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PORTUGUÊS

Características e funcionalidades de gêneros textuais variados


Gêneros textuais: é identificado com base no objetivo, na função e no contexto do texto. São
as características do texto que determinam a qual gênero ele pertence. Os gêneros variam de
acordo com a intenção comunicativa e com as particularidades em relação à linguagem, à
estrutura e ao conteúdo.

Ex: Receitas, cartas, resenhas, listas de compras, etc.

Tipos textuais: são textos que possuem estrutura fixa e objetivos bem definidos, como: contar
uma história, descrever uma paisagem, apresentar uma ideia, ensinar algo, e por aí vai.

São tipos textuais:

- Tipo dissertativo ou expositivo – O autor irar expor informações (fundamentadas ao ponto de


garantir a autenticidade) que ajudam a entender o conceito do texto. Não há intenção de
opinar sobre o assunto, apenas apresentá-lo. Ex: Monografias, artigos científicos.

OBS: Deve-se colocar o foco no objeto de análise, ou seja, o assunto que desenvolvem.

OBS2: Pode ser dividido =


Introdução: normalmente apresenta o assunto e expõe, de modo sucinto, o que será
desenvolvido no texto;
Desenvolvimento: expõe detalhadamente o assunto à luz de conhecimentos compartilhados
culturalmente, bem como reflexões de ordem teórica;
Conclusão: apresenta uma avaliação do assunto fundamentada no que foi exposto.

- Tipo argumentativo – Tem como objetivo defender uma ideia ou pensamento e levar o leitor
a concordar com a tese defendida. Ex: Artigos de opinião, editorias.

OBS: Pode ser dividido=


Tese: é a principal ideia defendida no texto, o ponto de vista que se deseja provar;
Argumentação: apresenta argumentos de diferentes naturezas e os relaciona, de modo a
compor uma linha de raciocínio, a qual convença o leitor a concordar com a tese;
Conclusão: reafirma a tese, com base no raciocínio exposto na fase de argumentação.

 Textos dissertativo-argumentativos: Geralmente as bancas estão cobrando mais sobre


textos mistos, denominados textos dissertativo-argumentativo.

- Tipo narrativo – Relatam fatos, reais ou fictícios, com intenções moralizantes. Sempre é
narrada por um narrador. Ex: Romances, novelas, contos.

OBS: Pode ser dividido=


Apresentação: situa o leitor na história, apresentando-lhe as personagens, o local e o tempo
em que ocorrem os fatos;
Complicação: introduz um elemento desencadeador de um conflito, um problema, que é
responsável por movimentar a história;
Clímax: é o momento de maior tensão da narrativa, quando o conflito se torna insustentável e
força uma modificação na situação inicial;
Desfecho: apresenta a situação em que se encontram as personagens após a resolução do
conflito.
- Tipo descritivo – Enumeram características de um certo objeto ou de uma situação. É como
se o leitor estivesse diante de um “retrato verbal”. É possível descrever pessoas, objetos,
lugares, instituições e mesmo situações, desde que estas sejam estáticas. Isso porque, em um
texto descritivo, não deve haver passagem de tempo, caso contrário, ele adquire caráter
narrativo. Ex: Relatórios.

OBS: Os textos descritivos não têm, como os outros tipos apresentados anteriormente, uma
estrutura preestabelecida. Normalmente, configuram-se em torno das características do
objeto descrito, organizando-as em categorias: físicas, psicológicas, funcionais, sociais,
econômicas, etc.

- Tipo injuntivo – São textos de instruções. Ex: Receitas culinárias.

OBS: Não é possível generalizar a estrutura de textos injuntivos, mas eles são comumente
organizados em itens, cada um contendo uma instrução específica. Entretanto, isso não é uma
regra. Muitas vezes, as instruções são apresentadas em parágrafos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

OBSERVAÇÕES:

- Relação de causa e consequência: É a relação de duas frases, uma das quais é a causa que
acarreta uma determinada consequência ou efeito.

EX.: O jogador de futebol ficou cansado porque correu demais na partida.

Causa: o jogador correu demais. Consequência: o jogador ficou cansado.

DICIONÁRIO:
# Interferir = Influenciar
Variação linguística: estilística, sociocultural, geográfica e histórica
Linguagem Culta ou Padrão: Serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e
caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita
a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.

Linguagem Popular ou Coloquial: É aquela usada espontânea e fluentemente pelo povo.


Mostra-se quase sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de linguagem
expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, que ressalta o caráter oral e
popular da língua. Está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas,
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na expressão dos estados
emocionais etc.

Dúvidas mais comuns da norma culta:

 Perca ou Perda = Certo – Isto é uma perda de tempo.


 Embaixo ou Em baixo = Certo – O gato está embaixo da cama.
 Ver ou Vir = Certo – Se eu vir você lá fora, você vai ficar de castigo!
 Onde ou Aonde = Os advérbios onde e aonde indicam lugar; Onde indica permanência.
É sinônimo de em que lugar. Onde, em que lugar fica?
 Como escrever o dinheiro por extenso? = Os valores monetários, regra geral, devem
ser escritos com algarismos: R$ 1,00 ou R$ 1, R$ 15,00 ou R$ 15, R$ 100,00 ou R$ 100,
R$ 1400,00 ou R$ 1400.
 Obrigado ou Obrigada = Segundo a gramática tradicional e a norma culta, o homem ao
agradecer deve dizer obrigado. A mulher ao agradecer deve dizer obrigada.
 Mal ou Mau = Como essas duas palavras são, maioritariamente, pronunciadas da
mesma forma, são facilmente confundidas pelos falantes. Qual a diferença entre mal e
mau? Mal é um advérbio, antônimo de bem. Mau é o adjetivo contrário de bom.
 “Vir”, “Ver” e “Vier” = A conjugação desses verbos pode causar confusão em algumas
situações, como por exemplo no futuro do subjuntivo. O correto é, por exemplo,
“quando você o vir”, e não “quando você o ver”. Já no caso do verbo “ir”, a conjugação
correta deste tempo verbal é “quando eu vier”, e não “quando eu vir”.
 “Ao invés de” ou “Em vez de” = “Ao invés de” significa “ao contrário” e deve ser usado
apenas para expressar oposição. Por exemplo: Ao invés de virar à direita, virei à
esquerda. Já “em vez de” tem um significado mais abrangente e é usado
principalmente como a expressão “no lugar de”. Mas ele também pode ser usado para
exprimir oposição. Por isso, os linguistas recomendam usar “em vez de” caso esteja na
dúvida. Por exemplo: Em vez de ir de ônibus para a escola, fui de bicicleta.
 “Para mim” ou “Para eu” = Os dois podem estar certos, mas, se você vai continuar a
frase com um verbo, deve usar “para eu”. Por exemplo: Mariana trouxe bolo para
mim; Caio pediu para eu curtir as fotos dele.
 “Tem” ou “Têm” = Tanto “tem” como “têm” fazem parte da conjugação do verbo “ter”
no presente. Mas o primeiro é usado no singular, e o segundo no plural. Por exemplo:
Você tem medo de mudança; Eles têm medo de mudança.
 “Há muitos anos”, “Muitos anos atrás” ou “Há muitos anos atrás” = Usar “Há” e
“atrás” na mesma frase é uma redundância, já que ambas indicam passado. O correto
é usar um ou outro. Por exemplo: A erosão da encosta começou há muito tempo; O
romance começou muito tempo atrás. Sim, isso quer dizer que a música Eu nasci há
dez mil anos atrás, de Raul Seixas, está incorreta.

Estilística: Se divide em 4 categorias =

I. Variações Fônicas – São as que ocorrem no modo de pronunciar os sons constituintes


da palavra. Ex.:
- A queda do “r” final nos verbos (muito comum na linguagem oral): fala, vendê, curti
(em vez de curtir), compô.
- O acréscimo de vogal no início de certas palavras: eu me alembro, o pássaro avoa
(formas comuns na linguagem clássica, hoje frequentes na fala caipira).
- A queda de sons no início de palavras: ocê, cê, ta, tava, marelo (amarelo), margoso
(amargoso) – características na linguagem oral coloquial.
- A redução de proparoxítonas a paroxítonas: Petrópis (Petrópolis), fórfi (fósforo),
porva (pólvora) – todas elas formas típicas de pessoas de baixa condição social.
- A pronúncia do “l” final de sílaba como “u” (na maioria das regiões do Brasil) ou como
“l” (em certas regiões do Rio Grande do Sul e Santa Catarina) ou ainda como “r” (na
linguagem caipira): quintau, quintar, quintal; pastéu, paster, pastel; faróu, farór, farol.
- deslocamento do “r” no interior da sílaba: largato, preguntar, estrupo, cardeneta –
típicos de pessoas de baixa condição social.
II. Variações Morfológicas – Quando varia a forma de uma palavra ou o seu gênero ou a
sua flexão. Ou seja, seu modo de escrever. Ex.:
- O uso do prefixo hiper- em vez do sufixo -íssimo para criar o superlativo de adjetivos,
recurso muito característico da linguagem jovem urbana: um cara hiper-humano (em
vez de humaníssimo), uma prova hiper difícil (em vez de dificílima), um carro hiper
possante (em vez de possantíssimo).
- A conjugação de verbos irregulares pelo modelo dos regulares: ele interviu
(interveio), se ele manter (mantiver), se ele ver (vir) o recado, quando ele repor
(repuser).
- A conjugação de verbos regulares pelo modelo de irregulares: vareia (varia), negoceia
(negocia).
- Uso de substantivos masculinos como femininos ou vice-versa: duzentas gramas de
presunto (duzentos), a champanha (o champanha), tive muita dó dela (muito dó),
mistura do cal (da cal).
- A omissão do “s” como marca de plural de substantivos e adjetivos (típicos do falar
paulistano): os amigo e as amiga, os livro indicado, as noite fria, os caso mais comum.
- O enfraquecimento do uso do modo subjuntivo: Espero que o Brasil reflete (reflita)
sobre o que aconteceu nas últimas eleições; Se eu estava (estivesse) lá, não deixava
acontecer; Não é possível que ele esforçou (tenha se esforçado) mais que eu.
III. Variações Sintáticas – Quando varia a construção frásica ou a regência de um verbo
ou a concordância. Ex.:
- O uso de pronomes do caso reto com outra função que não a de sujeito: encontrei
ele (em vez de encontrei-o) na rua; não irão sem você e eu (em vez de mim); nada
houve entre tu (em vez de ti) e ele.
- O uso do pronome lhe como objeto direto: não lhe (em vez de “o”) convidei; eu lhe
(em vez de “o”) vi ontem.
- A ausência da preposição adequada antes do pronome relativo em função de
complemento verbal: são pessoas que (em vez de: de que) eu gosto muito; este é o
melhor filme que (em vez de a que) eu assisti; você é a pessoa que (em vez de em que)
eu mais confio.
- A substituição do pronome relativo “cujo” pelo pronome “que” no início da frase
mais a combinação da preposição “de” com o pronome “ele” (=dele): É um amigo que
eu já conhecia a família dele (em vez de cuja família eu já conhecia).
- A mistura de tratamento entre tu e você, sobretudo quando se trata de verbos no
imperativo: Entra, que eu quero falar com você (em vez de contigo); Fala baixo que a
sua (em vez de tua) voz me irrita.
- Ausência de concordância do verbo com o sujeito: Eles chegou tarde (em grupos de
baixa extração social); Faltou naquela semana muitos alunos; Comentou-se os
episódios.
IV. Variações Léxicas – É o conjunto de palavras de uma língua. Ex.:
- A escolha do adjetivo maior em vez do advérbio muito para formar o grau superlativo
dos adjetivos, características da linguagem jovem de alguns centros urbanos: maior
legal; maior difícil; Esse amigo é um carinha maior esforçado.
- As diferenças lexicais entre Brasil e Portugal são tantas e, às vezes, tão
surpreendentes, que têm sido objeto de piada de lado a lado do Oceano. Em Portugal
chamam de cueca aquilo que no Brasil chamamos de calcinha; o que chamamos de fila
no Brasil, em Portugal chamam de bicha; café da manhã em Portugal se diz pequeno
almoço; camisola em Portugal traduz o mesmo que chamamos de suéter, malha,
camiseta.
Designações das Variantes Lexicais:
a) Arcaísmo: diz-se de palavras que já caíram de uso e, por isso, denunciam uma
linguagem já ultrapassada e envelhecida. É o caso de reclame, em vez de anúncio
publicitário; na década de 60, o rapaz chamava a namorada de broto (hoje se diz
gatinha ou forma semelhante), e um homem bonito era um pão; na linguagem antiga,
médico era designado pelo nome físico; um bobalhão era chamado de coió ou bocó;
em vez de refrigerante usava-se gasosa; algo muito bom, de qualidade excelente, era
supimpa.
b) Neologismo: é o contrário do arcaísmo. Trata-se de palavras recém-criadas, muitas
das quais mal ou nem entraram para os dicionários. A moderna linguagem da
computação tem vários exemplos, como escanear, deletar, printar; outros exemplos
extraídos da tecnologia moderna são mixar (fazer a combinação de sons), robotizar,
robotização.
c) Estrangeirismo: trata-se do emprego de palavras emprestadas de outra língua, que
ainda não foram aportuguesadas, preservando a forma de origem. Nesse caso, há
muitas expressões latinas, sobretudo da linguagem jurídica, tais como: habeas-corpus
(literalmente, “tenhas o corpo” ou, mais livremente, “estejas em liberdade”), ipso
facto (“pelo próprio fato de”, “por isso mesmo”), ipsis litteris (textualmente, “com as
mesmas letras”), grosso modo (“de modo grosseiro”, “impreciso”), sic (“assim, como
está escrito”), data venia (“com sua permissão”). As palavras de origem inglesas são
inúmeras: insight (compreensão repentina de algo, uma percepção súbita), feeling
(“sensibilidade”, capacidade de percepção), briefing (conjunto de informações
básicas), jingle (mensagem publicitária em forma de música). Do francês, hoje são
poucos os estrangeirismos que ainda não se aportuguesaram, mas há ocorrências:
hors-concours (“fora de concurso”, sem concorrer a prêmios), tête-à-tête (palestra
particular entre duas pessoas), esprit de corps (“espírito de corpo”, corporativismo),
menu (cardápio), à la carte (cardápio “à escolha do freguês”), physique du rôle
(aparência adequada à caracterização de um personagem).
d) Jargão: é o vocabulário típico de um campo profissional como a medicina, a
engenharia, a publicidade, o jornalismo. No jargão médico temos uso tópico (para
remédios que não devem ser ingeridos), apneia (interrupção da respiração), AVC ou
acidente vascular cerebral (derrame cerebral). No jargão jornalístico chama-se de
gralha, pastel ou caco o erro tipográfico como a troca ou inversão de uma letra. A
palavra lide é o nome que se dá à abertura de uma notícia ou reportagem, onde se
apresenta sucintamente o assunto ou se destaca o fato essencial. Quando o lide é
muito prolixo, é chamado de nariz-de-cera. Furo é notícia dada em primeira mão.
Quando o furo se revela falso, foi uma barriga. Entre os jornalistas é comum o uso do
verbo repercutir como transitivo direto: Vá lá repercutir a notícia de renúncia! (esse
uso é considerado errado pela gramática normativa).
e) Gíria: é o vocabulário especial de um grupo que não deseja ser entendido por outros
grupos ou que pretende marcar sua identidade por meio da linguagem. Existe a gíria
de grupos marginalizados, de grupos jovens e de segmentos sociais de contestação,
sobretudo quando falam de atividades proibidas. A lista de gírias é numerosíssima em
qualquer língua: ralado (no sentido de afetado por algum prejuízo ou má-sorte), ir pro
brejo (ser malsucedido, fracassar, prejudicar-se irremediavelmente), cara ou cabra
(indivíduo, pessoa), bicha (homossexual masculino), levar um lero (conversar).
f) Preciosismo: diz-se que é preciosista um léxico excessivamente erudito, muito raro,
afetado: Escoimar (em vez de corrigir); procrastinar (em vez de adiar); discrepar (em
vez de discordar); cinesíforo (em vez de motorista); obnubilar (em vez de obscurecer
ou embaçar); conúbio (em vez de casamento); chufa (em vez de caçoada, troça).
g) Vulgarismo: é o contrário do preciosismo, ou seja, o uso de um léxico vulgar,
rasteiro, obsceno, grosseiro. É o caso de quem diz, por exemplo, de saco cheio (em vez
de aborrecido), se ferrou (em vez de se deu mal, arruinou-se), feder (em vez de cheirar
mal), ranho (em vez de muco, secreção do nariz).

