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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

SUMÁRIO

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ..................................................... 3


PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................... 28
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA ...................................................... 72
PODERES ADMINISTRATIVOS ............................................................................... 109
ATOS ADMINISTRATIVOS ..................................................................................... 134
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................ 180
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ............................................................... 208
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LEI N. 8.429/1992 ........................................ 246

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ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 - ESTADO
Pessoa Jurídica de Direito Público, capaz de adquirir direitos e obrigações. O conceito de
Estado não é fixo no tempo ou no espaço. A figura do Estado só se faz presente a partir da
constituição, nessa ordem, por um POVO, por um TERRITÓRIO e por um GOVERNO
SOBERANO.

POVO

ELEMENTOS TERRITÓRIO
DO ESTADO

GOVERNO
SOBERANO
OBS: alguns autores incluem a FINALIDADE (produzir o bem comum) como sendo elemento
do Estado, porém, nem todos possuem essa posição.

OBS: a UNIFORMIDADE LINGUÍSTICA não é elemento de formação dos Estados.

EXECUTIVO
DESCONCENTRAÇÃO
LEGISLATIVO
POLÍTICA
JUDICIÁRIO

ESTADO
UNIÃO
DESCENTRALIZAÇÃO ESTADOS
POLÍTICA DF
MUNICÍPIOS

1.1 - FORMAS DE ESTADO

A Federação é a Forma de Estado adotada no Brasil. (Fe = FE)

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CONFEDERAÇÃO: é a reunião de
Estados Soberanos. Ex. EUA

ESTADO UNITÁRIO: único centro de


FORMAS DE ESTADO Poder, responsável por todas as
atribuições políticas. Ex. Uruguai

ESTADO FEDERAL: diferentes pólos


de poder político que atuam de
forma autônoma entre si. Ex. Brasil

OBS: todos os entes federativos são AUTÔNOMOS, ou seja, podem criar suas próprias
normas (legislar), mas não são SOBERANOS ou INDEPENDENTES.

A soberania é atributo da REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, atributo que significa o


reconhecimento que o Estado brasileiro tem perante os demais Estados Soberanos.

OBS: a FORMA FEDERATIVA DE ESTADO é cláusula pétrea prevista no §4º do art. 60 da


CF/88.

AUTO-ORGANIZAÇÃO (criar a sua


própria Constituição)

UNIÃO
ESTADOS AUTOGOVERNO (eleger os seus
DISTRITO FEDERAL dirigentes)
MUNICÍPIOS

AUTOADMINISTRAÇÃO (organizar
os seus serviços)

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2 – GOVERNO

Segundo Hely Lopes Meirelles, governo é o conjunto de poderes e órgãos


constitucionais responsáveis por estabelecer as políticas públicas do Estado, cujas
atribuições decorrem diretamente da Constituição.
Assim, o conceito de Governo, enquanto responsável pela função política do Estado, está
relacionado ao comando, coordenação, direção e fixação de objetivos, diretrizes e de
planos para a atuação estatal (as denominadas políticas públicas). Difere do conceito
de Administração Pública, pois esta, como veremos, se resume ao aparelhamento de que
dispõe o Estado para a mera execução das políticas de Governo.

2.1 - FORMA DE GOVERNO


É a maneira como se dá a instituição do poder na sociedade e a relação entre governantes e
governados.

REPÚBLICA
- elegibilidade dos governantes
- temporariedade do mandato
FORMAS DE - prestação de contas
GOVERNO
FO GO - RE MO MONARQUIA
- hereditariedade dos governantes
- vitaliciedade do mandato
- não prestação de contas

STF – RE 229.096: no direito internacional, apenas a República Federativa do Brasil tem


competência para firmar tratados, dela não dispondo a União, os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios. O Presidente não subscreve tratados como chefe de Governo, mas sim, como
chefe de Estado.

2.2 - SISTEMA DE GOVERNO


No Presidencialismo, existe independência entre Poderes. O chefe do Executivo é Chefe de
Estado e Chefe de Governo.
No Parlamentarismo, há colaboração entre os Poderes. A chefia de Estado é exercida pelo
Presidente ou pelo Monarca, e a chefia de Governo, pelo 1º Ministro ou pelo Conselho de
Ministros.

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PRESIDENCIALISMO
SISTEMA DE
GOVERNO
SI GO - PRE PAR
PARLAMENTARISMO

3 - ESTADO DE DIREITO
O Estado cria as leis (sentido amplo – normas) para que a todos sejam impostas, inclusive a
si mesmo.

OBS: a presunção de legitimidade, aplicável a todo e qualquer ato praticado pelo Estado,
deriva do Estado de Direito. De fato, se o Estado é de Direito e, assim, pressupõem-se que
cumpra a lei, todo e qualquer ato proveniente do Estado é produzido, presumidamente, de
acordo com a ordem jurídica e, portanto, é legítimo.

4 - ESTADO DEMOCRÁTICO

Compromisso formal de evolução para a ideia de Constituição Dirigente, preocupada com os


direitos de primeira e segunda gerações.

5 - TRIPARTIÇÃO DOS PODERES

O Poder de um Estado é UNO, indivisível. No entanto, o Poder pode ser exercido por outros
órgãos, com o objetivo de possibilitar um controle recíproco, constituindo o que chamamos na
doutrina constitucionalista como sistema de “FREIOS E CONTRAPESOS”.

O exercício do Poder, no Brasil, dá-se por precipuidade (preponderância,


especialização) de função, portanto, não há exclusividade.

OBS: Não foi adotado o modelo de separação estanque entre os poderes.

FUNÇÃO TÍPICA FUNÇÃO ATÍPICA

PODER EXECUTIVO Administrar Legislar

PODER LEGISLATIVO Legislar e Fiscalizar Administrar e Julgar

PODER JUDICIÁRIO Julgar Administrar e Legislar

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OBS: apenas o Poder Executivo não possui função jurisdicional (não julga com definitividade),
julga apenas administrativamente. Ex. PAD.

OBS: a Jurisdição é quase totalmente monopolizada pelo Poder Judiciário e apenas em casos
excepcionais pode ser exercida pelo Legislativo. Ex. Julgar o Presidente da República nos
crimes de responsabilidade.

OBS: todos os poderes exercem atividades de natureza administrativa, e não apenas o


Executivo.

OBS: O Ministério Público não é considerado um novo Poder, para fins de prova.

6 - RAMOS DO DIREITO

DIREITO

PRIVADO PÚBLICO

- regula o interesse da sociedade (interesse


- regula as relações entre os homens público)
- governado pela autonomia de vontade - trata da organização do Estado
- direito civil - direito constitucional
direito comercial - direito administrativo
- direito tributário

A característica marcante do direito privado é a igualdade nas relações jurídicas, eis que se
ocupa de situações nas quais os interesses da coletividade não estão em jogo, tutelando
apenas interesses particulares.

A característica marcante do direito público é a desigualdade nas relações jurídicas,


decorrente do princípio amplamente aceito de que o interesse público (da coletividade)
deve prevalecer sobre os interesses individuais.

7 – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em sentido estrito, o conceito de administração pública envolve todo o aparelhamento
estatal voltado à execução das políticas públicas. Contrapõe-se, portanto, ao conceito de
Governo: enquanto este estabelece, aquela executa as políticas públicas. Nas palavras de
Hely Lopes Meireles, “a Administração não pratica atos de governo; pratica tão-somente,

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atos de execução, os chamados atos administrativos, com poderes de decisão limitados a


atribuições de natureza executiva, conforme definidos em lei”.

Em sentido subjetivo, orgânico ou formal (quem), a expressão Administração Pública


designa os entes (sujeitos) que exercem a atividade administrativa e compreende pessoas
jurídicas, órgãos e agentes públicos.

Em sentido objetivo, funcional ou material (o que), a expressão administração pública


designa a natureza da atividade exercida e corresponde à própria função administrativa,
compreendendo as atividades de polícia administrativa, serviço público, fomento e
intervenção.
As funções de governo são aquelas relacionadas com a atividade política do Estado, ações de
comando, coordenação, direção e fixação das diretrizes políticas, desempenhada pelo
conjunto de Poderes e órgãos de estatura constitucional; portanto, é mais afeta ao direito
constitucional. Já a funções administrativas se referem às atividades concretas e imediatas
desempenhadas pelos órgãos administrativos para executar as diretrizes políticas, visando à
satisfação dos interesses públicos; constitui, portanto, matéria objeto do direito
administrativo.

A expressão administração pública, quando tomada em sentido amplo, e considerando seu


aspecto objetivo, engloba as funções administrativas e as funções de governo; quando
tomada em sentido estrito, abrange apenas as funções administrativas.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SENTIDO

AMPLO RESTRITO

SUBJETIVO, ORGÂNICO ORGÃOS GOVERNAMENTAIS


OU FORMAL (FOS) APENAS ÓRGÃOS
E
ADMINISTRATIVOS
(QUEM) ADMINISTRATIVOS

OBJETIVO, MATERIAL OU FUNÇÕES POLÍTICAS


FUNCIONAL (FuMOb) APENAS FUNÇÕES
E
ADMINISTRATIVAS
(O QUÊ) ADMINISTRATIVAS

Polícia administrativa: abrange as atividades administrativas que implicam restrições ou


condicionamentos aos direitos individuais impostos em prol do interesse de toda coletividade,
como ordens, notificações, licenças, autorizações, fiscalização, sanções.

Serviço público: toda atividade executada diretamente pela Administração Pública formal ou
por particulares delegatários que tenham por fim satisfazer as necessidades coletivas, sob
regime predominantemente público. Exemplos: serviço postal, serviços de telecomunicações,
transporte ferroviário, rodoviário e aéreo etc.

Fomento: compreende a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de


utilidade ou interesse público, tais como o financiamento sob condições especiais, a
concessão de benefícios ou incentivos fiscais etc.

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Intervenção: é entendida como sendo a regulamentação e fiscalização da atividade


econômica de natureza privada (intervenção indireta), por exemplo, mediante a atuação de
agências reguladoras, bem assim a atuação do Estado diretamente na ordem econômica,
geralmente por meio das empresas estatais (intervenção direta).

8 – DIREITO ADMINISTRATIVO

É o ramo do Direito Público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas
administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa
que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus fins, de natureza pública.

ESCOLAS E CRITÉRIOS CONCEITO E OBJETO

Regras de organização e gestão dos serviços públicos, em


Serviço Público
sentido amplo e estrito.

Disciplina a organização e a atividade do Poder Executivo,


Poder Executivo
apenas.

Conjunto de normas que regem as relações entre a


Relações Jurídicas
Administração e os administrados.

o direito administrativo pode ser visto como o sistema dos


Teleológico princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o
cumprimento de seus fins.

Toda atividade do Estado que não esteja compreendida na


Negativo ou Residual
função legislativa ou na jurisdicional.

Distinção entre atividade o direito administrativo é o conjunto dos princípios que


jurídica e social do regulam a atividade jurídica não contenciosa do Estado
Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral.

Conjunto de princípios que regem a Administração Pública,


considerando as atividades, os órgãos e entidades, sua
Administração Pública
organização e as relações com os particulares (critério mais
aceito pela doutrina).

Conjunto de regras positivadas em leis e regulamentos que


Legalista, exegética tratam de Administração Pública, interpretadas pelos tribunais
administrativos (França).

9 - OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO:

- Todas as relações internas à administração pública – entre os órgãos e entidades


administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus agentes;

- Todas as relações entre a administração e os administrados, regidas pelo direito público ou


pelo privado;

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- As atividades de administração pública em sentido material exercidas por particulares sob


regime de direito público, a exemplo da prestação de serviços públicos mediante contratos de
concessão ou de permissão.

10 – FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO

As fontes indicam a origem/procedência das normas e princípios de Direito Administrativo.


Constituem, assim, todos os elementos, de onde surgem normas de direito administrativo,
compreendendo quaisquer manifestações, escritas ou não, que surtam efeitos jurídico-
administrativos.

LEI – A lei é fonte primária e principal do direito administrativo. Deve ser considerada em
sentido amplo (vai desde a constituição até os atos administrativos inferiores)

DOUTRINA – teses e teorias (fonte secundária ou indireta).


JURISPRUDÊNCIA – reiteradas (várias) decisões semelhantes não vinculantes (fonte
secundária e não escrita); decisões vinculantes e com eficácia erga omnes (fontes principais).
COSTUMES E PRAXES ADMINISTRATIVAS – apenas se não forem contra a lei (fonte
secundária e não escrita).
OBS: em decorrência do princípio da Legalidade, a Lei é a fonte mais importante do Direito
Administrativo.
OBS: alguns doutrinadores incluem os Princípios como fontes também.

PRIMÁRIA E
PRINCIPAL
LEI PRIMORDIAL
S
C
R
I
T
DOUTRINA S A
E
FONTES C
U
LE DO JU CO N NÃO
JURISPRUDÊNCIA D E
Á S
R C
I R
A I
COSTUMES S T
A

11 – SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Forma adotada pelo Estado para solucionar os litígios decorrentes da sua atuação.

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Sistema francês ou do contencioso administrativo:

- dualidade de jurisdição;
- o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas;

- a própria Administração resolve as lides administrativas.


Sistema inglês ou de jurisdição única:

- todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único competente para proferir
decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada.

Sistema administrativo brasileiro:

- sistema inglês ou de jurisdição única. As decisões dos órgãos administrativos, em regra,


não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial.

OBS: o que caracteriza o sistema é a predominância da jurisdição comum (formada pelos


órgãos do Poder Judiciário) ou da especial (formada pelos tribunais de natureza
administrativa), e não a exclusividade de uma ou outra. Isso porque, segundo ensina Hely
Lopes Meireles, nenhum país possui um sistema de controle puro, seja através do Poder
Judiciário, seja através de tribunais administrativos.
OBS: embora todos os atos administrativos possam ser submetidos à apreciação judicial, os
chamados atos políticos, em regra, não se sujeitam a esse controle. Como exemplo, pode-se
citar a sanção/veto a um projeto de lei ou o estabelecimento das políticas públicas pelo Chefe
do Poder Executivo; e o julgamento dos processos de impeachment do Presidente da
República pelo Senado Federal.

OBS: necessidade de esgotar a via administrativa:


- justiça desportiva

- reclamação contra descumprimento de súmula vinculante

- habeas data

- mandado de segurança, caso seja possível interpor recurso administrativo com efeito
suspensivo.

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12 – QUESTÕES

01 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) São fontes do Direito


Administrativo:

I. lei.
II. razoabilidade.

III. moralidade.

IV. jurisprudência.

V. proporcionalidade.

Está correto o que consta APENAS ema) I e II.


b) II e IV.

c) I e IV.

d) III e V.

e) IV e V.

GABARITO: LETRA C

COMENTÁRIO:

Questão bem tranquila. São fontes do direito administrativo a lei, a doutrina, os costumes
e a jurisprudência (LE DO JU CO).

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02 (2011/FCC/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Judiciária) No que concerne às fontes
do Direito Administrativo, é correto afirmar que:

a) o costume não é considerado fonte do Direito Administrativo.

b) uma das características da jurisprudência é o seu universalismo, ou seja, enquanto a


doutrina tende a nacionalizar-se, a jurisprudência tende a universalizar-se.
c) embora não influa na elaboração das leis, a doutrina exerce papel fundamental apenas nas
decisões contenciosas, ordenando, assim, o próprio Direito Administrativo.
d) tanto a Constituição Federal como a lei em sentido estrito constituem fontes primárias do
Direito Administrativo.
e) tendo em vista a relevância jurídica da jurisprudência, ela sempre obriga a Administração
Pública.
GABARITO: LETRA D

COMENTÁRIO:

Letra a) o costume é sim, considerado fonte do direito administrativo.

Letra b) a banca inverteu os conceitos. Na verdade, a jurisprudência tende a nacionalizar-se


e a doutrina tende a universalizar-se.

Letra c) ao contrário do afirmado na alternativa, a doutrina influencia na elaboração das leis,


exercendo papel fundamental tanto nas decisões contenciosas como nas não-contenciosas,
ordenando, assim, o próprio direito administrativo.

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Letra d) a lei como fonte do direito administrativo deve ser vista de forma ampla, ou seja,
desde a Constituição até as normas inferiores. Assim, é correto quando a alternativa afirma
que a lei em sentido estrito e a Constituição constituem fontes primárias do direito
administrativo.
Letra e) Via de regra, a jurisprudência não obriga a administração pública. No entanto, as
Súmulas Vinculantes editadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) obrigam (vinculam) o
próprio Poder Judiciário e também toda a administração pública.

Cuidado com as palavras que restringem ou extrapolam o sentido do texto (sempre, nunca,
jamais, exclusivamente, privativamente). Essas palavras normalmente tornam a assertiva
ou a alternativa incorreta.

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03 (2010/CESPE/TRE-BA/Analista Judiciário - Área Administrativa) Com relação à


organização administrativa em sentido amplo, julgue os itens subsequentes.

Como exemplo da incidência do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional sobre os


atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a vigência do sistema
do contencioso administrativo ou sistema francês.
GABARITO: Errada

COMENTÁRIO:
Como veremos abaixo, temos como exemplo da incidência da inafastabilidade do controle
jurisdicional sobre os atos administrativos no ordenamento jurídico brasileiro, é correto citar a
vigência do sistema inglês ou de jurisdição única.

Sistema francês ou do contencioso administrativo:

- dualidade de jurisdição;

- o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas;

- a própria Administração resolve as lides administrativas.

Sistema inglês ou de jurisdição única:

- todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único competente para proferir
decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada.

Sistema administrativo brasileiro:


- sistema inglês ou de jurisdição única. As decisões dos órgãos administrativos, em regra,
não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial.

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04 (2008/FCC/TCE-CE/Analista de Controle Externo - Auditoria de Obras Públicas)


No Brasil, o Direito Administrativo é ramo do Direito que tem como característica, no que diz
respeito a suas fontes,

a) a codificação em nível federal, em respeito ao princípio da estrita legalidade.


b) o papel da jurisprudência como criadora de normas aplicáveis à Administração e
integradora de lacunas legais.

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c) a pluralidade de leis em níveis federal, estadual e municipal e o papel precípuo da doutrina


na unificação da respectiva interpretação.

d) o papel integrativo da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, mesmo em
caráter praeter legem ou contra legem.
e) a prevalência de normas de caráter administrativo, como decretos, portarias e resoluções,
ainda que em face da aplicação da lei formal.

GABARITO: LETRA C

COMENTÁRIO:

Letra a) o direito administrativo, no Brasil, não é codificado, isto é, não possuímos um


código de direito administrativo como no direito penal, civil e processual, etc.

Letra b) de forma geral, a jurisprudência não é fonte de normas aplicáveis à


Administração. Excepcionalmente, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF são fontes
primárias do direito administrativo.
A jurisprudência (reiteradas decisões dos tribunais sobre determinado tema) influencia a
maneira como as regras podem ser entendidas e aplicadas.
Letra c) Segundo Alexandre Mazza, a doutrina não cria diretamente a norma, mas
esclarece o sentido e o alcance das regras jurídicas conduzindo o modo como os operadores
do direito devem compreender as determinações legais.

Letra d) a analogia e os princípios gerais do direito não são consideradas fontes do direito
administrativo. Os costumes são fontes do direito administrativo, no entanto, desde que não
contrariem as disposições de leis.
Letra e) completamente errada a alternativa. As normas de caráter administrativo jamais
irão prevalecer em face de lei formal (lei formal é a lei que passou pelo processo legislativo
constitucional, ou seja, foi discutida e aprovada pelo Poder Legislativo)

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05 (2007/FCC/MPU/Analista – Orçamento) A reiteração dos julgamentos num mesmo


sentido, influenciando a construção do Direito, sendo também fonte do Direito Administrativo,
diz respeito à

a) jurisprudência.
b) doutrina.

c) prática costumeira.

d) analogia.

e) lei.

GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:
Sem dificuldade para acertar essa questão. Sempre que falar em reiteradas decisões de
tribunais em um mesmo sentido a questão está se referindo à jurisprudência.

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06 (2017/CESPE/TRF - 1ª REGIÃO/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador)


Tendo como referência a doutrina jurídica majoritária, julgue o item a seguir, a respeito de
conceitos, princípios e classificações do direito administrativo.

O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa a própria função


administrativa que é exercida pelo Poder Executivo.

Gabarito: Errada

Comentário:

O conceito de administração pública, em seu aspecto orgânico, designa os órgãos, entidades


e agentes públicos a ela pertencentes.

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07 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Acerca do
direito administrativo, julgue o item que se segue.
A regulação das relações jurídicas entre agentes públicos, entidades e órgãos estatais cabe ao
direito administrativo, ao passo que a regulação das relações entre Estado e sociedade
compete aos ramos do direito privado, que regulam, por exemplo, as ações judiciais de
responsabilização civil do Estado.
GABARITO: ERRADA

COMENTÁRIO:
A primeira parte da assertiva realmente está correta, porquanto cabe ao direito
administrativo a relação das relações jurídicas entre os agentes públicos, entidades e órgãos
do Estado. No entanto, também cabe ao direito público as relações entre o Estado e a
sociedade (o direito administrativo é um dos ramos do direito público).

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08 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Acerca do


direito administrativo, julgue o item que se segue.

Conforme a doutrina, diferentemente do que ocorre no âmbito do direito privado, os


costumes não constituem fonte do direito administrativo, visto que a administração pública
deve obediência estrita ao princípio da legalidade.
GABARITO: ERRADO

COMENTÁRIO:

Assertiva incorreta, pois os costumes são considerados fontes do direito administrativo. Basta
lembrar no mnemônico LE DO JU CO.

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09 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) O direito
administrativo é
a) um ramo estanque do direito, formado e consolidado cientificamente.

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b) um ramo do direito proximamente relacionado ao direito constitucional e possui interfaces


com os direitos processual, penal, tributário, do trabalho, civil e empresarial.

c) um sub-ramo do direito público, ao qual está subordinado.

d) um conjunto esparso de normas que, por possuir características próprias, deve ser
considerado de maneira dissociada das demais regras e princípios.

e) um sistema de regras e princípios restritos à regulação interna das relações jurídicas entre
agentes públicos e órgãos do Estado.

GABARITO: Letra B

COMENTÁRIO:
Letra a) o direito administrativo não é ramo estanque, é mutável e continua em constante
evolução (não está formado e nem consolidado cientificamente).
Letra b) alternativa correta, o direito administrativo realmente é um ramo do direito público
e está muito próximo do direito constitucional (por exemplo, existe um capítulo na
constituição “todinho” destinado ao trato da Administração Pública). Também está correto
afirmar que o direito administrativo possui interfaces com outros ramos do direito, inclusive
direito privado.

Letra c) o direito administrativo realmente é considerado um sub-ramo do direito público,


porém está errado afirmar que é subordinado ao direito público.

Letra d) dissociado não. É um conjunto de regras e princípios próprios, mas interpretado em


conjunto com os demais ramos do direito público e privado.

Letra e) o direito administrativo não regula apenas as relações jurídicas entre agentes
públicos e órgãos do Estado, mas também relações que os particulares pactuam com o
Estado, como ocorre no exercício do poder de polícia administrativa.

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10 (2016/CESPE/PC-GO/Agente de Polícia) A respeito de Estado, governo e


administração pública, assinale a opção correta.

a) Governo é o órgão central máximo que formula a política em determinado momento.


b) A organização da administração pública como um todo é de competência dos dirigentes de
cada órgão, os quais são escolhidos pelo chefe do Poder Executivo.
c) Poder hierárquico consiste na faculdade de punir as infrações funcionais dos servidores.

d) Território e povo são elementos suficientes para a constituição de um território.

e) República é a forma de governo em que o povo governa no interesse do povo.

GABARITO: Letra E

COMENTÁRIO:

Letra a) segundo Hely Lopes Meirelles, governo é o conjunto de poderes e órgãos


constitucionais responsáveis por estabelecer as políticas públicas do Estado. Assim,
não podemos afirmar que se trata de um órgão central máximo que formula a política em
determinado momento.

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Letra b) não, a organização da administração pública é de competência da LEI, no caso da


esfera federal, o Decreto 200/1967. Também é errado afirmar que os dirigentes são
escolhidos pelo chefe do Poder Executivo, alguns até podem ser, mas não são todos.

Letra c) é o Poder Disciplinar que possui a faculdade de punir as infrações funcionais dos
servidores.

Nesse caso específico de punir servidores, imediatamente usamos o poder disciplinar e


mediatamente o poder hierárquico para punir servidores.

Letra d) errada também. Estudamos que os elementos essenciais para a constituição de um


Estado é PTG (povo, território e governo soberano).
Letra e) isso mesmo, república é a forma de governo em que o povo governa no interesse
do povo. O povo escolhe, por eleição, representantes do próprio povo.

REPÚBLICA
- elegibilidade dos governantes
- temporariedade do mandato
FORMAS DE - prestação de contas
GOVERNO
FO GO - RE MO
MONARQUIA
- hereditariedade dos governantes
- vitaliciedade do mandato
- não prestação de contas

---------------------------------------------------------------------------------------------------
11 (2016/CESPE/PC-PE/Agente de Polícia) Considerando as fontes do direito
administrativo como sendo aquelas regras ou aqueles comportamentos que provocam o
surgimento de uma norma posta, assinale a opção correta.

a) A lei é uma fonte primária e deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger
inclusive os regulamentos administrativos.

b) O acordo é uma importante fonte do direito administrativo por ser forma de regulamentar
a convivência mediante a harmonização de pensamentos.
c) Os costumes, pela falta de norma escrita, não podem ser considerados como fonte do
direito administrativo.
d) A jurisprudência é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao
publicarem suas pesquisas acerca de determinada questão jurídica.
e) Uma doutrina se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:

Letra a) é o nosso gabarito. Realmente a lei, como fonte do direito administrativo, deve ser
vista em seu sentido amplo, não apenas a lei formal, mas todas as espécies de normas, da
constituição até os regulamentos inferiores.
Letra b) acordo não é fonte do direito administrativo. São fontes, a lei, a doutrina, a
jurisprudência e os costumes (LE DO JU CO)

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Letra c) os costumes podem sim ser fontes do direito administrativo, quando não há norma
escrita sobre determinado tema.

Letra d, e) as alternativas estão invertidas.

A doutrina é compreendida como sendo aquela emanada por estudiosos ao publicarem suas
pesquisas acerca de determinada questão jurídica.

Uma jurisprudência se consolida com reiteradas decisões judiciais sobre o mesmo tema.

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12 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Acerca de conceitos inerentes ao


direito administrativo e à administração pública, assinale a opção correta.

a) O objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente privada.


b) A divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é adotada pelo
ordenamento jurídico brasileiro, com divisão absoluta de funções.
c) Segundo o delineamento constitucional, os poderes do Estado são independentes e
harmônicos entre si e suas funções são reciprocamente indelegáveis.
d) A jurisprudência e os costumes não são fontes do direito administrativo.

e) Pelo critério legalista, o direito administrativo compreende os direitos respectivos e as


obrigações mútuas da administração e dos administrados.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

Letra a) o objeto do direito administrativo são as relações de natureza eminentemente


pública.

Letra b) a divisão de poderes no Estado, segundo a clássica teoria de Montesquieu, é


adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro por precipuidade (preponderância,
especialização) de função, portanto não há exclusividade.

Letra c) a alternativa está em consonância com o art. 2º da Constituição (art. 2º São


poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário).
Letra d) tanto a jurisprudência como os costumes são fontes do direito administrativo. Além
deles, a lei e a doutrina também o são.
Letra e) Segundo Di Pietro, no critério legalista, o direito administrativo é um conjunto de
normas que regem as relações entre a Administração e os administrados.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

13 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos elementos do Estado, assinale a opção correta.
a) Povo, território e governo soberano são elementos indissociáveis do Estado.

b) O Estado é um ente despersonalizado.


c) São elementos do Estado o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo.

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d) Os elementos do Estado podem se dividir em presidencialista ou parlamentarista.

e) A União, o estado, os municípios e o Distrito Federal são elementos do Estado brasileiro.


GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:
Letra a) é o gabarito da questão. Povo, território e governo soberano (PTG) são elementos
indissociáveis do Estado.

Letra b) o Estado, nesse caso, é Pessoa Jurídica de Direito Público. Entes despersonalizados
são apenas os órgãos públicos.

Letra c) Os elementos do Estado são povo, território e governo soberano. Os Poderes


Legislativo, Executivo e Judiciário são poderes do Estado.

Letra d) presidencialista e parlamentarista são os sistemas de governo (SI GO PRE PAR).


Letra e) consoante o art. 18 da CF/88, a União, os Estados, o DF e os Municípios são entes
federativos do Estado brasileiro.

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14 (2016/CESPE/DPU/Analista Técnico – Administrativo) Acerca da organização


administrativa da União, da organização e da responsabilidade civil do Estado, bem como do
exercício do poder de polícia administrativa, julgue o item que se segue.

A repartição do poder estatal em funções — legislativa, executiva e jurisdicional — não


descaracteriza a sua unicidade e indivisibilidade.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

A divisão do poder estatal em funções realmente não descaracteriza a sua unicidade e


indivisibilidade.

O Poder de um Estado é UNO, indivisível. No entanto, o Poder pode ser exercido por outros
órgãos, com o objetivo de possibilitar um controle recíproco, constituindo o que chamamos na
doutrina constitucionalista como sistema de “FREIOS E CONTRAPESOS”.

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15 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação à administração


pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.

A função administrativa é exclusiva do Poder Executivo, não sendo possível seu exercício
pelos outros poderes da República.

GABARITO: Errada

COMENTÁRIO:

Todos os Poderes exercem atividades de natureza administrativa, e não apenas o Executivo.


O exercício do Poder, no Brasil, dá-se por precipuidade (preponderância,
especialização) de função, portanto, não há exclusividade.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 19


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16 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação à administração


pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.

A aplicação da lei pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, depende de


provocação do interessado, sendo vedada a aplicação de ofício.

GABARITO: Errado

COMENTÁRIO:

A aplicação da lei pelo Poder Executivo, no exercício da função administrativa, pode ser tanto
por provocação do interessado como de ofício.
No entanto, a aplicação da lei pelo Poder Judiciário, no exercício da função jurisdicional,
depende de provocação do interessado, sendo vedada a aplicação de ofício.

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17 (2015/CESPE/TRE-MT/Analista) Com relação ao direito administrativo e à
administração pública, assinale a opção correta.
a) A administração pública em sentido estrito abrange os órgãos governamentais,
encarregados de traçar políticas públicas, bem como os órgãos administrativos, aos quais
cabe executar os planos governamentais.

b) As atividades de polícia administrativa, de prestação de serviço público e de fomento são


próprias da administração pública em sentido objetivo.

c) Consoante o critério do Poder Executivo, o direito administrativo pode ser conceituado


como o conjunto de normas que regem as relações entre a administração pública e os
administrados.

d) As principais fontes do direito administrativo brasileiro, que não foi codificado, são o
costume e a jurisprudência.

e) A administração pública em sentido subjetivo não se faz presente nos Poderes Legislativo e
Judiciário.

GABARITO: Letra B
COMENTÁRIO:

Letra a) em sentido estrito, a administração pública abrange apenas os órgãos


administrativos. Vide quadro abaixo.

Letra b) é o gabarito da questão. São 4 as atividades administrativas em sentido objetivo:


polícia administrativa, serviço público, fomento e intervenção administrativa.

Letra c) o critério das relações jurídicas é o conjunto de normas que regem as relações entre
a administração e os administrados.

O critério do Poder Executivo disciplina a organização e a atividade deste Poder, apenas.


Assim, segundo esse critério, não poderia haver exercício da atividade administrativa nos
demais Poderes.
Letra d) a fonte principal é a lei. São, ainda, fontes secundárias do direito administrativo, a
jurisprudência, os costumes e a doutrina.

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Letra e) a administração em sentido subjetivo, orgânico ou formal representa os órgãos,


pessoas e entidades integrantes de todos os Poderes da República.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

SENTIDO

AMPLO RESTRITO

SUBJETIVO, ORGÂNICO ORGÃOS GOVERNAMENTAIS


OU FORMAL (FOS) APENAS ÓRGÃOS
E
ADMINISTRATIVOS
(QUEM) ADMINISTRATIVOS

OBJETIVO, MATERIAL OU FUNÇÕES POLÍTICAS


FUNCIONAL (FuMOb) APENAS FUNÇÕES
E
ADMINISTRATIVAS
(O QUÊ) ADMINISTRATIVAS

---------------------------------------------------------------------------------------------------

18 (2015/CESPE/STJ/Técnico Judiciário – Administrativo) Julgue o item seguinte,


acerca do direito administrativo e da prática dos atos administrativos.

Conceitualmente, é correto considerar que o direito administrativo abarca um conjunto de


normas jurídicas de direito público que disciplina as atividades administrativas necessárias à
realização dos direitos fundamentais da coletividade.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

Segundo Rafael Carvalho Rezende Oliveira, o direito administrativo é o ramo do direito


público que tem por objeto as regras e os princípios aplicáveis à atividade preordenada à
satisfação dos direitos fundamentais. Como se observa, a assertiva está correta.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

19 (2014/CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros) Considerando os


conceitos do direito administrativo e os princípios do regime jurídico-administrativo, assinale
a opção correta.
a) O princípio da proteção à confiança legitima a possibilidade de manutenção de atos
administrativos inválidos.
b) Consoante o critério da administração pública, o direito administrativo é o ramo do direito
que tem por objeto as atividades desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, excluídas
a legislação e a jurisdição.

c) Adotando-se o critério do serviço público, define-se direito administrativo como o conjunto


de princípios jurídicos que disciplinam a organização e a atividade do Poder Executivo e de
órgãos descentralizados, além das atividades tipicamente administrativas exercidas pelos
outros poderes.

d) São fontes primárias do direito administrativo os regulamentos, a doutrina e os costumes.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 21


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e) Dado o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, é possível à


administração pública, mediante portaria, impor vedações ou criar obrigações aos
administrados.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO:

Letra a) o princípio da proteção à confiança, segundo Di Pietro, leva em conta a boa-fé do


cidadão, que acredita e espera que os atos praticados pelo Poder Público sejam lícitos e,
nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros,
inclusive mantendo atos ilegais ou inconstitucionais, fazendo prevalecer esse princípio em
detrimento do princípio da legalidade.

Letra b) Consoante o critério residual ou negativo, o direito administrativo é o ramo do


direito que tem por objeto as atividades desenvolvidas para a consecução dos fins estatais,
excluídas a legislação e a jurisdição.

Segundo o critério da Administração Pública, o direito administrativo é o conjunto de


princípios que regem a Administração Pública, considerando as atividades, os órgãos e
entidades, sua organização e as relações com os particulares.

Letra c) o critério trazido diz respeito ao critério do Poder Executivo.


O critério do serviço público é o conjunto de regras de organização e gestão dos serviços
públicos, em sentido amplo e estrito.
Letra d) a doutrina e os costumes são fontes secundárias do direito administrativo, apenas
os regulamentos são considerados, no caso, fontes primárias.
Letra e) Segundo o princípio da legalidade, sob o prisma dos particulares, ninguém é
obrigado a deixar de fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim, a
administração pública não pode criar obrigações ou vedações aos particulares sem previsão
em lei.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

20 (2014/CESPE/TJ-SE/Titular de Serviços de Notas e de Registros) A respeito dos


princípios, das fontes e do conceito de direito administrativo, assinale a opção correta.

a) De acordo com o STF, os tratados internacionais de direito administrativo serão fontes do


direito administrativo pátrio desde que sejam incorporados ao ordenamento jurídico interno
mediante o mesmo procedimento previsto na CF para a incorporação dos tratados
internacionais de direitos humanos.

b) O princípio administrativo da autotutela é considerado um princípio onivalente.


c) O princípio administrativo do interesse público é um princípio implícito da administração
pública.

d) De acordo com o critério das relações jurídicas, o direito administrativo pode ser visto
como o sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o
cumprimento de seus fins.

e) Consoante o critério da distinção entre atividade jurídica e social do Estado, o direito


administrativo é o conjunto dos princípios que regulam a atividade jurídica não contenciosa
do Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral.

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GABARITO: Letra E

COMENTÁRIO:
Letra a) não há nenhum fundamento sobre o assunto no STF. Errada a alternativa.

Letra b) Segundo a doutrina de Cretella Júnior, princípios onivalentes são aqueles


encontrados em toda construção científica elaborada pelo homem. É evidente que
este não é o caso do princípio da autotutela, o qual ostenta alcance bem mais restrito,
limitado à ciência do Direito e, ainda assim, situado no âmbito do Direito Administrativo.

Letra c) o princípio do interesse público está previsto no art. 2º da Lei n. 9.784/99, sendo,
portanto, explícito para a administração pública.
Letra d) De acordo com o critério teleológico, o direito administrativo pode ser visto como o
sistema dos princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o cumprimento de
seus fins.

O critério das relações jurídicas assevera que o direito administrativo é um conjunto de


normas que regem as relações entre a administração e os administrados.

Letra e) trouxe o conceito adotado pela doutrinadora Di Pietro para o critério da distinção
entre atividade jurídica e social do Estado.

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21 (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere ao


Estado, governo e à administração pública, assinale a opção correta.

a) O Estado liberal, surgido a partir do século XX, é marcado pela forte intervenção na
sociedade e na economia.

b) No Brasil, vigora um sistema de governo em que as funções de chefe de Estado e de chefe


de governo não são concentradas na pessoa do chefe do Poder Executivo.

c) A administração pública, em sentido estrito, abrange a função política e a administrativa.

d) A administração pública, em sentido subjetivo, diz respeito à atividade administrativa


exercida pelas pessoas jurídicas, pelos órgãos e agentes públicos que exercem a função
administrativa.
e) A existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que são exercidas
as atividades executivas, legislativas e judiciais.
GABARITO: Letra E

COMENTÁRIO:

Letra a) pelo contrário, o Estado liberal, é marcado pela abstenção do Estado na sociedade e
na economia. Quase tudo era deixado na mão da iniciativa privada. O liberalismo preocupava-
se em assegurar os direitos fundamentais dos cidadãos, ou seja, os direitos de primeira
geração (vida, liberdade e igualdade).
Letra b) no Brasil, adotamos o sistema presidencialista de governo, em que uma das suas
características é o acúmulo das funções de chefe de Estado e de Governo pelo Presidente da
República.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 23


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Letra c) em sentido estrito abrange os órgãos administrativos e a função administrativa. Em


sentido amplo abrange os órgãos governamentais e administrativos e as funções políticas e
administrativas.

Letra d) em sentido subjetivo, a administração pública refere-se aos órgãos, entidades e


agentes públicos que a formam.

Letra d) exato, a existência do Estado pode ser mensurada pela forma organizada com que
são exercidas as atividades executivas, legislativas e judiciais.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
22 (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Área Administrativa) Com relação ao
conceito, ao objeto e às fontes do direito administrativo, assinale a opção correta.
a) Consoante o critério negativo, o direito administrativo compreende as atividades
desenvolvidas para a consecução dos fins estatais, incluindo as atividades jurisdicionais,
porém excluindo as atividades legislativas.

b) Pelo critério teleológico, o direito administrativo é o conjunto de princípios que regem a


administração pública.

c) Para a escola exegética, o direito administrativo tinha por objeto a compilação das leis
existentes e a sua interpretação com base principalmente na jurisprudência dos tribunais
administrativos.
d) São considerados fontes primárias do direito administrativo os atos legislativos, os atos
infralegais e os costumes.
e) De acordo com o critério do Poder Executivo, o direito administrativo é conceituado como o
conjunto de normas que regem as relações entre a administração e os administrados.

GABARITO: Letra C

COMENTÁRIO:

ESCOLAS E CRITÉRIOS CONCEITO E OBJETO

Regras de organização e gestão dos serviços públicos, em


Serviço Público
sentido amplo e estrito.

Disciplina a organização e a atividade do Poder Executivo,


Poder Executivo
apenas.

Conjunto de normas que regem as relações entre a


Relações Jurídicas
Administração e os administrados.

o direito administrativo pode ser visto como o sistema dos


Teleológico princípios jurídicos que regulam a atividade do Estado para o
cumprimento de seus fins.

Toda atividade do Estado que não esteja compreendida na


Negativo ou Residual
função legislativa ou na jurisdicional.

Distinção entre atividade o direito administrativo é o conjunto dos princípios que


jurídica e social do regulam a atividade jurídica não contenciosa do Estado

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 24


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Estado e a constituição dos órgãos e meios de sua ação em geral.

Conjunto de princípios que regem a Administração Pública,


considerando as atividades, os órgãos e entidades, sua
Administração Pública
organização e as relações com os particulares (critério mais
aceito pela doutrina).

Conjunto de regras positivadas em leis e regulamentos que


Legalista, exegética tratam de Administração Pública, interpretadas pelos tribunais
administrativos (França).

---------------------------------------------------------------------------------------------------

23 (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Área Judiciária) No que se refere ao


regime jurídico administrativo, assinale a opção correta.

a) A criação de órgão público deve ser feita, necessariamente, por lei; a extinção de órgão,
entretanto, dado não implicar aumento de despesa, pode ser realizada mediante decreto.
b) A autotutela administrativa compreende tanto o controle de legalidade ou legitimidade
quanto o controle de mérito.
c) A motivação deve ser apresentada concomitantemente à prática do ato administrativo.

d) De acordo com o princípio da publicidade, que tem origem constitucional, os atos


administrativos devem ser publicados em diário oficial.

e) No Brasil, ao contrário do que ocorre nos países de origem anglo-saxã, o costume não é
fonte do direito administrativo.

GABARITO: Letra B

COMENTÁRIO:

Letra a) segundo o art. 84, VI, da CF/88, tanto a criação como a extinção de órgãos públicos
deve ser feita por meio de lei.

Letra b) é o gabarito da questão. Súmula n. 473/STF.


Letra c) a motivação deve ser prévia ou concomitante à edição do ato.

Letra d) somente os atos que visem a produção de efeitos externos ou que onerem o
patrimônio público devem ser publicados em diário oficial.
Letra e) o costume é fonte secundária do direito administrativo.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

24 (2018/CESPE/PGM – AM/Procurador Municipal) Quanto às transformações


contemporâneas do direito administrativo, julgue o item subsequente.

Um dos aspectos da constitucionalização do direito administrativo se refere à releitura dos


seus institutos a partir dos princípios constitucionais.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 25


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Segundo o que preleciona Estorninho (1999), o princípio da juridicidade da administração,


entendido como a subordinação ao direito como um todo, implicando submissão a princípios
gerais de direito, à Constituição, a normas internacionais, a disposições de caráter
regulamentar, a atos constitutivos de direitos, etc.
---------------------------------------------------------------------------------------------------

25 (2018/CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item que se segue, a


respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.

Entre as fontes de direito administrativo, as normas jurídicas administrativas em sentido


estrito são consideradas lei formal e encontram sua aplicabilidade restrita à esfera político-
administrativa.

GABARITO: Errada
COMENTÁRIO:

As leis formais (aquelas que passaram pelo processo legislativo constitucional) não
encontram sua aplicabilidade restrita à esfera político-administrativa, elas também podem
atingir a esfera dos administrados, criando obrigações ou restrições aos particulares.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
26 (2018/CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item que se segue, a
respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.
A jurisprudência administrativa constitui fonte direta do direito administrativo, razão por que
sua aplicação é procedimento corrente na administração e obrigatória para o agente
administrativo, cabendo ao particular sua observância no cotidiano.

GABARITO: Errada

COMENTÁRIO:

Jurisprudência são fontes secundárias (indiretas) do direito administrativo e consistem em


reiteradas decisões de tribunais em um mesmo sentido.

Via de regra, a jurisprudência não vincula a Administração e os demais órgãos do judiciário,


no entanto, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF são consideradas fontes primárias do
direito administrativo e vinculam tanto a administração pública como o próprio Poder
Judiciário.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

27 (2018/CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item que se segue, a


respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.

De forma indireta, no direito administrativo, as fontes inorganizadas influem na produção do


direito positivo, apesar de as atividades opinativas e interpretativas serem consideradas fontes
que influem nessa produção.

GABARITO: Correta
COMENTÁRIO:

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As fontes inorganizadas são as fontes não escritas do direito administrativo (jurisprudência e


costumes). Essas fontes influenciam na produção de novas leis, na medida em que o
legislador se utiliza dessas fontes para a criação de novas leis no ordenamento jurídico.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Os princípios são as bases fundamentais de um sistema de normas, que condicionam toda a


estruturação de um determinado ramo do Direito. São comandos genéricos e abstratos,
aplicáveis a diversas situações.

Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, princípio “é por definição, mandamento nuclear
de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico.”

1 – REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Regime quer dizer o conjunto de normas e de princípios aplicáveis a uma determinada


situação.

A expressão regime jurídico da Administração Pública é utilizada para designar, em


sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se à
Administração Pública. Já a expressão regime jurídico-administrativo é reservada tão
somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito
Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na
relação jurídico-administrativa.

REGIME DE DIREITO PRIVADO


- Horizontalidade
- Não tem prerrogativas e sim, restrições de Direito Público.
- Art. 173 CF/88
- Ex. Petrobrás

Regime Jurídico da Administração


(Regime Jurídico Administrativo – em sentido
amplo ) REGIME DE DIREITO PÚBLICO (Regime Jurídico
Administrativo – em sentido estrito)
- Verticalidade
- Tem prerrogativas e restrições
- Ex. INSS, BACEN
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO
INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO

O Regime Jurídico Administrativo é um conjunto de prerrogativas e sujeições concedido à


Administração Pública, para melhor cumprimento dos interesses públicos.

CESPE/TCU/2009 – O Regime jurídico-administrativo fundamenta-se, conforme entende a


doutrina, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e na
indisponibilidade do interesse público.

(2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) O regime jurídico administrativo tipifica o próprio direito


administrativo e confere à Administração prerrogativas não aplicáveis ao particular e

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 28


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instrumentais à cura do interesse público, tais como a autotutela e o poder de polícia, dentre
outras tantas, que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o privado.

Interesse público primário: representa a Administração Pública no sentido finalístico,


extroverso, ou seja, é o interesse público propriamente dito, pois, dirigido diretamente aos
cidadãos (de dentro do Estado para fora – Administração Extroversa)

Interesse público secundário: diz respeito aos interesses do próprio Estado, internos,
introversos, portanto inconfundíveis com os primários. Ex. locação de imóvel para guardar
livros enquanto a biblioteca seja reformada.

1.1 – SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO

Significa que a Administração Pública é colocada em posição VERTICAL (diferenciada)


quando comparada aos particulares, ou seja, ela possuirá prerrogativas (privilégios). No
caso de confronto entre o interesse individual e o público, será o público que prevalecerá.

É princípio implícito da Administração Pública.

O princípio da supremacia do interesse público sobre o privado não é absoluto, comportando


limites e relativizações. Ex. direitos individuais, direito adquirido, coisa julgada, ato jurídico
perfeito, etc.

1.2 – INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO


Esse princípio faz com que a Administração, por intermédio de seus agentes, não tenha
vontade própria, por estar investida no papel de satisfazer a vontade de terceiros, quais
sejam, o coletivo, a sociedade. Assim, diz-se que a Administração Pública sofre restrições
em sua atuação. Ex. Licitação, concurso público, etc.

Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino asseveram que o princípio da indisponibilidade do


interesse público está diretamente presente em toda e qualquer atuação da Administração
Pública, ao contrário do que ocorre com o princípio da supremacia do interesse público, que,
de forma direta, fundamenta essencialmente os atos de império do Poder Público, nos quais
ele se coloca em posição vertical em relação aos administrados.
Por fim, Maria Sílvia Di Pietro afirma que, por não ser possível à Administração dispor dos
interesses públicos, “os poderes que lhe são atribuídos têm o caráter de poder-dever; são
poderes que ela não pode deixar de exercer, sob pena de responder por omissão.

Assim, a autoridade não pode renunciar ao exercício das competências que lhe são
outorgadas por lei; não pode deixar de punir quando constate a prática de ilícito
administrativo; não pode deixar de exercer o poder de polícia para coibir o exercício dos
direitos individuais em conflito com o bem-estar coletivo; não pode deixar de exercer os
poderes decorrentes da hierarquia; não pode fazer liberalidade com o dinheiro público. Cada
vez que ela se omite no exercício dos seus poderes, é o interesse público que está sendo
prejudicado.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 29


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PRINCÍPIOS EXPRESSOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

São aqueles que estão escritos com todas


as letras em uma norma de caráter geral São aqueles que não estão expressos em
(se aplica a toda a Adm Pub Brasileira) uma norma de caráter geral. Ex.
Razoabilidade.
Ex. Legalidade

OBS: A lei 9.784/99, art. 2º, traz expressamente o princípio da razoabilidade, porém,
essa lei é de caráter geral apenas para a Administração Pública Federal, e não para toda a
Administração Pública brasileira, por isso esse princípio é considerado implícito.

Colisão entre princípios:

No caso de conflito entre princípios, haverá uma ponderação de valores (teoria da


ponderação de interesses). Essa teoria nos diz que não há princípios absolutos, assim,
todos os princípios do nosso ordenamento jurídico são importantes e devem ser levados em
consideração. Desse modo, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, deve-se
ponderar os interesses e verificar qual princípio deve prevalecer.

OBS: NÃO há hierarquia entre os princípios da Administração Pública.

PRINCÍPIOS BÁSICOS (EXPRESSOS OU


PRINCÍPIOS GERAIS
EXPLÍCITOS)

LIMPE – art. 37, caput, CF/88 Todos os demais princípios: Ex.

- Legalidade - Razoabilidade e Proporcionalidade


- Impessoalidade - Supremacia do interesse público

- Moralidade - Indisponibilidade de interesse público


- Publicidade - Autotutela

- Eficiência - Continuidade
OBS:o princípio da EFICIÊNCIA, foi - etc
incluído na CF/88 pela EC 19/98, tornando-
se princípio expresso.

COPESE/UFT/DPE-TO/2012 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos


Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 30


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OBS: os princípios constitucionais se aplicam a toda Administração Pública, ou seja, tanto a


administração direta como a indireta de todos os poderes (executivo, legislativo e judiciário)
e de todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

2 – PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2.1 - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

O princípio da Legalidade significa a subordinação da Administração Pública à vontade


popular, sendo assim, a Administração Pública só pode praticar as condutas previstas em lei.
Podemos afirmar, ainda, que o princípio da legalidade é um dos pilares do Estado
Democrático de Direito.
Possui duas acepções:

EM RELAÇÃO AOS PARTICULARES EM RELAÇÃO À ADM PUB

- Art. 5°, II, CF/88 = Ninguém será obrigado - A Administração Pública só poderá fazer o
a fazer ou deixar de fazer alguma coisa que a lei permitir (vontade legal)
senão em virtude de lei.
- o particular só deixará de agir quando a lei
proibir.
- o particular poderá fazer tudo o que a lei
não proíbe (autonomia de vontade)

OBS: surge como decorrência natural da indisponibilidade do interesse público.

OBS: pode sofrer CONSTRIÇÕES em virtude de situações excepcionais. É o que ocorre


quando tem que se cumprir um ato mesmo não previsto em lei em sentido estrito (criada
pelo Poder Legislativo). Ex.: Medidas Provisórias e Decretos Autônomos, não são Leis criadas
pelo Poder Legislativo, mas possuem força de lei. O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE NÃO É
ABSOLUTO.

OBS: A atividade administrativa não pode ser exercida contra legem nem praeter legem,
mas apenas secundum legem.

ESAF: Em face da sistemática constitucional do Estado brasileiro, regido que é pelo


fundamento do Estado Democrático de Direito, a plenitude da vigência do princípio da
legalidade (art. 37, caput, CF/88) pode sofrer constrição provisória e excepcional.

CESPE/2010: Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode,


por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou
impor vedações aos administrados, para tanto, ela depende de lei.

CESPE/2012 - De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de


sítio constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública.

CESPE/2012 - Segundo jurisprudência do STJ, a administração, por estar submetida ao


princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de
direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 31


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Atualmente, tem-se assimilado o princípio da juridicidade, como uma nova roupagem à


ideia de legalidade. Pelo princípio da juridicidade, o administrador estaria vinculado a toda
ordem jurídica – que inclui os princípios a ela inerentes -, e não somente à ideia de lei em
sentido formal.

2.2 - PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Pode ser estudado sob 3 aspectos (acepções) distintos:

1 – dever de tratamento isonômico aos administrados

Consoante a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a Administração não pode atuar com
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse
público que tem que nortear o seu comportamento.
Nesse primeiro aspecto, o princípio da impessoalidade é corolário da isonomia ou
igualdade.
O princípio da impessoalidade, para fins de concurso público, pode ser confundido com o
princípio da isonomia, ou seja, eles se confundem. A realização e concurso público é
consequência da aplicação do princípio da impessoalidade/isonomia.

2 – dever de sempre satisfazer o interesse público


O administrador público deve sempre buscar a satisfação do interesse público, isto é, deve
seguir a finalidade de todas a leis. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade é
sinônimo do princípio da finalidade.

3 – imputação dos atos praticados pelos agentes públicos à pessoa jurídica em que
atuam.

Art. 37 § 1° - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

OBS: o princípio que justifica a manutenção dos efeitos dos atos praticados por um
funcionário de fato é o princípio da impessoalidade. É o caso do servidor que ingressou no
serviço público para um cargo de nível superior e depois de algum tempo foi descoberto que
ele apresentou um diploma falso no ato da posse. Os atos praticados por esse servidor
continuam valendo, pois, apesar de não ser um servidor de direito, ele era um servidor de
fato, agindo em nome do Estado.

ESAF/2008 – O princípio constitucional do direito administrativo, cuja observância forçosa,


na prática dos atos administrativos, importa assegurar que, o seu resultado, efetivamente,
atinja o seu fim legal, de interesse público, é o da impessoalidade.

CESPE/2012 - Em decorrência dos princípios da impessoalidade e da boa-fé, reconhecem-se


como válidos os atos praticados por agente de fato, ainda que este tivesse ciência do ilícito
praticado.
ESAF/2007 – São exemplos da aplicação do princípio da impessoalidade, exceto:

a) licitação
b) concurso público

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c) precatório

d) otimização da relação custo/benefício (eficiência)


e) ato legislativo perfeito

2.3 – PRINCÍPIO DA MORALIDADE

Impõe que os agentes públicos atuem com honestidade, boa-fé e lealdade, respeitando a
isonomia e demais preceitos éticos, sempre perseguindo a boa administração.

MORAL ADMINISTRATIVA MORAL COMUM

- são as condutas que o agente público


- são as condutas que o agente público deve
deve tomar fora da administração pública,
tomar no exercício da função pública. Ex:
fora do exercício da atividade. Apesar de
não chegar atrasado, agir com discrição,
em várias situações as duas se
probidade, etc.
interligarem, elas não se confundem.

Moralidade administrativa (relacionada a boa-fé, lealdade e justeza) X Probidade


administrativa (relacionada a má qualidade da administração).
A moralidade é o gênero e a probidade é uma das espécies da moralidade administrativa. A
probidade é um aspecto da moralidade administrativa. A moralidade e a probidade
não são sinônimas.

OBS: a moralidade administrativa constitui requisito de validade do ato administrativo.

2.4 – PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Apresenta dupla acepção, a saber:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos


administrativos que devam produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus para o
patrimônio público.

b) exigência de transparência da autuação administrativa.


Segundo Matheus Carvalho, a publicidade sempre foi vista como forma de controle da
administração pelos seus cidadãos. A sociedade só poderá controlar os atos
administrativos se estes forem devidamente publicizados, sendo impossível efetivar essa
garantia em relação a atos praticados de forma alheia ao conhecimento popular.

Art. 5°, XXXIII - todos têm direito de receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

OBS: Em regra os atos da Administração Pública devem ser divulgados pelo Diário Oficial. Se
o município não tiver DO, deve publicar em quadro de avisos. Caso o ato do município seja de

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publicação obrigatória em DO, o ato será publicado no DO do estado ao qual pertence o


referido município.

OBS: a publicação do ato administrativo em órgão oficial de imprensa não é condição de


sua validade, mas sim de condição de eficácia e moralidade. Negar a publicidade a ato
oficial é considerado ato de improbidade administrativa.

OBS: a publicidade deriva do princípio da indisponibilidade do interesse público.

CESPE/TJ-AL/2012 - O princípio da publicidade assegura a divulgação ampla dos atos


praticados pela administração pública, quer tratem eles de assuntos de interesse particular,
quer tratem de assuntos de interesse coletivo ou geral, ressalvadas as hipóteses de sigilo
previstas em lei.

2.5 – PINCÍPIO DA EFICIÊNCIA


Somente foi incorporado na CF/88 pela EC-19/98, tornando o princípio da eficiência expresso
para toda a Administração Pública brasileira.
Segundo Di Pietro, o princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o
melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em
relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar e Administração Pública,
também como o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço
público.
Impõe à Administração Pública direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com
rapidez, perfeição e rendimento.

OBS: O princípio da eficiência relaciona-se com a Administração gerencial, enquanto o


princípio da legalidade relaciona-se com a Administração burocrática.

O princípio da eficiência é uma consequência do princípio da economicidade, essa economia


está diretamente relacionada com o custo-benefício.

A ênfase se dá nos resultados alcançados pela Administração Pública e não nos meios para
alcançar os resultados.

CESPE/2018 - O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da


produtividade e economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que
não poderá ser desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos
seus atos.

3 –PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


3.1 – PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE

Em regra, esses princípios são implícitos.


O princípio da razoabilidade é consequência do devido processo legal, e se reflete no bom
senso das atividades administrativas.

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O princípio da proporcionalidade impõe à administração a adequação entre meios e


fins, sendo vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (lei 9.784/99, art. 2°,
VI).
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, enuncia-se com esse princípio (razoabilidade) que
a Administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis
do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e
respeitosa das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. Segundo o
mesmo autor, os atos que violem o princípio da razoabilidade devem ser invalidados,
autorizando o controle judicial desses atos.

CESPE: O princípio da razoabilidade se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser
considerado aceitável, e sua inobservância resulta em vício do ato administrativo.

Um ato razoável deve ser um ato adequado, necessário e proporcional, ocorrendo dessa
forma que alguns autores dizem que o princípio da proporcionalidade deriva do princípio da
razoabilidade.
CESPE/TER-RJ/2012 - No âmbito da administração pública, a correlação entre meios e fins
é uma expressão cujos sentido e alcance costumam ser diretamente associados ao princípio
da eficiência. (FALSO – AO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE)

3.2 – PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA E DA TUTELA


O princípio da autotutela é a possibilidade de a administração pública rever os seus próprios
atos, seja para anulá-los (ilegais) ou revogá-los (inconvenientes ou inoportunos), de ofício
ou mediante provocação de terceiros interessados.

Já o princípio da tutela administrativa é o controle finalístico que a administração direta


efetua sobre as entidades da administração indireta, visando garantir a observância de suas
finalidades institucionais.

SÚMULA 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

Os atos ilegais devem ser anulados e os legais podem ser revogados.

SÚMULA 346 STF – A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios
atos.
O Poder Judiciário não pode revogar atos administrativos editados pela Administração
Pública, mas poderá revogar os seus próprios atos quando editados no exercício da função
administrativa, quando inconvenientes ou inoportunos.

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PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA PRINCÍPIO DA TUTELA ADMINISTRATIVA

- é a Adm Pub como um todo revendo - também é chamado de princípio do controle.


os seus próprios atos, anulando-os ou
- controle finalístico, tutela administrativa ou
revogando-os.
supervisão ministerial.
- decorre do poder hierárquico.
- tem relação de vinculação, e não de
subordinação.

- está presente na administração pública indireta.

- decorre do poder de polícia administrativa.

ESAF/ATRF/2012 - A Súmula n. 473 do Supremo Tribunal Federal – STF enuncia: “A


administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”. Por meio da Súmula n. 473, o STF consagrou o princípio da
autotutela.

ESAF/AFRF/2012 - A possibilidade jurídica de submeter-se efetivamente qualquer lesão de


direito e, por extensão, as ameaças de lesão de direito a algum tipo de controle denomina-se
princípio da sindicabilidade.

ESAF/CGU/2012 - O princípio que instrumentaliza a Administração para a revisão de seus


próprios atos, consubstanciando um meio adicional de controle da sua atuação e, no que toca
ao controle de legalidade, representando potencial redução do congestionamento do Poder
Judiciário, denomina-se autotutela.

3.3 – PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

O princípio da segurança jurídica tem a finalidade de evitar alterações supervenientes que


possam causar instabilidade social e diminuir os efeitos traumáticos de novas disposições,
protegendo sempre a estabilidade jurídica.
A Constituição em seu art. 5°, XXXVI, dispõe que a lei não prejudicará o direito adquirido,
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.
A lei 9.784/99, em seu art. 2° Parágrafo único assevera que nos processos administrativos
serão observados, entre outros, os critérios de: XIII - interpretação da norma administrativa
da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.

CESPE/2004 – A vedação de aplicação retroativa de nova interpretação de norma


administrativa encontra-se consagrada no ordenamento jurídico pátrio e decorre do princípio
da segurança jurídica.
CESPE/ANATEL/2012 - O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade das
relações no âmbito da administração; um de seus reflexos é a vedação à aplicação retroativa
de nova interpretação de norma em processo administrativo.

Segundo Rafael Carvalho Resende Oliveira, a decadência administrativa é a perda do


direito de anular o ato administrativo ilegal, tendo em vista o decurso do tempo. Nesse caso,
os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da boa-fé, prevalecem

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sobre o princípio da legalidade por opção do próprio legislador que estabelece prazo para a
anulação de atos ilegais.

Teoria do fato consumado:

Segundo o STJ, aplica-se a teoria do fato consumado apenas em situações


excepcionalíssimas, nas quais a inércia da administração ou a morosidade do Judiciário deram
ensejo a que situações precárias se consolidassem pelo decurso do tempo (RMS 34.189).

OBS: a teoria do fato consumado não se aplica em matéria de concurso público. Assim,
não se aplica a teoria do fato consumado na hipótese em que o candidato toma posse em
virtude de decisão liminar, salvo situações fáticas excepcionais.

3.4 – PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS


LEI N. 8.987/95, art. 6°, § 3o - Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,

II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.


ESAF/2012/CGU – A impossibilidade de o particular prestador de serviço público por
delegação interromper sua prestação é restrição que decorre do princípio da continuidade do
serviço público.

3.5 – PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO


O princípio da motivação impõe a Administração Pública a obrigação de apresentar as razões
de fato (o acontecimento, a circunstância real) e as razões de direito (o dispositivo legal) que
a levaram a praticar determinado ato.

A motivação é a apresentação dos motivos por escrito. Motivo e Motivação não são
expressões sinônimas. A motivação faz parte da forma do ato, isto é, ela integra o elemento
forma e não o elemento motivo. Se o ato deve ser motivado para ser válido, e a motivação
não é feita, o ato é nulo por vício de forma (vício insanável) e não por vício de motivo.
Não é um princípio de caráter absoluto, existem exceções ao princípio da motivação:

- cargos em comissão e cargos de confiança.


TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: consiste em, simplesmente, explicitar que a
administração pública está sujeita ao controle administrativo e judicial (portanto, controle de
legalidade ou legitimidade) relativo à existência e à pertinência ou adequação dos motivos –
fático e legal – que ela declarou como causa determinante da prática de um ato.

Aplica-se tanto aos atos vinculados como aos discricionários.

ATOS QUE NECESSARIAMENTE DEVEM SER MOTIVADOS:

Lei 9.784/99 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos
e dos fundamentos jurídicos, quando:

I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;

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II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;

III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;


IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;

V - decidam recursos administrativos;


VI - decorram de reexame de ofício;

VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,


laudos, propostas e relatórios oficiais;

VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

MOTIVAÇÃO ALIUNDE (em outro lugar): Art. 50 § 1o A motivação deve ser explícita,
clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de
anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte
integrante do ato.
CESPE/2008 – Pelo princípio da motivação, é possível a chamada motivação aliunde, ou
seja, a mera referência, no ato, à sua concordância com anteriores pareceres, informações,
decisões ou propostas, como forma de suprimento da motivação do ato.

CESPE/ABIN/2008 - Não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da


autoridade que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém decisão com base em
parecer da consultoria jurídica, sem maiores considerações.

3.6 – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE

A finalidade legalmente estabelecida para as entidades da Administração Pública indireta não


pode ser administrativamente alterada pelos seus dirigentes, sob pena de responsabilização
nas esferas penal, administrativas e cível.

FCC/2016 - Um dos princípios do Direito Administrativo denomina-se especialidade.


Referido princípio decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do
interesse público e concerne à ideia de descentralização administrativa.

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4 - QUESTÕES:

01 (2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça) De acordo com o entendimento do STF,


no que se refere à inscrição de candidatos que possuam tatuagens gravadas na pele, não
havendo lei que disponha sobre o tema, os editais de concursos públicos
a) estão impedidos de restringi-la, com exceção dos casos em que essas tatuagens violem
valores constitucionais.

b) devem restringi-la com base na relação objetiva e direta entre tatuagem e conduta
atentatória à moral e aos bons costumes.

c) estão impedidos de restringi-la, para garantir o pleno e livre exercício da função pública.
d) devem restringi-la, quando se tratar de cargo efetivo da polícia militar.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO:

Informativo 835/STF:

O STF, ao analisar o tema em sede de repercussão geral, fixou a seguinte tese:


Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com
tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores
constitucionais.
STF. Plenário. RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/8/2016 (repercussão geral)
(Info 835).
Percebam que é uma decisão recente e, portanto, ainda deve ser muito explorada pelas
bancas de concurso.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

02 (2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público) Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime


Jurídico Administrativo, é correto afirmar:a) O princípio da impessoalidade destina-se a
proteger simultaneamente o interesse público e o interesse privado, pautando-se pela
igualdade de tratamento a todos administrados, independentemente de quaisquer
preferências pessoais.

b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas


públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As
subsidiárias não dependem de autorização legislativa justamente por integrarem a
Administração Pública Indireta.
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública
prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo.

d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica sanções por
infrações administrativas pelos servidores públicos. Trata-se de exercício de Poder de Polícia
com base na hierarquia.

e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato vinculado, concedida
desde que cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 39


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Letra a) O princípio da impessoalidade visa proteger o interesse da coletividade (interesse


público) e não o interesse privado como afirma a alternativa. A segunda parte da alternativa
está correta, porquanto pauta-se pela igualdade de tratamento entre os administrados.

Letra b) As subsidiárias não fazem parte da administração indireta. São entidades


integrantes da administração indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas e as sociedades de economia mista. Também está errado afirmar que a criação de
subsidiárias não precisa de autorização legislativa. Precisa sim, porém, essa autorização,
segundo o STF, pode ser genérica (autorização legislativa na própria lei que autorizou a
criação da entidade), ou seja, não precisa uma nova autorização a cada subsidiária criada.
Letra c) Segundo o STF, as contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de
origem pública dispensam autorização específica para fins do exercício do controle externo
(prescindir = dispensar)

Letra d) a aplicação de sanções pela administração pública aos seus servidores (atos
punitivos internos) decorre imediatamente do exercício do poder disciplinar e
mediatamente do poder hierárquico.
Letra e) a licença é sim ato negocial e trata-se de ato vinculado, concedida sempre que
cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei.

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03 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Acerca do
direito administrativo, julgue o item que se segue.
Considerando os princípios constitucionais explícitos da administração pública, o STF estendeu
a vedação da prática do nepotismo às sociedades de economia mista, embora elas sejam
pessoas jurídicas de direito privado.

GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:

O STF tratou do assunto nepotismo na Súmula Vinculante n. 13, de seguinte teor: “a


nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta
e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.

Perceba que a referida vedação abrange todas as entidades da administração indireta,


incluídas, portanto, as pessoas jurídicas de direito privado.

Ademais, é correto afirmar que a Suprema Corte considerou os princípios explícitos da


administração pública (LIMPE) para vedar a prática do nepotismo. Assim, o STF entendeu
que violaria os princípios da moralidade, da impessoalidade e até mesmo poderia
violar o princípio da eficiência nos casos de ocorrência de nepotismo na
administração pública.

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04 (2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito) De acordo com o art. 54 da Lei n. 9.784/1999, o


direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis
para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detrimento da legalidade,
prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princípio administrativo da

a) presunção de legitimidade.

b) autotutela.

c) segurança jurídica.

d) continuidade do serviço público.


GABARITO: Letra C

COMENTÁRIO:
O princípio da segurança jurídica tem a finalidade de evitar alterações supervenientes que
possam causar instabilidade social e diminuir os efeitos traumáticos de novas disposições,
protegendo sempre a estabilidade jurídica.

Segundo Rafael Carvalho Resende Oliveira, a decadência administrativa é a perda do


direito de anular o ato administrativo ilegal, tendo em vista o decurso do tempo. Nesse caso,
os princípios da segurança jurídica, da confiança legítima e da boa-fé, prevalecem
sobre o princípio da legalidade por opção do próprio legislador que estabelece prazo para a
anulação de atos ilegais.

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05 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, foi considerada
inconstitucional lei que destinava verbas públicas para o custeio de evento cultural
tipicamente privado, sem amparo jurídico-administrativo. Assim, entendeu a Corte Suprema
tratar-se de favorecimento a seguimento social determinado, incompatível com o interesse
público e com princípios que norteiam a atuação administrativa, especificamente, o princípio
da
a) presunção de legitimidade restrita.

b) motivação.
c) impessoalidade.

d) continuidade dos serviços públicos.

e) publicidade.

