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Guilherme Augusto Vieira

Autor: Guilherme Augusto Vieira, MV,


Doctor of Science

Salvador – Bahia
2022
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V657r
Vieira, Guilherme Augusto.
Boletim misture com farelo de trigo (FT) /
Guilherme Augusto Vieira – Salvador: [s.n], 2022
23 f. il.

1. Grãos. 2. Farelo de trigo. I. Título.

CDD: 664.7
3

APRESENTAÇÃO DO BOLETIM

A atual produção (pecuária de corte e leite, aves, suínos, caprinos & ovinos) no Brasil
busca cada vez mais introduzir tecnologias em seus processos produtivos com o intuito
de melhorar e tornar sua mais eficiente a sua produção. Entre estes processos destaca-se
o manejo nutricional, no qual os pecuaristas utilizam rações e proteinados e uma grande
maioria “preparam” “dietas” em suas propriedades.

Ao preparar as dietas em suas fazendas utilizam o milho como principal componente


energético nestas misturas. Entretanto, atualmente observa-se o alto valor do milho tanto
no mercado interno quanto no mercado interno que na maioria das vezes impossibilita de
maneira econômica “misturar a ração “na fazenda o que impacta a produção de carne e
leite por parte dos pecuaristas.

O Sorgo é o substituto eventual do milho, por sua composição nutricional similar ao cereal
energético rei. Entretanto, não se encontra disponível em muitas regiões, de forma que se
faz necessário buscar alimentos que, mesmo com características bastante diferentes,
possam substituir os grãos de milho na formulação de dietas para rebanhos leiteiros e de
corte.

Dentre as várias possibilidades, o farelo de trigo é mais uma alternativa interessante para
substituir, pelo menos em parte, o milho em grãos nas dietas dos rebanhos leiteiros e de
corte.

O farelo de trigo é um subproduto oriundo do processamento do trigo apresentando um


ótimo teor de fibras, bom valor energético e de proteína bruta, podendo ser utilizado na
composição das rações, proteinados e misturados aos volumosos (silagens, capins
triturados ,fenos e palma forrageira)

Para oferecer uma ração de qualidade é necessário um bom manejo nutricional composto
de várias etapas desde a escolha dos ingredientes da ração, preparo das rações e
fornecimento das rações.

Diante do exposto e entendendo a importância do tema, principalmente quanto a variável


viabilizar economicamente os valores da dieta sem comprometer a composição
nutricional das dietas apresentamos o Boletim Misture com Farelo de Trigo – Rações,
Proteinados Volumosos ( capins, silagens, ou palma).
4

O objetivo deste Boletim Técnico é orientar os técnicos e produtores quanto as bases


conceituais do farelo de trigo, sua composição nutricional, composição da dieta dos
animais , propriedades nutricionais e fórmulas de rações, proteinados, misturas com
volumosos.

Gostaria de agradecer ao Grande Moinho Cearense.

Esperamos que as orientações presentes neste documento possibilitem melhorar sua


produção ou implantar uma produção de qualidade.

Bons Estudos e será um prazer tê-lo como Leitor.

Prof. Guilherme Augusto Vieira ,MV,Msc, Dsc


GA Vieira Consultoria & Treinamento/ Farmácia na Fazenda
guilherme@farmacianafazenda.com.br
5

SUMÁRIO

Tópico Página
Apresentação 3
1. O que é o farelo de trigo? 6
2. Análise bromatológica e composição nutricional 10
3. Utilização do Farelo de Trigo 12
4. Fórmulas de rações de gado de corte com FT 14
5. Fórmulas de rações de gado de leite com FT 21
6. Proteinados com Farelo de Trigo 24
7. Conclusão do Boletim 26
Referências
Anexos

1. O que é o Farelo de Trigo?


Guilherme Augusto Vieira
www.semiconfinamento.com.br
6

A produção de trigo no Brasil antigamente era bastante limitada não atendendo de


maneira suficiente as demandas para uso na nutrição humana e a nutrição animal. O Brasil
é um dos grandes importadores de trigo destinado ao consumo humano para a produção
de pão , massas alimenticias, bolos e doces.

