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Lei Crimes Contra A Ordem Tributaria
Lei Crimes Contra A Ordem Tributaria
PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Apresentação..................................................................................................................4
Crimes Contra a Ordem Tributária - Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990.................5
1. Tipificação dos Crimes Contra a Ordem Tributária.. ......................................................5
2. Bem Jurídico Tutelado.................................................................................................5
3. Princípio da Insignificância...........................................................................................6
4. Competência Criminal. ................................................................................................ 11
5. Competência Territorial............................................................................................. 13
6. Inviolabilidade de Domicílio....................................................................................... 13
7. Quebra do Sigilo Financeiro....................................................................................... 15
8. Inquérito Policial........................................................................................................17
9. Sigilo no Inquérito Policial......................................................................................... 19
10. Fiança e o Inquérito Policial..................................................................................... 19
11. Ação Penal.. ............................................................................................................. 20
12. Conclusão de Procedimento Administrativo-Fiscal.. ................................................ 20
13. Representação Fiscal...............................................................................................24
14. Condição Objetiva de Punibilidade ou Condição de Procedibilidade...........................24
15. Denúncia Genérica. ...................................................................................................25
16. Da Extinção de Punibilidade...................................................................................... 27
17. Da Colaboração Premiada........................................................................................ 31
18. Dos Crimes em Espécie. ...........................................................................................32
18.1. Classificação dos Crimes contra a Ordem Tributária.. ............................................32
18.2. Análise dos artigos 1º e 2º da Lei n. 8.137/1990. . ..................................................32
Mapas Mentais..............................................................................................................46
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Questões de Concurso.................................................................................................. 48
Gabarito....................................................................................................................... 69
Gabarito Comentado. .....................................................................................................70
Referências Bibliográficas............................................................................................ 114
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Apresentação
Olá, meu(minha) caro(a) aluno(a), eu sou Sérgio Bautzer e leciono há 15 anos as leis pe-
nais e processuais penais especiais. Hoje, eu e você estudaremos os crimes previstos na Lei
n. 8.137/2009. Mas, cuidado desde já. No art. 1º e 2º, estudaremos os crimes contra a ordem
tributária. No art. 3º, você verá os crimes praticados por funcionários públicos contra a admi-
nistração pública fazendária (aqui já dou a primeira dica de estudos: leia tal dispositivo com o
código penal ao lado, para que você o compare os tipos penais previstos nos Art. 312 a 327.
no art. 4º, há os crimes contra a ordem econômica. Existiam crimes nos arts. 5º e 6º da men-
cionada lei, mas eles foram revogados. No art. 7º, você estudará os crimes contra as relações
de consumo. Aqui também você precisará ter cuidado pois existem também crimes previstos
no código de defesa do consumidor e também na lei dos crimes contra a economia popular.
Assim como em outras leis penais especiais, há a colaboração premiada no corpo da Lei n.
8.137/1990. O assunto que você mais deverá ter atenção é relacionado ao art. 1º, por conta
dos inúmeros julgados que existem sobre o assunto, inclusive existindo uma súmula vincu-
lante do STF. Tenha em mente que o que importa para o estado não é a prisão do contribuinte
que sonega tributos, mas sim o pagamento do que é devido para o fisco. Lembre-se para se
ter a ocorrência dos crimes previstos em alguns dos incisos do art. 1º, deve haver a conclusão
do processo administrativo fiscal. Uma vez finalizado o “PAF”, haverá o lançamento do crédito
tributário e a consequente consumação do crime, que é considerado pela doutrina e jurispru-
dência como material. A partir da conclusão do “PAF”, o estado comunica o ministério público
ou a polícia por meio de uma peça chamada representação fiscal. Só a partir daí, é que pode
haver a instauração do IP ou da ação penal. Ah, só para te lembrar, crimes conexos como lava-
gem de capitais e evasão de divisas, podem ser apurados, antes da conclusão do “PAF”. Você
não vai acreditar, mas se o condenado pelo art. 1º da Lei n. 8.137/1990 o pagar o que deve
para o fisco, haverá extinção de punibilidade. Se ele já estiver cumprindo pena, deverá ser solto
imediatamente, desde que a certidão da dívida ativa esteja negativa e seja juntada aos autos
da execução penal. Bom, depois desta breve apresentação, gostaria de dizer que estou à sua
disposição no fórum de dúvidas do Gran Online, que é o maior, melhor e mais completo curso
virtual para concursos públicos do país. Bons estudos!!!!!!
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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No ordenamento jurídico interno, é possível dizer que a criação de tipos penais voltados à
tutela da ordem tributária é relativamente recente. A Lei n. 4.357, de 16 de julho de 1964, tipifi-
cou o crime de apropriação indébita do imposto de renda, imposto sobre o consumo e o impos-
to do selo, então existente. Na sequência, a Lei n. 4.729, de 14 de julho de 1965, posteriormente
revogada pela Lei n. 8.137/90,8 passou a definir o crime de sonegação fiscal.
De um modo geral, ao se referir ao bem jurídico tutelado pelos crimes contra a ordem tribu-
tária, a doutrina costuma apontar duas (duas) correntes diversas:
• Corrente patrimonialista: o bem jurídico tutelado pelos crimes tributários é o patrimô-
nio dinâmico da Fazenda Pública, também referido como erário público e arrecadação
tributária;
• Corrente funcionalista: rejeitando a postura patrimonialista, a concepção funcionalista
sustenta que o bem jurídico tutelado pelos crimes tributários guarda relação com as
diversas funções que o tributo deverá exercer em uma determinada sociedade, como,
por exemplo, o custeio e, também, que o delito de contrabando foi deslocado para o
art. 334-A (“Importar ou exportar mercadoria proibida “), sendo-lhe cominada uma pena
de reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, financiamento das atividades institucionais do
Estado e das prestações sociais. É nesse sentido a lição de Hugo de Brito Machado.
Para o autor, o bem jurídico tutelado pelos crimes contra a ordem tributária está consubs-
tanciado nas funções que o tributo deve exercer de acordo com os dispositivos constitucio-
nais. Por conta da abstração e generalidade da postura funcional, que acaba dificultando a
incidência do Direito Penal nesse âmbito à luz do princípio da ofensividade, é dominante a
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3. Princípio da Insignificância
O princípio da insignificância, inicialmente, era aplicado aos crimes contra a ordem tributá-
ria, extinguindo todo crédito fiscal cujo valor fosse inferior a R$ 100,00 (cem reais).
Posteriormente, passou a ser adotado o valor previsto no artigo 20 da Lei n. 10.522/2002,
com redação dada pela Lei n. 11.033/2004, qual seja, R$ 10.000,00 (dez mil reais). O dispositi-
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LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual. Salvador: Editora JusPo-
divm, 2020.
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vo prevê que os autos das execuções dos débitos inscritos como Dívida Ativa da União serão
apenas arquivados, sem baixa na distribuição. Sendo, portanto, uma conduta administrativa
irrelevante, os Tribunais passaram a compreender que também deveria ser irrelevante criminal-
mente, sob pena de violação aos princípios aos princípios da subsidiariedade, da fragmentarie-
dade, da necessidade e da intervenção mínima que regem o Direito Penal.
A partir deste momento, o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) passou a ser adotado para
a aplicação do princípio da insignificância aos delitos contra a ordem tributária, previstos na
Lei n. 8.137/1990, e também ao crime de descaminho, previsto no artigo 334, caput, do CP.
Importante destacar que, este valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) não é utilizado como
patamar para aplicação do princípio da insignificância aos tributos que não são de competên-
cia da União.
Afinal, para a aplicação desse patamar a crimes tributários praticados em detrimento dos
Estados, dos Municípios, ou do Distrito Federal, seria necessária a existência de lei do ente
federativo competente, porque a arrecadação da Fazenda Nacional não se equipara à dos de-
mais entes federativos. Ademais, um dos requisitos indispensáveis à aplicação do princípio da
insignificância é a inexpressividade da lesão jurídica provocada, que pode se alterar de acordo
com o sujeito passivo.2
Acerca do princípio da bagatela no caso de crimes relacionados a tributos que não sejam
de competência da União, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça:
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LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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4. Competência Criminal
Conforme Renato Brasileiro4, os crimes contra a ordem tributária são espécies do gênero
“crimes contra a ordem econômico-financeira”. De acordo com o art. 109, VI, in fine, da Cons-
tituição Federal, os crimes contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira são
da competência da Justiça Federal nos casos que a lei assim determina. Vê-se, pois, que o
simples fato de se tratar de crime contra o sistema financeiro ou contra a ordem econômico-
-financeira não atrai a competência da Justiça Federal, devendo antes se verificar se assim o
dispõe a lei.
Caso a lei não disponha que a competência será da Justiça Federal, a competência será da
Justiça Estadual, salvo se houver lesão a bens, serviços ou interesses da União, suas entida-
des autárquicas ou empresas públicas, quando, então, a competência da Justiça Federal será
fixada para ações penais por crimes contra o sistema financeiro e contra a ordem econômico-
-financeira. Porém, não mais com fundamento no inciso VI do art. 109 da Constituição Federal,
mas sim com base no seu inciso IV do art. 109.
A Lei n. 8.137/1990, que dispõe sobre crimes contra a ordem tributária, econômica e contra
as relações de consumo, silencia quanto à competência da Justiça Federal. Portanto, aplica-se
o artigo 109, inciso VI da Constituição Federal para determinar a competência federal para os
delitos previstos na lei.
Assim, quanto aos crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1º a 3º da Lei n.
8.137/1990, a competência somente será da Justiça Federal se houver a supressão ou redu-
ção de tributos federais (v.g., imposto de renda e proventos de qualquer natureza, impostos
sobre importação de produtos estrangeiros, etc.); tratando-se de tributos de natureza estadual
ou municipal (v.g., imposto sobre a propriedade de veículos automotores, imposto sobre a pro-
priedade predial e territorial urbana, etc.), a competência será da Justiça Estadual. A título de
exemplo, compete à Justiça Estadual - e não à Justiça Federal - o julgamento de ação penal em
que se apure a possível prática de sonegação de imposto sobre serviço de qualquer natureza
(ISSQN) por representantes de pessoa jurídica privada, ainda que esta mantenha vínculo com
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LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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entidade da administração indireta federal. Afinal, no caso de ISSQN, resulta prejuízo apenas
para os Municípios ou para o Distrito Federal, e não para a União.
