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CRIAÇÃO DE GALINHA

CRIAÇÃO DE GALINHA

SUMÁRIO

1- SISTEMA DE CRIAÇÃO 3

2- INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS 22

3- RAÇAS MAIS INDICADAS 33

4- MANEJO GERAL 44

REFERÊNCIAS

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CRIAÇÃO DE GALINHA

1- SISTEMA DE CRIAÇÃO

Os melhores sistemas para criação de aves são: sistema extensivo, sistema semi-
intensivo e sistema intensivo

O frango ou a galinha caipira são aves nativas que não passaram por melhoramento
genético e que apresentam baixa produtividade. Em geral, o objetivo da criação
dessas aves é o abastecimento do grupo familiar, com a eventual venda do
excedente. Por isso, na maioria das vezes, essa criação não visa a grandes lucros.
No entanto, já existem no mercado linhagens caipiras melhoradas ou mesmo raças
puras, que podem ser criadas em uma produção direcionada para a obtenção de
retorno financeiro.

Sendo assim, veremos a seguir quais são os sistemas de criação onde essas aves
devem ser produzidas. São eles: sistema extensivo, sistema semi-intensivo e
sistema intensivo.

Sistema extensivo

É um sistema de produção onde as aves são criadas soltas e alimentadas em


regime de pastejo ou pelo fornecimento de verde picado. Esse sistema tem como
objetivos principais o aproveitamento de espaços ociosos dentro da propriedade,
além da obtenção de carne e de ovos de boa qualidade para consumo familiar, a
comercialização do excedente da produção (a preços maiores do que os produtos
industriais), a diversificação das atividades na propriedade rural e a produção e
comercialização de pintinhos de raça.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Dentro do conceito caipira, o sistema extensivo é o que oferece as melhores


condições para se criar galinhas, pois as aves podem ficar completamente soltas no
pasto. Além disso, pode-se dispor de galpões para abrigá-las à noite, sendo esta
uma medida de maior controle sobre as aves, por oferecer abrigo da chuva e de
predadores, principalmente nos primeiros dias de vida. Nesse sistema, em geral, as
aves de ambos os sexos podem ser criadas soltas, em grupos de até 10 aves.

Sistema semi-intensivo

Este sistema requer maiores recursos em insumos e de manejo, como programas de


vacinação, ração balanceada, piquetes, poleiros entre outros, pois é voltado para a
obtenção de lucros. Além disso, é necessário um galpão, para que a as aves
possam se abrigar. A fim de reduzir os custos, o pecuarista pode utilizar, na
construção do galpão, restos e sobras de materiais já existentes na propriedade.

O sistema semi-intensivo é o mais indicado para a criação de frangos e de galinhas


caipiras e sua principal característica é a mescla da criação em galpão com a
criação solta, utilizando-se para isso piquetes. O manejo de criação neste sistema é
mais sofisticado, com a utilização de programas de vacinações, rações balanceadas,
piquetes e gaiolas para pastejo. Na incubação, são utilizados métodos artificiais
(incubadoras) para a chocagem dos ovos.

Sistema intensivo

Esse sistema se assemelha muito com a criação industrial, onde se deve fornecer as
condições necessárias para o desenvolvimento das aves. Nele as aves são criadas
em galpões por todo o ciclo de produção, ou seja, em confinamento total, desde um
dia de vida até o dia do abate. Por isso, é essencial que o lote seja mantido saudável
e a cama sempre em condições adequadas, sempre seca e na altura ideal e
utilizando sempre material apropriado.

Deve-se evitar introduzir uma densidade maior do que a capacidade do galpão;


equipamentos como bebedouros, comedouros e ventiladores devem ser em número
suficiente para atender às necessidades ideais de manejo; deve-se realizar o
controle de pragas e de doenças bem como o programa de vacinação. Estas são
medidas que garantem uma boa produtividade nesse sistema de criação.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Criação de aves (galinhas) para produção de ovos e carne em sistema de


caipira

A produção avícola brasileira passou por um processo de transformação nos últimos


anos se destacando com uma avicultura competitiva no mercado.

As mudanças de hábitos alimentares de uma significativa parcela da população,


notadamente de maior poder aquisitivo, vem ampliando a procura por alimentos cuja
origem seja uma produção mais natural.

A “velha” galinha conhecida como “pé duro ou caipira” dos terreiros com potencial
produtivo de apenas 50 a 80 ovos por ano existe em mais de 80% das propriedades
rurais e tem contribuindo para melhorar a alimentação das famílias e muitas vezes
auxiliando como parte da renda na economia familiar.

O programa de seleção das aves para serem criadas em sistema caipira, procurou
encontrar um ponto de equilíbrio entre o passado e o futuro e entre a rusticidade e a
produtividade, apresentando aves com potencial de produção de 270 a 300 ovos ao
ano e também aves especializadas para produção de carne com a vantagem da
comercialização de um produto diferenciado com melhor remuneração por parte do
mercado consumidor.

No sistema de produção proposto a escolha do tipo da ave a ser criada é de


fundamental importância, e para promover a máxima capacidade produtiva da ave,
além de outros aspectos como nutrição, ambiência, sanidade e manejo.

Classificação das aves de acordo a sua função econômica:


- Para produção de ovos (poedeiras).
- Para produção de carne (corte).
- Dupla aptidão.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Tabela sobre consumo de ração para ave de postura

Idade Peso /ave Consumo/dia Acumulado

(semanas) (gramas) (gramas) (quilos)


1 70 12 0,084

2 140 19 0,217

3 220 26 0,399

4 300 32 0,623

5 380 38 0,889

6 470 41 1,176

7 570 45 1,491

8 660 48 1,827

9 750 51 2,184

10 830 54 2,562

11 910 56 2,954

12 990 58 3,360

13 1070 60 3,780

14 1150 63 4,221

15 1230 67 4,690

17 1410 78 5,740

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CRIAÇÃO DE GALINHA

18 1500 84 6,328

22 1840 107 9,114

30 1950 113 15,393

73 2090 108 48,895

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Tabela sobre consumo de ração para ave de postura

Idade Peso / ave Consumo / dia Acumulado

(semanas) (gramas) (gramas) (quilos)

1 70 12 0,084

2 140 19 0,217

3 220 26 0,399

4 300 32 0,623

5 380 38 0,889

6 470 41 1,176

7 570 45 1,491

8 660 48 1,827

9 750 51 2,184

10 830 54 2,562

11 910 56 2,954

12 990 58 3,360

13 1070 60 3,780

14 1150 63 4,221

15 1230 67 4,690

17 1410 78 5,740

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CRIAÇÃO DE GALINHA

18 1500 84 6,328

22 1840 107 9,114

30 1950 113 15,393

73 2090 108 48,895

Revista: Escala Rural – Ano III- Nº 18

Na região cacaueira, em alguns criatórios, as aves têm apresentado as


características de textura e sabor na carne que o mercado regional deseja aos 120
dias de vida, daí ser muito importante o manejo alimentar.