GABARITO: Letra C

COMENTÁRIO:

O princípio da impessoalidade pode ser estudado sob 3 aspectos (acepções) distintos:


1 – dever de tratamento isonômico aos administrados

2 – dever de sempre satisfazer o interesse público


3 – imputação dos atos praticados pelos agentes públicos à pessoa jurídica em que
atuam.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 41


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

No caso, o favorecimento a seguimento social determinado violaria o princípio da


impessoalidade no seu primeiro aspecto, o dever de tratamento isonômico aos administrados.

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06 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Em
importante julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, reconheceu a Corte
Superior a impossibilidade de acumulação de cargos públicos de profissionais da área da
saúde quando a jornada de trabalho superar sessenta horas semanais. Assim, foi considerada
a legalidade da limitação da jornada de trabalho do profissional de saúde para sessenta horas
semanais, na medida em que o profissional da área da saúde precisa estar em boas condições
físicas e mentais para bem exercer as suas atribuições, o que certamente depende de
adequado descanso no intervalo entre o final de uma jornada de trabalho e o início da outra,
o que é impossível em condições de sobrecarga de trabalho. Tal entendimento está em
consonância com um dos princípios básicos que regem a atuação administrativa, qual seja, o
princípio da
a) publicidade.

b) motivação.
c) eficiência.

d) moralidade.
e) impessoalidade.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

No caso, para que o servidor possa exercer suas atribuições com eficiência, ele precisa de
um adequado intervalo de descanso entre uma jornada e outra.

Assim, o STJ reconheceu a impossibilidade de cumulação de cargos de profissionais de saúde


quando a jornada de trabalho superar 60 horas semanais. Isso porque, apesar de a
Constituição Federal permitir a cumulação de dois cargos privativos de profissionais de saúde,
deve haver, além da compatibilidade de horários, observância ao princípio constitucional da
eficiência, o que significa que o servidor deve gozar de boas condições físicas e mentais para
exercer suas atribuições. (REsp 1565429).

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07 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) O princípio da


razoabilidade
a) se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável, e sua
inobservância resulta em vício do ato administrativo.
b) incide apenas sobre a função administrativa do Estado.

c) é autônomo em relação aos princípios da legalidade e da finalidade.


d) comporta significado unívoco, a despeito de sua amplitude, sendo sua observação pelo
administrador algo simples.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 42


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e) pode servir de fundamento para a atuação do Poder Judiciário quanto ao mérito


administrativo.

GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:
Letra a) Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, enuncia-se com esse princípio
(razoabilidade) que a Administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a
critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de
pessoas equilibradas e respeitosa das finalidades que presidiram a outorga da competência
exercida. Segundo o mesmo autor, os atos que violem o princípio da razoabilidade devem ser
invalidados, autorizando o controle judicial desses atos.

Letra b) O princípio da razoabilidade incide também sobre a função legislativa do Estado,


servindo como mecanismo para o controle da atividade legislativa.

Letra c) O princípio da razoabilidade não é autônomo em relação aos princípios da legalidade


e da finalidade. Isso porque o princípio da razoabilidade fundamenta-se nos princípios da
legalidade e finalidade, ou seja, uma ação desarrazoada da administração pública
invariavelmente também será ilegal e com fim diverso da finalidade pública.

Letra d) Totalmente errada. A razoabilidade não comporta significado unívoco, o que pode
ser razoável para uns, pode não ser para outros. Assim, sua observação não é algo simples
para o administrador público.
Letra e) o judiciário não analisa o mérito administrativo quando atua. Assim, quando um ato
possui vício de razoabilidade ele é, na verdade, um ato ilegal.

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08 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) A atuação da Administração é pautada por determinados princípios, alguns
positivados em âmbito constitucional ou legal e outros consolidados por construções
doutrinárias. Exemplo de tais princípios são a tutela ou controle e a autotutela, que diferem
entre si nos seguintes aspectos:
a) a autotutela é espontânea e se opera de ofício, enquanto a tutela é exercida sempre
mediante provocação do interessado ou de terceiros prejudicados.
b) a autotutela se dá no âmbito administrativo, de ofício pela Administração direta ou
mediante representação, e a tutela é exercida pelo Poder Judiciário.

c) ambas são exercidas pela própria Administração, sendo a tutela expressão do poder
disciplinar e a autotutela do poder hierárquico.
d) a tutela decorre do poder hierárquico e a autotutela é expressão da supremacia do
interesse público fundamentando o poder de polícia.

e) é através da tutela que a Administração direta exerce o controle finalístico sobre entidades
da Administração indireta, enquanto pela autotutela exerce controle sobre seus próprios atos.
GABARITO: Letra E

COMENTÁRIO:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 43


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O princípio da autotutela é a possibilidade de a administração pública rever os seus próprios


atos, seja para anulá-los (ilegais) ou revogá-los (inconvenientes ou inoportunos), de ofício
ou mediante provocação de terceiros interessados.

Já o princípio da tutela administrativa é o controle finalístico que a administração direta


efetua sobre as entidades da administração indireta, visando garantir a observância de suas
finalidades institucionais.

A letra a está errada porque tanto a autotutela como a tutela administrativa podem ser
operadas de ofício quanto por provocação de terceiros interessados.

A letra b está errada pois tanto a autotutela como a tutela são realizadas pela própria
administração pública, e não pelo Judiciário.

Na letra c, realmente ambas são exercidas pela própria administração. E a autotutela


realmente deriva do poder hierárquico. Porém, a tutela administrativa não deriva do poder
disciplinar, mas sim do poder de polícia administrativa.

Na letra d, conforme pontuado acima, a tutela decorre do poder de polícia e a autotutela do


poder hierárquico.
A letra e é o gabarito da questão.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

09 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Considere a lição de


Maria Sylvia Zanella Di Pietro: A Administração não pode atuar com vistas a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que tem que
nortear o seu comportamento. (Direito Administrativo, São Paulo: Atlas, 29ª edição, p. 99).
Essa lição expressa o conteúdo do princípio da

a) impessoalidade, expressamente previsto na Constituição Federal, que norteia a atuação da


Administração pública de forma a evitar favorecimentos e viabilizar o atingimento do
interesse público, finalidade da função executiva.

b) legalidade, que determina à Administração sempre atuar de acordo com o que estiver
expressamente previsto na lei, em sentido estrito, admitindo-se mitigação do cumprimento
em prol do princípio da eficiência.

c) eficiência, que orienta a atuação e o controle da Administração pública pelo resultado, de


forma que os demais princípios e regras podem ser relativizados.

d) supremacia do interesse público, que se coloca com primazia sobre os demais princípios e
interesses, uma vez que atinente à finalidade da função executiva.

e) publicidade, tendo em vista que todos os atos da Administração pública devem ser de
conhecimento dos administrados, para que possam exercer o devido controle.

GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:

Letra a) é o gabarito da questão. O princípio da impessoalidade visa tratamento


isonômico, atingimento do interesse público e a não promoção pessoal do agente
público.

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Letra b) pelo princípio da legalidade, a administração pública deve sempre atuar de acordo
com o previsto em lei, em sentido amplo e estrito, não se admitindo a mitigação do
cumprimento da lei em prol do princípio da eficiência.

Letra c) é verdade que o princípio da eficiência orienta a atuação e o controle da


administração pública pelo resultado, porém, os demais princípios e regras não podem ser
relativizados.

Letra d) o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado é princípio basilar do


direito administrativo. Junto com o princípio da indisponibilidade do interesse público sobre o
privado, formam o chamado regime jurídico administrativo. No entanto, eles não estão acima
dos demais princípios, na verdade, os princípios estão todos no mesmo nível, não existe
hierarquia entre os princípios da administração pública.
Letra e) via de regra, os atos devem ser públicos, em respeito ao princípio da publicidade.
No entanto, alguns atos podem ser sigilosos, quando houver interesse público justificado e
nos casos de segurança nacional.

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10 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) A respeito dos princípios da


administração pública e da organização administrativa, julgue o item a seguir.

Se uma autoridade pública, ao dar publicidade a determinado programa de governo, fizer


constar seu nome de modo a caracterizar promoção pessoal, então, nesse caso, haverá, pela
autoridade, violação de preceito relacionado ao princípio da impessoalidade.
GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:

Uma das acepções do princípio da impessoalidade é a vedação à promoção pessoal do agente


público. Assim, está correta a assertiva.

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11 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Acerca de administração


pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.

O direito de petição é um dos instrumentos para a concretização do princípio da publicidade.


GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:

Segundo a doutrina de Rafael Carvalho Rezende Oliveira, o ordenamento jurídico consagrou


diversos instrumentos jurídicos aptos a exigir a publicidade dos atos do Poder Público, tais
como: o direito de petição ao Poder Público em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder (art. 5º, XXXIV, ‘a’ da CRFB); o direito de obter certidões em repartições
públicas para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (...).
Assim, correta a assertiva ao afirmar que o direito de petição é um dos instrumentos para a
concretização do princípio da publicidade.

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12 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) No que se refere ao controle e à


responsabilidade da administração, julgue o item subsequente.

A legalidade de qualquer ato administrativo pode ser submetida à apreciação judicial.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

Realmente todos os atos podem ser submetidos à apreciação judicial. Além disso, o Poder
Judiciário efetua controle de legalidade tanto em atos vinculados como em atos
discricionários.

SÚMULA 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

13 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) Em relação aos princípios da administração pública


e à organização administrativa, julgue o item que se segue.

O administrador, quando gere a coisa pública conforme o que na lei estiver determinado,
ciente de que desempenha o papel de mero gestor de coisa que não é sua, observa o
princípio da indisponibilidade do interesse público.
GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:
O princípio da indisponibilidade do interesse público faz com que a Administração, por
intermédio de seus agentes, não tenha vontade própria, por estar investida no papel de
satisfazer a vontade de terceiros, quais sejam, o coletivo, a sociedade. Assim, diz-se que a
Administração Pública sofre restrições em sua atuação. Ex. Licitação, concurso público, etc.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

14 (2017/CESPE/SEDF/Direito) Mauro editou portaria disciplinando regras de remoção no


serviço público que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competência para a edição do
referido ato normativo seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se
sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze
dias após a data da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética, ao editar a referida portaria, Mauro violou os princípios da


legalidade e da impessoalidade.
GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:
Realmente houve violação dos princípios da legalidade (edição de portaria sem ser o sujeito
competente) e impessoalidade (beneficiar amigos ao invés de buscar a isonomia).
Para complementar, nos termos da lei n. 9.784/99, os atos de caráter normativo não podem
ser delegados. Com efeito, houve mais uma ilegalidade na edição da referida portaria.

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15 (2017/CESPE/SEDF/Administrador) À luz da legislação que rege os atos


administrativos, a requisição dos servidores distritais e a ética no serviço público, julgue o
seguinte item.
Legalidade e publicidade são princípios constitucionais expressos aplicáveis à administração
pública direta e indireta do DF.

GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:

CF/88, art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
Assim, correta a assertiva.

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16 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca dos princípios


fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.

O princípio fundamental do controle determina que o controle das atividades da administração


federal seja exercido em todos os seus níveis e órgãos, sem exceções.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

Essa é uma daquelas questões do CESPE complicadíssimas. Conforme o aluno vai acumulando
experiência em questões de concursos, ele observa que as expressões do tipo “sem
exceções”, “sempre”, “nunca”, etc quase sempre estão erradas, principalmente quando se
tratar de questão do CESPE.

No entanto, essa é uma daquelas regras que realmente não comporta exceções.

Segundo o art. 13 do Decreto Lei n. 200/67, o controle das atividades da administração


federal deverá exercer-se em todos os níveis e em todos os órgãos. Portanto, correta a
assertiva.

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17 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca dos princípios
fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.

Os princípios que regem a administração pública federal brasileira estão estabelecidos no


Título I – Dos Princípios Fundamentais, da Constituição Federal de 1988.

GABARITO: Errado

COMENTÁRIO:
Os princípios que regem a administração pública federal estão estabelecidos no Título III –
Da Organização do Estado, Capítulo VII – Da Administração Pública, Seção I – Disposições
Gerais, no Art. 37.

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

---------------------------------------------------------------------------------------------------

18 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca dos princípios


fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.

Entre esses princípios inclui-se aquele que autoriza que o administrador público federal, em
determinadas situações, delegue competência para a prática de atos administrativos.
GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:
O princípio em comento é o princípio da hierarquia. Segundo esse princípio, os órgãos da
administração pública devem ser estruturados de forma tal que haja uma relação de
coordenação e subordinação entre eles, cada um titular de atribuições definidas na lei.

Como consequência desse princípio surge a possibilidade de revisão de atos dos


subordinados, delegação e avocação de atribuições, aplicação de penalidades. Do ponto de
vista do subordinado, há o dever de obediência.
Por fim, essa relação de hierarquia só existe no exercício da atividade administrativa, não
existe nas atividades legislativas e judicantes.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
19 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) No que diz respeito aos
poderes e deveres dos administradores públicos, julgue o item que se segue.

O dever do administrador público de agir de forma ética e com boa-fé se refere ao seu dever
de eficiência.

GABARITO: Errado
COMENTÁRIO:

O dever de o administrador público agir de forma ética e com boa-fé se refere ao seu dever
de moralidade.

O dever do administrador público de agir de forma célere e econômica se refere ao seu


dever de eficiência.

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20 (2016/CESPE/FUB/Auxiliar de Administração) Com relação à administração pública,


julgue o item que se segue.

Como um dos princípios da administração pública brasileira, a publicidade destina-se a


garantir a transparência dos atos dos agentes públicos.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

O princípio da publicidade apresenta dupla acepção, a saber:

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a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos


administrativos que devam produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus para o
patrimônio público.

b) exigência de transparência da autuação administrativa.


Correta, portanto, a assertiva.

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21 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Administrador) A respeito dos princípios básicos da


Administração pública no Brasil, é INCORRETO afirmar que o princípio
a) de impessoalidade demanda objetividade no atendimento do interesse público, vedada a
promoção pessoal de agentes públicos.
b) de legalidade demanda atuação da Administração pública conforme a lei e o Direito.

c) de moralidade demanda atuação da Administração pública segundo padrões éticos de


probidade, decoro e boa-fé.

d) da eficiência demanda celeridade na atuação da Administração pública, se necessário em


contrariedade à lei, dada a primazia do resultado sobre a burocracia.

e) de publicidade demanda a divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as


hipóteses de sigilo previstas no ordenamento jurídico.

GABARITO: Letra D
COMENTÁRIO:

Todos os conceitos estão corretos, exceto a alternativa d.


A eficiência demanda celeridade na atuação da administração pública, porém, não poderá
contrariar a lei, sempre deverá buscar eficiência agindo em conformidade com o
ordenamento jurídico.

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22 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Administrador) Os atos e provimentos
administrativos são imputáveis não ao funcionário que o pratica, mas ao órgão ou entidade
administrativa em nome do qual age o funcionário. Este é um mero agente da Administração
Pública, de sorte que não é ele o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que
formalmente manifesta a vontade estatal. (José Afonso da Silva em Comentário Contextual à
Constituição)

Esse comentário refere-se ao princípio da Administração pública da

a) impessoalidade.

b) legalidade.

c) moralidade.
d) eficiência.

e) publicidade.
GABARITO: Letra A

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COMENTÁRIO:

O princípio que justifica a manutenção dos efeitos dos atos praticados por um funcionário de
fato é o princípio da impessoalidade.

É o caso do servidor que ingressou no serviço público para um cargo de nível superior e
depois de algum tempo foi descoberto que ele apresentou um diploma falso no ato da posse.
Os atos praticados por esse servidor continuam válidos, pois, apesar de não ser um servidor
de direito, ele era um servidor de fato, agindo em nome do Estado.

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23 (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB/Técnico de Controle Interno) Acerca da
administração pública e da organização dos poderes, julgue o item subsequente à luz da CF.
O princípio da eficiência determina que a administração pública direta e indireta adote critérios
necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, evitando desperdícios e
garantindo a maior rentabilidade social.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

Consoante o que preleciona Alexandre de Morais, o princípio da eficiência pode caracterizar-


se como “aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta a seus agentes a
persuasão do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial,
neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade,
primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização
possível dos recursos públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se
maior rentabilidade social. Note-se que não se trata da consagração da tecnocracia, muito
pelo contrário, o princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado, a
prestação dos serviços essenciais à população, visando à adoção de todos os meios legais e
morais possíveis para a satisfação do bem comum”.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
24 (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB/Auditor de Controle Interno) Com relação
ao controle no âmbito da administração pública, julgue o item seguinte.
O controle administrativo deriva do poder-dever de autotutela que a administração pública tem
sobre seus próprios atos e agentes.

GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:
Exato, o controle administrativo deriva do princípio da autotutela da administração pública.

A Súmula n. 473/STF retrata o referido princípio:


SÚMULA 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos
os casos, a apreciação judicial.

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25 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área Administrativa) Em


importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, considerou a Suprema
Corte, em síntese, que no julgamento de impeachment do Presidente da República, todas as
votações devem ser abertas, de modo a permitir maior transparência, controle dos
representantes e legitimação do processo. Trata-se, especificamente, de observância ao
princípio da

a) publicidade.

b) proporcionalidade restrita.
c) supremacia do interesse privado.

d) presunção de legitimidade.
e) motivação.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO:

Esse julgado foi na ADPF 378/DF:

"[...] No processo de impeachment, as votações devem ser abertas, de modo a


permitir maior transparência, accountability e legitimação. No silêncio da Constituição,
da Lei 1.079/1950 e do Regimento Interno sobre a forma de votação, não é admissível que o
Presidente da Câmara dos Deputados possa, por decisão unipessoal e discricionária, estender
hipótese inespecífica de votação secreta prevista no RICD, por analogia, à eleição para a
comissão especial de impeachment. Além disso, o sigilo do escrutínio é incompatível com a
natureza e a gravidade do processo por crime de responsabilidade. Em processo de
tamanha magnitude, que pode levar o Presidente a ser afastado e perder o
mandato, é preciso garantir o maior grau de transparência e publicidade possível.
Nesse caso, não é possível invocar como justificativa para o voto secreto a necessidade de
garantir a liberdade e independência dos congressistas, afastando a possibilidade de
ingerências indevidas. Se a votação secreta pode ser capaz de afastar determinadas
pressões, ao mesmo tempo, ela enfraquece a possibilidade de controle popular sobre os
representantes, em violação aos princípios democrático, representativo e republicano. Por
fim, a votação aberta (simbólica) foi adotada para a composição da comissão especial no
processo de impeachment de Collor, de modo que a manutenção do mesmo rito seguido em
1992 contribui para a segurança jurídica e a previsibilidade do procedimento. [...]"

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26 (2016/CESPE/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil) Sem ter sido aprovado em concurso


público, um indivíduo foi contratado para exercer cargo em uma delegacia de polícia de
determinado município, por ter contribuído na campanha política do agente contratante.

Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da

a) supremacia do interesse público.


b) impessoalidade.

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c) eficiência.

d) publicidade.
e) indisponibilidade.

GABARITO: Letra B
COMENTÁRIO:

Precipuamente é o mesmo que “sobretudo”, “principalmente”, “essencialmente”.

No caso, houve violação ao princípio da impessoalidade, na sua acepção de isonomia. Se ele


ingressou no serviço público sem concurso público, apenas por ter contribuído para a
campanha do agente contratante, houve violação ao postulado da isonomia entre os que
pretendiam o cargo em questão.

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27 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) O regime jurídico administrativo tipifica o próprio


direito administrativo e confere à Administração

a) prerrogativas instrumentais à consecução de fins de interesse geral, não a sujeitando, no


entanto, a restrições, isso em razão do princípio da supremacia do interesse público sobre o
privado.
b) prerrogativas não aplicáveis ao particular e instrumentais à cura do interesse público, tais
como a autotutela e o poder de polícia, dentre outras tantas, que lhe permitem assegurar a
supremacia do interesse público sobre o privado.

c) privilégios em face do particular, que podem ser exercidos de forma ampla e irrestrita, em
razão de sua posição vertical face aos mesmos.

d) restrições e prerrogativas necessárias à consecução dos seus fins, que são igualmente
identificáveis nas relações entre os privados em razão do princípio da isonomia.

e) amplo poder em face do particular, que se sujeita aos seus comandos independentemente
do fim objetivado, uma vez que o agir administrativo é presumidamente de acordo com a lei.
GABARITO: Letra B

COMENTÁRIO:
Letra a) o regime jurídico administrativo é dividido em dois supra princípios: o da
supremacia do interesse público sobre o privado (privilégios) e o da
indisponibilidade do interesse público (restrições). Assim, erra a alternativa ao afirmar
que não há restrições para a administração pública. Podemos citar como restrições, o
concurso público, a licitação, o dever de agir, o dever de prestar contas, etc.

Letra b) realmente a autotutela e o poder de polícia são prerrogativas da administração


pública para alcançar seu objetivo principal: o interesse público.

Letra c) os privilégios não podem ser exercidos de modo amplo e irrestrito. Pelo contrário,
esses privilégios só poderão ser exercidos nos estritos limites definidos em lei. Por fim, vale
ressaltar que a supremacia do interesse público sobre o privado é princípio não absoluto (já
falamos que não existem princípios de natureza absoluta no direito administrativo).

Letra d) as prerrogativas e restrições não são identificáveis nas relações entre os privados.

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Letra e) independente do fim objetivado não, o fim objetivado pela administração pública é
sempre o interesse da coletividade.

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28 (2016/FCC/AL-MS/Assistente Legislativo) A Administração pública está sujeita a
regime jurídico administrativo, quea) não se aplica às hipóteses de desconcentração do
serviço público, método de gestão administrativa utilizado para flexibilização do regime
jurídico aplicável à atuação da Administração.

b) não se aplica às hipóteses de descentralização do serviço público, que passa a ser de


competência de pessoas jurídicas com personalidade própria e distinta do Estado.

c) não se aplica às autarquias, porque integrantes da Administração pública indireta.


d) aplica-se às autarquias, pessoas jurídicas de direito público que integram a Administração
pública indireta do Estado.
e) pode ser afastado por decisão discricionária do Administrador, desde que justificada, em
razão dos princípios da eficiência e economicidade.
GABARITO: Letra D

COMENTÁRIO:
Dica de prova: nessa questão temos duas alternativas completamente opostas
(contraditórias), as letras c e d. Quando isso acontece, a resposta geralmente é uma delas.
Assim, o primeiro passo é avaliarmos nas outras alternativas que sobraram se alguma delas
tem o mesmo conceito que as contraditórias. Vejam a letra b e a letra c. Em outras palavras
elas dizem a mesma coisa, ou seja, elas não podem ser a nossa resposta. Assim, só nos resta
a letra d. Por fim, mesmo que essa técnica não fosse possível, se tivéssemos que chutar essa
questão e soubéssemos que as letras c e d eram contraditórias, o eventual chute resumir-se-
ia a apenas duas opções, e não cinco.

Dito isso, vamos às alternativas:

Letra a) o regime jurídico administrativo aplica-se à técnica da desconcentração (criação de


órgãos).
Letra b, c, d) aplica-se também às hipóteses de descentralização (criação de entidades da
administração indireta). Na verdade, o regime jurídico administrativo aplica-se a toda a
administração pública (administração direta e indireta).

Letra e) o regime jurídico administrativo é definido em lei, não há, portanto,


discricionariedade.

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29 (2016/FCC/SEGEP-MA/Tecnologia da Informação) Sobre os princípios da


Administração pública é exemplo de infração ao princípio da:

I. legalidade, atuação administrativa conforme o Direito.


II. moralidade, desapropriar imóvel pelo fato de a autoridade pública pretende prejudicar um
inimigo.
III. publicidade, se negar a publicar as contas de um Município.

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IV. eficiência, prefeito que contrata a filha para ser assessora lotada em seu gabinete.

Está correto o que se afirma APENAS em


a) I e II.

b) II e III.
c) III e IV.

d) I e III.

e) II e IV.

GABARITO: Letra B

COMENTÁRIO:
I – errado – atuar conforme o direito não é infração ao princípio da legalidade, pelo
contrário, atuar conforme o direito é obediência ao princípio da legalidade.

II – correto – realmente desapropriar um imóvel para prejudicar um inimigo viola o princípio


da moralidade administrativa. As desapropriações devem buscar sempre o interesse público.
No caso, além do princípio da moralidade também podemos afirmar que haverá violação ao
princípio da impessoalidade, os quais, aliás, costumam caminhar lado a lado. Assim,
normalmente quando um desses princípios é violado o outro também o é.

III – correto – de fato, se negar a publicar as contas de um município fere o princípio da


publicidade.

IV – errado - quando uma autoridade pública nomeia parentes para sua assessoria, ele está
praticando nepotismo, conduta vedada pela Súmula Vinculante n. 13/STF. A prática do
nepotismo viola os princípios da moralidade e da impessoalidade de forma direta.
Afirmar que o nepotismo viola a eficiência administrativa não é sempre verdadeiro, depende
do caso concreto, por isso o erro da questão. Assim, a prática do nepotismo poderá violar o
princípio da eficiência, caso fique comprovado que o nomeado não era competente para o
cargo.

Súmula Vinculante n. 13 - a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do DF e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

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30 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Quando a União firma um convênio com
um estado da Federação, a relação jurídica envolve a União e o ente federado e não a União e
determinado governador ou outro agente. O governo se alterna periodicamente nos termos
da soberania popular, mas o estado federado é permanente. A mudança de comando político
não exonera o estado das obrigações assumidas. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal
(STF) tem entendido que a inscrição do nome de estado-membro em cadastro federal de
inadimplentes devido a ações e(ou) omissões de gestões anteriores não configura ofensa ao
princípio da administração pública denominado princípio do(a)

a) intranscendência.

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b) contraditório e da ampla defesa.

c) continuidade do serviço público.


d) confiança legítima.

e) moralidade.
GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:

INFORMATIVO 791 - STF

O princípio da intranscendência subjetiva impede que sanções e restrições superem a


dimensão estritamente pessoal do infrator e atinjam pessoas que não tenham sido as
causadoras do ato ilícito. Assim, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções
proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão
praticados por administrações anteriores. A inscrição do Estado de Pernambuco no CAUC
ocorreu em razão do descumprimento de convênio celebrado por gestão anterior, ou seja, na
época de outro Governador. Ademais, ficou demonstrado que os novos gestores estavam
tomando as providências necessárias para sanar as irregularidades verificadas. Logo, deve-
se aplicar, no caso concreto, o princípio da intranscendência subjetiva das sanções,
impedindo que a Administração atual seja punida com a restrição na celebração de
novos convênios ou recebimento de repasses federais. STF. 1ª Turma. AC 2614/PE, AC
781/PI e AC 2946/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 23/6/2015 (Info 791)

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31 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) O princípio da proteção à confiança da
administração pública

a) determina que a administração pública atenda apenas ao que a lei impõe.

b) dá à administração pública o poder da execução imediata das decisões administrativas,


possibilitando a criação de obrigações para o particular.

c) corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica.

d) é considerado uma imposição da limitação à discricionariedade da administração pública.


e) é um dos princípios expressamente arrolados no art. 37 da Constituição Federal de 1988.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

Letra a) o princípio da legalidade é que determina que a administração pública atenda


apenas ao que a lei impõe.

Letra b) dar à administração pública o poder de execução imediata das decisões


administrativas é atributo da autoexecutoriedade e possibilitar a criação de obrigações ao
particular é característica do atributo da imperatividade dos atos administrativos.
Letra c) é verdade que o princípio da proteção à confiança da administração pública
corresponde ao aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica.
Letra d) os princípios da legalidade e da proporcionalidade/razoabilidade são considerados
limitações à discricionariedade administrativa, o princípio da proteção à confiança não.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 55


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Letra e) os princípios expressos no art. 37 da CF/88 são o nosso famoso LIMPE –


legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

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32 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca de função administrativa


e atos administrativos, julgue o item a seguir.

Em razão do princípio da indisponibilidade do interesse público, o Estado somente poderá


exercer sua função administrativa sob o regime de direito público.

GABARITO: Errada.

COMENTÁRIO:
Esse princípio – indisponibilidade do interesse público - faz com que a Administração,
por intermédio de seus agentes, não tenha vontade própria, por estar investida no papel de
satisfazer a vontade de terceiros, quais sejam, o coletivo, a sociedade. Assim, diz-se que a
Administração Pública sofre restrições em sua atuação. Ex. Licitação, concurso público, etc.
Ademais, o Estado exercerá sua função administrativa predominantemente sob o regime
de direito público, no entanto, em alguns casos poderá ser regido por regras de direito
privado, cito como exemplo um contrato de locação de imóvel de propriedade de particular.
Nesse caso o Estado fará esse contrato de locação regido pelas regras do direito civil.

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33 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) No que se refere aos
princípios da administração pública, julgue o item subsequente.
O princípio da publicidade viabiliza o controle social da conduta dos agentes administrativos.

GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:

O princípio da publicidade apresenta dupla acepção, a saber:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos


administrativos que devam produzir efeitos externos e dos atos que impliquem ônus para o
patrimônio público.
b) exigência de transparência da autuação administrativa.

Segundo Matheus Carvalho, a publicidade sempre foi vista como forma de controle da
administração pelos seus cidadãos. A sociedade só poderá controlar os atos
administrativos se estes forem devidamente publicizados, sendo impossível efetivar essa
garantia em relação a atos praticados de forma alheia ao conhecimento popular.

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34 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) No que se refere aos


princípios da administração pública, julgue o item subsequente.

O princípio da precaução impõe à administração, diante de situações e ações que envolvam


risco, a adoção de medidas preventivas contra a ocorrência de dano para a coletividade.

GABARITO: Correto

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COMENTÁRIO:

Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho, esse postulado teve origem no âmbito do
direito ambiental, efetivamente foro próprio para seu estudo e aprofundamento. Significa
que, em caso de risco de danos graves e degradação ambientais, medidas preventivas devem
ser adotadas de imediato, ainda que não haja certeza científica absoluta, fator este que não
pode justificar eventual procrastinação das providências protetivas. Autorizada doutrina, a
propósito, já deixou consignado que, existindo dúvida sobre a possibilidade de dano, a
solução deve ser favorável ao ambiente e não ao lucro imediato.

De acordo com o autor atualmente, o axioma tem sido invocado também para a tutela
do interesse público, em ordem a considerar que, se determinada ação acarreta
risco para a coletividade, deve a Administração adotar a postura de precaução para
evitar que eventuais danos acabem por concretizar-se. Semelhante cautela é de todo
conveniente na medida em que se sabe que alguns tipos de dano, por sua gravidade e
extensão, são irreversíveis ou, no mínimo, de dificílima reparação.

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35 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) No que se refere aos


princípios da administração pública, julgue o item subsequente.

O princípio da eficiência norteia essencialmente a prestação de serviços públicos à


coletividade, sem impactar, necessariamente, rotinas e procedimentos internos da
administração.
GABARITO: Errado

COMENTÁRIO:

Segundo Di Pietro, pode ser estudado sob dois aspectos:

1) em relação ao modo de atuação do agente público; e

2) em relação ao modo de estruturar e disciplinar a Administração Pública (administração


gerencial).

Assim, o princípio da eficiência impacta sim rotinas e procedimentos internos da


administração.

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36 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Acerca dos servidores


públicos, dos poderes da administração pública e do regime jurídico-administrativo, julgue o
item que se segue.
A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora consista em um
princípio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos princípios que
estão explícitos no referido texto, como o princípio da moralidade e o princípio da legalidade.

GABARITO: Correto
COMENTÁRIO:

Basta lembrarmos que não existe hierarquia entre os princípios, todos eles possuem a mesma
força, independente se explícitos ou implícitos na CF/88.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 57


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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37 (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB/Auditor de Controle Interno) Com relação
aos princípios aplicáveis à administração pública e ao enriquecimento ilícito por agente público,
julgue o item a seguir.

Decorre do princípio de autotutela o poder da administração pública de rever os seus atos


ilegais, independentemente de provocação.

GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:
O princípio da autotutela é a possibilidade de a administração pública rever os seus próprios
atos, seja para anulá-los (ilegais) ou revogá-los (inconvenientes ou inoportunos), de ofício
ou mediante provocação de terceiros interessados.

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38 (2016/FCC/Copergás – PE/Analista – Administrador) O Governador de determinado


Estado praticou ato administrativo sem interesse público e sem conveniência para a
Administração pública, visando unicamente a perseguição de Prefeito Municipal. Trata-se de
violação do seguinte princípio de Direito Administrativo, dentre outros,

a) publicidade.
b) impessoalidade.

c) proporcionalidade.
d) especialidade.

e) continuidade do serviço público.

GABARITO: Letra B

COMENTÁRIO:

De acordo com o princípio da impessoalidade, a administração pública não pode praticar


qualquer ato com o objetivo de prejudicar ou beneficiar alguém, porquanto os agentes
públicos devem visar tão somente o interesse público.

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39 (2016/FCC/Copergás – PE/Auxiliar administrativo) Um dos princípios do Direito
Administrativo denomina-se especialidade. Referido princípio

a) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público e concerne


à ideia de descentralização administrativa.

b) tem aplicabilidade no âmbito dos órgãos públicos, haja vista a relação de coordenação e
subordinação que existe dentro dos referidos órgãos.
c) aplica-se somente no âmbito da Administração direta.

d) decorre do princípio da razoabilidade e está intimamente ligado ao conceito de


desconcentração administrativa.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 58


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

e) relaciona-se ao princípio da continuidade do serviço público e destina-se tão somente aos


entes da Administração pública direta.

GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:
Letra a) o princípio da especialidade nos remete à ideia de descentralização administrativa.
Esse princípio significa que as entidades da administração indireta devem atender às
finalidades previstas em sua lei de criação ou autorização (princípio da legalidade) e assim
como toda a administração pública, as entidades criadas com base no princípio da
especialidade (administração indireta) devem buscar sempre o interesse da coletividade
(indisponibilidade do interesse público).

Letra b) o princípio da especialidade tem aplicação no âmbito da administração pública


indireta.

Letra c) aplica-se no âmbito da administração indireta.

Letra d) decorre dos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público e


está intimamente ligado ao conceito de descentralização administrativa.
Letra e) relaciona-se aos princípios da legalidade e da indisponibilidade do interesse público
e destina-se aos entes da administração pública indireta.

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40 (2018/CESPE/PC-MA/Escrivão de Polícia Civil) O preenchimento de cargos públicos
mediante concurso público, por privilegiar a isonomia entre os concorrentes, constitui
expressão do princípio constitucional fundamental

a) federativo.

b) da eficiência.

c) da separação de poderes.

d) do valor social do trabalho.


e) republicano.

GABARITO: Letra E
COMENTÁRIO:

O princípio constitucional fundamental ligado à ideia de igualdade/isonomia/impessoalidade é


o princípio republicano.

Isso porque em uma república todas as pessoas são iguais, não há nobres e plebeus, há, sim,
cidadãos.

CESPE/2012 – o Brasil adota a forma de governo, de acordo com o princípio republicano,


em que o acesso aos cargos públicos em geral é franqueado àqueles que preencham as
condições de capacidade previstas na CF ou em normas infraconstitucionais obedientes ao
texto constitucional.

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PROF. EVANDRO ZILLMER Página 59


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

41 (2018/CESPE/PC-MA/Escrivão de Polícia Civil) A revisão, de ofício, pela


administração pública, de decisões sancionatórias aplicadas a servidor público por meio de
regular processo administrativo é

a) vedada, em razão da necessidade de provocação do servidor público.


b) permitida, ainda que tenha ocorrido a preclusão administrativa, em razão do princípio da
autotutela.

c) permitida, em decorrência do princípio da oficialidade.

d) permitida apenas se as alegações da revisão coincidirem com as suscitadas pela parte no


decorrer do processo.
e) vedada, em obediência ao princípio da economia processual.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

Segundo Matheus Carvalho, a administração pública pode atuar de ofício na condução de


todas as fases do processo, inclusive com iniciativa de investigação dos fatos, podendo
produzir provas de ofício e proteger os direitos dos cidadãos interessados na regular
condução do processo. Isso decorre do entendimento de que o processo tem finalidade
pública, mesmo nas situações em que o particular dá início a sua tramitação.
Ainda, o art. 65 da Lei n. 9.784/99 assevera que os processos administrativos de que
resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da
sanção aplicada.

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42 (2016/CESPE/PC-PE/Agente de Polícia) O diretor-geral da polícia civil de


determinado estado exarou um ato administrativo e, posteriormente, revogou-o, por
entender ser inconveniente sua manutenção.

Nessa situação hipotética, o princípio em que se fundamentou o ato de revogação foi o


princípio da
a) segurança jurídica.

b) especialidade.
c) autotutela.

d) supremacia do interesse público.

e) publicidade.

GABARITO: Letra C

COMENTÁRIO:

O princípio da autotutela é a possibilidade de a administração pública rever os seus próprios


atos, seja para anulá-los (ilegais) ou revogá-los (inconvenientes ou inoportunos), de ofício
ou mediante provocação de terceiros interessados.
SÚMULA 473 STF – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 60


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos


os casos, a apreciação judicial.

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43 (2018/CESPE/PC-MA/Escrivão de Polícia Civil) A conduta do agente público que
busca o melhor desempenho possível, com a finalidade de obter o melhor resultado, atende ao
princípio da

a) eficiência.

b) legalidade.
c) impessoalidade.

d) moralidade.
e) publicidade.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO:

Somente foi incorporado na CF/88 pela EC-19/98, tornando o princípio da eficiência expresso
para toda a Administração Pública brasileira.

Impõe à Administração Pública direta e indireta a obrigação de realizar suas atribuições com
rapidez, perfeição e rendimento.

OBS: O princípio da eficiência relaciona-se com a Administração gerencial, enquanto o


princípio da legalidade relaciona-se com a Administração burocrática.

O princípio da eficiência é uma consequência do princípio da economicidade, essa economia


está diretamente relacionada com o custo-benefício.

A ênfase se dá nos resultados alcançados pela Administração Pública e não nos meios para
alcançar os resultados.

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44 (2018/CESPE/STM/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos
princípios da administração pública, de noções de organização administrativa e da
administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

Embora não estejam previstos expressamente na Constituição vigente, os princípios da


indisponibilidade, da razoabilidade e da segurança jurídica devem orientar a atividade da
administração pública.

GABARITO: Correto

COMENTÁRIO:

Quando o parâmetro é a própria CF/88, apenas o LIMPE (legalidade, impessoalidade,


moralidade, publicidade e eficiência) estão expressos no tocante a princípios da administração
pública.

Assim, é correto afirmar que os princípios da indisponibilidade, da razoabilidade e da


segurança jurídica devem orientar a atividade da administração pública, ainda que não
expressos no texto constitucional no capítulo da administração pública.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 61


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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45 (2016/CESPE/TCE-SC/Auditor de Controle Externo – Direito) Em relação aos
consórcios públicos, aos princípios do direito administrativo e à organização da administração
pública, julgue o item a seguir.

De acordo com a jurisprudência do STF, em exceção ao princípio da publicidade, o acesso às


informações referentes às verbas indenizatórias recebidas para o exercício da atividade
parlamentar é permitido apenas aos órgãos fiscalizadores e aos parlamentares, dado o
caráter sigiloso da natureza da verba e a necessidade de preservar dados relacionados à
intimidade e à vida privada do parlamentar.

GABARITO: Errado
COMENTÁRIO:

Segundo entendimento do STF, as verbas indenizatórias para o exercício da atividade


parlamentar têm natureza pública, não havendo razões de segurança ou de intimidade que
justifiquem genericamente seu caráter sigiloso (MS 28.178 – DJE de 8.5.2015)
Art. 5°, XXXIII - todos têm direito de receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei,
sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à
segurança da sociedade e do Estado.

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46 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o item que se segue, acerca
da administração pública.

Na análise da moralidade administrativa, pressuposto de validade de todo ato da


administração pública, é imprescindível avaliar a intenção do agente.

GABARITO: Errado.

COMENTÁRIO:

Segundo a doutrina de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, "A doutrina enfatiza que a
moralidade administrativa independe da concepção subjetiva (pessoal) de conduta
moral, ética, que o agente público tenha; importa, sim, a noção objetiva, embora
indeterminada, passível de ser extraída do conjunto de normas concernentes à conduta de
agentes públicos, existentes no ordenamento jurídico. O vocábulo 'objetivo', aqui, significa
que não se toma como referência um conceito pessoal, subjetivo - referente ao sujeito - de
moral, mas um conceito impessoal, geral, anônimo de moral, que pode ser obtido a partir da
análise das normas de conduta dos agentes públicos presentes no ordenamento jurídico."

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47 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o item que se segue, acerca


da administração pública.

Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-governamentais


são imputadas ao ente público e não ao agente político.
GABARITO: Correto.

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COMENTÁRIO:

O princípio da impessoalidade pode ser estudado sob 3 aspectos (acepções) distintos:


1 – dever de tratamento isonômico aos administrados

Consoante a lição de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a Administração não pode atuar com
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse
público que tem que nortear o seu comportamento.

O princípio da impessoalidade, para fins de concurso público, pode ser confundido com o
princípio da isonomia, ou seja, eles se confundem. A realização e concurso público é
consequência da aplicação do princípio da impessoalidade/isonomia.

2 – dever de sempre satisfazer o interesse público

O administrador público deve sempre buscar a satisfação do interesse público, isto é, deve
seguir a finalidade de todas a leis. O princípio da impessoalidade é sinônimo do princípio da
finalidade.

3 – imputação dos atos praticados pelos agentes públicos à pessoa jurídica em que
atuam.

Art. 37 § 1° - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

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47 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o item que se segue, acerca
da administração pública.

Em decorrência do princípio da impessoalidade, as realizações administrativo-governamentais


são imputadas ao ente público e não ao agente político.
GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:
Erra a assertiva ao afirmar que não há limites para o poder da administração de regovar seus
próprios atos. Como já vimos, o princípio da autotutela não é absoluto.

ATOS QUE NÃO PODEM SER REVOGADOS


- os atos vinculados

- os atos consumados (que exauriram os seus efeitos)

- os atos que integram um procedimento

- os atos que já geraram direitos adquiridos


- os meros atos administrativos (certidões, atestados, votos e pareceres)

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49 (2016/FCC/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/Juiz do trabalho) São princípios previstos na


Constituição Federal e que devem ser obedecidos pela Administração Pública Direta e Indireta
de qualquer dos poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios:

I. Pessoalidade
II. Legalidade

III. Formalidade

IV. Eficiência

Está correto o que consta em

a) I e III, apenas.
b) II e IV, apenas.

c) I, II, III e IV.

d) I e IV, apenas.

e) II e III, apenas.
GABARITO: Letra B.

COMENTÁRIO:

São princípios previstos no art. 37, caput, da CF/88 o famoso LIMPE (legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
Assim, apenas os itens II e IV são corretos.

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50 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.

a) Decorre do princípio da hierarquia uma série de prerrogativas para a administração,


aplicando-se esse princípio, inclusive, às funções legislativa e judicial.

b) Decorre do princípio da continuidade do serviço público a possibilidade de preencher,


mediante institutos como a delegação e a substituição, as funções públicas temporariamente
vagas.

c) O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar controle dos seus atos,
podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
decisão do Poder Judiciário.
d) Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por
ela instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.

e) Em decorrência do princípio da publicidade, a administração pública deve indicar os


fundamentos de fato e de direito de suas decisões.

GABARITO: Letra B.

COMENTÁRIO:
Letra a) não se aplica o princípio da hierarquia às funções legislativas e jurisdicionais. Assim,
podemos afirmar que não há hierarquia no exercício das funções legislativas e jurisdicionais.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 64


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Letra b) segundo Di Pietro, por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a
forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade, não
pode parar. Afirma ainda a referida autora que decorrem consequências como a
necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para
preencher as funções públicas temporariamente vagas.

Letra c) o princípio da autotutela (não do controle ou tutela) autoriza a administração a


realizar controle dos seus atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes e
inoportunos, independentemente de decisão do Poder Judiciário.

Letra d) pelo princípio da tutela a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por
ela instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades institucionais.

Letra e) em decorrência do princípio da motivação, a administração pública deve indicar os


fundamentos de fato e de direito de suas decisões.

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51 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção correta.

a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar atos


administrativos.

b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia do


interesse público equivalem-se.

c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.


d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.

e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da eficiência.

GABARITO: Letra C

COMENTÁRIO:

Letra a) em decorrência do princípio da autotutela, apenas a própria administração que


editou o ato pode revogá-lo, o poder judiciário poderá apenas anulá-lo, verificando
aspectos de legalidade do ato.
Letra b) está errado afirmar que esses dois princípios são equivalentes. No princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado há privilégios para a administração pública,
enquanto que no princípio da indisponibilidade do interesse público há restrições à
administração pública.

Letra c) realmente os princípios da moralidade e da eficiência estão expressamente previstos


na CF/88.
Letra d) é o princípio da impessoalidade, na sua vertente finalidade é que visa garantir a
satisfação do interesse público.
Letra e) a exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da
publicidade.

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52 (2018/CESPE/STM/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos


princípios da administração pública, de noções de organização administrativa e da
administração direta e indireta, julgue o item que se segue.

O princípio da impessoalidade está diretamente relacionado à obrigação de que a autoridade


pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presentes em sua conduta.

GABARITO: Errado

COMENTÁRIO:

O princípio da moralidade é que está diretamente relacionado à obrigação de que a


autoridade pública não dispense os preceitos éticos, os quais devem estar presentes em
sua conduta.

Resumidamente, o princípio da impessoalidade:


- busca tratar todos de forma isonômica (princípio da isonomia)

- busca os interesses da coletividade (princípio da finalidade)


- veda a promoção pessoal do agente público.

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53 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Manoela foi irregularmente investida no cargo público de Analista do Tribunal Regional do
Trabalho da 23ª Região, tendo, nessa qualidade, praticado inúmeros atos administrativos. O
Tribunal, ao constatar o ocorrido, reconheceu a validade dos atos praticados, sob o
fundamento de que os atos pertencem ao órgão e não ao agente público. Trata-se de
aplicação específica do princípio da

a) impessoalidade.

b) eficiência.

c) motivação.

d) publicidade.
e) presunção de veracidade.

GABARITO: Letra A
COMENTÁRIO:

Segundo a professora Di Pietro, uma outra importante aplicação do princípio da


impessoalidade encontra-se em matéria de exercício de fato, quando se reconhece
validade aos atos praticados por funcionário irregularmente investido no cargo ou função,
sob o fundamento de que os atos são do órgão e não do agente público.

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54 (2018/CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item que se segue, a


respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.

O núcleo do princípio da eficiência no direito administrativo é a procura da produtividade e


economicidade, sendo este um dever constitucional da administração, que não poderá ser
desrespeitado pelos agentes públicos, sob pena de responsabilização pelos seus atos.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 66


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:
Questão retirada do Livro "Manual de Direito Administrativo" de Carvalho Filho:

"O núcleo do princípio (eficiência) é a procura de produtividade e economicidade [...] Trata-


se, na verdade, de dever constitucional da Administração, que não poderá desrespeitá-lo, sob
pena de serem responsabilizados os agentes que derem causa à violação."

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55 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Determinada autoridade


administrativa deixou de anular ato administrativo ilegal, do qual decorriam efeitos favoráveis
para seu destinatário, em razão de ter decorrido mais de cinco anos desde a prática do ato,
praticado de boa-fé. Nessa situação hipotética, a atuação da autoridade administrativa está
fundada no princípio administrativo da
a) tutela.

b) moralidade.
c) segurança jurídica.

d) legalidade.
e) especialidade.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

O Cespe adora a professora Di Pietro, veja o que a doutrinadora dispõe sobre cada um dos
princípios:

Letra a) Tutela: em consonância com o qual a Administração Pública direta fiscaliza as


atividades dos referidos entes, com o objetivo de garantir a observância de suas finalidades
institucionais.

Letra b) Moralidade: Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o


comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente,
embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa
administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará
havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
Letra c) É o nosso gabarito. Segurança Jurídica: A segurança jurídica tem muita relação
com a ideia de respeito à boa-fé.

Se a Administração adotou determinada interpretação corno a correta e a aplicou a casos


concretos, não pode depois vir a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os mesmos
foram praticados com base em errônea interpretação.

Se o administrado teve reconhecido determinado direito com base em interpretação adotada


em caráter uniforme para toda a Administração, é evidente que a sua boa-fé deve ser
respeitada.
Se a lei deve respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, por
respeito ao princípio da segurança jurídica, não é admissível que o administrado tenha seus
direitos flutuando ao sabor de interpretações jurídicas variáveis no tempo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 67


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Letra d) Legalidade: Isto porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece
também os limites da atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de
tais direitos em benefício da coletividade. É aqui que melhor se enquadra aquela ideia de que,
na relação administrativa, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei.
Segundo o princípio da legalidade, a Administração Pública só pode fazer o que a lei permite.

Letra e) Especialidade: concernente à ideia de descentralização administrativa. Quando o


Estado cria pessoas jurídicas públicas administrativas - as autarquias - como forma de
descentralizar a prestação de serviços públicos, com vistas à especialização de função, a lei
que cria a entidade estabelece com precisão as finalidades que lhe incumbe atender, de tal
modo que não cabe aos seus administradores afastar-se dos objetivos definidos na lei; isto
precisamente pelo fato de não terem a livre disponibilidade dos interesses públicos.

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56 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) O regime jurídico-administrativo


caracteriza-se

a) pelas prerrogativas e sujeições a que se submete a administração pública.

b) pela prevalência da autonomia da vontade do indivíduo.

c) por princípios da teoria geral do direito.

d) pela relação de horizontalidade entre o Estado e os administrados.

e) pela aplicação preponderante de normas do direito privado.


GABARITO: Letra A

COMENTÁRIO:
O Regime Jurídico-administrativo é um conjunto de prerrogativas e sujeições concedido à
Administração Pública, para melhor cumprimento dos interesses públicos.

Portanto correta a alternativa A.

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57 (2018/CESPE/ABIN/Oficial Técnico de Inteligência) Julgue o item que se segue, a


respeito de aspectos diversos relacionados ao direito administrativo.
São considerados princípios informativos da atividade administrativa a legalidade e a
supremacia do interesse público, sendo o primeiro mencionado na Constituição vigente, e o
segundo, fundamentado nas próprias ideias do Estado em favor da defesa, da segurança e do
desenvolvimento da sociedade.
GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:
A grande maioria dos doutrinadores considera que a base do regime jurídico administrativo é
formada pelos princípios da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado e
Indisponibilidade do Interesse Público.

Porém, Di Pietro considera que a base da atividade administrativa é formada pelos princípios
da legalidade e da supremacia do interesse público sobre o privado. No caso, o Cespe adotou
o entendimento da referida professora.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 68


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Por fim, é correto afirmar que o princípio da legalidade está mencionado na Constituição
vigente (art. 37, caput) e o segundo é implícito e fundamentado nas próprias ideias do Estado
em favor da defesa, da segurança e do desenvolvimento da sociedade.

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58 (2018/CESPE/TCM-BA/Auditor) A administração possui posição de superioridade em


relação aos administrados, além de possuir prerrogativas e obrigações que não são extensíveis
aos particulares. Além disso, os assuntos públicos possuem preferência em relação aos
particulares. Essas características da administração pública decorrem do princípio da
a) supremacia do interesse público, previsto expressamente na legislação ordinária.

b) presunção de legitimidade, previsto implicitamente na Constituição Federal e na legislação


ordinária.

c) supremacia do interesse público, previsto implicitamente na Constituição Federal e


expressamente na legislação ordinária.

d) legalidade, previsto expressamente na Constituição Federal e na legislação ordinária.


e) segurança jurídica, previsto expressamente na Constituição Federal.

GABARITO: Letra C
COMENTÁRIO:

Significa que a Administração Pública é colocada em posição VERTICAL (diferenciada)


quando comparada aos particulares, ou seja, ela possuirá prerrogativas (privilégios). No
caso de confronto entre o interesse individual e o público, será o público que prevalecerá.
É princípio implícito da Administração Pública, pois não está expresso na CF/88. No entanto,
é princípio expresso na legislação ordinária, art. 2º da Lei n. 9.7984/99.

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59 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) Em relação aos


princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.

A indicação dos fundamentos jurídicos que determinaram a decisão administrativa de realizar


contratação por dispensa de licitação é suficiente para satisfazer o princípio da motivação.

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIO:

De acordo com o art. 50 da Lei n. 9.784/99, os atos administrativos que dispensem ou


declarem a inexigibilidade de processo licitatório deverão ser motivados com indiciação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos. Com efeito, a indiciação dos fundamentos jurídicos
não é suficiente, sendo também necessário indicar os fundamentos fáticos.

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60 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Judiciária) Considerando a doutrina e a


jurisprudência dos tribunais superiores no tocante aos princípios administrativos e a licitação,
julgue o item que se segue.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 69


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Embora sem previsão expressa no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da confiança


relaciona-se à crença do administrado de que os atos administrativos serão lícitos e, portanto,
seus efeitos serão mantidos e respeitados pela própria administração pública.

GABARITO: Correto.
COMENTÁRIO:

Exato, Segundo a doutrina de Di Pietro, o princípio da proteção à confiança (ou princípio da


segurança jurídica) leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos
praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos pela propria
administração.

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61 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Acerca dos
princípios e dos poderes da administração pública, da organização administrativa, dos atos e
do controle administrativo, julgue o item a seguir, considerando a legislação, a doutrina e a
jurisprudência dos tribunais superiores.
Situação hipotética: O prefeito de determinado município promoveu campanha publicitária
para combate ao mosquito da dengue. Nos panfletos, constava sua imagem, além do símbolo
da sua campanha eleitoral.

Assertiva: No caso, não há ofensa ao princípio da impessoalidade.


GABARITO: Errado.

COMENTÁRIO:
No caso, o ato do prefeito afrontou claramente o princípio da impessoalidade, que proíbe
a utilização de símbolos e imagens pessoais nos atos administrativos como forma de promover
o agente público.

Essa proibição encontra-se expressa no § 1º do art. 37 da CF/88:

“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá
ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.”

---------------------------------------------------------------------------------------------------
62 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) Em relação aos
princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.

Em decorrência do princípio da segurança jurídica, é proibido que nova interpretação de norma


administrativa tenha efeitos retroativos, exceto quando isso se der para atender o interesse
público.

GABARITO: Errado.
COMENTÁRIO:

A lei 9.784/99, em seu art. 2° Parágrafo único assevera que nos processos administrativos
serão observados, entre outros, os critérios de: XIII - interpretação da norma administrativa
da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada
aplicação retroativa de nova interpretação.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 70


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Perceba que a lei não traz a exceção disposta na asservita. Assim, é proibido que nova
interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroativos, mesmo quando isso se der
para atender o interesse público.

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63 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) Em relação aos


princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.

O princípio da proporcionalidade, que determina a adequação entre os meios e os fins, deve


ser obrigatoriamente observado no processo administrativo, sendo vedada a imposição de
obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao
atendimento do interesse público.
GABARITO: Correto.

COMENTÁRIO:
Mais uma vez o Cespe trouxe uma questão tratando da Lei n. 9.784/99 (lei do processo
administrativo federal):
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,
contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções


em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;

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PROF. EVANDRO ZILLMER Página 71


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

1 ORGÃOS PÚBLICOS
São centros de competência despersonalizados cuja atuação é imputada a pessoa que
integram.

Teoria do Órgão ou da Imputação (imputação volitiva) – o órgão atua por intermédio


de seus agentes, e a atuação do órgão é imputada à pessoa jurídica que ele integra. Teoria
adotada no Brasil para justificar a relação entre o Estado e os seus agentes.

Para Di Pietro, essa teoria (teoria da imputação) é utilizada, também, para justificar a
validade dos atos praticados por “funcionário de fato”, porque se considera que o ato
praticado por ele é ato do órgão, imputável, portanto, à administração pública.

(CESPE/2015/Telebrás) A teoria do órgão, segundo a qual os atos e provimentos


administrativos praticados por determinado agente são imputados ao órgão por ele
integrado, é reflexo importante do princípio da impessoalidade.

Teoria do Mandato – por essa teoria, a relação entre o Estado e seus agentes públicos teria
por base o contrato de mandato (procuração). Assim, por meio de uma procuração, o
Estado outorgaria poderes aos seus agentes para atuarem em nome do próprio Estado
Essa teoria foi criticada pela doutrina, pois o Estado não possui vontade própria, não podendo
outorgar o mandato. Ainda não ficava claro, por essa teoria, quem seria responsabilizado
quando o mandatário exorbitasse dos poderes conferidos no mandato.

Teoria da Representação – de acordo com essa teoria, o agente seria uma espécie de tutor
ou curador do Estado, ou seja, o agente seria equiparado aos representantes das pessoas
incapazes no direito civil.

Essa teoria também foi muito criticada pela doutrina, já que comparava uma pessoa jurídica
(o Estado) ao incapaz. Outro aspecto criticado foi a possibilidade de o próprio Estado conferir
representante a si mesmo.

1.1 CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DE ÓRGÃOS


A criação formal de órgãos, bem como a sua extinção, depende de LEI (CF, art. 48, XI). A
iniciativa dessa lei é privativa do chefe do Poder Executivo, quando o órgão a ser criado
ou extinto for do âmbito desse Poder. Por simetria, sua aplicação é obrigatória a todos os
entes federativos (E, DF e M).

OBS: PRINCÍPIO DA ORGANIZAÇÃO LEGAL DO SERVIÇO PÚBLICO: via de regra, os


cargos, empregos, funções, órgãos e ministérios devem ser criados por LEI.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 72


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

CARGOS
CRIAÇÃO EMPREGOS
ATRAVÉS DE LEI
COMPETÊNCIA:
EXTINÇÃO FUNÇÕES PÚBLICAS
DE INICIATIVA
CONGRESSO
NACIONAL
DO PRESIDENTE
TRANSFORMAÇÃO ÓRGÃOS
DA REPÚBLICA
MINISTÉRIOS

EXCEÇÕES:

1) a criação, transformação e a extinção dos cargos, empregos e funções da Câmara


dos Deputados e do Senado Federal se dá por meio de Resolução da própria casa legislativa.

2) a criação e a extinção dos cargos do Poder Judiciário serão efetuadas por meio de LEI
de iniciativa do STF, Tribunais Superiores e dos Tribunais de Justiça, conforme o caso.

3) a extinção de funções ou cargos públicos quando VAGOS é de competência privativa


do Presidente da República, por meio de DECRETO AUTÔNOMO.

4) dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, quando não


implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, é
competência privativa do Presidente da República, exercida por meio de DECRETO
AUTÔNOMO.

1.2 CARACTERÍSTICAS:

- estão presentes na estrutura da administração direta e indireta.


- não possuem personalidade jurídica própria

- surgem da desconcentração administrativa

- não possuem patrimônio próprio

- via de regra, não possuem capacidade processual (estar em juízo)

- sempre integram a estrutura de uma pessoa jurídica


- podem firmar contrato de gestão, nos termos do art. 37 § 8° da CF/88.

- os órgãos públicos necessariamente possuem funções, cargos e agentes.


- alguns possuem relativa autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

OBS: o Ministério Público é um órgão que possui capacidade processual ativa, podendo
ajuizar as ações previstas no art. 129 da CF/88.

OBS: segundo o STF, certos órgãos (independentes e autônomos) podem ir à justiça em


defesa de sua competência quando violada por uma 3ª pessoa. É possível inclusive a
interposição de mandado de segurança quando na defesa de direito líquido e certo. É a
chamada capacidade processual, restrita e específica, para defesa em juízo de suas
atribuições administrativas.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 73


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

ORGÃOS ENTIDADES

- nem todos gozam de autonomia - possuem autonomia administrativa

- não possuem patrimônio próprio - possuem patrimônio próprio

- Regra: não possuem capacidade - possuem capacidade processual e


processual. personalidade jurídica.

- Exceção: alguns possuem personalidade


judicária (independentes e autônomos)

1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS

SIMPLES
Formado por um só centro de competência, não
possuindo divisões internas. Ex. escolas
QUANTO A SUA
ESTRUTURA
COMPOSTO
Possui mais de um centro de competência, com divisões
internas. Ex. Ministérios.

SINGULAR
As decisões são tomadas por um único agente. Ex.
Presidência da república
QUANTO A SUA
ATUAÇÃO ESTATAL
COLEGIADO
As decisões são tomadas por mais de um agente. Ex.
CLASSIFICAÇÃO DOS Senado, tribunais, etc.
ÓRGÃOS
INDEPENDENTE
Previsto diretamente na CF/88, não sendo
subordinado a nenhum outro órgão. Ex. Presidência
da república, câmara, senado, tribunais, TCU, MP

AUTÔNOMO
é subordinado ao independente, possuindo ampla
autonomia administrativa, financeira e orçamentária.
Ex. AGU, ministérios, casa civil.
QUANTO A SUA
POSIÇÃO ESTATAL
SUPERIOR
Possui poder de decisão, direção e controle, porém,
sem autonomia financeira ou orçamentária. Ex. PF,
RFB

SUBALTERNO
órgão de mera execução, sempre subordinado a
vários níveis hierárquicos superiors. Ex. Delegacias,
escolas.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 74


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

2 – CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

CENTRALIZAÇÃO: o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e
agentes integrantes da administração direta.

DESCENTRALIZAÇÃO: ocorre quando a entidade política transfere para outra pessoa parte
de suas atribuições. Pressupõe a existência de duas pessoas distintas: o ente descentralizador
e a pessoa que recebeu a atribuição. Entre elas não há subordinação, mas apenas
vinculação, existindo o chamado controle finalístico. A descentralização pode ser
implementada por OUTORGA ou DELEGAÇÃO.

DESCONCENTRAÇÃO: mera técnica administrativa de distribuição interna de


competências mediante criação de órgãos públicos. Pressupõe a existência de apenas uma
Pessoa Jurídica, pois os órgãos não possuem personalidade jurídica própria. Na
desconcentração haverá o chamado controle hierárquico (subordinação). Há o
surgimento dos órgãos públicos.

OBS: A distribuição de competências entre os órgãos de uma mesma pessoa jurídica


denomina-se desconcentração, podendo ocorrer em razão da matéria, da hierarquia
ou por critério territorial.

CONCENTRAÇÃO: técnica administrativa que promove a extinção de órgãos públicos. Tanto


a concentração quanto a desconcentração podem ser utilizadas no âmbito da Administração
Direta e Indireta.

EXECUTIVO
DESCONCENTRAÇÃO
LEGISLATIVO
POLÍTICA
JUDICIÁRIO

ESTADO
UNIÃO
DESCENTRALIZAÇÃO ESTADOS
POLÍTICA DF
MUNICÍPIOS

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 75


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

DIRETA
(centralização ÓRGÃOS PÚBLICOS
administrativa)
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA
AUTARQUIA
INDIRETA
FUNDAÇÃO
(descentralização
EP
administrativa) SEM

DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: é a transferência da titularidade e/ou


execução de uma atividade administrativa de uma Pessoa Jurídica a outra.

TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA
Criação de um ente, dentro de certa localidade,
ou território, com capacidade de auto-
organização. Ex. Territórios federais

POR OUTORGA (serviços, funcional ou técnica)


Corresponde à Adm. Indireta (autarquias,
fundações, SEM e EP). Ocorre a transferência de
DESCENTRALIZAÇÃO titularidade e execução da atividade por lei. O
ADMINISTRATIVA prazo é indeterminado.

POR DELEGAÇÃO (ou colaboração)


É a delegação de certa atividade, por meio de ato
ou contrato.
- concessionários
- permissionários
- autorizatários

OBS: NÃO há nenhuma forma de hierarquia na descentralização administrativa. Na


relação entre a administração direta e indireta, diz-se que há vinculação (e não
subordinação). A administração direta exerce o controle finalístico (ou tutela
administrativa ou supervisão ministerial) sobre a administração indireta. Para o exercício
desse controle deve haver expressa previsão legal, que vai determinar os limites e os
instrumentos de controle (atos de tutela).

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 76


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

POR OUTORGA POR DELEGAÇÃO

1 – por ato unilateral ou contrato


1- por Lei 2 – transfere apenas a execução do
2 - transfere a titularidade e execução serviço
do serviço 3 – sempre por prazo determinado
3- normalmente por prazo indeterminado (contrato) e normalmente indeterminado
(ato unilateral)
4 – o Estado cria uma nova pessoa jurídica
4- já existe uma pessoa jurídica criada
5 – correspondem as entidades da
Administração Indireta 5- não fazem parte da administração
pública indireta
6- fundamenta-se no princípio da
especialização (ou da especialidade).

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA

ENTIDADES POLÍTICAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
1- AUTARQUIAS
1- UNIÃO
2- FUNDAÇÕES PÚBLICAS
2- ESTADOS
3 – EMPRESAS PÚBLICAS (EP)
3 – DISTRITO FEDERAL
4 – SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA (SEM)
4 – MUNICÍPIOS

AO LADO DO ESTADO

ENTIDADES PARAESTATAIS

- Serviços Sociais Autônomos (SSA)

- Organizações Sociais (OS)

- Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP)


- Instituições comunitárias de educação superior (ICES)
- as denominadas “entidades de apoio”

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 77


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

OBS: as entidades paraestatais são entes privados que não integram a administração direta
ou indireta, mas que exercem atividades de interesse público sem finalidade lucrativa.
Integram o chamado TERCEIRO SETOR.

PRIMEIRO SETOR – ESTADO

SEGUNDO SETOR – INICIATIVA PRIVADA COM FINS LUCRATIVOS

TERCEIRO SETOR – INICIATIVA PRIVADA SEM FINS LUCRATIVOS

3 – ADMINISTRAÇÃO INDIRETA – ENTIDADES ADMINISTRATIVAS


São pessoas jurídicas instituídas pelos entes políticos para o exercício de atividades
administrativas. Sua principal característica é possuir personalidade jurídica própria.

3.1 CRIAÇÃO E EXTINÇÃO (ART. 37. XIX, CF/88)


a) as AUTARQUIAS são criadas por lei específica de iniciativa privativa do chefe do
Poder Executivo. O fato de ser criada por lei específica significa que a autarquia
adquire personalidade jurídica própria no dia em que a lei entrar em vigor, sem
necessidade de registro.

b) as FUNDAÇÕES PÚBLICAS, as EMPRESAS PÚBLICAS e as SOCIEDADES DE


ECONOMIA MISTA terão a sua autorização determinada em lei específica, de
iniciativa do chefe do executivo. Nesse caso a lei apenas autoriza a criação que
ocorrerá em um momento posterior. Para que tais entidades sejam efetivamente
instituídas será necessário editar um decreto bem como promover o registro nos
órgãos competentes.

OBS: apesar de não estar previsto de forma literal no texto da constituição, a doutrina e o
STF entendem que as fundações públicas podem ser criadas com personalidade jurídica de
direito público, diretamente por lei, caso em que elas serão uma espécie do gênero
autarquias. Caso na prova vier apenas Fundação Pública, sem especificar se de direito público
ou privado, considere fundação pública de direito privado, conforme o texto constitucional.

OBS: as entidades administrativas podem ser criadas no âmbito da U, E, DF e M.


OBS: a extinção ou modificação das entidades administrativas também será precedida de lei
específica, de iniciativa do chefe do executivo, obedecendo, nesses casos, o princípio do
paralelismo das formas.

OBS: é possível a instituição de entidades administrativas vinculadas aos poderes legislativo


e judiciário. Nesse caso a iniciativa da lei caberá ao chefe do respectivo poder.

OBS: segundo a CF/88, lei complementar vai definir as áreas de atuação de todas as
fundações públicas.

OBS: para instituir uma EP ou SEM deverá existir uma lei específica autorizativa. Para
instituir uma subsidiária deve ter autorização legislativa (não precisa de lei específica).
Segundo o STF, é constitucional a lei específica que autoriza uma EP ou SEM e desde
já permite a instituição de subsidiárias.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 78


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

3.2 CARACTERÍSTICAS COMUNS DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS

- possuem personalidade jurídica própria


- possuem autonomia administrativa e financeira

- integram a administração indireta


- surgem da descentralização administrativa

- possuem patrimônio próprio

- possuem capacidade processual (estar em juízo)

- devem fazer concurso e licitação (OBS: Lei 13.303/16)

- devem prestar contas


- não são subordinadas, mas apenas vinculadas aos entes políticos

- sofrem o chamado controle finalístico

- não podem legislar

- podem editar atos de caráter normativo

- sujeitam-se ao controle e fiscalização pelo Poder Legislativo

- seus agentes, sujeitam-se à Lei de Improbidade administrativa (Lei n. 8.429/92)

OBS: legislar significa editar lei em sentido estrito, podendo inovar na ordem jurídica e criar
obrigações. Apenas os entes políticos podem legislar. Os atos de caráter normativo
apenas complementam/regulamentam uma lei, não podendo inovar a ordem jurídica nem
criar obrigações não previstas em lei.
OBS: o único ato de caráter normativo que pode inovar a ordem jurídica é o decreto
autônomo, previsto no art. 84, VI, da CF/88.

3.3 ENIDADES EM ESPÉCIE

3.3.1 AUTARQUIAS
São entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com personalidade
jurídica de direito público, para o desempenho de atividades típicas do Estado. Ter
personalidade jurídica de direito público significa possuir as mesmas prerrogativas do Estado.
Assim, as autarquias podem prestar serviços públicos, exercer poder de polícia, fiscalizar,
regular, bem como qualquer atividade que exija supremacia.

