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Tipos textuais: são textos que possuem estrutura fixa e objetivos bem definidos, como: contar
uma história, descrever uma paisagem, apresentar uma ideia, ensinar algo, e por aí vai.
OBS: Deve-se colocar o foco no objeto de análise, ou seja, o assunto que desenvolvem.
- Tipo argumentativo – Tem como objetivo defender uma ideia ou pensamento e levar o leitor
a concordar com a tese defendida. Ex: Artigos de opinião, editorias.
- Tipo narrativo – Relatam fatos, reais ou fictícios, com intenções moralizantes. Sempre é
narrada por um narrador. Ex: Romances, novelas, contos.
OBS: Os textos descritivos não têm, como os outros tipos apresentados anteriormente, uma
estrutura preestabelecida. Normalmente, configuram-se em torno das características do
objeto descrito, organizando-as em categorias: físicas, psicológicas, funcionais, sociais,
econômicas, etc.
OBS: Não é possível generalizar a estrutura de textos injuntivos, mas eles são comumente
organizados em itens, cada um contendo uma instrução específica. Entretanto, isso não é uma
regra. Muitas vezes, as instruções são apresentadas em parágrafos.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
OBSERVAÇÕES:
- Relação de causa e consequência: É a relação de duas frases, uma das quais é a causa que
acarreta uma determinada consequência ou efeito.
DICIONÁRIO:
# Interferir = Influenciar
Variação linguística: estilística, sociocultural, geográfica e histórica
Linguagem Culta ou Padrão: Serve de veículo às ciências em que se apresenta com
terminologia especial. É usada pelas pessoas instruídas das diferentes classes sociais e
caracteriza-se pela obediência às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, mais estável, menos sujeita
a variações. Está presente nas aulas, conferências, sermões, discursos políticos, comunicações
científicas, noticiários de TV, programas culturais etc.
Geográfica: Se caracteriza pelo acento linguístico, que é o conjunto das qualidades fisiológicas
do som (altura, timbre, intensidade), por isso é uma variante cujas marcas se notam
principalmente na pronúncia. Ao conjunto das características da pronúncia de uma
determinada região dá-se o nome de sotaque: sotaque mineiro, sotaque nordestino, sotaque
gaúcho etc. A variação geográfica, além de ocorrer na pronúncia, pode também ser percebida
no vocabulário, em certas estruturas de frases e nos sentidos diferentes que algumas palavras
podem assumir em diferentes regiões do país.
Histórica: As línguas não são estáticas, fixas, imutáveis. Elas se alteram com o passar do tempo
e com o uso. Muda a forma de falar, mudam as palavras, a grafia e o sentido delas. Essas
alterações recebem o nome de variações históricas.
Gramática normativa
Ortografia:
Dificuldades Ortográficas:
- USO DO “S”=
a) Depois de ditongos (Encontros de vogais).
Exemplos: coisa, faisão, mausoléu, maisena, lousa.
i) Nas palavras derivadas de outras que possuam S no radical (É a palavra chave que dar
significado as outras).
Exemplos: casa – casinha, casebre, casarão, casario; atrás – atrasado, atraso; paralisia –
paralisante, paralisar, paralisação; análise – analisar, analisado.
OBS: sufixo – É aquilo que vem após do radical para ampliar a sua significação e formar uma
nova palavra.
- USO DO “Z” =
a) nas palavras derivadas de primitiva com Z.
Ex.: Cruz – Cruzamento
Juiz – Ajuizar
Deslize – Deslizar
- USO DO “H” = O emprego H é regulado pela etimologia (É o estudo da origem histórica das
palavras) das palavras.
a) o H inicial deve ser usado quando a etimologia o justifique: hábil, harpa, hiato, hóspede,
húmus, herbívoro, hélice.
OBS: Escreve-se com H o topônimo Bahia, quando se aplica ao Estado.
b) o H deve ser eliminado do interior das palavras, se elas formarem um composto ou derivado
sem hífen: desabilitado, desidratar, desonra, inábil, inumano, reaver.
OBS: Nos compostos ou derivados com hífen, o H permanece: anti-higiênico, pré-histórico,
super-humano.
c) no final de interjeições (palavras que expressa sentimentos e emoções): ah!, oh!, ih!
- USO DO “X” =
a) normalmente após ditongo:
Ex.: caixa, peixe, faixa, trouxe
OBS: Caucho e seus derivados (recauchutar, recauchutagem) são com CH.
b) GRED – GRESS
Ex.: Agredir – Agressão
Regredir – Regressão
c) PRIM – PRESS
Ex.: Imprimir – Impressão
Oprimir – Opressão
d) TIR – SSÃO
Ex.: Discutir – Discussão
Permitir - Permissão
- USO DO “Ç” =
a) nas palavras de origem árabe, tupi ou africana:
Ex.: açafrão, açúcar, muçulmano, araçá, Paiçandu, miçanga, caçula.
b) após ditongo.
Ex.: louça, feição, traição.
- USO DO “G” =
a) nas palavras terminadas em –ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO:
Ex.: pedágio, colégio, litígio, relógio, refúgio.
- USO DO “J” =
a) na terminação –AJE:
Ex.: ultraje, traje, laje.
- USO DO “E” =
a) nas formas verbais terminadas em –OAR e –UAR e seus derivados:
Ex.: perdoar – perdoe, perdoes
coar – coe, coes
continuar – continue, continues
efetuar – efetue, efetues
- USO DO “SC” = Não há regras para o uso de SC, sua presença é inteiramente etimológica.
Formas Variantes: Algumas palavras admitem dupla grafia correta, sem alteração de
significado. São as formas variantes:
OBS: Tome cuidado com a grafia de certas palavras. Algumas que no cotidiano apresentam
problemas são: Aterrissar, Beneficência, Beneficente, Cabeleireiro, Chuchu, De repente,
Disenteria, Empecilho, Exceção, Êxito, Hesitar, Jiló, Manteigueira, Mendigo, Meritíssimo,
Misto, Mortadela, Prazerosamente, Privilégio e Salsicha.
Emprego do Hífen:
- O hífen é usado =
a) para ligar as partes de adjetivo composto: verde-claro, azul-marinho, luso-brasileiro
b) para ligar os pronomes mesoclíticos (vem no meio do verbo) ou enclíticos (vem depois do
verbo): amá-lo-ei, far-me-á, dê-me, compraram-na.
c) para separar as sílabas de uma palavra, inclusive na translineação (mudança de linha): a-ba-
ca-xi, se-pa-ra-do.
b) Independentemente do prefixo, ele sempre será separado por hífen de palavra iniciada por
H: anti-higiênico, anti-histórico, contra-histamínico, macro-história, mini-hotel, micro-hábitos,
micro-horários, multi-homologação, proto-história, pseudo-homem, semi-homogênio, semi-
honestidade, sobre-humano, super-homem, supra-humanitário, ultra-humano, ultra-
humilhante, etc.
OBS: Exceções: subumano ou sub-humano, coerdeiro ou co-herdeiro.
c) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o
segundo elemento: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,
autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar,
infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.
d) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por
consoante diferente de r ou s: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção,
coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus,
seminovo, ultramoderno.
e) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r
ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas,
antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema,
minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente.
f) Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma vogal: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto-
observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque, micro-ondas, micro-ônibus, semi-
internato, semi-interno.