Tabela sobre consumo de ração para produção de carne – “ave tipo pesada”

Confinado 1º dia Livre 30º dia


Critério
até o abate até o abate
Tipo de ração
Comercial 3100 kcal Caipira 2850 kcal
Peso
Total de Ração Idade Peso Total de
Idade (dias) Vivo
kg (dias) Vivo (g) Ração kg
(g)
28 280 0,980 28 598 1,052
35 930 1,740 35 818 1,480
42 1180 2,350 42 1038 2,070
49 1445 3,110 49 1271 2,790
70 2210 5,750 70 1950 5,050
84 2485 6,760 84 2175 6,120
90 2730 8,160 90 2402 7,206
Fonte: Avifran

Com investimentos relativamente baixos e instalações de fácil construção com


simples técnica de manejo, a criação em sistema caipira tem se mostrado lucrativo,
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CRIAÇÃO DE GALINHA

principalmente, para pequenos produtores, pois tem a vantagem da comercialização


de um produto diferenciado com boa procura e melhor valor de comercialização.

Esse sistema de criação é simples, as aves devem ter dietas mistas, compostas de
ração balanceada, complementada com produtos da região e pasto de boa
qualidade para que possa ser direcionada como alimentação suplementar, pois a
alimentação convencional chega a representar hoje cerca de 89% dos custos de
produção (planilha em anexo).

As aves devem ser soltas durante o dia para que possam ciscar, tomar sol, com isto
se exercitam, em fim terem uma vida natural e mais saudável.

Para iniciar nesse sistema de criação é necessário procurar um profissional da área


para que possa lhes orientar.

Quando for planejar as instalações, elas devem oferecer: conforto ambiental,


condições ideais de manejo, proteção contra predadores, cuidados estes que não
devem ser ignorados sob pena de comprometer todo o projeto.

CHEGADA DOS PINTOS:


- antes do recebimento dos pintos, certificar-se que o galpão e os equipamentos
estão limpos e em boas condições de funcionamento;
- abasteça com água com açúcar (50 gramas/litro de água) e ligue a fonte de calor
antes de soltar os pintos no circulo;
- observar o comportamento dos pintos (vê ilustração);
- manter atualizado os registros na ficha de controle zootécnico (em anexo).

Manejo básico

Mesmo sendo resistentes e geneticamente selecionadas para serem criadas em


sistema semi-intensivo, estas aves têm como fundamental os bons cuidados
principalmente no primeiro mês.
Adquirida as aves, é preciso respeitar uma rotina de trato que assegure seu
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CRIAÇÃO DE GALINHA

crescimento rápido e saudável. Uma primeira recomendação é evitar o estresse das


aves e adaptar a estrutura ao criatório a cada etapa de seu desenvolvimento. Tudo
deve mudar gradativamente e o que nunca deve faltar é:
- limpeza do ambiente;
- temperatura adequada;
- disponibilidade de água limpa, fresca e de ração específica.

Na chegada das aves com um dia, depois de soltá-las dia devem receber água com
“açúcar” (50 gramas/litro de água) para hidratar e aumentar a sua energia e a partir
daí colocar a ração.
Para uma boa criação, é fundamental selecionar os pintos que estão sendo
incorporados ao plantel como:
- peso de 40 a 45 g. O mínimo aceitável é 35 g. independente da linhagem ou raça;
- pluma sedosa e seca;
- olhos vivos;
- tamanho e cor uniformes;
- pele dos pés brilhante, nunca seca ou rachada;
- sem defeitos, com pés tortos, bicos cruzados, aspecto apático.

Nos primeiros dias, o principal inimigo da criação capaz de exterminá-la é a falta ou


excesso de calor. As aves ainda não desenvolveram a capacidade de controlar a
temperatura do seu corpo, por isso ficam inteiramente sujeitas às variações
externas. Um pintinho nasce com 39,8ºC e cabe ao criador atenuar as diferenças
entre as temperaturas do corpo e a do meio ambiente. Essa medida se faz com
campânulas elétricas ou a gás, indicados para lotes de até 500 pintinhos. Tome
como referência à fonte de calor e calcule no chão um raio de 1,20 m para erguer
um círculo de retenção das aves que pode ser feito com folha de compensado (tipo
eucatex) e deve ter uma altura de aproximadamente 0,60 m.

O comportamento da ninhada dirá se a temperatura dentro do círculo está ou não


adequada. Pintinhos amontoados junto à lâmpada e piando indica calor insuficiente.
Ao contrário, se permanecerem distante da campânula, mas piando, há excesso.
Bom sinal é vê-los regularmente distribuídos, em silêncio, alimentando-se
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CRIAÇÃO DE GALINHA

normalmente.

Por volta do 14º dia a penugem cai e surgem as penas que constituem um bom
isolante térmico. O círculo de proteção não é mais necessário. Dependendo da
época do ano, a campânula também poderá ser desativada – primeiro durante o dia,
depois à noite.

A alimentação nessa primeira fase muda também gradativamente, tudo em função


da idade e do tipo da ave a ser criada. Ela pode decidir a falência ou a rentabilidade
do negocio. A Alimentação Convencional representa cerca de 89% dos custos
variáveis com a avicultura; é simplesmente insuportável para o pequeno criador.
Como contornar? Existem algumas possibilidades!

Produzir a própria ração – essa alternativa só é válida para criações acima de 500
cabeças, e antes de tudo é necessário que se faça “muita conta” para avaliar se é ou
não viável.
Manejo das aves para produção de ovos.

Para iniciar a criação de aves para produção de ovos, o produtor deve escolher com
que tipo de ave ele vai trabalhar em seu aviário, associada à preferência do mercado
consumidor. Essa ave deve ter: baixa mortalidade, resistência a doenças, baixa

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CRIAÇÃO DE GALINHA

relação entre consumo de ração e postura de ovos, além de uma capacidade para
postura acima de 240 ovos/ano com boa capacidade de pigmentação da gema.

A fase inicial ou fase de cria é a mais sensível da criação, vai desde o primeiro dia
até a 6ª (sexta) semana de vida.

A fase de recria vai da 7ª até a 18ª semana é onde ocorre um grande crescimento
das aves sendo determinante para a qualidade da futura poedeira.

