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Ebook

SILAGEM DE MILHO
um compilado de artigos do
Prof. Thiago Bernardes
Ebook MilkPoint Silagem de Milho

SUMÁRIO
Sobre o Autor .................................................................................................................... 03
Por que Silagem de milho para vacas em lactação? ................................................ 05
Silagem de milho: monitorar a colheita é fundamental ......................................... 06
Qual o fator chave da colheita do milho para silagem ............................................. 08
Silagem de milho: Qual tamanho ideal da partícula ................................................ 10
Comprovação de novos conceitos em fermentação de silagens de milho ......... 12
Silagem de grãos: onde não pode haver erros .......................................................... 15
Você realmente sabe comprar inoculantes? ............................................................. 18
Composição química dos alimentos – saiba como amostrar a silagem .............. 20
Movendo grandes quantidades de silagem .............................................................. 24
Vedação da silagem ........................................................................................................ 26
14 perguntas e 14 respostas sobre a silagem ............................................................. 28
Atenção com comprar silagem ...................................................................................... 32

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

SOBRE O AUTOR:

THIAGO
FERNANDES
BERNARDES
é Professor do Departamento de
Zootecnia da Universidade Federal de
Lavras (UFLA), em Minas Gerais. Possui
graduação pela UFLA, Mestrado e
Doutorado pela Universidade Estadual
Paulista (UNESP). Realizou Doutorado
Sandwich pela University of Turin,
Italia. Possui Pós-doutorado pela
USP/ESALQ e pela University of Florida,
Estados Unidos. Thiago também é
colunista do MilkPoint, onde publica
conteúdos sobre como conservar
forragens e utilizá-las adequadamente
no rebanho leiteiro.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Crédito: MilkPoint

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

ARTIGO 1 POR THIAGO BERNARDES

POR QUE SILAGEM DE


MILHO PARA VACAS
LEITEIRAS?
Vou iniciar este artigo fazendo um questionamento, o qual nos serve para
reflexão: por que a silagem de milho é utilizada na dieta de vacas leiteiras ao
redor do mundo?

Ou seja, todos os países que produzem leite de forma profissional


alimentam as suas vacas com esse tipo de silagem. Obviamente, existem
várias razões para tal cenário e, desse modo, são estes aspectos que eu
gostaria de esclarecer neste texto:

- A espécie Zea mays (milho) se - Excelente perfil de fermentação;


desenvolve de forma satisfatória em
todas as regiões produtoras de leite - Associa, em sua composição
no Brasil; química, fibra e amido, dois
carboidratos essenciais na nutrição
- As indústrias produtoras de de vacas em lactação;
sementes de milho têm investido no
melhoramento genético da cultura e, - Quando incluída em rações totais,
desse modo, têm disponibilizado adiciona umidade e consistência, o
excelentes híbridos ao mercado; que reduz a seletividade dos
animais.
- O Brasil possui profundo
conhecimento das práticas - Embora a silagem de planta inteira
agronômicas da cultura; seja o principal objetivo das
Máquinas de pequeno e grande porte fazendas, as mesmas ainda têm a
são capazes de realizar a colheita; opção de transformar a cultura em
grãos secos ou em outras silagens,
- Elevada produtividade de matéria tais como, grãos úmidos, snaplage e
seca (MS) em um único corte; grãos reidratados.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Muitos produtores me perguntam: “Se eu ensilar capim e, posteriormente,


inserir milho seco, não atinjo o valor alimentício da silagem de milho? A
resposta é: NÃO. Quando os capins são ensilados, estes possuem cerca de
20% de matéria seca. Desse modo, a fermentação será indesejável, o que se
traduz em perdas e redução de consumo, pois os produtos finais da
fermentação inibem a ingestão.

Mesmo adicionando qualquer aditivo seco a forragem no momento da


ensilagem, a fermentação continuará sendo prejudicada. Somado a isto, as
forragens tropicais possuem menor digestibilidade de fibra quando
comparadas a planta de milho em seus ótimos pontos de corte, o que pode
reduzir o potencial de ingestão de MS, bem como o de energia pela vaca.

Portanto, a silagem de milho é o principal ingrediente na dieta de vacas em


lactação, fornecendo fibra para a saúde ruminal e energia (amido) para a
produção de leite. Outras forragens podem ser utilizadas nas dietas, mas
como segunda fonte de forragem para estes animais. Associar silagem de
milho a outros ingredientes (forragens) ainda é a melhor opção na nutrição
de vacas em lactação.