OBS: O prefixo CO aglutina-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O:
coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante, etc.
O prefixo RE também se aglutina com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por
E: reedição, reeducação, reelaborar, reeleger, reembolso, reexame, etc.
g) Não se usa o hífen quando o prefixo termina em consoante diferente da consoante com que
se inicia o segundo elemento: hipermercado, intermunicipal, superdedicado, superproteção,
hipercaprichoso.
h) Não se usa o hífen quando o prefixo terminado em consoante é seguido de palavra iniciada
por vogal: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil,
superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante,
superotimismo.
i) Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar
pela mesma consoante: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-
racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.
OBS: Com o prefixo SUB, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por R: sub-região,
sub-raça, etc.
Com os prefixos CIRCUM e PAN, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por M, N e VOGAL:
circum-navegação, pan-americano, etc.
j) Emprega-se o hífen nos topônimos (nomes próprios) compostos iniciados pelos adjetivos
GRÃ, GRÃO (Grã-Bretanha, Grão-Pará), ou por forma verbal (Abre-Campos, Passa-Quatro,
Quebra-Costas, Quebra-Dentes, Traga-Mouros, Trinca-Fortes), ou cujos elementos estejam
ligados por artigo (Albergaria-a-Velha, Baía de Todos-os-Santos, Entre-os-Rios).
OBS: Os outros topônimos compostos escrevem-se com os elementos separados, sem hífen:
América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Castelo Branco. O topônimo Guiné-Bissau é,
contudo, uma exceção consagrada pelo uso.
k) Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de
ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma
unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o
primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, médico-
cirúrgico, rainha-cláudia (= caranguejeira), tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto, alcaide-mor,
amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-
africano, afro-asiático, afro-Iuso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro,
primeiro-sargento, primo-infecção, segunda-feira, conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.
OBS: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de
composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista.
l) Não se emprega hífen em locuções substantivas e adjetivas que trazem elemento conectivo
como preposição ou conjunção: dia a dia, cão de guarda, olho de sogra, fim de semana, pôr do
sol, mão de obra, pé de moleque, cor de vinho, cor de mel, etc.
OBS: O hífen é empregado em vocábulos que designam espécies botânicas ou animais: dente-
de-leão, copo-de-leite, pimenta-do-reino, cravo-da-índia, andorinha-da-serra, lebre-da-
patagônia, olho-de-boi, bico-de-papagaio.
OBS2: Mesmo com a presença de elemento conectivo, o hífen foi mantido em casos já
consagrados: água-de-colônia, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, ao deus-dará, à queima-roupa,
pé-de-meia, pé-d’água, pau-d’alho, gota-d’água, cola-de-sapateiro, pão-de-leite, arco-da-
velha.
m) Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: AÇU, GUAÇU e MIRIM: amoré-
guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
n) Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam,
formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares: ponte Rio-Niterói,
eixo Rio-São Paulo.
o) Embora o Novo Acordo Ortográfico não tenha feito menção expressa ao uso do hífen após
as palavras NÃO e QUASE empregadas com função prefixal, a Academia Brasileira de Letras,
em uma de suas manifestações acerca do Acordo, decidiu excluir o emprego do hífen nesses
casos: não agressão, não alinhado, não conhecimento, não fumante, quase delito, quase
irmão.
r) Como prefixo, BEM exige hífen sempre: bem-arrumado, bem-afortunado, bem-aceito, bem-
sucedido, bem-humorado, bem-estar, bem-querer.
OBS: Há compostos em que bem aglutina-se com o segundo elemento: benfeito, benfazer,
benfeitor, benquerer, benquisto.
Paroxítonas - são aquelas palavras cuja sílaba tônica ocorre na penúltima sílaba da
palavra.
- Regras =
a) Monossílabas Tônicas (Oxítonas Monossilábicas) - Monossílabos são vocábulos que
possuem tão somente uma sílaba. No caso de tais palavras apresentarem autonomia fonética
e semântica, são denominados tônicos, situação não qual serão acentuadas se terminarem em
A(S), E(S), O(S). Ex.: Eis exemplos: pá(s), fé(s), cós, pó(s), etc.
OBS: São considerados monossílabos tônicos as formas verbais assimiladas com pronomes
oblíquos átonos. Em outros termos, ao fazer sua análise, desconsidere a presenças dos
pronomes assimilados. Ex.: dá-lo (dá), sê-lo (sê), pô-los (pô), etc.
b) Oxítonas - Palavras que possuem duas sílabas são denominadas dissílabas, assim como as
trissílabas possuem três sílabas, e as polissílabas possuem quatro sílabas ou mais. Caso tais
vocábulos possuam como sílaba pronunciada mais fortemente (sílaba tônica) a última, são
denominadas de oxítonas. As palavras oxítonas serão acentuadas quando terminarem em A(S),
E(S), O(S), EM, ENS. Ex.: cajá, pavê, jiló, vintém, parabéns, etc.
OBS: São consideradas palavras oxítonas as formas verbais assimiladas com pronomes
oblíquos átonos. Em outros termos, ao fazer sua análise, desconsidere a presenças dos
pronomes assimilados. Vejamos alguns exemplos: comprá-las (comprá), vendê-lo (vendê),
compô-los (compô), etc.
c) Paroxítonas - As palavras paroxítonas possuem a penúltima sílaba tônica. A regra de
acentuação desses vocábulos é a mais extensa, por abarcar todas as outras terminações
diferentes das terminações das oxítonas. Ex.: Desse modo, acentuam-se palavras paroxítonas
terminadas em: I(S) – táxi(s), júri(s); US – ônus, bônus, tônus; R – revólver, caráter; X – tórax,
fênix, cálix; N – hífen, abdômen, pólen; L – fóssil, réptil, projétil; UM/UNS – álbum, fórum,
álbuns; ON(S) – elétron(s), fóton(s); PS – bíceps, tríceps, fórceps; ÃO/Ã – órgão, órfão, órfã;
DITONGO – jóquei, tênue, ciência.
OBS: Tome cuidado com as palavras caráter, júnior e sênior, que no singular têm acentuação
justificada pela regra das palavras paroxítonas. No plural, porém, tais vocábulos têm a sílaba
tônica deslocada e deixam de ser acentuadas. Senão, vejamos (observe que a sílaba tônica se
apresenta sublinhada): caracteres, juniores e seniores.
OBS2: Os vocábulos hífen, abdômen e pólen possuem duas formas de pluralização. Fique
atento a isso, pois, a depender da forma adotada, a acentuação pode ou não ser empregada.
Ex.: hífen >> hifens ou hífenes
pólen >> polens ou pólenes
abdômen >> abdomens ou abdômenes.
OBS3: Fique atento às variantes oxítonas de réptil e projétil, pois as formas de pluralização e
acentuação são diversas. Ex.: Réptil >> Répteis
Reptil >> Reptis
Projétil >> Projéteis
Projetil >> Projetis.
c) Acentos Diferenciais - Consoante o nome sugere, os acentos diferenciais são utilizados para
diferenciar vocábulos, a exemplo de por (preposição) e pôr (verbo). O Novo Acordo
Ortográfico determinou que não mais se deve usar o acento que diferenciava pares como
pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Ex.:
COMO ERA COMO FICA
Chuva pára o trânsito no centro Chuva para o trânsito no centro
Ele era o pólo passivo na relação Ele era o polo passivo na relação
Nem todos entendem o jogo de pólo Nem todos entendem o jogo de polo
Por que você não péla esses pêlos? Por que você não pela esses pelos?