Socioculturais: Leva em consideração as condições sociais que influenciam no modo de falar,


gerando, assim, certas variações na maneira de usar uma mesma língua. Ex.: Um advogado no
exercício da sua profissão vai utilizar uma linguagem mais formal, o que não impede que
durante conversas familiares e amigáveis ele utiliza-se da linguagem informal.

Geográfica: Se caracteriza pelo acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas
do som (altura, timbre, intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam
principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características da pronúncia de uma
determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida
no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras
podem assumir em diferentes regiões do país.

Histórica: As línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo
e com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas
alterações recebem o nome de variações históricas.
Gramática normativa
Ortografia:

Conceito: É a escrita correta das palavras da língua portuguesa, obedecendo a uma


combinação de critérios etimológicos (ligados à origem das palavras) e fonológicos (ligados
aos fonemas representados).

Dificuldades Ortográficas:

- USO DO “S”=
a) Depois de ditongos (Encontros de vogais).
Exemplos: coisa, faisão, mausoléu, maisena, lousa.

b) Em nomes próprios com som de /z/.


Exemplos: Neusa, Brasil, Sousa, Teresa.

c) No sufixo -oso (cheio de).


Exemplos: cheiroso, manhoso, dengoso, gasosa.

d) Nos derivados do verbo querer.


Exemplos: quis, quisesse.

e) Nos derivados do verbo pôr.


Exemplos: pus, pusesse.

f) No sufixo -ENSE, formador de adjetivo.


Exemplos: canadense, paranaense, palmeirense.

g) No sufixo -ISA, indicando profissão ou ocupação feminina.


Exemplos: papisa, profetisa, poetisa.

h) Nos sufixos -ÊS/ -ESA, indicando origem, nacionalidade ou posição social.


Exemplos: português, norueguês, marquês, camponês, portuguesa, norueguesa, japonesa,
marquesa, camponesa.

i) Nas palavras derivadas de outras que possuam S no radical (É a palavra chave que dar
significado as outras).
Exemplos: casa – casinha, casebre, casarão, casario; atrás – atrasado, atraso; paralisia –
paralisante, paralisar, paralisação; análise – analisar, analisado.

j) Nos derivados de verbos que tragam o encontro consonantal –ND.


Exemplos: pretender – pretensão; suspender – suspensão; expandir – expansão.

OBS: sufixo – É aquilo que vem após do radical para ampliar a sua significação e formar uma
nova palavra.

- USO DO “Z” =
a) nas palavras derivadas de primitiva com Z.
Ex.: Cruz – Cruzamento
Juiz – Ajuizar
Deslize – Deslizar

b) no sufixo –EZ/EZA, formadores de substantivos abstratos (palavras que têm o objetivo de


indicar seres que dependem de outro para existir, ou seja, seres sem existência própria), a
partir de adjetivos (indica as características dos substantivos).
Ex.: Altivo – Altivez
Mesquinho – Mesquinhez
Macio – Maciez
Belo – Beleza
Magro – Magreza

c) no sufixo –IZAR formador de verbos:


Ex.: Hospital – Hospitalizar
Canal – Canalizar
Social – Socializar
Útil – Utilizar
Catequese – Catequizar

d) nos verbos terminados em –UZIR e seus derivados:


Ex.: Conduzir, Conduziu, Conduzo
Deduzir, Deduzo, Deduzi
Produzir, Produzo, Produziste

e) no sufixo –ZINHO, formador de diminutivo:


Ex.: Cãozinho, Pezinho, Paizinho, Mãezinha, Pobrezinha.

OBS: Se acrescentarmos apenas –INHO, aproveitamos a letra da palavra primitiva: Casinha,


Vasinho, Piresinho, Lapisinho, Juizinho.

- USO DO “H” = O emprego H é regulado pela etimologia (É o estudo da origem histórica das
palavras) das palavras.
a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o justifique: hábil, harpa, hiato, hóspede,
húmus, herbívoro, hélice.
OBS: Escreve-se com H o topônimo Bahia, quando se aplica ao Estado.

b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se elas formarem um composto ou derivado
sem hífen: desabilitado, desidratar, desonra, inábil, inumano, reaver.
OBS: Nos compostos ou derivados com hífen, o H permanece: anti-higiênico, pré-histórico,
super-humano.

c) no final de interjeições (palavras que expressa sentimentos e emoções): ah!, oh!, ih!

- USO DO “X” =
a) normalmente após ditongo:
Ex.: caixa, peixe, faixa, trouxe
OBS: Caucho e seus derivados (recauchutar, recauchutagem) são com CH.

b) normalmente após a silaba inicial EN:


Ex.: enxaqueca, enxada, enxoval, enxurrada
OBS: Usaremos CH depois da sílaba inicial EN caso ela seja derivada de uma com CH:
Ex.: de cheio – encher, enchimento, enchente
de charco – encharcado, encharcamento
de chumaço – enchumaçado
de chiqueiro – enchiqueirar
c) depois da sílaba inicial ME:
Ex.: mexer, mexilhão, mexerica
OBS: Mecha e seus derivados são com CH.

- USO DO “CH” = Não há regras para o emprego do dígrafo CH.

- USO DO “SS” = Emprega-se nas seguintes relações:


a) CED – CESS
Ex.: Ceder – Cessão
Conceder – Concessão – Concessionário

b) GRED – GRESS
Ex.: Agredir – Agressão
Regredir – Regressão

c) PRIM – PRESS
Ex.: Imprimir – Impressão
Oprimir – Opressão

d) TIR – SSÃO
Ex.: Discutir – Discussão
Permitir - Permissão

- USO DO “Ç” =
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana:
Ex.: açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, caçula.

b) após ditongo.
Ex.: louça, feição, traição.

c) na relação Ter – Tenção:


Ex.: abster – abstenção
reter – retenção

- USO DO “G” =
a) nas palavras terminadas em –ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:
Ex.: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio.

b) nas palavras femininas terminadas em –GEM:


Ex.: garagem, viagem, estalagem, vagem.
OBS: Pajem e lambujem são exceções à regra.

- USO DO “J” =
a) na terminação –AJE:
Ex.: ultraje, traje, laje.

b) nas formas verbais terminadas em –JAR e seus derivados:


Ex.: arranjar, arranje, viajar, viajaremos, despejar, despejaram.

c) em palavras de origem tupi:


Ex.: jiboia, pajé, jenipapo.

d) nas palavras derivadas de outras que se escrevem com J:


Ex.: ajeitar, laranjeira, canjica.
- USO DO “i” =
a) no prefixo ANTI, que indica oposição:
Ex.: antibiótico, antiaéreo

b) nos verbos terminados em –AIR, -OER, -UIR e seus derivados:


Ex.: sair – saio, sai, sais
cair – caio, cai, cais
moer – mói, móis
roer – rói, róis
possuir – possui, possuis
retribuir – retribui, retribuis

- USO DO “E” =
a) nas formas verbais terminadas em –OAR e –UAR e seus derivados:
Ex.: perdoar – perdoe, perdoes
coar – coe, coes
continuar – continue, continues
efetuar – efetue, efetues

b) no prefixo –ANTE, que expressa anterioridade:


Ex.: anteontem, antepasto, antevéspera
OBS: prefixo - É aquilo que vem antes do radical para ampliar a sua significação e formar uma
nova palavra.

- USO DO “SC” = Não há regras para o uso de SC, sua presença é inteiramente etimológica.

Formas Variantes: Algumas palavras admitem dupla grafia correta, sem alteração de
significado. São as formas variantes:

abdome ou abdômen; afeminado ou efeminado; aluguel ou aluguer; arrebitar ou rebitar;


arremedar ou remedar; assobiar ou assoviar; assoprar ou soprar; bêbado ou bêbedo; bilhão ou
bilião; bílis ou bile; biscoito ou biscouto; bravo ou brabo; cãibra ou câimbra; carnegão ou
carnicão; carroçaria ou carroceria; catinga ou caatinga; catorze ou quatorze; catucar ou
cutucar; chipanzé ou chimpanzé; cociente ou quociente; corgo ou córrego; cota ou quota;
cotidiano ou quotidiano; cotizar ou quotizar; covarde ou cobarde; déficit ou défice; degelar ou
desgelar; demonstrar ou demostrar; dependurar ou pendurar; diabete ou diabetes; dois ou
dous; emagrecer ou esmagrecer; enfarte, enfarto, infarte ou infarto; engambelar ou
engabelar; entretenimento ou entretimento; enumerar ou numerar; espuma ou escuma;
estalar ou estralar; exorcizar ou exorcismar; flauta ou frauta; flecha ou frecha; geringonça ou
gerigonça; hemorroidas ou hemorroides; impingem ou impigem; imundícia, imundície ou
imundice; lantejoula ou lentejoula; limpar ou alimpar; lisonjear ou lisonjar; louça ou loiça;
louro ou loiro; macaxeira ou macaxera; maçom ou mação; maquiagem ou maquilagem;
marimbondo ou maribondo; marino ou marinho; menosprezo e menospreço; mobiliar,
mobilhar ou mobilar; neblina ou nebrina; nenê, neném ou nenen; oiro ou ouro; parêntese ou
parêntesis; percentagem ou porcentagem; percentual ou porcentual; peroba ou perova;
pitoresco ou pinturesco; plancha ou prancha; pólen ou polem; protocolizar ou protocolar;
quadriênio ou quatriênio; radioatividade ou radiatividade; rastro ou rasto; registro ou registo;
relampear, relampejar, relampadejar, relampaguear, relampar; remoinho, redemoinho ou
rodamoinho; ridiculizar ou ridicularizar; seção ou secção; selvageria ou selvajaria;
sobressalente ou sobresselente; sutil ou subtil; taberna ou taverna; televisar ou televisionar;
terremoto ou terramoto; tesoura ou tesoira; tesouro ou tesoiro; touro ou toiro; toucinho ou
toicinho; tríade ou tríada; trilhão ou trilião; varrer ou barrer; vassoura ou bassoura; várzea,
várgea, vargem ou varge; volibol ou voleibol entre outros.

OBS: Tome cuidado com a grafia de certas palavras. Algumas que no cotidiano apresentam
problemas são: Aterrissar, Beneficência, Beneficente, Cabeleireiro, Chuchu, De repente,
Disenteria, Empecilho, Exceção, Êxito, Hesitar, Jiló, Manteigueira, Mendigo, Meritíssimo,
Misto, Mortadela, Prazerosamente, Privilégio e Salsicha.

Emprego do Hífen:

- O hífen é usado =
a) para ligar as partes de adjetivo composto: verde-claro, azul-marinho, luso-brasileiro

b) para ligar os pronomes mesoclíticos (vem no meio do verbo) ou enclíticos (vem depois do
verbo): amá-lo-ei, far-me-á, dê-me, compraram-na.

c) para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na translineação (mudança de linha): a-ba-
ca-xi, se-pa-ra-do.

