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20/01/2020 Sistemas de Produção de Frangos de Corte

Aves Sistemas de Produção de Frangos de Corte

Sumário

Introdução

Importância econômica
Dados Sistema de
Manejo ambiental Produção
Saúde
Embrapa Suinos e Aves
Instalações
Sistema de Produção, 1
Material genético
ISSN 1678-8850 1
Nutrição e alimentação
Versão Eletrônica
Manejo da produção
May/2016
Referências bibliográficas

Glossário

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20/01/2020 Sistemas de Produção de Frangos de Corte

Sistemas de Produção de Frangos de


Corte

Obs.: Conteúdo publicado em 2003, e migrado para este site sem alterações.

Introdução
O presente sistema de produção está direcionado para a criação de frangos de corte confinado em
aviários não climatizados. O sistema foi desenvolvido visando sua utilização em aviários a partir de 50
metros até 100 metros de comprimento e 10 a 12 metros de largura, podendo alojar em torno de 12
frangos/m2. Todavia é possível sua utilização em aviários menores. A densidade de alojamento pode
variar de acordo com a estação do ano, clima da região, condições de ambiência interna do aviário e
idade do abate.

A produção de frangos deve respeitar os princípios de biosseguridade entre os quais a prática de


alojamento “todos dentro todos fora” (all-in all-out), em que as instalações são ocupadas por aves do
mesmo lote no momento do alojamento e desocupada totalmente no momento do abate. Essa prática
permite a higienização do aviário e o respectivo vazio que deve antecipar a entrada do próximo lote.
Nesse período se recomenda ainda a recuperação das instalações e dos equipamentos. Se as
recomendações sugeridas forem aplicadas é possível em sistema misto de criação(macho + fêmeas),
obter frangos aos 42 dias de idade com peso vivo de 2.400g, conversão alimentar de 1,82 e índice médio
de eficiência produtiva de 300. Muitos conceitos definidos neste material podem ser utilizados em outros
sistemas de produção de aves, mas apresentam peculiaridades que merecem e devem ser tratados
separadamente.

Autores deste tópico:Ademir Francisco


Girotto,Claudio Bellaver,Doralice Pedroso de
Paiva,Elsio Antonio Pereira de Figueiredo,Fatima
Regina Ferreira Jaenisch,Julio Cesar Pascale
Palhares,Paulo Giovanni de Abreu,Valdir Silveira de
Avila,Valéria Maria Nascimento Abreu

Importância econômica

Aspéctos da produção, exportação, consumo e custos de produção


e implantação de aviários
Desde o inicio da produção de frangos de corte no Brasil, a cadeia produtiva deste produto modernizou-
se e continua buscando formas de melhorar ainda mais o desempenho do setor, devido à necessidade de
redução de custos e aumento de produtividade, tentando com isso não perder competitividade em nível
mundial, como conseqüência, tem sido uma das mais organizadas do pais, destacando-se das demais
pelos resultados alcançados não só em produtividade, volume de abate, como também no desempenho
econômico, onde têm contribuído de forma significativa para a economia do pais.

Dentro do complexo brasileiro de carnes, a avicultura constitui-se na atividade mais dinâmica. O


desenvolvimento dessa atividade ocorreu a partir do final da década de 50, nos Estados do Sudeste,

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principalmente, em São Paulo. Posteriormente, na década de 70, período em que houve profunda
reorganização do complexo de carnes no Brasil, a atividade se deslocou para a região Sul

O Brasil tem sido competente tanto na produção como na conquista do mercado exterior. Exportar tem
sido uma prioridade para o país, que em 2001 ultrapassou a barreira do bilhão de dólares com as
exportações.

No que se refere ao mercado consumidor interno, o brasileiro tem mudado seu hábito de consumo de
carnes, passando de um país preponderantemente consumidor de carne bovina para consumidor da
carne de frango. A qualidade, imagem de produto saudável e preços acessíveis auxiliaram a conquista
dessa posição. A evolução do consumo per capita demonstra esse excelente desempenho.

O sistema manual não apresenta custo de produção com grandes diferenças dos demais. De forma que,
em melhorando os coeficientes técnicos, este sistema, também chamado de tradicional, pode sim
apresentar competitividade perante os outros dois, que demandam mais capital em instalações e
equipamentos.

No entanto, o perfil dos integrados do futuro tende para produtores maiores, mais capitalizados e, enfim,
mais preparados para continuar no mercado.

Essas tecnologias exigem para seu desempenho máximo, melhor qualificação dos produtores e também
maior volume de capital dado ao elevado custo de implantação. Tais investimentos têm possibilitado
vantagens em termos de resultados econômicos para os primeiros adotantes, porém, poucos produtores
terão acesso a estas novas tecnologias, devido aos altos custos financeiros atualmente cobrados pelos
empréstimos.

Investimentos na produção de frangos de corte, normalmente são de baixo risco e remuneração e, por
isso, caracterizam-se como investimentos de longo-prazo. Produtores que obtiverem bons coeficientes
técnicos, mesmo com sistemas manuais, serão bem remunerados, porém, aqueles que apresentam
escassez de mão-de-obra, ou regiões onde sua remuneração é alta, ganharão com a adoção de sistemas
automáticos ou climatizados.

Abate

Tabela 1. Abate de frangos no Brasil com Inspeção Federal - 2.001.


Participação %
Estados Aves
SIF Total
Paraná 671.998.690 23,816 19,485
Santa Catarina 642.931.458 22,786 18,642
Rio Grande do Sul 548.395.560 19,436 15,901
São Paulo 426.318.711 15,109 12,361
Minas Gerais 205.631.274 7,288 5,962
Mato Grosso do Sul 110.906.331 3,931 3,216
Sub – Total 2.606.182.024 92,366 75,567
Outros c/ SIF 215.400.164 7,634 6,245
Total c/ SIF 2.821.582.188 100,00 81,812
Sem SIF 627.270.007 18,188
Total Geral 3.448.852.195 100,00

Fonte: Uba - Relatório Anual 2001.

Exportações

Tabela 2. Carne de frango - Exportação por destino - 2001- Em toneladas líquidas.

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Destino Inteiro Cortes Total
Oriente Médio 422.866 29.873 452.739
Europa 73.763 269.486 343.248
Asia 20.127 276.508 296.635
Africa 18.742 32.163 50.904
América Central 7.421 19.310 26.731
América do Sul 18.253 4.658 22.822
Outros 19.051 37.157 56.208
Total 580.223 669.065 1.249.288
Valor em US$ 1.333.800.109(FOB)

Fonte: UBA - Relatório Anual 2001.

Evolução do consumo

Tabela 3. Evolução do consumo per capita de Carne de Frango - 1970 a 2002.

Ano Frango(Kg/hab.)
1970 2,4
1975 5,48
1980 8,9
1985 9,4
1990 14,2
1995 23,3
2000 29,9
2001 31,8
2002 31,9*

Fonte: UBA - Relatório Anual 2001 (*) Estimativa.

Custo de produção

Tabela 4. Custo de Produção do frango vivo posto na plataforma de abate para os sistemas manual e automático,
setembro/2002.
Itens de custo Manual Automático
Depreciação - Instalações 203,73 203,73
Depreciação - Equipamentos
. Cortina 66,46 99,49
. Demais Equipamentos 145,83 346,83
Remuneração do capital 216,90 312,00
Manutenção e reparos 34,42 100,54
Seguro 12,05 17,59
Cama 332,62 356,12
Pintos 4.756,46 5.107,58
Ração 14.984,75 16.678,95
Calefação
.Gás 600,00 1.008,00
.Lenha 86,11 -
Energia elétrica 25,67 95,67
Desinfetantes, inseticidas e raticidas 79,48 79,48
Mão-de-obra do integrado 563,77 341,63
Equipe de carregamento 160,00 160,00
Assitência técnica 57,65 57,65
Transportes 986,48 1.101,98
Funrural 42,50 55,00
Custo total / lote 23.354,88 26.122,24

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Custo Total / Kg 1,2306 1,2025

Fonte: Dados de pesquisa.

Custo de implantação

Tabela 5. Custo de implantação dos aviários em cada sistema, setembro/2002.

Componentes Manual Automático

Instalações 35.356,67 35.356,67

Equipamentos

. Bebedouro Pendular 1.275,00

. Comedouro Pendular 2.592,00

. Nipple com 4 linhas - 8.800,00

. Nipple com 5 linhas - -

. Campânulas 3.920,00 4.200,00

. Tuboflex com silo 3 linhas - 14.000,00

. Tuboflex com silo 4 linhas - -

. Sist/Resf/Adiabático - -

. Cortinas 2.160,00 2.160,00

. Ventiladores 1.092,00 2.184,00

. Botijões de gás 600,00 900,00

Total equipamentos 11.639,00 32.244,00

Total 46.995,67 67.600,67

Fonte: Pesquisa de campo.

Autores deste tópico:Ademir Francisco


Girotto,Valdir Silveira de Avila

Manejo ambiental

Aspectos Agro e Zooecológicos


A cadeia de produção avícola nacional constituí-se no setor pecuário com maior índice de
industrialização. As questões ambientais relacionadas a essa atividade tomam uma importância ainda
maior, devido aos vários atores desta cadeia exigirem um desenvolvimento produtivo com qualidade
nutricional e ambiental, principalmente, os consumidores.

Essas questões ambientais, as quais até um passado recente, não eram consideradas pelos produtores
rurais no manejo de sua unidade produtiva, a partir desse momento, passam a ser parte integrante do
manejo cotidiano. Com isso, antes da própria implantação da atividade, algumas exigências devem ser
contempladas para que a criação não seja uma fonte geradora de poluição. Essas exigências
compreendem:

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a. realizar um estudo preciso das características zootécnicas, hídricas, edafo-climáticas, sociais e


econômicas da criação;
b. identificar os resíduos gerados pela atividade, isso possibilitará o perfeito manejo dos resíduos e
dimensionamento do sistema de tratamento;
c. determinar a capacidade suporte dos recursos naturais em receber os resíduos, com o
estabelecimento de indicadores ambientais para monitorar a atividade;
d. identificar outras cadeias produtivas que poderão consorciar-se com a avicultura;
e. detectar áreas ambientalmente sensíveis na propriedade e no seu entorno;
f. ter conhecimento das principais disfunções que os resíduos podem causar ao homem e animais com
levantamento dos primeiros sintomas e socorros necessários;
g. estabelecer um programa de gerenciamento ambiental considerando, não só, a unidade produtiva,
mas também, a bacia hidrográfica que esta se insere. Quando ocorrer uma expansão da criação, estes
parâmetros devem ser novamente considerados antes da execução desta expansão.

Sendo esse diagnóstico inicial positivo quanto as questões ambientais, ou seja, a implantação da
atividade não irá causar danos ao meio ambiente. Um Plano de Gestão Ambiental deve ser delineado
para ser aplicado após a implantação da atividade. Nesse deve-se caracterizar a severidade e
probabilidade dos riscos ambientais e dispor de um plano de ação para o caso de ocorrer algum
problema. No plano os seguintes tópicos devem ser considerados:

1. Caracterização dos resíduos produzidos: os resíduos produzidos pela avicultura de corte compreendem
a cama de aviário e as carcaças de animais mortos. A cama é constituída das excretas das aves, material
absorvente (que pode ser, maravalha, serragem, sabugo de milho triturado, capins e restos de culturas),
penas, restos de alimento e secreções Para um correto manejo deste resíduo é necessário que se
conheça sua composição, o ideal é a realização de uma análise da cama para que o manejo seja feito
com maior precisão. A quantidade de carcaças geradas irá depender da eficiência produtiva da criação,
assim, quanto melhor o manejo, menores serão os índices de mortalidade e consequentemente uma
menor quantidade desse resíduo será gerada.

2. Mitigação dos impactos ambientais: a melhor forma para não se causar a depreciação dos recursos
naturais é através da aplicação de Boas Práticas de Produção as quais compreendem atitudes que os
produtores devem ter para atingir a sustentabilidade da produção.

3. Aproveitamento dos resíduos: a cama pode ser aproveitada como fonte de nutrientes para as culturas
vegetais após sofrer uma compostagem ou biodigestão, sendo os produtos destes processos o composto
ou biofertilizante, respectivamente. As carcaças devem sofrer um processo de tratamento, sendo o mais
correto, ambientalmente, a compostagem, mas o composto oriundo destes resíduos só deve ser
aproveitado para a adubação de culturas florestais e jardinagem devido a questões sanitárias.
Independente do tipo de substrato que se tenha, sua aplicação no solo deve respeitar condições básicas
para que não ocorra poluição ambiental ou coloque em risco a saúde humana e animal. Isto envolve um
Balanço de Nutrientes onde as características dos solos, culturas e resíduos são consideradas em
conjunto.

4. Tratamento dos resíduos: os dois sistemas utilizados para o tratamento dos resíduos avícolas são a
compostagem e a biodigestão anaeróbia. Em ambos ocorre a geração de produtos que devem ser
aproveitados a fim de viabilizar ambientalmente a criação. Os produtos são o composto e o
biofertilizante, utilizados como fonte de nutrientes para as culturas, e o biogás utilizado como fonte de
energia térmica para iluminação, aquecimento e movimentação de equipamentos e máquinas. A cama
também pode gerar energia através de sua combustão, mas esta não é aconselhável pelos danos à
atmosfera, pela emissão de gases e, devido ao custo dos incineradores.

5. Segurança humana e ambiental: essas atitudes possibilitarão a manutenção da qualidade de vida do


produtor e a saúde do meio ambiente e do rebanho. Inclui-se também a minimização da produção de
espécies nocivas, como a criação de moscas,cascudinhos e roedores, ocasionada pelo mau manejo dos
resíduos e entulhos.

6. Outras considerações: devido a promulgação da Instrução Normativa nº 15, de 17 de julho de 2001


(DOU de 18-7-01) que, no 2º artigo, proíbe em todo território nacional a produção e a comercialização
de cama de aviário para a alimentação de ruminantes. Esse tema não será considerado.

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7. Racionalização do uso de recursos naturais e insumos: sendo a avicultura altamente dependente de


recursos naturais como água e solo e, insumos, principalmente, ração e energia elétrica. O uso racional
destes irá proporcionar uma longevidade produtiva à criação e vantagens econômicas a serem refletidas
no custo de produção.

Resíduos
os resíduos devem ser armazenados e tratados em instalações apropriadas e perfeitamente
dimensionadas a fim de atender os princípios legais e anular os riscos de contaminação ambiental;
antes do aproveitamento dos resíduos como adubo para o solo deve ser realizada uma análise
econômica do custo do transporte até o local de uso;
há três razões para se mudar o sistema de manejo de resíduos: limitação de mão-de-obra e capital,
ampliação do plantel de animais e alteração nos padrões legais de poluição. Considerando isto as
seguintes perguntas devem ser feitas para opção de um novo sistema: o sistema é economicamente e
operacionalmente viável, se adapta às condições da propriedade, à geração de resíduos, bem como,
seu valor poluente irá ser alterado e qual a influência do novo sistema nas atividades a ele
relacionadas.
Três métodos podem ser utilizados para se analisar a composição dos resíduos em nutrientes: análise
laboratorial; uso de tabelas, com concentrações de nutrientes estipuladas de acordo com pesquisas
realizadas, e com base no consumo de ração e capacidade de absorção dos nutrientes pelos animais.
O melhor método é o de análise laboratorial, mas a utilização deste depende do custo e da
disponibilidade de um laboratório de análises próximo a propriedade. As concentrações referenciadas
em tabelas (Tabelas 1 e 2) foram estipuladas a partir de uma realidade que nem sempre é a mesma
do ambiente do resíduo gerado, com isso, erros podem ocorrer. Cálculos baseados no consumo de
ração e capacidade de absorção muitas vezes utilizam-se de médias, as quais podem não ser aquelas
do plantel que está sendo manejado e gerará o resíduo.

Análise da Cama

Tabela 1. Quantidade de cama produzida por mil cabeças de frango.


Umidade
Idade (dias) Produção de cama por mil cabeças(tonelada)
(%)
Frango de Corte¹ 20 42-49 2,0

1seislotes por ano sobre cama de Pinus ou casca de amendoim.


Fonte: Micthell Jr et al. (1991)

Tabela 2. Composição média de amostras de cama de aviário.

Cama de aviário¹ Excreta²


Nutrientes (MS) Média Amplitude Média
Umidade, % 21,9 10,1 - 43,4 7,7
NDT,% 50,0 36 - 64 -
Proteína Bruta, % 27,9 15,0 - 41,5 25,3
Proteína indisponível, % 4,1 1,40 - 13,2 -
Proteína pura - - 12,6
N não protéico (N*6,25) - - 12,7
Ácido úrico - - 6,4
Extrato etéreo - - 2,8
Fibra bruta 23,6 11 - 52 12,7
Alumínio, ppm 3957 684 -9919 -
Cinzas, % 30,4 14,4 - 69,2 29,7
Cálcio, % 3,0 1,1 - 8,1 7,0
Cobre, ppm 557 52 - 1306 60

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Ferro, ppm 2377 529 - 12604 1465
Magnésio, ppm 0,6 0,27 - 1,75 0,5
Manganês, ppm 348 125 - 667 1670
Fósforo, % 2,1 1,0 - 5,3 2,2
Potássio, % 3,0 1,0 - 4,7 1,9
Sódio, ppm 8200 3278 - 14344 -
Enxofre, % 0,5 0,22 - 0,83 -
Zinco, ppm 484 160 - 1422 485

¹ Adaptado de Daniel e Olson (2001) com base em 192 amostras dos EUA.
² Excreta = esterco mais urina das aves; são médias para excretas desidratadas de aves oriundas de amostras do Canadá, EUA,
Reino Unido e Países Baixos.
Fonte: Payne & Donald (1991)

Boas práticas de produção em avicultura


Considerando os recursos naturais as BPPs compreendem:

Água;
Solo;
Ar.

Água

A água para utilização na avicultura só poderá ser extraída de fontes sustentáveis e que a forneçam em
condições ideais de qualidade e quantidade. Estas fontes devem estar protegidas de cargas poluidoras e
do acesso de pessoas e animais. Se a água for proveniente do subsolo, deve-se compatibilizar o
consumo com o potencial de recarga.

Deve-se solicitar permissão das autoridades competentes para a utilização da água da criação.

Análises prévias da disponibilidade e qualidade da água devem ser realizadas para manutenção da
sustentabilidade do sistema ao longo do tempo. Após a implantação, realizar análises semestrais da
qualidade físico-químico-biológica da água de dessedentação.

Estabelecer um correto sistema de drenagem na propriedade, principalmente, nas áreas adjacentes aos
sistemas de armazenamento e tratamento de resíduos. A formação de charcos ou alagamentos atraem
animais silvestres, podendo-se tornar focos de contaminação, promovem a perda de nutrientes por
lixiviação e salinização do solo.

Otimizar o consumo de água através de programas de reutilização das águas pluviais, em usos como
higienização de instalações.

Solo

Identificar os tipos de solos existentes na propriedade através do seu perfil e anáises de fertilidade
anuais. Tais informações são essenciais para a elaboração do plano de uso dos resíduos como fertilizante.

Avaliar os riscos de poluição ambiental existentes para o aproveitamento dos resíduos no solo levando-se
em conta o uso anterior, a aplicação de outros fertilizantes químicos ou orgânicos, as características do
solo, o tipo de cultura a ser implantada e o impacto do cultivo em áreas adjacentes.

A aplicação de resíduos deve ser realizada seguindo-se um plano de manejo de nutrientes, considerando-
se a quantidade de nutrientes no resíduo e no solo e a exigência da cultura

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Quando se utilizar fertilizantes químicos deve-se considerar o aporte de matéria orgânica nos cálculos
das necessidades e freqüências de fertilização.

Devem ser otimizadas as formas de transporte e aplicação de resíduos no solo a fim de se evitar as
perdas de nutrientes por escoamento superficial e percolação, com isto a freqüência, quantidade e época
de aplicação devem ser consideradas em conjunto.

A distribuição dos resíduos no solo deve ser feita de forma uniforme pois a aplicação em camadas
desiguais e espessas, onde as moscas podem efetuar a postura, podem desenvolver uma nova geração
de moscas no campo, quando ocorrem chuvas freqüentes.

Os resíduos não devem ser aplicados quando existir probabilidade de chuvas nos próximos três dias e/ou
não seja possível sua imediata incorporação ao solo.