Fase de pré-postura vai da 19ª até a 23ª semana.


Fase de postura vai da 24ª até a 70ª semana, quando devem ser descartadas.

Tabela: O ciclo de produção de ovos:


IDADE (EM SEMANAS) PRODUÇÃO DE OVOS
De 17ª A 18ª 5 A 10%
De 19ª a 20ª 50%
De 28ª a 30ª Mais de 90%
De 45ª a 70ª Ocorre decréscimo na produção
Acima de 70ª Descarte.

Critérios para seleção de poedeiras produtivas


Galinha em produção apresenta:
- crista e barbelas grandes de aspecto sedoso e coloração vermelha.
- cloaca oval e alargada e úmida.
- distância entre ossos da pelve de 3 a 4 dedos.
- abdômen macio.

Galinha fora de produção apresenta:


- crista e barbelas pequenas, secas e escurecidas.
- cloaca estreita, circular, pálida e seca.
- distância entre os ossos da pelve de apenas 2 dedos.
- abdômen duro e pequeno.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

A presença dos galos é muito importante, apesar de comerem mais que as galinhas
e não botarem ovo, pois as galinhas se comportam mais tranqüilas, “ficam mais
felizes” e isso tem importância fundamental também no aspecto sanitário, visto que o
estresse é reconhecidamente um fator predisponente para doenças que acabam
causando grandes prejuízos na avicultura.

Manejo Alimentar – a parte nutricional é um dos fatores que mais interferem no


resultado produtivo do lote.

Todo o programa alimentar de aves está baseado na função, idade e peso dos
animais, assim deve-se fornecer uma ração especifica para cada período de
desenvolvimento das aves. O aproveitamento de restos de horta e cascas de frutas
na alimentação das “galinhas” criadas em sistema caipira é recomendável, desde
que esses restos sejam oferecidos como complementação à ração balanceada e
não como dieta principal das aves.

Tabela: Relaciona a função econômica, idade e tipo de ração que deve ser fornecida
as aves:
Alimentação Por Idade Tipo de Ração
A) Aves para corte
1 a 30 dias Ração Inicial
31 a 42 dias Ração de crescimento engorda.
43 ao abate Ração de acabamento.
B) Aves para postura
1 a 10 semanas Ração para pintinhas.
11 a 18 semanas Ração para frangas.
Mais de 19 semanas Ração para postura.
Revista: Escala Rural – Ano III- Nº 18

A alimentação vegetal pode suprir cerca de 25% das exigências nutricionais das
aves. Os vegetais crescem recebendo a energia do sol, e estão repletos de
caroteno, vitaminas, minerais e força vital. As ingestões de gramíneas, leguminosas
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CRIAÇÃO DE GALINHA

e outras fontes vegetais fornecem vitaminas e minerais as aves, coferindo-lhes


resistência às doenças e modificando a qualidade de seus ovos tornando suas
gemas mais vermelhas e ricas em vitamina A e com melhor valor comercial.

Coleta e classificação dos ovos:

Os ninhos devem ser usados exclusivamente na fase adulta das aves em postura,
são muito importantes para garantir ovos de boa qualidade, mais limpos e com
menor riscos de contaminação. Eles devem ser mais altos que o piso, com
aproximadamente 40 centímetros de largura, 30 de altura e 30 de profundidade, com
uma boa “cama” sedo suficiente para abrigar de quatro a cinco galinhas.

Os ninhos têm a função de proporcionar um local macio e aconchegante para a


postura dos ovos. Cerca de 60 a 70% da postura é realizada pela manhã. Existe a
necessidade de realizar a maior parte da coleta dos ovos neste período, para que
eles não fiquem acumulados nos ninhos e possam quebrar ou trincar. Durante a
coleta, é aconselhável que os ovos sejam colocados em bandejas plásticas ou de
papelão com a extremidade mais fina voltada para baixo, pois a utilização de baldes
ou cestas, ocasionam um alto índice de ovos trincados e quebrados, apesar da
casca do tipo caipira ser mais resistente. Após a coleta, os ovos devem seguir para
a sala de classificação, onde serão limpos a seco com uso de uma esponja. Por se
tratar de um produto perecível, deve-se observar o período de consumo do ovo, que
gira em torno de 15 a 25 dias.

Sanidade – O melhor remédio é a prevenção e o criador deve saber que aves bem
alimentadas e com bom manejo são mais resistentes.

A prevenção das doenças é de grande importância na manutenção da saúde das


aves, que consiste em um conjunto de praticas que envolvem higiene, profilaxia e
combate sistemático a endo e ectoparasitas, para isso procure o méd. veterinário na
sua região para indicar o melhor calendário destas, em função da realidade
epidemiológica onde está localizada a sua criação. As vacinas são estritamente
necessárias para garantir a saúde das aves.
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CRIAÇÃO DE GALINHA

A verminose, também se constitui num sério problema nas criações mal orientadas.
As aves são também atacadas por ectoparasitos que lhes ataca a plumagem ou
roubando-lhes o sangue e veiculando as doenças.

No sistema semi-intensivo, o ambiente deve ser menos estressante que numa


granja convencional, pois as aves interagem com as forças da natureza, que as
torna mais saudáveis.

Tabela: Cronograma de Vacinações

IDADE VACINA APLICAÇÃO

(dias)
1º Bouba Marek Punção na membrana da asa
intramuscular (feita no incubatório)
10º New Castle Intra-ocular, intranasal

(ou na água de bebida não clorada)


21º Bouba Escarificação na coxa (só no caso de
Aviária não ter sido feito no 1º dia de vida) ou
punção na membrana da asa
35º New Castle Intra-ocular, intranasal água de bebida
(não clorada)

63º Bouba Escarificação na coxa ou punção na


Aviaria membrana da asa
De 4 New Castle Intra-ocular, intranasal, água de bebida
em 4 (não clorada)
meses
Fonte: Escala Rural – ANO III – Nº 18. (adaptado)

Existem vários fatores que podem afetar negativamente o sistema de produção:


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CRIAÇÃO DE GALINHA

a) construção e ou formato inadequada de comedouros e bebedouros;


b) condições péssimas da “cama” como material inadequado e úmido;
c) superlotação;
d) baixa ventilação;
e) temperaturas altas (desconforto térmico);
f) número insuficiente de comedouros e bebedouros;
g) controle da sanidade ignorado;
h) falhas no manejo.

Planilhas: projeto de avicultura - sistema caipira

Plantel: 300 aves para produção de ovos.