- Hífen com Prefixos =


a) Prefixos ALÉM, AQUÉM, RECÉM, SEM, VICE, EX, PÓS, PRÉ, PRÓ sempre haverá hífen: além-
mar, aquém-mar, recém-casados, sem-educação, vice-rei, ex-marido, pós-operatório, pré-
história, pró-ecologia.

b) Independentemente do prefixo, ele sempre será separado por hífen de palavra iniciada por
H: anti-higiênico, anti-histórico, contra-histamínico, macro-história, mini-hotel, micro-hábitos,
micro-horários, multi-homologação, proto-história, pseudo-homem, semi-homogênio, semi-
honestidade, sobre-humano, super-homem, supra-humanitário, ultra-humano, ultra-
humilhante, etc.
OBS: Exceções: subumano ou sub-humano, coerdeiro ou co-herdeiro.

c) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o
segundo elemento: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,
autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar,
infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.

d) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por
consoante diferente de r ou s: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção,
coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus,
seminovo, ultramoderno.

e) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r
ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas,
antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema,
minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente.

f) Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma vogal: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto-
observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus, semi-
internato, semi-interno.
OBS: O prefixo CO aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O:
coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc.
O prefixo RE também se aglutina com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
E: reedição, reeducação, reelaborar, reeleger, reembolso, reexame, etc.

g) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em consoante diferente da consoante com que
se inicia o segundo elemento: hipermercado, intermunicipal, superdedicado, superproteção,
hipercaprichoso.

h) Não se usa o hífen quando o prefixo terminado em consoante é seguido de palavra iniciada
por vogal: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil,
superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante,
superotimismo.

i) Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar
pela mesma consoante: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-
racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.
OBS: Com o prefixo SUB, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por R: sub-região,
sub-raça, etc.
Com os prefixos CIRCUM e PAN, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por M, N e VOGAL:
circum-navegação, pan-americano, etc.

j) Emprega-se o hífen nos topônimos (nomes próprios) compostos iniciados pelos adjetivos
GRÃ, GRÃO (Grã-Bretanha, Grão-Pará), ou por forma verbal (Abre-Campos, Passa-Quatro,
Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes), ou cujos elementos estejam
ligados por artigo (Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios).
OBS: Os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen:
América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco. O topônimo Guiné-Bissau é,
contudo, uma exceção consagrada pelo uso.

k) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de
ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma
unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o
primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, médico-
cirúrgico, rainha-cláudia (= caranguejeira), tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto, alcaide-mor,
amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-
africano, afro-asiático, afro-Iuso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro,
primeiro-sargento, primo-infecção, segunda-feira, conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.
OBS: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de
composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista.

l) Não se emprega hífen em locuções substantivas e adjetivas que trazem elemento conectivo
como preposição ou conjunção: dia a dia, cão de guarda, olho de sogra, fim de semana, pôr do
sol, mão de obra, pé de moleque, cor de vinho, cor de mel, etc.
OBS: O hífen é empregado em vocábulos que designam espécies botânicas ou animais: dente-
de-leão, copo-de-leite, pimenta-do-reino, cravo-da-índia, andorinha-da-serra, lebre-da-
patagônia, olho-de-boi, bico-de-papagaio.
OBS2: Mesmo com a presença de elemento conectivo, o hífen foi mantido em casos já
consagrados: água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, ao deus-dará, à queima-roupa,
pé-de-meia, pé-d’água, pau-d’alho, gota-d’água, cola-de-sapateiro, pão-de-leite, arco-da-
velha.
m) Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: AÇU, GUAÇU e MIRIM: amoré-
guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

n) Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam,
formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterói,
eixo Rio-São Paulo.

o) Embora o Novo Acordo Ortográfico não tenha feito menção expressa ao uso do hífen após
as palavras NÃO e QUASE empregadas com função prefixal, a Academia Brasileira de Letras,
em uma de suas manifestações acerca do Acordo, decidiu excluir o emprego do hífen nesses
casos: não agressão, não alinhado, não conhecimento, não fumante, quase delito, quase
irmão.

r) Como prefixo, BEM exige hífen sempre: bem-arrumado, bem-afortunado, bem-aceito, bem-
sucedido, bem-humorado, bem-estar, bem-querer.
OBS: Há compostos em que bem aglutina-se com o segundo elemento: benfeito, benfazer,
benfeitor, benquerer, benquisto.

s) O prefixo MAL exige hífen antes de VOGAL, H e L: mal-acabado, mal-agradecido, mal-


humorado, mal-intencionado, mal-lavado, mal-estar, mal-entendido.
OBS: Nos demais casos, escreve-se sem hífen, com aglutinação: malcriado, malfeito,
malsucedido.

Acentuação Gráfica: A nova ortografia trouxe mudanças na acentuação de algumas palavras,


sobretudo em vocábulos paroxítonos.
OBS: A acentuação gráfica que nos importa para as provas de concurso diz respeito o emprego
do acento agudo ( ´ ) e do acento circunflexo ( ^ ). Desse modo, cabe destacar que o til (~) não
é acento. Isso implica afirmar que não são acentuadas palavras como mãe, mão, são, balão,
etc.

 Paroxítonas - são aquelas palavras cuja sílaba tônica ocorre na penúltima sílaba da
palavra.

- Regras =
a) Monossílabas Tônicas (Oxítonas Monossilábicas) - Monossílabos são vocábulos que
possuem tão somente uma sílaba. No caso de tais palavras apresentarem autonomia fonética
e semântica, são denominados tônicos, situação não qual serão acentuadas se terminarem em
A(S), E(S), O(S). Ex.: Eis exemplos: pá(s), fé(s), cós, pó(s), etc.
OBS: São considerados monossílabos tônicos as formas verbais assimiladas com pronomes
oblíquos átonos. Em outros termos, ao fazer sua análise, desconsidere a presenças dos
pronomes assimilados. Ex.: dá-lo (dá), sê-lo (sê), pô-los (pô), etc.

b) Oxítonas - Palavras que possuem duas sílabas são denominadas dissílabas, assim como as
trissílabas possuem três sílabas, e as polissílabas possuem quatro sílabas ou mais. Caso tais
vocábulos possuam como sílaba pronunciada mais fortemente (sílaba tônica) a última, são
denominadas de oxítonas. As palavras oxítonas serão acentuadas quando terminarem em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS. Ex.: cajá, pavê, jiló, vintém, parabéns, etc.
OBS: São consideradas palavras oxítonas as formas verbais assimiladas com pronomes
oblíquos átonos. Em outros termos, ao fazer sua análise, desconsidere a presenças dos
pronomes assimilados. Vejamos alguns exemplos: comprá-las (comprá), vendê-lo (vendê),
compô-los (compô), etc.
c) Paroxítonas - As palavras paroxítonas possuem a penúltima sílaba tônica. A regra de
acentuação desses vocábulos é a mais extensa, por abarcar todas as outras terminações
diferentes das terminações das oxítonas. Ex.: Desse modo, acentuam-se palavras paroxítonas
terminadas em: I(S) – táxi(s), júri(s); US – ônus, bônus, tônus; R – revólver, caráter; X – tórax,
fênix, cálix; N – hífen, abdômen, pólen; L – fóssil, réptil, projétil; UM/UNS – álbum, fórum,
álbuns; ON(S) – elétron(s), fóton(s); PS – bíceps, tríceps, fórceps; ÃO/Ã – órgão, órfão, órfã;
DITONGO – jóquei, tênue, ciência.
OBS: Tome cuidado com as palavras caráter, júnior e sênior, que no singular têm acentuação
justificada pela regra das palavras paroxítonas. No plural, porém, tais vocábulos têm a sílaba
tônica deslocada e deixam de ser acentuadas. Senão, vejamos (observe que a sílaba tônica se
apresenta sublinhada): caracteres, juniores e seniores.
OBS2: Os vocábulos hífen, abdômen e pólen possuem duas formas de pluralização. Fique
atento a isso, pois, a depender da forma adotada, a acentuação pode ou não ser empregada.
Ex.: hífen >> hifens ou hífenes
pólen >> polens ou pólenes
abdômen >> abdomens ou abdômenes.
OBS3: Fique atento às variantes oxítonas de réptil e projétil, pois as formas de pluralização e
acentuação são diversas. Ex.: Réptil >> Répteis
Reptil >> Reptis
Projétil >> Projéteis
Projetil >> Projetis.

d) Proparoxítonas - As palavras proparoxítonas são aquelas cuja sílaba tônica é a


antepenúltima. Na Língua Portuguesa, todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. Ex.:
Médico, lâmpada, gênero, hétero, etc.
OBS: Fique atento para as palavras espécimen, júpiter e lúcifer, pois elas apresentam plural
com deslocamento de sílaba tônica, fato que interfere na acentuação gráfica.
Espécimen >> Espécimens ou Espécimenes
Júpiter>> Júpiteres
Lúcifer>> Lucíferes.
OBS2: Paroxítonas terminadas em ditongos crescentes ensejam, no entender de alguns
gramáticos, a possibilidade de autonomia silábica para o último fonema vocálico. Isso
implicaria a duplicidade de separação silábica e, consequentemente, a dupla classificação
quanto à tonicidade entre os vocábulos paroxítonos e proparoxítonos. Ex.:
História>> His-tó-ria ou His-tó-ri-a
Gênio>> Gê-nio ou Gê-ni-o
Série>> Sé-rie ou Sé-ri-e
Água>> Á-gua ou Á-gu-a
Contínuo>> Con-tí-nuo ou con-tí-nu-o.
OBS3: Nessa situação, tais palavras paroxítonas podem ser também denominadas
proparoxítonas aparentes, acidentais, eventuais ou relativas. Em outras palavras, a acentuação
de vocábulos como esses pode ser justificada com base em duas regras diferentes. Por outro
lado, de maneira geral, as bancas examinadoras não identificam essa situação das
proparoxítonas aparentes, acidentais, eventuais ou relativas com a das proparoxítonas fixas ou
reais. Isso normalmente faz as bancas considerarem, por exemplo, que a palavra médico
(proparoxítona fixa) é acentuada com base em uma regra diferente de história (proparoxítona
acidental).
- Regras mudadas = Há duas importantes regras que não são vinculadas à sílaba tônica do
vocábulo, e sim à necessidade de pronúncia correta da palavra. São elas:
a) Vogal Tônica do Hiato - Acentua-se o i ou u tônicos do hiato quando tais vogais se
encontram sozinhas ou acompanhadas de s na sílaba. Ex.: baú, saída, distribuídas, saúde, Piauí,
Luís, Taís, país.
Acrescente-se que não haverá acentuação se as citadas vogais vieram seguidas de nh ou
acompanhadas de outra letra diferente de s. Ex.: rainha, bainha, ventoinha, tainha juiz (ju-iz),
ruim (ru-im).
OBS: A nova ortografia determinou a dispensa da acentuação em hiatos antecedidos de
ditongos em palavras paroxítonas. Trata-se de ocorrência presente em pouquíssimas palavras
da língua portuguesa, a exemplo de feiura (fei-u-ra) e cauila (cau-i-la).

COMO ERA COMO FICA


Feiúra Feiura
Cauíla Cauila
Baiúca Baiuca
Bocaiúva Bocaiuva
Boiúna Boiuna
OBS2: Convém destacar novamente que tal alteração destina-se a palavras paroxítonas. Se a
palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento
permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

b) Ditongos Abertos - Os ditongos EI, OI e EU podem apresentar pronúncia fechada ou aberta.


Vejam-se estes exemplos: rei, boi, meu. Perceba agora a diferença com relação a estes
exemplos: méis, mói, réu. Convém observar que, em tais situações, deve-se empregar o acento
agudo para assegurar a pronúncia aberta de tais ditongos, como se vê nos exemplos seguintes.
Ex.: anéis, herói, corrói, céu, chapéu.
OBS: A nova ortografia determinou a dispensa da acentuação em tais ditongos com pronúncia
aberta em palavras paroxítonas. Ex.:

COMO ERA COMO FICA


Apóia (Verbo Apoiar) Apoia
Apóio (Verbo Apoiar) Apoio
Bóia Boia
Coréia Coreia
Estréia Estreia
Estréio (Verbo Estrear) Estreio
Geléia Geleia
Heróico Heroico
Idéia Ideia
Jóia Joia
Platéia Plateia
OBS2: Convém destacar novamente que tal alteração destina-se a palavras paroxítonas. Assim,
continuam acentuadas as palavras oxítonas e monossílabos tônicos terminados em éis, éu,
éus, ói, óis. papéis, troféu, troféus, herói, heróis.

c) Acentos Diferenciais - Consoante o nome sugere, os acentos diferenciais são utilizados para
diferenciar vocábulos, a exemplo de por (preposição) e pôr (verbo). O Novo Acordo
Ortográfico determinou que não mais se deve usar o acento que diferenciava pares como
pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Ex.:
COMO ERA COMO FICA
Chuva pára o trânsito no centro Chuva para o trânsito no centro
Ele era o pólo passivo na relação Ele era o polo passivo na relação
Nem todos entendem o jogo de pólo Nem todos entendem o jogo de polo
Por que você não péla esses pêlos? Por que você não pela esses pelos?
Nunca gostei de pêra Nunca gostei de pera
OBS: Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo
poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente
do indicativo, na 3.ª pessoa do singular. Ex.: Na semana passada, ela não pôde conversar com
o chefe, mas nesta ela pode.
OBS2: Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo, e por é preposição. Ex.: Por
mim, você já pode pôr as barbas de molho. Vai sobrar para você!
OBS3: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as formas verbais demos
(pretérito perfeito do indicativo) e dêmos (presente do subjuntivo). Ex.: Já demos o prazo
necessário para a resolução do problema. Ainda assim, talvez dêmos outra chance para quem
não se manifestou tempestivamente.

- Outros Casos =
a) Palavras Terminadas em EEM e OO(S) - Não se usa mais o acento das palavras terminadas
em eem e oo(s). Ex.:

COMO ERA COMO FICA


Crêem (Verbo Crer) Creem
Dêem (Verbo Dar) Deem
Lêem (Verbo Ler) Leem
Vêem (Verbo Ver) Veem
Dôo (Verbo Doar) Doo
Enjôo Enjoo
Magôo (Verbo Magoar) Magoo
Perdôo (Verbo Perdoar) Perdoo
Povôo (Verbo Povoar) Povoo
Vôos Voos
Zôo Zoo
OBS: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim
como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir, etc.). Ex.:
Ele não tem chance contra nós./Eles não têm chance contra nós.
A mercadoria vem de avião./As mercadorias vêm de avião.
A garrafa mantém o café quente./As garrafas mantêm o café e o chá quentes.
Ele provém da Europa./Eles provêm da Europa.
O chefe detém a palavra final./Os chefes detêm a palavra final.
Tal medida convém a todos./Tais medidas convêm a todos.

b) Eliminação do Acento Agudo do u Tônico dos Grupos GUE e GUI - Semelhantemente ao que
ocorreu com o trema, que foi dispensado dos grupos QUE, QUI, GUE e GUI cujo u fosse
pronunciado de modo átono, o Novo Acordo Ortográfico dispensou o uso do acento agudo no
u tônico dos grupos GUE e GUI. Tal acentuação ocorria no presente do indicativo dos verbos
arguir e redarguir. Ex.:

COMO ERA COMO FICA


Eu arguo Eu arguo
Tu argúis Tu arguis
Ele argúi Ele argui
Nós argüimos Nós arguimos
Vós argüis Vós arguis
Eles argúem Eles arguem

c) Verbos Terminados em GUAR, QUAR e QUI - Há uma variação na pronúncia dos verbos
terminados em GUAR, QUAR e QUIR, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar,
obliquar, delinquir, etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do
presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Se forem
pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. No Brasil, a pronúncia
mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Ex.:
>> verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
>> verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Nos exemplos, a
vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras.
>> verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
>> verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
OBS: Além dos termos já citados, fique atento à pronúncia oscilante de algumas outras
palavras, pois isso determinará a presença ou não de acentuação gráfica no vocábulo. Vejamos
alguns exemplos a seguir:
Acróbata ou Acrobata
Alópata ou Alopata
Ambrósia ou Ambrosia (a primeira é uma planta, a segunda é o doce)
Anidrido ou Anídrido
Autopsia ou Autópsia
Biopsia ou Biópsia
Boêmia ou Boemia
Clitóris ou Clitoris
Elétrodo ou Eletrodo
Hieróglifo ou Hieróglifo
Homília ou Homilia
Madagáscar ou Madagascar
Necrópsia ou Necropsia
Ortoepia ou Ortoépia (= estudo da correta pronúncia das palavras)
Oceânia ou Oceania
Sóror ou Soror (= forma de tratamento usada para freiras)
Transístor ou Transistor (= componente eletrônico)
Xerox ou Xérox
Zângão ou Zangão
Zênite ou Zênite (= ponto ou grau mais elevado)
OBS2: Eventualmente as bancas examinadoras empregam, em suas questões, palavras que
podem ser acentuadas ou não a depender do significado contextual que elas assumem. Eis
alguns exemplos a seguir.
Amém (= sim, resposta litúrgica) >> Amem (= flexão do verbo amar)
Análise (= nome da ação) >> Analise (= flexão do verbo analisar)
Até (= preposição)>> Ate (= flexão do verbo atar)
Babá (= cuidadora)>> Baba (= flexão do verbo babar)
Contribuí (= verbo no pretérito) >> Contribui (= verbo no presente)
Doído (= que dói)>> Doido (= louco)
Fábrica (= prédio/instalação) >> Fabrica (= flexão do verbo fabricar)
Fluído (= particípio de fluir) >> Fluido (= líquido)
Fotógrafo (= atividade) >> Fotografo (= flexão de fotografar)
História (= narração)>> Historia (= flexão do verbo historiar)
Início (= começo)>> Inicio (= flexão do verbo iniciar)
Mágoa (= ressentimento) >> Magoa (= flexão do verbo magoar)
Médico (= atividade)>> Medico (= flexão do verbo medicar)
Música (= composição) >> Musica (= flexão do verbo musicar)
Negócio (= atividade)>> Negocio (= flexão do verbo negociar)
Número (= quantidade) >> Numero (= flexão do verbo numerar)
Público (= que é exposto) >> Publico (= flexão do verbo publicar)
Sábia/Sabiá (= inteligente/ave) >> Sabia (= flexão do verbo saber)
Secretária (= atividade) >> Secretaria (= flexão de secretariar)

Uso do PORQUÊ

- PORQUE – Resposta

- POR QUE – Pergunta

- PORQUÊ – Motivo

- POR QUÊ – Fim de frase.


