas o item A não
constitui crime contra ordem tributária por ausência de previsão legal, no diploma normativo
da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
(...)
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa à
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.

Nota-se, portanto, que as condutas descritas nos item “b”, “c” e “d”, correspondem respectiva-
mente aos incisos III, IV e V, do artigo 1º da Lei n. 8.137/1990.

Questão 35 (CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) De acordo


com o disposto na Lei n.º 8.137/1990, os crimes contra a ordem tributária estarão sujeitos à
ação penal pública
a) incondicionada, a qual somente pode ser promovida após o trânsito em julgado da respec-
tiva execução fiscal.
b) condicionada à apresentação da representação fiscal para fins penais.
c) condicionada à apresentação de certidão da fazenda pública que ateste o lançamento defi-
nitivo do tributo.
d) incondicionada, a qual pode ser promovida pelo Ministério Público independentemente de
representação fiscal para fins penais.
e) condicionada ao trânsito em julgado do processo executivo de cobrança, independentemen-
te da apresentação da representação fiscal para fins penais.

Letra d.

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Consoante a previsão do artigo 15 da Lei n. 8.137/1990, os crimes descritos na referida lei são
de ação pena pública.
Ressalta-se que conforme o entendimento do STF– Independentemente da representação fis-
cal para fins penais, se o MP dispuser, por outros meios, de elementos que lhe permitam com-
provar a definitividade da constituição do crédito tributário, ele pode, então, de modo legítimo,
fazer instaurar os pertinentes atos de persecução penal por delitos contra a ordem tributária.

É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal. (S. 609 STF)

Questão 36 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL BLOCO I/2019)


O agente que patrocina, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público, pratica
a) prevaricação.
b) advocacia administrativa.
c) conduta penalmente atípica.
d) corrupção passiva privilegiada.
e) crime funcional contra a ordem tributária.

Letra e.
Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão previstos no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:

Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
(...)
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Nota-se, portanto, que a conduta descrita se amolda ao previsto no artigo 3º, inciso III, da Lei n.
8.137/1990. Sendo assim, trata-se de crime funcional contra a ordem tributária.

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Questão 37 (CESPE/SEFAZ-RS/AUDITOR-FISCAL DA RECEITA ESTADUAL - BLOCO


I/2019) O proprietário de estabelecimento comercial que impeça o acesso de auditor fiscal da
SEFAZ, regularmente identificado e com atribuição para dar início à ação fiscal, pratica:
a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) crime contra a ordem tributária.
e) conduta penalmente atípica, considerada mera infração administrativa.

Letra c.
A conduta descrita na questão está em perfeita conformidade com o crime de desobediência
previsto no art. 330 do CP. Isso porque, o fato de opor-se a ordem de funcionário público, sem
violência ou grave ameaça, não pode ser tipificada como crime de resistência.

Questão 38 (OBJETIVA/CÂMARA DE CAXIAS DO SUL-RS/CONTADOR/2018) Segundo a


Lei n. 8.137/1990, a supressão ou a redução de tributo, ou contribuição social e qualquer aces-
sório constitui crime contra a ordem tributária, quando realizadas através das seguintes con-
dutas:
I – Omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias.
II – Deixar de fornecer, sendo ou não obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, re-
lativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada.
III – Elaborar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato.

Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.
e) Nenhum dos itens.

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Letra b.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem tributária previstas no artigo 1º da Lei n.
8.137/1990. Vejamos:

Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;

Nota-se, portanto que as condutas descritas nos itens I e III, correspondem respectivamente
ao crimes previstos no artigo 1, incisos I e IV, da Lei n. 8.137/1990.
Ressalta-se que a conduta descrita no item II não está prevista no referido dispositivo, sendo
assim não configura crime contra a ordem tributária.

Questão 39 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações. A pena privativa de liberdade aplicável ao crime
de falsificação de nota fiscal é de seis meses a dois anos, podendo ser convertida em multa
pecuniária.

Errado.
A conduta de falsificar nota fiscal está prevista no artigo 1º inciso III, da Lei n. 8.137/1990.
Nesse sentido, temos que as pena aplicável aos crimes materiais previstos no referido diploma
legal e de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão.

