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13/04/2023, 13:39 Sistemas de Produção de Frangos de Corte

Aves Sistemas de Produção de Frangos de Corte

Sumário

Introdução Dados Sistema de Produção


Importância econômica
Manejo ambiental
Embrapa Suínos e Aves
Saúde
Sistema de Produção, 1
Instalações
ISSN 1678-8850 1
Material genético
Nutrição e alimentação Versão Eletrônica
Manejo da produção May/2016
Referências bibliográficas
Glossário

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Sistemas de Produção de Frangos de Corte


Obs.: Conteúdo publicado em 2003, e migrado para este site sem alterações.

Introdução

O presente sistema de produção está direcionado para a criação de frangos de corte confinado em aviários
não climatizados. O sistema foi desenvolvido visando sua utilização em aviários a partir de 50 metros até
100 metros de comprimento e 10 a 12 metros de largura, podendo alojar em torno de 12 frangos/m2.
Todavia é possível sua utilização em aviários menores. A densidade de alojamento pode variar de acordo
com a estação do ano, clima da região, condições de ambiência interna do aviário e idade do abate.

A produção de frangos deve respeitar os princípios de biosseguridade entre os quais a prática de alojamento
“todos dentro todos fora” (all-in all-out), em que as instalações são ocupadas por aves do mesmo lote no
momento do alojamento e desocupada totalmente no momento do abate. Essa prática permite a higienização
do aviário e o respectivo vazio que deve antecipar a entrada do próximo lote. Nesse período se recomenda
ainda a recuperação das instalações e dos equipamentos. Se as recomendações sugeridas forem aplicadas é
possível em sistema misto de criação(macho + fêmeas), obter frangos aos 42 dias de idade com peso vivo de
2.400g, conversão alimentar de 1,82 e índice médio de eficiência produtiva de 300. Muitos conceitos
definidos neste material podem ser utilizados em outros sistemas de produção de aves, mas apresentam
peculiaridades que merecem e devem ser tratados separadamente.

Autores deste tópico:Ademir Francisco Girotto,Claudio Bellaver,Doralice Pedroso de Paiva,Elsio Antonio


Pereira de Figueiredo,Fatima Regina Ferreira Jaenisch,Julio Cesar Pascale Palhares,Paulo Giovanni de
Abreu,Valdir Silveira de Avila,Valéria Maria Nascimento Abreu

Importância econômica

Aspéctos da produção, exportação, consumo e custos de produção e implantação de aviários

Desde o inicio da produção de frangos de corte no Brasil, a cadeia produtiva deste produto modernizou-se e
continua buscando formas de melhorar ainda mais o desempenho do setor, devido à necessidade de redução
de custos e aumento de produtividade, tentando com isso não perder competitividade em nível mundial,
como conseqüência, tem sido uma das mais organizadas do pais, destacando-se das demais pelos resultados
alcançados não só em produtividade, volume de abate, como também no desempenho econômico, onde têm
contribuído de forma significativa para a economia do pais.

Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura constitui-se na atividade mais dinâmica. O


desenvolvimento dessa atividade ocorreu a partir do final da década de 50, nos Estados do Sudeste,
principalmente, em São Paulo. Posteriormente, na década de 70, período em que houve profunda
reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade se deslocou para a região Sul

O Brasil tem sido competente tanto na produção como na conquista do mercado exterior. Exportar tem sido
uma prioridade para o país, que em 2001 ultrapassou a barreira do bilhão de dólares com as exportações.

No que se refere ao mercado consumidor interno, o brasileiro tem mudado seu hábito de consumo de carnes,
passando de um país preponderantemente consumidor de carne bovina para consumidor da carne de frango.
A qualidade, imagem de produto saudável e preços acessíveis auxiliaram a conquista dessa posição. A
evolução do consumo per capita demonstra esse excelente desempenho.

O sistema manual não apresenta custo de produção com grandes diferenças dos demais. De forma que, em
melhorando os coeficientes técnicos, este sistema, também chamado de tradicional, pode sim apresentar
competitividade perante os outros dois, que demandam mais capital em instalações e equipamentos.

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No entanto, o perfil dos integrados do futuro tende para produtores maiores, mais capitalizados e, enfim,
mais preparados para continuar no mercado.

Essas tecnologias exigem para seu desempenho máximo, melhor qualificação dos produtores e também
maior volume de capital dado ao elevado custo de implantação. Tais investimentos têm possibilitado
vantagens em termos de resultados econômicos para os primeiros adotantes, porém, poucos produtores terão
acesso a estas novas tecnologias, devido aos altos custos financeiros atualmente cobrados pelos
empréstimos.

Investimentos na produção de frangos de corte, normalmente são de baixo risco e remuneração e, por isso,
caracterizam-se como investimentos de longo-prazo. Produtores que obtiverem bons coeficientes técnicos,
mesmo com sistemas manuais, serão bem remunerados, porém, aqueles que apresentam escassez de mão-
de-obra, ou regiões onde sua remuneração é alta, ganharão com a adoção de sistemas automáticos ou
climatizados.

Abate

Tabela 1. Abate de frangos no Brasil com Inspeção Federal - 2.001.

Participação %
Estados Aves
SIF Total
Paraná 671.998.690 23,816 19,485
Santa Catarina 642.931.458 22,786 18,642
Rio Grande do Sul 548.395.560 19,436 15,901
São Paulo 426.318.711 15,109 12,361
Minas Gerais 205.631.274 7,288 5,962
Mato Grosso do
110.906.331 3,931 3,216
Sul
Sub – Total 2.606.182.024 92,366 75,567
Outros c/ SIF 215.400.164 7,634 6,245
Total c/ SIF 2.821.582.188 100,00 81,812
Sem SIF 627.270.007 18,188
Total Geral 3.448.852.195 100,00

Fonte: Uba - Relatório Anual 2001.

Exportações

Tabela 2. Carne de frango - Exportação por destino - 2001- Em toneladas líquidas.

Destino Inteiro Cortes TotalFonte: UBA - Relatório Anual 2001.


Oriente
422.866 29.873 452.739
Médio Evolução do consumo
Europa 73.763 269.486 343.248
Asia 20.127 276.508 296.635Tabela 3. Evolução do consumo per capita de Carne de
Africa 18.742 32.163 50.904Frango - 1970 a 2002.
América
7.421 19.310 26.731
Central Ano Frango(Kg/hab.)
América do 1970 2,4
18.253 4.658 22.822
Sul 1975 5,48
Outros 19.051 37.157 56.208 1980 8,9
Total 580.223 669.065 1.249.288 1985 9,4
Valor em 1990 14,2
1.333.800.109(FOB)
US$ 1995 23,3
2000 29,9
2001 31,8
2002 31,9*
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Fonte: UBA - Relatório Anual 2001 (*) Estimativa.

Custo de produção

Tabela 4. Custo de Produção do frango vivo posto na plataforma de abate para os sistemas manual e
automático, setembro/2002.

Itens de custo Manual Automático


Depreciação - Instalações 203,73 203,73
Depreciação - Equipamentos
. Cortina 66,46 99,49
. Demais Equipamentos 145,83 346,83
Remuneração do capital 216,90 312,00
Manutenção e reparos 34,42 100,54
Seguro 12,05 17,59
Cama 332,62 356,12
Pintos 4.756,46 5.107,58
Ração 14.984,75 16.678,95
Calefação
.Gás 600,00 1.008,00
.Lenha 86,11 -
Energia elétrica 25,67 95,67
Desinfetantes, inseticidas e raticidas 79,48 79,48
Mão-de-obra do integrado 563,77 341,63
Equipe de carregamento 160,00 160,00
Assitência técnica 57,65 57,65
Transportes 986,48 1.101,98
Funrural 42,50 55,00
Custo total / lote 23.354,88 26.122,24
Custo Total / Kg 1,2306 1,2025

Fonte: Dados de pesquisa.

Custo de implantação

Tabela 5. Custo de implantação dos aviários em cada sistema, setembro/2002.

Componentes Manual Automático


Instalações 35.356,67 35.356,67
Equipamentos
. Bebedouro Pendular 1.275,00
. Comedouro Pendular 2.592,00
. Nipple com 4 linhas - 8.800,00
. Nipple com 5 linhas - -
. Campânulas 3.920,00 4.200,00
. Tuboflex com silo 3 linhas - 14.000,00
. Tuboflex com silo 4 linhas - -
. Sist/Resf/Adiabático - -
. Cortinas 2.160,00 2.160,00
. Ventiladores 1.092,00 2.184,00
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. Botijões de gás 600,00 900,00


Total equipamentos 11.639,00 32.244,00
Total 46.995,67 67.600,67

Fonte: Pesquisa de campo.

Autores deste tópico:Ademir Francisco Girotto,Valdir Silveira de Avila

Manejo ambiental

Aspectos Agro e Zooecológicos

A cadeia de produção avícola nacional constituí-se no setor pecuário com maior índice de industrialização.
As questões ambientais relacionadas a essa atividade tomam uma importância ainda maior, devido aos
vários atores desta cadeia exigirem um desenvolvimento produtivo com qualidade nutricional e ambiental,
principalmente, os consumidores.

Essas questões ambientais, as quais até um passado recente, não eram consideradas pelos produtores rurais
no manejo de sua unidade produtiva, a partir desse momento, passam a ser parte integrante do manejo
cotidiano. Com isso, antes da própria implantação da atividade, algumas exigências devem ser
contempladas para que a criação não seja uma fonte geradora de poluição. Essas exigências compreendem:

a. realizar um estudo preciso das características zootécnicas, hídricas, edafo-climáticas, sociais e


econômicas da criação;
b. identificar os resíduos gerados pela atividade, isso possibilitará o perfeito manejo dos resíduos e
dimensionamento do sistema de tratamento;
c. determinar a capacidade suporte dos recursos naturais em receber os resíduos, com o estabelecimento
de indicadores ambientais para monitorar a atividade;
d. identificar outras cadeias produtivas que poderão consorciar-se com a avicultura;
e. detectar áreas ambientalmente sensíveis na propriedade e no seu entorno;
f. ter conhecimento das principais disfunções que os resíduos podem causar ao homem e animais com
levantamento dos primeiros sintomas e socorros necessários;
g. estabelecer um programa de gerenciamento ambiental considerando, não só, a unidade produtiva, mas
também, a bacia hidrográfica que esta se insere. Quando ocorrer uma expansão da criação, estes
parâmetros devem ser novamente considerados antes da execução desta expansão.

Sendo esse diagnóstico inicial positivo quanto as questões ambientais, ou seja, a implantação da atividade
não irá causar danos ao meio ambiente. Um Plano de Gestão Ambiental deve ser delineado para ser aplicado
após a implantação da atividade. Nesse deve-se caracterizar a severidade e probabilidade dos riscos
ambientais e dispor de um plano de ação para o caso de ocorrer algum problema. No plano os seguintes
tópicos devem ser considerados:

1. Caracterização dos resíduos produzidos: os resíduos produzidos pela avicultura de corte compreendem a
cama de aviário e as carcaças de animais mortos. A cama é constituída das excretas das aves, material
absorvente (que pode ser, maravalha, serragem, sabugo de milho triturado, capins e restos de culturas),
penas, restos de alimento e secreções Para um correto manejo deste resíduo é necessário que se conheça sua
composição, o ideal é a realização de uma análise da cama para que o manejo seja feito com maior precisão.
A quantidade de carcaças geradas irá depender da eficiência produtiva da criação, assim, quanto melhor o
manejo, menores serão os índices de mortalidade e consequentemente uma menor quantidade desse resíduo
será gerada.

2. Mitigação dos impactos ambientais: a melhor forma para não se causar a depreciação dos recursos
naturais é através da aplicação de Boas Práticas de Produção as quais compreendem atitudes que os
produtores devem ter para atingir a sustentabilidade da produção.

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3. Aproveitamento dos resíduos: a cama pode ser aproveitada como fonte de nutrientes para as culturas
vegetais após sofrer uma compostagem ou biodigestão, sendo os produtos destes processos o composto ou
biofertilizante, respectivamente. As carcaças devem sofrer um processo de tratamento, sendo o mais correto,
ambientalmente, a compostagem, mas o composto oriundo destes resíduos só deve ser aproveitado para a
adubação de culturas florestais e jardinagem devido a questões sanitárias. Independente do tipo de substrato
que se tenha, sua aplicação no solo deve respeitar condições básicas para que não ocorra poluição ambiental
ou coloque em risco a saúde humana e animal. Isto envolve um Balanço de Nutrientes onde as
características dos solos, culturas e resíduos são consideradas em conjunto.

4. Tratamento dos resíduos: os dois sistemas utilizados para o tratamento dos resíduos avícolas são a
compostagem e a biodigestão anaeróbia. Em ambos ocorre a geração de produtos que devem ser
aproveitados a fim de viabilizar ambientalmente a criação. Os produtos são o composto e o biofertilizante,
utilizados como fonte de nutrientes para as culturas, e o biogás utilizado como fonte de energia térmica para
iluminação, aquecimento e movimentação de equipamentos e máquinas. A cama também pode gerar energia
através de sua combustão, mas esta não é aconselhável pelos danos à atmosfera, pela emissão de gases e,
devido ao custo dos incineradores.

5. Segurança humana e ambiental: essas atitudes possibilitarão a manutenção da qualidade de vida do


produtor e a saúde do meio ambiente e do rebanho. Inclui-se também a minimização da produção de
espécies nocivas, como a criação de moscas,cascudinhos e roedores, ocasionada pelo mau manejo dos
resíduos e entulhos.

6. Outras considerações: devido a promulgação da Instrução Normativa nº 15, de 17 de julho de 2001 (DOU
de 18-7-01) que, no 2º artigo, proíbe em todo território nacional a produção e a comercialização de cama de
aviário para a alimentação de ruminantes. Esse tema não será considerado.

7. Racionalização do uso de recursos naturais e insumos: sendo a avicultura altamente dependente de


recursos naturais como água e solo e, insumos, principalmente, ração e energia elétrica. O uso racional
destes irá proporcionar uma longevidade produtiva à criação e vantagens econômicas a serem refletidas no
custo de produção.

Resíduos

os resíduos devem ser armazenados e tratados em instalações apropriadas e perfeitamente


dimensionadas a fim de atender os princípios legais e anular os riscos de contaminação ambiental;
antes do aproveitamento dos resíduos como adubo para o solo deve ser realizada uma análise
econômica do custo do transporte até o local de uso;
há três razões para se mudar o sistema de manejo de resíduos: limitação de mão-de-obra e capital,
ampliação do plantel de animais e alteração nos padrões legais de poluição. Considerando isto as
seguintes perguntas devem ser feitas para opção de um novo sistema: o sistema é economicamente e
operacionalmente viável, se adapta às condições da propriedade, à geração de resíduos, bem como,
seu valor poluente irá ser alterado e qual a influência do novo sistema nas atividades a ele
relacionadas.
Três métodos podem ser utilizados para se analisar a composição dos resíduos em nutrientes: análise
laboratorial; uso de tabelas, com concentrações de nutrientes estipuladas de acordo com pesquisas
realizadas, e com base no consumo de ração e capacidade de absorção dos nutrientes pelos animais. O
melhor método é o de análise laboratorial, mas a utilização deste depende do custo e da
disponibilidade de um laboratório de análises próximo a propriedade. As concentrações referenciadas
em tabelas (Tabelas 1 e 2) foram estipuladas a partir de uma realidade que nem sempre é a mesma do
ambiente do resíduo gerado, com isso, erros podem ocorrer. Cálculos baseados no consumo de ração e
capacidade de absorção muitas vezes utilizam-se de médias, as quais podem não ser aquelas do
plantel que está sendo manejado e gerará o resíduo.

Análise da Cama

Tabela 1. Quantidade de cama produzida por mil cabeças de frango.

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Umidade Produção de cama por mil


Idade (dias)
(%) cabeças(tonelada)
Frango de Corte¹ 20 42-49 2,0
1seis lotes por ano sobre cama de Pinus ou casca de amendoim.

Fonte: Micthell Jr et al. (1991)

Tabela 2. Composição média de amostras de cama de aviário.

Cama de aviário¹ Excreta²


Nutrientes (MS) Média Amplitude Média
Umidade, % 21,9 10,1 - 43,4 7,7
NDT,% 50,0 36 - 64 -
Proteína Bruta, % 27,9 15,0 - 41,5 25,3
Proteína indisponível, % 4,1 1,40 - 13,2 -
Proteína pura - - 12,6
N não protéico (N*6,25) - - 12,7
Ácido úrico - - 6,4
Extrato etéreo - - 2,8
Fibra bruta 23,6 11 - 52 12,7
Alumínio, ppm 3957 684 -9919 -
Cinzas, % 30,4 14,4 - 69,2 29,7
Cálcio, % 3,0 1,1 - 8,1 7,0
Cobre, ppm 557 52 - 1306 60
Ferro, ppm 2377 529 - 12604 1465
Magnésio, ppm 0,6 0,27 - 1,75 0,5
Manganês, ppm 348 125 - 667 1670
Fósforo, % 2,1 1,0 - 5,3 2,2
Potássio, % 3,0 1,0 - 4,7 1,9
Sódio, ppm 8200 3278 - 14344 -
Enxofre, % 0,5 0,22 - 0,83 -
Zinco, ppm 484 160 - 1422 485

¹ Adaptado de Daniel e Olson (2001) com base em 192 amostras dos EUA.

² Excreta = esterco mais urina das aves; são médias para excretas desidratadas de aves oriundas de amostras
do Canadá, EUA, Reino Unido e Países Baixos.

Fonte: Payne & Donald (1991)

Boas práticas de produção em avicultura

Considerando os recursos naturais as BPPs compreendem:

Água;
Solo;
Ar.

Água

A água para utilização na avicultura só poderá ser extraída de fontes sustentáveis e que a forneçam em
condições ideais de qualidade e quantidade. Estas fontes devem estar protegidas de cargas poluidoras e do
acesso de pessoas e animais. Se a água for proveniente do subsolo, deve-se compatibilizar o consumo com o
potencial de recarga.

Deve-se solicitar permissão das autoridades competentes para a utilização da água da criação.

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Análises prévias da disponibilidade e qualidade da água devem ser realizadas para manutenção da
sustentabilidade do sistema ao longo do tempo. Após a implantação, realizar análises semestrais da
qualidade físico-químico-biológica da água de dessedentação.

Estabelecer um correto sistema de drenagem na propriedade, principalmente, nas áreas adjacentes aos
sistemas de armazenamento e tratamento de resíduos. A formação de charcos ou alagamentos atraem
animais silvestres, podendo-se tornar focos de contaminação, promovem a perda de nutrientes por lixiviação
e salinização do solo.

Otimizar o consumo de água através de programas de reutilização das águas pluviais, em usos como
higienização de instalações.

Solo

Identificar os tipos de solos existentes na propriedade através do seu perfil e anáises de fertilidade anuais.
Tais informações são essenciais para a elaboração do plano de uso dos resíduos como fertilizante.

Avaliar os riscos de poluição ambiental existentes para o aproveitamento dos resíduos no solo levando-se
em conta o uso anterior, a aplicação de outros fertilizantes químicos ou orgânicos, as características do solo,
o tipo de cultura a ser implantada e o impacto do cultivo em áreas adjacentes.

A aplicação de resíduos deve ser realizada seguindo-se um plano de manejo de nutrientes, considerando-se a
quantidade de nutrientes no resíduo e no solo e a exigência da cultura

Quando se utilizar fertilizantes químicos deve-se considerar o aporte de matéria orgânica nos cálculos das
necessidades e freqüências de fertilização.