Nunca gostei de pêra Nunca gostei de pera
OBS: Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo
poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3.ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente
do indicativo, na 3.ª pessoa do singular. Ex.: Na semana passada, ela não pôde conversar com
o chefe, mas nesta ela pode.
OBS2: Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo, e por é preposição. Ex.: Por
mim, você já pode pôr as barbas de molho. Vai sobrar para você!
OBS3: É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as formas verbais demos
(pretérito perfeito do indicativo) e dêmos (presente do subjuntivo). Ex.: Já demos o prazo
necessário para a resolução do problema. Ainda assim, talvez dêmos outra chance para quem
não se manifestou tempestivamente.
- Outros Casos =
a) Palavras Terminadas em EEM e OO(S) - Não se usa mais o acento das palavras terminadas
em eem e oo(s). Ex.:
b) Eliminação do Acento Agudo do u Tônico dos Grupos GUE e GUI - Semelhantemente ao que
ocorreu com o trema, que foi dispensado dos grupos QUE, QUI, GUE e GUI cujo u fosse
pronunciado de modo átono, o Novo Acordo Ortográfico dispensou o uso do acento agudo no
u tônico dos grupos GUE e GUI. Tal acentuação ocorria no presente do indicativo dos verbos
arguir e redarguir. Ex.:
c) Verbos Terminados em GUAR, QUAR e QUI - Há uma variação na pronúncia dos verbos
terminados em GUAR, QUAR e QUIR, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar,
obliquar, delinquir, etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do
presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Se forem
pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. No Brasil, a pronúncia
mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos. Ex.:
>> verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
>> verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
Se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Nos exemplos, a
vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras.
>> verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
>> verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
OBS: Além dos termos já citados, fique atento à pronúncia oscilante de algumas outras
palavras, pois isso determinará a presença ou não de acentuação gráfica no vocábulo. Vejamos
alguns exemplos a seguir:
Acróbata ou Acrobata
Alópata ou Alopata
Ambrósia ou Ambrosia (a primeira é uma planta, a segunda é o doce)
Anidrido ou Anídrido
Autopsia ou Autópsia
Biopsia ou Biópsia
Boêmia ou Boemia
Clitóris ou Clitoris
Elétrodo ou Eletrodo
Hieróglifo ou Hieróglifo
Homília ou Homilia
Madagáscar ou Madagascar
Necrópsia ou Necropsia
Ortoepia ou Ortoépia (= estudo da correta pronúncia das palavras)
Oceânia ou Oceania
Sóror ou Soror (= forma de tratamento usada para freiras)
Transístor ou Transistor (= componente eletrônico)
Xerox ou Xérox
Zângão ou Zangão
Zênite ou Zênite (= ponto ou grau mais elevado)
OBS2: Eventualmente as bancas examinadoras empregam, em suas questões, palavras que
podem ser acentuadas ou não a depender do significado contextual que elas assumem. Eis
alguns exemplos a seguir.
Amém (= sim, resposta litúrgica) >> Amem (= flexão do verbo amar)
Análise (= nome da ação) >> Analise (= flexão do verbo analisar)
Até (= preposição)>> Ate (= flexão do verbo atar)
Babá (= cuidadora)>> Baba (= flexão do verbo babar)
Contribuí (= verbo no pretérito) >> Contribui (= verbo no presente)
Doído (= que dói)>> Doido (= louco)
Fábrica (= prédio/instalação) >> Fabrica (= flexão do verbo fabricar)
Fluído (= particípio de fluir) >> Fluido (= líquido)
Fotógrafo (= atividade) >> Fotografo (= flexão de fotografar)
História (= narração)>> Historia (= flexão do verbo historiar)
Início (= começo)>> Inicio (= flexão do verbo iniciar)
Mágoa (= ressentimento) >> Magoa (= flexão do verbo magoar)
Médico (= atividade)>> Medico (= flexão do verbo medicar)
Música (= composição) >> Musica (= flexão do verbo musicar)
Negócio (= atividade)>> Negocio (= flexão do verbo negociar)
Número (= quantidade) >> Numero (= flexão do verbo numerar)
Público (= que é exposto) >> Publico (= flexão do verbo publicar)
Sábia/Sabiá (= inteligente/ave) >> Sabia (= flexão do verbo saber)
Secretária (= atividade) >> Secretaria (= flexão de secretariar)
Uso do PORQUÊ
- PORQUE – Resposta
- PORQUÊ – Motivo
- Ironia Verbal – Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado,
normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.
- Ironia de Situação – A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado
é contrário ao que se espera ou que se planeja.
Ex.: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não
saem como o esperado. No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas
maneiras alcançar a notoriedade sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna
conhecida. Há uma ironia de situação: planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou
famoso após a morte.
- Ironia Dramática (ou Satírica) – A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos
textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem
sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.
Ex.: Em livros com narrador onisciente, ou seja, que sabe tudo o que se passa na história com
todas as personagens, é mais fácil aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta,
por exemplo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em
decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir
seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem sucedidos. Isso é uma ironia
dramática.
- Costume ser...
- Mas foram duas horas esperando, no calor e sem gibi. A minha Paciência se foi faz tempo!
Pode significar uma pessoa que será atendida pelo médico ou uma pessoa que tem paciência.
INFERÊNCIA: é uma dedução feita com base em informações ou um raciocínio que usa dados
disponíveis para se chegar a uma conclusão. Inferir é deduzir um resultado, por lógica, com
base na interpretação de outras informações. Inferir também pode significar chegar a uma
conclusão a partir de outras percepções ou da análise de um ou mais argumentos.
Ex.: Se eu tiver dinheiro, irei viajar. Se eu for viajar, ficarei feliz. Portanto, se eu tiver dinheiro,
ficarei feliz.
Ex.: Está chovendo. Depois da chuva vem o sol. Então, o sol deve aparecer logo.
- Regras de Inferência – As regras de inferência são métodos usados para fazer uma dedução e
chegar a uma conclusão, a partir de uma ou mais premissas conhecidas. São usados os
argumentos básicos (premissas) para se chegar a um valor (conclusão).
Nesse caso todo cachorro é bonito e Marley é um cachorro são as premissas e logo, Marley é
bonito é a conclusão.
Ex.:
Elementos de Referência
1. Elementos Endofóricos = Estes são os elementos responsáveis pela ligação entre tudo que
está dentro do texto. Eles são divididos em:
Ex.: Rex e Lulu são animais de estimação. Eles foram adotados por Júlia e agora ambos vivem
no apartamento dela.
Explicação: O pronome “eles” se refere à Rex e Lulu, é um elemento anafórico, porque o nome
dos dois já havia sido mencionado, da mesma forma que o pronome “ambos”.
Ex.: Ela encantava a todos com seus movimentos precisos e delicados, a dançarina mascarada.
Explicação: O pronome “ela” aparece antes da informação de quem faz movimentos precisos e
delicados, ou seja, a dançarina mascarada. Por isso, tem uma função catafórica.
2. Elementos Exofóricos = Estes elementos são aqueles que apontam para fora do texto, que
precisam ser contextualizados — a apenas por meio do contexto é possível aferir de quem ou
do que se fala. Para esta função, são bastante utilizados os pronomes demonstrativos.