Em relação ao crime de formação de cartel, previsto no art. 4º da Lei n. 8.137/1990, o Su-
perior Tribunal de Justiça entende que, como a lei não contém dispositivo expresso fixando
a competência da Justiça Federal, compete, em regra, à Justiça Estadual o julgamento dessa
espécie de delito. Isso, no entanto, não afasta a competência da Justiça Federal, desde que se
verifique ofensa a bens, serviços ou interesses da União, suas autarquias ou empresas públi-
cas (CF, art. 109, IV) ou, que, pela magnitude da atuação do grupo econômico ou pelo tipo de
atividade desenvolvida, o ilícito tenha a propensão de abranger vários Estados da Federação,
prejudicar setor econômico estratégico para a economia nacional ou o fornecimento de servi-
ços essenciais, de onde se evidenciaria interesse supra regional a apontar para a necessidade
de interferência da União. Na eventualidade de haver conexão e/ou continência envolvendo
crimes da competência da Justiça Federal e da Justiça Estadual, prevalecerá a competência
daquela, nos termos da súmula n. 122 do STJ (“Compete à Justiça Federal o processo e julga-
mento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a
regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal”).
Trata-se de habeas corpus preventivo em que o paciente e demais corréus, todos repre-
sentantes legais de sociedades empresariais, foram denunciados pela suposta prática
dos crimes previstos no art. 4º, III, a, b e c, da Lei n. 8.137/1990 (cartel) e no art. 288
do CP (formação de quadrilha) c/c o art. 69 do CP (concurso material). Narra a denún-
cia que, mediante acordos, convênios, ajustes e alianças, os denunciados controlavam
artificialmente o preço do gás industrial no mercado nacional. Nesse habeas corpus, dis-
cutiu-se somente a competência para processar e julgar a ação penal intentada contra
os pacientes, ficando as demais questões suscitadas para o juízo competente apreciar.
Explica o Min. Relator que a competência traz certa controvérsia porque, de acordo com
o disposto no inciso IV do art. 109 da CF/1988, os crimes contra a ordem econômica
ou contra o sistema financeiro nacional somente serão julgados na Justiça Federal na
hipótese de haver previsão expressa em lei ordinária. Para os crimes contra o sistema
financeiro, essa previsão encontra-se no art. 26 da Lei n. 7.492/1986; ao contrário, nos
crimes contra a ordem econômica, já que a Lei n. 8.137/1990 não contém dispositivo
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5. Competência Territorial
6. Inviolabilidade de Domicílio
(...)para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais exclu-
dentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papeis e
efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes
de exibi-los.
5
STJ. HC 117.169-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 19/2/2009.
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Como é sabido, a Constituição Federal prevê que a casa é asilo inviolável do indivíduo, nin-
guém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante deli-
to ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial (art. 5º, XI).
O conceito de casa, que não se confunde com o de domicílio tributário (CTN, art. 127), que é
tradicionalmente extraído pela doutrina e pela jurisprudência do art. 150, §4º, do Código Penal:
• qualquer compartimento habitado;
• aposento ocupado de habitação coletiva, ainda que se destine à permanência por pou-
cas horas;
• compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. Inse-
re-se no conceito de casa, portanto, não só a casa ou habitação, mas também o escri-
tório de advocacia, o consultório médico, o quarto ocupado de hotel ou motel, o quarto
de hospital, empresas e lojas (do balcão para dentro), pátios, jardins, quintal, garagens,
depósitos etc.
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As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços pres-
tados.
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Simples dados cadastrais não estão abrangidos pela proteção oferecida pelo sigilo finan-
ceiro, porquanto não constituem informações atinentes à intimidade dos clientes das opera-
ções financeiras. Como observa Tércio Sampaio Ferraz Júnior, deve-se partir da premissa de
que a inviolabilidade dos dados referentes à vida privada só tem pertinência para aqueles asso-
ciados aos elementos identificadores usados nas relações de convivência, as quais só dizem
respeito aos conviventes. Nas palavras do autor, “os elementos de identificação só são protegi-
dos quando compõem relação de convivência privadas: a proteção é para elas, não para eles”.
Em consequência, simples cadastros de elementos identificadores (nome, endereço, RG,
filiação etc.), não são protegidos”. Não por outro motivo, a nova Lei das Organizações Crimino-
sas (Lei n. 12.850/2013, art. 15) e a Lei de Lavagem de Capitais (Lei n. 9.613/1998, art. 17-B,
acrescentado pela Lei n. 12.683/2012) dispõem expressamente que o delegado de polícia e o
Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, exclusivamente
aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a sua qualificação pesso-
al (nome, nacionalidade, naturalidade, data de nascimento, estado civil, profissão, número de
carteira de identidade e número de registro no cadastro de pessoas físicas da Receita Federal),
filiação (indicação do nome do pai e da mãe) e o endereço (residencial e do trabalho) mantidos,
dentre outros órgãos, por instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito.
Na mesma linha, o art. 13-A do CPP, acrescentado pela Lei n. 13.344/2016, também passou
a prever que “nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no art. 158, §3º e no art. 159 do
Código Penal, e no art. 239 do ECA, o membro do Ministério Público ou o Delegado de Polícia
poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada,
dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos”.
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8. Inquérito Policial
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A instauração de persecução penal, desse modo, nos crimes contra a ordem tributária
definidos no art. 1º da Lei n. 8.137/1990 somente se legitimará, mesmo em sede de
investigação policial, após a definitiva constituição do crédito tributário, pois, antes que
tal ocorra, o comportamento do agente será penalmente irrelevante, porque manifesta-
mente atípico. Precedentes. Se o Ministério Público, no entanto, independentemente da
“representação fiscal para fins penais” a que se refere o art. 83 da Lei n. 9.430/1996,
dispuser, por outros meios, de elementos que lhe permitam comprovar a definitividade
da constituição do crédito tributário, poderá, então, de modo legítimo, fazer instaurar os
pertinentes atos de persecução penal por delitos contra a ordem tributária. A questão do
início da prescrição penal nos delitos contra a ordem tributária. Precedentes.
O pagamento integral de débito fiscal devidamente comprovado nos autos empreendido
pelo paciente em momento anterior ao trânsito em julgado da condenação que lhe foi
imposta é causa de extinção de sua punibilidade, conforme opção político-criminal do
legislador pátrio (...) Com base nesse entendimento, a 1ª Turma concedeu, de ofício,
habeas corpus para reconhecer a extinção da punibilidade de paciente condenado por
supostamente fraudar a fiscalização tributária (Lei 8.137/90, art. 1º, II, c/c art. 71 do CP).
Preponderou o voto do Min. Dias Toffoli, relator, que, inicialmente, não conheceu do writ.
Neste, a defesa pleiteava a aplicação do princípio da insignificância em favor do paciente
e o trancamento da ação penal sob a alegação de que o valor do débito seria inferior a
R$10.000,00. O relator assinalou inexistir ilegalidade flagrante, abuso de poder ou tera-
tologia na decisão proferida pelo STJ. Além disso, uma vez que aquela Corte não exami-
nara a matéria, a análise pelo Supremo configuraria supressão de instância. Acrescentou
haver menção, na sentença, de que o paciente seria contumaz na prática de crimes desse
jaez e fora condenado por delito de contrafação de moeda. (...)
O relator esclareceu que, no entanto, o impetrante peticionara no curso do habeas para
requerer a extinção da punibilidade, considerado o pagamento integral de débito tributá-
rio constituído. Aduziu, em reforço, ter sido juntada aos autos certidão da Fazenda Nacio-
nal. Referiu-se ao voto externado no exame da AP 516 ED/DF (v. Informativos 650, 705
e 712, julgamento pendente de conclusão), segundo o qual a Lei 12.382/2011, que trata
da extinção da punibilidade dos crimes tributários nas situações de parcelamento do
débito tributário, não afetaria o disposto no § 2º do art. 9º da Lei 10.684/2003, o qual pre-
veria a extinção da punibilidade em virtude do pagamento do débito a qualquer tempo.
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Ressalvou entendimento pessoal de que a quitação total do débito, a permitir que fosse
reconhecida causa de extinção, poderia ocorrer, inclusive, posteriormente ao trânsito em
julgado da ação penal. Precedente citado: HC 81929/RJ (DJU de 27.2.2004). HC 116828/
SP, rel. Min. Dias Toffoli, 13.8.2013. (HC-116828).
O auto de prisão em flagrante faz nascer o inquérito policial e a autoridade policial somente
poderá conceder a liberdade provisória com a fixação de fiança nos casos de infração punida
com pena máxima de até 4 anos, o que o impede de estabelecer a garantia nos crimes previs-
tos no artigo 1º da Lei n. 8.137/1990 pois possuem a pena máxima de 5 anos.
Já os crimes previstos no artigo 2º da mesma Lei são infrações de menor potencial ofen-
sivo, apurados por meio de termo circunstanciado de ocorrência.
O Delegado de Polícia, conforme preceituava o § 2º do art. 325 do CPP, não poderia fixar
fiança nos crimes de sonegação fiscal e contra a economia popular, punidos com pena de de-
tenção. Tal proibição foi revogada com o advento da Lei n. 12.403/2011, que alterou o Código
de Processo Penal.
Se o autuado recolher a fiança fixada pelo Juiz, será colocado em liberdade provisória. Caso
haja o pagamento do débito tributário, o valor da fiança será devolvido em sua integralidade.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
São crimes de ação penal pública incondicionada. Neste sentido o artigo 15 da Lei:
Art. 15. Os crimes previstos nesta lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto
no art. 100 do Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
A Súmula n. 609 do STF dispõe o mesmo: “é pública incondicionada a ação penal por crime
contra a ordem tributária”.
Os delitos tipificados no artigo 1º tem a pena cominada de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa,
sendo, portanto, incabível a transação penal e a suspensão condicional do processo.
A competência para julgar e processar os delitos do artigo 1º será da Justiça Comum Es-
tadual ou Justiça Comum Federal, a depender do bem jurídico atingido.
Quanto aos delitos previstos no artigo 2º, a pena cominada é de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos e multa. Portanto, são infrações de menor potencial ofensivo, sendo cabível a suspensão
condicional do processo e a transação penal.
A competência para julgar e processar os delitos do artigo 2º também será da Justiça Co-
mum Estadual ou Justiça Comum Federal, a depender do bem jurídico atingido.
Nos crimes previstos nesta lei, o oferecimento de denúncia depende da conclusão de pro-
cedimento administrativo-fiscal, mesmo que se trate de ação penal pública incondicionada.