Entretanto, a produção nacional está em fase crescente, segundo dados da EMBRAPA


(Trigo), CONAB e ABITRIGO (2022) citados pela Folha Agrícola, Apesar de não
garantir a autossuficiência, a produção brasileira de trigo em 2015, o Brasil colheu 5
milhões de toneladas. Em 2020, a produção chegou a 6,2 milhões toneladas. Em 2021,
atingiu 7,6 milhões toneladas. A previsão para 2022 é de 8,1 milhões toneladas. Segundo
a CONAB, o Paraná e o Rio Grande do Sul são s maiores produtores de trigo do Brasil,
juntos representam 86% da produção nacional.

Ao analisar os dados, verifica-se que com o aumento da produção agrícola de trigo, a


dependência do mercado externo diminuirá ao longo dos anos e o mercado brasileiro terá
benefícios, principalmente o consumo humano e a produção de rações.

O grão de trigo é o único cereal que rivaliza com o milho tanto em volume produzido
anualmente no mundo como em valor nutritivo. Ele é um pouco mais rico que o milho
em PB com 11% (deficiente em lisina) e contém menos gordura cerca de 2% e não contém
pigmentos ( Bútolo, 2010).

Em muitos países é utilizado na alimentação animal em substituição ao milho para


praticamente todas as espécies animal sem perda de desempenho No Brasil são utilizados
na nutrição animal os sub-produtos da agroindústria : o triguilho e o farelo de trigo.

O farelo de trigo é o subproduto do trigo de maior uso na alimentação animal no Brasil,


sendo seu uso relativamente bem distribuído uma vez que os moinhos de trigo se
encontram instalados em praticamente todas as regiões do país.

1.1 – Farelo de Trigo: bases conceituais

Farelo de Trigo é o produto obtido do processamento industrial do trigo para obtenção da


farinha de trigo para consumo humano. É composto de pericarpo, partículas finas do grão
e do gérmen e demais camadas internas do grão e outros resíduos (Bútolo, 2010).

Segundo Pedroso et al (2005), durante o processamento industrial do trigo, cerca de 70 a


75% da massa de grãos é convertida em farinha, sendo que os 25 a 30% restantes são
considerados subprodutos, normalmente comercializados como Farelo de Trigo.
7

Como o foco da indústria é o endosperma dos grãos, rico em amido, o Farelo de Trigo é
composto basicamente pela fibra, células da aleurona e parte do germe, resultando num
subproduto com teor energético elevado e bom teor proteico. O subproduto contém teores
mais elevados de fibra, proteína e minerais do que os grãos integrais, com teores menores
de amido e energia.

De acordo com o mesmo autor, as partículas do farelo variam em quantidade e tamanho.


Apresentam cor amarela a marrom, podendo ser grossas ou delgadas.

Após o processo industrial do trigo são gerados dois subprodutos agroindustriais


destinados a alimentação animal: o Farelo de Trigo (FT) e o Farelo de Trigo Remoído
(FTR) ou Farelo de Trigo Fino , como mostram as Figuras 1,2 e 3.

Figura 1 – Farelo de Trigo e Farelo de Trigo Remoído

Fonte: Moinho Cearense

Figura 2 - Farelo de Trigo


8

Fonte: Moinho Cearense

Figura 3 - Farelo de Trigo Remoído ou Farelo Fino de Trigo


9

Fonte: Moinho Cearense

Ao comparar os dois produtos, verifica-se que as partículas do FT são maiores que as do


FTR que apresentam partículas bem finas.