Devem ser otimizadas as formas de transporte e aplicação de resíduos no solo a fim de se evitar as perdas de
nutrientes por escoamento superficial e percolação, com isto a freqüência, quantidade e época de aplicação
devem ser consideradas em conjunto.

A distribuição dos resíduos no solo deve ser feita de forma uniforme pois a aplicação em camadas desiguais
e espessas, onde as moscas podem efetuar a postura, podem desenvolver uma nova geração de moscas no
campo, quando ocorrem chuvas freqüentes.

Os resíduos não devem ser aplicados quando existir probabilidade de chuvas nos próximos três dias e/ou
não seja possível sua imediata incorporação ao solo.

Quando a área destinada ao aproveitamento estiver exposta ao recebimento de águas de zonas adjacentes,
deve-se proceder análises do solo após as estações chuvosas para identificação de possíveis mudanças nas
suas características.

Registrar o local e dimensões das áreas ocupadas com cada cultivo com seu respectivo manejo; quantidade,
freqüência, forma de disposição e tipo de adubo utilizado e cronograma de aplicação de adubos e
fertilizantes.

Quando se utilizar área de terceiros para o aproveitamento dos resíduos no solo, os mesmos diagnósticos e
práticas devem ser considerados.

Ar

No manejos dos resíduos deve-se considerar a distribuição dos ventos dominantes no local, sendo que estes
não se dirijam dos pontos de manipulação dos resíduos para áreas onde ocorram concentrações humanas.

Os resíduos deverão ser aplicados no solo quando os ventos estejam previstos para soprarem para
longe de áreas sensíveis.
A aplicação de resíduos no solo não deve ser feita nos finais de semana.

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Monitorar as emissões e concentrações de gases prejudiciais a saúde humana e animal presentes nas
instalações animais, sistemas de armazenamento e tratamento e durante a aplicação no solo. objetivo
do manejo de resíduos é conservar as características do meio ambiente, contudo para ser adotado,
deve ser de fácil operação e custos compatíveis com as condições dos avicultores;

Balanço de nutrientes

O conceito de Balanço de Nutrientes considera que só deve ser aplicado ao solo as quantidades de nutrientes
a serem extraídas pela cultura subsequente, o excesso poderá causar danos ambientais ao solo, água e ar;
fitotoxidade das culturas; mortalidade dos elementos da fauna; proliferação de insetos, vermes e roedores;
desenvolvimento de doenças em humanos e animais e possível deterioração da qualidade dos produtos
agrícolas produzidos a partir do solo que recebeu o resíduo. Um forma de diminuir os desequilíbrios entre a
proporção de nutrientes nas camas e a capacidade de extração das plantas, é o correto manejo nutricional do
plantel, reduzindo-se as quantidades de matéria orgânica e de nutrientes excretados, especialmente os
micronutrientes.

Para diminuir o impacto ambiental do aproveitamento deve-se: evitar o excesso de nutrientes nas rações,
principalmente, de N, P, Cu e Zn; tratar os resíduos para inativar os organismos patogênicos; limitar a
quantidade de nutrientes à capacidade de extração das plantas em cada solo; analisar, periodicamente, o solo
e as águas superficiais e subterrâneas para detectar sua eventual poluição e contaminação; acompanhar o
desenvolvimento das plantas para detectar eventuais anomalias e utilizar espécies de plantas com alta e
seletiva capacidade de extração de nutrientes, para a remoção daqueles já excedentes no solo.

Compostagem

O manejo da compostagem é feito colocando no piso revestido da composteira, 30 cm de uma fonte de


carbono que também permite a aeração das carcaças, podendo ser: maravalha nova, palhada de qualquer
cultura ou cama de aviário. Adicionar uma camada de carcaças, deixando um espaço de 15 cm entre as aves
e as paredes, sem amontoar as aves. Rodear as carcaças com o material aerador até quase cobri-las.
Acrescentar água na proporção de um terço do peso das aves (para cada 10 kg de aves acrescentar 3 litros de
água). Cobrir com uma camada de 15 a 20cm de material aerador seco. Continuar colocando as carcaças
rodeadas pelo material aerador, acrescentando água e cobrindo com nova camada de material aerador até
atingir 1,50 m de altura. Fecha-se a pilha acrescentando uma camada espessa de material aerador seco e
deixando fermentar, no caso de frangos de corte, por 10 dias. A fermentação diminui o volume das carcaças
permitindo que se trabalhe até 600kg de carcaças em uma câmara de 2x2x2m, com altura da pilha de 1,50m.
Após os 10 dias pode-se retirar o composto da câmara e refazer a pilha em camadas, acrescentando água,
deixando outros 10 dias para a fermentação total dos resíduos. Após esse prazo o material pode ser utilizado
como adubo ou ser mais uma vez utilizado como material aerador na formação das novas pilhas.

Biodigestão anaeróbia

A biodigestão anaeróbia é um processo de tratamento que ocorre dentro de biodigestores, sendo dependente
de uma série de condições físicas, químicas e microbiológicas para ser realmente eficiente. Como a cama de
aviário tem sua geração de forma periódica, o tipo de biodigestor mais adaptado a esta é o denominado
Biodigestor Batelada.

O manejo cotidiano deste tipo de biodigestor é muito simples não demandando elevada mão de obra para
realiza-lo, mas a qualidade deste manejo, entendida como o conhecimento que o produtor tem sobre o
sistema e o processo, é fundamental para que o resíduo seja realmente tratado.

Segurança humana e ambiental

Ao menos um integrante e/ou assessor técnico da propriedade deve estar de posse de título/certificado que o
reconheça como apto à desenvolver a atividade avícola. Atividades técnicas que permeiem a avicultura e
estejam além do conhecimento técnico dos integrantes do sistema devem ser equacionadas com o auxílio de
profissionais reconhecidos.

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O produtor deve considerar como pode ajudar a melhorar as condições ambientais no entorno de onde
desenvolve sua atividade de maneira que beneficie a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade

O produtor deve ter conhecimento de toda legislação referente a sua atividade, principalmente, aquela
relacionada a conservação dos recursos naturais. E dispor de uma lista de telefones úteis como laboratórios
de análises, órgãos de pesquisa, ambientais, de extensão e fiscalização.

As áreas ao redor dos sistemas de tratamento e armazenamento de resíduos devem estar protegidas do
trânsito de pessoas e animais, bem como, de eventuais acidentes que possam ocorrer, devendo possuir
sinais/cartazes permanentes e legíveis nos quais estejam identificados seus potenciais riscos a saúde e ao
meio ambiente.

A mão de obra deve utilizar vestimentas e equipamentos adequados ao manejo de resíduos. Sendo que as
pessoas que manejam os sistemas de armazenamento e tratamento de resíduos devem passar por exames de
saúde anuais.

A maquinaria utilizada no manejo dos resíduos deve ser mantida em boas condições considerando-se,
principalmente, sua manutenção e calibração.

Antes do manejo dos resíduos os vizinhos das áreas próximas devem ser notificados da operação

Manter documentação referente a utilização do uso de antibióticos e outros, catalogando o princípio ativo,
forma de utilização, data, período, quantidade, motivo, pessoa que faz a aplicação, fonte de recomendação,
respeito ao tempo de carência, se a diluição está sendo feita considerando-se o número de cabeças e, ainda,
descarte dos frascos.

Os recursos humanos envolvidos na manipulação e aplicação de medicamentos e outros devem estar


devidamente capacitados para isto.

A biodigestão anaeróbia é um processo de tratamento que ocorre dentro de biodigestores, sendo dependente
de uma série de condições físicas, químicas e microbiológicas para ser realmente eficiente. Como a cama de
aviário tem sua geração de forma periódica, o tipo de biodigestor mais adaptado a esta é o denominado
Biodigestor Batelada.

O manejo cotidiano deste tipo de biodigestor é muito simples não demandando elevada mão de obra para
realiza-lo, mas a qualidade deste manejo, entendida como o conhecimento que o produtor tem sobre o
sistema e o processo, é fundamental para que o resíduo seja realmente tratado.

Moscas

Os cuidados com o controle de moscas devem ser constantes, pois a produção excessiva desses insetos
pode causar, além de prejuízos para o próprio avicultor, pela transmissão de doenças, baixa produção dos
operários pelo contínuo incômodo, também, prejuízo e incômodo aos vizinhos, ocasionando reclamações e
demandas.

As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 120 ovos,
durante seu curto período de vida (de 25 a 45 dias). Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24 horas
e o desenvolvimento até o adulto ocorre em 8 a 12 dias. Para nutrição das larvas, no caso da mosca
doméstica, é necessário cerca de um grama de esterco. Existe um grande potencial de criação de moscas em
uma cama de aviário exposta no ambiente sem os cuidados devidos. Se for permitido o nascimento de uma
grande quantidade de moscas, após a tomada de medidas de controle mecânico, a população de adultos só
será eliminada após o tempo de vida desses insetos, de 20 a 45 dias, ou com uso de produtos químicos.

Medidas de controle mecânico:

A criação de moscas pode ser evitada pela compostagem de cama e dos cascões de esterco úmido, além das
carcaças. Amontoar a cama retirada do aviário e os cascões, até 1,50m de altura, mantendo o material
coberto com lona plástica ou isolados com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45 dias (quando
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estiver muito seca deve-se umedecer). Nesse período ocorrerá a fermentação com elevação da temperatura e
destruição das larvas e os resíduos estarão prontos para serem usados como adubo.

Medidas de controle biológico:

Em avicultura de corte as próprias aves fazem o controle biológico das moscas dentro do galpão. O
problema de criação de moscas ocorre quando a cama/cascões é retirada e amontoada sem os cuidados
devidos. Nesse caso os predadores naturais (tesourinhas, ácaros) ajudam a destruir parte das larvas que se
criam após o umedecimento dos resíduos pela chuva.

Medidas de controle químico:

No controle químico, o uso de produtos adulticidas (que matam moscas adultas) deve se limitar a aplicações
nos locais onde a presença de moscas é totalmente indesejável, pois o efeito desse método de controle é
temporário. Os adulticidas não devem ser aplicados sobre a cama ou os cascões por causarem a morte de
predadores, desequilibrando ainda mais esse sistema.

As aves mortas podem ser um foco de produção de moscas varejeiras. Para evitar esse problema, as
carcaças também devem ser trabalhadas em compostagem ou em fossas; o adubo obtido pela compostagem
das carcaças só deve ser utilizado em áreas de reflorestamento e de jardinagem.

O uso de fossa depende da profundidade do solo da propriedade e de licença do órgão de meio ambiente.
Na fossa não se usam desinfetantes por prejudicarem o processo de decomposição por destruição das
bactérias e fungos que atuam sobre as carcaças e, enquanto estiverem ativos os desinfetantes, o processo de
decomposição ficará parado retardando a reutilização e em conseqüência novas fossas terão que ser abertas.
O controle dos maus odores pode ser feito com o uso de tampa de zinco galvanizado com canaleta de
isolamento, contendo óleo queimado.

Cascudinhos e Roedores

Para reduzir a população de cascudinhos pela compostagem da cama dentro do galpão, entre os lotes, é
necessário abrir espaço para os círculos de proteção e amontoar o restante da cama em pilhas ou em leiras
de até 1,50m de altura no período da manutenção do círculo. Espalhar a cama compostada na véspera da
retirada do círculo. Usar inseticida somente se a população de cascudinhos crescer a ponto de se visualizar
os insetos na cama entre os comedouros (e não só debaixo deles) o que indica alta infestação. Aplicar o
produto indicado pelo técnico, no intervalo entre lotes, como parte das ações de limpeza e desinfeção do
galpão, aplicando o mesmo tão logo tenham sido retiradas as aves e suspensos os comedouros, evitando a
dispersão dos insetos para outros galpões, tratando-se as áreas junto às paredes, colunas, depósito de ração,
etc

Os roedores devem ser controlados por meio de limpeza dos arredores dos galpões com a retirada de
entulhos, manutenção da vegetação rasteira e pela organização constante do ambiente, em especial da área
de manutenção da ração, além do uso de raticidas com acompanhamento técnico.

Autores deste tópico:Julio Cesar Pascale Palhares

Saúde

Saúde dos frangos

Garantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das aves, tanto o potencial
genético quanto o aproveitamento nutricional sejam expressos na sua totalidade. Para a obtenção de um
desenvolvimento competitivo, devem ser adotadas medidas que possibilitem a identificação e redução de
riscos à saúde das aves e por conseguinte a do homem. Tais medidas baseiam-se nas boas práticas de
produção, dando condições de rastreabilidade dos insumos e dos procedimentos adotados durante todo o
ciclo produtivo.

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O programa de biosseguridade é uma ferramenta indispensável para proteger a saúde dos plantéis reduzindo
os riscos de contaminação através de ações preventivas que agreguem qualidade ao produto final e
restrinjam os custos de produção. O sucesso do programa está diretamente relacionado com o grau de
conscientização e a adesão de todos os funcionários à filosofia, princípios e normas que regem a
biosseguridade

Nesse programa são determinadas normas de procedimentos quanto a localização do aviário, a aquisição
dos pintos, o manejo sanitário durante o período de produção, incluindo o sistema de criação, critérios de
acesso ao aviário, a limpeza diária e a higienização desse após a retirada dos frangos. A imunização dos
frangos é feita através da vacinação contra as principais enfermidades, atendendo às condições endêmicas
regionais, desde que esteja em conformidade com as recomendações dos órgãos oficiais. Aspectos
importantes como a qualidade microbiológica da água e das rações fornecidas às aves e o correto destino
das carcaças também são considerados.

O Brasil, grande produtor e exportador de frangos, freqüentemente é solicitado a demonstrar a qualidade da


saúde dos plantéis, o que demanda constante adequação do setor produtivo á programas que preservem a
saúde na avicultura. A ocorrência de uma doença grave pode ser utilizada como barreira nas exportações e
inviabilizar à produção nas regiões adjacentes ao foco. A adoção de programas de biosseguridade se reflete
nos vários níveis do setor produtivo. Cada programa individual de biosseguridade colabora para o
fortalecimento e controle da saúde do setor avícola que invariavelmente depende da participação e o esforço
de todos os segmentos.

Programa de Biosseguridade

O Programa de Biosseguridade é composto por um conjunto de medidas e procedimentos de cuidados com


a saúde do plantel aplicados em todas as etapas da criação, em interação com os diversos setores que
compõem o sistema produtivo. Tem como objetivos, diminuir o risco de infecções, aumentar o controle de
higidez nos plantéis, minimizar a contaminação do ecossistema e resguardar a saúde do consumidor final do
produto. A adoção dos procedimentos para a implantação do programa requer um elevado grau de
concientização de todas as pessoas envolvidas no processo de produção, uma vez que pequenos detalhes
são importantes para o sucesso no controle da saúde do plantel. Dentre os principais fatores a considerar,
destacam-se:

cuidados na aquisição dos pintos;


cuidados na localização da granja;
acesso e fluxo do trânsito na granja;
cuidados com a ração e a água;
procedimentos de manejo sanitário;
vacinação;
higienização;
destino das carcaças descartadas.

A ocorrência de uma enfermidade compromete o desempenho do lote e, em determinadas situações,


inviabiliza a comercialização dos produtos avícolas tanto em âmbito nacional como internacional.

No Brasil contamos com o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), coordenado pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que estabelece os procedimentos de produção e
comercialização dos produtos avícolas.

O programa de biosseguridade de uma granja deve ser orientado pelo médico veterinário responsável pelo
plantél, com base no PNSA e em concordância com os órgãos oficiais regionais. Esses cuidados são
necessários para atender aos programas de controle e erradicação de enfermidades como micoplasmose,
salmonelose e a doença de Newcastle que estão sendo executados e, atualmente encontram-se em diferentes
estágios de implantação nos estados.

Cuidados na aquisição dos pintos

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Os pintos devem ser adquiridos de incubatórios registrados no MAPA, livres das principais doenças,
especialmente micoplasmose (Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae), aspergilose e
salmonelose (Salmonella pullorum, Salmonella gallinarum, Salmonella enteritidis e Salmonella
typhimurium). Os pintos devem ser provenientes de matrizes vacinadas contra doenças como: doença de
Gumboro, bronquite infecciosa das galinhas, doença de Newcastle, encefalomielite, coriza infecciosa e
varíola aviária, capazes de transmitir imunidade à progênie

Todos os pintos devem ser vacinados ainda no incubatório, contra a doença de Marek

O transporte dos pintos do incubatório, (onde são mantidos em ambiente controlado) até o local do
alojamento deve ser realizado em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos mesmos.
Manter no aviário apenas pintos com características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo bem
cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e
sem sujidades aderidas á cloaca. Preferencialmente fazer a criação das aves separadas por sexo. Após o
alojamento dos pintos queimar imediatamente as caixas usadas no transporte.

Cuidados na localização da granja

A granja deve estar instalada em local tranquilo, circunscrita por cercas de segurança para evitar o livre
acesso. Deve estar rodeada por árvores não frutíferas as quais servem de barreira de proteção às
dependências do aviário

Na Instrução Normativa nº 04 do MAPA, estão citadas as distâncias mínimas a serem respeitadas para a
localização das granjas produtoras de frangos de corte (denominadas de estabelecimentos avícolas de
controle eventual). A recomendação da distância mínima entre granjas é de 2.000 metros. A distância
recomendada entre um aviário e outro é de no mínimo 100 metros e entre o aviário e um abatedouro, de
5.000 metros. A critério do médico veterinário oficial, responsável pela produção, essas distâncias mínimas
podem ser alteradas em função da topografia e da existência de barreiras naturais, tais como
reflorestamentos e matas naturais nas proximidades da granja

Na construção do aviário deve ser observado que as superfícies interiores dos galpões permitam limpeza e
desinfecção adequadas e que as aberturas como calhas e lanternins sejam providas de telas para evitar o
acesso de outros animais como pássaros, animais silvestres e roedores

Instalar a portaria junto à cerca que contorna a granja, em uma posição que permita controlar a circulação de
pessoas e veículos, assim como o embarque dos animais. Utilizar a portaria como único local de acesso de
pessoas à granja. Junto à portaria deve ser instalado o escritório para controlar todos os dados gerados na
granja que servirá para dar suporte administrativo. Nesse local deve existir pelo menos um banheiro para a
higiene e troca de roupas da(s) pessoa(s) que entrar(em) na granja.

Acesso e fluxo do trânsito na granja

A granja deve ser conduzida como uma empresa cujo lucro é medido pela eficiência de produção. Portanto,
devem ser reduzidos ao máximo os perigos de contágio para as aves, estabelecendo-se critérios de acesso
aos aviários e designando-se diferentes áreas dentro da granja segundo os riscos de contaminação.

A área limpa: é a área de acesso aos aviários, através da qual são feitos transportes de ração, aves e
equipamentos.

A área suja: compreende a região externa da granja e acesso de saída dos aviários, pela qual se procede
retirada de camas e demais fômites. Para evitar disseminação dos resíduos durante o transporte da carga
recomenda-se recobri-la com lonas.

O fluxo de acesso aos aviários deve ser percorrido respeitando-se os limites entre área limpa e suja. Para
tanto, considerar a idade das aves (visitar primeiro as mais jovens) e o estado sanitário dos lotes (proibir
visitas a um aviário com problemas). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o funcionário e
o veterinário responsável pela granja poderão ter acesso a ele.

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Cuidados com a ração e a água

É necessário conhecer a procedência e a qualidade tanto nutricional quanto microbiológica dos ingredientes
das rações. Uma alimentação pobre causará deficiências que consequentemente serão refletidas no
desempenho, podendo interferir na capacidade imunológica dos frangos.