Mecanismos de produção de sentidos nos textos: polissemia, ironia, comparação,
ambiguidade, citação, inferência, pressuposto.
POLISSEMIA: Quando a mesma palavra apresenta vários significados.

Ex.: O rapaz é um tremendo gato.

O gato do vizinho é peralta.

Precisei fazer um gato para que a energia voltasse.

IRONIA: consiste em utilizar uma palavra ou expressão, atribuindo-lhe diferente sentido ou


significado de acordo com o contexto, e assim gerando o efeito de humor. Na construção de
um texto, ela pode aparecer em três modos:

- Ironia Verbal – Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado,
normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.

Ex.: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

- Ironia de Situação – A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado
é contrário ao que se espera ou que se planeja.

Ex.: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não
saem como o esperado. No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas
maneiras alcançar a notoriedade sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna
conhecida. Há uma ironia de situação: planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou
famoso após a morte.

- Ironia Dramática (ou Satírica) – A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos
textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem
sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.

Ex.: Em livros com narrador onisciente, ou seja, que sabe tudo o que se passa na história com
todas as personagens, é mais fácil aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta,
por exemplo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em
decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir
seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem sucedidos. Isso é uma ironia
dramática.

COMPARAÇÃO: É determinada por meio da relação de similaridade, ou seja, pela comparação


de dois termos ou ideias num enunciado. Geralmente, é acompanhada de elementos
comparativos (conectivos): com, como, tal qual, tal como, assim, tão, quanto, parece, etc. É
muito comum o emprego da comparação na linguagem informal (coloquial) e nos textos
artísticos, por exemplo, na música, na literatura e no teatro.

Ex.: Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja.

AMBIGUIDADE: Ocorre quando um mesmo vocábulo ou expressão pode ser interpretado de


mais de uma maneira.

Ex.: - O senhor é o paciente?

- Costume ser...
- Mas foram duas horas esperando, no calor e sem gibi. A minha Paciência se foi faz tempo!

Pode significar uma pessoa que será atendida pelo médico ou uma pessoa que tem paciência.

CITAÇÃO: Trata-se da referência a uma passagem do discurso de outro autor no meio de um


texto. Apresenta-se entre aspas e acompanhada da identidade do criador. A citação é a
transcrição de um trecho completo, de maneira original da obra que está sendo consultada, ou
seja, trazer para o seu texto o enunciado em íntegra usado pelo autor, respeitando a
referência com pontuação adequada, fazendo o uso das aspas para delimitar o pensamento do
autor referido, e claro citar seu nome, resguardando o autoral. A citação é um recurso direto e
seguro para conciliar nossas ideias a outras que já estão prontas e consagradas pela ciência e
pela arte.

INFERÊNCIA: é uma dedução feita com base em informações ou um raciocínio que usa dados
disponíveis para se chegar a uma conclusão. Inferir é deduzir um resultado, por lógica, com
base na interpretação de outras informações. Inferir também pode significar chegar a uma
conclusão a partir de outras percepções ou da análise de um ou mais argumentos.

Ex.: Se eu tiver dinheiro, irei viajar. Se eu for viajar, ficarei feliz. Portanto, se eu tiver dinheiro,
ficarei feliz.

O silogismo é um modelo de raciocínio baseado na ideia da dedução a partir de duas


premissas, ou seja, é um tipo de inferência. A palavra inferência tem origem do
latim inferentia. A inferência causal acontece ao se estabelecer uma relação de causalidade
(causa e efeito) entre fatos, a partir da observação de acontecimentos.

Ex.: Está chovendo. Depois da chuva vem o sol. Então, o sol deve aparecer logo.

- Regras de Inferência – As regras de inferência são métodos usados para fazer uma dedução e
chegar a uma conclusão, a partir de uma ou mais premissas conhecidas. São usados os
argumentos básicos (premissas) para se chegar a um valor (conclusão).

Ex.: Todo cachorro é bonito. Marley é um cachorro. Logo, Marley é bonito.

Nesse caso todo cachorro é bonito e Marley é um cachorro são as premissas e logo, Marley é
bonito é a conclusão.

PRESSUPOSTO: Os pressupostos são informações implícitas adicionais, facilmente


compreendidas devido a palavras ou expressões presentes na frase que permitem ao leitor
compreender essa informação implícita. O enunciado depende dessa pressuposição para que
faça sentido. Assim, o pressuposto é verdadeiro e irrefutável.

Ex.:

- Decidi deixar de comer carne.


Pressuposto: A pessoa comia carne antes.

- Finalmente acabei minha monografia.


Pressuposto: Demorou algum tempo para terminar a monografia.

- Alunos que estudam de manhã costumam ter melhor rendimento.


Pressuposto: Há alunos que não estudam de manhã.
- Desde que ela mudou de casa, nunca mais a vi.
Pressuposto: Costumava vê-la antes dela mudar de casa.
Mecanismos de coesão e coerência.
Coesão e coerência textual são dois elementos que fazem com que um texto cumpra sua
função comunicacional. E isso serve para todos os tipos de produção textual, seja uma
dissertação, um e-mail, uma poesia ou uma carta. Apesar de trabalharem juntas, elas não são a
mesma coisa.

COESÃO - De modo simples, a coesão é o uso de estruturas gramaticais que garantem a


linearidade do texto, facilitam a leitura e constroem um sentido interno ao texto. Sem o
domínio dos elementos de coesão, o texto não estará harmônico para ser bem compreendido
pelo leitor.

 Elementos de Referência

1. Elementos Endofóricos = Estes são os elementos responsáveis pela ligação entre tudo que
está dentro do texto. Eles são divididos em:

Anafóricos (Anáfora) – Quando se referem a um termo já citado.

Ex.: Rex e Lulu são animais de estimação. Eles foram adotados por Júlia e agora ambos vivem
no apartamento dela.
Explicação: O pronome “eles” se refere à Rex e Lulu, é um elemento anafórico, porque o nome
dos dois já havia sido mencionado, da mesma forma que o pronome “ambos”.

Catafórico (Catáfora) – Quando se referem a um termo posterior.

Ex.: Ela encantava a todos com seus movimentos precisos e delicados, a dançarina mascarada.
Explicação: O pronome “ela” aparece antes da informação de quem faz movimentos precisos e
delicados, ou seja, a dançarina mascarada. Por isso, tem uma função catafórica.

2. Elementos Exofóricos = Estes elementos são aqueles que apontam para fora do texto, que
precisam ser contextualizados — a apenas por meio do contexto é possível aferir de quem ou
do que se fala. Para esta função, são bastante utilizados os pronomes demonstrativos.

Ex.: Naquela parede nós colocaremos um quadro.


Esta blusa é mais bonita que aquela.

 Recursos da Coesão

Alguns recursos essenciais que promovem a harmonia dos elementos do texto são:

- Ordenação correta das palavras nos períodos;


- Utilização correta das flexões nominais, como a flexão de gênero e número;
- Uso adequado das flexões verbais, como a flexão de: número, pessoa, modo e tempo;
- Uso correto das preposições e conjunções.

De modo geral, toda palavra que tem função de conectivo pode ser considerada como um
elemento de coesão que compõem esses recursos essenciais alguns deles são: conjunções que
são responsáveis por organizar ideias opostas ou complementares; pronomes que retomam
partes anteriores ou que serão mencionadas a seguir e advérbios.

Ex.: Maria saiu de casa para ir ao supermercado, mas (conjunção) estava chovendo, então
(conjunção conclusiva) retornou ao seu (pronome) quarto para (locução prepositiva de
finalidade) pegar o guarda-chuva, o qual (pronome relativo) estava na gaveta.
Percebeu a variedade de conectivos que um período pode ter? Elas são responsáveis por
estabelecer as inter-relações entre os termos, frases, orações e parágrafos. Ampliar seu
vocabulário e memorizar os principais conectivos evita a repetição de alguns elementos, o que
tornaria seu texto repetitivo. Veja os principais conectivos, também chamados de palavras de
transição.

Prioridade, relevância – em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio,
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo,
a priori, a posteriori

Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade) – então, enfim,


logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes,
pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora,
atualmente, hoje, frequentemente, constantemente, às vezes, eventualmente, por vezes,
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse
ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que,
sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem
bem

Semelhança, comparação, conformidade – igualmente, da mesma forma, assim também, do


mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira
idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de
vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como

Condição, hipótese – se, caso, eventualmente, desde que, ainda que

Adição, continuação – além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima,
por outro lado, também, e, nem, não só... mas também, não só... como também, não apenas...
como também, não só... bem como, com, ou (quando não for excludente)

Dúvida – talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se
é que

Certeza, ênfase – de certo, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente,


sem dúvida, inegavelmente, com certeza

Surpresa, imprevisto – inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de


repente, imprevistamente, surpreendentemente

Ilustração, esclarecimento – por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer
dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás

Propósito, intenção, finalidade – com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade
de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, como

Lugar, proximidade, distância – perto de, próximo a/de, junto a/de, dentro, fora, mais
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a

Resumo, recapitulação, conclusão – em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo,


portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), destarte,
assim sendo

Causa e consequência. Explicação – por consequência, por conseguinte, como resultado, por
isso, por causa de, na medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)
... que, porque, porquanto, já que, uma vez que, visto que, como (=porque), logo, que
(=porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo)

Contraste, oposição, restrição, ressalva – pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto,
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto
Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem
que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que

Ideias alternativas – Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora, seja... seja, já... já, nem... nem

Proporcionalidade – à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto
menos

 Mecanismos de Coesão Textual

1. Coesão por Referência

Este tipo de coesão textual é usado para evitar a repetição dos termos dentro do que está
sendo escrito. Dessa forma, ela “faz referência”, ou seja, aponta para outros elementos que já
foram citados no texto e para acrescentar novas informações sobre algo que já foi
mencionado.

Ex.: Leonardo da Vinci e Michelangelo são artistas. Eles são uns dos nomes mais famosos da
história da arte.

A coesão por referência pode ser elaborada por meio de três modos básicos:

 Pessoal: Júlia e Alice eram amigas desde a infância. Mas elas não sabiam que isso
estava prestes a mudar. O pronome "elas" faz referência aos termos anteriores "Júlia"
e "Alice". (referência pessoal anafórica);
 Demonstrativa: A dor é parte da vida, esse é um fato que não se pode escapar. A
palavra "esse" faz referência à informação dada anteriormente. (referência
demonstrativa anafórica);
 Comparativa: O resultado de 2+2 é o mesmo que 1+3. O conectivo "mesmo" faz
referência a uma equivalência ou igualdade em uma comparação entre os termos
"2+2" e "1+3". (referência comparativa endofórica).

2. Coesão por Substituição

A coesão substituição é realizada quando usamos um termo no lugar de outro que tenha o
mesmo valor que facilita a construção da coesão e impede a repetição dos termos ao longo do
texto. Pode ser feito por meio da relação entre nomes, como mostramos no item anterior,
como referência pessoal anafórica, mas também pode ser:

 Verbal: Lorraine estudou para o vestibular. Jonas fez o mesmo. A ação de “estudar” é
realizada por ambas as pessoas, contudo, na segunda oração, o verbo “fazer” é
utilizado como substituto do verbo “estudar”;
 Frasal: Eduardo tem duas irmãs. Marcos também. O termo "também" substitui "tem
duas irmãs”.

3. Coesão por Eclipse

Esse tipo de coesão se trata de figura sintática que é usada com o propósito de evitar a
repetição de um termo (anafórico). Diferentemente da substituição, o termo da elipse é
suprimido sem que o sentido da frase ou período se perca. A elipse pode ser pessoal, verbal ou
frasal.

 Pessoal: Gabriel perdeu as chaves da casa e ficou preocupado. Gabriel perdeu as


chaves de casa e (ele) ficou preocupado. Foi feita a elipse do pronome pessoal "ele";
 Verbal: Adriana foi para Miami e depois para Nova York. Adriana foi para Miami e
depois (foi) para Nova York. Ocorreu a elipse do verbo "ir";
 Frasal: Na Páscoa a demanda por chocolates é grande e no Dia dos Namorados
também. Na Páscoa a demanda por chocolates é grande e no Dia dos Namorados (a
demanda por chocolates é grande) também. Pode-se observar a elipse da frase " a
demanda por chocolates é grande ".

4. Coesão por Conjunção

No caso das conjunções sua função é conectar e estabelecer relações entre orações ou
palavras, mantendo a conexão entre as partes do texto e, portanto, é um elemento de coesão.
Dos vários tipos de conjunções existentes, podemos dividi-los em dois grupos:

 Conjunções coordenativas: aditivas, adversativas, causais, temporais e continuativas.


Exemplos:
Mariana é uma pessoa forte e honesta. (aditiva);
Tudo vale a pena, se a alma não é pequena – Fernando Pessoa. (adversativa);
 Conjunções subordinativas: integrantes, causais, comparativas, concessivas,
condicionais, conformativas, consecutiva, temporais, finais e proporcionais.
Exemplos:
Se você não for, eu não vou. (condicional);
Tão logo cheguei em casa, começou a chover. (temporal)

5. Coesão Lexical

Por fim, a coesão lexical que se trata da repetição (reiteração) ou substituição de um termo
por outro que tenha sentido semelhante. Para ter este efeito são usados estes recursos:

Reiteração: consiste na repetição do mesmo vocábulo ou na substituição por outro de mesmo


valor semântico.
Exemplo: Imaginar que o racismo no Brasil não existe é não querer aceitar a realidade dos
fatos. Trata-se, na verdade, do pior tipo de racismo, além de perverso, pois não se manifesta
muito abertamente.

Substituição lexical: consiste na substituição de uma unidade lexical por outra que, com ela,
mantém a mesma ideia de sentido. Pode ocorrer por meio de:

Pronomes: O Papa Francisco foi nomeado em 2013. Vossa Santidade se tornou muito popular
por meio das redes sociais. (O pronome de tratamento substitui o nome do líder da Igreja
Católica);

Sinônimos: se trata da substituição de um vocábulo por outro de mesmo sentido


Exemplo: Houve época, nas tradições hebraicas, em que se associava a figura do juiz à do
criador do universo, quando o magistrado obrava, fosse por uma hora, com inteireza sua
sentença. (magistrado sinônimo de juiz);

Quase Sinônimo: é realizado por meio da substituição de um vocábulo por outro que, embora
não possua o mesmo sentido, de acordo com o contexto retoma o vocábulo anterior.
Exemplo: Os jornalistas protestaram após a decisão do STF quanto à não necessidade de
diploma para o exercício da profissão. Segundo o sindicado da categoria, essa decisão é
afronta à prática de um jornalismo profissional e eficiente. (Categoria substitui jornalista, que
nesse contexto tem um valor de sinônimo);

Hiperônimo e Hipônimo: trata-se da relação que existe entre um vocábulo de sentido genérico
(hiperônimo) e outro de sentido específico (hipônimo).
Exemplo: De todos os répteis, o mais violento é, sem dúvidas, o jacaré. (A palavra jacaré é
hipônima de répteis e répteis é o hiperônimo de jacaré).

COERÊNCIA - O objetivo da coerência é preservar o sentido (nexo) do texto e assegurar que


a intenção do escritor possa ser recebida e compreendida pelo leitor. Ou seja, a coerência diz
respeito à visão total do texto, ao contrário da coesão que trata da estrutura interna dos
elementos que compõem o texto. Para que esse objetivo seja alcançado, o escritor precisa
garantir que estejam presentes no seu texto critérios (lógicos) que vão dar sentido a ele em
relação ao mundo (externo ao texto). O sentido de um texto e a coerência estão relacionados
aos conhecimentos prévios (anteriores a leitura) que eles ativam.

 Princípios da Coerência Textual

Neste momento vamos apresentar os principais conceitos da coerência textual e como eles
podem ser empregados nas frases.

1. Princípio da não contradição: O texto não deve possuir contradições de ideias internas
entre diferentes partes dele.
Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose.
Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose.
Justificativa: A segunda frase apresenta erro de incoerência (não faz sentido), porque
quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca.
2. Princípio da não tautologia: Mesmo que sejam usadas palavras diferentes, o texto e as
ideias dentro dele não devem se repetir. A repetição pode comprometer a
compreensão da mensagem do texto e causar redundância (tautologia).
Coerência correta: Visitei a Torre Eiffel há um ano.
Erro de coerência: Visitei a Torre Eiffel há um ano atrás.
Justificativa: o uso do verbo haver na sua forma "há" já indica que esta é uma ação
que ocorreu no passado. Então ao colocar a palavra "atrás", que também indica que a
ação ocorreu no passado, não acrescenta nenhum valor e apenas faz com que ela se
torne repetitiva.
3. Princípio da relevância: a organização do texto deve seguir uma sequência lógica de
eventos relacionados entre si, as ideias não devem ser fragmentadas e necessárias ao
sentido da mensagem. Caso a ordem das ideias esteja incorreta, mesmo que
isoladamente elas apresentem sentido, o entendimento do texto como um todo é
comprometido.
Coerência correta: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar
seu casaco marrom para ir ao trabalho.
Erro de coerência: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar
uma roupa de praia para ir ao trabalho.
Justificativa: Note que, embora as frases façam sentido isoladamente, a ordem de
apresentação da informação torna a mensagem confusa. Uma vez que está nevando
muito, usar uma roupa de praia na rua é um risco para a saúde do nosso personagem.
4. Continuidade temática: Esse conceito é importante para assegurar que o texto
mantenha a sequência dentro de um mesmo assunto. Quando este conceito não é
respeitado, a pessoa que lê a mensagem fica com a sensação de que o assunto foi
mudado repentinamente.
Coerência correta: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de
plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Ainda pretendo investir no cultivo de
hortaliças.
Erro de coerência: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de
plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Mas ainda pretendo investir na bolsa de
valores.
Justificativa: Repare que no segundo exemplo, o narrador acaba fazendo uma
mudança súbita de assunto, apesar do uso adequado do sentido de investir, o tema a
que ele se refere nada tem a ver com o que estava sendo dito anteriormente.
5. Progressão semântica: o cumprimento desse conceito garante a inserção de novas
informações no texto, dando seguimento no assunto e finalizando a proposta
comunicativa. Quando isso é aplicado, a leitura pode se tornar longa e arrastada e que
nunca alcança seu objetivo final.
Coerência correta: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um
pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como
passadas se aproximando delas, de repente foram surpreendidos por um animal
selvagem.
Erro de coerência: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um
pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como
passadas se aproximando deles, a cada nova respiração, o barulho se aproximava mais
um pouco e mais um pouco. Aumentando o suspense no ar, os corações acelerados, o
corpo tenso...
Justificativa: Apesar das frases fazerem sentido e respeitarem uma sequência
narrativa lógica, a segunda prolonga demais os detalhes da cena que acabam por
atrapalhar o leitor a acompanhar a história e o desfecho é embromado.

 Recomendações: Como Criar Coerência Textual?

Antes de fazer um texto, procure estruturar previamente a ideia principal e as ideias


secundárias nas quais o conteúdo estará baseado. Durante o processo de produção, escreva
de forma simples, objetiva e concisa, definindo uma linha de raciocínio e pensamento lógico,
cruzando ideias e fatos de forma harmônica.

Além disso, distribua as informações importantes do texto sem deixar de enfatizá-las, exponha
informações suficientes sobre o assunto e prove que tem domínio do assunto que está sendo
apresentado.

O que deve ser evitado na coerência textual é o uso de palavras desnecessárias e repetitivas,
ideias redundantes e contraditórias, informações e fatos isolados que não encadeiam com as
ideias apresentadas anterior e posteriormente.

Também é recomendado que se evite o uso de frases muitos longas ou frases prontas, como
clichês, jargões e estrangeirismos. Em suma, tenha cuidado para não utilizar recursos que
desfavoreçam ou enfraqueçam seu discurso.
 Fatores de Coerência

Alguns fatores que contribuem para a coerência de um texto, considerando sua amplitude:

1. CONHECIMENTO DE MUNDO

Conjunto de saberes que adquirimos e acumulamos ao longo da nossa experiência de vida.


Eles são chamados de frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina
alimentar: café da manhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal como
estabelecer metas), scripts (roteiros, tal como se portar numa entrevista de emprego).

Ex.: Peru, Panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes. Tudo a postos para a Festa Junina!

Uma questão cultural nos leva a deduzir que a frase acima é incoerente. Visto que “peru,
panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem às outras
celebrações nacionais e não à festa junina.

2. INFERÊNCIAS

Por meio das inferências, que também podemos chamar de deduções, as informações que
estão sendo apresentadas no texto podem ser simplificadas. Caso partamos do pressuposto de
que os leitores ou interlocutores do texto ou mensagem partilham do mesmo conhecimento.

Ex.: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles veganos. (Ou seja, em princípio, esses
convidados não comem produtos de origem animal).

3. FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO

Existem fatores e informações que inserem e situam o interlocutor (leitor) na mensagem,


assegurando o entendimento do texto, como os títulos de uma notícia ou a data de uma
mensagem ou fato histórico.

Exemplo: O uso das ombreiras era uma moda muito comum na década de 80.

4. INFORMATIVIDADE

Este elemento, especialmente, garante que o seu texto tenha mais credibilidade e seja mais
interessante. Mas cuidado! O uso de uma informação isolada e reforçá-la sem um contexto ou
desenvolvimento pode desvalorizar o texto.

Exemplo: Marrocos foi colonizada pela França.

DIFERENTE ENTRE COESÃO E COERÊNCIA

A coesão é responsável pelas estruturas que organizam a superfície dos textos e que levam à
construção da coerência, do sentido do que está sendo escrito. Ao mesmo tempo a coerência,
que é o conteúdo e a intenção do texto, precisa estar explícita de uma forma coesa.

Podemos concluir que coesão e coerência são complementares e estão relacionadas às regras
essenciais para a produção de bons textos, apesar de suas diferenças e especificidades. E vale
lembrar, que apesar de um texto ser coeso ele pode ser incoerente ao mesmo tempo.

Com o propósito de delimitar os domínios de cada um desses elementos textuais, vamos


assinalar algumas diferenças elementares entre eles.
O ponto fundamental da coesão textual está ligado às regras gramaticais, em outras palavras,
tem a ver com a articulação interna dos termos. Já a coerência textual, do contrário, se ocupa
da articulação externa e mais profundada do texto, que é o seu conteúdo.

Quando tratamos de coesão estamos nos referindo à estrutura e como um texto é organizado.
Para atingir este objetivo, todas as partes que o constituem precisar estar ligadas entre si por
meio de elementos conectivos. Ao passo que a coerência está relacionada à articulação lógica
de ideias e ao sentido interno e externo a mensagem construída.

E todos os elementos que constroem a coesão visam assegurar a conexão entre frases, orações
e parágrafos do texto. De forma alguma um texto coeso pode ser composto por uma
sequência de frases isoladas umas das outras.

Pelo contrário, os elementos anafóricos (remetem ao que já foi dito) e catafóricos (remetem
ao que será dito) precisam ser bem articulados fazendo com que o texto seja fluido e
compreensível em seu todo.

Finalmente, a coerência é o elemento responsável pelo sentido (conteúdo e significado) do


texto. Dado que toda mensagem é um ato de comunicação, seja uma dissertação, um e-mail,
um poema, é indispensável que ele tenha sentido para quem envia a mensagem (emissor –
quem escreve/ cria) e para quem a recebe (receptor – quem lê e ouve).

Que chamamos de nexo, a conexão entre fatos e ideias que compõem a mensagem, essenciais
para garantir a coerência textual.
Sequências textuais: descritiva, narrativa, argumentativa, injuntiva, dialogal.

SEQUÊNCIA NARRATIVA - O texto narrativo é aquele que se propõe a relatar acontecimentos


e situações, verídicos ou fictícios. Para apresentar a história, o tipo utiliza personagens de
determinado tempo e espaço, que são os “atores” dos fatos. Muitos gêneros utilizam a
tipologia narrativa para diferentes propósitos, sendo assim, os textos apresentam diferentes
formas de mobilizar os elementos da narrativa. A sequência narrativa é construída
basicamente de verbos que expressam ação e encadeiam causas e consequências, revelando a
interação de elementos (personagens, por exemplo) para a realização de fatos.

Características e Estrutura

Os textos narrativos caracterizam-se por seu aspecto factual e performático, pois relatam
acontecimentos por meio da utilização de personagens, que, no texto, “encenam” as
experiências vividas ou imaginadas.

Assim, são presentes, nos textos de caráter narrativo, personagens principais e secundários, e
espaço(s) e tempo(s). O espaço pode referir-se a espaços físicos (como um país, estado,
cidade) ou sociais (como as elites, as classes populares, os intelectuais etc.).

O tempo pode referir-se à contagem cronológica ou a um tempo psicológico. O tempo


psicológico não é contado por horas, dias ou anos, e sim pelo conteúdo subjetivo e mental que
as personagens expressam, por isso ele pode se deslocar por diferentes tempos cronológicos
por meio da memória, por exemplo.

Ainda há um elemento importante, principalmente para os textos com predominância do tipo


narrativo: o narrador. O narrador é o ponto de vista pelo qual a história é contada, por isso
não é o mesmo que o autor. Primordialmente, o narrador se divide em:

1ª pessoa: quem narra é quem vive os fatos;

3ª pessoa: quem narra assiste de fora os fatos.

Dentro desses dois grupos, há muitas possibilidades de explorar essa ferramenta e criar
diferentes efeitos.

Exemplos: Notícia, Biografia, Autobiografia, Conto, Romance, Filme, Teatro, Novela, Parábola,
Mito, Lenda, Anedota, Piada e Fofoca.

SEQUÊNCIA DESCRITIVA - O tipo textual descritivo é aquele que se caracteriza por expor
as características ou propriedades de algum objeto, seja ele material (como uma paisagem,
um produto físico etc.), seja imaterial (uma sensação, um serviço, um produto digital etc.). O
propósito da descrição consiste em fornecer uma apresentação consistente com o objetivo do
apresentador, de modo que o leitor ou ouvinte possa ter uma visualização mental do objeto
apresentado. Nesse período, percebemos a presença de verbos de ação (pegava, chorava,
brincavam) em uso com os demais elementos de uma narrativa (personagens, tempo, espaço),
porém, cada elemento permanece em seu lugar, não apresentando uma interação que gere
consequências; o que temos é um panorama de uma situação, lembrando até mesmo uma
pintura impressionista.

Características e Estrutura
O texto descritivo se caracteriza por uma forte presença de verbos de ligação e adjetivos ou
outros qualificadores, que servem ao intuito de construir-se uma imagem mental do objeto
apresentado. É muito comum a esse tipo textual uma forte presença da descrição visual, desse
modo, a observação criteriosa do objeto faz-se uma ação fundamental.

Exemplos: Listas de Compras, Anúncios de Classificados, Currículos e Resenha.

SEQUÊNCIA ARGUMENTATIVA - Para um texto ser caracterizado como argumentativo, é


necessário a predominância da disposição lógica de indícios, suposições, deduções e opiniões
que busquem respaldar uma verdade potencial. Portanto, necessário um conjunto
de sequências argumentativas. A sequência argumentativa é constituída com base em
“algo já dito” e consiste, essencialmente, na contraposição de enunciados. O esquema
argumentativo é constituído a partir de três elementos básicos: os dados (premissas), o
escoramento de inferências (raciocínio, justificativas) e a conclusão.

SEQUÊNCIA INJUNTIVA - Comum em manuais de aparelhos eletrônicos e em receitas


culinárias, a sequência injuntiva prioriza a presença de verbos no imperativo com o intuito
de orientar o leitor, por meio de comandos, na realização de tarefas.

SEQUÊNCIA DIALOGAL - Possui como característica fundamental o fato de ser formada por
mais de um interlocutor.
Tipos de argumento.
ARGUMENTAÇÃO: Consiste em uma atividade discursiva (falada ou escrita) utilizada no intuito
de influenciar determinado interlocutor por meio de argumentos. Os argumentos demandam
uma estrutura composta por:
a) apresentação e organização de ideias;
b) estruturação do raciocínio em defesa de um ponto de vista (tese).

A argumentação, nesses termos, pode ser entendida como um processo em que, em


diferentes contextos, o indivíduo precisa defender uma tese e persuadir o seu interlocutor.

OPERADORES ARGUMENTATIVOS: A argumentação apresenta, em sua construção, um


elemento linguístico essencial em sua elaboração: os operadores argumentativos. Eles
correspondem a um conjunto de conjunções, advérbios e expressões de ligação que
estabelecem uma diversidade de relações.

Assim, a depender do tipo de relação que o operador argumentativo estabelece, ele pode ser
classificado de maneira específica. Vejamos alguns dessas relações postas em funcionamento:

 Junção: faz um acréscimo de argumentos em favor ou contra uma conclusão. Os mais


conhecidos são: e; e nem; e também; como também; mas também; tanto… como;
além de; além disso; ainda etc.
Exemplo: Ele foi e não voltou.
 Oposição: faz uma relação de termos/frases/orações com orientações opostas.
Geralmente é representado por: mas; porém; contudo; todavia; entretanto; no
entanto etc.
Exemplo: O governo fez altos investimentos em educação, mas o Brasil ainda ocupa os
piores lugares nos rankings internacionais.
 Causa: os enunciados se apresentam como causa ou explicação para que outro ocorra.
Os principais operadores são: porque; pois; como; por isso que; já que; visto que; uma
vez que etc.
Exemplo: Devemos racionar o consumo de água, pois ela está em extinção.
 Condição: apresenta um enunciado como sendo condição para que outro ocorra. Os
operadores mais conhecidos são: se; caso; desde que; contanto que; a menos que; a
não ser que etc.
Exemplo: Desde que você estude, poderá ser aprovado no exame.
 Comparação: utilizada com frequência para se estabelecer uma relação comparativa
de igualdade, superioridade ou inferioridade. Os conectivos utilizados são: tão…
quanto; tão menos… quanto; tão mais… quanto; tanto quanto; menos… (do) que; mais
… (do) que.
Exemplo: As instituições são tão importantes quanto as pessoas.
 Finalidade: constrói uma ideia de propósito por meio dos seguintes operadores: para;
a fim de; com o objetivo de; com o intuito de; com o propósito de; com a intenção de
etc.
Exemplo: A teoria foi desenvolvida a fim de explicar determinados fenômenos nas
relações sociais.
 Conclusão: corresponde ao fechamento de uma ideia, envolvendo um raciocínio geral
ou específico de uma questão apontada. Apresenta-se com os seguintes operadores:
portanto; logo; então; assim; por isso; por conseguinte; de modo que; em vista disso;
pois (após o verbo).
Exemplo: Foucault, portanto, defende a ideia de uma sociedade construída por meio
de uma série de mecanismos de controle.

TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO: Existem várias formas de se construir a argumentação em um


texto. A seguir, listaremos os cinco tipos de argumentação mais utilizados e conhecidos.

1) Argumento de autoridade: é quando se utiliza uma personalidade de determinada área ou


instituição conceituada de pesquisa para reforçar as ideias e persuadir o leitor sobre uma
opinião.
Exemplo: Segundo pesquisa do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da
Universidade de São Paulo (Made/USP), 1% dos homens brancos ricos recebe mais do que
todas as mulheres negras do Brasil.

2) Argumento histórico: utiliza como forma de comprovação uma série de acontecimentos e


fatos históricos que remetem ao tema em discussão.
Exemplo: Os problemas de desigualdade social no país nos remetem às práticas racistas
herdadas pelas instituições e pela população desde o período escravista, com início no século
XVI.

3) Argumento de exemplificação: pode apresentar, por exemplo, narrativas cotidianas para


evidenciar um problema e, assim, ajudar na fundamentação do ponto de vista.
Exemplo: A violência contra a mulher pode ser percebida, em termos práticos, por exemplo,
nas sucessivas agressões sofridas por Maria da Penha durante o seu casamento; hoje, além de
ela ser uma ativista pela causa, tem seu nome designando a lei de proteção às mulheres.

4) Argumento de comparação: faz um comparativo entre ideias distintas a fim de construir um


ponto de vista apontando semelhanças ou diferenças entre as noções comparadas.
Exemplo: Na Finlândia, as melhorias na educação passaram, nos últimos 20 anos, pelo menos,
por uma sucessão de políticas voltadas para a valorização do professor e capacitação
profissional. Já no Brasil, o piso nacional continua muito abaixo da média nacional e há um
déficit na formação de boa parte dos profissionais.

5) Argumento por raciocínio lógico: uma forma de compor as ideias com base nas relações de
causa e efeito, gerando uma interpretação que pode ir de encontro com a tese defendida.
Exemplo: O aumento da pena e da lógica punitiva no sistema penal em outras regiões do globo
não resultou em uma diminuição da violência, logo, o aumento da pena e a maior rigidez no
sistema brasileiro devem gerar as mesmas consequências.
Classificação gramatical.
CLASSES GRAMATICAIS - A classificação das palavras em classes remonta aos estudos greco-
latinos sobre a linguagem (em nossas gramáticas de língua portuguesa, herdamos essa
classificação). Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, são dez (10) as classes
gramaticais (com alguns exemplos):

1) SUBSTANTIVO: menina, mesa, alegria, humildade, trigo.


2) ADJETIVO: alto, azul, bêbado, bom, inteligente, simples.
3) PRONOME: eu, tu, ele, vós, nós, lhe, isso, aquilo, que.
4) ARTIGO: o, a, os, as, um, uma.
5) NUMERAL: dois, três, dez, cento e um, primeiro, segundo.
6) VERBO: chegar, comer, dormir, atender.
7) ADVÉRBIO: agora, antes, atentamente.
8) PREPOSIÇÃO: a, até, com, contra, de, em.
9) CONJUNÇÃO: e, enquanto, mas, se, ainda que.
10) INTERJEIÇÃO: ai, caramba, ufa.

CLASSES DE PALAVRAS: MORFOLOGIA

A morfologia é o estudo do emprego das Classes de Palavras.

Existem as classes:

Variáveis: admitem flexão, ou seja, podem variar em gênero, número e grau. Ex.: substantivo,
artigo, adjetivo, pronome, numeral e verbo.

Invariáveis: NÃO admitem flexão, ou seja, não variam em gênero, número ou grau. Ex.: palavra
denotativa, preposição, conjunção, interjeição.

Classes abertas: os itens podem ser renovados com relativa facilidade;

Classes fechadas: os itens lexicais não são renovados com facilidade.

ARTIGO – Vocábulo que se antepõe aos substantivos para designar seres determinados ou
indeterminados.
A) Sempre se refere a um substantivo;
B) É variável;
C) Semanticamente – no que se refere ao sentido – os artigos podem ser:

 Definidos: indicam conhecimento prévio por partes dos interlocutores, do ser ou do


objeto mencionado (o, a, os, as). Ex.: comprei o livro.
 Indefinidos: denotam desconhecimento, por parte de um dos interlocutores, do ser ou
do objeto (um, uma, uns, umas). Ex.: Comprei um livro.

Dica 1: Atenção às Contrações! Quando uma questão pedir para identificar os artigos em uma
frase, é necessário estar atento aos artigos que fazem parte de contrações.
Exemplos:
Preciso do livro. DO = de (preposição) + o (artigo)
Foi à feira. À = a (preposição) + a (artigo)

Dica 2: Não confunda os Artigos (“O” e “A”) com o Pronome Oblíquo! Em provas de concurso,
é comum a banca misturar artigos e pronomes oblíquos. Enquanto o artigo define o
substantivo, o pronome oblíquo substitui um substantivo. Para identificar um pronome, tente
substituí-lo por outro pronome.
Exemplos:
Comprei o livro. O define o substantivo livro (artigo definido)
Comprei-o. O pode ser substituído por ELE (pronome pessoal oblíquo)

Dica 3: Não confunda o Artigo “A” com a Preposição “A”! Em provas de concurso, é comum a
banca misturar o artigo A e a preposição A. Enquanto o artigo define o substantivo, a
preposição liga termos ou orações. Para identificar uma preposição, tente substitui-la por
outra preposição.
Exemplos:
Comprei a blusa. A define o substantivo blusa (artigo definido)
Fui a Portugal. A pode ser substituído por PARA (preposição)

Dica 4: Os Vocábulos “O”, “OS”, “A” e “AS”, antes de “QUE” e “DE”, em geral, serão Pronomes
Demonstrativos! Em provas de concurso, quando DE ou QUE vierem seguidos de “O”, “OS”,
“A” ou “AS”, normalmente esses vocábulos serão pronomes demonstrativos. Enquanto o
artigo define o substantivo, o pronome demonstrativo se refere a uma ideia já expressa
anteriormente. Para identificar um pronome demonstrativo, tente substituí-la por outro
pronome demonstrativo.
Exemplo:
Quero o que você comprou. O pode ser substituído por AQUILO (pronome demonstrativo)
Prefiro a de tampa azul. A pode ser substituído por AQUELA (pronome demonstrativo)

SUBSTANTIVO – É o nome de tudo o que existe (ser animado) ou que imaginamos (ser
inanimado).
A) Sempre pode vir antecedido de artigo (na dúvida, insira um artigo antes da palavra);
B) É variável.

ADJETIVO – Palavra modificadora do substantivo que denota qualidade, defeito, estado,


condição, característica etc. Ex.: homem bom, grande homem, criança alegre, livro verde etc.
A) Sempre se refere a substantivo;
B) É variável, em regra.
Para diferenciar um SUBSTANTIVO de um ADJETIVO, normalmente, a seguinte regra
funciona:
Substantivo é o que você TEM;
Adjetivo é o que você É.
Exemplos:
Ele tem competência.
Ele é competente.

 Locução Adjetiva

Locução é sempre uma expressão, ou seja, ela é formada por mais de uma palavra. A locução
adjetiva é forma composta, constituída geralmente de preposição + substantivo, que modifica
o substantivo: Ex.: amor de pai, casa de campo, negócio da china, rosto de anjo etc.

Dica 5: TANTO O ADJETIVO QUANTO O PRONOME INDEFINIDO REFEREM-SE A SUBSTANTIVOS.


A DIFERENÇA ENTRE ELES É A SEMÂNTICA (SENTIDO). Em provas de concurso, é comum a
banca misturar adjetivos e pronomes indefinidos. Ambos se referem a substantivos, mas
enquanto o adjetivo qualifica/caracteriza o substantivo, o pronome indefinido traz ideia vaga,
ideia de quantidade indefinida.
Atente-se às palavras BASTANTE, DIVERSO e VÁRIOS. Normalmente, quando elas vêm antes
do substantivo, são pronomes indefinidos, quando vem depois do substantivo, são adjetivos.
Exemplo:
Bastantes amigos chegaram. BASTANTES aqui significa MUITOS (pronome indefinido)
Amigos bastantes chegaram. BASTANTES aqui significa SUFICIENTE (adjetivo)

Dica 6:
I) A TROCA DE POSIÇÃO ENTRE O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO PODE GERAR MUDANÇAS DE
CLASSES GRAMATICAIS. Em provas de concurso, é comum a banca perguntar se a troca de
posição entre substantivo e adjetivo gera mudança de classe.
Exemplos:
- Mudando a classe:
Trabalhador nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo.
Nordestino trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo.
- Permanecendo na mesma classe:
Blusa branca. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.
Branca blusa. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.

II) A MUDANÇA DE CLASSES GRAMATICAIS SEMPRE GERA MUDANÇA DE SENTIDO. Se, com a
mudança de posição, alteraram-se as classes gramaticais, necessariamente, o sentido das
frases foi alterado.
Exemplos:
Trabalhador nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo. Aqui o foco é o
trabalhador e uma característica dele é ser nordestino.
Nordestino trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo. Aqui o foco é o
nordestino e uma característica dele é ser trabalhador.

Dica 7: NEM SEMPRE A EXPRESSÃO FORMADA POR PREPOSIÇÃO MAIS SUBSTANTIVO, JUNTO
A OUTRO SUBSTANTIVO, SERÁ LOCUÇÃO ADJETIVA. Para saber se se trata de ou não de uma
locução adjetiva, é preciso estar atento ao sentido das frases. Se a expressão tiver valor ATIVO
ou de POSSE, trata-se de um adjunto adnominal = LOCUÇÃO ADJETIVA; Se a expressão
tiver valor PASSIVO, trata-se de um complemento nominal (PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO).
Exemplos:
A construção do arquiteto é linda. DO ARQUITETO tem valor de posse (locução adjetiva)
A construção da casa foi derrubada. DA CASA tem valor passivo (complemento nominal)
A preparação do Estratégia é a melhor. DO ESTRATÉGIA tem valor ativo (locução adjetiva)
A preparação dos nossos alunos é a meta. DOS NOSSOS ALUNOS tem valor passivo
(complemento nominal)

NUMERAL – Exprime quantidade exata, ordem, múltiplos ou frações dos números. São quatro
os tipos de numeral:
● cardinais: um, dois, mil, milhão etc.
● ordinais: primeiro, segundo, milésimo, milionésimo etc.
● fracionários: três quartos, meio etc.
• multiplicativos: dobro, triplo etc.
Em provas de concurso, o numeral aparece em contraposição com artigos indefinidos e
pronomes indefinidos.

Dica 8: O “UM” SÓ VAI SER NUMERAL SE HOUVER NA FRASE ALGUMA IDEIA DE


QUANTIFICAÇÃO É o contexto que vai dizer ser UM é ou não um numeral. Para ser numeral,
deve haver uma ideia de que se está contando/quantificando.
Exemplo:
Comprei um sorvete. UM pode ser substituído por O. Ele não está contando, então é artigo
indefinido.
Comprei somente um sorvete porque eu estou de dieta. UM dá ideia de quantificação, então é
numeral.