Recursos da Coesão
Alguns recursos essenciais que promovem a harmonia dos elementos do texto são:
De modo geral, toda palavra que tem função de conectivo pode ser considerada como um
elemento de coesão que compõem esses recursos essenciais alguns deles são: conjunções que
são responsáveis por organizar ideias opostas ou complementares; pronomes que retomam
partes anteriores ou que serão mencionadas a seguir e advérbios.
Ex.: Maria saiu de casa para ir ao supermercado, mas (conjunção) estava chovendo, então
(conjunção conclusiva) retornou ao seu (pronome) quarto para (locução prepositiva de
finalidade) pegar o guarda-chuva, o qual (pronome relativo) estava na gaveta.
Percebeu a variedade de conectivos que um período pode ter? Elas são responsáveis por
estabelecer as inter-relações entre os termos, frases, orações e parágrafos. Ampliar seu
vocabulário e memorizar os principais conectivos evita a repetição de alguns elementos, o que
tornaria seu texto repetitivo. Veja os principais conectivos, também chamados de palavras de
transição.
Prioridade, relevância – em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio,
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo,
a priori, a posteriori
Adição, continuação – além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda por cima,
por outro lado, também, e, nem, não só... mas também, não só... como também, não apenas...
como também, não só... bem como, com, ou (quando não for excludente)
Dúvida – talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se
é que
Ilustração, esclarecimento – por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer
dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás
Propósito, intenção, finalidade – com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade
de, com o intuito de, para que, a fim de que, para, como
Lugar, proximidade, distância – perto de, próximo a/de, junto a/de, dentro, fora, mais
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, a
Causa e consequência. Explicação – por consequência, por conseguinte, como resultado, por
isso, por causa de, na medida em que, em virtude de, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)
... que, porque, porquanto, já que, uma vez que, visto que, como (=porque), logo, que
(=porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista, pois (anteposto ao verbo)
Contraste, oposição, restrição, ressalva – pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto,
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto
Ressalva: embora, apesar de, ainda que, mesmo que, posto que, posto, conquanto, se bem
que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que
Ideias alternativas – Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora, seja... seja, já... já, nem... nem
Proporcionalidade – à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto
menos
Este tipo de coesão textual é usado para evitar a repetição dos termos dentro do que está
sendo escrito. Dessa forma, ela “faz referência”, ou seja, aponta para outros elementos que já
foram citados no texto e para acrescentar novas informações sobre algo que já foi
mencionado.
Ex.: Leonardo da Vinci e Michelangelo são artistas. Eles são uns dos nomes mais famosos da
história da arte.
A coesão por referência pode ser elaborada por meio de três modos básicos:
Pessoal: Júlia e Alice eram amigas desde a infância. Mas elas não sabiam que isso
estava prestes a mudar. O pronome "elas" faz referência aos termos anteriores "Júlia"
e "Alice". (referência pessoal anafórica);
Demonstrativa: A dor é parte da vida, esse é um fato que não se pode escapar. A
palavra "esse" faz referência à informação dada anteriormente. (referência
demonstrativa anafórica);
Comparativa: O resultado de 2+2 é o mesmo que 1+3. O conectivo "mesmo" faz
referência a uma equivalência ou igualdade em uma comparação entre os termos
"2+2" e "1+3". (referência comparativa endofórica).
A coesão substituição é realizada quando usamos um termo no lugar de outro que tenha o
mesmo valor que facilita a construção da coesão e impede a repetição dos termos ao longo do
texto. Pode ser feito por meio da relação entre nomes, como mostramos no item anterior,
como referência pessoal anafórica, mas também pode ser:
Verbal: Lorraine estudou para o vestibular. Jonas fez o mesmo. A ação de “estudar” é
realizada por ambas as pessoas, contudo, na segunda oração, o verbo “fazer” é
utilizado como substituto do verbo “estudar”;
Frasal: Eduardo tem duas irmãs. Marcos também. O termo "também" substitui "tem
duas irmãs”.
Esse tipo de coesão se trata de figura sintática que é usada com o propósito de evitar a
repetição de um termo (anafórico). Diferentemente da substituição, o termo da elipse é
suprimido sem que o sentido da frase ou período se perca. A elipse pode ser pessoal, verbal ou
frasal.
No caso das conjunções sua função é conectar e estabelecer relações entre orações ou
palavras, mantendo a conexão entre as partes do texto e, portanto, é um elemento de coesão.
Dos vários tipos de conjunções existentes, podemos dividi-los em dois grupos:
5. Coesão Lexical
Por fim, a coesão lexical que se trata da repetição (reiteração) ou substituição de um termo
por outro que tenha sentido semelhante. Para ter este efeito são usados estes recursos:
Substituição lexical: consiste na substituição de uma unidade lexical por outra que, com ela,
mantém a mesma ideia de sentido. Pode ocorrer por meio de:
Pronomes: O Papa Francisco foi nomeado em 2013. Vossa Santidade se tornou muito popular
por meio das redes sociais. (O pronome de tratamento substitui o nome do líder da Igreja
Católica);
Quase Sinônimo: é realizado por meio da substituição de um vocábulo por outro que, embora
não possua o mesmo sentido, de acordo com o contexto retoma o vocábulo anterior.
Exemplo: Os jornalistas protestaram após a decisão do STF quanto à não necessidade de
diploma para o exercício da profissão. Segundo o sindicado da categoria, essa decisão é
afronta à prática de um jornalismo profissional e eficiente. (Categoria substitui jornalista, que
nesse contexto tem um valor de sinônimo);
Hiperônimo e Hipônimo: trata-se da relação que existe entre um vocábulo de sentido genérico
(hiperônimo) e outro de sentido específico (hipônimo).
Exemplo: De todos os répteis, o mais violento é, sem dúvidas, o jacaré. (A palavra jacaré é
hipônima de répteis e répteis é o hiperônimo de jacaré).
Neste momento vamos apresentar os principais conceitos da coerência textual e como eles
podem ser empregados nas frases.
1. Princípio da não contradição: O texto não deve possuir contradições de ideias internas
entre diferentes partes dele.
Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose.
Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose.
Justificativa: A segunda frase apresenta erro de incoerência (não faz sentido), porque
quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca.
2. Princípio da não tautologia: Mesmo que sejam usadas palavras diferentes, o texto e as
ideias dentro dele não devem se repetir. A repetição pode comprometer a
compreensão da mensagem do texto e causar redundância (tautologia).
Coerência correta: Visitei a Torre Eiffel há um ano.
Erro de coerência: Visitei a Torre Eiffel há um ano atrás.
Justificativa: o uso do verbo haver na sua forma "há" já indica que esta é uma ação
que ocorreu no passado. Então ao colocar a palavra "atrás", que também indica que a
ação ocorreu no passado, não acrescenta nenhum valor e apenas faz com que ela se
torne repetitiva.
3. Princípio da relevância: a organização do texto deve seguir uma sequência lógica de
eventos relacionados entre si, as ideias não devem ser fragmentadas e necessárias ao
sentido da mensagem. Caso a ordem das ideias esteja incorreta, mesmo que
isoladamente elas apresentem sentido, o entendimento do texto como um todo é
comprometido.