Questão 40 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações.
A pena de multa atribuída a particulares e servidores públicos que praticarem crime de natu-
reza tributária é fixada em dias-multa, sendo o mínimo de dez e o máximo de trezentos e ses-
senta dias-multa.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Certo.
A questão tem como fundamento o artigo 8º da Lei n. 8.137/1990. Esta, por sua vez, prevê que
a pena de multa para os crimes definidos nos artigos de 1 a 3 são de no mínimo 10 (dez) e no
máximo 360 (trezentos e sessenta dias- multa).

Questão 41 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) A respeito de crimes contra a


ordem tributária, ações processuais e penas que lhe são correlatas, julgue o próximo item, de
acordo com a Lei n.º 8.137/1990 e alterações. A pena de multa atribuída a particulares e ser-
vidores públicos que praticarem crime de natureza tributária é fixada em dias-multa, sendo o
mínimo de dez e o máximo de trezentos e sessenta dias-multa.

Certo.
A questão requer conhecimento sobre a Lei n. 8.137/1990. O posicionamento dominante ante-
rior era que a cobrança da pena de multa era realizada pela Procuradoria da Fazenda Nacional
(PFN). Porém, no final de 2018, o STF decidiu que a pena de multa é sanção penal e, portanto,
a legitimidade inicial para cobrança da multa seria do Ministério Público e somente se quedan-
do inerte pelo prazo de 90 dias, esta competência passaria a PFN.
Neste sentido, fica Superada a Súmula n. 521 STJ e cobrança dessa multa deve ser realizada
pelo Ministério Público na vara de execução penal, segundo as normas da LEF (6.830/1980).
Além disso, de acordo como Artigo 8º, da Lei n. 8.137/1990, “nos crimes definidos nos arts. 1º
a 3º desta lei, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-
-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. Neste
sentido, a afirmativa está correta.

Questão 42 (CESPE/PC-SE/DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL/2018) Acerca de tráfico ilí-


cito de entorpecentes, crimes contra o meio ambiente, crime de discriminação e preconceito e
crime contra o consumidor, julgue o próximo item.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Importador ou prestador de serviço que promover propaganda com o objetivo de obter vanta-
gem indevida com o produto fornecido ou o serviço prestado cometerá crime contra o consu-
midor.

Certo.
Apesar de estar sofrendo flexibilização pelo STF, é princípio básico do direito penal o princípio
da legalidade estrita, cujos princípios da literalidade e da taxatividade são corolários. Em con-
sequência, reputo que a conduta narrada no enunciado da questão não subsumisse de modo
perfeito a nenhum dos tipos penais que concernem aos crimes contra as relações consumo ou
mesmo contra o consumidor.

Questão 43 (FCC/MPE-PB/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2018) Nos termos da


legislação penal, a conduta de destruir mercadoria, com o fim de provocar alta de preços, cons-
titui crime contra
a) a incolumidade pública.
b) a ordem econômica.
c) as relações de consumo.
d) a paz pública.
e) as relações econômicas.

Letra c.
A questão requer conhecimento específico sobre legislação penal especial, encontrado na Lei
n. 8.137/1990. De acordo com o Artigo 7º, VII, da Lei n. 8137/1990, “constitui crime contra as
relações de consumo: destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim
de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros”. Neste sentido, a alternativa
correta é a da letra “c”, questão é a literalidade da lei.

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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Questão 44 (UEG/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Conforme a Lei n. 8.137/1990,


constitui crime contra as relações de consumo, que pode ser punido na modalidade culposa,
reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte, a seguinte
conduta:
a) favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de
entrega ao consumo por intermédio de distribuidores ou revendedores.
b) elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de
comissão ou de taxa de juros ilegais.
c) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.
d) vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar maté-
ria-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo.
e) destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros.

Letra d.
A Lei n. 8.137/1990 traz três grupos de crimes contra: (ordem tributária; ordem econômica
e relações de consumo - art. 7º).
O que as bancas cobram desse art.7º é exatamente quais são os culposos, pois é o que está
expresso na lei. São 9 incisos, mas para identificar os culposos, procure os verbos VENDER OU
EXPOR À VENDA, os quais estão nos incisos II, III e IX.
Lei n. 8.137/1990, Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:

II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à ven-
da como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los
à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;

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Pena – detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.


Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se
a pena e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

Questão 45 (FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/AUDITOR-FISCAL DE TRIBUTOS I - GE-


RAL/2018) De acordo com a Lei no 8.137/1990, constitui crime contra as relações de consumo
a) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva à venda de mercadoria efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legisla-
ção.
b) formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas.
c) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável.
d) abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente,
a concorrência mediante qualquer forma de ajuste ou acordo de empresas.
e) induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a vei-
culação ou divulgação publicitária.

Letra e.
Os crimes contra o consumidor previstos na Lei n. 8.137/1990 estão elencados no artigo 7º.
A questão diz respeito ao inciso VII, do artigo 7º, da Lei n. 8.137/1990. Senão vejamos:

Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:


VII – induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa
sobre a natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veicula-
ção ou divulgação publicitária;

Questão 46 (VUNESP/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Os representantes legais de


uma determinada empresa tiveram instaurado contra si inquérito policial para apurar a suposta
prática dos crimes previstos nos artigos 1º , I e II, da Lei no 8.137/90, porque teriam omitido
da folha de pagamento da empresa e de documento de informações previstos pela legislação

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previdenciária, segurados empregados e contribuintes individuais, não recolhendo as respecti-


vas contribuições previdenciárias no período de 10/2014 a 1/2017. Houve a realização de lan-
çamento de ofício pelos agentes fiscais. Inconformados, os representantes legais ajuizaram
ação anulatória do lançamento tributário, realizando o depósito integral do montante exigido
pelo Fisco. O depósito do montante integral do crédito tributário
a) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que equivale ao pagamento do
débito, extinguindo a punibilidade dos crimes.
b) é causa de extinção do crédito tributário e, por conseguinte, de extinção da punibilidade dos
crimes.
c) é causa de exclusão do crédito tributário, que corresponde ao pagamento, extinguindo a
punibilidade dos crimes tributários.
d) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente para extin-
guir a punibilidade dos crimes tributários, porque não equivale ao pagamento do débito.
e) é causa de exclusão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente para extin-
guir a punibilidade dos crimes tributários, por não produzir os mesmos efeitos da moratória.

Letra d.
a) Errada. O depósito integral efetivamente é causa de suspensão da exigibilidade do crédi-
to tributário (art. 151, II, CTN). Ocorre que o pagamento é hipótese de extinção do crédito
(art. 156, I, CTN), e a extinção da punibilidade dos crimes tributários, na esteira do que vem en-
tendendo o STJ, apenas ocorre com o pagamento (extinção do crédito), e não com o depósito
(suspensão).
b) Errada. O depósito integral é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito, por não ter
o Fisco, em definitivo, a disponibilidade do montante.
c) Errada. As únicas hipóteses de exclusão do crédito tributário são a isenção e a anistia
(art. 175, I e II, CTN).
d) Certa. Conforme o julgado acima e a explicação da alternativa A, pagamento e depósito não
se confundem; o primeiro extingue o crédito, e o segundo suspende sua exigibilidade. Apenas
a extinção do crédito gera a extinção da punibilidade.

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e) Errada. Não existe a figura da “exclusão da exigibilidade”; há a exclusão do crédito (anistia


e isenção) e suspensão de exigibilidade (hipóteses do art. 151, do CTN). Ademais, apesar de
moratória e depósito integral configurarem institutos distintos, seus efeitos tributários são os
mesmos: suspendem a exigibilidade do crédito tributário.

Questão 47 (CESPE/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA SUBSTITUTO/2017) Considere os se-


guintes atos, praticados com o objetivo de suprimir tributo: 1) Marcelo prestou declaração
falsa às autoridades fazendárias; 2) Hélio negou-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota
fiscal relativa a venda de determinada mercadoria; 3) Joel deixou de fornecer nota fiscal re-
lativa a prestação de serviço efetivamente realizado. Nessas situações, conforme a Lei n.º
8.137/1990 e o entendimento do STF, para que o ato praticado tipifique crime material contra a
ordem tributária, será necessário o prévio lançamento definitivo do tributo em relação a
a) Hélio e Joel.
b) Marcelo apenas.
c) Hélio apenas.
d) Joel apenas.
e) Hélio, Marcelo e Joel.

