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PROJETO DE CENOGRAFIA E
EVENTOS
DESENVOLVIMENTO DE
PROJETO CENOGRÁFICO
I
Autor: Me. Laura Carolina Oliveira Nóbrega
Revisor: Nome do Revisor

INICIAR

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introdução
Introdução
Nesta unidade, estudaremos como se dá o desenvolvimento de um projeto
cenográfico. Abordaremos os tipos de projetos cenográficos, que vão desde o
cinema até grandes eventos corporativos. Será possível conhecer as
aplicações da cenografia na contemporaneidade. O design cenográfico e os
métodos projetuais ligados à cenografia também serão discutidos. Tais
metodologias surgem para que o cenógrafo tenha maior organização e
trabalhe por meio de estudos. É necessário destacar a importância da
pesquisa dentro do trabalho de cenografia, pois ela dará o norte para todos
os elementos cenográficos que compõem o cenário. Por fim, abordaremos os
novos desdobramentos da cenografia com as novas tecnologias.

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Tipologias de
Projeto Cenográfico

Com a fotografia e as novas invenções e tecnologias do século 20, a


linguagem cenográfica foi sendo utilizada em outras áreas que vão além dos
espetáculos. Outros meios de comunicação e mídia se apropriaram da
cenografia como forma de transmitir mensagens e criar atmosferas.

Cinema
No decorrer da história cinematográfica, diferentes e criativos elementos
cenográficos que faziam a composição de espaços internos e externos foram
utilizados com a finalidade de surpreender o seu público, tanto na época do
mudo e preto em branco como agora com o cinema falado e em cores.

Magnavita (2006, p. 105) nos remonta a esses elementos, que são “as
monumentais reconstruções históricas, os imaginários ambientes de doces e
alegres fábulas, bem como os dramáticos ambientes de filmes de terror e as
visões criativas relacionadas com enredos de ficção científica”.

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Antes do cinema, os efeitos cenográficos que conhecemos hoje eram


impossíveis de ser realizados no teatro. A fotografia permitiu que a nossa
realidade natural fosse incorporada aos elementos cenográficos, por meio da
utilização de paisagens, cidades, construções civis, entre outros.

No cinema, as câmeras representam os olhos dos espectadores; logo, toda a


cenografia deverá ser criada e montada para ser direcionada à câmera. Nesse
sentido, Urssi (2006, p. 58) nos demonstra que Georges Mèliés foi responsável
por incorporar truques cênicos e cenários inteiros pintados sobre telas,
trazendo as primeiras cenas em que a câmera seria os olhos dos
espectadores em movimento conjunto com a cena, podendo percorrer toda a
cenografia com diferentes enquadramentos e distâncias.

O pioneiro da cenografia cinematográfica é Sergei Eisenstein, que iniciou sua


carreira como ator, diretor e cenógrafo, em 1920, no primeiro Teatro
Operário. De acordo com Urssi (2006, p. 59), Eisenstein foi responsável por
criar a teoria da montagem, com a qual elaboraria todas as suas obras no
decorrer de sua carreira no cinema, gerando uma nova dimensão à narrativa
da história, que seria impossível na estrutura teatral.

Esse processo de justaposição de imagens em uma mesma cena foi atingido


por meio da teoria da montagem e passou a ser utilizado por vários diretores
cinematográficos. Assim, Eisenstein desenvolveu os princípios basilares da
montagem, dizendo, ainda, que era preciso se valer de momentos abaladores,
impetuosos e chocantes, que provocassem no espectador um efeito
psicológico totalmente esperado pelo autor, por meio dos dispositivos
emocionais usados.

Um exemplo desse método usado por Eisenstein é o filme soviético de 1927 O


Encouraçado Potemkin. O cenógrafo se utilizou de montagem de recursos
especiais com fortes contrastes, repetição e ritmo frenético de imagens e
simbolismos para propiciar uma identidade cenográfica mais profunda e
elaborada a essa obra do cinema.

Por fim, percebemos que os trabalhos de Eisenstein foram pioneiros e


representaram um rompimento com a cenografia usada, que era mais linear

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entre os planos abertos e os detalhes de cena, tendo ele usado diversas


montagens para criar uma nova dinâmica na dramaturgia, sendo os seus
trabalhos a base para construção cenográfica do cinema contemporâneo.

Televisão
No ambiente televisivo, a cenografia nem sempre foi muito valorizada, tanto
que as equipes não tinham um cenógrafo especializado, mas, sim, um
supervisor de estúdio, que era responsável por tudo – seja pela cenografia ou
pela parte técnica – e também agia como contrarregra, ou seja, era um “faz-
tudo”.

De acordo com Urssi (2006, p. 61), “os primeiros cenários eram criados com a
mesma linguagem cênica do Teatro, até a invenção do vídeo-tape, quando foi,
aos poucos, aproximando-se da linguagem cinematográfica”. Contudo, com as
inovações tecnológicas, permitiram uma efetiva expressão cenográfica nos
espaços televisivos.

A TV Excelsior foi responsável por fomentar a cena televisual brasileira, a qual


contratou ilustres profissionais do teatro, do rádio e de periódicos impressos
para as equipes de produção. Exemplo disso foi a contratação de Cyro del
Nero pela TV Excelsior, que trouxe diversas influências da arte mundial à
televisão brasileira, haja vista que trabalhou em famosos teatros da Grécia e
Alemanha, dando início à visualidade que encontramos na televisão
atualmente.

Em um depoimento de Del Nero extraído da obra de Urssi (2006, p. 62-63), ele


afirma que uma vez fora contratado pela produção do cantor Roberto Carlos
para realizar a cenografia de seu show. Porém, a produção do cantor, ao
receber o preço de Del Nero, afirmou que a grande cenografia do espetáculo
era o próprio cantor, ou seja, conforme palavras do cenógrafo “Na televisão,
na maioria das vezes, o cenário era o próprio usuário do cenário”.

A cenografia usada na elaboração de cenários para telenovelas trabalha com


estereótipos da vida real, como a casa de favela, as mansões de ricos, a

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cidade do interior, o bar da periferia etc. Filho apud Urssi (2006, p. 63), afirma
que, na montagem da cenografia de telenovelas, apesar de estarem contando
uma história ficcional, são usados elementos reais para trazer veracidade a
toda a narrativa.

Diferentemente do teatro, a cenografia da televisão trabalha com espaços


fragmentados, para que as câmeras possam circular livremente e gravar as
cenas. De acordo com Urssi (2006, p. 64), os cenários de televisão são criados
com paredes em ângulos retos, o que possibilita que o ator se movimente
pela cena e a câmera seja posicionada adequadamente.

Por fim, assim como no cinema, a cenografia televisiva se utilizou de


elementos já usados em outros canais de comunicação, como o teatro, a
imprensa e o rádio. Porém, desenvolveu a sua própria marca, ao moldar um
mundo fragmentado e editado na sociedade.

Vitrines
Desde os primórdios da Idade Média até os dias atuais, as vitrines, que se
manifestam atualmente por meio de grandes caixas feitas majoritariamente
de vidro, são espaços reservados para demonstrar os produtos que os
diversos societários produzem.

De acordo com Cohen, D. (2007, p. 102), a vitrine é uma ferramenta de


informação. Ela é utilizada com suporte de apresentação do capital simbólico
de uma marca e, além de comunicar produtos e conceitos, pode ser essencial
para demonstrar sua identidade.

A vitrine serve de suporte para a comunicação entre o produto que se


pretende vender com o consumidor que espera comprar. Ela chamará a
atenção do consumidor para o produto, utilizando-se de diversas narrativas,
dependendo do produto que está sendo comercializado.

Por exemplo, se estivermos diante de uma loja voltada para o público infantil,
a sua vitrine utilizará instrumentos lúdicos e suaves, que chamarão a atenção

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das crianças, seu público-alvo. Ou seja, dependendo da mercadoria ou do


público-alvo da marca, são produzidas encenações com diversas simbologias,
que trarão identidade visual ao produto e à marca.

Cenografia Promocional
É muito comum que a cenografia remeta espetáculos teatrais à mente das
pessoas, mas a cenografia está presente em diversos tipos de manifestações
visuais. Segundo Dombeck (2014, p. 139), a cenografia aplicada usa as
qualidades da arquitetura e da cenografia na composição de espaços com os
temas necessários para atingir o objeto comercial, que é fazer a conexão
entre a procura do consumidor e a oferta do comércio.

Nesse contexto, considera-se cenografia promocional toda demonstração


mercadológica de produtos ou serviços que fiquem dispostos em qualquer
tipo de comércio, como lojas de departamento, supermercados, feiras
comerciais, bazares e showrooms. Assim, podemos afirmar que a cenografia
promocional, como chamaremos aqui, utiliza-se da cenografia por motivos
empresariais e comerciais.

São os elementos cenográficos utilizados que trarão identidade visual à marca


e ao produto que se pretende comercializar, por isso, é muito importante
saber qual é o seu público-alvo, qual a mercadoria a ser vendida e qual a
temática utilizada para fomentar a interação entre esses dois polos:
consumidor e produto.

O aumento da oferta desses espaços comprova o interesse dos


personagens-clientes em procurar lugares adequados à sua
representação: a nostalgia de voltar a vivenciar uma época que já
passou, entrar em um restaurante japonês e ser transportado
momentaneamente para esse país ou a tranquilidade do campo
em um lugar completamente urbano. Essa busca pode ser
explorada de maneira criativa pela área comercial (DOMBECK,
2014, p. 140).

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Atualmente, uma grande manifestação de cenografia voltada para a


comercialização de produtos e/ou serviços são os estandes, que nada mais
são do que espaços construídos – normalmente em caráter provisório – em
feiras de negócios para promover a chegada de um novo produto e/ou serviço
dentro do mercado específico do segmento.

Nesse sentido, Cohen, D. (2007) elenca os elementos necessários para a


confecção de um estande:

● Soluções construtivas e visuais no conjunto da obra, para


destacar o estande com relação aos concorrentes.
● Criar referenciais emocionais para conquistar e atrair o visitante
para dentro do estande.
● Criar um percurso de visitação coerente, cuja informação técnica
exposta tenha credibilidade, situando o assunto abordado, no
tempo e no espaço.
● Escolher materiais adequados ao processo construtivo, à
duração do evento e ainda como reforço à recepção emocional
por parte dos visitantes. (COHEN, 2007, p. 84-85)

Os empresários que visam montar um estande precisam ter em mente que é


necessário proporcionar um impacto visual ao espectador, que diferencie o
seu produto ou serviço do restante da concorrência. Ambos estão na feira
com o mesmo objetivo: atrair o maior número de consumidores para o seu
produto ou serviço.

Eventos
No âmbito da cenografia aplicada para fins comerciais, os eventos são os que
possuem o caráter mais temporário e com apelo mercantil mais agressivo.
Entre esses eventos, podemos citar as festas corporativas, o lançamento de
produtos no mercado, os espetáculos musicais, os desfiles de moda, entre
outros.

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Os eventos são usados como planos de marketing e publicidade para chamar


a atenção do seu público-alvo, a fim de estimular o seu mercado. Muitas
vezes, esse tipo de marketing se torna mais efetivo e mais barato do que
grandes campanhas publicitárias em veículos midiáticos, como televisão,
cinema, rádio etc.

A princípio, podemos citar como exemplo a Comic Con , que faz promoção de
novos jogos ao mercado de videogames ou anuncia a chegada de um novo
filme ou série de televisão. O processo é promovido por meio de seus
estandes interativos com o seu público, permitindo que os visitantes tenham
a sensação de viver nesse mundo ficcional.

Na atualidade, outro evento que também chama a atenção do público em


geral é o Rock in Rio . O festival conta com diversos patrocinadores, que se
utilizam de elementos cenográficos – normalmente interativos com os
espectadores – a fim de realizar publicidade de seu produto.

Conforme Cohen, D. (2007, p. 83), anualmente em São Paulo ocorrem


aproximadamente 90 eventos dos mais variados segmentos, desde a
indústria automobilística, farmacêutica, até os segmentos da informática e da
comunicação. Portanto, é um mercado que envolve altos valores e grande
volume operacional, devendo a empresa que atuará na promoção do
lançamento de seu produto ou serviço em uma determinada feira investir na
contratação de um cenógrafo, que faça com que o seu produto se destaque e
se comunique com o público.

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saiba
mais
Saiba mais
Até mesmo o Carnaval, a maior festa popular
brasileira, envolve um projeto cenográfico.
Os carros e as alegorias são verdadeiros
cenários e seus projetos envolvem as mais
diversas áreas. Confira na página como o
arquiteto Eduardo Lira, em parceria com o
designer David Alfonso Suárez, realizou o
Projeto Cenográfico e Identidade Visual do
Carnaval de Recife 2016. Tal projeto recebeu
o prêmio alemão de IF Design Award 2017.

Fonte: Cenografia... ([s.d.], on-line ).

ACESSAR

Nos desfiles de moda, os estilistas se utilizam de elementos cenográficos para


fomentar a venda de suas roupas até chegarem ao consumidor final. O foco
do desfile é a exibição das roupas, porém, ao se utilizar de elementos
cenográficos que complementam todo o desfile, permite-se que o consumidor
vislumbre todo aquele evento como a identidade visual da roupa que procura
comprar.

Esses desfiles, de tão grandiosos que são, chegam a se tornar um grande


espetáculo de arte. Podemos citar também festas de casamento ou de
aniversário. É possível perceber que essas festas se tornaram grandes
espetáculos artísticos, repletos de elementos cenográficos, que servem para
transmitir o imaginário do anfitrião do evento para todos os convidados.

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praticar
Vamos Praticar
Leia o texto a seguir.

“Lojas que pertencem a uma mesma rede frequentemente fazem uso dessa
ferramenta: sua ambientação segue um padrão nacional, com suas cores, aromas e
expositores, procedimento este que, inclusive, racionaliza os custos operacionais de
manutenção das lojas. Sua identidade visual é tão intensa que, diante dela, ainda
sem ver seu nome, o cliente saberá de qual loja se trata”.

DOMBECK, Luciana Galvão. Gestão estratégica integradora de design. In:


SCHEFFLER, Ismael; PORTO ALEGRE, Laize Márcia. (orgs.). Questões de Cenografia I
. Curitiba: Arte Final, 2014. p. 141.

Considerando a citação, assinale a alternativa correta em relação a exemplos de


representações cenográficas sem viés comercial.

a) Vitrine.
b) Desfiles de moda.
c) Estandes.
d) Eventos corporativos.
e) Peças de teatro.

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Design Cenográfico

Um projeto cenográfico é baseado no perfil da obra, ou seja, em seu tema,


modo e estilo. Ele deve seguir as orientações do diretor para que haja
unidade ao se compor elementos como luzes, cores, planos etc. Um cenário
informará aos espectadores onde, quando e como as cenas ocorreram. A
cenografia tem o objetivo de organizar essas mensagens.

A metodologia de design contribui para a atividade projetual de cenografia. Os


autores afirmam que:

Os métodos próprios do design agem como referências


norteadoras e essenciais para a amplificação das possibilidades de
criação no espaço cênico. O design viabiliza a produção pelos seus
critérios, abrangência de pesquisas e estudos e pelas metas e
prazos (SAMARINO et al ., 2016, p. 6).

O Projeto Cenográfico

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Métodos projetuais são essenciais dentro do trabalho do cenógrafo. Esse


profissional necessita de técnicas para analisar seu problema e solucioná-lo
da melhor maneira. Ele precisa pesquisar, estudar, buscar materiais e
soluções técnicas, além de ter organização e ordem nas etapas.

Mano et al . (2018, p. 141) dividem em dois tipos os métodos aplicados à


projetos “os mais tradicionais, que focam o resultado final e as etapas de
projeto; e os mais recentes, que priorizam o processo criativo de projetar em
conjunto com as etapas de projeto”.

Figura 3.1 - Tipo de processo projetual tradicional


Fonte: Silva apud Mano et al. (2018, p. 141).

Figura 3.2 - Tipo de processo projetual atual


Fonte: Mano et al. (2018, p. 142).
O primeiro passo dentro de um projeto cenográfico é realizar a análise do
texto e/ou briefing e fazer a decupagem de texto. Segundo Urssi (2016, p. 93),
na decupagem se estabelecem as sequências dramáticas, as alterações
cênicas e os movimentos dos atores. Aqui são estudadas as necessidades do
espetáculo.

Nesse processo, é importante analisar:

O gênero do texto/obra;
Em que período histórico ela ocorre;
Em que local se dão as cenas;
A história/mensagem a ser contada/passada;

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Quais os planos e cenas;


Quais os principais movimentos dos atores;
Estudo dos personagens (classe social, visual, humor, personalidade
etc.);
Atmosfera da produção;
Quais os cenários necessários;
Outros elementos importantes para a composição dos cenários.

Após levantar todas essas informações, o cenógrafo deve dar início aos
trabalhos de pesquisa, que nada mais são do que a fase de pesquisa pré-
projeto. A fase pré-projeto envolve estudos preliminares para a concepção de
um cenário – e isso vai além da pesquisa. É preciso analisar o lugar que será
utilizado e todos os aspectos técnicos, mudanças a serem feitas, materiais
necessários etc. Cores, texturas e iluminação adequadas também devem ser
analisadas.

O cenógrafo está continuamente aprendendo a expressar-se, neste


gesto aprende e apreende também a forma de seu projeto
distendendo no tempo seu processo criativo. Ele utiliza-se de
diversas ferramentas como: croquis, roughs, layouts, desenhos,
projetos, storyboards, maquetes ou visualizações virtuais, que além
de meios para a comunicação visual de uma ideia, são suportes
para a reflexão e a concretização de uma metodologia para o
projeto cênico (URSSI, 2016, p. 93).

Cabe aqui a reflexão sobre o conforto e a resistência dos materiais. Outro


fator importante é o econômico. O cenógrafo deve estudar seu orçamento e
ponderar suas decisões. Nessa mesma fase, o cenógrafo já irá realizar, após
seus estudos, as primeiras propostas de esboços/ layouts.

Após a etapa de estudos preliminares, vem a fase do anteprojeto. O


anteprojeto é “um desenho feito à mão livre, com instrumento ou no
computador; é desenho de apresentação para apreciação pelo cliente e, por
isso, repleto de cores com perspectivas internas e externas e outros recursos
disponíveis” (MONTENEGRO, 2017, p. 26).

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Figura 3.3 - Etapas de uma concepção cenográfica


Fonte: Elaborada pela autora.
Segundo Mano et al . (2018, p. 143), é no anteprojeto que haverá o
desenvolvimento de plantas baixas, cortes, fachadas, maquete e desenhos
perspectivos do projeto. Após tais atividades, o anteprojeto é enviado ao
cliente e/ou diretor e as considerações são realizadas.

Maquetes ou pequenos modelos tridimensionais que mostram


como será cada cena quando a produção for finalizada. Estes
dispositivos visuais como instrumentos comunicacionais e
explorativos possibilitam a visualização cênica virtual como
momentos distintos de criação, direção e documentação do
projeto cênico e ajudam a compreensão do espetáculo por todos
os profissionais envolvidos na produção (URSSI, 2006, p. 93).

Por vezes, reuniões são feitas para que se chegue ao melhor projeto. As
modificações são realizadas e o cenógrafo parte para a etapa de finalização.

O projeto deve conter todas as informações necessárias para a compreensão


de todos os envolvidos nas etapas do trabalho. Além disso, é preciso que
contenha os dados para orçamento e cálculos em relação a prazos. O projeto
envolverá estudos e decisões sobre funcionalidade, estrutura, estética e
materiais. Segundo Montenegro (2017, p. 26), um projeto é desenhado em
prancheta ou no computador. Ele pode ser enviado também para a aprovação
de entidades públicas, como prefeituras ou outro órgão responsável. Nessa
fase, os desenhos irão orientar a realização de orçamentos.

Após a finalização do projeto, é elaborado um orçamento incluindo os


materiais, mão de obra e outros custos. O orçamento vai para a aprovação e
aguardará uma posição. Quando aprovado, a compra dos materiais e peças é

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feita, os cenotécnicos, carpinteiros, pintores e outros funcionários são


contratados e a montagem dos cenários tem início. É papel do cenógrafo
acompanhar a montagem e produção.

Após a montagem, o cenário recebe o decorador, que coloca móveis,


adereços, tapetes, cortinas, objetos de decoração e os outros objetos
pequenos.

Design Aplicado à Cenografia


Você já deve ter ouvido falar no termo design , mas já pensou em seu
significado? Design é sinônimo de projetar, isto é, de estudar e colocar em
prática um plano, seja ele um produto ou não. Segundo Demarchi (2018, p.
100), “O processo de design consiste em uma série de métodos colocados
juntos e adequados à natureza de cada projeto”.

Em projetos de cenografia, diversos conhecimentos e áreas são envolvidas, a


fim de criar ambientes e atmosferas. É necessário que o cenógrafo se utilize
de métodos e técnicas de outras áreas para desenvolver seu trabalho
projetual. Por ser um trabalho multidisciplinar, complexo e que envolve
pesquisa, processos criativos e organização, o design acabou sendo aplicado à
cenografia.

Mano et al . (2018, p. 144) afirmam que as metodologias de projeto atuais se


inspiram no design , pois ele prioriza o processo criativo para que uma solução
seja desenvolvida. A metodologia do design envolve outras áreas e tem como
foco a busca pela resolução de um problema de forma criativa e reflexiva.

Figura 3.4 - Esquema de metodologia de design aplicada à arquitetura


Fonte: Mano et al. (2018, p. 144).

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Os autores afirmam que os métodos de design apresentam a estrutura acima.


Na etapa de análise, ocorreria a pesquisa, o desenvolvimento de moodboard ,
o brainstorming e a busca por referências e estudos sobre o lugar. Já na
síntese ocorrem os estudos preliminares e a concepção do projeto. A fase de
avaliação seria a validação do estudo e outras definições.

reflita
Reflita
Você já assistiu a um filme ou uma
série e já prestou atenção em quantos
elementos cenográficos são utilizados
ao contar uma história? Pense sobre
isso! Nenhum objeto ou elemento
cenográfico pode estar em cena sem
algum significado. O cenário faz parte
da linguagem do espetáculo. O
cenógrafo precisa se apoiar em outras
áreas para a concepção de ideias. As
artes, a arquitetura e a decoração irão
ajudar o cenógrafo na estruturação do
projeto cenográfico.

O processo de criação e desenvolvimento de um projeto de cenografia não


possui metodologias projetuais rígidas e, exatamente por isso, os
profissionais da área buscam nas artes, na arquitetura e no design
orientações para novos métodos.

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praticar
Vamos Praticar
Métodos projetuais são necessários para a concepção de um projeto cenográfico. O
cenógrafo deve analisar seu problema, pesquisar e buscar as melhores alternativas
de solução. Para isso, deve estudar e buscar soluções técnicas, estéticas e
organizacionais. As etapas de uma concepção cenográfica são diversas:

i. anteprojeto;
ii. orçamento;
iii. montagem;
iv. decupagem de texto.

Assinale a alternativa que ilustra a ordem correta das etapas de uma concepção
cenográfica.

a) I, II, III, IV.


b) I, III, II, IV.
c) IV, I, II, III.
d) II, I, IV, III.
e) IV, III, II, I.

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Pré-concepção de
um Projeto
Cenográfico

O primeiro passo para a pré-concepção de um projeto cenográfico é a


realização de uma visita ao espaço. Lá, o cenógrafo deve mapear o lugar,
fotografar e medir. O ideal é que ele compreenda a dinâmica do lugar e todas
suas características técnicas e estéticas. Entender todos os ângulos possíveis e
se colocar no lugar do ator e do espectador são atividades essenciais.

Figura 3.5 - Proposta de método projetual: pré-concepção


Fonte: Adaptada de Mano et al. (2018, p. 142).
O projeto cenográfico possui particularidades. Ele deve andar junto com os
figurinos, a maquiagem e a iluminação. Urssi (2006, p. 93) coloca que, ao
analisar um projeto, o cenógrafo busca compreender elementos sensoriais e

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a essência da produção. Dessa forma, ele consegue compreender quais são


as necessidades do projeto.

Pesquisa
A fase de pesquisa nada mais é do que a busca por referenciais estéticos,
históricos, sensórios e culturais. Ela pode envolver imagens, sons, vídeos,
literatura e também experiências. Ela é necessária para que a cenografia
expresse, a partir dos meios, narrativas, emoções e sensações.

Mano et al . (2018, p. 146) coloca que a etapa de análise se dá por meio de:

Definição do problema – O que projetar?


Levantamento dos dados
Reflexão conceitual
Construção de cenários
Condicionantes do lugar

É na etapa de pesquisa que o cenógrafo deve desenvolver uma ampla busca


por informações que envolverão desde elementos históricos e culturais até
materiais adequados para a produção do cenário.

Em relação à inspiração, o cenógrafo precisa montar painéis semânticos, ou


moodboards (painéis de referências visuais), com fotos, lugares, cenas,
objetos, enfim, referências visuais para seu trabalho. Ele pode colocar, ainda,
materiais e cores referentes à pesquisa cenográfica. Segundo Felippe et al .
(2016, p. 5), com um moodboard , o “universo simbólico” do tema é montado
por meio de recortes. Isso servirá de guia para a fase de pesquisa e
desenvolvimento, definindo personas e elementos visuais.

Em alguns casos, o desenvolvimento de um storyboard também pode ajudar o


trabalho de um cenógrafo. Storyboard pode ser definido como "uma
sequência de quadros impressos ou desenhados em papel com as cenas mais
significativas do filme" (MARTINS apud FELIPPE et al ., 2016, p. 4).

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O cenógrafo deve desenvolver diversos croquis para estudar a relação do


espaço com a encenação. Tais croquis vão dar ao cenógrafo a dimensão de
seu trabalho e também irá direcioná-lo.

A Cor
A cor é uma percepção visual produzida pelos raios luminosos nos órgãos
visuais. Ela é interpretada no cérebro. Segundo Pedrosa (2010), a sensação da
cor é provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão. Cada cor depende
do comprimento de onda dos raios luminosos.

A percepção da cor vai além do físico, ela envolve elementos físicos. Além
disso, dados psicológicos têm o poder de modificar o que se vê. Farina (2006,
p. 30) explica que a percepção da cor é um processo que se baseia na ação na
probabilidade e na experiência.

A imagem que percebemos é um elemento de um processo: O


processo de perceber. Podemos incluir nesse processo todos os
elementos constituintes da vida. Assim, concluímos que objeto de
percepção são parte de uma mesma coisa, incluem-se numa só
totalidade (FARINA, 2006, p. 30).

Dentro de um projeto cenográfico, as cores são portadoras de expressividade.


Elas devem ser projetadas conforme a mensagem proposta para o cenário
e/ou plano. Para o autor, o uso da cor não pode ser resolvido arbitrariamente
ou com base apenas na percepção estética e no gosto pessoal.

Para Mano et al . (2018, p. 45), ao se utilizar as cores de maneira correta é


possível modificar a intensidade da luz, ampliar espaços, reduzi-los, aumentar
o desempenho das atividades cênicas, entre tantos outros elementos.

As cores podem dar identidade a um projeto de cenografia e são as principais


aliadas em um processo criativo. Urssi (2006, p. 91) afirma que a cor pode
transmitir emoções ao espectador e que “As concepções cênicas apoiam-se
em associações materiais e afetivas relacionando a programação cromática a

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seus significados conforme cada época, cultura e suas manifestações”.


Utilizando-as da maneira correta, isto é, com contrastes interessantes e a
harmonia perfeita, é possível destacar, atrair a atenção e agregar significado a
um cenário.

O Som
É importante citar que assim como a luz, a sonoplastia é um grande suporte
cênico. Com efeitos sonoros, é possível contextualizar uma cena, trazer
sensações, lembrar o espectador de algum fato e/ou ajudar a contar uma
história. Podem ser usados ruídos, música, sons abstratos e também o
silêncio.

Urssi (2006, p. 92) coloca que os sons têm o poder de indicar o que está
ocorrendo fora de cena, além de evidenciar ao público elementos como
tempo e lugar. O autor afirma que o som também pode mostrar ao público
características e informações sobre personagens. Por meio de mudanças no
som e efeitos sonoros, apontam-se mudanças de cenas.

A Iluminação
A iluminação faz parte da construção do espaço e pode mudar uma atmosfera
completamente. Ela possui propriedades como intensidade, brilho, direção,
cor, velocidade, entre outras. Tais propriedades dão dramaticidade e emoção
ao espaço cênico.

Para Urssi (2006, p. 90), a iluminação e a visibilidade são elementos


importantes na cenografia. O projeto de iluminação cênica tem grande
influência na experiência por conta da percepção do público. A iluminação
tem o poder de produzir efeitos, texturas, temperaturas e sensações.

Propondo novos caminhos ao olhar, a luz nos convida a percorrer


um ambiente, em circunstância específica. Redefine pontos de
atenção, provoca novas tensões. Mapeia planos de ação, sinaliza

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pontos ápices, reconforta sensações. Através de sua ação na


conformação do desenho do espaço, sugere atmosferas
cromáticas características ao lugar, ao momento. Oferecendo ou
apontando, novas linhas, agora de luz, são formadas
(HAMBURGUER, 2014, p. 40).

De acordo com a autora, a iluminação participa ativamente da cenografia,


pois pode definir pontos de atenção de uma encenação e guiar o olhar do
espectador. Além disso, ela provoca emoções e transforma um lugar.

Luciani (2013, p. 8) afirma que a iluminação cênica pode ser considerada uma
expressão artística, já que a cenografia se utiliza de recursos tecnológicos a
fim de criar sensações ao espectador.

Os responsáveis pela iluminação devem trabalhar e pesquisar aspectos


técnicos e artísticos ao mesmo tempo.

Os iluminadores seguem alguns passos imprescindíveis. Um deles é


a pesquisa no universo dos materiais e processos técnicos do fazer
[...] os meios pelos quais suas obras possam se materializar [...] as
ferramentas e os processos para se expressarem no universo físico
(PEREZ apud LUCIANI, 2013, p. 8).

O autor explica que as criações dos iluminadores vão além da tecnologia, ou


seja, relacionam-se com a estética e as emoções.

Perez (2007, p. 69) afirma que “na criação de iluminação, os designers devem
também considerar a luz como parte integrante da cena e não como algo
mais que é somado ao conjunto, mas que está separado do todo”. Para o
autor, os iluminadores precisam conhecer intimamente a obra e/ou
mensagens das cenas. Para ele, o iluminador deve possuir saber técnico,
porém é necessário que ele tenha conhecimento estético, pois iluminar é um
trabalho de criação artística.

Camargo apud Perez (2007, p. 30) mostra que, na pesquisa sobre iluminação,
dois aspectos devem ser levados em consideração. O primeiro deles é o que

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ele chama de “diferencial na luz” e o segundo “o que é redundante”. Imagine a


seguinte situação: você precisa representar o cenário de uma sala de estar em
um contexto macabro, por exemplo. Você pode se utilizar de uma iluminação
branca difusa. Você estará representando a sala, porém pode não ser
exatamente a sala que o texto pedia. O autor cita que o diferencial está no
conjunto de elementos advindos do uso da luz, como as curvas, dobras e
sombras.

praticar
Vamos Praticar
Leia o trecho a seguir.

“Desde os primórdios do teatro, portanto, a cenografia, como uma grafia de cena,


um desenho de cena, produz uma vasta gama de imagens codificadas que são
apreendidas pelo público. A relação entre os diferentes elementos de um projeto
cenográfico estabelece uma urdidura – de conteúdos e significados – a ser
comunicada e partilhada com a audiência, e cuja recepção, que implica numa
atribuição de sentido e valor, vem a ser, no entanto, absolutamente particular”.

COHEN, Dominique Raquel. Cenografia para além do Teatro . 2007. Dissertação


(Mestrado) – Universidade de São Paulo – Programa de Pós-Graduação
Interunidades em Estética e História da Arte ECA/FAU/FFLCH. São Paulo, 2007.

A citação mostra que o projeto cenográfico traz significados para o espectador por
meio de elementos cenográficos. Assinale a alternativa correta em relação à
composição do suporte cênico.

a) Moodboard , som e iluminação.

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b) Som, iluminação e cor.


c) Moodboard , iluminação e cor.
d) Som, iluminação e storyboard .
e) Storyboard, moodboard e iluminação.

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O Espaço Virtual

O advento da evolução tecnológica foi o grande responsável pelo


desenvolvimento na área científica, cujo avanço ocorreu no período da Guerra
Fria devido à grande disputa entre as duas maiores potências do mundo
naquela época: Estados Unidos e União Soviética, que competiam para ver
quem conseguiria evoluir sua tecnologia mais rapidamente.

De acordo com Maia e Muniz (2018, p. 8), durante essa época iniciou-se o uso
da realidade virtual em simuladores de voos de pilotos de avião, a fim de
facilitar o treinamento desses profissionais, substituindo a realidade pela
simulação virtual, processo que caracterizou o começo da cenografia virtual.

Graças a esses novos recursos digitais, as narrativas de histórias ficaram mais


complexas, uma vez que as representações artísticas ficam imersas no mundo
digital. Elas podem se manifestar de várias maneiras, apresentar histórias
paralelas e interagir diretamente com o espectador.

Nesse sentido, a cenografia acompanhou o avanço tecnológico e se inseriu no


novo mundo virtual. Exemplo disso é o uso de Chroma key , que, conforme
nos ensina Urssi (2006, p. 96), “permite ao cenógrafo definir seu projeto

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através do uso de imagens digitais, em movimento ou estáticas, a partir do


sistema de recorte pela matiz ou chroma de uma cor”.

Há muitos recursos digitais disponíveis pelas novas tecnologias, as quais


realizam a sobreposição, eliminação e/ou multiplicação de imagens, podendo
criar diversos cenários com pessoas diferentes, inúmeras cidades, espaços
siderais, entre outros. Ainda nesse tocante, Magnavita (2006) nos lista
diferentes usos da cenografia digital:

O uso e manipulações cromáticas, intensidades luminosas, efeitos


especiais antes impensáveis, articulando figuras humanas ou robôs
que se deslocam velozmente no espaço enfrentando todo o tipo de
artefactos, em nível de pura ficção (maquetas no espaço cósmico,
naves espaciais, paisagens extraterrenas, etc.) que adquirem,
virtualmente, autonomia de vôo e presença em diferentes
sobreposições, tais como: animados confrontos entre multidões,
batalhas, espetaculares lutas entre heróis e vilões, monstros e
alienígenas, animais pré-históricos entre outras composições
delirantes (MAGNAVITA, 2006, p. 105).

Esse tipo de cenografia virtual permite a interação entre pessoas do mundo


real com o mundo digital, criando a ilusão de que tudo pertence ao mesmo
mundo. Grande exemplo disso é o uso dos chamados efeitos especiais nos
grandes filmes de Hollywood que vemos nos cinemas.

O filme Avatar , de 2009, considerado uma das maiores bilheterias da história


do cinema mundial, utilizou-se totalmente da cenografia virtual, tanto para
criação do cenário e das paisagens como para a transformação dos atores em
seus personagens extraterrestres.

Tamanha é essa evolução da cenografia virtual, que hoje há diversas


empresas que são especializadas na comercialização de softwares destinados
à criação de cenários virtuais, permitindo que atores interajam com cenários
tridimensionais. Suas movimentações se tornam bastante reais, trazendo em
tela uma nova possibilidade de criação e provocando redução nos custos

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operacionais e logísticos. Esse avanço traz ainda mais vantagens para toda a
produção cenográfica.

Outro tipo de espaço cenográfico virtual, cuja utilização é mais recente que a
realidade virtual, é a chamada realidade aumentada. Segundo Maia e Muniz
(2018, p. 9-10), diferentemente da realidade virtual – que insere os elementos
reais dentro do espaço virtual –, na realidade aumentada ocorre basicamente
o inverso – que é a inserção dos elementos e objetos virtuais no espaço real. A
realidade aumentada vem sendo muito utilizada nos jogos para videogame e
aplicativos de celular. Um grande exemplo de espaço cenográfico que utiliza a
realidade aumentada é o jogo de aplicativo de celular Pokemon Go, o qual
coloca seus personagens dentro do mundo real, para que os seus usuários
tenham a ilusão de que são personagens dessa realidade alternativa.

praticar
Vamos Praticar
Leia o excerto a seguir.

“A cenografia encontra-se atualmente num momento de transição. Muitos recursos


tecnológicos estão surgindo a toda hora. As dificuldades encontradas são
relacionadas ao custo monetário, pois em países como o Brasil, o teatro é feito por
pequenos grupos. Falta incentivo do governo tanto para educação quanto para o
desenvolvimento de programas em si no país. Entretanto a tecnologia vem se
expandindo cada vez mais a diversas camadas da população, com interfaces
simples e auto-explicativas, ampliando seu uso”.

MAIA, Hortêsia G; MUNIZ, Euler S. Novos caminhos para a cenografia diante da


evolução tecnológica: o teatro e a realidade aumentada. Rev. Tecnologia , v. 39,

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Fortaleza, 2018. p. 9. Disponível em:


https://periodicos.unifor.br/tec/article/view/6706 . Acesso em: 06 dez. 2019.

Considerando o trecho apresentado sobre a evolução tecnológica para a cenografia,


analise as afirmações a seguir.

i. A disputa tecnológica entre Estados Unidos e União Soviética fora


responsável pelo início do uso que conhecemos atualmente de tecnologias
para a cenografia.
ii. O avanço tecnológico causou poucas mudanças na cenografia atual.
iii. O espaço cenográfico virtual permite a interação entre pessoas do mundo
real com o mundo virtual, como se pertencessem a este.
iv. A realidade aumentada permite que as pessoas sejam inseridas dentro do
mundo virtual, para que nele possam interagir.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II e IV, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I e II, apenas.

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indicações
Material
Complementar

LIVRO

Vitrinas em Diálogos Urbanos


Sylvia Demetresco
Editora: Anhembi Morumbi
ISBN: 8587370383
Comentário: O livro explica sobre o que é visual
merchandising e aborda alguns pontos de sua história.
Sylvia Demetresco fala também sobre como se dá um
projeto de visual merchandising , desde o briefing ,
passando pelos processos, tipologias, composições e
suporte. A autora ressalta, ainda, sobre a importância
da vitrina no varejo e no processo de vendas.

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FILME

Mary Poppins
Ano: 1964
Comentário: Mary Poppins é a história de uma família
inglesa com duas crianças que aprontam muito para
chamar a atenção de um pai ausente até a chegada da
babá Mary Poppins. O clássico filme dos anos 60 se
utiliza de elementos visuais e desenhos animados, que
são inseridos dentro do espaço real, fazendo com que
os personagens interajam com elementos animados.
Para conhecer mais sobre o filme, acesse o trailer a
seguir.

TRAILER

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conclusão
Conclusão
Ao longo desta unidade, estudamos sobre os tipos de projetos cenográficos e
suas aplicações nas mais diversas áreas. Você teve a oportunidade de
conhecer aspectos da cenografia aplicada ao audiovisual e eventos. Foi
possível observar, por meio do conteúdo sobre metodologias projetuais, que
o projeto cenográfico contém diversas etapas importantes para o seu
desenvolvimento. A pesquisa, o anteprojeto e a concepção do projeto em si
fazem parte de um longo estudo por parte do cenógrafo. Foi possível notar
que a metodologia de design aplicada à cenografia tem ajudado os cenógrafos
na administração de processos e planejamentos em seu trabalho. Tal fato fez
com que o projeto de cenografia abrangesse todas suas particularidades,
como cores, iluminação, sonoplastia, materiais, montagem, entre outros.

referências
Referências
Bibliográficas
CENOGRAFIA CARNAVAL RECIFE 2016. Bel Andrade Lima . Disponível em:
https://www.belandradelima.com.br/#/cenografia-carnaval-recife-2016/ .
Acesso em: 5 dez. 2019.

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COHEN, Dominique Raquel. Cenografia para além do Teatro . 2007.


Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo – Programa de Pós-
Graduação Interunidades em Estética e História da Arte ECA/FAU/FFLCH. São
Paulo, 2007.

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para obtenção do Título de Mestre em Artes. Universidade de São Paulo,
2007. Disponível em:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27139/tde-17102007-
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DEMARCHI, Ana Paula P. Gestão estratégica integradora de design .


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