Coerência correta: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar
seu casaco marrom para ir ao trabalho.
Erro de coerência: O dia estava muito frio, nevava muito. Então o homem decidiu usar
uma roupa de praia para ir ao trabalho.
Justificativa: Note que, embora as frases façam sentido isoladamente, a ordem de
apresentação da informação torna a mensagem confusa. Uma vez que está nevando
muito, usar uma roupa de praia na rua é um risco para a saúde do nosso personagem.
4. Continuidade temática: Esse conceito é importante para assegurar que o texto
mantenha a sequência dentro de um mesmo assunto. Quando este conceito não é
respeitado, a pessoa que lê a mensagem fica com a sensação de que o assunto foi
mudado repentinamente.
Coerência correta: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de
plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Ainda pretendo investir no cultivo de
hortaliças.
Erro de coerência: Meu hobby nos finais de semana é cuidar do jardim, gosto de
plantar flores, rosas e pequenos arbustos. Mas ainda pretendo investir na bolsa de
valores.
Justificativa: Repare que no segundo exemplo, o narrador acaba fazendo uma
mudança súbita de assunto, apesar do uso adequado do sentido de investir, o tema a
que ele se refere nada tem a ver com o que estava sendo dito anteriormente.
5. Progressão semântica: o cumprimento desse conceito garante a inserção de novas
informações no texto, dando seguimento no assunto e finalizando a proposta
comunicativa. Quando isso é aplicado, a leitura pode se tornar longa e arrastada e que
nunca alcança seu objetivo final.
Coerência correta: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um
pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como
passadas se aproximando delas, de repente foram surpreendidos por um animal
selvagem.
Erro de coerência: Os amigos estavam passeando pela mata e decidiram parar um
pouco para recuperar o fôlego. Durante o repouso ouviram um barulho, como
passadas se aproximando deles, a cada nova respiração, o barulho se aproximava mais
um pouco e mais um pouco. Aumentando o suspense no ar, os corações acelerados, o
corpo tenso...
Justificativa: Apesar das frases fazerem sentido e respeitarem uma sequência
narrativa lógica, a segunda prolonga demais os detalhes da cena que acabam por
atrapalhar o leitor a acompanhar a história e o desfecho é embromado.
Além disso, distribua as informações importantes do texto sem deixar de enfatizá-las, exponha
informações suficientes sobre o assunto e prove que tem domínio do assunto que está sendo
apresentado.
O que deve ser evitado na coerência textual é o uso de palavras desnecessárias e repetitivas,
ideias redundantes e contraditórias, informações e fatos isolados que não encadeiam com as
ideias apresentadas anterior e posteriormente.
Também é recomendado que se evite o uso de frases muitos longas ou frases prontas, como
clichês, jargões e estrangeirismos. Em suma, tenha cuidado para não utilizar recursos que
desfavoreçam ou enfraqueçam seu discurso.
Fatores de Coerência
Alguns fatores que contribuem para a coerência de um texto, considerando sua amplitude:
1. CONHECIMENTO DE MUNDO
Ex.: Peru, Panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes. Tudo a postos para a Festa Junina!
Uma questão cultural nos leva a deduzir que a frase acima é incoerente. Visto que “peru,
panetone, ovos de chocolate, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem às outras
celebrações nacionais e não à festa junina.
2. INFERÊNCIAS
Por meio das inferências, que também podemos chamar de deduções, as informações que
estão sendo apresentadas no texto podem ser simplificadas. Caso partamos do pressuposto de
que os leitores ou interlocutores do texto ou mensagem partilham do mesmo conhecimento.
Ex.: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles veganos. (Ou seja, em princípio, esses
convidados não comem produtos de origem animal).
3. FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO
Exemplo: O uso das ombreiras era uma moda muito comum na década de 80.
4. INFORMATIVIDADE
Este elemento, especialmente, garante que o seu texto tenha mais credibilidade e seja mais
interessante. Mas cuidado! O uso de uma informação isolada e reforçá-la sem um contexto ou
desenvolvimento pode desvalorizar o texto.
A coesão é responsável pelas estruturas que organizam a superfície dos textos e que levam à
construção da coerência, do sentido do que está sendo escrito. Ao mesmo tempo a coerência,
que é o conteúdo e a intenção do texto, precisa estar explícita de uma forma coesa.
Podemos concluir que coesão e coerência são complementares e estão relacionadas às regras
essenciais para a produção de bons textos, apesar de suas diferenças e especificidades. E vale
lembrar, que apesar de um texto ser coeso ele pode ser incoerente ao mesmo tempo.
Quando tratamos de coesão estamos nos referindo à estrutura e como um texto é organizado.
Para atingir este objetivo, todas as partes que o constituem precisar estar ligadas entre si por
meio de elementos conectivos. Ao passo que a coerência está relacionada à articulação lógica
de ideias e ao sentido interno e externo a mensagem construída.
E todos os elementos que constroem a coesão visam assegurar a conexão entre frases, orações
e parágrafos do texto. De forma alguma um texto coeso pode ser composto por uma
sequência de frases isoladas umas das outras.
Pelo contrário, os elementos anafóricos (remetem ao que já foi dito) e catafóricos (remetem
ao que será dito) precisam ser bem articulados fazendo com que o texto seja fluido e
compreensível em seu todo.
Que chamamos de nexo, a conexão entre fatos e ideias que compõem a mensagem, essenciais
para garantir a coerência textual.
Sequências textuais: descritiva, narrativa, argumentativa, injuntiva, dialogal.
Características e Estrutura
Os textos narrativos caracterizam-se por seu aspecto factual e performático, pois relatam
acontecimentos por meio da utilização de personagens, que, no texto, “encenam” as
experiências vividas ou imaginadas.
Assim, são presentes, nos textos de caráter narrativo, personagens principais e secundários, e
espaço(s) e tempo(s). O espaço pode referir-se a espaços físicos (como um país, estado,
cidade) ou sociais (como as elites, as classes populares, os intelectuais etc.).
Dentro desses dois grupos, há muitas possibilidades de explorar essa ferramenta e criar
diferentes efeitos.
Exemplos: Notícia, Biografia, Autobiografia, Conto, Romance, Filme, Teatro, Novela, Parábola,
Mito, Lenda, Anedota, Piada e Fofoca.
SEQUÊNCIA DESCRITIVA - O tipo textual descritivo é aquele que se caracteriza por expor
as características ou propriedades de algum objeto, seja ele material (como uma paisagem,
um produto físico etc.), seja imaterial (uma sensação, um serviço, um produto digital etc.). O
propósito da descrição consiste em fornecer uma apresentação consistente com o objetivo do
apresentador, de modo que o leitor ou ouvinte possa ter uma visualização mental do objeto
apresentado. Nesse período, percebemos a presença de verbos de ação (pegava, chorava,
brincavam) em uso com os demais elementos de uma narrativa (personagens, tempo, espaço),
porém, cada elemento permanece em seu lugar, não apresentando uma interação que gere
consequências; o que temos é um panorama de uma situação, lembrando até mesmo uma
pintura impressionista.
Características e Estrutura
O texto descritivo se caracteriza por uma forte presença de verbos de ligação e adjetivos ou
outros qualificadores, que servem ao intuito de construir-se uma imagem mental do objeto
apresentado. É muito comum a esse tipo textual uma forte presença da descrição visual, desse
modo, a observação criteriosa do objeto faz-se uma ação fundamental.