A qualidade microbiológica tanto da ração quanto da água deve ser monitorada pois se contaminados, esses
são importantes veículos para a introdução de agentes patogênicos no plantél. A ração deve ser livre de
agentes patogênicos, especialmente salmonelas.

O armazenamento das rações deve ser feito em local limpo arejado, abrigado da umidade (evitando o mofo)
e sobre plataformas para facilitar a limpeza do local. A peletização contribui para reduzir a contaminação
das rações.

A água da granja deve ser captada numa caixa d´água central para posterior distribuição, precisa ser
abundante, limpa, fresca e isenta de patógenos. Deve ser monitorada para verificação das condições
químicas, físicas e microbiológicas. O tratamento da água de beber deve ser realizado quando a presença de
coliformes fecais for detectada ou quando a presença de coliformes totais estiver acima de 3/100ml. A
cloração é feita pela adição de 3 (três) ppm de Cloro (hipoclorito de sódio) na água de bebida. É importante
ressaltar que a água usada para vacinações das aves, não pode ser clorada.

Qualidade de ingredientes

Entre vários pontos criticos da formulação e fabricação de rações está a qualidade dos ingredientes. Um dos
itens mais importantes na qualidade dos ingredientes esta relacionado com a presença ou não de
micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a aflatoxina, fumonisina, zerealenona, vomitoxina e
ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas primeiras toxinas. Os elementos básicos para formação da
toxina são o substrato (ex. milho), umidade, oxigênio, tempo e temperatura. O problema será mais ou menos
severo, na dependência da presença dos fatores citados, durante as fases de pré-colheita e(ou) armazenagem
dos cereais e grãos. O milho por ser o cereal de maior percentual de uso precisa de atenção especial, visto
que são comuns os casos de presença de aflatoxina no milho. As aves de maior idade são mais resistentes
que as jovens, mas os sintomas em frangos de corte podem estar relacionados com má conversão dos
alimentos, pesos corporais mais baixos, menor proteção imunológica o que resulta em maior mortalidade,
menor pigmentação (palidez) nas aves abatidas e maior presença de hemorragias subcutâneas e
intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas.

Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade do
grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se inspecionar
o silo para possíveis entradas de umidade e repara-las, caso existam. Os silos de armazenagem devem ser
limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa de controle de insetos e
roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se multiplicarem. Recomenda-se
que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de certas regiões de minifúndio.
Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior àquele devidamente colhido, seco
e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados com micotoxinas essa não deverá ser
maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a
fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado nessas ocasiões visando fortificar e incluir
antifúngicos na ração.

Procedimentos de manejo sanitário

Recomendações:

as aves devem ser criadas no sistema “todos dentro, todos fora” ou seja, alojar em um mesmo
aviário, aves de igual procedência e idade, do alojamento ao abate;
avaliar previamente o risco de contaminação para todo e qualquer objeto que precise ser introduzido
na granja. Só faze-lo após rigorosa desinfecção

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na porta de entrada do aviário deve ser colocado um recipiente com solução desinfetante para que as
pessoa desinfetem os calçados (pedilúvios) antes de entrarem e, ao saírem do aviário. Onde houver
trânsito de veículos, utilizar o rodolúvio;
observar diariamente a limpeza dos bebedouros bem como do aviário e suas imediações, fazendo o
controle de moscas, cascudinhos e roedores;
incinerar ou enterrar as aves mortas em fossas sépticas ou utilizar compostagem;
a cama nos círculos de proteção ou na área correspondente ao pinteiro deve ser nova. No restante do
aviário, caso a cama seja reutilizada, faze-lo após enleiramento e repouso por pelo menos 7 dias,
desde que o lote anterior não tenha sofrido doenças infecciosas.;
comunicar às autoridades sanitárias qualquer evento de alta mortalidade aguda no plantel,
especialmente quando este não puder ser relacionado diretamente a falhas de manejo;
transportar os frangos somente com o respectivo Guia de Trânsito Animal (GTA) a ser preenchido por
um médico veterinário credenciado;
manter uma ficha de acompanhamento técnico do lote com informações sobre a data de alojamento, o
número de aves alojadas, a especificação das vacinas realizadas, medicamentos administrados e a
mortalidade diária do lote.

Moscas

Os cuidados com o controle de moscas devem ser constantes, pois a produção excessiva desses insetos
pode causar, além de prejuízos para o próprio avicultor, pela transmissão de doenças, baixa produção dos
operários pelo contínuo incômodo, também, prejuízo e incômodo aos vizinhos, ocasionando reclamações e
demandas.

As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 120 ovos,
durante seu curto período de vida (de 25 a 45 dias). Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24 horas
e o desenvolvimento até o adulto ocorre em 8 a 12 dias. Para nutrição das larvas, no caso da mosca
doméstica, é necessário cerca de um grama de esterco. Existe um grande potencial de criação de moscas em
uma cama de aviário exposta no ambiente sem os cuidados devidos. Se for permitido o nascimento de uma
grande quantidade de moscas, após a tomada de medidas de controle mecânico, a população de adultos só
será eliminada após o tempo de vida desses insetos, de 20 a 45 dias, ou com uso de produtos químicos

Medidas de controle mecânico:

A criação de moscas pode ser evitada pela compostagem de cama e dos cascões de esterco úmido, além das
carcaças. Amontoar a cama retirada do aviário e os cascões, até 1,50m de altura, mantendo o material
coberto com lona plástica ou isolados com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45 dias (quando
estiver muito seca deve-se umedecer). Nesse período ocorrerá a fermentação com elevação da temperatura e
destruição das larvas e os resíduos estarão prontos para serem usados como adubo.

Medidas de controle biológico:

Em avicultura de corte as próprias aves fazem o controle biológico das moscas dentro do galpão. O
problema de criação de moscas ocorre quando a cama/cascões é retirada e amontoada sem os cuidados
devidos. Nesse caso os predadores naturais (tesourinhas, ácaros) ajudam a destruir parte das larvas que se
criam após o umedecimento dos resíduos pela chuva

Medidas de controle químico:

No controle químico, o uso de produtos adulticidas (que matam moscas adultas) deve se limitar a aplicações
nos locais onde a presença de moscas é totalmente indesejável, pois o efeito desse método de controle é
temporário. Os adulticidas não devem ser aplicados sobre a cama ou os cascões por causarem a morte de
predadores, desequilibrando ainda mais esse sistema

As aves mortas podem ser um foco de produção de moscas varejeiras. Para evitar esse problema, as
carcaças também devem ser trabalhadas em compostagem ou em fossas; o adubo obtido pela compostagem
das carcaças só deve ser utilizado em áreas de reflorestamento e de jardinagem

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O uso de fossa depende da profundidade do solo da propriedade e de licença do órgão de meio ambiente.
Na fossa não se usam desinfetantes por prejudicarem o processo de decomposição por destruição das
bactérias e fungos que atuam sobre as carcaças e, enquanto estiverem ativos os desinfetantes, o processo de
decomposição ficará parado retardando a reutilização e em conseqüência novas fossas terão que ser abertas.
O controle dos maus odores pode ser feito com o uso de tampa de zinco galvanizado com canaleta de
isolamento, contendo óleo queimado.

Cascudinhos e Roedores

Para reduzir a população de cascudinhos pela compostagem da cama dentro do galpão, entre os lotes, é
necessário abrir espaço para os círculos de proteção e amontoar o restante da cama em pilhas ou em leiras
de até 1,50m de altura no período da manutenção do círculo. Espalhar a cama compostada na véspera da
retirada do círculo. Usar inseticida somente se a população de cascudinhos crescer a ponto de se visualizar
os insetos na cama entre os comedouros (e não só debaixo deles) o que indica alta infestação. Aplicar o
produto indicado pelo técnico, no intervalo entre lotes, como parte das ações de limpeza e desinfeção do
galpão, aplicando o mesmo tão logo tenham sido retiradas as aves e suspensos os comedouros, evitando a
dispersão dos insetos para outros galpões, tratando-se as áreas junto às paredes, colunas, depósito de ração,
etc.

Os roedores devem ser controlados por meio de limpeza dos arredores dos galpões com a retirada de
entulhos, manutenção da vegetação rasteira e pela organização constante do ambiente, em especial da área
de manutenção da ração, além do uso de raticidas com acompanhamento técnico.

FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE

1-Data do alojamento:
2-Nº. de aves:

3-Informações sobre as vacinas administradas

Data (Dia/Mês) Via de administração Vacina utilizada N° aves vacinadas

4-Medicamento administrados:

Data
Identificação do aviário
Idade das aves
Principais sintomas
Medicamento administrado (nome comercial e princípio ativo
Via de administração
Dose administrada
Período de administração

5-Mortalidade diária:

Semana Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Total






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Outras Observações:_______________________________

Vacinação

Programas de vacinação para frangos de corte não são utilizados com frequência uma vez que o ciclo de
vida de um lote é curto. No entanto, todas as aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no
primeiro dia de vida. Cabe ao médico veterinário responsável pelo plantel, determinar quanto a necessidade
de vacinar as aves contra outras enfermidades infecciosa que eventualmente estejam acometendo os plantéis
circunvizinhos à criação. Para estabelecer o programa de vacinação deve ser considerando o desafio
sanitário na região e estar de acordo com o as normas oficiais vigentes. Em frangos de corte, as principais
viroses que podem ser controladas através de vacinação são: a doença de Marek, a doença de Gumboro,
doença de Newcastle, bronquite infecciosa das aves e varíola aviária. O controle da coccidiose deve ser feito
pela vacinação na primeira semana de vida das aves ou pela adição de quimioterápicos na ração durante o
período de cria e recria.

A vacinação incorreta ou inadequada pode ser tão prejudicial quanto não vacinar. Para que seja realizada
com sucesso é necessário planeja-la com antecedência, observar o prazo de validade das vacinas, maneja-las
corretamente quanto a via de aplicação, diluição, conservação (conserva-las a 4 ºC) e evitar a incidência
direta do sol na vacina. Recomenda-se vacinar em horários com temperaturas amenas evitando-se estressar
excessivamente as aves. Aves doentes não devem ser vacinadas. Todos os aviários devem ter uma ficha de
controle com o histórico do lote em que constem informações sobre as vacinações.

Higienização

É imprescindível proceder a higienização do aviário e equipamentos entre um alojamento e outro. Após a


retirada do lote, fazer limpeza completa do aviário adotando os seguintes procedimentos:

retirar todos os utensílios utilizados no aviário;


passar vassoura de fogo sobre a cama para reduzir o número de penas;
remover a cama. A reutilização da cama só poderá ser feita se nenhum problema infeccioso tenha
acometido o plantél anteriormente. Nesse caso recomenda-se que após passar vassoura de fogo, a
cama seja enleirada e coberta com plástico ou lona por 07 dias, a uma umidade relativa de 37%, para
que sofra fermentação. Jamais usa-la nos círculos de proteção ou pinteiros;
lavar com água sob pressão todos os equipamentos do aviário;
lavar paredes, teto, vigas e cortinas, com água sob pressão, (jato em movimentos de cima para baixo),
deixar secar antes de fazer a desinfecção;
redistribuir a cama no aviário;
proceder a desinfecção do aviário. Os princípios ativos dos desinfetantes mais utilizados são: amônia
quaternária, formol, cloro, iodo, cresol e fenol. É importante fazer rodízio periódico do princípio ativo
do desinfetante utilizado;
após a desinfecção, manter o aviário fechado, sem a presença de aves ou outros animais, em vazio
sanitário, por pelo menos 10 dias até o alojamento dos frangos;
lavar caixa d`água e tubulações;
aparar a grama e limpar calçadas externas e os arredores do aviário ;
os resíduos de produção, (aves mortas, estercos e embalagens) devem ser descartados adequadamente
(trabalhados em compostagem, enterrados em fossas sépticas ou incinerados, de acordo com a
contaminação do material a ser descartado).

Princípio ativo dos desinfetantes comerciais mais comuns e sua recomendação

Amônia
Locais Formol Iodo Fenóis e Cresóis Cloro
quaternária
Caixas de água e
- + + - ++
encanamento
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Piso + + + + -
Paredes + + + + -
Telhados + + + + -
Telas + - + + -
Equipam. + (+-) + (+-) +
Pedilúvio - + + + -
Mat. Orgânica - - (+-) + -

++ muito recomendado; + recomendado; +- pouco recomendado; - não recomendado;

Destino das carcaças descartadas

Não menos importante que os demais cuidados, a remoção das carcaças é fundamental para evitar a
multiplicação e disseminação de microorganismos patogênicos dentro do aviário. A retirada das aves
descartadas ou mortas deve ser feita rotineiramente, removendo-as para fossas sépticas, incinerando-as ou
trabalhando-as em compostagem

A incineração depende de equipamentos adequados e é indicada quando ocorrer um problema sanitário


grave. As fossas sépticas são eficazes para as remoções diárias das carcaças, desde que devidamente
edificadas. Devem ser construídas em local seco, longe de lençóis freáticos a uma distância mínima de 200
metros do aviário, providas de um telhado e tampa de encaixe

A compostagem é um processo eficiente para o descarte dos resíduos da produção e requer um investimento
baixo para a construção da composteira. Essa deve ser construída perto do aviário, evitando grande
deslocamento de dejetos e aves mortas. No processo de compostagem são utilizados, principalmente cama
de aviário, carcaças, uma fonte de carbono e água. Requer cuidados na adequações de temperatura e
umidade durante o processo

O programa de biosseguridade requer constante aperfeiçoamento. Proteger a saúde do plantel, melhora os


resultados de produção e colabora para o equilíbrio e segurança de todo o setor produtivo. Os benefícios
individuais da adoção do programa de biosseguridade são multiplicados quando todo o setor produtivo está
envolvido.

Autores deste tópico:Fatima Regina Ferreira Jaenisch

Instalações

Localização das edificações

A escolha do local adequado para implantação do aviário visa otimizar os processos construtivos, de
conforto térmico e sanitários. O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da
circulação natural do ar e se evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou artificiais.
O aviário deve ser situado em relação à principal direção do vento se este provir do sul ou do norte. Caso
isso não ocorra, a localização do aviário para diminuir os efeitos da radiação solar no interior do aviário
prevalece sobre a direção do vento dominante. A direção dos ventos dominantes e as brisas devem ser
levadas em consideração para aproveitar as vantagens do efeito de resfriamento no trópico úmido. Escolher
o local com declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação

No entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no período de
inverno, devendo-se prever barreiras naturais. É recomendável dentro do possível, que sejam situados em
locais de topografia plana ou levemente ondulada, onde não seja necessário serviços de terraplanagem
excessiva e construções de muros de contenção. Contudo é interessante observar o comportamento da
corrente de ar, por entre vales e planícies, nesses locais é comum o vento ganhar grandes velocidades e
causar danos nas construções. O afastamento entre aviários, deve ser suficiente para que uns não atuem
como barreira à ventilação natural aos outros. Assim, recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da
construção, entre os dois primeiros aviários a barlavento, sendo que do segundo aviário em diante o
afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes esta altura, como representado na Figura 1.

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Figura 1. Esquema da distância mínima entre aviários.

Orientação

O sol não é imprescindível à avicultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro dos aviários. Assim, devem
ser construídos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste Figura 2. Nessa posição nas
horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica recebida pelo
aviário será a menor possível. Por mais que se oriente adequadamente o aviário em relação ao sol, haverá
incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na face norte, no período de
inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar este fato.

Figura 2. Orientação do aviário em relação à trajetória do sol.

Largura do aviário, Pé direito, comprimento e piso

A grande influência da largura do aviário é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu custo.
A largura do aviário está relacionada com o clima da região onde o mesmo será construído. Normalmente
recomenda-se largura até 10m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14m para clima quente e seco
A largura de 12m tem sido utilizada com freqüência e se mostrado adequada para o custo estrutural,
possibilitando bom acondicionamento térmico natural, desde que associada à presença do lanternim e altura
do pé-direito adequadamente dimensionados. O pé direito do aviário pode ser estabelecido em função da
largura adotada, de forma que os dois parâmetros em conjunto favoreçam a ventilação natural no interior do
aviário com acondicionamento térmico natural. Quanto mais largo for o aviário, maior será a sua altura
(Tabela 1). Em regiões onde existe incidência de ventos fortes, aviários com pé-direito acima de 3m, exigem
estrutura reforçada. Em regiões onde exista disponibilidade de madeira e que esta não seja atacada por
cupins é mais recomendável a utilização de telhas de barro com pé-direito de 3m. O pé direito do aviário é
elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a quantidade de energia radiante vinda da
cobertura sobre as aves. Estando as aves mais distantes da superfície inferior do material de cobertura,
receberão menor quantidade de energia radiante, por unidade de superfície do corpo, sob condições normais
de radiação. Desta forma, quanto maior o pé direito da instalação, menor é a carga térmica recebida pelas
aves.

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O pé direito do aviário pode ser estabelecido em função da largura adotada, de forma que os dois parâmetros
em conjunto favoreçam a ventilação natural no interior do aviário com acondicionamento térmico natural
(Tabela 1). Quanto mais largo for o aviário, maior será a sua altura.

Tabela 1. Determinação do pé direito em função da largura adotada para o aviário.

Largura do Aviário (m) Pé direto mínimo em climas quentes (m)


até 8 2,80
8a9 3,15
9 a 10 3,50
10 a 12 4,20
12 a 14 4,90

Fonte: TINÔCO (1995).

O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se evitar problemas com terraplanagem, comedouros e
bebedouros automáticos. Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100 à 125m têm-se
mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado divisórias internas ao longo do aviário em
lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o manejo das aves. Estas divisórias devem ser
removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm, para facilitar o deslocamento do
avicultor. O piso é importante para proteger o interior do aviário contra a entrada de umidade e facilitar o
manejo. Este deve ser de material lavável, impermeável, não liso com espessura de 6 a 8cm de concreto no
traço 1:4:8 (cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho), revestido com 2cm de espessura de
argamassa 1:4 (cimento e areia). Pode ser construído em tijolo deitado que apresenta boas condições de
isolamento térmico. O piso de chão batido, não isola bem a umidade e é de difícil limpeza e desinfecção, no
entanto , tem-se propagado por diminuir o custo de instalação do aviário. Deverá ter inclinação transversal
de 2% do centro para as extremidades do aviário e estar a pelo menos 20 cm acima do chão adjacente e sem
ralos, pois permite a entrada de pequenos roedores e insetos indesejáveis.

Comprimento

O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se evitar problemas com terraplanagem, comedouros e
bebedouros automáticos. Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100 à 125m têm-se
mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado divisórias internas ao longo do aviário em
lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o manejo das aves. Estas divisórias devem ser
removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm, para facilitar o deslocamento do
avicultor.