No sítio do Supremo Tribunal Federal foi veiculada a seguinte notícia:
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, inciso I, da Lei
n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Vale lembrar que, mesmo havendo o pagamento do débito tributário por parte do con-
tribuinte, haverá a responsabilização do funcionário público que cometeu o crime contra a
Administração Pública Fazendária:
Em se tratando de crimes funcionais contra a ordem tributária, mesmo que o tributo seja
pago, ou que haja a extinção da punibilidade do contribuinte, remanesce (persiste) a res-
ponsabilidade penal do funcionário público, já que os crimes previstos no art. 3º da Lei
n. 8.137/1990 não ofendem apenas a ordem tributária, mas também a moralidade admi-
nistrativa, constituindo verdadeiros delitos contra a administração Pública previstos em
Legislação Penal Especial. (HC 137.462/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado
em 17/11/2011)
Recurso em habeas corpus. Crime Contra a Ordem Tributária e outros crimes. Sonegação.
Procedimento administrativo. Exaurimento. Condição de procedibilidade. Ação penal.
Na linha do que vem delineando o Supremo Tribunal Federal, somente é possível o início
da ação penal em relação a crime de sonegação quando o procedimento administrativo
em curso for definitivamente concluído, já que discutível, ainda, o lançamento tributá-
rio. In casu, comprova-se nos autos a controvérsia administrativo-fiscal, por onde a nova
interpretação da Suprema Corte vem autorizando o trancamento da ação penal. Recurso
provido para trancar a ação penal em relação ao crime de sonegação fiscal (art. 1º, I, da
Lei n. 8.137/1990), sem prejuízo da futura ação penal, com o término do procedimento
administrativo, HC n. 37.401/SP prejudicado.
De acordo com a jurisprudência do STF, o Ministério Público não poderá ajuizar ação penal
no crime de sonegação fiscal enquanto não estiver encerrado o processo administrativo fiscal
e lançado o crédito tributário. Senão vejamos:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Ementa: Penal. Processual penal. Crime Contra a Ordem Tributária. Lei n. 8.137/1990,
art. 1º. I – Condenação fundada em representação fiscal que demonstra que o paciente
teria omitido nas declarações de renda bens sem origem justificada, com a finalidade de
burlar o fisco. II – Falta justa causa para a ação penal pela prática do crime tipificado no
art. 1º da Lei n. 8.137, de 1990, enquanto não constituído, em definitivo, o crédito fiscal
pelo lançamento. HC n. 81.611/DF, Ministro Sepúlveda Pertence, Plenário, 10/12/2003.
II – No caso, o crédito fiscal já está constituído, visto que o procedimento administrativo
fiscal instaurado contra o paciente foi concluído em 1994. III – HC indeferido.
Ementa: habeas corpus. Penal. Processual penal. Crime Contra a Ordem Tributária. Repre-
sentação fiscal. Suspensão do curso da ação penal. Decisão definitiva do procedimento
administrativo fiscal. Condição de procedibilidade da ação penal. Lavagem de dinheiro.
Crime autônomo. 1. Denúncia carente de justa causa quanto ao crime tributário, pois não
precedeu da investigação fiscal administrativa definitiva a apurar a efetiva sonegação
fiscal. Nesses crimes, por serem materiais, é necessária a comprovação do efetivo dano
ao bem jurídico tutelado. A existência do crédito tributário é pressuposto para a carac-
terização do crime contra a ordem tributária, não se podendo admitir denúncia penal
enquanto pendente o efeito preclusivo da decisão definitiva em processo administrativo.
Precedentes. 2. O crime de lavagem de dinheiro, por ser autônomo, não depende da ins-
tauração de processo administrativo-fiscal. Os fatos descritos na denúncia, se compro-
vados, podem tipificar o crime descrito na norma penal vigente, devendo, quanto a este,
prosseguir a ação penal. Precedentes. 3. Habeas corpus parcialmente concedido.
Importante, porém, destacar os ensinamentos de Renato Brasileiro6. Ele afirma que a deci-
são final do procedimento administrativo de lançamento funciona como condição objetiva de
punibilidade apenas nos crimes materiais contra a ordem tributária, ou seja, crimes cuja con-
sumação está condicionada à produção de um resultado, tal como ocorre em relação àque-
les definidos no art. 1º da Lei n. 8.137/1990. Logo, se os delitos previstos no art. 1º da Lei n.
8.137/1990 são de natureza material, exigem, para a sua tipificação, a constituição definitiva
do crédito tributário para o desencadeamento da ação penal. Todavia, na hipótese de crime
formal contra a ordem tributária, a conclusão do procedimento administrativo é desnecessá-
6
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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ria para a persecução penal. É o que acontece, por exemplo, com o crime do art. 2º, inc. I, da
Lei n. 8.137/1990, cuja consumação independe do resultado naturalístico correspondente à
obtenção de vantagem ilícita em desfavor do Fisco, bastando a omissão de informações ou
a prestação de declaração falsa, não demandando a efetiva percepção material do ardil apli-
cado. Portanto, nesse caso, a conclusão do procedimento administrativo é dispensável para
configurar a justa causa legitimadora da persecução.
O STF entende que os crimes previstos na Lei n. 8.137/1990 são de ação penal pública in-
condicionada e que a representação fiscal nada mais é do que peça de informação endereçada
ao Ministério Público:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Processual penal. Habeas corpus. Delito tributário. Lançamento condição objetiva de puni-
bilidade. Ministério Público. Ação penal. Início. Impossibilidade. Requisição. Informações
bancárias e fiscais. Intervenção judicial. Inexistência. Prova ilícita. Ordem concedida.
1. O lançamento definitivo é conditio sine qua non para a constituição do crédito tributário,
de modo que, sem ele, não há que se falar em supressão de tributo e, portanto, inexiste a
necessária legitimidade para instauração da ação penal;
2. Sendo o exaurimento do processo administrativo-fiscal de lançamento condição obje-
tiva de punibilidade do delito tributário, a sua falta configura-se barreira intransponível ao
Parquet para iniciar a persecutio in judicio, pois além de ensejar constrangimento ilegal,
será de todo inútil;
3. O Ministério Público não detém o poder de, per se, determinar a quebra de
sigilo fiscal e bancário, mas somente quando for precedida da devida auto-
rização judicial, pena de macular de ilícita a prova obtida e, assim, impres-
tável para o fim de sustentar a ação penal ou decisão condenatória;
4. Ordem concedida para trancar o processo criminal.7
Recurso em habeas corpus. Direito Penal e Direito Processual Penal. Crime Contra a
Ordem Tributária. Quebra de sigilo. Prova ilícita. Inocorrência. Exaurimento da instância
administrativa. Condição objetiva de punibilidade. Ausência de justa causa.
A representação fiscal, dirigida ao Ministério Público para fins penais, substância cum-
primento de dever legal, compreendendo, por certo, o de instrução adequada com os
elementos documentais que certificam o ilícito penal tributário, no caso, as declarações
do imposto de renda do imputado autor. 2. A falta de decisão definitiva do processo admi-
nistrativo, em tema de crimes contra a ordem tributária, porque condição objetiva de puni-
bilidade, na luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, impede a propositura da
ação penal, com suspensão do prazo prescricional. 3. Recurso improvido. Habeas corpus
de ofício.
A 6ª Turma do STJ considerou inepta a denúncia do Ministério Público que não individuali-
za a conduta do sócio e administrador da pessoa jurídica:
7
STJ. HC n. 31.205/RJ, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Rel. p/ Acórdão Ministro Paulo Medina, 6ª Turma,
julgado em 2/9/2004, DJ 26/11/2007, p. 247.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
É inepta a denúncia que, ao imputar a sócio a prática dos crimes contra a ordem tributária
previstos nos incisos I e II do art. 1º da Lei n. 8.137/1990, limita-se a transcrever trechos
dos tipos penais em questão e a mencionar a condição do denunciado de administrador
da sociedade empresária que, em tese, teria suprimido tributos, sem descrever qual con-
duta ilícita supostamente cometida pelo acusado haveria contribuído para a consecução
do resultado danoso. Assim dispõe o art. 1º, I e II, da Lei n. 8.137/1990: “Constitui crime
contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer
acessório, mediante as seguintes condutas: I - omitir informação, ou prestar declaração
falsa às autoridades fazendárias; II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elemen-
tos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido
pela lei fiscal”. Posto isso, cabe ressaltar que uma denúncia deve ser recebida se aten-
dido seu aspecto formal (artigo 41 c/c 395, I, do CPP), identificada a presença tanto dos
pressupostos de existência e validade da relação processual, quanto das condições para
o exercício da ação penal (artigo 395, II, do CPP), e a peça vier acompanhada de lastro
probatório mínimo a amparar a acusação (art. 395, III, do CPP). Nesse contexto, observa-
-se que o simples fato de o acusado ser sócio e administrador da empresa constante da
denúncia não pode levar a crer, necessariamente, que ele tivesse participação nos fatos
delituosos, a ponto de se ter dispensado ao menos uma sinalização de sua conduta,
ainda que breve, sob pena de restar configurada a repudiada responsabilidade criminal
objetiva. Não se pode admitir que a narrativa criminosa seja resumida à simples condi-
ção de acionista, sócio, ou representante legal de uma pessoa jurídica ligada a eventual
prática criminosa. Vale dizer, admitir a chamada denúncia genérica nos crimes societá-
rios e de autoria coletiva não implica aceitar que a acusação deixe de correlacionar, com
o mínimo de concretude, os fatos considerados delituosos com a atividade do acusado.
Não se deve admitir que o processo penal se inicie com uma imputação que não pode
ser rebatida pelo acusado, em face da indeterminação dos fatos que lhe foram atribuídos,
o que, a toda evidência, contraria as bases do sistema acusatório, de cunho constitucio-
nal, mormente a garantia insculpida no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal. HC
224.728-PE, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 10/6/2014.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
O art. 14 da Lei n. 8.137/1990, em sua redação original, versava sobre extinção da punibilidade pelo
pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia, a exemplo do que prescrevia o art. 2º da
Lei n. 4.729/1965.
À luz desse dispositivo formou-se a jurisprudência no STF, segundo a qual somente o pa-
gamento da última parcela do crédito tributário fracionado tem o condão de extinguir a punibi-
lidade, podendo em consequência, quando for o caso, ser recebida a denúncia: RTJ n. 163/885.
Esse art. 14 veio a ser revogado pelo art. 98 da Lei n. 8.383/1991. Porém, por força do
princípio da ultratividade das normas penais, aquela disposição do art. 14 continuou sendo
aplicada em relação aos fatos ocorridos durante a sua vigência.
Aliás, é nosso entendimento de que o pagamento antes da denúncia exclui a responsabili-
dade nos termos do art. 138 do CTN. E mais, nos crimes contra a ordem tributária o bem jurí-
dico tutelado é o Erário. Não se trata de retirar de circulação elemento que represente ameaça
à sociedade.