Crédito: MilkPoint

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

ARTIGO 2 POR THIAGO BERNARDES

SILAGEM DE MILHO:
MONITORAR A COLHEITA
É FUNDAMENTAL
A colheita da cultura do milho para a produção de silagem está se
aproximando e esta etapa do processo de ensilagem é considerada chave
porque a mesma tem impacto sobre a conservação, consumo e digestão do
alimento. Durante a colheita é que se observa o montante de grãos que está
sendo quebrado. Caso o índice não seja adequado, os ajustes na colhedora
ainda são passíveis de serem realizados.

Por que quebrar os grãos? Porque é neles que está depositado o amido, a
grande riqueza energética da silagem de milho. Silagem com grãos inteiros
ou parcialmente quebrados é um alimento deficiente em energia. O amido
é o nutriente que faz a vaca produzir leite.

PASSO 1
É necessário um recipiente de 1 (um) litro;

PASSO 2
Colete dos vagões que estão fazendo o transporte da silagem,
de dois a três litros por hora;

PASSO 3
Cada litro coletado deve ser colocado sobre uma superfície plana e
limpa. Separe os grãos da porção vegetativa e conte-os. Cada litro de forragem
não deve ter mais que cinco grãos inteiros. Grãos mal processados devem ser
considerados como grãos inteiros. A Figura 1 mostra grãos bem (verde) e mal
processados (vermelho).

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Grãos bem (verde) e mal processados (vermelho)

O que pode ser feito quando o processamento


dos grãos não está adequado?
Como no Brasil a colheita é realizada por máquinas com características bem
distintas (as tracionadas por trator e as autopropelidas) as ações para
melhorar o processamento dos grãos devem focar o tipo de colhedora. Para
as tracionadas por trator é indicado verificar se a distância entre a
contra-facas e as facas não sofreu alteração original. O distanciamento
destes conjuntos pode ocorrer em equipamentos com prolongado tempo
de uso. Somado a isso, as facas devem ser afiadas, no mínimo, duas vezes ao
dia. Outro ajuste a ser feito é a mudança de posição das engrenagens para
reduzir o tamanho da partícula.

Quando a colheita está sendo desempenhada por uma autopropelida, o


processamento pode ser melhorado por meio do afiamento das facas e da
regulagem da distância entre os rolos que são responsáveis pela quebra dos
grãos. Observe também a velocidade da colhedora, pois a mesma pode
afetar a qualidade da picagem, independentemente do modelo utilizado.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Crédito: Pixabay
ARTIGO 3 POR THIAGO BERNARDES

QUAL É O FATOR CHAVE


DA COLHEITA DO MILHO
PARA SILAGEM?
Resposta: é manter o balanço entre o processamento (quebrar) dos grãos e
o tamanho dos demais componentes da planta (colmo, folhas, palhas e
sabugo). Então, por que é complexo conseguir esta meta? Ocorre que a
planta de milho possui 5 componentes, os quais são bem distintos em
termos dureza e tamanho. O menor deles é o grão e também o mais ‘duro’,
e desse modo, o mais complexo para se processar. Para processá-lo sem o
uso de um dispositivo específico para tal tarefa (cracker) há a necessidade de
se diminuir o tamanho de corte. Contudo, se os demais componentes são

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

extremamente processados o animal pode não ter quantidade suficiente de


fibra que o faz mastigar (mastigação é essencial na vida de um animal
ruminante). Por isso, o grande segredo da colheita é conseguir processar os
grãos sem afetar negativamente a fibra (colmo, folhas, palhas e sabugo).

Como atingir a meta? Antes de tudo tenha uma colhedora com


manutenção em dia, principalmente quanto aos componentes que são
responsáveis pelo processamento (contra-faca, facas e processor de grãos). O
segundo passo é monitorar a colheita. O que é isso? Com certa frequência
ao longo do dia recolha um litro de forragem dos vagões e conte o número
de grãos. A meta é menos de 5 grãos inteiros para as colhedoras
autopropelidas e menos de 10 para aquelas tracionadas por trator. Para
verificar se a fibra está sendo processada adequadamente, use 2 peneiras
do método Penn State (> 19 mm e a 8-19 mm) e o fundo. Aqui a meta é
manter menos de 20% no fundo para as colhedoras autopropelidas e menos
de 30% para aquelas tracionadas. O terceiro passo e o mais complexo, é
concentrar as partículas na peneira de 8-19 mm, pois quando certa
proporção das partículas se posicionam > 19 mm há o risco de seleção no
cocho. O um litro recolhido de cada vagão pode ser usado para se fazer as
duas leituras (grãos e fibra).