SEQUÊNCIA DIALOGAL - Possui como característica fundamental o fato de ser formada por
mais de um interlocutor.
Tipos de argumento.
ARGUMENTAÇÃO: Consiste em uma atividade discursiva (falada ou escrita) utilizada no intuito
de influenciar determinado interlocutor por meio de argumentos. Os argumentos demandam
uma estrutura composta por:
a) apresentação e organização de ideias;
b) estruturação do raciocínio em defesa de um ponto de vista (tese).
Assim, a depender do tipo de relação que o operador argumentativo estabelece, ele pode ser
classificado de maneira específica. Vejamos alguns dessas relações postas em funcionamento:
5) Argumento por raciocínio lógico: uma forma de compor as ideias com base nas relações de
causa e efeito, gerando uma interpretação que pode ir de encontro com a tese defendida.
Exemplo: O aumento da pena e da lógica punitiva no sistema penal em outras regiões do globo
não resultou em uma diminuição da violência, logo, o aumento da pena e a maior rigidez no
sistema brasileiro devem gerar as mesmas consequências.
Classificação gramatical.
CLASSES GRAMATICAIS - A classificação das palavras em classes remonta aos estudos greco-
latinos sobre a linguagem (em nossas gramáticas de língua portuguesa, herdamos essa
classificação). Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, são dez (10) as classes
gramaticais (com alguns exemplos):
Existem as classes:
Variáveis: admitem flexão, ou seja, podem variar em gênero, número e grau. Ex.: substantivo,
artigo, adjetivo, pronome, numeral e verbo.
Invariáveis: NÃO admitem flexão, ou seja, não variam em gênero, número ou grau. Ex.: palavra
denotativa, preposição, conjunção, interjeição.
ARTIGO – Vocábulo que se antepõe aos substantivos para designar seres determinados ou
indeterminados.
A) Sempre se refere a um substantivo;
B) É variável;
C) Semanticamente – no que se refere ao sentido – os artigos podem ser:
Dica 1: Atenção às Contrações! Quando uma questão pedir para identificar os artigos em uma
frase, é necessário estar atento aos artigos que fazem parte de contrações.
Exemplos:
Preciso do livro. DO = de (preposição) + o (artigo)
Foi à feira. À = a (preposição) + a (artigo)
Dica 2: Não confunda os Artigos (“O” e “A”) com o Pronome Oblíquo! Em provas de concurso,
é comum a banca misturar artigos e pronomes oblíquos. Enquanto o artigo define o
substantivo, o pronome oblíquo substitui um substantivo. Para identificar um pronome, tente
substituí-lo por outro pronome.
Exemplos:
Comprei o livro. O define o substantivo livro (artigo definido)
Comprei-o. O pode ser substituído por ELE (pronome pessoal oblíquo)
Dica 3: Não confunda o Artigo “A” com a Preposição “A”! Em provas de concurso, é comum a
banca misturar o artigo A e a preposição A. Enquanto o artigo define o substantivo, a
preposição liga termos ou orações. Para identificar uma preposição, tente substitui-la por
outra preposição.
Exemplos:
Comprei a blusa. A define o substantivo blusa (artigo definido)
Fui a Portugal. A pode ser substituído por PARA (preposição)
Dica 4: Os Vocábulos “O”, “OS”, “A” e “AS”, antes de “QUE” e “DE”, em geral, serão Pronomes
Demonstrativos! Em provas de concurso, quando DE ou QUE vierem seguidos de “O”, “OS”,
“A” ou “AS”, normalmente esses vocábulos serão pronomes demonstrativos. Enquanto o
artigo define o substantivo, o pronome demonstrativo se refere a uma ideia já expressa
anteriormente. Para identificar um pronome demonstrativo, tente substituí-la por outro
pronome demonstrativo.
Exemplo:
Quero o que você comprou. O pode ser substituído por AQUILO (pronome demonstrativo)
Prefiro a de tampa azul. A pode ser substituído por AQUELA (pronome demonstrativo)
SUBSTANTIVO – É o nome de tudo o que existe (ser animado) ou que imaginamos (ser
inanimado).
A) Sempre pode vir antecedido de artigo (na dúvida, insira um artigo antes da palavra);
B) É variável.
Locução Adjetiva
Locução é sempre uma expressão, ou seja, ela é formada por mais de uma palavra. A locução
adjetiva é forma composta, constituída geralmente de preposição + substantivo, que modifica
o substantivo: Ex.: amor de pai, casa de campo, negócio da china, rosto de anjo etc.
Dica 6:
I) A TROCA DE POSIÇÃO ENTRE O SUBSTANTIVO E O ADJETIVO PODE GERAR MUDANÇAS DE
CLASSES GRAMATICAIS. Em provas de concurso, é comum a banca perguntar se a troca de
posição entre substantivo e adjetivo gera mudança de classe.
Exemplos:
- Mudando a classe:
Trabalhador nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo.
Nordestino trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo.
- Permanecendo na mesma classe:
Blusa branca. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.
Branca blusa. Blusa é substantivo e branca é adjetivo.
II) A MUDANÇA DE CLASSES GRAMATICAIS SEMPRE GERA MUDANÇA DE SENTIDO. Se, com a
mudança de posição, alteraram-se as classes gramaticais, necessariamente, o sentido das
frases foi alterado.
Exemplos:
Trabalhador nordestino. Trabalhador é substantivo e nordestino é adjetivo. Aqui o foco é o
trabalhador e uma característica dele é ser nordestino.
Nordestino trabalhador. Nordestino é substantivo e trabalhador é adjetivo. Aqui o foco é o
nordestino e uma característica dele é ser trabalhador.
Dica 7: NEM SEMPRE A EXPRESSÃO FORMADA POR PREPOSIÇÃO MAIS SUBSTANTIVO, JUNTO
A OUTRO SUBSTANTIVO, SERÁ LOCUÇÃO ADJETIVA. Para saber se se trata de ou não de uma
locução adjetiva, é preciso estar atento ao sentido das frases. Se a expressão tiver valor ATIVO
ou de POSSE, trata-se de um adjunto adnominal = LOCUÇÃO ADJETIVA; Se a expressão
tiver valor PASSIVO, trata-se de um complemento nominal (PREPOSIÇÃO + SUBSTANTIVO).
Exemplos:
A construção do arquiteto é linda. DO ARQUITETO tem valor de posse (locução adjetiva)
A construção da casa foi derrubada. DA CASA tem valor passivo (complemento nominal)
A preparação do Estratégia é a melhor. DO ESTRATÉGIA tem valor ativo (locução adjetiva)
A preparação dos nossos alunos é a meta. DOS NOSSOS ALUNOS tem valor passivo
(complemento nominal)
NUMERAL – Exprime quantidade exata, ordem, múltiplos ou frações dos números. São quatro
os tipos de numeral:
● cardinais: um, dois, mil, milhão etc.
● ordinais: primeiro, segundo, milésimo, milionésimo etc.
● fracionários: três quartos, meio etc.
• multiplicativos: dobro, triplo etc.
Em provas de concurso, o numeral aparece em contraposição com artigos indefinidos e
pronomes indefinidos.
Locução Adverbial
Advérbios Interrogativos
- De causa: Por que faltaste? (Direta) / Não sei por que faltaste (indireta).
