Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Análise Amor de Perdição - Capítulo I
Análise Amor de Perdição - Capítulo I
● Função do capítulo
▪ Família
1. Pai
• Caracterização psicológica:
- é pouco inteligente (“Os dotes de espírito não o recomendavam
também.”);
- é ambicioso, mas mesquinho, ingrato / oportunista e avaro (episódio
dos pastéis e da vitela que lhe ofereceram);
- é retratado de forma caricatural e irónica, como o exemplificam as
anedotas que sobre ele se contavam em Vila Real;
- é orgulhoso, rude e ridicularizado, como se pode comprovar pelas
alcunhas que lhe dão (“brocas” e “doutor Bexiga”), as quais indiciam
rudeza e baixo nível intelectual da personagem;
- não possui qualidades, exceto o talento para tocar flauta e a
capacidade de fazer rir a rainha;
- recorre a favores: “Escassamente lhe chegavam os recursos para os
alicerces: escreveu à rainha e obteve generoso subsídio com que
ultimou a casa.”;
- é um homem inseguro.
• Profissão:
- é juiz em Cascais;
- posteriormente, é corregedor em Viseu, a partir de 1801.
• Caracterização física: muito bela (“Rita era uma formosura; que ainda
aos cinquenta anos se podia prezar de o ser.”).
• Caracterização psicológica:
- não se adapta à vida no interior do país;
- é infeliz e sente saudades da vida da corte;
- é autoritária com o marido.
4. Manuel Botelho
• Idade: 22 anos.
• Nascimento: 1784.
• Idade: 15 anos.
• Caracterização física:
- é um jovem adolescente com aparência de adulto: “Os quinze
anos de Simão têm aparência de vinte”;
- possui uma constituição física robusta: “É forte de
compleição…”;
- é fisicamente atraente: “belo homem com as feições da mãe,
e a corpulência dela”.
• Atitude social:
- transgressão de barreiras sociais: “Na plebe de Viseu é que ele
escolhe amigos e companheiros”;
- desprezo pela condição da família: “zomba das genealogias”.
• Relações:
1. Com o pai: o pai admira-o e orgulha-se inicialmente dele pela sua bravura;
mostra-se complacente face aos seus ímpetos juvenis; compara-o ao bisavô. No
entanto, passa a ver “as coisas pelos olhos de sua mulher, e tomou parte no
desgosto dela, e na aversão ao filho.” O facto de Simão poder pôr em causa o
prestígio da família por causa da sua rebeldia desperta a severidade de
Domingos Botelho, que, ferido na sua autoridade de pai, o manda prender na
sequência do episódio de pancadaria na fonte.
3. Em suma, Simão mantém uma relação de distância e frieza com os pais, que
não o estimam da mesma forma que estimam os outros filhos.
● Narrador
1. Presença
2. Ciência
3. Posição
● Tempo
Por outro, traça o trajeto temporal que leva Domingos Botelho e a sua
família de Lisboa a Cascais, daqui para Vila Real, posteriormente para Lamego
e, por fim, para Visei.
Quer isto dizer que a ação narrada neste capítulo abrange um período
de mais de quarenta anos, o que equivale a dizer que os eventos são narrados
de forma abreviada, daí o ritmo narrativo ser também muito rápido.
● Crítica social
● Linguagem e estilo
• Predomínio de frases curtas: “D. Rita quer que seu filho seja cadete de
cavalaria”.
• Uso do presente histórico: “Manuel […] tem vinte e dois anos, e frequenta
o segundo ano”.
• Descrições breves: no que se refere à caracterização física de Simão, o
narrador apresenta apenas alguns traços gerais; no episódio dos cântaros,
o mesmo narrador não descreve o local, os objetos ou os intervenientes.
• Uso predominante do discurso indireto: “[…] ele responde que seu irmão
o quer forçar a viver monasticamente…”.