Especificação um Quant P. unt. R$ P. total R$ %


2
Galpão 6X10 (alvenaria)* m 60 50,00 3.000,00 79,93
Bebedor tipo rosca un 04 6,00 24,00 0,64
Bebedor tipo pendular un 05 25,00 125,00 3,33
Comedouro tipo bandeja un 04 6,00 24,00 0,64
Comedouro tipo tubular un 10 30,00 300,00 7,99
Ninhos um 60 3,00 180,00 4,79
Campânula un 01 100,00 100,00 2,66
SUBTOTAL R$ 3.753,00
100,00%
Aves cab. 300 2,20 660,00 4,96
Ração inicial 6,4kgx300 kg 1920 0,90 1.728,00 --
Ração postura 100gx 300x365 kg 10.950 0,90 9.855,00 Total
ração
Milho grão 20gx300x365 kg 730 0,50 365
89,69
Vacina new castle frasco 4 8,50 34,00 0,25
Vacina bouba (frasco com 100 frasco 3 8,00 24,00 0,18
doses)
Outros medicamentos 20,00 0,15
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CRIAÇÃO DE GALINHA

Butijão com gás un 1 35,00 35,00 0,26


Cal (saco de 50 kg. un 10 5,00 50,00 0,37
Vermífugo sachê 10 2,00 20,00 0,15
Mão-de-Obra (2 h / dia x 540 hora 1,00 540,00 540,00 4,06
dias) (1,5 ano)
SUBTOTAL R$ 13.321,00 100,0%
TOTAL GERAL r$ 17.084,00

Instalações R$ 3.753,00 / 5 lotes = R$ 750,60


Custo Variável R$ 13.321,00
Custo total R$ 14.081,60

Produção de ovos: 280 AVES X 270 0V0S = 75.600 OU 6.300 DÚZIAS.


Custo do Ovo – R$ 14.081,60 / 6.300 dz. = R$ 2,23 + R$ 0,10 de embalagem = R$
2,33dz.

Receitas:
Ovos: 6.300 dz. X R$ 3,00 = R$ 18.900,00
Descarte: 280 aves X R$ 8,00 = R$ 2.240,00
TOTAL = R$ 21.140,00

DESPESAS TOTAIS= R$ 17.064,00

LUCRO (receitas – despesas) = R$ 4.076,00 / 12 meses = R$ 339,66 / mês (Lotes


1)

LOTE 2
RECEITA = R$ 21.140,00
DESPESAS = R$ 13.311,00

LUCRO = R$ 7.829,00 / 12 meses = R$ 652,41 / mês

PROJETO DE AVICULTURA – SISTEMA CAIPIRA


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CRIAÇÃO DE GALINHA

Plantel: 300 aves para produção de carne

Especificação Un Quant P. un. r$ P. total r$


Galpão 5 x 9 (alvenaria)* m2 45 50,00 2.250,00
Bebedor tipo rosca un 04 6,00 24,00
Bebedor tipo pendular un 05 25,00 125,00
Comedouro tipo bandeja un 04 6,00 24,00
Comedouro tipo tubular un 10 30,00 300,00
Lança chama un 1 40,00 40,00
Campânula un 01 100,00 100,00
Aves Cab. 300 1,70 510,00
Ração 6,0 kg X 300 Kg 1.800 0,9 1.620,00
Vacina new castle Frasco 2 8,50 17,00
Cal (50 kg) Saco 10 5,00 50,00
Outros medicamentos 20,00
Butijão com gás Um 1 35,00 35,00
Vermífugo Sachê 05 2,00 10,00
Mão-de-obra (2 h / dia = Hora 200 1,00 200,00
200hs)

Instalações 2.863,00 / 10 anos = R$ 286,30 / ano / 3 lotes = R$ 95,43 / lote


Custo de R$ 2.863,00 + R$ 95,43 = R$ 2.959,43 / 300 aves = R$ 9,86 / ave com 2,2
kg de PV ou R$ 4,48 / kg de PV.

Nota: Preço de mercado regional é de R$ 12,00 a ave, gerando um lucro de R$ 2,14


/ ave.

Ficha para controle zootécnico das aves - Galpão Nº _____

TIPO:_______________________________________ MÊS:________________

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CRIAÇÃO DE GALINHA

ANO:_________

DATA DE RECEBIMENTO: Nº DE AVES:

DIA EXISTE MORTE SAÍDA DIST. PRODUÇÃO CONTROLE


ABATE DE SANITÁRIO.
DE OVOS
RAÇÃO
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22

20
CRIAÇÃO DE GALINHA

23
24
25
26
27
28
29
30
31
Total:

G.R.A.
OBSERVAÇÕES:_____________________________________________________
___________________
___________________________________________________________________
__________________
___________________________________________________________________
__________________
___________________________________________________________________
__________________
___________________________________________________________________
__________________
__________

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CRIAÇÃO DE GALINHA

2- INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

Na perspectiva de provocar o mínimo de danos ao meio ambiente, de aproveitar


racionalmente os recursos naturais renováveis e usar e reutilizar de forma criteriosa
materiais disponíveis na propriedade, o SACAC também procura se adequar ao
poder aquisitivo e à criatividade do criador.

O objetivo de se utilizar materiais alternativos não diminui a importância a ser dada


aos aspectos de funcionalidade das instalações, de modo a garantir a limpeza e a
higienização corretas (Fig. 1 a 3). Outro ponto importante é o conforto térmico das
aves, principalmente em zonas que apresentem temperatura e umidade elevadas.
Para isso, recomenda-se que o local escolhido para construção da estrutura de
produção seja bem drenado, mais ou menos plano, ventilado, de fácil acesso e
afastado de outros tipos de criações de animais. Quanto à localização e ventilação,
é importante que o aviário se coloque em posição posterior a casa do criador, pois
isso evitará a presença indesejável de possíveis odores e insetos resultantes do
processo produtivo (COMEÇANDO..., 2004).

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.1. Cercas construídas com estacas de sabiá.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.2. Telado interno confeccionado com varas.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.3. Cobertura do aviário feito de palha de


babaçu.

No modelo do aviário completo, no qual o criador desenvolve práticas de manejo em


todas as fases de criação das aves (cria, recria, engorda e reprodução), a área total
sugerida é de 1.744 metros quadrados (Figura 4). Dessa área, 28 metros quadrados
são destinados ao aviário coberto e 1.716 metros quadrados, a piquetes onde

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CRIAÇÃO DE GALINHA

crescem plantas nativas ou cultivadas, de preferência frutíferas ou outras árvores de


interesse do criador e que não produzam material tóxico para as aves.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.4. Layout do modelo completo do SACAC.