Recomenda-se Assim, o FTR por possuir uma granulometria mais fina, pode ser
direcionada para as rações dos monogástricos (aves e suínos), enquanto que o FT pode
ser direcionado para compor as rações e dietas de monogástricos (aves, suínos e equinos)
e os ruminantes (bovinos corte e leite, caprinos e ovinos

2. Análise bromatológica e física (composição nutricional) do Farelo

de Trigo
10

O Farelo de Trigo apresenta composição nutricional (em média)

Parâmetro Sigla %
Matéria seca MS 88,00- 89,29
Proteína Bruta PB 15,00 -17,09
Extrato Etéreo EE 3,5 -6,41
Extrato Não Nitrogenado ENN 64,81
Fibra Bruta FB 6,88- 11,00
MM MM 4,81
Nutrientes Digestíveis Totais NDT 77,71 – 78,00
Fibra Detergente Ácido FDA 24,32
Fibra Detergente Neutro FDN 77,00- 79,80
Proteína Digestiva Ruminal PDR 79,3-80
Celulose CEL 22,27
Hemicelulose HCEL 55,48
Lignina LIG 1,77
Cálcio Ca 0,07
Fósforo P 0,79
Parâmetro Sigla Mcal/Kg
Energia Bruta EB 4,54
Parâmetro Sigla Mcal/Kg
Potencial Hidrogeniônico pH 6,25-6,6
Fonte: Pedroso, 2006; Bútolo,2010; Monteiro 2013;Vieira,2022

*PDR: Proteína Digestível Ruminal

Obs. Estes parâmetros podem se modificar de acordo com qualidade e o grau de


maturação do trigo.

O farelo de trigo é considerado um alimento concentrado energético por apresentar


concentração menor que 18% de Proteína Bruta, têm menos de 18% de fibra bruta e
menos de 25% de água. Como frisado anteriormente é um alimento rico em fibras ( FDN
em média 78%), apresentando um elevado teor proteico e bom teor energético.
11

Analisando o quadro apresentado verifica-se que o Farelo de Trigo apresenta um teor de


PB (proteína bruta) maior que o do milho ( PB do milho em torno de 9%), apresenta um
NDT ( nível de energia = 77,00%) mais baixo que o do milho (NDT=88%), mas o produto
contém um ótimo teor de milho.

Um detalhe interessante quanto ao uso do farelo de trigo foi mencionado por Dhuyvetter
et al. (1999) apud Pedroso et al (2005), a proteína do farelo de trigo é altamente
degradável no rúmen ( equivalente PDR 80%), sendo utilizada com eficiência por
ruminantes consumindo forragens de baixa qualidade, que via de regra são deficientes em
proteína degradável no rúmen, logo o produto pode ser utilizado como suplemento em
bovinos em pastejo (tanto de corte como de leite), promovendo uma melhor nutrição dos
animais.

Ao analisar a matéria mineral e os teores de cálcio e fósforo presentes no quadro verifica-


se que maior teor de fósforo que o cálcio, mesmo assim em níveis muito baixos, além de
uma baixa concentração de matéria mineral.

Logo ao fornecer Farelo de Trigo aos animais deve-se sugerir que no fornecimento deste
alimento deve-se complementar as dietas ou rações com suplementos minerais (caso de
ruminantes e equinos) e premix - núcleo (aves e suínos) com a finalidade de suprir as
deficiências destes nutrientes no FT e melhorar a qualidade nutricional dos alimentos a
serem fornecidos.

Um outro parâmetro a analisar é o pH do Farelo de Trigo (pH=6,25) que tem um valor


próximo do pH do rúmen dos animais ruminantes, ressalvando-se que não interfere na
digestão ruminal, não interferindo no metabolismo ruminal.

3. Utilização do farelo de trigo


12

O farelo de trigo entra na composição das rações de grande parte das produções animais
de pecuária de corte e leite, aves, suínos, ovinos & caprinos.