NATUREZA JURÍDICA: são entidades administrativas de direito público.


EXEMPLOS DE AUTARQUIAS: agências reguladoras, BACEN, INSS, IBAMA, INCRA,
DETRAN-DF, USP, UFRJ, etc.

PATRIMÔNIO: possuem patrimônio próprio e seus bens são públicos. Os bens públicos das
autarquias possuem as seguintes características:

Inalienabilidade: não podem ser vendidos enquanto estiverem vinculados a uma


finalidade pública.
Imprescritibilidade: não podem ser adquiridos por usucapião.

Impenhorabilidade: não podem ser objeto de penhora judicial. As autarquias pagam


suas dívidas por meio de precatórios.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 79


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Não-onerabilidade: os bens públicos das autarquias não podem ser oferecidos em


garantia.

REGIME DE PESSOAL: as autarquias estão submetidas ao regime jurídico único e por isso
só podem adotar o vínculo estatutário.
IMUNIDADE DE IMPOSTOS: tal como o Estado, as autarquias não pagam impostos sobre
seus serviços, renda e patrimônio. Tal imunidade não abrange as taxas e as contribuições.

PRIVILÉGIOS PROCESSUAIS: as autarquias possuem privilégios quando estão litigando


judicialmente, como por exemplo, prazo em dobro para contestar e recorrer e duplo grau
de jurisdição obrigatório nas sentenças que lhe sejam desfavoráveis.
NOVIDADE CPC/2015:

Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas


respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em
dobro para todas as suas manifestações processuais, cuja contagem
terá início a partir da intimação pessoal.

§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio eletrônico.


§ 2o Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei
estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público.
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz,
computar-se-ão somente os dias úteis.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos
processuais.
FORO JUDICIAL: as autarquias federais, nos litígios comuns, sendo autoras, rés,
assistentes ou oponentes, têm suas causas processadas e julgadas na Justiça Federal. Os
mandados de segurança contra atos coatores praticados por agentes autárquicos federais
também são processados e julgados na Justiça Federal.

PRESCRIÇÃO QUINQUENAL: as dívidas passivas das autarquias prescrevem em 5 anos.

RESPONSABILIDADE CIVIL: responsabilidade objetiva

AUTARQUIA CORPORATIVA PROFISSIONAL: constituída para atividade de fiscalização e


regulamentação de determinadas profissões. São os conselhos de classe.

OBS: os conselhos de classe, apesar de serem classificados como autarquias, adotam vínculo
celetista.

OBS: O STF decidiu que a OAB não se enquadra como um conselho de classe, não precisa de
concurso, licitação, e nem de prestar contas. Assim, o STF entende que a OAB não possui
classificação no direito brasileiro, não integra a administração pública brasileira, sendo
considerada uma instituição “SUI GENERIS”.

AUTARQUIA POLÍTICA OU TERRITORIAL: os territórios, quando existirem, terão a


natureza jurídica de autarquia federal.

OBS: os territórios são criados por lei complementar. Cada território elegerá 4 deputados
federais. O território pode ser dividido em municípios.

AUTARQUIA EM REGIME ESPECIAL: é aquela que recebeu da lei instituidora determinadas


características que lhe garante maior autonomia. Ex. Agências Reguladoras, BACEN, etc.
ESPÉCIES DE AUTARQUIAS

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 80


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

- autarquia comum

- autarquia fundacional ou fundação autárquica


- autarquia territorial

- autarquia profissional ou corporativa


- autarquia interfederativa (consórcios públicos – associação pública)

AGÊNCIA REGULADORA X AGÊNCIA EXECUTIVA

O quadro abaixo sintetiza as principais diferenças e semelhanças entre as agências


reguladoras e as agências executivas.1

AGÊNCIAS REGULADORAS AGÊNCIAS EXECUTIVAS

Não se trata de uma nova espécie de Não se trata de uma nova espécie de
entidade integrante da administração entidade integrante da administração pública
pública indireta indireta

Podem ser autarquias ou fundações


São autarquias sob regime especial
públicas

Trata-se de denominação utilizada pela Trata-se de qualificação formal, prevista


doutrina e em leis administrativas na Lei 9.649/1998, arts. 51 e 52.

Não é uma qualificação formal, atribuída por


A qualificação formal como “agência
algum ato administrativo, com
executiva” tem consequências jurídicas
consequências jurídicas definidas. O grau de
definidas (ampliação de autonomia) e é
autonomia da entidade depende dos
conferida à autarquia ou à fundação pública
instrumentos específicos que a respectiva lei
mediante decreto.
instituidora estabeleça.

Pode ocorrer a desqualificação da


entidade, mediante decreto, caso ela
descumpra exigências estabelecidas na
Não existe a figura da “desqualificação”
legislação ou no contrato de gestão. A
de agência reguladora.
desqualificação em nada afeta a natureza da
entidade, que continua sendo a mesma
autarquia ou fundação pública.

Atuam especificamente na área de Não é prevista alguma área específica de


regulação atuação

A celebração de contrato de gestão com o


poder público é condição obrigatória para a
Pode, ou não, haver norma, na lei
obtenção da qualificação. Exige-se, ainda,
instituidora, impondo a celebração de
que a entidade tenha um plano estratégico
contrato de gestão com o poder público.
de reestruturação e de desenvolvimento
institucional em andamento.

É possível uma agência reguladora ser Uma autarquia qualificada como agência

1
Resumo de direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – 9. ed. rev. E atual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016; p. 50 e 51.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

qualificada como agência executiva, caso executiva pode, ou não, ser uma agência
preencha os requisitos legais e requeira a reguladora.
qualificação.

3.3.2 FUNDAÇÕES PÚBLICAS

As fundações públicas são patrimônio público personificado em que o seu instituidor é um


ente político. Este ente político faz uma dotação patrimonial e destina recursos orçamentários
para a manutenção da entidade.

O objeto das fundações deve ser uma atividade de interesse social, exercida sem o intuito
de lucro, como educação, saúde, assistência social, pesquisa científica, proteção ao meio
ambiente, etc.
De acordo com a parte final do inciso XIX do art. 37, da Constituição, Lei Complementar
estabelecerá as áreas em que poderão atuar as fundações públicas (tanto as de direito
público como as de direito privado). Essa lei ainda não foi editada.

OBS: a diferença entre uma autarquia e uma fundação autárquica é meramente conceitual. A
autarquia é um serviço público personificado, em regra, típico de Estado, enquanto a
fundação autárquica é um patrimônio personalizado destinado a uma finalidade
determinada – de interesse social. O regime jurídico de ambas é idêntico, em tudo.

Criação e extinção: diretamente por lei (se de dir. público); autorizada por lei, mais registro
(se de dir. privado).

OBS: quando a fundação pública for criada diretamente por lei, ela será considerada uma
espécie do gênero autarquia (fundação autárquica ou autarquia fundacional) e, quando a
fundação pública tiver a sua criação autorizada em uma lei, ela será considerada fundação
pública de direito privado e será uma das 4 entidades da administração indireta.

Regime jurídico: direito público ou privado.

Prerrogativas: mesmas que as autarquias (se de dir. público); imunidade tributária (dir.
público ou privado).

Patrimônio: bens públicos (se de dir. público); bens privados, sendo que os bens
empregados na prestação de serviços públicos possuem prerrogativas de bens públicos (se de
dir. privado).
Pessoal: regime jurídico único (se de dir. público); regime jurídico único ou celetista
divergência doutrinária (se de dir. privado).

Foro judicial: igual às autarquias (se de dir. público); p/ doutrina, Justiça Estadual (se de
dir. privado); p/ jurisprudência, Justiça Federal (se de dir. privado federal).
MINISTÉRIO PÚBLICO: no que toca às fundações públicas, o MP nada mais faz do que
exercer o mesmo controle a que está submetida toda a administração pública, direta e
indireta, deflagrado quando se verificam indícios de irregularidades. As fundações públicas
não estão sujeitas ao controle pelo MP previsto no art. 66 do Código Civil (o MP velará pelas
fundações privadas)

Outras: contratos das fundações de dir. privado são regidos pela Lei de Licitações.

3.3.3 EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 82


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Criação e extinção: autorizada por lei, mais registro. Na esfera federal, no poder executivo,
a iniciativa da lei autorizadora é privativa do Presidente da República, tanto para a criação
como para a extinção.

OBS: Subsidiárias: depende de autorização legislativa; pode ser genérica, na lei que
autorizou a criação da matriz.

Objeto: atividades econômicas, com intuito de lucro.

Pode ser:

(i) intervenção direta no domínio econômico (só nos casos de segurança nacional ou
relevante interesse coletivo; ou monopólio) ou
(ii) prestação de serviços públicos.

Personalidade jurídica: direito privado


Regime jurídico:

direito privado (exploradores de atividade empresarial);


direito público (prestadoras de serviço público).

Sujeições ao direito público: controle pelo Tribunal de Contas; concurso público; licitação
na atividade-meio.

Estatuto: aplicável às exploradoras de atividade empresarial. Prevê sujeição ao regime


próprio das empresas privadas e estatuto próprio de licitações e contratos. Lei
13.303/2016.
Patrimônio: bens privados. Nas prestadoras de serviço público, os bens empregados na
prestação dos serviços possuem prerrogativas de bens públicos.
Pessoal: celetista. Sem estabilidade. Demissão exige motivação. Não cabe ao Legislativo
aprovar o nome de dirigentes. É possível mandado de segurança contra atos dos dirigentes
em licitações.

Falência e execução: não se sujeitam

DIFERENÇAS ENTRE AS EP e SEM

Forma jurídica:
SEM = sociedades anônimas;

EP = qualquer forma admitida em direito.

Composição do capital:

SEM = público (majoritário) e privado;

EP = exclusivamente público, podendo participar mais de uma entidade pública.

Foro judicial:
SEM federal = Justiça Estadual, regra; ou, se a União atuar como assistente ou oponente =
Justiça Federal.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 83


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

EP federal = Justiça Federal, sempre.

EP ou SEM estadual ou municipal = Justiça Estadual.


Ações trabalhistas = Justiça do Trabalho.

Abaixo, apresentamos um quadro sinóptico geral com os principais pontos, coincidentes e


divergentes, relativos aos regimes jurídicos das empresas públicas e sociedades de economia
mista exploradoras de atividades econômicas, de um lado, e prestadoras de serviços públicos,
de outro2

EP e SEM – ATIVIDADES ECONÔMICAS EP e SEM – SERVIÇOS PÚBLICOS

Criação autorizada em lei específica (CF, Criação autorizada em lei específica (CF, art.
art. 37, XIX) 37, XIX)

Personalidade jurídica de direito privado Personalidade jurídica de direito privado

Sujeição ao controle finalístico (tutela) pela Sujeição ao controle finalístico (tutela) pela
administração direta administração direta

Atividade sujeita predominantemente ao Atividade sujeita predominantemente ao


regime de direito privado (CF, art. 173) regime de direito público (CF, art. 175)

Não podem gozar de privilégios fiscais não


extensivos às empresas privadas (CF, art. Podem gozar de privilégios fiscais
173, § 2°). Vedação não aplicável no exclusivos.
caso de monopólio.

Não fazem jus à imunidade tributária


Fazem jus à imunidade recíproca (STF)
recíproca (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2°)

Exigência de concurso público para a Exigência de concurso público para a


contratação de pessoal (CF, art. 37, II) contratação de pessoal (CF, art. 37, II)

Pessoal permanente sujeito ao regime Pessoal permanente sujeito ao regime


trabalhista (empregados públicos, regidos trabalhista (empregados públicos, regidos
pela CLT) pela CLT)

Os seus empregados públicos não fazem jus


à estabilidade do art. 41 da Constituição. Os seus empregados públicos não fazem jus
Não há jurisprudência firmada no à estabilidade do art. 41 da Constituição. A
âmbito do STF quanto à exigência, ou dispensa desses empregados públicos
não, de motivação escrita do ato de exige motivação escrita (STF).
dispensa desses empregados públicos.

Remuneração do pessoal não sujeita ao teto Remuneração do pessoal não sujeita ao teto
constitucional, exceto se a entidade receber constitucional, exceto se a entidade receber
recursos públicos para o pagamento de recursos públicos para o pagamento de
despesas de pessoal ou de custeio em geral despesas de pessoal ou de custeio em geral
(CF, art. 37, XI, e § 9°) (CF, art. 37, XI, e § 9°)

É inconstitucional a exigência de aprovação É inconstitucional a exigência de aprovação

2
Resumo de direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – 9. ed. rev. E atual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016; p. 63 e 64.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 84


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

prévia do Poder Legislativo como condição prévia do Poder Legislativo como condição
para o Chefe do Poder Executivo nomear ou para o Chefe do Poder Executivo nomear ou
exonerar os dirigentes da entidade (STF) exonerar os dirigentes da entidade (STF)

Sujeitas a controle pleno pelo Poder Sujeitas a controle pleno pelo Poder
Legislativo (CF, art. 49, X) Legislativo (CF, art. 49, X)

Todos os seus atos estão sujeitos a controle Todos os seus atos estão sujeitos a controle
de legalidade ou legitimidade pelo Poder de legalidade ou legitimidade pelo Poder
Judiciário, desde que provocado (CF, art. Judiciário, desde que provocado (CF, art. 5°,
5°, XXXV) XXXV)

Sujeitas a controle pelos tribunais de Sujeitas a controle pelos tribunais de contas,


contas, sem peculiaridades sem peculiaridades

NÃO sujeitas ao art. 37, § 6°, da


Sujeitas ao art. 37, § 6°, da Constituição
Constituição (responsabilidade civil
(responsabilidade civil objetiva)
objetiva)

Não sujeitas a licitação para contratos


relativos às suas atividades-fim. Sujeitas a
licitação nas demais hipóteses. Previsão
constitucional de regime próprio de licitação Sujeitas às normas ordinárias de
a ser estabelecido em lei ordinária da União, licitações públicas. Não há previsão
de caráter nacional (art. 173, § 1°, III) Foi constitucional de criação, para elas, de
editada a Lei 13.303/2016 que trouxe regime diferenciado de licitação
as novas regras de licitação para as EP
e SEM que prestam atividade
econômica.

Não sujeitas a falência (Lei 11.101/2005, Não sujeitas a falência (Lei 11.101/2005, art.
art. § 2°, I) § 2°, I)

Seus bens não se enquadram como bens


Seus bens não se enquadram como bens públicos, mas os que forem diretamente
públicos; estão sujeitos a regime de direito empregados na prestação do serviço
privado público podem sujeitar-se a restrições
próprias dos bens públicos.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 85


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA – ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

FUNCAÇÃO
SOCIEDADE DE
PÚBLICA DE FUNDAÇÃ
AUTARQUIA EMPRESA PÚBLICA – EP ECONOMIA MISTA -
DIREITO O PÚBLICA
SEM
PÚBLICO

LEI CRIA AUTORIZA


CRIA DIRETAMENTE AUTORIZA A CRIAÇÃO AUTORIZA A CRIAÇÃO
ESPECÍFICA DIRETAMENTE A CRIAÇÃO

PESSOA
PESSOA JURÍCIA PESSOA JURÍCIA
NATUREZA JURÍCIA DE PESSOA JURÍCIA DE PESSOA JURÍCIA DE
DE DIREITO DE DIREITO
JURÍDICA DIREITO DIREITO PRIVADO DIREITO PRIVADO
PÚBLICO PÚBLICO
PRIVADO

CONCURSO
SIM SIM SIM SIM SIM
PÚBLICO

SERVIÇO PÚBLICO (ART SERVIÇO PÚBLICO (ART


SIM 175/CF) = SIM (LEI 175/CF) = SIM (LEI
SIM SIM
(LEI 8.666/93) 8.666/93)
LICITAÇÃO (LEI 8.666/93) (LEI 8.666/93)
8.666/93) ATIV. ECONÔMICA ATIV. ECONÔMICA
(ART.173/CF) = SIM (LEI (ART.173/CF) = SIM (LEI
13.303/16) 13.303/16)

BENS PRIVADOS – BENS PRIVADOS –

OBS: quando prestam OBS: quando prestam


serviços públicos, os bens serviços públicos, os bens
BENS empregados diretamente empregados diretamente
PATRIMÔNIO BENS PUBLICOS BENS PÚBLICOS
PRIVADOS na prestação do serviço na prestação do serviço
podem sujeitar-se a podem sujeitar-se a
restrições próprias dos restrições próprias dos
bens públicos bens públicos

REGIME DE
ESTATUTÁRIO ESTATUTÁRIO CLT CLT CLT
PESSOAL

FORO JUSTIÇA JUSTIÇA


JUSTIÇA FEDERAL JUSTIÇA FEDERAL JUSTIÇA ESTADUAL
JUDICIAL FEDERAL ESTADUAL

OBJETIVA (ART. 175/CF)


– prestadora de serviço OBJETIVA (ART. 175/CF)
público. – prestadora de serviço
RESPONSABIL
público.
IDADE OBJETIVA OBJETIVA SUBJETIVA SUBJETIVA (ART.
173/CF) – exploradora de SUBJETIVA (ART.
CIVIL
atividade econômica. 173/CF) – exploradora de
atividade econômica

RECUPERAÇÃ
O JUCICIAL NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
(FALÊNCIA)

FORMA QUALQUER FORMA SOCIEDADE ANÔNIMA


JURÍDICA ADMITIDA EM DIREITO S/A

COMPOSIÇÃO MAJORITARIAMENTE
100% PÚBLICO
DO CAPITAL PÚBLICO

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 86


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

4 - QUESTÕES:

01 (2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público) Em seu sentido subjetivo, o termo


Administração pública designa os entes que exercem a atividade administrativa. Desse modo,
a Defensoria Pública do Estado do Paraná,
a) é pessoa jurídica de direito público e possui capacidade processual, podendo ser
configurada como autarquia sui generis – sociedade pública de advogados, embora não seja
instituição autônoma com sede constitucional.

b) possui capacidade processual para ingressar com ação para a defesa de suas funções
institucionais por expressa previsão legal, embora não seja pessoa jurídica de direito público.
c) é pessoa jurídica de direito público e possui capacidade processual, podendo, caso haja
expressa previsão legal, integrar a pessoa jurídica “Estado do Paraná” por ser instituição
autônoma com sede constitucional.

d) integra a pessoa jurídica de direito público “Estado do Paraná” e possui capacidade


jurídica, sendo representada, em juízo, pela Procuradoria do Estado em toda espécie de
processo judicial de seu interesse.
e) integra a pessoa jurídica de direito público “Estado do Paraná” e possui capacidade
jurídica, sendo representada, em juízo, pela Procuradoria do Estado em toda espécie de
processo judicial de seu interesse, exceto ações trabalhistas que tramitarem na Justiça do
Trabalho.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
02 (2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público) Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime
Jurídico Administrativo, é correto afirmar:

a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o interesse público e


o interesse privado, pautando-se pela igualdade de tratamento a todos administrados,
independentemente de quaisquer preferências pessoais.

b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas


públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As
subsidiárias não dependem de autorização legislativa justamente por integrarem a
Administração Pública Indireta.
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública
prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo.

d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica sanções por
infrações administrativas pelos servidores públicos. Trata-se de exercício de Poder de Polícia
com base na hierarquia.

e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato vinculado, concedida
desde que cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

03 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Em cada um do


item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada,
a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 87


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Ao instituir programa para a reforma de presídios federais, o governo federal determinou que
fosse criada uma entidade para fiscalizar e controlar a prestação dos serviços de reforma.
Nessa situação, tal entidade, devido à sua finalidade e desde que criada mediante lei
específica, constituirá uma agência executiva.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

04 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Quanto à estrutura, os órgãos públicos podem ser classificados em simples, também
denominados de unitários, e compostos. Acerca do tema, considere:
I. São constituídos por um único centro de atribuições.

II. Possuem subdivisões internas.


III. São exemplos de tais órgãos, as Secretarias de Estado.

IV. São exemplos de tais órgãos, os Ministérios.


No que concerne às características e exemplos de órgãos simples ou unitários, está correto o
que se afirma APENAS em
a) I e IV.

b) I e II.
c) II e III.

d) IV.
e) I.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

05 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário – Engenharia) Com


relação à Administração indireta, no que concerne às características das autarquias,
considere:

I. As autarquias só por lei podem ser criadas.


II. Apenas no caso de exaustão dos recursos da autarquia é que incidirá a responsabilidade
do Estado, que é subsidiária.
III. As autarquias não são subordinadas a órgão algum do Estado, mas apenas controladas.

IV. Os bens e rendas das autarquias, não apenas quando vinculados a suas finalidades
essenciais, mas em toda e qualquer circunstância, possuem imunidade tributária.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e IV.

b) III.

c) II e IV.

d) I, II e III.
e) I e III.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 88


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

--------------------------------------------------------------------------------------------------

06 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) As entidades


autônomas integrantes da administração indireta que atuam em setores estratégicos da
atividade econômica, zelando pelo desempenho das pessoas jurídicas e por sua consonância
com os fins almejados pelo interesse público e pelo governo são denominadas

a) agências autárquicas executivas.

b) serviços sociais autônomos.

c) agências autárquicas reguladoras.

d) empresas públicas.
e) sociedades de economia mista.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

07 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) As autarquias


a) são criadas, extintas e organizadas por atos administrativos.

b) têm sua criação e sua extinção submetidas a reserva legal, podendo ter sua organização
regulada por decreto.

c) têm sua criação submetida a reserva legal, mas podem ser extintas por decreto, podendo
ter sua organização regulada por atos administrativos.

d) são criadas e organizadas por decreto e podem ser extintas por essa mesma via
administrativa.

e) são criadas e extintas por decreto, podendo ter sua organização regulada por atos
administrativos.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

08 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) As empresas


públicas
a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo-se, para tanto, autorização legislativa.

b) dispensam, para sua extinção, autorização legislativa.


c) integram a administração direta.

d) possuem regime jurídico de direito público.


e) são criadas por lei.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

09 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) Considere:

I. Não gozam de autonomia administrativa nem financeira.


II. Estão sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia.

III. São considerados, dentre outras hipóteses, órgãos de comando.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 89


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IV. Entram nessa categoria as Secretarias de Estado.

Os órgãos públicos, quanto à posição estatal, classificam-se em independentes, autônomos,


superiores e subalternos. No que concerne aos órgãos públicos superiores, está correto o que
se afirma APENAS em
a) III e IV.

b) III.

c) I, II e III.

d) I e II.

e) II e IV.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

10 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Administrativa) A Administração


pública, quando se organiza de forma descentralizada, contempla a criação de pessoas
jurídicas, com competências próprias, que desempenham funções originariamente de
atribuição da Administração direta. Essas pessoas jurídicas,
a) quando constituídas sob a forma de autarquias, podem ter natureza jurídica de direito
público ou privado, podendo prestar serviços públicos com os mesmos poderes e
prerrogativas que a Administração direta.

b) podem ter natureza jurídica de direito privado ou público, mas não estão habilitadas a
desempenhar os poderes típicos da Administração direta.

c) desempenham todos os poderes atribuídos à Administração direta, à exceção do poder de


polícia, em qualquer de suas vertentes, privativo da Administração direta, por envolver
limitação de direitos individuais.

d) quando constituídas sob a forma de autarquias, possuem natureza jurídica de direito


público, podendo exercer poder de polícia na forma e limites que lhe tiverem sido atribuídos
pela lei de criação.

e) terão natureza jurídica de direito privado quando se tratar de empresas estatais, mas seus
bens estão sujeitos a regime jurídico de direito público, o que também se aplica no que
concerne aos poderes da Administração, que desempenham integralmente, especialmente
poder de polícia.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

11 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O controle exercido


pela Administração direta sobre a Administração indireta denomina-se

a) poder de tutela e permite a substituição de atos praticados pelos entes que integram a
Administração indireta que não estejam condizentes com o ordenamento jurídico.
b) poder de revisão dos atos, decorrente da análise de mérito do resultado, bem como em
relação aos estatutos ou legislação que criaram os entes que integram a Administração
indireta.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 90


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c) controle finalístico, pois a Administração direta constitui a instância final de apreciação,


para fins de aprovação ou homologação, dos atos e recursos praticados e interpostos no
âmbito da Administração indireta.

d) poder de tutela, que não pressupõe hierarquia, mas apenas controle finalístico, que analisa
a aderência da atuação dos entes que integram a Administração indireta aos atos ou leis que
os constituíram.

e) poder de autotutela, tendo em vista que a Administração indireta integra a Administração


direta e, como tal, compreende a revisão dos atos praticados pelos entes que a compõem
quando não guardarem fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos
constitutivos.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

12 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Judiciária) A figura do contrato de


gestão está prevista no ordenamento para disciplinar diferentes relações jurídicas, entre as
quais figuram:
I. a fixação de metas de desempenho visando à ampliação da autonomia gerencial,
orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da Administração direta e indireta.
II. a disciplina para permissão de serviço público em caráter precário, não passível de
concessão.
III. o estabelecimento de indicadores de desempenho para fins de participação nos lucros ou
resultados de empregados públicos submetidos ao regime celetista.
Está correto o que consta APENAS em

a) II.

b) I e II.

c) I.

d) I e III.

e) II e III.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

13 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) A respeito dos princípios da


administração pública e da organização administrativa, julgue o item a seguir.

Uma autarquia é entidade administrativa personalizada distinta do ente federado que a criou
e se sujeita a regime jurídico de direito público no que diz respeito a sua criação e extinção,
bem como aos seus poderes, prerrogativas e restrições.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
14 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) A respeito dos princípios da
administração pública e da organização administrativa, julgue o item a seguir.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as empresas


públicas, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à
prestação de serviços por terceiros.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

15 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Acerca de administração


pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.

As autarquias e as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito público, e as


sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de direito privado.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
16 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Acerca de administração
pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.
Somente as pessoas administrativas, seja qual for seu nível federativo ou sua natureza
jurídica, podem participar do capital das empresas públicas.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
17 (2017/CESPE/SEDF/Tecnologia da Informação) João, servidor público ocupante do
cargo de motorista de determinada autarquia do DF, estava conduzindo o veículo oficial
durante o expediente quando avistou sua esposa no carro de um homem. Imediatamente,
João dolosamente acelerou em direção ao veículo do homem, provocando uma batida e, por
consequência, dano aos veículos. O homem, então, ingressou com ação judicial contra a
autarquia requerendo a reparação dos danos materiais sofridos. A autarquia instaurou
procedimento administrativo disciplinar contra João para apurar suposta violação de dever
funcional.

No que se refere à situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

João é servidor de entidade integrante da administração indireta.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

18 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) Em relação aos princípios da administração pública


e à organização administrativa, julgue o item que se segue.

Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se
subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não
sofrem controle pelos tribunais de contas.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
19 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) Em relação aos princípios da administração pública
e à organização administrativa, julgue o item que se segue.
Quando a União cria uma nova secretaria vinculada a um de seus ministérios para repassar a
ela algumas de suas atribuições, o ente federal descentraliza uma atividade administrativa a
um ente personalizado.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 92


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

--------------------------------------------------------------------------------------------------
20 (2017/CESPE/SEDF/Direito) O prefeito de determinado município utilizou recursos do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de
medicamentos e insumos hospitalares destinados à assistência médico-odontológica das
crianças em idade escolar do município.

Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o estoque de


medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar situação emergencial e
dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produtos, a preços superfaturados, da
empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que desconhecia o esquema fraudulento.
A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e doutrinários a ela
relacionados, julgue o item a seguir.

A criação de um órgão denominado setor de aquisições na citada prefeitura constitui exemplo


de desconcentração.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
21 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca dos princípios
fundamentais que regem a administração pública brasileira, julgue o item a seguir.
De acordo com o princípio fundamental da descentralização, é possível descentralizar
atividades da administração federal para empresas privadas.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

22 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca da estrutura da


administração federal brasileira, julgue o item seguinte.

Empresas públicas são aquelas entidades da administração indireta que possuem


personalidade jurídica de direito privado e cujo capital admite recursos da iniciativa privada,
desde que, no mínimo, 51% dele consista de recursos públicos.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
23 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca da estrutura da
administração federal brasileira, julgue o item seguinte.

Fundações públicas são entidades da administração indireta dotadas de personalidade jurídica


de direito público

--------------------------------------------------------------------------------------------------
24 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca da estrutura da
administração federal brasileira, julgue o item seguinte.
Na administração indireta estão incluídas as fundações públicas, as empresas públicas e as
autarquias.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 93


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

--------------------------------------------------------------------------------------------------
25 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) Acerca da estrutura da
administração federal brasileira, julgue o item seguinte.
As entidades da administração indireta estão incluídas na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos ministérios, sendo a eles subordinadas independentemente do
enquadramento de sua principal atividade.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
26 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Direito) O Estado do Mato Grosso deseja instituir uma
fundação. Nesse caso, a Constituição Federal exige que a autorização de sua instituição e a
definição das áreas de sua atuação, respectivamente, devem ser estabelecidas mediante

a) lei específica e lei complementar.


b) lei complementar e lei específica.

c) lei específica e lei específica.


d) lei complementar e lei complementar.

e) lei específica e lei delegada.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
27 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue o item subsequente, relativos
a organização administrativa.
Não existe hierarquia entre o Ministério da Saúde e a ANVISA.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

28 (2016/CESPE/PC-GO/Agente de Polícia) A administração direta da União inclui

a) a Casa Civil.
b) o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

c) as agências executivas.
d) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

e) a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

--------------------------------------------------------------------------------------------------

29 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Secretário Executivo) Em relação à organização


administrativa e às concessões e permissões do serviço público, julgue o item a seguir.

O Tribunal Regional Federal é órgão descentralizado da União que possui personalidade


jurídica própria, portanto compõe a administração pública indireta.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 94


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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30 (2016/FCC/DPE-ES/Defensor Público) O regime jurídico constitucional e legal vigente


aplicável às entidades da administração indireta dispõe que

a) os servidores das fundações criadas pelo Poder Público sempre se vinculam ao regime
geral de previdência social.

b) a remuneração dos empregados das empresas estatais que se dediquem à atividade


econômica em sentido estrito não está sujeita ao teto remuneratório constitucional.

c) as associações públicas não são consideradas entidades da administração indireta, em


razão de seu regime especial.
d) aos dirigentes das agências executivas é assegurado o desempenho de mandato fixo,
durante o qual não podem ser exonerados, senão por motivo justo, apurado mediante
processo administrativo em que estejam assegurados a ampla defesa e o contraditório.

e) estão sujeitos ao regime jurídico único os servidores da administração pública direta, das
autarquias e fundações públicas.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

31 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) Determinado ente federado pretende descentralizar


serviço público de sua competência transferindo-o para pessoa jurídica de direito público.
Para tanto,
a) deverá criar por lei específica autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do
Estado.
b) poderá instituir autarquia ou empresa pública, ambas por lei autorizativa, devendo, no
entanto, motivar sua decisão.

c) deverá instituir por lei autarquia, que passará integrar a Administração direta do Estado.

d) poderá instituir autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista, a primeira


por lei, as demais por atos próprios, após a edição de lei autorizativa da instituição.

e) deverá criar por lei geral autarquia, que passará a integrar a Administração indireta do
Estado.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
32 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) O Estado, pela técnica da descentralização, pode criar
pessoas jurídicas com personalidade própria e distinta daquele, dentre as quais figuram as
autarquias e as sociedades de economia mista

a) que se sujeitam a regime jurídico de direito privado e contratam seu pessoal pela
Consolidação da Leis do Trabalho, não podendo admitir, mesmo que por concurso público,
servidor público estatutário.
b) que, respectivamente, sujeitam-se a regime jurídico de direito público e regime jurídico de
direito privado, sendo o regime estatutário o aplicável aos empregados de ambas as
entidades.

c) criadas por lei específica sob o regime jurídico de direito privado, razão pela qual integram
a Administração pública indireta.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 95


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) que não estão sujeitas a controle hierárquico do ente criador porque submetidas a regime
de direito privado.

e) que integram a Administração indireta do Estado, sendo a primeira sujeita a regime


jurídico de direto público e a segunda de direito privado, ambas não submetidas a controle
hierárquico do ente instituidor, mas tão somente finalístico.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

33 (2016/FCC/AL-MS/Assistente Legislativo) Conforme estabelece a Lei n° 9.784/1999,


órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura
da Administração indireta

a) que detém personalidade jurídica própria, ao contrário da entidade que não é dotada de
personalidade jurídica própria e distinta do ente instituidor.

b) destituído de personalidade jurídica própria, tal qual as entidades que integram a


Administração pública indireta e agem em nome do ente instituidor.

c) que com elas não se confunde, a despeito de ser uma de suas partes integrantes, não
possuindo personalidade jurídica própria, ao contrário das entidades que são dotadas de
personalidade jurídica própria.
d) representativo do fenômeno denominado descentralização por serviço, o que o distingue
da entidade que constitui unidade de atuação dotada de personalidade jurídica, característica
do fenômeno da desconcentração.

e) que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos, razão pela qual com eles se
confunde para todos os fins de direito.

--------------------------------------------------------------------------------------------------

34 (2016/FCC/AL-MS/Direito) Considere:

I. Poder de promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de


utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público.

II. Possibilidade de ser contratado pela Administração direta ou indireta dos entes da
Federação consorciados, com dispensa de licitação.

III. Limites mais elevados para fins de escolha da modalidade de licitação.


IV. Poder de dispensar a licitação na celebração de contrato de programa com ente da
Federação ou com entidade de sua Administração indireta, para a prestação de serviços
públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou
em convênio de cooperação.
São privilégios dos consórcios públicos o que se afirma em

a) I e III, apenas.
b) I, II, III e IV.

c) II e IV, apenas.
d) II e III, apenas.

e) I e IV, apenas.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 96


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35 (2016/FCC/AL-MS/Direito) No que concerne à descentralização por serviços, também
denominada de descentralização funcional ou técnica, considere:
I. Cria-se pessoa jurídica de direito público ou privado e a ela atribui-se a titularidade e a
execução de determinado serviço público.

II. No Brasil, essa criação ou autorização de instituição somente pode dar-se por meio de lei
específica.

III. Corresponde, basicamente, às autarquias, mas abrange também as sociedades de


economia mista e as empresas públicas, dentre outras.

IV. Os consórcios públicos não prestam serviço público mediante descentralização.


Está correto o que se afirma APENAS em

a) III.
b) I e III.

c) I, II e III.

d) II e IV.

e) I e IV.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
36 (2016/FCC/SEGEP-MA/Tecnologia da Informação) São exemplos de autarquias:

a) Banco do Brasil S.A. e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil.

b) Caixa Econômica Federal e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

c) Petróleo Brasileiro S.A. e Instituto Nacional de Seguridade Social.

d) Casa da Moeda do Brasil e Serviço Federal de Processamento de Dados.


e) Instituto Nacional de Seguridade Social e Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
37 (2016/CESPE/TCE-PR/Auditor) Na organização administrativa do poder público, as
autarquias públicas são
a) entidades da administração indireta com personalidade jurídica, patrimônio e receita
próprios.

b) sociedades de economia mista criadas por lei para a exploração de atividade econômica.

c) organizações da sociedade civil constituídas com fins filantrópicos e sociais.

d) órgãos da administração direta e estão vinculadas a algum ministério.

e) organizações sociais sem fins lucrativos com atividades dirigidas ao ensino e à pesquisa
científica.

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38 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) As autarquias devem ser


criadas por

a) lei e com personalidade jurídica de direito público.


b) decreto pelo Ministério ou Secretaria ao qual estejam vinculadas e podem ter
personalidade jurídica de direito privado ou de direito público.

c) decreto quando tiverem personalidade jurídica de direito privado; e lei quando tiverem
personalidade jurídica de direito público.

d) lei e sua personalidade jurídica pode ser definida via decreto.


e) lei e podem atuar no mercado financeiro, uma vez que podem ter personalidade jurídica de
direito privado.

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39 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) São exemplos de
empresa pública e sociedade de economia mista, respectivamente:
a) Banco do Brasil S.A. e Caixa Econômica Federal.

b) Agência Nacional de Energia Elétrica e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.


c) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Caixa Econômica Federal.

d) Companhia Nacional de Abastecimento e Banco do Brasil S.A.


e) Banco do Brasil S.A. e Companhia Nacional de Abastecimento.

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40 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) São exemplos de órgãos


da Administração pública direta:

I. Partidos Políticos e Congresso Nacional.

II. Secretaria Estadual de Finanças e Secretaria Municipal de Planejamento.


III. Secretaria Estadual de Finanças e Partidos Políticos.

IV. Secretaria Municipal de Planejamento e Ministério do Turismo.


V. União e Instituto Nacional de Seguridade Social.

Está correto o que consta APENAS em


a) I e III.

b) II e III.

c) II e IV.

d) IV e V.

e) I e V.

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41 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Em relação à administração pública


direta e indireta, assinale a opção correta.

a) O vínculo entre o poder público e as organizações da sociedade civil de interesse público é


estabelecido mediante a celebração de contrato de gestão, no qual deverão estar previstos os
direitos e as obrigações dos pactuantes e destinado à formação de vínculo de cooperação
entre as partes para o fomento e a execução das atividades de interesse público.

b) Organizações sociais são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujas
atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à
proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
c) Os serviços sociais autônomos, que são instituídos pelo poder público por meio de lei,
integram a administração pública.
d) Não é obrigatória a participação de agentes do poder público no conselho de administração
das organizações sociais, exigindo-se, contudo, que seja formado por membros
representantes de entidades da sociedade civil e por membros com notória capacidade
profissional e reconhecida idoneidade moral, a serem eleitos pelos integrantes do conselho.
e) A qualificação das organizações sociais será concedida pelo Ministério da Justiça por meio
de ato vinculado.

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42 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Assinale a opção correta, a respeito das
autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas.
a) A extinção das empresas públicas e das sociedades de economia mista somente pode
ocorrer por meio de lei autorizadora.

b) Poderá o Estado instituir fundações públicas quando pretender intervir no domínio


econômico.

c) Cabe às autarquias a execução de serviços públicos de natureza social, de atividades


administrativas e de atividades de cunho econômico e mercantil.

d) As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as autarquias têm personalidade


jurídica de direito privado.

e) Tanto as sociedades de economia mista quanto as empresas públicas devem ter a forma
de sociedades anônimas.

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43 (2016/FCC/SEGEP-MA/Procurador do Estado) Uma empresa pública e uma


sociedade de economia mista, ambas dedicadas à atividade bancária e controladas pelo
mesmo ente político, decidem, por seus órgãos deliberativos competentes, promover
conjuntamente a criação de uma outra entidade, voltada a prestar serviços de tecnologia da
informação necessários à automação de suas respectivas atividades-fim. A previsão é de que
tal entidade contará com a participação de capital privado em sua composição acionária. Em
vista de tais características, é certo tratar-se de

a) parceria público-privada, na modalidade de concessão administrativa, em que as empresas


que promoveram a criação da nova entidade serão usuárias dos serviços por ela prestados.

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b) consórcio público, na modalidade de direito privado, sendo que será constituído por
contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções pelas
entidades partícipes.

c) sociedade em comandita por ações, sendo que as empresas estatais figurarão como sócios
comanditados e os eventuais acionistas privados serão os sócios comanditários.

d) agência executiva, visto que se trata de entidade com a finalidade específica de executar
tarefas de forma descentralizada.

e) sociedade subsidiária, sendo que sua criação depende de prévia autorização legislativa.

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44 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Advogado) Uma empresa pública pretende


ampliar seu quadro de servidores em razão de ter celebrado, recentemente, um novo
contrato para prestação dos serviços públicos que são seu escopo institucional. Considerando
que essa empresa foi contratada por dispensa de licitação por um ente público para a
prestação desses serviços,
a) a contratação de seus servidores também poderá ser feita com dispensa de licitação, de
forma que não será necessária a realização de concurso.
b) será necessária a realização de concurso público de provas e títulos, mas o regime jurídico
a que estarão sujeitos seus servidores não se altera, pois é definido pelos administradores da
mesma, mediante aprovação do Conselho de Administração.

c) a contratação de seus servidores ainda dependerá da realização de concurso público,


independentemente do regime jurídico que vierem a se submeter, celetistas ou estatutários,
na forma da lei.

d) os servidores que vierem a ser contratados se submeterão ao regime celetista e a prévio


concurso público, tendo em vista que a atividade desenvolvida pela empresa não interfere
nesse vínculo, podendo ser dispensados posteriormente por decisão motivada.

e) pode haver contratação de servidores vinculados ao contrato de prestação de serviços em


execução, remunerados diretamente pelas receitas oriundas desse instrumento, não gerando
vínculo funcional com a empresa estatal.

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45 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista – Administrador) Pessoa jurídica


de direito privado, constituída sob a forma da legislação brasileira, com parte do capital
pertencente a entes públicos, na condição de detentores do controle, prestadora de serviço
público, sujeita a regime licitatório para contratação das atividades meio, descreve uma

a) sociedade de economia mista.

b) autarquia.

c) fundação.
d) empresa pública.

e) autarquia especial.

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46 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com relação à organização


administrativa e às licitações, julgue o próximo item.

Em razão da complexidade das atividades incumbidas à administração pelas normas


constitucionais e infralegais, existem, nos estados, diversas secretarias de estado com
competências específicas, notadamente em função da matéria. Essa distribuição de
atribuições denomina-se descentralização administrativa.

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47 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) A respeito da
administração direta e indireta e da centralização e da descentralização administrativa, julgue
o item seguinte.

A descentralização administrativa pressupõe a transferência, pelo Estado, da execução de


atividades administrativas a determinada pessoa, sempre que o justificar o princípio da
eficiência.

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48 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) A respeito da
administração direta e indireta e da centralização e da descentralização administrativa, julgue
o item seguinte.

Compõem a administração indireta os órgãos públicos internos, as autarquias, as empresas


públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas.

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49 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) A respeito da


administração direta e indireta e da centralização e da descentralização administrativa, julgue
o item seguinte.

A centralização consiste na execução das tarefas administrativas pelo próprio Estado, por
meio de órgãos internos integrantes da administração direta.

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50 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) O Congresso Nacional


aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente da República que reduziu o
número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da
Previdência Social foram fundidos, tornando-se Ministério do Trabalho e Previdência Social. A
partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social
mencionada é exemplo de concentração administrativa.

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51 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Julgue o


próximo item, relativo à legislação administrativa.

Como é uma autarquia do tipo especial, a Agência de Regulação e Controle de Serviços


Públicos do Estado do Pará (ARCON–PA), criada por lei para fiscalizar e regular a prestação
dos serviços públicos concedidos, não possui autonomia financeira nem administrativa.

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52 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Julgue o


próximo item, relativo à legislação administrativa.
As empresas públicas, entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, cuja
criação é autorizada por lei, possuem patrimônio próprio e podem ser unipessoais ou
pluripessoais.

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53 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) A respeito da


administração direta, indireta e fundacional, julgue o item a seguir.

As autarquias e as empresas públicas integram a administração indireta e assemelham-se


quanto ao modo de criação e ao regime jurídico, pois a criação de ambas depende de
autorização legislativa e ambas se submetem tanto ao regime público como ao regime
privado.

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54 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) A respeito da


administração direta, indireta e fundacional, julgue o item a seguir.

Agências reguladoras federais, como a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Agência


Nacional de Vigilância Sanitária e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis, embora possuam características especiais conferidas pelas leis que as
criaram, são consideradas autarquias.

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55 (2016/FCC/PGE-MT/Procurador) O Estado X pretende criar estrutura administrativa
destinada a zelar pelo patrimônio ambiental estadual e atuar no exercício de fiscalização de
atividades potencialmente causadoras de dano ao meio ambiente. Sabe-se que tal estrutura
terá personalidade jurídica própria e será dirigida por um colegiado, com mandato fixo, sendo
que suas decisões de caráter técnico não estarão sujeitas à revisão de mérito pelas
autoridades da Administração Direta. Sabe-se também que os bens a ela pertencentes serão
considerados bens públicos. Considerando-se as características acima mencionadas,
pretende-se criar uma
a) agência reguladora, pessoa de direito público, cuja criação se dará diretamente por lei.

b) agência executiva, órgão diretamente vinculado ao Poder Executivo, cuja criação se dará
diretamente por lei.

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c) associação pública, pessoa de direito privado, cuja criação será autorizada por lei e se
efetivará com a inscrição de seus atos constitutivos no registro competente.

d) agência executiva, entidade autárquica de regime especial, estabelecido mediante


assinatura de contrato de gestão.
e) fundação pública, pessoa de direito privado, cuja criação será autorizada por lei e se
efetivará com a inscrição de seus atos constitutivos no registro competente.

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56 (2016/FCC/Copergás – PE/Auxiliar administrativo) Uma empresa pública federal


pretende constituir-se sob a forma de sociedade unipessoal. Outra empresa pública federal
pretende constituir-se sob a forma de empresa pública unipessoal. A propósito do tema, é
correto afirmar que

a) ambas são admitidas no âmbito federal e, apesar de distintas, nenhuma delas apresenta
Assembleia Geral.

b) não se admite, no âmbito federal, a criação de empresas públicas com formas inéditas
como as citadas no enunciado.

c) as formas de empresa pública citadas no enunciado são as mesmas, isto é, tratam-se de


empresas públicas idênticas.

d) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é
que na empresa pública unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na sociedade
unipessoal não.
e) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é
que na sociedade unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na empresa pública
unipessoal não.

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57 (2016/CESPE/PC-PE/Delegado de Polícia) Considerando os princípios e fundamentos


teóricos do direito administrativo, assinale a opção correta.
a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, se constituídas como pessoa
jurídica de direito privado, não integram a administração indireta.
b) Desconcentração é a distribuição de competências de uma pessoa física ou jurídica para
outra, ao passo que descentralização é a distribuição de competências dentro de uma mesma
pessoa jurídica, em razão da sua organização hierárquica.

c) Em decorrência do princípio da legalidade, é lícito que o poder público faça tudo o que não
estiver expressamente proibido pela lei.

d) A administração pública, em sentido estrito e subjetivo, compreende as pessoas jurídicas,


os órgãos e os agentes públicos que exerçam função administrativa.

e) No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, o


ingresso de ação judicial no Poder Judiciário para questionar ato do poder público é
condicionado ao prévio exaurimento da instância administrativa.

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58 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Com referência à administração


pública direta e indireta, assinale a opção correta.

a) Os serviços sociais autônomos, por possuírem personalidade jurídica de direito público, são
mantidos por dotações orçamentárias ou por contribuições parafiscais.

b) A fundação pública não tem capacidade de autoadministração.

c) Como pessoa jurídica de direito público, a autarquia realiza atividades típicas da


administração pública.

d) A sociedade de economia mista tem personalidade jurídica de direito público e destina-se à


exploração de atividade econômica.

e) A empresa pública tem personalidade jurídica de direito privado e controle acionário


majoritário da União ou outra entidade da administração indireta.

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59 (2016/CESPE/INSS/Analista do Seguro Social) Conforme o Decreto n.º 7.556/2011,


o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade promover o
reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência
social, assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.

Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e


indireta.

Os institutos da desconcentração e da descentralização, essenciais à organização e repartição


de competências da administração pública, podem ser exemplificados, respectivamente, pela
relação entre o MPS e a União e pela vinculação entre o INSS e o MPS.

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60 (2016/CESPE/INSS/Analista do Seguro Social) Conforme o Decreto n.º 7.556/2011,


o INSS é uma autarquia federal vinculada ao MPS e tem por finalidade promover o
reconhecimento de direito ao recebimento de benefícios administrados pela previdência
social, assegurando agilidade e comodidade aos seus usuários e ampliação do controle social.

Considerando essa informação, julgue o item seguinte, acerca da administração direta e


indireta.

O INSS integra a administração direta do governo federal, uma vez que esse instituto é uma
autarquia federal vinculada ao MPS.

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61 (2016/CESPE/Prefeitura de São Paulo – SP/Assistente de Gestão) No que se


refere à administração pública direta e indireta, assinale a opção correta.

a) As pessoas administrativas que formam a administração pública indireta são aquelas


dotadas de personalidade jurídica de direito público (como as autarquias e as fundações
públicas).

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b) Na esfera municipal, a administração direta é formada pelos órgãos que compõem a


prefeitura e a câmara municipal, além das fundações e das empresas públicas de âmbito
local.

c) A administração indireta compreende as pessoas administrativas que, vinculadas à


respectiva administração direta, desempenham atividades administrativas de forma
descentralizada.

d) Tanto a administração direta quanto a indireta são compostas por órgãos e por pessoas
jurídicas administrativas, com a diferença de que todas as que integram a administração
indireta estão submetidas a regime de direito privado.
e) O aspecto mais relevante que caracteriza a administração indireta é o fato de ela ser, ao
mesmo tempo, titular e executora de serviço público.

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62 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) Com base nas disposições constitucionais e no regime jurídico referentes à
administração indireta, assinale a opção correta.

a) Os conselhos profissionais são considerados autarquias profissionais ou corporativas.


b) Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a nomeação dos presidentes das entidades
da administração pública indireta independe de aprovação prévia do Senado Federal.
c) As sociedades de economia mista que exploram atividade econômica não estão sujeitas à
fiscalização do Tribunal de Contas da União.
d) O consórcio público integra a administração direta de todos os entes da Federação
consorciados, ainda que detenha personalidade jurídica de direito público.

e) Existe relação de hierarquia entre a autarquia e o ministério que a supervisiona.

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63 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) A autarquia
a) é pessoa jurídica de direito público.

b) inicia-se com a inscrição de seu ato constitutivo em registro público.


c) subordina-se ao ente estatal que a instituir

d) é uma entidade de competência política, desprovida de caráter administrativo.

e) integra a administração pública direta.

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64 (2016/CESPE/TJ-AM/Juiz de Direito) No que se refere às sociedades de economia


mista e às empresas públicas, assinale a opção correta.

a) A pessoa federativa a que estejam vinculadas as sociedades de economia mista possui


responsabilidade solidária quanto aos atos ilícitos praticados por agentes dessas sociedades.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 105


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b) A composição do capital das sociedades de economia mista é o resultado da conjugação de


recursos públicos e privados, sendo os recursos privados inadmitidos na composição do
capital das empresas públicas.

c) As empresas públicas assumem obrigatoriamente a forma de sociedades anônimas,


enquanto as sociedades de economia mista podem-se revestir de qualquer das formas
admitidas em direito.

d) O protesto apresentado por empresa pública federal em execução que tramite na justiça
estadual desloca a competência para a justiça federal.

e) A legislação relativa ao regime falimentar não se aplica às empresas públicas e às


sociedades de economia mista, assim como os regimes de execução e penhora.

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65 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Entidade administrativa, com


personalidade jurídica de direito público, destinada a supervisionar e fiscalizar o ensino
superior, criada mediante lei específica,
a) é regida, predominantemente, pelo regime jurídico de direito privado.

b) integra a administração direta.


c) possui autonomia e é titular de direitos e obrigações próprios.

d) tem natureza de empresa pública.


e) é exemplo de entidade resultante da desconcentração administrativa.

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66 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) O Tribunal Regional Eleitoral do


Piauí (TRE/PI), cuja sede se encontra na capital do estado, integra a administração

a) direta federal.

b) direta fundacional federal.


c) indireta estadual.

d) autárquica indireta federal.


e) indireta autárquica estadual.

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67 (2016/CESPE/TRE-PI/Analista Judiciário) A cidade de Parintins, no Amazonas,


detém a maior proporção do Brasil de funcionários públicos em relação ao total de
trabalhadores formais — lá são 3.971 servidores públicos, que correspondem a 62,71% desse
total, considerados apenas os estatutários. Internet: : <http://exame.abril.com.br > (com
adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e supondo que a notícia apresentada tenha sido
confirmada por diversos organismos renomados pelo elevado grau assertivo em suas
pesquisas e que a realidade apresentada permaneça até o presente, assinale a opção correta
acerca de aspectos diversos do direito administrativo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 106


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a) As contratações de agentes públicos para o exercício de cargo efetivo e permanente no


referido município devem ocorrer mediante concurso, cuja validade inicial pode ser de até
dois anos, prorrogável, uma vez, por igual período.

b) A existência do elevado número de servidores públicos é suficiente para concluir que o


chefe do Poder Executivo municipal, por utilizar a técnica administrativa da concentração,
agiu contrariamente ao princípio da eficiência, estando, pois, sujeito à ação de improbidade,
cuja prescrição ocorre no prazo de cinco anos, a contar da abertura do respectivo processo
administrativo disciplinar.

c) O mesário convocado para servir no dia das eleições é considerado servidor público
estatutário.

d) A administração pública, em sentido objetivo, compreende as pessoas jurídicas de direito


público e seus agentes.

e) Com base no entendimento do STF, é correto afirmar que o prefeito de Parintins pode
nomear sobrinha para ocupar cargo de confiança em órgão da administração, uma vez que a
vedação à nomeação de parentes alcança apenas aqueles em linha reta ou por afinidade.

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68 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação à administração
pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.
Em regra, as sociedades de economia mista devem realizar concurso público para contratar
empregados.
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69 (2016/CESPE/DPU/Agente Administrativo) A respeito da centralização,


descentralização, concentração e desconcentração e da organização administrativa da União,
julgue o item subsequente.

A desconcentração de serviços é caracterizada pelas situações em que o poder público cria,


por meio de lei, uma pessoa jurídica e a ela atribui a execução de determinado serviço.

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70 (2016/CESPE/DPU/Agente Administrativo) A respeito da centralização,


descentralização, concentração e desconcentração e da organização administrativa da União,
julgue o item subsequente.

Se determinada atribuição administrativa for outorgada a órgão público por meio de uma
composição hierárquica da mesma pessoa jurídica, em uma relação de coordenação e
subordinação entre os entes, esse fato corresponderá a uma centralização.

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71 (2016/CESPE/DPU/Agente Administrativo) Acerca da gestão de contratos, julgue o


item subsecutivo.

Órgãos e entidades públicos, tanto da administração direta quanto da indireta, podem


aumentar a sua autonomia gerencial, orçamentária e financeira mediante contratos firmados,
conforme previsão legal.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 107


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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72 (2016/CESPE/DPU/Analista Técnico – Administrativo) Uma autarquia federal,
desejando comprar um bem imóvel — não enquadrado nas hipóteses em que a licitação é
dispensada, dispensável ou inexigível — com valor de contratação estimado em R$
50.000,00, efetuou licitação na modalidade concorrência.

Considerando a situação descrita, julgue os itens a seguir, acerca da organização


administrativa da União, das licitações e contratos administrativos e do disposto na Lei n.º
8.112/1990.
É prerrogativa da referida autarquia, que certamente foi criada por meio de lei específica, a
impenhorabilidade dos seus bens.

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73 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação à administração
pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.
A criação de autarquia federal depende de edição de lei complementar.

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74 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) Em relação à administração


pública direta e indireta e às funções administrativas, julgue o item a seguir.

Cria-se empresa pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publicação de
lei ordinária específica.

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GABARITO:

1-B 2-C 3-E 4-E 5-D 6-C 7-B 8-A 9-C 10-D

11-D 12-C 13-C 14-C 15-E 16-C 17-C 18-E 19-E 20-C

21-C 22-E 23-E 24-C 25-E 26-A 27-C 28-A 29-E 30-E

31-A 32-E 33-C 34-B 35-C 36-E 37-A 38-A 39-D 40-C

41-B 42-A 43-E 44-D 45-A 46-E 47-C 48-E 49-C 50-C

51-E 52-C 53-E 54-C 55-A 56-E 57-D 58-C 59-C 60-E

61-C 62-A 63-A 64-B 65-C 66-A 67-A 68-C 69-E 70-E

71-C 72-C 73-E 74-E

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

PODERES ADMINISTRATIVOS

É o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes
administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins.

O fundamento para a existência dos Poderes Administrativos é o princípio da Supremacia do


Interesse Público sobre o Privado.

Os poderes administrativos são considerados poderes instrumentais, pois destinam-se a


instrumentalizar o administrador público para atingir a satisfação dos interesses públicos.

Diferem assim, dos poderes políticos (Executivo, Legislativo e Judiciário), que são
considerados poderes estruturais, pois formam a estrutura do Estado na constituição.

ABUSO DE PODER

É o exercício ilegítimo das prerrogativas conferidas pelo ordenamento jurídico à


administração pública.

EXCESSO DE PODER:
é quando o agente público extrapola na
competência. VÍCIO NA COMPETÊNCIA
ABUSO DE PODER
é o gênero que
possui duas
espécies DESVIO DE PODER OU FINALIDADE:
é quando o agente público é
competente, porém, busca finalidade
diversa da prevista em lei. VÍCIO NA
FINALIDADE

OBS: pode ocorrer abuso de poder tanto em atos comissivos como omissivos.
OBS: embora nem toda ilegalidade decorra de conduta abusiva, todo abuso de poder se
reveste de ilegalidade.
OBS: o maior exemplo em provas de concurso de desvio de finalidade é a remoção como
forma d
e punição.

OBS: os atos praticados com desvio de poder (finalidade) serão sempre nulos. Já os
atos praticados com excesso de poder podem ser convalidados, quando o vício de
competência for em relação à pessoa ou quando não se trate de competência exclusiva.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 109


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1 – PODER VINCULADO

É aquele em que o agente não tem liberdade de atuação, isto é, não admite juízo de
conveniência e oportunidade por parte do administrador público, pois a lei discrimina
todos os elementos necessários à sua prática.
Alguns autores entendem que o poder vinculado não constitui propriamente uma
prerrogativa, e sim um DEVER que obriga o administrador público a se conduzir
rigorosamente em conformidade com os parâmetros legais. Ex. aplicação de multa de
trânsito.

2 – PODER DISCRICIONÁRIO

É aquele que confere prerrogativa para a Administração praticar atos discricionários, ou


seja, atos cuja execução admitem certa margem de flexibilidade por parte dos agentes
públicos.

O juízo de conveniência e oportunidade constitui o denominado mérito administrativo, que


se concretiza nas hipóteses em que a própria norma legal estabelece.
O poder discricionário fundamenta não só a prática, mas também a revogação de atos
discricionários que a Administração Pública tenha praticado e que, num momento posterior,
passe a considerar inoportunos e inconvenientes.

CESPE/CNJ/2013 – O exercício do poder discricionário pode concretizar-se tanto no


momento em que o ato é praticado, bem como posteriormente, como no momento em que a
administração decide por sua revogação.
OBS: O controle judicial dos atos discricionários deve se concentrar nos aspectos vinculados
do ato (competência, finalidade e forma). O judiciário não pode aferir os critérios
administrativos (conveniência e oportunidade) firmados em conformidade com os parâmetros
legais.

OBS: os limites do poder discricionário, além da própria lei, são os princípios implícitos da
razoabilidade e da proporcionalidade. A extrapolação de qualquer um deles configura
arbitrariedade (atuação ilegal ou ilegítima).

3 – PODER HIERÁRQUICO
É aquele que permite ao superior hierárquico exercer determinadas prerrogativas sobre os
seus subordinados, especialmente as de dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar
sanções e avocar competências.

OBS: no âmbito dos poderes legislativo e judiciário haverá hierarquia, desde que no exercício
da função administrativa. Quando no exercício da função típica desses poderes, não haverá
hierarquia.

OBS: segundo a doutrina pátria dominante, a delegação e a avocação de competências


decorrem do poder hierárquico.
OBS: quanto à aplicação de sanções, registre-se que só decorrem do poder hierárquico as
sanções disciplinares, quais sejam, aquelas aplicadas aos servidores públicos que
cometam infrações funcionais. Assim, as sanções aplicadas a particulares não têm como
fundamento o poder hierárquico, afinal, não há hierarquia entre a Administração e os

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administrados. Tais sanções (aos particulares) decorrem do exercício do poder


disciplinar ou do poder de polícia, conforme o caso.

OBS: importante ressaltar que o poder hierárquico não depende de lei que
expressamente o preveja ou que estabeleça o momento do seu exercício ou os aspectos a
serem controlados. Ele é inerente à organização administrativa hierárquica, possuindo caráter
irrestrito, permanente e automático. Nesse aspecto, difere da tutela administrativa,
exercida pela administração direta sobre as entidades da administração indireta, que só pode
ser exercida nos termos e limites previstos em lei.

OBS: decorre do poder hierárquico a autotutela exercida pela administração pública sobre
seus próprios atos, que inclui a possibilidade de revisão e anulação dos mesmos.

BIZU

- deve haver relação de subordinação.


- sempre ocorre no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

- não há hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes, entre os poderes da


república e nem entre Administração e administrados.

- decorre do poder hierárquico: dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções,


delegar e avocar competências

- o controle hierárquico é irrestrito, permanente e automático.

- pode ocorrer de ofício ou por provocação.

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Um órgão e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua
competência a outros órgãos e agentes mesmo que estes não lhe sejam subordinados,
quando for conveniente e houver razões de índole técnica, jurídica, territorial, social ou
econômica. A delegação de competências é um ato discricionário.

A delegação de competências pode ser revogada a qualquer tempo e tanto a delegação


quanto a revogação devem ser publicadas no Diário Oficial.

Caso a delegação for para um subordinado, este deverá aceitá-la, caso a delegação for para
um não subordinado, este poderá rejeitá-la.

A competência é irrenunciável, sendo assim, mesmo havendo delegação, o delegante


continua competente em relação aos atos que delegou.

As decisões tomadas por delegação considerar-se-ão editadas pelo delegado, assim, caso o
delegado causar um dano, será ele o responsável.

Atos que não podem ser delegados:

- a edição de atos de caráter normativo


- a decisão de recursos administrativos

- os atos de competência exclusiva


- os atos políticos (só os atos administrativos são delegáveis)

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Avocação de competência:
Ocorre quando o superior chama para si competência de subordinado. Somente pode
ocorrer em caráter excepcional e com motivos devidamente justificados. A avocação
desonera o subordinado de toda responsabilidade pelo ato avocado pelo superior.

4 – PODER DISCIPLINAR

O poder disciplinar pode ser entendido como a possibilidade de a Administração aplicar


sanções àqueles que, submetidos à sua ordem administrativa interna, cometem infrações.

Punir infrações funcionais de seus


servidores (vínculo funcional com
a administração)
PODER
DISCIPLINAR Punir infrações administratrivas de
particulares com vínculo específico
com a administração. Ex. contrato

Detalhe a ser observado é que não são apenas os servidores públicos que se submetem ao
poder disciplinar da Administração. Determinados particulares também estão sujeitos. É o
caso, por exemplo, dos que firmam contratos com o Poder Público, que estarão sujeitos às
sanções disciplinares pelo vínculo estabelecido por meio do instrumento contratual. Claro que,
para tanto, as sanções devem estar previstas no contrato firmado, sobretudo especificando as
infrações puníveis.

O poder disciplinar é correlato com o poder hierárquico, mas com ele não se
confunde. No uso do poder hierárquico, a Administração Pública distribui e escalona as suas
funções executivas; já no uso do poder disciplinar ela controla o desempenho dessas funções
e a conduta interna de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas cometidas.
Note que, quando a Administração pune infrações funcionais de seus servidores, faz uso tanto
do poder disciplinar como do poder hierárquico. Ao contrário, quando pune infrações
administrativas cometidas por particulares, por exemplo, quando descumprem um contrato
administrativo firmado com o Poder Público, incide apenas o poder disciplinar, pois não existe
relação de hierarquia.

A doutrina enfatiza que o poder disciplinar da Administração Pública não se confunde com o
poder punitivo do Estado, o qual é exercido pelo Poder Judiciário com o objetivo de
reprimir crimes, contravenções e demais infrações de natureza cível e penal previstos em lei.

Com efeito, o poder punitivo do Estado incide sobre qualquer pessoa que pratique algum ato
infrator tipificado em lei, enquanto o poder disciplinar alcança somente pessoas que possuam
algum vínculo jurídico específico com a Administração Pública, seja vínculo funcional (ex:

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servidores e empregados públicos), seja contratual (ex: empresas particulares contratadas


pelo Poder Público ou que firmam convênios de repasse de recursos públicos).

BIZU:
- punir infrações funcionais a servidores
- punir particulares com vínculo específico com a administração
pública
- nos casos de sanções à servidores, o poder disciplinar
deriva do poder hierárquico
- poder disciplinar é diferente de poder punitivo do Estado.
- o dever de punir é VINCULADO, mas a gradação da punição, EM
REGRA, é discricionária.
- o ato de aplicação da punição deve ser sempre motivado.

5 – PODER REGULAMENTAR

Prerrogativa dada à Administração Pública, mais precisamente ao chefe do Executivo, de


editar atos gerais para detalhar, esmiuçar as leis e, por conseguinte, permitir sua efetiva
concretização.

De modo geral, não são instrumentos que devam trazer novidades para o Direito. No entanto,
alguns autores o consideram espécie do gênero poder normativo.

Possuem natureza derivada (atos secundários) uma vez que deverão estar adstritos aos
limites impostos pelas leis.

Sofre controle de legalidade a cargo do Poder Judiciário e controle político, exercido, na esfera
federal, exclusivamente pelo Congresso Nacional (sustação do ato).

OBS: O regulamento ou decreto regulamentar, na esfera federal, é o que está previsto no


art. 84, IV, CF/88.
OBS: Existe ainda o decreto autônomo (art. 84. VI, CF/88), que é editado pelo chefe do
poder executivo diretamente a partir do texto constitucional, sem base em uma lei, sem estar
regulamentando uma lei. É considerado ato primário, pois decorre diretamente da
constituição. Ele inova o direito, criando, por força própria, situações jurídicas, direitos e
obrigações.

6 – PODER DE POLÍCIA

É a faculdade colocada à disposição do Estado para condicionar, limitar e restringir o uso


de bens, atividades e direitos individuais, em benefício do coletivo e do próprio Estado.

A polícia administrativa atua de forma eminentemente preventiva, pois o ordenamento


prevê as limitações administrativas, por meio de diplomas limitadores e sancionadores da
conduta daqueles que utilizam bens ou exercem atividades que possam afetar a coletividade.
Em regra, a competência para exercer o poder de polícia é da entidade federativa à qual a
CF/88 conferiu o poder de regular a matéria.

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OBS: o exercício do poder de polícia reflete o sentido objetivo da administração pública,


o qual se refere à própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

PODER DE POLÍCIA ORIGINÁRIO E DELEGADO (OU OUTORGADO):

ORIGINÁRIO: exercido pelas pessoas políticas que integram o Estado (U, E, DF e M).

DELEGADO: exercido pelas pessoas administrativas do Estado, componentes da


Administração Indireta.

POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA

POLÍCIA ADMINISTRATIVA POLÍCIA JUDICIÁRIA

- incide nas infrações de natureza penal.


- incide nas infrações administrativas.
- incide diretamente sobre pessoas.
- exercida sobre atividades privadas, bens
- executada por corporações específicas
ou direitos.
como a polícia civil e a Polícia Federal. OBS:
- desempenhada por órgãos administrativos a polícia militar pode exercer tanto a
de caráter fiscalizador função de polícia administrativa como a
de polícia judiciária.

FASES OU CICLOS DO PODER DE POLÍCIA:

ORDEM DE POLÍCIA: é o preceito legal, a satisfação da reserva constitucional.

CONSENTIMENTO DE POLÍCIA: o ato administrativo de anuência (nem sempre será


necessário).

FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA: verificação do cumprimento das ordens de polícia ou para se


observarem abusos.

SANÇÃO DE POLÍCIA: submissão coercitiva do infrator a medidas inibidoras.


- multas administrativas

- interdição de estabelecimentos comerciais


- suspensão de exercícios de direitos

- demolição de construções irregulares

- embargo administrativo de obras


- destruição de gêneros alimentícios impróprios para o consumo

- apreensão de mercadorias irregularmente entradas no território nacional

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OBS: são delegáveis apenas os atos de consentimento e fiscalização de polícia

PRESCRIÇÃO DA AÇÃO PUNITIVA

A ação punitiva da Administração Pública Federal Direta e Indireta, no exercício do poder de


polícia, objetivando apurar infrações à legislação em vigor, prescreve em 5 anos, a contar
da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado (e não do conhecimento do fato).

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA

AUTOEXECUTORIEDADE: consiste na possibilidade de os atos decorrentes do exercício do


poder de polícia ser imediata e diretamente executados pela própria Administração,
independentemente de autorização ou intervenção por ordem judicial.
COERCIBILIDADE: em razão desse atributo, as medidas adotadas pela Administração no
exercício do poder de polícia podem ser impostas de maneira coativa aos administrados,
independentemente de prévia manifestação judicial.

DISCRICIONARIDADE: a Administração detém razoável liberdade de atuação no exercício


do poder de polícia. Dentro dos limites dados pela lei, poderá valorar critérios de conveniência
e oportunidade para a prática dos atos de polícia administrativa, determinando critérios para
definição, por exemplo, de quais atividades irá fiscalizar, bem como as sanções aplicáveis em
decorrência de certa infração, as quais devem estar previstas em lei.

Punir infrações funcionais de seus


servidores (vínculo funcional com a
administração)
PODER
DISCIPLINAR
Punir infrações administratrivas de
particulares com vínculo específico com a
SANÇÃO administração. Ex. contrato
ADMINISTRATIVA

Punir infrações administrativas de


PODER DE
particulares com vínculo geral com a
POLÍCIA
administração. Ex. multa de trânsito

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7 - QUESTÕES

01 (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB/Auditor de Controle Interno) No que se


refere às características do poder de polícia e ao regime jurídico dos agentes administrativos,
julgue o item que se segue.
As multas de trânsito, como expressão do exercício do poder de polícia, são dotadas de
autoexecutoriedade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

02 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Acerca do


direito administrativo, julgue o item que se segue.