A área construída deve apresentar detalhes que favorecem tanto a ventilação


térmica como a higiene, tornando o ambiente agradável para as aves. Com esse
objetivo, recomenda-se um pé direito de 2,10 metros de altura, composto de rodapé
(30 cm) e área vazada (180 cm), limitada por tela de arame ou varas numa malha
capaz de manter contidas as aves e de protegê-las de possíveis predadores.

O rodapé poderá ser construído com tijolos, tábuas, taipa ou outro material
disponível. A altura de cumieira poderá variar, dependendo do material de cobertura.
Se a opção for por telha, a inclinação será de 30º, enquanto que para a cobertura de
palha se sugere uma inclinação de 45º. Quanto à formatação da cobertura, essa
poderá ser tanto de quatro como de duas águas, desde que os beirais impeçam a
penetração de raios solares nas horas mais quentes e as rajadas de ventos na
época das chuvas. Com a mesma finalidade, poderão ser usadas cortinas, desde
que não escureçam o interior das instalações. Em média, os beirais medem 60
centímetros e obedecem à mesma inclinação do teto (Fig. 5).

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.5. Fachada do aviário completo do SACAC.

O madeiramento estrutural e de cobertura poderá ser redondo ou serrado,


dependendo da disponibilidade da região. O importante é que suporte firmemente o
peso da cobertura e a força dos ventos.

A área de reprodução deve ter seis metros quadrados, dividida em zona de postura
(3,75 m2) e zona de incubação (2,25m2), com capacidade para abrigar treze aves
reprodutoras, sendo 1 macho e 12 fêmeas. Tanto na zona de postura como na de
incubação devem ser colocados à disposição das aves comedouro, bebedouro e
ninheira, esta com capacidade de abrigar quatro matrizes. As aves também devem
ter acesso a um piquete com área de 40 metros quadrados, composto de
arborização nativa ou exótica (Fig. 6 a 9).

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.6. Vista lateral da área de reprodução.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.7. Planta baixa do aviário.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.8. Piquete de reprodução.

Foto: F.J.V. Barbosa

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Fig.9. Ninheiras confeccionadas com tábuas e


enchimento de capim seco.

No aviário, as áreas destinadas à cria e recria localizam-se no lado oposto à área de


reprodução. A área de cria tem 2,25 m2 e possui capacidade de abrigar 60 a 70
pintos, com idade variada entre 1 e 30 dias. Nela estarão disponíveis comedouro
(bandeja), bebedouro e berçário dotado de fonte de calor para abrigar os pintos
recém-nascidos durante a primeira semana de vida. Após a primeira semana, os
pintos terão acesso livre a um solário com as mesmas dimensões da área destinada
à fase de cria. A área de recria tem a função de abrigar os pintos vindos da fase de
cria, ou seja, com 31 a 60 dias de idade. Compreende 3,75 m2, com bebedouro e
comedouro. Nessa fase, os pintos terão livre acesso a um piquete arborizado, com
20,00 m2 (Fig. 10 a 12).

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.10. Pintos recém-nascidos alojados em berçário.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.11. Pintos acomodados na área de cria.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.12. Pintos ciscando no solário.

No centro do aviário, com 16,00 m2, encontra se a área destinada à fase de engorda
ou terminação, com capacidade de abrigar as aves na fase de recria, com 61 a 120
dias. Nessa área, estão disponíveis bebedouros, comedouros e poleiros, tendo as
aves livre acesso a um piquete arborizado, com área de 1.656 m2 (Fig. 13 a 15).

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.13. Área interna do aviário dando destaque


ao poleiro.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.14. Frangos na fase de engorda.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.15. Piso revestido com barro compactado.

Normalmente, a área coberta de engorda tem a capacidade de abrigar 278 aves,


porém, esse número pode ser ampliado para cerca de 400 cabeças dependendo do
manejo reprodutivo. Torna-se importante que o criador também possa dispor de um
outro compartimento em local afastado dessa instalação para abrigar,
29
CRIAÇÃO DE GALINHA

separadamente, aves que serão introduzidas no plantel, animais descartados ou, em


caso extremo, aves doentes.

O piso do aviário pode ser cimentado, revestido de tijolo deitado e mesmo de chão
batido, compactado de forma que impeça que as aves escavem. Deverá ter como
forro um substrato composto de serragem de madeira, capim seco triturado, casca
de arroz etc. Esse substrato não pode ser tóxico e nem provocar doenças
respiratórias às aves, por excesso de pó, e tem por finalidade reter a umidade
resultante do metabolismo e respiração das aves (Fig. 16).

As cercas, para delimitar as áreas de manejo e oferecer proteção contra possíveis


predadores, podem ser confeccionadas de acordo com a disponibilidade de material.
Utilizam-se telas, estacas, arame farpado, varas, etc., dependendo da
disponibilidade. É desejável que o material usado tenha bastante durabilidade e seja
suficientemente forte para suportar ventos e alguns danos indesejáveis.

Quanto aos ninhos, o material a ser utilizado vai também depender da


disponibilidade e criatividade do criador. Tábuas e varas são as mais recomendadas,
pois permitem uma limpeza sistemática com a remoção temporária dos ninhos para
o exterior das instalações, visando melhor limpeza. A renovação de forro dos ninhos,
a intervalos máximos de 30 dias, também se faz necessária. Os ninhos são forrados,
geralmente, com o mesmo material utilizado como substrato no piso. A sensação de
conforto e segurança influi no volume de postura e na capacidade de incubação (Fig.
16).

Foto: F.J.V. Barbosa

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Fig.16. Ninheiras confeccionadas com varas.

Os poleiros, geralmente, só são instalados na área de engorda, uma vez que um


maior número de aves é alojado e ocorrem diferenças de porte, tendo em vista o
período de 60 dias preconizado para essa fase de criação. É comum observar que o
poleiro é mais utilizado pelas aves maiores, principalmente quando a temperatura
está mais alta.

Estão à disposição do criador de galinhas caipiras, nos mais diversos pontos do


país, modelos de comedouros e bebedouros, manuais ou automáticos, que podem
ser largamente utilizados nas condições do SACAC. Porém, fica a cargo da
criatividade do criador utilizar modelos artesanais de bebedouros e comedouros,
desde que as condições de sanidade e funcionalidade sejam mantidas. No caso
específico do SACAC, a opção por bebedouros confeccionados com garrafas pets e
comedouros feitos com varas de cano plástico em forma de calha foi bem sucedida,
facilitando a higienização quando da renovação sistemática da água e da mistura
dietética (Fig. 17 e 18).

São equipamentos imprescindíveis às atividades diárias do aviário a máquina


forrageira ou moinho para triturar os alimentos, balanças para pesagem, tanto das
aves como dos ingredientes dietéticos, e o ovoscópio, para avaliar a qualidade dos
ovos, principalmente no processo de incubação.

Foto: F.J.V. Barbosa

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Fig.17. Comedouro tipo calha na altura do dorso


da ave.

Foto: F.J.V. Barbosa

Fig.18. Bebedouro de pressão na altura do dorso


da ave.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

3- RAÇAS MAIS INDICADAS

Você conhece as principais raças de galinhas que mais são usadas nos projetos
de melhoramento genético das galinhas caipiras?

Se você ainda não sabe, descubra como aumentar a produção de seu aviário de
uma maneira muito simples usando essas aves em seu projeto de criação.

No mundo, existem aproximadamente 300 raças de galinhas consideradas


domésticas (gallus gallus domesticus). Esse número pode ser dividido em três
grandes grupos de aves: aves de raça pura, aves locais e aves híbridas,
resultado de cruzamento entre as raças. Cabe ao produtor fazer a escolha das
raças que mais adéquam às particularidades do seu projeto de criação.

As características das raças de galinhas escolhidas devem ser muito bem


observadas na hora de fazer uma seleção de plantel, pois disso depende o
resultado da produção seja ela: carne, ovos ou aves ornamentais.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

As galinhas de raça pura selecionadas para produção de carne são aquelas que
apresentam um bom ganho de preso, tem melhor conversão alimentar, alta
rusticidade e que possuem um tamanho avantajado.

As aves selecionadas para postura, obviamente, devem oferecer uma produção


de ovos adequada e uma incidência menor ao choco.

Dentre as características das aves, também existem aquelas que apresentam


dupla aptidão, ou seja, produzem uma quantidade boa de ovos e ao final do
período de postura estão com um peso relativamente bom para o abate.

Veja algumas raças de galinhas que são usadas para melhoramento


genético das galinhas caipiras:

AUSTRALORP

É uma ave com grande produção de carnes e ovos. Quando adultos, os machos
podem alcançar o peso médio de 3,800 kg e as fêmeas 2,900 kg. As galinhas
produzem por ano em média 200 ovos de casca marrom.

BRAHMA

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Esta é uma raça que tem sua origem na China e é uma das raças de galinhas
muito popular entre os avicultores dos Estados Unidos. São aves com um porte
físico bastante avantajado e uma coloração das penas que chama bastante à
atenção. Os machos quando atingem a idade adulta, pode chegar a um peso
médio de 5.400kg e as fêmeas em torno de 4kg e atingem uma média de 140
ovos por ano sempre na coloração marrom e pesando em torno de 55g.

NEW HAMPSHIRE

Raça tipicamente americana e muito usada em cruzamentos para obtenção de


frangos de corte. É uma ave que apresenta um tom avermelhado na coloração
das penas por todo o corpo com exceção da cauda que apresenta uma mais
escura (preta). As fêmeas dessa raça produzem uma média de 220 ovos por
ano e atingem um peso médio de 2.900kg. Os machos quando adultos chegam
a pesar 3.600kg em média.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

PLYMOUTH ROCK BARRADA

Esta é uma ave com grande aceitação entre os criadores de galinha caipira e é
comumente conhecida como “galinha pedrês”. As aves destas raças de galinhas
apresentam na coloração de suas penas barras brancas e pretas no sentido
transversal do dorso, dando uma leve aparência cinzenta. No momento, estas
raças de galinhas são utilizadas em cruzamentos com galos Rhode Island Red
para produção de pintainhas destinadas a produção de ovos de casca marrom.
Os machos quando adultos chegam a pesar em média 3,500kg e as fêmeas
2,800kg e possuem uma grande produção de ovos.

RHODE ISLAND RED

Esta é uma das raças de galinhas que tem uma curiosidade bastante
interessante na hora de fazer a sexagem dos pintainhos de um dia, pois é
possível fazer a identificação dos machos e fêmeas observando uma coloração
clara que aparece nas asas dos pintos macho. Esta mesma mancha não
aparece nas fêmeas com a mesma idade. São aves que, assim como as

36
CRIAÇÃO DE GALINHA

demais, apresenta um grande peso corporal e atingem no s eu pico de postura


quantidades de ovos muito próximas das outras raças. Sua coloração é um tom
próximo do marrom com poucas penas em preto por toda cauda.

TURKEN

A raça Turken teve sua origem na Transilvânia e foi bastante usada em


cruzamentos aqui no Brasil. Normalmente, as aves destas raças de galinhas
não apresentam penas em boa parte do pescoço e esta é uma característica
que favorece muito a criação dessas aves nas regiões mais quentes do país.
Aqui no Brasil, os descendentes dessa linhagem ficaram popularmente
conhecidos como “pescoço pelado”. Os machos alcançam um peso médio de
3.800kg e as galinhas em torno de 2.900kg e em seu pico de postura chegam a
botar 180 ovos por ano.

Dúvidas frequentes sobre a criação de galinhas de raça.

O manejo na criação de galinhas de raça deve ser feito da mesma forma que
você trata as suas galinhas caipiras. Porém, existem algumas particularidades
que devem ser observadas para que você consiga obter melhores resultados em
sua criação.

37
CRIAÇÃO DE GALINHA

As galinhas de raça não possuem a mesma rusticidade das galinhas caipiras.


Por isso, o avicultor deve cuidar um pouco mais das questões sanitárias das
aves.

O avicultor deve seguir rigorosamente o cronograma de vaci nação para evitar


perdas em seu plantel.

Veja abaixo algumas dúvidas sobre a criação:

Posso formar as famílias das aves com raças diferentes?

Não é recomendado formar as famílias com aves de raças diferentes, pois, isso
vai gerar uma prole sem as características de cada raça.

Por manter um valor acima do padrão, o mais indicado e agrupar as aves por
raças. Com isso, o avicultor vai obter maior retorno financeiro na venda de ovos
galados e aves vivas destinas a serem matrizes.

Qual é a maior raça de galinha?

38
CRIAÇÃO DE GALINHA

Até pouco tempo atrás, as galinhas de maior porte físico eram as aves de
origem americana, porém, alguns criadores do Goiás e Minas Gerais, depois de
alguns cruzamentos entre as raças, desenvolveram o galo Índio Gigante que,
sem sobra de dúvidas é a maior ave do mundo, podendo alçar mais de 1,20cm
de envergadura.

Quais as raças de galinhas que não chocam?

A grande maioria das galinhas de raça pura apresentam uma certa dificuldade
para entrar no período de choco.

Da mesma forma, as galinhas resultantes de cruzamentos entre raças diferentes


(híbridas) não possuem esse comportamento que é tão comum nas galinhas
caipiras.

Esse é um problema que a grande maioria dos criadores enfrentam no momento


de fazerem a reprodução das aves em suas propriedades.

Como resolver o problema da falta de choco das galinhas de raça pura?

Existem
duas possibilidades para fazer a incubação dos ovos das galinhas de raça pura.
São elas:

39
CRIAÇÃO DE GALINHA

A primeira possibilidade é fazer uso de uma ave que apresenta o


comportamento do choco com facilidade. A desvantagem desse procedimento é
que alguns problemas podem ocorrer. Ex: a galinha abandonar o ninho, ataque
de predadores nos ninhos das aves chocas, quebra de ovos por pisoteio,
infestação de piolhos nos ninhos e etc.

A segunda possibilidade é fazer uso de uma chocadeira elétrica para incubar os


ovos. Neste caso, o avicultor deve escolher uma chocadeira que atenda todos
os parâmetros para que o embrião possa desenvolver-se de forma equilibrada.

É isso…

As 10 melhores Raças de Galinha para criação

Uma das decisões mais importantes para quem vai começar uma criação de
galinhas é a escolha da melhor raça para a finalidade que deseja.

Mas nem todo mundo conhece bem cada raça de galinha, para isso separamos aqui
10 ótimas raças de galinhas para o abate, poedeiras e ornamentais, assim você as
conhece melhor e escolhe a sua preferida. Confira a seguir.

Raça #1: Gigante Negra de Jersey

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Essa é uma galinha de origem americana e conhecida por ser de grande porte,
dessa forma tendo uma boa produção tanto de ovos quanto de carne.

Elas são muito utilizadas para melhoramento genético sendo cruzadas com galinhas
caipiras. Sua carne é conhecida por ser muito saborosa, e cada ave consegue
atingir 5,5kg para os galos e 4,5kg para as galinhas, além de produzir até 250 ovos
por ano.

Raça #2: Rhode Island Red

Essa é mais uma raça com origem nos Estados Unidos, mas esta tem sido muito
mais utilizada para a produção de ovos, mesmo também podendo ser utilizada para
a produção de carne através do abate.

Elas têm condições de gerar uma grande produção com até 240 ovos por ano, além
de serem bastante indicadas para criações rústicas.

Raça #3: Plymouth Rock Barrada

Essa raça tem como característica principal a pele amarela e também tem como
berço os EUA, sendo utilizada tanto no corte quanto na postura.

Cada espécime chega a pesar 4,3kg para os galos e 3,4kg para as galinhas e
chegam a produzir até 180 ovos por ano. Elas também podem ser usadas para
melhoramento genético.

Raça #4: Caipira de pescoço pelado

Essa é mais uma raça de galinha usada tanto para carne quanto para produção de
ovos, sendo uma raça excelente com um custo de produção baixo. Cada espécime
dessa raça costuma botar até 180 ovos por ano em média.

Raça #5: Orpington Amarelo

Essa raça tem como país de origem a Inglaterra e é usada tanto para o corte quanto
para a produção de ovos. Cada galo dessa espécie costuma pesar até 5kg, já as
galinhas até 4kg e chegam a produzir cerca de 160 ovos por ano.

41
CRIAÇÃO DE GALINHA

Raça #6: Caipira comum

Essa é a raça mais comum pelo Brasil, sendo utilizada tanto para o corte como para
a produção de ovos. Cada ave costuma pesar até 3kg e produz em média 170 ovos
por ano.

Raça #7: Shamo

Essa é uma raça diferente com origem na Tailândia. Elas têm sido muito usadas em
rinhas de galo pelo seu tamanho avantajado. Um galo dessa espécie chega a 5kg e
cada galinha até cerca de 4kg.

Raça #8: Frango de Corte Colonial Embrapa 041

Essa é uma raça desenvolvida no Brasil pela Embrapa e tem como finalidade
principal o corte.

Cada ave é abatida após cerca de 84 dias e tem um peso médio de 2,3kg, além de
ser uma raça muito resistente e ótima para criações rústicas, uma excelente raça
para quem está começando.

A maneira de como é criado essa raça com sua composição genética deixa a carne
menos rigorosa, mais dura e muita saborosa.

As aves podem ser abatidas com 84 dias, considerado pela Embrapa o tempo ideal.
Uma alternativa de renda ideal aos pequenos produtores

Raça #9: Embrapa 051

Essa é outra raça desenvolvida no Brasil pela Embrapa, sendo considerada uma
raça semi pesada e que também tem uma boa produção de ovos.

Elas costumam botar a partir de 21 semanas e botam até ter 80 semanas, tendo um
peso médio de 1,9kg.

Raça #10: Índio Gigante

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Essa é uma raça considerada especial pela sua beleza e pelo seu tamanho, sendo
uma das raças mais procuradas por criadores nos dias de hoje. Os galos dessa
espécie chegam até 7kg e as galinhas até 5kg.

Elas são ótimas para criação tendo cuidados semelhantes aos da galinha caipira
comum.

Você Sabia? Um Frango da Raça Índio Gigante pode ser vendido entre R$ 500 até
R$ 6 mil reais.

Se cruzar o Galo Índio Gigante com as fêmeas caipira comum, funciona bem para a
finalidade do abate.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

4- MANEJO GERAL

Expectativa de Produção e Forma de Abate de Aves

Para a estabilidade do plantel de um módulo de criação de galinhas caipiras deve


ser levada em conta a mortalidade máxima aceitável de 10%, ficando o plantel assim
configurado:

 01 reprodutor com 6 a 24 meses de idade.


 12 matrizes com 6 a 24 meses de idade.
 63 a 97 pintos em fase de cria (1 a 30 dias de idade).
 60 a 92 pintos em fase de recria (31 a 60 dias de idade).
 112 a 174 frangos em fase de terminação (61 a 120 dias).

A variação no número de animais nas fases de cria, recria e terminação decorre do


tipo de sistema de produção adotado, que pode ser com incubação natural ou
artificial (chocadeira).

Na unidade modelo da Comunidade Boi Manso, o módulo de criação conduzido no


sistema de incubação natural apresentou, no período de janeiro a julho de 2002,
resultados bastante satisfatórios (Tabela 15).

Tabela 15. Evolução do plantel de aves no sistema alternativo de criação de


galinhas caipiras, no período de janeiro a julho de 2002, na Comunidade Boi Manso,
Regeneração, PI.