Posteriormente, o art. 34 da Lei n. 9.249/1995 reintroduziu a extinção da punibilidade dos
crimes contra a ordem tributária pelo pagamento do tributo antes do recebimento da denúncia.
Em face do princípio da retroatividade da lei benigna (art. 5º, XL, da CF) o preceito do art. 34
tem aplicação a todos os casos, inclusive, àqueles já definitivamente julgados. [...]
8
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit
9
HARADA, Kiyoshi. Parcelamento e crimes contra a ordem tributária. Jus Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2140, 11 maio 2009.
Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12806>.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Atualmente, vigora o art. 9º da Lei n. 10.684, de 30/5/2003, vazado nos seguintes termos:
Art. 9º. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos
arts. 1º e 2º da Lei n. 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do
Decreto-Lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em
que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no
regime de parcelamento:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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se tem por satisfeito o interesse público tutelado. Seria uma iniquidade não reconhecer a ex-
tinção da punibilidade ao contribuinte devedor que paga, de uma só vez, a totalidade do débito
tributário e, ao mesmo tempo, reconhecer essa extinção da pretensão punitiva do Estado em
relação ao contribuinte devedor que paga a última prestação decorridos mais de dez anos.
Nesse sentido evoluiu a Jurisprudência da Corte Suprema: HC n. 81.929-RJ, 1ª Turma, Rel. Min.
Cezar Peluso; HC n. 83.414-RS, 1ª Turma, Rel. Min. Joaquim Barbosa.
Por oportuno, esclareça-se que a norma do § 2º do art. 9º da Lei n. 10.684/2003 – extin-
ção da punibilidade pelo pagamento a qualquer tempo – tem aplicação aos casos presentes,
futuros e passados. Quem estiver cumprindo pena decorrente de condenação por crime contra
ordem tributária poderá obter alvará de soltura mediante pagamento integral do tributo devido
acrescido de acessórios.
Concluímos que, nos crimes contra a ordem tributária, extingue-se a punibilidade mesmo
se o agente promover o pagamento integral da dívida depois do oferecimento da denúncia.
Vejamos o que já decidiu o STJ:
Habeas corpus. Falsidade ideológica e crime contra ordem tributária. Falso praticado
exclusivamente com a finalidade de reduzir o tributo a ser recolhido. Crime-meio absor-
vido pelo crime-fim. Princípio da consunção. Pagamento integral do débito tributário
antes do recebimento da denúncia. Extinção da punibilidade. Ordem concedida.
1 – Caracterizado que a redução do imposto a ser recolhido era o objetivo pretendido
pelos pacientes, sendo a declaração falsa o meio empregado à consumação do delito,
constituindo, assim, fase obrigatória e necessária do iter criminis, deve a falsidade ser
absorvida pelo crime contra a ordem tributária. 2 – Deve ser extinta a punibilidade da
ação penal que apura o ilícito tributário quando estiver demonstrado nos autos que houve
o recolhimento do imposto devido, com os respectivos acréscimos, antes do recebimento
da denúncia. Precedentes. 3 – Ordem concedida para trancar a ação penal em relação
aos pacientes, estendendo-se, de ofício, os efeitos da decisão ao corréu Valério Binazzi,
nos termos do art. 580 do CPP.P
Por fim, o pagamento do débito tributário realizado mesmo após o trânsito em julgado da
sentença penal condenatória também extingue a punibilidade do agente.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
O artigo 16, parágrafo único desta lei prevê a possibilidade de colaboração premiada do
agente:
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos
nesta lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o
tempo, o lugar e os elementos de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou coautoria, o coautor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a
trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.080,
de 19.7.1995)
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Os crimes previstos na lei em estudo são classificados conforme o sujeito ativo. Podemos
dividi-los em:
• Crimes praticados por particulares: estão previstos nos artigos 1º e 2º, os quais serão
objeto de minuciosa análise. Eles podem ser subdivididos em:
− art. 1º da Lei: crimes materiais, sendo necessário a produção do resultado “supres-
são” ou “redução do tributo”. Muitos denominam os crimes tipificados neste artigo
de Sonegação Fiscal em Sentido Próprio;
− art. 2º da Lei: crimes formais, sendo desnecessário a produção do resultado “su-
pressão” ou “redução do tributo” para a sua consumação. A exceção à regra fica
por conta do crime de apropriação indébita tributária, previsto no art. 2º, II, da Lei n.
8.137/1990. Outrora considerado espécie de crime formal, assemelhando-se, assim,
às demais infrações penais do art. 2º, o Supremo Tribunal Federal passou a tratá-lo
como crime material, de modo que a persecução penal desse delito ficasse condi-
cionada à decisão final do procedimento administrativo de lançamento10.
• Crimes praticados por funcionários públicos: estes delitos estão previstos no artigo
3º da lei, porém não são objeto desta aula. São crimes contra a Administração Pública,
acrescidos do elemento especializante de serem praticados em detrimento da Adminis-
tração Fazendária.
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
10
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Verbos–Núcleo: os núcleos do tipo são “suprimir”, no sentido de não pagar o tributo devi-
do, e “reduzir”, que significa pagar menos do que é devido.
Como se trata, de crime de conduta múltipla ou de conteúdo variado, é de se concluir que
a prática de mais de uma das condutas descritas em seus incisos não afasta a caracterização
de crime único, desde que haja a supressão ou redução de um único tributo em uma mesma
competência. Por consequência, se determinado agente, por ocasião da apresentação da de-
claração de imposto de renda, omitir uma informação e prestar uma declaração falsa (art. 1 º,
I), falsificar ou alterar uma nota fiscal (art. 1 °, III), terá praticado crime único do art. 1º da Lei n.
8.137/1990, visto que ambas foram praticadas em um contexto fático único11.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Configura de crime contra a ordem tributária, a sonegação fiscal de lucro oriundo de ativi-
dade criminosa, não sendo necessária a existência de origem lícita da renda ou de rendimen-
tos subtraídos dolosamente da tributação.
Sujeitos Ativo e Passivo: há certa oscilação na doutrina. Existe um debate se o crime con-
substancia um delito comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa ou se é delito es-
pecial, que somente pode ser cometido por pessoas que ostentem determinadas característi-
cas12.
Porém, a leitura do caput permite concluir que o tipo penal não faz nenhuma limitação do
círculo de autores, de modo que se trata de um delito comum.
O crime normalmente será cometido ou pelo contribuinte (sujeito ativo direto) ou pelo res-
ponsável tributário (sujeito ativo indireto).
Por ser um crime comum, aplica-se a Teoria do Domínio do Fato.
O sujeito passivo, por sua vez, será a União, Estados, Municípios e Distrito Federal, poden-
do, eventualmente, atingir outra pessoa jurídica de direito público, que tenha capacidade tribu-
tária ativa.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso e não admite a modalidade culposa. Logo, na even-
tualidade de o contribuinte, por conta de um lapso, esquecer-se de alguma hipótese fática de
11
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
12
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério Sanches Cunha, Ronaldo Batista
Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
incidência por ocasião da formulação da declaração para o lançamento, não há falar em crime
contra a ordem tributária, o que, todavia, não tem o condão de elidir eventual ilícito tributário.
Renato Brasileiro13 destaca que quando a supressão ou redução no recolhimento do tributo
decorrer de erro do agente no tocante à interpretação da lei tributária, parece-nos que se trata
de erro de tipo, vez que haverá um falsa representação sobre elemento constitutivo do tipo, ou
seja, quanto à supressão ou redução de tributo. Nesse caso, como não se admite a punição
dos crimes tributários a título culposo, a consequência será o reconhecimento da atipicidade.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há o não pagamento
ou a redução do tributo, contribuição e qualquer acessório.
A tentativa é admissível se for possível fracionar o iter criminis.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO I:
Art. 1º, inciso I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
Verbos-Núcleo: os núcleos do tipo são “omitir”, que significa deixar de prestar ou ocultar as
informações à Fazenda Pública, e “prestar” declaração falsa, que significa fornecer informação
ao Fisco que não corresponda à verdade.
Na primeira parte trata-se de um crime omissivo, vez que deixa de prestar informação à au-
toridade fazendária e acaba por não pagar o tributo ou pagando ele a menor. Para caracterizar
esta conduta deve-se provar que o agente podia e devia prestar informações.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
A omissão de informações às autoridades fazendárias somente configurará crime contra a
ordem tributária quando tiver a finalidade de suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social
e qualquer acessório.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há a supressão ou a
redução do tributo, contribuição e qualquer acessório.
O crime em estudo é classificado como de resultado, senão vejamos:
13
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Habeas corpus. Crime Contra a Ordem Tributária. CPMF. Sonegação. Art. 1º, Inciso I, da
Lei n. 8.137/1990. Ação penal. Art. 83 da Lei n. 9.430/1996. Crédito fiscal. Pendência de
processo administrativo. Ausência de lançamento definitivo. Delito não consumado. Falta
de justa causa. Trancamento. Prazo prescricional que não se inicia. Precedentes do STF.
1. É cediço que a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça se firmou no sentido
de que a decisão final na esfera administrativa, a teor do art. 83, da Lei n. 9.430/1996, não
se constitui em condição objetiva de procedibilidade para a propositura da ação penal
para apurar eventual cometimento de crime contra a ordem tributária. 2. Todavia, a ques-
tão continua sendo objeto de acirrados debates tanto nos Tribunais quanto na Doutrina. E,
recentemente, nos autos do HC n. 81.611/DF, o Supremo Tribunal Federal, com sua com-
posição renovada, por decisão plenária majoritária, reformou o entendimento até então
prevalecente sobre o tema. 3. Acolhendo os judiciosos argumentos esposados pela Corte
Suprema, tem-se que não há justa causa para a persecução penal do crime previsto no
art. 1º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990, quando o suposto crédito fiscal ainda pende de lan-
çamento definitivo, uma vez que a inexistência deste impede a configuração do delito e,
por conseguinte, o início da contagem do prazo prescricional. 4. No caso dos autos, não
foi concluído o processo administrativo em que se discute a incidência ou não da CPMF
nas operações financeiras realizadas pelo Banco Itaú S.A., nas chamadas contas de
depósitos vinculados, em cumprimento ao que fora contratado pela Empresa Souza Cruz
representada pelos ora Pacientes. 5. A chamada “‘representação fiscal para fins penais’
ordenada à administração fiscal pelo dispositivo atacado [art. 83, da Lei n. 9.430/1996],
é mera noticia criminis, posto que obrigatória, e não condição necessária da propositura
da ação penal”; e, sem ferir essa premissa, tem-se que “antes de constituído definitiva-
mente o crédito tributário, não há justa causa para a ação penal quando se cuide de tipo
penal misto alternativo do art. 1º da L. 8.137/1990 que constitui crime de resultado”
(ADIn n. 1.571-1, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ de 30/4/2004; ref. voto-vista
do Min. Sepúlveda Pertence.) 6. Ordem concedida para trancar a ação penal em tela com
relação aos ora Pacientes, ficando suspenso o prazo prescricional até o julgamento defi-
nitivo do processo administrativo.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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No que tange à tentativa, não é possível na modalidade omissiva. Ricardo Antonio Andreuc-
ci14, porém, entende ser admissível.