O exercício do poder de polícia reflete o sentido objetivo da administração pública, o qual se


refere à própria atividade administrativa exercida pelo Estado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

03 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Com relação a


processo administrativo, poderes da administração e serviços públicos, julgue o item
subsecutivo.
O exercício do poder regulamentar é privativo do chefe do Poder Executivo da União, dos
estados, do DF e dos municípios.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
04 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Com relação a
processo administrativo, poderes da administração e serviços públicos, julgue o item
subsecutivo.

Situação hipotética: Um secretário municipal removeu determinado assessor em razão de


desentendimentos pessoais motivados por ideologia partidária.
Assertiva: Nessa situação, o secretário agiu com abuso de poder, na modalidade excesso de
poder, já que atos de remoção de servidor não podem ter caráter punitivo.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
05 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) Considerando que
os poderes administrativos são prerrogativas que se outorgam aos agentes do Estado com
vistas a viabilizar a consecução do interesse público, assinale a opção correta.

a) Abuso de poder e desvio de poder são espécies do gênero excesso de poder que, presentes
quando da prática de um ato administrativo, ensejam sua nulidade.

b) Os poderes administrativos são facultados ao administrador, que pode ou não lhes fazer
uso, conforme critério subjetivo e as peculiaridades do caso concreto.

c) O não exercício de poderes administrativos não resulta necessariamente em conduta


omissiva ilegal, sobretudo em hipóteses em que a reserva do possível justifique a
impossibilidade de um agir estatal.

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d) O agente público que, motivadamente, não necessitar dos poderes administrativos para o
desempenho de suas atribuições pode a eles renunciar.

e) Há desvio de poder sempre que o agente transcende os limites de sua competência.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

06 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) Determinada


agência reguladora, atuando em sua esfera de atribuições, editou ato normativo de apurada
complexidade técnica com vistas a elucidar conceitos legais e regular determinado segmento
de atividades consideradas estratégicas e de interesse público.
Nessa situação hipotética, a atuação da agência configurou exercício do poder

a) de polícia.
b) regulamentar.

c) discricionário.
d) disciplinar.

e) hierárquico.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
07 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O poder de polícia

a) é indelegável.
b) é delegável no âmbito da própria administração pública, em todas as suas dimensões, a
pessoas jurídicas de direito privado e, também, a particulares.
c) é suscetível de delegação no âmbito da própria administração pública, desde que o
delegatário não seja pessoa jurídica de direito privado.
d) pode ser delegado em sua dimensão fiscalizatória a pessoa jurídica de direito privado
integrante da administração pública.

e) pode ser delegado em suas dimensões legislativa e sancionadora a pessoa jurídica de


direito privado integrante da administração pública.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

08 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Assinale a opção


correta com relação ao poder hierárquico.

a) Decorre do poder hierárquico o poder de revisão, por superior, dos atos praticados por
subordinado.

b) A disciplina funcional guarda relação com o poder disciplinar, não se ligando ao poder
hierárquico.

c) A avocação é regra ampla e geral cuja difusão deve ser estimulada em prol da eficiência.
d) A hierarquia administrativa é restrita ao Poder Executivo.

e) Subordinação e vinculação, como decorrências do poder hierárquico, são institutos que se


confundem e que se caracterizam pelo controle que se dá no âmbito de um mesmo ente.

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---------------------------------------------------------------------------------------------------
09 (2018/CESPE/CGM de João Pessoa – PB/Auditor de Controle Interno) A respeito
da organização e dos poderes da administração pública, julgue o próximo item.
Define-se poder vinculado da administração pública como a faculdade do gestor público de
determinar condutas vinculadas à sua conveniência e oportunidade, observada a legalidade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

10 (2018/CESPE/PC-MA/Investigador de Polícia Civil) Em relação ao poder de polícia,


julgue os itens a seguir.

I O poder de polícia não tem relação com o direito do consumidor.


II O poder de polícia será sempre exercido em caráter vinculado, nos estritos termos da lei que
autoriza o seu exercício.
III A polícia judiciária é privativa de corporações especializadas — polícias civis e militares —,
enquanto a polícia administrativa se distribui entre diversos órgãos da administração.
Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo.


b) Apenas o item II está certo.

c) Apenas o item III está certo.


d) Apenas os itens I e II estão certos.

e) Apenas os itens II e III estão certos.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
11 (2018/CESPE/PC-MA/Escrivão de Polícia Civil) A administração pública detém
determinados poderes, a partir dos quais busca satisfazer o interesse público, que se sobrepõe
ao interesse privado. Nesse sentido, o poder de cada ente administrativo de apurar infrações e
aplicar penalidades a servidores públicos consiste no poder

a) disciplinar.
b) vinculado.

c) discricionário.
d) hierárquico.

e) regulamentar.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

12 (2017/CESPE/PC-GO/Delegado de Polícia) De acordo com a legislação e a doutrina


pertinentes, o poder de polícia administrativa
a) pode manifestar-se com a edição de atos normativos como decretos do chefe do Poder
Executivo para a fiel regulamentação de leis.

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b) é poder de natureza vinculada, uma vez que o administrador não pode valorar a
oportunidade e conveniência de sua prática, estabelecer o motivo e escolher seu conteúdo.

c) pode ser exercido por órgão que também exerça o poder de polícia judiciária.

d) é de natureza preventiva, não se prestando o seu exercício, portanto, à esfera repressiva.


e) é poder administrativo que consiste na possibilidade de a administração aplicar punições a
agentes públicos que cometam infrações funcionais.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

13 (2017/CESPE/PC-GO/Delegado de Polícia) A respeito dos poderes e deveres da


administração, assinale a opção correta, considerando o disposto na CF.

a) A lei não pode criar instrumentos de fiscalização das finanças públicas, pois tais
instrumentos são taxativamente listados na CF.

b) A eficiência, um dever administrativo, não guarda relação com a realização de supervisão


ministerial dos atos praticados por unidades da administração indireta.

c) O abuso de poder consiste em conduta ilegítima do agente público, caracterizada pela


atuação fora dos objetivos explícitos ou implícitos estabelecidos pela lei.

d) A capacidade de inovar a ordem jurídica e criar obrigações caracteriza o poder


regulamentar da administração.

e) As consequências da condenação pela prática de ato de improbidade administrativa


incluem a perda dos direitos políticos e a suspensão da função pública.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

14 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes


administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.

A avocação se verifica quando o superior chama para si a competência de um órgão ou


agente público que lhe seja subordinado. Esse movimento, que é excepcional e temporário,
decorre do poder administrativo hierárquico.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
15 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes
administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.

O poder de polícia administrativo é uma atividade que se manifesta por meio de atos
concretos em benefício do interesse público. Por conta disso, a administração pode delegar
esse poder a pessoas da iniciativa privada não integrantes da administração pública.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

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16 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes


administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.

A administração, ao editar atos normativos, como resoluções e portarias, que criam normas
estabelecedoras de limitações administrativas gerais, exerce o denominado poder
regulamentar.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

17 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Acerca de administração


pública, organização do Estado e agentes públicos, julgue o item a seguir.

O abuso de poder pelos agentes públicos pode ocorrer tanto nos atos comissivos quanto nos
omissivos.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

18 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Com relação aos poderes e atos


administrativos, julgue o próximo item.

A coercibilidade, uma característica do poder de polícia, evidencia-se no fato de a


administração não depender da intervenção de outro poder para torná-lo efetivo.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

19 (2017/CESPE/SEDF/Tecnologia da Informação) José, chefe do setor de recursos


humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras para a participação
de servidores em concurso de promoção.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

A edição do referido ato é exemplo de exercício do poder regulamentar.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

20 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores


públicos distritais), determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza –
CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de janeiro,
João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para Maurício,
teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez
no bimestre que João teve de se afastar do serviço por motivo de saúde.

Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue
o item a seguir.

A competência de Maurício para determinar que João participasse da reunião de trabalho


decorre do poder hierárquico.

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21 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) No que se refere aos poderes administrativos, aos


atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item seguinte.

O fato de a administração pública internamente aplicar uma sanção a um servidor público que
tenha praticado uma infração funcional caracteriza o exercício do poder de polícia
administrativo.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

22 (2017/CESPE/SEDF/Direito) Mauro editou portaria disciplinando regras de remoção no


serviço público que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competência para a edição do
referido ato normativo seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se
sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze
dias após a data da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética,

Mauro não agiu com abuso de poder.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

23 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) No que diz respeito aos


poderes e deveres dos administradores públicos, julgue o item que se segue.

Assim como o administrador de empresas privadas, o administrador público tem o poder de


agir, o que lhe faculta a escolha de agir ou não no exercício de sua função.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

24 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Administrador) Discricionariedade administrativa é o


dever-poder da Administração pública de, diante do caso concreto,

a) tomar duas ou mais decisões, sendo todas elas válidas perante o Direito.

b) decidir, com base em razões de conveniência e oportunidade, independentemente da lei.


c) decidir, conforme a vontade do agente público.

d) decidir, nos termos da Constituição Federal.


e) decidir, conforme as melhores razões de Estado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

25 (2016/FCC/PGE-MT/Técnico Administrativo) Os poderes hierárquicos do Chefe do


Poder Executivo compreendem a possibilidade de

a) dar ordens aos gestores que lhe estejam hierarquicamente subordinados, desde que
compatíveis com o Direito.

b) dar ordens aos gestores públicos, inclusive àqueles que pertençam à Administração pública
indireta.

c) avocar competências de seus subordinados, a exemplo, invariavelmente, das de caráter


normativo.

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d) dar ordens aos gestores que lhe estejam hierarquicamente subordinados, ainda que
contrárias ao Direito.

e) demitir, a seu exclusivo critério, gestores que lhe sejam subordinados, inclusive os
estáveis.

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26 (2018/CESPE/PC-MA/Delegado de Polícia) Com relação aos poderes administrativos,


a prerrogativa da administração pública de editar atos normativos para ordenar a atuação de
órgãos subordinados decorre do exercício do poder
a) discricionário.

b) disciplinar.
c) de polícia.

d) regulamentar.
e) hierárquico.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

27 (2018/CESPE/STM/Analista Judiciário - Área Judiciária) Considerando a doutrina


majoritária, julgue o próximo item, referente ao poder administrativo, à organização
administrativa federal e aos princípios básicos da administração pública.
No exercício do poder regulamentar, o Poder Executivo pode editar regulamentos autônomos
de organização administrativa, desde que esses não impliquem aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos.

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28 (2018/CESPE/STM/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos poderes


administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item
subsequente.

Embora o poder de polícia da administração seja coercitivo, o uso da força para o cumprimento
de seus atos demanda decisão judicial.

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29 (2016/CESPE/PC-GO/Agente de Polícia) Com relação aos poderes administrativos e


ao uso e abuso desses poderes, assinale a opção correta.

a) O poder de polícia refere-se às relações jurídicas especiais, decorrentes de vínculos


jurídicos específicos existentes entre o Estado e o particular.

b) O poder disciplinar, mediante o qual a administração pública está autorizada a apurar e


aplicar penalidades, alcança tão somente os servidores que compõem o seu quadro de
pessoal.
c) A invalidação, por motivos de ilegalidade, de conduta abusiva praticada por
administradores públicos ocorre no âmbito judicial, mas não na esfera administrativa.

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d) Poder regulamentar é a competência atribuída às entidades administrativas para a edição


de normas técnicas de caráter normativo, executivo e judicante.

e) Insere-se no âmbito do poder hierárquico a prerrogativa que os agentes públicos possuem


de rever os atos praticados pelos subordinados para anulá-los, quando estes forem
considerados ilegais, ou revogá-los por conveniência e oportunidade, nos termos da legislação
respectiva.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

30 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) A Administração pública, após regular processo


administrativo, penalizou servidor seu lotado junto à Secretaria dos Transportes, por ter
deixado de praticar ato de sua competência, sem justificativa juridicamente aceitável. A
hipótese trata do exercício do poder

a) de polícia administrativa, fundamentado na hierarquia e na sujeição geral que liga os


servidores à Administração contratante.

b) disciplinar, que encontra fundamento de validade na lei e é decorrência do princípio


hierárquico.

c) poder regulamentar, uma vez que a punição se caracteriza como ato geral e abstrato,
exceto no que concerne ao interessado sancionado.

d) de polícia, que encontra fundamento na lei e no princípio da supremacia do interesse


público sobre o privado.

e) disciplinar, que não decorre da hierarquia, mas do fato de o particular estar sujeito à
disciplina administrativa.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

31 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) A vigilância sanitária, após inspeção realizada em


estabelecimento comercial especializado no fornecimento de refeições, em razão das
péssimas condições de higiene e do desrespeito às posturas municipais, que colocavam em
risco iminente os frequentadores do local, interditou o local. No caso, a Administração
a) exerceu irregularmente o denominado poder de polícia, porquanto não recorreu
previamente ao judiciário tampouco possibilitou a prévia defesa do particular.
b) agiu arbitrariamente, porquanto mesmo frente ao perigo iminente, ante o princípio da livre
iniciativa, tinha a obrigação de conferir ao particular o prévio exercício do direto de defesa em
procedimento específico.

c) exerceu regularmente o poder de polícia, em especial considerando cuidar-se de medida de


urgência, que dispensa o exercício prévio do direito de defesa.

d) agiu dentro da lei, exercendo o poder normativo exteriorizado pela cassação do alvará de
funcionamento do estabelecimento comercial.

e) exerceu irregularmente o poder de polícia, porquanto este se caracteriza por ser uma
atividade negativa, o que implica reconhecer que era vedado, na hipótese, o exercício de
atividade material pela Administração.

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32 (2018/CESPE/STM/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos poderes


administrativos, de licitações e contratos e do processo administrativo, julgue o item
subsequente.

Por ser vinculado, o poder disciplinar da administração determina que seja aplicada pena de
demissão ao servidor que praticar falta grave.

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33 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Assinale a opção correta, acerca dos


poderes da administração pública.
a) O poder regulamentar consiste na prerrogativa conferida à administração pública para
alterar a legislação vigente sempre que o interesse público assim o exigir.
b) O poder-dever da administração pública de punir as faltas cometidas por servidores
públicos é imprescritível e demanda prévia apuração em processo administrativo em que
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.

c) Em razão do poder-dever de agir do administrador público, toda omissão da administração


pública é ilegal.

d) Configura-se excesso de poder no caso em que o agente, embora no âmbito da sua


competência, não considera o interesse público, que deve nortear a atuação administrativa.

e) Embora nem toda ilegalidade decorra de conduta abusiva, todo abuso de poder se reveste
de ilegalidade.

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34 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) O poder de polícia


caracteriza-se como atividade da Administração pública que impõe limites ao exercício de
direitos e liberdades, tendo em vista finalidades de interesse público. Considere os atos ou
contratos administrativos a seguir:

I. concessão de serviços públicos.

II. autorização para vendas de material de fogos de artifícios.


III. permissão de serviços públicos.

IV. concessão de licença ambiental para construção.


Caracterizam-se como manifestação do poder de polícia APENAS os constantes em

a) I e II.

b) II e III.

c) III e IV.

d) II e IV.

e) I e III.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

35 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) O processo disciplinar é


derivado dos poderes:

a) hierárquico e disciplinar.

b) regulamentar e de polícia.
c) disciplinar e de polícia.

d) de polícia e hierárquico.

e) hierárquico e regulamentar.

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36 (2018/CESPE/STM/Analista Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos
poderes administrativos, da contratação com a administração pública e do processo
administrativo — Lei n.º 9.784/1999 —, julgue o item seguinte.

A contratação de prestação de serviços de manutenção predial está dentro da esfera do poder


discricionário da administração.

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37 (2018/CESPE/STJ/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Acerca dos poderes da


administração pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

Em razão da discricionariedade do poder hierárquico, não são considerados abuso de poder


eventuais excessos que o agente público, em exercício, sem dolo, venha a cometer.

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38 (2018/CESPE/STJ/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Acerca dos poderes da


administração pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

O poder disciplinar, decorrente da hierarquia, tem sua discricionariedade limitada, tendo em


vista que a administração pública se vincula ao dever de punir.

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39 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista – Administrador) Os poderes da
Administração pública lhe foram atribuídos para possibilitar o exercício de suas funções, que
sempre devem ser norteadas em benefício da coletividade. Conferem, portanto, prerrogativas
à Administração pública, que não são ilimitadas. É exemplo disso

a) o poder normativo conferido à Administração, por meio da edição de decreto autônomo,


que somente pode ter lugar sempre que houver lacunas ou ausência de lei.

b) o poder hierárquico, que atribui dever de subordinação dos servidores aos seus superiores,
cabendo a estes a apuração de infrações e aplicação de penalidades disciplinares.
c) o exercício do poder disciplinar, que se estende aos particulares e empresas contratados
pelo poder público para prestação de serviços em repartições públicas.
d) o exercício do poder de polícia, que pode limitar os direitos individuais com algum grau de
discricionariedade, mas sempre deve ter previsão legal.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 125


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

e) o exercício do poder normativo-disciplinar, que se exterioriza na edição de normas de


conduta disciplinar, com elenco de infrações e sanções.

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40 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação
à improbidade administrativa, julgue o próximo item.

O abuso de poder é considerado crime de administração pública e é julgado na esfera cível.

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41 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos agentes públicos
e dos poderes da administração pública, julgue o item que se segue.
Quando um servidor detentor de cargo de chefia assina expediente em concordância com o
conteúdo de ato elaborado por servidor subordinado, está caracterizada uma expressão do
poder hierárquico.

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42 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos poderes da


administração pública e dos serviços públicos, julgue o item que se segue.

A prerrogativa da administração de impor sanções a seus servidores, independentemente de


decisão judicial, decorre imediatamente do poder disciplinar e mediatamente do poder
hierárquico.

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43 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item


subsequente, acerca dos atos e dos poderes administrativos.

A discricionariedade administrativa fundamenta-se, entre outros elementos, na incapacidade


da lei de prever todas as situações possíveis e regular minuciosamente a maneira de agir do
agente público diante de cada uma delas. Assim, confere-se ao agente a prerrogativa de
eleger, entre as condutas viáveis, a que se apresentar mais conveniente e oportuna à luz do
interesse público.

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44 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item


subsequente, acerca dos atos e dos poderes administrativos.

Os atos decorrentes do poder regulamentar têm natureza originária e visam ao


preenchimento de lacunas legais e à complementação da lei.

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45 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) O Congresso Nacional
aprovou uma reforma administrativa proposta pelo presidente da República que reduziu o

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

número de ministérios. Nesse contexto, o Ministério do Trabalho e Emprego e o Ministério da


Previdência Social foram fundidos, tornando-se Ministério do Trabalho e Previdência Social. A
partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir.

A referida reforma administrativa poderia ter se materializado com a edição de decreto


autônomo, em decorrência do poder regulamentar do presidente da República.

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46 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Com base no


disposto nas súmulas do Supremo Tribunal Federal relativas a direito administrativo, julgue o
item subsequente.

Insere-se na esfera de poder discricionário da administração pública a decisão de incluir o


exame psicotécnico como fase de concurso para provimento de cargos públicos, o que pode
ser feito mediante previsão em edital.

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47 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Acerca dos servidores
públicos, dos poderes da administração pública e do regime jurídico-administrativo, julgue o
item que se segue.

Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu notificação na qual


constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente realizada na calçada do
referido estabelecimento, para a colocação de mesas, teria de ser demolida.
Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem cumprimento da ordem, a administração
poderá promover a demolição sob o manto da autoexecutoriedade dos atos administrativos e
do poder de polícia.

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48 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos


poderes administrativos, julgue o item que se segue.
O abuso de poder pode ocorrer tanto na forma comissiva quanto na omissiva, uma vez que,
em ambas as hipóteses, é possível afrontar a lei e causar lesão a direito individual do
administrado.

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49 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos


poderes administrativos, julgue o item que se segue.

Não configurará excesso de poder a atuação do servidor público fora da competência


legalmente estabelecida quando houver relevante interesse social.

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50 (2016/CESPE/TCE-SC/Auditor) Com base na doutrina e nas normas de direito


administrativo, julgue o item que se segue.

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Situação hipotética: Diante da ausência de Maria, servidora pública ocupante de cargo de


nível superior, João, servidor público ocupante de cargo de nível médio, recém-formado em
Economia, elaborou determinado expediente de competência exclusiva do cargo de nível
superior ocupado por Maria. Assertiva: Nessa situação, o servidor agiu com abuso de poder
na modalidade excesso de poder.

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51 (2016/CESPE/TCE-SC/Auditor de Controle Externo – Direito) Julgue o próximo


item, a respeito de atos administrativos e poderes administrativos.
O abuso de poder administrativo pode assumir tanto a forma comissiva quanto omissiva.

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52 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos


poderes administrativos, julgue o item que se segue.

A aplicação da penalidade de multa a empresa privada, no contexto de contrato administrativo


celebrado por inexigibilidade de licitação, tem fundamento no poder disciplinar da
administração pública.

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53 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Assinale a opção correta, a respeito dos poderes da administração.
a) A autoexecutoriedade inclui-se entre os poderes da administração

b) A existência de níveis de subordinação entre órgãos e agentes públicos é expressão do


poder discricionário

c) Poder disciplinar da administração pública e poder punitivo do Estado referem-se à


repressão de crimes e contravenções tipificados nas leis penais.
d) O poder regulamentar refere-se às competências do chefe do Poder Executivo para editar
atos administrativos normativos.
e) O poder de polícia não se inclui entre as atividades estatais administrativas.

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54 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) A respeito do poder de polícia, assinale a opção correta.

a) A competência, a finalidade, a forma, a proporcionalidade e a legalidade dos meios


empregados pela administração são atributos do poder de polícia.

b) O poder de polícia, quanto aos fins, pode ser exercido para atender a interesse público ou
particular.

c) O exercício do poder de polícia pode ser delegado a entidades privadas.


d) A atuação do poder de polícia restringe-se aos atos repressivos

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

e) Prescreve em cinco anos a pretensão punitiva da administração pública federal, direta e


indireta, no exercício do poder de polícia.

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55 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos
poderes administrativos, julgue o item que se segue.

A legislação autoriza a avocação de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior,


desde que tal avocação seja excepcional, temporária e esteja fundada em motivos relevantes
devidamente justificados.

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56 (2018/CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos
poderes administrativos, julgue o item que se segue.
O poder de polícia consiste na atividade da administração pública de limitar ou condicionar, por
meio de atos normativos ou concretos, a liberdade e a propriedade dos indivíduos conforme o
interesse público.

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57 (2018/FCC/SEGEP-MA/Agente Estadual Agropecuário) Considere que determinada


autoridade pública, no exercício regular de sua função e nos limites de suas atribuições, tenha
interditado um estabelecimento comercial em função de risco sanitário decorrente de grande
quantidade de entulho e lixo em suas dependências. Tal ato

a) corresponde ao princípio da legalidade, exercido in concreto.

b) decorre do poder moderador, devendo ser exercido nos limites da competência da


autoridade.

c) se insere no poder normativo próprio da Administração, dotado de coercibilidade.


d) é expressão do poder hierárquico, que encontra fundamento no interesse da coletividade.

e) constitui expressão do poder de polícia, dotado de autoexecutoriedade.

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58 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Considere:

I. A Administração pública não pode, no exercício do poder de polícia, utilizar-se de meios


diretos de coação, sob pena de afronta ao princípio da proporcionalidade.

II. O objeto da medida de polícia, isto é, o meio de ação, sofre limitações, mesmo quando a
lei lhe dá várias alternativas possíveis.
III. A impossibilidade de licenciamento de veículo enquanto não pagas as multas de trânsito
corresponde a exemplo da utilização de meios indiretos de coação, absolutamente válido no
exercício do poder de polícia.

Está correto o que consta em

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 129


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a) I, II e III.

b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.

d) I, apenas.
e) II, apenas.

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59 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Determinada autoridade sanitária,


após apuração da infração, em processo administrativo próprio, aplicou a determinada
farmácia a pena de apreensão e inutilização de medicamentos que haviam sido colocados à
venda, sem licença do órgão sanitário competente, por violação do disposto nas normas
legais e regulamentares pertinentes.

Nessa situação hipotética, a autoridade sanitária exerceu o poder


a) hierárquico, em sua acepção de fiscalização de atividades.

b) hierárquico, em sua acepção de imposição de ordens.

c) disciplinar, em razão de ter apurado infração e aplicado penalidade.

d) regulamentar, em razão de ter constatado violação das normas regulamentares


pertinentes.

e) de polícia, em razão de ter limitado o exercício de direito individual em benefício do


interesse público.

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60 (2016/CESPE/TRE-PI/Analista Judiciário) Determinado agente público, valendo-se


de sua função e no exercício do poder de polícia, aplicou multa manifestamente descabida a
um desafeto pessoal.

Nessa situação, o ato administrativo


a) funda-se em discricionariedade administrativa, razão por que somente está sujeito a
controle pela via administrativa, restando a via judicial como alternativa subsidiária.
b) é passível de convalidação, se evidenciada a existência de razão justificadora da sanção.

c) atenta contra a moralidade administrativa, se conhecidos os verdadeiros motivos


subjacentes à sua prática.

d) foi praticado com excesso de poder.

e) dispensa motivação expressa, o que dificulta seu controle.

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61 (2016/CESPE/DPU/Nível Superior) Tendo como referência as normas do direito


administrativo, julgue o próximo item.

Constitui manifestação do poder disciplinar da administração pública a aplicação de sanção a


sociedade empresarial no âmbito de contrato administrativo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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62 (2016/CESPE/DPU/Nível Superior) Tendo como referência as normas do direito
administrativo, julgue o próximo item.
A interdição de restaurante por autoridade administrativa de vigilância sanitária constitui
exemplo de manifestação do exercício do poder de polícia.

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63 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) No que se refere aos


poderes da administração pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.

Configura-se desvio de poder ou de finalidade quando o agente atua fora dos limites de suas
atribuições, ou seja, no caso de realizar ato administrativo não incluído no âmbito de sua
competência.

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64 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) No que se refere aos
poderes da administração pública e aos serviços públicos, julgue o item subsecutivo.
O poder de polícia, decorrente da supremacia geral do interesse público, permite que a
administração pública condicione ou restrinja o exercício de atividades, o uso e gozo de bens
e direitos pelos particulares, em nome do interesse público.

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65 (2018/CESPE/EBSERH/Advogado) Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da


administração pública.

No exercício do poder regulamentar, a administração pública não poderá contrariar a lei.

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66 (2018/CESPE/EBSERH/Advogado) Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da


administração pública.

A coercibilidade é um atributo que torna obrigatório o ato praticado no exercício do poder de


polícia, independentemente da vontade do administrado.

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67 (2018/CESPE/TCM-BA/Auditor) Assinale a opção que apresenta o poder da


administração pública que limita o exercício dos direitos individuais em benefício do interesse
público.
a) poder hierárquico

b) poder de disciplinar
c) poder de polícia

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) poder regulamentar

e) poder discricionário

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68 (2018/FCC/SEGEP-MA/Agente Estadual Agropecuário) Entre os poderes
administrativos, pode-se citar o poder regulamentar, que apresenta, como sua principal
expressão,

a) a concessão de autorizações e licenças a cidadãos para o desempenho de atividades de


interesse público.
b) a possibilidade de disciplinar, de forma autônoma por ato do Executivo, o regime jurídico de
seus servidores.
c) a prática de atos materiais de organização do trabalho dos órgãos e entidades da
Administração pública, como distribuição de tarefas entre os servidores.
d) a edição de decretos, no exercício de competência privativa do Chefe do Poder Executivo,
para fiel execução de lei em vigor.
e) a disciplina relativa à prestação de serviços públicos por concessionárias e permissionárias,
visando à sua regularidade e modicidade tarifária.

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69 (2018/CESPE/STJ/Técnico Judiciário) Julgue o item a seguir, relativos aos poderes da
administração pública.
O desvio de poder ocorre quando o ato é realizado por agente público sem competência para a
sua prática.

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70 (2018/CESPE/STJ/Técnico Judiciário) Julgue o item a seguir, relativos aos poderes da


administração pública.

O poder regulamentar permite que a administração pública complemente as lacunas legais


intencionalmente deixadas pelo legislador.

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GABARITO

1-E 2-C 3-C 4-E 5-C 6-B 7-D 8-A 9-E 10-C

11-A 12-C 13-C 14-C 15-E 16-E 17-C 18-E 19-C 20-C

21-E 22-E 23-E 24-A 25-A 26-E 27-C 28-E 29-E 30-B

31-C 32-E 33-E 34-D 35-A 36-C 37-E 38-C 39-D 40-E

41-C 42-C 43-C 44-E 45-E 46-E 47-C 48-C 49-E 50-C

51-C 52-E 53-D 54-E 55-C 56-C 57-E 58-B 59-E 60-C

61-C 62-C 63-E 64-C 65-C 66-C 67-C 68-D 69-E 70-C

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ATOS ADMINISTRATIVOS

Ato administrativo é uma espécie de ato jurídico de direito público, ou seja, suas
características distinguem-no do ato jurídico de direito privado. Ex. atributos dos atos
administrativos
Segundo Di Pietro, é uma declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de Direito
Público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.

DECLARAÇÃO UNILATERAL

EXERCÍCIO DA FUNÇÃO ADMINISTRATIVA

REALIZADO POR AGENTE PÚBLICO OU


PARTICULARES EM COLABORAÇÃO
ATO ADMINISTRATIVO

REGIDO PELO DIREITO PÚBLICO

PRODUZ EFEITOS JURÍDICOS IMEDIATOS

SUJEITO AO CONTROLE JUDICIAL

1 ATOS DA ADMINISTRAÇÃO

São todos os atos editados pela Administração Pública, independentemente se forem regidos
predominantemente pelo direito privado ou pelo direito público. Podemos dizer que os atos da
administração incluem os atos administrativos (regidos pelo direito público).

São espécies de atos da administração:


a) atos de direito privado (a exemplo de uma doação ou locação)

b) atos materiais (atos que envolvem apenas a execução de uma atividade – demolição)
c) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor (atestados e certidões)

d) atos políticos

e) atos normativos

f) atos administrativos propriamente ditos

1.1 FATOS DA ADMINISTRAÇÃO E FATOS ADMINISTRATIVOS


Podemos afirmar que FATO é um acontecimento. Alguns fatos, inclusive, podem acontecer
independentemente da vontade da administração.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 134


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Fatos da Administração são os acontecimentos no âmbito da administração pública e que


não possuem repercussão no Direito Administrativo. Ex. café derramado na toalha pelo
servidor (não há efeito jurídico nesse acontecimento, basta a toalha ser limpa novamente).

Fatos Administrativos são os acontecimentos no âmbito da administração pública e que


possuem repercussão no Direito Administrativo. Ex. se o mesmo café derramado na toalha
danificar a referida toalha, causando um prejuízo de trinta reais, o servidor terá que indenizar
a administração pública nesse valor.

OBS: também serão considerados fatos administrativos qualquer realização material


decorrente da função administrativa (atos materiais). Ex. construção de uma estrada,
limpeza de ruas, interdição de estabelecimento. Normalmente os atos materiais são
decorrentes de um ato administrativo.
OBS: a OMISSÃO da administração pública é considerada um fato administrativo, quando
esse silêncio produzir efeitos jurídicos. Ex: a decadência do direito de a administração anular
um ato administrativo.

OBS: por fim, os eventos naturais e que produzam efeitos jurídicos no âmbito da
administração, também serão considerados fatos administrativos. Ex. morte de um servidor,
nascimento de filho de servidora, raio que incendiou a repartição pública.

ELEMENTOS (Co Fi Fo Mo Ob) e ATRIBUTOS (PATI) do ato administrativo

ELEMENTOS: partes do ato ATRIBUTOS: características do ato

Presunção de legitimidade: conformidade


COmpetência: poder atribuído do ato com a ordem jurídica e veracidade
FInalidade: interesse público (resultado dos fatos (sempre existe).

mediato) Autoexecutoriedade: permite que a


Administração atue independente de
FOrma: como o ato vem ao mundo autorização judicial.
Motivo: pressupostos de fato e de direito Tipicidade: vem sempre definido em lei.
Objeto: conteúdo (resultado imediato) Imperatividade: faz com que o destinatário
deva obediência ao ato, independente de
concordância.

2 ELEMENTOS OU REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO

2.1 COMPETÊNCIA

A competência ou o sujeito do ato administrativo é o poder legal conferido ao agente público


para o desempenho das atribuições do seu cargo.
O elemento competência sempre será vinculado.

Caso o agente público atue fora dos limites da sua competência, temos presente o abuso de
poder, na modalidade excesso de poder.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 135


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Nem sempre o ato com vício de competência deve, obrigatoriamente, ser anulado. Exceto
quanto tratar-se de competência exclusiva ou competência em razão da matéria, o ato
poderá ser CONVALIDADO.

CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA:

1 – é irrenunciável – como é prevista em lei, é de exercício obrigatório pelo agente público.

2 – é inderrogável – a competência não se transfere por acordo ou vontade das partes.

3 – é improrrogável – significa que a inércia das partes em não alegar a incompetência de


determinado sujeito não o torna competente. Ex. multa de trânsito expedida por autoridade
incompetente.

4 – é intransferível – a titularidade sempre permanece a mesma, na delegação ou


avocação, o que se transfere temporariamente é o exercício da competência.

5 – é imprescritível – o exercício da competência não prescreve com o lapso temporal.

DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
Os artigos 11 ao 14, da lei 9.784/99, trazem algumas condições e características acerca da
delegação de competência:
- a regra geral é a possibilidade de delegação de competência, a qual somente não é
admitida se houver impedimento legal;
- a delegação pode ser feita para órgãos ou agentes subordinados, mas ela também é
possível mesmo que não exista subordinação hierárquica;
- a delegação deve ser de apenas parte da competência do órgão ou agente, não de todas as
suas atribuições;

- a delegação será sempre por prazo determinado;

- o ato de delegação é um ato discricionário e é revogável a qualquer tempo pelo


delegante;
- o ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial;

- o ato praticado por delegação deve mencionar expressamente esse fato e é considerado
adotado pelo delegado, ou seja, a responsabilidade recai sobre ele.

Atos que não podem ser delegados (art. 13 da Lei 9.784/99):

1- A edição de atos de caráter normativo


2- A decisão de recursos administrativos
3- As matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA
É o ato em que o superior hierárquico traz para si o exercício temporário de determinada
competência atribuída por lei a subordinado.
OBS: não é possível a avocação de competência quando se tratar de competência
exclusiva do subordinado.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 136


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2.2 FINALIDADE
A finalidade é requisito essencial de validade dos atos administrativos, que constitui o
seu necessário direcionamento a um fim de interesse público, indicado expressa ou
implicitamente na norma legal, embasadora de sua realização.

A finalidade sempre é elemento VINCULADO.

Decorre do princípio da IMPESSOALIDADE.

A finalidade é o efeito jurídico mediato (secundário) que o ato administrativo produz. O


efeito jurídico imediato que o ato produz é o objeto (conteúdo) do ato.
A finalidade do ato administrativo deve ser atingida tanto em sentido amplo (interesse
público) como em sentido estrito (finalidade específica, prevista em lei) para que
seja considerado válido.

O desatendimento a qualquer das finalidades de um ato administrativo – geral ou específica –


configura vício insanável, devendo o ato ser anulado. Lembre-se que o gênero abuso de
poder se subdivide em duas espécies: excesso de poder (vício na competência) e desvio de
poder (vício na finalidade ampla ou estrita de qualquer ato administrativo).

2.3 FORMA

A forma é o modo de exteriorização dos atos administrativos. Via de regra, os atos


administrativos exigem a forma escrita, porém, existem atos administrativos não escritos:
ordens verbais, gestos, apitos, sinais luminosos, etc.
Atualmente, regra geral, a forma é elemento VINCULADO dos atos administrativos.

Via de regra, o vício de forma pode ser convalidado. No entanto, sempre que a lei
expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado
válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato.

OBS: a motivação – declaração escrita dos motivos que ensejaram a prática do ato –
integra o elemento forma do ato administrativo. A ausência de motivação, quando
obrigatória, acarreta a nulidade do ato, por vício de forma.

2.4 MOTIVO
O motivo é o pressuposto de fato e de direito que determina a prática do ato. É a causa
imediata do ato administrativo. Ex. a lei diz que o servidor tem direito a 5 dias de licença
paternidade. Se um servidor requerer a licença e provar o nascimento do filho (pressuposto
de fato), a administração, verificando que a situação fática se encaixa na hipótese prevista na
lei (pressuposto de direito), pratica o ato.

O motivo pode ser VINCULADO ou DISCRICIONÁRIO.


Quando o motivo é INEXISTENTE ou ILEGÍTIMO, o vício é insanável e o ato deve ser
ANULADO.

MOTIVAÇÃO

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 137


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Motivo e motivação são coisas diferentes. A motivação é a declaração por escrito do


motivo que determinou a prática do ato. Todos os atos possuem motivo, porém, alguns
atos o motivo não precisa ser declarado. A motivação deve ser prévia ou concomitante à
edição do ato.
A motivação é obrigatória nos atos vinculados e sua exigência é a regra nos atos
discricionários (Di Pietro). Exemplo de motivação discricionária mais cobrada em provas é a
nomeação e exoneração ad nutum de servidor para cargo em comissão pela administração
pública.

Como já visto, a motivação faz parte do elemento FORMA dos atos administrativos.

ATOS QUE OBRIGATORIAMENTE DEVEM SER MOTIVADOS (art. 50, Lei 9.784/99)
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses

II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções


III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção

IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório


V – decidam recursos administrativos

VI – decorram de reexame de ofício


VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres,
laudos, propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo

TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES

Segundo essa teoria, o motivo alegado pelo agente público, no momento da edição do ato,
deve corresponder à realidade, tem que ser verdadeiro.

Caso se comprove que não ocorreu a situação declarada, ou a inadequação entre a situação
ocorrida (pressuposto de fato) e o motivo descrito na lei (pressuposto de direito), o ato será
nulo.

A teoria dos motivos determinantes só se aplica aos atos em que houve motivação, sejam os
atos discricionários ou vinculados.

ESAF: de acordo com a teoria dos motivos determinantes, a situação fática que determinou e
justificou a prática de ato administrativo passa a integrar a sua validade.

CESPE: de acordo com a teoria dos motivos determinantes, o agente que pratica um ato
discricionário, embora não havendo obrigatoriedade, opta por indicar os fatos e fundamentos
jurídicos da sua realização, passando estes a integrá-lo e a vincular, obrigatoriamente, a
administração, aos motivos ali expostos.

2.5 OBJETO (CONTEÚDO DO ATO)

Pode-se dizer que o objeto é o efeito jurídico imediato que o ato produz. EX. o objeto
de uma licença paternidade é a própria concessão da licença.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

De acordo com a doutrina em geral, nos atos vinculados o motivo e o objeto serão sempre
vinculados e nos atos discricionários, o motivo e o objeto são discricionários. Desse modo, o
que nos permite verificar se o ato é vinculado ou discricionário é o motivo e o objeto.0068

MÉRITO ADMINISTRATIVO

Segundo os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, mérito administrativo é o poder


conferido pela lei ao agente público para que ele decida sobre a oportunidade e conveniência
de praticar determinado ato discricionário, e escolha o conteúdo desse ato, dentro dos limites
estabelecidos na lei. Vale repetir, só existe mérito administrativo em atos
discricionários.

O Poder Judiciário exercendo a função jurisdicional, nunca vai adentrar no mérito


administrativo (motivo e objeto) dos atos administrativos. Ele pode controlar apenas a
legalidade de um ato administrativo. Assim, o Poder Judiciário jamais irá revogar um ato
administrativo no exercício da função jurisdicional por motivos de conveniência e
oportunidade, nesse caso, ele apenas poderá anular o ato quando ilegal.

3 ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO (PATI)

3.1 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE


Significa dizer que todos os atos são legítimos, ou seja, todos os atos foram editados
conforme o direito. Essa presunção é relativa (juris tantum), isto é, admite prova em
contrário. O ônus da prova da existência de vício no ato administrativo é de quem
alega, ou seja, do administrado.

Esse atributo (ou qualidade) está presente em TODOS os atos administrativos.

Presunção de legitimidade: presume-se que o ato foi praticado conforme a lei.


Presunção de veracidade: presume-se que os fatos alegados pela Administração são
verdadeiros.

(CESPE/TCE-PA/2016) A presunção de legitimidade dos atos administrativos está


relacionada à sujeição da administração ao princípio da legalidade.

3.2 IMPERATIVIDADE

É a possibilidade de a administração pública, unilateralmente, criar obrigações para os


administrados, ou impor-lhes obrigações, independente de sua concordância ou sua
aquiescência.
É decorrência direta do poder extroverso do Estado.

Não está presente em todos os atos administrativos. Está presente apenas nos atos
que impõem obrigações ou restrições. Não está presente nos atos enunciativos (ex:
certidão, parecer) e nos atos que conferem direitos (ex: licença ou autorização de bem
público).

3.3 AUTOEXECUTORIEDADE

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

São os atos que podem ser implementados, diretamente, inclusive mediante o uso da força,
se necessária, sem que a administração precise obter autorização judicial prévia.

Não está presente em todos os atos administrativos

Exemplo de ato NÃO revestido de autoexecutoriedade é a cobrança de multa, quando


resistida pelo particular. Assim, se a administração quiser receber a quantia desejada, deverá
acionar o Poder Judiciário, através de uma ação de cobrança chamada execução fiscal.

Segundo a doutrina, a autoexecutoriedade está presente quando a lei expressamente a prevê


e em situações de urgência.

Atos autoexecutórios mais comuns:


- atos de polícia

- de interdição e demolição de prédios ameaçados de desabar


- de apreensão de mercadorias impróprias para o consumo

- dissolução de uma passeata

3.4 TIPICIDADE

Segundo Di Pietro, “é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados.”
Cada espécie de ato administrativo requer a devida previsão legal.

Impede a prática de atos inominados (atos sem previsão legal).


(CESPE/TCE-PA/2016) Em decorrência do atributo da tipicidade, quando da prática de ato
administrativo, devem-se observar figuras definidas previamente pela lei, o que garante
aos administrados maior segurança jurídica.

4 – EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

4.1 ANULAÇÃO
Ocorre a anulação quando há algum tipo de vício no ato, relativo à legalidade ou legitimidade.
Na anulação sempre ocorre um controle de legalidade, nunca um controle de mérito.
A anulação pode ser realizada pela própria administração, de ofício ou mediante
provocação, ou pelo Poder Judiciário, quando provocado.
Os vícios de legalidade podem ser sanáveis ou não. Quando forem insanáveis, o ato
deve ser obrigatoriamente anulado. Caso os vícios forem sanáveis, o ato pode tanto ser
anulado como convalidado. A convalidação é ato discricionário, privativo da
administração.

Tanto os atos vinculados como os discricionários são passíveis de anulação. No


entanto, nos atos discricionários, não pode haver anulação por questões de mérito
administrativo, ou seja, um ato não pode ser anulado por ser considerado inconveniente ou
inoportuno.
A anulação de um ato administrativo gera efeitos retroativos (ex tunc). Porém,
devem ser resguardados os efeitos já produzidos em relação aos terceiros de boa-fé. Vale

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lembrar que o ato nulo não gera direitos adquiridos, o que ocorre, é que os efeitos já
produzidos até a data da sua anulação, perante terceiros de boa-fé, não serão desfeitos.

STF: qualquer ato da administração pública que tiver o condão de repercutir sobre a esfera
de interesses do cidadão deverá ser precedido de procedimento em que se assegure ao
interessado o efetivo exercício do direito ao contraditório e à ampla defesa (RE 594.296/MG).

Vale destacar, ainda, que essa decisão vale para todas as formas de desfazimento dos atos
administrativos (revogação, anulação, cassação, etc) e não só para os casos de anulação.

De acordo com o art. 54 da Lei 9784/99, é de 5 anos o prazo para a anulação de atos
administrativos ilegais, quando os efeitos do ato forem favoráveis ao administrado,
salvo comprovada a má-fé (o ônus da prova, nesse caso, é da administração).

4.2 REVOGAÇÃO

A revogação é a retirada, do mundo jurídico, de um ato VÁLIDO, mas que se tornou


inconveniente ou inoportuno.

Somente os atos administrativos discricionários podem ser revogados, decorre


exclusivamente de critérios de conveniência e oportunidade da administração pública.

A revogação de um ato administrativo gera efeitos prospectivos (ex nunc), porquanto


o ato revogado era válido, não possuía vício nenhum. Devem-se respeitar os direitos
adquiridos.
Somente pode revogar um ato administrativo aquele que praticou o ato. O Poder
Judiciário jamais poderá revogar um ato administrativo editado pela administração
pública. No entanto, o Poder Judiciário poderá revogar os seus próprios atos quando no
exercício de sua função administrativa (função atípica).

ATOS QUE NÃO PODEM SER REVOGADOS

- os atos vinculados

- os atos consumados (que exauriram os seus efeitos)

- os atos que integram um procedimento


- os atos que já geraram direitos adquiridos

- os meros atos administrativos (certidões, atestados, votos e pareceres)


OBS: tanto a revogação quanto a anulação de atos administrativos pela própria
administração pública são decorrências do denominado poder de AUTOTUTELA
administrativa (Súmula 473/STF).

Súmula n. 473/STF: a administração pode anular seus próprios atos, quando eivados
de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

EFEITO REPRISTINATÓRIO DA REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO: De acordo com Matheus


Carvalho, assim como ocorre nos casos de anulação, na revogação de atos não há o efeito
repristinatório, ou seja, a retirada, por razões de conveniência e oportunidade, do ato X que

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havia revogado o ato Y, não gera o retorno do ato Y ao ordenamento jurídico, salvo
disposição expressa no ato que determinou a revogação do ato X." (CARVALHO, Matheus.
Manual de Direito Administrativo. 3ª ed. p. 288-289).

(CESPE/2016/PC-GO/ESCRIVÃO) A revogação, pela administração, de ato administrativo


que tenha revogado um primeiro ato produzirá como efeito automático e imediato a
revalidação desse primeiro ato, que passará novamente a surtir efeitos normalmente.

GABRITO: INCORRETO

4.3 CASSAÇÃO
É a extinção de um ato administrativo quando o beneficiário deixa de cumprir os
requisitos que deveria estar cumprindo.
Na maioria das vezes, a cassação é uma forma de sanção para o particular que deixou
de cumprir as condições exigidas para a manutenção de um determinado ato. Ex. licença para
construir e licença para o exercício de uma profissão.

OUTRAS FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Extinção natural: cumprimento dos efeitos do ato;


Extinção subjetiva: desaparecimento do sujeito (ex: falecimento do servidor que estava em
licença);
Extinção objetiva: desaparecimento do objeto (ex: destruição do bem objeto de autorização
de uso);
Caducidade: norma jurídica posterior tornou inviável a permanência da situação antes
permitida pelo ato;

Contraposição: edição posterior de ato cujos efeitos se contrapõem ao anteriormente


emitido (ex: exoneração versus nomeação);

Renúncia: o próprio beneficiário abre mão de uma vantagem de que desfrutava.


Conversão: atinge ato inválido, mudando-o para outra categoria, para que se aproveitem os
efeitos já produzidos.

5 CONVALIDAÇÃO DE ATOS ADMINISTRATIVOS

Como já vimos, os atos com vícios de legalidade ou legitimidade devem ser anulados, ou pela
própria administração (de ofício ou quando provocada) ou pelo Poder Judiciário (quando
provocado). No entanto, em alguns poucos casos, os vícios de legalidade dão origem a atos
meramente anuláveis, ou seja, atos que, a critério da administração pública, poderão ser
anulados ou convalidados (corrigidos).
O art. 55 da Lei 9.784/99, aponta três condições para que o ato possa ser convalidado:

I- Defeito sanável
II- O ato não acarretar lesão ao interesse público
III- O ato não acarretar prejuízo a terceiros

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Os defeitos sanáveis são:

a) Vícios relativos à competência quanto à pessoa (não quanto à matéria), desde que
não se trate de competência exclusiva;
b) Vício de forma, desde que a lei não considere a forma elemento essencial à validade
daquele ato.

OBS: O Poder Judiciário não pode convalidar atos administrativos de outros poderes (só
poderá convalidar os seus próprios atos quando exercendo a sua função atípica de
administrar).

OBS: a convalidação é um ato discricionário para a administração, isto é, ela poderá


convalidar o ato por juízo de conveniência e oportunidade administrativas.

OBS: a convalidação pode recair tanto sobre atos discricionários ou vinculados, porquanto o
controle é de legalidade (vício na competência ou forma) e não de mérito administrativo.

OBS: em regra a convalidação é realizada pela própria administração, mas


eventualmente poderá ser feita pelo administrado, quando a edição do ato dependia da
manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada.
OBS: a convalidação é de atos ilegais

OBS: a convalidação possui efeitos retroativos.


Abaixo, segue um quadro retirado do livro dos professores Marcelo Alexandrino e Vicente
Paulo, sintetizando as principais diferenças entre a anulação, a revogação e a convalidação de
atos administrativos descrita no art. 55 da Lei 9.784/1999.3

ANULAÇÃO REVOGAÇÃO CONVALIDAÇÃO

Correção de atos com vícios


sanáveis, desde que tais atos
Retirada de atos inválidos, Retirada de atos válidos, sem
não tenham acarretado lesão
com vícios, ilegais. qualquer vício.
ao interesse público nem
prejuízo a terceiros.

Opera retroativamente, Efeitos prospectivos; não é Opera retroativamente.


resguardados os efeitos já possível revogar atos que já Corrige o ato, tornando
produzidos perante terceiros tenham gerado direito regulares os seus efeitos,
de boa-fé. adquirido. passados e futuros.

Pode ser efetuada pela


Só pode ser efetuada pela Só pode ser efetuada pela
administração, de ofício ou
própria administração que própria administração que
provocada, ou pelo
praticou o ato. praticou o ato.
Judiciário, se provocado.

Pode incidir sobre atos


Só incide sobre atos
vinculados e discricionários, Pode incidir sobre atos
discricionários (não existe
exceto sobre o mérito vinculados e discricionários.
revogação de ato vinculado).
administrativo.

A anulação de ato com vício A convalidação é um ato


A revogação é um ato
insanável é um ato discricionário. Em tese, a

3
Resumo de direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – 9. ed. rev. e atual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016; p. 181.

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vinculado. A anulação de discricionário. administração pode optar por


ato com vício sanável que anular o ato, mesmo que ele
fosse passível de fosse passível de
convalidação é um ato convalidação.
discricionário.

6 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


6.1 QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE

Atos vinculados: a lei fixa os requisitos e condições de sua realização, não deixando
liberdade de ação para a Administração.

Atos discricionários: a Administração tem liberdade de ação dentro de determinados


parâmetros previamente definidos em lei.

Há discricionariedade nos elementos motivo e objeto dos atos administrativos.


Os atos discricionários podem ser tanto anulados (controle de legalidade) como revogados
(controle de mérito)
O controle judicial dos atos discricionários refere-se apenas a aspectos de legalidade do
referido ato.

6.2 QUANTO AOS DESTINATÁRIOS

Atos gerais: possuem destinatários indeterminados; são dotados de generalidade e


abstração; prevalecem sobre os atos individuais. Ex: atos normativos.
Atos individuais: possuem destinatários certos e determinados; pode ser um destinatário
(ato singular) ou vários (ato plúrimo). Ex: nomeação, exoneração, autorização, licença.

6.3 QUANTO À SITUAÇÃO DE TERCEIROS

Atos internos: atingem apenas o órgão que os editou. Ex: portaria de remoção de servidor.
Atos externos: também atingem terceiros. Ex: multas a empresas contratadas, editais de
licitação, atos normativos etc.

6.4 QUANTO À FORMAÇÃO DE VONTADE

Atos simples: decorrem da manifestação de um único órgão, unipessoal ou colegiado. Ex:


despacho de um chefe de seção, decisões de conselhos administrativos.

Atos complexos: decorrem de duas ou mais manifestações de vontade autônomas,


provenientes de órgãos diversos (há um ato único). Ex: aposentadoria de servidor
estatutário, portarias conjuntas.

Segundo o STF, a nomeação de ministros de Tribunal Superior é exemplo de ato


complexo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 144


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Atos compostos: resulta da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um


é instrumental em relação à do outro (existem dois atos). Ex: autorização que depende de
visto.

6.5 QUANTO ÀS PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO

Atos de império: Atos administrativos de império são aqueles praticados de ofício pelos
agentes públicos e impostos de maneira coercitiva aos administrados, os quais estão
obrigados a obedecer-lhes. Ex: desapropriação.

Atos de gestão: Atos administrativos de gestão são atos praticados pela administração
pública como se fosse pessoa privada, o que afasta a supremacia que lhe é peculiar em
relação aos administrados. Ex: alienação de bens, aluguéis de imóveis.
Atos de expediente: se destinam a dar andamento aos processos e papeis administrativos,
sem qualquer conteúdo decisório. Ex: protocolo de documentos.

6.6 QUANTO AOS EFEITOS


Ato constitutivo, extintivo ou modificativo: respectivamente criam, extinguem ou
modificam direitos e obrigações para seus destinatários. Ex: licenças, nomeações,
aplicação de sanções (constitutivos); cassação de autorização, demissão de servidor
(extintivos); alteração de horário de funcionamento do órgão (modificativo).
Ato declaratório: atesta um fato ou reconhece um direito ou uma obrigação que já existia
antes do ato. Ex: expedição de certidões e atestados.

6.7 QUANTO AOS REQUISITOS DE VALIDADE

Ato válido: é aquele praticado em conformidade com a lei, sem nenhum vício.

Ato nulo: é aquele que nasce com vício insanável. Ex: ato com motivo inexistente, ato com
objeto não previsto em lei e ato praticado com desvio de finalidade.

Ato anulável: é o que apresenta vício sanável. Ex: vícios de competência e de forma
(regra).
Ato inexistente: apenas tem aparência de ato administrativo, mas, em verdade, não chega
a entrar no mundo jurídico, por falta de um elemento essencial. Ex: usurpador de função.
64811190068

6.8 QUANTO À EXEQUIBILIDADE

Ato perfeito: aquele que já concluiu todas as etapas da sua formação.

Ato eficaz: é o ato perfeito que já está apto a produzir efeitos, não dependendo de nenhum
evento posterior, como termo, condição, aprovação, autorização etc.

Ato pendente: é o ato perfeito que ainda depende de algum evento posterior para produzir
efeitos.

Ato consumado: é o que já produziu todos os efeitos que estava apto a produzir.

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7 ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS (NONEP)

7.1 ATOS NORMATIVOS


Possuem efeitos gerais e abstratos, atingindo todos aqueles que se situam em idêntica
situação jurídica (não têm destinatários determinados) Correspondem aos atos gerais.
Não podem inovar o ordenamento jurídico (ao contrário das leis).

Atos normativos são leis em sentido material (e não em sentido formal), pois possuem
conteúdo de leis, porém não passaram pelo procedimento legislativo constitucional.

Não podem ser objeto de impugnação direta por meio de recursos administrativos ou
ação judicial ordinária; devem ser impugnados por ação direta de
inconstitucionalidade. Exemplos: regulamentos, portarias, circulares, instruções
normativas.

7.2 ATOS ORDINATÓRIOS


São os atos com efeitos internos, endereçados aos servidores públicos, que visam a
disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta funcional de seus agentes.
Possuem fundamento no poder hierárquico; de regra, não atingem os particulares em
geral.
São inferiores em hierarquia aos atos normativos. Exemplos: portarias de delegação de
competência, circulares internas, ordens de serviço, avisos.

7.3 ATOS NEGOCIAIS


São aqueles em que a vontade da Administração coincide com o interesse do administrado.

Representam a anuência prévia da Administração para o particular realizar determinada


atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito (atos de consentimento).

Não cabe falar em imperatividade, coercitividade ou autoexecutoriedade nos atos negociais.

Licença:
Ato administrativo vinculado e definitivo. Permite ao particular exercer direitos
subjetivos.
Não pode, em regra, ser revogada (exceto licença para construir). Admite apenas
cassação (vício na execução) ou anulação (vício na origem). Pode gerar direito a
indenização ao particular, caso ele não tenha dado causa à invalidação da licença.

Autorização:

Ato administrativo discricionário e precário. Permite ao particular exercer atividades


materiais, prestar serviços públicos ou utilizar bem público.

Pode ser revogada a qualquer tempo pela Administração, em regra, sem a


necessidade de pagar indenização ao interessado.

Permissão:

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Ato administrativo discricionário e precário. Enquanto ato administrativo, refere-


se apenas ao uso de bem público; em caso de delegação de serviços públicos, a
permissão deve ser formalizada mediante um contrato de adesão, precedido de
licitação (ou seja, não constitui um ato administrativo).
Outros exemplos: admissão, aprovação e homologação.

64811190068

7.4 ATOS ENUNCIATIVOS

São aqueles que atestam ou certificam uma situação preexistente (ex: certidões e
atestados) ou que emitem uma opinião para preparar outro ato de caráter decisório
(pareceres).

A rigor, não constituem uma manifestação de vontade da Administração; por isso, são
considerados meros atos da Administração (são atos administrativos apenas em sentido
formal, mas não material).

Exemplos:

certidão (cópia fiel de informações registradas em livros ou banco de dados);


atestado (declaração sobre fato que não consta em livro ou arquivo);

parecer (pode ser obrigatório ou facultativo e, em alguns casos, pode ter efeito vinculante);
apostila (averbação para corrigir ou atualizar dados).

OBS: caso um parecer seja adotado como fundamento para uma decisão, o referido parecer
passará a integrar o ato administrativo decisório.

7.5 ATOS PUNITIVOS

Os atos punitivos são aqueles que impõem sanções administrativas.

Podem ser de ordem interna (ex: penalidades disciplinares a servidores públicos) ou


externa (sanções aplicadas a particulares).

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8 QUESTÕES

01 (2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça) Decreto de um governador estadual


estabeleceu que determinado tema fosse regulamentado mediante portaria conjunta das
secretarias estaduais A e B. Um ano depois de editada a portaria conjunta, nova portaria,
editada apenas pela secretaria A, revogou a portaria inicial.

Nessa situação, considerando-se o entendimento do STJ,

I a segunda portaria não poderia gerar efeitos revocatórios.

II a revogação de ato complexo, ou seja, ato formado pela manifestação de dois ou mais
órgãos, demanda a edição de ato igualmente complexo; vale dizer, formado pela
manifestação dos mesmos órgãos subscritores do ato a ser revogado.

A respeito das asserções I e II, assinale a opção correta.


a) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira.

b) As asserções I e II são falsas.


c) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.

d) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
02 (2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público) Sobre atos administrativos, é correto afirmar:

a) a delegação e avocação se caracterizam pela excepcionalidade e temporariedade, sendo


certo que é proibida avocação nos casos de competência exclusiva.

b) a renúncia é instituto afeto tanto aos atos restritivos quanto aos ampliativos.
c) as deliberações e os despachos são espécies da mesma categoria de atos administrativos
normativos.
d) é ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo;
salvo quando se tratar de recurso hierárquico impróprio.

e) nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e


ampla defesa, a qualquer tempo, quando a decisão puder resultar anulação ou revogação de
ato administrativo, de qualquer natureza, que beneficie o interessado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
03 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Em cada um do
item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada,
a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.

A prefeitura de determinado município brasileiro, suscitada por particulares a se manifestar


acerca da construção de um condomínio privado em área de proteção ambiental, absteve-se
de emitir parecer. Nessa situação, a obra poderá ser iniciada, pois o silêncio da administração
é considerado ato administrativo e produz efeitos jurídicos, independentemente de lei ou
decisão judicial.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

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04 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Em cada um do


item a seguir é apresentada uma situação hipotética seguida de uma assertiva a ser julgada,
a respeito da organização administrativa e dos atos administrativos.

Removido de ofício por interesse da administração, sob a justificativa de carência de


servidores em outro setor, determinado servidor constatou que, em verdade, existia excesso
de servidores na sua nova unidade de exercício. Nessa situação, o ato, embora seja
discricionário, poderá ser invalidado.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
05 (2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito) Com base na Lei n.º 9.784/1999, assinale a
opção correta acerca da revogação e dos elementos dos atos administrativos.
a) A revogação de um ato administrativo deve apresentar os seus motivos devidamente
externados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos.

b) O ato de delegação pode ser revogado a qualquer tempo pela autoridade delegante ou pela
autoridade delegada.
c) O ato de delegação deve ser publicado no meio oficial, mas não o de sua revogação.

d) Caso um ato administrativo esteja eivado de vício de legalidade, o Poder Judiciário terá de
revogá-lo.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

06 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador) A convalidação dos atos administrativos

a) destina-se, entre outros, a atos administrativos com vício de motivo.

b) não pode ser feita por quem não pertença aos quadros da Administração pública.

c) destina-se a atos válidos.

d) tem efeitos retroativos.


e) não pode ser inviabilizada pela ocorrência do fenômeno da prescrição.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

07 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário – Engenharia) O ato


administrativo discricionário

a) apresenta discricionariedade em todos os seus requisitos, exceto quanto à competência


para a prática do ato.

b) apresenta discricionariedade em um de seus requisitos, qual seja, a finalidade.

c) não comporta anulação.

d) é passível de revogação.
e) não está sujeito a controle judicial.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

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08 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Manoel, servidor público e chefe de determinada repartição, emitiu certidão de dados
funcionais a seu subordinado, o servidor Pedro. Passados alguns dias da prática do ato
administrativo, Manoel decide revogá-lo por razões de conveniência e oportunidade. Cumpre
salientar que o mencionado ato não continha vício de ilegalidade. A propósito dos fatos
narrados, a revogação está

a) incorreta, pois somente caberia tal instituto se feito pela autoridade máxima do órgão ou
entidade a que pertence Manoel.

b) incorreta, pois somente caberia tal instituto se houvesse a concordância do servidor Pedro.
c) correta.

d) incorreta, porque o instituto adequado ao caso é a anulação.


e) incorreta, porque certidão é ato administrativo que não comporta tal instituto.

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09 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Considere:

I. O atributo da presunção de legitimidade dos atos administrativos depende de lei expressa.


II. A imperatividade significa que os atos administrativos são cogentes, obrigando a todos
quantos se encontrem em seu círculo de incidência, ainda que o objetivo por ele alcançado
contrarie interesses privados.

III. Em alguns atos administrativos, como as permissões e autorizações, está ausente o


cunho coercitivo.

IV. A presunção de legitimidade dos atos administrativos é juris et de jure, ou seja,


presunção relativa.

No que concerne aos atributos dos atos administrativos, está correto o que se afirma APENAS
em

a) I, II e IV.

b) III e IV.
c) II e III.

d) I e III.
e) II.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

10 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O


Prefeito de determinado Município concedeu licença por motivo de doença em pessoa da
família a servidor público municipal já falecido. Nesse caso, o ato administrativo citado
apresenta vício de

a) objeto.
b) motivo.

c) forma.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) sujeito.

e) finalidade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
11 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Judiciária) Fabio,
servidor público federal e chefe de determinada repartição, concedeu licença a seu
subordinado Gilmar, pelo período de um mês, para tratar de interesses particulares. No
último dia da licença em curso, Fabio decide revogá-la por razões de conveniência e
oportunidade. A propósito dos fatos, é correto afirmar que a revogação
a) não é possível, pois o ato já exauriu seus efeitos.

b) não é possível, pois apenas o superior de Fabio poderia assim o fazer.


c) é possível, em razão da discricionariedade administrativa e da possibilidade de ocorrer com
efeitos ex tunc.
d) não é possível, pois somente caberia o instituto da revogação se houvesse algum vício no
ato administrativo.
e) é possível, desde que haja a concordância expressa de Gilmar.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

12 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) Determinada


comissão de servidores, designada para a condução de procedimento licitatório, ao final de
seus trabalhos, homologou o resultado e adjudicou o objeto ao vencedor.
Nessa situação hipotética, os atos administrativos de homologação do resultado e de
adjudicação do objeto classificam-se,

a) quanto à forma de exteriorização, como parecer, sendo possível sua revogação judicial.

b) quanto à forma de exteriorização, como deliberação, sendo impossível revogá-los após a


celebração do correspondente contrato administrativo.
c) quanto aos seus efeitos, como declaratórios, podendo a administração revogá-los.

d) quanto à intervenção da vontade administrativa, como complexos, podendo ser anulados


judicialmente.

e) quanto ao conteúdo, como admissão, podendo a administração anulá-los.

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13 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Administrativa) Determinado ato


administrativo revogou outro ato. Posteriormente, contudo, um terceiro ato administrativo foi
editado, tendo revogado esse ato revogatório.

Nessa situação hipotética, o terceiro ato


a) repristinou o ato primeiramente revogado, ou seja, restaurou os efeitos deste.

b) provocou a caducidade do primeiro ato, que não poderá produzir efeitos.


c) renovará os efeitos do primeiro ato somente se dele constar expressamente tal intuito.

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d) convalidou o primeiro ato administrativo, que volta a surtir efeitos regularmente.

e) é nulo, pois o ato revogatório é irrevogável.

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14 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Judiciária) Um servidor público
praticou um ato administrativo para cuja prática ele é incompetente. Tal ato não era de
competência exclusiva.

Nessa situação, o ato praticado será

a) inexistente.
b) irregular.

c) válido.

d) nulo.

e) anulável.

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15 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito dos


atributos dos atos administrativos, assinale a opção correta.
a) O ato administrativo configura instrumento de realização do interesse público, razão por
que ele tem a coercibilidade como atributo absoluto.
b) A imperatividade é atributo que dota de coercitividade todos os atos administrativos.

c) A presunção de legitimidade do ato administrativo é atenuada pela possibilidade de o


particular deixar de cumpri-lo quando houver alguma dúvida sobre sua legalidade.

d) A autoexecutoriedade, como atributo, admite exceções, como nas hipóteses de cobrança


de multa e de desapropriação.

e) O contraditório e a ampla defesa suprimem a autoexecutoriedade dos processos


administrativos.

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16 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O atributo que
consiste na possibilidade de certos atos administrativos serem decididos e executados
diretamente pela própria administração, independentemente de ordem judicial, denomina-se

a) presunção de legitimidade.

b) autoexecutoriedade.

c) motivação.

d) tipicidade.

e) imperatividade.

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17 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) Atena, servidora pública federal e chefe de determinada repartição, aplicou
penalidade de suspensão ao servidor Dionísio em razão de falta cometida. Antes do
cumprimento da sanção, Atena descobriu que Dionísio não cometeu a infração, vez que
praticada por outro servidor. Nesse caso, o ato administrativo

a) pode ser revogado, competindo à própria Administração pública assim o fazer.

b) deve ser anulado.

c) comporta convalidação, no entanto, deverá ser alterado o sujeito passivo da penalidade.

d) será revogado obrigatoriamente pelo Poder Judiciário.


e) deve permanecer no mundo jurídico, vez que Dionísio ainda não havia cumprido a
penalidade, bastando mera correção no próprio ato de suspensão.

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18 (2017/FCC/Órgão: TRT - 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Rodrigo é servidor público federal e chefe de determinada repartição
pública. Rodrigo indeferiu as férias pleiteadas por um de seus subordinados, o servidor José,
alegando escassez de pessoal na repartição. No entanto, José comprovou, que há excesso de
servidores na repartição pública. No caso narrado,

a) há vício de motivo no ato administrativo.


b) o ato deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico, vez que sequer exigia
fundamentação.
c) inexiste vício no ato administrativo, no entanto, o ato comporta revogação.

d) o ato praticado por Rodrigo encontra-se viciado, no entanto, não admite anulação, haja
vista a discricionariedade administrativa na hipótese.

e) o objeto do ato administrativo encontra-se viciado.

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19 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área Judiciária)


Melinda, servidora pública, praticou ato administrativo com vício de competência. Cumpre
salientar que a hipótese não trata de competência outorgada com exclusividade pela lei, mas
o ato administrativo competia a servidor público diverso. Em razão do ocorrido, determinado
particular impugnou expressamente o ato em razão do vício de competência. Nesse caso, o
ato

a) não comporta convalidação, pois o vício narrado não admite tal instituto.

b) comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex tunc.

c) não comporta convalidação, em razão da impugnação feita pelo particular.


d) comporta convalidação que, na hipótese, dar-se-á com efeitos ex nunc.

e) comporta exclusivamente a aplicação do instituto da revogação, com efeitos ex tunc.

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20 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador) Considere a seguinte situação hipotética: o Prefeito de determinado Município de
Roraima concedeu autorização para atividade de extração de areia de importante lago situado
no Município. Cumpre salientar que o ato administrativo preencheu todos os requisitos legais,
bem como foi praticado quando estavam presentes condições fáticas que não violavam o
interesse público. Ocorre que, posteriormente, a atividade consentida veio a criar malefícios à
natureza. No caso narrado, o ato administrativo emanado pelo Prefeito poderá ser

a) mantido incólume no mundo jurídico, haja vista que a nova circunstância fática não gera
consequências ao ato já praticado.
b) anulado pela Administração pública ou pelo Judiciário, com efeitos ex tunc.

c) anulado apenas pelo Poder Judiciário e com efeitos ex nunc.


d) convalidado, com efeitos ex tunc.

e) revogado, com efeitos ex nunc.