Letra b.
O enunciado da questão afirma expressamente que a conduta a que se refere seria aquela que
pode ser tipificada como crime material, ou seja: a modalidade de crime cuja conduta exige,
para que haja a consumação do crime, a existência de um resultado naturalístico consubstan-
ciado na supressão ou na redução de tributo, contribuição social e qualquer acessório. Tanto a
conduta de Hélio - negar-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota fiscal relativa a venda de
determinada mercadoria -, quanto a conduta de Joel - deixar de fornecer nota fiscal relativa a
prestação de serviço efetivamente realizado - encontram-se tipificadas no inciso V do artigo 1º
da Lei n. 8.137/1990. De acordo com a nossa jurisprudência, essas condutas são classificadas
como crimes formais ou de consumação antecipada, uma vez que, embora possa causar alte-

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ração no mundo físico (supressão ou redução de tributo), o crime se consuma antecipadamen-


te, bastando a perpetração da conduta pelo agente, sendo o resultado naturalístico irrelevante.
Para que a conduta de Marcelo, de prestar declaração falsa às autoridades fazendárias, possa
ser tipificada como delito material, deve ser constatada a efetiva supressão ou redução de
tributo (artigo 1º, I, da Lei n. 8.137/1990), o que apenas pode ser feito após o seu lançamento
definitivo, ato administrativo-fiscal que constitui o crédito tributário. Neste sentido é o teor da
Súmula Vinculante n. 24 do STF, senão vejamos:

Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei n. 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Questão 48 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA - VESPERTINA/2016) Os crimes


contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/90 são punidos, apenas, na modali-
dade dolosa.

Certo.
Elementos comuns dos crimes contra as relações de consumo são: Sujeito Ativo – é o forne-
cedor; Sujeito Passivo – principal, a coletividade, secundário, o consumidor; Objeto Material – é
o produto. Elemento Subjetivo – é o dolo de perigo (vontade livremente dirigida no sentido de
expor o objeto jurídico a perigo de dano). É admitido o direto e o eventual.

Questão 49 (MPE-SC/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA - VESPERTINA/2016) Os crimes


contra o consumidor previstos na Lei n. 8.078/90 tem, como hipóteses de circunstâncias agra-
vantes, dentre outras, a condição econômico-social do autor manifestamente superior à da
vítima e o qualificativo do consumidor como operário ou rurícola.

Certo.
O item está em conformidade com a inteligência do artigo 76 da Lei 8.078/1990. Senão veja-
mos:

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Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código: serem cometidos em
época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade; ocasionarem grave dano individual
ou coletivo;

Questão 50 (TRF - 3ª REGIÃO/TRF - 3ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2016) Se


um indivíduo é flagrado entrando com R$ 100.000,00 (cem mil reais) em dinheiro no território
nacional, pode-se dizer que:
a) A situação constitui um irrelevante penal, pois evadir dinheiro é crime, porém, internar não;
b) Está-se diante do crime capitulado no artigo 22, caput, da Lei 7.492/86;
c) A depender da origem do dinheiro, pode-se estar diante de vários crimes, inclusive lavagem
de dinheiro;
d) A depender da origem do dinheiro, pode-se estar diante de crime contra a ordem tributária;

Letra c.
a) Errado. Evadir dinheiro, por sí só, não é crime.
b) Errado. A situação tratada pelo art. 22 da Lei n. 7.492/1986, pressupõe a saída de dinheiro
do país, além de outras elementares. Vejamos:

Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas
do País:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal,
a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição
federal competente.

c) Certa. Art. 1º da Lei n. 9.613/1998, no caso, a depender da origem LÍCITA ou ILÍCITA do di-
nheiro.
d) Errado. Sonegação independe da origem LÍCITA ou ILÍCITA do dinheiro, até porque a tributa-
ção é exigida em ambos os casos (pecunia non olet).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 6. ed. atual. e reform. São Paulo: Sarai-
va. 2009.

CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério San-
ches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador:
Ed. JusPodivm, 2020.

HARADA, Kiyoshi. Parcelamento e crimes contra a ordem tributária. Jus Navigandi, Teresi-
na, ano 13, n. 2140, 11 maio 2009. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.as-
p?id=12806>.

LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual.
Salvador: Editora JusPodivm, 2020.

STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial,
(Coord.). 7. ed. rev e atual e ampl. São Paulo: RT, 2001, v. 1,

Sérgio Bautzer
Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Bacharel em Direito, Professor de Legislação Especial e Direito
Processual Penal, Professor de cursos preparatórios, graduação e pós-graduação.

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