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A Estrela do mar

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E
sta é a história de um poeta que morava numa praia tranquila, junto
a uma colônia de pescadores. Todas as manhãs, ele passeava à
beira-mar para buscar inspiração, e, à tarde, ficava em casa
escrevendo. Um dia, caminhando pela praia, viu um vulto que parecia
dançar. Era uma pessoa que apanhava algo na areia e jogava ao mar.
Repetidas vezes.
Ele foi ao encontro dessa pessoa e ao aproximar-se, encontrou um menino
pegando as estrelas do mar da areia e jogando-as, uma por uma, de volta
ao oceano.
- perguntou o escritor.
- disse o garoto e o sol muito

praias neste mundo e milhões de estrelas do mar espalhadas por elas.


Você joga umas poucas de volta ao oceano.
O jovem sorriu, abaixou, pegou mais uma estrela da areia, jogou-a no mar,

A partir desse dia, toda manhã é possível ver numa praia qualquer um
jovem e um poeta arremessando estrelas de volta ao mar.

Não importa se o que estamos fazendo vai resolver todos os problemas do


mundo. O que interessa é que façamos sempre o nosso melhor. Isto é fazer
diferença!

2
Cargas desnecessárias
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U
m viajante caminhava cansado pela estrada, levando uma
grande pedra nas mãos. Nas costas ainda carregava um pesado
saco de terra.
No caminho, uma pessoa viu sua dificuldade e lhe perguntou:
- Cansado viajante, por que carrega essa pedra tão grande?
- É estranho, mas eu não tinha realmente notado que ainda a carregava.
Ela não tem mais utilidade para mim disse o viajante.
Então, ele jogou a pedra fora e se sentiu muito melhor.
Mais adiante, outra pessoa cruza seu caminho e lhe pergunta:
- Por que carrega esse saco de terra tão pesado?
- Estou contente que me tenha feito essa pergunta - disse o viajante -
porque eu não tinha percebido que não precisarei mais dele.
Desfez-se do saco de terra, e percebeu que tornou-se um homem mais
livre e passou a caminhar mais tranquilo e feliz.

Qual era na verdade o problema dele? A pedra? O saco de terra? Não.


Era o apego e a falta de consciência da existência desses pesos. Uma vez
que as viu como cargas desnecessárias, livrou-se delas e já não se sentia
mais tão cansado.

O apego é uma âncora que mantém você preso onde está agora.

3
A lição da Borboleta
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U
m dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um
homem sentou e observou a borboleta por várias horas, enquanto
ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através
daquele pequeno buraco.
Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.
Então o homem decidiu ajudar a borboleta.
Ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então
saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as
asas amassadas.

O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a


qualquer momento, as asas dela se abrissem e se esticassem para serem
capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.
Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida
rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz
de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não
compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à
borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que
a natureza fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as
suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que
estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. Se


passássemos a vida toda sem quaisquer obstáculos, não iríamos ser tão
fortes como poderíamos ter sido.

4
O frio que vem de dentro
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Q
uatro homens ficaram bloqueados numa caverna por uma
avalanche de neve. Teriam que esperar até o amanhecer, para
poderem receber socorro.
Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira
ao redor da qual eles se aqueciam.
Se o fogo apagasse, todos morreriam de frio antes que o dia clareasse. O
tempo passava e o fogo diminuía.
Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única
maneira de sobreviverem.
O primeiro homem era um rico avarento. Ele estava ali porque esperava
receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu em torno da fogueira,
um homem da montanha, que trazia sua pobreza no semblante e nas
roupas velhas e remendadas. Ele fez as contas do valor da sua lenha e

O segundo homem era o pobre da montanha. Ele conhecia mais do que

O terceiro homem parecia alheio a tudo. Era um alienado. Olhando


fixamente para as brasas. Nem lhe passou pela cabeça oferecer da lenha
que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões
(ou alucinações?) para pensar em ser útil.
O quarto homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das
mãos, os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido:

Com estes pensamentos, os quatro homens permaneceram imóveis.


A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e finalmente apagou.
Ao alvorecer do dia, quando o resgate conseguiu chegar à caverna, os
bombeiros encontraram quatro cadáveres congelados, cada qual
segurando um feixe de lenha.
Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: o
frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro.

Não deixe que a friagem que vem de dentro mate você. Abra o seu
coração e ajude a aquecer aqueles que o rodeiam. Não permita que as
brasas da esperança se apaguem, nem que a fogueira do otimismo vire
cinzas. Contribua com seu graveto de amor e aumente a chama da vida
onde quer que você esteja.

5
O pacote de bolachas
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U
ma moça aguardava seu voo na sala de embarque de um
grande aeroporto. Como deveria esperar algumas horas, resolveu
comprar um livro para passar o tempo. Comprou também um
pacote de bolachas e sentou-se numa poltrona na sala v.i.p do
aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz.
Enquanto ela lia seu livro, sentou-se ao seu lado um homem. Após algumas
páginas, ela pegou a primeira bolacha do pacote. O homem também
pegou uma. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada.
A cada bolacha que ela pegava o homem também pegava uma. Aquilo
a deixava tão indignada que nem conseguia reagir. Ela só respirava fundo
e fazia cara feia. Quando restava apenas uma bolacha, ela pensou: "O
que será que esse abusado fará agora?"
Então o homem dividiu a última bolacha ao meio deixando a outra
metade para ela. Ah! Aquilo era demais! Ela estava explodindo de raiva!
Seu voo é anunciado. Ela pega seu livro e suas coisas e se dirigiu ao
embarque. Entra no avião e se acomoda na poltrona. Então, ela abre a
bolsa para pegar uma bala. Para sua surpresa o pacote de bolachas
estava lá, ainda intacto, fechadinho.
Ela sentiu tanta vergonha! Só então percebeu que a errada era ela.
Distraidamente, havia guardado seu pacote de bolachas dentro da bolsa
e o homem havia dividido as bolachas dele sem sentir-se indignado,
nervoso ou irritado. Infelizmente, já não havia mais tempo para se explicar
ou pedir desculpas...

Cuidado, às vezes, nós é que estamos errados e precisamos ter a


humildade de admitir. Não julgue as pessoas. Antes de concluir, observe
melhor. Talvez as coisas não sejam exatamente como você pensa.

6
O lenhador
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U
m jovem lenhador chegou a uma fazenda onde trabalhava um
velho lenhador, famoso na região por ser o melhor dos lenhadores.
O jovem era forte, cheio de saúde e vigor. O velho lenhador já
estava cansado pela idade.
Eis que o jovem, querendo ser o melhor dos lenhadores, desafia o velho
para uma disputa. O vencedor seria quem cortasse o maior número de
árvores ao final do dia.
A competição atraiu a atenção de todos os moradores da localidade.
Muitos acreditavam que finalmente o velho perderia a condição de
campeão dos lenhadores, em função da grande vantagem física do
jovem desafiante.
No dia marcado, os dois começaram a disputa. O jovem começou
avassalador, entregando-se com muita energia e com a certeza de que
venceria. Cortou 10, 20, 30 árvores, e continuava, sem parar. De tempos
em tempos olhava para o velho e, às vezes, percebia que ele estava
sentado. Pensou que o adversário estava velho demais para a disputa, e
continuou cortando lenha com todo vigor.
Ao final do dia, foram medir a produtividade dos dois lenhadores. Todos
ficaram chocados. O velho havia vencido a disputa, por larga margem.
Havia cortado o dobro da lenha que o jovem cortou.
Intrigado, o jovem perguntou ao velho lenhador:

- Não entendo, muitas vezes quando eu olhei para o senhor durante a


competição e notei que estava sentando, descansando. No entanto,
conseguiu cortar muito mais lenha do que eu. ¿Como? Isto é impossível!
- Engano seu - disse o velho lenhador - quando você me via sentado, na
verdade, eu estava afiando meu machado.

Lembre-se sempre da importância da estratégia em tudo que você faz.


Use sua experiência adquirida com todos os fatos que você já vivenciou.
Pare, estrategicamente, reflita e avalie se seus esforços estão adequados
aos desafios que você tem que enfrentar.

7
O lago Congelado
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N
a Alemanha, duas crianças patinavam num lago congelado pelo
rigoroso inverno. Era uma tarde nublada e fria, e as crianças
brincavam despreocupadas.
De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda
que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso, e se congelando, tirou
um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças. Após
um imenso esforço, conseguiu, por fim, quebrá-lo e salvar o amigo.
Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, um
deles perguntou ao menino:
- Como você conseguiu fazer isso? É impossível que tenha conseguido
quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis!
Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou:
- Eu sei como ele conseguiu.
Todos perguntaram:
- Pode nos dizer como?
- É simples respondeu o velho. Não havia ninguém ao seu redor para dizer
a ele que não seria capaz.

8
Só mais 5 minutos
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N
o parque, uma mulher senta-se ao lado de um homem e diz:
- Aquele ali é meu filho, o de camisa vermelha no escorregador.
- Um bonito garoto - respondeu o homem - e completou:
- Aquela de vestido branco, na bicicleta, é minha filha.
Então, olhando o relógio, o homem chama a menina:
- Nicole, o que você acha de irmos?
- Mais cinco minutos, pai. Por favor. Só mais cinco minutos!. O homem
concorda e Nicole continua pedalando sua bicicleta, para alegria de seu
coração. Os minutos se passam, e o pai levanta-se novamente chamando
sua filha: - Hora de irmos, agora. Vamos?
Mas, outra vez, e garotinha pede:
- Mais cinco minutos, pai. Só mais cinco minutinhos...
O homem sorri e diz: - Está certo.
A mulher, vendo a cena, comenta:
- O senhor é certamente um pai muito paciente.
O homem sorri e diz: - Minha senhora, eu aprendi o valor do tempo. Perdi
meu filho no ano passado. Ele foi atropelado por um motorista bêbado,
quando andava de bicicleta perto daqui. Eu nunca passei muito tempo
com meu filho e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco
minutos com ele. Eu me prometi não cometer o mesmo erro com a Nicole.
Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta, quando, na
verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar.

O tempo é o bem mais precioso que temos. Quando damos um minuto de


nosso tempo em atenção a alguém, estamos dando um minuto de nossas
vidas a estas pessoas. Valorize o tempo. Dedique tempo de qualidade às
pessoas que você ama.

9
Um terno muito caro
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U
m homem muito rico comprou um terno caríssimo. No primeiro dia
em que o vestiu notou uma linha que pendia na lateral da manga.
Sua empregada, sempre solícita, disse que sabia resolver o
problema e que, com sua experiência, rapidinho daria um jeito.
Ele, disse:
- Está louca? Você sabe quanto custa um terno desses?
A empregada afastou-se sem graça e ele decidiu que iria até a empresa
responsável pela confecção do terno.
Chegou à empresa e falou com a recepcionista que logo o encaminhou
ao gerente. Depois de 5 minutos, o gerente muito educado falou:
- Meu amigo, não tem ninguém melhor que a Dona Maria, da nossa
oficina de costura, para lhe ajudar. Vá até lá que ela tem a solução!
O homem seguiu meio desconfiado até a oficina. Chegando lá, começou
a explicar a situação à costureira. Antes que ele pudesse terminar de
explicar, a costureira, vendo aquela linha pendurada, enlaçou-a e puxou
suavemente tirando o "grave defeito" do terno.
Ele, assustado, começou a olhar a peça, por fora, por dentro, e viu que
estava em perfeita condições.
A costureira explicou:
- Sabe moço, isso se chama limpeza de costura. Às vezes ficam linhas soltas
que o controle de qualidade não vê. Seu problema era simples e poderia
ter sido solucionado pela sua empregada.

Aprenda a valorizar as qualidades das pessoas ao seu redor! Todos têm


algo a nos ensinar!

10
A Saudade
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S
audade, uma das mais belas palavras da língua portuguesa e um
dos mais intensos sentimentos que podemos experimentar na
existência. Quando associada a uma pessoa, a saudade é um tipo
de dor, uma ausência, um vazio imenso. Chega a ser tão intensa que
pode ser sentida fisicamente como uma dor diferente de todas as outras. É
como se a pessoa estivesse muito próxima, mas não pudéssemos tocá-la...
Por isso digo, que saudade é a presença constante de alguém ausente.

Ela também é uma ponte entre o presente e o passado. Acontecimentos


marcantes, alegrias intensas, fases e idades anteriores, tudo isso possui
magia e poesia observadas da ponte da saudade. O tempo e a distância
evidenciam o valor das coisas mais simples.

Mas não seja um prisioneiro da saudade. Viva intensamente o presente.


Deixe que a saudade seja uma cena de um filme em que você é o
protagonista. Um filme que ainda lhe reserva as melhores cenas da história!
A saudade não deve te aprisionar ao que já passou. A vida continua
valendo a pena e ainda vai lhe oferecer muitas oportunidades de sentir
novas e melhores saudades a cada instante.

11
As coisas mais importantes da vida
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U
m professor de filosofia entra na classe e, sem dizer uma só
palavra, pega um pote de vidro grande e vazio, e começa a
enchê-lo com bolas de golf. Em seguida, pergunta aos seus alunos
se o frasco estava cheio e imediatamente todos disseram que sim.
O professor pega então várias bolinhas de gude e as coloca dentro do
pote. As bolas de gude preenchem todos os espaços vazios entre as bolas
de golf. O professor volta a perguntar se o pote estava cheio e ouve de
seus alunos que agora sim o pote estava cheio.
Em seguida, ele pega uma caixa de areia e a esvazia dentro do pote.
A areia preencheu os espaços vazios que ainda restavam e ele perguntou
novamente aos alunos, que responderam que o pote agora estava cheio.
O professor pega seu copo de café e o derrama sobre o pote
umedecendo a areia. Os estudantes riam da situação, quando o professor
falou:
"Quero que entendam que o pote de vidro representa nossas vidas. As
bolas de golf são os elementos mais importantes, como Deus, a família e os
amigos, com os quais nossas vidas estariam cheias e repletas de felicidade.
As bolinhas de gude são as outras coisas que importam: o trabalho, a
casa, o carro, etc. A areia representa as pequenas coisas. Mas se
tivéssemos colocado a areia primeiro, poderia não haver espaço para as
bolas de golf e para as de gude. O mesmo ocorre em nossas vidas: se
gastamos todo nosso tempo e energia com as pequenas coisas nunca
teremos lugar para as coisas realmente importantes.
Prestem atenção nas coisas que são primordiais para a sua felicidade.
Brinquem com seus filhos, saiam para se divertir com a família e com os
amigos, dediquem tempo a vocês mesmos, busquem a Deus e creiam
nele, busquem o conhecimento, estudem, pratiquem seu esporte favorito.
Sempre haverá tempo para as outras coisas, mas ocupem-se das bolas de
golf em primeiro lugar. O resto é apenas areia."