- De lugar: Onde estás? (Direta) / Não sei onde estás (indireta).
- De modo: Como vais de saúde? (Direta) / Diga-me como vais de saúde (indireta).
- De tempo: Quando voltas? (Direta) / Diga-me quando voltas (indireta).
Dica 11: O ARTIGO TEM O PODER DE SUBSTANTIVAR PALAVRAS! É muito comum que a banca
traga uma palavra que comumente não é substantivo, e torne-a substantivo. Isso é feito por
meio da introdução de um artigo.
Exemplo:
Recebi um não de resposta. NÃO, que normalmente é advérbio, nesse caso é substantivo, por
causa do artigo UM.
Dica 12: NÃO CONFUNDA O ADJETIVO ADVERBIALIZADO (QUE VIROU ADVÉRBIO) COM O
ADJETIVO OU COM O ADVÉRBIO. É muito comum que a banca traga uma palavra que
comumente é adjetivo, e torne-a adjetivo adverbializado.
Exemplos:
A cerveja que desce redondo. REDONDO, que normalmente é adjetivo, nesse caso, é advérbio,
pois está qualificando DESCE (verbo)
A bola é redonda. REDONDA está qualificando bola (substantivo), então é um adjetivo
A mulher chegou ontem. ONTEM qualifica chegou, então é um advérbio
PREPOSIÇÃO – Liga palavra ou orações (a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por, sem, sob, sobre, trás). Ex.: pão com manteiga (união de palavras) /
chegou para resolver (união de orações).
Locução Prepositiva
Conjunto de palavras que termina em preposição. Ex.: abaixo de, de acordo com, apesar de,
junto a etc.
INTERJEIÇÃO – Vocábulo que indica nossos estados de emoção. Ex.: oba! puxa! nossa! tomara!
pelo amor de Deus!
Pronome Indefinido
Aquele pronome que traz uma ideia vaga/indefinida. Ex.: algum, nenhum, muito, bastante,
mais etc.
Dica 13: ATENÇÃO A PALAVRAS COMO “MUITO”, “BASTANTE”, “TODO”, “MAIS” E “POUCO”.
Dependendo do contexto, essas palavras podem modificar o sentido e ser classificadas de
forma diferente.
Exemplos:
Fala muito. MUITO qualifica FALA (verbo), então é advérbio
Tem muito orgulho. MUITO se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia vaga de quantidade,
então é pronome indefinido
Fala bastante. BASTANTE se refere a FALA (verbo), então é advérbio
Tem bastante orgulho. BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) e dá ideia vaga de
quantidade = MUITO, então é pronome indefinido
Tem orgulho bastante. BASTANTE se refere a ORGULHO (substantivo) = SUFICIENTE, então é
adjetivo.
Ele chegou todo feliz. TODO se refere a FELIZ (adjetivo), então é advérbio
Todo aluno é especial. TODO se refere a aluno (substantivo) e dá ideia vaga de quantidade =
QUALQUER, então é pronome indefinido.
Processo de formação de palavras.
A derivação e a composição são os dois processos que servem de base na formação de
palavras. Eles são classificados da seguinte forma:
A diferença entre derivação e composição está no modo como eles formam as palavras.
Na composição, as palavras são formadas pela junção de radicais, por exemplo: guarda-sol. A
palavra guarda-sol é formada por dois radicais: guard + sol. Radical é a parte da palavra que
contém o seu significado, ou seja, podemos dizer que é a sua parte mais importante.
Na derivação, uma das formas mais simples de formar palavras é acrescentando prefixos e
sufixos, por exemplo: solar. A palavra solar é formada através da junção de um sufixo ao
radical: sol é o radical e -ar é o sufixo.
Processos de derivação
Derivação prefixal (ou derivação) - as palavras são formadas pelo acréscimo de prefixos
(elemento que vem antes do radical, por exemplo: anti-, des-, -in, -re, sub-).
Derivação sufixal (sufixação) - as palavras são formadas pelo acréscimo de sufixos (elemento
que vem depois do radical, por exemplo: -ada, -agem, -ar, - mente, - ista).
Que andar esquisito… (“Andar” é um verbo que, neste caso, tem valor de substantivo.)
Sou zero em matemática. (“Zero” é um numeral que, neste caso, tem valor de
substantivo.)
Já trato do jantar! (“Jantar” é um verbo que, neste caso, tem valor de substantivo.)
Sinto falta do azul do mar. (“Azul” é um adjetivo que, neste caso, tem valor de
substantivo.)
Não lhe dê um não, por favor. (“Não” é um advérbio de negação, mas a palavra “não”
em negrito tem valor de substantivo.)
Derivação regressiva - as palavras são formadas pela redução de uma palavra primitiva e,
assim, dão origem a uma palavra derivada.
Processos de composição
Composição por justaposição - as palavras são formadas pela união de dois ou mais radicais,
sem apresentar alterações nos seus sons, ou seja, sem alterações fonéticas.
Composição por aglutinação - as palavras são formadas pela união de dois ou mais radicais,
mas sofrem alterações.
Veja o exemplo:
Júlia: substantivo
quebrou: verbo
a: artigo
carteira; substantivo
Perceba que, na análise morfológica, é como se cada palavra fosse recortada da oração, pois, o
interesse, nesse caso, é encontrar a classe gramatical.
Na análise sintática, a palavra não é estudada de forma isolada, pois ela mantém relação com
outras palavras. Por isso, sintaticamente, as palavras passam a exercer uma função na oração.
Vamos analisar as mesmas palavras do exemplo, só que agora buscaremos a função, ou seja, o
papel desempenhado por cada uma dentro da oração.
Júlia: sujeito
quebrou: verbo transitivo direto
a cadeira: objeto direto
a: adjunto adnominal
cadeira: núcleo do objeto direto
Substantivo – núcleo do sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, agente da passiva,
complemento nominal e aposto;
Atenção: O substantivo também pode exercer as funções de adjunto adnominal e de adjunto
adverbial. Nesses casos, aparecem em locuções adjetivas ou adverbiais.
Quando a análise sintática é feita junto à morfológica, ela recebe o nome de análise
morfossintática.
Fenômenos gramaticais e construção de significados na língua portuguesa .
Em primeiro lugar, é importante saber que a língua é um fenômeno social presente no
cotidiano de todas as pessoas que habitam nosso planeta. Como fenômeno social é por meio
dela que interagimos com o mundo e o interpretamos. Utilizamos a língua para construir nosso
pensamento, para nos comunicar com outros, para nos inserir na sociedade e para aprender o
que é e o que não é socialmente aceito.
Isso indica que existem dois polos que constituem a língua: um pessoal – a expressão de cada
um de nós, nosso jeito de falar, as expressões que escolhemos utilizar tanto de forma falada
quanto escrita; e outro social – a maneira de falar e escrever que é aceita socialmente e que
segue determinado padrão, principalmente do que diz respeito à escrita.
É necessário seguir um padrão de escrita para nos comunicar? Em ambientes formais sim! Essa
padronização garante que a comunicação escrita seja compreensível a todos os usuários de
uma língua e que a mensagem veiculada consiga atingir todos os públicos,
independentemente do local onde estejam ou da maneira como se comunicam pessoalmente.
A essa padronização se dá o nome de norma-padrão do português. Essa norma-padrão é
baseada em uma série de regras gramaticais e são essas regras que vocês estudam quando
estão se preparando para um concurso público.