O monitoramento da evolução do plantel de aves é uma ferramenta extremamente


importante para se ter o controle dos fatores que podem comprometer o sucesso da
atividade. Por meio das informações coletadas e analisadas periodicamente, o

44
CRIAÇÃO DE GALINHA

criador pode gerenciar de forma mais eficiente a sua criação, visto que, encontra
meios para detectar possíveis falhas ou problemas que podem ocorrer ao longo das
diferentes etapas da criação.

Dessa forma, a fim de facilitar a coleta de informações referentes a entradas e


saídas de animais do plantel (nascimento, compra, morte, venda e consumo), bem
como, aos dados de postura e incubação, podem ser utilizadas fichas de
acompanhamento simples, conforme modelos:

Ficha 1. Modelo de ficha para controle mensal do plantel de galinhas caipiras.

Estoque Entrada Saída Estoque

inicial Nascidos Compra Morte Consumo Venda final

Categoria

Reprodutores

Matrizes

Pintos 1–30

Pintos 31–60

Frangos 61-
150

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Total geral

Ficha 2. Modelo de ficha para controle mensal de postura de galinha caipira.

CONTROLE DE POSTURA – MÊS____________/___________

Nome: ____________________________________________

Comunidade: ______________________________________

Município:__________________________________________

Dia Postos Consumidos Vendidos Perdidos Incubados

01

02

03

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CRIAÇÃO DE GALINHA

05

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CRIAÇÃO DE GALINHA

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29

30

31

TOTAL

Ficha 3. Modelo de ficha para controle mensal de incubação de galinha caipira.

CONTROLE DE INCUBAÇÃO – MÊS_____________/___________

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CRIAÇÃO DE GALINHA

Nome: ____________________________________________

Comunidade: ______________________________________

Município:__________________________________________

Incubação Ovoscopia Eclosão Ovos Ovos

Dia Mês Ovos Dia Mês Ovos Dia Mês Pintos cheios secos

01

02

03

04

05

06

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08

09

10

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12

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28

29

30

31

TOTAL

As aves prontas para o abate e destinadas à comercialização são, em sua maioria,


entregues vivas em restaurantes locais ou repassadas a terceiros (intermediários ou
consumidores finais). Mesmo assim, o abate é uma prática comum realizada pelos
agricultores, quando as aves se destinam ao consumo doméstico. Nesse caso,
devem ser observados os aspectos higiênicos adequados e os procedimentos
necessários para a obtenção de carne de boa qualidade, principalmente com relação
ao sabor, cor e textura. O abate em maior escala requer uma observação mais
criteriosa, que atenda aos requisitos da vigilância sanitária, inclusive com relação à
manipulação dos resíduos que atraem outros animais, como moscas, roedores e
alguns carnívoros, além de provocarem mau cheiro e de contaminarem o ambiente.

No período que antecede ao abate, recomenda-se deixar as aves em repouso,


suspendendo, seis horas antes, o fornecimento de alimentos sólidos a fim de evitar o
rompimento dos intestinos e a contaminação da carcaça. Deve-se também levar em
consideração a disponibilidade de água, a limpeza do local e dos instrumentos que

53
CRIAÇÃO DE GALINHA

serão utilizados na escaldagem, depenação e corte das aves, bem como, o uso de
utensílios adequados para recepção de sangue, vísceras, penas e rejeitos.

A fim de reduzir o sofrimento e a dor da ave durante a sangria, recomenda-se


realizar a dessensibilização, que pode ser obtida pelo desnucamento ou pela
perfuração da base da nuca. Nesse processo é importante a contenção adequada
da ave, para que não ocorram fraturas ou mesmo contusões que comprometam a
qualidade da carcaça, além de facilitar a sangria. A sangria completa melhora a
tonalidade da carne e possibilita a sua melhor conservação.

Para a depenação das aves, recomenda-se que a água esteja a uma temperatura de
65ºC, na qual a ave deve ser imersa por aproximadamente cinco minutos. Esta
operação permite a retirada total das penas e pele das pernas e pés, sem causar
danos à carcaça.

Após a depenação, a carcaça deverá ser lavada em água corrente, quando estará
pronta para ser cortada e ter suas vísceras retiradas. O primeiro corte deve ser feito
no final do pescoço, possibilitando a extração do papo e esôfago. Um outro corte na
região da cloaca, permite a retirada das vísceras (moela, fígado, intestinos e outros).
Cuidados especiais são necessários para manter a integridade de órgãos que
contenham alimentos e fezes. Após essa operação, realiza-se uma nova lavagem da
carcaça, tanto externa como internamente em água corrente, deixando-a escorrer
por 15 minutos.

Para acondicionamento e armazenagem das carcaças, recomenda-se a utilização


de sacos plásticos que permitam acomodá-las com suas respectivas vísceras. Para
armazenar o produto por períodos inferiores a 48 horas pode-se refrigerar a carne a
uma temperatura de 2 a 8ºC. Para períodos maiores, por sua vez, há a necessidade
de se manter os refrigeradores a temperaturas de 10ºC, não devendo ficar
armazenado por um período superior a 90 dias.

Em termos de comercialização de produtos oriundos da atividade agrícola familiar, é


muito importante que os agricultores estejam organizados em associações
comunitárias. Tal fato não só permite a redução dos custos operacionais com mão-

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CRIAÇÃO DE GALINHA

de-obra e transporte, como também, a manutenção de uma oferta regular,


escalonada e competitiva dos produtos. Além disso, a adoção de todos os cuidados
recomendados tanto na criação, como no abate das aves, permite que o produto
final atenda às exigências do consumidor facilitando a obtenção de marcas
comerciais que possibilitem a sua venda em outros locais.

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CRIAÇÃO DE GALINHA

REFERÊNCIAS

https://www.portalagropecuario.com.br/avicultura/principais-sistemas-de-criacao-de-
frango-e-galinha-caipiras/>acesso em 01/07/2020

http://www.ceplac.gov.br/radar/semfaz/aves.htm>acesso em 01/07/2020

https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Ave/SistemaAlternativo
CriacaoGalinhaCaipira/Instalacoesequipamentos.htm>acesso em 01/07/2020

https://www.criargalinha.com.br/manejo/racas-de-galinhas/>acesso em 01/07/2020

https://blog.lojadasracoes.com.br/as-10-melhores-racas-de-galinha-para-
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https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/AgriculturaFamiliar/Regi
aoMeioNorteBrasil/GalinhaCaipira/manejoprodutivo.htm>acesso em 01/07/2020

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