Dica 9: O “UM” SÓ SERÁ PRONOME INDEFINIDO SE ESTIVER NA FRASE EM PARALELISMO COM


OUTRO PRONOME INDEFINIDO UM pode ser pronome indefinido. Nesse caso, ele
necessariamente estará em paralelo com outro pronome indefinido.
Exemplo:
Uns choram outros riem.
Uns ficam na lama, outros vão para o topo.
Em ambos os casos, UNS só é pronome indefinido porque OUTROS também exerce essa função.

ADVÉRBIO – Palavra invariável que fundamentalmente modifica o verbo, indicando uma


circunstância. Pode ainda modificar o adjetivo ou outro advérbio. Ex.: chegou logo / falou
calmamente / livro muito bom / fala muito bem / ficou tão elegante
A) Refere-se a verbo, adjetivo ou advérbio;
B) É invariável;
C) Semanticamente, indica circunstância de tempo, modo, lugar, causa, etc.

 Locução Adverbial

Forma composta constituída geralmente de preposição + substantivo ou adjetivo. Ex.: às vezes,


às claras, de propósito, de repente, de vez em quando…

 Advérbios Interrogativos

- De causa: Por que faltaste? (Direta) / Não sei por que faltaste (indireta).
- De lugar: Onde estás? (Direta) / Não sei onde estás (indireta).
- De modo: Como vais de saúde? (Direta) / Diga-me como vais de saúde (indireta).
- De tempo: Quando voltas? (Direta) / Diga-me quando voltas (indireta).

Dica 10: NÃO SE ESQUEÇA DE RELACIONAR OS TERMOS NA FRASE. A LOCUÇÃO ADJETIVA


REFERE-SE AO SUBSTANTIVO. A LOCUÇÃO ADVERBIAL REFERE-SE AO VERBO. Quando há
mudança no relacionamento dos termos, há mudança de classificação.
Exemplo:
A mulher à toa trabalhava. À TOA relaciona-se com MULHER (substantivo), portanto, é
locução adjetiva.
A mulher trabalhava à toa. À TOA relaciona-se com TRABALHAVA (verbo), portanto, é locução
adverbial.

Dica 11: O ARTIGO TEM O PODER DE SUBSTANTIVAR PALAVRAS! É muito comum que a banca
traga uma palavra que comumente não é substantivo, e torne-a substantivo. Isso é feito por
meio da introdução de um artigo.
Exemplo:
Recebi um não de resposta. NÃO, que normalmente é advérbio, nesse caso é substantivo, por
causa do artigo UM.

Dica 12: NÃO CONFUNDA O ADJETIVO ADVERBIALIZADO (QUE VIROU ADVÉRBIO) COM O
ADJETIVO OU COM O ADVÉRBIO. É muito comum que a banca traga uma palavra que
comumente é adjetivo, e torne-a adjetivo adverbializado.
Exemplos:
A cerveja que desce redondo. REDONDO, que normalmente é adjetivo, nesse caso, é advérbio,
pois está qualificando DESCE (verbo)
A bola é redonda. REDONDA está qualificando bola (substantivo), então é um adjetivo
A mulher chegou ontem. ONTEM qualifica chegou, então é um advérbio

PREPOSIÇÃO – Liga palavra ou orações (a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por, sem, sob, sobre, trás). Ex.: pão com manteiga (união de palavras) /
chegou para resolver (união de orações).

 Locução Prepositiva

Conjunto de palavras que termina em preposição. Ex.: abaixo de, de acordo com, apesar de,
junto a etc.

INTERJEIÇÃO – Vocábulo que indica nossos estados de emoção. Ex.: oba! puxa! nossa! tomara!
pelo amor de Deus!

PRONOME – Palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a pessoa do


discurso. Ex.: Ela veio, mas não a vi. Sua blusa é aquela.

 Pronome Indefinido

Aquele pronome que traz uma ideia vaga/indefinida. Ex.: algum, nenhum, muito, bastante,
mais etc.

Dica 13: ATENÇÃO A PALAVRAS COMO “MUITO”, “BASTANTE”, “TODO”, “MAIS” E “POUCO”.
Dependendo do contexto, essas palavras podem modificar o sentido e ser classificadas de
forma diferente.
Exemplos:
Fala muito. MUITO qualifica FALA (verbo), então é advérbio
Tem muito orgulho. MUITO se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia vaga de quantidade,
então é pronome indefinido
Fala bastante. BASTANTE se refere a FALA (verbo), então é advérbio
Tem bastante orgulho. BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia vaga de
quantidade = MUITO, então é pronome indefinido
Tem orgulho bastante. BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) = SUFICIENTE, então é
adjetivo.
Ele chegou todo feliz. TODO se refere a FELIZ (adjetivo), então é advérbio
Todo aluno é especial. TODO se refere a aluno (substantivo) e dá ideia vaga de quantidade =
QUALQUER, então é pronome indefinido.
Processo de formação de palavras.
A derivação e a composição são os dois processos que servem de base na formação de
palavras. Eles são classificados da seguinte forma:

Processo de derivação - prefixal, sufixal, parassintética, imprópria e regressiva.

Processo de composição - justaposição e aglutinação.

A diferença entre derivação e composição está no modo como eles formam as palavras.

Na composição, as palavras são formadas pela junção de radicais, por exemplo: guarda-sol. A
palavra guarda-sol é formada por dois radicais: guard + sol. Radical é a parte da palavra que
contém o seu significado, ou seja, podemos dizer que é a sua parte mais importante.

Na derivação, uma das formas mais simples de formar palavras é acrescentando prefixos e
sufixos, por exemplo: solar. A palavra solar é formada através da junção de um sufixo ao
radical: sol é o radical e -ar é o sufixo.

Processos de derivação

Derivação prefixal (ou derivação) - as palavras são formadas pelo acréscimo de prefixos
(elemento que vem antes do radical, por exemplo: anti-, des-, -in, -re, sub-).

Exemplos de derivação prefixal:

 Anti-inflamatório (anti + inflamatório)


 Desleal (des + leal)
 Incapaz (in + capaz)
 Ressalvar (re + salvar)
 Subgerente (sub + gerente)

Derivação sufixal (sufixação) - as palavras são formadas pelo acréscimo de sufixos (elemento
que vem depois do radical, por exemplo: -ada, -agem, -ar, - mente, - ista).

Exemplos de derivação sufixal:

 Martelada (martel + ada)


 Folhagem (folh + agem)
 Entrevistar (entrev + ista)
 Simplesmente (simples + mente)
 Dentista (dent + ista)

Derivação parassintética (parassíntese) - as palavras são formadas pelo acréscimo de prefixos


(por exemplo: a-, en- es-) e de sufixos (por exemplo: -ecer, -ar, -oar) no mesmo processo. Isso
quer dizer que para haver parassíntese deve ser acrescentado à palavra os dois, um prefixo e
também um sufixo.

Exemplos de derivação parassintética:

 Amanhecer (a + manh + ecer)


 Entardecer (en + tar + ecer)
 Esquentar (es + quent + ar)
 Abençoar (a + benç + ar)
 Empobrecer (em + pobr + ecer)
Derivação imprópria - as palavras são formadas sem nenhum acréscimo, mudando apenas a
sua classe gramatical (por exemplo: um advérbio que passa a ser um substantivo).

Exemplos de derivação imprópria:

 Que andar esquisito… (“Andar” é um verbo que, neste caso, tem valor de substantivo.)
 Sou zero em matemática. (“Zero” é um numeral que, neste caso, tem valor de
substantivo.)
 Já trato do jantar! (“Jantar” é um verbo que, neste caso, tem valor de substantivo.)
 Sinto falta do azul do mar. (“Azul” é um adjetivo que, neste caso, tem valor de
substantivo.)
 Não lhe dê um não, por favor. (“Não” é um advérbio de negação, mas a palavra “não”
em negrito tem valor de substantivo.)

Derivação regressiva - as palavras são formadas pela redução de uma palavra primitiva e,
assim, dão origem a uma palavra derivada.

Exemplos de derivação regressiva:

 Ataque (surge do verbo “atacar”, que é a palavra primitiva)


 Agito (surge do verbo “agitar”, que é a palavra primitiva)
 Debate (surge do verbo “debater”, que é a palavra primitiva)
 Mergulho (surge do verbo “mergulhar”, que é a palavra primitiva)
 Trabalho (surge do verbo “trabalhar”, que é a palavra primitiva)

Processos de composição

Composição por justaposição - as palavras são formadas pela união de dois ou mais radicais,
sem apresentar alterações nos seus sons, ou seja, sem alterações fonéticas.

Exemplos de composição por justaposição:

 Cachorro-quente (cachorro + quente)


 Pé-de-meia (pé + de + meia)
 Passatempo (passa + tempo)
 Guarda-chuva (guarda + chuva)
 Pontapé (ponta + pé)

Composição por aglutinação - as palavras são formadas pela união de dois ou mais radicais,
mas sofrem alterações.

Exemplos de composição por aglutinação:

 Vinagre (vinho + acre)


 Planalto (plano + alto)
 Embora (em + boa + hora)
 Fidalgo (filho + de + algo)
 Aguardente (água + ardente)
Análise morfossintática.
Busca-se estudar na análise morfossintática os aspectos morfológicos e sintáticos dos termos
de uma oração, além de relacioná-los entre si. As palavras podem ser analisadas isoladamente
ou dentro da oração. A análise que considera somente a palavra é chamada de análise
morfológica, e a que analisa a palavra relacionada a outras dentro da oração é a sintática.

Na análise morfológica, as classes gramaticais (substantivo, verbo, advérbio, pronome,


numeral, preposição, conjunção, interjeição, artigo e adjetivo) são colocadas em evidência.
Portanto, cada palavra será analisada como se fosse única. Nesse momento, não há interesse
na função que a palavra exerce dentro da oração.

Veja o exemplo:

Júlia quebrou a carteira.

 Júlia: substantivo
 quebrou: verbo
 a: artigo
 carteira; substantivo

Perceba que, na análise morfológica, é como se cada palavra fosse recortada da oração, pois, o
interesse, nesse caso, é encontrar a classe gramatical.

Na análise sintática, a palavra não é estudada de forma isolada, pois ela mantém relação com
outras palavras. Por isso, sintaticamente, as palavras passam a exercer uma função na oração.

Vamos analisar as mesmas palavras do exemplo, só que agora buscaremos a função, ou seja, o
papel desempenhado por cada uma dentro da oração.

 Júlia: sujeito
 quebrou: verbo transitivo direto
 a cadeira: objeto direto
 a: adjunto adnominal
 cadeira: núcleo do objeto direto

Percebeu a diferença? Quando a análise é morfológica, recorra às 10 classes gramaticais,


entretanto, se a análise é sintática, busque descobrir qual é o papel que as palavras,
desempenham dentro da oração. A seguir, acompanhe as 10 classes gramaticais e suas
funções sintáticas.

Substantivo – núcleo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, agente da passiva,
complemento nominal e aposto;
Atenção: O substantivo também pode exercer as funções de adjunto adnominal e de adjunto
adverbial. Nesses casos, aparecem em locuções adjetivas ou adverbiais.

Adjetivo – Núcleo do predicativo e do adjunto adnominal;

Artigo – adjunto adnominal;

Pronome adjetivo – adjunto adnominal;

Numeral – adjunto adnominal;


Verbo – núcleo do predicado verbal e do predicado verbo-nominal;
Atenção: No predicado nominal, o verbo de ligação não é núcleo funcionando como ponte
entre o sujeito e o predicativo do sujeito.

Advérbio – núcleo do adjunto adverbial;

Preposição – conectivo (elemento de ligação);

Conjunção – conectivo (elemento de ligação);

Interjeição – não possui função sintática.

Quando a análise sintática é feita junto à morfológica, ela recebe o nome de análise
morfossintática.
Fenômenos gramaticais e construção de significados na língua portuguesa .
Em primeiro lugar, é importante saber que a língua é um fenômeno social presente no
cotidiano de todas as pessoas que habitam nosso planeta. Como fenômeno social é por meio
dela que interagimos com o mundo e o interpretamos. Utilizamos a língua para construir nosso
pensamento, para nos comunicar com outros, para nos inserir na sociedade e para aprender o
que é e o que não é socialmente aceito.

Isso indica que existem dois polos que constituem a língua: um pessoal – a expressão de cada
um de nós, nosso jeito de falar, as expressões que escolhemos utilizar tanto de forma falada
quanto escrita; e outro social – a maneira de falar e escrever que é aceita socialmente e que
segue determinado padrão, principalmente do que diz respeito à escrita.

É necessário seguir um padrão de escrita para nos comunicar? Em ambientes formais sim! Essa
padronização garante que a comunicação escrita seja compreensível a todos os usuários de
uma língua e que a mensagem veiculada consiga atingir todos os públicos,
independentemente do local onde estejam ou da maneira como se comunicam pessoalmente.
A essa padronização se dá o nome de norma-padrão do português. Essa norma-padrão é
baseada em uma série de regras gramaticais e são essas regras que vocês estudam quando
estão se preparando para um concurso público.

Todas essas regras estão descritas naquilo que conhecemos como gramática. O conceito de
gramática vem do grego antigo cuja expressão grammatiké significa “arte das letras”. O
conceito de gramática, para esse povo antigo, estava relacionado ao estudo da ordem que se
dá às palavras de modo a facilitar a comunicação. Esse é o mesmo conceito atual dessa
disciplina.

Então, podemos entender que a gramática (normativa) da língua portuguesa é uma disciplina
que estuda e descreve as regras da língua escrita e serve para a construção de textos claros e
com sentido que possa ser acessado por todos. Os estudos gramaticais são divididos em
diferentes áreas:

 SINTAXE

Estudo das relações que as palavras estabelecem dentro das orações. Nessas relações são
identificados termos tais como sujeito, verbo e complementos, a concordância que se
estabelece entre eles e como a pontuação colabora para a correta construção de sentido das
orações.

 SEMÂNTICA

Estudo dos significados das palavras. Aqui, os estudos vão além do significado que
encontramos nos dicionários – as palavras estabelecem relação de sentido dentro de textos e
contextos; assim, uma palavra pode assumir diferentes significados de acordo com o modo
como foi utilizada. Além disso, os significados das palavras mudam com o tempo e com o uso.
A palavra “legal”, por exemplo, num passado era utilizada apenas para se referir ao conceito
de legalidade, algo relacionado às leis, mas com o passar do tempo tornou-se uma gíria para
descrever algo que é bom ou agradável.