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21 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A publicação de
edital para realização de concurso público de provas e títulos para provimento de cargos em
órgão público municipal motivou número de inscritos muito superior ao dimensionado pela
Administração pública. Considerando a ausência de planejamento da Administração para
aplicação das provas para número tão grande de candidatos, bem como que a recente
divulgação da arrecadação municipal mostrou sensível decréscimo diante da estimativa de
receitas, colocando em dúvida a concretude das nomeações dos eventuais aprovados, a
Administração municipal

a) pode anular o certame, em razão dos vícios de legalidade identificados.

b) deve republicar o edital do concurso público para reduzir os cargos disponíveis, sob pena
de nulidade do certame.

c) pode revogar o certame, em razão das supervenientes razões de interesse público


demonstradas para tanto.
d) pode revogar o certame municipal somente se tiver restado demonstrada a inexistência de
recursos para fazer frente às novas despesas com as aprovações decorrentes do concurso.
e) deve prosseguir com o certame, republicando o edital para adiamento da realização da
primeira prova, a fim de reorganizar a aplicação para o novo número de candidatos, sendo
vedado revogar o certame em razão da redução de receitas.

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22 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Os atos


administrativos são dotados de atributos que lhe conferem peculiaridades em relação aos atos
praticados pela iniciativa privada. Quando dotados do atributo da autoexecutoriedade
a) não podem ser objeto de controle pelo judiciário, tendo em vista que podem ser
executados diretamente pela própria Administração pública.

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b) submetem-se ao controle de legalidade e de mérito realizado pelo Judiciário, tendo em


vista que se trata de medida de exceção, em que a Administração pública adota medidas
materiais para fazer cumprir suas decisões, ainda que não haja previsão legal.

c) dependem apenas de homologação do Judiciário para serem executados diretamente pela


Administração pública.

d) admitem somente controle judicial posterior, ou seja, após a execução da decisão pela
Administração pública, mas a análise abrange todos os aspectos do ato administrativo.

e) implicam na prerrogativa da própria Administração executar, por meios diretos, suas


próprias decisões, sendo possível ao Judiciário analisar a legalidade do ato.

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23 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Judiciária) Pedro, servidor público de
um órgão municipal encarregado da fiscalização de obras civis, emitiu autorização para Saulo
construir um muro de arrimo e também demolir uma pequena edícula, comprometendo-se a
providenciar, junto a seu superior, a formalização do correspondente alvará. Ocorre que Jair,
morador de imóvel vizinho, sentiu-se prejudicado pelas obras, que causaram abalo em seu
imóvel e denunciou a situação à autoridade competente, requerendo a nulidade do ato, face a
incompetência de Pedro para emissão da autorização. Diante desse cenário,

a) não há que se falar em convalidação, haja vista que o ato é discricionário, cabendo,
exclusivamente, à autoridade competente a sua edição.

b) a autorização conferida é passível de convalidação pela autoridade competente, se


preenchidos os requisitos legais e técnicos para concessão da licença.

c) a autorização dada por Pedro pode ser revogada pela autoridade competente, se
verificadas razões de ordem técnica ou anulada judicialmente.

d) o ato administrativo praticado por Pedro é viciado, passível de revogação, a qualquer


tempo, pela autoridade competente para sua emissão.

e) o ato praticado por Pedro é nulo, não passível de convalidação, haja vista que esta
somente é cabível quando presentes vícios de forma e de motivação.

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24 (2017/CESPE/PC-GO/Delegado de Polícia) Após o término de estágio probatório, a
administração reprovou servidor público e editou ato de exoneração, no qual declarou que
está se dera por inassiduidade. Posteriormente, o servidor demonstrou que nunca havia
faltado ao serviço ou se atrasado para nele chegar.
Nessa situação hipotética, o ato administrativo de exoneração é

a) nulo por ausência de finalidade.


b) anulável por ausência de objeto.

c) anulável por ausência de forma.


d) anulável por ausência de motivação.

e) nulo por ausência de motivo.

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25 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes


administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.
Ato praticado por usurpador de função pública é considerado ato irregular.

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26 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes


administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.

Presunção de legitimidade é atributo universal aplicável a todo ato administrativo.

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27 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Com relação aos poderes e atos
administrativos, julgue o próximo item.
A construção irregular de um prédio pode ser o motivo para a prática de um ato
administrativo com o objetivo de paralisar a atividade de construir.

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28 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) Com relação aos poderes e atos
administrativos, julgue o próximo item.
Ato administrativo declaratório é aquele que implanta uma nova situação jurídica ou modifica
ou extingue uma situação existente.

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29 (2017/CESPE/SEDF/Tecnologia da Informação) José, chefe do setor de recursos


humanos de determinado órgão público, editou ato disciplinando as regras para a participação
de servidores em concurso de promoção.
A respeito dessa situação hipotética, julgue o item seguinte.

O veículo normativo adequado para a edição do referido ato é o decreto.

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30 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) Maurício, chefe imediato de João (ambos servidores


públicos distritais), determinou que este participasse de reunião de trabalho em Fortaleza –
CE nos dias nove e dez de janeiro. João recebeu o valor das diárias. No dia oito de janeiro,
João sofreu um acidente de carro e, conforme atestado médico apresentado para Maurício,
teve de ficar de repouso por três dias, razão pela qual não pôde viajar. Essa foi a primeira vez
no bimestre que João teve de se afastar do serviço por motivo de saúde.
Acerca dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue
o item a seguir.

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A concessão de diária é ato vinculado da administração pública.

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31 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) No que se refere aos poderes administrativos, aos


atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: Antônio, servidor que ingressou no serviço público mediante um ato nulo,
emitiu uma certidão negativa de tributos para João. Na semana seguinte, Antônio foi
exonerado em função da nulidade do ato que o vinculou à administração.

Assertiva: Nessa situação, a certidão emitida por Antônio continuará válida.

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32 (2017/CESPE/SEDF/Nível Médio) No que se refere aos poderes administrativos, aos
atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item seguinte.
Situação hipotética: A autoridade administrativa Y, no exercício de competência que lhe foi
delegada pela autoridade X e que lhe conferia poder decisório para a prática de determinado
ato de autoridade, praticou determinado ato administrativo que o administrado Z entendeu
ser-lhe prejudicial. Nessa situação, caso queira obstar os efeitos do referido ato mediante
mandado de segurança, o administrado Z deverá dirigir sua peça contra a autoridade
delegada, e não contra a autoridade delegante.

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33 (2017/CESPE/SEDF/Direito) Mauro editou portaria disciplinando regras de remoção no
serviço público que beneficiaram, diretamente, amigos seus. A competência para a edição do
referido ato normativo seria de Pedro, superior hierárquico de Mauro. Os servidores que se
sentiram prejudicados com o resultado do concurso de remoção apresentaram recurso quinze
dias após a data da publicação do resultado.

Nessa situação hipotética, a portaria editada por Mauro contém vício nos elementos
competência e objeto.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
34 (2017/CESPE/SEDF/Administrador) À luz da legislação que rege os atos
administrativos, a requisição dos servidores distritais e a ética no serviço público, julgue o
seguinte item.

A competência — ou sujeito —, a finalidade, a forma, o motivo e o objeto — ou conteúdo —


são elementos que integram os atos administrativos.

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35 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Administrador) A respeito da motivação dos atos


administrativos, é correto afirmar:

a) Pode ser dispensada a critério da autoridade competente, em homenagem ao princípio


constitucional da duração razoável do processo.

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b) É válida a motivação de caráter genérico, que se resuma a apontar que a decisão é


tomada “por razões de interesse público”.

c) Em regra, as motivações podem ser implícitas, cumprindo ao interessado revelá-las se


necessário.
d) Atos administrativos discricionários prescindem de motivação para serem válidos, visto que
são produzidos a critério da Administração pública, por razões de conveniência ou
oportunidade.

e) Em regra, a motivação é requisito de validade do ato administrativo, devendo envolver,


para ser suficiente, o apontamento das razões de fato e de Direito que o informam.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
36 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Administrador) A respeito do atributo da presunção
de validade dos atos administrativos, considere:
I. Trata-se de presunção absoluta, que inadmite prova em contrário.

II. Trata-se de atributo importante ao adequado funcionamento do Estado de Direito, visto


ser manifestação da autoridade estatal, merecedora de fé pública e credibilidade até prova
em contrário.
III. Trata-se de atributo que não exime a Administração pública de motivar as suas decisões.

IV. Trata-se de atributo que não exime a Administração pública de decidir mediante
procedimentos administrativos.

V. Trata-se de atributo por força do qual a validade dos atos administrativos é insuscetível de
impugnação por eventuais interessados, exceto pela via judicial.

Está correto o que se afirma APENAS em

a) II, III e IV.

b) I, III e IV.

c) IV e V.
d) II, III e V.

e) I, II e V.

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37 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Psicologia) Agente público produziu ato
administrativo com vício de legalidade. O ato deve ser

a) revogado pela Administração pública, produzindo a revogação efeitos para o futuro, isto é,
a partir da data em que publicado o ato de revogação.

b) convalidado pela Administração pública, se o vício em questão for sanável, produzindo a


convalidação efeitos apenas para o futuro, a partir da data de publicação do ato de
convalidação.

c) revogado pela Administração pública, produzindo a revogação efeitos retroativos à data na


qual foi publicado.

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d) anulado pela Administração pública, produzindo a anulação efeitos retroativos à data na


qual foi publicado.

e) anulado pela Administração pública, produzindo a anulação efeitos apenas para o futuro, a
partir da data de publicação do ato de anulação.

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38 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Rodrigo, servidor público federal, ao praticar um ato administrativo, não observou
determinada exigência legal. Isto porque a edição do ato dependia de manifestação de
vontade do administrado Nelson e tal exigência não foi observada. No caso narrado, a
convalidação do ato administrativo
a) não é possível.

b) pode ser feita por Nelson, que emitirá sua manifestação de vontade posteriormente,
convalidando o ato.

c) é possível, se feita exclusivamente por Rodrigo.


d) pode ser feita tanto pelo administrado Nelson quanto por Rodrigo, no entanto, apenas na
segunda hipótese dar-se-á com efeitos retroativos à data em que o ato foi praticado.
e) é possível, desde que feita, exclusivamente, pelo superior hierárquico de Rodrigo e ocorra
com efeitos ex nunc.

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39 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Marcos, servidor público federal, praticou ato administrativo com vício de forma, não
observando formalidade indispensável à existência do ato. O servidor, ao constatar o vício,
revogou o ato administrativo e proferiu novo ato observando a formalidade exigida por lei. No
caso narrado,

a) é possível a revogação, desde que se dê com efeitos ex tunc.

b) não é possível a revogação, haja vista a ilegalidade do ato praticado.


c) é possível a revogação, desde que se dê com efeitos ex nunc.

d) Marcos deveria ter se utilizado do instituto da convalidação, sempre possível para ato com
vício de forma.

e) Marcos deveria ter se utilizado do instituto da anulação, com efeitos ex nunc.

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40 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca do regime jurídico-


administrativo e do controle da administração pública, julgue o próximo item.
A administração pública pode revogar seus atos por motivos de conveniência ou
oportunidade, competindo, no entanto, exclusivamente ao Poder Judiciário a anulação de atos
administrativos eivados de vícios de legalidade.

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41 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Técnico Judiciário - Tecnologia da


Informação) Mateus, servidor público federal, removeu o servidor Pedro para localidade
extremamente distante e de difícil acesso, no intuito de castigá-lo. Ocorre que Pedro merecia
penalidade administrativa por ter cometido infração funcional, mas não remoção. No caso
narrado, a remoção, por não ser ato de categoria punitiva, apresenta vício de

a) motivo.

b) finalidade.

c) objeto.
d) forma.

e) competência.

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42 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Técnico Judiciário – Administrativo) Sergio,
servidor público federal e chefe de determinada repartição pública, demitiu Antônio sob o
fundamento de que o mesmo havia cometido falta grave. Cumpre salientar que Antônio não
era servidor concursado, mas sim ocupante de cargo em comissão. Transcorridos quinze dias
após a demissão, descobriu-se que Antônio não havia praticado falta grave e que Sergio
pretendia colocar um colega seu no cargo anteriormente ocupado por Antônio. Neste caso, é
correto afirmar:

a) Por ser falso o motivo do ato administrativo, o ato de demissão é nulo.


b) O ato de demissão é válido, haja vista tratar-se de cargo demissível ad nutum e que,
portanto, sequer exigia motivação.

c) Não incide a teoria dos motivos determinantes, haja vista que o vício é na forma e na
finalidade do ato administrativo de demissão.

d) Aplica-se, na hipótese, a convalidação do ato administrativo; portanto, Antônio,


injustamente demitido, poderá retornar ao seu cargo.

e) O ato é válido porque a finalidade pública foi mantida, sendo admissível a substituição de
um servidor por outro, desde que o cargo seja adequadamente preenchido, de modo a não
trazer prejuízo ao interesse público.

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43 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Comunicação Social)


Considere a seguinte situação hipotética: o Ministro de Estado da Educação, em situação
emergencial, praticou ato administrativo de competência do Ministro do Planejamento. Nesse
caso, a convalidação
a) não é possível, em razão do vício de objeto.

b) é possível, pois o vício de objeto narrado comporta convalidação.


c) é possível, por se tratar de vício de forma.

d) não é possível, em razão do vício de competência narrado.

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e) é possível, independentemente do vício, se ocorrer com efeitos ex tunc.

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44 (2016/CESPE/PC-GO/Agente de Polícia) O ato que concede aposentadoria a servidor


público classifica-se como ato

a) simples.

b) discricionário.

c) composto.

d) declaratório.
e) complexo.

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45 (2016/CESPE/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil) A respeito da invalidação, anulação e


revogação de atos administrativos, assinale a opção correta.

a) Atos administrativos, por serem discricionários, somente podem ser anulados pela própria
administração pública.

b) A administração, em razão de conveniência, poderá revogar ato administrativo próprio não


eivado de qualquer ilegalidade, o que produzirá efeitos ex nunc.

c) O ato administrativo viciado pela falta de manifestação de vontade do administrado deverá


ser anulado, não podendo essa ilegalidade ser sanada por posterior manifestação de vontade
do interessado.
d) São anuláveis e passíveis de convalidação os atos que violem regras fundamentais
atinentes à manifestação de vontade, ao motivo, à finalidade ou à forma, havidas como de
obediência indispensável pela sua natureza, pelo interesse público que as inspira ou por
menção expressa da lei.

e) A anulação de ato administrativo ocorre por questões de conveniência e produz efeitos


retroativos à data em que o ato foi emitido.

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46 (2016/CESPE/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil) Com referência ao controle


administrativo, assinale a opção correta.

a) A revogação, pela administração, de ato administrativo que tenha revogado um primeiro


ato produzirá como efeito automático e imediato a revalidação desse primeiro ato, que
passará novamente a surtir efeitos normalmente.

b) Os atos administrativos cujos efeitos já se tenham exaurido integralmente são


insuscetíveis de revogação.
c) O exercício da autotutela, poder-dever da administração, é amplo e dispensa a instauração
de procedimento administrativo, ainda que potenciais interesses individuais sejam atingidos.
d) Situação hipotética: Lúcio, indivíduo de boa-fé, logrou a manutenção dos efeitos já
produzidos por ato administrativo posteriormente declarado nulo. Assertiva: Nessa situação,

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por força da isonomia, aquele que detiver situação jurídica idêntica à de Lúcio terá direito à
extensão dos mesmos efeitos jurídicos produzidos pelo ato anulado.

e) Um ato administrativo pode ser anulado em decorrência de pressupostos de conveniência e


oportunidade da administração ou devido à ilegalidade do ato. Nesse caso, será desnecessária
a instauração de processo administrativo para a oitiva de interessados.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

47 (2016/FCC/DPE-ES/Defensor Público) Sobre os elementos do ato administrativo,

a) desde que atendido o interesse da Administração, fica descaracterizada a figura do desvio


de finalidade.

b) a inexistência do elemento formal não é causa necessária de invalidação do ato, em vista


da teoria de instrumentalidade das formas.

c) a noção de ilicitude do objeto, no direito administrativo, não coincide exatamente com a


noção de ilicitude do objeto no âmbito cível.

d) sujeito do ato é seu destinatário; assim, o solicitante de uma licença é o sujeito desse ato
administrativo.

e) havendo vício relativo ao motivo, haverá, por consequência, desvio de finalidade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------
48 (2016/FCC/AL-MS/Nível Médio) Considere o seguinte trecho destacado da obra de
Regis Fernandes de Oliveira (Ato Administrativo, São Paulo: Revista dos Tribunais, 5º ed.
2007, p.50): O que distingue, in princípio, o ato administrativo dos demais praticados pela
Administração e dos atos privados é a desnecessidade de ir a juízo para impor-se. O autor se
refere ao atributo do ato administrativo denominado

a) presunção de legitimidade.

b) exigibilidade.
c) executividade.

d) imperatividade.
e) autoexecutoriedade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

49 (2016/FCC/AL-MS/Assistente Legislativo) A Administração pública expede atos


administrativos vinculados e atos administrativos discricionários, sendo que

a) os primeiros devem, obrigatoriamente, ser motivados, já os segundos, sujeitos a juízo de


conveniência e oportunidade, prescindem de motivação para sua validade.

b) se abre, ao Administrador, a escolha entre expedir uns ou outros independentemente do


que estabelece a lei de regência, ante a superação do princípio da estrita legalidade pelo
princípio da eficiência.
c) ambos se sujeitam à lei de regência e são passíveis de controle judicial, que, no entanto,
tem extensão e profundidade diversa.

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d) os primeiros se sujeitam à lei de regência e ao controle do judiciário, já os segundos


encontram fundamento em ato regulamentar e não são sindicáveis.

e) ambos prescindem, para validade, de fundamento último em lei, desde que respeitem os
princípios da fundamentação e da publicidade.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

50 (2016/FCC/AL-MS/Direito) Considere a seguinte situação hipotética: o Estado de Mato


Grosso de Sul, por meio de concessão de uso, facultou ao particular José a utilização privativa
de bem público, para que a exercesse conforme sua destinação. Ocorre que a mencionada
concessão se deu sem licitação, razão pela qual foi convertida em permissão precária, em que
não há a mesma exigência. Assim, imprimiu-se validade ao uso do bem público, já
consentido. O instituto da conversão

a) é utilizado quando se pretende converter ato válido em ato de outra categoria.

b) pode se dar por razões de oportunidade e conveniência.

c) não aproveita efeitos já produzidos em razão do ato anterior.


d) não se destina a atos administrativos com vício de objeto, conforme o narrado no
enunciado.
e) aplica-se com efeitos retroativos à data do ato original.

---------------------------------------------------------------------------------------------------

51 (2016/FCC/AL-MS/Direito) Considere dois casos hipotéticos:


I. João é servidor público estadual e chefe de determinada repartição. No exercício de seu
poder disciplinar, aplicou a seu subordinado, o servidor Francisco, a sanção de suspensão
após o respectivo processo administrativo disciplinar. Cumpre salientar que a lei prevê, para a
infração cometida por Francisco, que a Administração pode punir o servidor com as penas de
suspensão ou de multa.

II. Isabela, servidora pública estadual, sofreu remoção ex officio. Referida remoção, de
acordo com a lei, só pode dar-se para atender à conveniência do serviço. No entanto, no caso
de Isabela, foi feita para puni-la.

Nas situações narradas,


a) há discricionariedade quanto à forma do ato administrativo, no caso I, vez que a lei prevê
duas formas possíveis para atingir o mesmo fim.

b) há discricionariedade quanto ao objeto do ato administrativo, no caso I, vez que a lei prevê
dois objetos possíveis para atingir o mesmo fim.

c) há discricionariedade quanto à finalidade do ato administrativo, no caso II, e desvio de


finalidade na atuação da Administração.
d) o caso II trata de exemplo de ato administrativo vinculado, havendo, na hipótese, vício de
motivo.
e) ambos os casos correspondem a atos administrativos vinculados; no entanto, apenas no
caso II, o ato administrativo está viciado, sendo, portanto, ilegal.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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52 (2016/FCC/AL-MS/Auxiliar de Enfermagem) Considere:


I. São sempre passíveis de apreciação judicial.

II. Sujeitam-se à lei.


III. É espécie de ato jurídico.

IV. Em regra, não produzem efeitos jurídicos imediatos.

No que concerne aos atos administrativos, está correto o que consta em

a) IV, apenas.

b) I, II, III e IV.


c) I, II e III, apenas.

d) III, apenas.

e) I e II, apenas.

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53 (2016/CESPE/TCE-PR/Nível Superior) Um agente de determinada autarquia estadual,


em fiscalização de rotina, autuou estabelecimento comercial em razão de infração
administrativa verificada. Procedeu ainda, naquela mesma ocasião, à interdição cautelar do
estabelecimento em questão.

Acerca dessa situação hipotética, do poder de polícia e da disciplina dos atos administrativos,
assinale a opção correta.

a) Os atos administrativos praticados são dotados de presunção de veracidade e legitimidade,


bem como de presunção absoluta de conformidade à lei.

b) Se, na situação hipotética em questão, o administrador público tivesse agido motivado por
vingança pessoal contra o proprietário do estabelecimento comercial, estaria configurada a
nulidade do ato por abuso de poder na modalidade excesso de poder.

c) Se, na situação hipotética em apreço, fosse aplicada pena de multa ao estabelecimento


comercial, sua cobrança poderia ser executada diretamente pela administração pública.

d) Na hipótese apresentada, a aplicação de punição administrativa ao estabelecimento


comercial submete-se ao princípio da legalidade, uma vez que somente lei pode instituir
sanções administrativas.
e) Na hipótese em apreço, a interdição cautelar do estabelecimento comercial não poderia
prescindir da observância do devido processo legal e somente poderia ser efetivada após o
exercício do direito de defesa por parte do interessado.

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54 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) A revogação do ato administrativo é a


supressão de um ato legítimo e eficaz, seja por oportunidade, seja por conveniência, seja por
interesse público; entretanto, o poder de revogar da administração pública não é absoluto,
pois há situações insuscetíveis de modificação por parte da administração.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 164


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Tendo as considerações apresentadas como referência inicial, assinale a opção que apresenta
ato suscetível de revogação.

a) parecer emitido por órgão público consultivo

b) ato de concessão de licença para exercer determinada profissão, segundo requisitos


exigidos na lei

c) ato de posse de candidato nomeado após aprovação em concurso público

d) ato administrativo praticado pelo Poder Judiciário

e) ato de concessão de licença funcional já gozada pelo servidor

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55 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Assinale a opção correta, acerca da


extinção dos atos administrativos.

a) A convalidação por ratificação somente pode ser realizada pelo superior hierárquico do
agente que praticou o ato anterior.

b) A invalidação fulmina todas as relações jurídicas decorrentes do ato inválido, resguardados


os direitos de terceiros de boa-fé que não tenham contribuído para a invalidação do ato.

c) A cassação é ato discricionário do agente público.


d) Por ser a revogação um ato discricionário, ao se revogar um ato revogado, ocorrerá, por
consequência lógica, a repristinação do ato originário.
e) São passíveis de revogação os chamados atos meramente administrativos, tais como
pareceres e certidões.

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56 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Quanto às espécies de atos
administrativos, assinale a opção correta.

a) A licença pode ser concedida de ofício pela administração.


b) A permissão pode ser concedida de ofício pela administração.

c) A permissão de uso de bens públicos é ato unilateral, discricionário e precário.


d) Autorização é ato pelo qual a administração consente que o particular exerça atividade ou
utilize bem público que vise ao interesse público.
e) Licença é ato discricionário por meio do qual a administração confere ao interessado
consentimento para o desempenho de determinada atividade.

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57 (2016/FCC/SEGEP-MA/Procurador do Estado) Acerca dos atos administrativos, é


correto afirmar:
a) A conversão é o ato administrativo pelo qual a Administração converte um ato inválido em
ato de outra categoria, de maneira a torná-lo válido, com efeitos retroativos à data do ato
original.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 165


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b) Todas as modalidades de permissão podem ser definidas como atos unilaterais,


discricionários e precários.

c) As resoluções editadas pelo Congresso Nacional e suas Casas constituem atos


administrativos privativos daqueles órgãos.
d) A homologação é ato administrativo destinado a realizar o controle prévio de outro ato
administrativo.

e) A licença é ato unilateral e vinculado, cuja revogação somente é possível mediante prévia
notificação do interessado.

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58 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Auditor Fiscal) Agente público competente,


no exercício de fiscalização, constata que determinada licença municipal de funcionamento de
estabelecimento comercial foi recém-expedida mediante grave insuficiência de comprovação
documental, pelo interessado, de atendimento aos requisitos legais. Diante de tal
constatação, providência a ser adotada pelo agente público consiste em
a) anular, de imediato, o ato administrativo de licença municipal de funcionamento,
aplicando-se, no exercício do poder de polícia, as penalidades cabíveis ao interessado e a
eventuais outros agentes eventualmente responsáveis pela infração à lei.

b) revogar o ato administrativo de licença municipal de funcionamento, por estar sua


expedição em desconformidade com os requisitos legais.

c) anular, de imediato, o ato administrativo de licença municipal de funcionamento, por estar


sua expedição em desconformidade com os requisitos legais, notificando-se o interessado
para, querendo, apresentar recurso administrativo, na forma da lei.

d) reputar válido o ato administrativo de licença municipal de funcionamento, porque opera


em favor de sua validade a presunção de legitimidade dos atos da Administração pública,
independentemente de vício no seu processo de produção.

e) lavrar autuação circunstanciada do fato constatado, dando-se ciência ao interessado acerca


da pretensão municipal de anulá-lo e oferecendo-lhe a oportunidade de, querendo,
apresentar os esclarecimentos que julgar necessários, inclusive em defesa da validade da
licença supostamente eivada de nulidade.

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59 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista – Administrador) Os atos


administrativos são dotados de atributos que lhes conferem distinções em relação aos atos
praticados na esfera privada, daqueles podendo decorrer efeitos com maior alcance e
projeção, como no caso da

a) presunção de veracidade, em razão da qual presumem-se verdadeiras as alegações de fato


e de direito, administrativas e judiciais, feitas pela Administração pública em todos os
documentos e instrumentos por ela firmados.

b) presunção de eficácia, em razão da qual todos os atos administrativos editados podem


possuir eficácia estendida a terceiros, mediante requerimento administrativo.
c) presunção de veracidade, pela qual se presumem verdadeiras as afirmações de fato feitas
pela Administração pública, por exemplo, em documentos administrativos por ela firmados.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 166


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) presunção de legitimidade, que atesta a legalidade da atuação da Administração pública, o


que possibilita a extensão erga omnes de seus efeitos.

e) autoexecutoriedade que permite a atuação da administração independentemente de


previsão legal e de autorização do judiciário para coibir, por meios indiretos, situação que
viole a legislação.

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60 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista - Gestão Pública) Mara, servidora


pública e chefe de determinada repartição pública, emitiu atestado a determinado particular,
comprovando situação de que teve conhecimento por seus órgãos competentes. Um dia após
a prática do ato administrativo, decidiu revogá-lo por razões de conveniência e oportunidade.
O atestado emitido por Mara

a) comporta revogação desde que seja com efeitos ex nunc.

b) comporta revogação desde que seja com efeitos ex tunc.

c) não comporta revogação.


d) por já ter produzido efeitos, deve, obrigatoriamente, permanecer no mundo jurídico.

e) admite apenas anulação, a ser decretada somente pelo Poder Judiciário.

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61 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Acerca de função administrativa
e atos administrativos, julgue o item a seguir.
Situação hipotética: Um diretor de tribunal de contas editou ato administrativo com desvio de
finalidade. Após correição, o vício foi detectado e comunicado ao presidente do tribunal.

Assertiva: Nessa situação, o presidente poderá avocar para si a competência administrativa


pertinente e convalidar o ato administrativo.

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62 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) No que concerne à


administração pública, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de uma escola privada para a
realização do curso de formação de seus novos servidores.

Assertiva: Nessa situação, o ato de locação, ainda que seja regido pelo direito privado, é
considerado um ato administrativo.

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63 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Considerando que servidor


público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir, acerca dos
atos administrativos.

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Considerando-se a prerrogativa com que atua a administração, o parecer solicitado é


classificado como ato de gestão.

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64 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Considerando que servidor
público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir, acerca dos
atos administrativos.

Caso seja adotado como fundamento para a decisão, o referido parecer passará a integrar o
ato administrativo decisório.

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65 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Considerando que servidor


público de determinada autarquia federal tenha solicitado ao setor técnico daquela entidade a
emissão de parecer para subsidiar sua tomada de decisão, julgue o item a seguir, acerca dos
atos administrativos.

Quanto aos seus efeitos, tal parecer classifica-se como ato administrativo enunciativo.

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66 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item subsecutivo,
a respeito dos atributos dos atos administrativos.
Em decorrência do atributo da tipicidade, quando da prática de ato administrativo, devem-se
observar figuras definidas previamente pela lei, o que garante aos administrados maior
segurança jurídica.

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67 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item subsecutivo,
a respeito dos atributos dos atos administrativos.
A presunção de legitimidade dos atos administrativos está relacionada à sujeição da
administração ao princípio da legalidade.

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68 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item subsecutivo,


a respeito dos atributos dos atos administrativos.

A imperatividade é atributo indissociável dos atos administrativos.

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69 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Em relação às formas


de anulação de atos ou contratos administrativos e à perda de função pública, julgue o item a
seguir.

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A revogação aplica-se a atos praticados no exercício da competência discricionária.

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70 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Julgue o


próximo item, relativo à legislação administrativa.

São três os requisitos para que um ato administrativo seja dito perfeito: competência,
finalidade e objeto.

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71 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Acerca dos
atos administrativos, julgue o item subsequente.
O ato administrativo somente poderá ser realizado de forma válida se o agente responsável
pela sua elaboração tiver poder legal para praticá-lo.

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72 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Acerca dos


atos administrativos, julgue o item subsequente.
Atos administrativos ilegítimos ou ilegais podem ser anulados tanto pela própria
administração quanto pelo poder judiciário.

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73 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Acerca dos
atos administrativos, julgue o item subsequente.
O conceito de ato administrativo é praticamente o mesmo de ato jurídico, diferindo o primeiro
do segundo por ser aquele uma categoria informada pela administração de áreas meio.

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74 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) A respeito do


controle da administração pública, do processo administrativo e da licitação, julgue o item a
seguir.
A má-fé do destinatário, quando comprovada, afasta a incidência do prazo decadencial
conferido à administração para anular o ato administrativo.

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75 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Acerca dos servidores


públicos, dos poderes da administração pública e do regime jurídico-administrativo, julgue o
item que se segue.

Situação hipotética: O proprietário de determinado restaurante recebeu notificação na qual


constava a determinação de que a obra que havia sido irregularmente realizada na calçada do
referido estabelecimento, para a colocação de mesas, teria de ser demolida.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 169


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Assertiva: Nesse caso, decorrendo o prazo sem cumprimento da ordem, a administração


poderá promover a demolição sob o manto da autoexecutoriedade dos atos administrativos e
do poder de polícia.

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76 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação


aos atos administrativos e suas classificações, julgue o item seguinte.

Motivação, finalidade, competência, forma e objeto constituem elementos obrigatórios do ato


administrativo e requisitos de validade da sua prática, de modo que a ausência de qualquer
um desses elementos implica a nulidade do ato praticado.

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77 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação


aos atos administrativos e suas classificações, julgue o item seguinte.

Atos administrativos de gestão são atos praticados pela administração pública como se fosse
pessoa privada, o que afasta a supremacia que lhe é peculiar em relação aos administrados.
Atos administrativos de império, por sua vez, são aqueles praticados de ofício pelos agentes
públicos e impostos de maneira coercitiva aos administrados, os quais estão obrigados a
obedecer-lhes.

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78 (2016/FCC/Copergás – PE/Analista – Administrador) Antônio, servidor público
estadual, praticou ato administrativo com vício em um de seus elementos, pois o resultado do
ato administrativo praticado importou em violação da lei. Em razão do vício narrado, decidiu
anular o citado ato. De acordo com os fatos narrados, trata-se de vício de

a) competência e a anulação produz efeitos ex nunc.

b) finalidade, não sendo cabível a anulação, mas sim a revogação.

c) motivo e a anulação produz efeitos ex nunc.


d) forma, não sendo cabível a anulação, mas sim a revogação.

e) objeto e a anulação produz efeitos ex tunc.

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79 (2016/FCC/Copergás – PE/Analista – Administrador) Claudio, servidor público


estadual, praticou ato administrativo viciado. Determinado administrado, ao notar o ocorrido,
comunicou ao servidor o vício, no entanto, houve a convalidação do ato administrativo. A
propósito do tema, é correto afirmar que
a) a Administração pública não tem a opção de retirar ou não o ato viciado do mundo
jurídico; o que ela pode é extirpar o ato viciado através do instituto da revogação.
b) todo ato administrativo viciado deve ser anulado pela Administração pública, não
importando o vício nele contido.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 170


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c) nem sempre é possível a convalidação do ato administrativo; depende do tipo de vício que
atinge o ato.

d) a Administração pública pode, por razões de conveniência e oportunidade, manter hígido


ato administrativo viciado, não importando o vício nele contido.
e) se o vício existente no ato encontra-se no motivo do ato administrativo, agiu corretamente
a Administração pública.

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80 (2016/FCC/Copergás – PE/Auxiliar administrativo) Afrânio, Prefeito de determinado


Município do Estado de Pernambuco, exonerou ad nutum Onofre, servidor ocupante de cargo
em comissão, sob o fundamento de que o aludido cargo seria extinto por não ser mais
necessário às finalidades da municipalidade. Ocorre que o citado cargo não foi extinto e,
passados cinco dias da exoneração de Onofre, o Prefeito nomeou outro servidor para o
mesmo cargo. No caso narrado, o ato de exoneração

a) deve ser revogado por vício de finalidade.


b) pode ser convalidado.

c) apresenta vício de objeto e, portanto, é nulo.


d) apresenta vício de motivo, aplicando-se a teoria dos motivos determinantes.

e) é ato discricionário, ou seja, movido por razões de conveniência e oportunidade, razão pela
qual, não comporta anulação.

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81 (2016/FCC/Copergás – PE/Auxiliar administrativo) A revogação do ato


administrativo

a) relaciona-se ao princípio da vinculação.

b) pode ser decretada se houver vício de finalidade do ato.


c) não é decretada pelo Judiciário.

d) se dá com efeitos ex tunc.


e) pode ser decretada se houver vício de forma do ato.

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82 (2016/FCC/Copergás – PE/Técnico Operacional – Mecânica) Considere as


seguintes características dos atos administrativos:

I. vinculado.

II. bilateral e discricionário.

III. negocial.
IV. ordinatório.

No que concerne às características da licença, está correto o que consta APENAS em

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 171


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a) II e III.

b) I e III.
c) I e IV.

d) II.
e) II e IV.

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83 (2016/CESPE/DPU/Agente Administrativo) Acerca de ato administrativo e de


procedimento de licitação, julgue o item seguinte.
Caso seja necessário, a administração pública poderá revogar ato administrativo válido e
legítimo.

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84 (2016/CESPE/PC-PE/Delegado de Polícia) Acerca dos atos do poder público, assinale
a opção correta.

a) A convalidação implica o refazimento de ato, de modo válido. Em se tratando de atos


nulos, os efeitos da convalidação serão retroativos; para atos anuláveis ou inexistentes tais
efeitos não poderão retroagir.

b) A teoria dos motivos determinantes não se aplica aos atos vinculados, mesmo que o gestor
tenha adotado como fundamento um fato inexistente.

c) Atos complexos resultam da manifestação de um único órgão colegiado, em que a vontade


de seus membros é heterogênea. Nesse caso, não há identidade de conteúdo nem de fins.

d) Atos gerais de caráter normativo não são passíveis de revogação, eles podem ser somente
anulados.

e) Atos compostos resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, quando a vontade de


um é instrumental em relação à do outro. Nesse caso, praticam-se dois atos: um principal e
outro acessório.

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85 (2016/CESPE/PC-PE/Agente de Polícia) O ato administrativo é uma espécie de ato


jurídico de direito público, ou seja, suas características distinguem-no do ato jurídico de
direito privado. Os atributos do ato administrativo — ato jurídico de direito público — incluem
a

a) legalidade, a publicidade e a imperatividade.

b) presunção de legitimidade, a imperatividade e a autoexecutoriedade.

c) imperatividade, o motivo, a finalidade e a autoexecutoriedade.


d) eficiência, a presunção de legitimidade e a continuidade.

e) proporcionalidade, a motivação e a moralidade.

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86 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Assinale a opção correta a respeito


dos atos administrativos.

a) A competência administrativa pode ser transferida e prorrogada pela vontade dos


interessados.

b) A alteração da finalidade expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da


administração caracteriza desvio de poder que dá causa à invalidação do ato.

c) O princípio da presunção de legitimidade do ato administrativo impede que haja a


transferência do ônus da prova de sua invalidade para quem a invoca.
d) O ato administrativo típico é uma manifestação volitiva do administrado frente ao poder
público.
e) O motivo constitui requisito dispensável na formação do ato administrativo.

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87 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Ainda a respeito dos atos


administrativos, assinale a opção correta.

a) A convalidação é o suprimento da invalidade de um ato com efeitos retroativos.


b) O controle judicial dos atos administrativos é de legalidade e mérito.

c) A revogação pressupõe um ato administrativo ilegal ou imperfeito.


d) Os atos administrativos normativos são leis em sentido formal

e) O ato anulável e o ato nulo produzem efeitos, independentemente do trânsito em julgado


de sentença constitutiva negativa.

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88 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Assinale a opção correta acerca da


administração pública.
a) O mandado de segurança não constitui meio adequado para o controle judicial de ato
administrativo eivado de ilegalidade.
b) O ato complexo é o que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da
verificação por parte de outro para se tornar exequível.
c) A licença é exemplo de ato administrativo enunciativo

d) A possibilidade que tem a administração pública de, nos termos da lei, constituir terceiros
em obrigações mediante atos unilaterais constitui aplicação do princípio da supremacia do
interesse público.

e) O poder discricionário é aquele que é concedido à administração, de modo explícito ou


implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade, conteúdo, forma e finalidade.

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89 (2016/FCC/Prefeitura de Campinas – SP/Procurador) A revisão do ato


administrativo pode implicar

a) a retroação dos efeitos à data da emissão do ato viciado, como nos casos de revogação por
motivo de conveniência e oportunidade, demonstrado fato superveniente e de interesse
público a justificar a extinção do ato.

b) a alteração de seus motivos, para sanar eventuais vícios e conformar a finalidade


alcançada à motivação exposta.

c) análise pelo Judiciário, para correção de vícios de legalidade, motivo e forma, bem como
exame de custo benefício entre a opção do administrador e a finalidade pretendida,
autorizada a substituição do ato pela decisão jurisdicional.

d) revogação ou retificação do ato diante da constatação de desvio de poder, mediante a


edição de outro ato para sanar o vício de finalidade identificado.

e) convalidação do ato, mediante correção de eventuais vícios sanáveis, demandando a


edição de outro ato para suprir as ilegalidades existentes, com efeitos retroativos à data da
edição do primeiro ato.

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90 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o próximo item, a respeito dos
atos administrativos.
A autoexecutoriedade é atributo restrito aos atos administrativos praticados no exercício do
poder de polícia.

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91 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o próximo item, a respeito dos


atos administrativos.

Em decorrência do princípio da autotutela, não há limites para o poder da administração de


revogar seus próprios atos segundo critérios de conveniência e oportunidade.

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92 (2016/CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social) Julgue o próximo item, a respeito dos


atos administrativos.

O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado
discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado
o vício de incompetência.

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93 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Avaliador) Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo, assinale a opção
correta conforme a Lei n.º 9.784/1999.

a) A competência para a edição de atos normativos poderá ser delegada.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 174


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

b) A revogação do ato administrativo ocorre nas hipóteses de ilegalidade, devendo retroagir


com efeitos ex tunc para desconstituir as relações jurídicas criadas com base no ato
revogado.

c) O direito da administração de anular os seus próprios atos decai em cinco anos, ainda que
constatada a má-fé do destinatário do ato.

d) A convalidação dos atos administrativos que apresentem defeitos sanáveis pode ser feita
pela administração, desde que esses atos não acarretem lesão ao interesse público ou
prejuízo a terceiros.

e) O ato de exoneração do servidor público ocupante de cargo em comissão e os atos


administrativos que decidam recursos administrativos dispensam motivação.

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94 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) Assinale a opção correta acerca das espécies de ato administrativo.

a) Permissão é ato unilateral e discricionário por meio do qual a administração faculta ao


particular a execução do serviço público ou a utilização privativa de bem público.

b) Autorização é ato unilateral e vinculado por meio do qual a administração faculta ao


particular o exercício de uma atividade.

c) Aprovação é ato unilateral e vinculado por meio do qual a administração pública reconhece
a legalidade de um ato jurídico apenas a posteriori.

d) Homologação é ato unilateral e discricionário por meio do qual a administração pública


exerce o controle a priori do ato administrativo.

e) Licença é ato unilateral e vinculado por meio do qual a administração reconhece ao


particular o direito à prestação de um serviço público.

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95 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) A respeito dos atos administrativos, assinale a opção correta.
a) São elementos dos atos administrativos a competência, a finalidade, a forma, o motivo e o
objeto.
b) Apenas o Poder Executivo, no exercício de suas funções, pode praticar atos
administrativos.

c) Mesmo quando atua no âmbito do domínio econômico, a administração pública reveste-se


da qualidade de poder público.

d) Para a formação do ato administrativo simples, é necessária a manifestação de dois ou


mais diferentes órgãos ou autoridades.
e) Define-se ato nulo como ato em desconformidade com a lei ou com os princípios jurídicos,
passível de convalidação.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

96 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) No que diz respeito às espécies de ato administrativo, assinale a opção
correta.

a) A homologação é ato unilateral e vinculado pelo qual a administração pública reconhece a


legalidade de um ato jurídico.

b) Decreto é ato exclusivamente geral emanado do chefe do Poder Executivo.

c) Licença é o ato administrativo bilateral e vinculado por meio do qual a administração


pública faculta ao particular o exercício de determinada atividade.

d) A admissão é o ato discricionário e unilateral pelo qual a administração reconhece ao


particular que preencha os requisitos legais o direito à prestação de um serviço público.

e) Parecer é ato opinativo e vinculante pelo qual os órgãos consultivos da administração


pública emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de sua competência.

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97 (2016/CESPE/TJ-AM/Juiz de Direito) Assinale a opção correta com referência aos


atos administrativos.

a) A finalidade reflete o fim mediato dos atos administrativos, enquanto o objeto, o fim
imediato, ou seja, o resultado prático que deve ser alcançado.

b) O silêncio administrativo consubstancia ato administrativo, ainda que não expresse uma
manifestação formal de vontade.

c) Autorização é o ato pelo qual a administração concorda com um ato jurídico já praticado
por particular em interesse próprio.

d) O objeto dos atos administrativos normativos é equivalente ao dos atos administrativos


enunciativos.

e) Motivação e motivo são juridicamente equivalentes.

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98 (2016/FCC/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) Sobre atos administrativos, considere:

I. Os atos administrativos vinculados comportam anulação e revogação.


II. Em regra, os atos administrativos que integram um procedimento podem ser revogados.

III. A competência para revogar é intransferível, salvo por força de lei.

Está correto o que se afirma em

a) III, apenas.

b) I, II e III.

c) I e III, apenas.
d) I e II, apenas.

e) II, apenas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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99 (2016/FCC/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador) Sobre o ato administrativo, considere:

I. O ato administrativo nulo não comporta revogação.


II. O ato administrativo com vício de competência poderá, em determinadas hipóteses, ser
convalidado.

III. Em regra, a anulação do ato administrativo ocorre com efeito ex nunc.

IV. A anulação do ato administrativo, quando feita pela Administração pública, independe de
provocação do interessado.
Está correto o que se afirma em

a) I, II e IV, apenas.
b) I, II, III e IV.

c) I e IV, apenas.
d) III, apenas.

e) II, apenas.

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100 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Marcilio, servidor público federal e chefe de determinada repartição pública, convalidou ato
administrativo ilegal, haja vista conter nulidade relativa, suprindo, assim, vício existente no
mencionado ato. Já Ana, também servidora pública federal, revogou ato administrativo com
vício de motivo. A propósito do ocorrido nas duas hipóteses,

a) a convalidação não se destina a atos administrativos ilegais, sendo seu efeito sempre ex
nunc.

b) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex tunc.

c) no primeiro caso, a convalidação ocorrerá com efeitos retroativos à data em que o ato
administrativo foi praticado.

d) a revogação é possível no caso narrado, mas se dará com efeitos ex nunc.


e) o episódio narrado na segunda hipótese comporta tanto revogação quanto anulação que,
neste último caso, ocorrerá com efeitos ex tunc.

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101 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Técnico de Administração) Considere:

I. A revogação é sempre discricionária.

II. O ato vinculado, em regra, pode ser revogado.

III. O ato discricionário não comporta anulação.


IV. Na revogação, extingue-se ato válido.

Está correto o que consta APENAS em

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

a) IV.

b) II e III.
c) I, II e III.

d) I e IV.
e) I, II e IV.

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102 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Considere que determinada


autoridade do TRE/PI tenha negado pedido administrativo feito por um servidor do quadro,
sem expor fundamentos de fato e de direito que justificassem a negativa do pedido. Nesse
caso, o ato administrativo praticado pela autoridade do TRE/PI
a) não possui presunção de veracidade.

b) pode ser editado sob a forma de resolução.


c) é considerado, quanto à formação da vontade, ato administrativo complexo.

d) classifica-se como ato administrativo meramente enunciativo.

e) apresenta vício de forma.

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103 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Um técnico judiciário do TRE/PI


assinou e encaminhou para publicação uma portaria de concessão de licença para capacitação
de um analista judiciário pertencente ao quadro de servidores do tribunal. O ato de concessão
da licença é de competência não exclusiva do presidente do tribunal.

A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta.


a) O ato deve ser cassado, pois os requisitos para a sua prática não foram atendidos.

b) Dado o vício insanável de competência, o ato deve ser revogado.

c) O ato não possui vícios, razão por que não há providências a serem tomadas.
d) O ato deve ser anulado com efeitos ex-nunc, por vício insanável de forma.

e) Caso não seja verificada lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, o ato deverá
ser convalidado.

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104 (2016/CESPE/TRE-PI/Analista Judiciário) Um parecer exarado por servidor público


integrante do departamento jurídico de determinado órgão da administração direta, que
depende de homologação ainda pendente, de autoridade superior para ser validado, é um ato
administrativo classificado, quanto

a) à formação da vontade, como complexo.


b) à exequibilidade, como pendente.

c) à função da administração, como de gestão.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) aos efeitos, como enunciativo.

e) à função da vontade, como propriamente dito.

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GABARITO

1-C 2-A 3-E 4-E 5-A 6-D 7-D 8-E 9-C 10-A

11-A 12-B 13-C 14-E 15-D 16-B 17-B 18-A 19-C 20-E

21-C 22-E 23-B 24-E 25-E 26-C 27-C 28-E 29-E 30-C

31-C 32-C 33-C 34-C 35-E 36-A 37-D 38-B 39-B 40-E

41-B 42-A 43-D 44-E 45-B 46-B 47-C 48-E 49-C 50-E

51-B 52-C 53-D 54-D 55-B 56-C 57-A 58-E 59-C 60-C

61-E 62-E 63-E 64-C 65-C 66-C 67-C 68-E 69-C 70-E

71-C 72-C 73-E 74-C 75-C 76-E 77-C 78-E 79-C 80-D

81-C 82-B 83-C 84-E 85-B 86-B 87-A 88-D 89-E 90-E

91-E 92-C 93-D 94-A 95-A 96-A 97-A 98-A 99-A 100-C

101-D 102-E 103-E 104-D

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CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1 CONCEITO E ABRANGÊNCIA

É o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder
de fiscalização e de revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de poder
(executivo, legislativo e judiciário).

Para Di Pietro, o controle da Administração corresponde a um poder de fiscalização,


vigilância e correção que sobre ela exercem órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e
Executivo, com o objetivo geral de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios
que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico.

Esse poder de fiscalizar e corrigir incide sobre toda a Administração Pública, ou seja, sobre
todos os atos produzidos pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário quando estiverem
atuando no exercício da atividade administrativa.

2 CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO DO CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO

Interno: é o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus


próprios atos e agentes. É o poder de autotutela que cada Poder exerce
sobre os seus próprios atos.

OBS: A maioria dos autores e bancas (CESPE, FCC, etc) entendem


que o controle que a administração direta efetua sobre as
Quanto à entidades da administração indireta é EXTERNO (ou de caráter
origem ou externo)
alcance
Externo: é o controle exercido por um Poder sobre os atos
administrativos praticados por outro Poder.

Popular: é a possibilidade de o administrado, diretamente ou por


intermédio de órgãos especializados, verificar a regularidade da atuação
da administração e impedir a prática de atos ilegítimos.

Prévio (a priori): o controle prévio ocorre antes de o ato ser praticado.


Ex. autorização legislativa para nomeação de dirigentes das autarquias.

Concomitante: no controle concomitante, a fiscalização dos atos ocorre


no momento em que estão sendo realizados. Ex. fiscalização de um
Quanto ao
concurso público.
momento
Posterior (a posteriori): ocorre após a pratica do ato administrativo.
Ex. homologação de licitação ou concurso público, o controle judicial dos
atos administrativos. A maioria dos controles realizados pelos tribunais de
contas são posteriores.

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Legalidade: deriva diretamente do princípio da legalidade e visa verificar


Quanto à se o ato foi praticado em conformidade com o ordenamento jurídico.
natureza ou ao
aspecto Mérito: o controle de mérito visa a verificar a oportunidade e a
controlado conveniência administrativas do ato controlado. Trata-se de atuação
discricionária exercida por quem editou o ato administrativo.

Hierárquico: decorre do escalonamento vertical entre órgãos da


administração direta ou escalonamento vertical dentro de uma mesma
entidade da administração indireta. O controle hierárquico é sempre
Quanto à um controle interno.
amplitude Finalístico: é o controle exercido pela administração direta sobre as
pessoas jurídicas integrantes da administração indireta. Esse controle
também é chamado de tutela administrativa ou supervisão
ministerial.

Por Subordinação: decorre da relação de subordinação que existe entre


os diversos órgãos públicos, a qual permite ao órgão de graduação
superior fiscalizar, orientar e rever a atuação de órgãos de menor
Quanto ao hierarquia. Esse controle é tipicamente INTERNO.
âmbito4 Por Vinculação: nesse controle o poder de fiscalização e de revisão é
efetuado de uma pessoa jurídica sobre outra, tendo, portanto, natureza
externa. Ocorre, por exemplo, no controle da Administração Direta
sobre a Indireta.

3 CONTROLE ADMINISTRATIVO

É o poder de fiscalização e correção exercido pelo Poder Executivo e pelos demais


órgãos da administração (no exercício da função administrativa), do Poder Legislativo e
Judiciário sobre os seus próprios atos e atividades.

O controle realizado é de legalidade e de mérito sobre os atos administrativos e atividades,


confirmando-os ou desfazendo-os.

De acordo com s Súmula n. 473/STF, a administração possui a prerrogativa de anular os


seus próprios atos quando ilegais (controle de legalidade), ou revogá-los (controle de
mérito), quando inconvenientes ou inoportunos. Esse é o poder-dever de AUTOTUTELA da
administração pública.

OBS: o controle administrativo é interno, ou seja, ocorre no interior da administração ou nos


órgãos da administração dos demais poderes (legislativo e judiciário).

O controle exercido pela Administração direta sobre a Administração indireta denomina -se
poder de tutela, que não pressupõe hierarquia, mas apenas controle finalístico, que
analisa a aderência da atuação dos entes que integram a Administração indireta aos atos ou
leis que os constituíram.

O controle administrativo interno é cabível apenas em relação a atividades de natureza


administrativa, mesmo quando exercido no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário.

4
Síntese da obra Manual de direito Administrativo, 24. Ed., do autor José dos Santos Carvalho Filho.

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3.1 Instrumentos para o controle administrativo


a) Direito de Petição

Previsto no art. 5°, XXXIV, a, da CF/88, que diz que são a todos assegurados,
independentemente de taxas, o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder.

Qualquer pessoa (física ou jurídica) pode dirigir-se formalmente a uma autoridade do Poder
Público com o intuito de fazer uma reivindicação, queixa, solicitar esclarecimentos ou
simplesmente manifestar a sua opinião sobre algo de seja de seu próprio interesse ou de
interesse da coletividade.

A única exigência formal é que a petição deverá ser escrita e o peticionário deverá ser
devidamente identificado. Não se faz necessário advogado para exercer o direito de pedir na
administração pública.

b) Pedido de Reconsideração
Trata-se de um pedido escrito, dirigido pelo interessado à autoridade responsável pela edição
do ato, pleiteando a extinção ou a alteração do ato em conformidade com as suas pretensões.
O pedido de reconsideração não é um recurso propriamente dito, pois é destinado à mesma
autoridade que praticou o ato e não para uma autoridade superior, como acontece nos
recursos.

c) reclamação administrativa

De acordo com a professora Di Pietro, é o ato pelo qual o administrado, seja particular ou
servidor público, deduz uma pretensão perante a Administração Pública, visando obter
reconhecimento de um direito ou a correção de um ato que lhe cause lesão ou ameaça de
lesão.

O prazo prescricional para a apresentação da reclamação é de um ano, contado do ato ou


da atividade lesiva, se outro prazo não for fixado em lei específica.

d) recursos administrativos ou hierárquicos


São instrumentos formais de controle administrativo que o interessado pleiteia para a
reapreciação de atos ou decisões proferidas pela administração.

Devem ser interpostos através de petição escrita à autoridade superior àquela que proferiu a
decisão administrativa. Assim, a reapreciação de um recurso administrativo sempre será
dentro de um mesmo Poder, não havendo hipótese de reexame de recursos administrativos
por um outro poder ou outra esfera.
Via de regra, os recursos administrativos possuem apenas efeito devolutivo, contudo o art. 61
da lei 9.784/99 estabelece que, se houver disposição legal em contrário ou havendo justo
receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade
recorrida ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo ao
recurso.

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De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, o controle divide-se em controle de ofício e
controle provocado. O primeiro é realizado pela própria Administração, no regular exercício de
suas funções, independentemente de provocação de terceiros. Por outro lado, o controle
provocado é aquele deflagrado por terceiros, tendo como principal exemplo os recursos
administrativos.

RECURSO HIERÁRQUICO PRÓPRIO

Segundo os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo5, é aquele dirigido à autoridade


ou ao órgão imediatamente superior, dentro da mesma pessoa jurídica em que o ato foi
praticado. Para que o recurso seja hierárquico (próprio), é necessário que o ato controlado
provenha de agente ou de órgão subordinado ao agente ou ao órgão controlador.

RECURSO HIERÁRQUICO IMPRÓPRIO

Segundo os mesmos professores, é aquele dirigido:

a) A um órgão especializado na apreciação de recursos específicos, sem relação


hierárquica com o órgão controlado;
b) A um órgão integrante de uma pessoa jurídica diferente daquela da qual
emanou o ato controlado. O termo “impróprio” traduz a noção de que entre o órgão ou
a autoridade que proferiu o ato recorrido e o órgão a que se endereça o recurso não
há relação hierárquica, embora eles possam ser localizados na mesma pessoa
jurídica.

OBS: os recursos hierárquicos impróprios podem ser interpostos apenas se houver previsão
legal que expressamente os preveja, designando a autoridade ou o órgão competente com
competência para apreciar e decidir o recurso.

4 CONTROLE LEGISLATIVO
O controle legislativo ou controle parlamentar é exercido pelos órgãos do Poder Legislativo
em relação a determinados atos praticados pela Administração Pública.
Caracteriza-se por ser um controle externo, exercido nos exatos termos e limites previstos
no texto constitucional.

No entanto, o controle que o Poder Legislativo efetua sobre sua própria atuação
administrativa não se distingue do controle fundado no poder de autotutela.

4.1 Controle parlamentar direto


O controle parlamentar direto são as hipóteses de controle efetuadas pessoalmente pelos
parlamentares, pelas mesas legislativas ou por intermédio das comissões do Poder
Legislativo.

5
Resumo de direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – 9. ed. rev. E atual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016; p. 348 e 349.

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Art. 49, X, CF/88 – compete ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou


por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta.

Art. 49, V, CF/88 – compete ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder
Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. (ver
art. 84, IV e 68, §, 2°).

Art. 49, IX, CF/88 - é competência exclusiva do Congresso Nacional julgar anualmente as
contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução
dos planos de governo.
Art. 71, caput – é competência do Congresso Nacional, auxiliado pelo Tribunal de contas da
União, exercer a fiscalização contábil, financeira e orçamentária federal.

4.2 Fiscalização contábil, financeira e orçamentária

Art. 70, CF/88 - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade,
legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida
pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que
utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos
quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

4.3 Controle externo exercido pelos tribunais de contas

Apesar de o STF não considerar os Tribunais de contas entre os órgãos do Poder Legislativo,
alguns doutrinadores, dentre eles José dos Santos Carvalho Filho, considera que as Cortes de
Contas são órgãos financeiros integrantes do Poder Legislativo das diversas esferas da
Federação.

Os tribunais de contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo. Não existe hierarquia entre
os tribunais de contas e o Poder Legislativo.

Segundo a professora Di Pietro, predomina atualmente na doutrina e jurisprudência


brasileiras o entendimento de que as decisões dos Tribunais de Contas são meramente
administrativas, ou seja, não são capazes de produzir a chamada “coisa julgada judicial”.
Por não emanarem de órgãos integrantes do Poder Judiciário (que tem o monopólio da
jurisdição), as decisões das Cortes de Contas formam apenas a coisa julgada
administrativa.

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante
parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens


e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades

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instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer
título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como
a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias
posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de


Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União
participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio,


acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas,
ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções
realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de


contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara


dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.


§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de


título executivo.
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de
suas atividades.

OBS: o TCU apenas aprecia as contas do Presidente da República, emitindo parecer


prévio, sendo assim, o TCU não julga as contas do Presidente, pois essa é uma das
competências do Congresso Nacional. No entanto, o TCU julga as contas dos demais
administradores públicos.

5 CONTROLE JUDICIAL

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É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de atividade


jurisdicional, sobre atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, bem como sobre os
atos administrativos editados, no exercício da função administrativa, pelo Poder Legislativo e
pelo próprio Poder Judiciário. Assim, podemos afirmar que o controle judicial pode incidir
sobre atividades administrativas em todos os poderes do Estado.

O controle judicial é exclusivamente sobre a legalidade e legitimidade dos atos


administrativos, nunca sobre o mérito administrativo.

Normalmente o controle judicial é posterior à prática do ato.

O Poder Judiciário, no exercício da função judicante, somente age mediante provocação do


interessado ou do legitimado.

No exercício do controle jurisdicional dos atos administrativos, somente poderá ser decretada
a anulação dos atos administrativos, porquanto a revogação decorre de controle
administrativo de mérito.

Segundo o STF, o controle jurisdicional dos atos administrativos não viola o princípio
constitucional da separação dos poderes (RE 804690).
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é órgão interno de controle administrativo,
financeiro e disciplinar do Poder Judiciário.

5.1 Meios judiciais de controle dos atos administrativos


a) mandado de segurança

b) ação popular
c) ação de improbidade administrativa

d) ação civil pública

e) mandado de injunção

f) habeas corpus

g) habeas data

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6 QUESTÕES COMENTADAS:

1.(2013/CESPE/DPE-ES/Estágio – Direito) Em relação ao controle da administração


pública, assinale a opção correta.

a) Dada a inafastabilidade do controle externo da administração pública pelo Poder Judiciário


e pelo Poder Legislativo, admite-se a renúncia pontual do controle interno pelos órgãos de
controle do Poder Executivo.

b) A autotutela não se inclui entre os tipos de controle da administração pública.

c) O controle da administração pública pode ser interno e externo.

d) O controle da administração pública restringe-se ao mérito da atividade administrativa


sujeita a controle.

e) Não podem os administrados participar das ações de controle da administração pública,


uma vez que constituem prerrogativas exclusivas dos agentes públicos provocar o
procedimento de controle, bem como realizá-lo.
Gabarito: C

Comentários:
Letra a: Errada. De acordo com o art. 74 da CF/88, os Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, manterão, de forma integrada, sistema de controle interno. Assim, a alternativa
erra ao afirmar que o Poder Executivo poderia renunciar, pontualmente, o exercício do
controle interno. Por fim, vale ressaltar que não é possível qualquer tipo de renúncia ao
controle interno em nenhum dos Poderes.

Letra b: Errada. A autotutela é a possibilidade de a administração rever os seus próprios


atos, anulando os atos ilegais ou revogando os atos inconvenientes e inoportunos. Esse
poder/dever da administração possui fundamento na Súmula n. 473/STF. Ao contrário do que
afirma a alternativa, a autotutela é um dos tipos de controle da administração pública. Por
fim, não confundir autotutela com a tutela administrativa, que é o controle exercido pela
administração direta nas entidades da administração indireta, também chamado de controle
finalístico ou supervisão ministerial.

Letra c: Correta. Realmente o controle da administração pública pode ser interno ou


externo. Interno: é o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e
agentes. É o poder de autotutela que cada Poder exerce sobre os seus próprios atos.
Externo: é o controle exercido por um Poder sobre os atos administrativos praticados por
outro Poder.

Letra d: Errada. Quanto a natureza ou o aspecto controlado, o controle pode ser de mérito
ou de legalidade. Assim, errada a alternativa ao afirmar que o único aspecto controlado seria
o mérito dos atos administrativos, há também controle de legalidade dos atos.

Letra e: Errada. Os administrados podem sim participar das ações de controle da


administração pública, exemplo disso temos a ação popular, o mandado de segurança, o
habeas corpus, etc.

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2. (2010/CESPE/DETRAN-ES/Administrador) O controle que a Controladoria Geral da


União exerce sobre o Ministério dos Transportes denomina-se controle externo.

Gabarito: Errado

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Comentários:

A Controladoria Geral da União (CGU) é órgão pertencente ao Poder Executivo, assim como o
Ministério dos Transportes também o é. Quando um órgão exerce controle administrativo
sobre outro órgão de um mesmo Poder, o controle é INTERNO, e não externo como afirma a
questão. Já vimos que o controle externo é aquele exercido por um Poder sobre os atos
administrativos praticados por outro Poder.

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3 (2016/CESPE/PC-GO/Agente de Polícia) Acerca do controle da administração, assinale


a opção correta.

a) O controle por vinculação possui caráter externo, pois é atribuído a uma pessoa e se
exerce sobre os atos praticados por pessoa diversa.

b) Controle interno é o que se consuma pela verificação da conveniência e oportunidade da


conduta administrativa.

c) O controle de legalidade é controle externo na medida em que é necessariamente


processado por órgão jurisdicional.

d) Controle administrativo é a prerrogativa que a administração pública possui de fiscalizar e


corrigir a sua própria atuação, restrita a critérios de mérito.

e) O controle que a União exerce sobre a FUNAI caracteriza-se como controle por
subordinação, uma vez que esta é uma fundação pública federal.

Gabarito: A
Comentários:

Letra a: Correta Controle por vinculação é quando não há relação de subordinação entre as
pessoas controladas, ocorre entre a administração direta sobre os atos das entidades da
administração indireta. Assim, acerta a alternativa ao afirmar que o controle possui caráter
externo, pois, no caso, há duas pessoas jurídicas diferentes e não há subordinação entre elas,
apenas vinculação. Fique atento se a sua prova afirmar que o controle realizado dentro de um
mesmo Poder será interno. Nem sempre, veja que nesse caso, ainda que o controlador e o
controlado pertencessem ao Poder Executivo, o controle é externo.

Letra b: Errada. O controle Interno é o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus
próprios atos e agentes. É o poder de autotutela que cada Poder exerce sobre os seus
próprios atos. Desse modo, o controle pode ser pela verificação da conveniência e
oportunidade como também poderá ser verificada a legalidade dos atos praticados pela
administração.
Letra c: Errada. O controle de legalidade pode ser interno ou externo. Será interno quando
exercido no poder de autotutela da administração. Será externo quando, por exemplo, o
Poder Judiciário avaliar aspectos de legalidade de atos praticados por outro Poder. Perceba
que o controle de legalidade não é necessariamente processado por um órgão jurisdicional.
Letra d: Errada. Realmente o controle administrativo é a prerrogativa que a administração
pública possui de fiscalizar e corrigir a sua própria atuação. No entanto, pode-se verificar
critérios de mérito ou de legalidade dos seus atos. Mais uma vez a banca cobra o
conhecimento da Súmula n. 473/STF, muitíssimo importante para a sua prova, o poder de
autotutela da administração.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 188


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Letra e: Errada O controle que a União exerce sobre a FUNAI caracteriza-se como controle
por vinculação (e não subordinação como afirma a alternativa). Observe que, mesmo não
sabendo se a FUNAI é realmente uma fundação pública federal, você poderia acertar a
alternativa sabendo que o controle da administração direta sobre os atos da administração
indireta é controle por vinculação, finalístico ou supervisão ministerial.

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4 (2010/CESPE/TRE-MT/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A respeito do


controle da administração, assinale a opção correta.
a) Controle de mérito é aquele em que o órgão controlador faz o confronto entre a conduta
administrativa e uma norma jurídica vigente e eficaz, que pode estar na CF ou em lei
complementar ou ordinária.

b) Na medida em que o controle de legalidade dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo é
exercido apenas pelo Poder Judiciário, ele se caracteriza como um controle externo, e não
interno.
c) Denomina-se controle por vinculação, e não por subordinação, o controle exercido por um
ministério sobre uma autarquia cujas atribuições lhe são afetas.
d) O controle exercido pelo Poder Legislativo sobre a administração pública é de caráter
exclusivamente político.
e) Segundo a CF, o controle externo da administração pública federal é exercido pelo Tribunal
de Contas da União, tanto sob os aspectos de legalidade e legitimidade quanto sob os de
economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.

Gabarito: C

Comentários:

Letra a: Errada. O disposto na alternativa é o controle de legalidade, e não de mérito. O


controle de mérito é a verificação da oportunidade e conveniência administrativas do ato
controlado. Trata-se de uma atuação discricionária exercida por quem editou o ato.

Letra b: Errada. O controle de legalidade dos atos dos Poderes Legislativo e Executivo não é
exercido apenas pelo Judiciário. No exercício da autotutela dos atos, qualquer um dos Poderes
pode exercer o controle de legalidade dos seus atos, sendo um controle interno. Quando o
Poder Judiciário exerce o controle dos atos dos outros Poderes, aí sim, será externo.

Letra c: Correta. Exatamente isso. Para a maioria da doutrina e bancas de concurso, o


controle exercido pelos órgãos da administração direta sobre as entidades da administração
indireta é controle por vinculação e de caráter externo, ainda que dentro de um mesmo Poder
(no caso, Poder Executivo).

Letra d: Errado. O controle realizado pelo Poder Legislativo não é exclusivamente político
(direto), também pode ser técnico-financeiro (indireto), realizado com o auxílio dos tribunais
de contas. Cuidado com os termos que restringem ou extrapolam demais nas provas de
concursos, normalmente elas tornam as questões ou alternativas falsas, porquanto no direito
a grande maioria das regras possuem exceções.

Letra e: Errado. Segundo o art. 71 da CF, o controle externo será exercido pelo Congresso
Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 189


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5 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Considere duas situações hipotéticas:

I. o Congresso Nacional decide apurar a legalidade de ato administrativo praticado pelo


presidente de autarquia federal;

II. o Congresso Nacional anulou ato normativo do Poder Executivo que exorbitou do poder
regulamentar.

No que concerne ao controle legislativo, especificamente ao controle político exercido pelo


Poder Legislativo sobre a Administração pública,
a) ambas as hipóteses estão corretas.

b) ambas as hipóteses estão incorretas, pois extrapolam os limites do controle legislativo


exercido sobre os atos da Administração pública.

c) está correta apenas a primeira hipótese; no item II, cabe ao Congresso tão somente sustar
atos normativos do Executivo que exorbitem do poder regulamentar.

d) está correta apenas a segunda hipótese; no item I, compete exclusivamente ao Congresso


Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer das Casas, os atos do Poder
Executivo, não abrangendo, no entanto, a administração indireta.
e) ambas as hipóteses estão incorretas, pois foram citadas atribuições exclusivas do Senado
Federal no exercício do controle legislativo.
Gabarito: C

Comentários:
A primeira realmente está correta e possui fundamento no art. 49, X, da CF/88, que assim
dispõe: X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do
Poder Executivo, incluídos os da administração indireta.

A segunda está incorreta, porquanto, de acordo com o art. 49, V, da CF/88, cabe ao
Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

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6 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) Assinale a opção


correta a respeito do controle da administração pública.

a) As ações judiciais que tenham por objeto atos administrativos praticados por órgãos do
Poder Judiciário constituem exemplos de controle externo.

b) Dada a presunção de legitimidade dos atos administrativos, não se pode falar em controle
preventivo desses atos.

c) Por força do princípio da eficiência, não cabe falar em controle concomitante de um ato
administrativo, sob risco de entraves desnecessários à consecução do interesse público.

d) O recurso administrativo ilustra o chamado controle provocado, que se opõe ao controle de


ofício, por ser deflagrado por terceiro

e) O controle de legalidade é prerrogativa do controle judicial.

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Gabarito: D

Comentários do professor Herbert Almeida do estratégia concursos:


Letra a: Errado. O controle externo é aquele realizado por um poder sobre os atos do outro.
Quando o próprio Judiciário analisa os seus atos administrativos, ainda que mediante ação
judicial, o controle será exercido pelo próprio Poder sobre os seus atos. Logo, tal controle não
estaria inserido no conceito de controle externo.

Letra b: Errado. O controle dos atos pode sim ser preventivo. Como exemplo, temos o
mandado de segurança preventivo, que tem por objetivo evitar que uma autoridade pública
cometa um abuso de poder.
Letra c: Errado. O controle dos atos administrativos pode ser prévio, concomitante e
posterior. Em regra, o controle é posterior, ou seja, é realizado após a prática de um ato,
como ocorre na realização de uma auditoria de uma obra já concluída. No entanto, em
determinados casos, o controle poderá ser prévio ou concomitante, sobretudo quando os
valores envolvidos forem elevados. Imagine, por exemplo, a realização da auditoria
simultaneamente com a realização de uma licitação para uma obra de valor elevadíssimo.
Letra d: Correto. De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, o controle divide-se em
controle de ofício e controle provocado. O primeiro é realizado pela própria Administração, no
regular exercício de suas funções, independentemente de provocação de terceiros. Por outro
lado, o controle provocado é aquele deflagrado por terceiros, tendo como principal exemplo
os recursos administrativos.

Letra e: Errado. O controle de legalidade é realizado tanto pela Administração como pelo
Poder Judiciário. Assim, na ideia do avaliador, o quesito é errado, pois passaria a ideia de que
o controle de legalidade seria realizado apenas por meio do controle judicial, o que é
incorreto, já que ele pode ser feito também no controle administrativo. Ocorre que dizer que
é uma "prerrogativa" não significa que é "exclusivo" do Poder Judiciário. De fato, o controle
de legalidade é uma prerrogativa do controle judicial, o que não exclui o fato de ele também
ser uma prerrogativa do controle administrativo. Para ser considerado incorreto, deveria
constar que seria uma "prerrogativa exclusiva", mas isso não consta na questão. Logo, o item
também está certo, o que leva à anulação da questão – para o Cespe ERRADA, mas o item
pode ser considerado como CORRETO.

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7 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Administrativa) Os atos da


Administração pública estão sujeitos a controle externo e interno. O controle exercido pelo
Poder Legislativo, com auxílio do Tribunal de Contas,

a) dá-se sobre atos e contratos firmados pela Administração pública, não sendo exercido,
contudo, antes da celebração dos referidos instrumentos.

b) inclui a análise dos editais de licitação publicados, permitindo a modificação da redação


daqueles instrumentos, especialmente no que se refere à habilitação, a fim de preservar a
igualdade entre os participantes do certame.

c) autoriza a suspensão de atos e contratos celebrados pela Administração pública quando,


instada a revogá-los ou anulá-los, não o fizer no prazo fixado.

d) possibilita a sustação de atos pelo Tribunal de Contas, quando a Administração pública não
sanar os vícios indicados pelo mesmo.

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e) permite a sindicância das licitações realizadas pela Administração direta e indireta, com a
anulação de editais e contratos deles decorrentes sempre que houver vício de legalidade
insanável.

Gabarito: D
Comentários:

Letra a: Errado. Realmente o controle legislativo exercido com o auxílio dos Tribunais de
Contas dá-se sobre atos e contratos firmados com a administração pública, podendo,
contudo, esse controle ser efetuado antes, durante ou depois da celebração dos referidos
instrumentos. Assim, podemos afirmar que o controle dos TCs pode ser prévio, concomitante
ou posterior sobre os atos e contratos firmados com a administração pública.

Letra b: Errado. Não há previsão constitucional para autorizar os Tribunais de Contas alterar
a redação de editais, mesmo no que se refere à fase de habilitação.

Letra c: Errado. As Cortes de Contas, amparadas no art. 71, X, da CF/88, podem apenas
sustar os atos administrativos praticados em desacordo pela administração pública. No caso
dos contratos, apenas o Congresso Nacional tem competência para suspender. Por fim, vale
ressaltar que as Cortes de Contas não podem instar a revogação dos atos administrativos
praticados pela administração pública, pois a revogação é avaliação do mérito do ato, calcado
no poder de autotutela da administração pública.

Letra d: Correto. É o que preceitua o art. 71, X da CF/88: X – sustar, se não atendido, a
execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal.
Letra e: Errado. Não é permitida a anulação de contratos administrativos pelas Cortes de
Contas, não há previsão constitucional para revogação ou anulação de contratos celebrados
pela administração pública.

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8 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O controle exercido


pela Administração direta sobre a Administração indireta denomina-se
a) poder de tutela e permite a substituição de atos praticados pelos entes que integram a
Administração indireta que não estejam condizentes com o ordenamento jurídico.
b) poder de revisão dos atos, decorrente da análise de mérito do resultado, bem como em
relação aos estatutos ou legislação que criaram os entes que integram a Administração
indireta.

c) controle finalístico, pois a Administração direta constitui a instância final de apreciação,


para fins de aprovação ou homologação, dos atos e recursos praticados e interpostos no
âmbito da Administração indireta.

d) poder de tutela, que não pressupõe hierarquia, mas apenas controle finalístico, que analisa
a aderência da atuação dos entes que integram a Administração indireta aos atos ou leis que
os constituíram.

e) poder de autotutela, tendo em vista que a Administração indireta integra a Administração


direta e, como tal, compreende a revisão dos atos praticados pelos entes que a compõem
quando não guardarem fundamento com o escopo institucional previsto em seus atos
constitutivos.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 192


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Gabarito: D

Comentários professor Herbert Almeida, do estratégia dos concursos.


Letra a: Errado. A tutela trata-se de um controle de finalidade. Logo, como não há
hierarquia, não cabe à Administração direta, em regra, substituir ou anular atos da
Administração indireta (isso até pode ocorrer, mas em situações excepcionalíssimas).

Letra b: Errado. Conforme já vimos, não há, em regra, poder de revisão dos atos da
Administração indireta pela Administração direta. A revisão pressupõe a existência de
hierarquia, que não ocorre nessa relação.

Letra c: Errado. De fato, há um controle finalístico. Porém, a Administração direta não é


instância de revisão dos atos da Administração indireta, de tal forma que não existe essa
“homologação” ou “aprovação”.
Letra d: Correto. O princípio da tutela (ou do controle) trata do controle da Administração
direta sobre a indireta. Em tal situação, não existe subordinação, mas apenas vinculação,
para fins de tutela ou controle finalístico. Tal controle tem por finalidade apurar se a atuação
da Administração indireta está alinhada às suas finalidades legais, ou seja, se as entidades
administrativas estão cumprindo as finalidades constantes em suas leis de criação (ou de
autorização). Trata-se aqui, também, da aplicação de um outro princípio, o da especialidade.
Letra e: Errado. A autotutela é o controle que a Administração exerce sobre os seus
próprios atos, para anulá-los ou revogá-los, conforme o caso. Logo, não trata do controle da
Administração direta sobre a indireta. Além disso, esta não faz parte daquela.

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9 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes
administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.

O poder de fiscalização que a Secretaria de Estado de Educação do DF exerce sobre fundação


a ela vinculada configura controle administrativo por subordinação.

Gabarito: Errado

Comentários:
O poder de fiscalização que uma Secretaria exerce sobre uma entidade da administração
indireta configura controle administrativo por vinculação. Não há qualquer forma de
subordinação entre órgãos da administração direta com as entidades da administração
indireta. Além disso, podemos afirmar que esse controle é administrativo, por
vinculação e externo.

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10 (2017/CESPE/SEDF/Professor da Educação Básica) No que se refere aos poderes


administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item
seguinte.
É garantido ao Poder Judiciário o controle de mérito administrativo dos atos administrativos,
pois lesão ou ameaça a direito não podem ser excluídas da apreciação de juiz.

Gabarito: Errado
Comentários:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 193


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O controle de mérito dos atos administrativos permite avaliar a conveniência a e


oportunidade dos atos, possibilidade dada apenas a quem editou o ato administrativo a ser
controlado.

O Poder Judiciário, na sua função judicante, não pode avaliar aspectos de mérito dos atos
administrativos praticados pela administração pública, sob pena de violação do princípio da
separação dos poderes. Cabe ao Poder Judiciário avaliar apenas a legalidade dos atos.

Por fim, a assertiva afirma que a lesão ou ameaça a direito não podem ser excluídas da
apreciação do juiz. O princípio da inafastabilidade da jurisdição realmente está previsto no
texto constitucional, porém, a referida lesão ou ameaça deve estar vinculada a ilegalidades e
não ao mérito dos atos administrativos.

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11 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca do regime jurídico-


administrativo e do controle da administração pública, julgue o próximo item.

Uma ação ou omissão que, submetida a controle administrativo quanto à legalidade, seja
considerada correta não poderá ser submetida a nenhuma outra medida de controle
administrativo.
Gabarito: Errado

Comentário professor Herbert Almeida do estratégia dos concursos.


As instâncias de controle administrativo são diversas. Assim, mesmo que uma ação ou
omissão seja submetida a controle administrativo, sendo considerada lícita, nada impede que
outro controle administrativo seja realizado futuramente. Por exemplo, uma autoridade
superior poderá realizar o controle administrativo sobre determinada medida. Porém, isso não
impede que o órgão de controle interno do Poder também faça o controle. Assim, existem
vários meios para que a sociedade provoque o controle administrativo (denúncias, recursos
administrativos, processos administrativos, etc.), podendo alguns deles incidirem várias
vezes. Logo, não há impedimento de se realizar um novo controle, dada a autotutela
administrativa.

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12 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Acerca do regime jurídico-
administrativo e do controle da administração pública, julgue o próximo item.

O controle judicial pode incidir sobre atividades administrativas realizadas em todos os


poderes do Estado.
Gabarito: Correto

Comentário professor Herbert Almeida do estratégia dos concursos.

Exato! O controle judicial poderá incidir sobre todas atividades administrativas, de todos os
Poderes, em virtude do princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional (CF, art. 5º,
XXXV). Assim, até mesmo os atos administrativos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário
poderão ser objeto de controle judicial, quando o Judiciário for provocado.

Por exemplo: imagine que um órgão administrativo do Poder Judiciário inabilitou uma
empresa em um processo licitatório e a empresa, insatisfeita com a medida, interpôs um

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 194


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mandado de segurança contra o indeferimento. O mandado de segurança será apreciado pelo


Poder Judiciário, mas no âmbito da função jurisdicional. Logo, o item está correto.

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13 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca do controle administrativo
interno e externo, julgue o item a seguir.

As comissões parlamentares de inquérito são instrumentos de controle externo destinados a


investigar fato determinado em prazo determinado, mas desprovidos de poder condenatório.

Gabarito: Correto
Comentários:

As CPIs são, de fato, instrumentos por meio dos quais o Poder Legislativo exerce sua função
fiscalizatória, de controle externo. Conforme afirma o enunciado, as CPIs (Comissões
Parlamentares de Inquérito) não possuem poder condenatório. A Carta Magna prevê, em seu
art. 58, § 3o, que suas conclusões, se for o caso, deverão ser encaminhadas ao Ministério
Público, para que este promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

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14 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca do controle administrativo
interno e externo, julgue o item a seguir.
A CF atribui ao TCU a competência para a apreciação dos atos de concessão e renovação de
concessão de emissoras de rádio e televisão.
Gabarito: Errado

Comentários:

Segundo o art. 49, XII, CF/88, é competência exclusiva do Congresso Nacional “apreciar
os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão”. Assim,
percebemos que não é uma das competências dadas ao TCU pela Constituição Federal.

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15 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca do controle administrativo
interno e externo, julgue o item a seguir.
O controle administrativo interno é cabível apenas em relação a atividades de natureza
administrativa, mesmo quando exercido no âmbito dos Poderes Legislativo e Judiciário.

Gabarito: Correto

Comentários:

O controle administrativo é o poder de autotutela da Administração, podendo rever os seus


próprios atos, tanto por motivos de mérito (conveniência e oportunidade) como por motivos
de ilegalidades, por iniciativa própria ou por provocação. A assertiva acerta ao afirmar que é
cabível apenas no exercício da função administrativa. Vale ressaltar, ainda, que o Poder
Executivo exerce a função administrativa tipicamente e os demais Poderes (Legislativo e
Judiciário) atipicamente.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 195


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16 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca do controle administrativo
interno e externo, julgue o item a seguir.
O CNJ é órgão externo de controle administrativo, financeiro e disciplinar do Poder Judiciário.

Gabarito: Errado

Comentários:

O CNJ é órgão de controle interno do Poder Judiciário, uma vez que integra a estrutura
desse Poder (art. 92, I-A, CF). Tem como missão o controle da atuação administrativa e
financeira do Poder Judiciário, bem como busca assegurar o cumprimento dos deveres
funcionais pelos juízes.

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17 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Analista - Controle Interno) A respeito do controle
na administração pública, julgue o próximo item.
Na administração pública, uma forma de controle é o sistema de freios e contrapesos, cuja
principal característica é a divisão e a independência dos poderes da União.
Gabarito: Correto

Comentários do professor Rafael Pereira do QConcursos:


Ao se falar em sistema de freios e contrapesos, a ideia central consiste em que a Constituição
estabelece mecanismos de controle externo a serem exercidos por cada Poder da República
em relação aos demais, reciprocamente. O controle é externo justamente porque não é
exercido no âmbito do próprio Poder, internamente, mas sim por iniciativa de um dos outros
dois Poderes. Um exemplo, apenas para ilustrar, é o controle que o Poder Judiciário exerce
sobre os atos administrativos praticados pela Administração Pública (em regra, sobre os
órgãos e entidades que compõem o Poder Executivo).

No mais, está correto dizer que há divisão de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
bem como que os três são independentes, conforme preconiza nossa Constituição (CF/88,
art. art. 2º).

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18 (2016/FGV/COMPESA/Advogado) O presidente de determinado ente da


Administração Pública Indireta do Estado Alfa formulou consulta à sua assessoria jurídica a
respeito da necessidade, ou não, de os dirigentes dessas entidades prestarem contas ao
Tribunal de Contas. Após alentada pesquisa e detida análise da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, o assessor-chefe chegou à única conclusão que se mostrava harmônica com
a ordem constitucional.

Dentre as entidades que integram a Administração Pública Indireta, estão sujeitas à


fiscalização do Tribunal de Contas

a) somente as autarquias e as fundações, com personalidade jurídica de direito público ou


privado.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 196


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b) somente as autarquias, as fundações com personalidade jurídica de direito público e as


empresas públicas.

c) as autarquias e as fundações, bem como as sociedades de economia mista e as empresas


públicas, mas, neste último caso, apenas em relação aos bens e valores públicos que
administrem.

d) as autarquias, as fundações, as sociedades de economia mista e as empresas públicas.

e) somente as entidades que prestem serviços públicos.

Gabarito: D

Comentários:
Vejamos o que dispõe o art. 71, II, da CF/88:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores
públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

Perceba que a Constituição não restringiu o controle a apenas algumas entidades da Adm.
Indireta, mas sim a todas elas (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de
economia mista).

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19 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) A respeito do controle dos atos e
contratos administrativos, assinale a opção correta.

a) No controle externo da administração financeira e orçamentária, os tribunais de contas


devem realizar o controle prévio dos atos ou contratos da administração direta ou indireta

b) É vedado ao Poder Judiciário realizar o controle de mérito de atos discricionários que não
contrariarem qualquer princípio administrativo.

c) O controle de legalidade ou legitimidade do ato administrativo, no sistema brasileiro,


compete privativamente ao Poder Judiciário.

d) No controle de legalidade ou de legitimidade, o ato administrativo ilegal só pode ser


revogado.

e) No controle administrativo, a administração pode anular seus próprios atos, mas não
revogá-los.

Gabarito: B

Comentários:

Letra a: Errado. O erro da alternativa está em afirmar que o controle efetuado pelos TCs é
prévio. Na verdade, via de regra, o controle é realizado a posteriori para a maioria dos atos
e contratos. Em alguns casos o controle também pode ser concomitante, como é o caso das
inspeções e auditorias. Raramente o controle poderá ser previamente, ou seja, poderá
ocorrer, mas não é a regra.

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Letra b: Correto. O Poder Judiciário não analisa o mérito dos atos administrativo, isso já
está mais do que claro. Mas cuidado, o Judiciário poderá anular atos discricionários se ilegais
ou ilegítimos.

Letra c: Errado. O controle de legalidade compete tanto ao Poder Judiciário como ao Poder
que editou o ato (princípio da autotutela).

Letra d: Errado. No controle de legalidade ou legitimidade o ato só poderá ser anulado.


Somente revoga-se atos válidos, por motivos de conveniência e oportunidade da
administração.

Letra e: Errado. Mais uma vez o enunciado da Súmula n. 473/STF. No controle


administrativo, a administração deve anular os atos ilegais e revogar os atos inoportunos ou
inconvenientes.

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20 (2016/FCC/SEGEP-MA/Tecnologia da Informação) O Poder Judiciário exerce o


controle
a) interno da Administração pública, podendo controlar tanto o mérito do ato administrativo,
quanto a sua forma.
b) externo da Administração pública, podendo decidir sobre o mérito do ato administrativo,
mas não sobre sua legalidade.
c) administrativo da Administração pública, podendo controlar tanto o mérito do ato
administrativo, quanto a sua forma.
d) externo da Administração pública, podendo decidir sobre a legalidade do ato
administrativo, mas não sobre o seu mérito.

e) interno da Administração pública, podendo decidir sobre a legalidade do ato administrativo,


mas não sobre o seu mérito.

Gabarito: D

Comentários:

Desnecessário analisarmos todas as alternativas. Vamos fazer um pequeno resumo sobre o


controle judicial exercido, obviamente, pelo Poder Judiciário:

- é controle externo
- visa analisar aspectos de legalidade e legitimidade dos atos da administração.

- NÃO analisa o mérito dos atos administrativos.

- é controle judicial (não é administrativo e nem legislativo).

- via de regra é realizado posteriormente à edição dos atos (mas pode ser prévio
também. Ex. mandado de segurança preventivo).

- age somente mediante provocação do interessado ou do legitimado.

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21 (2016/CESPE/TCE-PR/Todos os Cargos) A respeito do controle judicial dos atos
administrativos, assinale a opção correta.

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a) Em razão da presunção de legitimidade e autoexecutoriedade do ato administrativo, o


controle judicial deste se dá, em regra, posteriormente à sua edição, podendo, todavia,
ocorrer de forma prévia, a fim de evitar ameaça de lesão a direito.

b) No ordenamento jurídico pátrio, inexiste hipótese em que o acesso ao Poder Judiciário


somente seja admitido após o esgotamento da instância administrativa.

c) A ação de improbidade administrativa é meio de controle judicial de condutas de


improbidade praticadas no âmbito da administração pública, para as quais são previstas
penalidades de cassação dos direitos políticos, perda da função pública e ressarcimento ao
erário, entre outras.
d) Em razão do sistema do contencioso administrativo, adotado no Brasil, determinadas
causas, quando julgadas em última instância na esfera administrativa, não podem ser
reapreciadas pelo Poder Judiciário.

e) Com base no princípio da inafastabilidade da jurisdição, o Poder Judiciário pode reapreciar


o mérito dos atos administrativos relativamente aos critérios de oportunidade e conveniência
utilizados pelo administrador público.
Gabarito: A

Comentários do professor Herbert Almeida do Estratégia dos concursos:


Letra a: Correto. Os atos administrativos gozam dos atributos da presunção de veracidade e
legitimidade, da autoexecutoriedade, da imperatividade e da tipicidade. A presunção de
legitimidade significa que os atos administrativos presumem-se lícitos; ao passo que a
autoexecutoriedade permite que determinados atos sejam executados de forma direta e
imediata pela Administração, sem precisar recorrer ao Judiciário. No entanto, isso não
significa que o Judiciário não poderá exercer o controle sobre esses atos, inclusive por meio
de medidas preventivas, que venham a impedir a atuação administrativa. Dessa forma, o
Judiciário realizar, como regra, um controle a posteriori, mas existem situações em que o
particular poderá pleitear um controle prévio, a exemplo do mandado de segurança
preventivo.

Letra b: Errado. Em regra, o particular poderá ir ao Judiciário recorrer contra lesão ou


ameaça de lesão de direito a qualquer momento, independentemente do fim das instâncias
administrativas. No entanto, existem exceções, isto é, existem casos em que, primeiro, deve-
se esgotar a análise administrativa: (i) habeas data; (ii) controvérsias desportivas (CF, art.
217, § 1º); (iii) reclamação contra o descumprimento de súmula vinculante.

Letra c: Errado. As ações de improbidade administrativa poderão ensejar, entre outras, as


seguintes sanções (CF, art. 37, § 4º): “suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário”.

Letra d: Errado. Existem dois sistemas de controle que costumam ser adotados em um país.
O sistema francês (ou do contencioso administrativo, ou da dualidade de jurisdição), e
os sistema inglês (ou de jurisdição única). No primeiro caso, as causas administrativas
encerram-se no próprio âmbito administrativo; ao passo que, no segundo sistema, somente o
Judiciário terá capacidade de decidir com força de coisa julgada. O sistema adotado no Brasil
é o sistema inglês (jurisdição única) e não o contencioso administrativo. Logo, as causas
julgadas na última instância administrativa, podem ser reapreciadas no Poder Judiciário.

Letra e: Errado. O Poder Judiciário realiza um controle de legalidade dos atos


administrativos, podendo analisar até mesmo atos discricionários. No entanto, a análise do

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Judiciário não adentra no mérito, isto é, nos critérios de conveniência e oportunidade, cuja
análise é prerrogativa da Administração.

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22 (2016/FCC/SEGEP-MA/Auditor Fiscal da Receita Estadual) São finalidades do
controle interno da Administração pública, EXCETO:

a) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União.

b) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União.

c) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.
d) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

e) apreciar as contas prestadas anualmente pelo Chefe do Executivo, mediante parecer prévio
que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar do seu recebimento.

Gabarito: E
Comentários:

Para respondermos essa questão basta analisarmos o disposto no art. 74 da CF/88:


Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema
de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas
de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão


orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e
haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na


forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Podemos observar que a alternativa “e” é uma das atribuições do Tribunal de Contas da
União, conforme previsto no art. 71, I, da CF/88.

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23 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista - Gestão Pública) Concernentes
ao controle judicial, considere:

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

I. Alguns atos da Administração pública não podem ser examinados pelo Poder Judiciário,
como, por exemplo, os gerais e os unilaterais.

II. Haverá invasão do mérito do ato administrativo, quando o Poder Judiciário apreciar os
motivos de tal ato, isto é, os fatos que precederam a elaboração do ato.
III. Os Regimentos dos órgãos públicos, em regra, não são apreciados pelo Poder Judiciário,
exceto se ferirem direitos individuais e coletivos.

Está correto o que consta em

a) II, apenas.

b) I, II e III.
c) I, apenas.

d) III, apenas.
e) II e III, apenas.

Gabarito: D
Comentários do professor Rafael Pereira do QConcursos:

Julguemos cada assertiva, em busca da resposta correta:

I- Errado: Atos gerais são aqueles que não apresentam destinatários certos. São atos dotados
de generalidade e abstração, isto é, atos de caráter normativo. Unilaterais, por outro lado,
são aqueles que dependem unicamente da manifestação de vontade da Administração
Pública.
Tanto os gerais quanto os unilaterais são plenamente passíveis de controle judicial, bastando,
para tanto, que causem lesão ou ameaça a direitos, nos termos do art. 5º, XXXV, CF/88.
II- Errado: Nada impede que o Poder Judiciário examine os motivos do ato administrativo,
desde que se atenha à realização de controle de legalidade, e não para substituir os critérios
utilizados pelo Administrador por outros. Aí sim, estará exercendo controle de mérito, o que
lhe é vedado.

III- Certo: Como regra geral, de fato, há uma tendência do Poder Judiciário de entender que
os Regimentos Internos dos órgãos públicos constituem o que se denomina como atos interna
corporis, razão pela qual, uma vez mais, em regra, não são examinados pelo Judiciário.
Todavia, se houver violação a direitos, ou mesmo ameaças fundadas, como decorrência da
aplicação de tais Regimentos, podem, sim, ser objeto de controle judicial. Correta, portanto,
a presente assertiva.

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24 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) A respeito de


reparação de danos, sindicância e processo administrativo, e controle interno da
administração pública, julgue o item seguinte.
O controle interno instituído pela Constituição Federal de 1988 foi mais um instrumento para
a garantia da legalidade das ações nos órgãos e nas entidades da administração pública
federal.

Gabarito: Correto

Comentários:

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Essa é uma daquelas questões que, de tão óbvias, a maioria dos candidatos fica procurando
algum erro. Porém, é isso mesmo, o controle interno foi instituído para ser mais uma forma
de garantir a legalidade dos atos da administração pública. Veja o que dispõe o inciso II do
art. 74 da CF/88:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

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25 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Julgue o item a seguir, acerca
de controle da administração pública.
O órgão de controle administrativo que decidir pelo cancelamento de ato válido, em virtude
de considerações de natureza administrativa, deverá realizá-lo por meio de ato de anulação.

Gabarito: Errado

Comentários:
Nessa questão, a banca misturou os assuntos de controle da administração pública e formas
de extinção dos atos administrativos. Vamos por partes para que fique bem claro.
Primeiramente devemos descobrir qual o tipo de controle que está sendo realizado (o órgão
de controle administrativo...). Assim, já sabemos que é controle interno e esse controle
poderá ser de mérito (conveniência e oportunidade) ou de legalidade.

Cancelar um ato válido, em outras palavras, é o mesmo que dizer revogar um ato por
motivos de conveniência e oportunidade. Vimos que, se um ato é válido, ele só poderá ser
revogado, nunca podemos anular um ato válido. Anulação somente para atos inválidos.

Por fim, “considerações de natureza administrativa” nada mais é do que conveniência e


oportunidade da administração (mérito administrativo).

Com efeito, a questão erra justamente por afirmar que o ato deveria ser anulado, quando na
verdade o ato deveria ser revogado.

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26 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Julgue o item a seguir, acerca


de controle da administração pública.

O sistema de contencioso administrativo ocorre no âmbito de tribunais de competência


especializada que não integram a estrutura do Poder Judiciário, cujas sentenças são dotadas
de força de coisa julgada.
Gabarito: Correto

Comentários:
Exato. Existem duas formas adotadas pelos Estados para solucionar os litígios decorrentes
da sua atuação.
1 Sistema francês ou do contencioso administrativo:

- dualidade de jurisdição;

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 202


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

- o Poder Judiciário não pode intervir nas funções administrativas;

- a própria Administração resolve as lides administrativas.


2 Sistema inglês ou de jurisdição única:

- todos os litígios podem ser levados ao Judiciário, que é o único competente para proferir
decisões com autoridade final e conclusiva, com força de coisa julgada.

Sistema administrativo brasileiro:

- sistema inglês ou de jurisdição única. As decisões dos órgãos administrativos, em regra,


não têm caráter conclusivo perante o Poder Judiciário, podendo ser revistas na via judicial.
OBS: o que caracteriza o sistema é a predominância da jurisdição comum (formada pelos
órgãos do Poder Judiciário) ou da especial (formada pelos tribunais de natureza
administrativa), e não a exclusividade de uma ou outra. Isso porque, segundo ensina Hely
Lopes Meireles, nenhum país possui um sistema de controle puro, seja através do Poder
Judiciário, seja através de tribunais administrativos.

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27 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com fundamento nos conceitos


e na legislação a respeito de controle na administração pública, julgue o item a seguir.

Recursos administrativos constituem meios hábeis para propiciar o reexame de decisão


interna de um órgão da administração por órgão correspondente de outro Poder ou de outra
esfera.
Gabarito: Errado

Comentários:

Os recursos administrativos são instrumentos formais de controle administrativo que o


interessado pleiteia para a reapreciação de atos ou decisões proferidas pela administração.

Devem ser interpostos através de petição escrita à autoridade superior àquela que proferiu a
decisão administrativa. Desse modo, a assertiva erra ao afirmar que a reexame será realizado
por outro Poder ou esfera. O reexame de um recurso sempre será dentro de um
mesmo Poder.

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28 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com fundamento nos conceitos


e na legislação a respeito de controle na administração pública, julgue o item a seguir.

O controle exercido sobre as entidades da administração indireta é de caráter essencialmente


finalístico, pois elas não estão sujeitas à subordinação hierárquica, embora tenham de se
enquadrar nas políticas governamentais e atuar em consonância com as disposições de seus
estatutos.

Gabarito: Correto
Comentários:

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O controle da administração direta sobre as entidades da administração indireta é finalístico,


externo, por vinculação e restrito às disposições previstas na lei de criação dessas entidades.

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29 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos conceitos
doutrinários relativos ao controle da administração pública, julgue o item a seguir.

O tribunal de contas que executar atividades de fiscalização sobre os atos de gestão


financeira da administração pública exercerá sua função jurisdicional.

Gabarito: Errado
Comentários:

No caso, a função exercida será a função fiscalizadora, que é administrativa e não


jurisdicional.

Segundo a professora Di Pietro, predomina atualmente na doutrina e jurisprudência


brasileiras o entendimento de que as decisões dos Tribunais de Contas são meramente
administrativas, ou seja, não são capazes de produzir a chamada “coisa julgada judicial”.
Por não emanarem de órgãos integrantes do Poder Judiciário (que tem o monopólio da
jurisdição), as decisões das Cortes de Contas formam apenas a coisa julgada
administrativa.

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30 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos conceitos


doutrinários relativos ao controle da administração pública, julgue o item a seguir.

Na administração pública, o controle interno deve restringir-se à fiscalização contábil,


financeira e orçamentária.

Gabarito: Errado

Comentários:
Vejamos o que dispõe o art 70 da CF/88:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de
cada Poder.

Perceba que também abrange a fiscalização operacional e patrimonial, além da aplicação das
subvenções e renúncia de receitas.

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31 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com fundamento nos conceitos
e na legislação a respeito de controle na administração pública, julgue o item a seguir.
O controle interno situa-se no âmbito do controle administrativo e é exercido, em cada Poder,
sobre seus próprios órgãos e entidades. Qualquer irregularidade que seja detectada e não
comunicada ao respectivo tribunal de contas acarreta pena de responsabilidade solidária.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 204


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Gabarito: Correto

Comentários:
A primeira parte da assertiva é bem tranquila, já que realmente o controle interno situa-se no
âmbito do controle administrativo e é exercido pelos três Poderes da República. A dúvida
poderia surgir sobre a parte final que afirma que trata da responsabilidade solidária. No
entanto, vejamos o que dispõe o parágrafo primeiro do art. 74 da CF/88:

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena
de responsabilidade solidária.

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32 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com fundamento nos conceitos
e na legislação a respeito de controle na administração pública, julgue o item a seguir.
O Poder Legislativo, por exercer, nos limites da Constituição Federal de 1988, controle sobre
os demais Poderes, inclusive sobre o Poder Judiciário, quando este executa função
administrativa, tem a prerrogativa de sustar atos normativos do Executivo e do Judiciário,
quando exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa.
Gabarito: Errado

Comentários:
Vejamos o que dispõe o art. 49, V, da CF/88:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
dos limites de delegação legislativa;

Perceba que a prerrogativa dada ao Poder Legislativo é para sustar os atos do Poder
Executivo apenas. Não há essa prerrogativa de sustar os atos do Poder Judiciário no
exercício do poder regulamentar.

Ademais, o exercício do poder regulamentar é prerrogativa exclusiva do chefe do Poder


Executivo.
De acordo com Cyonil Borges, poder regulamentar é a prerrogativa dada a Administração
Pública, mais precisamente ao chefe do Executivo, de editar atos gerais para detalhar,
esmiuçar as leis e, por conseguinte, permitir sua concretização.

O Poder Regulamentar é espécie do Poder Normativo. O decreto regulamentar/regulamento


de execução é ato privativo do chefe do Poder Executivo.

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33 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com relação à responsabilidade


civil do Estado, aos serviços públicos e ao controle da administração pública, julgue o item
subsequente.
A função fiscalizatória exercida pelos tribunais de contas dos estados constitui uma expressão
de controle do Poder Legislativo sobre os atos da administração pública.

Gabarito: Correto

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 205


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Comentários:

Exato. A função fiscalizatória (controle externo) será exercida pelo Poder Legislativo
(Congresso Nacional na esfera federal) com o auxílio do Tribunal de Contas, nos termos do
art. 71 da CF/88.

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34 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos conceitos


doutrinários relativos ao controle da administração pública, julgue o item a seguir.

Exercerá controle do tipo legislativo determinada casa legislativa que anular ato executado
por uma de suas unidades gestoras.

Gabarito: Errado
Comentários:

Nesse caso, o Poder Legislativo estará atuando na sua função atípica de administrar,
exercendo o seu poder de autotutela administrativa, revogando ou anulando os seus próprios
atos. Assim, o controle não é do tipo legislativo, mas sim, controle administrativo dos seus
próprios atos.

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35 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Julgue o item a seguir, acerca


de controle da administração pública.

No caso de serviços públicos prestados por meio de contratos de concessão, os tribunais de


contas têm competência constitucional para fiscalizar a atividade financeira e operacional das
empresas concessionárias.

Gabarito: Errado

Comentários do Professor Pedro Guimarães do pondo dos concursos:

Questão bem sacana! A competência de fiscalizar as empresas concessionárias não é


constitucional, pois a Constituição Federal não é expressa ao atribuir essa competência aos
tribunais de contas. Esse tipo de competência é atribuído por normas infraconstitucionais (no
caso do TCU, por exemplo, por sua Lei Orgânica).

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36 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Julgue o item a seguir, acerca


de controle da administração pública.

O controle exercido pelos tribunais de contas sobre as casas legislativas é considerado


controle interno, haja vista a posição dos tribunais de contas no âmbito do Poder Legislativo.

Gabarito: Errado
Comentários:

A assertiva afirma que o controle exercido pelos tribunais de contas sobre as casas
legislativas é considerado interno. Isso é errado, pois não há relação de subordinação entre

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 206


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

as Cortes de Contas e os Poderes Legislativos. Há relação de vinculação, apenas. Assim, o


controle, necessariamente deve ser externo.

Quanto a afirmação de que os tribunais de contas pertencem ao Poder Legislativo, o assunto


é controvertido, no entanto, a maioria da doutrina e o posicionamento atual do STF é de que
as Cortes de Contas não pertencem a nenhum dos três Poderes da República.

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37 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item que se


segue, a respeito do controle da administração e da responsabilidade civil do Estado.
A ação civil pública é instrumento válido de controle judicial da atividade administrativa.

Gabarito: Correto
Comentários:

O controle judicial é o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no desempenho de


atividade jurisdicional, sobre atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, bem como
sobre os atos administrativos editados, no exercício da função administrativa, pelo Poder
Legislativo e pelo próprio Poder Judiciário. Assim, podemos afirmar que o controle judicial
pode incidir sobre atividades administrativas em todos os poderes do Estado.
Meios judiciais de controle dos atos administrativos

a) mandado de segurança
b) ação popular

c) ação de improbidade administrativa


d) ação civil pública

e) mandado de injunção

f) habeas corpus

g) habeas data

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38 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) A respeito do


controle da administração pública, do processo administrativo e da licitação, julgue o item a
seguir.
Caso o ato administrativo apresente vício, o Poder Judiciário, quando for provocado, poderá
anulá-lo, com efeitos ex tunc, ou revogá-lo, com efeitos ex nunc.

Gabarito: Errado

Comentários:

No exercício do controle judicial, o Poder Judiciário não poderá revogar atos administrativos,
apenas anulá-los. Eis o erro da assertiva.
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PROF. EVANDRO ZILLMER Página 207


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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

1 CONCEITO E EVOLUÇÃO
A responsabilidade civil decorre de condutas omissivas ou comissivas que causem
dano patrimonial, dano moral ou ambos. Também é chamada de responsabilidade
extracontratual do Estado. A responsabilidade civil sempre se esgota com a indenização do
dano.

EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

- por essa teoria, o Estado não poderia ser


responsabilizado pelos seus atos.
IRRESPONSABILIDADE
- é própria dos regimes absolutistas, em que o rei não
cometia erros, portanto, não poderia ser responsabilizado.

- atualmente, essa teoria não é mais aplicada.

- o Estado é equiparado ao indivíduo e poderia ser


responsabilizado pelas regras do direito civil.

- essa teoria diferenciava atos de império e atos de


TEORIA (CIVILISTA) DA gestão.
RESPONSABILIDADE POR
ATOS DE GESTÃO - só haveria responsabilização do Estado nos atos de
gestão.
- nos atos de império o Estado utilizava-se da sua
soberania, como ocorre nas imposições de sanções.

- dano + nexo causal + culpa em sentido amplo (dolo


ou culpa).

RESPONSABILIDADE POR - cabe ao particular prejudicado o ônus de demonstrar a


CULPA COMUM existência dos elementos subjetivos.

- é uma responsabilidade do tipo subjetiva.

- NÃO é adotada no Brasil.

- dano + nexo causal + falha no serviço público (nas


modalidades inexistência do serviço, mau
funcionamento do serviço ou retardamento do
serviço).

RESPONSABILIDADE POR - é responsabilidade do tipo subjetiva, no entanto, não


CULPA ADMINISTRATIVA exige que seja provada a culpa de um agente público
individualizado.

- o ônus da prova cabe ao particular que sofreu o dano.

- é adotada no Brasil, nos casos decorrentes de


OMISSÃO do Estado.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 208


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

- dano + nexo causal

- independe de falta ao serviço ou culpa do agente

- é responsabilidade do tipo objetiva.

- é adotada no Brasil, nos casos decorrentes de


ATUAÇÃO do Estado.
TEORIA DO RISCO
- o Estado pode eximir-se da responsabilidade em alguns
ADMINISTRATIVO
casos: culpa exclusiva da vítima que sofreu o dano, força
maior ou caso fortuito e culpa exclusiva de terceiro.
- nos casos das excludentes, o ônus da prova cabe ao
próprio Estado.

- nos casos de culpa recíproca, pode haver atenuação


proporcional da obrigação de indenizar do Estado.

- possui as mesmas características do risco administrativo,


TEORIA DO RISCO porém, não é admitida nenhuma excludente.
INTEGRAL - Adotada excepcionalmente nos casos de: i) danos
ambientais; ii) atentados terroristas; e iii) acidentes
nucleares.

2 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DECORRENTE DE ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA


(ART. 37, § 6°, CF/88)
Art. 37, § 6°: as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

O primeiro aspecto a ser analisado é quem responde pela responsabilidade objetiva


prevista no artigo 37:

1) Todas as pessoas de direito público (União, autarquias e fundações públicas de direito


público)
2) Pessoas Jurídicas de Direito Privado PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (art.
175, CF/88)
OBS: diante do exposto, conclui-se o seguinte:

1) Nem toda a administração pública responde objetivamente pelos danos causados aos
particulares, pois, as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras
de atividades econômica (art. 173, CF/88) fazem parte da administração indireta e
não estão inclusas.
2) Algumas pessoas jurídicas não pertencentes à administração pública podem
responder objetivamente pelos danos causados aos particulares. São exemplos, as
concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviços públicos.
STF (RE 591.874/MS): há responsabilidade civil objetiva das pessoas jurídicas prestadoras
de serviço público inclusive pelos danos que sua atuação cause a terceiros não usuários do
serviço público.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 209


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

OBS: o dispositivo estudado tem incidência nas hipóteses causadas pela ATUAÇÃO de
agentes do Estado ou entidades prestadoras de serviços públicos. A OMISSÃO, em regra não
está englobada por esse dispositivo.

OBS: a responsabilidade civil objetiva não se restringe à atos administrativos, podendo


fatos administrativos (atos materiais) acarretarem obrigação de reparar o dano. Ex. acidente
de trânsito com carro oficial.

OBS: para configurar a responsabilidade civil da administração, é imprescindível que o ato


praticado seja como decorrência da sua condição de agente público. Os atos praticados
pelo usurpador de função, não acarreta o dever de reparação do dano ao Estado.

3 RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Via de regra, nos casos de omissão da administração, o Estado irá responder com
base na teoria da culpa administrativa. Trata-se, portanto, de responsabilidade
subjetiva. Nesses casos, o ônus da prova cabe à pessoa que sofreu o dano pela falta da
prestação do serviço.

A responsabilidade civil subjetiva por culpa administrativa admite todas as


excludentes possíveis (culpa exclusiva da vítima, força maior ou caso fortuito e culpa
exclusiva de terceiro), no entanto, o ônus da prova das excludentes cabe ao Estado.
OBS: Quando o Estado estiver na posição de garante (quando tem o dever legal de
assegurar a integridade de pessoas ou coisas sob sua custódia), responderá com base na
teoria do risco administrativo (responsabilidade objetiva), pelos danos causados pela
sua omissão. Ex. presidiários, crianças de escolas públicas e internados em hospitais
públicos.

3.1 Responsabilidade do Estado sobre os detentos:

De acordo com o entendimento do STF:

Regra geral: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque
houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88.

Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte
do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o
resultado morte e a omissão estatal.

Nas exatas palavras do Min. Luiz Fux: "(...) sendo inviável a atuação estatal para evitar a
morte do preso, é imperioso reconhecer que se rompe o nexo de causalidade entre essa
omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção da teoria do risco
integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)".

Outra decisão importante pelo STF é sobre a possibilidade de indenização ao


detento pelo Estado, quando o detento estiver exposto a situação degradante.
Uma pessoa que está presa em uma unidade prisional que apresenta péssimas condições,
como superlotação e falta de condições mínimas de saúde e de higiene possui o direito de ser
indenizada pelo Estado diante desta violação de seus direitos?
SIM. Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 210


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os


danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento.

(STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854)).

4 AÇÃO DE REPARAÇÃO DO DANO COM BASE NO ART. 37, § 6°, CF/88

A regra geral para a prescrição da ação de reparação dos danos causados aos
particulares é de 5 anos (Decreto nº 20.910/1932).

OBS: é de cinco anos o prazo de prescrição da ação de reparação.


OBS: a ação regressiva é imprescritível.

Essa regra geral de prescrição em cinco anos possui uma exceção. O STJ entende
que, nos casos de danos sofridos na época da ditadura militar, a ação de
reparação de danos é imprescritível. Vejamos:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS DECORRENTES DE PERSEGUIÇÃO
POLÍTICA NA ÉPOCA DA DITADURA MILITAR. IMPRESCRITIBILIDADE.
PRECEDENTES.

1. O acórdão impugnado decidiu em conformidade com a orientação jurisprudencial


do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que não se aplica a prescrição
quinquenal do Decreto n. 20.910/1932 às ações de reparação de danos sofridos em
razão de perseguição, tortura e prisão, por motivos políticos, durante o Regime
Militar, pois nesse caso é imprescritível a pretensão.

Por fim, o STF decidiu que a pessoa que sofreu o dano não pode ajuizar ação
diretamente, contra o agente público. O agente público só responderá, se for o caso, à pessoa
jurídica a cujos quadros pertença, em ação regressiva.

5 AÇÃO REGRESSIVA CONTRA O AGENTE CAUSADOR DO DANO

A CF/88 autoriza a ação regressiva da administração pública (ou delegatária de


serviço público) contra o agente cuja atuação acarretou o dano, desde que seja comprovado
dolo ou culpa na atuação do agente.

OBS: para que a administração pública ingresse com a ação regressiva, é necessário o
trânsito em julgado da ação condenatória de indenização, ou seja, o direito de regresso
nasce quando a administração for condenada a indenizar.

OBS: a responsabilidade da administração é objetiva, na modalidade risco administrativo. A


responsabilidade civil do agente perante a administração (ou delegatária) é subjetiva
(só se configura se ficar comprovado o dolo ou a culpa do agente).
STF: não é legítima a responsabilização solidária do servidor que edita um parecer
jurídico de natureza meramente opinativa com o administrador público que pratica o ato
baseado em opinião constante do parecer.
OBS: a ação regressiva transmite-se aos sucessores, até o LIMITE DA HERANÇA.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 211


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

OBS: Não existe prescrição na ação regressiva promovida pelo Estado contra o agente
público causador do dano:

Fundamentação Legal: A ação de ressarcimento em face do agente causador do dano para


ressarcimento ao erário público é imprescritível, conforme estabelecido na parte final do
§5º do art. 37 da Constituição:

§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

6 AS RESPONSABILIDADES ADMINISTRATIVAS, CIVIL E PENAL DO AGENTE


PÚBLICO

Um ato danoso do agente público pode acarretar responsabilização nas esferas


administrativas, cível e penal.

De acordo com o art. 125 da Lei 8.112/90, as responsabilidades administrativas, civil


e penal são cumulativas e, em princípio, são independentes.

O julgamento, na esfera penal, de conduta imputada a um servidor público pode resultar


em:

a) Condenação criminal do servidor


b) Absolvição pela inexistência do fato ou pela negativa de autoria
c) Absolvição por ausência de tipicidade ou de culpabilidade penal, por
insuficiência de provas, ou por qualquer outro motivo.

Como já vimos, um mesmo fato pode ocasionar responsabilização nas três esferas
(administrativa, civil e penal). Ex. acidente de trânsito entre um agente e um particular em
que houve morte do particular.

No exemplo acima, caso o agente público seja condenado na esfera criminal, esta
condenação, uma vez transitada em julgado, influenciará nas esferas administrativa e
cível, implicando o reconhecimento automático da responsabilidade do servidor
nessas duas esferas.

Caso o agente público seja absolvido por negativa de autoria ou inexistência do


fato, essa absolvição também irá interferir nas demais esferas. Sendo assim, se o agente for
demitido na esfera administrativa e posteriormente absolvido pelos motivos acima expostos,
ele será reintegrado ao serviço público.

Por fim, caso o agente público tenha sido absolvido na esfera penal por ausência de
tipicidade ou de culpabilidade penal, por insuficiência de provas, ou por qualquer
outro motivo, a absolvição na esfera penal não irá repercutir nas outras esferas, ou
seja, o agente público poderá ser condenado nas esferas administrativa e civil. Nesse caso, as
esferas são independentes.

7 RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS LEGISLATIVOS E ATOS JURISDICIONAIS


Via de regra, o Estado não é responsabilizado por atos legislativos e atos jurisdicionais
que causem danos aos particulares.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 212


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

São exceções à irresponsabilidade do Estado por atos legislativos e jurisdicionais: 6

1) admite-se a responsabilidade civil por atos legislativos exclusivamente nos casos de:
a) lei inconstitucional (danos decorrentes da aplicação de leis que venham a ser
declaradas inconstitucionais): a pessoa que sofreu a aplicação da lei terá que
ajuizar uma ação específica pleiteando a indenização pelo dano decorrente da
aplicação da lei que foi declarada inconstitucional;
b) leis de efeitos concretos, porque são materialmente equivalentes aos atos
administrativos e, assim, podem acarretar danos diretos a indivíduos
determinados, destinatários dessas leis;
2) admite-se a responsabilidade civil do Estado por ato jurisdicional no caso de erro
judiciário, exclusivamente na esfera penal (CF, art. 5°, LXXV); é hipótese de
responsabilidade civil objetiva, ou seja, a obrigação de indenizar do Estado independe
de culpa ou dolo do magistrado, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (RE
505.393/PE).

8 RESPONSABILIDADE DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES:

O primeiro ponto a ser ressaltado é que os notários e registradores respondem pelos danos,
que nessa qualidade, causarem a terceiros.
O outro aspecto é se o Estado também responde em caso de danos causados pelos
serviços notariais e registrais?
SIM, o Estado também responde, mas apenas subsidiariamente.

O titular da serventia responde de forma principal e, caso não seja possível indenizar a
vítima, o Estado responde de modo subsidiário. Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp
1377074/RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 16/02/2016.

Atenção: a responsabilidade do Estado, neste caso, não é pura nem solidária. Trata-se de
responsabilidade subsidiária (REsp 1087862/AM, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em
02/02/2010).
Qual é o tipo de responsabilidade civil dos notários e registradores?

Depois da Lei 13.286/2016


A responsabilidade civil dos notários e registradores passou a ser SUBJETIVA
(vítima terá que provar dolo ou culpa).
O prazo prescricional foi reduzido para 3 anos.

6
Resumo de direito administrativo descomplicado / Marcelo Alexandrino, Vicente Paulo – 9. ed. rev. e atual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2016; p. 337.

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9 QUESTÕES

1 (2017/FCC/DPE-PR/Defensor Público) Conforme o estudo da responsabilidade civil do


estado e dos agentes públicos,

a) na hipótese de dano causado a particular por agente público no exercício de sua função, os
tribunais superiores assentaram a possibilidade de ajuizamento pelo lesado de ação de
reparação de danos diretamente contra o autor do fato, devendo nesse caso, ser perquirida
apenas a conduta, nexo causal e os prejuízos.

b) na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão transitada em julgado, em


regra, não fará jus o servidor aos salários que deixou de receber, mas apenas a equitativa
compensação, sob o fundamento de que deveria ter sido investido em momento anterior.

c) constitui caso de concorrência de culpa o suicídio de detento ocorrido dentro de


estabelecimento prisional do estado, devendo haver redução proporcional do valor da
indenização.

d) afastada a responsabilidade criminal do servidor por inexistência daquele fato ou de sua


autoria, restará automaticamente repelida a responsabilidade administrativa.
e) aplica-se o prazo prescricional quinquenal previsto no Decreto n° 20.910/1932 às ações
indenizatórias ajuizadas contra Fazenda Pública, afastando-se a incidência do prazo trienal
previsto no Código Civil em razão do critério da especialidade normativa.

Gabarito: Letra E.
Comentários Professor Rafael Pereira QConcursos:

Letra a: Errado. Ao contrário do afirmado nesta primeira alternativa, o STF firmou


entendimento na linha de que o art. 37, §6º, CF/88, ao tratar da responsabilidade civil do
Estado, estabelece uma dupla garantia, sendo uma delas justamente em favor dos agentes
públicos, no sentido de que não poderão ser demandados diretamente pelos particulares
lesados, mas sim apenas mediante ação regressiva, por parte do ente público (ou privado
prestador de serviços públicos), nos casos de condutas culposas ou dolosas.

Letra b: Errado. O STF também enfrentou a matéria versada na presente alternativa, tendo
se posicionado no seguinte sentido:
" ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INVESTIDURA EM CARGO
PÚBLICO POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL. 1. Tese afirmada em repercussão geral: na
hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não
faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em
momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante.

Como se vê, à luz da tese firmada por nossa Suprema Corte, o servidor não faz jus a
perceber os vencimentos referentes ao período em que teria trabalhado, acaso tivesse
tomado posse corretamente, mas também não é merecedor, em regra, de qualquer
indenização, salvo se houver flagrante arbitrariedade. Assim sendo, esta assertiva equivoca-
se ao aduzir que o servidor faria jus a uma indenização, o que não é verdade, de acordo com
o entendimento assentado pelo STF.

Letra c: Errado. O STF analisou a questão relativa à morte de detentos, inclusive sob o
ângulo de possível suicídio, não tendo reconhecido haver, neste caso, culpa concorrente,
conforme aduzido nesta opção "c", equivocadamente. O tema foi objeto de exame nos autos
do RE 841.526, noticiado no Informativo 819, assim redigido: "Em caso de inobservância do
seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da CF, o Estado é responsável pela

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morte de detento. Em síntese, embora seja possível ao Estado demonstrar a ocorrência de


causas excludentes de responsabilidade, à luz da teoria do risco administrativo, inexiste a
apontada correlação necessária entre suicídio e culpa concorrente, tal como sugerido na
presente afirmativa.
Letra d: Errado. É certo que a coisa julgada, formada na seara criminal, e que reconheça a
inexistência do fato ou negue a autoria do crime, projeta seus efeitos também sobre a órbita
administrativa. Todavia, não é possível afirmar que a responsabilidade administrativa esteja
completamente afastada, em vista da possibilidade de ocorrência da chamada falta residual,
como, aliás, há muito reconhecido na jurisprudência do STF, no verbete n.º 18 de sua
Súmula, in verbis: "Pela falta residual, não compreendida na absolvição pelo juízo criminal, é
admissível a punição administrativa do servidor público. "Parece-me, em suma, que a
abrangência com que redigida esta opção "d", ao afastar genericamente a responsabilidade
administrativa, incorre em erro, na medida em que despreza justamente a possibilidade de
ocorrência da falta residual.

Letra e: Correto. De fato, a linha jurisprudencial adotada pelo STJ, através de sua 1ª Seção,
ao analisar o EREsp 1.081.885/RR, rel. Ministro Hamilton Carvalhido, foi no sentido de que se
aplica, no âmbito das ações indenizatórias movidas contra o Estado, o prazo prescricional de
cinco anos, previsto no art. 1º do Decreto 20.910/32, recepcionado pela CF/88 com status de
lei ordinária, e que seria norma especial em relação ao Código Civil, por isso que não poderia
ser derrogado, nesse particular.

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2 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) A respeito de


bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.

De acordo com o entendimento do STF, empresa concessionária de serviço público de


transporte responde objetivamente pelos danos causados à família de vítima de
atropelamento provocado por motorista de ônibus da empresa.

Gabarito: Correto
Comentários:

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal se orienta no sentido de que as pessoas


jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, respondem objetivamente pelos
prejuízos que causarem a terceiros usuários e não usuários do serviço. (RE 591.874-RG, Rel.
Min. Ricardo Lewandowski – Tema 130).

Perceba que as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público podem ser:
1) as empresas públicas e sociedades de economia mista pertencentes a administração
indireta, criadas com fundamento no art. 175 da CF/88. Nesse caso houve a
descentralização por outorga; e
2) as pessoas jurídicas de direito privado não pertencentes à administração indireta,
como as concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviços públicos. Nesse
caso houve descentralização por delegação.

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3 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) A respeito de


bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.

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Situação hipotética: Um veículo particular, ao transpassar indevidamente um sinal


vermelho, colidiu com veículo oficial da Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza, que
trafegava na contramão. Assertiva: Nessa situação, não existe a responsabilização integral
do Estado, pois a culpa concorrente atenua o quantum indenizatório.
Gabarito: Correto

Comentários:

Exato. Quando a culpa for concorrente, como no caso hipotético, pode haver atenuação
proporcional da obrigação de indenizar do Estado. Assim, o Estado assume apenas parte da
responsabilidade.

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4 (2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito) Em recente decisão, o STF entendeu que, quando
o poder público comprovar causa impeditiva da sua atuação protetiva e não for possível ao
Estado agir para evitar a morte de detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em
liberdade),
a) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se à situação a responsabilidade
subjetiva por haver omissão estatal.
b) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se ao caso a responsabilidade objetiva
por haver omissão estatal.
c) não haverá responsabilidade civil do Estado, pois o nexo causal da sua omissão com o
resultado danoso terá sido rompido.
d) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se ao caso a teoria do risco integral.

Gabarito: C

Comentários: Informativos 819 e 854 comentados – Dizer o Direito

De acordo com o entendimento do STF:

Regra geral: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque
houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88.
Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte
do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o
resultado morte e a omissão estatal.

Nas exatas palavras do Min. Luiz Fux: "(...) sendo inviável a atuação estatal para evitar a
morte do preso, é imperioso reconhecer que se rompe o nexo de causalidade entre essa
omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção da teoria do risco
integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)".

Outra decisão importante pelo STF é sobre a possibilidade de indenização ao


detento pelo Estado, quando o detento estiver exposto a situação degradante.

Uma pessoa que está presa em uma unidade prisional que apresenta péssimas condições,
como superlotação e falta de condições mínimas de saúde e de higiene possui o direito de ser
indenizada pelo Estado diante desta violação de seus direitos?
SIM. Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua

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responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os


danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento.

STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes,
julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854).

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5 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa) A responsabilidade


do Estado por conduta omissiva
a) é objetiva, dispensando-se, para sua caracterização, a demonstração de culpa, exigindo-
se, para tal, apenas a demonstração do dano.
b) é objetiva, dispensando-se, para sua caracterização, a demonstração de culpa, mas
exigindo-se, para isso, demonstração de nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
c) caracteriza-se mediante a demonstração de culpa, dispensando-se, para tal, a
demonstração de dano.
d) caracteriza-se mediante a demonstração de culpa, de dano e de nexo de causalidade.

e) é descabida.
Gabarito: D

Comentários:
A responsabilidade do Estado por omissão, via de regra, é subjetiva com fundamento na
teoria da culpa administrativa.
Não há consenso na doutrina e na jurisprudência sobre a responsabilidade do Estado nos
casos de omissão.

Vimos que a responsabilidade do Estado por suas condutas, ou seja, por suas ações, há a
necessidade de ter ficado comprovado o dano e o nexo de causalidade para que o Estado seja
responsabilizado. Assim, nas ações, não há necessidade de demonstrar a culpa em sentido
amplo.

Apesar de haver várias exceções, a regra geral para as omissões estatais é a


responsabilidade subjetiva do Estado. Nesses casos, deve haver, além do dano e do nexo de
causalidade, a demonstração da culpa do Estado (lembrando que pode ser o dolo ou a culpa
em sentido estrito – negligência, imprudência ou imperícia).

Assim, a alternativa correta de acordo com o atual entendimento do CESPE é a D.

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6 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Em movimentada rua da cidade de Manaus, em que existem diversas casas comerciais,
formou-se um agrupamento de pessoas com mostras de hostilidade. Em razão disso, um dos
comerciantes da rua, entrou em contato com os órgãos públicos de segurança responsáveis,
comunicando o fato. Embora os órgãos de segurança tenham sido avisados a tempo, seus
agentes não compareceram ao local, ocorrendo atos predatórios causados pelos delinquentes,
o que gerou inúmeros danos aos particulares. A propósito do tema, é correto afirmar que

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a) os danos causados por multidões inserem-se na categoria de fatos imprevisíveis, não


havendo responsabilidade estatal.

b) se trata de danos causados por terceiros, causa excludente da responsabilidade estatal.

c) o Estado arcará integralmente com os danos causados, haja vista tratar-se de hipótese de
responsabilidade subjetiva.

d) o Estado responderá pelos danos, haja vista sua conduta omissiva culposa, no entanto, a
indenização será proporcional à participação omissiva do Estado no resultado danoso.

e) o Estado responderá integralmente pelos danos causados, em razão de sua


responsabilidade objetiva e a aplicação da teoria do risco integral.
Gabarito: D

Comentários:
A presente questão foi retirada do livro de José dos Santos Carvalho Filho, cujo trecho abaixo
reproduzo:
"Ocorre, porém, que, em certas situações, se torna notória a omissão do Poder Público,
porque teria ele a possibilidade de garantir o patrimônio das pessoas e evitar os danos
provocados pela multidão. Nesse caso, é claro que existe uma conduta omissiva do Estado,
assim como é indiscutível o reconhecimento do nexo de causalidade entre a conduta e o
dano, configurando-se, então, a responsabilidade civil do Estado. Trata-se, pois, de situação
em que fica cumpridamente provada a omissão culposa do Poder Público. Essa é a orientação
que tem norteado a jurisprudência a respeito do assunto.

Suponha-se, para exemplificar, que se esteja formando um agrupamento com mostras de


hostilidade em certo local onde há várias casas comerciais. Se os órgãos de segurança
tiverem sido avisados a tempo e ainda assim não tiverem comparecido os seus agentes, a
conduta estatal estará qualificada como omissiva culposa, ensejando, por conseguinte, a
responsabilidade civil do Estado, em ordem a reparar os danos causados pelos atos
multitudinários. Tal como na hipótese dos fatos imprevisíveis, contudo, a indenização
será proporcional à participação omissiva do Estado no resultado danoso."

Perceba que a FCC utiliza reiteradamente a obra desse autor e também da professora Di
Pietro para elaboração das questões de suas provas.

No caso da questão, os danos causados aos comerciantes advieram tanto da omissão do


Estado em prover a segurança necessária quanto do comportamento predatório de um
agrupamento de delinquentes. Portanto, é caso de culpa concorrente.

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7 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Administrativa) Durante um evento
cultural, realizado por determinada municipalidade, o palco onde estava sendo encenada uma
peça de teatro cedeu, atingindo algumas pessoas que estavam na plateia, para as quais foi
prestado atendimento médico. Algum tempo depois, a municipalidade foi acionada por um
cidadão, pleiteando indenização por danos experimentados em decorrência de lesões sofridas
no dia do acidente narrado, que o teriam impedido de trabalhar. Dentre os possíveis aspectos
a serem analisados a partir dessa narrativa, está a possibilidade

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 218


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a) do autor da ação demonstrar a culpa dos agentes públicos pelos danos que alega ter
sofrido, em razão do tempo decorrido, que impediram a alegação de responsabilidade
objetiva.

b) da municipalidade demonstrar que seus agentes não agiram com culpa, tratando-se de
caso fortuito, imprevisível, portanto, razão pela qual caberia ao autor comprovar suas
alegações.

c) do autor demonstrar o nexo causal entre o incidente ocorrido no dia do evento, que era
realizado sob responsabilidade da municipalidade, e os danos que alega ter sofrido, para que
seja configurada a responsabilidade objetiva do ente público.
d) da municipalidade comprovar a ocorrência de uma das excludentes de responsabilidade
que, em verdade, afastam a culpa do ente público pelo acidente em todos os casos de
responsabilidade extracontratual objetiva.

e) do autor demonstrar a veracidade de suas alegações e a ausência de atendimento por


parte da municipalidade, tendo em vista que o socorro prestado imediatamente e no local do
acidente afasta a responsabilidade extracontratual objetiva.
Gabarito: C

Comentários do professor Rafael Pereira do QConcursos:


Em se tratando de responsabilidade civil do Estado, a regra geral consiste na
responsabilidade objetiva, isto é, independentemente da demonstração do elemento culpa
(CRFB/88, art. 37, §6º). Cabe ao lesado, em síntese, comprovar a conduta estatal, os danos
experimentados e o nexo de causalidade entre a conduta imputável a uma pessoa pública (ou
privada prestadora de serviços públicos) e a lesão sofrida.

Ao ente público, por sua vez, é possível eximir-se de responsabilidade, acaso comprove a
ocorrência de uma das excludentes admitidas pela doutrina e jurisprudência, quais sejam, o
caso fortuito, a força maior, a culpa exclusiva da vítima ou o fato de terceiro, hipóteses estas
em que afirma-se operar-se um rompimento do nexo causal, descaracterizando o dever
indenizatória do Estado.

À luz destas sucintas noções teóricas, vejamos as opções oferecidas:


a) Errado: Conforme pontuado linhas acima, não há necessidade de o particular lesado
comprovar culpa, muito menos de determinados agentes públicos, eis que vigora em nosso
ordenamento a regra da responsabilidade objetiva do Estado, que prescinde do exame do
elemento culpa.

b) Errado: O item se equivoca ao afirmar ser relevante que a municipalidade comprove que
seus agentes não agiram com culpa. Ora, ainda que isto fique demonstrado, persiste o dever
indenizatório estatal, à luz da regra da responsabilidade objetiva, versada no art. 37, §6º,
CF/88. Ademais, quanto à possibilidade de caracterização de caso fortuito, o ônus de tal
prova pertence ao ente público, e não ao particular, como equivocadamente consta da parte
final da assertiva.
c) Certo: Trata-se de afirmativa em perfeita sintonia com as premissas teóricas
anteriormente estabelecidas.

d) Errado: A comprovação das excludentes não afasta a culpa do ente público. De novo, a
discussão sobre culpa não se afigura relevante, porquanto a regra vigente é a da
responsabilidade objetiva do Estado, que prescinde do exame do elemento culpa. A rigor,
entende-se que tais excludentes implicam o rompimento do nexo causal, isto sim.

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e) Errado: Não é necessário que o particular comprove ausência de socorro imediato. Se


houve danos decorrente do acidente, e sua ocorrência teve por base conduta atribuída à
municipalidade, estão presentes todos os elementos necessários à caracterização da
responsabilidade estatal (conduta, danos e nexo de causalidade). O socorro prestado, quando
muito, poderia repercutir na extensão dos danos experimentados pelo particular, o que teria
consequências no âmbito do quantum indenizatório, mas não para fins de se excluir
completamente a responsabilidade do Estado.

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8 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico Judiciário - Área Administrativa) O Estado, tal qual os
particulares, pode responder pelos danos causados a terceiros. A responsabilidade
extracontratual para pessoas jurídicas de direito público, prevista na Constituição Federal, no
entanto,

a) dá-se sob a modalidade subjetiva para os casos de omissão de agentes públicos e de


prática de atos lícitos, quando causarem danos a terceiros.
b) não se estende a pessoas jurídicas de direito privado, ainda que integrantes da
Administração indireta, que se submetem exclusivamente à legislação civil.
c) exige a demonstração pelos demandados, de inexistência de culpa do agente público, o
que afastaria, em consequência o nexo de causalidade entre os danos e a atuação daqueles.
d) tem lugar pela prática de atos lícitos e ilícitos por agentes públicos, admitindo, quando o
caso, excludentes de responsabilidade, que afastam o nexo causal entre a atuação do agente
público e os danos sofridos.

e) somente tem lugar com a comprovação de danos concretos pelo demandante, o que
obriga, necessariamente, a incidência da modalidade subjetiva.

Gabarito: D

Comentários:

a) Errado: para os casos de omissão do Estado a regra é de que a responsabilidade do


Estado seja subjetiva (deve-se comprovar o dano, o nexo de causalidade e a culpa em
sentido amplo do Estado). Nas condutas (ações) do Estado, a regra é a responsabilidade
objetiva, tanto para as condutas lícitas como para as ilícitas que causarem danos aos
particulares.

b) Errado: vejamos um resumo sobre o tema:

O primeiro aspecto a ser analisado é quem responde pela responsabilidade objetiva prevista
no artigo 37:
3) Todas as pessoas jurídicas de direito público (União, autarquias e fundações públicas
de direito público)
4) Pessoas Jurídicas de Direito Privado PRESTADORAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS (art.
175, CF/88)
OBS: diante do exposto, conclui-se o seguinte:

3) Nem toda a administração pública responde objetivamente pelos danos causados aos
particulares, pois, as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras
de atividades econômica (art. 173, CF/88) fazem parte da administração indireta e
não estão inclusas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

4) Algumas pessoas jurídicas não pertencentes à administração pública podem


responder objetivamente pelos danos causados aos particulares. São exemplos, as
concessionárias, permissionárias e autorizatárias de serviços públicos.

c) Errado: A regra para as condutas estatais é de que a responsabilidade seja do tipo


objetiva, assim, basta ficar demonstrado o dano e o nexo de causalidade para que o Estado
seja responsabilizado. A primeira parte da alternativa está errada, pois na responsabilidade
objetiva não há necessidade de demonstrar a inexistência de culpa pelo Estado (demandado),
como já disse, basta apenas a configuração do dano e o nexo de causalidade entre a conduta
e o dano sofrido.
d) Correto: Exato. A responsabilidade extracontratual do Estado poderá recair tanto nas
condutas lícitas como nas ilícitas. Essa regra geral possui excludentes, ou seja, o Estado
poderá deixar de indenizar nos casos de caso fortuito ou força maior, culpa exclusiva da
vítima e culpa exclusiva de terceiros.
e) Errado: deve haver a comprovação do dano sofrido tanto na responsabilidade objetiva
quanto na subjetiva. Assim, erra a alternativa quando afirma que obrigatoriamente incidirá a
responsabilidade subjetiva.

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9 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Judiciária) Suponha que tenha


ocorrido o rompimento de uma adutora de empresa prestadora de serviço público de
saneamento básico, causando prejuízos materiais a diversas famílias que residem na
localidade, as quais buscaram a responsabilização civil da empresa objetivando a reparação
dos danos sofridos. De acordo com o regramento constitucional aplicável, referida empresa

a) será responsável pelos danos sofridos pelos moradores desde que comprovada culpa dos
agentes encarregados pela operação ou falha na prestação do serviço.

b) sujeita-se, sendo pública ou privada, à responsabilização subjetiva, baseada na teoria da


culpa administrativa.

c) não poderá ser responsabilizada pelos prejuízos causados, eis que, em se tratando de
responsabilidade subjetiva, o caso fortuito seria excludente da responsabilidade.

d) sujeita-se, ainda que concessionária privada de serviço público, à responsabilização


objetiva, que admite, em certas hipóteses, algumas causas excludentes de responsabilidade,
como força maior.

e) somente estará sujeita à responsabilização objetiva se for uma empresa pública,


aplicando-se a teoria do risco administrativo.
Gabarito: D

Comentários:

a) Errado. esse é um caso de responsabilidade objetiva do Estado, sendo assim, não é


necessária a comprovação de culpa dos agentes envolvidos. No caso, se houve o dano e nexo
de causalidade entre esse dano e a conduta, haverá a responsabilização da empresa.

b) Errado: sujeita-se, sendo pública ou privada (e se privada, deve ser prestadora de serviço
público) à responsabilização objetiva, baseado na teoria do risco administrativo.
c) Errado: já vimos que não é caso de responsabilidade subjetiva, e sim, objetiva, com base
na teoria do risco administrativo. Alguma dúvida poderia surgir se o aluno achasse que o

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

rompimento se deu porque houve omissão da prestadora de serviço de saneamento. Veja que
a questão deveria detalhar essa omissão para você concursando. Então, não extrapole o que
está no texto da questão, o que não está escrito não vale para a prova. Assim, nesse caso,
temos que pensar na responsabilidade objetiva da empresa.
d) Correto. exatamente. Como a referida empresa é prestadora de serviço público, sujeita-
se à responsabilização objetiva, mesmo que essa empresa seja concessionária de serviço de
saneamento. É verdade também que em certas hipóteses a responsabilidade poderá ser
afastada, como acontece nos casos fortuitos ou de força maior, culpa exclusiva da vítima e
culpa exclusiva de terceiros.
e) Errado. A banca FCC gosta de pedir quem responde objetivamente pelos danos causados
aos particulares. Resumindo:
1 – todas as pessoas jurídicas de direito público;

2 – as pessoas jurídicas de direito privado que prestam serviço público (elas podem ser
integrantes da administração indireta ou delegatárias de serviços públicos)

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10 (2017/CESPE/SEDF/Professor de Educação Básica) No que se refere ao controle e à


responsabilidade da administração, julgue o item subsequente.

Se um agente público, nessa qualidade, causar dano a terceiro, a responsabilidade civil do


Estado será objetiva.

Gabarito: Correto.
Comentários:

Exato, se um agente público, atuando na qualidade de agente público, causar dano a terceiro,
haverá responsabilidade objetiva do Estado de acordo com a teoria do risco administrativo.
Vejamos o que dispõe o texto constitucional:

Art. 37, § 6°: as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
11 (2017/CESPE/SEDF/Tecnologia da Informação) João, servidor público ocupante do
cargo de motorista de determinada autarquia do DF, estava conduzindo o veículo oficial
durante o expediente quando avistou sua esposa no carro de um homem. Imediatamente,
João dolosamente acelerou em direção ao veículo do homem, provocando uma batida e, por
consequência, dano aos veículos. O homem, então, ingressou com ação judicial contra a
autarquia requerendo a reparação dos danos materiais sofridos. A autarquia instaurou
procedimento administrativo disciplinar contra João para apurar suposta violação de dever
funcional.
No que se refere à situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

A autarquia tem direito de regresso contra João.


Gabarito: Correto
Comentários:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 222


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Mais uma questão que o CESPE aborda o texto constitucional referente à responsabilização do
Estado nos casos e atuação Estado que causarem danos a terceiros.

Art. 37. § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo
ou culpa.

Alguns comentários sobre o direito de regresso:

AÇÃO REGRESSIVA: é o Estado cobrando o agente pela indenização que foi paga ao
particular por culpa do agente:
Características:

- A responsabilidade dos agentes é subjetiva;


- Depende da prova de Culpa ou Dolo do agente;

O estado deve comprovar a culpa ou o dolo do agente para promover a ação regressiva,
e conseguir o ressarcimento do valor que foi pago ao particular.

Prescrição:
A prescrição é de 05 anos referente as ações dos particulares contra o Estado.

OBS =Não existe prescrição na ação regressiva promovida pelo Estado contra o agente
público causador do dano:

Fundamentação Legal: A ação de ressarcimento em face do agente causador do dano para


ressarcimento ao erário público é imprescritível, conforme estabelecido na parte final do
§5º do art. 37 da Constituição:
§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

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12 (2017/CESPE/SEDF/Direito) A exploração e operação de determinado aeroporto foi
transferida pelo governo federal para um consórcio de empresas pelo prazo de vinte anos. Em
determinado dia, durante a vigência da execução desse serviço público pelo consórcio, uma
passageira sofreu um acidente grave em esteira rolante do aeroporto, a qual se encontrava
em manutenção devidamente sinalizada. A passageira, por estar enviando mensagem no
aparelho celular, não observou a sinalização relativa à manutenção da esteira.

A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais e doutrinários a ela relacionados,


julgue o item subsequente.
Caso se comprove que o acidente decorreu de culpa exclusiva da passageira, o consórcio de
empresas não responderá civilmente pelo acidente.
Gabarito: Correto

Comentários:
A assertiva nos traz o caso de culpa exclusiva da vítima, que é causa de exclusão da
responsabilidade do estado, porém, não podemos confundir com as causas atenuantes de
responsabilidade, vejamos:

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1ª – CAUSAS EXCLUDENTES TOTAL DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO:

a) Caso fortuito ou forca maior (evento imprevisível). Expressa em fatos da natureza,


irresistíveis tais como: terremoto, chuva de granizo, tornado, queda de raio,
inundações;
b) Culpa exclusiva da vítima. (É o caso da nossa questão);

c) Culpa de terceiros não usuários do serviço público;

d) outras causas que rompam o nexo causal, fatos supervenientes independentes.

2ª – CAUSAS ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO:

Causa Atenuante: Dizemos que uma causa é atenuante quando o estado não é
responsabilizado integralmente pelo dano, ou seja, sua responsabilização será diminuída
quando se verificar que sua culpa não foi totalmente integral para a causa do dano.
Culpa concorrente da vítima: Neste caso, a responsabilidade pelo dano é tanto do estado
quanto da vítima;
Estas condutas afastam o nexo causal;

Cabe ao Estado provar a ocorrência dessas excludentes.

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13 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue o item que se segue,
relativos aos fundamentos da responsabilidade civil do Estado atualmente adotados pelo
direito brasileiro.

Em virtude da observância do princípio da supremacia do interesse público, será


integralmente excluída a responsabilidade civil do Estado nos casos de culpa — seja
exclusiva, seja concorrente — da vítima atingida pelo dano.

Gabarito: Errado

Comentários professor Herbert Almeida do Estratégia dos concursos:

Com a aplicação da teoria do risco administrativo, a responsabilidade civil do Estado poderá


ser afastada em virtude de: (i) caso fortuito ou força maior; (ii) culpa exclusiva da vítima; e
(iii) ato exclusivo de terceiro.
Assim, para excluir a responsabilidade do Estado, a culpa deve ser exclusiva da vítima. Por
exemplo: um veículo da Administração desloca-se numa via, dentro do limite de velocidade e
observando todas as regras de trânsito, mas uma pessoa se atira na frente da viatura,
sofrendo graves lesões físicas. Nesse caso, o motorista não cometeu qualquer erro, sendo a
“vítima” a única responsável pelos danos que sofreu.

Contudo, se a culpa for concorrente, a responsabilidade será atenuada, mas não excluída.
Imagine que a pessoa se atirou contra o veículo intencionalmente, mas o veículo estava
acima do limite de velocidade. Nesse caso, o dano poderia ter sido menor se não fosse o fato
de o veículo estar acima da velocidade permitida. Logo, a culpa será concorrente, e a
responsabilidade estatal não será excluída, mas amenizada.

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14 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue o item que se segue,


relativos aos fundamentos da responsabilidade civil do Estado atualmente adotados pelo
direito brasileiro.

Um ato, ainda que lícito, praticado por agente público e que gere ônus exorbitante a um
cidadão pode resultar em responsabilidade civil do Estado.

Gabarito: Correto

Comentários professor Herbert Almeida do Estratégia dos Concursos:

A responsabilidade civil do Estado não decorre da ilicitude da conduta estatal, mas sim do
nexo de causalidade entre o dano e a conduta do Estado, que venha a atingir um bem jurídico
tutelado.

Logo, é possível que um ato de um agente público, mesmo que lícito, cause danos a um
particular, ensejando a responsabilidade civil do Estado.

Por exemplo: se um policial, agindo no estrito cumprimento de seu dever, realizar um disparo
contra um bandido, com o objetivo de salvar a vida de outra pessoa, mas acabar atingindo
um terceiro, teremos o caso de um dano, causado por agente estatal, mas que atuava
licitamente.

Logo, em virtude do risco que a atividade estatal possui, o dever de indenizar poderá surgir
até mesmo em virtude de condutas estatais lícitas.

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15 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Julgue o item que se segue,


relativos aos fundamentos da responsabilidade civil do Estado atualmente adotados pelo
direito brasileiro.

Para a caracterização da responsabilidade civil do Estado, basta a comprovação da qualidade


de agente público, não se exigindo para isso que o agente esteja agindo no exercício de suas
funções.

Gabarito: Errado

Comentários:
Essa questão gerou muitas dúvidas e, por consequência, muitos candidatos tentaram anular a
questão com recursos.
Particularmente entendo que a assertiva está mesmo errada. Não basta a comprovação da
qualidade de agente público, ele precisa estar no exercício de suas funções ou agindo nessa
qualidade.

Imaginem um policial de férias, na praia, tomando uma gelada. Imaginem que ele presencie
um roubo e intervém para socorrer a vítima, causando um grave dano ao assaltante. Nesse
caso teremos duas situações: a) se ele atuou como cidadão, sem usar arma da corporação,
sem que as pessoas soubessem da sua condição de policial, o Estado não será
responsabilizado, pois, apesar de ser policial, não agiu no exercício das suas funções e nem
em razão dela. b) imaginem agora que ele, ao abordar o assaltante, identificou-se como
policial e deu voz de prisão. Nesse caso, ele está agindo em razão de sua função pública, em
nome do Estado. Isso é razão para a responsabilidade objetiva do Estado com fundamento na
teoria do risco administrativo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 225


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Resumindo: para o CESPE não basta apenas a qualidade de agente público, ele deve estar
no exercício das suas funções ou agindo em decorrência delas.

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16 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Um motorista alcoolizado abalroou
por trás viatura da polícia militar que estava regularmente estacionada. Do acidente
resultaram lesões em cidadão que estava retido dentro do compartimento traseiro do veículo.
Esse cidadão então ajuizou ação de indenização por danos materiais contra o Estado,
alegando responsabilidade objetiva. O procurador responsável pela contestação deixou de
alegar culpa exclusiva de terceiro e não solicitou denunciação da lide. O corregedor
determinou a apuração da responsabilidade do procurador, por entender que houve
negligência na elaboração da defesa, por acreditar que seria útil à defesa do poder público
alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item.

Foi correto o corregedor quanto ao entendimento de que seria útil à defesa do poder público
alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente, uma vez que, provada, ela pode
excluir ou atenuar o valor da indenização.
Gabarito: Correto

Comentários do professor Marcelo Sobral do papaconcursos:


CAUSAS EXCLUDENTES E ATENUANTES DA RESPONSABILIDADE

Segundo Di Pietro, “são apontadas como causas excludentes da responsabilidade a força


maior, a culpa da vítima e a culpa de terceiros. Como causa atenuante, é apontada a culpa
concorrente da vítima."

Vamos parar aqui. Há vários colegas confundindo "culpa exclusiva da vítima" com "culpa
exclusiva de terceiro". A questão trata de culpa exclusiva de terceiro - um motorista
alcoolizado (terceiro) que causa uma colisão com uma viatura da polícia militar.

Neste sentido, a culpa de terceiro é uma CAUSA EXCLUDENTE de responsabilidade estatal. É


o que consta da assertiva final: "...seria útil à defesa do poder público alegar culpa exclusiva
de terceiro na geração do acidente, uma vez que, provada, ELA PODE EXCLUIR ou atenuar o
valor da indenização".
Entretanto, até o momento, sabemos que a culpa de terceiro exclui a responsabilidade
estatal. Mas, sempre?

Di Pietro ensina que as hipóteses excludentes acima citadas não são imputáveis à
Administração Pública. Logo, não há NEXO DE CAUSALIDADE entre a conduta e o dano
gerado.

Mas é possível, p ex, que a força maior e a culpa de terceiro gerem responsabilidade do poder
público, SE aliadas à OMISSÃO ESTATAL. Vejamos:

"No entanto, mesmo ocorrendo motivo de força maior, a responsabilidade do Estado poderá
ocorrer se, ALIADA à força maior, OCORRER OMISSÃO do Poder Público na realização de um
serviço".

(...)
A mesma regra se aplica quando se trata de atos de terceiros (...); o Estado responderá SE
ficar caracterizada a sua OMISSÃO, (...), a falha na prestação do serviço público"

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Em suma:

1) culpa de terceiro: exclui responsabilidade.


2) culpa de terceiro + omissão estatal: cabe responsabilidade.

Não há omissão no enunciado. Logo, incide a primeira conclusão.

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17 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Acerca de direitos da personalidade,


responsabilidade civil objetiva e prova de fato jurídico, julgue o item seguinte.

A teoria da responsabilidade civil objetiva aplica-se a atos ilícitos praticados por agentes de
autarquias estaduais.

Gabarito: Correto

Comentários:

Para que o Estado seja responsabilizado objetivamente pelos danos que seus agentes
causarem a terceiros, basta que haja uma conduta, um dano e o nexo de causalidade entre a
conduta e o dano. Assim, torna-se irrelevante se o ato praticado é lícito ou ilícito, ou seja,
para fins de responsabilização objetiva do Estado, o particular que sofreu o dano não precisa
demonstrar a licitude ou ilicitude da conduta do agente público.

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18 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Secretário Executivo) Em relação à organização
administrativa e às concessões e permissões do serviço público, julgue o item a seguir.
As fundações públicas de direito público devem responder objetivamente pelos danos que
seus agentes causarem a terceiros. Sendo condenadas a indenizar pelo prejuízo que seu
agente culposamente tenha cometido, assegura-se a elas o direito de propor ação regressiva
contra o agente causador do dano.

Gabarito: Correto
Comentários:

Exato. Vejamos o que diz o texto constitucional:


Art. 37, § 6°: as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Por fim, poderia confundir o candidato, a palavra “culposamente”, no entanto, para a


caracterização da responsabilidade objetiva, independe de o agente público ter agido com
dolo ou culpa, basta que tenha havido uma conduta, um dano e o nexo de causalidade entre
essa conduta e o dano sofrido pelo particular.

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19 (2016/FCC/DPE-ES/Defensor Público) Aristides da Silva era operário e, a pretexto de


sua participação em grupo político considerado subversivo, foi preso e torturado por agentes
policiais estaduais, no ano de 1976. Somente em 2016 procurou a Defensoria Pública,

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visando ajuizar ação indenizatória em face do Estado, para pleitear os danos materiais e
morais decorrentes do episódio, que lhe causou sequelas físicas e psicológicas. Em vista de
tal situação, é correto concluir que a pretensão em tela

a) não está prescrita, mas há litisconsórcio necessário, devendo ser ajuizada também em
relação aos agentes públicos causadores do dano, haja vista a necessidade de garantir-se o
direito de regresso do Estado.

b) é imprescritível, podendo ser ajuizada ação de reparação a qualquer momento.

c) já se encontra prescrita, no tocante aos danos materiais, sendo imprescritível a pretensão


aos danos morais.
d) já se encontra inteiramente prescrita, em vista dos efeitos da chamada Lei de Anistia (Lei
Federal nº 6.683/1979).
e) já se encontra prescrita, por força do Decreto nº 20.910/1932, devendo ter sido ajuizada
ação de reparação no prazo de cinco anos a partir da vigência da Constituição Federal de
1988.

Gabarito: Letra B
Comentários:

A regra geral para a prescrição da ação de reparação de danos contra a fazenda pública é
de 5 anos. Porém, o STJ entende que, nos casos de danos sofridos na época da ditadura
militar, a ação de reparação de danos é imprescritível. Vejamos:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS DECORRENTES DE PERSEGUIÇÃO
POLÍTICA NA ÉPOCA DA DITADURA MILITAR. IMPRESCRITIBILIDADE.
PRECEDENTES.

1. O acórdão impugnado decidiu em conformidade com a orientação jurisprudencial


do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que não se aplica a prescrição
quinquenal do Decreto n. 20.910/1932 às ações de reparação de danos sofridos em
razão de perseguição, tortura e prisão, por motivos políticos, durante o Regime
Militar, pois nesse caso é imprescritível a pretensão.

Vamos às alternativas:
a) Errada: Realmente não está prescrita. Porém, a jurisprudência em vigor hoje é de que
não há litisconsórcio necessário na ação de reparação de danos promovida pelo particular.
b) Correta: está de acordo com o julgado do STJ acima mencionado.

c) Errada: não há essa diferença trazida pela alternativa. A imprescritibilidade se dá


tanto para os danos morais como aos materiais.

d) Errada: como já vimos, a ação de reparação de danos é imprescritível nos casos de


danos sofridos por particulares na época da ditadura militar.

e) Errada: a alternativa traz a regra geral, no caso específico da questão (danos sofridos
em decorrência da ditadura militar) é imprescritível.

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20 (2016/FCC/SEGEP-MA/Técnico de Arrecadação) Maria, cidadã brasileira, estava


andando na calçada quando foi atropelada por um ônibus da concessionária X. Diante disso, é
correto afirmar que o Estado responde pelo dano causado à Maria de forma

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 228


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a) subjetiva, na medida da culpabilidade de Maria.

b) acessória, uma vez que se trata de pessoa jurídica de direito privado.


c) objetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.

d) objetiva, mas apenas acessória, uma vez que quem praticou o ato foi a concessionária.
e) subjetiva, sendo assegurado o direito de regresso contra o responsável pelos danos.

Gabarito: Letra C

Comentários:

A responsabilidade nesse caso, é objetiva, em conformidade com o que dispõe o art. 37, § 6º,
da Constituição Federal.

STF - RE 591874/MS

I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço


público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo
decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal.

II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano


causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a
responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.

OBS: À concessionária cabe a execução do serviço concedido, incumbindo-lhe a


responsabilidade por TODOS os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou
a terceiros, não admitindo a lei que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou
atenue tal responsabilidade.

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21 (2016/CESPE/TCE-PR/Nível Superior) Assinale a opção correta, com referência ao


tratamento constitucional conferido à responsabilidade civil do Estado.
a) A Constituição Federal de 1988 adota como regra a teoria do risco administrativo, segundo
a qual o Estado deve arcar com o risco inerente às numerosas atividades que desempenha,
inclusive quando a culpa do dano decorrer de conduta da própria vítima.

b) A aplicação da responsabilidade objetiva independe da verificação do elemento culpa, de


modo que, demonstrados o prejuízo pelo lesado e a relação de causalidade entre a conduta
estatal e a lesão sofrida, o dever de indenizar poderá ser reconhecido mesmo que decorra de
atos lícitos estatais.

c) Diferentemente das pessoas jurídicas de direito público, as quais respondem objetivamente


pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, é subjetiva a responsabilidade das
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, em se tratando de danos
causados a terceiros não usuários do serviço.

d) Por se tratar de atividade exercida em caráter privado, por delegação do poder público, o
Estado não responde por danos causados a terceiros por notários (tabeliães) e oficiais de
registro.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 229


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e) Segundo a Constituição Federal de 1988, o indivíduo que for condenado criminalmente em


virtude de sentença que contenha erro judiciário terá direito a reparação cível, desde que seja
demonstrada a conduta dolosa por parte do juiz da causa.

Gabarito: Letra B
Comentários:

Letra a: Errado. Realmente a Constituição Federal de 1988 adota como regra a teoria do
risco administrativo, segundo a qual o Estado deve arcar com o risco inerente às numerosas
atividades que desempenha. No entanto, em alguns casos o Estado pode eximir-se da
responsabilidade, como nos casos de culpa exclusiva da vítima, força maior ou caso fortuito e
culpa exclusiva de terceiro.

Letra b: Correto. Na responsabilidade civil objetiva, não é preciso demonstrar o elemento


subjetivo (dolo ou culpa), mas tão somente o dano e a relação de causa e efeito entre a
conduta estatal e o dano (nexo de causalidade). Com efeito, vimos em nosso curso que a
responsabilidade civil do Estado poderá surgir até mesmo com ações lícitas, já que a
atividade estatal, por si só, poderá ter riscos (por isso que a teoria adotada no Brasil chama-
se risco administrativo)

Letra c: Errado. Com base no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a responsabilidade civil
será objetiva para as entidades de direito público e para as de direito privado, desde que
estas últimas sejam prestadoras de serviços públicos. Ademais, o STF já decidiu que a
responsabilidade civil objetiva aplica-se em relação aos usuários e não usuários do serviço
(RE 591.874/MS)
Letra d: Errado. A responsabilidade dos notários é subjetiva e a responsabilidade do Estado
é apenas subsidiária, ou seja, caso o notário não consiga arcar com o dano sofrido pelo
particular, aí sim o Estado deve ser responsabilizado.

Letra e: Errado. Em regra, não há responsabilidade do Estado por ato jurisdicional.


Entretanto, existem exceções: (i) erro judiciário; (ii) prisão além do tempo fixado na
sentença; e (iii) condutas dolosas praticadas pelo juiz que causem prejuízos à parte ou a
terceiros. Nos dois primeiros casos, não é preciso demonstrar a conduta dolosa por parte do
juiz

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22 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Em determinado município da


Federação, uma empresa pública municipal refinadora de petróleo, durante o
desenvolvimento de sua atividade, deixou vazar milhões de litros de óleo cru, material que
alcançou importantes mananciais aquíferos e espalhou-se por várias cidades do respectivo
estado-membro, tendo deixado inúmeras famílias ribeirinhas desprovidas de suas atividades
laborais e do seu sustento.

Nessa situação, segundo entendimento do STJ,


a) houve responsabilidade subjetiva do Estado, instruída pela teoria do risco integral.

b) não houve responsabilidade do Estado, porquanto a culpa foi da empresa refinadora.

c) houve responsabilidade objetiva do Estado, instruída pela teoria do risco administrativo.


d) houve responsabilidade objetiva do Estado, instruída pela teoria do risco integral.

e) houve responsabilidade subjetiva do Estado, instruída pela teoria do risco administrativo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 230


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Gabarito: Letra D

Comentários:
Nesse caso estamos diante de um caso de responsabilidade objetiva do Estado, calcada na
teoria do risco integral.
A teoria do risco integral não admite excludentes e é aplicada basicamente em três casos: 1 –
Danos ambientais; 2 – acidentes nucleares; e 3 – atentados terroristas.

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23 (2016/FCC/SEGEP-MA/Procurador do Estado) Uma célula de grupo terrorista detona


uma carga explosiva em aeronave de matrícula brasileira, operada por empresa brasileira de
transporte aéreo público, causando mortes e ferimentos em diversos passageiros. Esclareça-
se que a aeronave decolou de aeroporto brasileiro e a explosão ocorreu por ocasião da
chegada ao destino, em solo norte-americano, sendo que diversas vítimas haviam embarcado
em escala no México. Em vista de tal situação e nos termos da legislação brasileira,

a) a responsabilidade principal e de caráter objetivo é da empresa prestadora do serviço de


transporte aéreo público, somente havendo responsabilidade estatal em caráter subsidiário.

b) fica excluída a responsabilidade da União, haja vista que somente fatos ocorridos no
território nacional são capazes de justificar a aplicação da responsabilidade objetiva nos
serviços públicos.
c) somente deve haver responsabilização da União em favor dos passageiros que
embarcaram em solo brasileiro, caracterizada, no caso, a responsabilidade subjetiva por culpa
do serviço, em razão da falha na prestação do serviço de segurança aeroportuária.

d) não há responsabilidade estatal, visto que se trata de caso fortuito, circunstância


excludente de responsabilidade, haja vista a inexistência de nexo causal entre o evento
danoso e a conduta das autoridades estatais.

e) aplica-se a teoria do risco integral, devendo a União indenizar os passageiros que tenham
sofrido danos corporais, doenças, morte ou invalidez sofridos em decorrência do atentado.

Gabarito: Letra E
Comentários:

A responsabilidade civil da União por danos provocados por atentados terroristas constitui
exemplo clássico da aplicação da teoria do risco integral. Nesse sentido, a Lei 10.744/2003
autorizou a União, na forma e critérios estabelecidos pelo Poder Executivo, a assumir
despesas de responsabilidades civis perante terceiros na hipótese da ocorrência de
danos a bens e pessoas, passageiros ou não, provocados por atentados terroristas,
atos de guerra ou eventos correlatos, ocorridos no Brasil ou no exterior, contra
aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas brasileiras de transporte
aéreo público, excluídas as empresas de táxi aéreo. A referida lei não prevê qualquer
excludente de responsabilidade. Logo, a responsabilidade se estende inclusive aos
passageiros embarcados em solo estrangeiro. O que importa para caracterizar a
responsabilidade integral da União é o atentado ter ocorrido em aeronave com matrícula
brasileira.

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24 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista – Administrador) A


responsabilização do Estado, nos casos de morte de detento, causada por terceiro, durante
rebelião, dá-se sob a modalidade

a) subjetiva, cabendo ao autor demonstrar a culpa do agente público que deu causa ou
deixou acontecer o falecimento, demandando-o em litisconsórcio com o poder público.

b) objetiva, pois fica demonstrado o nexo de causalidade entre o dever legal do Estado
preservar a incolumidade física do detento e o falecimento ocorrido.

c) subjetiva, presumindo-se a culpa do agente público para formação do nexo de causalidade


entre a atuação do Estado e o evento danoso, evitável ou inevitável.
d) da teoria do risco integral, admitidas as excludentes de responsabilidade para os casos em
que demonstrado que não fora possível agir para evitar o evento danoso.
e) objetiva, quando o falecimento é causado comissivamente por agente público e sob a
modalidade subjetiva em relação ao agente que deve ser demandado em litisconsórcio, em
razão do dolo.

Gabarito: Letra B
Comentários:

Responsabilidade do Estado sobre os detentos:


De acordo com o entendimento do STF:

Regra geral: o Estado é objetivamente responsável pela morte de detento. Isso porque
houve inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da
CF/88.
Exceção: o Estado poderá ser dispensado de indenizar se ele conseguir provar que a morte
do detento não podia ser evitada. Neste caso, rompe-se o nexo de causalidade entre o
resultado morte e a omissão estatal.

Nas exatas palavras do Min. Luiz Fux: "(...) sendo inviável a atuação estatal para evitar a
morte do preso, é imperioso reconhecer que se rompe o nexo de causalidade entre essa
omissão e o dano. Entendimento em sentido contrário implicaria a adoção da teoria do risco
integral, não acolhida pelo texto constitucional (...)".
Outra decisão importante pelo STF é sobre a possibilidade de indenização ao
detento pelo Estado, quando o detento estiver exposto a situação degradante.
Uma pessoa que está presa em uma unidade prisional que apresenta péssimas condições,
como superlotação e falta de condições mínimas de saúde e de higiene possui o direito de ser
indenizada pelo Estado diante desta violação de seus direitos?

SIM. Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus
presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua
responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os
danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento.
(STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854)).

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PROF. EVANDRO ZILLMER Página 232


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25 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) A respeito de


reparação de danos, sindicância e processo administrativo, e controle interno da
administração pública, julgue o item seguinte.

Nos termos da lei, a obrigação de reparação de dano praticado por servidor público não é
extensível aos seus sucessores.

Gabarito: Errado

Comentários:

De acordo com o § 3° do art. 122 da Lei 8.112/90:

Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,
que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

§3 A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será


executada, até o limite do valor da herança recebida.

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26 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com relação à responsabilidade


civil do Estado, aos serviços públicos e ao controle da administração pública, julgue o item
subsequente.
Situação hipotética: O motorista de determinado veículo particular, não tendo respeitado o
sinal vermelho do semáforo, provocou a colisão entre o veículo que dirigia e um veículo oficial
do TCE/PA que estava estacionado em local proibido.

Assertiva: Nessa situação, o valor da indenização a ser paga pelo Estado será atenuado ante
a existência de culpa concorrente, já que o Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva
do tipo risco administrativo.

Gabarito: Correto

Comentários:

Realmente, como regra o Brasil adota a teoria da responsabilidade objetiva do tipo risco
administrativo para os danos que o Estado cause aos particulares. Nas situações em que o
particular e o Estado possuem culpa concorrente, a indenização paga pelo Estado será
atenuada, ou seja, o Estado não será responsabilizado sozinho pelo dano causado.

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27 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item que se


segue, a respeito do controle da administração e da responsabilidade civil do Estado.

Em nenhuma circunstância será o Estado responsabilizado por danos decorrentes dos efeitos
produzidos por lei, uma vez que a atividade legislativa é fundamentada na soberania e
limitada somente pela Constituição Federal de 1988.
Gabarito: Errado

Comentários:
Via de regra, o Estado não é responsabilizado por atos legislativos e atos jurisdicionais
que causem danos aos particulares.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 233


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São exceções à irresponsabilidade do Estado por atos legislativos e jurisdicionais:

3) admite-se a responsabilidade civil por atos legislativos exclusivamente nos casos de:
c) lei inconstitucional (danos decorrentes da aplicação de leis que venham a ser
declaradas inconstitucionais): a pessoa que sofreu a aplicação da lei terá que
ajuizar uma ação específica pleiteando a indenização pelo dano decorrente da
aplicação da lei que foi declarada inconstitucional;
d) leis de efeitos concretos, porque são materialmente equivalentes aos atos
administrativos e, assim, podem acarretar danos diretos a indivíduos
determinados, destinatários dessas leis;
4) admite-se a responsabilidade civil do Estado por ato jurisdicional no caso de erro
judiciário, exclusivamente na esfera penal (CF, art. 5°, LXXV); é hipótese de
responsabilidade civil objetiva, ou seja, a obrigação de indenizar do Estado independe
de culpa ou dolo do magistrado, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal (RE
505.393/PE).

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28 (2016/CESPE/TCE-PA/Auxiliar Técnico – Administração) Julgue o item que se


segue, a respeito de responsabilidade civil, indenização, dano moral e dano material.

O município que for condenado a indenizar particular por dano causado por servidor público
municipal poderá cobrar regressivamente do servidor o valor da condenação, desde que ele
tenha agido com dolo ou culpa e na qualidade de servidor público municipal.
Gabarito: Correto.

Comentários:

A CF/88 autoriza a ação regressiva da administração pública (ou delegatária de serviço


público) contra o agente cuja atuação acarretou o dano, desde que seja comprovado dolo ou
culpa na atuação do agente.

OBS: para que a administração pública ingresse com a ação regressiva, é necessário o
trânsito em julgado da ação condenatória de indenização, ou seja, o direito de regresso
nasce quando a administração for condenada a indenizar.

OBS: a responsabilidade da administração é objetiva, na modalidade risco administrativo. A


responsabilidade civil do agente perante a administração (ou delegatária) é subjetiva
(só se configura se ficar comprovado o dolo ou a culpa do agente).

OBS: Não existe prescrição na ação regressiva promovida pelo Estado contra o agente
público causador do dano

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29 (2016/CESPE/Instituto Rio Branco/Diplomata) Considerando a organização dos


Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e a disciplina constitucional acerca da
responsabilidade civil do poder público, julgue (C ou E) o item seguinte.

A teoria do risco administrativo fundamenta o princípio constitucional da responsabilidade civil


objetiva do Estado, que se reveste de caráter absoluto na medida em que a oficialidade da
conduta lesiva implica, necessariamente, o dever de reparar os danos, indenizando-os,
independentemente da existência de culpa ou dolo.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 234


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Gabarito: Errada

Comentários do Professor Rafael Pereira do QConcursos:


Vejamos a assertiva, dividindo-a em partes:

A primeira afirmativa revela-se correta. De fato, a responsabilidade civil do Estado, nos


moldes delineados pela Constituição (art. 37, §6º), inspira-se na teoria do risco
administrativo, segundo a qual o Estado responde pelos danos que seus agentes vierem a
causar, desde que ajam nesta qualidade, independentemente da existência de dolo ou culpa,
ressalvada a possibilidade de regresso contra o causador do dano, acaso, aí sim, tenha o
agente público atuado culposamente.
Sem embargo, não é verdade que tal teoria se revista de caráter absoluto, isto é, não
admita, em qualquer hipótese, situações excludentes da responsabilização estatal. Se assim o
fosse, estaríamos diante da chamada teoria do risco integral, o que não é o caso de nosso
ordenamento.

Com efeito, são, sim, admitidas hipóteses de exclusão do dever indenizatório do Estado,
notadamente a culpa exclusiva da vítima (se for culpa concorrente, opera-se redução
proporcional da indenização devida), o caso fortuito, a força maior e o fato de terceiro.

Com essas considerações, pode-se afirmar que está incorreta a afirmativa ora analisada.

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30 (2016/CESPE/TCE-SC/Auditor) Com base na doutrina e nas normas de direito
administrativo, julgue o item que se segue.
A concessionária de serviço público responde objetivamente pelos prejuízos causados aos
usuários ou terceiros e subjetivamente pelos prejuízos causados ao poder concedente.

Gabarito: Errado.

Comentários:

A regra da responsabilidade civil objetiva se estende ao prestador de serviços públicos,


independente da natureza de sua personalidade ou do prestador integrar ou não a estrutura
formal do Estado.
No caso de delegação, junto ao ”bônus” do serviço a ser prestado (a tarifa a ser cobrada dos
usuários), a entidade prestadora dos serviços assume o “ônus”, ou seja, o dever de
responder por eventuais danos causados. É o que prevê, por exemplo, o art. 25 da Lei
8.987/1995:

Art. 25. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe responder


por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários ou a terceiros, sem
que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa responsabilidade.

A responsabilidade civil é objetiva do concessionário do serviço em relação aos usuários e


àqueles que não ostentam esta qualificação (os terceiros). E perceba que o art. 25 da Lei de
Concessões refere-se, expressamente, ao Poder Concedente. Esse é o entendimento do STF:
STF - RE 591874/MS

I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço


público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, segundo
decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 235


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

II - A inequívoca presença do nexo de causalidade entre o ato administrativo e o dano


causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente para estabelecer a
responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado.

Só um detalhe! A relação entre a concessionária e o Estado (poder concedente) é de natureza


contratual, logo, os prejuízos causados pela concessionária, nesta qualidade, ao Estado são
contratuais e não extracontratuais. Por isto, ainda que possa se estabelecer a
responsabilidade objetiva da concessionária, não é com base na teoria do risco administrativo
do §6º do art. 37 da CF.

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31 (2016/FGV/MPE-RJ/Analista Ministerial - Área Processual) Funcionários de


sociedade empresária concessionária do serviço público municipal de coleta e tratamento de
esgoto e fornecimento de água potável realizavam conserto em um bueiro localizado em via
pública. Durante o reparo, um forte jato de água atingiu Fernanda, transeunte que caminhava
pela calçada, ocasionando sua queda que resultou em fratura do fêmur. No caso em tela, a
indenização devida a Fernanda deve ser suportada:

a) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil subjetiva, sendo
imprescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários;

b) pela sociedade empresária concessionária, que tem responsabilidade civil objetiva, sendo
prescindível a comprovação da culpa ou dolo de seus funcionários;

c) pelo Município, diretamente, na qualidade de poder concedente, que tem responsabilidade


civil subjetiva, sendo prescindível a comprovação da culpa ou dolo dos seus funcionários da
concessionária;

d) pelo Município e pela sociedade empresária concessionária, de forma solidária, que têm
responsabilidade civil objetiva, sendo imprescindível a comprovação da culpa ou dolo dos
funcionários da concessionária;

e) pelos funcionários responsáveis pelo dano, diretamente, que têm responsabilidade civil
objetiva, sendo prescindível a comprovação de terem atuado com culpa ou dolo.
Gabarito: Letra B

Comentários do Professor Herbert Almeida do Estratégia dos Concursos:


A responsabilidade civil do Estado (ou seja, o dever de indenizar terceiros por danos morais e
patrimoniais decorrentes da atuação de agentes públicos – atuando nesta qualidade) é
objetiva, ou seja, independe de dolo ou culpa. Isso quer dizer que as pessoas jurídicas de
direito público e as pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos
respondem objetivamente pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, mesmo que
esses agentes não tenham atuado com dolo ou culpa (CF, art. 37, § 6º).

Portanto, tal forma de responsabilidade aplica-se às seguintes entidades:

1) administração direta, autarquias e fundações públicas de direito público,


independentemente das atividades que realizam;

2) empresas públicas, sociedades de economia mista, quando forem prestadoras de serviços


públicos;
3) delegatárias de serviço público (pessoas privadas que prestam serviço público por
delegação do Estado – concessão, permissão ou autorização de serviço público).

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 236


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Veja que Fernanda sofreu a lesão em decorrência de atuação de uma concessionária de


serviço público, motivo pelo qual a sociedade empresária será responsabilizada objetivamente
pela lesão. Ademais, no caso, é prescindível (dispensável) a comprovação de dolo ou culpa
dos funcionários (ou seja, eles podem ter atuado com todo o zelo e cautela esperados, mas
mesmo assim a empresa será responsabilizada).

Vamos analisar as outras alternativas:

a) a responsabilidade é objetiva e independe (prescinde) de dolo ou culpa) – ERRADA;

c e d) o Município somente responderia de forma subsidiária, ou seja, quando a sociedade


empresária concessionária não tivesse condições de arcar com a indenização – ERRADAS;
e) os funcionários respondem apenas de forma subjetiva e mediante ação de
regresso, ou seja, após a sociedade empresária ser condenada A indenizar o
particular, poderá pleitear a devolução de recursos por parte de seus funcionários,
desde que eles tenham atuado com dolo ou culpa – ERRADA.

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32 (2016/FGV/MPE-RJ/Técnico do Ministério Público - Área Notificação e Atos
Intimatórios) Ernesto, servidor público estadual, ao atender um cidadão em sua repartição,
ficou aborrecido com o comentário de que o atendimento era muito ruim. Ato contínuo,
desferiu socos e chutes no referido cidadão. Este último procurou um advogado e solicitou
esclarecimentos a respeito de quem seria o responsável pela reparação dos danos sofridos,
bem como sobre a natureza dessa espécie de responsabilização. À luz da sistemática
constitucional, nesse caso, a responsabilidade:

a) da Administração Pública será objetiva, vedado o direito de regresso contra o servidor


público;

b) do servidor público será objetiva, vedado o direito de regresso contra a Administração


Pública;

c) da Administração Pública será subjetiva, facultado o direito de regresso contra o servidor


público;
d) do servidor público será subjetiva, permitido o direito de regresso contra a Administração
Pública;
e) da Administração Pública será objetiva, permitido o direito de regresso contra o servidor
público.

Gabarito: Letra E

Comentários:
No caso descrito acima em que um funcionário público provoque danos a um particular, a
responsabilidade será da administração pública e objetiva. Ernesto poderá responder
regressivamente pelos seus atos desde que comprovado o dolo ou a culpa dele.

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33 (2016/FGV/IBGE/Analista) Mariano, motorista de fundação pública federal de direito


público, conduzia com as cautelas necessárias veículo oficial da entidade levando
documentação de repartição regional para a sede da fundação. No meio do trajeto, o veículo

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 237


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foi abalroado por um motociclista que conduzia sua moto na contramão da direção e em
velocidade acima do permitido para a via. O motociclista sofreu lesões corporais graves em
razão do acidente, mas felizmente Mariano saiu ileso do episódio. No caso em tela, em
matéria de indenização em favor do motociclista:
a) afasta-se a responsabilidade civil administrativa da fundação pública, eis que não ficou
comprovado dolo ou culpa de seu agente Mariano;

b) afasta-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, eis que ficou comprovada a
culpa exclusiva da vítima (motociclista), fato que rompe o nexo causal;

c) aplica-se a responsabilidade civil objetiva da fundação pública, não havendo necessidade


de comprovação do dolo ou culpa de Mariano, devendo a fundação reparar os danos;

d) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, não havendo necessidade


de comprovação do dolo ou culpa do motorista, devendo a fundação reparar os danos;

e) aplica-se a responsabilidade civil subjetiva da fundação pública, em razão da teoria do


risco administrativo, devendo a fundação reparar os danos.

Gabarito: Letra B
Comentários:

No caso, houve culpa exclusiva da vítima, o que afastará a responsabilidade da Fundação


Pública.

Casos que afastam a responsabilidade do Estado (excludentes):


- culpa exclusiva da vítima

- força maior ou caso fortuito


- culpa exclusiva de terceiro

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34 (2016/IADES/Ceitec S.A/Advogado) No ordenamento jurídico vigente, a


responsabilidade civil desdobra-se, no âmbito privado, com base na teoria da
responsabilidade subjetiva e, no âmbito público, com amparo na responsabilidade objetiva.
Segundo entendimento de José dos Santos Carvalho Filho, no que se refere à aplicação
desses âmbitos no contexto das empresas públicas e das sociedades de economia mista, e
considerando a relação da responsabilidade delas com a pessoa federativa a que estão
vinculadas, assinale a alternativa correta.

a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, por serem integrantes da


administração pública indireta, submetem-se à responsabilidade civil objetiva, sem exceções.

b) A Constituição Federal expressamente exclui as empresas públicas e sociedades de


economia mista do âmbito da responsabilidade civil objetiva.

c) É preciso definir se a atividade exercida pela empresa pública ou sociedade de economia


mista é relativa à exploração econômica em sentido estrito ou à prestação de serviços
públicos típicos.
d) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, por serem regidas pelo direito
privado nas respectivas relações com terceiros, ainda que integrantes da administração
pública indireta, submetem-se à responsabilidade civil subjetiva, sem exceções.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 238


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e) Em se tratando de empresa pública ou de sociedade de economia mista que explore


atividade econômica, não fica caracterizada a responsabilidade subsidiária da pessoa
federativa a que estão vinculadas; já, em se tratando de empresa pública ou de sociedade de
economia mista que preste serviços públicos típicos, há a incidência da responsabilização
subsidiária, mas nunca solidária, daquela pessoa federativa.

Gabarito: Letra C

Comentários:

Em se tratando de empresas estatais (SEM e EP), é necessário definir qual o tipo de atividade
que exercem. Com efeito, as estatais que prestam serviço público responderão objetivamente
pelos danos que causarem aos terceiros e a estatais que exploram atividades econômicas
responderão subjetivamente pelos danos que causarem aos terceiros.

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35 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área


Administrativa) João, servidor público, ao dirigir veículo automotor pertencente à frota de
seu órgão de lotação, no exercício de sua função, bateu em veículo automotor de particular.

Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta.


a) Poderia haver responsabilização do Estado por culpa in elegendo e culpa in vigilando caso
João estivesse atuando fora de suas funções, mas a pretexto de exercê-las.
b) A responsabilidade civil do Estado pela omissão se pauta pelos mesmos fundamentos da
responsabilidade civil do Estado por atos comissivos.
c) Caso seja apurada culpa exclusiva de João, ele responderá diretamente ao particular pelo
prejuízo causado, excluindo a responsabilidade civil do Estado.

d) Ainda que se apure culpa exclusiva do particular, o Estado se responsabilizará por


eventuais danos, dada a teoria do risco administrativo.

e) Para que seja ressarcido dos danos experimentados, o particular deverá provar a culpa de
João pelo acidente.

Gabarito: Letra A
Comentários:

Letra a: Correto. Nas palavras da doutrina de José dos Santos Carvalho Filho (Manual de
Direito Administrativo. 22ª edição., Rio de Janeiro, 2009, p. 531-532): “Para configurar-se
esse tipo de responsabilidade, bastam três pressupostos. O primeiro deles é a ocorrência do
fato administrativo, assim considerado como qualquer forma de conduta, comissiva ou
omissiva, legítima ou ilegítima, singular ou coletiva, atribuída ao Poder Público. Ainda que o
agente estatal atue fora de suas funções, mas a pretexto de exercê-las, o fato é tido
como administrativo, no mínimo pela má escolha do agente (culpa in eligendo) ou pela má
fiscalização de sua conduta (culpa in vigilando).”

Letra b: Errado. A responsabilidade por ato omissivo da administração é subjetiva, ao


passo que a responsabilidade civil do estado por ato comissivo é objetiva.

Letra c: Errado. A pessoa jurídica irá responder pelo dano de João, sendo cabível a ação
regressiva para o ressarcimento.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 239


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Art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de


serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa

Letra d: Errado. No caso de culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior, existe o
rompimento do nexo de causalidade entre a ação e o dano, nesse caso, não haverá
responsabilidade civil do Estado.

Letra e: Errado. Para que seja ressarcido dos danos experimentados, o particular deverá
comprovar a ação, dano e o nexo de causalidade, dispensado da culpabilidade, uma vez
que a responsabilidade objetiva do estado o exime disso.

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36 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Técnico Judiciário - Área
Administrativa) A respeito da responsabilidade civil do Estado, assinale a opção correta.

a) A responsabilidade civil objetiva das concessionárias e permissionárias de serviços públicos


abrange somente as relações jurídicas entre elas e os usuários dos serviços públicos.
b) A responsabilidade civil objetiva aplica-se a todas as pessoas jurídicas de direito público.

c) O princípio da pessoalidade é o que orienta a responsabilidade civil do Estado.


d) As pessoas jurídicas de direito público não se responsabilizam pelos danos causados por
seus agentes.
e) A responsabilidade da administração pública será sempre objetiva.

Gabarito: Letra B
Comentários:

Letra a: Errado. A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço,
segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal (STF RE 591874 / MS)

Letra b: Correto. Art. 37 § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.

Letra c: Errado. O princípio da IMpessoalidade é o que orienta a responsabilidade civil do


Estado.

Letra d: Errado. Consoante ao Art. 37 §6 acima, as pessoas jurídicas de direito público


responsabilizam-se pelos danos causados por seus agentes, independentemente de culpa.

Letra e: Errado. A responsabilidade da administração pública será objetiva quando o ato for
comissivo, ao passo que será subjetiva quando o ato for omissivo.

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37 (2016/CESPE/FUNPRESP-EXE/Direito) Com relação aos convênios administrativos,


aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Um empregado de empresa prestadora de serviços públicos causou,


por omissão, dano a usuário do respectivo serviço, tendo ficado configurada a sua

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 240


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responsabilidade pela inobservância inescusável a dever de cautela. Assertiva: Nessa


situação, se a empresa empregadora indenizar o usuário, estará assegurado seu direito de
regresso em face do empregado, ainda que a conduta deste não tenha sido intencional.

Gabarito: Correto
Comentários:

Exato. Caso a empresa indenizar o usuário que sofreu o dano, ela terá direito de regresso
contra o empregado, ainda que esse empregado não tenha agido com dolo (intencional),
bastando uma das modalidades da culpa para que haja o direito de regresso.

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38 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Considere a seguinte situação hipotética: em determinado Município do Estado do Mato
Grosso houve grandes deslizamentos de terras provocados por fortes chuvas na região,
causando o soterramento de casas e pessoas. O ente público foi condenado a indenizar as
vítimas, em razão da ausência de sistema de captação de águas pluviais que, caso existisse,
teria evitado o ocorrido. Nesse caso, a condenação está

a) correta, tratando-se de típico exemplo da responsabilidade disjuntiva do Estado.


b) incorreta, por ser hipótese de exclusão da responsabilidade em decorrência de fator da
natureza.
c) correta, haja vista a omissão estatal, aplicando-se a teoria da culpa do serviço público.

d) correta, no entanto, a responsabilidade estatal, no caso, deve ser repartida com a da


vítima.

e) incorreta, haja vista que o Estado somente responde objetivamente, e, no caso narrado,
não se aplica tal modalidade de responsabilidade.

Gabarito: Letra C

Comentários:

Veja que a questão afirmou que se o Estado não tivesse sido omisso, evitaria os
deslizamentos. Dessa forma, devemos adotar a teoria da culpa administrativa.
TEORIA DA CULPA ADMINISTRATIVA

- dano + nexo causal + falha no serviço público (nas modalidades inexistência do


serviço, mau funcionamento do serviço ou retardamento do serviço).

- é responsabilidade do tipo subjetiva, no entanto, não exige que seja provada a culpa de
um agente público individualizado.

- o ônus da prova cabe ao particular que sofreu o dano.

- é adotada no Brasil, nos casos decorrentes de OMISSÃO do Estado.

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39 (2016/CESPE/TRE-PI/Técnico de Administração) Se determinado agente de uma


sociedade de economia mista estadual, concessionária do serviço de energia elétrica, causar,
durante a prestação de um serviço, dano à residência de um particular,

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 241


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a) a concessionária responderá objetivamente, de acordo com a teoria do risco integral, caso


fiquem comprovados o dano causado ao particular, a conduta do agente e o nexo de
causalidade entre o dano e a conduta.

b) a concessionária de serviço público poderá responder pelo dano causado ao particular,


independentemente da comprovação de culpa ou dolo do agente.

c) haverá responsabilidade subjetiva do estado federado, caso a concessionária de serviço


público não tenha condições de reparar o prejuízo causado.

d) será excluída a responsabilidade da concessionária e a do estado federado, caso o


particular tenha concorrido para a ocorrência do dano.
e) a concessionária não responderá pelo dano, por não possuir personalidade jurídica de
direito público.
Gabarito: Letra B

Comentários:
Letra a: Errado. A concessionária responderá objetivamente, de acordo com a teoria do
risco ADMINISTRATIVO, caso fiquem comprovados o dano causado ao particular, a conduta
do agente e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta.

Letra b: Correto. A concessionária de serviço público poderá responder pelo dano causado
ao particular, independentemente da comprovação de culpa ou dolo do agente.

Letra c: Errado. Haverá responsabilidade OBJETIVA do estado federado, caso a


concessionária de serviço público não tenha condições de reparar o prejuízo causado.

Letra d: Errado. Será ATENUADA/MITIGADA a responsabilidade da concessionária e a do


estado federado, caso o particular tenha concorrido para a ocorrência do dano.

Letra e: Errado. A concessionária RESPONDERÁ pelo dano, INDEPENDENTEMENTE DO


FATO DE não possuir personalidade jurídica de direito público.

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40 (2016/CESPE/TRE-PI/Analista Judiciário) Acerca da responsabilidade civil do Estado,


assinale a opção correta.
a) Se ato danoso for praticado por agente público fora do período de expediente e do
desempenho de suas funções, a responsabilidade do Estado será afastada.
b) Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a responsabilização direta e objetiva do
juiz prolator da decisão.

c) Em razão do princípio da supremacia do interesse público, são vedados o reconhecimento


da responsabilidade e a reparação de dano extrajudicial pela administração.

d) A responsabilidade objetiva de empresa concessionária de serviço público alcança usuários


e não usuários do serviço público.
e) A responsabilidade objetiva do Estado não alcança atos que produzam danos aos seus
próprios agentes, hipótese em que sua responsabilidade será subjetiva.
Gabarito: Letra D

Comentários:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 242


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Letra a: Errado. Nem sempre a responsabilidade será afastada. Peguemos o exemplo do


policial de folga que utiliza arma da corporação para revidar um assalto que ele presenciou.
Mesmo estando fora do expediente e não estando agindo dentro das suas funções, o policial
está atuando na qualidade de agente público, assim, caso cause algum dano a particulares, o
Estado poderá ser responsabilizado. Resumindo: um agente público mesmo fora do
expediente, não atuando no exercício das suas funções, mas agindo na qualidade de agente
público, poderá causar dano a particular e o Estado poderá ser responsabilizado.

Letra b: Errado. Os danos oriundos de ato jurisdicional ensejam a responsabilização direta e


objetiva do Estado e não do juiz. Caso o Estado seja responsabilizado, poderá cobrar
regressivamente do juiz, desde comprovado o dolo ou a culpa do magistrado.

Letra c: Errado. Pelo contrário, não são vedados o reconhecimento da responsabilidade e a


reparação de dano extrajudicial pela administração.

Letra d: Correta. Sim, a responsabilidade objetiva da concessionária de serviço público


alcança tanto os usuários como os não usuários do serviço público.

Letra e: Errado. O STF firmou entendimento no sentido de que excluir da


responsabilidade do Estado os danos causados aos próprios agentes públicos
acabaria por esvaziar o preceito do art. 37, § 6º, da Constituição Federal,
estabelecendo distinção nele não contemplada.

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41 (2016/CESPE/DPU/Analista Técnico – Administrativo) Acerca da organização


administrativa da União, da organização e da responsabilidade civil do Estado, bem como do
exercício do poder de polícia administrativa, julgue o item que se segue.

Situação hipotética: Considere que uma pessoa jurídica de direito público tenha sido
responsabilizada pelo dano causado a terceiros por um dos seus servidores públicos.
Assertiva: Nessa situação, o direito de regresso poderá ser exercido contra esse servidor
ainda que não seja comprovada a ocorrência de dolo ou culpa.

Gabarito: Errado
Comentários:

O direito de regresso poderá ser exercido contra esse servidor somente se for comprovada a
ocorrência de dolo ou culpa. Já vimos que a responsabilidade do servidor é subjetiva, ou
seja, ele deve ter agido com dolo ou culpa para ser responsabilizado.

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42 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) A respeito da
responsabilidade civil do Estado e das licitações, julgue o item subsequente.

Para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado, é necessária a demonstração de


culpa ou dolo do agente público.
Gabarito: Errado

Comentários:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 243


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Para a configuração da responsabilidade objetiva do Estado NÃO é necessária a


demonstração de culpa ou dolo do agente público, basta que haja uma conduta, um dano e o
nexo causal entre a conduta e o dano causado.

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43 (2016/CESPE/DPU/Técnico em Assuntos Educacionais) A respeito da


responsabilidade civil do Estado e das licitações, julgue o item subsequente.

A responsabilidade do Estado inclui o dever de indenizar as vítimas quando de ação ou


omissão, ainda que lícita, resultar-lhes danos.
Gabarito: Correto.

Comentários:
Segundo Alexandre Mazza, para a configuração da responsabilidade estatal é irrelevante a
licitude ou ilicitude do ato lesivo, bastando que haja um prejuízo decorrente de ação ou
omissão de agente público para que surja o dever de indenizar.

Em regra, os danos indenizáveis derivam de condutas contrárias ao ordenamento. Porém, há


situações em que a Administração Pública atua em conformidade com o direito e, ainda
assim, causa prejuízo a particulares. São danos decorrentes de atos lícito e que também
produzem dever de indenizar. Exemplo: obras para asfaltamento de rua diminuindo a
clientela de estabelecimento comercial.

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44 (2016/CESPE/TJ-DFT/Juiz de Direito) Acerca da responsabilidade do Estado na
doutrina pátria e na jurisprudência do STF, assinale a opção correta.

a) A responsabilidade civil do Estado por atos legislativos incide nos mesmos termos da
responsabilidade da administração pública, bastando que o ato legislativo produza danos ao
lesado para que surja o dever de indenizar.

b) O servidor público responderá por atos dolosos e culposos que causem danos ao
administrado, e essa responsabilidade será apurada regressivamente em litígio que envolva o
servidor e o ente público ao qual está vinculado, em caso de obrigação do Estado de ressarcir
o dano causado ao lesado.
c) O Estado responde, pelos atos jurisdicionais, nos casos de condenação errônea do
jurisdicionado em processo criminal, prisão por prazo superior ao previsto no título
condenatório, prisão preventiva seguida de posterior absolvição em processo criminal e dolo
do magistrado na prática de ato jurisdicional danoso à parte.
d) A responsabilidade objetiva do Estado, pela teoria do risco administrativo, indica ser
suficiente a concorrência da conduta do agente público, do dano ao terceiro e do nexo de
causalidade, não havendo causas excludentes da responsabilidade estatal.

e) A responsabilidade do Estado pelos danos decorrentes de atos de seus agentes


independente de culpa, exceto nos casos de culpa dativa do preposto do ente público.

Gabarito: Letra B
Comentários:

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 244


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Letra a: Errado. A responsabilidade estatal por danos causados por leis inconstitucionais foi
admitida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 153.464, desde que a vítima
demonstre especial e anormal prejuízo decorrente da norma inválida. Exige-se, ainda, como
pressuposto da condenação a declaração formal de inconstitucionalidade da lei pelo próprio
Supremo Tribunal Federal. (Alexandre Mazza)

Letra b: Correto. O Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União – Lei n. 8.112/90 –
determina que o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições. Essa tríplice responsabilidade decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. Importante destacar que
o art. 122, § 2º, do Estatuto prescreve que, em se tratando de dano causado a terceiros, o
servidor responderá perante a Fazenda Pública, em
ação regressiva. Assim, a Lei n. 8.112/90 não admite propositura de ação indenizatória
diretamente contra a pessoa do servidor público, pois vincula sua responsabilização à ação
regressiva. (Alexandre Mazza)

Letra c: Errado. Em relação aos atos tipicamente jurisdicionais, entende-se que, em


princípio, não produzem direito a indenização como consequência da soberania do Poder
Judiciário e da autoridade da coisa julgada. Entretanto, a Constituição Federal prevê,
excepcionalmente, a possibilidade de ressarcimento do condenado por erro judicial, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença, entre outras hipóteses. (Alexandre
Mazza)

A questão controversa diz respeito à responsabilidade civil estatal por prisão preventiva,
seguida de posterior absolvição. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que a prisão
processual e posterior absolvição no processo criminal não enseja, por si só, direito à
indenização.

Letra d: Errado. A Constituição de 1988 optou pela adoção de uma variante moderada da
responsabilidade estatal: a teoria do risco administrativo. Tal teoria reconhece excludentes do
dever de indenizar, como culpa exclusiva da vítima, força maior e culpa de terceiros.
(Alexandre Mazza)

Letra e: Errado: A legitimidade passiva é da pessoa jurídica de direito público para arcar
com a sucumbência de ação promovida pelo Ministério Público na defesa de interesse do ente
estatal.

É assegurado o direito de regresso na hipótese de se verificar a incidência de dolo ou culpa do


preposto, que atua em nome do Estado.

Responsabilidade objetiva do Estado caracterizada.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LEI N. 8.429/1992

Previsão constitucional, art. 37, § 4°:


Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos
direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade
dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Assim, segundo a Constituição, os atos de IA importarão:

- suspensão dos direitos políticos

- perda da função pública

- ressarcimento ao erário

- indisponibilidade dos bens (medida cautelar)

Observe a parte final do § 4º do art. 37, que assevera “sem prejuízo da ação penal
cabível”. Essa informação é muito importante, porquanto a LIA não possui natureza penal,
e sim, NATUREZA CIVIL.

1 SANÇÕES TRAZIDAS PELA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Administrativas: - perda da função pública


- proibição de contratar com o Poder Público

- proibição de receber benefícios fiscais e creditícios

Cíveis: - ressarcimento ao erário


- perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio

- multa civil

Política: - suspensão dos direitos políticos

OBS: a LIA NÃO PREVÊ SANÇÕES PENAIS (exceto àquele que apresenta denúncia
sabidamente infundada – art. 19).

2 SUJEITOS ATIVOS
1) Agentes públicos, no seu sentido mais amplo possível, inclusive os agentes políticos.
Vale ressaltar que não importa se o agente for efetivo, comissionado, temporário ou se
estiver exercendo as suas atividades remunerada ou gratuitamente.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 246


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

2) Particulares em colaboração com o Agente Público (induzir, concorrer,


beneficiar-se direta ou indiretamente)

Lembre-se, o particular sozinho não pratica ato de improbidade administrativa,


necessariamente deve haver a participação de um agente público.
STF – MAIO/2018 - os agentes políticos respondem por improbidade
administrativa, ainda que sujeitos ao cometimento de crime de responsabilidade, COM
EXCEÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

OBS: a prerrogativa de foro não se aplica às ações de improbidade administrativa.

3 SUJEITOS PASSIVOS

1) Administração direta, indireta ou fundacional;


2) Empresa incorporada ao patrimônio público;

3) Entidade privada:
a) da qual o erário participe com mais de 50% do patrimônio ou da receita
anual.
b) da qual o erário participe com menos de 50% do patrimônio ou da receita
anual (sanção limita-se à contribuição do poder público).
c) que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público (sanção limita-se à contribuição do poder público).

Observe que nas hipóteses 1, 2 e 3a, a sanção é aquela prevista em lei, no entanto, nas
hipóteses de danos causados às entidades privadas 3b e 3c, a sanção limita-se à
contribuição do poder público naquela empresa.

4 ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

4.1) ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (ART. 9º)


- rol exemplificativo (ver notadamente ao final do artigo)

- exige-se o dolo do sujeito ativo – pode ser por ação ou omissão


- são os atos com as maiores penas

- vantagem patrimonial indevida ou vantagens pessoais


- receber/perceber/adquirir/incorporar/aceitar/etc

4.2) DANO/LESÃO AO ERÁRIO (ART. 10)

- rol exemplificativo

- exige-se o dolo ou a culpa – pode ser por ação ou omissão do agente

- são os atos com as penas médias


- não há auferimento de vantagens pessoais, mas sim, prejuízo ao erário

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- facilitar/permitir/doar/sem observar normas/frustrar licitude de processo


seletivo ou de licitação

4.3) AFRONTA A PRINCÍPIO (ART. 11)


- rol exemplificativo

- exige-se o dolo do sujeito ativo – pode ser por ação ou omissão

- são os atos com as penas mais brandas

- ação ou omissão que viole deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, lealdade

- fuga de competência/revelar/retardar/deixar de (ato de ofício)/quebra de


sigilo/negar publicidade/ frustrar licitude de concurso público

4.4) CONCESSÃO INDEVIDA DE BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO DO ISS (ART. 10-A)

- é uma única ação ou omissão do agente público


- exige-se o dolo do sujeito ativo.

- conceder

5 SANÇÕES PREVISTAS NO ART. 12 DA LIA

CONCESSÃO
ENRIQUECIMENTO DANO/LESÃO AO AFRONTA A
INDEVIDA
ILÍCITO ERÁRIO PRINCÍPIO
BENEF. ISS

RESSARCIMENTO AO APLICÁVEL
APLICÁVEL NÃO NADA NA LEI
ERÁRIO (se houver dano)

PERDA DA FUNÇÃO
PÚBLICA APLICÁVEL APLICÁVEL APLICÁVEL APLICÁVEL

SUSPENSÃO DOS
DE 8 A 10 ANOS DE 5 A 8 ANOS DE 3 A 5 ANOS DE 5 A 8 ANOS
DIREITOS POLÍTICOS

PERDA DOS BENS DEVE SER PODE SER


ACRESCIDOS NÃO NÃO
ILICITAMENTE APLICADA APLICADA

ATÉ 100X O ATÉ 3X O


ATÉ 3X O VALOR ATÉ 2X O VALOR VALOR DA VALOR DO
MULTA CIVIL
DO ACRÉSCIMO DO DANO REMUNERAÇÃO BENEFÍCIO
DO AGENTE CONCEDIDO

PROIBIÇÃO DE
CONTRATAR COM O PODER POR 10 ANOS POR 5 ANOS POR 3 ANOS NÃO
PÚBLICO

6 DA PRESCRIÇÃO DAS SANÇÕES – ART. 23

6.1) MANDADO, CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO DE CONFIANÇA:

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

- 5 anos do término do exercício

OBS: REELEIÇÃO: o termo inicial é o fim do último mandato


OBS: AG. TEMPORÁRIOS: 5 anos do término do exercício

6.2) CARGO EFETIVO OU EMPREGO PÚBLICO:

- prazo prescricional previsto na lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público. (no âmbito federal – 5 anos)

OBS: CARGO EM COMISSÃO OCUPADO POR SERVIDOR EFETIVO: prevalece o vínculo


efetivo

6.3) ENTIDADES QUE RECEBAM SUBVENÇÃO E INCENTIVO:

- 5 anos da prestação de contas

7 AÇÃO DE RESSARCIMENTO

O STF, em recente mudança de posicionamento, estabeleceu o seguinte:

ILÍCITO CIVIL 5 ANOS

DANO
DOLO -
IMPRESCRITÍVEL
IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
CULPA - 5 ANOS

8 MEDIDAS CAUTELARES (não é sanção)

8.1) INDISPONIBILIDADE DOS BENS (ART. 7º)


- QUANDO: - lesão ao patrimônio público

- enriquecimento ilícito

- PARA: - integral ressarcimento ao dano (lei)


- acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito (lei)

- pagar a multa eventualmente imposta (STJ)

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

- REQUISITOS: - probabilidade do direito – fundados indícios da prática do ato

- periculum in mora – é presumido

OBS: a autoridade administrativa representa ao MP, que solicita ao Juiz a decretação de


indisponibilidade.

STJ: a indisponibilidade poderá recair sobre bens adquiridos antes do ato de IA

STJ: é possível a indisponibilidade dos bens em todas as modalidades de IA

STJ: não podem ser indisponibilizados os bens inpenhoráveis

STJ: O Juiz poderá decretar a indisponibilidade dos bens sem ouvir o indiciado

8.2) SEQUESTRO DE BENS (ART. 16)

A única diferença entre a indisponibilidade e o sequestro de bens é que no sequestro deve


haver a indicação específica dos bens a serem sequestrados.

8.3) AFASTAMENTO DO AGENTE PÚBLICO (ART. 20)

- aplica-se inclusive aos agentes políticos titulares de mandato eletivo

- sem prejuízo da remuneração


- para garantir a instrução processual

- precisa demonstrar o periculum in mora concreto


- STJ – até 180 dias

9 HERDEIROS (ART. 8º)

- os sucessores serão responsabilizados até o limite do valor da herança recebida

10 DECLARAÇÃO DE BENS (ART. 13)

- quando tomar posse e entrar em exercício


- deverá ser atualizada anualmente ou quando deixar o cargo

- se não entregar ou for falsa – demissão a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis.

11 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

- qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente

- deverá ser escrita ou reduzida a termo

- a comissão processante dará conhecimento ao MP e ao TCU da existência de procedimento


administrativo em curso

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

12 PROCEDIMENTO JUDICIAL

- a ação principal terá o rito ordinário


- a ação principal será proposta pelo MP ou Pessoa Jurídica interessada

- o MP, se não intervir como parte no processo, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei,
sob pena de nulidade

- é vedada a transação, o acordo ou conciliação nas ações de Improbidade


Administrativa

13 DISPOSIÇÕES PENAIS

PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA SÓ SE EFETIVAM COM O TRÂNSITO EM


E JULGADO DA SENTENÇA
SUSP. DOS DIREITOS POLÍTICOS CONDENATÓRIA

DISPOSIÇÕES
PENAIS DA EFETIVA OCORRÊNCIA DE DANO AO
PATRIMÔNIO PÚBLICO, SALVO QUANTO
À PENA DE RESSARCIMENTO
A APLICAÇÃO DAS SANÇÕES
PREVISTAS NA LIA INDEPENDE

DA APROVAÇÃO OU REJEIÇÃO DAS


CONTAS PELO TCU

14 JURISPRUDÊNCIA DO STJ EM CASOS DE IA

É inadmissível a responsabilidade objetiva na aplicação da Lei n. 8.429/1992, exigindo- se a


presença de dolo nos casos dos arts. 9º e 11 (que coíbem o enriquecimento ilícito e o
atentado aos princípios administrativos, respectivamente) e ao menos de culpa nos termos do
art. 10, que censura os atos de improbidade por dano ao Erário.

A ausência da notificação do réu para a defesa prévia, prevista no art. 17, § 7º, da Lei de
Improbidade Administrativa, só acarreta nulidade processual se houver comprovado prejuízo
(pas de nullité sans grief).

A presença de indícios de cometimento de atos ímprobos autoriza o recebimento


fundamentado da petição inicial nos termos do art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92,
devendo prevalecer, no juízo preliminar, o princípio do in dubio pro societate.

O termo inicial da prescrição em improbidade administrativa em relação a particulares que se


beneficiam de ato ímprobo é idêntico ao do agente público que praticou a ilicitude.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

A eventual prescrição das sanções decorrentes dos atos de improbidade administrativa não
obsta o prosseguimento da demanda quanto ao pleito de ressarcimento dos danos causados
ao erário, que é imprescritível (art. 37, § 5º, da CF).

É inviável a propositura de ação civil de improbidade administrativa exclusivamente contra o


particular, sem a concomitante presença de agente público no polo passivo da demanda.

Na ação de improbidade, a decretação de indisponibilidade de bens pode recair sobre aqueles


adquiridos anteriormente ao suposto ato, além de levar em consideração, o valor de possível
multa civil como sanção autônoma.

No caso de agentes políticos reeleitos, o termo inicial do prazo prescricional nas ações de
improbidade administrativa deve ser contado a partir do término do último mandato.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

(Atualizada até 01/06/2018)


Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento
ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública
direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,
contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao
patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou
concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos
na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário
haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo
agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie
sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita
observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato
dos assuntos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do
agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os
bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar
enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito
representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens
que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante
do enriquecimento ilícito.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer


ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II

Dos Atos de Improbidade Administrativa


Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir


qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,
função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e
notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra
vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou


locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no
art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou
locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de


qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas
no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros
contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a


exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de
usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer


declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio
ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para
pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação
ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública


de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir


ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação
ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de


pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º
desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins
educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de


qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por
parte delas, por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior
ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou


aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de


parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;


X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à
conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de
qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas,


equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público,
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços
públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação
orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular
de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela
administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,
verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a


observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - frustrar a licitude de processo seletivo para celebração de parcerias da administração


pública com entidades privadas ou dispensá-lo indevidamente;

XX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades
privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para
a sua aplicação irregular.
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação
Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para
conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o
caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído
pela Lei Complementar nº 157, de 2016) (Produção de efeito)

Seção III

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da


Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na
regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;


III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;


VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva


divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de
mercadoria, bem ou serviço.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de


parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

CAPÍTULO III
Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na


legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do
acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até
duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até
cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de três anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício
financeiro ou tributário concedido.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão
do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de
declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada
no serviço de pessoal competente.

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e


qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos
apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público


deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras
sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do
prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens


apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre
a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a
exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para
que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que
tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se


esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração
dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos
arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor
militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou
Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de
ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a


requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao


Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a
decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente
ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do
Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens,


contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da
lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou
pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput.


