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Despacho Presidencial n.º 62/21 2.º — É designada entidade gestora da Zona Franca ora
de 6 de Maio
O Executivo Angolano estabeleceu como objectivos prio-
ritários para o desenvolvimento económico a promoção do
investimento interno e externo, a aceleração da diversifica-
ção da matriz produtiva nacional, o aumento das exportações
e a geração de empregos em massa, em cuja consecução as
Zonas Francas desempenham um papel fundamental.
Tendo em conta que as adversidades climáticas, sociais
e políticas têm colocado grandes desafios à capacidade do
Estado de satisfação das necessidades colectivas básicas da
população pela ocorrência de fenómenos imprevisíveis sus-
ceptíveis de causar perda de vida humana, bens materiais de
produção e consumo, decorrentes de estiagem, escassez de
combustíveis, cheias entre outros;
A ocorrência destes fenómenos obriga a previsão de
mecanismos de mitigação das suas consequências, só pos-
sível mediante a realização de investimentos direccionados
para a criação de reservas nos domínios alimentar, energé-
tica, de desenvolvimento económico e industrial.
Assim, considerando o objectivo estratégico do
Executivo Angolano de concepção, construção e explora-
ção e manutenção de uma Zona Franca de desenvolvimento
para atender as demandas ingentes do desenvolvimento eco-
nómico-social, propiciar segurança energética e alimentar e
a industrialização, para dar resposta à ocorrência de fenó-
menos imprevisíveis, foi orientada a realização de estudos
prévios, elaboração dos planos e projectos necessários à
concretização deste objectivo estratégico.
Tendo em conta que com a criação de uma Zona Franca,
incluindo um Terminal Portuário, a ser implementada na
Comuna da Barra do Dande, Província do Bengo, propi-
ciará o desenvolvimento socioeconómico e territorial para a
região e para o País, o aumento da produção nacional e das
exportações, a geração de empregos em massa, o volume de
receitas estimadas e ainda a segurança alimentar, energética
e o desenvolvimento industrial, conforme previsto no plano
estratégico, plano de negócio, estudos de viabilidade econó-
mica e financeira, avaliação de impacto social e ambiental e
no plano de ordenamento;
Atendendo o disposto no artigo 6.º da Lei n.º 35/20,
de 12 de Outubro, das Zonas Francas e nos artigos 4.º e 5.º
do Regulamento da Lei das Zonas Francas, aprovado pelo
Decreto Presidencial n.º 4/21, de 4 de Janeiro;
O Presidente da República determina, nos termos da alí-
nea d) do artigo 120.º e do n.º 5 do artigo 125.º, ambos da
Constituição da República de Angola, o seguinte:
1.º — É criada a Zona Franca de Desenvolvimento
Integrado da Barra do Dande, que inclui um Terminal
Portuário, cuja área de jurisdição é de 5.465 ha (cinco mil,
quatrocentos e sessenta e cinco hectares), localizada na
Comuna da Barra do Dande, Província do Bengo, integrada
na Reserva Fundiária do Estado, constituída ao abrigo do
Decreto n.º 62/07, de 13 de Agosto, delimitada nos termos
constantes no Croquis de Localização, anexo ao presente
Despacho Presidencial de que é parte integrante.
DIÁRIO DA REPÚBLICA
criada a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande,
S.A., empresa de domínio público, ficando o Ministro da
Economia e Planeamento autorizado a celebrar o respectivo
contrato de concessão, o qual deve estabelecer o prazo de
concessão da gestão e os demais termos e condições ine-
rentes ao exercício dos poderes de entidade gestora da Zona
Franca, nos termos da lei aplicável.
3.º — São aprovados o Plano Estratégico e o Plano de
Ordenamento inerentes à Zona Franca, os quais vinculam
as entidades públicas e privadas no âmbito das actividades
da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do
Dande.
4.º — São concedidos à Sociedade de Desenvolvimento
da Barra do Dande, S.A., os poderes de gestão sobre o ter-
reno identificado no n.º 1 do presente Despacho Presidencial,
durante o período de vigência do Contrato de Concessão,
a qual pode disponibilizar para investidores, públicos ou
privados, em conformidade com os usos determinados no
Plano de Ordenamento da Zona Franca, com vista à prosse-
cução dos fins estabelecidos no Plano Estratégico e demais
instrumentos que regem a actividade na Zona Franca.
5.º — A entidade gestora da Zona Franca e os respec-
tivos investidores têm direito aos benefícios e incentivos
fiscais e aduaneiros, ao regime financeiro e cambial espe-
cial, bem como das facilidades migratórias, laborais e
outras previstas na Lei n.º 35/20, de 12 de Outubro, das
Zonas Francas e no Código dos Benefícios Fiscais e demais
legislação aplicável.
6.º — O exercício da autoridade portuária sobre o
Terminal Portuário é da competência da empresa Portuária
de Luanda, E.P., sem prejuízo dos poderes próprios atribuí-
dos à entidade gestora da Zona Franca.
7.º — O período de vigência da Zona Franca é de
30 (trinta) anos, contados da data da celebração do Contrato
de Concessão referido no n.º 2 do presente Despacho
Presidencial, prorrogável por igual período, sujeito a acordo
prévio das partes.
8.º — Os bens móveis e imóveis resultantes do inves-
timento privado realizado na Zona Franca, constituem
propriedade privada dos investidores e estão sujeitos ao
regime jurídico aplicável à propriedade privada em Angola.
9.º — As dúvidas e omissões resultantes da interpretação
e aplicação do presente Despacho Presidencial são resolvi-
das pelo Presidente da República.
10.º — O presente Despacho Presidencial entra em vigor
na data da sua publicação.
Apreciado pela Comissão Económica do Conselho de
Ministros, em Luanda, aos 30 de Março de 2021.
Publique-se.
Luanda, aos 27 de Abril de 2021.
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves
Lourenço.
I SÉRIE –– N.º 81 –– DE 6 DE MAIO DE 2021 2777

ANEXO
Croquis de Localização

(21-3675-D-PR)