 FONÉTICA E FONOLOGIA

A fonética estuda os sons que produzimos na fala. Ao produzirmos os sons utilizamos


diferentes partes do aparelho fonador (boca, língua, lábios, dentes, palato, cordas vocais,
laringe, pulmão etc.). Dependendo do modo como uma palavra é pronunciada, diferentes
órgãos são acionados. Por outro lado, a fonologia estuda os fonemas (ou sons) da língua.
Esses fonemas são representados, na língua escrita, pelas letras – consoantes e vogais – e
estão relacionados ao modo como a corrente de ar sai de nossos pulmões quando produzimos
um determinado som: sem qualquer obstrução – som das vogais; com obstrução (dos dentes,
lábios, língua etc.) – som das consoantes. A representação dos sons por meio das letras nos
leva a outra área de estudos: a ortografia.

 ORTOGRAFIA

Conjunto de regras que define a correta escrita das palavras e o uso dos acentos gráficos. De
tempos em tempos, o modo como escrevemos as palavras pode mudar. Essas mudanças são
estabelecidas nos Acordos Ortográficos. Na década de 1970, por exemplo, houve um acordo
ortográfico que eliminou acentos de palavras tais como mêsa, almôço, côr, êle etc. Para
muitos de nós, a acentuação dessas palavras é estranha porque fomos alfabetizados depois
dessa reforma ortográfica. A partir da década de 1990, aconteceu uma nova reforma que
estamos vivenciando atualmente em que palavras como ideia, plateia, voo, veem etc.
deixaram de ter acento. Essas mudanças ocorrem na grafia de algumas palavras, e não na
gramática da língua. Fiquem atentos a essa diferença!

 MORFOLOGIA

Estudo da forma das palavras. Isso quer dizer que cada classe de palavra (substantivo,
adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição)
apresenta um aspecto diferente na formação da palavra. Por exemplo, os verbos no infinitivo
apresentam a letra -R no final, o plural dos substantivos, na maioria dos casos, é feito com o
acréscimo do -S final, as palavras compostas são formadas por processos de composição e
justaposição etc.

Todos esses aspectos são abordados nos estudos gramaticais da norma-padrão da língua
portuguesa e se referem a uma série (finita, ou seja, com número limitado) de regras que
servem para padronizar a escrita.

As regras não servem para serem estudadas isoladamente, como se fossem itens sem relação
entre si. Ao contrário, todas essas regras são utilizadas quando escrevemos um texto. São
elas que garantem a clareza das informações e a correta construção textual. Assim, não vejam
as regras estudadas em seu curso de língua portuguesa como algo isolado, mas como itens de
um mesmo universo que garante a organização da língua escrita.

Outro aspecto que devo ressaltar é que mesmo a gramática, como ciência, não é exata.
Diferentes gramáticos defendem posições distintas a respeito de certas regras – essas
diferenças são aceitáveis e fazem parte do modo como interpretam o fenômeno da língua
escrita. Outro aspecto: em relação à ortografia, nem tudo se justifica por meio de uma regra –
algumas palavras apresentam certo modo de escrita porque preservam a sua origem (grega ou
latina, por exemplo) e existem até palavras que se aceita a escrita de maneiras diferentes.

Então, o melhor a fazer no momento do concurso, diante de questões sobre sintaxe, por
exemplo, que sempre estão presentes nas provas, é procurar o sentido expresso pelo texto ou
pela sentença que se está analisando. A nomenclatura das regras é importante, mas saber
como as orações se organizam e o sentido que expressam é mais importante ainda. Isso
significa compreender, por exemplo, que não se pode separar o sujeito do verbo por vírgula
não apenas por uma regra gramatical, mas porque essa separação prejudica o sentido do
texto, causa uma ruptura no que se quer expressar, logo esse tipo de procedimento não deve
ser utilizado.
Relações de coordenação e subordinação entre orações e entre termos da oração.
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO

Período é a frase formada por uma ou mais orações, com sentido completo.

 Período Simples: Formado por apenas uma oração. Ex.: A noite está maravilhoso!
 Período Composto: Formado por duas ou mais orações. Ex.: João levantou e foi para o
banheiro.
 Período Composto por Coordenação: Quando as orações são independentes e tem
sentido completo, porém sem relação sintática entre si. Ex.: Os alunos discutiram o
tema, escolheram o melhor e terminam o trabalho.

Orações Coordenadas Assindéticas: São as orações que não estão ligadas através de
conjunção coordenativa. A ligação é feita através de uma pausa, geralmente pela vírgula. Ex.:
Vim, Vi, Venci.

Orações Coordenadas Sindéticas: São orações coordenadas entre si e são ligadas por uma
conjunção coordenativa. São classificadas em 5 tipos:
TIPOS DEFINIÇÃO OBSERVAÇÃO CONJUNÇÃO EXEMPLO
ADITIVA Exprime uma e, nem, mas Não gosto de
ideia de soma à também, mas pimentão nem de
oração anterior. ainda, batata-doce.
assim...como,...
ADVERSATIVA Exprime uma É obrigatório o mas, porém, Eu estava indo a
ideia de uso de vírgula. todavia, ainda pé, porém
oposição à da assim, no começou a chover.
outra oração. entanto,
entretanto,
contudo.
ALTERNATIVA Exprime ideia Nela também é ou, ou... ou, Faça o que seu pai
de opção, de obrigatório o nem... nem, mandou ou ficará
alternância em uso de vírgula, seja... seja, de castigo.
relação à outra entre as ora... ora,
oração. orações, mas se quer... quer, já...
tiver só uma já.
oração a vírgula
é opcional.
CONCLUSIVA Exprimem A vírgula logo, assim, Estudei muito, por
conclusão ou também é portanto, por isso devo passar
consequência obrigatória. isso, por no concurso.
de uma ideia conseguinte,
relacionada à pois, de modo
oração anterior. que, então...
EXPLICATIVA Exprime uma É também que, porque e Conseguiu passar
explicação ou obrigatório o pois (antes do no concurso,
justificativa em uso da vírgula. verbo), ou seja, porque estudou
relação. isto é, ... muito.

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO


Quando uma das orações (subordinada) depende sintaticamente da outra (principal) para
fazer sentido.
Ex.: Não fui ao treino (oração principal), por que tinha aula (oração subordinada).

A uma oração principal pode-se ligar sintaticamente três tipos de orações subordinadas:

1. ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS: As orações subordinadas substantivas


normalmente são ligadas pelas conjunções integrantes “que” e “se”. Elas podem exercer nas
frases funções de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado
nominal e aposto, tendo assim, a mesma função de um substantivo. São seis as orações
subordinadas substantivas.

1. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: Temos duas orações onde uma é a


principal e a outra que inicia com as conjunções “que” ou “se” é a oração subordinada,
que desempenha a função de sujeito para a oração principal.
Sujeito: Termo com qual o verbo concorda.
Para acharmos quais são as orações verificamos os verbos.
Ex.: Não era permitido que os meninos nadassem nesta piscina. (Verbos permitir e
nadar).
Sujeito na oração principal: Não tem.
O “que” é a conjunção integrante que liga as orações.
Oração principal: “Não era permitido”.
Oração subordinada substantiva subjetiva: “Que os meninos nadassem nesta piscina”
(inicia sempre com a conjunção).
É subjetiva porque tem a função de sujeito da oração principal.
2. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: Temos duas orações onde uma é a
principal e a outra que inicia com as conjunções “que” ou “se” é a oração subordinada,
que desempenha a função de objeto direto para a oração principal.
Objeto direto: É um complemento verbal que, normalmente, não é acompanhado por
preposição.
Para acharmos quais são as orações verificamos os verbos.
Ex.: Todos desejamos que um dia seremos felizes (verbos desejar e ser).
Sujeito na oração principal: Todos.
O “que” é a conjunção integrante que liga as orações.
Oração principal: “todos desejamos”.
Oração subordinada substantiva objetiva direta: “que um dia seremos felizes” (inicia
sempre com a conjunção).
O “Todos” é o sujeito da oração.
O que complementa o verbo desejar é “que todos um dia seremos felizes” que tem a
função de objeto direto.
3. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: Temos duas orações onde uma é a
principal e a outra que inicia com uma preposição e as conjunções “que” ou “se” é a
oração subordinada, que desempenha a função de objeto indireto para a oração
principal.
Objeto indireto: É um complemento verbal que é acompanhado por preposição.
Para acharmos quais são as orações verificamos os verbos.
Ex. João não gosta de que o tratem como criança (verbos gostar e tratar).
Sujeito na oração principal: João.
O “que” é a conjunção integrante que liga as orações.
Oração principal: “João não gosta”.
Preposição: “de”.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta: “de que o tratem como criança”.
O que complementa o verbo gostar é “de que o tratem como criança” que tem a
função de objeto indireto.
4. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal: Temos duas orações onde uma
é a principal e a outra que inicia com uma preposição e as conjunções “que” ou “se” é
a oração subordinada, que desempenha a função de complemento nominal para a
oração principal.
Complemento nominal: É o termo da oração que é precedido por uma preposição para
complementar o sentido de um substantivo abstrato, de um adjetivo ou de um
advérbio, ou seja, para ter um sentido completo.
Para acharmos quais são as orações verificamos os verbos.
Ex.: Eu tenho a esperança de que passarei no concurso (verbos ter e passar)
Sujeito na oração principal: eu.
O “que” é a conjunção integrante que liga as orações.
Oração principal: “Eu tenho a esperança”.
Preposição: “de”.
Oração subordinada substantiva completiva nominal: “de que passarei no concurso”.
5. Oração Subordinada Substantiva Predicativa: Temos duas orações onde uma é a
principal e a outra que inicia com as conjunções “que” ou “se” é a oração subordinada,
que desempenha a função de predicativo do sujeito do verbo de ligação da oração
principal. Aparece sempre depois do verbo ser.
Predicativo do sujeito: É o termo do predicado que tem a função de dar uma qualidade
ao sujeito.
Ex. A verdade é que ela sempre acerta as questões.
Oração principal: a verdade é.
Verbo de ligação: é.
Oração subordinada substantiva predicativa: que ela sempre acerta as questões.
6. Oração Subordinada Substantiva Apositiva: Temos duas orações onde uma é a
principal e a outra que inicia com as conjunções “que” ou “se” é a oração subordinada,
que desempenha a função aposto para a oração principal. Aparece sempre depois de
dois pontos.
Aposto: é um termo que se une a outro para explicá-lo ou caracterizá-lo melhor.
Ex. Todos querem apenas uma coisa: que sejamos felizes.
Oração principal: todos queremos apenas uma coisa.
Oração subordinada substantiva apositiva: que sejamos felizes.

2. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS: Temos duas orações onde uma é a principal e a outra
que inicia com um pronome relativo é a oração subordinada, que dá uma característica para a
oração principal. Pronome relativo: É um pronome que substitui um termo da oração anterior
e estabelecem relação entre duas orações (que, quem, onde, cujo, o qual, a qual, os quais, as
quais, quando, quanto…). São duas as orações subordinadas adjetivas:

1. Orações Subordinadas Adjetivas Restritiva: é aquela que restringe o sentido do


substantivo para um ser único e não pode ser isolada por vírgulas e inicia com
pronome relativo.
Ex.: Toda verdura que é verde é rica em fibras.
Oração principal: toda verdura é rica em fibras.
Oração subordinada adjetiva restritiva: que é verde.
2. Orações Subordinadas Adjetivas Explicativa: Ela explica dando mais informações e
detalhes ao que se encontra no texto. Sempre está entre vírgulas e inicia com
pronome relativo.
A oração principal é o restante da oração.
Ex.: O professor Leandro, que é o professor de história, está doente.
Oração principal: o professor Leandro está doente.
Pronome relativo: que.
Oração subordinada adjetiva explicativa: que é o professor de história.

3. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS: São orações que exercem a função de adjunto


adverbial do verbo, tendo a mesma função que um advérbio na estrutura da oração. Ela traz
uma circunstância para a oração principal. Adjunto adverbial: É o termo da oração que indica
uma circunstância. Advérbio: É uma palavra que indica as circunstâncias em que ocorre a ação
verbal. São iniciadas por conjunções ou locuções conjuntivas. São relacionadas de acordo com
a circunstância que apresentam. Temos nove orações subordinadas adverbiais:

1. Orações Subordinadas Adverbiais Causais: Aponta a causa da ação exposta na oração


principal
Conjunções causais: que, porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como…
Ex. Ele saiu rapidamente porque estava atrasado.
Conjunção causal: porque.
Estava atrasado é a causa dele sair rapidamente.
2. Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas: Aponta a consequência do que
ocorreu na oração principal.
Conjunções consecutivas: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), que, de forma
que, de modo que…
Ex.: Cristina estudou tanto que ficou cansada.
Ficou cansada é a consequência de Cristina estudar tanto
3. Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas: Expressa uma comparação com o
acontecimento da oração principal.
Conjunções comparativas: como, mais do que, tal, tanto como, assim como, mais…
que, bem como, que nem…
Ex.: Arthur mais joga do que estuda.
4. Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas: Aponta uma concessão ao que foi dito
na oração principal, ou seja, passa uma ideia de contradição.
Conjunções concessivas: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que,
se bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.
Ex. Embora não tenha jogado bem, eu venci a partida.
Foi feito uma concessão a ele, ou seja, apesar de não ter jogado bem, ele conseguiu
vencer a partida.
5. Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais: Aponta a condição para o que
ocorreu ou não na oração principal.
Conjunções condicionais: se, a menos que, desde que, caso, contanto que, salvo se,
exceto se, desde, a não ser que…
Ex. Se ele cumprir sua promessa, poderemos viajar amanhã
Se ele cumprir a promessa é a condição para eles poderem viajar.
6. Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas: Aponta a ideia de conformidade, ou
seja, está de acordo com o que ocorreu na oração principal.
Conjunções conformativas: Conforme, como, segundo…
Ex. Faço feijoada conforme a receita da minha mãe.
A feijoada está de acordo com a receita da mãe.
7. Orações Subordinadas Adverbiais Temporais: Aponta uma circunstância de tempo
expresso na oração principal.
Conjunções temporais: Agora que, tanto que, quando, enquanto, sempre que, assim
que, desde que, logo que…
Ex.: Fico alegre sempre que vou à casa de minha mãe.
8. Orações Subordinadas Adverbiais Finais: Apresenta a intenção, o fim ou finalidade do
que ocorre na oração principal.
Conjunções finais: a fim de que, para que, que, porque…
Ex.: estudei muitas vezes a matéria, para que não errasse nenhuma questão
9. Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais: Expressa uma ideia de proporção com
o que ocorre na oração principal.
Conjunções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
mais… mais, quanto menos… menos…
Ex.: Ele vai ficando mais forte à medida que treina.
Concordância verbal e nominal
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/concordancia-nominal-e-verbal/

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