Um aluno se levantou e perguntou o que significava o café.


O professor respondeu: "Que bom que me fizestes esta pergunta, pois o
café serve apenas para demonstrar que não importa quão ocupado você
esteja, sempre haverá tempo para tomar um café com um amigo."

12
O papagaio
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U
m mercador tinha um papagaio preso numa gaiola. Um dia,
resolveu viajar para a Amazônia e perguntou em tom de
brincadeira ao seu papagaio se ele queria que trouxesse algo de
lá. E o papagaio gentilmente lhe pediu:
- Se vires um bando de papagaios voando livres na natureza, pergunta-
lhes como também posso ser livre e voar.
O dono riu de seu louro, e saiu.
Já na Amazônia, o mercador viu um bando de papagaios voando
livremente e gritou-lhes a pergunta de seu louro.
- Eu tenho um papagaio numa gaiola! E ele quer saber como pode ser livre
e voar?!
Ao ouvi-lo, o papagaio líder do bando caiu no chão como morto e lá
ficou...
O homem ficou triste... Não entendeu o que havia acontecido, mas
aquela cena ficou gravada em sua memória.
Ao voltar, contou o ocorrido ao seu papagaio e este, para seu espanto,
tombou como morto dentro da gaiola. O homem lamentou, mas,
resignado, retirou o louro inerte do fundo da gaiola e o atirou ao quintal.
No próprio impulso com que foi jogado, ele alçou voo e pousou num
galho.
O homem, muito admirado, perguntou-lhe:
- Afinal, o que significa tudo isso?
E o papagaio, levantando novamente voo em direção ao horizonte,
respondeu-lhe:
- Apenas segui a lição.

Não basta adquirir conhecimento, é necessário aplicá-lo. Transforme o


conhecimento em sabedoria.

13
A Tolerância
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A
vida nos ensina preciosas lições, todos os dias.
Queremos compreender e ser compreendidos, mas isso nem
sempre é tão fácil.
Muitas vezes, a pessoa de cuja compreensão você mais precisa é
justamente a que menos te compreende.
E você? Compreende os outros?
Compreender as pessoas e suas dificuldades é fundamental para
construirmos melhores relacionamentos.
Tolerar não significa aceitar passivamente tudo. Significa respeitar as
diferenças, colocando nosso ponto de vista com humildade e serenidade.
A tolerância é o exercício do amor, da humildade, da paciência, da
compreensão.
É o caminho suave que permite conviver entre as diferenças.
A tolerância aproxima as pessoas.
Exerça a tolerância, afinal, somos todos aprendizes na escola da vida.

14
O lago de leite
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E
m um certo lugar no Oriente, um rei resolveu criar um lago diferente
para as pessoas do seu povoado. Ele quis criar um lago de leite.
Então, pediu para que cada um dos residentes do local levassem
apenas 1 copo de leite. Assim, com a cooperação de todos, o lago seria
preenchido.

O rei, muito entusiasmado, esperou até a manhã seguinte para ver o lago
de leite. Mas, tal foi sua surpresa no outro dia, quando viu o lago cheio de
água e não de leite. Em seguida, o rei consultou o seu conselheiro:
- O que aconteceu com o lago de leite? Por que ele está cheio de água?
E o conselheiro, sem jeito, respondeu:
- Majestade, ocorre que todas as pessoas do povoado tiveram o mesmo
pensamento: "No meio de tantos copos de leite, se só o meu for de água

Quantas pessoas você conhece que procedem da mesma forma?


Esperando que os outros façam, para depois se juntarem a eles? Não seja
uma dessas pessoas. Não perca a fé na humanidade. Seja sincero e
honesto. Faça sua parte! Dê o exemplo!

"O bem que não fazes, já é o próprio mal que estás a fazer"
(Cita: Paulo de Tarso)

15
A borboleta azul
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H
avia no alto da montanha um sábio. Diariamente, pessoas de
todo o reino subiam a montanha para fazer perguntas ao sábio,
que pacientemente atendia a todos.
E havia dois jovens garotos que sempre iam até o sábio, com a intenção
de fazer perguntas para as quais o sábio não tinha resposta. Mas para
todas as perguntas, o sábio encontrava uma resposta. Isso se repetia por
semanas, meses...
Impacientes com o sábio, os garotos resolveram inventar uma pergunta
que ele não saberia responder. Então, um deles apareceu com uma linda
borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio.
- O que você vai fazer? - perguntou o outro garoto.
- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva
ou morta. Se o sábio disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e
deixá-la voar. Mas se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-
la. E assim, qualquer resposta que o sábio nos der estará errada!

Os dois garotos foram então ao encontro do sábio, que estava meditando.


Ao chegar, o garoto logo disse:
- Tenho aqui em minhas mãos uma borboleta azul. Diga-me, sábio, ela está
viva ou morta?
Calmamente o sábio sorriu e respondeu:
- Depende de você. A resposta está em suas mãos.

Assim é a nossa vida, nosso presente e nosso futuro. Nós somos os


responsáveis. Nossa vida está em nossas mãos, como a borboleta. Cabe a
nós escolher o que fazer com ela.

16
Subindo para o ônibus
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U
m dia um homem já de certa idade abordou um ônibus. Enquanto
subia, um de seus sapatos escorregou para o lado de fora. A porta
se fechou e o ônibus saiu; então ficou incapaz de recuperá-lo. O
homem terminou de subir a escada, calçando um só sapato, procurou a
primeira janela aberta, retirou seu outro sapato e jogou-o pela janela.
Um rapaz no ônibus, vendo o que aconteceu, perguntou:
- Notei o que o senhor fez. Por que jogou fora seu outro sapato?
O homem prontamente respondeu:
Para que quem os encontrar seja capaz de usá-los. Provavelmente apenas
alguém necessitado dará importância a um par de sapatos usados
encontrados na rua. E de nada lhe adiantará apenas um pé de sapato.

Não vale a pena agarrar-se a algo simplesmente por possuí-lo e nem


porque você não deseja que outro o tenha. Perdemos coisas o tempo
todo. A perda pode nos parecer penosa e injusta inicialmente, mas a
perda só acontece para que mudanças, na maioria das vezes positivas,
possam ocorrer em nossa vida.
Como o homem da história, nós temos que aprender a se desprender.
Alguma força decidiu que era hora daquele homem perder seu sapato.
Talvez isto tenha acontecido para iniciar uma série de outros
acontecimentos bem melhores para o homem do que aquele par de
sapatos poderia proporcionar. Talvez uma nova e forte amizade com o
rapaz no ônibus. Talvez aquele rapaz precisasse presenciar aquele
acontecimento para adotar uma ação semelhante. Talvez a pessoa que
encontrou os sapatos tenha, a partir daí, uma forma de proteger os pés.
Seja qual for a razão, não podemos evitar perder coisas. O homem sabia
disto. Um de seus sapatos tinha saído de seu alcance. O sapato restante
não mais lhe ajudaria, mas seria um ótimo presente para uma pessoa
desabrigada, precisando desesperadamente de proteção do chão.
Acumular posses não nos faz melhores e nem faz o mundo melhor. Todos
temos que decidir constantemente se algumas coisas devem manter seu
curso em nossa vida ou se estariam melhor com os outros.

Não é preciso que percamos algo para aprendermos a nos desapegar e


doar. Se ainda não aprendemos a fazer isso, então que as perdas nos
ensinem a nos desapegar, ao menos, do que insistimos em reter conosco.

17
O mestre e o escorpião
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U
m mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se
afogando e decidiu tirá-lo da água. Ao tentar, o escorpião o
picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou. O escorpião caiu de
novo na água e voltou a se afogar. O mestre tentou tirá-lo novamente, e
novamente o animal o picou. Alguém que estava observando se
aproximou do mestre e lhe disse:
- Desculpe-me, mas você é teimoso! Não entende que todas às vezes que
tentar tirá-lo da água ele irá picá-lo?
O mestre respondeu: A natureza do escorpião é picar, mas isto não vai
mudar a minha, que é ajudar.

Então, com a ajuda de uma folha, o mestre tirou o escorpião da água e


salvou sua vida.

Não mude sua natureza se alguém te faz algum mal; apenas tome
precauções. Alguns perseguem a felicidade, outros a constroem.
Preocupe-se mais com sua consciência do que com a sua reputação.
Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros
pensam de você. E o que os outros pensam, não é problema nosso, é
problema deles.

18
O menino que queria encontrar Deus
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F
rancisco era um menino com um sonho: queria se encontrar com
Deus. Um dia tomou a decisão de ir ao encontro de Deus. Mas sabia
que tinha um longo caminho pela frente, portanto preparou sua
mochila com lanches, biscoitos e guaraná, saiu de casa e começou a
caminhada.
Após algumas quadras, encontrou um velhinho bem simples, bem humilde,
sentado em um banco da praça olhando os pássaros.

O menino sentou-se no banco junto a ele, abriu sua mochila para pegar
um biscoito, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome,
então ofereceu-lhe um de seus lanches.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso era
tão incrível que o menino quis ver de novo, então ele ofereceu-lhe seu
guaraná. Mais uma vez o velhinho agradeceu e sorriu ao menino.
O menino estava tão feliz! Ficaram sentados ali sorrindo, comendo biscoito
e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro.

Quando começou a escurecer o menino estava cansado, resolveu voltar


para casa, mas antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço no
velhinho. Daqueles abraços apertados, que enchem o nosso coração de
vida!
O velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido.

Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a


felicidade estampada em sua face:
- O que você fez hoje que te deixou tão feliz?
O menino respondeu: - Passei a tarde com Deus e acrescentou Você
sabe, ele tem o sorriso mais lindo que eu já vi.

Enquanto isso, o velhinho chegou em sua humilde casa com o mais


radiante sorriso na face, e seu filho perguntou:
- Por onde você esteve e por que está tão feliz?
E o velhinho respondeu: - Comi biscoito e tomei guaraná no parque com
Deus e antes que seu filho pudesse dizer algo, completou Você sabe
que ele é bem mais jovem do que eu pensava?

19
Chegando ao céu
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U
m homem muito rico morreu e foi recebido no céu. O anjo
guardião levou-o por várias alamedas e foi lhe mostrando as
moradias que ali existiam. Passaram por uma linda casa com belos
jardins. O homem, admirado, perguntou:
-
O anjo respondeu: -

O homem ficou pensando: Puxa! Se o Raimundo tem uma casa dessas,


aqui deve ser muito bom!
Logo a seguir, surgiu outra casa, muito mais bonita, e ele perguntou mais
admirado ainda: -
O anjo respondeu: -

O homem ficou imaginando que se seus empregados tinham lindas casas,


a sua seria, no mínimo, um palácio, e estava ansioso por vê-la.
Nisso, o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse:
-
O homem ficou indignado: - sabem construir

O anjo respondeu: -

Cada gesto de amor e partilha com o próximo é um tijolo com o qual


construímos a nossa casa na eternidade. Tudo se decide por aqui mesmo,
nas escolhas e atitudes que você faz todo dia. Por isso, é importante nós
repensarmos a respeito de nossos valores, atitudes e ações, para que mais
tarde não soframos as consequências de nossos erros. Contribua com o
melhor material para erguer sua casa. Depende só de você! Assim sendo,
mãos à obra e comece sendo feliz, muito feliz!

20
Carta de uma mãe para sua filha
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M
inha querida menina, no dia em que você perceber que estou
envelhecendo, eu peço a você para ser paciente, mas acima
de tudo, tentar entender pelo o que estarei passando.
Se quando conversarmos, eu repetir a mesma coisa dezenas de vezes, não

Apenas ouça, por favor. Tente se lembrar de quando você era uma
criança e eu lia a mesma história noite após noite até você dormir.
Quando eu não quiser tomar banho, não se zangue e não me encabule.
Lembre de quando você era criança eu tinha que correr atrás de você
tentando colocar você no banho.
Quando você perceber que tenho dificuldades com novas tecnologias,
me dê tempo para aprender e não me olhe daquele jeito. Lembre-se,
querida, de como eu pacientemente ensinei a você muitas coisas, como
comer direito, vestir-se, pentear os cabelos, amarrar os sapatos e lidar com
os problemas da vida. Se eu ocasionalmente me perder em uma conversa,
dê-me tempo para lembrar, e se eu não conseguir, não fique nervosa ou
impaciente. Apenas lembre-se, em seu coração, que a coisa mais
importante para mim é estar com você.
Quando eu envelhecer e minhas pernas não me permitirem andar tão
rápido quanto antes, me dê sua mão da mesma maneira que eu lhe
ofereci a minha em seus primeiros passos.
Quando este dia chegar, não se sinta triste. Apenas fique comigo e me
entenda, enquanto termino minha vida com amor.
Eu vou adorar e agradecer pelo tempo e alegria que compartilhamos.
Com um sorriso e o imenso amor que sempre tive por você, eu apenas
quero dizer que te amo, minha querida filha.

21
Ninguém pode estragar o seu dia
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O
colunista Sydney Harris acompanhava um amigo à banca de
jornal. O amigo cumprimentou o jornaleiro cordialmente, mas
como retorno recebeu um tratamento rude e grosseiro.
Pegando o jornal que foi atirado em sua direção, o amigo de Harris sorriu
atenciosamente e desejou ao jornaleiro um bom final de semana.
Quando os dois amigos desciam pela rua, o colunista perguntou:
Ele sempre te trata com tanta grosseria?
Sim, infelizmente é sempre assim.
E você é sempre tão atencioso e amável com ele?
Sim, sou.
Por que você é tão educado, já que ele é tão rude com você?
Porque não quero que ele decida como eu devo agir. Nós somos os
únicos responsáveis por nossa felicidade.

Não devemos nos curvar diante de qualquer vento que sopra, nem estar à
mercê do mau humor, da mesquinharia, da impaciência e da raiva dos

a
Não são os ambientes que devem nos transformar, e sim nós que devemos
tentar transformar os ambientes. Ninguém pode estragar o seu dia, a
menos que você permita!

22
O Bambu Chinês
_____________________________________________________

D
epois de plantada a semente do bambu chinês, não se vê nada
por aproximadamente cinco anos, exceto um lento desabrochar
de um diminuto broto a partir do bulbo.
Durante cinco anos, o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu. Mas
uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende vertical e
horizontalmente pela terra está sendo construída. Então, ao final do 5º ano,
o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros.

profissional são iguais ao bambu chinês. Você trabalha, investe tempo,


esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento, e às vezes não
vê nada por semanas, meses ou anos. Mas se tiver paciência para
continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu quinto ano chegará, e

O exemplo do bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente


desistir de nossos projetos e de nossos sonhos. Em nosso trabalho
especialmente, que é um projeto fabuloso, que envolve mudanças de
comportamento, de pensamento, de cultura, devemos sempre lembrar do
bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades.
Procure cultivar sempre dois bons hábitos em sua vida: a persistência e a
paciência. Você merece alcançar todos os seus sonhos.

23
Obstáculos
_____________________________________________________

E
m tempos bem antigos, um rei colocou uma pedra enorme no meio
de uma estrada. Então, ele se escondeu e ficou observando para
ver se alguém tiraria a imensa rocha do caminho. Alguns
comerciantes e homens muito ricos do reino passaram por ali e
simplesmente deram a volta pela pedra. Alguns até esbravejaram contra o
rei dizendo que ele não mantinha as estradas limpas, mas nenhum deles
tentou sequer mover a pedra dali.

De repente, passa um simples camponês com uma boa carga de


vegetais. Ao se aproximar da imensa rocha, ele pôs de lado a sua carga e
tentou removê-la dali. Com muito esforço e suor, ele finalmente conseguiu
mover a pedra para o lado da estrada. Ele, então, voltou a pegar a sua
carga de vegetais quando notou que havia uma bolsa no local onde
estava a pedra. A bolsa continha muitas moedas de ouro e uma nota
escrita pelo rei que dizia que o ouro era para a pessoa que tivesse
removido a pedra do caminho. O camponês aprendeu o que muitos
nunca entenderam: Toda dificuldade contém uma oportunidade para
melhorarmos nossa condição.

Reflita sobre esta conhecida história e repense suas atitudes. Se você


sempre contorna os problemas, eles continuam lá, e sempre você terá que
se deparar novamente com eles. O melhor é encarar as dificuldades.
Remova as pedras do caminho!

24
Amor de mãe
_____________________________________________________

H
avia nas montanhas duas tribos em guerra. Uma vivia na parte
baixa. A outra, na parte alta. Um dia, a parte baixa foi invadida
pela tribo do alto. Saquearam a tribo e raptaram um bebê.
Levaram a criança para o alto da montanha. A tribo da parte baixa não
conhecia os caminhos usados pelo povo do alto. Não conheciam o
caminho ao topo, como chegar aos inimigos ou rastrear seus passos pelos
terrenos escarpados. Mesmo assim, enviaram seus melhores e mais fortes
guerreiros para subir a montanha e buscar a criança. Os homens tentaram
diferentes métodos de escalada. Primeiro um caminho, depois outro. Após
vários dias de esforços, não tinham subido nem quinhentos metros.
Sentindo-se fracos e sem esperança, os guerreiros consideraram a causa
perdida e se prepararam para voltar para sua cidade, sem a criança.
Enquanto arrumavam suas coisas para a descida, viram a mãe do bebê
andando na direção deles. Ela estava descendo a montanha que eles
não tinham conseguido subir. Foi aí que viram o bebê amarrado às costas
da mulher. Como era possível?! Um dos homens a saudou, dizendo: "Nós,
fortes guerreiros, não conseguimos em subir a montanha. Como você
chegou ao alto se nós não conseguimos?" Ela encolheu os ombros e
respondeu: "É que não era o filho de vocês que estava lá."

25
A qual grupo você pertence?
_____________________________________________________

E
m uma importante universidade, um sábio professor, com grande
dose de paciência, tentou começar a primeira aula do ano da
nova turma, mas não conseguiu.
Pediu silêncio educadamente várias vezes, sem sucesso.
O professor, com voz firme, disse então:

vez. Desde que comecei a dar aula, anos e anos atrás, descobri que de
cada 100 alunos, apenas 5 são aqueles que fazem a diferença no futuro;
apenas 5 se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma
significativa para melhorar o mundo. Os outros 95% servem apenas para
fazer volume; não se dedicam, não se esforçam, não saem da zona de
conforto, são acomodados, ficam na mediocridade.

Passam pela vida sem deixar nada de útil.

Esta porcentagem vale para todo mundo. Se prestarem atenção, notarão


que de 100 professores, apenas 5 são aqueles que fazem a diferença; de
100 garçons, apenas 5 são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas 5
são verdadeiros profissionais que amam o que fazem. É uma pena não
termos como separar estes 5% do restante, pois se isso fosse possível, eu
deixaria apenas os 5% nesta sala e colocaria os demais para fora, então
teria o silêncio necessário para uma boa aula e eu dormiria tranquilo
sabendo ter investido nos melhores! Mas, infelizmente ainda não há como
saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo será capaz de mostrar
isso.

Terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais,


apesar da confusão que está sendo feita pelo restante.

Claro, cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá:


ao grupo que faz a diferença, ou ao grupo que passa pela vida sem deixar
sua marca. Pensem bem. Ainda dá tempo de fazer parte do grupo certo,

Esta simples história nos traz uma forte mensagem sobre a importância da
dedicação, do comprometimento, do esforço-extra. Uma lição sobre sair
da mediocridade, abandonar o comodismo e fazer as coisas realmente
acontecerem. E você? A qual grupo você quer pertencer?

26
A força transformadora do amor
_____________________________________________________

U
m professor de Sociologia levou seus alunos universitários a uma
favela para estudar a história de 200 crianças. Após a visita, pediu
a seus alunos que redigissem uma avaliação sobre o futuro
daqueles meninos e meninas.
Diante das condições de extrema pobreza e da falta de perspectiva sobre
o futuro daquelas crianças, todos os estudantes escreveram em suas
avaliações: "Eles não têm chance alguma."
Vinte e cinco anos se passaram. Outro professor de Sociologia deparou-se
com o estudo anterior e resolveu retomar o projeto. Pediu aos seus alunos
que visitassem aquela favela, para pesquisar o que havia acontecido com
aquelas crianças. Com exceção de 20 delas, que haviam se mudado ou
falecido, os estudantes descobriram que 176 das 180 crianças da pesquisa
anterior se tornaram adultos e alcançaram uma posição bem sucedida na
sociedade. Tornaram-se advogados, médicos, empreendedores.
O professor ficou curioso e resolveu continuar a pesquisa pessoalmente.
Felizmente, as pessoas do estudo continuavam na mesma área. O
professor foi a cada uma delas e perguntou: "A que você atribui o seu
sucesso?" Em todos os casos, a resposta era unânime: "A uma professora".
A professora ainda estava viva, portanto, ele a procurou.
Ao encontrá-la, notou que era uma senhora idosa, mas ainda bastante
ativa. Então ele perguntou que fórmula mágica ela havia usado para
resgatar essas crianças da favela para um mundo de conquistas bem
sucedidas. Os olhos da professora faiscaram e seus lábios se abriram num
delicado sorriso.
- É realmente muito simples disse ela eu amava aquelas crianças.

27
Aula de Direito
_____________________________________________________

P nome a um aluno que estava sentado na primeira fila:


- Como você se chama?
- Meu nome é João, senhor.
o

- Saia de minha aula e não quero que volte nunca mais! - gritou o
desagradável professor. João ficou desconcertado por alguns segundos.
Quando voltou a si, levantou-se rapidamente, recolheu suas coisas e saiu
da sala. Todos estavam assustados e indignados, porém, ninguém falou
nada.
- Agora sim! Vamos começar a aula! Para que servem as leis? pergunta o
professor. Os alunos seguiam assustados, porém, aos poucos começaram a
responder à pergunta: - Para que haja ordem em nossa sociedade.
- Não! respondeu o professor. - Para cumpri-las. - Não!
- Para que as pessoas erradas paguem por seus atos. - Não! Será que
ninguém sabe responder a esta pergunta?
- Para que haja justiça - falou timidamente uma garota.
- Até que enfim! É isso! Para que haja justiça. E agora, para que serve a
justiça?
Todos começavam a ficar incomodados com a atitude grosseira do
professor. Porém, seguiam respondendo: - Para salvaguardar os direitos
humanos. - Bem, que mais? perguntou o professor.
- Para diferenciar o certo do errado. - Ok, não está mal. Agora me digam:
eu agi corretamente ao expulsar João da sala de aula?
Todos ficaram calados, ninguém respondia. - Quero uma resposta
decidida e unânime!
- Não!!! responderam todos a uma só voz. - Poderia dizer-se que cometi
uma injustiça? - Sim!!! responderam todos. - E por que ninguém fez nada
a respeito? Para que queremos leis se não dispomos da vontade
necessária para praticá-las? Cada um de vocês tem a obrigação de
reclamar quando presenciar uma injustiça. Todos. Não voltem a ficar
calados, nunca mais! Vá buscar o João disse o professor, olhando
fixamente para outro aluno.
Naquele dia, todos tiveram a lição mais prática do curso de Direito, um
aprendizado para sempre:

28
A flor da honestidade
_____________________________________________________

H
á séculos e séculos atrás, um príncipe de um reino distante estava
às vésperas de ser coroado imperador, mas, de acordo com a
tradição, ele deveria primeiro se casar. Assim, resolveu lançar um
desafio a todas as mulheres do reino. O príncipe anunciou que receberia
numa celebração especial todas as pretendentes para anunciar o desafio.
Uma senhora, que fazia a faxina do palácio, ouvindo os comentários sobre
os preparativos, e sabendo que sua jovem filha nutria um sentimento de
profundo amor pelo príncipe, ao chegar em casa, relatou o fato à jovem.
A garota então disse: - Eu vou participar! Mas sua mãe, respondeu: - Você
tem certeza, filha? As moças mais lindas e ricas de toda a corte estarão lá,
com seus vestidos maravilhosos. Somos pobres e não temos como preparar
um belo vestido. Não quero que você se magoe.
E a filha disse: - Vou com estas roupas mesmo. Sei que jamais serei
escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns
momentos perto do príncipe, isto já me faz feliz.
À noite, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais
lindas moças, com as mais belas roupas e jóias. Então, finalmente, o
príncipe anunciou o desafio: - Darei, para cada uma de vocês, uma
semente. Cultivem-na. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a
mais bela flor, será a futura imperatriz. Todas as mulheres saíram levando
suas sementes.
O tempo passou e a doce jovem, sem muita habilidade nas artes da
jardinagem, cuidava com da semente com paciência e ternura.
Passaram-se três meses e nada surgia em seu vaso. A jovem havia tentado
de tudo, mas a flor não nascia. Ela via cada vez mais longe o seu sonho.
Ao mesmo tempo, cada vez mais profundo era o seu amor.
Por fim, os seis meses se passaram e a flor não nascera. Consciente do seu

29
esforço e dedicação ela resolveu retornar ao palácio na data e hora
combinadas, pois não pretendia nada além de ver o príncipe mais uma
vez. Na hora marcada, ela chegou com seu vaso vazio. Todas as outras
pretendentes também retornaram, cada uma com uma flor mais bela do
que a outra, de todas as formas e cores. Ela estava perplexa, nunca havia
visto tantas flores lindas.
Finalmente chega o momento esperado, o príncipe chega e observa
cada uma das pretendentes e suas lindas flores. E após passar por todas,
uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a jovem com o vaso vazio
como sua futura esposa.
As pessoas presentes ficaram chocadas. Ninguém compreendeu porque
ele havia escolhido justamente aquela que nada havia cultivado.
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
- Todas as sementes que eu entreguei a vocês eram estéreis, jamais
produziriam flores. Esta moça foi à única que cultivou a flor que a tornou
digna de se tornar uma imperatriz: a Flor da Honestidade.

30
Não dê ouvidos aos pessimistas
_______________________________________________________

U
m grupo de sapos resolveu organizar uma competição. O objetivo
era alcançar o topo de uma árvore muito alta. Vários sapos se
inscreveram para o desafio.
Uma multidão de sapos se juntou em volta da árvore para ver a disputa.
E a competição começou!
Sinceramente, ninguém naquela multidão realmente acreditava que
sapinhos tão pequenos pudessem chegar ao topo daquela enorme
árvore. Eles gargalhavam e os desencorajavam dizendo coisas como:
- Ah, isto é impossível!
- Eles nunca vão chegar ao topo.
- Eles não têm nenhuma chance. A árvore é muito alta!
- Oh, é difícil demais!
E os sapos começaram a cair. Um por um.
Só alguns continuaram a subir mais e mais.
Mas a multidão continuava a gritar:
- É muito difícil! Ninguém vai conseguir!
- Desistam, é impossível!
Outros sapos se cansaram e desistiram, mas um continuou a subir, a subir e
a subir. Este não desistia!
No final, depois de um grande esforço, ele foi o único a atingir o topo!
Naturalmente, todos os outros sapos queriam saber como ele conseguiu.
Assim que ele desceu, um dos sapos perguntou ao campeão como ele
conseguiu forças para atingir o objetivo?
Neste exato momento, aparecem os pais do sapo campeão e dizem:
- Ele é surdo.

Não dê ouvidos aos pessimistas e pessoas com pensamentos negativos.


Não escute os que te desencorajam. Acredite, acima de tudo, em seu
potencial, você tem tudo para vencer e o que parece desvantagem em
dadas áreas da vida acaba se demonstrando uma grande benção e
todas as outras.

31
Palavras ao vento
_______________________________________________________

C
erta vez, um homem falou que seu vizinho era ladrão, e o vizinho
acabou sendo preso.
Algum tempo depois, descobriram que era inocente.
O rapaz foi solto.
Após muito sofrimento e humilhação ele processou o homem.

No tribunal, o homem que o acusou disse ao juiz:


- Comentários não causam tanto mal.
E o juiz respondeu:
- Escreva os comentários que você fez sobre ele num papel. Depois pique
o papel e jogue os pedaços pelo caminho até sua casa. Amanhã, volte
para ouvir a sentença!
O homem obedeceu e voltou no dia seguinte, quando o juiz disse:
- Antes da sentença, terá que catar os pedaços de papel que espalhou
ontem!
- Não posso fazer isso, meritíssimo! O vento deve tê-los espalhado por tudo
quanto é lugar e já não sei onde estão!
O juiz respondeu:
- Da mesma maneira, um simples comentário que pode comprometer a
moral de um homem, espalha-se a ponto de não podermos mais consertar
o mal causado. Se não se pode falar bem de uma pessoa, é melhor que
não se diga nada!

Reflitamos sobre o valor do silêncio com respeito a falhas que supomos


tenham sido cometidas pelo próximo e as que mesmo cometidas não
devem ser espalhadas pelo vento.

32
O menino e o jacaré
_______________________________________________________

H
á alguns anos, em um dia quente de verão, um pequeno menino
decidiu ir nadar no rio que havia atrás de sua casa.
Na pressa de mergulhar na água fresca, foi correndo e deixando
para trás os sapatos, as meias e a camisa. Pulou na água, não
percebendo que enquanto nadava para o meio do rio, um jacaré estava
deixando a margem e entrando na água.
Sua mãe, olhou pela janela da casa e, prevendo o perigo iminente, correu
em pânico para o rio, gritando para seu filho o mais alto que podia.
Ouvindo sua voz, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar
de volta ao encontro de sua mãe. Mas era tarde.
Assim que a alcançou, o jacaré também o alcançou.
A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré mordeu seus
pés, cada um puxando de um lado.
Começou uma guerra incrível, entre os dois. O jacaré era um animal
extremamente forte, mas o amor da mãe pelo seu filho era ainda maior.
Um fazendeiro, que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e
disparou contra o animal, que fugiu. A mãe conseguiu salvar o menino,
que precisou passar por uma cirurgia e após semanas e semanas no
hospital, sobreviveu de forma impressionante.
Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal. Em seus
braços, os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas
no esforço de salvar o filho que ela amava.
Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-
lhe se podia mostrar as cicatrizes causadas pelo ataque do animal.
O menino levantou seus pés. E, em seguida, com orgulho, disse ao repórter:
- Mas olhe em meus braços. Eu tenho marcas em meus braços também. Eu
as tenho porque minha mãe não me deixou. Ela me salvou!

Paul Raynal
adaptado de uma história real

33
O sábio e o mendigo
_______________________________________________________

U
m sábio estava sentado ao alto de uma montanha, em calma
contemplação, quando foi importunado por um mendigo da
aldeia.
- Onde está a pedra? - perguntou o mendigo. Preciso da pedra preciosa!
O sábio levantou os olhos na sua direção e disse, sorrindo:
- Que pedra procura?
- Tive um sonho - continuou o mendigo, mal se acalmando para falar - e
nesse sonho, uma voz disse-me que se eu viesse à montanha, encontraria
um homem que me daria uma pedra preciosa que me salvaria da
pobreza para sempre!
O sábio olhou pensativo, depois alcançou sua bolsa e retirou dela um
grande diamante!
- Será esta a pedra? - perguntou gentilmente - encontrei-a pelo caminho.
Se quiser, pode ficar com ela. Eu não tenho utilidade para ela. Mas ela
não o salvará da pobreza.
O mendigo nem podia acreditar na sua sorte. Arrancou a pedra das mãos
do sábio e correu de volta para a aldeia, antes que ele mudasse de ideia.

Um ano mais tarde, o mendigo, já vestido com roupas de homem rico,


regressou à montanha à procura do sábio, e o encontrou novamente
meditando e contemplando o horizonte.
- Está de volta, meu amigo! disse o sábio. O que aconteceu?
O mendigo respondeu:
- Aconteceram-me muitas coisas maravilhosas por causa da pedra que
tão graciosamente me ofereceu. Tornei-me rico, acumulei dinheiro, casei
com uma linda mulher e tenho uma enorme e bela casa. Posso dar
emprego aos outros e fazer o que eu quiser, quando eu quiser. Posso
comprar tudo o que você imaginar.
- Então, por que regressou? perguntou o sábio.
- É que me sinto rico por fora, mas continuo pobre por dentro. Por favor,
peço que me ensine tudo o que há DENTRO de você que lhe permitiu
oferecer-me aquele diamante de maneira tão generosa.

A felicidade não está nos bens materiais.

34
A princesa e o mendigo
_______________________________________________________

H
avia uma linda princesa chamada Noa. Todos os dias, quando o
sol estava para se pôr, ela cantava em gratidão por mais um dia.
E todo o reino silenciava para ouvir sua linda canção. Todos
sentiam uma grande paz. As crianças amavam a voz de Noa. Sua
voz era um símbolo de amor dentro do reino.
Um dia, a voz de Noa silenciou. Noa não conseguia falar e nem cantar, e
ninguém sabia o motivo. O rei, muito preocupado, pediu ajuda a todos os
sábios do reino na tentativa de recuperar a voz da filha. Alguns traziam
receitas caseiras, ervas consideradas milagrosas, outros a benziam. Mas
nada surtia efeito e, assim, o reino caiu em profunda tristeza.
E o tempo foi passando... Noa não era mais vista ao entardecer, e o rei
estava em prantos pela dor de sua filha. Mas, numa noite fria, o rei ouviu
batidas na porta do castelo. Ele próprio decidiu abri-la, quando viu um
pobre mendigo a pedir por comida:
- Senhor dá-me de comer, tenho muita fome.
O rei, vendo o pobre homem, ordenou que dessem de comer ao mendigo.
E então o mendigo disse ao rei:
- És um homem tão bondoso! Deste-me de comer quando eu mais
precisava. Como posso retribuir tamanha generosidade?
- Não há nada que possas fazer. O meu maior desejo, ninguém pode
realizar. Vá com Deus.
E assim, o mendigo saiu do castelo muito agradecido.
No dia seguinte o rei ouviu Noa chamá-lo. Subiu às pressas a escadaria do
castelo e não acreditou ao ver que ela havia recuperado a voz. E o reino
inteiro festejou pelo milagre ocorrido com Noa. Poderiam ouvir sua voz ao
entardecer e os dias seriam felizes novamente. E o rei, em sua tamanha
alegria, começou a questionar quem teria feito tal milagre. Foi quando
lembrou-se do mendigo que esteve em seu castelo na noite anterior. Ele
tinha um olhar diferente quando falou em retribuir ao rei pela comida
dada.
- Procurem aquele homem, porque se foi ele quem fez tal milagre, devo
agradecer-lhe.
Então, saíram em busca do mendigo e o encontraram na floresta.
- És o mendigo que o rei procura? E o mendigo falou:
- Como está o rei?
- Então és tu quem realizou o milagre? Como conseguiste?
- Nada fiz senhor. Apenas pedi a Deus, com amor, que desse ao rei o que
faltava-lhe. E quando pedimos com amor, nem mesmo Deus pode nos
negar, pois sendo Ele o Amor, como poderia contrariar o Seu próprio
pedido?

35
O furo no barco
_______________________________________________________

U
m homem foi chamado para pintar um barco.
Trouxe com ele tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um
vermelho brilhante, como o dono lhe pediu. Enquanto pintava,
percebeu que havia um furo no casco e decidiu consertá-lo. Quando
terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.

No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o


com um belo cheque, muito maior do que o pagamento pela pintura. O
pintor ficou surpreso:

O senhor já me pagou pela pintura do barco! - disse ele.


Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o furo do
barco.
Ah! Mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me
pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!
Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar-lhe o que
aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de
mencionar sobre o furo. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e
saíram para uma pescaria. Eles não sabiam que havia um furo. Eu não
estava em casa naquele momento.

Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado,
pois lembrei-me de que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria
quando os vi retornando da pescaria. Então, examinei o barco e constatei
que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida
de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua "pequena"
boa ação.

Não importa quem, quando ou de que maneira. Apenas ajude, ampare,


enxugue as lágrimas, escute com atenção e carinho, e conserte todos os
"vazamentos" que perceber, pois nunca sabemos quando estão
precisando de nós ou quando Deus nos reserva a agradável surpresa de
ser útil e importante para alguém.

36
Numa manhã qualquer
______________________________________________________

A
quela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer.
Um sujeito desce na estação do metrô, vestindo jeans, camiseta
e boné, encosta-se próximo à entrada, tira um violino da caixa e
começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem
na hora do rush matinal. Mesmo assim, durante os 45 minutos em que
tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do
mundo! Executava músicas consagradas num instrumento raríssimo, um
Stradivarius de 1713, com valor estimado em de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes, Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os
melhores lugares custaram a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar
ligeiro, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao
som do violino. A iniciativa, realizada pelo jornal The Washington Post, era a
de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.

Conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num


contexto. Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem
etiqueta de grife. Esse é um exemplo daquelas tantas situações que
acontecem em nossas vidas e que são únicas e às quais não damos a
menor atenção porque não vêm com a etiqueta de preço. O que tem
valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o
que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?
Essa experiência mostra como, na sociedade em que vivemos, os nossos
sentimentos e a nossa apreciação de beleza podem ser manipulados pelo
mercado, pela mídia e pelas instituições que detém o poder financeiro.
Mostra-nos, ainda, que a maioria das pessoas só valoriza aquilo que está
precificado, com a falsa ideia de que o que é mais caro é melhor.

Conclusão de Carlos Hilsdorf


Experiência do The Washington Post

37
Nunca subestime os outros
______________________________________________________

N
a primeira aula do Curso de Medicina, um famoso professor
dirige-se ao aluno que trajava as roupas mais simples da classe, e
pergunta: - Quantos rins nós temos?
- Quatro! - responde o aluno.
- Quatro?! - replica o professor, com arrogância, sentindo prazer em
tripudiar o erro do aluno. - Sim, quatro! confirma o aluno.
- Tragam um fardo de feno, pois temos um burro na sala! - diz o professor.
- Toda a classe cai na gargalhada. - Mas são quatro mesmo, professor
reafirma o aluno. O professor fica furioso e expulsa-o da sala.
O aluno levanta-se, dirige-se à porta da classe, mas antes de sair, diz:
- O senhor perguntou-
para expressar o plural.
Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou
acreditarem que o tem, perdem a humildade e acham-se no direito de
subestimar os outros.
A vida exige muito mais sabedoria do que conhecimento.

38
A história de Charles Plumb
______________________________________________________

C
harles Plumb era piloto de avião na guerra do Vietnã. Depois de
muitas missões, seu avião foi abatido. Plumb saltou de
paraquedas. Foi capturado e passou seis anos numa prisão
norte-vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras
relatando sua experiência e o que havia aprendido na prisão.
Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem, que sorriu,
dizendo:
Olá, você é Charles Plumb, era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é
mesmo?
Sim, como sabe? - perguntou Plumb, espantado.
Era eu quem dobrava o seu paraquedas. Parece que funcionou bem,
não é verdade?
Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:
Funcionou perfeitamente, caso contrário não estaria aqui hoje. Devo
minha vida a você!
Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, pensando:
Quantas vezes vi esse homem no porta-
inheiro aprendiz.
Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente
dobrando centenas de paraquedas, tendo em suas mãos a vida de
pessoas que nem conhecia.
Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à plateia:
Quem dobrou seu paraquedas hoje?

Todos temos alguém cujo trabalho é importante para que possamos seguir
adiante. Mas a correria do dia a dia é tanta que às vezes nos esquecemos
de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda de dizer um simples

Que tal prestarmos mais atenção a estes pequenos gestos? Às vezes as


coisas mais importantes da vida dependem apenas de ações simples: um
telefonema, um sorriso, um abraço, um agradecimento, um singelo
.

39
Os cinco sinos
_______________________________________________________

E
ra uma vez um hotel chamado Estrela de Prata. O hoteleiro não
conseguia fazer a receita cobrir as despesas, embora se esforçasse
ao máximo para atrair hóspedes oferecendo um hotel confortável,
um serviço cordial e preços razoáveis. Por isto, desesperado, foi consultar
um sábio.
- É muito simples. Você deve mudar o nome do hotel.
- Impossível, - retrucou o hoteleiro. - Há gerações ele é Estrela de Prata,
assim é conhecido em todo o país.
- Não, - disse o sábio com firmeza. - Agora você deve chamá-lo de Cinco
Sinos e, na entrada, colocar uma fileira de seis sinos.
- Seis sinos? Isso é absurdo! De que adiantaria?
- Experimente e verá, - recomendou o sábio com um sorriso.
Então, o hoteleiro experimentou, e eis o que viu: cada viajante que
passava pelo hotel fazia questão de entrar para apontar o erro,
acreditando que ninguém o notara. Uma vez lá dentro, impressionava-se
com a cordialidade dos serviços e ficava para repousar, propiciando ao
hoteleiro, desse modo, rendimentos que ele não conseguira por tanto
tempo.

Às vezes, o esforço, a persistência e a insistência não são suficientes para


levar-nos ao objetivo almejado. É preciso mudar.
Mudar conceitos, a forma de pensar, a forma de agir. Mudar o caminho
traçado.

40
A Lenda do amor
_______________________________________________________

A
loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua
casa. Todos os convidados foram.
Após o café, a loucura propôs: -Vamos brincar de esconde-
esconde?
-Esconde-esconde? O que é isso? perguntou a curiosidade.
-Esconde-esconde é uma brincadeira. Eu conto até 100 e vocês se
escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurar e o primeiro a ser
encontrado será o próximo a contar. Todos aceitaram, menos o medo e a
preguiça. -1,2,3... a loucura começou a contar. A pressa escondeu-se
primeiro, num lugar qualquer. A timidez, tímida como sempre, escondeu-se
na copa de um árvore. A alegria correu para o meio do jardim. Já tristeza
começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se
esconder. A inveja acompanhou o triunfo e se escondeu perto dele
debaixo de uma pedra. A loucura continuava a contar e os seus amigos
iam se escondendo. O desespero ficou desesperado ao ver que a loucura
já estava no 99.
-100! Gritou a loucura. Vou começar a procurar...A primeira a aparecer foi
a curiosidade, já que não aguentava mais querendo saber quem seria o
próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a loucura viu a dúvida em cima de uma cerca sem
saber em qual dos lados ficar. E assim foram aparecendo a alegria, a
tristeza, a timidez...
...Quando estavam todos reunidos, a curiosidade perguntou:
-Onde está o amor?
Ninguém o tinha visto.
A loucura começou a procurá-lo.
Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do
amor aparecer.
Procurando por todos os lados, a loucura viu uma roseira, pegou um
pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente,
ouviu um grito. Era o amor, gritando por ter furado o olho com um espinho.
A loucura não sabia o que fazer.
Pediu desculpas, implorou pelo perdão do amor e até prometeu segui-lo
para sempre.
O amor aceitou as desculpas e é por isso que hoje e em todo o sempre, o
amor é cego e a loucura o acompanha sempre.

41
O pote rachado
_______________________________________________________

U
m carregador de água da índia levava dois potes grandes,
pendurados em cada ponta de uma vara. Um dos potes tinha
uma rachadura, enquanto o outro era perfeito e sempre chegava
cheio de água no fim do caminho entre o poço e a casa do chefe.
Enquanto isso, o pote rachado chegava apenas pela metade.
Foi assim por dois anos, diariamente, o carregador entregando um pote e
meio de água na casa do chefe. É claro que o homem estava
envergonhado por realizar apenas a metade da tarefa. Desanimado o
carregador desabafou com um homem que estava à beira do poço:
-Estou envergonhado porque nesses dois anos fui capaz de entregar
apenas metade da minha carga, porque essa rachadura no pote faz com
que a água vaze por todo o caminho da casa do meu patrão. O defeito
desse pote me envergonha.
O homem sentindo pena do carregador convidou para que ele o
acompanhasse pela estrada, e, à medida que eles subiam a montanha,
foram reparando nas lindas flores que brotavam no caminho.
O carregador percebeu então que o velho pote rachado que vazava
permitia aquela maravilha, porque só havia flores no lado em que a água
ia pingando e regando o chão.

E com isso a gente tira uma lição: Cada ser humano tem virtudes e defeitos
e isso não desmerece ninguém... Todos nós temos um lado que é meio
"pote rachado". Porém, com paciência e compreensão, dá para
encontrar flores no caminho. Porque - eu arrisco afirmar - é das nossas
fraquezas que tiramos as maiores forças.

42
Qual é o seu tesouro?
_____________________________________________________

H
ouve um homem de descendência persa chamado Ali Hafed,
que vivia nas proximidades da Índia. Era um fazendeiro e estava
contente com sua situação. Sua fazenda era excelente e
rendosa. Tinha esposa e filhos. Criava camelos e plantava trigo. "Se um
homem tem esposa, filhos, camelos, saúde e a paz de Deus, é um homem
rico!", dizia ele. Ali Hafed continuou rico até que, certo dia, um viajante
veio visitá-lo e começou a falar de uma pedra estranha, a qual chamava
de "diamante". Ali Hafed jamais ouvira falar em diamantes. E o viajante
comentou: "Eles cintilam como um milhão de sóis, na verdade, são as
coisas mais lindas do mundo!". De repente, Ali Hafed passou a sentir-se
descontente com o que possuía. Perguntou ao viajante: "Onde posso
encontrar esses diamantes? Preciso possuí-los." O viajante respondeu:
"Dizem que é possível achá-los em qualquer parte do mundo. Procure um
riacho de águas transparentes correndo sobre a areia branca, em região
montanhosa, e ali você achará diamantes."
Ali Hafed, então, tomou uma decisão: vendeu a fazenda, confiou esposa
e filhos aos cuidados de um vizinho, e se lançou em sua jornada em busca
de diamantes.
Viajou pelo Oriente Médio, depois ao longo do vale do Nilo, até que,
afinal, encontrou-se junto as "Colunas de Hércules", entrando, a seguir, na
Europa. Ele procurava areias brancas, montanhas altas. Diamantes, porém,
jamais encontrou. Os anos se passaram. Ele estava quebrado, sem recursos
e sem condições de comunicar-se com a família. Num acesso de
desespero, profundamente deprimido, lançou-se ao mar e morreu.
Nesse ínterim, o homem que comprara a fazenda de Ali Hafed achara
uma curiosa pedra, enquanto seu camelo matava a sede num pequenino
riacho da fazenda. Levou-a para casa, colocou-a sobre a cornija da

43
lareira e esqueceu-se dela.
Um dia o viajante retornou à fazenda. Olhou acidentalmente para a pedra
e notou um lampejo colorido brilhando de um ponto de onde saíra uma
lasca. Espantado, disse ao fazendeiro: "Um diamante! Onde o achou?".
"Encontrei-o nas areias do pequeno riacho de águas claras aonde levo
meu camelo para beber", contou-lhe o fazendeiro.
Juntos, arrebanhando as túnicas e correndo tão depressa quanto lhes
permitiam as sandálias, dispararam rumo ao pequeno riacho. Cavaram e
acharam mais diamantes! Esse achado se transformou numa das maiores
minas de diamante do mundo.

Orison Swett Marden


adaptado do texto original

Os diamantes lá estavam o tempo todo, no quintal de Ali Hafed. Só que


ele não os vira. E, por isso, gastara a vida numa busca inútil.
Mais do que os diamantes, ele perdeu seu mais valioso tesouro. Um tesouro
tão precioso que nenhum diamante, ouro ou dinheiro no mundo poderia
comprar. Ele perdeu sua vida e sua família na busca desenfreada pela
riqueza material.

44
Lenda Oriental
_____________________________________________________

C
onta uma popular lenda do Oriente que um jovem chegou a
beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um
velho perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoa vive neste lugar?
- Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem?
perguntou por sua vez o ancião.
- Oh, um grupo de egoístas e malvados, estou satisfeito de haver saído de
lá - replicou o rapaz.

A isso o velho replicou:


- A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui.
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e
vendo o ancião perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoa vive por aqui?
O velho respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu:
- Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei
muito triste por ter de deixá-las.
- O mesmo encontrará por aqui - respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:
- Como é possível dar respostas tão diferentes a mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu:
- Cada um carrega no seu coração o meio em que vive. Aquele que nada
encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar
outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os
encontrara aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única
coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.

Coloque dentro de você a idéia do sucesso. O primeiro requisito essencial


a todo homem para encontrar uma vida digna de ser vivida, é ter uma
atitude mental positiva.

45
Como uma folha
_____________________________________________________

Q
uando criança, por causa de meu caráter impulsivo, sentia raiva
à menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um
desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por
consolar a quem tinha magoado.

Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão


de raiva. Me entregou uma folha de papel lisa e me disse:
- Amasse-a!
Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.
- Agora - voltou a dizer-me - deixe-a como estava antes.
É óbvio que não pude deixá-la como antes.
Por mais que tentasse, o papel ficou cheio de pregas.
Então, disse-me o professor:
- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles
deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente.
Quando sinto vontade de estourar, lembro deste papel amassado.

A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando


magoamos com nossas ações ou com nossas palavras, mesmo querendo
consertar o erro, é tarde demais.

Alguém disse, certa vez: "Fale quando tuas palavras sejam tão suaves
como o silêncio".

46
A História do Porco-Espinho
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D
urante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo
terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos
animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por
não se adaptarem às condições do clima hostil. Foi então que uma
grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e
sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um
podia sentir o calor do corpo do outro.
E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se,
enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os
companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais
calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos,
magoados, sofridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os
espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito, Mas, essa não foi a melhor
solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os
que não morreram voltaram a se aproximar pouco a pouco, com jeito,
com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma
certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir,
para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim suportaram-se, resistindo à longa era glacial. Sobreviveram.

É fácil trocar as palavras... difícil é interpretar os silêncios!


É fácil caminhar lado a lado.... difícil é saber como se encontrar!
É fácil beijar o rosto... difícil é chegar ao coração!
É fácil apertar as mãos... difícil é reter seu calor!
É fácil sentir o amor... difícil é conter a sua torrente!

47
Olímpiadas Especiais de Seattle
_____________________________________________________

H
á alguns anos atrás, nas Olímpiadas Especiais de Seattle, nove
participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-
se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com
vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Todos, com
exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou
a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam
para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas,
com Síndrome de Down, ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse:
" -Pronto, agora vai sarar. "
E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a
linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos
minutos e as pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo
essa história até hoje.

O que importa nesta vida e mais do que ganhar sozinho. O que importa
nesta vida e ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o
passo e mudar de curso.

48
O verdadeiro culpado
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C
erto dia, uma senhora ligou desesperada para o Corpo de
Bombeiros da sua cidade para apagar o fogo que irrompera
abruptamente na sua casa. Como a distância da sede do
Corpo de Bombeiros até a sua casa era considerável, quando os
Bombeiros chegaram já era tarde demais.

Só havia restado um amontoado de madeira queimada e muita fumaça.


Ela, no âmago do seu desespero e chorando muito, disse:
- Toda a minha vida estava nesta casa, meus sonhos e meus projetos. Tudo
virou pó! - E não contente, descarregou toda a sua amargura.
- A culpa é desses bombeiros incompetentes e sem coração que
demoraram uma vida para chegar até aqui. Eles são os culpados por não
ter sobrado nada da minha casa!
Então, um homem se aproximou daquela amargurada e triste senhora,
dizendo:
- Eu sou o eletricista que fez a instalação da sua casa, lembra? - Ela
assentiu com a cabeça.
- A senhora lembra quando eu disse que os fios que nós estávamos
empregando na obra eram de má qualidade? - Outra vez ela concordou
com o homem.
- E mesmo assim a senhora insistiu que deveriam ser aqueles fios, porque no
final da instalação lhe trariam uma economia de 75 reais. Pois é, a
economia de 75 reais se tornou um prejuízo de 100 mil reais.

Quando algo de ruim acontece com a gente, imediatamente,


começamos a culpar todo mundo a nossa volta, mas, na grande maioria
das vezes, os verdadeiros culpados pelos nossos infortúnios somos nós
mesmos.

49
O urso faminto
_____________________________________________________

C
erta vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca
de alimento. A época era de escassez, porém, seu faro aguçado
sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de
caçadores. Ao chegar lá, o urso, percebendo que o
acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela
tirou um panelão de comida.
Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua
força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo. Enquanto
abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo.
Na verdade, era o calor da tina... Ele estava sendo queimado nas patas,
no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia
experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras
pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida.
Começou a urrar muito alto. E, quanto mais alto rugia, mais apertava a
panela quente contra seu imenso corpo. Quando os caçadores chegaram
ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à
fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras
que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda
mantinha a expressão de estar rugindo.

Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder. Solte a panela!

50
Um pedaço de pão
_____________________________________________________

E
ra fim de tarde. Um sábado normal. Meu amigo estava molhando o
jardim da sua casa, quando viu um garoto parado junto à cerca,
olhando com atenção. O homem aproximou-se do garoto para
saber o que desejava.
- Tem um pedaço de pão velho? - perguntou. A maioria das pessoas se
incomoda muito quando alguém pede alguma coisa, seja na porta de
casa, seja na rua. De fato, nunca sabemos se quem está pedindo
realmente necessita de ajuda. Mas nesse dia a reação de meu amigo foi
diferente. Talvez a idade lhe ensinou a agir com mais serenidade, ou talvez
tenha se impressionado com a simplicidade do garoto que não falou nada
além daquele "tem um pão velho?".
De qualquer modo, o velho homem sentiu-se tocado e resolveu puxar
assunto com o menino.
- Onde você mora? - começou.
Ouviu a resposta, um lugar bem longe, na periferia. Conhecia o nome, mas
jamais estivera por lá. Continuou:
- Você vai à escola?
- Não, minha mãe não pode comprar o material de que preciso -
respondeu.
Assim a conversa prosseguiu. Comovido pela vida sofrida do garoto, meu
amigo resolveu ajudar. Depois de alguns minutos de conversa, perguntou
se ele gostaria de mais alguma coisa além do pão. Imediatamente o
garoto respondeu:
- Não preciso, não! O senhor já me deu bastante: conversou comigo.
É impressionante como o sofrimento destrói os sonhos. Como a vida dura
tira de uma ingênua criança seus direitos básicos, que são a alegria, a
esperança, a saciedade, o carinho.

Muitas crianças estão na mesma situação de carência afetiva. Muitos


adultos também, embora não queiram demonstrar isso. O mundo
egocêntrico e individualista no qual vivemos conduz a isso. Não temos
tempo para ouvir o irmão. Não temos tempo para demonstrar nosso
carinho, para dar atenção às pessoas que conhecemos, muito menos às
pessoas que vivem na rua ou que não fazem parte do nosso círculo.

Darlei Zanon
Parábolas de Virtude

51
O rio da vida
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E
ra uma vez um riacho de águas cristalinas, muito bonito, que
serpenteava entre as montanhas. Em certo ponto de seu percurso,
notou que a sua frente havia um pântano imundo, por onde
deveria passar.
Olhou, então, para Deus e protestou:
- Senhor, que castigo! Eu sou um riacho tão límpido, tão formoso, e o
Senhor me obriga a atravessar um pântano sujo como esse! Como faço
agora?
Deus respondeu:
- Isso depende da sua maneira de encarar o pântano. Se ficar com medo,
você vai diminuir o ritmo de seu curso, dará voltas e, inevitavelmente,
acabará misturando suas águas com as do pântano, o que o tornará igual
a ele. Mas, se você o enfrentar com velocidade, com força, com decisão,
suas águas se espalharão sobre ele, a umidade as transformará em gotas
que formarão nuvens, e o vento levará essas nuvens em direção ao
oceano. Aí você se transformará em mar.

Assim é a vida. As pessoas engatinham nas mudanças. Quando ficam


assustadas, paralisadas, pesadas, tornam-se tensas e perdem a fluidez e a
força.
Se uma pessoa passar a vida toda evitando sofrimento, também acabará
evitando o prazer que a vida oferece. Há milhares de tesouros guardados
em lugares onde precisamos ir para descobri-los.
Não procure o sofrimento. Mas, se ele fizer parte da conquista, enfrente-o e
supere-o. Arrisque, ouse, avance na vida. Ela é uma aventura gratificante
para quem tem coragem de arriscar.

52
A Flauta Mágica
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E
ra uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a
conseguir alguma coisa que pudesse facilitar seu trabalho nas
caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro entregou-lhe uma flauta
mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.
Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caravana
com destino à África, convidando dois outros amigos. Logo no primeiro dia
de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre. De imediato, o
caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre começou a
dançar. Foi fuzilado à queima roupa.
Horas depois, um sobressalto. A caravana foi atacada por um leopardo
que saltava de uma árvore. Ao som da flauta, contudo, o animal
transformou-se: de agressivo, ficou manso e dançou. Os caçadores não
hesitaram: mataram-no com vários tiros.

E foi assim até o final do dia, quando o grupo encontrou um leão faminto.
A flauta soou, mas o leão não dançou, atacou um dos amigos do caçador
flautista, devorando-o. Logo depois, devorou o segundo. O tocador de
flauta, desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado
algum. O leão não dançava. E enquanto tocava e tocava, o caçador foi
devorado. Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo
assistiam. Um deles observou com sabedoria:
- Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem um surdinho

Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo, pois um dia
podem não dar. Tenha sempre planos de contingência, prepare
alternativas para as situações imprevistas, analise as possibilidades de erro.
Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir.
Cuidado com o leão surdo.

53
As três peneiras
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O
lavo foi transferido de projeto, logo no primeiro dia, para fazer
média com o novo chefe, saiu-se com esta:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito
do Silva. Disseram que ele...
Nem chegou a terminar a frase, Juliano, o chefe, apartou:
- Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar já passou pelo crivo das
três peneiras?
- Peneiras? Que peneiras, chefe?
- A primeira, Olavo, é a da VERDADE. Você tem certeza de que esse fato é
absolutamente verdadeiro?
- Não. Não tenho, não. Como posso saber? O que sei foi o que me
contaram.
Mas eu acho que...
E, novamente, Olavo é interrompido pelo chefe:
- Então sua historia já vazou a primeira peneira. Vamos então para
segunda peneira que é a da BONDADE. O que você vai me contar,
gostaria que os outros também dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre, chefe - diz Olavo, assustado.
- Então, - continua o chefe - sua historia vazou a segunda peneira.
- Vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE. Você acha
mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passa-lo adiante?
- Não, chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi que não sobrou nada
do que eu iria contar - fala Olavo, surpreendido.
- Pois é, Olavo, já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos
usassem essas peneiras? diz o chefe e continua:
- Da próxima vez em que surgir um boato por aí, submeta-o ao crivo destas
três peneiras: verdades - bondade - necessidades, antes de obedecer ao
impulso de passa-lo adiante.

Pessoas inteligentes falam sobre ideias


Pessoas comuns falam sobre coisas
Pessoas medíocres falam sobre pessoas

54
A tijolada
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U
m jovem e bem sucedido executivo dirigia por sua vizinhança,
correndo um pouco demais em seu novo Jaguar. Observando
crianças se lançando entre os carros estacionados, diminuiu um
pouco a velocidade, quando achou ter visto algo. Enquanto passava,
nenhuma criança apareceu, mas de repente um tijolo espatifou-se na
porta lateral do Jaguar!
Parou bruscamente e deu ré até o lugar de onde teria vindo o tijolo. Saltou
do carro e pegou bruscamente uma criança, empurrando-a contra um
veículo estacionado e gritou: Por que você fez isto? Quem é você? Que
besteira você pensa que está fazendo? Este é um carro novo e caro!
Aquele tijolo que você jogou vai me custar muito dinheiro! Por que fez isto?

-Por favor, senhor, me desculpe. Eu não sabia mais o que fazer! Implorou o
pequeno. Ninguém estava disposto a parar e me atender neste local.
Lágrimas corriam do rosto do garoto, enquanto apontava na direção dos
carros estacionados:
É o meu irmão. Ele desceu sem freio e caiu de sua cadeira de rodas e eu
não consigo levantá-lo. Soluçando, o menino perguntou ao executivo:
O senhor poderia me ajudar a recolocá-lo em sua cadeira de rodas? Por
favor? Ele está machucado e é muito pesado para mim.
Movido internamente muito além das palavras, o jovem motorista
engolindo "em seco" dirigiu-se ao jovenzinho, colocando-o em sua cadeira
de rodas. Tirou seu lenço, limpou as feridas e arranhões, verificando se tudo
estava bem.
- Obrigado e que meu Deus possa abençoá-lo, a grata criança disse.
O homem, então, viu o menino se distanciar, empurrando o irmão em
direção à sua casa. Foi um longo caminho de volta para o Jaguar... Um
longo e lento caminho de volta!
Ele nunca consertou a porta amassada... Deixou amassada para lembrar-
se de não ir tão rápido pela vida, para que alguém não tivesse que atirar
um tijolo para ter a sua atenção.

Deus sussurra em nossas almas e fala aos nossos corações... Algumas vezes
quando nós não temos tempo de ouvir, Ele precisa jogar um tijolo.
Qual vai ser a sua escolha: ouvir o sussurro ou esperar pelo tijolo?

55
A maior riqueza
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H
á muito tempo, vivia solitário na mata um grande mestre espiritual,
famoso por dar conselhos que tornavam as pessoas ricas.
Um jovem ficou fascinado com a lenda e resolveu entrar na mata
à procura do mestre.
Andou por dias e enfim encontrou a cabana do sábio. Ao chegar, logo
questionou o mestre: - Quero ser muito rico a fim de ajudar todos os pobres
do mundo. Senhor, conte-me qual é o segredo para gerar riqueza e
abundância de bens. O sábio meditou por alguns segundos e respondeu:
- No coração de cada ser humano moram duas deusas. Todos somos
apaixonados por elas, é impossível ignorá-las. Mas elas guardam um
grande segredo, que precisa ser revelado. Vou lhe contar o segredo.
O jovem deu um grande sorriso de satisfação.
O sábio, no entanto, manteve a mesma expressão, e continuou:
- Uma das deusas se chama Sabedoria e a outra se chama Riqueza.
Embora você ame as duas deusas na mesma intensidade, é preciso
dedicar a uma delas atenção especial. Você precisa fazer uma escolha
fundamental entre uma delas. Se você perseguir, amar, dedicar-se
intensamente à deusa Sabedoria, a Riqueza ficará enciumada, desejando
o mesmo afeto. Assim, quanto mais você buscar a Sabedoria, mais a
Riqueza vai desejar entregar-se a você. Ela nunca lhe abandonará. O
segredo da prosperidade e da abundância está no modo como você
trata a Sabedoria.

Para refletir: Quando nos preocupamos com a "deusa" Sabedoria,


recebemos muitos benefícios em troca. A sabedoria nos orienta, faz-nos ser
melhores, mais ativos, mais criativos, mais eficazes. Sem sabedoria,
definhamos. O jovem pode optar por desejar unicamente a Riqueza, mas
certamente sua vida será vazia, sem sentido, sem o vigor que vem com a
sabedoria. O conhecimento (sabedoria) tem um poder que é a chave
para o sucesso e para a realização. Invista no conhecimento. Esteja
sempre atualizado, comprometido com seu crescimento pessoal.
Só por meio da educação, fonte da sabedoria, poderemos construir um
mundo melhor. Aproveite também, ao máximo, cada experiência que
você tiver ao longo da vida, extraindo de cada uma delas uma lição. As
nossas experiências têm muito a nos ensinar e também nos tornam sábios.

Darlei Zanon
Parábolas que edificam

56
É preciso esforço
_____________________________________________________

C
erto dia, um homem caminhava por uma estrada deserta,
quando começou a sentir fome. Não estava prevenido, pois não
sabia que a distância a ser percorrida era tão longa.
Começou prestar atenção na vegetação ao longo do caminho, na
tentativa de encontrar alguma coisa para acalmar o estômago. De
repente, notou que havia frutos maduros e suculentos em uma árvore.
Aproximou-se, mas logo desanimou, pois a árvore era muito alta e os frutos
inacessíveis.
Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço. Sentou-se à
beira do caminho e ficou ali, lamentando o que estava acontecendo.
Não demorou muito e ele avistou outro viajante que vinha pelo mesmo
caminho. Quando o viajante se aproximou, o homem notou que ele
estava comendo os frutos saborosos que não pudera alcançar. Assim,
disse:
- Amigo, que belos frutos você encontrou.
- É respondeu o viajante eu os encontrei no caminho. A natureza é
pródiga em frutos suculentos.
- Mas você tem a pele machucada observou o homem.
- Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões que ficaram pelo
esforço que fiz ao subir na árvore e colher os frutos.
E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado, resmungando, de
estômago vazio, enquanto o outro viajante seguiu em frente.

Algumas vezes também somos Ficamos sentados, lamentando o


sofrimento, mas não deixamos de lado a acomodação para sair em busca
da solução. Esquecemos que é preciso fazer esforços, lutar, persistir. É
preciso esforço para saber o que se busca e por qual porta desejamos
entrar.

Padre Marcelo Rossi


Momentos de Fé

57
Os três últimos desejos
_____________________________________________________

C
onta a lenda que, à beira da morte, Alexandre (O Grande)
convocou todos os seus generais e relatou seus três últimos
desejos:
1º- Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época;
2º- Que fosse espalhado no caminho até seu túmulo os seus tesouros
conquistados: prata, ouro, pedras preciosas,
3º- Que suas duas mãos fossem deixadas balançando no ar, fora do
caixão, à vista de todos.
Um dos seus generais, admirado com esses desejos insólitos, perguntou a
Alexandre quais as razões. Alexandre explicou:
1º- Quero que os mais iminentes médicos carreguem meu caixão para
mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte;
2º- Quero que o chão seja coberto pelos meus tesouros para que as
pessoas possam ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui
permanecem;
3º- Quero que minhas mãos balancem ao vento para que as pessoas
possam ver que de mãos vazias viemos e de mãos vazias partimos.

E que você continue buscando realizar seus sonhos, mas que


se lembre de viver intensamente e de usufruir de seus sentimentos e
emoções, pois embora as coisas materiais sejam importantes para nós, elas
ficam. Já os sentimentos e as emoções nascem conosco e nos
acompanharão nas vidas futuras. Esta é a nossa verdadeira propriedade: o
que trouxemos quando aqui chegamos e o que levaremos quando daqui
partirmos.

58
O fogo, a água, e a confiança
_____________________________________________________

E
ra uma vez o fogo, a água, e a confiança. Eles entraram em uma
floresta escura e o fogo disse: - Se eu me perder procurem a fumaça,
pois onde há fumaça, há fogo!

A água disse: - Se eu me perder me procurem na umidade,


pois onde há umidade há água!

Então a confiança disse: - Se eu me perder não me procurem,


pois uma vez perdida nunca mais me encontrarão-.

"A confiança é a base de todos os sentimentos"

59
A Pedra da Felicidade
_____________________________________________________

N
os tempos das fadas e bruxas, um moço achou em seu caminho
uma pedra que emitia um brilho diferente de todas as que ele já
conhecera. Impressionado, decidiu levá-la para casa. Era uma
pedra do tamanho de um limão e pertencia a uma fada, que a perdera
por aqueles caminhos, em seu passeio matinal. Era a Pedra da Felicidade.

Possuía o poder de transformar desejos em realidade.


A fada, ao se dar conta de que havia perdido a pedra, consultou sua
fonte de adivinhação e viu o que havia ocorrido. Avaliou o poder mágico
da pedra e, como a pessoa que a havia encontrado era um jovem de
família pobre e sofredora, concluiu que a pedra poderia ficar em seu
poder, despreocupando-se quanto à sua recuperação. Decidiu ajudá-lo.

Apareceu ao moço em sonho e disse-lhe que a pedra tinha poderes para


atender a três pedidos: um bem material, uma alegria e uma caridade.
Mas que esses benefícios somente poderiam ser utilizados em favor de
outras pessoas. Para atingir o intento, cabia-lhe pensar no pedido e
apertar a pedra entre as mãos.
O moço acordou desapontado. Não gostou de saber que os poderes da
pedra somente poderiam ser revertidos em proveito dos outros. Queria que
fossem para ele. Tentou pedir alguma coisa para si, apertando a pedra
entre as mãos, sem êxito. Assim, resolveu guardá-la, sem muito interesse em
seu uso.
Os anos se passaram e este moço tornou-se bem velhinho. Certo dia,
rememorando seu passado, concluiu que havia levado uma vida infeliz,
com muitas dificuldades, privações e dissabores. Tivera poucos amigos,

60
porém, reconhecia ter sido muito egoísta. Jamais quisera o bem para os
outros.
Antes, desejava que todos sofressem tanto quanto ele. Reviu a pedra que
guardara consigo durante quase toda sua existência. Lembrou-se do
sonho e dos prováveis poderes da pedra. Decidiu usá-la, mesmo sendo em
proveito dos outros.
Assim, realizou o desejo de uma jovem, disponibilizando lhe um bem
material. Proporcionou uma grande alegria a uma mãe revelando o
paradeiro de uma filha há anos desaparecida e, por último, diante de um
doente, condoeu-se de suas feridas, ofertando-lhe a cura.
Ao realizar o terceiro benefício, aconteceu o inesperado: a pedra
transformou-se numa nuvem de fumaça e, em meio a esta nuvem, a fada,
vista no sonho que tivera logo ao achar a pedra, surgiu dizendo:
"Usaste a Pedra da Felicidade. O que me pedires, para ti, eu farei. Antes,
devias fazer o bem aos outros, para mereceres o atendimento de teu
desejo. Por que demoraste tanto tempo para usá-la?"
O homem ficou muito triste ao entender o que se passara. Tivera em suas
mãos, desde sua juventude, a oportunidade de construir uma vida plena
de felicidade, mas, fechado em seu desamor, jamais pensara que fazendo
o bem aos outros colheria o bem para si mesmo.
Lamentando o seu passado de dor e seu erro em desprezar os outros,
pediu comovido e arrependido:
"Dá-me, tão somente, a felicidade de esquecer o meu passado egoísta."

61
Feijões ou Problemas
_____________________________________________________

D
iz a lenda que um monge, próximo de se aposentar, precisava
encontrar um sucessor. Entre seus discípulos, dois já haviam dado
mostras de que eram os mais aptos, mas apenas um o poderia.
Para sanar as dúvidas, o mestre lançou um desafio, para por a sabedoria
dos dois à prova: ambos receberiam alguns grãos de feijão, que deveriam
colocar dentro dos sapatos, para então empreender a subida de uma
grande montanha.

Dia e hora marcado, começa a prova. Nos primeiros quilômetros, um dos


discípulos começou a mancar. No meio da subida, parou e tirou os
sapatos. As bolhas em seus pés já sangravam, causando imensa dor. Ficou
para trás, observando seu oponente sumir de vista.

Prova encerrada, todos de volta ao pé da montanha, para ouvir do


monge o óbvio anúncio. Após o festejo, o derrotado aproxima-se e
pergunta como é que ele havia conseguido subir e descer com os feijões
nos sapatos:

- Antes de colocá-los no sapato, eu os cozinhei.

Carregando feijões, ou problemas, há sempre um jeito mais fácil de levar a


vida. Problemas são inevitáveis. Já a duração do sofrimento, é você quem
determina.

62
Conselhos
_____________________________________________________

D
ona Luiza era uma senhora de 92 anos, impecável,
elegantemente vestida e bem penteada. Estava de mudança
para uma casa de repouso, pois, o marido com quem vivera
durante 70 anos, havia morrido e ela ficara só.
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela
deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava
pronto. A caminho de sua nova morada, a atendente ia descrevendo em
detalhes o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas floridas que
enfeitavam a janela.
Ah, eu adoro essas cortinas - disse ela, com o entusiasmo de uma
garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
Mas a senhora ainda nem viu o seu quarto...
Nem preciso ver - respondeu - a felicidade é algo que você decide de
antemão. E eu já decidi que ia gostar! É uma decisão que tomo todos os
dias, quando acordo.
Sei, eu tenho duas escolhas: posso passar o dia inteiro na cama contando
às dificuldades que tenho em algumas partes do meu corpo que não
funcionam bem, ou posso levantar-me da cama agradecendo pelas
outras que ainda me obedecem. Cada dia é um presente do alto, e
quando meus olhos se abrem, ou focalizá-los no novo dia e também nas
boas lembranças que eu guardei para este momento da minha vida.

A vida não é medida pelo número de vezes em que você respirou, mas
pelos momentos em que você perdeu o fôlego ao sorrir ou em ocasiões de
surpresa e de felicidade! Fica a pergunta: O que estamos plantando?
Amor ou ressentimento? Vida ou morte? Que Jesus nos faça testemunha
de uma vida na sua graça!

Padre Marcelo Rossi


Momento de Fé

63
Coragem de Camundongo
_____________________________________________________

D
iz uma antiga fábula que um camundongo vivia angustiado com
medo do gato. Um mágico teve pena dele e o transformou em
gato. Mas aí ele ficou com medo de cão, por isso o mágico o
transformou em pantera.

Então ele começou a temer os caçadores.

A essa altura o mágico desistiu. Transformou-o em camundongo


novamente e disse:
- Nada que eu faça por você vai ajudá-lo, porque você tem apenas a
coragem de um camundongo. É preciso coragem para romper com o
projeto que nos é imposto. Mas saiba que coragem não é a ausência do
medo, é sim a capacidade de avançar, apesar do medo; caminhar para
frente; e enfrentar as adversidades, vencendo os medos.

É isto que devemos fazer. Não podemos nos derrotar, nos entregar por
causa dos medos. Senão, jamais chegaremos aos lugares que tanto
almejamos em nossas vidas.

64
A História do lápis
_____________________________________________________

O
menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura,
perguntou: - Você está escrevendo uma história que aconteceu
conosco? E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade.
Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou
usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial. - Mas
ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
-Tudo depende do modo como você olha as coisas.
Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre
uma pessoa em paz com o mundo:
"Primeira qualidade: Você pode fazer grandes coisas, mas não deve
esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós
chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua
vontade".
"Segunda qualidade: De vez em quando eu preciso parar o que estou
escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco,
mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores,
porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
"Terceira qualidade: O lápis sempre permite que usemos uma borracha
para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa
que fizemos não é, necessariamente algo mau, mas algo importante para
nos manter no caminho da justiça".
"Quarta qualidade: O que realmente importa no lápis não é a madeira ou
sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide
daquilo que acontece dentro de você."

"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da


mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e
procure ser consciente de cada ação".

65
As duas vizinhas
_____________________________________________________

H
avia duas vizinhas que viviam em pé de guerra. Não podiam se
encontrar na rua que era briga na certa. Depois de um tempo,
dona Maria descobriu o verdadeiro valor da amizade e resolveu
que iria fazer as pazes com dona Clotilde.
Ao se encontrarem na rua, muito humildemente, disse dona Maria: Minha
querida Clotilde, já estamos nessa desavença há anos e sem nenhum
motivo aparente. Estou propondo para você que façamos as pazes e
vivamos como duas boas e velhas amigas.
Dona Clotilde, na hora estranhou a atitude da velha rival, e disse que iria
pensar no caso. Pelo caminho foi matutando... Essa dona Maria não me
engana, está querendo me aprontar alguma coisa e eu não vou deixar
barato. Vou mandar-lhe um presente para ver sua reação.
Chegando em casa, preparou uma bela cesta de presentes, cobrindo-a
com um lindo papel, mas encheu-a de esterco de vaca. "Eu adoraria ver a
cara da dona Maria ao receber esse 'maravilhoso' presente. Vamos ver se
ela vai gostar dessa". Mandou a empregada levar o presente a casa da
rival, com um bilhete: "Aceito sua proposta de paz e para selarmos nosso
compromisso, envio-te esse lindo presente".

Dona Maria estranhou o presente, mas não se exaltou. Que ela está
propondo com isso? Não estamos fazendo as pazes? Bem, deixa pra lá.
Alguns dias depois dona Clotilde atende a porta e recebe uma linda cesta
de presentes coberta com um belo papel.

É a vingança daquela asquerosa da Maria. Que será que ela me


aprontou!

Qual não foi sua surpresa ao abrir a cesta e ver um lindo arranjo das mais
belas flores que podiam existir num jardim, e um cartão com a seguinte
mensagem: "Estas flores é o que te ofereço em prova da minha amizade.
Foram cultivadas com o esterco que você me enviou e que proporcionou
excelente adubo para meu jardim. Afinal, Cada um dá o que tem em
abundância em sua vida".

66
As roupas não dizem tudo
_______________________________________________________

N
a nossa sociedade, é cada vez mais exigido um padrão de
vestimenta. Quem não se enquadra nesse padrão é vítima de
preconceitos e exclusão. Um fato simples ocorrido com Gilberto,
médico de um hospital em São Paulo, mostra alguns estereótipos.
Gilberto nunca se preocupou com o modo de se vestir. Trabalhava numa
ambulância, o tempo todo andando pela cidade. Queria usar roupas
confortáveis, que lhe facilitassem o trabalho de socorrer vítimas.
Certo dia, uma senhora muito bem vestida foi em direção à ambulância e
perguntou, com um ar de superioridade e grosseria, onde estava o
médico.
- Boa tarde, senhora. Em que posso ser útil? - respondeu Gilberto.
- Você é surdo? - replicou a mulher. - Não ouviu que eu estou querendo
saber onde está o médico?
- Pois não, senhora, eu sou o médico, em que posso ser útil - voltou a
responder educadamente.
- O quê? Você é o médico? Com essas roupas eu não ia descobrir nunca.
- Desculpe, senhora. Pensei que estivesse procurando um médico e não
um terno.
- Desculpe, doutor. É que vestido assim o senhor não parece um médico.
- Interessante, não é! Eu pensei a mesma coisa quando vi a senhora. Uma
mulher tão elegante, com belas roupas. Quando a vi chegar, pensei que

normalmente não dizem muito...

Como os estereótipos influenciam em nossa vida!


No que se refere a roupas, isso é muito forte. O caráter de uma pessoa não
está expresso nas roupas que ela usa. As virtudes de uma pessoa não se
expressam nas roupas que ela usa.
Certamente há alguma influência, mas nada é definitivo. Há pessoas que
se vestem pensando em se sentir bem, outras para querer impressionar,
outras por obrigação etc. Não julgue antecipadamente. Procure conhecer
o íntimo das pessoas, sem se ater ao exterior.
As virtudes são reveladas nas mais simples situações do dia-a-dia, por isso
não deixe que seus preconceitos atrapalhem tais manifestações. O mais
belo traje que podemos usar é a educação.

Darlei Zanon
Parábolas de Virtude

67
Atitude é tudo
_____________________________________________________

U
ma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia, olhou no
espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na
cabeça :
- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.·
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente
dois fios de cabelo na cabeça.
- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.
Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha
apenas um fio de cabelo na cabeça.
- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.
Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia
um único fio de cabelo na cabeça.
- o.

Seja mais humano e agradável com as pessoas. Cada uma das pessoas
com quem você convive está travando algum tipo de batalha.

68
A árvore dos problemas
_____________________________________________________

O
carpinteiro terminou mais um dia de trabalho. Como era final de
semana, e resolveu convidar um amigo para beber algo em sua
casa. Ao chegar, antes de entrarem, o carpinteiro parou por
alguns minutos, em silêncio, diante de uma árvore que ficava no seu
jardim.
Em seguida, tocou seus ramos com ambas as mãos. Imediatamente seu
rosto mudou. Entrou em casa sorrindo, foi recebido pela mulher e filhos,
contou histórias, e saiu para beber com o amigo, na varanda. Dali podiam
ver a árvore. Sem conseguir controlar sua curiosidade, o amigo perguntou
o que fizera antes.
-Ah, esta é a árvore dos meus problemas respondeu. Sei que não posso
evitar ter aborrecimentos no meu trabalho, mas estas preocupações são
minhas, e não pertencem a minha esposa, nem aos meus filhos.
problemas nos ramos daquela
árvore. No dia seguinte, antes de sair para o trabalho, eu os recolho de

-los,
alguns já não estão mais ali, e outros parecem bem menos pesados do
que na no

69
Oásis
_____________________________________________________

C
onta uma lenda popular do oriente que um jovem chegou a um
oásis, próximo de um povoado, e aproximando-se de um velho
sábio, perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive neste lugar?
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde vens? - Perguntou o sábio.
- É um grupo de pessoas egoístas e malvadas, replicou o rapaz, estou
satisfeito de ter saído de lá.
O sábio respondeu.
- Aqui encontrarás o mesmo.
No mesmo dia, um outro jovem aproximou-se do oásis para beber água e,
vendo o sábio, perguntou-lhe:
- Que tipo de pessoas vive aqui?
O sábio respondeu com a mesma pergunta:
- Que tipo de pessoas vive no lugar de onde vens?
O rapaz respondeu-lhe:
- É um magnífico grupo de pessoas amigas, honestas e hospitaleiras. Fiquei
um pouco triste por ter de deixá-las.
- O mesmo encontrarás aqui, respondeu o sábio.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao sábio:
- Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?
O sábio respondeu-lhe:
- Cada um carrega no seu coração o meio em que vive. Aquele que nada
encontrou de bom nos lugares por onde passou não poderá encontrar
outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também
encontrará aqui. Somos todos viajantes no tempo, e o futuro de cada um
está escrito no passado; ou seja, cada um encontra na vida exatamente
aquilo que traz dentro de si mesmo.

O ambiente, o presente e o futuro somos nós que criamos, e isso só


depende de nós mesmos.

70
Como fazer durar um amor
_____________________________________________________

U
ma mãe e a sua filha estavam a caminhar pela praia. Num certo
ponto, a menina disse: "Como se faz para manter um amor?" A
mãe olhou para a filha e respondeu: "Pega num pouco de areia e
fecha a mão com f
A menina assim fez e reparou que quanto mais forte apertava a areia com
a mão com mais velocidade a areia se escapava.
"Mamãe, mas assim a areia cai!"
"Eu sei, agora abre completamente a mão."
A menina assim fez, mas veio um vento forte e levou consigo a areia que
restava na sua mão.
"Assim também não consigo mantê-la na minha mão!"
A mãe, sempre a sorrir disse-lhe:
"Agora pega outra vez num pouco de areia e mantém-na na mão
semiaberta como se fosse uma colher, bastante fechada para protegê-la
e bastante aberta para lhe dar liberdade"
A menina experimenta e vê que a areia não se escapa da mão e está
protegida do vento.
"É assim que se faz durar um amor."

71
Uma lição de Sabedoria
_____________________________________________________

C
onta-se que no século passado, um turista de origem americana
foi a cidade do Cairo, no Egito, com o objetivo de visitar um
famoso sábio.
O turista ficou surpreso ao ver que o sábio morava num quartinho muito
simples e cheio de livros.
As únicas peças de mobília eram uma cama, uma mesa e um banco.
-Onde estão os seus móveis? perguntou o turista.
E o sábio, bem depressa, perguntou também:
- E onde estão os seus?
- Os meus!? surpreendeu-se o turista. -Mas, eu estou aqui só de
passagem!
- Eu também... A vida na terra é somente uma passagem... concluiu o
sábio.
No entanto, alguns vivem como se fossem ficar aqui eternamente; ficam
pensando só em ter bens materiais, e esquecem de ser felizes!

72
As coisas nem sempre são o que parecem
_____________________________________________________

D
ois anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma
família muito rica. A família deu abrigo, mas com muita má
vontade. Apesar de viverem em uma mansão com muitos
quartos, não permitiram que os anjos ficassem em nenhum deles.
Em vez disso, deram aos anjos um espaço, em um quartinho pequeno e frio
no sótão da casa. A medida que eles faziam a cama no duro piso, o anjo
mais velho viu um buraco na parede e o tampou. Quando o anjo mais
jovem perguntou o porquê, o anjo mais velho respondeu:

No dia seguinte os dois continuaram viagem. Com a chegada da noite, os


dois anjos pediram abrigo na casa de um casal muito pobre. O senhor e
sua esposa eram muito hospitaleiros e receberam de bom grado os
viajantes. Depois de compartilhar a pouca comida que a família tinha, o
casal permitiu que os anjos dormissem na cama do casal, onde eles
poderiam ter uma boa noite de sono para poder prosseguir a viagem
totalmente descansados. Quando amanheceu, os anjos encontraram o
casal, banhados em lágrimas. A única vaca que eles tinham, cujo leite era
a única entrada de dinheiro, jazia morta no campo.
O anjo mais jovem estava furioso e perguntou ao mais velho:
- Como você permitiu que isto acontecesse? O primeiro homem tinha de
tudo e no entanto, você o ajudou. A segunda família tinha pouco, mas
estava disposta a compartilhar tudo, e você permitiu que a vaca morresse.
Por quê fez isso?
- As coisas nem sempre são o que parecem, respondeu o anjo mais velho.
Quando estávamos no sótão daquela imensa mansão, notei que havia
ouro naquele buraco da parede. Como o proprietário era muito avarento
e não estava disposto a compartilhar sua boa sorte, fechei o buraco de
maneira que ele nunca mais encontraria o ouro.
Depois, ontem à noite, quando dormíamos na casa dessa família pobre e
humilde, o anjo da morte veio em busca da mulher e do agricultor, e eu
lhe dei a vaca no lugar dos dois.

Algumas vezes, isso é exatamente o que acontece quando as coisas não


saem da maneira como esperamos.
O ontem é história. O amanhã é um mistério. O hoje uma dádiva.
E é por isso que se chama presente!

73
A parábola da rosa
_____________________________________________________

U
m certo homem plantou uma rosa e passou a regá-la
constantemente e, antes que ela desabrochasse, ele a examinou.
Ele viu o botão que em breve desabrocharia, mas notou espinhos
sobre o talo e pensou,
rodeada de espin
Entristecido por este pensamento, ele se recusou a regar a rosa, e, antes
que estivesse pronta para desabrochar, ela morreu.
Assim é com muitas pessoas. Dentro de cada alma há uma rosa: as
qualidades dadas por Deus e plantadas em nós crescendo em meio aos
espinhos de nossas faltas. Muitos de nós olhamos para nós mesmos e
vemos apenas os espinhos, os defeitos. Nós nos desesperamos, achando
que nada de bom pode vir de nosso interior. Nós nos recusamos a regar o
bem dentro de nós, e, consequentemente, isso morre. Nós nunca
percebemos o nosso potencial.
Algumas pessoas não veem a rosa dentro delas mesmas; alguém mais
deve mostrá-la a elas.
Um dos maiores dons que uma pessoa pode possuir ou compartilhar é ser
capaz de passar pelos espinhos e encontrar a rosa dentro de outras
pessoas.
Esta é a característica do amor - olhar uma pessoa e conhecer suas
verdadeiras faltas. Aceitar aquela pessoa em sua vida, enquanto
reconhece a beleza em sua alma e ajuda-a a perceber que ela pode
superar suas aparentes imperfeições.
Se nós mostrarmos a essas pessoas a rosa, elas superarão seus próprios
espinhos. Só assim elas poderão desabrochar muitas e muitas vezes.

74
A doçura
_____________________________________________________

O
viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno
rio que nascia tímido por entre as pedras.
Foi seguindo-o por muito tempo.
Aos poucos, o rio foi tomando volume e bem mais adiante, dividiu-se em
dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas.
O som das águas atraiu o viajante, que foi descendo pelas pedras ao lado
de uma das cachoeiras.
Ali, finalmente descobriu uma gruta.
Com paciência, a natureza criara caprichosas formas.
O viajante foi entrando e admirando as rochas gastas pelo tempo.
De repente, descobriu uma placa.
Alguém estivera ali antes dele.
Com a lanterna, iluminou o verso que nela estava escrito.
"Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua
doçura e delicadeza".

75
O gênio e as rosas
_____________________________________________________

T
odos conhecemos muitas histórias e piadas de gênios da lâmpada.
Essa é uma parábola interessante sobre um gênio extravagante.
Em uma casa, encontravam-se três amigos. Eles eram muito
diferentes um do outro, com personalidades fortes, mas gostavam de estar
juntos, talvez porque se complementassem. Um era muito generoso, o
outro era muito ingrato e o último era um conformado. Quando viram o
gênio, todos ficaram animados. Lembravam-se das histórias infantis, nas
quais o gênio sempre realizava três desejos. Imediatamente um deles
perguntou:
- Gênio, O que você nos traz?
- Rosas! - disse o gênio.
Abriu seus braços e apareceram três belos buquês de rosas. Entregou um
para cada homem e logo desapareceu. Os amigos se entreolharam,
desapontados. Não compreenderam o presente.
Não demorou para cada um tomar o seu rumo e deixar a casa. O ingrato
foi o primeiro a sair; maldizendo sua falta de sorte. A primeira vez que
encontra um gênio e a única coisa que ganha são umas rosas estúpidas.
Jogou o buquê ali mesmo no caminho. O conformado, embora
desapontado com o presente, resolveu levar as flores para casa e as pôs
num jarro.
O generoso, dono da casa, ficou feliz por ter encontrado um gênio e mais
ainda por ter ganhado um presente. Saiu pela vizinhança distribuindo
rosas. Estava tão contente com a possibilidade de partilhar seu presente
com os outros que nem percebeu que as rosas nunca terminavam. Quanto
mais distribuía, mais rosas apareciam em seus braços. Depois de algumas
horas, voltou para casa, com um buquê muito maior; mais belo e
perfumado do que o original.

76
No dia seguinte, os amigos se reuniram e comentavam o que havia
acontecido no dia anterior. Novamente o gênio aparece.
- O que você deseja? -perguntou um dos amigos.
- Eu desejo que as rosas de vocês se transformem em ouro! - respondeu o
gênio. O homem generoso olhou para trás e viu a sua casa cheia de ouro.
Sobre a mesa, sobre o armário, no quarto... Por todo lugar havia ouro.
O conformado, ao regressar para sua casa, encontrou sobre a mesa um
vaso cheio de ouro.
O ingrato até tentou voltar ao local onde havia jogado as rosas, mas ali
não havia mais nada, alguém já tinha recolhido as rosas que se
transformaram em ouro e ele ficou sem nada.

As rosas da parábola podem simbolizar várias coisas em nossa vida. São a


amizade, o amor, a generosidade, as virtudes etc.
Quando se trata desses belos gestos e sentimentos, quanto mais damos,
mais recebemos em troca. O ingrato, que não valoriza seus amigos, sua
família, seus dons, nunca vai desenvolvê-los. Vai acabar sem nada,
solitário. O conformado, que não procura desenvolver seus dons, que não
se preocupa em crescer, terá retribuição, mas sempre em pouca medida.
Ficará nas relações superficiais, nas amizades formais. O generoso, no
entanto, que não tem medo de entregar-se nas relações, que não tem
medo de arriscar-se no aprimoramento de seus dons, que procura uma
vida virtuosa, receberá tudo em dobro.

Pense nisso e mude sua atitude.

Darlei Zanon
Parábolas de virtude

77
Teste de integridade
_____________________________________________________

E
m um antigo mosteiro do Nepal, os monges enfrentavam sérias
dificuldades financeiras. O templo estava em ruínas, mal tinham
para o sustento diário. Viviam de doações e esmolas.
Muitos monges começaram a reclamar das más condições de vida, da
fome e da falta de tempo para meditar, uma vez que passavam muito
tempo pela cidade pedindo esmolas. O mestre respondeu às reclamações
com uma proposta:
- Eu tenho uma solução simples para reformarmos o templo e
encontrarmos mais tempo livre para meditar e estudar.
Os discípulos se reuniram ao redor do mestre, curiosos para ouvir a solução
de seus problemas. O mestre prosseguiu:
- Cada um de vocês deve ir até a cidade e roubar algo valioso, que possa
render um bom dinheiro para o mosteiro. Com o dinheiro que vocês
conseguirem, teremos uma boa quantia.
Uma onda de perplexidade e murmúrios tomou conta do lugar. Os monges
se perguntavam como o mestre pode dar uma ordem dessas, tão
antiética. Como tinham grande confiança no mestre, ninguém questionou.
O mestre prosseguiu: - A única coisa que peço a vocês é que roubem
apenas quando tiverem a certeza de que ninguém está olhando. Não
quero que vocês manchem a nossa honra e o nosso reconhecimento junto
ao povo da vila.
Assim que o mestre saiu da sala, todos começaram a planejar o que iriam
roubar na vila e como proceder. Muitos ainda estavam incrédulos e dis-
cutindo com os colegas, pois roubar é errado. Não entendiam a ordem do
mestre.
Depois de certo tempo, todos já tinham um plano e saíram para a vila. A
principal preocupação, porém era não serem pegos, para não difamarem
o mosteiro. Apenas um monge permaneceu no mosteiro. O mestre, ao
andar pelo pátio, viu esse monge e foi ao seu encontro.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou.
- Eu fiquei pensando sobre a sua instrução de roubar apenas quando
ninguém estiver olhando e vi que isso será impossível. Não importa onde eu
vá ou quanto tempo eu esperar, sempre estarei olhando para mim mesmo.
Meus olhos me verão roubando. - disse o jovem monge.
- Que pena que você foi o único a ver isso. Eu estava testando a
integridade dos meus discípulos e você foi o único que passou no teste.

Darlei Zanon
Parábolas de Virtude

78
A história do amor
_____________________________________________________

E
ra uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos...
A Alegria, A Tristeza, A Vaidade, A Sabedoria, e todos os outros
sentimentos. Por fim, o Amor.
Mas um dia foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos
os sentimentos se apressaram para sair da ilha, pegaram seus barcos e
partiram. Mas o Amor ficou, pois queria ficar mais um pouco na ilha, antes
que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase se afogando, o Amor
começou a pedir ajuda.
Nisso vinha a Riqueza e o Amor disse: - Riqueza leva-me com você? - Não
posso ajudar, Amor você está todo molhado e poderia estragar meu
barco!
Então o Amor pediu ajuda a Tristeza: - Tristeza, deixe-me ir com você? - Ah
Amor! Estou tão triste que prefiro ficar sozinha ...
Também passou a Alegria, mas estava tão alegre que nem ouviu o Amor
chamar.
Já desesperado, o Amor começou a chorar, foi quando uma voz lhe
chamou: - Venha Amor, eu levo você! Era um velhinho, mas o Amor ficou
tão feliz que esqueceu de perguntar seu nome.
Chegando do outro lado da margem, ele perguntou à Sabedoria:
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que trouxe-me até aqui? - Era o
Tempo.
-Mas porque só o Tempo me trouxe?
A Sabedoria respondeu: - Porque só o Tempo é capaz de ajudar, entender
e valorizar um grande Amor!!!

Jesus Bringas
Historinhas 11º Edição

79
O professor e o canoeiro
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E
m todo o norte do país, é muito comum o transporte por canoas.
Mercadorias e mesmo pessoas vão de um lado a outro levados por
canoeiros experientes. Certa vez, seu Francisco, um canoeiro já de
certa idade lá do Pará, transportou um renomado professor. Depois
de alguns minutos pelo rio, o professor puxou conversa:
- O senhor entende de arqueologia?
- Não, sempre trabalhei aqui com meu barco. Não sei nada disso aí.
- Que pena, o senhor desperdiçou grande parte da sua vida.
Com ar de desprezo, continuou: - O senhor já estudou geologia?
- Vixe, também não sei nada disso aí.
- Não? Infelizmente o senhor desperdiçou outra parte da vida.
Mais alguns minutos e o professor volta a questionar o humilde canoeiro:
- O que o senhor conhece de astrologia?
- Nunca fui à escola, não sei nada - seu Francisco respondeu,
constrangido.
- Que lástima, o senhor desperdiçou grande parte da sua vida.
No instante em que o professor falava, a canoa bateu em uma pedra. O
canoeiro deixou o remo de lado e perguntou ao professor:
- O senhor aprendeu a nadar?
- Não - respondeu o professor um pouco confuso.
- Que pena, o senhor empregou toda a sua vida em teorias e agora está
prestes a afundar junto com esta canoa.

A inteligência é uma grande virtude, mas é apenas uma dentre muitas.


Como vimos na interessante história do canoeiro, na simplicidade também
se manifestam muitas virtudes. A humildade e o respeito, por exemplo. De
que adianta grande conhecimento se não se é humilde para reconhecer
as demais virtudes? Estudar é muito importante, mas nunca despreze
nenhuma pessoa por ela não ter estudado, ou por não ter muitas
habilidades. Todos temos dons, mas cada um os desenvolve conforme as
suas possibilidades. Tenha humildade para reconhecer os dons das outras
pessoas e também para ajudá-las a desenvolvê-los.
O verdadeiro sábio tem consciência de que a teoria deve estar unida à
prática.

Darlei Zanon
Parábolas de Virtude

80
Alimentar as virtudes
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M
uito bravo porque um de seus colegas da escola havia feito
uma maldade com ele, o menininho se aproxima do avô. O
avô, com toda a calma do mundo, pega o menino no colo e
começa a contar uma história.
- Muitas vezes fiquei com ódio no meu coração por diversas coisas que as
pessoas aprontavam comigo. Ficava com mais raiva quando era um
amigo meu que fazia a maldade e quando meus colegas não pediam
desculpas pelo que tinham feito. Mas, com o passar do tempo, fui
percebendo que o único que sofre com o nosso ódio somos nós mesmos.
Ele não fere a pessoa que nos machucou. É como tomar um veneno ao
desejar que o inimigo morra. Não tem sentido. Depois que percebi isso,
passei a lutar contra o sentimento de ódio.

Depois de uma pausa, para deixar o garoto refletir, o avô continuou.

- Existem dois lobos dentro do ser humano. Um dos lobos é bom, só quer
fazer o bem e não magoa ninguém. Esse lobo vive em harmonia com a
natureza e com os outros, é incapaz de agredir. Ele só luta para se
defender, quando é necessário e justo. Mas existe também um outro lobo.
Um lobo cheio de raiva, que briga por qualquer coisa, mesmo sem motivo.
Ele é incapaz de pensar, pois sua raiva gasta todas as suas energias.

Depois de deixar o menino pensativo por alguns instantes, o avô


prosseguiu;
- As vezes é difícil conviver com os dois lobos que existem dentro de nós,
porque os dois querem se destacar. Os dois querem se mostrar ao mundo.
Os dois lutam para ver quem é o mais forte.

O menino olhou nos olhos do avô e perguntou. - Qual é o lobo que vence,
vovô?

- Aquele que alimentamos com mais frequência!

- Respondeu o avô com um sorriso no rosto.

Darlei Zanon
Parábolas de Virtude

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O sapo e a rosa
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E
ra uma vez uma rosa muito bonita, que se sentia envaidecida ao
saber que era a mais linda do jardim. Mas começou a perceber que
as pessoas somente a observavam de longe.
Acabou se dando conta de que, ao seu lado, sempre havia um sapo
grande, e esta era a razão pela qual ninguém se aproximava dela.
Indignada diante da descoberta, ordenou ao sapo que se afastasse dela
imediatamente.
O sapo, muito humildemente, disse: - Está bem, se é assim que você quer.

Algum tempo depois o sapo passou por onde estava a rosa, e se


surpreendeu ao vê-la murcha, sem folhas nem pétalas. Penalizado, disse a
ela: - Que coisa horrível, o que aconteceu com você?
A rosa respondeu: - É que desde que você foi embora, as formigas me co-
meram dia a dia, e agora nunca voltarei a ser o que era.
O sapo respondeu: - Quando eu estava por aqui, comia todas as formigas
que se aproximavam de ti. Por isso é que eras a mais bonita do jardim. ..

Muitas vezes desvalorizamos os outros porque crermos que somos


superiores a eles, mais "bonitos", de mais valor, ou que eles não nos servem
para nada. Todos temos algo a aprender com outros ou a ensinar a eles, e
ninguém deve desvalorizar a ninguém. Pode ser que uma destas pessoas,
a quem não damos valor, nos faça um bem que nem mesmo nós
percebemos.

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