ANÁLISE DO ARTIGO 1º, INCISO II:
Art. 1º, inciso II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo opera-
ção de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
Embora não haja consenso na doutrina, entendemos que, em tese, poderia haver tentativa, a qual,
por si só, já seria punida como crime consumado previsto no art. 2º da lei ora em comento.
Art. 1º, inciso, III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro
documento relativo à operação tributável;
Verbos-Núcleo: o núcleo do tipo é “falsificar”, que significa inovar com fraude, e “alterar”,
que significa modificar de qualquer forma o documento relativo à operação tributável.
Andreucci16 ainda explica que esse crime não se confunde com o de duplicata simulada.
Enquanto, no delito em comento, o bem vendido existe vindo descrito falsamente na nota fis-
14
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
15
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 6. ed. atual. e reform. São Paulo: Saraiva. 2009.
16
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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cal, fatura, duplicata, nota de venda ou documento semelhante, com o intuito de fraudar o Fis-
co, no crime de duplicata simulada inexiste qualquer bem vendido.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não se admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: a consumação ocorre no momento em que há o não pagamento
ou a redução do tributo, contribuição e qualquer acessório. A tentativa será admissível se for
possível o fracionamento do iter criminis.
Objeto Jurídico: o objeto material, que significa a coisa sobre a qual recai a conduta do
agente, é a nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo
à operação tributável.
Art. 1º, inciso IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber
falso ou inexato;
Verbos-Núcleo:
Os verbos que compõem o tipo penal em apreço são:
• “elaborar”, que significa preparar;
• “distribuir”, que significa repartir;
• “fornecer”, que significa entregar;
• “emitir”, que significa enviar e
• “utilizar”, que significa usar.
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Art. 1º, inciso V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equiva-
lente, relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecêla
em desacordo com a legislação.
17
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
18
TJSP – RT, 755/595.
19
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
20
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Art. 1º, parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez)
dias, que poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou
da dificuldade quanto ao entendimento da exigência, caracteriza a infração do inciso V.
21
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial, (Coord.). 7. ed. rev e atual e
ampl. São Paulo: RT, 2001, v. 1,
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Verbo-Núcleo: a falta de atendimento, apesar de não estar inserida no texto na forma ver-
bal, significa negar algo que foi requisitado.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: o crime consuma-se com o final do prazo assinalado pela auto-
ridade solicitante, sem que tenham sido prestadas as informações. É delito de mera conduta,
sendo o simples descumprimento da requisição de informações já é suficiente.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO I:
22
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
23
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Op. Cit.
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Assim, basta que o agente faça a declaração falsa ou omita declaração de rendas, bens
ou fatos para a consumação. Ou seja, antes mesmo da supressão ou diminuição do tributo,
o delito já está configurado.
Portanto, trata-se de crime formal, não se exigindo assim, que o agente se isente total ou
parcialmente do pagamento do tributo para a caracterização do delito.
Neste sentido:
No que tange à tentativa, entendemos ser inadmissível nas modalidades “fazer declaração
falsa” e “omitir declaração”. Nas demais modalidades, entendemos ser possível desde que
fracionável o itinerário do crime.
Art. 2º, inciso II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, des-
contado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres
públicos;
24
TRF-1ª Região – RT, 729/654.
25
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
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Andreucci26 ainda afirma que “a omissão no recolhimento deve ocorrer ‘no prazo legal’, ou
seja, no prazo previsto pela legislação tributária para o recolhimento do tributo ou contribuição
social.”
No que tange ao ICMS, Rui Stoco27, após explicar o mecanismo do referido imposto, con-
clui que a omissão no recolhimento caracterizaria o crime em comento: “Cabe, por primeiro,
demonstrar o mecanismo do ICMS, imposto com a característica peculiar da não cumulativi-
dade”.
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Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Se o sócio-gerente de uma sociedade comercial deixar de recolher no prazo legal, de forma
consciente, o ICMS, referente a alguns meses do ano, escriturado nos livros fiscais e declarado
à administração fazendária, ele praticará, em tese, crime contra a ordem tributária.
Consumação e Tentativa: é crime omissivo próprio, uma vez que se consuma quando o
agente deixa de recolher, no prazo legal, o valor do tributo (devendo existir um dever jurídico do
agente fazê-lo).
Para Rogério Sanches é crime material. Para Renato Brasileiro28 é crime formal. Ele explica
que se o crime do art. 2º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990, fosse considerado formal, não haveria
necessidade da decisão final do procedimento administrativo de lançamento para que tivesse
início a persecução penal. Todavia, a partir do momento em que o STF passou a tratar os cri-
mes de apropriação indébita de tributos como crimes materiais (Inq. 2.537), forçoso é concluir
que o esgotamento da instância administrativa passou a funcionar, pelo menos em relação a
tais delitos, como verdadeira condição objetiva de punibilidade, cujo não implemento inviabili-
za a deflagração da persecutio criminis, seja na fase investigatória, seja na fase judicial.
No que tange à tentativa, entendemos ser inadmissível.
26
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. Op. Cit.
27
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial. Op. Cit.
28
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. Op. Cit.
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O termo inicial do prazo prescricional do crime previsto no art. 2º, II, da Lei n. 8.137/1990
é a data da entrega de declaração pelo próprio contribuinte, e não a inscrição do cré-
dito tributário em dívida ativa. Segundo a jurisprudência do tribunal Rel. Min. Sebastião
Reis Júnior, julgado em 19/11/2012. (Súm. n. 436/STJ), “a entrega de declaração pelo
contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qual-
quer outra providência por parte do fisco”. A simples apresentação pelo contribuinte de
declaração ou documento equivalente nos termos da lei possui o condão de constituir o
crédito tributário, independentemente de qualquer outro tipo de procedimento a ser exe-
cutado pelo Fisco. Assim, em razão de o crédito já estar constituído, é da data da entrega
da declaração que se conta o prazo prescricional do delito previsto no art. 2º, II, da Lei n.
8.137/1990. HC 236.376-SC.
Art. 2º, inciso III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer
percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo
fiscal;
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Sujeito Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito segundo Andreucci29 pode ser qualquer
pessoa que ocupe função pública, que ocupe função nas empresas ou instituições financeiras,
que se dediquem a arrecadar parcelas correspondentes a incentivos fiscais. Também pode ser
sujeito ativo deste delito o intermediário que, em seu nome, pratique as ações previstas no tipo
penal.
Rogério Sanches30, por sua vez, afirma que o delito tem como foco a repressão de práticas
que distorcem os objetivos subjacentes à concessão de incentivos fiscais. É voltado exclu-
sivamente para agentes privados (o agente público responde, eventualmente, pelo delito do
artigo 3º, inciso II) que exija, pague ou receba qualquer vantagem sobre a parcela dedutível ou
deduzida do tributo relativa ao incentivo fiscal. Trata-se de uma das poucas modalidades, em
nosso país, de incriminação semelhante à corrupção privada.
Já o sujeito passivo é o Estado, representado pela Fazenda Pública.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa. Porém, como
o tipo penal prevê “para si ou para o contribuinte beneficiário”, se conclui que além do dolo ge-
nérico, exige também o ânimo de apropriação.
Consumação e Tentativa: no que tange à consumação, nos explica Andreucci31 que, na
modalidade de conduta “exigir”, a consumação se opera com a mera exigência (crime formal),
independentemente da obtenção da percentagem. Nas modalidades de conduta “pagar” e “re-
ceber”, a consumação ocorre com o efetivo pagamento ao intermediário ou à empresa, ou com
o efetivo recebimento ou aceitação da percentagem.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO IV:
Art. 2º, inciso IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou
parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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condição, ou seja, desde que aplicados em determinadas áreas de atuação que o Governo es-
pecificou como prioritárias para receber tais benefícios.
Objetividade Jurídica: o bem protegido pela norma é o erário público.
Sujeitos Ativo e Passivo: o sujeito ativo do delito é o contribuinte. Já o sujeito passivo é o
Estado, representado pela Fazenda Pública e secundariamente a entidade beneficiária.
Elemento Subjetivo: o crime é doloso, não admitindo a modalidade culposa.
Consumação e Tentativa: Andreucci33 explica que na modalidade omissiva, consuma-se
o crime com a ausência de aplicação do incentivo fiscal ou parcelas de imposto, devendo ser
observado o prazo legal para que isso ocorra. Na modalidade comissiva, consuma-se com a
aplicação ou parcela de imposto em desacordo com o estatuído.
ANÁLISE DO ARTIGO 2º, INCISO V:
Art. 2º, inciso V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito
passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida
à Fazenda Pública.
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MAPAS MENTAIS
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FCM/PREFEITURA DE CONTAGEM-MG/AUDITOR-FISCAL FISCALIZAÇÃO/2020)
Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre fato gerador de
tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao descumprir a obrigação
de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo em valor menor do que
o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes. Ao tomar conhecimento
do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo administrativo fiscal de lan-
çamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do crime previsto no art. 1º, inciso
I, da Lei n. 8137/90. Considerando-se a situação descrita e a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, o Ministério Público
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual só
pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material contra
a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/90.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibili-
dade da ação penal nessa espécie de crime.
d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado,
o agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei
n. 8.137/90 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.
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d) A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais
vantajoso para o consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito públi-
co integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor.
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a) não terão qualquer benefício, uma vez que o pagamento ocorreu após o recebimento da
denúncia.
b) terão as suas penas reduzidas de 1/3 a 2/3.
c) terão as suas punibilidades extintas pelo Magistrado competente.
d) serão beneficiados pelo perdão judiciário.
e) terão as suas penas de reclusão substituídas pela de detenção ou, então, o Magistrado po-
derá lhes aplicar apenas a pena de multa.
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a) a ordem econômica.
b) as relações de consumo.
c) a ordem tributária.
d) o consumidor.
e) a fé pública.