Todas essas regras estão descritas naquilo que conhecemos como gramática. O conceito de
gramática vem do grego antigo cuja expressão grammatiké significa “arte das letras”. O
conceito de gramática, para esse povo antigo, estava relacionado ao estudo da ordem que se
dá às palavras de modo a facilitar a comunicação. Esse é o mesmo conceito atual dessa
disciplina.
Então, podemos entender que a gramática (normativa) da língua portuguesa é uma disciplina
que estuda e descreve as regras da língua escrita e serve para a construção de textos claros e
com sentido que possa ser acessado por todos. Os estudos gramaticais são divididos em
diferentes áreas:
SINTAXE
Estudo das relações que as palavras estabelecem dentro das orações. Nessas relações são
identificados termos tais como sujeito, verbo e complementos, a concordância que se
estabelece entre eles e como a pontuação colabora para a correta construção de sentido das
orações.
SEMÂNTICA
Estudo dos significados das palavras. Aqui, os estudos vão além do significado que
encontramos nos dicionários – as palavras estabelecem relação de sentido dentro de textos e
contextos; assim, uma palavra pode assumir diferentes significados de acordo com o modo
como foi utilizada. Além disso, os significados das palavras mudam com o tempo e com o uso.
A palavra “legal”, por exemplo, num passado era utilizada apenas para se referir ao conceito
de legalidade, algo relacionado às leis, mas com o passar do tempo tornou-se uma gíria para
descrever algo que é bom ou agradável.
FONÉTICA E FONOLOGIA
ORTOGRAFIA
Conjunto de regras que define a correta escrita das palavras e o uso dos acentos gráficos. De
tempos em tempos, o modo como escrevemos as palavras pode mudar. Essas mudanças são
estabelecidas nos Acordos Ortográficos. Na década de 1970, por exemplo, houve um acordo
ortográfico que eliminou acentos de palavras tais como mêsa, almôço, côr, êle etc. Para
muitos de nós, a acentuação dessas palavras é estranha porque fomos alfabetizados depois
dessa reforma ortográfica. A partir da década de 1990, aconteceu uma nova reforma que
estamos vivenciando atualmente em que palavras como ideia, plateia, voo, veem etc.
deixaram de ter acento. Essas mudanças ocorrem na grafia de algumas palavras, e não na
gramática da língua. Fiquem atentos a essa diferença!
MORFOLOGIA
Estudo da forma das palavras. Isso quer dizer que cada classe de palavra (substantivo,
adjetivo, numeral, artigo, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição)
apresenta um aspecto diferente na formação da palavra. Por exemplo, os verbos no infinitivo
apresentam a letra -R no final, o plural dos substantivos, na maioria dos casos, é feito com o
acréscimo do -S final, as palavras compostas são formadas por processos de composição e
justaposição etc.
Todos esses aspectos são abordados nos estudos gramaticais da norma-padrão da língua
portuguesa e se referem a uma série (finita, ou seja, com número limitado) de regras que
servem para padronizar a escrita.
As regras não servem para serem estudadas isoladamente, como se fossem itens sem relação
entre si. Ao contrário, todas essas regras são utilizadas quando escrevemos um texto. São
elas que garantem a clareza das informações e a correta construção textual. Assim, não vejam
as regras estudadas em seu curso de língua portuguesa como algo isolado, mas como itens de
um mesmo universo que garante a organização da língua escrita.
Outro aspecto que devo ressaltar é que mesmo a gramática, como ciência, não é exata.
Diferentes gramáticos defendem posições distintas a respeito de certas regras – essas
diferenças são aceitáveis e fazem parte do modo como interpretam o fenômeno da língua
escrita. Outro aspecto: em relação à ortografia, nem tudo se justifica por meio de uma regra –
algumas palavras apresentam certo modo de escrita porque preservam a sua origem (grega ou
latina, por exemplo) e existem até palavras que se aceita a escrita de maneiras diferentes.
Então, o melhor a fazer no momento do concurso, diante de questões sobre sintaxe, por
exemplo, que sempre estão presentes nas provas, é procurar o sentido expresso pelo texto ou
pela sentença que se está analisando. A nomenclatura das regras é importante, mas saber
como as orações se organizam e o sentido que expressam é mais importante ainda. Isso
significa compreender, por exemplo, que não se pode separar o sujeito do verbo por vírgula
não apenas por uma regra gramatical, mas porque essa separação prejudica o sentido do
texto, causa uma ruptura no que se quer expressar, logo esse tipo de procedimento não deve
ser utilizado.
Relações de coordenação e subordinação entre orações e entre termos da oração.
RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO
Período é a frase formada por uma ou mais orações, com sentido completo.
Período Simples: Formado por apenas uma oração. Ex.: A noite está maravilhoso!
Período Composto: Formado por duas ou mais orações. Ex.: João levantou e foi para o
banheiro.
Período Composto por Coordenação: Quando as orações são independentes e tem
sentido completo, porém sem relação sintática entre si. Ex.: Os alunos discutiram o
tema, escolheram o melhor e terminam o trabalho.
Orações Coordenadas Assindéticas: São as orações que não estão ligadas através de
conjunção coordenativa. A ligação é feita através de uma pausa, geralmente pela vírgula. Ex.:
Vim, Vi, Venci.
Orações Coordenadas Sindéticas: São orações coordenadas entre si e são ligadas por uma
conjunção coordenativa. São classificadas em 5 tipos:
TIPOS DEFINIÇÃO OBSERVAÇÃO CONJUNÇÃO EXEMPLO
ADITIVA Exprime uma e, nem, mas Não gosto de
ideia de soma à também, mas pimentão nem de
oração anterior. ainda, batata-doce.
assim...como,...
ADVERSATIVA Exprime uma É obrigatório o mas, porém, Eu estava indo a
ideia de uso de vírgula. todavia, ainda pé, porém
oposição à da assim, no começou a chover.
outra oração. entanto,
entretanto,
contudo.
ALTERNATIVA Exprime ideia Nela também é ou, ou... ou, Faça o que seu pai
de opção, de obrigatório o nem... nem, mandou ou ficará
alternância em uso de vírgula, seja... seja, de castigo.
relação à outra entre as ora... ora,
oração. orações, mas se quer... quer, já...
tiver só uma já.
oração a vírgula
é opcional.
CONCLUSIVA Exprimem A vírgula logo, assim, Estudei muito, por
conclusão ou também é portanto, por isso devo passar
consequência obrigatória. isso, por no concurso.
de uma ideia conseguinte,
relacionada à pois, de modo
oração anterior. que, então...
EXPLICATIVA Exprime uma É também que, porque e Conseguiu passar
explicação ou obrigatório o pois (antes do no concurso,
justificativa em uso da vírgula. verbo), ou seja, porque estudou
relação. isto é, ... muito.
A uma oração principal pode-se ligar sintaticamente três tipos de orações subordinadas:
2. ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS: Temos duas orações onde uma é a principal e a outra
que inicia com um pronome relativo é a oração subordinada, que dá uma característica para a
oração principal. Pronome relativo: É um pronome que substitui um termo da oração anterior
e estabelecem relação entre duas orações (que, quem, onde, cujo, o qual, a qual, os quais, as
quais, quando, quanto…). São duas as orações subordinadas adjetivas: