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Nitrogênio

“mobilidade, funções
e sintomatologia

Prof. Dr. Matheus Saraiva Bianco

SETEMBRO / 2020
Nitrogênio

 Introdução
 Absorção, transporte e redistribuição
 Participação no metabolismo vegetal
 Exigências minerais das principais
culturas
 Sintomatologia de deficiência e
excessos nutricionais
Nitrogênio Introdução

AR: 78,3% N
82 mil t no ar que circunda 1 ha OU 64,2 mil t de N

Processos: Natm.(NN) => N disponível (NH3...)

fixação biológica,
fixação industrial;
fixação atmosférica
Nitrogênio Introdução

No Brasil, estudos com FBN


tiveram início em 1963, com a
Dra. Joana Döbereiner, época em
que poucos cientistas acreditavam
que estas pesquisas poderiam
competir com fertilizantes
minerais.
Nitrogênio Introdução

Figura 23. Processos de fixação do nitrogênio


atmosférico (N2).
Nitrogênio Introdução

Bacteriódes

Bacteriódes nos nódulos radicular de plantas de soja


Nitrogênio Introdução
N no solo
 95%  5%
Em combinações orgânicas: Óxidos nitroso e nítrico (gás)
(N-orgânico) Radical: amônio NH4+ ,
Nitrito (NO2-)
(Não assimilável pelas plantas) e nitrato (NO3-)

N-orgânico (proteína) =>N-amídico (R-NH2) =>N-amoniacal (NH4+) => N-nitrato (NO3-)


(aminização) (amonificação) (nitrificação)
• Transferência de fotossintatos raiz/rizosfera

CARBONO FOTOASSIMILADO

100
RAIZES-20-40%
RESPIRAÇÃO
CRESCIMENTO

CO2
EXUDATOS MUCIGEL TECIDOS

MICROORG. M.O. DO SOLO


CO2
CO2 MICROORGANISMOS

COMPOSTOS LIVRES Prof. Maria de Fátima Peixoto


Nitrogênio Introdução

Microbiota

N-orgânico N-amínico N-amoniacal N-nitrito N-nitrato

Microbiota

Imobilização (C/N>33/1)
Nitrogênio Introdução
Fatores que afetam a disponibilidade no solo:

Favorecer a MINERALIZAÇÃO:

Clima:
T: ~30oC; Umid.: 50-60% da C.C.
C/N:<20/1; Solo arejado e pH

N-orgânico N-amínico N-amoniacal N-nitrito N-nitrato


Nitrogênio Introdução
Nutriente – Sólida (N-Org.)

Liberação

Nutriente – Solução (NO3-) (NH4+)

Contato íon-raiz
(Fluxo de massa)

Nutriente - contato com raiz


NO3-
Absorção
NH4+

Interior da raiz
NO3- (não metaboliz.)
Transporte
N-aminoácidos
(metaboliz.)
Nutriente - Parte aérea
Folha Folha Redução do NO3-
velha
Metabolismo NH4+
Redistribuição

Folha nova Fruto Nutriente – M.S.

Figura. Dinâmica do nitrogênio no sistema solo-planta, indicando os processos


de passagem do nutriente nos diferentes compartimentos da planta.
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Absorção ➔ Contato N-raiz

Nutriente Absorção Quantidade Extrato Quantidade fornecida (kg ha -1)


(kg ha-1) disponível de
saturação
Interceptação Fluxo de Difusão
(0-20 cm) (kg ha-1) ppm
massa
NO3- 170 - - 2 168 0
H2PO4- 39 45 0,5 0,9 1,8 36,3
K+ 135 190 10 3,8 35 96,2
Ca2+ 23 3.300 50 66 175 0
Mg2+ 28 800 30 16 105 0
SO42- 20 - - 1 19 0
Na+ 16 80 5 1,6 18 0
H3BO3 0,07 1 0,20 0,02 0,70 0
Cu2+ 0,16 0,6 0,10 0,01 0,35 0
Fe2+ 0,80 6 0,15 0,1 0,53 0,17
Mn2+ 0,23 6 0,015 0,1 0,05 0,08
MoO4-2 0,01 - - 0,001 0,02 0
Zn2+ 0,23 6 0,15 0,1 0,53 0
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Formas absorvidas:

 N (gás)
2

 Aminoácidos (RCHNH COOH)


2

 Uréia [CO(NH ) )]
2 2

 NH 4
+

 NO3- (predomina)

Após a absorção o nitrato (NO3-) tem que ser reduzido


a amônia (NH3) para poder ser incorporado nos
esqueletos de C.
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Transportador de alta afinidade (HATS), Transportador de baixa afinidade


cinética com a saturação (LATS), cinética sem a saturação

Vmax y Km

Cinéticas de absorção de nitrato en função da sua


concentração externa, em raízes de cevada pre-
cultivadas com baixa concentração de nitrato (0,1 mM)
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Influência da localização lateral na absorção de N-


NO3- pelo milho (Malavolta, 1981).
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Fatores que afetam absorção de N:

 Idade das raízes

Presença de outros nutrientes


Exemplo: K pode aumentar a absorção de N nas
plantas onde a redução de nitrato ocorra na parte
aérea
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

 Idade das raízes


Taxas de absorção de nutriente pelo milho em
função da idade da planta
Idade da planta (dias) N (µmol/m raiz/dia)
20 227
30 32
40 19
50 11
60 6
70 1
80 0,5
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição
Importância da Micorriza x N

Absorção de N do solo em plantas micorrizadas (M)


e não micorrizadas (NM) (Ames et al., 1983).
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Fatores que afetam absorção de N:

** pH

pH ácido > [H+] :

> competição NH4+ : < Absorção de N [amônio]

< competição NO3-2 : > Absorção de N [nitrato]


Absorção de nitrato Absorção de amônio

-- + --
-- +
NO3 NH4+
2 H+ 1 H+

-- + -- +
ATP + ATP +
1 H+ 2 H+

-- + -- +

[H+] Alcalinização [H+] Acidificação


do meio do meio
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

9,00

7,00
Nitrato
pH

5,00
Amônio

3,00

1,00
0 dia 2 dia 5 dia 7 dia

Número de dias de cultivo hidropônico


Valor pH da solução nutritiva com nitrato
e amônio durante o cultivo do girassol
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Efeito da forma de N na produção e nos parâmetros


fisiológicos de milho em cultivo sob meio hidropônico

Variáveis NO3-/ NH4+ NO3-/ NH4+


100/0 50/50
Produção (t ha-1) 12,3 13,8
Número de grãos (número por planta) 652 737
Absorção de N pela planta (kg ha-1) 279 343
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Formas de N no crescimento do feijoeiro (Verennes)


Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Efeito do nitrato e do amônio no crescimento e coloração de


raiz de girassol
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Toxicidade de amônio em girassol


Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Corte transversal da ponta da raiz, indicando o transporte do nutriente, via


caminhamento pelo apoplasto e/ou simplasto das células da epiderme,
parênquima, endoderme e cilindro central.
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

De que forma o N é transportado:

Raiz => Parte aérea


Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição
Parte aérea Parte aérea Parte aérea Parte Parte aérea
aérea
N- N- N-aminoácido N-
aminoácido aminoácido NO3- aminoácido e
NO3-
Transporte Transporte Transporte Transporte Transporte

N-NH4+ N-aminoácido
N-aminoácido N-aminoácido e NO3-
“Redução do nitrato-
“Redução
total”
assimilatória do
nitrato-parcial”

N-aminoácido NH4+ NO3- NO3- NO3-


Raiz Raiz Raiz Raiz Raiz
Plantas Plantas em Plantas Plantas Plantas
fixadoras de N geral perenes anuais perenes
“lenhosas” “herbáceas

Formas de transporte do N em função da forma absorvida e o respectivo


metabolismo “redução assimilatória do nitrato” de grupos de plantas.
Nitrogênio Absorção, transporte e redistribuição

Tremoço branco
Rabanete
Ervilha
Feijão
Cevada
Girassol
Milho
Aveia
Perilla fruticosa
Trevo branco
Stellaria media
Xanthium …

0 20 40 60 80 100

Quantidade relativa de nitrato (%) em exudato de xilema


(por rompimento do caule) de várias espécies com raizes
expostas em solução com nitrato (Adap.Pate, 1983).
Nitrogênio Redistribuição

Redistribuição do N:

forma de N-aminoácidos
OU
C-C-C-C-N-C-C-C-.....
Nitrogênio Metabolismo

Metabolismo do N nas plantas:

** redução assimilatória do nitrato


** incorporação do nitrogênio
Nitrogênio Metabolismo
Incorporação do nitrogênio
N-outros ....
NH3 =>>> N-aminoácido aminoácidos
Vias: GDH e (glutamato)
GS/GOGAT
proteínas
coenzimas...
Metabolismo

NH3

Redução assimilatória do nitrato

NO3- => NO2- =>>> NH3


enzimas
redutases
(nitrito/nitrato)
Absorção

NO3- NH4+

Esquema simplificado do metabolismo do N nas plantas (redução


assimilatória do nitrato e incorporação do nitrogênio).
Nitrogênio Metabolismo

a) Redução assimilatória do N

Citoplasma Cloroplasto
Raiz Folhas Raiz
malato Respiração Fotossíntese NADPH
gliceraldeido
fosfato doador é
NADPH Ferrodoxina
doador é (Transportador)
(2 elétrons) 2H+ (6 elétrons) 6H+
NO3- HNO2 NH3
RNO3-(Mo) HNO2 RNO2- (S,Fe)
Redução do nitrato Redução do nitrito

Esquema da redução do nitrato e do nitrito utilizado pelas plantas.


Nitrogênio
N-solução => N-interior/Raiz

Fatores que afetam a redução do nitrato:

 Luz

ativação e síntese da redutase; absorção do nitrato;


transferência do nitrato p/ locais de ativ. Metabólicas;
as reações fotossintéticas proveria poder redutor p/
assimilação do nitrato.
 Temperatura (>350C)
 Concentração de CO2;
 Disponibilidade de água (déficit hídrico);
 Deficiências minerais (Mo, Fe e S);
 Concentração de NO3-
Nitrogênio
µ N-NO2-/g Metabolismo
M.fresca

OBS. Pode ser


utilizado como
teste bioquímico,
alternativo, de
diagnose de N em
culturas

Milimoles N-NO3-/L da solução


Efeito do nível de nitrato no meio sobre a atividade
da redutase de nitrato em folhas de sorgo e soja
Nitrogênio Metabolismo
b) Incorporação do nitrogênio

NH3 produzido na primeira etapa

INCORPORADO
ACUMULAR NA PLANTA
EM ESQUELETOS DE C

TOXIDEZ
 Proteínas...

 MATÉRIA SECA
 MATÉRIA SECA
Nitrogênio Metabolismo
b) Incorporação do nitrogênio
1- Via desidrogenase glutâmica (GDH)
COOH COOH
I I
C=O + NH3 + NADH + H+ (CH2)2 + NAD + H2O
I GDH I
(CH2)2 CHNH2
I I
COOH COOH

ácido  cetoglutárico ácido glutâmico

2- Via glutamina sintetase (GS) e glutamato sintase (GOGAT)

Ácido glutâmico + NH3 + ATP GS Glutamina + ADP + Pi

Glutamina + ácido  + NAD(P)H + H GOGAT 2 glutamato + NAD(P)+


Cetoglutárico
Nitrogênio Metabolismo

Esquema ilustrando o pigmento da clorofila


Nitrogênio Metabolismo

Efeito do N no incremento da clorofila do tamateiro cultivado em dois


solos (PVC e AQ) (Guimarães et al., 1999).
Nitrogênio Metabolismo

Vantagens?
Não destrutivo;
baixo custo;
otimização da adubação

Desvantagens?
Quanto aplicar?
Amplitude Leitura SPAD
Outros efeitos que afetam
produção clorofila;
´r` : produçãoxSPAD
Em estádios iniciais
Nitrogênio Metabolismo

Principais funções do nitrogênio nas plantas


(Malavolta et al.,1997)
Estrutural Constituinte Processos
de enzimas
Aminoácidos e proteínas Todas Absorção iônica
Bases nitrogenadas e ácidos Fotossíntese
nucléicos
Enzimas e coenzimas Respiração
Vitaminas Multiplicação e
diferenciação celulares
Glico e lipoproteínas Herança
Pigmentos (clorofila)
Nitrogênio Metabolismo

Taxa de assimilação de CO2 e produção de biomassa em função do conteúdo


foliar de N do milho (b) e relação entre a produção de grãos e a duração da área
foliar verde (DAFV) no milho, no período de 63 a 125 dias após o plantio (b) (Wolfe
et al., 1988)
Nitrogênio Metabolismo

Efeito do nitrogênio no número e peso de grãos de milho e espigas em nível de


deficiência e suficiência de N. Notar que a ponta das espigas com deficiência de N
tem número de fileiras reduzido.
Nitrogênio Metabolismo

Efeito do nitrogênio no crescimento radicular de híbridos de milho


Híbridos N aplicado Crescimento da raiz
kg ha-1 cm/102.s
P 3732 0 2,4
227 3,5
B73 x Mo17 0 2,7
227 5,3
Nitrogênio Metabolismo

Efeito do nitrogênio no crescimento radicular de milho


(Bobato, 2006)
Crescimento da raiz em função do ano “chuvoso e seco”

Ano chuvoso Ano seco

Cor púpura indica o


nitrato (lixiviado)

Dunbabin, V. (2007)
Nitrogênio Metabolismo
-1
Produção de frutos, t ha 43 75% da ET0

50% da ET0 100% da ET0


37

25 e 125% da ET0

31
Y0=31,3 0% da ET0
Y25=31,8
Y100=35,4
Y50=33+0,028N - 0,0000515N2, R2=0,99*
Y75=34,4+0,0479N - 0,0000825N2, R2=0,68* Y125=31,9
25
50 250 450 650
N, g/planta/ano

Produção de frutos do maracujazeiro-amarelo em função de doses de nitrogênio


sob lâminas de irrigação (% da ET0) (Carvalho et al., 2000)
Nitrogênio Metabolismo

(FAO)
Nitrogênio Metabolismo
25
Produção, g por planta 160 Produção

23,75

N nas folhas, g kg-1


140

Teor foliar 22,5

120
21,25

100 20
0 100 200 300
N, g por planta

Produção de citros em função de doses de N e o teor foliar de N (Adaptado de


Malavolta et al., 1997) (b).
Nitrogênio Exigências nutricionais
Tabela 21. Exigências de nitrogênio das principais culturas (Malavolta et al.,
1997). Cultura Parte da planta Quantidade N acumulado
Parte da
total N-grão
planta
t kg kg t-1
Anuais
Parte reprodutiva 1,3
(semente) 29 (22,3)1
Algodoeiro Parte vegetativa 1,7(m.s.) 49 84 65
(caule/ramo/folha)
Raiz 0,5 (m.s.) 6

Grãos 2,4
Soja 152 (63,3) 181 75
Caule, ramos e folhas 5,6 (m.s.) 29

Vagem 1 47 (47)
Caule 0,4 8
Feijão 110 110
Folhas 1,2 53
Raiz 0,1 2

Grãos 5 67 (13,4)
Milho 117 23
Colmos, folhas 4,5 50
Perene e/ou semiperene
Cana-de-açúcar Colmos 100 90 (0,9)
150 1,5
Folhas 25 60

Grãos (coco) 2 33 (16,5)


Café 253 127
Tronco, ramos e folhas - 220
Nitrogênio Exigências nutricionais
100 400
N, % do total
N , k g h a -1
80 embonecamento
300
N, % do total

60

N, kg há-1
200
40

100
20

0 32 0
44 59 72 84 102 133 146
Dias após a emergência
Marcha de absorção do nitrogênio pela cultura do milho (Adap. de Flannery, 1987).
Nitrogênio Sintomatologia

Problema no campo....
Nutricional?
Ou
Doença;
Praga;
Herbicida;
Temp...salinidade...
Nitrogênio Sintomatologia

É Nutricional...
Diagnose visual - Sintomas
Nitrogênio Sintomatologia
DEFICIÊNCIA
a) pequeno ângulo de inserção entre folhas e ramos;
b)Maturidade e senescência abreviada (pela redução da
citocianina, responsável pela permanência da cor verde
dos tecidos por mais tempo);
c)queda prematura de folhas;
d) diminuição de flores e dormência de gemas laterais
e) produção reduzida;
f) cloroplastos pequenos;
g) baixo conteúdo de clorofila;
h) altos teores de açúcares;
i) aumento da pressão osmótica.
Nitrogênio Sintomatologia

DEFICIÊNCIA
j) baixo conteúdo proteínas

Indicação básica é fornecer de


10 a 35% do total de caloria
diária na forma de proteina

Dieta sem proteína - Nigéria


Nitrogênio Sintomatologia

EXCESSO
Sintomas (visíveis)

a) Coloração verde escura;


b) folhagem abundante;
c) acamamento;
d) atraso na maturação;

Outros sintomas

a) Sistema radicular pouco desenvolvido;


b) baixo transporte de açúcares para raízes;
c) aumento da suculência dos tecidos.
Deficiência de nitrogênio em citros
Deficiência de nitrogênio em Soja
Deficiência de nitrogênio em Soja
Deficiência de nitrogênio em Feijão
Deficiência de nitrogênio em Soja
Deficiência de nitrogênio em café
Deficiência de nitrogênio em café
Deficiência de nitrogênio em algodão

Folha +N

Folha - N
Deficiência de nitrogênio em algodão
Deficiência de nitrogênio em Milho
Deficiência de
N em Milho
Deficiência de nitrogênio em Milho
Deficiência de nitrogênio em Sorgo
Deficiência de nitrogênio em cana-de-açúcar
Deficiência de nitrogênio em tabaco
Deficiência de nitrogênio em Hortelã
Deficiência de nitrogênio em eucalipto
Enxofre:
“mobilidade, funções
e sintomatologia

Prof. Dr. Matheus Saraiva Bianco

SETEMBRO / 2020
Enxofre

•  Introdução
•  Absorção, translocação e redistribuição
•  Participação no metabolismo vegetal
•  Exigências minerais das principais
culturas
•  Sintomatologia de deficiência e excessos
nutricionais
Enxofre Introdução

ENXOFRE NO SOLO

60-90% => S-orgânico

Cistina + H2O =>>

ácido acético + ácido fórmico + CO2 + NH3 +2H2S


Enxofre Introdução

Meio anaeróbico (sem O2) Meio aeróbico (com O2)

Estado de S2- So S2+ S4+ S6+


oxidação
H2S S S2O32- SO2 SO42-
Composto ou íon Sulfetos Enxofre Tiossulfato Dióxido de Sulfatos
elementar enxofre

Condição de campo Solo baixa drenagem Solo com alta drenagem e


(inundado) ou “poroso”
compactado

Fluxo do estado de oxidação do enxofre


no solo.
Enxofre Introdução
Nutriente - Sólida S-orgânico
Enxofre Liberação
Mineralização/
Oxidação

Introdução Nutriente - Solução SO42-

Contato íon-raiz
(fluxo de massa)

Nutriente - contato com raiz

Absorção
(SO42-)

Interior da raiz

Transporte
(SO42-)
(xilema)
Nutriente - Parte aérea
Folha Folha Redução
velha SO42- S2-
Redistribuição Metabolismo
(imóvel) Incorporado “esqueletos de C”
(ceteína)
Folha nova Fruto Funções
(Estrutural/Enzimático)

Acúmulo-M.S.
(Produção)

Dinâmica do S no sistema solo-planta.


Enxofre Absorção, transporte e redistribuição

Absorção

Contato SO4-2 - raiz


Quantidade kg ha-1 fornecidos por
necessária para uma
colheita de 9 t ha-1
Elemento
Intercepta- Fluxo de
Difusão
ção massa

S (SO42-) 20 1 19 0
Enxofre Absorção, transporte e redistribuição

Contribuição porcentual do fluxo em massa na absorção de


S por plantas de soja, em função das doses de S aplicadas
em solos de Paracatu (■) e Lassance (▲).(Silva et al., 2002).
Enxofre Absorção, transporte e redistribuição

• Formas absorvidas:

•  Gás; orgânica (cisteína/cistina)

•  SO4-2 (predomina)

Veloc. de absorção:

Ânions: NO3->Cl->SO42->H2PO4-
Enxofre Absorção, transporte e redistribuição

• Absorção

Bomba
prótons
Enxofre Metabolismo
Resumo

Redução/
assimilação
Redistri-
Transporte buição

Absorção
Enxofre Metabolismo

Função nas plantas


Função: Estrutural
Cisteína – deriva-se em:

S-aminoácidos (cisteína, metionina);


proteínas; sulfolipídeos e coenzimas.

Função Enzimática:
grupo ativo de enzimas: sulfidrilo (-SH)
Enxofre Metabolismo

Função do S nas plantas


Estrutural Constituinte de enzima Processos
Aminoácidos (cisteína; cistina; Grupo sulfidrilo –S-H e ditiol Fotossíntese
metionina) –S-S- ativo em enimas e
coenzimas
Proteínas (todas) Ferrodoxina Fixação não fotossintética de
CO2
Vitaminas e coenzimas (tiamina, Respiração
biotina)
Ésteres com polissacarídeos Síntese de gorduras e
(membranas) proteínas
Fixação simbiótica do
nitrogênio

(Malavolta et al.,1997)
Enxofre Metabolismo

Função do S nas plantas

Efeito do enxofre no meio sobre alguns componentes


(orgânico e mineral) da folha do algodoeiro (Ergle & Eaton, 1951).
SO42- S- SO42- S-orgânico Açúcar N- N-orgânico N- Peso fresco
total NO3- solúvel proteína
ppm g % % % % % g
0,1 0,003 0,11 0,0 1,39 2,23 0,96 13
1,0 0,003 0,11 0,0 1,37 2,21 1,28 50
10 0,009 0,17 1,5 0,06 1,19 2,56 237
50 0,100 0,26 3,1 0,00 0,51 3,25 350
200 0,360 0,25 3,4 0,10 0,45 3,20 345
Enxofre Metabolismo

Função do S nas plantas

Produção de matéria seca (M.S.), acúmulo de N total, peso de


nódulos, teor de N, S e a relação N:S na parte aérea do siratro
cultivado em Areia Quartzosa em Brotas-SP (Monteiro et al.,1983).
Níveis de S M.S. N total Nódulos N S Relação N:S
kg ha-1 g por vaso mg por vaso mg por vaso -1
g kg
0 10,1 276 315 27 0,7 40
30 11,3 372 560 33 1,6 21
60 12,4 403 564 33 1,6 20
90 12,3 406 606 33 1,7 20
120 11,5 392 604 34 1,9 18
Enxofre Metabolismo

Resposta média de algumas culturas ao enxofre


(Malavolta, 1996).

Cultura Aumento da produção


%
Algodão 37
Arroz 16
Café 41
Cana-de-açúcar 11
Citros 18
Feijão 28
Milho 21
Soja 24
Sorgo 10
Trigo 26
Enxofre Exigências nutricionais

Conteúdo de nutriente na parte aérea de culturas


de milho de baixa, média e alta produtividade

Nutriente Produtividade (t/ha grãos)

2,1 5,9 9,1


kg/ha
S 5 16 21

Nutriente exportado (kg/t)

S 2,1 1,3
Enxofre Exigências nutricionais

Exigências de S das principais culturas


Cultura Parte da planta Quantidade S acumulado
Parte da Total Absoluto
planta
t kg ha-1 kg/t
Anuais
Reprodutiva 1,3 10 (7,7)3
(algodão/caroço)
Algodoeiro Vegetativa 1,7(m.s.) 22 32,5 25
(caule/ramo/folha)
Raiz 0,5 (m.s.) 0,5

Vagem 1 10 (10)
Caule 0,4 4
Feijão 26 26
Folhas 1,2 11
Raiz 0,1 1

Grãos 9 11 (1,2)
Milho2 19 2,1
Restos culturais 6,5 8
Enxofre Exigências nutricionais
Maturação
100 % total 40
kg ha-1
80
S acumulado, % do total

30

S acumulado, kg ha-1
Grão
60 leitoso

Embonecamento
20
40

10
20
4a folha

0 0
32 44 59 72 84 102 133 146
Dias após a emergência

Marcha de absorção do enxofre, pela cultura do


milho (Adaptado de Flannery, 1987).
Enxofre Sintomatologia

Sintomas de deficiência de enxofre

Clorose (inicialmente nas folhas mais novas);


Enrolamento das margens das folhas;
Folhas pequenas;
Necrose e desfolhamento;
Internódios curtos;
Redução do florescimento.
Enxofre Sintomatologia

Sintomas de excesso de enxofre


Excesso de Sulfato (50mM): se confundem com
efeitos de salinidade:

* pequeno desenvolvimento da planta;

*intensa coloração verde-escura das folhas;

* senescência prematura de folhas.


Deficiência de enxofre em goiaba

Folhas novas pequenas, cloróticas, estreitas c/ recurvamento dos


bordos p/ cima.
Deficiência de enxofre em algodão
Deficiência de enxofre em girassol
Deficiência de enxofre no eucalipto
Deficiência de enxofre em seringueira
Deficiência de enxofre na soja
Deficiência de enxofre na soja
Deficiência de enxofre no feijão
Deficiência de enxofre na cana-de-açúcar
Deficiência de enxofre na cana-de-açúcar
Deficiência de enxofre na capim colonião
Deficiência de enxofre no cafeeiro
Deficiência de enxofre no arroz
Deficiência de enxofre no milho
Deficiência de enxofre no trigo
Deficiência de enxofre em banana
Deficiência de enxofre no alface
DÚVIDAS???

Prof. Dr. Matheus Saraiva Bianco

SETEMBRO / 2020

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