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c) elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que se saiba ou deva saber falso
ou inexato.
d) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tivo à venda de mercadoria ou à prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
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a) desacato.
b) resistência.
c) desobediência.
d) crime contra a ordem tributária.
e) conduta penalmente atípica, considerada mera infração administrativa.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.
e) Nenhum dos itens.
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A pena de multa atribuída a particulares e servidores públicos que praticarem crime de natu-
reza tributária é fixada em dias-multa, sendo o mínimo de dez e o máximo de trezentos e ses-
senta dias-multa.
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GABARITO
1. e 28. d
2. c 29. b
3. a 30. c
4. c 31. c
5. E 32. c
6. E 33. a
7. e 34. a
8. a 35. d
9. d 36. e
10. e 37. c
11. e 38. b
12. d 39. E
13. a 40. C
14. a 41. C
15. a 42. C
16. c 43. c
17. d 44. d
18. a 45. e
19. d 46. d
20. c 47. b
21. d 48. C
22. E 49. C
23. C 50. c
24. E
25. c
26. b
27. d
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FCM/PREFEITURA DE CONTAGEM-MG/AUDITOR-FISCAL FISCALIZA-
ÇÃO/2020) Heródoto omitiu, de forma consciente e voluntária, informações relevantes sobre
fato gerador de tributo à autoridade fazendária, com o intuito de reduzir o seu valor. Ao des-
cumprir a obrigação de prestar informações ao fisco, Heródoto efetivamente recolheu tributo
em valor menor do que o efetivamente devido, de acordo com as normas tributárias vigentes.
Ao tomar conhecimento do fato, o Ministério Público, antes da solução definitiva do processo
administrativo fiscal de lançamento, ofereceu denúncia, atribuindo a Heródoto a prática do
crime previsto no art. 1º, inciso I, da Lei n. 8137/90. Considerando-se a situação descrita e a
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público
a) não agiu acertadamente, uma vez que o crime em questão é de ação penal privada, a qual
só pode ser intentada pelo credor tributário.
b) agiu acertadamente, uma vez que o fato narrado na denúncia caracteriza crime material
contra a ordem tributária previsto na Lei n. 8.137/90.
c) não agiu acertadamente, pois a representação da autoridade fiscal é condição de procedibi-
lidade da ação penal nessa espécie de crime.
d) agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime denunciado não tenha se consumado,
o agente deve ser responsabilizado pela modalidade tentada.
e) não agiu acertadamente, uma vez que, embora o crime previsto no art. 1º, Inciso I, da Lei
n. 8.137/90 seja de ação penal pública incondicionada, o fato denunciado é atípico.
Letra e.
A questão versa, em tese, sobre crimes contra a ordem tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
Nota-se, portanto, que a conduta realizada por Heródoto se amolda ao descrito no artigo 1º,
inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
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A questão peca quando descreve a conduta do Ministério Público oferecendo denúncia antes
da solução definitiva do processo administrativo fiscal de lançamento. Senão vejamos:
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Letra c.
A questão versa, em tese, sobre crimes contra a ordem tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
(...)
Desta forma, a alternativa C está de acordo com a inteligência do artigo 3º da lei dos crimes
contra a ordem tributária.
a) Errado. Os crimes descritos neste dispositivo são materiais, sendo assim necessitam da
produção do resultado para que ocorra a sua consumação (Jurisprudência em Teses n. 90 do
STJ – item 4).
b) Errado. As condutas delituosas prevista neste dispositivo são formais, ou seja, se consu-
mam independente do resultado
d) Errado. Não estamos diante de uma conduta atípica, isso porque ela está prevista no artigo
1º, inciso V, da Lei n. 8.137/1990.
e) Errado. O item está em desacordo com o artigo 12, inciso I da Lei n. 8.137/1990. Nota-se que
o aumento da pena não é até 1/3 e sim de 1/3 até a metade.
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Letra a.
Os crimes funcionais estão descritos no artigo 3 da lei dos crimes contra a ordem tributária.
Vejamos o que diz o inciso II do dispositivo citado:
Nota-se, portanto que a conduta delituosa praticada pelo agente tem perfeita correspondência
com o descrito no tipo do artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.
Ressalta-se que a o fato de deixar de cobrar tributo municipal ou cobrá-lo parcialmente, dada a
especialidade da conduta, caracteriza o crime contra a ordem tributária, norma especial, e não
corrupção passiva descrita no 317 do CPB.
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b) Somente I e III.
c) Somente II e III.
d) Somente III.
e) Todas as afirmativas.
Letra c.
A questão versa sobre crimes de sonegação fiscal descritas na Lei n. 4.729/1965. São apre-
sentados três itens para julgamento, assim temos:
O erro contido no item I está na falta de previsão legal da conduta, sendo assim a conduta des-
crita é atípica, isso porque os crimes de sonegação fiscal só existem na modalidade dolosa.
Desta forma, quando o agente pratica o ato “sem intenção” não pode ser fato típico de sone-
gação fiscal. Ressalta-se que o sentido teleológico dos crimes de sonegação fiscal é evitar a
cobrança a menor do contribuinte, assim, identifica-se mais um erro no item.
O item II se amolda perfeitamente ao descrito no artigo 1º, inciso III, da Lei n. 4.729/1995.
O item III está em perfeita harmonia com a inteligência do artigo 1º, inciso III, da Lei n.
4.729/1995.
Errado.
Os crimes contra a administração fazendária estão elencados no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
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I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Observa-se que a conduta descrita na questão se amolda ao crime funcional contra a ordem
tributária e não crime de advocacia pública.
Ressalta-se que a o crime de advocacia pública é realizada quando o agente patrocina interes-
se privado frente a administração pública e não perante a administração fazendária.
Errado.
A questão versa sobre oscrimes contra a ordem econômica e tributária descritas na Lei n.
8.137/1990.
Nota-se que a conduta do agente caracteriza um crime funcional contra a ordem tributária, tais
crimes estão descritos no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
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Conforme o inciso II do dispositivo acima, a conduta do agente é fato típico descrito como
crime funcional contra a ordem econômica e tributária. Trata-se de norma especial e por isso
tem aplicação frente a norma descrita no crime de concussão.
Válido lembrar que o crime de concussão ocorre quando o agente exige vantagem indevida em
razão da função, porém não abrange os agentes responsáveis pela fiscalização e cobrança
de tributos, estes, por sua vez, são regidos pela norma especial que disciplina sobre os crimes
contra a ordem econômica e tributária.
Letra e.
A questão exige do candidato conhecimento dos crimes descritos no código de defesa do con-
sumidor, Lei n. 8.078/1990.
Assim, a alternativa “e” está em perfeita harmonia com a norma acima citada, vejamos:
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena – Detenção de três meses a um ano e multa.
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b. Errado. O valor da fiança pode ser reduzido a depender da situação econômica do réu. Artigo
79, § único, alínea “a”.
c. Errado. A conduta descrita no item é típica e está prevista no artigo 70 da Lei n. 8.078/1990.
d. Errado. A pena de interdição temporária de direitos pode ser aplica-
da nos crimes previstos na Lei n. 8.078/1990. Artigo 78, inciso I, do CDC.
e. Certa. Constitui crime contra as relações de consumo fazer ou promover publicidade que
sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva.
Letra a.
A questão versa sobre os as infrações penais cometidas contra a ordem econômica e tributá-
ria descritas na Lei n. 8.137/1990.
O artigo 3º da referida lei disciplina sobre os crimes funcionais. Senão vejamos:
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Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei n.
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Ressalta-se que o rol de crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária é taxativo,
sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a letra A se amolda perfeitamente ao artigo
3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
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Letra d.
A questão exige conhecimento dos crimes funcionais, descritos na norma penal especial que
trata dos crimes contra a ordem econômica e tributária, Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Ressalta-se que o rol de crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária é taxativo,
sendo assim, dentre as alternativas apresentadas a letra “a” se amolda perfeitamente ao artigo
3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
Nota-se, portanto, que os crimes previstos no referido dispositivo são taxativos, sendo assim,
a única conduta que constituí fato típico contra a ordem econômica e tributária é a alternati-
va “d”. Nesse sentido, temos a sua fundamentação disposta no artigo 3º, inciso II, da Lei n.
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d) Constitui crime contra as relações de consumo alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de
venda ou qualquer outro documento relativo à operação tributável.
e) Constitui crime contra as relações de consumo fraudar preços por meio de divisão em par-
tes de bem ou serviço habitualmente oferecido à venda em conjunto.
Letra e.
A questão versa sobre os crimes contra as relações de consumo previstos na Lei n. 8.137/1990.
Nota-se que, conforme o artigo 7º, inciso IV, da Lei n. 8.137/1990, Constitui crime contra as
relações de consumo fraudar preços por meio de divisão em partes de bem ou serviço habi-
tualmente oferecido à venda em conjunto. Sendo assim, a alternativa E reproduz a literalidade
do dispositivo acima citado.
a. Errado. Trata-se de crime contra as relações de consumo descrito no artigo 7º, inciso V, da
Lei n. 8.137/1990 e não contra a ordem tributária.
b. Errado. Trata-se de crime contra as relações de consumo descrito no artigo 7º, inciso III, da
Lei n. 8.137/1990 e não contra a ordem tributária.
c. Errado. Neste caso, trata-se de crime contra a ordem tributária prevista no artigo 1º, inciso
V da Lei n. 8.137/1990.
d. Errado. Constitui crime contra a ordem tributária prevista no artigo 1º, inciso III, da Lei n.
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c) Fraudar preços por meio de junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em
separado, constitui crime contra as relações de consumo, punido com detenção, de 6 (seis)
meses a 2 (dois) anos, e multa.
d) Destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de
preço, em proveito próprio ou de terceiros, constitui crime contra as relações de consumo,
punindo-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena e a detenção de 1/3 (um terço) e a de
multa à quarta parte.
e) Formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando à fixação artificial de
preços ou quantidades vendidas ou produzidas, constitui crime contra a ordem econômica,
punido com reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Letra e.
A questão exige conhecimento dos crimes contra as relações de consumo, contra a ordem
econômica e tributária descritos na Lei n. 8.137/1990.
a. Errado. A questão peca ao afirmar que a conduta constitui crime contra a ordem econômica,
isso porque trata-se de crime contra as relações de consumo prevista no artigo 7º, inciso VI,
da Lei n. 8.137/1990.
b. Errado. Neste caso, não é crime funcional, a conduta descrita está prevista no artigo 2º,
inciso IV, da Lei n. 8.137/1990. Ressalta-se que os crimes funcionais estão taxativamente des-
critos, no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
c. Errado. Isso porque, conforme o artigo 7º da Lei n. 8.137/1990, a pena de detenção é de 2
(dois) a 5 (cinco) anos, ou multa
d. Errado. A conduta narrada no item se amolda aos crimes contra a relação de consumo,
descrita no artigo 7º, inciso VIII, da Lei n. 8.137/1990. Ocorre que a questão peca ao inserir a
modalidade culposa na abrangência do referido dispositivo, isto não tem previsão legal.