§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à
complementação do ressarcimento do patrimônio público.

§ 3oNo caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que
couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,


como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5oA propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios
suficientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da
impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente,
inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do


requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos
e justificações, dentro do prazo de quinze dias.
§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada,
rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da
ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.


§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o


juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei
o disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente
tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e
o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a
perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens,
conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o


afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de


ressarcimento;

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II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a
requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo
com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou
procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII
Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser
propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de


função de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis
com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas
final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de
dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

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QUESTÕES

01 (2017/CESPE/MPE-RR/Promotor de Justiça) Após a captura em flagrante de um


homem, policiais o detiveram na delegacia, onde o torturaram na tentativa de obter dele a
confissão da prática de determinado crime. O MP ajuizou ação de improbidade administrativa
contra esses policiais.

Nessa situação hipotética, conforme o entendimento do STJ, a conduta dos policiais

a) não configurou ato de improbidade administrativa, que se caracteriza como ato imoral com
feição de corrupção de natureza econômica, conduta inexistente no tipo penal de tortura.

b) configurou ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da


administração pública.

c) configurou ato de improbidade administrativa, pois a tortura é expressamente prevista no


rol de condutas ímprobas na Lei de Improbidade Administrativa.

d) não configurou ato de improbidade administrativa, que pressupõe lesão direta à própria
administração, e não a terceiros.

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02 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Um servidor da


Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza, ocupante exclusivamente de cargo em
comissão, foi preso em flagrante, em operação da Polícia Federal, por fraudar licitação para
favorecer determinada empresa.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente tendo como
fundamento o controle da administração pública e as disposições da Lei de Improbidade
Administrativa e da Lei Municipal n.º 6.794/1990, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores
do Município de Fortaleza.

Mesmo que o servidor mencionado colabore com as investigações e ressarça o erário, não
poderá haver acordo ou transação judicial em sede de ação de improbidade administrativa.

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03 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) Um servidor da
Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza, ocupante exclusivamente de cargo em
comissão, foi preso em flagrante, em operação da Polícia Federal, por fraudar licitação para
favorecer determinada empresa.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o item subsequente tendo como
fundamento o controle da administração pública e as disposições da Lei de Improbidade
Administrativa e da Lei Municipal n.º 6.794/1990, que dispõe sobre o Estatuto dos Servidores
do Município de Fortaleza.

Segundo o entendimento do STJ, caso o referido servidor faleça durante a ação de


improbidade administrativa, a obrigação de reparar o erário será imediatamente extinta, dado
o caráter personalíssimo desse tipo de sanção.

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04 (2017/CESPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador Municipal) A respeito de


bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item.

Se, após um inquérito civil público, o MP ajuizar ação de improbidade contra agente público
por ofensa ao princípio constitucional da publicidade, o agente público responderá
objetivamente pelos atos praticados, conforme o entendimento do STJ.

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05 (2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito) De acordo com o entendimento jurisprudencial e


a Lei n.º 8.429/1992, assinale a opção correta a respeito da improbidade administrativa.
a) Conforme o STJ, a tipificação do ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública exige a demonstração de dolo específico.
b) A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que os agentes políticos municipais não se
submetem aos ditames da Lei de Improbidade Administrativa, porquanto já estão sujeitos à
responsabilização política e criminal prevista no decreto-lei que trata dos crimes de
responsabilidade de prefeitos e vereadores.
c) Segundo o STF, compete ao primeiro grau de jurisdição o julgamento das ações de
improbidade administrativa contra agentes políticos, ocupantes de cargos públicos ou
detentores de mandato eletivo, independentemente de eles estarem, ou não, em atividade.

d) Para o STJ, nos atos de improbidade administrativa que causem lesão ao erário, a
responsabilidade entre os agentes ímprobos é subsidiária.

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06 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Maria prestou concurso para cargo em empresa pública prestadora de serviços públicos,
tendo sido aprovada e regularmente empossada ao cargo no ano de 2015. Maria

a) é considerada agente público para fins de incidência das sanções previstas na Lei de
Improbidade Administrativa.

b) submete-se obrigatoriamente ao regime estatutário do servidor público, sendo, no


entanto, o vínculo jurídico entre ela e a empresa pública de natureza contratual.

c) não terá direito de exigir motivação em eventual ato de demissão.


d) poderá acumular seu emprego com cargos ou funções públicas, não lhe sendo aplicável a
proibição de acumulação prevista na Constituição Federal.

e) está sujeita a todas as normas aplicáveis aos servidores públicos das autarquias, sem
qualquer exceção.

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07 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Joaquim, diretor de autarquia estadual, contratou, sem concurso público, três pessoas para
integrarem o quadro de servidores da mencionada entidade. Alguns meses após a
contratação, o Ministério Público ajuizou ação de improbidade administrativa contra Joaquim,
sob o fundamento de que foi frustrada a licitude de concurso púbico, pleiteando sua
condenação pela prática de ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração

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pública. Ao longo do citado processo, restou demonstrado que Joaquim, de fato, frustrou a
licitude de concurso público. Nos termos da Lei nº 8.429/1992,

a) a conduta praticada por Joaquim apenas configurará ato de improbidade administrativa se


for comprovada a ocorrência de dano ao erário.
b) o ato ímprobo praticado por Joaquim restará configurado mesmo que ausente o dolo,
desde que presente a conduta culposa.

c) está incorreto o enquadramento feito pelo Ministério Público, pois a conduta de Joaquim
enquadra-se em outra modalidade de ato ímprobo, qual seja, ato ímprobo causador de
prejuízo ao erário.
d) está correto o enquadramento feito pelo Ministério Público, e, caso seja condenado,
Joaquim estará sujeito, dentre outras cominações, à proibição de receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos.

e) está correto o enquadramento feito pelo Ministério Público, e, caso seja condenado,
Joaquim estará sujeito, dentre outras cominações, à suspensão dos direitos políticos de três a
cinco anos.

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08 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Considere a seguinte situação hipotética: o Ministério Público do Estado do Mato Grosso
ingressou com ação de improbidade contra o agente público Ricardo. Após analisar a defesa
preliminar apresentada, o juiz determinou o prosseguimento do feito, com a consequente
citação de Ricardo para o oferecimento de contestação. Nos termos da Lei nº 8.429/1992, o
tema da inadequação da ação de improbidade

a) não poderá ser enfrentado pelo magistrado em outro momento processual, haja vista que
já foi analisado por ocasião da análise da defesa preliminar.

b) poderá ser enfrentado em qualquer fase do processo e, caso acolhido, importará em


extinção do processo sem julgamento de mérito.
c) poderá novamente ser enfrentado por ocasião da análise da contestação, último momento
para enfrentar o tema.
d) apenas poderá novamente ser enfrentado por ocasião da prolação da sentença, por ser o
momento em que é devolvida ao magistrado a análise de toda a matéria discutida na
demanda.

e) poderá ser enfrentado em qualquer fase do processo e, caso acolhido, importará em


extinção do processo com julgamento de mérito.

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09 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Técnico Judiciário - Área Administrativa)


Onofre, auditor fiscal da Receita Federal, recebeu vantagem econômica para tolerar a prática
de contrabando, razão pela qual foi processado por improbidade administrativa. Nos termos
da Lei no 8.429/1992, a conduta de Onofre insere-se expressamente na modalidade de ato
de improbidade administrativa

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a) causador de prejuízo ao erário, não sendo necessária a efetiva ocorrência de prejuízo ao


erário para que reste configurado o ato ímprobo.

b) causador de prejuízo ao erário, sendo necessário, dentre outros elementos, a conduta


dolosa para a configuração do ato ímprobo.
c) que atenta contra os princípios da Administração pública, sendo necessário, dentre outros
elementos, conduta meramente culposa para a configuração do ato ímprobo.

d) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, dentre outros elementos, a conduta
dolosa para a configuração do ato ímprobo.

e) que importa enriquecimento ilícito, sendo necessário, dentre outros elementos, conduta
meramente culposa para a configuração do ato ímprobo.

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10 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Área Judiciária) Wagner


é Analista Judiciário de determinado Tribunal Regional do Trabalho, sendo uma de suas
atribuições inserir e atualizar informações processuais em base de dados. Ocorre que um dos
processos sob sua responsabilidade para proceder a respectiva atualização processual
pertence a um desafeto seu, razão pela qual retardou, indevidamente, a prática do ato de
ofício. Nos termos da Lei n° 8.429/1992, caso preenchidos os demais requisitos legais para a
configuração do ato ímprobo, Wagner estará sujeito, dentre outras, à cominação de
a) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de 5 anos.

b) suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos.


c) multa civil de até duzentas vezes o valor da remuneração percebida por Wagner.

d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de 3 anos.

e) suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos.

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11 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Avaliador) Considere a seguinte situação hipotética: João é servidor público de determinado
Tribunal de Justiça e, por diversas vezes, utilizou-se dos serviços do motorista do Tribunal
para fins particulares. Assim, utilizou-se do veículo oficial do Tribunal e do motorista para
realizar viagens aos finais de semana, mudanças de residência, levar e buscar seus filhos à
escola, fazer pagamentos em bancos, etc. Em razão dos fatos narrados, João foi processado
por improbidade administrativa. Na hipótese de condenação, João estará sujeito, dentre
outras, à cominação de
a) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de três anos.

b) pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano.


c) suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.

d) proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo máximo de cinco anos.
e) suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos.

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12 (2017/FCC/TRT - 24ª REGIÃO (MS)/Analista Judiciário – Engenharia) José,


servidor público municipal há quinze anos, liberou o montante de quinhentos mil reais
pertencentes à Prefeitura, sem a estrita observância das normas pertinentes, bem como
influiu na sua aplicação irregular. Em sua defesa, alegou que não agiu com dolo, e que foi
movido por imprudência, isto é, conduta culposa. A propósito dos fatos, é correto afirmar que

a) a conduta de José insere-se na modalidade de ato ímprobo causador de prejuízo ao erário,


punível apenas a título de dolo.

b) a conduta de José insere-se na modalidade de ato ímprobo atentatório aos princípios da


Administração pública, punível apenas a título de dolo.

c) a conduta de José não caracteriza ato ímprobo, em quaisquer de suas modalidades, sem
prejuízo de ser sancionado na via administrativa própria.

d) ainda que preenchidos os requisitos legais para a caracterização do ato ímprobo, o mesmo
não ensejará a medida de indisponibilidade de bens.

e) o argumento de José não é suficiente para afastar a caracterização do ato ímprobo em


questão, que pode ser punido a título de culpa.

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13 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário) Considerando, por mera hipótese, que


Sérgio seja servidor público da autarquia X e que, no desempenho de atividades do seu
cargo, pratique ato de improbidade administrativa, assinale a opção correta.
a) Se o ato em questão atentar contra os princípios da administração pública, Sérgio
responderá tanto por ação quanto por omissão, tenha ele agido de forma dolosa ou culposa.

b) Qualquer pessoa terá legitimidade para, perante a autoridade administrativa competente,


apresentar representação solicitando a instauração de investigação para apurar a prática do
ato de improbidade.

c) Caso o referido ato cause lesão ao erário, Sérgio poderá ter os direitos políticos suspensos
de oito a dez anos.
d) Sérgio somente sofrerá as sanções previstas em lei se houver efetiva ocorrência de dano
ao patrimônio público.
e) A ação de improbidade contra Sérgio somente poderá ser proposta pela pessoa jurídica
lesada, ou seja, a autarquia X.

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14 (2017/CESPE/TRE-PE/Técnico Judiciário) Um empresário, proprietário de
determinada empresa que firmou contrato com o poder público, contribuiu para a prática de
ato de improbidade administrativa levado a efeito por servidor público de determinado órgão
estatal.
Nessa situação hipotética,

a) o servidor público só estará sujeito ao disposto na Lei de Improbidade Administrativa se


pertencer a órgão da administração direta.

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b) o empresário só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se o


ato de improbidade lhe tiver beneficiado.

c) o servidor só estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa se tiver


sido nomeado para o cargo mediante concurso público.
d) o servidor estará sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa ainda que
exerça suas funções de forma transitória.

e) o empresário, por não ser agente público, não estará sujeito ao disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.

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15 (2017/CESPE/TRE-PE/Analista Judiciário - Área Judiciária) Um empregado de


determinada sociedade de economia mista permitiu que terceiro enriquecesse ilicitamente,
em detrimento do patrimônio público, embora não tenha facilitado a prática do ato que
resultou no enriquecimento do terceiro nem tenha concorrido para a sua prática.

Nessa situação, o empregado


a) cometeu ato de improbidade administrativa que importa em enriquecimento ilícito.

b) cometeu ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário.


c) não cometeu ato de improbidade administrativa, pois empregados de sociedade de
economia mista não estão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade Administrativa.
d) não cometeu ato de improbidade, pois o ato de permitir o enriquecimento ilícito de terceiro
não está expressamente configurado como improbidade administrativa no ordenamento
jurídico brasileiro.

e) não cometeu ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da


administração pública, pois agiu mediante omissão culposa.

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16 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área
Administrativa) Vinicius é empresário, proprietário de gráfica e papelaria situada no
Município de Boa Vista. O Ministério Público do Estado de Roraima ingressou com ação de
improbidade administrativa contra Vinicius argumentando que, embora não seja agente
público, beneficiou-se, indiretamente, de ato de improbidade administrativa. As disposições
da Lei de Improbidade Administrativa

a) são aplicáveis, no que couber, a Vinicius.

b) não se aplicam a Vinicius, tendo em vista sua condição de particular.

c) são aplicáveis, em sua totalidade, a Vinicius, inclusive as destinadas especificamente aos


agentes públicos.
d) não se aplicam a Vinicius, haja vista que o benefício indireto não justifica a incidência da
citada lei
e) não se aplicam a Vinicius, pois apenas o particular que induzir ou concorrer para a prática
do ato ímprobo é que estará sujeito às disposições da citada lei.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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17 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) Nuno, ex-Presidente de um banco público, foi processado por improbidade
administrativa pelo Ministério Público pela prática de ato que causa prejuízo ao erário. Em
síntese, sustentou a Promotoria que Nuno aceitou garantia inidônea para a concessão de
empréstimos à determinada empresa. Em sua defesa, Nuno alegou e provou que sua conduta
foi meramente culposa, que inexistiu prejuízo ao erário e que não houve beneficiamento
próprio ou de terceiros. Nos termos da Lei n° 8.429/1992,

a) apenas o primeiro argumento de Nuno afasta a caracterização do ato ímprobo praticado.


b) todos os argumentos de Nuno afastam a caracterização do ato ímprobo praticado.

c) apenas o segundo argumento de Nuno afasta a caracterização do ato ímprobo praticado.


d) nenhum dos argumentos de Nuno afasta a caracterização do ato ímprobo praticado.

e) apenas o segundo e terceiro argumentos de Nuno afastam a caracterização do ato ímprobo


praticado.

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18 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Área Judiciária)


Maurício, Diretor de autarquia federal, doou à pessoa jurídica que presta serviços
assistenciais, bens do patrimônio da autarquia, sem observância das formalidades legais e
regulamentares aplicáveis à espécie, razão pela qual foi processado por improbidade
administrativa, haja vista que a conduta enquadra-se em dispositivo expresso previsto na Lei
no 8.429/1992. Para que reste afastado o ato ímprobo, Maurício deverá comprovar, dentre
outros requisitos, a ausência de

a) conduta comissiva.

b) prejuízo ao erário.

c) dolo.

d) beneficiamento de terceiros.

e) enriquecimento ilícito.

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19 (2017/FCC/TRT - 11ª Região (AM e RR)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Avaliador) Joaquim é advogado e foi convidado por um Juiz de determinado Tribunal para
ocupar cargo em comissão no citado Tribunal, sendo sua contratação efetivada em novembro
de 2015. Ocorre que Joaquim, no exercício de suas atribuições, negou publicidade a atos
oficiais, o que acarretou a sua exoneração, ocorrida em outubro de 2016. O fato também
chegou ao conhecimento do Ministério Público, que pretende, após a devida investigação,
ingressar com ação de improbidade administrativa contra Joaquim. Nos termos da Lei no
8.429/1992, a ação de improbidade pretendida pelo Ministério Público pode ser proposta até
a) novembro de 2025.

b) novembro de 2020.
c) outubro de 2020.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) outubro de 2021.

e) novembro de 2018.

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20 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Administrativa) Considere a seguinte
situação hipotética: Beatriz, servidora pública do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo,
está sendo processada pela prática de ato ímprobo que importa enriquecimento ilícito.
Cumpre salientar que o Ministério Público Federal, na petição inicial da ação de improbidade,
afastou a ocorrência de prejuízo ao erário. Nos termos da Lei n° 8.429/1992,
a) a medida de indisponibilidade de bens não é cabível, tendo em vista a modalidade de ato
ímprobo praticado e a inexistência de prejuízo ao erário.
b) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor estará sujeito às cominações da Lei de
Improbidade Administrativa, que, excepcionalmente, poderá ultrapassar o valor da herança.
c) a medida de indisponibilidade de bens é cabível, no entanto, recairá somente sobre o
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
d) Beatriz é parte ilegítima para figurar no pólo passivo da ação de improbidade, por não
figurar no rol de agentes públicos sujeitos às sanções da Lei de Improbidade Administrativa.
e) na hipótese de falecimento de Beatriz, seu sucessor não responderá por qualquer sanção,
tendo em vista a modalidade de ato ímprobo praticado.

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21 (2017/FCC/TRE-SP/Técnico de enfermagem) Em uma situação hipotética, Fausto é
servidor público do TRE-SP e, no exercício de suas atribuições, concorreu para que
determinada empresa privada se enriquecesse ilicitamente. Nos termos da Lei nº 8.429/1992,
para que reste configurado o ato ímprobo, é necessário, dentre outros requisitos,

a) conduta culposa.

b) enriquecimento ilícito do servidor.

c) violação aos princípios da Administração pública.


d) conduta obrigatoriamente omissiva.

e) benefícios indevidos ao Tribunal do qual faz parte.

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22 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Judiciária) Considere a seguinte


situação hipotética: Cristiana, Diretora de uma autarquia federal, foi condenada, em primeira
instância, pela prática de ato de improbidade administrativa. Segundo o entendimento do
magistrado, Cristiana, ao determinar a contratação direta de cinco servidores para integrarem
os quadros da entidade, frustrou a licitude de concurso público. Inconformada com a
condenação, Cristiana interpôs recurso ao Tribunal competente. Nos termos da Lei nº
8.429/1992, para que seja afastada a caracterização do ato ímprobo, é necessário, dentre
outros requisitos, a comprovação da ausência de

a) dolo.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

b) prejuízo ao erário.

c) enriquecimento ilícito.
d) culpa.

e) benefícios indevidos aos servidores contratados.

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23 (2017/FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Análise de Sistemas) Viviane, servidora


pública federal, é chefe de determinada repartição pública e, pela conduta de ter concedido
benefício administrativo sem observar as formalidades legais aplicáveis à espécie, foi
condenada, dentre outras sanções, à suspensão dos direitos políticos por seis anos.
Observando-se a Lei nº 8.429/1992, a sentença proferida deve também aplicar a seguinte
sanção a Viviane:

a) pagamento de multa civil, de até três vezes o valor do dano.


b) proibição de contratar com o Poder público, pelo prazo de cinco anos.

c) proibição de contratar com o Poder público, pelo prazo de três anos.


d) multa civil, de até cem vezes o valor da remuneração de Viviane.

e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais, pelo prazo de dez anos.

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24 (2017/CESPE/PC-GO/Delegado de Polícia) Se uma pessoa, maior e capaz,
representar contra um delegado de polícia por ato de improbidade sabendo que ele é
inocente, a sua conduta poderá ser considerada, conforme o disposto na Lei n.º 8.429/1992,

a) crime, estando essa pessoa sujeita a detenção e multa.


b) ilícito administrativo, por atipicidade penal da conduta.

c) contravenção penal.

d) crime, estando essa pessoa sujeita apenas a multa.


e) crime, estando essa pessoa sujeita a reclusão e multa.

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25 (2017/CESPE/PC-GO/Delegado de Polícia) Em relação à improbidade administrativa,


assinale a opção correta.

a) A ação de improbidade administrativa apresenta prazo de proposição decenal, qualquer


que seja a tipicidade do ilícito praticado pelo agente público.

b) Se servidor público estável for condenado em ação de improbidade administrativa por uso
de maquinário da administração em seu sítio particular, poderá ser-lhe aplicada pena de
suspensão dos direitos políticos por período de cinco a oito anos.
c) O particular que praticar ato que enseje desvio de verbas públicas, sozinho ou em conluio
com agente público, responderá, nos termos da Lei de Improbidade Administrativa, desde
que tenha obtido alguma vantagem pessoal.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) Enriquecimento ilícito configura ato de improbidade administrativa se o autor auferir


vantagem patrimonial indevida em razão do cargo, mandato, função, emprego ou atividade,
mesmo que de forma culposa.

e) Caso um servidor público federal estável, de forma deliberada, sem justificativa e


reiterada, deixar de praticar ato de ofício, poderá ser-lhe aplicada multa civil de até cem
vezes o valor da sua remuneração, conforme a gravidade do fato.

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26 (2017/CESPE/SEDF/Direito) O prefeito de determinado município utilizou recursos do


Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB) para pagamento de professores e para a compra de
medicamentos e insumos hospitalares destinados à assistência médico-odontológica das
crianças em idade escolar do município.

Mauro, chefe do setor de aquisições da prefeitura, propositalmente permitia que o estoque de


medicamentos e insumos hospitalares chegasse a zero para justificar situação emergencial e
dispensar indevidamente a licitação, adquirindo os produtos, a preços superfaturados, da
empresa Y, pertencente a sua sobrinha, que desconhecia o esquema fraudulento.
A respeito da situação hipotética apresentada e de aspectos legais e doutrinários a ela
relacionados, julgue o item a seguir.
A sobrinha de Mauro poderá ser responsabilizada criminalmente.

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27 (2017/CESPE/SEDF/Direito) A respeito da situação hipotética apresentada e de


aspectos legais e doutrinários a ela relacionados, julgue o item a seguir.

A conduta de Mauro constitui ato de improbidade administrativa.

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28 (2016/CESPE/FUB/Assistente de Tecnologia da Informação) A respeito de atos de


improbidade administrativa, julgue o item que se segue de acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.
A referida lei é aplicável, no que couber, ao particular que concorrer para a prática de ato
ímprobo ou que dele se beneficie.

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29 (2016/CESPE/FUB/Assistente de Tecnologia da Informação) A respeito de atos de


improbidade administrativa, julgue o item que se segue de acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.

O herdeiro do agente que causar lesão ao patrimônio público não estará sujeito às
cominações da referida lei, isto é, a responsabilização encerra-se com o falecimento do
acusado.

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30 (2016/CESPE/FUB/Assistente de Tecnologia da Informação) A respeito de atos de


improbidade administrativa, julgue o item que se segue de acordo com o disposto na Lei de
Improbidade Administrativa.
Constitui ato de improbidade administrativa perceber vantagem econômica para intermediar a
liberação de verba pública de qualquer natureza.

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31 (2016/CESPE/FUB/Auxiliar de Administração) Ana é a servidora responsável pela


aquisição de livros para as escolas de determinado município. Em uma compra, no valor de
R$ 80.000,00, ela optou pelo procedimento licitatório na modalidade convite. Apesar da
existência de várias empresas interessadas e aptas a fornecer os livros, foram escolhidas e
convidadas apenas duas empresas previamente cadastradas para participar do certame. Ao
final do procedimento, sem que tenha havido, comprovadamente, dano ao erário, dolo ou
má-fé de Ana, foi contratada para o fornecimento dos livros a empresa de um sobrinho do
vice-prefeito do município. O Ministério Público, ao tomar conhecimento dos fatos, ingressou
com ação de improbidade contra Ana, sob o argumento de que a servidora violou princípios
da administração pública.

Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o seguinte item com fundamento na
Lei n.º 8.666/1993 — Lei de Licitações e Contratos — e na Lei n.º 8.429/1992, que trata da
ação de improbidade.
O Ministério Público agiu corretamente ao propor a ação de improbidade contra Ana, pois não
é necessária a comprovação de dano ao erário, dolo ou má-fé na situação narrada.

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32 (2016/CESPE/FUB/Nível Superior) Julgue o item que se segue, de acordo com o


disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

Para a configuração de ato de improbidade administrativa praticado por agente público, é


necessária a comprovação do recebimento direto de vantagem indevida pelo agente.

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33 (2016/CESPE/FUB/Nível Superior) Julgue o item que se segue, de acordo com o


disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

A condição necessária para que lesão ao patrimônio público resulte na obrigação de


ressarcimento integral é que o dano seja praticado por ação positiva e dolosa do agente.

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34 (2016/CESPE/FUB/Nível Superior) Julgue o item que se segue, de acordo com o


disposto na Lei de Improbidade Administrativa.

Não dar publicidade a ato oficial configura ato de improbidade administrativa.

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35 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) No que diz respeito aos


poderes e deveres dos administradores públicos, julgue o item que se segue.

O administrador público que cometer ato de improbidade administrativa poderá ser punido
com a suspensão de seus direitos políticos.

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36 (2016/CESPE/FUB/Assistente - Apoio administrativo) No que diz respeito aos


poderes e deveres dos administradores públicos, julgue o item que se segue.
Atos de improbidade administrativa ferem o dever de probidade dos administradores públicos
e sujeitam esses administradores a punições nas esferas administrativa e penal.

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37 (2016/FCC/PGE-MT/Analista – Direito) A respeito do regime jurídico da improbidade
administrativa, é INCORRETO afirmar:
a) Improbidade administrativa não se confunde com mera ilegalidade, improbidade
administrativa pode ser considerada, resumidamente, como a ilegalidade qualificada pela
desonestidade.

b) São sanções aplicáveis à prática de ato de improbidade administrativa a suspensão dos


direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
c) A caracterização de ato de improbidade administração por violação a princípio da
administração pública independe de dolo ou culpa do agente.

d) A aplicação das sanções por improbidade administrativa deve atentar aos ditames da
razoabilidade e da proporcionalidade, bem como às garantias do contraditório e da ampla
defesa.

e) Aquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática de ato de
improbidade administrativa ou dele se beneficie sob qualquer forma, também pode ser
considerado ímprobo e sofrer as sanções cabíveis.

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38 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área Judiciária) O


Ministério Público Federal ajuizou ação de improbidade administrativa contra José, agente
público, imputando-lhe a dispensa indevida de procedimento licitatório, bem como a
ocorrência de dano ao patrimônio público. José foi intimado para apresentar defesa preliminar
e, após tal manifestação, o juiz rejeitou a ação por ficar convencido da inexistência de ato
ímprobo. A propósito dos fatos narrados e nos termos da Lei nº 8.429/1992,

a) o recurso cabível na hipótese de rejeição da demanda, tal como narrado no enunciado, é o


Agravo de Instrumento.

b) o juiz não poderia ter julgado o mérito nessa fase preliminar, pois a constatação de
eventual inexistência de ato ímprobo é própria de uma análise apurada, típica da fase de
instrução da demanda.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 272


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c) o prazo para o juiz apreciar a defesa preliminar e decidir sobre o recebimento ou não da
petição inicial é de trinta dias.

d) ainda que afastado o ato de improbidade administrativa, caso comprovado dano ao


patrimônio público, a ação de improbidade não poderia ter sido rejeitada.
e) o ato ímprobo narrado no enunciado não comporta a medida de indisponibilidade de bens,
típica dos atos ímprobos exclusivamente dolosos.

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39 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Área Administrativa)


Fernando, Diretor de uma autarquia federal, deixou de promover concurso público para a
contratação de servidores, fundamentando a contratação direta de dois servidores em uma
situação emergencial, que, posteriormente, descobriu-se inexistir. Embora a conduta de
Fernando não tenha causado prejuízo ao erário, o Ministério Público Federal ajuizou ação de
improbidade administrativa contra Fernando, pleiteando sua condenação por ato ímprobo que
atenta contra os princípios da Administração pública. Nos termos da Lei nº 8.429/1992, a
imputação feita pelo Ministério Público quanto à conduta praticada por Fernando

a) não está correta, tendo em vista a ilegitimidade de Fernando para figurar no pólo passivo
ação de improbidade.

b) não está correta, pois há previsão específica de tal conduta como caracterizadora de outra
modalidade de ato ímprobo.

c) está correta, restando caracterizado o ato ímprobo narrado no enunciado, tanto se a


conduta for dolosa quanto culposa.

d) está correta, desde que comprovada a existência de dolo.

e) não está correta, pois para caracterizar o ato ímprobo descrito pelo Ministério Público,
exige-se prejuízo ao erário.

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40 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador) O Estado de Sergipe celebrou parceria com entidade privada, qual seja, uma
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público − OSCIP para a prestação de assessoria
jurídica à população carente. Ao longo da citada parceria, constatou-se que Marcio, Secretario
Estadual do Planejamento, Orçamento e Gestão, liberou recursos sem a estrita observância
das normas pertinentes, o que gerou lesão aos cofres públicos. O Ministério Público do
Estado, após o respectivo procedimento investigatório, ingressou com ação de improbidade
administrativa contra os envolvidos. Nos termos da Lei n 8429/1992 e desde que preenchidos
os requisitos legais, a conduta de Marcio caracterizará ato ímprobo que

a) causa prejuízo ao erário, sendo indispensável a conduta dolosa nesse caso.

b) atenta contra os princípios da Administração pública, bastando a conduta culposa para


tanto.

c) causa prejuízo ao erário, podendo a ação ser culposa ou dolosa.

d) importa enriquecimento ilícito, sendo indispensável o dolo e o dano ao erário nesse caso.

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e) atenta contra os princípios da Administração pública, sendo indispensável o dano ao erário


nesse caso.

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41 (2016/CESPE/ANVISA/Técnico Administrativo) Carlos, formado em medicina, foi
contratado temporariamente pela União para atuar na rede de saúde do Rio de Janeiro, de
modo a apoiar eventual crescimento da demanda em decorrência dos Jogos Olímpicos Rio
2016. Durante o expediente, ao atender um paciente que fazia uma consulta de rotina, não
emergencial, Carlos, sem conhecimento técnico nem capacitação prévia, resolveu operar,
sozinho, um aparelho de ressonância magnética, danificando-o e gerando um prejuízo de
mais de um milhão de reais ao hospital. A comissão de ética, ao analisar a conduta de Carlos,
concluiu que ela seria passível de punição com a penalidade de censura, mas deixou de
aplicá-la por se tratar de servidor temporário.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o seguinte item.

A conduta praticada por Carlos não constituiu ato de improbidade administrativa, por não ter
havido dolo.

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42 (2016/FCC/RT - 20ª REGIÃO (SE)/Técnico Judiciário - Tecnologia da


Informação) A Lei de Improbidade Administrativa (Lei n 8.429/1992) insere, em
determinada modalidade de ato ímprobo, a conduta de ordenar ou permitir a realização de
despesas não autorizadas em lei ou regulamento. A propósito da modalidade de ato ímprobo
em questão e para que reste configurado o mencionado ato de improbidade, faz-se
necessário, dentre outros requisitos:

a) o beneficiamento indevido de terceiros.

b) a conduta obrigatoriamente dolosa.

c) a ocorrência de enriquecimento ilícito.

d) o prejuízo ao erário.
e) a conduta obrigatoriamente culposa.

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43 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Técnico Judiciário – Administrativo)


Considere a seguinte situação hipotética: Emílio é Desembargador do Estado de Sergipe e foi
processado por improbidade administrativa. Em síntese, o Ministério Público sustenta na
petição inicial da ação que Emílio adquiriu ao longo de sua carreira bens cujos valores são
desproporcionais à sua renda. Nos termos da Lei n° 8.429/1992, dentre outros requisitos
legais, para que reste caracterizado o ato ímprobo, é necessária

a) lesão ao erário.
b) conduta obrigatoriamente dolosa.

c) conduta culposa.
d) lesão ao erário e enriquecimento ilícito, cumulativamente.

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e) conduta obrigatoriamente omissiva.

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44 (2016/FCC/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário - Comunicação Social)


Marília, servidora pública federal, foi processada e condenada por ato de improbidade
administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública. Isto porque, deixou
de prestar contas quando estava obrigada a fazê-lo. Cumpre salientar que o ato praticado por
Marília não causou lesão aos cofres públicos, nem enriquecimento ilícito à citada servidora.
Logo após a prolação da sentença, Marília veio a falecer, deixando uma única filha, Catarina.
Nos termos da Lei nº 8.429/1992, Catarina

a) está sujeita às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da herança.


b) está sujeita às cominações da Lei de Improbidade até o limite de 50% do valor da
herança.

c) não está sujeita a qualquer cominação da Lei de Improbidade.

d) está sujeita a todas as cominações da Lei de Improbidade que tenham sido impostas a
Marília, sem qualquer limitação de valor.

e) está sujeita às cominações da Lei de Improbidade até o limite de 20% do valor da herança.

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45 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Por ter realizado contratação direta
sem suporte legal, determinado agente público é réu em ação civil pública por improbidade
administrativa, sob o argumento de violação ao princípio de obrigatoriedade de licitação,
tendo-lhe sido imputado ato de improbidade previsto no art. 11 da Lei de Improbidade
Administrativa (violação aos princípios da administração pública).

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.

Para que haja condenação, deverá ser comprovado o elemento subjetivo de dolo, mas não há
necessidade de que seja dolo específico, bastando para tal o dolo genérico de atentar contra
os princípios da administração pública.

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46 (2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado) Por ter realizado contratação direta
sem suporte legal, determinado agente público é réu em ação civil pública por improbidade
administrativa, sob o argumento de violação ao princípio de obrigatoriedade de licitação,
tendo-lhe sido imputado ato de improbidade previsto no art. 11 da Lei de Improbidade
Administrativa (violação aos princípios da administração pública).

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item subsecutivo.


Não poderá ser aplicada a medida cautelar de indisponibilidade dos bens, dada a natureza do
ato imputado ao réu — violação dos princípios administrativos.

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47 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Nível Superior) Dois agentes públicos de um tribunal


de justiça — um ocupante exclusivamente de cargo em comissão e o outro em cargo de
caráter efetivo — foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Federal, por terem
cometido desvio de verba pública em um processo licitatório do tribunal.
Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item com base na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992.

Assim como a administração direta e indireta, os órgãos do Poder Judiciário podem ser
sujeitos passivos de atos de improbidade administrativa.

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48 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Nível Superior) Dois agentes públicos de um tribunal


de justiça — um ocupante exclusivamente de cargo em comissão e o outro em cargo de
caráter efetivo — foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Federal, por terem
cometido desvio de verba pública em um processo licitatório do tribunal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item com base na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992.

Por não possuir vínculo efetivo com a administração, o agente público ocupante
exclusivamente de cargo em comissão não estará sujeito às sanções decorrentes da Lei de
Improbidade Administrativa.

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49 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Nível Superior) Dois agentes públicos de um tribunal
de justiça — um ocupante exclusivamente de cargo em comissão e o outro em cargo de
caráter efetivo — foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Federal, por terem
cometido desvio de verba pública em um processo licitatório do tribunal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item com base na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992.

Caso o réu condenado a ressarcir o erário faleça antes do trânsito em julgado, a ação de
improbidade será imediatamente extinta, haja vista o caráter personalíssimo das sanções.

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50 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Nível Superior) Dois agentes públicos de um tribunal


de justiça — um ocupante exclusivamente de cargo em comissão e o outro em cargo de
caráter efetivo — foram presos em flagrante em uma operação da Polícia Federal, por terem
cometido desvio de verba pública em um processo licitatório do tribunal.

Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item com base na Lei de
Improbidade Administrativa — Lei n.º 8.429/1992.

Em razão de o desvio de verba ter causado lesão ao erário, o ato ímprobo está configurado e
o agente público ocupante de cargo efetivo deverá ser condenado a ressarcir o ente público,
ainda que a ação ou omissão tenha ocorrido de forma culposa.

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51 (2016/CESPE/PC-GO/Escrivão de Polícia Civil) À luz da Lei de Improbidade


Administrativa — Lei n.º 8.429/1992 —, assinale a opção correta acerca de enriquecimento
ilícito em exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta,
indireta ou fundacional.
a) Perda da função pública e suspensão dos direitos políticos constituem sanções e podem ser
aplicadas imediatamente quando houver indício suficiente do ato de improbidade e da autoria.

b) A aplicação da referida lei restringe-se a servidores públicos que pratiquem atos de


improbidade administrativa.

c) Caso ocorra o falecimento do agente causador da lesão ao patrimônio público, os seus


sucessores serão responsáveis pelo ressarcimento integral ao erário, mesmo que o valor a ser
ressarcido ultrapasse o valor da herança.
d) Aquele que praticar ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito
não poderá receber qualquer incentivo fiscal ou creditício, o que se estende à pessoa jurídica
à qual pertença como sócio majoritário.

e) Os atos de improbidade administrativa classificam-se somente em duas categorias: atos


que atentam contra os princípios da administração pública; e atos que provocam prejuízo ao
erário.

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52 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Analista – Direito) Julgue o item a seguir, a respeito
de improbidade administrativa.
O entendimento do STF de que é prescritível a ação de reparação de danos à fazenda pública
decorrente de ilícito civil não alcança prejuízos que decorram de ato de improbidade
administrativa, devido ao fato de estar previsto, na CF, que são imprescritíveis as ações de
ressarcimento por ilícitos que forem praticados por agentes públicos e que causem prejuízos
ao erário.

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53 (2016/CESPE/FUNPRESP-JUD/Analista – Direito) Julgue o item a seguir, a respeito
de improbidade administrativa.
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), o foro especial por prerrogativa de
função não se estende ao processamento das ações de improbidade administrativa.

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54 (2016/FCC/AL-MS/Assistente social) Carlos é servidor público, integrante do quadro
de servidores de autarquia municipal, responsável pelo serviço de limpeza urbana. Em
diversos dias do mês de dezembro de 2015, porém fora do horário de expediente, Carlos
utilizou-se de trator pertencente à autarquia, empregando-o em obra de sua fazenda, situada
próxima ao endereço da autarquia. O Ministério Público Estadual, após a respectiva
investigação, ajuizou ação de improbidade administrativa contra Carlos. Desde que
preenchidos os requisitos legais, o ato ímprobo praticado por Carlos
a) está sujeito à medida de indisponibilidade de bens.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 277


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

b) está sujeito, dentre outras sanções, à suspensão dos direitos políticos por cinco a oito
anos.

c) exige o trânsito em julgado para a exigibilidade de todas as sanções cabíveis.

d) não exige conduta dolosa para sua configuração, podendo ser meramente culposa.
e) está sujeito, dentre outras sanções, à proibição de contratar com o Poder Público pelo
prazo de três anos.

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55 (2016/FCC/AL-MS/Assistente Legislativo) Ocupante, exclusivamente, de cargo em


comissão da Secretaria dos Transportes estadual exigiu, para si, benefício econômico a fim de
praticar ato de sua competência. Inconformado com a atitude do agente público, João
denunciou o fato ao Ministério Público, comprovando, por meio de gravação, a prática ilícita.
Considerando a Lei n°8.429/1992, o referido agente
a) responde pela prática de ato de improbidade, podendo ter seus bens postos em
indisponibilidade, responsabilidade extensível ao superior hierárquico que o nomeou, em
razão de culpa na sua seleção.

b) não responde pela prática de ato de improbidade, porque não pode ser equiparado a
servidor público para os fins da referida Lei, em razão de seu vínculo precário com a
Administração.
c) responde pela prática de ato de improbidade, que, no entanto, não permite que seus bens
sejam postos em indisponibilidade, mas apenas que seja afastado do exercício de suas
funções, enquanto tramitar o processo judicial.

d) não responde pela prática de ato de improbidade, mas pela prática de crime de
responsabilidade, em razão da natureza de seu vínculo com a Administração estadual.

e) responde pela prática de ato de improbidade, podendo ter seus bens postos em
indisponibilidade, para suportarem os eventuais prejuízos causados à Administração.

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56 (2016/FCC/AL-MS/Direito) Sobre improbidade administrativa, é correto afirmar que

a) não estão sujeitos às penalidades por improbidade administrativa os agentes públicos de


empresas incorporadas ao patrimônio público.

b) as sanções por ato de improbidade administrativa são imprescritíveis.

c) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente


deverá ressarcir o erário até o limite do valor da herança.

d) as sanções por improbidade administrativa não são aplicáveis a quem não seja agente
público ou que haja exercido a função de maneira transitória.
e) a ação por improbidade administrativa tramita pelo rito sumário e admite transação para
ressarcimento do erário.

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57 (2016/FCC/AL-MS/Auxiliar de Enfermagem) Ricardo, servidor público da Receita


Federal, ao ser procurado em seu local de trabalho por Magda, particular em situação de
extrema necessidade financeira, concedeu-lhe benefício fiscal sem observar as formalidades
legais pertinentes. Em razão do ocorrido, o Ministério Público ajuizou ação de improbidade
administrativa contra Ricardo, que, no curso da demanda, provou a inexistência de dolo, mas
sim, de conduta culposa (imprudência), vez que agiu motivado pela situação de penúria de
Magda. A conduta culposa de Ricardo

a) caracteriza, desde que preenchidos os demais requisitos legais, ato de improbidade na


modalidade ato ímprobo que atenta contra os princípios da Administração pública.
b) não caracteriza ato ímprobo, vez que imprescindível o dolo para tanto.

c) caracteriza, desde que preenchidos os demais requisitos legais, ato de improbidade na


modalidade ato ímprobo que causa prejuízo ao erário.

d) não caracteriza ato ímprobo, vez que a conduta praticada, ainda que culposa, não se
enquadra em quaisquer das modalidades de ato ímprobo previstas em lei.

e) não sujeitará Ricardo às sanções aplicáveis, independentemente de se enquadrar como


ímproba, vez que não é considerado sujeito ativo de ato de improbidade.

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58 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Acerca de improbidade administrativa,


assinale a opção correta de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

a) A contratação de servidores públicos sem concurso público, mesmo que fundada em


legislação local, configura improbidade administrativa prevista na Lei de Improbidade
Administrativa.

b) A tortura praticada por policial contra preso custodiado em delegacia pode configurar ato
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

c) O fato de o agente ter sido condenado pela justiça eleitoral ao pagamento de multa por
infringência às disposições contidas na Lei das Eleições impede sua condenação em quaisquer
das sanções de improbidade administrativa, inclusive da multa civil, sob pena de bis in idem.
d) Ensejará o reconhecimento de ato de improbidade administrativa o abuso perpetrado por
agente público durante abordagem policial, mesmo que o ofendido pela conduta do policial
seja particular que não esteja no exercício de função pública.

e) Não é possível, em ação civil pública de improbidade administrativa, a condenação de


membro do Ministério Público à pena de perda da função pública prevista na Lei de
Improbidade Administrativa.

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59 (2016/CESPE/TCE-PR/Analista de Controle) Conforme a legislação e a jurisprudência


do STJ, em se tratando de improbidade administrativa,
a) prevalece, no juízo preliminar da ação, o princípio do in dubio pro réu.

b) há litisconsórcio passivo necessário entre o agente público e os terceiros beneficiados com


a prática do ato ímprobo.
c) é inadmissível a utilização da prova emprestada colhida em persecução penal.

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 279


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

d) basta a comprovação da culpa para a responsabilização do agente com base na hipótese


de enriquecimento ilícito.

e) basta a comprovação da culpa para a responsabilização do agente com base na hipótese


de dano ao erário.

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60 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista de Orçamento) José é servidor


público federal e trabalha como assistente jurídico na Presidência da República. Em
determinado dia, José decide revelar a um colega, jornalista, antes da divulgação oficial,
medida econômica que afetará significativamente o valor de alguns alimentos, dentre eles, o
arroz e o feijão. Em razão do ocorrido, José foi processado e condenado por improbidade
administrativa, haja vista a comprovação de sua conduta dolosa. Nos termos da Lei nº
8.429/1992, acerca das sanções, José está sujeito,

a) à proibição de contratar com o Poder Público pelo prazo de quatro anos.

b) ao pagamento de multa civil de até duzentas vezes o valor da remuneração percebida por
José.

c) à suspensão dos direitos políticos por cinco anos.


d) à suspensão dos direitos políticos por dois anos.

e) à proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou


indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário,
pelo prazo de cinco anos.

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61 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista – Administrador) Maria é


funcionária de um Tribunal de Contas e emite certidões sobre registros de aposentadorias.
Trabalhando sozinha no setor, devido à redução do número de servidores, viu o serviço
acumular, gerando demora na confecção e entrega dos documentos aos requerentes.
Entendeu, assim, por passar a cobrar quantia em dinheiro dos interessados para dar
prioridade aos pedidos de emissão de certidões. A conduta da servidora

a) tipifica ato de improbidade, caso não seja punível como infração disciplinar mais grave,
passível de demissão.

b) pode ser considerada dolosa e como tal, tipificada como ato de improbidade na modalidade
que gera enriquecimento ilícito.

c) é indubitavelmente dolosa, pendente a demonstração de prejuízo ao erário para


configuração de ato de improbidade.

d) independe da comprovação de dolo ou prejuízo ao erário para configuração de ato de


improbidade.

e) é punível como ato de improbidade, cumulável com infração disciplinar, prescindindo, em


ambos os casos, da demonstração de dolo para configuração.

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62 (2016/FCC/Prefeitura de Teresina – PI/Analista - Gestão Pública) Manuel, Diretor


de uma autarquia municipal, recebeu vultosa quantia pecuniária para facilitar o fornecimento
de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado. Em razão do ocorrido, o
Ministério Público Estadual ingressou com ação de improbidade administrativa contra o citado
agente público. Nos termos da Lei n 8.429/1992, o ato de improbidade administrativa em
questão

a) tem, como uma de suas sanções, a suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.

b) não comporta a medida de indisponibilidade de bens.

c) não exige a presença do elemento subjetivo dolo para sua configuração.


d) tem, como uma de suas sanções, o pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do
acréscimo patrimonial.
e) não transfere qualquer sanção ao sucessor, na hipótese de falecimento do agente público.

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63 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Julgue o item a seguir, acerca


de controle da administração pública.

O cidadão que ajuizar representação por ato de improbidade administrativa contra agente
público que ele sabe ser inocente incorrerá em crime e estará sujeito a indenizar o
denunciado pelos danos materiais ou morais que houver provocado.

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64 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com base na Lei de
Improbidade Administrativa, julgue o item seguinte.

Valer-se do trabalho de servidores terceirizados constitui ato de improbidade administrativa


que importa enriquecimento ilícito; aceitar garantia insuficiente na realização de operação
financeira é ato de improbidade que causa prejuízo ao erário; e descumprir exigência de
requisitos de acessibilidade previstos na legislação é ato de improbidade que atenta contra os
princípios da administração pública.

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65 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) Com base na Lei de
Improbidade Administrativa, julgue o item seguinte.

As penalidades previstas na Lei de Improbidade Administrativa também são aplicadas a não


servidores e a quem induza ou concorra para a prática de ato de improbidade ou dele se
beneficie de forma direta ou indireta.

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66 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo) A respeito dos conceitos


doutrinários relativos ao controle da administração pública, julgue o item a seguir.

Agente público que se recusar a prestar a declaração de bens dentro do prazo determinado
em lei deverá ser punido com a pena de demissão a bem do serviço público.

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67 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Direito) Em relação às formas
de anulação de atos ou contratos administrativos e à perda de função pública, julgue o item a
seguir.

Em se tratando de ação de improbidade, a perda da função pública é uma sanção


administrativa decorrente de sentença de procedência dos pedidos.

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68 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação
à improbidade administrativa, julgue o próximo item.
A utilização de veículo da administração pública para fins particulares pode ser considerada
ação de enriquecimento ilícito.

--------------------------------------------------------------------------------------------------
69 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação
à improbidade administrativa, julgue o próximo item.
Suspensão dos direitos políticos de três a seis anos e pagamento de multa civil no valor de
até dez vezes a remuneração percebida pelo agente são sanções que podem ser aplicadas ao
servidor no caso de ato de improbidade.

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70 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação


à improbidade administrativa, julgue o próximo item.

A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, de caráter exclusivamente


doloso, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.

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71 (2016/CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo – Administração) Com relação
à improbidade administrativa, julgue o próximo item.
O dano ao erário, enriquecimento ilícito e a violação de princípio administrativo, se praticados
por agente público, são considerados atos de improbidade administrativa.

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72 (2016/FCC/ELETROBRAS-ELETROSUL/Direito) Josefina, servidora pública estadual,


representou à autoridade administrativa competente acusando Bento, Diretor de autarquia,
da prática de ato de improbidade administrativa, pleiteando, assim, que fosse instaurada a
respectiva investigação. Ocorre que Josefina sabia da inocência de Bento, tendo formulado a
citada representação por vingança, razão pela qual foi regularmente processada e condenada

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criminalmente à detenção de doze meses e multa. A propósito dos fatos e, nos termos da Lei
nº 8.429/1992, é correto afirmar que

a) a pena de detenção não está correta, pois fixada em prazo equivocado; do mesmo modo,
incorreta a multa, que é incabível na hipótese narrada.
b) Josefina não deveria ter sido condenada por crime, mas sim, por improbidade
administrativa.

c) a pena de detenção está incorreta, pois não pode superar dez meses.

d) a pena de detenção está correta; no entanto, a multa é incabível na hipótese narrada.

e) não cabe pena de detenção na hipótese narrada, mas sim, reclusão e multa.

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73 (2016/CESPE/PC-PE/Escrivão de Polícia Civil) Assinale a opção correta com
referência a improbidade administrativa e à Lei de Improbidade Administrativa (Lei n.°
8.429/1992).

a) A aplicação administrativa da pena de demissão prevista em lei reguladora de carreira


pública exige que se aguarde o trânsito em julgado da ação de improbidade administrativa.

b) Os atos de improbidade descritos no art. 11 da Lei n.° 8.429/1992 não exigem a presença
do dolo para sua configuração.

c) Os atos de improbidade descritos no art. 11 da Lei n.° 8.429/1992, para sua configuração,
exigem a demonstração da ocorrência de dano para a administração pública ou
enriquecimento ilícito do agente.
d) A punição administrativa do servidor faltoso impede a aplicação das penas previstas na Lei
de Improbidade Administrativa (Lei n.° 8.429/1992).

e) O atentado à vida e à liberdade individual de particulares, se praticado por agentes


públicos armados, pode configurar improbidade administrativa.

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74 (2016/CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/Auxiliar de Perito) De acordo com a Lei


n.° 8.429/1992, o agente público que, sem justo motivo, se recusar a prestar declaração dos
bens que possui dentro do prazo determinado, além de outras sanções cabíveis, estará
sujeito à pena de

a) suspensão por até trinta dias.

b) suspensão por até quinze dias.

c) advertência.

d) repreensão.

e) demissão.

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75 (2016/CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/Médico legista) De acordo com a Lei n.°
8.429/1992, o agente público que, sem justo motivo, se recusar a prestar declaração dos

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bens que possui dentro do prazo determinado, além de outras sanções cabíveis, estará
sujeito à pena de

a) repreensão.

b) demissão.
c) suspensão por até trinta dias.

d) suspensão por até quinze dias.

e) advertência.

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76 (2016/CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/Perito Papiloscopista) Sílvio, funcionário
público ocupante do cargo de perito papiloscopista, lotado em delegacia de município do
estado de Pernambuco, está sendo processado por supostamente ter cometido ato de
improbidade administrativa.
Nessa situação hipotética, de acordo com a Lei n.° 8.429/1992, que versa sobre a punição
aos atos de improbidade administrativa praticados por agentes públicos,
a) eventual suspensão dos direitos políticos dependerá da rejeição das contas de Sílvio pelo
tribunal de contas do estado.
b) Sílvio estará sujeito à perda dos seus direitos políticos e(ou) do seu cargo — a depender da
extensão dos danos causados por seu ato —, após o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

c) Sílvio poderá ser afastado do exercício da função pública pela autoridade judicial
competente, com prejuízo da remuneração, se isso for necessário à instrução processual.

d) eventual perda da função pública independerá da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio


público, salvo quanto à pena de ressarcimento.

e) Sílvio estará sujeito à perda da função pública, se houver decisão por órgão judicial
colegiado, ainda que tal decisão não transite em julgado.

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77 (2016/CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/Perito Papiloscopista) Mauro, funcionário
público ocupante do cargo de perito papiloscopista, lotado em delegacia de município do
estado de Pernambuco, devido à natureza de suas atividades, que envolviam a aplicação de
recursos financeiros repassados à sua repartição pela Secretaria de Defesa Social do referido
estado, estava obrigado a prestar contas da aplicação desses recursos, mas deixou de fazê-
lo.

Nessa situação hipotética, a falta de prestação de contas, isoladamente,

a) causou prejuízo ao erário, desde que Mauro tenha agido com dolo.
b) atentou contra os princípios da administração pública, se Mauro tiver agido com dolo.

c) importou enriquecimento ilícito, desde que Mauro tenha agido com dolo.
d) importou enriquecimento ilícito, ainda que Mauro tenha agido culposamente.

e) causou prejuízo ao erário, ainda que Mauro tenha agido culposamente.

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78 (2016/CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA – PE/Perito Papiloscopista) De acordo com a
Lei n.° 8.429/1992, o agente público que, sem justo motivo, se recusar a prestar declaração
dos bens que possui dentro do prazo determinado, além de outras sanções cabíveis, estará
sujeito à pena de

a) advertência.

b) repreensão.

c) demissão.
d) suspensão por até trinta dias.

e) suspensão por até quinze dias.

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79 (2016/CESPE/TCE-SC/Auditor de Controle Externo – Direito) A respeito do
mandado de segurança, da ação popular e da ação de improbidade administrativa, julgue o
item subsequente.

Em se tratando de ação de improbidade administrativa, sendo imputada ao réu conduta lesiva


ao erário, configura-se o periculum in mora, requisito para a concessão de medida cautelar de
indisponibilidade patrimonial.

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80 (2016/FCC/Prefeitura de Campinas – SP/Procurador) Nas palavras de MARIA
SYLVIA ZANELLA DI PIETRO “... também é possível falar em legalidade em sentido amplo,
para abranger não só a obediência à lei, mas também a observância dos princípios e valores
que estão na base do ordenamento jurídico” (Direito administrativo, São Paulo: Atlas, 28ª
edição, p. 971), tanto que a legislação vigente tipifica “...qualquer ação ou omissão que viole
os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições” como

a) ato de improbidade, salvo se houver apenamento específico na esfera administrativa para


as mesmas condutas e seu agente for servidor público, pois o vínculo funcional prefere à
responsabilização na esfera civil.
b) ato de improbidade que atenta contra os princípios da Administração pública, além do rol
constante da respectiva lei, cabendo a demonstração de dolo para configuração da conduta.

c) ato de improbidade, em qualquer de suas modalidades, exigida a demonstração de dolo


em todas as condutas, prescindindo, no entanto, da demonstração de prejuízo ao erário.

d) ato de improbidade, desde que cause prejuízo ao erário, tendo em vista que não se trata
de conduta específica, mas sim de tipo aberto.
e) ato de improbidade, desde que aliado àquelas condutas haja o enriquecimento ilícito por
parte de seu agente, o que prescinde da configuração de dolo.

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81 (2016/FCC/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/Juiz do trabalho) Em relação aos atos de


improbidade administrativa praticados por agentes públicos ou terceiros, bem como os
deveres daqueles, na forma da Lei n° 8.429/1992, é correto afirmar:

a) Ressalvados os objetos e utensílios de uso doméstico, anualmente, o agente público deve


apresentar declaração dos bens e valores que compõem seu patrimônio, de cônjuge ou
companheiro, de ascendentes e descendentes em 1°grau e de outras pessoas que vivam sob
a dependência econômica do agente.

b) Os sucessores do agente público que causar lesão dolosa ao erário da União serão sempre
responsáveis pelo ressarcimento integral do prejuízo causado.
c) Considera-se ato de improbidade administrativa aquele praticado pelo agente público que,
por qualquer forma, incorpora indevidamente ao seu patrimônio bens pertencentes à
Fundação Pública.

d) O agente público que recebe promessa de vantagem econômica para que tolere a
exploração ou prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando ou de
usura comete ato de improbidade administrativa.
e) Presume-se a prática de ato de improbidade administrativa o agente público que, até 180
dias após o término do exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, adquire,
para si ou para outrem, bens de qualquer natureza que seja desproporcional à evolução de
seu patrimônio ou renda.

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82 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área
Administrativa) Com base nas disposições legais e no entendimento jurisprudencial sobre a
ação de improbidade administrativa, assinale a opção correta.

a) A ação de improbidade administrativa pode ser proposta contra o particular que se


beneficiou do ato ímprobo, ainda que o agente público que praticou o ato não esteja no polo
passivo da demanda.

b) Nas ações de improbidade administrativa, é admissível a utilização da prova emprestada,


colhida na persecução penal, desde que assegurados o contraditório e a ampla defesa.

c) O juiz processante da ação de improbidade administrativa não pode determinar a quebra


dos sigilos bancário e fiscal do réu, haja vista essa ação ser de natureza cível, e não penal.

d) A penalidade de demissão, em razão da prática de ato de improbidade administrativa,


somente pode ser aplicada em caso de condenação judicial

e) A ausência da notificação do réu para a apresentação de defesa preliminar é causa de


nulidade absoluta.

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83 (2016/CESPE/TRT - 8ª Região (PA e AP)/Analista Judiciário - Área Judiciária)


Maria praticou ato de improbidade administrativa em 5/3/2010, por violar os princípios da
administração pública, sem ter causado dano ao erário, enquanto ainda ocupava
exclusivamente cargo em comissão na administração direta da União. Depois da notícia do
fato pela imprensa, em 6/3/2015, Maria foi exonerada do cargo em comissão e do serviço
público.

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Com referência a essa situação hipotética, assinale a opção correta com base na Lei n.º
8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa).

a) A titularidade da ação civil por ato de improbidade administrativa, no caso, é exclusiva do


Ministério Público Federal.
b) A eventual aprovação das contas de Maria, como gestora pública, pelo Tribunal de Contas
da União afasta a possibilidade de propositura da ação de improbidade administrativa.

c) Antes do recebimento da ação de improbidade, o juiz competente deverá notificar Maria


para apresentar defesa prévia, no prazo de quinze dias, e poderá rejeitar liminarmente a
ação, se estiver convencido da inexistência da improbidade, da improcedência da ação ou da
inadequação da via eleita.

d) A eventual condenação de Maria por ato de improbidade administrativa não impede nova
investidura em cargo público estadual ou municipal, dentro do prazo de suspensão dos
direitos políticos.

e) Na data da exoneração de Maria, já estava prescrita a pretensão condenatória por ato de


improbidade administrativa, pois o ato ilícito fora cometido havia mais de cinco anos.

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84 (2016/FCC/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador Municipal) Diante de uma
hipótese de configuração de ato de improbidade praticado por servidor público, o terceiro
beneficiado em razão daquela atuação,

a) não figura como litisconsorte necessário do servidor público, devendo ser analisada sua
conduta para demonstrar sua participação para atingimento do resultado.

b) depende da comprovação de enriquecimento ilícito para também ser considerado


responsável pelo ato de improbidade e poder figurar no pólo passivo da ação judicial
respectiva.

c) pode responder por ato de improbidade, independentemente da comprovação de culpa,


pois é legalmente considerado agente público para essa prática.

d) não responde por improbidade, salvo se participou, dolosa e ativamente, do ato de


improbidade na modalidade que causa prejuízo ao erário.

e) figura como litisconsorte necessário do servidor público, sofrendo os efeitos do


reconhecimento do ato de improbidade, seja em relação ao ato praticado, seja quanto às
sanções impostas aos responsáveis.

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85 (2016/CESPE/FUNPRESP-EXE/Nível Superior) Com base no disposto na Lei n.
8.429/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a respeito da
improbidade administrativa.

Os herdeiros daquele que causar lesão ao patrimônio público estarão sujeitos às cominações
legais até o limite do valor da herança.

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86 (2016/CESPE/FUNPRESP-EXE/Direito) Com relação aos convênios administrativos,


aos agentes públicos e à responsabilidade civil do Estado, julgue o item a seguir.

Considera-se agente público, para efeito de caracterização da prática de ato de improbidade


administrativa, todo aquele que exerça, ainda que transitoriamente, cargo, emprego ou
função na administração pública direta ou indireta, desde que tal cargo, emprego ou função
seja exercido de forma remunerada.

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87 (2016/CESPE/FUNPRESP-EXE/Nível Superior) Com base no disposto na Lei n.º


8.429/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a respeito da
improbidade administrativa.
Entre as sanções para a prática de ato de improbidade administrativa previstas na Lei n.º
8.429/1992 inclui-se a suspensão dos direitos políticos, que não se encontra expressamente
prevista na CF.

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88 (2016/CESPE/FUNPRESP-EXE/Nível Superior) Com base no disposto na Lei n.º


8.429/1992 e na Constituição Federal de 1988 (CF), julgue o item a seguir, a respeito da
improbidade administrativa.
Conforme a referida lei, são espécies de atos de improbidade administrativa aqueles que
atentam contra o decoro parlamentar e contra a dignidade da justiça.

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89 (2016/FCC/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário - Área


Administrativa) Considere a seguinte situação hipotética: o Prefeito de determinado
Município de Rondônia foi processado por improbidade administrativa juntamente com a
empresa YX e seu responsável Josberto. No curso da ação, restou comprovado que o
procedimento licitatório foi forjado, de modo a ser contratada a empresa YX, gerando
prejuízos aos cofres públicos, além de enriquecimento ilícito aos envolvidos. Em sua defesa,
Josberto, proprietário da empresa, sustentou ser parte ilegítima, por ser particular e não
estar sujeito às disposições da Lei de Improbidade Administrativa. A tese de Josberto está

a) incorreta, pois responde por todas as sanções previstas na Lei para os agentes públicos.

b) correta, pois não está sujeito às disposições da Lei de Improbidade.

c) incorreta, pois responde às sanções previstas na Lei de Improbidade, de acordo com o que
é cabível aplicar aos particulares.

d) incorreta, pois responde por todas as sanções, exceto ressarcimento ao erário que deverá
ser pleiteado através de ação própria.

e) incorreta, pois responderá por uma única sanção prevista na Lei de Improbidade, qual
seja, a suspensão dos direitos políticos.

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90 (2016/FCC/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário - Oficial de Justiça


Avaliador) José, servidor público do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região e chefe de
determinado setor do Tribunal, está construindo uma bela casa de campo para desfrutar
momentos de lazer com sua família. Assim, em um determinado final de semana, utilizou
equipamento pertencente ao Tribunal na obra de sua casa, e, além disso, levou dois
servidores, a ele subordinados, para auxiliar os demais pedreiros na obra. Em razão do ato
ímprobo praticado, o Ministério Público ingressou com ação de improbidade administrativa
contra José, pleiteando, dentre outras sanções,

a) pagamento de multa civil, de até duas vezes o valor da remuneração de José.


b) suspensão dos direitos políticos, de 5 a 8 anos.

c) suspensão dos direitos políticos, de 8 a 10 anos.


d) proibição de contratar com o Poder Público por 15 anos.

e) proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais pelo período máximo de 3 anos.

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91 (2016/FCC/TRT - 14ª Região (RO e AC)/Analista Judiciário) Carlos é Diretor de
autarquia federal desde o ano de 2014, sendo que, para tomar posse e entrar em exercício no
respectivo cargo, apresentou a declaração de seus bens, bem como dos valores que
compõem o seu patrimônio, que foi devidamente arquivada no serviço pessoal competente.
Nos termos da Lei n° 8.429/1992, a declaração de bens é atualizada

a) anualmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o


exercício do cargo, emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o
controle do patrimônio do agente público.

b) apenas na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego
ou função, pois a lei exige a apresentação da declaração no ingresso e sua atualização no
momento da saída do agente público.

c) semestralmente, não sendo necessária a atualização quando o agente público deixar o


exercício do cargo, emprego ou função, pois a atualização periódica é suficiente para o
controle do patrimônio do agente público.

d) semestralmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,


emprego ou função.

e) anualmente e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo,


emprego ou função.

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92 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa) No


curso de ação de improbidade administrativa ajuizada pela Fazenda Pública do Estado do
Mato Grosso, a Autora, ao perceber a ausência do Ministério Público no feito, comunicou o
Juiz. O respectivo magistrado, no entanto, não intimou o Ministério Público para intervir no
processo, sob o fundamento de que o interesse público já estava devidamente representado
pela Autora. Em outra ação de improbidade administrativa, o Juiz determinou que fosse
processada pelo rito sumário, por ser ação simples, que não demandaria sequer provas,

PROF. EVANDRO ZILLMER Página 289


DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

objetivando, assim, um procedimento mais célere. A propósito do ocorrido nas duas ações e
nos termos da Lei n° 8.429/1992, a postura dos juízes

a) está correta em ambos os casos.

b) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque caso o Ministério Público não seja
parte Autora, deverá obrigatoriamente intervir no feito; no segundo, porque a ação de
improbidade terá sempre o rito ordinário.

c) está correta apenas no segundo caso.

d) está correta apenas no primeiro caso.

e) está incorreta em ambos os casos: no primeiro, porque a Fazenda Pública Estadual não é
legitimada a propor ação de improbidade; no segundo, porque o rito processual decorre da
lei, isto é, não pode ser adotado por escolha do magistrado.

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93 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Analista Judiciário - Área Administrativa)
Maristela, Diretora de órgão público federal, frustrou a licitude de concurso público e, em
outra oportunidade, frustrou a licitude de procedimento licitatório. Em razão do exposto, foi
processada por improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal. A propósito dos
fatos narrados e desde que preenchidos os demais requisitos legais previstos na Lei n°
8.429/1992,
a) o dolo é indispensável para a configuração do ato ímprobo apenas na primeira conduta.

b) o dolo é indispensável para a configuração do ato administrativo apenas na segunda


conduta.

c) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos atentatórios aos princípios
da Administração pública.

d) tratam-se de atos ímprobos de mesma natureza, qual seja, atos que causam prejuízo ao
erário.

e) o dolo é indispensável para a configuração dos atos ímprobos em ambas as condutas.

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a opção correta, no que se refere à improbidade administrativa.


a) O particular tem legitimidade para, isoladamente, figurar como réu em ação de
improbidade administrativa, independentemente de ter havido concurso com agente público.

b) Em sede de ação judicial de improbidade administrativa, se a defesa prévia ofertada pelo


réu tiver o condão de colocar em dúvida a ocorrência ou não da ilicitude, o processo deverá
ser extinto, em observância ao princípio in dubio pro reo.

c) A decretação judicial e cautelar de indisponibilidade de bens, mesmo baseada em cognição


sumária, depende de fundados indícios da prática de ato de improbidade, sendo dispensada,
contudo, a demonstração de risco da demora do processo ou de situação que inspire
urgência.

d) Para que se configure o ato de improbidade, é indispensável a comprovação de prejuízo ao


erário.

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

e) Em ação de improbidade administrativa, a indisponibilidade cautelar de bens alcança


verbas de natureza salarial aplicadas em poupança.

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95 (2016/FCC/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/Técnico de Administração) Henrique, servidor
público do Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região, adquiriu, no exercício de seu cargo,
bens de valor desproporcional à evolução do seu patrimônio. Em razão disso, foi processado
por improbidade administrativa, sendo condenado às respectivas sanções, dentre elas, uma
de natureza pecuniária. Assim, foi condenado à perda do valor acrescido ilicitamente ao seu
patrimônio, no montante de quinhentos mil reais. No entanto, após a sentença condenatória,
Henrique faleceu e o único imóvel deixado foi um apartamento avaliado em um milhão de
reais. Henrique deixou um único herdeiro, seu filho Gael. Nesse caso, Gael

a) responderá pela sanção pecuniária até o valor de quinhentos mil reais.

b) não responderá pela sanção pecuniária, haja vista a natureza do ato ímprobo praticado
(ato que importa enriquecimento ilícito), respondendo, no entanto, pelas demais sanções
impostas a Henrique.

c) não está sujeito às cominações da Lei de Improbidade.


d) responderá pela sanção pecuniária no valor de um milhão de reais, tendo em vista o valor
do imóvel deixado por Henrique, que é bem ilíquido.
e) está sujeito a todas as cominações previstas na Lei de Improbidade, em razão da natureza
do ato ímprobo praticado.

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GABARITO

1-B 2-C 3-E 4-E 5-C 6-A 7-E 8-B 9-D 10-D

11-C 12-E 13-B 14-D 15-B 16-A 17-C 18-B 19-D 20-C

21-A 22-A 23-B 24-A 25-E 26-E 27-C 28-C 29-E 30-C

31-E 32-E 33-E 34-C 35-C 36-C 37-C 38-C 39-D 40-C

41-E 42-D 43-B 44-C 45-C 46-E 47-C 48-E 49-E 50-C

51-D 52-C 53-C 54-A 55-E 56-C 57-C 58-B 59-E 60-C

61-B 62-A 63-C 64-C 65-C 66-C 67-E 68-C 69-E 70-E

71-C 72-C 73-E 74-E 75-B 76-D 77-B 78-C 79-C 80-B

81-C 82-B 83-C 84-A 85-C 86-E 87-E 88-E 89-C 90-C

91-E 92-B 93-A 94-C 95-A

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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA CONCURSOS

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