3.1 Animais de produção que utilizam farelo de trigo

As produções animais que utilizam o farelo de trigo na composição de suas rações são:

• Gado de corte: recria, engorda, vacas em gestação, vacas secas, confinamento,


semiconfinamento.
• Gado de leite: vacas em lactação, animais em recria, reprodutores, vacas secas
• Caprinos e ovinos: todas as categorias
• Suínos: animais em crescimento, engorda, porcas em gestação, reprodutores
• Avicultura de corte e postura
• Equinos
• Psicultura

3.2 Maneiras de utilizar o farelo de trigo nas dietas dos animais

Geralmente não se recomenda o uso do Farelo de Trigo em grandes quantidades (só para
ajustar a dieta) nas rações dos bezerros, leitões, borregos, caprinos , ovinos e pintos
devido ao seu alto teor de fibra e a limitação do valor energético

Eis algumas indicações de usos de Farelo de Trigo na composição de rações e dietas dos
animais de produção

a) Ruminantes (bovinos de corte e leite, caprinos e ovinos)


• Composição na ração da recria, engorda em substituição parcial ou total ao
milho/sorgo
• Composição das rações de vacas em lactação tanto de leite quanto corte
• Uso em rações de confinamento (principalmente com alto teor de energia) para
aumentar a digestibilidade
• Composição de rações de animais em semiconfinamento
• Composição dos proteinados seca e águas
• Mistura do farelo de trigo com volumosos: palma, cana de açúcar e/ou capim de
corte (elefante, capiaçú, etc...)
b) Suínos
13

• Andrigueto et al (1986) sugere o uso de Farelo de Trigo na ração dos


animais em crescimento/engorda ( 9%) ;
• Composição das rações de reprodutores (uma ração mais fibrosa para evitar
que estes animais fiquem obesos) – (19%)
• Composição das rações de rações de porcas em gestação – (19%)
c) Aves - Industriais (granjas) e Galinhas Caipiras
• Composição das rações de galinhas (postura e caipiras) em postura ( 9 -12%)
• Composição em rações de frangas de reposição

Observação:

• Com a finalidade de ter um bom aproveitamento nutricional e desempenho


produtivo por parte dos animais, as quantidades do FT a ser fornecida aos animais
assim como na composição dos produtos nas rações devem ser indicadas e
formuladas por profissionais competentes (médicos veterinários, agrônomos ou
zootecnistas).
14

4. Fórmulas de rações de gado de corte – Uso de Farelo de Trigo

Neste tópico serão apresentadas algumas fórmulas de rações para gado de corte contendo
o Farelo de Trigo na sua composição.

Ao fornecer aos seus animais sugere-se consultar o Técnico (Veterinário, Agrônomo ou


Zootecnista) de sua confiança para ajustes das fórmulas e fornecimento ao seu rebanho.

4.1 Rações de Engorda para recria e bovinos

Dieta I: Volumoso (Cana cortada ou Capiaçú) + Ração Concentrada

Ração para bois em Semiconfinamento e Garrotes


Animais PV 250- 350; 350-400; 400- 450 Kg Kg
Consumo MS: 1 a 2% PV
Ração com 15% PB

Dieta para 100 Bois

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Cana cortada ou Capiaçú 3.000 (3 Toneladas)
Ração Concentrada

Milho Moído 450


Farelo de Trigo 290
Farelo Algodão 28% 240
Sal Mineral Fós 90 18
Núcleo Tsunami1 2

Total 1000 Kg

Fornecer diariamente:

1
Tsunami é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-8660
15

• Garrotes/ Novilhas: 250 – 350 Kg – 10 a 15 Kg de cana ou capim Capiaçú e


Consumo de ração: 1,0 Kg da ração (durante 30 dias) e após 30 dias fornecer 1,5
– 2,0 Kg g até atingir o peso estabelecido pelo período estipulado;
• Animais: 350 – 450 Kg: Fornecer diariamente 17 a 25 kg de cana ou Capim
Capiaçú
Consumo de Ração: Consumo de 3,5Kg/animal/dia por 30 dias monitorando o
peso até chegar o consumo de 6 Kg/animal dia
• Bovinos: 450 - 600 Kg : Fornecer diariamente 25 a 35 kg de cana ou Capim
Capiaçú ( de acordo com o peso dos animais)
Consumo de ração: 4,5 a 6Kg de ração animal/dia

Observações:
• Antes de fornecer tanto o volumoso como a ração concentrada, os animais
devem passar por um período de adaptação;
• As dietas apresentadas devem ser avaliadas ou alteradas a critério do Médico
veterinário, Zootecnista ou Engenheiro Agrônomo.
16

Dieta 2 – Volumoso (Silagem de milho) + Ração Concentrada

Dieta para 100 animais

Ração para bois em Semiconfinamento e Garrotes ( em


recria acelerada)
Animais PV 250- 350; 350-400; 400- 450 Kg Kg
Consumo MS: 1 a 2% PV
Ração com 15% PB

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Silagem de Milho/sorgo 3.000 a 5.000
Ração Concentrada

Milho Moído 450


Farelo de Trigo 290
Farelo Algodão 28% 240
Sal Mineral Fós 902 18
Núcleo Tsunami3 2

Total 1000 Kg

Fornecer diariamente:
• Garrotes/ Novilhas: 250 – 350 Kg – 6 – 9 Kg de Silagem de milho/sorgo
Consumo de ração: 1,0 Kg da ração (durante 30 dias) e após 30 dias fornecer 1,5
– 2,0 Kg g até atingir o peso estabelecido pelo período estipulado;
• Animais: 350 – 450 Kg: Fornecer diariamente 10 a 14 kg de silagem de
milho/sorgo
Consumo de Ração: Consumo de 2,0 Kg/animal/dia por 30 dias monitorando o
peso até chegar o consumo de 5 Kg/animal dia
• Bovinos: 450 - 600 Kg: Fornecer diariamente 15 a 20 Kg de silagem de
milho/sorgo

2
O Sal Mineral presente na Mistura deve conter 90 g de Fósforo, utilizar a marca comercial idônea e de
sua preferência
3
Tsunami é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-8660
17

Consumo de ração: 4,5 a 6Kg de ração animal/dia

Observações:
• Antes de fornecer tanto a silagem de milho ou sorgo com a ração concentrada,
os animais devem passar por um período de adaptação;
• Se possível fazer 2 a 3 ( dois a três) tratos durante o dia;
• As dietas apresentadas devem ser avaliadas ou alteradas a critério do Médico
veterinário, Zootecnista ou Engenheiro Agrônomo.
• *Fornecer esta fórmula diariamente aos animais durante o período de produção,
ajustando as quantidades de acordo com ganho de peso

4.2 Dietas para animais em recria

Neste tópico serão apresentadas dietas para recria

• Dieta com cana cortada ou Capim Capiaçú

Ração para animais em recria


Animais PV 250- 350;
Consumo MS: 1 a 1,5% PV

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Cana cortada ou Capiaçú 2000 Kg
Ração Concentrada

Farelo de Trigo 400


Farelo Algodão 30%PB 90
Sal Mineral Fós 90 9
Núcleo Tsunami4 1

Total 500 Kg

Cada animal deve consumir diariamente:

4
Tsunami é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-8660
18

Animais de 250Kg : Fornecer 8- 10 Kg de Cana/Capiaçú


cortado/triturado
Ração : 1,5 a 2,0 Kg da ração diariamente ajustando de acordo com o
ganho de peso
Animais de 350 Kg: Fornecer 10- 12 Kg de Cana/Capiaçú
cortado/triturado
Ração: fornecer 2,5 a 3,5 Kg da ração diariamente ajustando de acordo com
o ganho de peso

• Dieta com silagem

Ração para animais em recria


Animais PV 250- 350;
Consumo MS: 1 a 1,5% PV

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Silagem de milho ou Sorgo 1000 Kg
Ração Concentrada

Farelo de Trigo 400


Farelo Algodão 30%PB 90
Sal Mineral Fós 90 9
Núcleo Tsunami5 1

Total 500 Kg

Cada animal deve consumir diariamente:


Animais de 250 Kg: Fornecer 4 a 5 Kg de silagem

5
Tsunami é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-8660
19

Ração: 1,5 a 2,0 Kg da ração diariamente ajustando de acordo com o ganho


de peso
Animais de 300- 350 Kg: Fornecer 5- 8 Kg de silagem
Ração: fornecer 2,5 a 3,5 Kg da ração diariamente ajustando de acordo com
o ganho de peso
4.3 Dietas para Cria – Animais pesando entre 180 – 250 Kg

Ração para animais em Cria


Animais PV : 180 – 250 Kg
Consumo MS: 1 a 1,5% PV – Ração: 18% PB

Dieta para 100 animais

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Silagem de milho ou Sorgo 1000 Kg
Ração Concentrada

Milho Moído 425


Farelo de Trigo 200
Farelo Algodão 38% 375
Sal Mineral Fós 606 28
Núcleo Tsunami7 2

Total 1000 Kg

a) Bezerros 180- 200 Kg

6
O Sal Mineral presente na Mistura deve conter 60 g de Fósforo, utilizar a marca comercial idônea e de
sua preferência
7
Tsunami é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-8660
20

Fornecer: 1,0 a 2,0 Kg da ração/animal/dia e 8 Kg de capim (Napier ou


Capiaçú) ou cana triturada
• Ou se preferir 4 Kg de silagem de milho/sorgo/animal/dia

b) Bezerros 210-250 kg
Fornecer: 2,0 a 3,0 da ração/animal/dia e 12 Kg de capim (Napier ou
Capiaçú) ou cana triturada
• Ou se preferir 7 Kg de silagem de milho/sorgo
21

5. Fórmulas de rações de gado leiteiro – Uso de Farelo de Trigo


Neste tópico serão apresentadas dietas sem palma forrageira e com palma forrageira
para vacas leiteiras - Girolando

5.1 Dietas para Vacas leiteiras - Silagem milho/sorgo e com Farelo de Trigo

Dietas para Vacas Leiteiras -


Animais PV : 450 - 500 Kg
Consumo MS: 3,5% PV – Ração: 18% PB

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Silagem de milho ou Sorgo 3500 Kg
Ração Concentrada

Milho Moído 332


Farelo de Trigo 221
Farelo Algodão 38% 400
Sal Mineral Lactação8 28
Núcleo Bostin Lactus9 2

Total 1000 Kg

c) Vacas Girolando 450 – 500 Kg – Ração 18% PB


Produção: 20 litros/leite dia

Silagem: Fornecer 35 kg silagem/dia

8
O Sal Mineral presente na Mistura deve conter 90-120 g de Fósforo, utilizar a marca comercial idônea e
de sua preferência
9
Bostin Lactus é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17 98179-
8660
22

Ração Concentrada:

Início lactação (1 Kg ração / 2,5 litros/leite/dia) = fornecer 8Kg/ração/dia

Meio pra final lactação : ( 1 Kg ração – 3 a 4 litros/leite/dia) Fornecer : 7 Kg ração/dia

5.2 Dietas para Vacas leiteiras - Palma Forrageira - Silagem milho/sorgo e com
Farelo de Trigo

Dietas para Vacas Leiteiras -


Animais PV : 450 - 500 Kg
Consumo MS: 3,5% PV – Ração: 18% PB

Alimento Quantidade Kg
Volumoso
Palma Forrageira 6500 Kg
Silagem de milho ou Sorgo 1500 Kg
Ração Concentrada

Milho Moído 332


Farelo de Trigo 221
Farelo Algodão 38% 400
Sal Mineral Lactação10 28
Núcleo Bostin Lactus11 2

Total 1000 Kg

Vacas Girolando 450 – 500 Kg – Ração 18% PB


Produção: 20 litros/leite dia

Silagem: Fornecer 10 kg silagem/dia

Palma Forrageira: 60 Kg/animal/dia

10
O Sal Mineral presente na Mistura deve conter 90-120 g de Fósforo, utilizar a marca comercial idônea e
de sua preferência
11
Bostin Lactus é um Núcleo produzido pela BrasilFarmVet - Sr. Fábio - 17
98179-8660
23

Ração Concentrada:

Início lactação (1 Kg ração / 2,5 litros/leite/dia) = fornecer 8Kg/ração/dia

Meio pra final lactação : ( 1 Kg ração – 3 a 4 litros/leite/dia) Fornecer : 7 Kg ração/dia


24

6. Proteinados com Farelo de Trigo

Neste ítem são apresentadas algumas fórmulas de proteinados para as épocas da seca e
das águas contendo em suas fórmulas o Farelo de Trigo.

6.1 – Prroteinado Seca

O Suplemento Proteinado Proteico/Seca é indicado na suplementação de bovinos na


época da seca .

Proteinado Seca: 28% PB


Ingrediente Quantidade/ Kg
Milho /sorgo grão 145
Farelo de Trigo 80
Farelo de Algodão 38% 90
Sal comum 100
Uréia 60
Núcleo (5%) 25
Total 500 kg

Consumo de 0,1% a 0,3% PV /animal/ dia.


25

6.2 – Proteinado Energético – águas /chuvas

O Suplemento Proteinado Energético é indicado na suplementação de bovinos na época


das chuvas (águas) .

Proteinado águas: 19% PB


Ingrediente Quantidade/ Kg
Milho /sorgo grão 200
Farelo de Trigo 135
Farelo de Soja 75
Sal comum 50
Uréia 15
Núcleo (5%) 25
Total 500 kg

Proteinado de médio a alto consumo para bovinos


Consumo de 0,2 a 0,4% PV
26

7. Conclusão do Boletim

Por fim, conclui-se o presente estudo, relatando que o FT é um produto que contém teores
elevados de proteína bruta, energia (NDT) e fibra e teores menores de amido , logo um
produto altamente nutritivo e que pode ser utilizado em nutrição , alimentação animal
para várias espécies de animais de produção e pode substituir parcialmente o milho em
rações gado de leite e gado de corte.

Foi um prazer tê-lo conosco. Não se esqueça de visitar o nosso site


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Bons estudos e desejo muitas arrobas de sucesso.

Prof. Dr. Guilherme Augusto Vieira, Médico Veterinário, Ph.D.


guilherme@farmacianafazenda.com.br
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REFERÊNCIAS

ABITRIGO – Estatísticas de produção e exportação de trigo. Disponível em:


https://www.abitrigo.com.br/categoria-estatisticas/farinha-de-trigo/ acesso em:
07/06/2022.

ANDRIGUETTO, J.M. Nutrição animal. São Paulo: Editora Nobel,2002.

BAPTISTELLA, J.L.C. Trigo:o que você precisa saber sobre a produção de trigo
(2020). Disponível em: <
https://blog.aegro.com.br/trigo/#:~:text=O%20trigo%20(Triticum%20aestivum%20L,e
%20%C3%A0%20frente%20do%20arroz>. Acesso em: 06 de junho de 2022.

BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. 2.ed. Campinas-SP:


J.E. Butolo,2010.

CARVALHO, R. L. de; HADDAD, C.M.; DOMINGUES, J.L. Alimentos e alimentação


do cavalo. Piracicaba- SP:Losito de Carvalho Associados, 1992.

CONAB – Safra de grãos 2022. Disponível in: https://www.conab.gov.br/info-


agro/safras/graos acesso 05/07/2022.

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