Fechamentos

A parede protege os frangos de vários fluxos de energia radiante mas também reduz a movimentação do ar.
A altura da mureta deve ser de 20cm tem se mostrado satisfatória por permitir a entrada de ar ao nível das
aves e não permitir a entrada de água da chuva e nem que a cama seja jogada para fora do aviário. As
muretas deverão ter a parte superior chanfrada, pois facilita a limpeza e não permite o empoleiramento de
aves. Entre a mureta e o telhado, deve ser colocado tela. A tela tem a finalidade de proteger a cortina e evitar
a entrada de pássaros, que além de trazerem enfermidades poderão consumir ração das aves. A malha da tela
deve ser de 2,5 cm, fio 16. Tem-se tido boa aceitação das telas de PVC (plástico) por não enferrujarem, não
provocarem rasgos nas cortinas, terem maior durabilidade e possibilidade de reaproveitamento. Os oitões ou
paredes das extremidades do aviário devem ser fechados até o teto. Para climas quentes, que não possuem
correntes de ventos provindas do sul, recomenda-se que os oitões sejam de tela como nas laterais e providos
de cortinas. Os oitões devem ser protegidos do sol nascente e poente, pintando as paredes com cores claras,
sombreando-os por meio de vegetação, beirais ou sombrites. Dependendo da região, os oitões podem ser de
madeira, telhas onduladas, fibra de vidro, lâminas de isopor ou alvenaria. O oitão do lado leste pode ser de
15cm de espessura, sendo o do lado oeste de 25cm, em material com menor condutividade térmica, como,
por exemplo, o tijolo cerâmico ou mesmo a madeira

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Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol, chuva e controlar a ventilação
no interior do aviário. As cortinas poderão ser de plástico especial trançado, lona ou PVC, confeccionadas
em fibras diversas, porosas para permitirem a troca gasosa com o exterior, funcionando apenas como
quebra-vento, sem capacidade de isolamento térmico. Devem ser fixadas para possibilitar ventilação
diferenciada para condição de inverno e verão. Para atender ambas situações é ideal que seja fixada a dois
terços da altura do pé-direito e que seja aberta das extremidades para o ponto de fixação. Sob condições de
inverno esta deve ser aberta de cima para baixo e em condições de verão, de baixo para cima. Para se obter
maior eficiência da ventilação natural devido ao termosifão e ao vento, deve-se abrir as duas partes,
juntando-as na altura da fixação. Nos primeiros dias de vida, recomenda-se o uso de sobrecortinas em
regiões frias, para auxiliar a cortina propriamente dita, evitando a entrada de correntes de ar no aviário. A
sobrecortina deve ser fixada na parte interna do aviário, de tal forma que se sobreponha a tela, evitando a
entrada de correntes de ar. O aviário deverá ter portas nas extremidades para facilitar, ao avicultor, o fluxo
interno e as práticas de manejo. Estas devem ter pedilúvio fixo, que ultrapasse a largura das portas em 40
cm de cada lado, largura de 1m e profundidade de 5 a 10 cm. Para facilitar o carregamento de aves, a carga
nova e a descarga de cama velha é conveniente também a instalação de 1 porta em cada extremidade do
aviário, que permita a entrada de 1 veículo ou trator.

Cobertura

O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior do aviário. Nas regiões
tropicais a intensidade de radiação é alta em quase todo o ano, e é comum verificar desconforto das aves
devido ao calor mesmo durante épocas mais frescas do ano, devido à grande emissão de radiação do telhado
para o interior do aviário. O mais recomendável é escolher para o telhado, material com grande resistência
térmica, como o sapé ou a telha cerâmica. Contudo, por comodidade e economia é comum o emprego de
telhas de cimento amianto, que é material de baixo conforto para as aves. O telhado pode ser de telhas de
cimento amianto, que são de fácil colocação e necessitam de menor madeiramento, desde que recebam
material para melhorar a sua eficiência térmica como, isolantes, pinturas refletoras, aspersão no telhado.
Para regiões quentes, utilizar telhas com isolamento térmico, como o poliuretano, telhas cerâmicas ou telhas
de fibrocimento pintadas com tinta acrílica branca. Em termos de conforto térmico a telha de cerâmica ainda
é a mais indicada.

Devem ser evitadas as telhas de alumínio ou zinco, devido ao barulho provocado durante o período
chuvoso. Também deve-se evitar as telhas de cimento amianto com 4mm de espessura, pois fornecem
menor conforto para as aves.

O material ideal para a cobertura deve ter alta refletividade solar e alta emissividade térmica na superfície
superior e baixa refletividade solar e emissividade térmica na superfície inferior.

Inclinação do telhado

A inclinação do telhado afeta o condicionamento térmico ambiental no interior do aviário, através da


mudança do coeficiente de forma correspondente as trocas de calor por radiação entre o animal e o
telhado, e modificando a altura entre as aberturas de entrada e saída de ar (lanternim). Quanto maior a
inclinação do telhado, maior será a ventilação natural devido ao termossifão. Inclinações entre 20 e 30º
têm sido consideradas adequadas, para atender as condições estruturais e térmicas.

Lanternim

O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é indispensável para se conseguir adequada ventilação,
pois, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em ambiente confortável.
Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve permitir abertura mínima de
10% da largura do aviário, com sobreposição de telhados com afastamento de 5% da largura do aviário ou
40cm no mínimo (Figura 3). Deve ser equipado, com sistema que permita fácil fechamento e com tela de
arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.

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Figura 3. Esquema para determinação das dimensões do lanternim.

Circunvizinhança

A qualidade das vizinhanças afeta a radiosidade (quantidade de energia radiante levada pela superfície por
unidade de tempo e por unidade de área - emitida, refletida, transmitida e combinada). É comum instalar
gramados em toda a área delimitada aos aviários pois reduz a quantidade de luz refletida e o calor que
penetra nos mesmos. O gramado deverá ser de crescimento rápido que feche bem o solo não permitindo a
propagação de plantas invasoras. Deverá ser constantemente aparado para evitar a proliferação de insetos.
São necessários 5m de largura para trânsito de veículos no abastecimento de ração e carregamento de aves,
na lateral das edificações e portanto no planejamento e terraplanagem, essa largura deve ser adicionada.

Sombreiro

O emprego de árvores altas produz microclima ameno nas instalações, devido à projeção de sombra sobre o
telhado Figura 4. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser caducifólias. Assim,
durante o inverno as folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão a copa das árvores
torna-se compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante para o interior do aviário.
Para regiões onde a amplitude térmica entre as estações do ano não é acentuada e a radiação solar constitui
em elevado incremento de calor para o interior do galpão o ano todo, as árvores não precisam ser
necessariamente caducifólias. Devem ser plantadas nas faces norte e oeste do aviário e mantidas
desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma a ventilação natural não fica
prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento com folhas.

Figura 4. Uso de árvores como sombreiro.

Ventilação

A ventilação é um meio eficiente de redução da temperatura dentro das instalações avícolas, por aumentar
as trocas térmicas por convecção, conduzindo a um aumento da produção. Desvios das situações ideais de
conforto, caracterizam no surgimento de desempenho baixo do lote, em conseqüência de estresses e
necessita-se portanto de artíficios estruturais para manter o equilíbrio térmico entre a ave e o meio. A
ventilação adequada se faz necessária também; para eliminação do excesso de umidade do ambiente e da
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cama, proveniente da água liberada pela respiração das aves e da água contida nas fezes; para permitir a
renovação do ar regulando o nível de oxigênio necessário às aves, eliminando gás carbônico e gases de
fermentação.

Tipos de Ventilação

A renovação do ar de um ambiente pode ser classificada como:

Ventilação Natural ou espontânea

Ventilação dinâmica
Ventilação térmica

Ventilação Artificial, mecânica ou forçada

Pressão positiva (Pressurização)


Pressão negativa (Exaustão)

A quantidade de ar que o sistema de ventilação deve introduzir ou retirar do aviário depende das condições
meteorológicas e da idade das aves. As necessidades de ar em função da temperatura ambiente e da idade
das aves são apresentadas na Tabela 2 e as necessidades de ventilação em função do tipo de ave para
inverno e verão são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 2. Necessidades de ar em função da temperatura e da idade das aves (litros/ave/minuto).

Temperatura Idade (semanas)


(oC) 1 3 5 7
4,4 6,8 19,8 34,0 53,8
10,0 8,5 22,7 45,3 65,1
15,6 10,2 28,3 53,8 79,3
21,1 11,9 34,0 62,3 93,4
26,7 13,6 36,8 70,8 104,8
32,2 15,3 42,5 79,3 118,9
37,8 17,0 48,1 87,8 133,1
43,3 18,7 51,0 96,3 144,4

Tabela 3. Necessidades de ventilação, em m3/hora/quilo de carne.

Idade Peso Mínima Máxima Máxima verão


(dias) (g) inverno verão Umidade > 50%
7 160 0,5 2 2
14 380 0,6 2 2
21 700 0,7 3 3
28 1070 0,9 4 4
35 1500 1,0 5 6
42 1920 1,5 6 8
49 2350 1,5 6 8

Ventilação natural ou espontânea

É o movimento normal do ar que pode ocorrer por diferenças, de pressão causadas pela ação do vento
(Ventilação dinâmica) ou de temperatura (Ventilação térmica) entre dois meios considerados

A causa do vento é a diferença de pressão atmosférica ao nível do solo, que por sua vez é conseqüência da
variação de temperatura. A ventilação natural permite alterações e controle da pureza do ar, provendo o
galpão de oxigênio, eliminando amônia, CO2 e outros gases nocivos, excesso de umidade e odores
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(ventilação com finalidade higiênica), possibilitando também, dentro de certos limites, controlar a
temperatura e a umidade do ar nos ambientes habitados (ventilação com finalidade térmica), de tal forma
que o ar expelido, quente e úmido, seja substituído e assim aumente a perda calorífica por convecção.

Ventilação Dinâmica

O ar flui sempre de um ponto de alta pressão para um ponto de baixa pressão. Isso significa que a
velocidade do ar em uma instalação é sempre maior nas aberturas do lado do barlavento que do sotavento. A
ação dos ventos, embora intermitente, ocasiona o escalonamento das pressões no sentido horizontal (Figura.
5). Quando uma corrente de ar perde velocidade a pressão sobe. Quanto maior a diferença de pressão maior
será a velocidade do ar. Se uma corrente de ar perde velocidade a pressão sobe.

Figura 5. Escalonamento de pressão no sentido horizontal.

A ventilação dinâmica é intensificada por meio de aberturas, dispostas convenientemente em paredes


opostas e na direção dos ventos dominantes.
A taxa em que a ventilação natural ocorre depende da velocidade do vento e de sua direção, da proximidade
e das dimensões de obstáculos, como montanhas ou construções, da forma e localização das aberturas de
entrada e saída do ar.
Quando o vento incide contra o aviário, podem ser formadas áreas distintas de pressão positiva e de pressão
negativa (Figura 6). A pressão positiva maior que a pressão atmosférica normal, caracteriza o
impulsionamento da massa de ar contra o aviário e a negativa, a atração da massa de ar. Como o ar se
desloca desde pontos de maior aos de menor pressão, se existirem aberturas no aviário, a pressão positiva
forçará a massa de ar a entrar pelas aberturas e a negativa a sair (Figura 7). Nada adianta ter aberturas em
um mesmo plano já que as pressões, sendo iguais, não provocam a circulação do ar (Figura 8). Isto significa
que para ter ventilação verdadeiramente efetiva as aberturas devem estar em paredes opostas. Este tipo de
ventilação natural é conhecida como “ventilação cruzada”. Com a ventilação natural no aviário, mediante
abertura da cumeeira e aberturas laterais, o ar flui do ponto de alta pressão para o ponto de baixa pressão. Se
a pressão negativa na cumeeira é maior que a pressão negativa no lado do sotavento, o ar flui desse último a
cumeeira aberta (Figura 9).

Figura 6. Deslocamento da massa de ar através dos planos de pressão


positiva e negativa.

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Figura 7. Deslocamento da massa de ar através de aberturas (ventilação cruzada).

Figura 8. Ventilação não eficaz.

Figura 9. Fluxo de ar mediante cumeeira e laterais abertas.

Ventilação térmica

Na ventilação térmica, as diferenças de temperatura provocam variações de densidade do ar no interior dos


aviários, que causam por efeito de tiragem ou termossifão, diferenças de pressão que se escalonam no
sentido vertical. Essa diferença de pressão é função da diferença de temperatura do ar entre o interior do
aviário e o exterior, do tamanho das aberturas de entrada e saída do ar pelo lanternim e, por fim, da
diferença de nível entre essas aberturas. Esse efeito é também denominado de “efeito chaminé” e
considerando uma cobertura de aviário, naturalmente ventilada, esse efeito existe independentemente da
velocidade do ar externo (Figura 10).

O plano onde a pressão estática se anula é denominado de plano neutro e é definido como sendo a altura (H)
em que não há diferença de pressão entre o interior e o exterior da instalação. Esse está localizado a uma
altura em que a pressão estática anula-se.

Se o aviário dispuser de aberturas próximo ao piso e no telhado e se o ar do interior estiver a uma


temperatura mais elevada que o ar do exterior, o ar mais quente, menos denso, tenderá a escapar pelas
aberturas superiores. Ao mesmo tempo, o ar do exterior, mais frio, e por isso mais denso, penetra pelas
aberturas inferiores, causando fluxo constante no interior do aviário.

Pode ocorrer ação conjunta do efeito chaminé e dos ventos em uma construção.

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Outro modo eficiente de reduzir a carga térmica em épocas quentes é a ventilação do ático, colchão de ar
que se forma entre a cobertura e o forro (Figura 11). Essa técnica consiste em direcionar o fluxo de ar para o
lanternim, por meio de aberturas feitas ao longo do beiral da construção.

A técnica de acrescentar aberturas na cobertura é indicada mesmo que exista forro. Nesse caso, é necessário
distribuir, de forma adequada, algumas aberturas no forro.

É fundamental que haja diferença de nível entre as aberturas de entrada e de saída do ar e devem estar
localizadas em paredes opostas, para que a ventilação seja eficiente. Obstáculos no interior da construção ou
qualquer saliência na fachada alteram a direção do filete de ar (Figura 12).

Abrindo-se as cortinas do aviário pode passar rapidamente um grande volume de ar exterior que se mistura
com as condições do ar interno tendendo a igualar com as condições exteriores. Portanto, a ventilação por
cortinas é ideal quando a temperatura externa é perto das exigências das aves. A melhor ocasião para se usar
a ventilação por meio de cortinas é quando a temperatura externa é igual ou inferior à do aviário. Quanto
maior for esse gradiente de temperatura, mais eficiente será a perda de calor por convecção.

Figura 10. Detalhes dos elementos de ventilação natural, do plano neutro e do diagrama de pressão estática.

Figura 11. Ventilação do ático.

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Figura 12. Trajetórias do fluxo de ar com aberturas em planos opostos.

Quebra-ventos

São dispositivos naturais ou artificiais, destinados a deter ou, pelo menos, diminuir a ação dos ventos fortes
sobre os aviários. Podem ser definidos, ainda, como estruturas perpendiculares aos ventos dominantes, cujas
funções são diminuir a velocidade e reduzir os danos por ele provocados. Em sua maioria são naturais,
constituídos por renques de vegetação; agem de forma semelhante à apresentada nas Figuras 13, 14, 15 e 16.

Figura 13. Posicionamento do aviário em relação à direção do vento dominante.

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Figura 14. Obstáculo à movimentação do ar no aviário.

Figura 15. Dispositivos para desviar a direção do vento.

Em regiões de ventos fortes, torna-se necessário o uso de quebra-ventos. Quebra-ventos são barreiras contra
ventos fortes e são projetados para reduzir a velocidade do ar do lado do sotavento (Figura 17). Quando bem
projetado, protege à distância de até 10 vezes a sua altura. Assim, a altura deste é determinada para a
distância do sotavento, a qual a proteção é projetada. Quebra-ventos de árvores têm sido preferidos mas a
desvantagem é que levam anos para crescerem antes de serem utilizados como quebra-ventos. A porosidade
de árvores caducas no inverno é de 50 a 70% (muitos poros para um bom quebra-vento).

Figura 16. Desvio do fluxo de ar por meio de quebra-ventos naturais.

Figura 17. Composição de quebra-ventos de árvores. Maiores alturas requerem espécies de vegetação
intermediárias para formar um bom quebra-vento.

Ventilação de verão e inverno

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Extrair do aviário o calor, principalmente em dias quentes é em geral, a primeira providência a ser tomada,
uma vez que as aves já se encontram empenadas. Quando a temperatura ambiente é superior a ótima,
correspondente à da zona de conforto, é necessário aumentar a taxa de ventilação a fim de eliminar o calor
produzido pelas aves, para evitar uma temperatura excessiva dentro da instalação. A ventilação desses
ambientes pode promover melhorias nas condições termo-higrométricas, podendo representar um fator de
melhora do conforto térmico de verão ao incrementar trocas de calor por convecção. Para as condições do
clima tropical brasileiro a ventilação de verão necessária para aviários deve atender conjuntamente as
exigências térmicas e higiênicas que vão se refletir na localização da construção, área e forma de abrir dos
dispositivos (aberturas e posição das cortinas protetoras dos galpões). No verão a massa de ar se
movimentará por todo o espaço inferior e superior, exercendo uma influência direta sobre o conforto e
simultaneamente eliminando parte do calor acumulado em paredes laterais, piso, teto e equipamentos de
alimentação, etc. Pode ser necessário uma renovação total do ar a cada minuto. Em pleno verão, o sistema
de ventilação poderá estar funcionando 100% do tempo durante o período do dia e boa parte da noite. Em
tais condições, melhores resultados são obtidos colocando-se as entradas de ar ao nível das aves e forçando
um fluxo de ar rápido, relativamente fresco entre essas, para facilitar a extração direta do calor corporal.

Em períodos de inverno, necessita-se um ritmo de renovações mais lenta, especialmente para aves jovens.
Não obstante, durante o período frio, é necessário introduzir ar fresco no aviário para repor oxigênio, assim
como extrair amoníaco e umidade. O fluxo de ar deve se deslocar naturalmente pela zona superior do
aviário, para evitar o efeito direto sobre os animais, de maneira que o ar fresco externo se misture com o ar
interno mais quente antes de alcançar as aves. O objetivo é então estabelecer no aviário um fluxo lento de
ar, evitando toda corrente fria ou muito rápida em contato com as aves. O que importa é a diferença entre a
temperatura exterior e a que necessitam as aves, não a que percebe uma pessoa no aviário. As aves mais
jovens requerem ambiente mais aquecido, produzem menos amoníaco e consomem menos oxigênio que
aves maiores. A quantidade de ar a renovar no inverno por razão higiênica é pequena, sendo necessárias
apenas superfícies reduzidas de entrada e saída; é importante que o fluxo de ar não incida diretamente sobre
as aves. O problema da ventilação por cortinas durante período frio, é que o ar admitido por pequenas
aberturas entra com pouca velocidade e em seguida desce ao nível do solo esfriando o ambiente ao nível das
aves causando condensação, com conseguinte umedecimento da cama. Isso ocorre porque o ar frio é mais
pesado que o ar quente e a tendência é abaixar e não subir. Ao mesmo tempo, o ar quente que se encontra
mais acima acarreta diferença de temperatura no local, causando maior tensão nas aves.

Na figura 18 se observa que o fechamento inferior CD é menor do que o superior AB, significando que o
filete de ar que escorrega pela borda B tem uma força superior ao que entra por C, imprimindo ao ar uma
direção descendente. Se não existisse essa pequena saliência da cobertura que detém em parte o escape do ar
para cima, e o trecho AB não fosse bastante maior que CD, o fluxo poderia adquirir outra direção. A figura
19 representa o caso inverso onde o ar circula principalmente pela parte superior.

Figura 18. Fluxo de ar devido a diferentes localizações da entrada e saída de ar.

Figura 19. Deslocamento do fluxo de ar para a parte superior do aviário.

Ventilação artificial, mecânica ou forçada

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A ventilação artificial é produzida por equipamentos especiais como exaustores e ventiladores. É utilizada
sempre que as condições naturais de ventilação não proporcionam adequada movimentação do ar ou
abaixamento de temperatura. Tem a vantagem de permitir, filtragem, distribuição uniforme e suficiente do ar
no aviário e ser independente das condições atmosféricas. Permite fácil controle da taxa de ventilação
através do dimensionamento dos ventiladores, das entradas e saídas de ar.

Existem duas formas de se promover artificialmente a movimentação do ar:

sistema de pressão negativa ou exaustão;


sistema de pressão positiva ou pressurização.

Tanto no sistema de ventilação, por pressão negativa quanto por pressão positiva, atenção deve ser dada à
pressão, que poderá determinar o sucesso ou o insucesso do sistema. A pressão está relacionada diretamente
com a vazão e não com a velocidade. Dessa forma, é importante o conhecimento de quanto de ar realmente
se precisa. É comum encontrar em um aviário zonas de pressão de baixa movimentação de ar, seja por
pressão negativa ou positiva. Um dos fatores mais freqüentes para essa ocorrência é o mau
dimensionamento e posicionamento dos equipamentos de ventilação.

Sistema de pressão negativa ou exaustão

Neste processo o ar é forçado por meio de ventiladores (exaustores) de dentro para fora, criando um vácuo
parcial dentro da instalação Figura 20. Cria uma diferença de pressão do ar do lado de dentro e do lado de
fora e o ar sai por meio de aberturas.

Figura 20. Sistema de ventilação por pressão negativa. O ventilador aspira o ar do interior do aviário
criando um vácuo parcial.

No sistema de ventilação por exaustão, os ventiladores são posicionados no sentido longitudinal ou


transversal, voltados para fora em uma das extremidades do aviário e na outra extremidade, são dispostas
aberturas para entrada do ar (Figura 21). Com o sistema em funcionamento os ventiladores são acionados,
succionando o ar de uma extremidade à outra do aviário. Os exaustores são dimensionados para possibilitar
a renovação de ar do aviário a cada minuto e à velocidade de 2 a 2,5 m/s. A eficiência desse processo
depende de uma boa vedação do aviário, evitando perdas de ar.

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Figura 21. Sistema de ventilação mecânica por exaustão.

Sistema de pressão positiva ou pressurização

O ar é forçado por meio de ventiladores de fora para dentro. O gradiente de pressão do ar é de fora para
dentro da instalação. O ar entra por meio de aberturas (Figura 22).

Figura 22. Sistema de ventilação por pressão positiva. O ventilador insufla ar para dentro do aviário.

Ambos sistemas constituem de ventiladores, sistema de distribuição de ar e controles.

No sistema de ventilação mecânica positiva, os ventiladores são dispostos no sentido longitudinal ou


transversal, voltados para o interior do aviário possuindo duas formas distintas: com fluxo de ar transversal
com as cortinas do aviário abertas ou fluxo de ar longitudinal com cortinas do aviário podendo estarem
abertas ou fechadas. Quando as cortinas se encontram fechadas esse tipo de ventilação é também conhecido
como sistema de ventilação tipo túnel.

No sistema de fluxo de ar transversal, os ventiladores são posicionados em uma das laterais do aviário, no
sentido dos ventos dominantes, ligeiramente inclinados para baixo. Dessa forma o ar é forçado lateralmente
de fora para dentro do aviário saindo pela outra lateral (Figura 23). Nesse sistema, como descrito, as
cortinas laterais permanecem sempre abertas. Por ser aberto o aviário, o fluxo de ar fica de difícil controle
devido a interferência da ventilação natural que varia de intensidade e direção prejudicando o sistema.

Figura 23. Sistema de ventilação positiva, transversal.

A outra forma de realizar a ventilação mecânica por pressão positiva é posicionando os ventiladores no
sentido longitudinal do aviário. Nesse processo as cortinas laterais do aviário permanecem fechadas e bem
vedadas para tornar a ventilação tipo túnel eficiente. O ar entra por uma das extremidades do aviário é
carreado pelos ventiladores, que são posicionados ao longo do comprimento, e pressionado a sair pela
extremidade oposta que permanece aberta (Figura 24). Nesse sistema o controle da ventilação é mais fácil
porque não sofre tanta influência da ventilação natural, como no sistema anterior.

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Figura 24. Sistema de ventilação positiva, longitudinal (ventilação tipo túnel).

Aquecimento

Vários tipos de aquecedores foram desenvolvidos, buscando melhor forma de fornecer calor e proporcionar
conforto térmico às aves com menor consumo de energia. Esses equipamentos estão cada vez mais
aperfeiçoados, funcionais e eficientes. O esquema abaixo representa as categorias de aquecedores.

Tipos de Aquecedores

Aquecedores a lenha

Foi um dos primeiros métodos utilizados para o aquecimento de aves e caracteriza-se por utilizar a lenha
como combustível. O calor é transmitido às aves principalmente por meio da condução, através do ar. O uso
de lenha, como fonte de calor em uma campânula ou fornalha, no interior de aviários, não produz
temperatura constante e muitas vezes excede ao necessário, requer maior mão-de-obra e é de difícil controle
da temperatura. Como a combustão geralmente não é completa, devem ser providos de filtros nas entradas
de ar com o objetivo de minimizar a passagem de gases tóxicos, principalmente o CO2, para o interior do
aviário. É prática comum no sul do Brasil, principalmente no inverno, o uso de queimadores a lenha para
suplementar o aquecimento proporcionado pelas campânulas a gás. Esse sistema consiste de tanques de óleo
vazio produzidos artesanalmente. As funilarias normalmente fornecem esses equipamentos. Tem a função
de amenizar as condições ambientais não propriamente atender as exigências das aves. Os tanques tem
capacidade de 200 litros podendo ser soldados de acordo com o pedido do produtor. Consistem de chaminé,
suporte e tanques.

O aumento do preço do gás fez com que as indústrias de equipamentos procurassem novas alternativas para
fornecer calor às aves propondo um novo sistema de aquecimento à carvão. Esse sistema trabalha com
energia renovável, podendo o produtor gerar o próprio combustível, bastando para isso possuir programa de
reflorestamento. O sistema consiste de fornalha, chaminé, ventilador, termostato, alarme e tubos
distribuidores de ar quente. Os queimadores podem estar localizados externamente ou internamente ao
aviário. O ar quente é impulsionado da câmara de ar quente por meio de exaustores de 2 CV, aos tubos
perfurados, distribuídos no comprimento do aviário. Essa alternativa diminui os gases tóxicos com melhor
controle da temperatura. O consumo de lenha é de aproximadamente 1 m3/dia para um aviário de 100 m de
comprimento, dependendo das condições climáticas.

Aquecedores elétricos

Tiveram grande difusão no passado, quando se criavam aves em grupos reduzidos, decaindo,
posteriormente, nas granjas industriais, caracterizadas por criação de milhares de aves. São constituídos de
resistências elétricas, blindadas ou não e lâmpadas infravermelhas que são colocadas embaixo de uma
campânula (refletor) a fim de projetar o calor de cima para baixo ou resistências embutidas no piso a fim de
projetar o calor da baixo para cima. O sistema, em si, é o mais limpo e fácil de manutenção existente,
devendo-se adequar a potência do elemento aquecedor ao número de aves a ser criado. São caracterizados
por transmitirem o calor por meio da condução e da radiação, serem de fácil manuseio, possuírem produção
de calor constante e não geração de gases tóxicos (CO e CO2). A grande desvantagem desse tipo de
aquecedor é o custo da energia elétrica. O uso de lâmpadas infravermelhas apresenta consumo excessivo de

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energia, a menos que as lâmpadas sejam controladas termostaticamente. Nesse sistema, o canibalismo
constitui sério problema. Adicionalmente, as interrupções de energia, por mais curtas que sejam,
representam sério problema, caso esses sistemas não possuam campânula sobre as lâmpadas.

Aquecimento a gás

São os mais utilizados e que apresentam o menor custo com a geração da energia térmica, pois utilizam
tanto o gás natural quanto o gás liquefeito de petróleo (GLP). Existem no mercado vários tipos desses
aquecedores, com diversas concepções quanto a forma de transmitir calor, maneiras de instalação e meios
de controle da temperatura de operação. Os aquecedores chamados comumente de campânulas a gás
possuem um queimador de gás convencional, onde o calor é transmitido às aves por condução e convecção.
São instalados a pouca altura do chão e, conseqüentemente, das aves, o que ocasiona uma distribuição não
uniforme da temperatura em seu raio de ação. Com a baixa altura de instalação, os gases provenientes da
combustão se alojam abaixo da campânula, podendo atingir os pintos, prejudicando o aparelho respiratório.
Possuem duas regulagens de temperatura, alta e baixa, feitas manualmente e uma capacidade reduzida de
aquecimento, sendo recomendados para, no máximo, 500 pintos. São bastante funcionais devido a sua
resistência, baixo índice de manutenção e mobilidade, podendo ser reinstalados com facilidade e rapidez. Os
aquecedores a gás com placa cerâmica são uma evolução dos aquecedores de campânula, onde se adicionou
uma placa de cerâmica refratária para que se pudesse fazer uso do efeito da radiação. A chama do
queimador incidente na placa de cerâmica faz com que a mesma se torne incandescente e, dessa forma,
transfira calor por meio da radiação. Devido à utilização relativa do efeito de radiação esses aquecedores
podem ser instalados a uma altura um pouco superior aos anteriores, sendo que a distribuição da
temperatura é relativamente melhorada. Apresentam como desvantagem a fragilidade da placa cerâmica,
que pode quebrar-se no manuseio do aquecedor. Possuem uma capacidade mediana de aquecimento, sendo
recomendados para aquecer entre 700 a 800 pintos. Os aquecedores a gás tipo infravermelhos foram
desenvolvidos para utilizar plenamente o princípio de transmissão de calor através da radiação. A
combustão do gás se dá diretamente em queimadores metálicos de alta capacidade de suportar o calor,
tornando sua superfície totalmente incandescente e desta forma transferindo o calor principalmente pela
radiação. No aquecimento por radiação, a temperatura mais elevada se situa na zona de “habitat” do animal,
enquanto no aquecimento por convecção o ar quente de menor densidade escapa para as zonas mais altas do
aviário, produzindo mais estratificações ou camadas de ar de diferentes temperaturas.

O objetivo dos sistemas de aquecimento radiante é manter a ave aquecida e o piso seco, contudo os sistemas
primeiro aquecem o ar que depois é repassado às aves e à cama. Esses equipamentos produzem radiação
concêntrica desde o eixo da campânula, perdendo eficiência com a distância do mesmo. A eficiência
também varia em função da altura de trabalho da campânula em relação ao piso. Assim, a temperatura de
radiação não é uniforme, pois descreve círculos de maior e menor temperatura, permitindo que a ave se
situe segundo suas necessidades em uma zona mais próxima ou mais afastada do eixo da campânula. Em
condições de temperatura ambiente abaixo de 15ºC, o calor gerado por esses sistemas é insuficiente,
havendo necessidade de se providenciar calor suplementar para manter a temperatura ambiente em torno de
32ºC, nos primeiros dias de idade dos pintos. Sua instalação se dá geralmente a uma altura considerável do
chão, podendo variar entre 0,90 a 1,20 m. Essas características, aliadas ao fato de que todo o ar necessário
para a combustão provém de um filtro ou tomada de ar localizados na parte superior traseira do aquecedor,
fazem com que os gases provenientes da combustão não atinjam as aves, sendo rapidamente retirados do
ambiente pelo efeito da convecção. A área atingida também é bastante grande, chegando de 3,60 a 4,00 m de
diâmetro. Isso faz com que a capacidade de aquecimento atinja 1.000 pintinhos, ou mais, por aquecedor.
Atualmente, há grande variedade de modelos com regulação termostática, individual ou centralizada,
providos de campânula maior ou menor, entre outros. O importante é dispor de potência calorífica
adequada. A razão da popularidade do sistema vem da comodidade de sua regulação termostática, porém é
um dos sistemas mais caros em consumo.

Sistemas Alternativos

Existem outros sistemas de aquecimento como os que procuram aproveitar os resíduos da produção
avícola. Dentre esses sistemas, destacam-se os fornos de resíduos de aves para aquecimento das aves,
que apesar de apresentarem menor custo estão em desuso pelo considerável trabalho que acarretam e
pelos odores que produzem ao redor da granja. Esses fornos são de material refratário, construídos in
situ, e situam-se no exterior do aviário no centro de uma das fachadas. Podem funcionar com outros
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materiais sólidos combustíveis, mas o material prioritário é o resíduo de aves, geralmente da cria
anterior e quanto mais seco, melhor. Outro sistema que vem merecendo destaque é o uso de
biodigestores. São reaproveitados os resíduos da produção avícola ou suinícola para a produção de
biogás. As campânulas, nesses sistemas, devem ser adaptadas para queimarem o biogás. Para se
converter campânulas a GLP para biogás deve ser considerado o menor poder calorífico do biogás, a
baixa pressão de serviço dos biodigestores e a baixa velocidade de combustão. Outra forma de
aquecimento pode ser fornecendo calor às aves, no piso, por meio de canalizações que levam o calor por
intermédio de um fluido térmico. Esse sistema caracteriza-se pela passagem de água quente em tubos de
polietileno inseridos no piso. O sistema permite controle eficiente da temperatura do ambiente próximo
das aves, a cama permanece mais seca e o teor de amônia do ar fica em níveis inferiores ao usual,
porém tem custo elevado de instalação e não permite limpeza fácil do local após cada cria. Também
preconiza-se a utilização da energia solar para aquecimento de aviários por meio de fluxo de ar quente,
ou água quente em tubos instalados no piso. No entanto, essa tecnologia e a eólica ainda não estão
disponibilizadas para o avicultor.

Autores deste tópico:Paulo Giovanni de Abreu

Material genético
A criação de frangos para o abate evoluiu para modelos intensivos onde o potencial genético dos frangos é
responsável por grande parte dos ganhos de produtividade. Para se conseguir frangos com alto potencial de
ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, os programas para a geração de material
genético comercial foram estruturados pelo acasalamento/cruzamento entre ou dentro de raças, linhas,
bisavós, avós e matrizes. È necessário se conhecer o potencial genético da linhagem antes da aquisição dos
pintos. Após alojados os pintos é necessário acompanhar semalmente o desempenho do lote, conferindo os
dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e conversão alimentar.

Desempenho

Tabela 1. Potencial genético considerando a idade, peso vivo, ganho de peso, consumo de ração, conversão
alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva (IEP) esperados, para frangos agrupados por sexo.

Peso Consumo Consumo


Idade Ganho de peso Ganho de peso CA Viabilidade
vivo acumulado semanal IEP
dias semanal g acumulado g acumulada %
g g g
Machos
1 40 - - - - - - -
7 154 114,00 114,00 154 154,00 1,351 98,5 160,4
14 420 266,00 380 521 367,00 1,371 98,3 215,1
21 820 400,00 780,00 1141 620,00 1,463 97,7 260,8
28 1360 540,00 1.320,00 2033 892,00 1,540 97,2 306,5
35 1990 630,00 1950,00 3266 1233,00 1,675 96,7 328,3
42 2600 610,00 2560,00 4577 1311,00 1,788 95,1 329,3
49 3190 590,00 3150,00 6054 1477,00 1,922 94,8 324,1
56 3760 570,00 3720,00 7581 1527,00 2,038 93,0 306,4
Fêmeas
1 40 - - - - - - -
7 150 110,00 110,00 152 152,00 1,382 99,5 154,3
14 390 240,00 350,00 499 347,00 1,426 99,1 193,6
21 740 350,00 700,00 1053 554,00 1,504 98,7 231,2
28 1200 460,00 1160,00 1837 784,00 1,584 98,4 266,3
35 1710 510,00 1670,00 2896 1059,00 1,734 97,9 275,8
42 2200 490,00 2160,00 4023 1127,00 1,863 97,1 273,1
49 2675 475,00 2635,00 5250 1227,00 1,992 96,0 263,0
56 3140 465,00 3100,00 6557 1307,00 2,115 95,0 251,8
Mistos
1 40 - - - - - - -
7 152 112,0 112,00 153 153,00 1,366 99,0 157,4
14 405 253,00 365,00 510 357,00 1,397 98,7 204,3
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21 780 375,00 740,00 1097 587,00 1,482 98,2 246,0


28 1280 500,00 1240,00 1935 838,00 1,560 97,8 286,5
35 1850 570,00 1810,00 3081 1146,00 1,702 97,3 302,1
42 2400 550,00 2360,00 4300 1219,00 1,822 96,1 301,4
49 2933 533,00 2893,00 5652 1352,00 1,954 95,4 292,3
56 3450 517,00 3410,00 7069 1417,00 2,073 94,0 279,3

Cruzamentos

Nos cruzamentos normalmente se busca tirar proveito dos seguintes efeitos:

a) genéticos

Efeito de raça: (devido ao efeito genético aditivo dos genes, passa de geração a geração e inclui habilidade
geral de combinação das linhas utilizadas no cruzamento).

Efeito da heterose: (devido aos desvios de dominância dos alelos e dos desvios da epistasia entre locus e
inclui habilidade específica de combinação das linhas utilizadas no cruzamento) pode existir no indivíduo,
na mãe e no pai do mesmo, mas não passa para a geração seguinte.

Efeito recíproco: é o desvio entre o desempenho dos indivíduos de um cruzamento e do seu recíproco como
por exemplo A x B é diferente de B x A. Na nomenclatura de melhoramento genético se convenciona que a
primeira letra representa a raça do pai e a segunda a raça da mãe.

b) não genéticos:

Efeito da complementariedade: é a vantagem que se obtém por exemplo ao se cruzar galinhas de maior
produção de ovos com galos de potencial genético para maior ganho de peso. O recíproco desse cruzamento
da um custo de produção maior.

No cruzamento entre as linhas puras (avós) para a formação das matrizes se busca combinar as
características para as quais as linhas foram selecionadas com diferentes ênfases. Além disso, os
cruzamentos efetuados para gerar os frangos incorporam ganhos pela melhor eficiência produtiva. Portanto,
observar as seguintes recomendações:

adquirir pintos de linhagens reconhecidas pelo mercado;

a criação poderá ser mista ou separada por sexo;

os pintos devem apresentar características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado
tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e sem
emplastamento na cloaca;

transportar os pintos do incubatório, onde são mantidos em ambiente controlado, até o local do
alojamento, em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos pintos.

Para os produtores interessados na produção comercial de alta produtividade existem as seguintes linhagens
de corte.

Hibridos comerciais de frangos de corte (importadas): Ag Ross, Cobb Vantress, Hybro, Isa Vedette,
MPK, Arbor Acres, Avian, Shaver e Hubbard.

Hibridos comerciais de frangos de corte (nacionais): Embrapa 021, S-54 e Chester.

Raças

Mais de 300 raças puras e variedades de galinhas já foram desenvolvidas até os dias de hoje, porém apenas
poucas têm expressão comercial. Algumas das raças mais antigas são apenas mantidas em estações

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experimentais. Deve se ter em mente que o banco genético é a fonte da diversidade e o combustível para os
cruzamentos que dão origem aos híbridos modernos. Em frangos de corte as raças utilizadas são:

Plymouth Rock Branca - Apresenta pele amarela e crista lisa. Foi muito utilizada nos primeiros
cruzamentos para produção de frangos de corte. Atualmente serve de material básico de muitas linhas
cruzadas. As penas brancas representam uma grande vantagem desta raça para a produção comercial de
frangos e para os abatedouros que preferem aves de penas brancas às coloridas. A maioria das linhas
originais eram de empenamento tardio, uma desvantagem para a produção de frangos de qualidade, no
entanto, a maioria das linhas disponíveis atualmente são de empenamento rápido.

New Hampshire - Apresenta cor vermelho claro, pele amarela, crista lisa e produz ovos de cor marron. Por
muitos anos foi utilizada para a produção de frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para
cruzamentos com outras raças de corte para produção de frangos. Atualmente apenas poucos criadores se
dedicam à comercialização desta raça. Esta raça foi utilizada em muitos cruzamentos que formam os atuais
híbridos de corte, principalmente em função da habilidade de produção de grande quantidade de ovos que
eclodem bem.

Cornish Branca - Apresenta crista ervilha, pele amarela e produz ovos de casca marron. Apresenta corpo
de conformação diferente das outras raças, tendo pernas mais curtas, corpo amplo com peito musculoso. As
habilidades de produção de carne são muito apreciadas nesta raça, no entanto produz poucos ovos de
tamanho pequeno e com eclodibilidade pobre. A habilidade de produzir carne desta raça tem sido explorada
no cruzamento de galos Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock Barrada, Plymouth Rock
Branca, New Hampshire e linhas híbridas.

Sussex - É uma raça inglesa predominantemente para corte com diversas variedades, das quais a Light
Sussex é a mais popular. Apresenta pele branca, produz ovos de casca marron. É boa produtora de carne.
Em alguns países europeus frangos de pele branca são os preferidos.

Linhas puras

Geralmente é impossível conseguir que uma única linha de aves seja boa produtora de carne e também de
ovos. Quando uma linha é selecionada para alta quantidade de carne, a produção de ovos diminui muito.

As linhas fêmeas são desenvolvidas separadamente das linhas macho. Uma vez que as fêmeas produzem os
ovos e são responsáveis pela eclodibilidade dos mesmos. As linhas fêmeas são selecionadas para produzir
grande quantidade de ovos, que eclodem bem, além de produzirem pintos grandes com grande capacidade
de crescimento.

As linhas de carne apresentam excepcional conformação para corte, são de tamanho grande, crescimento
rápido e apresentam excelente conversão alimentar. Atualmente essas linhas são híbridas que incorporam
genes necessários para produção de carne, conformação e facilidade de processamento, com pouca ênfase
em produção de ovos e eclodibilidade.

Provavelmente todas as linhas machos usadas para produção de carne incorporaram alguns genes das raças
Cornish Escura ou Cornish Clara. Essas variedades conferiram a amplitude de peito, pernas curtas e a
carcaça arredondada, mas devido às penas coloridas dessas duas raças as linhas híbridas também
incorporaram genes de linhas brancas.

Não apenas as aves dessa linha híbrida apresentam penas brancas, mas também os descendentes do
cruzamento de galos dessa linha com galinhas de penas coloridas, o que é uma vantagem na depena dos
frangos. Geneticamente as linhas híbridas de macho são dominante para o gene branco.

A maioria dos consumidores preferem aves de pele amarela e por isso, praticamente todas as linhas de
macho e de fêmeas apresentam pele amarela, mas na Inglaterra e em alguns países europeus existe
preferência por aves de pele branca. Naquele caso, os frangos são produzidos pelo acasalamento de galos de
pele branca com galinhas de pela amarela. Os galos de pele branca de linhas Sussex Clara são os mais
utilizados.

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Bisavós, Avós e Matrizes

Bisavós

Devido à necessidade de ganhos genéticos cumulativos; devido a necessidade de grande número de aves
para a seleção; e devido ao grande número de galinhas para produzir as avós, as linhas puras podem ser
reproduzidas em várias incubações, quinzenalmente, cujos produtos nascidos são da mesma constituição
das linhas puras e selecionados dentro da linha transformando-se em Bisavós.

Avós

Do acasalamento das bisavós dentro de linha gera-se os galos nas linhas de macho e as galinhas nas linhas
de fêmeas que serão os pais das matrizes e portanto chamados de avós.

Matrizes

As matrizes são os híbridos resultantes do cruzamento de avós. Por exemplo, a matriz macho AB é
produzida pelo acasalamento do avô paterno (galo A) com a avó paterna (galinha B) e a matriz fêmea CD é
produzida pelo acasalamento do avô materno (galo C) com a avó materna (galinha D).

Avaliação do desempenho do lote

O desempenho padrão da linhagem utilizada pode ser estimado pela pesagem de cerca de 1% dos frangos
em qualquer época, comparando-o com tabelas constantes nos manuais das linhagens. Na moderna
avicultura de corte, taxas de mortalidade acima de 3 % por lote estão fora dos padrões aceitáveis como
normais;

O desempenho do lote pode ser avaliado através de índices, como por exemplo, o IEP (índice de eficiência
produtiva). Esse índice leva em consideração o peso vivo, viabilidade, idade e a conversão alimentar (CA),
de acordo com a seguinte fórmula:

IEP=((Peso vivo (kg) x % Viabilidade ) /

(Idade em dias x Conversão alimentar ))x100

Exemplo:

peso corporal de 2,3 kg; mortalidade de 3 %; idade 42 dias; CA de 1,8

IEP = (( 2,3 x 97 ) / ( 42 dias x 1,8 )) x 100

IEP = 295,11

Autores deste tópico:Elsio Antonio Pereira de Figueiredo

Nutrição e alimentação

A nutrição adequada dos frangos de corte depende de conhecimento técnico sobre nutrientes, energia,
aminoácidos, minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. É importante anotar o consumo diário de água, pois
uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o inicio de problema. Os nutrientes que são usados em
pequenas quantidades são chamados de micro-ingredientes e são adicionados à ração através de pré-
misturas vitamínicas e minerais (Premix). As dietas devem ter especificações de qualidade de ingredientes
para entrarem na fabricação de rações. Entre as especificações devem ser atendidas as exigências dos
frangos de acordo com o peso ou fases produtivas, a qualidade e preços dos ingredientes.

Para fabricar rações, além do conhecimento técnico, a estrutura deve atender as necessidades para a
fabricação de rações e que o processo de fabricação de rações seja entendido para qual finalidade está sendo
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aplicado. Alguns exemplos de formulas são apresentadas para atender casos gerais, as quais deverão ser
recalculadas caso existam ingredientes alternativos. Sempre que se considerar a alternativa de ingredientes
(e.g. trigo, triticale, triguilho, sorgo, farinhas animais, subprodutos do milho, cevada, etc.) devemos estar
atentos a disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a
vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade. Um principio básico na substituição do milho por
ingredientes alternativos é manter equilibrado os nutrientes e energia, produzindo uma dieta mais barata que
a convencional. Os alimentos a serem fornecidos devem também atender a alguns princípios de manejo da
alimentação e da água para que sejam bem aproveitados e gerem eficácia no desempenho dos frangos. Para
facilidade de entendimento alguns pontos a seguir são ressaltados, visando melhor esclarecimento do
assunto.

Nutrientes

É necessário a distinção entre nutrientes, ingredientes, dieta e ração.

Nutrientes são as substancias proporcionadas pelos ingredientes que compõem uma dieta, que, consumida
em determinada quantidade, se diz ração. Os nutrientes essenciais são divididos em categorias que incluem
os aminoácidos (proteína), minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. As gorduras, carbohidratos e também
os aminoácidos proporcionam a energia da dieta, que mesmo não sendo nutriente e sim um componente da
dieta, é fundamental ao metabolismo e crescimento animal. Os nutrientes e energia podem ter
disponibilidade variável de acordo com a fonte da matéria prima que os fornece. Muito poucos ingredientes
de uma dieta apresentam 100% de disponibilidade do nutriente e isso pode ser devido a vários fatores
inerentes ao ingrediente, fibra dietética, toxinas, fatores antinutricionais, processamento e ao estado
fisiológico e sanitário do animal. Os frangos exigem uma certa quantidade de nutrientes e de energia na
dieta para alcançar um performance máximo, não necessariamente o máximo lucro. Certas situações podem
ser favoráveis ao menor preço dos ingredientes e (ou) do kg vivo e, portanto, ajustes devem ser feitos para a
melhor estratégia de alimentação para um dado momento.

Energia

A energia tem sido expressa em Calorias (cal) ou Joules (J) ou seus múltiplos de 1000 que são a kcal e o kJ.
Por exemplo, cada kg de milho contem cerca de 3300 Kcal de energia metabolizável (EM) e o farelo de soja
2400 kcal de EM/kg. Em geral, assume-se a energia como um componente restritivo da dieta, sendo alto o
seu custo para a formulação da dieta. Os ingredientes precisam ter boa energia para suprir a exigência
animal e, frequentemente, busca-se diminuir a energia da dieta para diminuir o custo da mesma, claro sem
prejuízo no performance dos frangos. A energia é exigida em quantidades diferentes por várias razões, entre
as quais o sexo, a fase produtiva, a condição ambiental a capacidade digestiva e a quantidade de ração
consumida por dia.

Aminoácidos

Os aminoácidos dos ingredientes que compõem a dieta são as unidades mínimas de construção da proteína
animal. Existem cerca de 22 aminoácidos, mas somente 10 são essenciais, precisando ser fornecidos em
quantidades adequadas na dieta. Se algum desses estiver em deficiência na dieta, a ave não crescerá
satisfatoriamente. Há uma sequência de prioridades entre os aminoácidos da dieta e ai estabeleceu-se um
conceito de balanço ideal de aminoácidos na dieta, que convencionou-se chamar de proteína ideal. Formular
uma dieta com base na proteína ideal, significa suprir o mínimo, mas equilibrada quantidade de
aminoácidos na dieta para obter o melhor crescimento. Esse balanço, naturalmente depende da
disponibilidade dos aminoácidos nos ingredientes e deve ser considerado na formulação das dietas. A
disponibilidade dos aminoácidos varia segundo fatores como; a proteína do ingrediente, tipo da fibra,
fatores antinutricionais presentes, processamento (temperatura, pressão), metodologia de estudo e fase de
vida do animal.

Minerais

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Os minerais podem ser divididos em macro minerais por entrarem em maiores quantidades na dieta (Ca, P,
K, Na, Cl e S) e os microminerais (Cu, Zn, Fe, Mn, I, Mo, Se, Cr). Todos tem exigências especificas pelo
animal e suas funções estão relacionadas com a estrutura do animal, o metabolismo geral, a produção de
enzimas e o envio de sinais entre diferentes células do organismo. Além das quantidades individuais de cada
mineral, existem relações entre eles que devem ser observadas. Por exemplo o Ca e o P não fítico
(disponível) devem apresentar relação de 2 a 2,2 : 1. Algumas vezes o desbalanço ou excesso de um dado
mineral pode interferir na absorção de outro e ocasionar prejuízos na produção. Assim, águas com excesso
de minerais ou o desbalanço eletrolítico da dieta devem ser prevenidos.

Vitaminas

Embora necessárias em pequenas quantidades, são indispensáveis para suportar ou estimular reações
químicas do metabolismo animal. A exigência de algumas pode ser suprida pela dieta normal, porém outras
precisam ser suplementadas na dieta. As vitaminas são classificadas em solúveis em gordura (A, D, E e K )
e as solúveis em água (do grupo B e C). Os fatores que danificam as vitaminas são o ar, luz, calor, umidade
e ácidos e precisam ser evitados para aumentar a estabilidade das vitaminas e (ou) das pré-misturas de
vitaminas. Como regras gerais, manter as vitaminas ou pré-misturas em sala escura, fresca, seca e cujos
estoques não sejam grandes para evitar envelhecimento do produto (não estocar por mais de 3 meses). O
diagnóstico de deficiências vitamínicas não é tarefa fácil e sua prevenção é feita com o uso de pré-misturas
vitamínicas. Um bom premix vitamínico conterá todas as vitaminas necessárias à adequada nutrição e sua
inclusão dependerá da recomendação e dos custos entre as marcas comerciais, entendendo-se que todos
fabricantes possam garantir a qualidade de seus produtos.

Ácidos Graxos

As gorduras das dietas dividem-se em sub-unidades que são os ácidos graxos.

Os ácidos graxos linoleico e alfa-linolênico são essenciais para as aves, pois exercem papel especifico no
metabolismo (membrana celular e hormônios) e não podem ser sintetizados, precisam estar contidos na
dieta, quer seja advindo dos ingredientes ou de gorduras adicionadas. A falta de ácidos graxos essenciais
leva a perda da integridade das membranas, descamação da pele, diminuição da resistência a doenças e
problemas reprodutivos nas aves. Os acidos graxos totais são adicionados à dieta também para fornecerem
energia, já que a concentração energética dos óleos e gorduras é alta.

Água

Um nutriente frequentemente esquecido; porém, deve ser considerada como tal na alimentação dos frangos.
Em qualquer fase da criação deverá ser abundante, limpa, sem contaminantes, fresca com temperatura em
torno de 22 oC. A água entra no organismo através de 3 caminhos: como bebida, pelos alimentos e via
oxidação metabólica. O consumo da água de bebida depende de vários fatores como idade, sal e proteína da
dieta, temperatura ambiental e tipo de ração. Um valor médio a considerar para o consumo é de 2 a 3 litros
de água por quilo de ração consumida como um valor de referencia na criação de frangos. Na Tabela 1
mostra-se alguns valores estimados para consumo diário de água. É importante anotar o consumo diário de
água, pois uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o inicio de problema. Por isso, instalar um
registro de consumo de água na tubulação de acesso às instalações. A salinidade da água medida em sólidos
totais (ST) dissolvidos, idealmente conterá menos do que 1000 mg de ST / litro e no máximo deverá conter
3000 mg de ST / litro. Sempre que houver presença de coliformes fecais em qualquer número, efetuar o
tratamento com 0,3 g de cloro (hipoclorito de sódio) por mil litros d`água.

Tabela 1. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango.

Semana ml / dia / frango I / dia / 12.000 frangos


1 32 384
2 69 828
3 104 1248
4 143 1716
5 179 2149
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6 214 2568
7 250 3000
8 286 3432

Pré-misturas vitamínicas e minerais

Os microingredientes são adicionados à ração através de pré-misturas (Premix) de minerais e de vitaminas.


Os nutrientes que contém são essenciais ao desenvolvimento dos frangos e são em geral, adicionados em
quantidades menores do que 2 kg / tonelada de ração. Fazem parte as vitaminas, micro-minerais, minerais-
traço, aminoácidos, antioxidantes, enzimas, anticoccidianas, antibióticos, flavorizantes, entre outros. Além
da alta sensibilidade às condições ambientais, alguns desses produtos são usados em pequenas
quantidades,o que pode implicar em falta de uniformidade dentro de uma formula de rações. Sendo o
premix necessário na fabricação de rações, ficam prejudicadas as rações que por qualquer razão não
consigam ter todos os micro-ingredientes na mistura final. Os resultados disso poderão ser a perda de
desempenho e o aumento na mortalidade. Não se recomenda a fabricação própria de premix vitamínicos e
de minerais para produções familiares de frangos devido a dificuldade de manutenção de estoques
atualizados de ingredientes, dificuldade de manipulação de pequenas quantidades, perda de potência de
alguns produtos com as condições ambientais, maiores preços na compra de menores quantidades, falta de
controle das matérias primas da pré-mistura e maior possibilidade de erro na mistura. Evidentemente que
devem ser buscados fabricantes/fornecedores idôneos de pré-misturas minerais e vitamínicas, os quais, em
geral, dispõem de assistência técnica especializada e fornecem serviços de análises laboratoriais para
controle de qualidade das rações.

Qualidade de ingredientes

Qualidade de ingredientes Entre vários pontos criticos da formulação e fabricação de rações está a qualidade
dos ingredientes. Um dos itens mais importantes na qualidade dos ingredientes esta relacionado com a
presença ou não de micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a aflatoxina, fumonisina,
zerealenona, vomitoxina e ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas primeiras toxinas. Os elementos
básicos para formação da toxina são o substrato (ex. milho), umidade, oxigênio, tempo e temperatura. O
problema será mais ou menos severo, na dependência da presença dos fatores citados, durante as fases de
pré-colheita e(ou) armazenagem dos cereais e grãos. O milho por ser o cereal de maior percentual de uso
precisa de atenção especial, visto que são comuns os casos de presença de aflatoxina no milho. As aves de
maior idade são mais resistentes que as jovens, mas os sintomas em frangos de corte podem estar
relacionados com má conversão dos alimentos, pesos corporais mais baixos, menor proteção imunológica o
que resulta em maior mortalidade, menor pigmentação (palidez) nas aves abatidas e maior presença de
hemorragias subcutâneas e intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas.

Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade do
grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se inspecionar
o silo para possíveis entradas de umidade e repara-las, caso existam. Os silos de armazenagem devem ser
limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa de controle de insetos e
roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se multiplicarem. Recomenda-se
que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de certas regiões de minifúndio.
Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior àquele devidamente colhido, seco
e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados com micotoxinas essa não deverá ser
maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a
fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado nessas ocasiões visando fortificar e incluir
antifúngicos na ração.

Fabricação de rações

As especificações das rações para os frangos dependerá de algumas condições que serão estabelecidas a
priori. Entre essas, estão a exigência de nutrientes do animal de acordo com o peso desejado para o abate; a
idade em que se pretende alcançar o peso; a separação dos lotes por sexos; a disponibilidade, qualidade e
preços dos ingredientes e o mercado ao qual se destinam os animais. É necessário que os ingredientes a
serem utilizados na fabricação, sejam de boa qualidade e que atendam os padrões mínimos estabelecidos
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pelo Ministério da Agricultura. Sempre que possível, os ingredientes devem ser analisados
laboratorialmente, ou consultadas as tabelas de composição de alimentos para efetuar o cálculo das fórmulas
das rações. As rações produzidas industrialmente pelas integrações e fábricas de rações independentes
registradas no Ministério da Agricultura, atendem as especificações legais e técnicas, sendo de pronto uso,
sem necessidade de remisturá-las com outros ingredientes. Entretanto, em algumas regiões ou nichos de
mercado, o produtor poderá fazer sua própria ração comprando o núcleo mineral-vitamínico ou o
concentrado protéico. Nesse caso, será importante manter a qualidade no processo de fabricação das rações
na propriedade, sob pena de inviabilizar a exploração dessa atividade, caso não siga rigorosamente as
recomendações técnicas. Sempre que o produtor não dispuser de conhecimento sobre formulação e preparo
de rações, deverá necessariamente buscar a orientação com nutricionistas do setor de avicultura. Além disso,
é importante ter em conta que existem alguns pontos criticos no processo de fabricação de rações na
propriedade, os quais devem ser considerados dentro das normas de boas práticas de fabricação (BPF) de
rações.

Exigências dos frangos

Tabela 2. Especificações das exigências dos frangos de acordo com a idade em porcentagens ou quando
diferente, especificado na variável.

Fases Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*


22 a 35 ou 35 a 42 ou
Idade, dias 1a7 8 a 21
22 a 42 42 a 49
Proteína 21 20 18 18
EM, kcal/Kg 3.000 3.100 3.200 3.200
Cálcio 0,99 0,94 0,85 0,85
P disponível 0,47 0,44 0,42 0,42
Sódio 0,22 0,22 0,20 0,20
Lisina digstível 1,18 1,16 1,05 1,05
Met +Cis digstível 0,83 0,82 0,74 0,74
Treonina digestível 0,74 0,73 0,68 0,68
Triptofano digestível 0,19 0,19 0,18 0,18
Premix mineralico,
+ + + *
vitamínico e aditivos*

* As vitaminas, microminerais e aditivos serão incluídos na forma de pré-mistura em quantidades variáveis


conforme o fabricante. Salienta-se que a dieta final ou de retirada, não deve conter drogas de nenhuma
categoria. O uso de aditivos pode ser feito com prudência e respeitando as quantidades recomendadas pelos
fabricantes e expressas no rótulo das embalagens. São preferidos os promotores de crescimento Gram +,
desde que aprovados pelo Ministério da Agricultura. Os antimicrobianos Gram – podem ser usados, se
prescritos por Médico Veterinário e, respeitando o limite de retirada do produto antes do abate. Nunca
devem ser usados Cloranfenicol, Ácido 3-Nitro e Nitrofuranos, pois não são permitidos pelo Ministério da
Agricultura

Tabela 3. Exemplo de fórmulas com base nos ingredientes milho e farelo de soja para atender as diferentes
fases de produção.

Ingredientes Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*


1a7 8 a 21 22 a 35 ou, 22 a 42 35 a 42 ou, 42 a 49
Milho 55,58 54,70 57,82 57,93
Fosfato bicálcico 1,98 1,83 1,74 1,74
Farelo de soja 37,10 36,62 32,90 32,88
Óleo de soja 2,75 4,35 5,39 5,37
Calcáreo 1,33 1,29 1,11 1,11
Sal 0,51 0,51 0,46 0,46
L-Lisina HCI 0,16 0,15 0,12 0,12
DL-Metionina 0,23 0,22 0,18 0,18
Premix mineral 0,05 0,05 0,05 0,05
Premix vitamínico 0,13 0,12 0,10 0,10
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Clor. Colina (70%) 0,11 0,09 0,06 0,06


Avilamicina 0,01 0,01 0,01 -
Monensina 0,06 0,06 0,06 -
Total 100,00 100,00 100,00 100,00

Alimentação por fases produtivas

A alimentação dos frangos deve ser balanceada para cada fase para a qual é pretendida uma dada dieta,
visando atender as necessidades para o crescimento rápido, seguro e saudável. As fases são estabelecidas de
acordo com a curva de crescimento do frango, dividindo a sua vida em períodos (abaixo) e cuja exigencia
de nutrientes é variável, em função de vários fatores (sexo, fase produtiva, temperatura ambiental). Uma
generalização, que não deverá atender a todas as situações, mas que pode exemplificar uma dieta geral para
as fases é a apresentada nas Tabelas 2 e 3.

Pré-inicial: de 1 a 7 dias inicial: de 8 a 21 dias crescimento: de 22 a 35 ou 42 dias final: de 36 a 42 ou 43 a


49 dias

Necessidades para a fabricação de rações

O processo de fabricação de rações, além do conhecimento da área, implica em ter a disposição a estrutura
para tal e entre alguns itens destacam-se as seguintes necessidades: espaço útil na área da fábrica de rações
para instalar silos graneleiros visando a estocagem de cereais; sala de estoque de drogas, aditivos, vitaminas
e minerais, a qual sirva também para pesagens de ingredientes que são usados em menores quantidades (
abaixo de 10 kg ); balança c/ capacidade de pesagem de 10 kg e sensibilidade de 1 g; balança de 200 kg ou
mais, com sensibilidade de 20 g, para pesagem de cereais; moinho de martelos com motor adequado à
trituração de cereais; misturador de ração horizontal ou vertical com capacidade condizente com a
necessidade da produção; roscas sem-fim para transporte até a carreta e desta para os silos à granel
localizados junto ao aviário.

O processo de produção de rações

Algumas das razões levam a necessidade de processamento de ingredientes e de rações e que podem estar
relacionados com a melhoria da digestibilidade (peletização e extrusão), separação de cascas de
ingredientes, detoxificação (tratamento térmico), preservação (secagem de grãos) e uniformidade de
particulas (moagem e peletização). Em frangos a moagem é importante para homogeneidade da mistura e
entre outros aspectos, também o correto tamanho de particulas promove a economia de energia da trituração
dos cereais. Tamanhos de particulas de milho entre 750 e 1000 mm ficam na faixa recomendada, sendo esse
valor facilmente mensurado através do granulômetro. A mistura dos ingredientes triturados é essencial no
processo e os equipamentos existentes apresentam tempo variável de mistura, situando-se entre 5 e 15
minutos na dependencia principalmente do tipo (vertical ou horizontais) e das roscas helicoides. A mistura
adequada dos ingredientes da ração é passo fundamental e precisa ser avaliada periodicamente. Existem
publicações da Embrapa que indicam procedimentos sobre testes da qualidade de mistura. A peletização
embora muito desejável no processamento, pois pode proporcionar melhoria da eficiência alimentar maior
que 5%, dificilmente será realizada por produtores devido ao alto investimento em equipamentos, a menos
que esses se associem para a fabricação de rações.

Alimentos alternativos

Na tabela 3, há indicação de algumas formulas que usam o milho e o farelo de soja como ingredientes
básicos. O mercado de insumos apresenta peculiaridades de preços que podem ser conjunturais, estacionais
ou localizados em uma dada região. Os ingredientes considerados "alternativos", muitas vezes, acabam
tendo um custo maior do que o milho e o farelo de soja. Assim, características como concentração de
nutrientes e seu valor econômico tem que ser levadas em consideração toda vez que se pensar em comprar
ingredientes. Quando o milho e farelo de soja aumentam de preço e (ou) tornam-se escassos, ficam mais
viáveis as dietas com ingredientes alternativos, mas devido as políticas agrícolas do país a disponibilidade
de ingredientes alternativos é em geral baixa.

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Um ponto importante a considerar na busca de ingredientes alternativos é que ao se aumentar a demanda


dos mesmos, tendem a aumentar de preço no mercado e ai passam a perder a vantagem diferencial que
teriam pela falta ou aumento de preço dos ingredientes tradicionais (soja e milho). Por isso, sempre que se
considerar a alternativa de ingredientes devemos estar atentos a disponibilidade comercial, qualidade e
preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a
qualidade

O trigo e o triticale são cereais de inverno que os produtores de aves devem redobrar a atenção em seus
preços, pois a colheita ocorre no final do ano, justamente, na entre-safra do milho. O trigo, historicamente,
sempre foi destinado ao consumo humano sendo os subprodutos do seu processamento direcionados à
alimentação animal, destacando-se, principalmente, o farelo de trigo e o resíduo de limpeza, erroneamente
definido como "triguilho". O triticale é um grão produzido com o destino principal para a produção de
rações.

Os cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e valor nutricional, enquanto os
de triticale são menos variáveis. Entretanto os dois cereais sofrem efeito marcante do ambiente e do clima
em que são produzidos. Em geral, o preço limite para compra do trigo e do triticale para uso em rações de
frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do milho

O sorgo é um cereal cuja disponibilidade comercial não é alta, mas que apresenta excelente possibilidade de
uso na alimentação, desde que incluídos ingredientes com pigmentos carotenóides ou xantofilicos, já que o
sorgo diminui a pigmentação da pele, quando de seu uso. Algumas variedades de sorgo podem conter
tanino, o qual é indesejável para rações. O sorgo poderá conter menos energia metabolizável que o milho e
seu preço não deve ser superior ao do milho e a menos de 90 % deste, poderá ser vantajoso na substituição
parcial do milho. As farinhas animais de outras espécies não aviárias, devidamente processadas e de boa
qualidade (nutricional e sanitária), podem ser alternativa proteica e fosfórica importante para diminuir o
custo de alimentação. A diminuição do custo de produção das rações oscila entre 5 e 12% quando os preços
do farelo de soja e milho estão com preços altos no mercado. Análises devem ser solicitadas visando a
garantia de qualidade (negativo para salmonela, putrefação, sem rancificação, digestibilidade, etc.).

Composição nutricional calculada

Proteína 21,89 21,58 20,00 20,00


Energia (EM), kcal/kg 3.000 3.100 3.200 3.200
Cálcio 0,99 0,94 0,85 0,85
Fósforo disponível 0,47 0,44 0,42 0,42
Fibra 2,81 2,77 2,66 2,66
Sódio 0,22 0,22 0,20 0,20
Lisina digstível 1,18 1,16 1,05 1,05
Met + Cis digstível 0,83 0,82 0,74 ,074
Treonina digestível 0,74 0,73 0,68 0,68
Triptofano, digestível 0,21 0,21 0,19 0,19

Autores deste tópico:Claudio Bellaver

Manejo da produção

Manejo na produção e pré-abate

Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão
funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Os pintos devem ser colocados no círculo de
proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles, para servir de orientação da fonte d
´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada
dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu alojamento.

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O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se
manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em
função do clima. No verão, pode ser dispensado à partir da segunda semana, sendo usado apenas nas horas
mais frias, normalmente a noite.

No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo das
cortinas é determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a
idade das aves.

Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação
correspondente a idade do pinto, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e
época do ano, visando melhorar o desempenho das aves.

Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros e comedouros estejam bem distribuídos nos círculos
de proteção ou na área para alojamento das aves. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção
são abertos, os bebedouros e comedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma
distribuição uniforme por todo o galpão.

A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm e então compactada.
Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.

No manejo pré-abate a programação da retirada do lote, tem a responsabilidade de estabelecer o calendário


e proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas.

O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à ração.
Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de
contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou intestino.

Na preparação do aviário e apanha, deve-se estabelecer um método padrão para a divisão dos aviários na
granja, de acordo com as características de cada uma. A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na
apanha, reduz o impacto da movimentação das demais aves.

A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Esse trabalho implica em sérios riscos
para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e as asas, devido ao manejo inadequado das
aves, sendo a causa mais provável de danos. Utilizar a razão de 25 kg/m2 de aves por caixa.

No carregamento e transporte, o número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber
atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores
como clima e distância do aviário ao abatedouro. No processo de carregamento é desejável que o caminhão
possa entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. O transporte das aves no período
noturno é vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as
perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade. Entretanto, no inverno podem ocorrer
problemas relacionados à qualidade da carne, devido à baixa eficiência da sangria quando as aves ficam
expostas a temperaturas baixas.

Ao chegar no abatedouro, as aves devem permanecer na plataforma de espera. Esse local deve ser preparado
para proteger as aves, propiciando um microclima favorável a sua sobrevivência, possibilitando o acesso à
sombra, ventiladores e umidificadores . O tempo transcorrido entre a chegada do caminhão ao abatedouro e
o início do abate é crítico, podendo interferir negativamente nos índices de mortalidade.

Recebimento dos pintos

Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de aves por pelo menos 10 dias. Um a dois
dias antes da data prevista para a chegada dos pintos é necessário que se faça uma última desinfecção do
galpão e equipamentos, assegurando-se de que estejam em condições de funcionamento, limpeza e em
número suficiente. E que os acessos ao aviário possuam pedilúvios para desinfeção dos calçados.

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Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar menos da metade do aviário. Duas a três
horas antes do alojamento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e os
bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos, além de efetuar-se a contagem dos pintos
existentes nas caixas, deve-se separar os pintos que apresentam pernas retorcidas, cabeças e olhos
defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total de pintos com
problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário (sistema todos dentro
todos fora).

Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de
alguns deles, para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos
bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à
ração e água logo após o seu alojamento.

Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias, para que sejam queimadas, se forem de papelão. Se forem
caixas plásticas, queimar o papel e/ou cama contida nos mesmos.

Registrar as seguintes informações: número de pintos e data do alojamento, ração fornecida, mortalidade e
outras que forem importantes, em fichas específicas.

Manter a densidade de 12 frangos/m2, com produção de 25 a 30 kg de carne/m2; porém, considerar que a


densidade pode ser variada com a época do ano, com o peso e idade das aves ao abate.

Aquecimento

O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se
manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar em
função do clima. No verão, pode ser dispensado a partir da segunda semana, sendo usado apenas nas horas
mais frias, normalmente a noite.

O controle da temperatura pode ser feito na área abaixo da campânula e a 5 cm acima da cama com um
termômetro ou ainda com base no comportamento dos pintos (pintos com frio – amontoados – pintos com
calor – afastados da fonte de calor – corrente de ar – pintos agrupados em um lado do círculo – o ideal –
pintos distribuídos uniformemente em todo círculo conforme figuras 1, 2, 3 e 4), baixando ou levantando o
sistema de aquecimento em relação a cama.

As exigências de temperatura para que as aves encontrem conforto ambiental para seu crescimento
adequado, são os seguintes:

32°C = 1°dia
30°C = 2° ao 7° dia
29°C = 2ª semana
27°C = 3ª semana
24°C = 4ª semana

A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do 3º dia, podendo ser aberto diariamente
conforme o comportamento e crescimento das aves. Os círculos devem ser retirados após 7 a 8 dias no
verão e 10 a 12 dias de idade no inverno. O espaçamento entre os comedouros e bebedouros deve ser feito
ao mesmo tempo da abertura dos círculos, de forma a deixá-los equidistantes uns dos outros para favorecer
o acesso das aves. Manter os pintos distribuídos de forma homogênea em relação à fonte de calor. Garantir
que no 8º dia (verão) ou 12º (inverno) os círculos de proteção, ou a área definida como pinteiro, estejam
completamente abertos, utilizando-se todo o espaço do aviário preparado para o alojamento. Fazer com que
o espaço restante seja gradativamente aumentado, de maneira que ao 28º dia, todo o espaço do aviário esteja
ocupado.

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Figura 1. Os pintos encontram-se sob a campânula. Isto indica que eles estão procurando a fonte de calor e
agrupados para se aquecer. Neste caso recomenda-se abaixar a campânula.

Figura 2. Nesta ilustração os pintos encontram-se agrupados em um lado do círculo pois provavelmente há
uma corrente de ar frio que está passando, fazendo com que as aves se agrupem buscando proteção e
aquecimento.

Figura 3. Neste ambiente os pintos encontram-se longe da fonte de aquecimento central. Certamente a
temperatura da campânula está muito elevada. Neste caso recomenda-se elevar a altura da campânula.

Figura 4. Pode-se observar através da figura que há uma distribuição homogênea dos pintos dentro do
círculo de proteção, o que demonstra conforto (bem estar para os pintos), no aquecimento.

Manejo de Cortinas

No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo é
determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das aves.
Devem ficar levantadas nos primeiros dias de idade, para manter a temperatura, baixando-as nos dias mais
quentes. Nunca baixá-las de uma só vez, para evitar mudanças bruscas de temperatura e a excessiva
incidência de sol no interior do galpão. Se o aviário estiver abafado ou com cheiro de amônia,
principalmente de manhã, as cortinas devem ser abertas preferencialmente do lado que não recebe vento,
para que se realize a troca de ar, sem prejudicar os pintos.

Quando houver necessidade de revolver a cama, as cortinas devem ser abertas para evitar o excesso de
poeira e gases no interior do aviário. Nas idades menos críticas da criação (após o empenamento das aves),
deve-se levantá-las somente nas horas frias ou durante chuvas ou ventanias.

No inverno as cortinas laterais internas devem ser manejadas em conjunto com as externas. Nos horários de
frio intenso, ambas devem ficar levantadas. Em temperaturas amenas deve-se manejar apenas com a cortina
externa, e nos horários mais quentes do dia pode-se baixar também a cortina interna de forma a propiciar
conforto aos animais e permitir a saída dos gases e poeira, principalmente quando for necessário manejar a
cama. Utilizar sistema de acionamento da cortina por meio de roda dentada com corrente, e sistema de
roldana.
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Iluminação

Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação
correspondente a idade do pinto.

O programa de luz a ser utilizado deve ser:

1° dia = 24 horas
2° dia = 22 horas
3° dia = 20 horas

Do quarto dia em diante, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época do
ano, visando melhorar o desempenho das aves.

Observar constantemente as lâmpadas que deverão ser substituídas imediatamente quando queimadas ou
quebradas e mantidas devidamente limpas.

Bebedouros

Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção ou
na área para alojamento das aves, sempre objetivando que qualquer que seja o lugar onde o pinto se
encontre haja um bebedouro próximo. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são abertos,
os bebedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição uniforme por
todo o galpão.

Nos primeiros dias usar bebedouros tipo pressão com capacidade para 3 litros de água, na proporção de um
bebedouro para 80 pintos. O abastecimento deve ser feito com água fresca e limpa, que deverá ser trocada
pelo menos duas vezes ao dia quando também deverá ser realizada a limpeza do bebedouro. A partir do 3º
ou 5º dia de idade esses bebedouros deverão ser substituídos gradativamente pelos pendulares que
permanecerão até o final da criação do lote. Entre o 6º e o 8º dia pode-se começar a retirada dos bebedouros
iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Os pendulares permanecerão na mesma proporção
(um bebedouro para 80 pintos). A limpeza deve ser feita diariamente para evitar o acúmulo de ração, pó e
excreções das aves no fundo dos bebedouros, garantindo a qualidade da água. A regulagem da altura do
bebedouro deve garantir que o pinto possa beber confortavelmente e evitando o desperdício de água,
empastamento e apodrecimento da cama. De 15 a 20 dias de idade, a base superior do bebedouro deve estar
à altura de 5 cm do dorso da ave, sendo regulado de acordo com o desenvolvimento, conforme Figura 5.

No caso de se usar bebedouros tipo nipple, deve-se atentar para a regulagem do nível de água e altura dos
bebedouros. Na 1ª semana (até o 4º dia), o pinto bebe pela lateral do pino, sem esticar demais o pescoço, ou
seja, nos primeiros dias, o bico fica na altura dos olhos do pintinho e a partir do 4º ou 5º dia a ave deve
beber com uma inclinação de 45 graus dos olhos em relação ao bico. Da 2ª a 3ª semanas, a ave passa a beber
com a cabeça um pouco mais inclinada e o bico toca mais abaixo no pino. Da 3ª a 4ª semanas, a ave bebe
quase abaixo do bico, com a cabeça ainda mais inclinada e 4ª a 6ª semanas ou mais, a ave bebe bem debaixo
do bico, com a cabeça totalmente esticada. Regula-se a altura dos bebedouros a cada 2 dias nas primeiras
semanas e diariamente daí em diante. A cada ajuste verifica-se o nivelamento entre as linhas e o solo, mas é
importante observar as aves.

A pressão da água deve ser regulada de acordo com a idade da ave com auxilio da régua fornecida pelo
fabricante. No inverno as aves consomem menos água, portanto as pressões normalmente utilizadas no
inverno devem ser menores do que as do verão. Cama úmida ao longo das linhas geralmente indica excesso
de pressão. Nesse caso, deve-se abaixar aos poucos a pressão e observar os resultados sobre a cama. Na
troca de lote deve-se lavar e desinfetar a caixa d´água.

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Figura 5. Representação esquemática de um bebedouro tipo pendular.

Fonte : AVILA et al. (1992).

Comedouros

O comedouro tipo bandeja é utilizado nos primeiros dias de idade, na proporção de 6 para 500 pintos ou seja
80 pintos por comedouro. Os pintos ao entrarem no comedouro para se alimentarem, sujam a ração, sendo
necessário peneirá-la duas vezes por dia, retirando-se as fezes e partículas de cama. Deve-se mexer a ração
de 5 a 6 vezes por dia, principalmente nos primeiros dias de criação, para estimular o consumo. Para tanto o
fornecimento da ração diária, deve ser feita em maior número de vezes e em quantidades menores. Para
evitar a fermentação das placas formadas pela umidade devem-se trocar ou lavar as bandejas diariamente,
devolvendo-as limpas e secas.

A partir do 4o. dia pode-se começar a colocar os comedouros definitivos e a partir do 7o. ao 10o. dia
procede-se a retirada dos comedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Garantir que
os comedouros definitivos estejam uniformemente distribuídos. Os comedouros tubulares deverão ser
mantidos na proporção de 40 aves/comedouro. Manter, a partir da 2a. semana, a base dos comedouros, na
altura do peito das aves, conforme Figura 6.

Os comedouros automáticos são de uso mais prático, por facilitar o manejo de arraçoamento. Os pratos com
grades permitem a alimentação dos pintos desde o primeiro dia de criação. A quantidade de aves por prato
alimentador e a capacidade do silo varia de acordo com cada fabricante. Os cuidados com o ajuste da altura
devem ser tomados durante toda a criação.

Figura 6. Representação esquemática de um comedouro tipo tubular.

Fonte : AVILA et al. (1992).

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Cama

A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm. Distribuição irregular da
cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.

O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o período de criação, no sentido de
evitar que a mesma se torne úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais vazamentos dos
bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos mesmos, portanto devem ser monitorados
constantemente.

Programação da retirada do lote

Essa etapa tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e proporcionar a logística para a retirada das
aves nas granjas. Para administrar essa etapa, é necessário conhecer algumas informações: a distribuição
física das granjas, as distâncias que separam as granjas do abatedouro, o tipo de pavimento da estrada de
acesso e, é claro, o número de aves alojadas. Essa informação é fundamental para estabelecer o tempo
padrão de envio de cada caminhão e o tempo de viagem até o abatedouro.

Jejum pré-abate

O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à ração.
Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a possibilidade de
contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou intestino. Após o
carregamento, a digestão torna-se mais lenta ou até paralisada, sendo que um período de jejum de 8 a 12
horas, incluindo o tempo de espera na granja, o transporte e a espera na plataforma é considerado suficiente
para que ocorra esvaziamento do trato digestivo das aves.

Essa fase de jejum é fundamental para que não se tenha perdas excessivas de peso ou em contrapartida, altas
contaminações no abatedouro, o que seria extremamente danoso. É preciso achar o ponto de equilíbrio. Nos
carregamentos noturnos ou ao amanhecer, quando o jejum ocorre à noite, existe uma tendência de ter
frangos com mais conteúdo intestinal, principalmente em épocas de temperaturas mais baixas. Isso é
causado pela deficiência da iluminação nas granjas, pouca movimentação e menor consumo de água. O
tempo de jejum deverá ser ajustado entre 7 e 9 horas. Os equipamentos (comedouros) devem ser colocados
de maneira que não atrapalhem o carregamento. A água deverá ser retirada somente no momento do
carregamento e nos meses de muito calor, fazer a retirada escalonada para que as aves fiquem o mínimo
possível sem a disponibilidade de água.

Preparação do aviário e apanha

A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais
aves. Se a apanha for parcial ou total durante a noite, deve- se usar luz azul, pois ao ter a capacidade visual
anulada pela luz azul, as aves não se agitam com o movimento do apanhador e ficam imóveis, facilitando a
apanha. Os obstáculos físicos, tais como os comedouros e bebedouros devem ser colocados fora da área de
movimento das aves e dos carregadores para evitar golpes no peito e nas pernas das aves e acidentes com o
pessoal da apanha. Independente do horário ou temperatura, alguns conceitos são básicos:

proporcionar o mínimo de estresse possível às aves. O seu aumento é diretamente proporcional à


perda de peso e ao número de contusões;
cercar um número de aves por vez, 200 a 250 aves (diurno);
levar as caixas até os frangos, nunca levar os frangos até as caixas.

A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Apesar de existirem no mercado
algumas alternativas automáticas, a previsão é de que esse método continuará a ser usado no futuro. Esse
trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e asas, devido
ao manejo inadequado das aves, sendo a causa mais provável de danos. Dois tipos de apanha são utilizados
atualmente:

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pelo dorso: é o mais usado. Apanha-se a ave pelo dorso, por sobre as asas com firmeza. A apanha
individual oferece maior proteção a integridade física das aves. Ao se pegar uma a uma, as aves são
manejadas e colocadas cuidadosamente nas caixas. Esse método beneficia também os trabalhadores,
cujo desgaste físico e estresse são reduzidos. Como resultado final, tem–se melhor qualidade de
carcaça, maior rendimento pela redução de lesões físicas, redução de perdas, redução dos custos
operacionais diretos e indiretos;
pelo pescoço: mais recente e vem crescendo. Várias empresas já utilizam 100% dessa modalidade.
Exige um pouco mais de treinamento da equipe. As aves são apanhadas 2 a 3 em cada mão. As lesões
hemorrágicas e o nível de fraturas, principalmente, são semelhantes quando se pega a ave pelo dorso.
Uma desvantagem é o número de arranhões no dorso e coxas que são feitos quando da introdução da
ave na caixa que já tem outras aves. Nos dias mais quentes, pode aumentar a mortalidade no
transporte porque o modo de apanha não deixa de ser um processo de asfixia.

Carregamento e transporte

O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão para
essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e distância do aviário ao
abatedouro. O número de fraturas ósseas é reduzido quando as aves podem mover-se no interior das caixas
transportadoras. A disponibilidade de oxigênio também é um fator decisivo no transporte dos frangos, uma
vez que quantidades reduzidas de oxigênio podem resultar em asfixia das aves, ou gerar coloração anormal
na ave. Para que a circulação do ar seja facilitada, é necessário que haja espaços entre as fileiras das caixas
no veículo transportador, e as caixas devem estar limpas, uma vez que excretas e penas dificultam a
passagem do ar.

No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde
está sendo feita a apanha. Mas os aviários antigos ou os mal projetados, impedem a entrada dos caminhões
fazendo com que haja maior movimentação das caixas contendo as aves. Usar um sistema de canos de PVC,
distanciados 50 cm para facilitar o deslizamento das caixas, deslizando sempre duas a duas. Toda e qualquer
batida, ou movimentos bruscos devem ser evitados. Um sistema também de canos, tipo escada, ou esteira,
deve ir do chão até a altura da carroçeria para deslizar suavemente as caixas. As pessoas que ficam em cima
do caminhão, tem que ser as mais experientes e eficientes para evitar as batidas e as contusões.

Deve-se manter um ponto de equilíbrio quanto ao número de caixas na altura de 7 a 8, já que sabe-se, que as
duas últimas fileiras são responsáveis por 40% das hemorragias de peito. A maneira de transportar as caixas
nos caminhões é bastante variada. Normalmente usa-se o sistema de canos laterais e de cobertura: tela, ou
simples amarrações que deverão dar garantias para que as caixas tenham um mínimo de movimento, sem
risco de acidentes, já que no momento que uma caixa se solte, outras sofrerão o mesmo processo.

Os motoristas que transportam aves, devem ser bem treinados e ter noção exata da carga que estão
transportando, ter idéia do número de aves que morrem normalmente no carregamento e transporte, além do
conhecimento das lesões que podem ocorrer. O transporte das aves no período noturno é vantajoso por
evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas por mortalidade e
resulta em carne de melhor qualidade.

Autores deste tópico:Valdir Silveira de Avila,Valéria Maria Nascimento Abreu

Referências bibliográficas

AGROSSERES ROSS. Manual de Manejo de Matrizes Agross- AGROSSERES ROSS


MELHORANMENTO GENÉTICO DE AVES S.A - Rio Claro SP. Maio de 1996.

ÁVILA. V.S.; JAENISCH, F. R. F.; PIENIS, L.C.; LEDUR., M.C. ALBINO, L. F: T.; OLIVEIRA, P: A: V:
Produção e manejo de frangos de corte. Documentos Número 28. Embrapa Suínos e Aves. 1992.

BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 04/1998. Dispõe sobre


normas para registro e fiscalização dos estabelecimentos avícolas.

BERCHIERI A. JÚNIOR & MACARI, M. Doença das aves. 1 ed. Facta, Campinas, 2000.
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Glossário
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Acondicionamento térmico - ato ou efeito de dotar certa condição de temperatura ao animal.

Aditivo - pode apresentar vários significados, mas em geral, ao serem incorporados na ração, referem-se a
substâncias adicionadas em pequenas quantidades para intensificar as propriedades desejáveis e (ou)
eliminar as características indesejáveis da dieta. Podem ser classificados em: pró-nutrientes, coadjuvantes de
fabricação e profiláticos

Amplitude térmica - Diferença entre a temperatura máxima e mínima.

Anomalia - irregularidade, anormalidade.

Apanha - é o ato de pegar (apanhar) a ave e colocá-la dentro da caixa para transporte.

Bacia Hidrográfica - unidade territorial drenada parcial ou totalmente por um ou vários cursos d`água.

Balanço de Nutrientes - conceito utilizado para a utilização da cama, biofertilizante, compostos e outros
resíduos como fertilizante agrícola o qual considera a quantidade de nutrientes fornecidos pelo resíduo, a
quantidade de nutrientes disponível no solo e a exigência da cultura vegetal, sendo que a recomendação de
adubação é feita de acordo com o balanço entre estes três fatores.

Biodigestão Anaeróbia - processo de degradação da matéria orgânica (camas e carcaças) realizado por
microrganismos na ausência de oxigênio.

Biofertilizante - fertilizante orgânico constituído por macrominerais e microminerais essenciais ao


desenvolvimento das culturas vegetais.

Biogás - é um dos produtos da degradação anaeróbia da matéria orgânica, constituído principalmente de


metano e gás carbônico.

Boas práticas de fabricação - são o conjunto de regras a serem seguidas para fabricação de ração e que
devem considerar o equilíbrio dos fatores exigência animal, bem estar animal, segurança do consumidor e
proteção ambiental e dos operários

Boas Práticas de Produção - conjunto de medidas que envolvem as questões legais, ambientais,
econômicas, de manejo e de segurança de produtos relacionadas aos sistemas de produção agropecuários
para que estes se desenvolvam de forma harmônica entre todos os elos da cadeia.

Capacidade Suporte - capacidade que um ambiente apresenta, a partir de fluxos de entradas e saídas, de
manter seu ponto de equilíbrio sem alteração das condições necessárias para manutenção da vida
dependente deste.

Caducifólias - diz-se das plantas ou vegetações que não se mantém verdes durante o ano todo, perdendendo
as folhas na estação seca ou no inverno.

Cama - é todo o material distribuído em um aviário para servir de leito aos animais., Mais especificamente
chama-se de cama de frango o material que, permanecendo no piso de uma instalação avícola, irá receber
excreções, restos de ração e penas. O material mais comumente utilizado é a maravalha ou cepilho de
madeira.

Campânula - equipamento côncavo utilizado no aquecimento das aves.

Carregamento - é termo utilizado para a operação de carregar o caminhão com as caixas de frangos.

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Chanfrada - cortada em ângulo ou de esguelha.

Círculo de proteção - é um círculo montado com chapas de compensados ou folhas metálicas, com altura
de 0,40 a 0,60 m, cercando cada um deles, uma área de aproximadamente 7 m2 para 500 pintos. O círculo
de proteção tem como função proteger os pintos de correntes de ar e limitar a área disponível aos mesmos,
mantendo-os mais próximos da fonte de aquecimento, água e ração

Combustão - ação de queimar produzindo calor e luz.

Compostagem - processo de degradação biológica da matéria orgânica sobre condições aeróbias, tendo
como resultado um material, relativamente, estável denominado de composto.

Composto - grupo de resíduos orgânicos ou uma mistura de resíduos orgânicos e substrato que sofreu
processo de compostagem. Este material tem como principal aproveitamento sua utilização como
fertilizante para o cultivo de culturas vegetais.

Convecção - processo de transferência de calor por meio de um fluido em movimento.

Cortina - pode ser de plástico especial trançado, lona ou PVC. Confeccionadas em fibras diversas, porosas,
permitem a troca gasosa com o exterior, podendo funcionar apenas como quebra-vento, sem capacidade de
isolamento térmico. Ela deve ser instalada nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol,
chuva e controlar a ventilação no interior do aviário.

Cortina interna - tem as mesmas especificações da cortina, só que essa é instalada pelo lado de dentro do
aviário.

Declinação - é o ângulo, entre o raio vetor do astro e o plano equatorial celeste; varia de 0 a 990, sendo
considerada positiva quando o astro se encontra no Hemisfério Norte Celeste, e negativa quando o astro se
encontra no Hemisfério Sul Celeste.

Densidade de criação - quantidade de aves criadas por m2 de piso.

Dieta - é a mistura equilibrada de ingredientes de modo a proporcionar nutrientes exigidos pelos animais
para expressar o seu desempenho produtivo e reprodutivo

Digestibilidade - é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso como porcentagem


do que foi retido em relação ao que foi ingerido

Drogas - são substâncias veterinárias medicamentosas de qualquer natureza e que podem ser usadas
terapêuticamente (tratamentos) ou profilaticamente (prevenção) visando manter a saúde dos animais

Energia da dieta - é o valor medido em termos de calorias de uma dieta, em geral expresso na forma
metabolizável, ou seja, a energia absorvida da dieta nos processos bioquímicos do organismo animal,
diminuída das perdas de energia nas fezes e urina

Energia radiante - energia que pode ser transmitida de um ponto a outro do espaço sem a presença de
meios materiais, propagando-se como onda.

Espera - tempo decorrido entre a chegada das aves ao abatedouro e o início do abate.

Exigência - é a quantidade de nutriente ou de energia em gramas ou calorias por dia ou, como porcentagem
de uma dieta fornecida em determinada quantidade por dia, requerida para o animal manifestar seu
desempenho e(ou) reprodução normais

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Extrusão - é um processo industrial usado para modificar as propriedades físicas dos ingredientes ou da
ração e que envolve a compressão controlada do material a ser extrusado sob alta pressão. Esse processo
melhora a qualidade geral e a digestibilidade do material extrusado

Fatores antinutricionais - são substâncias complexas presentes na dieta e que interferem


negativamente no desempenho produtivo ou reprodutivo do animal

Fórmulas de ração - são o resultado dos cálculos executados para determinar a quantidade de cada
ingrediente que compõem uma dieta

Frango de corte - Macho ou fêmea híbrido duplo resultante do cruzamento de galinhas de corte
(matrizes) destinado à produção de carne com alto desempenho e abatido em idade jovem.

Granulômetro - é o instrumento usado para medir o tamanho das partículas de um ingrediente para ração,
por exemplo, o milho

Herdabilidade - Fração das diferenças fenotípicas que é de origem genética aditiva.

Heterose - Superioridade do indivíduo heterozigoto sobre qualquer homozigoto para uma determinada
característica.

Híbrido - indivíduo produzido pelo cruzamento de pais de dois genótipos diferentes.

Higidez - estado de saúde, saudável.

Higienização - limpeza, tornar propício à saúde. Compreende os procedimentos de limpeza e desinfecção


do sistema de produção.

Indicadores Ambientais - parâmetro ou valor calculado a partir de parâmetros, dando as indicações


sobre ou descrevendo o estado de um fenômeno quantitativo e/ou qualitativo relacionado aos recursos
naturais. Um indicador deve ter pertinência política e utilidade para os usuários, exatidão de análise e
mensuralidade.

Ingrediente - se refere a matéria prima que compõe uma dieta e que contém um ou mais nutrientes e
energia

Insensibilização - ou atordoamento, que tem como finalidade o bem-estar da ave.

Isolamento térmico - característica física do material em conduzir a temperatura.

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Lanternim - abertura na parte superior do telhado.

Manejo pré-abate - processo que se inicia imediatamente após a fase criatória, com a retirada da ração,
indo até o frigorífico com o sacrifício da ave.

Micotoxicose - é a alteração patológica e (ou) funcional no organismo animal, causada pela micotoxina
(toxina dos fungos) ingerida na ração

Micrômetro - é a medida que de um milésimo de uma grama e usada para medir, com o auxilio do
granulômetro, o tamanho das partículas

Mureta - muro baixo, em geral para anteparo ou proteção.

Nutriente - é uma substancia presente na dieta e responsável por função bioquímica e fisiológica no animal

Pé-direito - altura livre da instalação medida do piso ao teto.

Pedilúvio - Recipiente com desinfetante para a desinfecção dos calçados colocado na porta dos aviários.

Peletização - é um processo industrial usado na fabricação de rações e que envolve a aglomeração dos
ingredientes por compressão, o qual pode ser feito a frio ou com auxilio de vapor no condicionador da
mistura a ser peletizada

Pendura - é o processo em que as aves são retiradas das caixas e penduradas pelas pernas em suportes
(ganchos) ligados à nória.

PPB - é a concentração representada por uma parte de uma dada substância em um bilhão de partes

PPM - é a concentração representada por uma parte de uma dada substância em um milhão de partes

Pressão estática - componente da pressão num fluido em movimento que se exerce sobre uma superfície
que se move com o fluido.

Proteína ideal - é o conceito que regula a formulação de uma dieta em que, os aminoácidos são supridos
em quantidades mínimas, mas sem deficiência ou excesso de nenhum deles para as funções de crescimento
ou de reprodução

Pulverização - aplicação de líquidos em pequenas gotas.

Raça - População de indivíduos com características comuns que são transmitidas de geração para geração e
permitem identificação e classificação dos mesmos.
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Ração - é determinada quantidade de uma dieta fornecida aos animais na base diária

Radiação - energia eletromagnética que se propaga sob a forma de ondas.

Radiosidade - quantidade de energia radiante levada pela superfície por unidade de tempo e por unidade de
área - emitida, refletida, transmitida e combinada.

Rodolúvio - Recipiente com desinfetante para a desinfecção dos veículos colocado na entrada de acesso da
granja.

Sangria - é a operação de abate. Na operação manual o operador corta as veias jugulares, com pouco ou
nenhum contato com os ossos do pescoço.

Seleção Escolha dos melhores reprodutores para produzir a próxima geração.

Sotavento - o lado para onde vai o vento; bordo contrário àquele de onde sopra o vento.

Sustentabilidade - estado de equilíbrio social, econômico e ambiental em um sistema produtivo, que se


perpetua no tempo, garantindo a existência deste para as presentes e futuras gerações.

Termostato - dispositivo utilizado para controle de temperatura.

Vazio das instalações - veja Vazio sanitário.

Vazio sanitário - termo comum que designa o período imediatamente após a limpeza e desinfecção do
aviário em que esse permanece fechado, interditado sem a presença de animais até o início de um novo
alojamento.

Zona de conforto - para determinada faixa de temperatura efetiva ambiental o animal mantém
constante a temperatura corporal, com mínimo esforço dos mecanismos termorregulatórios.

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Todos os autores
Ademir Francisco Girotto

Econ. Rural, Msc. , Sócio-economia

ademir@email.com

Claudio Bellaver

Méd. Vet., ph.d. nutrição, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

bellaver@cnpsa.embrapa.br

Doralice Pedroso de Paiva

Méd. Vet., ph.d. parasitologia, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

doralice@cnpsa.embrapa.br

Elsio Antonio Pereira de Figueiredo

Zootecnista, Ph.d. Melhoramento Genético, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

elsio@cnpsa.embrapa.br

Fatima Regina Ferreira Jaenisch

M.sc. Patologia Animal, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

fatima.jaenisch@embrapa.br

Julio Cesar Pascale Palhares

Zootecnista, D.sc. Em Engenharia Ambiental, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

julio.palhares@embrapa.br

Paulo Giovanni de Abreu

Engenheiro Agrícola, D.sc. Em Zootecnia, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

paulo.g.abreu@embrapa.br

Valdir Silveira de Avila

Engenheiro Agrônomo, D.sc. Em Zootecnia, Pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

valdir.avila@embrapa.br

Valéria Maria Nascimento Abreu

Zootecnista, d.sc. em genética e melhoramento, pesquisador da Embrapa Suínos e Aves

valeria@cnpsa.embrapa.br

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Expediente
Embrapa Suínos e Aves

Corpo editorial
Comitê de publicações
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