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Letra d.
A questão em comento tem sua resposta descrita no artigo 3º, da Lei 8.137/1990, crimes con-
tra a ordem econômica e tributária.
Nota-se que a conduta descrita na questão é disciplinada por norma especial, por se tratar de
servidor fiscal tributário. Assim, o artigo 3º da referida lei apresenta um rol taxativo de condu-
tas, vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
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III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
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Desta forma, a conduta descrita na questão trata-se crime funcional contra a ordem tributária
prevista no artigo 3º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.
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Letra a.
A questão versa sobre a lei dos crimes contra a ordem econômica e tributária 8.137/1990.
Sendo assim, o item que está em desacordo com o referido dispositivo é a alternativa A, isso
porque, a matéria não tem relação com o dispositivo citado. Ademais, o item também não está
em conformidade com o artigo 6º do Decreto n. 2.181 de 1997. Este, por sua vez, diz que é
perfeitamente possível a celebração de compromisso de ajustamento.
b. Certo Decreto 2.181/1997 Art. 6º,
§ 1º A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais
vantajoso para o consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito público
integrantes do SNDC.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Letra a.
Os crimes contra as relações de consumo estão previstos no artigo 7º da Lei n. 8.137/1990.
Nota-se, portanto, que a alternativa “a” reproduz a literalidade do artigo 7º, inciso V, da lei dos
crimes contra a ordem econômica e tributária. Vejamos:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Letra a.
A questão versa sobre o entendimento jurisprudencial acerca dos crimes contra a ordem eco-
nômica e tributária. Vejamos o artigo 1º da Lei n. 8.137/1990:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
Nota-se que a conduta descrita no item se amolda ao referido dispositivo. Sendo assim, é de
suma importância o entendimento jurisprudencial sobre os crimes contra a ordem econômica
e tributária. O tema foi sumulado pelo STF, senão vejamos:
Súmula Vinculante n. 24:
Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei n. 8.137/1990, antes do lançamento definitivo do tributo.
Assim, a conduta descrita no item é crime matéria e por isso necessita do lançamento do tribu-
to definitivo para a sua adequação típica, isso porque exige a constatação do resultado.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Letra c.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem econômica e tributária previstas no ordena-
mento jurídico, bem como o entendimento jurisprudencial do tema. Vejamos:
a. Errado. Conforme o artigo 1º da Lei n. 8.137/1990 é fato típico contra a ordem tributária
suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório. Sendo assim, a tipifica-
ção ocorre também nas obrigações acessórias.
b. Errado. Isso porque, conforme entendimento do STJ a súmula não traz uma lei penal mais
gravosa e sim consolida a interpretação do tema. Vejamos:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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(...) 4. Esta colenda Quinta Turma já afastou a alegação de que o enunciado 24 da Súmula
Vinculante só se aplicaria aos crimes cometidos após a sua vigência, seja porque não se
está diante de norma mais gravosa, mas de consolidação de interpretação judicial, seja
porque a sua observância é obrigatória por parte de todos os órgãos do Poder Judiciário,
exceto a Suprema Corte, a quem compete eventual revisão do entendimento adotado.
Precedentes. (...) (STJ; Quinta Turma; Relator Ministro Jorge Mussi; Publicado no Dje de
17/01/2018)
Diante dessas considerações, impõe-se a conclusão de que a assertiva contida neste item é
falsa.
c. Certo. O item está em perfeita harmonia com o entendimento jurisprudencial a respeito do
tema, onde a constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente para da tipifica-
ção prevista no artigo 1º, incisos de I a IV, da Lei n. 8.137/1990. Quanto à prescrição, tributária
ela, após a constituição do crédito tributário, pelo lançamento, não interfere na seara proces-
sual penal. Senão vejamos:
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Letra d.
Os crimes funcionais contra a ordem econômica e tributária estão elencados em um rol taxati-
vo no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Sendo assim, a conduta praticada pelo agente se amolda ao inciso III do referido dispositivo.
Ressalta-se que o patrocínio de interesse privado frente a administração pública constitui cri-
me de advocacia administrativa.
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crime material contra a ordem tributária, antes do lançamento definitivo do tributo, uma das
seguintes condutas:
a) fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal.
b) negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, rela-
tiva à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em
desacordo com a legislação.
c) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo.
d) deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públi-
cos.
e) utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo
da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à
Fazenda Pública.
Letra a.
A questão em comento versa sobre o entendimento jurisprudencial acerca da aplicação da Lei
n. 8.137/1990.
O item está em conformidade com o artigo 1º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qual-
quer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
Ressalta-se que o STF tem entendimento sumulado a respeito do dispositivo. Senão vejamos:
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Letra d.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem econômica e tributária descritas na Lei n.
8.137/1990. Vejamos:
a. Errado. Neste caso a pena poderá ser reduzida de um a dois terços e não até um terço, con-
forme artigo 16, § único, da Lei n. 8.137/1990.
b. Errado. A pena aplicada neste caso é de 10 a 360 dias- multa, conforme artigo 8º da Lei n.
8.137/1990.
c. Errado. A pena aplicada ao crime descrito no item é de reclusão de dois a cinco anos, con-
forme artigo 1º da Lei n. 8.137/1990.
d. Certo. O item está em conformidade com a inteligência do artigo 10 da Lei n. 8.137/1990
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e. Errado. Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão descritos no artigo 3º da Lei n.
8.137/1990. Desta forma, a conduta no item não se amolda aos tipos descritos taxativamente
no dispositivo.
Letra c.
A questão em tela diz respeito aos crimes contra a ordem econômica e tributária.
Desta forma, a afirmativa apresentada no item “c” está em perfeita harmonia com o entendi-
mento jurisprudencial. Vejamos:
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O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o trânsito
em julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do agente, nos termos do
art. 9, § 2º, da Lei n. 10.684/2003.
Letra d.
A questão exige conhecimento da norma especial que disciplina os crimes contra a ordem
econômica e tributária.
Dentre todas as alternativas apresentadas apenas a alternativa “d” não está em conformidade
com a Lei n. 8.137/1990. No artigo 3º da referida lei temos um rol taxativo de crimes funcionais
contra a ordem tributária. Nesse sentido, o artigo 12 da Lei n. 8.137/1990 apresenta as causa
de aumento da pena das condutas criminosas dos artigos 1º, 2º e 4º a 7º.
Nota-se, portanto, que os crimes funcionais contra a ordem tributária não estão previstos no
dispositivo informado pela questão.
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Errado.
Conforme entendimento do STJ, 3ª seção, a apropriação indébita descrita no artigo 2º, inciso
II, da Lei n. 8.137/1990, há incidência nos casos de substituição tributária e também nos casos
de imposto devido em nome próprio, contribuinte direto. Vejamos:
Certo.
Os crimes previstos no artigo 1, inciso V, e artigo 2, todos da Lei n. 8.137/1990 são classifi-
cados como crimes formais, ou seja, consuma-se com a prática da conduta e a produção do
resultado é indiferente.
Ressalta-se que as condutas típicas descritas no dispositivo acima são subsidiárias frente ao
artigo 1º, inciso de I a IV. Desta forma, caso o resultado mais abrangente não ocorra, a plica-se
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Errado.
O item está em desconformidade com o artigo 11, da Lei n. 8.137/1990. Isso porque o sujeito
ativo do delito pode ser qualquer pessoa que concorra para o crime de sonegação fiscal, inde-
pendentemente de ser sujeito passivo ou não da relação tributária.
Letra c.
Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão disciplinadas de forma taxativa no artigo
3 da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
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I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão
da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou
inexato de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Nota-se, portanto, que o descrito na questão se amolda perfeitamente ao tipo descrito no arti-
go 3º, inciso I, da Lei n. 8.137/1990.
Letra b.
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Todos os itens descritos na questão reproduzem a literalidade dos crimes previstos no artigo
1º, da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qual-
quer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Nota-se, assim, que os itens da questão se amoldam aos incisos I, II, III e V da Lei n. 8.137/1990.
Letra d.
A conduta descrita na questão é disciplinada por norma especial, a saber artigo 3, da Lei n.
8.137/1990. Nota-se que o enunciado da questão refere-se ao disposto no inciso III do referido
dispositivo. Assim, trata-se de crime contra a ordem tributária.
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Letra d.
Os crimes contra a ordem tributária estão disciplinados taxativamente nos incisos I, II e III da
Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I – extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão da
função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II – exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fun-
ção ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente. Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público.
Assim, temos que a conduta descrita na questão se amolda perfeitamente ao disposto no arti-
go 3º, inciso III, da Lei n. 8.137/1990.
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d) o consumidor.
e) a fé pública.
Letra b.
A questão descreve uma conduta típica descrita no artigo 4º, inciso II, alínea “a” da Lei n.
8.137/1990, sendo assim trata-se de crime contra a ordem econômica. Vejamos:
Assim, a conduta descrita se amolda perfeitamente ao disposto no artigo acima citado, tratan-
do-se de crime contra a ordem econômica.
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Letra c.
I – O trabalho do preso não está sujeito ao regime da CLT (art. 28, § 2º, da Lei 7.210/84 - LEP).
Da mesma forma, o trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo
ser inferior a 3/4 do salário mínimo (art. 29, caput, da Lei 7.210/84 - LEP).
II – Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes de-
finidos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 11,
caput, Lei 8.176/91 - Crimes contra a Ordem Tributária).
III – Os crimes definidos nesta lei são de AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA, não se
lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal (art. 95 da Lei 10.741/2003 - Estatuto do
Idoso).
IV – A lei brasileira só é aplicável à contravenção penal praticada no Território Nacional (art. 2º
do Decreto-Lei 3.688/41 - Lei das Contravenções Penais).
Letra c.
A questão apresenta conduta que está perfeitamente descrita no artigo 2º, inciso II, da Lei n.
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Letra c.
A conduta descrita na questão está disciplinada no artigo 2º, inciso II, da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:
Letra a.
A questão está disciplinada na Lei n. 10.684/2003. Vejamos:
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Art. 9º É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º
da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei no 2.848, de 7
de dezembro de 1940 – Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com
o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento.
[...]
§ 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacio-
nada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições
sociais, inclusive acessórios.