Quando a área destinada ao aproveitamento estiver exposta ao recebimento de águas de zonas


adjacentes, deve-se proceder análises do solo após as estações chuvosas para identificação de possíveis
mudanças nas suas características.

Registrar o local e dimensões das áreas ocupadas com cada cultivo com seu respectivo manejo;
quantidade, freqüência, forma de disposição e tipo de adubo utilizado e cronograma de aplicação de
adubos e fertilizantes.

Quando se utilizar área de terceiros para o aproveitamento dos resíduos no solo, os mesmos diagnósticos
e práticas devem ser considerados.

Ar

No manejos dos resíduos deve-se considerar a distribuição dos ventos dominantes no local, sendo que
estes não se dirijam dos pontos de manipulação dos resíduos para áreas onde ocorram concentrações
humanas.

Os resíduos deverão ser aplicados no solo quando os ventos estejam previstos para soprarem para
longe de áreas sensíveis.
A aplicação de resíduos no solo não deve ser feita nos finais de semana.
Monitorar as emissões e concentrações de gases prejudiciais a saúde humana e animal presentes nas
instalações animais, sistemas de armazenamento e tratamento e durante a aplicação no solo. objetivo
do manejo de resíduos é conservar as características do meio ambiente, contudo para ser adotado,
deve ser de fácil operação e custos compatíveis com as condições dos avicultores;

Balanço de nutrientes
O conceito de Balanço de Nutrientes considera que só deve ser aplicado ao solo as quantidades de
nutrientes a serem extraídas pela cultura subsequente, o excesso poderá causar danos ambientais ao
solo, água e ar; fitotoxidade das culturas; mortalidade dos elementos da fauna; proliferação de insetos,
vermes e roedores; desenvolvimento de doenças em humanos e animais e possível deterioração da
qualidade dos produtos agrícolas produzidos a partir do solo que recebeu o resíduo. Um forma de
diminuir os desequilíbrios entre a proporção de nutrientes nas camas e a capacidade de extração das
plantas, é o correto manejo nutricional do plantel, reduzindo-se as quantidades de matéria orgânica e de
nutrientes excretados, especialmente os micronutrientes.

Para diminuir o impacto ambiental do aproveitamento deve-se: evitar o excesso de nutrientes nas
rações, principalmente, de N, P, Cu e Zn; tratar os resíduos para inativar os organismos patogênicos;
limitar a quantidade de nutrientes à capacidade de extração das plantas em cada solo; analisar,
periodicamente, o solo e as águas superficiais e subterrâneas para detectar sua eventual poluição e
contaminação; acompanhar o desenvolvimento das plantas para detectar eventuais anomalias e utilizar
espécies de plantas com alta e seletiva capacidade de extração de nutrientes, para a remoção daqueles
já excedentes no solo.

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Compostagem
O manejo da compostagem é feito colocando no piso revestido da composteira, 30 cm de uma fonte de
carbono que também permite a aeração das carcaças, podendo ser: maravalha nova, palhada de
qualquer cultura ou cama de aviário. Adicionar uma camada de carcaças, deixando um espaço de 15 cm
entre as aves e as paredes, sem amontoar as aves. Rodear as carcaças com o material aerador até
quase cobri-las. Acrescentar água na proporção de um terço do peso das aves (para cada 10 kg de aves
acrescentar 3 litros de água). Cobrir com uma camada de 15 a 20cm de material aerador seco. Continuar
colocando as carcaças rodeadas pelo material aerador, acrescentando água e cobrindo com nova camada
de material aerador até atingir 1,50 m de altura. Fecha-se a pilha acrescentando uma camada espessa
de material aerador seco e deixando fermentar, no caso de frangos de corte, por 10 dias. A fermentação
diminui o volume das carcaças permitindo que se trabalhe até 600kg de carcaças em uma câmara de
2x2x2m, com altura da pilha de 1,50m. Após os 10 dias pode-se retirar o composto da câmara e refazer
a pilha em camadas, acrescentando água, deixando outros 10 dias para a fermentação total dos
resíduos. Após esse prazo o material pode ser utilizado como adubo ou ser mais uma vez utilizado como
material aerador na formação das novas pilhas.

Biodigestão anaeróbia
A biodigestão anaeróbia é um processo de tratamento que ocorre dentro de biodigestores, sendo
dependente de uma série de condições físicas, químicas e microbiológicas para ser realmente eficiente.
Como a cama de aviário tem sua geração de forma periódica, o tipo de biodigestor mais adaptado a esta
é o denominado Biodigestor Batelada.

O manejo cotidiano deste tipo de biodigestor é muito simples não demandando elevada mão de obra
para realiza-lo, mas a qualidade deste manejo, entendida como o conhecimento que o produtor tem
sobre o sistema e o processo, é fundamental para que o resíduo seja realmente tratado.

Segurança humana e ambiental


Ao menos um integrante e/ou assessor técnico da propriedade deve estar de posse de título/certificado
que o reconheça como apto à desenvolver a atividade avícola. Atividades técnicas que permeiem a
avicultura e estejam além do conhecimento técnico dos integrantes do sistema devem ser equacionadas
com o auxílio de profissionais reconhecidos.

O produtor deve considerar como pode ajudar a melhorar as condições ambientais no entorno de onde
desenvolve sua atividade de maneira que beneficie a conservação dos recursos naturais e da
biodiversidade

O produtor deve ter conhecimento de toda legislação referente a sua atividade, principalmente, aquela
relacionada a conservação dos recursos naturais. E dispor de uma lista de telefones úteis como
laboratórios de análises, órgãos de pesquisa, ambientais, de extensão e fiscalização.

As áreas ao redor dos sistemas de tratamento e armazenamento de resíduos devem estar protegidas do
trânsito de pessoas e animais, bem como, de eventuais acidentes que possam ocorrer, devendo possuir
sinais/cartazes permanentes e legíveis nos quais estejam identificados seus potenciais riscos a saúde e
ao meio ambiente.

A mão de obra deve utilizar vestimentas e equipamentos adequados ao manejo de resíduos. Sendo que
as pessoas que manejam os sistemas de armazenamento e tratamento de resíduos devem passar por
exames de saúde anuais.

A maquinaria utilizada no manejo dos resíduos deve ser mantida em boas condições considerando-se,
principalmente, sua manutenção e calibração.

Antes do manejo dos resíduos os vizinhos das áreas próximas devem ser notificados da operação

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Manter documentação referente a utilização do uso de antibióticos e outros, catalogando o princípio


ativo, forma de utilização, data, período, quantidade, motivo, pessoa que faz a aplicação, fonte de
recomendação, respeito ao tempo de carência, se a diluição está sendo feita considerando-se o número
de cabeças e, ainda, descarte dos frascos.

Os recursos humanos envolvidos na manipulação e aplicação de medicamentos e outros devem estar


devidamente capacitados para isto.

A biodigestão anaeróbia é um processo de tratamento que ocorre dentro de biodigestores, sendo


dependente de uma série de condições físicas, químicas e microbiológicas para ser realmente eficiente.
Como a cama de aviário tem sua geração de forma periódica, o tipo de biodigestor mais adaptado a esta
é o denominado Biodigestor Batelada.

O manejo cotidiano deste tipo de biodigestor é muito simples não demandando elevada mão de obra
para realiza-lo, mas a qualidade deste manejo, entendida como o conhecimento que o produtor tem
sobre o sistema e o processo, é fundamental para que o resíduo seja realmente tratado.

Moscas
Os cuidados com o controle de moscas devem ser constantes, pois a produção excessiva desses insetos
pode causar, além de prejuízos para o próprio avicultor, pela transmissão de doenças, baixa produção dos
operários pelo contínuo incômodo, também, prejuízo e incômodo aos vizinhos, ocasionando
reclamações e demandas.

As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 120 ovos,
durante seu curto período de vida (de 25 a 45 dias). Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24
horas e o desenvolvimento até o adulto ocorre em 8 a 12 dias. Para nutrição das larvas, no caso da
mosca doméstica, é necessário cerca de um grama de esterco. Existe um grande potencial de criação de
moscas em uma cama de aviário exposta no ambiente sem os cuidados devidos. Se for permitido o
nascimento de uma grande quantidade de moscas, após a tomada de medidas de controle mecânico, a
população de adultos só será eliminada após o tempo de vida desses insetos, de 20 a 45 dias, ou com
uso de produtos químicos.

Medidas de controle mecânico:

A criação de moscas pode ser evitada pela compostagem de cama e dos cascões de esterco úmido, além
das carcaças. Amontoar a cama retirada do aviário e os cascões, até 1,50m de altura, mantendo o
material coberto com lona plástica ou isolados com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45
dias (quando estiver muito seca deve-se umedecer). Nesse período ocorrerá a fermentação com elevação
da temperatura e destruição das larvas e os resíduos estarão prontos para serem usados como adubo.

Medidas de controle biológico:

Em avicultura de corte as próprias aves fazem o controle biológico das moscas dentro do galpão. O
problema de criação de moscas ocorre quando a cama/cascões é retirada e amontoada sem os cuidados
devidos. Nesse caso os predadores naturais (tesourinhas, ácaros) ajudam a destruir parte das larvas que
se criam após o umedecimento dos resíduos pela chuva.

Medidas de controle químico:

No controle químico, o uso de produtos adulticidas (que matam moscas adultas) deve se limitar a
aplicações nos locais onde a presença de moscas é totalmente indesejável, pois o efeito desse método de
controle é temporário. Os adulticidas não devem ser aplicados sobre a cama ou os cascões por
causarem a morte de predadores, desequilibrando ainda mais esse sistema.

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As aves mortas podem ser um foco de produção de moscas varejeiras. Para evitar esse problema, as
carcaças também devem ser trabalhadas em compostagem ou em fossas; o adubo obtido pela
compostagem das carcaças só deve ser utilizado em áreas de reflorestamento e de jardinagem.

O uso de fossa depende da profundidade do solo da propriedade e de licença do órgão de meio


ambiente. Na fossa não se usam desinfetantes por prejudicarem o processo de decomposição por
destruição das bactérias e fungos que atuam sobre as carcaças e, enquanto estiverem ativos os
desinfetantes, o processo de decomposição ficará parado retardando a reutilização e em conseqüência
novas fossas terão que ser abertas. O controle dos maus odores pode ser feito com o uso de tampa de
zinco galvanizado com canaleta de isolamento, contendo óleo queimado.

Cascudinhos e Roedores
Para reduzir a população de cascudinhos pela compostagem da cama dentro do galpão, entre os lotes, é
necessário abrir espaço para os círculos de proteção e amontoar o restante da cama em pilhas ou em
leiras de até 1,50m de altura no período da manutenção do círculo. Espalhar a cama compostada na
véspera da retirada do círculo. Usar inseticida somente se a população de cascudinhos crescer a ponto de
se visualizar os insetos na cama entre os comedouros (e não só debaixo deles) o que indica alta
infestação. Aplicar o produto indicado pelo técnico, no intervalo entre lotes, como parte das ações de
limpeza e desinfeção do galpão, aplicando o mesmo tão logo tenham sido retiradas as aves e suspensos
os comedouros, evitando a dispersão dos insetos para outros galpões, tratando-se as áreas junto às
paredes, colunas, depósito de ração, etc

Os roedores devem ser controlados por meio de limpeza dos arredores dos galpões com a retirada de
entulhos, manutenção da vegetação rasteira e pela organização constante do ambiente, em especial da
área de manutenção da ração, além do uso de raticidas com acompanhamento técnico.

Autores deste tópico:Julio Cesar Pascale Palhares

Saúde

Saúde dos frangos


Garantir a saúde do plantel é fundamental para que as características produtivas das aves, tanto o
potencial genético quanto o aproveitamento nutricional sejam expressos na sua totalidade. Para a
obtenção de um desenvolvimento competitivo, devem ser adotadas medidas que possibilitem a
identificação e redução de riscos à saúde das aves e por conseguinte a do homem. Tais medidas
baseiam-se nas boas práticas de produção, dando condições de rastreabilidade dos insumos e dos
procedimentos adotados durante todo o ciclo produtivo.

O programa de biosseguridade é uma ferramenta indispensável para proteger a saúde dos plantéis
reduzindo os riscos de contaminação através de ações preventivas que agreguem qualidade ao produto
final e restrinjam os custos de produção. O sucesso do programa está diretamente relacionado com o
grau de conscientização e a adesão de todos os funcionários à filosofia, princípios e normas que regem a
biosseguridade

Nesse programa são determinadas normas de procedimentos quanto a localização do aviário, a


aquisição dos pintos, o manejo sanitário durante o período de produção, incluindo o sistema de criação,
critérios de acesso ao aviário, a limpeza diária e a higienização desse após a retirada dos frangos. A
imunização dos frangos é feita através da vacinação contra as principais enfermidades, atendendo às
condições endêmicas regionais, desde que esteja em conformidade com as recomendações dos órgãos
oficiais. Aspectos importantes como a qualidade microbiológica da água e das rações fornecidas às aves
e o correto destino das carcaças também são considerados.

O Brasil, grande produtor e exportador de frangos, freqüentemente é solicitado a demonstrar a qualidade


da saúde dos plantéis, o que demanda constante adequação do setor produtivo á programas que
preservem a saúde na avicultura. A ocorrência de uma doença grave pode ser utilizada como barreira
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nas exportações e inviabilizar à produção nas regiões adjacentes ao foco. A adoção de programas de
biosseguridade se reflete nos vários níveis do setor produtivo. Cada programa individual de
biosseguridade colabora para o fortalecimento e controle da saúde do setor avícola que invariavelmente
depende da participação e o esforço de todos os segmentos.

Programa de Biosseguridade
O Programa de Biosseguridade é composto por um conjunto de medidas e procedimentos de cuidados
com a saúde do plantel aplicados em todas as etapas da criação, em interação com os diversos setores
que compõem o sistema produtivo. Tem como objetivos, diminuir o risco de infecções, aumentar o
controle de higidez nos plantéis, minimizar a contaminação do ecossistema e resguardar a saúde do
consumidor final do produto. A adoção dos procedimentos para a implantação do programa requer um
elevado grau de concientização de todas as pessoas envolvidas no processo de produção, uma vez que
pequenos detalhes são importantes para o sucesso no controle da saúde do plantel. Dentre os principais
fatores a considerar, destacam-se:

cuidados na aquisição dos pintos;


cuidados na localização da granja;
acesso e fluxo do trânsito na granja;
cuidados com a ração e a água;
procedimentos de manejo sanitário;
vacinação;
higienização;
destino das carcaças descartadas.

A ocorrência de uma enfermidade compromete o desempenho do lote e, em determinadas situações,


inviabiliza a comercialização dos produtos avícolas tanto em âmbito nacional como internacional.

No Brasil contamos com o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), coordenado pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) que estabelece os procedimentos de produção e
comercialização dos produtos avícolas.

O programa de biosseguridade de uma granja deve ser orientado pelo médico veterinário responsável
pelo plantél, com base no PNSA e em concordância com os órgãos oficiais regionais. Esses cuidados são
necessários para atender aos programas de controle e erradicação de enfermidades como micoplasmose,
salmonelose e a doença de Newcastle que estão sendo executados e, atualmente encontram-se em
diferentes estágios de implantação nos estados.

Cuidados na aquisição dos pintos


Os pintos devem ser adquiridos de incubatórios registrados no MAPA, livres das principais doenças,
especialmente micoplasmose (Mycoplasma gallisepticum e Mycoplasma synoviae), aspergilose e
salmonelose (Salmonella pullorum, Salmonella gallinarum, Salmonella enteritidis e Salmonella
typhimurium). Os pintos devem ser provenientes de matrizes vacinadas contra doenças como: doença de
Gumboro, bronquite infecciosa das galinhas, doença de Newcastle, encefalomielite, coriza infecciosa e
varíola aviária, capazes de transmitir imunidade à progênie

Todos os pintos devem ser vacinados ainda no incubatório, contra a doença de Marek

O transporte dos pintos do incubatório, (onde são mantidos em ambiente controlado) até o local do
alojamento deve ser realizado em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos
mesmos. Manter no aviário apenas pintos com características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo
bem cicatrizado, tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca,
macia e sem sujidades aderidas á cloaca. Preferencialmente fazer a criação das aves separadas por
sexo. Após o alojamento dos pintos queimar imediatamente as caixas usadas no transporte.
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Cuidados na localização da granja


A granja deve estar instalada em local tranquilo, circunscrita por cercas de segurança para evitar o livre
acesso. Deve estar rodeada por árvores não frutíferas as quais servem de barreira de proteção às
dependências do aviário

Na Instrução Normativa nº 04 do MAPA, estão citadas as distâncias mínimas a serem respeitadas para a
localização das granjas produtoras de frangos de corte (denominadas de estabelecimentos avícolas de
controle eventual). A recomendação da distância mínima entre granjas é de 2.000 metros. A distância
recomendada entre um aviário e outro é de no mínimo 100 metros e entre o aviário e um abatedouro, de
5.000 metros. A critério do médico veterinário oficial, responsável pela produção, essas distâncias
mínimas podem ser alteradas em função da topografia e da existência de barreiras naturais, tais como
reflorestamentos e matas naturais nas proximidades da granja

Na construção do aviário deve ser observado que as superfícies interiores dos galpões permitam limpeza
e desinfecção adequadas e que as aberturas como calhas e lanternins sejam providas de telas para evitar
o acesso de outros animais como pássaros, animais silvestres e roedores

Instalar a portaria junto à cerca que contorna a granja, em uma posição que permita controlar a
circulação de pessoas e veículos, assim como o embarque dos animais. Utilizar a portaria como único
local de acesso de pessoas à granja. Junto à portaria deve ser instalado o escritório para controlar todos
os dados gerados na granja que servirá para dar suporte administrativo. Nesse local deve existir pelo
menos um banheiro para a higiene e troca de roupas da(s) pessoa(s) que entrar(em) na granja.

Acesso e fluxo do trânsito na granja


A granja deve ser conduzida como uma empresa cujo lucro é medido pela eficiência de produção.
Portanto, devem ser reduzidos ao máximo os perigos de contágio para as aves, estabelecendo-se
critérios de acesso aos aviários e designando-se diferentes áreas dentro da granja segundo os riscos de
contaminação.

A área limpa: é a área de acesso aos aviários, através da qual são feitos transportes de ração, aves e
equipamentos.

A área suja: compreende a região externa da granja e acesso de saída dos aviários, pela qual se
procede retirada de camas e demais fômites. Para evitar disseminação dos resíduos durante o transporte
da carga recomenda-se recobri-la com lonas.

O fluxo de acesso aos aviários deve ser percorrido respeitando-se os limites entre área limpa e suja. Para
tanto, considerar a idade das aves (visitar primeiro as mais jovens) e o estado sanitário dos lotes (proibir
visitas a um aviário com problemas). Havendo suspeita de enfermidade em um lote, somente o
funcionário e o veterinário responsável pela granja poderão ter acesso a ele.

Cuidados com a ração e a água


É necessário conhecer a procedência e a qualidade tanto nutricional quanto microbiológica dos
ingredientes das rações. Uma alimentação pobre causará deficiências que consequentemente serão
refletidas no desempenho, podendo interferir na capacidade imunológica dos frangos.

A qualidade microbiológica tanto da ração quanto da água deve ser monitorada pois se contaminados,
esses são importantes veículos para a introdução de agentes patogênicos no plantél. A ração deve ser
livre de agentes patogênicos, especialmente salmonelas.

O armazenamento das rações deve ser feito em local limpo arejado, abrigado da umidade (evitando o
mofo) e sobre plataformas para facilitar a limpeza do local. A peletização contribui para reduzir a
contaminação das rações.

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A água da granja deve ser captada numa caixa d´água central para posterior distribuição, precisa ser
abundante, limpa, fresca e isenta de patógenos. Deve ser monitorada para verificação das condições
químicas, físicas e microbiológicas. O tratamento da água de beber deve ser realizado quando a
presença de coliformes fecais for detectada ou quando a presença de coliformes totais estiver acima de
3/100ml. A cloração é feita pela adição de 3 (três) ppm de Cloro (hipoclorito de sódio) na água de
bebida. É importante ressaltar que a água usada para vacinações das aves, não pode ser clorada.

Qualidade de ingredientes

Entre vários pontos criticos da formulação e fabricação de rações está a qualidade dos ingredientes. Um
dos itens mais importantes na qualidade dos ingredientes esta relacionado com a presença ou não de
micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a aflatoxina, fumonisina, zerealenona,
vomitoxina e ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas primeiras toxinas. Os elementos básicos
para formação da toxina são o substrato (ex. milho), umidade, oxigênio, tempo e temperatura. O
problema será mais ou menos severo, na dependência da presença dos fatores citados, durante as fases
de pré-colheita e(ou) armazenagem dos cereais e grãos. O milho por ser o cereal de maior percentual de
uso precisa de atenção especial, visto que são comuns os casos de presença de aflatoxina no milho. As
aves de maior idade são mais resistentes que as jovens, mas os sintomas em frangos de corte podem
estar relacionados com má conversão dos alimentos, pesos corporais mais baixos, menor proteção
imunológica o que resulta em maior mortalidade, menor pigmentação (palidez) nas aves abatidas e
maior presença de hemorragias subcutâneas e intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas.

Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade
do grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se
inspecionar o silo para possíveis entradas de umidade e repara-las, caso existam. Os silos de
armazenagem devem ser limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa
de controle de insetos e roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se
multiplicarem. Recomenda-se que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de
certas regiões de minifúndio. Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior
àquele devidamente colhido, seco e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados
com micotoxinas essa não deverá ser maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a
zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado
nessas ocasiões visando fortificar e incluir antifúngicos na ração.

Procedimentos de manejo sanitário

Recomendações:

as aves devem ser criadas no sistema “todos dentro, todos fora” ou seja, alojar em um mesmo
aviário, aves de igual procedência e idade, do alojamento ao abate;
avaliar previamente o risco de contaminação para todo e qualquer objeto que precise ser introduzido
na granja. Só faze-lo após rigorosa desinfecção
na porta de entrada do aviário deve ser colocado um recipiente com solução desinfetante para que as
pessoa desinfetem os calçados (pedilúvios) antes de entrarem e, ao saírem do aviário. Onde houver
trânsito de veículos, utilizar o rodolúvio;
observar diariamente a limpeza dos bebedouros bem como do aviário e suas imediações, fazendo o
controle de moscas, cascudinhos e roedores;
incinerar ou enterrar as aves mortas em fossas sépticas ou utilizar compostagem;
a cama nos círculos de proteção ou na área correspondente ao pinteiro deve ser nova. No restante do
aviário, caso a cama seja reutilizada, faze-lo após enleiramento e repouso por pelo menos 7 dias,
desde que o lote anterior não tenha sofrido doenças infecciosas.;
comunicar às autoridades sanitárias qualquer evento de alta mortalidade aguda no plantel,
especialmente quando este não puder ser relacionado diretamente a falhas de manejo;

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transportar os frangos somente com o respectivo Guia de Trânsito Animal (GTA) a ser preenchido por
um médico veterinário credenciado;
manter uma ficha de acompanhamento técnico do lote com informações sobre a data de alojamento,
o número de aves alojadas, a especificação das vacinas realizadas, medicamentos administrados e a
mortalidade diária do lote.

Moscas

Os cuidados com o controle de moscas devem ser constantes, pois a produção excessiva desses insetos
pode causar, além de prejuízos para o próprio avicultor, pela transmissão de doenças, baixa produção dos
operários pelo contínuo incômodo, também, prejuízo e incômodo aos vizinhos, ocasionando
reclamações e demandas.

As moscas são insetos que se reproduzem rapidamente fazendo seis a oito posturas, de 100 a 120 ovos,
durante seu curto período de vida (de 25 a 45 dias). Após a postura, os ovos eclodem em menos de 24
horas e o desenvolvimento até o adulto ocorre em 8 a 12 dias. Para nutrição das larvas, no caso da
mosca doméstica, é necessário cerca de um grama de esterco. Existe um grande potencial de criação de
moscas em uma cama de aviário exposta no ambiente sem os cuidados devidos. Se for permitido o
nascimento de uma grande quantidade de moscas, após a tomada de medidas de controle mecânico, a
população de adultos só será eliminada após o tempo de vida desses insetos, de 20 a 45 dias, ou com
uso de produtos químicos

Medidas de controle mecânico:

A criação de moscas pode ser evitada pela compostagem de cama e dos cascões de esterco úmido, além
das carcaças. Amontoar a cama retirada do aviário e os cascões, até 1,50m de altura, mantendo o
material coberto com lona plástica ou isolados com camada de palhada seca ou terra, durante 30 a 45
dias (quando estiver muito seca deve-se umedecer). Nesse período ocorrerá a fermentação com elevação
da temperatura e destruição das larvas e os resíduos estarão prontos para serem usados como adubo.

Medidas de controle biológico:

Em avicultura de corte as próprias aves fazem o controle biológico das moscas dentro do galpão. O
problema de criação de moscas ocorre quando a cama/cascões é retirada e amontoada sem os cuidados
devidos. Nesse caso os predadores naturais (tesourinhas, ácaros) ajudam a destruir parte das larvas que
se criam após o umedecimento dos resíduos pela chuva

Medidas de controle químico:

No controle químico, o uso de produtos adulticidas (que matam moscas adultas) deve se limitar a
aplicações nos locais onde a presença de moscas é totalmente indesejável, pois o efeito desse método de
controle é temporário. Os adulticidas não devem ser aplicados sobre a cama ou os cascões por
causarem a morte de predadores, desequilibrando ainda mais esse sistema

As aves mortas podem ser um foco de produção de moscas varejeiras. Para evitar esse problema, as
carcaças também devem ser trabalhadas em compostagem ou em fossas; o adubo obtido pela
compostagem das carcaças só deve ser utilizado em áreas de reflorestamento e de jardinagem

O uso de fossa depende da profundidade do solo da propriedade e de licença do órgão de meio


ambiente. Na fossa não se usam desinfetantes por prejudicarem o processo de decomposição por
destruição das bactérias e fungos que atuam sobre as carcaças e, enquanto estiverem ativos os
desinfetantes, o processo de decomposição ficará parado retardando a reutilização e em conseqüência
novas fossas terão que ser abertas. O controle dos maus odores pode ser feito com o uso de tampa de
zinco galvanizado com canaleta de isolamento, contendo óleo queimado.

Cascudinhos e Roedores

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Para reduzir a população de cascudinhos pela compostagem da cama dentro do galpão, entre os lotes, é
necessário abrir espaço para os círculos de proteção e amontoar o restante da cama em pilhas ou em
leiras de até 1,50m de altura no período da manutenção do círculo. Espalhar a cama compostada na
véspera da retirada do círculo. Usar inseticida somente se a população de cascudinhos crescer a ponto de
se visualizar os insetos na cama entre os comedouros (e não só debaixo deles) o que indica alta
infestação. Aplicar o produto indicado pelo técnico, no intervalo entre lotes, como parte das ações de
limpeza e desinfeção do galpão, aplicando o mesmo tão logo tenham sido retiradas as aves e suspensos
os comedouros, evitando a dispersão dos insetos para outros galpões, tratando-se as áreas junto às
paredes, colunas, depósito de ração, etc.

Os roedores devem ser controlados por meio de limpeza dos arredores dos galpões com a retirada de
entulhos, manutenção da vegetação rasteira e pela organização constante do ambiente, em especial da
área de manutenção da ração, além do uso de raticidas com acompanhamento técnico.

FICHA PARA ACOMPANHAMENTO TÉCNICO DO LOTE


1-Data do alojamento:
2-Nº. de aves:

3-Informações sobre as vacinas administradas


Data (Dia/Mês) Via de administração Vacina utilizada N° aves vacinadas

4-Medicamento administrados:
Data
Identificação do aviário
Idade das aves
Principais sintomas
Medicamento administrado (nome comercial e princípio ativo
Via de administração
Dose administrada
Período de administração

5-Mortalidade diária:
Semana Domingo Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Total






Outras Observações:_______________________________

Vacinação
Programas de vacinação para frangos de corte não são utilizados com frequência uma vez que o ciclo de
vida de um lote é curto. No entanto, todas as aves devem ser vacinadas contra a doença de Marek no
primeiro dia de vida. Cabe ao médico veterinário responsável pelo plantel, determinar quanto a
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necessidade de vacinar as aves contra outras enfermidades infecciosa que eventualmente estejam
acometendo os plantéis circunvizinhos à criação. Para estabelecer o programa de vacinação deve ser
considerando o desafio sanitário na região e estar de acordo com o as normas oficiais vigentes. Em
frangos de corte, as principais viroses que podem ser controladas através de vacinação são: a doença de
Marek, a doença de Gumboro, doença de Newcastle, bronquite infecciosa das aves e varíola aviária. O
controle da coccidiose deve ser feito pela vacinação na primeira semana de vida das aves ou pela adição
de quimioterápicos na ração durante o período de cria e recria.

A vacinação incorreta ou inadequada pode ser tão prejudicial quanto não vacinar. Para que seja realizada
com sucesso é necessário planeja-la com antecedência, observar o prazo de validade das vacinas,
maneja-las corretamente quanto a via de aplicação, diluição, conservação (conserva-las a 4 ºC) e evitar
a incidência direta do sol na vacina. Recomenda-se vacinar em horários com temperaturas amenas
evitando-se estressar excessivamente as aves. Aves doentes não devem ser vacinadas. Todos os aviários
devem ter uma ficha de controle com o histórico do lote em que constem informações sobre as
vacinações.

Higienização
É imprescindível proceder a higienização do aviário e equipamentos entre um alojamento e outro. Após a
retirada do lote, fazer limpeza completa do aviário adotando os seguintes procedimentos:

retirar todos os utensílios utilizados no aviário;


passar vassoura de fogo sobre a cama para reduzir o número de penas;
remover a cama. A reutilização da cama só poderá ser feita se nenhum problema infeccioso tenha
acometido o plantél anteriormente. Nesse caso recomenda-se que após passar vassoura de fogo, a
cama seja enleirada e coberta com plástico ou lona por 07 dias, a uma umidade relativa de 37%, para
que sofra fermentação. Jamais usa-la nos círculos de proteção ou pinteiros;
lavar com água sob pressão todos os equipamentos do aviário;
lavar paredes, teto, vigas e cortinas, com água sob pressão, (jato em movimentos de cima para
baixo), deixar secar antes de fazer a desinfecção;
redistribuir a cama no aviário;
proceder a desinfecção do aviário. Os princípios ativos dos desinfetantes mais utilizados são: amônia
quaternária, formol, cloro, iodo, cresol e fenol. É importante fazer rodízio periódico do princípio ativo
do desinfetante utilizado;
após a desinfecção, manter o aviário fechado, sem a presença de aves ou outros animais, em vazio
sanitário, por pelo menos 10 dias até o alojamento dos frangos;
lavar caixa d`água e tubulações;
aparar a grama e limpar calçadas externas e os arredores do aviário ;
os resíduos de produção, (aves mortas, estercos e embalagens) devem ser descartados
adequadamente (trabalhados em compostagem, enterrados em fossas sépticas ou incinerados, de
acordo com a contaminação do material a ser descartado).

Princípio ativo dos desinfetantes comerciais mais comuns e sua recomendação


Amônia
Locais Formol Iodo Fenóis e Cresóis Cloro
quaternária
Caixas de água e encanamento - + + - ++
Piso + + + + -
Paredes + + + + -
Telhados + + + + -
Telas + - + + -
Equipam. + (+-) + (+-) +
Pedilúvio - + + + -
Mat. Orgânica - - (+-) + -
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++ muito recomendado; + recomendado; +- pouco recomendado; - não recomendado;

Destino das carcaças descartadas


Não menos importante que os demais cuidados, a remoção das carcaças é fundamental para evitar a
multiplicação e disseminação de microorganismos patogênicos dentro do aviário. A retirada das aves
descartadas ou mortas deve ser feita rotineiramente, removendo-as para fossas sépticas, incinerando-as
ou trabalhando-as em compostagem

A incineração depende de equipamentos adequados e é indicada quando ocorrer um problema sanitário


grave. As fossas sépticas são eficazes para as remoções diárias das carcaças, desde que devidamente
edificadas. Devem ser construídas em local seco, longe de lençóis freáticos a uma distância mínima de
200 metros do aviário, providas de um telhado e tampa de encaixe

A compostagem é um processo eficiente para o descarte dos resíduos da produção e requer um


investimento baixo para a construção da composteira. Essa deve ser construída perto do aviário,
evitando grande deslocamento de dejetos e aves mortas. No processo de compostagem são utilizados,
principalmente cama de aviário, carcaças, uma fonte de carbono e água. Requer cuidados na
adequações de temperatura e umidade durante o processo

O programa de biosseguridade requer constante aperfeiçoamento. Proteger a saúde do plantel, melhora


os resultados de produção e colabora para o equilíbrio e segurança de todo o setor produtivo. Os
benefícios individuais da adoção do programa de biosseguridade são multiplicados quando todo o setor
produtivo está envolvido.

Autores deste tópico:Fatima Regina Ferreira


Jaenisch

Instalações

Localização das edificações


A escolha do local adequado para implantação do aviário visa otimizar os processos construtivos, de
conforto térmico e sanitários. O local deve ser escolhido de tal modo que se aproveitem as vantagens da
circulação natural do ar e se evite a obstrução do ar por outras construções, barreiras naturais ou
artificiais. O aviário deve ser situado em relação à principal direção do vento se este provir do sul ou do
norte. Caso isso não ocorra, a localização do aviário para diminuir os efeitos da radiação solar no interior
do aviário prevalece sobre a direção do vento dominante. A direção dos ventos dominantes e as brisas
devem ser levadas em consideração para aproveitar as vantagens do efeito de resfriamento no trópico
úmido. Escolher o local com declividade suave, voltada para o norte, é desejável para boa ventilação

No entanto, os ventos dominantes locais, devem ser levados em conta, principalmente no período de
inverno, devendo-se prever barreiras naturais. É recomendável dentro do possível, que sejam situados
em locais de topografia plana ou levemente ondulada, onde não seja necessário serviços de
terraplanagem excessiva e construções de muros de contenção. Contudo é interessante observar o
comportamento da corrente de ar, por entre vales e planícies, nesses locais é comum o vento ganhar
grandes velocidades e causar danos nas construções. O afastamento entre aviários, deve ser suficiente
para que uns não atuem como barreira à ventilação natural aos outros. Assim, recomenda-se
afastamento de 10 vezes a altura da construção, entre os dois primeiros aviários a barlavento, sendo que
do segundo aviário em diante o afastamento deverá ser de 20 à 25 vezes esta altura, como representado
na Figura 1.

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Figura 1. Esquema da distância mínima entre aviários.

Orientação
O sol não é imprescindível à avicultura. Se possível, o melhor é evitá-lo dentro dos aviários. Assim,
devem ser construídos com o seu eixo longitudinal orientado no sentido leste-oeste Figura 2. Nessa
posição nas horas mais quentes do dia a sombra vai incidir embaixo da cobertura e a carga calorífica
recebida pelo aviário será a menor possível. Por mais que se oriente adequadamente o aviário em
relação ao sol, haverá incidência direta de radiação solar em seu interior em algumas horas do dia na
face norte, no período de inverno. Providenciar nesta face dispositivos para evitar este fato.

Figura 2. Orientação do aviário em relação à trajetória do sol.

Largura do aviário, Pé direito, comprimento e piso


A grande influência da largura do aviário é no acondicionamento térmico interior, bem como em seu
custo. A largura do aviário está relacionada com o clima da região onde o mesmo será construído.
Normalmente recomenda-se largura até 10m para clima quente e úmido e largura de 10 até 14m para
clima quente e seco A largura de 12m tem sido utilizada com freqüência e se mostrado adequada para o
custo estrutural, possibilitando bom acondicionamento térmico natural, desde que associada à presença
do lanternim e altura do pé-direito adequadamente dimensionados. O pé direito do aviário pode ser
estabelecido em função da largura adotada, de forma que os dois parâmetros em conjunto favoreçam a
ventilação natural no interior do aviário com acondicionamento térmico natural. Quanto mais largo for o
aviário, maior será a sua altura (Tabela 1). Em regiões onde existe incidência de ventos fortes, aviários
com pé-direito acima de 3m, exigem estrutura reforçada. Em regiões onde exista disponibilidade de
madeira e que esta não seja atacada por cupins é mais recomendável a utilização de telhas de barro com
pé-direito de 3m. O pé direito do aviário é elemento importante para favorecer a ventilação e reduzir a
quantidade de energia radiante vinda da cobertura sobre as aves. Estando as aves mais distantes da
superfície inferior do material de cobertura, receberão menor quantidade de energia radiante, por
unidade de superfície do corpo, sob condições normais de radiação. Desta forma, quanto maior o pé
direito da instalação, menor é a carga térmica recebida pelas aves.

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O pé direito do aviário pode ser estabelecido em função da largura adotada, de forma que os dois
parâmetros em conjunto favoreçam a ventilação natural no interior do aviário com acondicionamento
térmico natural (Tabela 1). Quanto mais largo for o aviário, maior será a sua altura.

Tabela 1. Determinação do pé direito em função da largura adotada para o aviário.


Largura do Aviário (m) Pé direto mínimo em climas quentes (m)
até 8 2,80
8a9 3,15
9 a 10 3,50
10 a 12 4,20
12 a 14 4,90

Fonte: TINÔCO (1995).

O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se evitar problemas com terraplanagem,
comedouros e bebedouros automáticos. Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100
à 125m têm-se mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado divisórias internas ao
longo do aviário em lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o manejo das aves.
Estas divisórias devem ser removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm,
para facilitar o deslocamento do avicultor. O piso é importante para proteger o interior do aviário contra a
entrada de umidade e facilitar o manejo. Este deve ser de material lavável, impermeável, não liso com
espessura de 6 a 8cm de concreto no traço 1:4:8 (cimento, areia e brita) ou 1:10 (cimento e cascalho),
revestido com 2cm de espessura de argamassa 1:4 (cimento e areia). Pode ser construído em tijolo
deitado que apresenta boas condições de isolamento térmico. O piso de chão batido, não isola bem a
umidade e é de difícil limpeza e desinfecção, no entanto , tem-se propagado por diminuir o custo de
instalação do aviário. Deverá ter inclinação transversal de 2% do centro para as extremidades do aviário
e estar a pelo menos 20 cm acima do chão adjacente e sem ralos, pois permite a entrada de pequenos
roedores e insetos indesejáveis.

Comprimento
O comprimento do aviário deve ser estabelecido para se evitar problemas com terraplanagem,
comedouros e bebedouros automáticos. Não deve ultrapassar 200m. Na prática os comprimentos de 100
à 125m têm-se mostrados satisfatórios ao manejo das aves, porém é aconselhado divisórias internas ao
longo do aviário em lotes de até 2.000 aves para diminuir a competição e facilitar o manejo das aves.
Estas divisórias devem ser removíveis, e de tela, para não impedir a ventilação e com altura de 50cm,
para facilitar o deslocamento do avicultor.

Fechamentos
A parede protege os frangos de vários fluxos de energia radiante mas também reduz a movimentação do
ar. A altura da mureta deve ser de 20cm tem se mostrado satisfatória por permitir a entrada de ar ao
nível das aves e não permitir a entrada de água da chuva e nem que a cama seja jogada para fora do
aviário. As muretas deverão ter a parte superior chanfrada, pois facilita a limpeza e não permite o
empoleiramento de aves. Entre a mureta e o telhado, deve ser colocado tela. A tela tem a finalidade de
proteger a cortina e evitar a entrada de pássaros, que além de trazerem enfermidades poderão consumir
ração das aves. A malha da tela deve ser de 2,5 cm, fio 16. Tem-se tido boa aceitação das telas de PVC
(plástico) por não enferrujarem, não provocarem rasgos nas cortinas, terem maior durabilidade e
possibilidade de reaproveitamento. Os oitões ou paredes das extremidades do aviário devem ser
fechados até o teto. Para climas quentes, que não possuem correntes de ventos provindas do sul,
recomenda-se que os oitões sejam de tela como nas laterais e providos de cortinas. Os oitões devem ser
protegidos do sol nascente e poente, pintando as paredes com cores claras, sombreando-os por meio de
vegetação, beirais ou sombrites. Dependendo da região, os oitões podem ser de madeira, telhas
onduladas, fibra de vidro, lâminas de isopor ou alvenaria. O oitão do lado leste pode ser de 15cm de
espessura, sendo o do lado oeste de 25cm, em material com menor condutividade térmica, como, por
exemplo, o tijolo cerâmico ou mesmo a madeira

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Instalar cortinas nas laterais, pelo lado de fora, para evitar penetração de sol, chuva e controlar a
ventilação no interior do aviário. As cortinas poderão ser de plástico especial trançado, lona ou PVC,
confeccionadas em fibras diversas, porosas para permitirem a troca gasosa com o exterior, funcionando
apenas como quebra-vento, sem capacidade de isolamento térmico. Devem ser fixadas para possibilitar
ventilação diferenciada para condição de inverno e verão. Para atender ambas situações é ideal que seja
fixada a dois terços da altura do pé-direito e que seja aberta das extremidades para o ponto de fixação.
Sob condições de inverno esta deve ser aberta de cima para baixo e em condições de verão, de baixo
para cima. Para se obter maior eficiência da ventilação natural devido ao termosifão e ao vento, deve-se
abrir as duas partes, juntando-as na altura da fixação. Nos primeiros dias de vida, recomenda-se o uso
de sobrecortinas em regiões frias, para auxiliar a cortina propriamente dita, evitando a entrada de
correntes de ar no aviário. A sobrecortina deve ser fixada na parte interna do aviário, de tal forma que se
sobreponha a tela, evitando a entrada de correntes de ar. O aviário deverá ter portas nas extremidades
para facilitar, ao avicultor, o fluxo interno e as práticas de manejo. Estas devem ter pedilúvio fixo, que
ultrapasse a largura das portas em 40 cm de cada lado, largura de 1m e profundidade de 5 a 10 cm.
Para facilitar o carregamento de aves, a carga nova e a descarga de cama velha é conveniente também a
instalação de 1 porta em cada extremidade do aviário, que permita a entrada de 1 veículo ou trator.

Cobertura
O telhado recebe a radiação do sol emitindo-a, tanto para cima, como para o interior do aviário. Nas
regiões tropicais a intensidade de radiação é alta em quase todo o ano, e é comum verificar desconforto
das aves devido ao calor mesmo durante épocas mais frescas do ano, devido à grande emissão de
radiação do telhado para o interior do aviário. O mais recomendável é escolher para o telhado, material
com grande resistência térmica, como o sapé ou a telha cerâmica. Contudo, por comodidade e economia
é comum o emprego de telhas de cimento amianto, que é material de baixo conforto para as aves. O
telhado pode ser de telhas de cimento amianto, que são de fácil colocação e necessitam de menor
madeiramento, desde que recebam material para melhorar a sua eficiência térmica como, isolantes,
pinturas refletoras, aspersão no telhado. Para regiões quentes, utilizar telhas com isolamento térmico,
como o poliuretano, telhas cerâmicas ou telhas de fibrocimento pintadas com tinta acrílica branca. Em
termos de conforto térmico a telha de cerâmica ainda é a mais indicada.

Devem ser evitadas as telhas de alumínio ou zinco, devido ao barulho provocado durante o período
chuvoso. Também deve-se evitar as telhas de cimento amianto com 4mm de espessura, pois fornecem
menor conforto para as aves.

O material ideal para a cobertura deve ter alta refletividade solar e alta emissividade térmica na
superfície superior e baixa refletividade solar e emissividade térmica na superfície inferior.

Inclinação do telhado
A inclinação do telhado afeta o condicionamento térmico ambiental no interior do aviário, através da
mudança do coeficiente de forma correspondente as trocas de calor por radiação entre o animal e o
telhado, e modificando a altura entre as aberturas de entrada e saída de ar (lanternim). Quanto maior a
inclinação do telhado, maior será a ventilação natural devido ao termossifão. Inclinações entre 20 e 30º
têm sido consideradas adequadas, para atender as condições estruturais e térmicas.

Lanternim
O lanternim, abertura na parte superior do telhado, é indispensável para se conseguir adequada
ventilação, pois, permite a renovação contínua do ar pelo processo de termossifão resultando em
ambiente confortável. Deve ser em duas águas, disposto longitudinalmente na cobertura. Este deve
permitir abertura mínima de 10% da largura do aviário, com sobreposição de telhados com afastamento
de 5% da largura do aviário ou 40cm no mínimo (Figura 3). Deve ser equipado, com sistema que
permita fácil fechamento e com tela de arame nas aberturas para evitar a entrada de pássaros.

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Figura 3. Esquema para determinação das dimensões do lanternim.

Circunvizinhança
A qualidade das vizinhanças afeta a radiosidade (quantidade de energia radiante levada pela superfície
por unidade de tempo e por unidade de área - emitida, refletida, transmitida e combinada). É comum
instalar gramados em toda a área delimitada aos aviários pois reduz a quantidade de luz refletida e o
calor que penetra nos mesmos. O gramado deverá ser de crescimento rápido que feche bem o solo não
permitindo a propagação de plantas invasoras. Deverá ser constantemente aparado para evitar a
proliferação de insetos. São necessários 5m de largura para trânsito de veículos no abastecimento de
ração e carregamento de aves, na lateral das edificações e portanto no planejamento e terraplanagem,
essa largura deve ser adicionada.

Sombreiro
O emprego de árvores altas produz microclima ameno nas instalações, devido à projeção de sombra
sobre o telhado Figura 4. Para as regiões onde o inverno é mais intenso as árvores devem ser
caducifólias. Assim, durante o inverno as folhas caem permitindo o aquecimento da cobertura e no verão
a copa das árvores torna-se compacta sombreando a cobertura e diminuindo a carga térmica radiante
para o interior do aviário. Para regiões onde a amplitude térmica entre as estações do ano não é
acentuada e a radiação solar constitui em elevado incremento de calor para o interior do galpão o ano
todo, as árvores não precisam ser necessariamente caducifólias. Devem ser plantadas nas faces norte e
oeste do aviário e mantidas desgalhadas na região do tronco, preservando a copa superior. Desta forma
a ventilação natural não fica prejudicada. Fazer verificação constante das calhas para evitar entupimento
com folhas.

Figura 4. Uso de árvores como sombreiro.

Ventilação
A ventilação é um meio eficiente de redução da temperatura dentro das instalações avícolas, por
aumentar as trocas térmicas por convecção, conduzindo a um aumento da produção. Desvios das

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situações ideais de conforto, caracterizam no surgimento de desempenho baixo do lote, em conseqüência


de estresses e necessita-se portanto de artíficios estruturais para manter o equilíbrio térmico entre a ave
e o meio. A ventilação adequada se faz necessária também; para eliminação do excesso de umidade do
ambiente e da cama, proveniente da água liberada pela respiração das aves e da água contida nas fezes;
para permitir a renovação do ar regulando o nível de oxigênio necessário às aves, eliminando gás
carbônico e gases de fermentação.

Tipos de Ventilação
A renovação do ar de um ambiente pode ser classificada como:

Ventilação Natural ou espontânea


Ventilação dinâmica

Ventilação térmica

Ventilação Artificial, mecânica ou forçada


Pressão positiva (Pressurização)

Pressão negativa (Exaustão)

A quantidade de ar que o sistema de ventilação deve introduzir ou retirar do aviário depende das
condições meteorológicas e da idade das aves. As necessidades de ar em função da temperatura
ambiente e da idade das aves são apresentadas na Tabela 2 e as necessidades de ventilação em função
do tipo de ave para inverno e verão são apresentadas na Tabela 3.

Tabela 2. Necessidades de ar em função da temperatura e da idade das aves (litros/ave/minuto).


Temperatura Idade (semanas)
( o C) 1 3 5 7
4,4 6,8 19,8 34,0 53,8
10,0 8,5 22,7 45,3 65,1
15,6 10,2 28,3 53,8 79,3
21,1 11,9 34,0 62,3 93,4
26,7 13,6 36,8 70,8 104,8
32,2 15,3 42,5 79,3 118,9
37,8 17,0 48,1 87,8 133,1
43,3 18,7 51,0 96,3 144,4

Tabela 3. Necessidades de ventilação, em m3/hora/quilo de carne.


Idade Peso Mínima Máxima Máxima verão
(dias) (g) inverno verão Umidade > 50%
7 160 0,5 2 2
14 380 0,6 2 2
21 700 0,7 3 3
28 1070 0,9 4 4
35 1500 1,0 5 6
42 1920 1,5 6 8
49 2350 1,5 6 8

Ventilação natural ou espontânea

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É o movimento normal do ar que pode ocorrer por diferenças, de pressão causadas pela ação do vento
(Ventilação dinâmica) ou de temperatura (Ventilação térmica) entre dois meios considerados

A causa do vento é a diferença de pressão atmosférica ao nível do solo, que por sua vez é conseqüência
da variação de temperatura. A ventilação natural permite alterações e controle da pureza do ar, provendo
o galpão de oxigênio, eliminando amônia, CO2 e outros gases nocivos, excesso de umidade e odores
(ventilação com finalidade higiênica), possibilitando também, dentro de certos limites, controlar a
temperatura e a umidade do ar nos ambientes habitados (ventilação com finalidade térmica), de tal
forma que o ar expelido, quente e úmido, seja substituído e assim aumente a perda calorífica por
convecção.

Ventilação Dinâmica

O ar flui sempre de um ponto de alta pressão para um ponto de baixa pressão. Isso significa que a
velocidade do ar em uma instalação é sempre maior nas aberturas do lado do barlavento que do
sotavento. A ação dos ventos, embora intermitente, ocasiona o escalonamento das pressões no sentido
horizontal (Figura. 5). Quando uma corrente de ar perde velocidade a pressão sobe. Quanto maior a
diferença de pressão maior será a velocidade do ar. Se uma corrente de ar perde velocidade a pressão
sobe.

Figura 5. Escalonamento de pressão no sentido horizontal.

A ventilação dinâmica é intensificada por meio de aberturas, dispostas convenientemente em paredes


opostas e na direção dos ventos dominantes.
A taxa em que a ventilação natural ocorre depende da velocidade do vento e de sua direção, da
proximidade e das dimensões de obstáculos, como montanhas ou construções, da forma e localização
das aberturas de entrada e saída do ar.
Quando o vento incide contra o aviário, podem ser formadas áreas distintas de pressão positiva e de
pressão negativa (Figura 6). A pressão positiva maior que a pressão atmosférica normal, caracteriza o
impulsionamento da massa de ar contra o aviário e a negativa, a atração da massa de ar. Como o ar se
desloca desde pontos de maior aos de menor pressão, se existirem aberturas no aviário, a pressão
positiva forçará a massa de ar a entrar pelas aberturas e a negativa a sair (Figura 7). Nada adianta ter
aberturas em um mesmo plano já que as pressões, sendo iguais, não provocam a circulação do ar
(Figura 8). Isto significa que para ter ventilação verdadeiramente efetiva as aberturas devem estar em
paredes opostas. Este tipo de ventilação natural é conhecida como “ventilação cruzada”. Com a
ventilação natural no aviário, mediante abertura da cumeeira e aberturas laterais, o ar flui do ponto de
alta pressão para o ponto de baixa pressão. Se a pressão negativa na cumeeira é maior que a pressão
negativa no lado do sotavento, o ar flui desse último a cumeeira aberta (Figura 9).

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Figura 6. Deslocamento da massa de ar através dos planos de pressão


positiva e negativa.

Figura 7. Deslocamento da massa de ar através de aberturas (ventilação cruzada).

Figura 8. Ventilação não eficaz.

Figura 9. Fluxo de ar mediante cumeeira e laterais abertas.

Ventilação térmica

Na ventilação térmica, as diferenças de temperatura provocam variações de densidade do ar no interior


dos aviários, que causam por efeito de tiragem ou termossifão, diferenças de pressão que se escalonam
no sentido vertical. Essa diferença de pressão é função da diferença de temperatura do ar entre o interior
do aviário e o exterior, do tamanho das aberturas de entrada e saída do ar pelo lanternim e, por fim, da
diferença de nível entre essas aberturas. Esse efeito é também denominado de “efeito chaminé” e
considerando uma cobertura de aviário, naturalmente ventilada, esse efeito existe independentemente
da velocidade do ar externo (Figura 10).

O plano onde a pressão estática se anula é denominado de plano neutro e é definido como sendo a altura
(H) em que não há diferença de pressão entre o interior e o exterior da instalação. Esse está localizado a
uma altura em que a pressão estática anula-se.

Se o aviário dispuser de aberturas próximo ao piso e no telhado e se o ar do interior estiver a uma


temperatura mais elevada que o ar do exterior, o ar mais quente, menos denso, tenderá a escapar pelas
aberturas superiores. Ao mesmo tempo, o ar do exterior, mais frio, e por isso mais denso, penetra pelas
aberturas inferiores, causando fluxo constante no interior do aviário.

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Pode ocorrer ação conjunta do efeito chaminé e dos ventos em uma construção.

Outro modo eficiente de reduzir a carga térmica em épocas quentes é a ventilação do ático, colchão de
ar que se forma entre a cobertura e o forro (Figura 11). Essa técnica consiste em direcionar o fluxo de ar
para o lanternim, por meio de aberturas feitas ao longo do beiral da construção.

A técnica de acrescentar aberturas na cobertura é indicada mesmo que exista forro. Nesse caso, é
necessário distribuir, de forma adequada, algumas aberturas no forro.

É fundamental que haja diferença de nível entre as aberturas de entrada e de saída do ar e devem estar
localizadas em paredes opostas, para que a ventilação seja eficiente. Obstáculos no interior da
construção ou qualquer saliência na fachada alteram a direção do filete de ar (Figura 12).

Abrindo-se as cortinas do aviário pode passar rapidamente um grande volume de ar exterior que se
mistura com as condições do ar interno tendendo a igualar com as condições exteriores. Portanto, a
ventilação por cortinas é ideal quando a temperatura externa é perto das exigências das aves. A melhor
ocasião para se usar a ventilação por meio de cortinas é quando a temperatura externa é igual ou
inferior à do aviário. Quanto maior for esse gradiente de temperatura, mais eficiente será a perda de
calor por convecção.

Figura 10. Detalhes dos elementos de ventilação natural, do plano neutro e do diagrama de pressão estática.

Figura 11. Ventilação do ático.

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Figura 12. Trajetórias do fluxo de ar com aberturas em planos opostos.

Quebra-ventos

São dispositivos naturais ou artificiais, destinados a deter ou, pelo menos, diminuir a ação dos ventos
fortes sobre os aviários. Podem ser definidos, ainda, como estruturas perpendiculares aos ventos
dominantes, cujas funções são diminuir a velocidade e reduzir os danos por ele provocados. Em sua
maioria são naturais, constituídos por renques de vegetação; agem de forma semelhante à apresentada
nas Figuras 13, 14, 15 e 16.

Figura 13. Posicionamento do aviário em relação à direção do vento dominante.

Figura 14. Obstáculo à movimentação do ar no aviário.


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Figura 15. Dispositivos para desviar a direção do vento.

Em regiões de ventos fortes, torna-se necessário o uso de quebra-ventos. Quebra-ventos são barreiras
contra ventos fortes e são projetados para reduzir a velocidade do ar do lado do sotavento (Figura 17).
Quando bem projetado, protege à distância de até 10 vezes a sua altura. Assim, a altura deste é
determinada para a distância do sotavento, a qual a proteção é projetada. Quebra-ventos de árvores têm
sido preferidos mas a desvantagem é que levam anos para crescerem antes de serem utilizados como
quebra-ventos. A porosidade de árvores caducas no inverno é de 50 a 70% (muitos poros para um bom
quebra-vento).

Figura 16. Desvio do fluxo de ar por meio de quebra-ventos naturais.

Figura 17. Composição de quebra-ventos de árvores. Maiores alturas requerem espécies de vegetação
intermediárias para formar um bom quebra-vento.

Ventilação de verão e inverno

Extrair do aviário o calor, principalmente em dias quentes é em geral, a primeira providência a ser
tomada, uma vez que as aves já se encontram empenadas. Quando a temperatura ambiente é superior a
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ótima, correspondente à da zona de conforto, é necessário aumentar a taxa de ventilação a fim de


eliminar o calor produzido pelas aves, para evitar uma temperatura excessiva dentro da instalação. A
ventilação desses ambientes pode promover melhorias nas condições termo-higrométricas, podendo
representar um fator de melhora do conforto térmico de verão ao incrementar trocas de calor por
convecção. Para as condições do clima tropical brasileiro a ventilação de verão necessária para aviários
deve atender conjuntamente as exigências térmicas e higiênicas que vão se refletir na localização da
construção, área e forma de abrir dos dispositivos (aberturas e posição das cortinas protetoras dos
galpões). No verão a massa de ar se movimentará por todo o espaço inferior e superior, exercendo uma
influência direta sobre o conforto e simultaneamente eliminando parte do calor acumulado em paredes
laterais, piso, teto e equipamentos de alimentação, etc. Pode ser necessário uma renovação total do ar a
cada minuto. Em pleno verão, o sistema de ventilação poderá estar funcionando 100% do tempo durante
o período do dia e boa parte da noite. Em tais condições, melhores resultados são obtidos colocando-se
as entradas de ar ao nível das aves e forçando um fluxo de ar rápido, relativamente fresco entre essas,
para facilitar a extração direta do calor corporal.

Em períodos de inverno, necessita-se um ritmo de renovações mais lenta, especialmente para aves
jovens. Não obstante, durante o período frio, é necessário introduzir ar fresco no aviário para repor
oxigênio, assim como extrair amoníaco e umidade. O fluxo de ar deve se deslocar naturalmente pela
zona superior do aviário, para evitar o efeito direto sobre os animais, de maneira que o ar fresco externo
se misture com o ar interno mais quente antes de alcançar as aves. O objetivo é então estabelecer no
aviário um fluxo lento de ar, evitando toda corrente fria ou muito rápida em contato com as aves. O que
importa é a diferença entre a temperatura exterior e a que necessitam as aves, não a que percebe uma
pessoa no aviário. As aves mais jovens requerem ambiente mais aquecido, produzem menos amoníaco e
consomem menos oxigênio que aves maiores. A quantidade de ar a renovar no inverno por razão
higiênica é pequena, sendo necessárias apenas superfícies reduzidas de entrada e saída; é importante
que o fluxo de ar não incida diretamente sobre as aves. O problema da ventilação por cortinas durante
período frio, é que o ar admitido por pequenas aberturas entra com pouca velocidade e em seguida
desce ao nível do solo esfriando o ambiente ao nível das aves causando condensação, com conseguinte
umedecimento da cama. Isso ocorre porque o ar frio é mais pesado que o ar quente e a tendência é
abaixar e não subir. Ao mesmo tempo, o ar quente que se encontra mais acima acarreta diferença de
temperatura no local, causando maior tensão nas aves.

Na figura 18 se observa que o fechamento inferior CD é menor do que o superior AB, significando que o
filete de ar que escorrega pela borda B tem uma força superior ao que entra por C, imprimindo ao ar
uma direção descendente. Se não existisse essa pequena saliência da cobertura que detém em parte o
escape do ar para cima, e o trecho AB não fosse bastante maior que CD, o fluxo poderia adquirir outra
direção. A figura 19 representa o caso inverso onde o ar circula principalmente pela parte superior.

Figura 18. Fluxo de ar devido a diferentes localizações da entrada e saída de ar.

Figura 19. Deslocamento do fluxo de ar para a parte superior do aviário.

Ventilação artificial, mecânica ou forçada

A ventilação artificial é produzida por equipamentos especiais como exaustores e ventiladores. É utilizada
sempre que as condições naturais de ventilação não proporcionam adequada movimentação do ar ou
abaixamento de temperatura. Tem a vantagem de permitir, filtragem, distribuição uniforme e suficiente

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do ar no aviário e ser independente das condições atmosféricas. Permite fácil controle da taxa de
ventilação através do dimensionamento dos ventiladores, das entradas e saídas de ar.

Existem duas formas de se promover artificialmente a movimentação do ar:

sistema de pressão negativa ou exaustão;


sistema de pressão positiva ou pressurização.

Tanto no sistema de ventilação, por pressão negativa quanto por pressão positiva, atenção deve ser dada
à pressão, que poderá determinar o sucesso ou o insucesso do sistema. A pressão está relacionada
diretamente com a vazão e não com a velocidade. Dessa forma, é importante o conhecimento de quanto
de ar realmente se precisa. É comum encontrar em um aviário zonas de pressão de baixa movimentação
de ar, seja por pressão negativa ou positiva. Um dos fatores mais freqüentes para essa ocorrência é o
mau dimensionamento e posicionamento dos equipamentos de ventilação.

Sistema de pressão negativa ou exaustão

Neste processo o ar é forçado por meio de ventiladores (exaustores) de dentro para fora, criando um
vácuo parcial dentro da instalação Figura 20. Cria uma diferença de pressão do ar do lado de dentro e do
lado de fora e o ar sai por meio de aberturas.

Figura 20. Sistema de ventilação por pressão negativa. O ventilador aspira o ar do interior do aviário criando um
vácuo parcial.

No sistema de ventilação por exaustão, os ventiladores são posicionados no sentido longitudinal ou


transversal, voltados para fora em uma das extremidades do aviário e na outra extremidade, são
dispostas aberturas para entrada do ar (Figura 21). Com o sistema em funcionamento os ventiladores
são acionados, succionando o ar de uma extremidade à outra do aviário. Os exaustores são
dimensionados para possibilitar a renovação de ar do aviário a cada minuto e à velocidade de 2 a 2,5
m/s. A eficiência desse processo depende de uma boa vedação do aviário, evitando perdas de ar.

Figura 21. Sistema de ventilação mecânica por exaustão.

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Sistema de pressão positiva ou pressurização

O ar é forçado por meio de ventiladores de fora para dentro. O gradiente de pressão do ar é de fora para
dentro da instalação. O ar entra por meio de aberturas (Figura 22).

Figura 22. Sistema de ventilação por pressão positiva. O ventilador insufla ar para dentro do aviário.

Ambos sistemas constituem de ventiladores, sistema de distribuição de ar e controles.

No sistema de ventilação mecânica positiva, os ventiladores são dispostos no sentido longitudinal ou


transversal, voltados para o interior do aviário possuindo duas formas distintas: com fluxo de ar
transversal com as cortinas do aviário abertas ou fluxo de ar longitudinal com cortinas do aviário
podendo estarem abertas ou fechadas. Quando as cortinas se encontram fechadas esse tipo de
ventilação é também conhecido como sistema de ventilação tipo túnel.

No sistema de fluxo de ar transversal, os ventiladores são posicionados em uma das laterais do aviário,
no sentido dos ventos dominantes, ligeiramente inclinados para baixo. Dessa forma o ar é forçado
lateralmente de fora para dentro do aviário saindo pela outra lateral (Figura 23). Nesse sistema, como
descrito, as cortinas laterais permanecem sempre abertas. Por ser aberto o aviário, o fluxo de ar fica de
difícil controle devido a interferência da ventilação natural que varia de intensidade e direção
prejudicando o sistema.

Figura 23. Sistema de ventilação positiva, transversal.

A outra forma de realizar a ventilação mecânica por pressão positiva é posicionando os ventiladores no
sentido longitudinal do aviário. Nesse processo as cortinas laterais do aviário permanecem fechadas e
bem vedadas para tornar a ventilação tipo túnel eficiente. O ar entra por uma das extremidades do
aviário é carreado pelos ventiladores, que são posicionados ao longo do comprimento, e pressionado a
sair pela extremidade oposta que permanece aberta (Figura 24). Nesse sistema o controle da ventilação
é mais fácil porque não sofre tanta influência da ventilação natural, como no sistema anterior.

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Figura 24. Sistema de ventilação positiva, longitudinal (ventilação tipo túnel).

Aquecimento
Vários tipos de aquecedores foram desenvolvidos, buscando melhor forma de fornecer calor e
proporcionar conforto térmico às aves com menor consumo de energia. Esses equipamentos estão cada
vez mais aperfeiçoados, funcionais e eficientes. O esquema abaixo representa as categorias de
aquecedores.

Tipos de Aquecedores

Aquecedores a lenha

Foi um dos primeiros métodos utilizados para o aquecimento de aves e caracteriza-se por utilizar a lenha
como combustível. O calor é transmitido às aves principalmente por meio da condução, através do ar. O
uso de lenha, como fonte de calor em uma campânula ou fornalha, no interior de aviários, não produz
temperatura constante e muitas vezes excede ao necessário, requer maior mão-de-obra e é de difícil
controle da temperatura. Como a combustão geralmente não é completa, devem ser providos de filtros
nas entradas de ar com o objetivo de minimizar a passagem de gases tóxicos, principalmente o CO2,
para o interior do aviário. É prática comum no sul do Brasil, principalmente no inverno, o uso de
queimadores a lenha para suplementar o aquecimento proporcionado pelas campânulas a gás. Esse
sistema consiste de tanques de óleo vazio produzidos artesanalmente. As funilarias normalmente
fornecem esses equipamentos. Tem a função de amenizar as condições ambientais não propriamente
atender as exigências das aves. Os tanques tem capacidade de 200 litros podendo ser soldados de
acordo com o pedido do produtor. Consistem de chaminé, suporte e tanques.

O aumento do preço do gás fez com que as indústrias de equipamentos procurassem novas alternativas
para fornecer calor às aves propondo um novo sistema de aquecimento à carvão. Esse sistema trabalha
com energia renovável, podendo o produtor gerar o próprio combustível, bastando para isso possuir
programa de reflorestamento. O sistema consiste de fornalha, chaminé, ventilador, termostato, alarme e
tubos distribuidores de ar quente. Os queimadores podem estar localizados externamente ou
internamente ao aviário. O ar quente é impulsionado da câmara de ar quente por meio de exaustores de
2 CV, aos tubos perfurados, distribuídos no comprimento do aviário. Essa alternativa diminui os gases
tóxicos com melhor controle da temperatura. O consumo de lenha é de aproximadamente 1 m3/dia para
um aviário de 100 m de comprimento, dependendo das condições climáticas.

Aquecedores elétricos

Tiveram grande difusão no passado, quando se criavam aves em grupos reduzidos, decaindo,
posteriormente, nas granjas industriais, caracterizadas por criação de milhares de aves. São constituídos
de resistências elétricas, blindadas ou não e lâmpadas infravermelhas que são colocadas embaixo de
uma campânula (refletor) a fim de projetar o calor de cima para baixo ou resistências embutidas no piso
a fim de projetar o calor da baixo para cima. O sistema, em si, é o mais limpo e fácil de manutenção
existente, devendo-se adequar a potência do elemento aquecedor ao número de aves a ser criado. São
caracterizados por transmitirem o calor por meio da condução e da radiação, serem de fácil manuseio,
possuírem produção de calor constante e não geração de gases tóxicos (CO e CO2). A grande
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desvantagem desse tipo de aquecedor é o custo da energia elétrica. O uso de lâmpadas infravermelhas
apresenta consumo excessivo de energia, a menos que as lâmpadas sejam controladas
termostaticamente. Nesse sistema, o canibalismo constitui sério problema. Adicionalmente, as
interrupções de energia, por mais curtas que sejam, representam sério problema, caso esses sistemas
não possuam campânula sobre as lâmpadas.

Aquecimento a gás

São os mais utilizados e que apresentam o menor custo com a geração da energia térmica, pois utilizam
tanto o gás natural quanto o gás liquefeito de petróleo (GLP). Existem no mercado vários tipos desses
aquecedores, com diversas concepções quanto a forma de transmitir calor, maneiras de instalação e
meios de controle da temperatura de operação. Os aquecedores chamados comumente de campânulas a
gás possuem um queimador de gás convencional, onde o calor é transmitido às aves por condução e
convecção. São instalados a pouca altura do chão e, conseqüentemente, das aves, o que ocasiona uma
distribuição não uniforme da temperatura em seu raio de ação. Com a baixa altura de instalação, os
gases provenientes da combustão se alojam abaixo da campânula, podendo atingir os pintos,
prejudicando o aparelho respiratório. Possuem duas regulagens de temperatura, alta e baixa, feitas
manualmente e uma capacidade reduzida de aquecimento, sendo recomendados para, no máximo, 500
pintos. São bastante funcionais devido a sua resistência, baixo índice de manutenção e mobilidade,
podendo ser reinstalados com facilidade e rapidez. Os aquecedores a gás com placa cerâmica são uma
evolução dos aquecedores de campânula, onde se adicionou uma placa de cerâmica refratária para que
se pudesse fazer uso do efeito da radiação. A chama do queimador incidente na placa de cerâmica faz
com que a mesma se torne incandescente e, dessa forma, transfira calor por meio da radiação. Devido à
utilização relativa do efeito de radiação esses aquecedores podem ser instalados a uma altura um pouco
superior aos anteriores, sendo que a distribuição da temperatura é relativamente melhorada.
Apresentam como desvantagem a fragilidade da placa cerâmica, que pode quebrar-se no manuseio do
aquecedor. Possuem uma capacidade mediana de aquecimento, sendo recomendados para aquecer entre
700 a 800 pintos. Os aquecedores a gás tipo infravermelhos foram desenvolvidos para utilizar
plenamente o princípio de transmissão de calor através da radiação. A combustão do gás se dá
diretamente em queimadores metálicos de alta capacidade de suportar o calor, tornando sua superfície
totalmente incandescente e desta forma transferindo o calor principalmente pela radiação. No
aquecimento por radiação, a temperatura mais elevada se situa na zona de “habitat” do animal,
enquanto no aquecimento por convecção o ar quente de menor densidade escapa para as zonas mais
altas do aviário, produzindo mais estratificações ou camadas de ar de diferentes temperaturas.

O objetivo dos sistemas de aquecimento radiante é manter a ave aquecida e o piso seco, contudo os
sistemas primeiro aquecem o ar que depois é repassado às aves e à cama. Esses equipamentos
produzem radiação concêntrica desde o eixo da campânula, perdendo eficiência com a distância do
mesmo. A eficiência também varia em função da altura de trabalho da campânula em relação ao piso.
Assim, a temperatura de radiação não é uniforme, pois descreve círculos de maior e menor temperatura,
permitindo que a ave se situe segundo suas necessidades em uma zona mais próxima ou mais afastada
do eixo da campânula. Em condições de temperatura ambiente abaixo de 15ºC, o calor gerado por esses
sistemas é insuficiente, havendo necessidade de se providenciar calor suplementar para manter a
temperatura ambiente em torno de 32ºC, nos primeiros dias de idade dos pintos. Sua instalação se dá
geralmente a uma altura considerável do chão, podendo variar entre 0,90 a 1,20 m. Essas
características, aliadas ao fato de que todo o ar necessário para a combustão provém de um filtro ou
tomada de ar localizados na parte superior traseira do aquecedor, fazem com que os gases provenientes
da combustão não atinjam as aves, sendo rapidamente retirados do ambiente pelo efeito da convecção.
A área atingida também é bastante grande, chegando de 3,60 a 4,00 m de diâmetro. Isso faz com que a
capacidade de aquecimento atinja 1.000 pintinhos, ou mais, por aquecedor. Atualmente, há grande
variedade de modelos com regulação termostática, individual ou centralizada, providos de campânula
maior ou menor, entre outros. O importante é dispor de potência calorífica adequada. A razão da
popularidade do sistema vem da comodidade de sua regulação termostática, porém é um dos sistemas
mais caros em consumo.

Sistemas Alternativos

Existem outros sistemas de aquecimento como os que procuram aproveitar os resíduos da produção
avícola. Dentre esses sistemas, destacam-se os fornos de resíduos de aves para aquecimento das aves, que
apesar de apresentarem menor custo estão em desuso pelo considerável trabalho que acarretam e pelos
odores que produzem ao redor da granja. Esses fornos são de material refratário, construídos in situ, e
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situam-se no exterior do aviário no centro de uma das fachadas. Podem funcionar com outros materiais
sólidos combustíveis, mas o material prioritário é o resíduo de aves, geralmente da cria anterior e quanto
mais seco, melhor. Outro sistema que vem merecendo destaque é o uso de biodigestores. São
reaproveitados os resíduos da produção avícola ou suinícola para a produção de biogás. As campânulas,
nesses sistemas, devem ser adaptadas para queimarem o biogás. Para se converter campânulas a GLP para
biogás deve ser considerado o menor poder calorífico do biogás, a baixa pressão de serviço dos
biodigestores e a baixa velocidade de combustão. Outra forma de aquecimento pode ser fornecendo calor
às aves, no piso, por meio de canalizações que levam o calor por intermédio de um fluido térmico. Esse
sistema caracteriza-se pela passagem de água quente em tubos de polietileno inseridos no piso. O sistema
permite controle eficiente da temperatura do ambiente próximo das aves, a cama permanece mais seca e o
teor de amônia do ar fica em níveis inferiores ao usual, porém tem custo elevado de instalação e não
permite limpeza fácil do local após cada cria. Também preconiza-se a utilização da energia solar para
aquecimento de aviários por meio de fluxo de ar quente, ou água quente em tubos instalados no piso. No
entanto, essa tecnologia e a eólica ainda não estão disponibilizadas para o avicultor.

Autores deste tópico:Paulo Giovanni de Abreu

Material genético
A criação de frangos para o abate evoluiu para modelos intensivos onde o potencial genético dos frangos
é responsável por grande parte dos ganhos de produtividade. Para se conseguir frangos com alto
potencial de ganho de peso, de conversão alimentar e de rendimento de carcaça, os programas para a
geração de material genético comercial foram estruturados pelo acasalamento/cruzamento entre ou
dentro de raças, linhas, bisavós, avós e matrizes. È necessário se conhecer o potencial genético da
linhagem antes da aquisição dos pintos. Após alojados os pintos é necessário acompanhar semalmente o
desempenho do lote, conferindo os dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e conversão
alimentar.

Desempenho

Tabela 1. Potencial genético considerando a idade, peso vivo, ganho de peso, consumo de ração, conversão
alimentar, viabilidade e índice de eficiência produtiva (IEP) esperados, para frangos agrupados por sexo.
Peso Consumo Consumo
Idade Ganho de peso Ganho de peso CA Viabilidade
vivo acumulado semanal IEP
dias semanal g acumulado g acumulada %
g g g
Machos
1 40 - - - - - - -
7 154 114,00 114,00 154 154,00 1,351 98,5 160,4
14 420 266,00 380 521 367,00 1,371 98,3 215,1
21 820 400,00 780,00 1141 620,00 1,463 97,7 260,8
28 1360 540,00 1.320,00 2033 892,00 1,540 97,2 306,5
35 1990 630,00 1950,00 3266 1233,00 1,675 96,7 328,3
42 2600 610,00 2560,00 4577 1311,00 1,788 95,1 329,3
49 3190 590,00 3150,00 6054 1477,00 1,922 94,8 324,1
56 3760 570,00 3720,00 7581 1527,00 2,038 93,0 306,4
Fêmeas
1 40 - - - - - - -
7 150 110,00 110,00 152 152,00 1,382 99,5 154,3
14 390 240,00 350,00 499 347,00 1,426 99,1 193,6
21 740 350,00 700,00 1053 554,00 1,504 98,7 231,2
28 1200 460,00 1160,00 1837 784,00 1,584 98,4 266,3
35 1710 510,00 1670,00 2896 1059,00 1,734 97,9 275,8
42 2200 490,00 2160,00 4023 1127,00 1,863 97,1 273,1
49 2675 475,00 2635,00 5250 1227,00 1,992 96,0 263,0
56 3140 465,00 3100,00 6557 1307,00 2,115 95,0 251,8

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Mistos
1 40 - - - - - - -
7 152 112,0 112,00 153 153,00 1,366 99,0 157,4
14 405 253,00 365,00 510 357,00 1,397 98,7 204,3
21 780 375,00 740,00 1097 587,00 1,482 98,2 246,0
28 1280 500,00 1240,00 1935 838,00 1,560 97,8 286,5
35 1850 570,00 1810,00 3081 1146,00 1,702 97,3 302,1
42 2400 550,00 2360,00 4300 1219,00 1,822 96,1 301,4
49 2933 533,00 2893,00 5652 1352,00 1,954 95,4 292,3
56 3450 517,00 3410,00 7069 1417,00 2,073 94,0 279,3

Cruzamentos
Nos cruzamentos normalmente se busca tirar proveito dos seguintes efeitos:

a) genéticos

Efeito de raça: (devido ao efeito genético aditivo dos genes, passa de geração a geração e inclui
habilidade geral de combinação das linhas utilizadas no cruzamento).

Efeito da heterose: (devido aos desvios de dominância dos alelos e dos desvios da epistasia entre locus e
inclui habilidade específica de combinação das linhas utilizadas no cruzamento) pode existir no indivíduo,
na mãe e no pai do mesmo, mas não passa para a geração seguinte.

Efeito recíproco: é o desvio entre o desempenho dos indivíduos de um cruzamento e do seu recíproco
como por exemplo A x B é diferente de B x A. Na nomenclatura de melhoramento genético se
convenciona que a primeira letra representa a raça do pai e a segunda a raça da mãe.

b) não genéticos:

Efeito da complementariedade: é a vantagem que se obtém por exemplo ao se cruzar galinhas de maior
produção de ovos com galos de potencial genético para maior ganho de peso. O recíproco desse
cruzamento da um custo de produção maior.

No cruzamento entre as linhas puras (avós) para a formação das matrizes se busca combinar as
características para as quais as linhas foram selecionadas com diferentes ênfases. Além disso, os
cruzamentos efetuados para gerar os frangos incorporam ganhos pela melhor eficiência produtiva.
Portanto, observar as seguintes recomendações:

adquirir pintos de linhagens reconhecidas pelo mercado;

a criação poderá ser mista ou separada por sexo;

os pintos devem apresentar características saudáveis como olhos brilhantes, umbigo bem cicatrizado
tamanho e cor uniformes, canelas lustrosas sem deformidades, com plumagem seca, macia e sem
emplastamento na cloaca;

transportar os pintos do incubatório, onde são mantidos em ambiente controlado, até o local do
alojamento, em veículos adequados, com conforto e buscando o bem-estar dos pintos.

Para os produtores interessados na produção comercial de alta produtividade existem as seguintes


linhagens de corte.

Hibridos comerciais de frangos de corte (importadas): Ag Ross, Cobb Vantress, Hybro, Isa Vedette,
MPK, Arbor Acres, Avian, Shaver e Hubbard.

Hibridos comerciais de frangos de corte (nacionais): Embrapa 021, S-54 e Chester.

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Raças
Mais de 300 raças puras e variedades de galinhas já foram desenvolvidas até os dias de hoje, porém
apenas poucas têm expressão comercial. Algumas das raças mais antigas são apenas mantidas em
estações experimentais. Deve se ter em mente que o banco genético é a fonte da diversidade e o
combustível para os cruzamentos que dão origem aos híbridos modernos. Em frangos de corte as raças
utilizadas são:

Plymouth Rock Branca - Apresenta pele amarela e crista lisa. Foi muito utilizada nos primeiros
cruzamentos para produção de frangos de corte. Atualmente serve de material básico de muitas linhas
cruzadas. As penas brancas representam uma grande vantagem desta raça para a produção comercial de
frangos e para os abatedouros que preferem aves de penas brancas às coloridas. A maioria das linhas
originais eram de empenamento tardio, uma desvantagem para a produção de frangos de qualidade, no
entanto, a maioria das linhas disponíveis atualmente são de empenamento rápido.

New Hampshire - Apresenta cor vermelho claro, pele amarela, crista lisa e produz ovos de cor marron.
Por muitos anos foi utilizada para a produção de frangos de corte. Mais tarde passou a ser utilizada para
cruzamentos com outras raças de corte para produção de frangos. Atualmente apenas poucos criadores
se dedicam à comercialização desta raça. Esta raça foi utilizada em muitos cruzamentos que formam os
atuais híbridos de corte, principalmente em função da habilidade de produção de grande quantidade de
ovos que eclodem bem.

Cornish Branca - Apresenta crista ervilha, pele amarela e produz ovos de casca marron. Apresenta
corpo de conformação diferente das outras raças, tendo pernas mais curtas, corpo amplo com peito
musculoso. As habilidades de produção de carne são muito apreciadas nesta raça, no entanto produz
poucos ovos de tamanho pequeno e com eclodibilidade pobre. A habilidade de produzir carne desta raça
tem sido explorada no cruzamento de galos Cornish com galinhas de raças como a Plymouth Rock
Barrada, Plymouth Rock Branca, New Hampshire e linhas híbridas.

Sussex - É uma raça inglesa predominantemente para corte com diversas variedades, das quais a Light
Sussex é a mais popular. Apresenta pele branca, produz ovos de casca marron. É boa produtora de
carne. Em alguns países europeus frangos de pele branca são os preferidos.

Linhas puras

Geralmente é impossível conseguir que uma única linha de aves seja boa produtora de carne e também
de ovos. Quando uma linha é selecionada para alta quantidade de carne, a produção de ovos diminui
muito.

As linhas fêmeas são desenvolvidas separadamente das linhas macho. Uma vez que as fêmeas produzem
os ovos e são responsáveis pela eclodibilidade dos mesmos. As linhas fêmeas são selecionadas para
produzir grande quantidade de ovos, que eclodem bem, além de produzirem pintos grandes com grande
capacidade de crescimento.

As linhas de carne apresentam excepcional conformação para corte, são de tamanho grande,
crescimento rápido e apresentam excelente conversão alimentar. Atualmente essas linhas são híbridas
que incorporam genes necessários para produção de carne, conformação e facilidade de processamento,
com pouca ênfase em produção de ovos e eclodibilidade.

Provavelmente todas as linhas machos usadas para produção de carne incorporaram alguns genes das
raças Cornish Escura ou Cornish Clara. Essas variedades conferiram a amplitude de peito, pernas curtas
e a carcaça arredondada, mas devido às penas coloridas dessas duas raças as linhas híbridas também
incorporaram genes de linhas brancas.

Não apenas as aves dessa linha híbrida apresentam penas brancas, mas também os descendentes do
cruzamento de galos dessa linha com galinhas de penas coloridas, o que é uma vantagem na depena dos
frangos. Geneticamente as linhas híbridas de macho são dominante para o gene branco.

A maioria dos consumidores preferem aves de pele amarela e por isso, praticamente todas as linhas de
macho e de fêmeas apresentam pele amarela, mas na Inglaterra e em alguns países europeus existe
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preferência por aves de pele branca. Naquele caso, os frangos são produzidos pelo acasalamento de
galos de pele branca com galinhas de pela amarela. Os galos de pele branca de linhas Sussex Clara são
os mais utilizados.

Bisavós, Avós e Matrizes

Bisavós

Devido à necessidade de ganhos genéticos cumulativos; devido a necessidade de grande número de aves
para a seleção; e devido ao grande número de galinhas para produzir as avós, as linhas puras podem ser
reproduzidas em várias incubações, quinzenalmente, cujos produtos nascidos são da mesma
constituição das linhas puras e selecionados dentro da linha transformando-se em Bisavós.

Avós

Do acasalamento das bisavós dentro de linha gera-se os galos nas linhas de macho e as galinhas nas
linhas de fêmeas que serão os pais das matrizes e portanto chamados de avós.

Matrizes

As matrizes são os híbridos resultantes do cruzamento de avós. Por exemplo, a matriz macho AB é
produzida pelo acasalamento do avô paterno (galo A) com a avó paterna (galinha B) e a matriz fêmea
CD é produzida pelo acasalamento do avô materno (galo C) com a avó materna (galinha D).

Avaliação do desempenho do lote


O desempenho padrão da linhagem utilizada pode ser estimado pela pesagem de cerca de 1% dos
frangos em qualquer época, comparando-o com tabelas constantes nos manuais das linhagens. Na
moderna avicultura de corte, taxas de mortalidade acima de 3 % por lote estão fora dos padrões
aceitáveis como normais;

O desempenho do lote pode ser avaliado através de índices, como por exemplo, o IEP (índice de
eficiência produtiva). Esse índice leva em consideração o peso vivo, viabilidade, idade e a conversão
alimentar (CA), de acordo com a seguinte fórmula:

IEP=((Peso vivo (kg) x % Viabilidade ) /

(Idade em dias x Conversão alimentar ))x100

Exemplo:

peso corporal de 2,3 kg; mortalidade de 3 %; idade 42 dias; CA de 1,8

IEP = (( 2,3 x 97 ) / ( 42 dias x 1,8 )) x 100

IEP = 295,11

Autores deste tópico:Elsio Antonio Pereira de


Figueiredo

Nutrição e alimentação
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A nutrição adequada dos frangos de corte depende de conhecimento técnico sobre nutrientes, energia,
aminoácidos, minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. É importante anotar o consumo diário de água,
pois uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o inicio de problema. Os nutrientes que são
usados em pequenas quantidades são chamados de micro-ingredientes e são adicionados à ração através
de pré-misturas vitamínicas e minerais (Premix). As dietas devem ter especificações de qualidade de
ingredientes para entrarem na fabricação de rações. Entre as especificações devem ser atendidas as
exigências dos frangos de acordo com o peso ou fases produtivas, a qualidade e preços dos ingredientes.

Para fabricar rações, além do conhecimento técnico, a estrutura deve atender as necessidades para a
fabricação de rações e que o processo de fabricação de rações seja entendido para qual finalidade está
sendo aplicado. Alguns exemplos de formulas são apresentadas para atender casos gerais, as quais
deverão ser recalculadas caso existam ingredientes alternativos. Sempre que se considerar a alternativa
de ingredientes (e.g. trigo, triticale, triguilho, sorgo, farinhas animais, subprodutos do milho, cevada,
etc.) devemos estar atentos a disponibilidade comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes
tradicionais, buscando a vantagem no preço, sem nunca desconsiderar a qualidade. Um principio básico
na substituição do milho por ingredientes alternativos é manter equilibrado os nutrientes e energia,
produzindo uma dieta mais barata que a convencional. Os alimentos a serem fornecidos devem também
atender a alguns princípios de manejo da alimentação e da água para que sejam bem aproveitados e
gerem eficácia no desempenho dos frangos. Para facilidade de entendimento alguns pontos a seguir são
ressaltados, visando melhor esclarecimento do assunto.

Nutrientes
É necessário a distinção entre nutrientes, ingredientes, dieta e ração.

Nutrientes são as substancias proporcionadas pelos ingredientes que compõem uma dieta, que,
consumida em determinada quantidade, se diz ração. Os nutrientes essenciais são divididos em
categorias que incluem os aminoácidos (proteína), minerais, vitaminas, ácidos graxos e água. As
gorduras, carbohidratos e também os aminoácidos proporcionam a energia da dieta, que mesmo não
sendo nutriente e sim um componente da dieta, é fundamental ao metabolismo e crescimento animal. Os
nutrientes e energia podem ter disponibilidade variável de acordo com a fonte da matéria prima que os
fornece. Muito poucos ingredientes de uma dieta apresentam 100% de disponibilidade do nutriente e isso
pode ser devido a vários fatores inerentes ao ingrediente, fibra dietética, toxinas, fatores antinutricionais,
processamento e ao estado fisiológico e sanitário do animal. Os frangos exigem uma certa quantidade de
nutrientes e de energia na dieta para alcançar um performance máximo, não necessariamente o máximo
lucro. Certas situações podem ser favoráveis ao menor preço dos ingredientes e (ou) do kg vivo e,
portanto, ajustes devem ser feitos para a melhor estratégia de alimentação para um dado momento.

Energia
A energia tem sido expressa em Calorias (cal) ou Joules (J) ou seus múltiplos de 1000 que são a kcal e o
kJ. Por exemplo, cada kg de milho contem cerca de 3300 Kcal de energia metabolizável (EM) e o farelo
de soja 2400 kcal de EM/kg. Em geral, assume-se a energia como um componente restritivo da dieta,
sendo alto o seu custo para a formulação da dieta. Os ingredientes precisam ter boa energia para suprir
a exigência animal e, frequentemente, busca-se diminuir a energia da dieta para diminuir o custo da
mesma, claro sem prejuízo no performance dos frangos. A energia é exigida em quantidades diferentes
por várias razões, entre as quais o sexo, a fase produtiva, a condição ambiental a capacidade digestiva e
a quantidade de ração consumida por dia.

Aminoácidos
Os aminoácidos dos ingredientes que compõem a dieta são as unidades mínimas de construção da
proteína animal. Existem cerca de 22 aminoácidos, mas somente 10 são essenciais, precisando ser
fornecidos em quantidades adequadas na dieta. Se algum desses estiver em deficiência na dieta, a ave
não crescerá satisfatoriamente. Há uma sequência de prioridades entre os aminoácidos da dieta e ai
estabeleceu-se um conceito de balanço ideal de aminoácidos na dieta, que convencionou-se chamar de
proteína ideal. Formular uma dieta com base na proteína ideal, significa suprir o mínimo, mas equilibrada
quantidade de aminoácidos na dieta para obter o melhor crescimento. Esse balanço, naturalmente
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depende da disponibilidade dos aminoácidos nos ingredientes e deve ser considerado na formulação das
dietas. A disponibilidade dos aminoácidos varia segundo fatores como; a proteína do ingrediente, tipo da
fibra, fatores antinutricionais presentes, processamento (temperatura, pressão), metodologia de estudo
e fase de vida do animal.

Minerais
Os minerais podem ser divididos em macro minerais por entrarem em maiores quantidades na dieta (Ca,
P, K, Na, Cl e S) e os microminerais (Cu, Zn, Fe, Mn, I, Mo, Se, Cr). Todos tem exigências especificas
pelo animal e suas funções estão relacionadas com a estrutura do animal, o metabolismo geral, a
produção de enzimas e o envio de sinais entre diferentes células do organismo. Além das quantidades
individuais de cada mineral, existem relações entre eles que devem ser observadas. Por exemplo o Ca e
o P não fítico (disponível) devem apresentar relação de 2 a 2,2 : 1. Algumas vezes o desbalanço ou
excesso de um dado mineral pode interferir na absorção de outro e ocasionar prejuízos na produção.
Assim, águas com excesso de minerais ou o desbalanço eletrolítico da dieta devem ser prevenidos.

Vitaminas
Embora necessárias em pequenas quantidades, são indispensáveis para suportar ou estimular reações
químicas do metabolismo animal. A exigência de algumas pode ser suprida pela dieta normal, porém
outras precisam ser suplementadas na dieta. As vitaminas são classificadas em solúveis em gordura (A,
D, E e K ) e as solúveis em água (do grupo B e C). Os fatores que danificam as vitaminas são o ar, luz,
calor, umidade e ácidos e precisam ser evitados para aumentar a estabilidade das vitaminas e (ou) das
pré-misturas de vitaminas. Como regras gerais, manter as vitaminas ou pré-misturas em sala escura,
fresca, seca e cujos estoques não sejam grandes para evitar envelhecimento do produto (não estocar por
mais de 3 meses). O diagnóstico de deficiências vitamínicas não é tarefa fácil e sua prevenção é feita
com o uso de pré-misturas vitamínicas. Um bom premix vitamínico conterá todas as vitaminas
necessárias à adequada nutrição e sua inclusão dependerá da recomendação e dos custos entre as
marcas comerciais, entendendo-se que todos fabricantes possam garantir a qualidade de seus produtos.

Ácidos Graxos
As gorduras das dietas dividem-se em sub-unidades que são os ácidos graxos.

Os ácidos graxos linoleico e alfa-linolênico são essenciais para as aves, pois exercem papel especifico no
metabolismo (membrana celular e hormônios) e não podem ser sintetizados, precisam estar contidos na
dieta, quer seja advindo dos ingredientes ou de gorduras adicionadas. A falta de ácidos graxos essenciais
leva a perda da integridade das membranas, descamação da pele, diminuição da resistência a doenças e
problemas reprodutivos nas aves. Os acidos graxos totais são adicionados à dieta também para
fornecerem energia, já que a concentração energética dos óleos e gorduras é alta.

Água
Um nutriente frequentemente esquecido; porém, deve ser considerada como tal na alimentação dos
frangos. Em qualquer fase da criação deverá ser abundante, limpa, sem contaminantes, fresca com
temperatura em torno de 22 oC. A água entra no organismo através de 3 caminhos: como bebida, pelos
alimentos e via oxidação metabólica. O consumo da água de bebida depende de vários fatores como
idade, sal e proteína da dieta, temperatura ambiental e tipo de ração. Um valor médio a considerar para
o consumo é de 2 a 3 litros de água por quilo de ração consumida como um valor de referencia na
criação de frangos. Na Tabela 1 mostra-se alguns valores estimados para consumo diário de água. É
importante anotar o consumo diário de água, pois uma flutuação repentina no consumo, pode indicar o
inicio de problema. Por isso, instalar um registro de consumo de água na tubulação de acesso às
instalações. A salinidade da água medida em sólidos totais (ST) dissolvidos, idealmente conterá menos
do que 1000 mg de ST / litro e no máximo deverá conter 3000 mg de ST / litro. Sempre que houver
presença de coliformes fecais em qualquer número, efetuar o tratamento com 0,3 g de cloro (hipoclorito
de sódio) por mil litros d`água.
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Tabela 1. Estimativa de consumo diário de água em ml por frango.


Semana ml / dia / frango I / dia / 12.000 frangos
1 32 384
2 69 828
3 104 1248
4 143 1716
5 179 2149
6 214 2568
7 250 3000
8 286 3432

Pré-misturas vitamínicas e minerais


Os microingredientes são adicionados à ração através de pré-misturas (Premix) de minerais e de
vitaminas. Os nutrientes que contém são essenciais ao desenvolvimento dos frangos e são em geral,
adicionados em quantidades menores do que 2 kg / tonelada de ração. Fazem parte as vitaminas, micro-
minerais, minerais-traço, aminoácidos, antioxidantes, enzimas, anticoccidianas, antibióticos,
flavorizantes, entre outros. Além da alta sensibilidade às condições ambientais, alguns desses produtos
são usados em pequenas quantidades,o que pode implicar em falta de uniformidade dentro de uma
formula de rações. Sendo o premix necessário na fabricação de rações, ficam prejudicadas as rações que
por qualquer razão não consigam ter todos os micro-ingredientes na mistura final. Os resultados disso
poderão ser a perda de desempenho e o aumento na mortalidade. Não se recomenda a fabricação
própria de premix vitamínicos e de minerais para produções familiares de frangos devido a dificuldade de
manutenção de estoques atualizados de ingredientes, dificuldade de manipulação de pequenas
quantidades, perda de potência de alguns produtos com as condições ambientais, maiores preços na
compra de menores quantidades, falta de controle das matérias primas da pré-mistura e maior
possibilidade de erro na mistura. Evidentemente que devem ser buscados fabricantes/fornecedores
idôneos de pré-misturas minerais e vitamínicas, os quais, em geral, dispõem de assistência técnica
especializada e fornecem serviços de análises laboratoriais para controle de qualidade das rações.

Qualidade de ingredientes
Qualidade de ingredientes Entre vários pontos criticos da formulação e fabricação de rações está a
qualidade dos ingredientes. Um dos itens mais importantes na qualidade dos ingredientes esta
relacionado com a presença ou não de micotoxinas na ração. As micotoxinas mais comuns são a
aflatoxina, fumonisina, zerealenona, vomitoxina e ocratoxina. As aves são mais sensíveis às duas
primeiras toxinas. Os elementos básicos para formação da toxina são o substrato (ex. milho), umidade,
oxigênio, tempo e temperatura. O problema será mais ou menos severo, na dependência da presença
dos fatores citados, durante as fases de pré-colheita e(ou) armazenagem dos cereais e grãos. O milho
por ser o cereal de maior percentual de uso precisa de atenção especial, visto que são comuns os casos
de presença de aflatoxina no milho. As aves de maior idade são mais resistentes que as jovens, mas os
sintomas em frangos de corte podem estar relacionados com má conversão dos alimentos, pesos
corporais mais baixos, menor proteção imunológica o que resulta em maior mortalidade, menor
pigmentação (palidez) nas aves abatidas e maior presença de hemorragias subcutâneas e
intramusculares, bem como, aumento de fraturas ósseas.

Consegue-se prevenir a micotoxicose nos animais pela utilização de cereais de qualidade, cuja umidade
do grãos não seja superior a 14%, pois níveis mais altos estimulam a presença de fungos. Deve-se
inspecionar o silo para possíveis entradas de umidade e repara-las, caso existam. Os silos de
armazenagem devem ser limpos e não conter poeira de partidas anteriores. É necessário um programa
de controle de insetos e roedores que danificam os grãos e abrem porta de entrada para os fungos se
multiplicarem. Recomenda-se que o milho não seja dobrado e mantido na lavoura conforme é tradição de
certas regiões de minifúndio. Milhos com esse procedimento de armazenagem são de qualidade inferior
àquele devidamente colhido, seco e armazenado em silos. Em caso da existência de grãos contaminados
com micotoxinas essa não deverá ser maior do que 20 ppb para a aflatoxina, 500 ppb para a
zerealenona ou vomitoxina e 5 ppm para a fumonisina. Apoio técnico especializado é recomendado
nessas ocasiões visando fortificar e incluir antifúngicos na ração.

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Fabricação de rações
As especificações das rações para os frangos dependerá de algumas condições que serão estabelecidas a
priori. Entre essas, estão a exigência de nutrientes do animal de acordo com o peso desejado para o
abate; a idade em que se pretende alcançar o peso; a separação dos lotes por sexos; a disponibilidade,
qualidade e preços dos ingredientes e o mercado ao qual se destinam os animais. É necessário que os
ingredientes a serem utilizados na fabricação, sejam de boa qualidade e que atendam os padrões
mínimos estabelecidos pelo Ministério da Agricultura. Sempre que possível, os ingredientes devem ser
analisados laboratorialmente, ou consultadas as tabelas de composição de alimentos para efetuar o
cálculo das fórmulas das rações. As rações produzidas industrialmente pelas integrações e fábricas de
rações independentes registradas no Ministério da Agricultura, atendem as especificações legais e
técnicas, sendo de pronto uso, sem necessidade de remisturá-las com outros ingredientes. Entretanto,
em algumas regiões ou nichos de mercado, o produtor poderá fazer sua própria ração comprando o
núcleo mineral-vitamínico ou o concentrado protéico. Nesse caso, será importante manter a qualidade no
processo de fabricação das rações na propriedade, sob pena de inviabilizar a exploração dessa atividade,
caso não siga rigorosamente as recomendações técnicas. Sempre que o produtor não dispuser de
conhecimento sobre formulação e preparo de rações, deverá necessariamente buscar a orientação com
nutricionistas do setor de avicultura. Além disso, é importante ter em conta que existem alguns pontos
criticos no processo de fabricação de rações na propriedade, os quais devem ser considerados dentro das
normas de boas práticas de fabricação (BPF) de rações.

Exigências dos frangos

Tabela 2. Especificações das exigências dos frangos de acordo com a idade em porcentagens ou quando diferente,
especificado na variável.
Fases Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*
22 a 35 ou 35 a 42 ou
Idade, dias 1a7 8 a 21
22 a 42 42 a 49
Proteína 21 20 18 18
EM, kcal/Kg 3.000 3.100 3.200 3.200
Cálcio 0,99 0,94 0,85 0,85
P disponível 0,47 0,44 0,42 0,42
Sódio 0,22 0,22 0,20 0,20
Lisina digstível 1,18 1,16 1,05 1,05
Met +Cis digstível 0,83 0,82 0,74 0,74
Treonina digestível 0,74 0,73 0,68 0,68
Triptofano digestível 0,19 0,19 0,18 0,18
Premix mineralico, vitamínico e
+ + + *
aditivos*

* As vitaminas, microminerais e aditivos serão incluídos na forma de pré-mistura em quantidades variáveis conforme o fabricante.
Salienta-se que a dieta final ou de retirada, não deve conter drogas de nenhuma categoria. O uso de aditivos pode ser feito com
prudência e respeitando as quantidades recomendadas pelos fabricantes e expressas no rótulo das embalagens. São preferidos os
promotores de crescimento Gram +, desde que aprovados pelo Ministério da Agricultura. Os antimicrobianos Gram – podem ser
usados, se prescritos por Médico Veterinário e, respeitando o limite de retirada do produto antes do abate. Nunca devem ser
usados Cloranfenicol, Ácido 3-Nitro e Nitrofuranos, pois não são permitidos pelo Ministério da Agricultura

Tabela 3. Exemplo de fórmulas com base nos ingredientes milho e farelo de soja para atender as diferentes fases
de produção.

Ingredientes Pré-inicial Inicial Crescimento Final/Retirada*


1a7 8 a 21 22 a 35 ou, 22 a 42 35 a 42 ou, 42 a 49
Milho 55,58 54,70 57,82 57,93
Fosfato bicálcico 1,98 1,83 1,74 1,74
Farelo de soja 37,10 36,62 32,90 32,88
Óleo de soja 2,75 4,35 5,39 5,37
Calcáreo 1,33 1,29 1,11 1,11
Sal 0,51 0,51 0,46 0,46

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L-Lisina HCI 0,16 0,15 0,12 0,12
DL-Metionina 0,23 0,22 0,18 0,18
Premix mineral 0,05 0,05 0,05 0,05
Premix vitamínico 0,13 0,12 0,10 0,10
Clor. Colina (70%) 0,11 0,09 0,06 0,06
Avilamicina 0,01 0,01 0,01 -
Monensina 0,06 0,06 0,06 -
Total 100,00 100,00 100,00 100,00

Alimentação por fases produtivas


A alimentação dos frangos deve ser balanceada para cada fase para a qual é pretendida uma dada dieta,
visando atender as necessidades para o crescimento rápido, seguro e saudável. As fases são
estabelecidas de acordo com a curva de crescimento do frango, dividindo a sua vida em períodos
(abaixo) e cuja exigencia de nutrientes é variável, em função de vários fatores (sexo, fase produtiva,
temperatura ambiental). Uma generalização, que não deverá atender a todas as situações, mas que pode
exemplificar uma dieta geral para as fases é a apresentada nas Tabelas 2 e 3.

Pré-inicial: de 1 a 7 dias inicial: de 8 a 21 dias crescimento: de 22 a 35 ou 42 dias final: de 36 a 42 ou


43 a 49 dias

Necessidades para a fabricação de rações


O processo de fabricação de rações, além do conhecimento da área, implica em ter a disposição a
estrutura para tal e entre alguns itens destacam-se as seguintes necessidades: espaço útil na área da
fábrica de rações para instalar silos graneleiros visando a estocagem de cereais; sala de estoque de
drogas, aditivos, vitaminas e minerais, a qual sirva também para pesagens de ingredientes que são
usados em menores quantidades ( abaixo de 10 kg ); balança c/ capacidade de pesagem de 10 kg e
sensibilidade de 1 g; balança de 200 kg ou mais, com sensibilidade de 20 g, para pesagem de cereais;
moinho de martelos com motor adequado à trituração de cereais; misturador de ração horizontal ou
vertical com capacidade condizente com a necessidade da produção; roscas sem-fim para transporte até
a carreta e desta para os silos à granel localizados junto ao aviário.

O processo de produção de rações


Algumas das razões levam a necessidade de processamento de ingredientes e de rações e que podem
estar relacionados com a melhoria da digestibilidade (peletização e extrusão), separação de cascas de
ingredientes, detoxificação (tratamento térmico), preservação (secagem de grãos) e uniformidade de
particulas (moagem e peletização). Em frangos a moagem é importante para homogeneidade da mistura
e entre outros aspectos, também o correto tamanho de particulas promove a economia de energia da
trituração dos cereais. Tamanhos de particulas de milho entre 750 e 1000 mm ficam na faixa
recomendada, sendo esse valor facilmente mensurado através do granulômetro. A mistura dos
ingredientes triturados é essencial no processo e os equipamentos existentes apresentam tempo variável
de mistura, situando-se entre 5 e 15 minutos na dependencia principalmente do tipo (vertical ou
horizontais) e das roscas helicoides. A mistura adequada dos ingredientes da ração é passo fundamental
e precisa ser avaliada periodicamente. Existem publicações da Embrapa que indicam procedimentos
sobre testes da qualidade de mistura. A peletização embora muito desejável no processamento, pois
pode proporcionar melhoria da eficiência alimentar maior que 5%, dificilmente será realizada por
produtores devido ao alto investimento em equipamentos, a menos que esses se associem para a
fabricação de rações.

Alimentos alternativos

Na tabela 3, há indicação de algumas formulas que usam o milho e o farelo de soja como ingredientes
básicos. O mercado de insumos apresenta peculiaridades de preços que podem ser conjunturais,
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estacionais ou localizados em uma dada região. Os ingredientes considerados "alternativos", muitas


vezes, acabam tendo um custo maior do que o milho e o farelo de soja. Assim, características como
concentração de nutrientes e seu valor econômico tem que ser levadas em consideração toda vez que se
pensar em comprar ingredientes. Quando o milho e farelo de soja aumentam de preço e (ou) tornam-se
escassos, ficam mais viáveis as dietas com ingredientes alternativos, mas devido as políticas agrícolas do
país a disponibilidade de ingredientes alternativos é em geral baixa.

Um ponto importante a considerar na busca de ingredientes alternativos é que ao se aumentar a


demanda dos mesmos, tendem a aumentar de preço no mercado e ai passam a perder a vantagem
diferencial que teriam pela falta ou aumento de preço dos ingredientes tradicionais (soja e milho). Por
isso, sempre que se considerar a alternativa de ingredientes devemos estar atentos a disponibilidade
comercial, qualidade e preços relativos aos ingredientes tradicionais, buscando a vantagem no preço,
sem nunca desconsiderar a qualidade

O trigo e o triticale são cereais de inverno que os produtores de aves devem redobrar a atenção em seus
preços, pois a colheita ocorre no final do ano, justamente, na entre-safra do milho. O trigo,
historicamente, sempre foi destinado ao consumo humano sendo os subprodutos do seu processamento
direcionados à alimentação animal, destacando-se, principalmente, o farelo de trigo e o resíduo de
limpeza, erroneamente definido como "triguilho". O triticale é um grão produzido com o destino principal
para a produção de rações.

Os cultivares de trigo apresentam grande variação na composição química e valor nutricional, enquanto
os de triticale são menos variáveis. Entretanto os dois cereais sofrem efeito marcante do ambiente e do
clima em que são produzidos. Em geral, o preço limite para compra do trigo e do triticale para uso em
rações de frangos não deve ser superior a 90-95% do preço do milho

O sorgo é um cereal cuja disponibilidade comercial não é alta, mas que apresenta excelente possibilidade
de uso na alimentação, desde que incluídos ingredientes com pigmentos carotenóides ou xantofilicos, já
que o sorgo diminui a pigmentação da pele, quando de seu uso. Algumas variedades de sorgo podem
conter tanino, o qual é indesejável para rações. O sorgo poderá conter menos energia metabolizável que
o milho e seu preço não deve ser superior ao do milho e a menos de 90 % deste, poderá ser vantajoso
na substituição parcial do milho. As farinhas animais de outras espécies não aviárias, devidamente
processadas e de boa qualidade (nutricional e sanitária), podem ser alternativa proteica e fosfórica
importante para diminuir o custo de alimentação. A diminuição do custo de produção das rações oscila
entre 5 e 12% quando os preços do farelo de soja e milho estão com preços altos no mercado. Análises
devem ser solicitadas visando a garantia de qualidade (negativo para salmonela, putrefação, sem
rancificação, digestibilidade, etc.).

Composição nutricional calculada

Proteína 21,89 21,58 20,00 20,00


Energia (EM), kcal/kg 3.000 3.100 3.200 3.200
Cálcio 0,99 0,94 0,85 0,85
Fósforo disponível 0,47 0,44 0,42 0,42
Fibra 2,81 2,77 2,66 2,66
Sódio 0,22 0,22 0,20 0,20
Lisina digstível 1,18 1,16 1,05 1,05
Met + Cis digstível 0,83 0,82 0,74 ,074
Treonina digestível 0,74 0,73 0,68 0,68
Triptofano, digestível 0,21 0,21 0,19 0,19

Autores deste tópico:Claudio Bellaver

Manejo da produção

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Manejo na produção e pré-abate


Duas a três horas antes do recebimento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão
funcionando e os bebedouros e comedouros abastecidos. Os pintos devem ser colocados no círculo de
proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de alguns deles, para servir de orientação da
fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos bebedouros e comedouros uma hora
antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à ração e água logo após o seu
alojamento.

O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se
manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar
em função do clima. No verão, pode ser dispensado à partir da segunda semana, sendo usado apenas
nas horas mais frias, normalmente a noite.

No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo das
cortinas é determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a
idade das aves.

Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação
correspondente a idade do pinto, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e
época do ano, visando melhorar o desempenho das aves.

Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros e comedouros estejam bem distribuídos nos
círculos de proteção ou na área para alojamento das aves. Da mesma forma, à medida que os círculos de
proteção são abertos, os bebedouros e comedouros também devem ser movimentados, buscando
sempre obter uma distribuição uniforme por todo o galpão.

A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm e então compactada.
Distribuição irregular da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.

No manejo pré-abate a programação da retirada do lote, tem a responsabilidade de estabelecer o


calendário e proporcionar a logística para a retirada das aves nas granjas.

O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à
ração. Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a
possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou
intestino.

Na preparação do aviário e apanha, deve-se estabelecer um método padrão para a divisão dos aviários
na granja, de acordo com as características de cada uma. A divisão das aves em grupos, além de auxiliar
na apanha, reduz o impacto da movimentação das demais aves.

A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Esse trabalho implica em sérios riscos
para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e as asas, devido ao manejo inadequado
das aves, sendo a causa mais provável de danos. Utilizar a razão de 25 kg/m2 de aves por caixa.

No carregamento e transporte, o número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber
atenção especial. A decisão para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores
como clima e distância do aviário ao abatedouro. No processo de carregamento é desejável que o
caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de onde está sendo feita a apanha. O transporte das
aves no período noturno é vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das
aves, o que reduz as perdas por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade. Entretanto, no
inverno podem ocorrer problemas relacionados à qualidade da carne, devido à baixa eficiência da sangria
quando as aves ficam expostas a temperaturas baixas.

Ao chegar no abatedouro, as aves devem permanecer na plataforma de espera. Esse local deve ser
preparado para proteger as aves, propiciando um microclima favorável a sua sobrevivência,
possibilitando o acesso à sombra, ventiladores e umidificadores . O tempo transcorrido entre a chegada
do caminhão ao abatedouro e o início do abate é crítico, podendo interferir negativamente nos índices de
mortalidade.

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Recebimento dos pintos


Deve-se assegurar que o aviário esteja limpo e sem a presença de aves por pelo menos 10 dias. Um a
dois dias antes da data prevista para a chegada dos pintos é necessário que se faça uma última
desinfecção do galpão e equipamentos, assegurando-se de que estejam em condições de funcionamento,
limpeza e em número suficiente. E que os acessos ao aviário possuam pedilúvios para desinfeção dos
calçados.

Os círculos de proteção ou área para o alojamento devem ocupar menos da metade do aviário. Duas a
três horas antes do alojamento dos pintos é necessário verificar se as campânulas estão funcionando e
os bebedouros e comedouros abastecidos. Na chegada dos pintos, além de efetuar-se a contagem dos
pintos existentes nas caixas, deve-se separar os pintos que apresentam pernas retorcidas, cabeças e
olhos defeituosos, bicos cruzados e aspecto de inviabilidade de sobrevivência (refugo). O total de pintos
com problemas deve ser anotado. Alojar somente aves de mesma idade em cada aviário (sistema todos
dentro todos fora).

Os pintos devem ser colocados no círculo de proteção ou área para o alojamento, molhando-se o bico de
alguns deles, para servir de orientação da fonte d´água para os demais. Assegurar o abastecimento dos
bebedouros e comedouros uma hora antes da chegada dos pintos. Todos os pintinhos devem ter acesso à
ração e água logo após o seu alojamento.

Retirar imediatamente do galpão as caixas vazias, para que sejam queimadas, se forem de papelão. Se
forem caixas plásticas, queimar o papel e/ou cama contida nos mesmos.

Registrar as seguintes informações: número de pintos e data do alojamento, ração fornecida,


mortalidade e outras que forem importantes, em fichas específicas.

Manter a densidade de 12 frangos/m2, com produção de 25 a 30 kg de carne/m2; porém, considerar que


a densidade pode ser variada com a época do ano, com o peso e idade das aves ao abate.

Aquecimento
O aquecimento deve ser iniciado pelo menos 3 horas antes da chegada dos pintos. No inverno deve-se
manter o aquecimento nas horas mais frias do dia, pelo menos até 15-20 dias de idade, podendo variar
em função do clima. No verão, pode ser dispensado a partir da segunda semana, sendo usado apenas
nas horas mais frias, normalmente a noite.

O controle da temperatura pode ser feito na área abaixo da campânula e a 5 cm acima da cama com um
termômetro ou ainda com base no comportamento dos pintos (pintos com frio – amontoados – pintos
com calor – afastados da fonte de calor – corrente de ar – pintos agrupados em um lado do círculo – o
ideal – pintos distribuídos uniformemente em todo círculo conforme figuras 1, 2, 3 e 4), baixando ou
levantando o sistema de aquecimento em relação a cama.

As exigências de temperatura para que as aves encontrem conforto ambiental para seu crescimento
adequado, são os seguintes:

32°C = 1°dia
30°C = 2° ao 7° dia
29°C = 2ª semana
27°C = 3ª semana
24°C = 4ª semana

A abertura do círculo de proteção é feita gradativamente, a partir do 3º dia, podendo ser aberto
diariamente conforme o comportamento e crescimento das aves. Os círculos devem ser retirados após 7
a 8 dias no verão e 10 a 12 dias de idade no inverno. O espaçamento entre os comedouros e bebedouros
deve ser feito ao mesmo tempo da abertura dos círculos, de forma a deixá-los equidistantes uns dos
outros para favorecer o acesso das aves. Manter os pintos distribuídos de forma homogênea em relação

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à fonte de calor. Garantir que no 8º dia (verão) ou 12º (inverno) os círculos de proteção, ou a área
definida como pinteiro, estejam completamente abertos, utilizando-se todo o espaço do aviário
preparado para o alojamento. Fazer com que o espaço restante seja gradativamente aumentado, de
maneira que ao 28º dia, todo o espaço do aviário esteja ocupado.

Figura 1. Os pintos encontram-se sob a campânula. Isto indica que eles estão procurando a fonte de calor e
agrupados para se aquecer. Neste caso recomenda-se abaixar a campânula.

Figura 2. Nesta ilustração os pintos encontram-se agrupados em um lado do círculo pois provavelmente há uma
corrente de ar frio que está passando, fazendo com que as aves se agrupem buscando proteção e aquecimento.

Figura 3. Neste ambiente os pintos encontram-se longe da fonte de aquecimento central. Certamente a
temperatura da campânula está muito elevada. Neste caso recomenda-se elevar a altura da campânula.

Figura 4. Pode-se observar através da figura que há uma distribuição homogênea dos pintos dentro do círculo de
proteção, o que demonstra conforto (bem estar para os pintos), no aquecimento.

Manejo de Cortinas
No momento da chegada dos pintos, as cortinas devem estar em perfeito funcionamento. O manejo é
determinado conforme a temperatura ambiente, umidade e, principalmente, de acordo com a idade das
aves. Devem ficar levantadas nos primeiros dias de idade, para manter a temperatura, baixando-as nos
dias mais quentes. Nunca baixá-las de uma só vez, para evitar mudanças bruscas de temperatura e a
excessiva incidência de sol no interior do galpão. Se o aviário estiver abafado ou com cheiro de amônia,
principalmente de manhã, as cortinas devem ser abertas preferencialmente do lado que não recebe
vento, para que se realize a troca de ar, sem prejudicar os pintos.

Quando houver necessidade de revolver a cama, as cortinas devem ser abertas para evitar o excesso de
poeira e gases no interior do aviário. Nas idades menos críticas da criação (após o empenamento das
aves), deve-se levantá-las somente nas horas frias ou durante chuvas ou ventanias.

No inverno as cortinas laterais internas devem ser manejadas em conjunto com as externas. Nos
horários de frio intenso, ambas devem ficar levantadas. Em temperaturas amenas deve-se manejar
apenas com a cortina externa, e nos horários mais quentes do dia pode-se baixar também a cortina
interna de forma a propiciar conforto aos animais e permitir a saída dos gases e poeira, principalmente
quando for necessário manejar a cama. Utilizar sistema de acionamento da cortina por meio de roda
dentada com corrente, e sistema de roldana.

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Iluminação

Fornecer, por meio de lâmpada com energia de 2 a 3 watts/m2, o número de horas de iluminação
correspondente a idade do pinto.

O programa de luz a ser utilizado deve ser:

1° dia = 24 horas
2° dia = 22 horas
3° dia = 20 horas

Do quarto dia em diante, utilizar programas de iluminação específicos, de acordo com a região e época
do ano, visando melhorar o desempenho das aves.

Observar constantemente as lâmpadas que deverão ser substituídas imediatamente quando queimadas
ou quebradas e mantidas devidamente limpas.

Bebedouros
Na fase inicial, é essencial garantir que os bebedouros estejam bem distribuídos nos círculos de proteção
ou na área para alojamento das aves, sempre objetivando que qualquer que seja o lugar onde o pinto se
encontre haja um bebedouro próximo. Da mesma forma, à medida que os círculos de proteção são
abertos, os bebedouros também devem ser movimentados, buscando sempre obter uma distribuição
uniforme por todo o galpão.

Nos primeiros dias usar bebedouros tipo pressão com capacidade para 3 litros de água, na proporção de
um bebedouro para 80 pintos. O abastecimento deve ser feito com água fresca e limpa, que deverá ser
trocada pelo menos duas vezes ao dia quando também deverá ser realizada a limpeza do bebedouro. A
partir do 3º ou 5º dia de idade esses bebedouros deverão ser substituídos gradativamente pelos
pendulares que permanecerão até o final da criação do lote. Entre o 6º e o 8º dia pode-se começar a
retirada dos bebedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Os pendulares
permanecerão na mesma proporção (um bebedouro para 80 pintos). A limpeza deve ser feita
diariamente para evitar o acúmulo de ração, pó e excreções das aves no fundo dos bebedouros,
garantindo a qualidade da água. A regulagem da altura do bebedouro deve garantir que o pinto possa
beber confortavelmente e evitando o desperdício de água, empastamento e apodrecimento da cama. De
15 a 20 dias de idade, a base superior do bebedouro deve estar à altura de 5 cm do dorso da ave, sendo
regulado de acordo com o desenvolvimento, conforme Figura 5.

No caso de se usar bebedouros tipo nipple, deve-se atentar para a regulagem do nível de água e altura
dos bebedouros. Na 1ª semana (até o 4º dia), o pinto bebe pela lateral do pino, sem esticar demais o
pescoço, ou seja, nos primeiros dias, o bico fica na altura dos olhos do pintinho e a partir do 4º ou 5º dia
a ave deve beber com uma inclinação de 45 graus dos olhos em relação ao bico. Da 2ª a 3ª semanas, a
ave passa a beber com a cabeça um pouco mais inclinada e o bico toca mais abaixo no pino. Da 3ª a 4ª
semanas, a ave bebe quase abaixo do bico, com a cabeça ainda mais inclinada e 4ª a 6ª semanas ou
mais, a ave bebe bem debaixo do bico, com a cabeça totalmente esticada. Regula-se a altura dos
bebedouros a cada 2 dias nas primeiras semanas e diariamente daí em diante. A cada ajuste verifica-se
o nivelamento entre as linhas e o solo, mas é importante observar as aves.

A pressão da água deve ser regulada de acordo com a idade da ave com auxilio da régua fornecida pelo
fabricante. No inverno as aves consomem menos água, portanto as pressões normalmente utilizadas no
inverno devem ser menores do que as do verão. Cama úmida ao longo das linhas geralmente indica
excesso de pressão. Nesse caso, deve-se abaixar aos poucos a pressão e observar os resultados sobre a
cama. Na troca de lote deve-se lavar e desinfetar a caixa d´água.

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Figura 5. Representação esquemática de um bebedouro tipo pendular.


Fonte : AVILA et al. (1992).

Comedouros
O comedouro tipo bandeja é utilizado nos primeiros dias de idade, na proporção de 6 para 500 pintos ou
seja 80 pintos por comedouro. Os pintos ao entrarem no comedouro para se alimentarem, sujam a
ração, sendo necessário peneirá-la duas vezes por dia, retirando-se as fezes e partículas de cama. Deve-
se mexer a ração de 5 a 6 vezes por dia, principalmente nos primeiros dias de criação, para estimular o
consumo. Para tanto o fornecimento da ração diária, deve ser feita em maior número de vezes e em
quantidades menores. Para evitar a fermentação das placas formadas pela umidade devem-se trocar ou
lavar as bandejas diariamente, devolvendo-as limpas e secas.

A partir do 4o. dia pode-se começar a colocar os comedouros definitivos e a partir do 7o. ao 10o. dia
procede-se a retirada dos comedouros iniciais, de forma escalonada, num período de 2 a 3 dias. Garantir
que os comedouros definitivos estejam uniformemente distribuídos. Os comedouros tubulares deverão
ser mantidos na proporção de 40 aves/comedouro. Manter, a partir da 2a. semana, a base dos
comedouros, na altura do peito das aves, conforme Figura 6.

Os comedouros automáticos são de uso mais prático, por facilitar o manejo de arraçoamento. Os pratos
com grades permitem a alimentação dos pintos desde o primeiro dia de criação. A quantidade de aves
por prato alimentador e a capacidade do silo varia de acordo com cada fabricante. Os cuidados com o
ajuste da altura devem ser tomados durante toda a criação.

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Figura 6. Representação esquemática de um comedouro tipo tubular.


Fonte : AVILA et al. (1992).

Cama
A cama deve ser homogeneamente distribuída com uma profundidade de 8-10 cm. Distribuição irregular
da cama causará problemas com disponibilidade de água e ração.

O trabalho de revolvimento da cama deve ser constante, durante todo o período de criação, no sentido
de evitar que a mesma se torne úmida, propiciando a formação de placas. Eventuais vazamentos dos
bebedouros podem ocorrer por má regulagem dos mesmos, portanto devem ser monitorados
constantemente.

Programação da retirada do lote


Essa etapa tem a responsabilidade de estabelecer o calendário e proporcionar a logística para a retirada
das aves nas granjas. Para administrar essa etapa, é necessário conhecer algumas informações: a
distribuição física das granjas, as distâncias que separam as granjas do abatedouro, o tipo de pavimento
da estrada de acesso e, é claro, o número de aves alojadas. Essa informação é fundamental para
estabelecer o tempo padrão de envio de cada caminhão e o tempo de viagem até o abatedouro.

Jejum pré-abate
O jejum pré-abate compreende o período antes da apanha em que as aves não devem ter acesso à
ração. Essa prática é necessária para reduzir o conteúdo gastro-intestinal das aves, diminuindo a
possibilidade de contaminação da carcaça na evisceração, decorrente do rompimento do inglúvio e ou
intestino. Após o carregamento, a digestão torna-se mais lenta ou até paralisada, sendo que um período
de jejum de 8 a 12 horas, incluindo o tempo de espera na granja, o transporte e a espera na plataforma
é considerado suficiente para que ocorra esvaziamento do trato digestivo das aves.

Essa fase de jejum é fundamental para que não se tenha perdas excessivas de peso ou em
contrapartida, altas contaminações no abatedouro, o que seria extremamente danoso. É preciso achar o
ponto de equilíbrio. Nos carregamentos noturnos ou ao amanhecer, quando o jejum ocorre à noite, existe
uma tendência de ter frangos com mais conteúdo intestinal, principalmente em épocas de temperaturas
mais baixas. Isso é causado pela deficiência da iluminação nas granjas, pouca movimentação e menor
consumo de água. O tempo de jejum deverá ser ajustado entre 7 e 9 horas. Os equipamentos
(comedouros) devem ser colocados de maneira que não atrapalhem o carregamento. A água deverá ser

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retirada somente no momento do carregamento e nos meses de muito calor, fazer a retirada escalonada
para que as aves fiquem o mínimo possível sem a disponibilidade de água.

Preparação do aviário e apanha


A divisão das aves em grupos, além de auxiliar na apanha, reduz o impacto da movimentação das
demais aves. Se a apanha for parcial ou total durante a noite, deve- se usar luz azul, pois ao ter a
capacidade visual anulada pela luz azul, as aves não se agitam com o movimento do apanhador e ficam
imóveis, facilitando a apanha. Os obstáculos físicos, tais como os comedouros e bebedouros devem ser
colocados fora da área de movimento das aves e dos carregadores para evitar golpes no peito e nas
pernas das aves e acidentes com o pessoal da apanha. Independente do horário ou temperatura, alguns
conceitos são básicos:

proporcionar o mínimo de estresse possível às aves. O seu aumento é diretamente proporcional à


perda de peso e ao número de contusões;
cercar um número de aves por vez, 200 a 250 aves (diurno);
levar as caixas até os frangos, nunca levar os frangos até as caixas.

A apanha manual das aves é um método utilizado universalmente. Apesar de existirem no mercado
algumas alternativas automáticas, a previsão é de que esse método continuará a ser usado no futuro.
Esse trabalho implica em sérios riscos para a integridade da carcaça, em especial o peito, as pernas e
asas, devido ao manejo inadequado das aves, sendo a causa mais provável de danos. Dois tipos de
apanha são utilizados atualmente:

pelo dorso: é o mais usado. Apanha-se a ave pelo dorso, por sobre as asas com firmeza. A apanha
individual oferece maior proteção a integridade física das aves. Ao se pegar uma a uma, as aves são
manejadas e colocadas cuidadosamente nas caixas. Esse método beneficia também os trabalhadores,
cujo desgaste físico e estresse são reduzidos. Como resultado final, tem–se melhor qualidade de
carcaça, maior rendimento pela redução de lesões físicas, redução de perdas, redução dos custos
operacionais diretos e indiretos;
pelo pescoço: mais recente e vem crescendo. Várias empresas já utilizam 100% dessa modalidade.
Exige um pouco mais de treinamento da equipe. As aves são apanhadas 2 a 3 em cada mão. As
lesões hemorrágicas e o nível de fraturas, principalmente, são semelhantes quando se pega a ave
pelo dorso. Uma desvantagem é o número de arranhões no dorso e coxas que são feitos quando da
introdução da ave na caixa que já tem outras aves. Nos dias mais quentes, pode aumentar a
mortalidade no transporte porque o modo de apanha não deixa de ser um processo de asfixia.

Carregamento e transporte
O número de aves colocadas em cada caixa transportadora deve receber atenção especial. A decisão
para essa variável deve considerar o sexo e o peso das aves, além de fatores como clima e distância do
aviário ao abatedouro. O número de fraturas ósseas é reduzido quando as aves podem mover-se no
interior das caixas transportadoras. A disponibilidade de oxigênio também é um fator decisivo no
transporte dos frangos, uma vez que quantidades reduzidas de oxigênio podem resultar em asfixia das
aves, ou gerar coloração anormal na ave. Para que a circulação do ar seja facilitada, é necessário que
haja espaços entre as fileiras das caixas no veículo transportador, e as caixas devem estar limpas, uma
vez que excretas e penas dificultam a passagem do ar.

No processo de carregamento é desejável que o caminhão possa entrar no aviário e chegar perto de
onde está sendo feita a apanha. Mas os aviários antigos ou os mal projetados, impedem a entrada dos
caminhões fazendo com que haja maior movimentação das caixas contendo as aves. Usar um sistema de
canos de PVC, distanciados 50 cm para facilitar o deslizamento das caixas, deslizando sempre duas a
duas. Toda e qualquer batida, ou movimentos bruscos devem ser evitados. Um sistema também de
canos, tipo escada, ou esteira, deve ir do chão até a altura da carroçeria para deslizar suavemente as
caixas. As pessoas que ficam em cima do caminhão, tem que ser as mais experientes e eficientes para
evitar as batidas e as contusões.

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Deve-se manter um ponto de equilíbrio quanto ao número de caixas na altura de 7 a 8, já que sabe-se,
que as duas últimas fileiras são responsáveis por 40% das hemorragias de peito. A maneira de
transportar as caixas nos caminhões é bastante variada. Normalmente usa-se o sistema de canos laterais
e de cobertura: tela, ou simples amarrações que deverão dar garantias para que as caixas tenham um
mínimo de movimento, sem risco de acidentes, já que no momento que uma caixa se solte, outras
sofrerão o mesmo processo.

Os motoristas que transportam aves, devem ser bem treinados e ter noção exata da carga que estão
transportando, ter idéia do número de aves que morrem normalmente no carregamento e transporte,
além do conhecimento das lesões que podem ocorrer. O transporte das aves no período noturno é
vantajoso por evitar temperaturas elevadas, favorecendo o bem estar das aves, o que reduz as perdas
por mortalidade e resulta em carne de melhor qualidade.

Autores deste tópico:Valdir Silveira de


Avila,Valéria Maria Nascimento Abreu

Referências bibliográficas
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GENÉTICO DE AVES S.A - Rio Claro SP. Maio de 1996.

ÁVILA. V.S.; JAENISCH, F. R. F.; PIENIS, L.C.; LEDUR., M.C. ALBINO, L. F: T.; OLIVEIRA, P: A: V:
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BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Instrução Normativa nº 04/1998. Dispõe sobre


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BERCHIERI A. JÚNIOR & MACARI, M. Doença das aves. 1 ed. Facta, Campinas, 2000.

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Glossário
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

A
Acondicionamento térmico - ato ou efeito de dotar certa condição de temperatura ao animal.

Aditivo - pode apresentar vários significados, mas em geral, ao serem incorporados na ração, referem-
se a substâncias adicionadas em pequenas quantidades para intensificar as propriedades desejáveis e
(ou) eliminar as características indesejáveis da dieta. Podem ser classificados em: pró-nutrientes,
coadjuvantes de fabricação e profiláticos

Amplitude térmica - Diferença entre a temperatura máxima e mínima.

Anomalia - irregularidade, anormalidade.

Apanha - é o ato de pegar (apanhar) a ave e colocá-la dentro da caixa para transporte.

B
Bacia Hidrográfica - unidade territorial drenada parcial ou totalmente por um ou vários cursos d`água.

Balanço de Nutrientes - conceito utilizado para a utilização da cama, biofertilizante, compostos e


outros resíduos como fertilizante agrícola o qual considera a quantidade de nutrientes fornecidos pelo
resíduo, a quantidade de nutrientes disponível no solo e a exigência da cultura vegetal, sendo que a
recomendação de adubação é feita de acordo com o balanço entre estes três fatores.

Biodigestão Anaeróbia - processo de degradação da matéria orgânica (camas e carcaças) realizado


por microrganismos na ausência de oxigênio.

Biofertilizante - fertilizante orgânico constituído por macrominerais e microminerais essenciais ao


desenvolvimento das culturas vegetais.

Biogás - é um dos produtos da degradação anaeróbia da matéria orgânica, constituído principalmente


de metano e gás carbônico.

Boas práticas de fabricação - são o conjunto de regras a serem seguidas para fabricação de ração e
que devem considerar o equilíbrio dos fatores exigência animal, bem estar animal, segurança do
consumidor e proteção ambiental e dos operários

Boas Práticas de Produção - conjunto de medidas que envolvem as questões legais, ambientais,
econômicas, de manejo e de segurança de produtos relacionadas aos sistemas de produção
agropecuários para que estes se desenvolvam de forma harmônica entre todos os elos da cadeia.

C
Capacidade Suporte - capacidade que um ambiente apresenta, a partir de fluxos de entradas e saídas,
de manter seu ponto de equilíbrio sem alteração das condições necessárias para manutenção da vida
dependente deste.

Caducifólias - diz-se das plantas ou vegetações que não se mantém verdes durante o ano todo,
perdendendo as folhas na estação seca ou no inverno.

Cama - é todo o material distribuído em um aviário para servir de leito aos animais., Mais
especificamente chama-se de cama de frango o material que, permanecendo no piso de uma instalação
avícola, irá receber excreções, restos de ração e penas. O material mais comumente utilizado é a
maravalha ou cepilho de madeira.

Campânula - equipamento côncavo utilizado no aquecimento das aves.

Carregamento - é termo utilizado para a operação de carregar o caminhão com as caixas de frangos.

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Chanfrada - cortada em ângulo ou de esguelha.

Círculo de proteção - é um círculo montado com chapas de compensados ou folhas metálicas, com
altura de 0,40 a 0,60 m, cercando cada um deles, uma área de aproximadamente 7 m2 para 500 pintos.
O círculo de proteção tem como função proteger os pintos de correntes de ar e limitar a área disponível
aos mesmos, mantendo-os mais próximos da fonte de aquecimento, água e ração

Combustão - ação de queimar produzindo calor e luz.

Compostagem - processo de degradação biológica da matéria orgânica sobre condições aeróbias, tendo
como resultado um material, relativamente, estável denominado de composto.

Composto - grupo de resíduos orgânicos ou uma mistura de resíduos orgânicos e substrato que sofreu
processo de compostagem. Este material tem como principal aproveitamento sua utilização como
fertilizante para o cultivo de culturas vegetais.

Convecção - processo de transferência de calor por meio de um fluido em movimento.

Cortina - pode ser de plástico especial trançado, lona ou PVC. Confeccionadas em fibras diversas,
porosas, permitem a troca gasosa com o exterior, podendo funcionar apenas como quebra-vento, sem
capacidade de isolamento térmico. Ela deve ser instalada nas laterais, pelo lado de fora, para evitar
penetração de sol, chuva e controlar a ventilação no interior do aviário.

Cortina interna - tem as mesmas especificações da cortina, só que essa é instalada pelo lado de dentro
do aviário.

D
Declinação - é o ângulo, entre o raio vetor do astro e o plano equatorial celeste; varia de 0 a 990,
sendo considerada positiva quando o astro se encontra no Hemisfério Norte Celeste, e negativa quando o
astro se encontra no Hemisfério Sul Celeste.

Densidade de criação - quantidade de aves criadas por m2 de piso.

Dieta - é a mistura equilibrada de ingredientes de modo a proporcionar nutrientes exigidos pelos animais
para expressar o seu desempenho produtivo e reprodutivo

Digestibilidade - é o coeficiente de absorção de um nutriente, sendo em geral expresso como


porcentagem do que foi retido em relação ao que foi ingerido

Drogas - são substâncias veterinárias medicamentosas de qualquer natureza e que podem ser usadas
terapêuticamente (tratamentos) ou profilaticamente (prevenção) visando manter a saúde dos animais

E
Energia da dieta - é o valor medido em termos de calorias de uma dieta, em geral expresso na forma
metabolizável, ou seja, a energia absorvida da dieta nos processos bioquímicos do organismo animal,
diminuída das perdas de energia nas fezes e urina

Energia radiante - energia que pode ser transmitida de um ponto a outro do espaço sem a presença de
meios materiais, propagando-se como onda.

Espera - tempo decorrido entre a chegada das aves ao abatedouro e o início do abate.

Exigência - é a quantidade de nutriente ou de energia em gramas ou calorias por dia ou, como
porcentagem de uma dieta fornecida em determinada quantidade por dia, requerida para o animal
manifestar seu desempenho e(ou) reprodução normais

Extrusão - é um processo industrial usado para modificar as propriedades físicas dos ingredientes ou da
ração e que envolve a compressão controlada do material a ser extrusado sob alta pressão. Esse
processo melhora a qualidade geral e a digestibilidade do material extrusado

F
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Fatores antinutricionais - são substâncias complexas presentes na dieta e que interferem negativamente
no desempenho produtivo ou reprodutivo do animal

Fórmulas de ração - são o resultado dos cálculos executados para determinar a quantidade de cada
ingrediente que compõem uma dieta

Frango de corte - Macho ou fêmea híbrido duplo resultante do cruzamento de galinhas de corte (matrizes)
destinado à produção de carne com alto desempenho e abatido em idade jovem.

G
Granulômetro - é o instrumento usado para medir o tamanho das partículas de um ingrediente para
ração, por exemplo, o milho

H
Herdabilidade - Fração das diferenças fenotípicas que é de origem genética aditiva.

Heterose - Superioridade do indivíduo heterozigoto sobre qualquer homozigoto para uma determinada
característica.

Híbrido - indivíduo produzido pelo cruzamento de pais de dois genótipos diferentes.

Higidez - estado de saúde, saudável.

Higienização - limpeza, tornar propício à saúde. Compreende os procedimentos de limpeza e


desinfecção do sistema de produção.

I
Indicadores Ambientais - parâmetro ou valor calculado a partir de parâmetros, dando as indicações
sobre ou descrevendo o estado de um fenômeno quantitativo e/ou qualitativo relacionado aos recursos
naturais. Um indicador deve ter pertinência política e utilidade para os usuários, exatidão de análise e
mensuralidade.

Ingrediente - se refere a matéria prima que compõe uma dieta e que contém um ou mais nutrientes e
energia

Insensibilização - ou atordoamento, que tem como finalidade o bem-estar da ave.

Isolamento térmico - característica física do material em conduzir a temperatura.

L
Lanternim - abertura na parte superior do telhado.

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Manejo pré-abate - processo que se inicia imediatamente após a fase criatória, com a retirada da
ração, indo até o frigorífico com o sacrifício da ave.

Micotoxicose - é a alteração patológica e (ou) funcional no organismo animal, causada pela micotoxina
(toxina dos fungos) ingerida na ração

Micrômetro - é a medida que de um milésimo de uma grama e usada para medir, com o auxilio do
granulômetro, o tamanho das partículas

Mureta - muro baixo, em geral para anteparo ou proteção.

N
Nutriente - é uma substancia presente na dieta e responsável por função bioquímica e fisiológica no
animal

P
Pé-direito - altura livre da instalação medida do piso ao teto.

Pedilúvio - Recipiente com desinfetante para a desinfecção dos calçados colocado na porta dos aviários.

Peletização - é um processo industrial usado na fabricação de rações e que envolve a aglomeração dos
ingredientes por compressão, o qual pode ser feito a frio ou com auxilio de vapor no condicionador da
mistura a ser peletizada

Pendura - é o processo em que as aves são retiradas das caixas e penduradas pelas pernas em suportes
(ganchos) ligados à nória.

PPB - é a concentração representada por uma parte de uma dada substância em um bilhão de partes

PPM - é a concentração representada por uma parte de uma dada substância em um milhão de partes

Pressão estática - componente da pressão num fluido em movimento que se exerce sobre uma
superfície que se move com o fluido.

Proteína ideal - é o conceito que regula a formulação de uma dieta em que, os aminoácidos são
supridos em quantidades mínimas, mas sem deficiência ou excesso de nenhum deles para as funções de
crescimento ou de reprodução

Pulverização - aplicação de líquidos em pequenas gotas.

R
Raça - População de indivíduos com características comuns que são transmitidas de geração para
geração e permitem identificação e classificação dos mesmos.

Ração - é determinada quantidade de uma dieta fornecida aos animais na base diária

Radiação - energia eletromagnética que se propaga sob a forma de ondas.

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Radiosidade - quantidade de energia radiante levada pela superfície por unidade de tempo e por
unidade de área - emitida, refletida, transmitida e combinada.

Rodolúvio - Recipiente com desinfetante para a desinfecção dos veículos colocado na entrada de acesso
da granja.

S
Sangria - é a operação de abate. Na operação manual o operador corta as veias jugulares, com pouco
ou nenhum contato com os ossos do pescoço.

Seleção Escolha dos melhores reprodutores para produzir a próxima geração.

Sotavento - o lado para onde vai o vento; bordo contrário àquele de onde sopra o vento.

Sustentabilidade - estado de equilíbrio social, econômico e ambiental em um sistema produtivo, que se


perpetua no tempo, garantindo a existência deste para as presentes e futuras gerações.

T
Termostato - dispositivo utilizado para controle de temperatura.

V
Vazio das instalações - veja Vazio sanitário.

Vazio sanitário - termo comum que designa o período imediatamente após a limpeza e desinfecção do
aviário em que esse permanece fechado, interditado sem a presença de animais até o início de um novo
alojamento.

Z
Zona de conforto - para determinada faixa de temperatura efetiva ambiental o animal mantém constante
a temperatura corporal, com mínimo esforço dos mecanismos termorregulatórios.

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Todos os autores
Ademir Francisco Girotto
Econ. Rural, Msc. , Sócio-economia
ademir@email.com

Claudio Bellaver
Méd. Vet., ph.d. nutrição, pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
bellaver@cnpsa.embrapa.br

Doralice Pedroso de Paiva


Méd. Vet., ph.d. parasitologia, pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
doralice@cnpsa.embrapa.br

Elsio Antonio Pereira de Figueiredo


Zootecnista, Ph.d. Melhoramento Genético, Pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
elsio@cnpsa.embrapa.br

Fatima Regina Ferreira Jaenisch


M.sc. Patologia Animal, Pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
fatima.jaenisch@embrapa.br

Julio Cesar Pascale Palhares


Zootecnista, D.sc. Em Engenharia Ambiental, Pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
julio.palhares@embrapa.br

Paulo Giovanni de Abreu


Engenheiro Agrícola, D.sc. Em Zootecnia, Pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
paulo.g.abreu@embrapa.br

Valdir Silveira de Avila


Engenheiro Agrônomo, D.sc. Em Zootecnia, Pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
valdir.avila@embrapa.br

Valéria Maria Nascimento Abreu


Zootecnista, d.sc. em genética e melhoramento, pesquisador da Embrapa Suinos e Aves
valeria@cnpsa.embrapa.br

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Expediente

Embrapa Suinos e Aves

Corpo editorial
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