Ressalta-se que o STJ passou a entender que o pagamento integral do débito, nos crimes con-
tra a ordem tributária, extingue a punibilidade mesmo que efetuado após o trânsito em julgado.
O pagamento do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após o advento do trân-
sito em julgado da sentença penal condenatória, é causa de extinção da punibilidade do
acusado, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei n. 10.684/2003. STJ. 5ª Turma. HC 362.478-
SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 14/9/2017 (Info 611). STF. 2ª Turma. RHC 128245,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/08/2016.
Letra a.
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A questão apresenta quatros itens para julgamento. Nota-se, assim, que apenas o item A não
constitui crime contra ordem tributária por ausência de previsão legal, no diploma normativo
da Lei n. 8.137/1990. Vejamos:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
(...)
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa à
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Nota-se, portanto, que as condutas descritas nos item “b”, “c” e “d”, correspondem respectiva-
mente aos incisos III, IV e V, do artigo 1º da Lei n. 8.137/1990.
Letra d.
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Consoante a previsão do artigo 15 da Lei n. 8.137/1990, os crimes descritos na referida lei são
de ação pena pública.
Ressalta-se que conforme o entendimento do STF– Independentemente da representação fis-
cal para fins penais, se o MP dispuser, por outros meios, de elementos que lhe permitam com-
provar a definitividade da constituição do crédito tributário, ele pode, então, de modo legítimo,
fazer instaurar os pertinentes atos de persecução penal por delitos contra a ordem tributária.
É pública incondicionada a ação penal por crime de sonegação fiscal. (S. 609 STF)
Letra e.
Os crimes funcionais contra a ordem tributária estão previstos no artigo 3º da Lei n. 8.137/1990.
Vejamos:
Art. 3º Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos no Decreto-Lei
n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal (Título XI, Capítulo I):
(...)
III – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, va-
lendo-se da qualidade de funcionário público. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Nota-se, portanto, que a conduta descrita se amolda ao previsto no artigo 3º, inciso III, da Lei n.
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Letra c.
A conduta descrita na questão está em perfeita conformidade com o crime de desobediência
previsto no art. 330 do CP. Isso porque, o fato de opor-se a ordem de funcionário público, sem
violência ou grave ameaça, não pode ser tipificada como crime de resistência.
Está(ão) CORRETO(S):
a) Somente os itens I e II.
b) Somente os itens I e III.
c) Somente os itens II e III.
d) Todos os itens.
e) Nenhum dos itens.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Letra b.
A questão versa sobre os crimes contra a ordem tributária previstas no artigo 1º da Lei n.
8.137/1990. Vejamos:
Art. 1º Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou ine-
xato;
Nota-se, portanto que as condutas descritas nos itens I e III, correspondem respectivamente
ao crimes previstos no artigo 1, incisos I e IV, da Lei n. 8.137/1990.
Ressalta-se que a conduta descrita no item II não está prevista no referido dispositivo, sendo
assim não configura crime contra a ordem tributária.
Errado.
A conduta de falsificar nota fiscal está prevista no artigo 1º inciso III, da Lei n. 8.137/1990.
Nesse sentido, temos que as pena aplicável aos crimes materiais previstos no referido diploma
legal e de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Certo.
A questão tem como fundamento o artigo 8º da Lei n. 8.137/1990. Esta, por sua vez, prevê que
a pena de multa para os crimes definidos nos artigos de 1 a 3 são de no mínimo 10 (dez) e no
máximo 360 (trezentos e sessenta dias- multa).
Certo.
A questão requer conhecimento sobre a Lei n. 8.137/1990. O posicionamento dominante ante-
rior era que a cobrança da pena de multa era realizada pela Procuradoria da Fazenda Nacional
(PFN). Porém, no final de 2018, o STF decidiu que a pena de multa é sanção penal e, portanto,
a legitimidade inicial para cobrança da multa seria do Ministério Público e somente se quedan-
do inerte pelo prazo de 90 dias, esta competência passaria a PFN.
Neste sentido, fica Superada a Súmula n. 521 STJ e cobrança dessa multa deve ser realizada
pelo Ministério Público na vara de execução penal, segundo as normas da LEF (6.830/1980).
Além disso, de acordo como Artigo 8º, da Lei n. 8.137/1990, “nos crimes definidos nos arts. 1º
a 3º desta lei, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-
-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”. Neste
sentido, a afirmativa está correta.
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Importador ou prestador de serviço que promover propaganda com o objetivo de obter vanta-
gem indevida com o produto fornecido ou o serviço prestado cometerá crime contra o consu-
midor.
Certo.
Apesar de estar sofrendo flexibilização pelo STF, é princípio básico do direito penal o princípio
da legalidade estrita, cujos princípios da literalidade e da taxatividade são corolários. Em con-
sequência, reputo que a conduta narrada no enunciado da questão não subsumisse de modo
perfeito a nenhum dos tipos penais que concernem aos crimes contra as relações consumo ou
mesmo contra o consumidor.
Letra c.
A questão requer conhecimento específico sobre legislação penal especial, encontrado na Lei
n. 8.137/1990. De acordo com o Artigo 7º, VII, da Lei n. 8137/1990, “constitui crime contra as
relações de consumo: destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim
de provocar alta de preço, em proveito próprio ou de terceiros”. Neste sentido, a alternativa
correta é a da letra “c”, questão é a literalidade da lei.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Letra d.
A Lei n. 8.137/1990 traz três grupos de crimes contra: (ordem tributária; ordem econômica
e relações de consumo - art. 7º).
O que as bancas cobram desse art.7º é exatamente quais são os culposos, pois é o que está
expresso na lei. São 9 incisos, mas para identificar os culposos, procure os verbos VENDER OU
EXPOR À VENDA, os quais estão nos incisos II, III e IX.
Lei n. 8.137/1990, Art. 7º Constitui crime contra as relações de consumo:
II – vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição
esteja em desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação
oficial;
III – misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à ven-
da como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los
à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo;
IX – vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-
-prima ou mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
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Crimes Contra a Ordem Tributária
Sérgio Ronaldo Sace Bautzer dos Santos Filho
Letra e.
Os crimes contra o consumidor previstos na Lei n. 8.137/1990 estão elencados no artigo 7º.
A questão diz respeito ao inciso VII, do artigo 7º, da Lei n. 8.137/1990. Senão vejamos:
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Letra d.
a) Errada. O depósito integral efetivamente é causa de suspensão da exigibilidade do crédi-
to tributário (art. 151, II, CTN). Ocorre que o pagamento é hipótese de extinção do crédito
(art. 156, I, CTN), e a extinção da punibilidade dos crimes tributários, na esteira do que vem en-
tendendo o STJ, apenas ocorre com o pagamento (extinção do crédito), e não com o depósito
(suspensão).
b) Errada. O depósito integral é hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito, por não ter
o Fisco, em definitivo, a disponibilidade do montante.
c) Errada. As únicas hipóteses de exclusão do crédito tributário são a isenção e a anistia
(art. 175, I e II, CTN).
d) Certa. Conforme o julgado acima e a explicação da alternativa A, pagamento e depósito não
se confundem; o primeiro extingue o crédito, e o segundo suspende sua exigibilidade. Apenas
a extinção do crédito gera a extinção da punibilidade.
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Crimes Contra a Ordem Tributária
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Letra b.
O enunciado da questão afirma expressamente que a conduta a que se refere seria aquela que
pode ser tipificada como crime material, ou seja: a modalidade de crime cuja conduta exige,
para que haja a consumação do crime, a existência de um resultado naturalístico consubstan-
ciado na supressão ou na redução de tributo, contribuição social e qualquer acessório. Tanto a
conduta de Hélio - negar-se a emitir, quando isso era obrigatório, nota fiscal relativa a venda de
determinada mercadoria -, quanto a conduta de Joel - deixar de fornecer nota fiscal relativa a
prestação de serviço efetivamente realizado - encontram-se tipificadas no inciso V do artigo 1º
da Lei n. 8.137/1990. De acordo com a nossa jurisprudência, essas condutas são classificadas
como crimes formais ou de consumação antecipada, uma vez que, embora possa causar alte-
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Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV,
da Lei n. 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.
Certo.
Elementos comuns dos crimes contra as relações de consumo são: Sujeito Ativo – é o forne-
cedor; Sujeito Passivo – principal, a coletividade, secundário, o consumidor; Objeto Material – é
o produto. Elemento Subjetivo – é o dolo de perigo (vontade livremente dirigida no sentido de
expor o objeto jurídico a perigo de dano). É admitido o direto e o eventual.
Certo.
O item está em conformidade com a inteligência do artigo 76 da Lei 8.078/1990. Senão veja-
mos:
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Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código: serem cometidos em
época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade; ocasionarem grave dano individual
ou coletivo;
Letra c.
a) Errado. Evadir dinheiro, por sí só, não é crime.
b) Errado. A situação tratada pelo art. 22 da Lei n. 7.492/1986, pressupõe a saída de dinheiro
do país, além de outras elementares. Vejamos:
Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas
do País:
Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem autorização legal,
a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição
federal competente.
c) Certa. Art. 1º da Lei n. 9.613/1998, no caso, a depender da origem LÍCITA ou ILÍCITA do di-
nheiro.
d) Errado. Sonegação independe da origem LÍCITA ou ILÍCITA do dinheiro, até porque a tributa-
ção é exigida em ambos os casos (pecunia non olet).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Manual de direito penal. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
ANDREUCCI, Ricardo Antonio. Legislação penal especial. 6. ed. atual. e reform. São Paulo: Sarai-
va. 2009.
CUNHA, Rogério Sanches. Leis penais especiais: comentadas. Coordenadores Rogério San-
ches Cunha, Ronaldo Batista Pinto, Renee de Ó Souza – 3. ed. ver., atual. e ampl. – Salvador:
Ed. JusPodivm, 2020.
HARADA, Kiyoshi. Parcelamento e crimes contra a ordem tributária. Jus Navigandi, Teresi-
na, ano 13, n. 2140, 11 maio 2009. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.as-
p?id=12806>.
LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação criminal especial comentada. 8 ed. rev. ampl. e atual.
Salvador: Editora JusPodivm, 2020.
STOCO, Rui; FRANCO, Alberto Silva. Leis penais especiais e sua interpretação jurisprudencial,
(Coord.). 7. ed. rev e atual e ampl. São Paulo: RT, 2001, v. 1,
Sérgio Bautzer
Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal. Bacharel em Direito, Professor de Legislação Especial e Direito
Processual Penal, Professor de cursos preparatórios, graduação e pós-graduação.
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