E se as 3 metas não forem alcançadas juntas? Ou seja, a colhedora processa


os grãos, mas também processa demais a fibra. Prefira sempre processar os
grãos e, posteriormente, quando a ração for preparada, insira uma segunda
fonte de fibra para proporcionar mastigação.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

ARTIGO 4 POR THIAGO BERNARDES

SILAGEM DE MILHO:
QUAL É O TAMANHO
IDEAL DA PARTÍCULA?
Neste momento, muitos produtores estão colhendo o milho para silagem
ou irão colher a partir do próximo mês. Quando a colhedora vai para o
campo, a equipe necessita decidir como a máquina irá processar a planta de
milho, gerando o que chamamos de tamanho de partículas.

No passado, ouvíamos a recomendação de 1 cm, 2 cm, 3 cm e por vai..., ou


seja, uma maneira bem simplista de se resolver uma questão que não é tão
simples assim. Afinal de contas, como devo regular a colhedora?

Se as tuas vacas recebem silagem apenas como “suplementação” ao pasto,


ou seja, não estão confinadas, a única missão é regular a máquina para que
os grãos sejam processados, podendo inclusive pulverizar as partículas.

Contudo, se as tuas vacas encontram-se confinadas o desafio é maior. Por


que? Do campo até chegar ao cocho, a silagem terá que interagir com
diversos componentes. O primeiro é o tipo de colhedora (autopropelida ou
tracionado por trato). Colhedoras autopropelidas possuem os recursos que a
nutrição de ruminantes requer atualmente, enquanto as colhedoras
tracionadas se limitam a menos tecnologia.

Depois de pronta, a silagem será removida do painel e, neste momento, a


remoção pode ser feita com o uso de fresa, o que pode reduzir o tamanho
da partícula. Posteriormente, a silagem será colocada no vagão misturador
que, dependendo do modelo, também pode reduzir o tamanho das
partículas. Somado a interação com estes equipamentos, nós temos que
avaliar quais serão os demais ingredientes da dieta que irão interagir com a
silagem de milho, principalmente os fornecedores de energia. Por exemplo,
a troca de milho seco moído por silagem de grãos irá afetar o sítio de
digestão de amido na vaca (deslocando mais amido digerido para o rúmen),
o que aumenta o risco de distúrbios metabólicos, como acidose.
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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Portanto, a decisão pelo ideal tamanho de partícula passa por uma avaliação
bem mais criteriosa do que muitos imaginam. Uma vez que os aspectos
acima foram avaliados, a ferramenta que nós temos para direcionar o
tamanho de partículas é o uso das peneiras, sistema criado pela
Universidade da Pennsylvania em 1996. Atualmente, o conjunto é composto
pelas peneiras com crivo de 19, 8 e 4 mm e o fundo. De forma geral, o
objetivo é maximizar a retenção na peneira de 8 mm (65-75%) e, o restante
(35-25%), distribuídos nas demais peneiras. Caso a colheita seja feita por uma
colhedora autopropelida, há a possibilidade de mover parte da quantidade
(15%) que ficaria na peneira de 8 mm para a de 19 mm, porém as partículas
necessitam ser uniformes, conforme exemplificado na Figura 1. Partículas
desuniformes e longas na peneira de 19 mm causam seleção, o que afeta
negativamente o desempenho (Figura 2).

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

ARTIGO 5
Rafael Andrade (MD – Provita Supplements) / Victor Fioreze (Consultor – Provita Supplements)

COMPROVAÇÃO DE
NOVOS CONCEITOS EM
FERMENTAÇÃO DE
SILAGENS DE MILHO
A silagem de planta inteira de milho é o principal ingrediente da dieta de
vacas em lactação, pois é o alimento com maior participação quantitativa,
fornecendo fibra e energia (amido) para os animais. Além da silagem de
planta inteira, do milho ainda podemos produzir a silagem de espigas e a de
grãos, as quais são fonte de amido de alta digestão para as vacas.

Embora as silagens de milho (planta inteira, espigas e grãos) sejam


amplamente utilizadas por apresentarem várias vantagens do ponto de
vista nutricional, econômico e logístico, as mesmas são propensas ao
processo de deterioração (perdas) quando o silo é aberto. A deterioração
acarreta em alterações físicas, químicas e biológicas na silagem, levando ao
seu descarte diário na fazenda.

O uso de tecnologias (inoculantes) que visa controlar a ação dos


microrganismos deterioradores é de grande importância, uma vez que os
efeitos deletérios da deterioração da massa comprometem também a
qualidade higiênica da silagem, ou seja, afeta a saúde dos animais.
Inoculantes que contenham bactérias produtoras de ácido acético, como a
Lactobacillus buchneri, especialmente em elevadas concentrações, tais
como o BONSILAGE FIT e o BONSILAGE SPEED evitam o processo de
deterioração quando as silagens de milho são expostas ao ar, tornando-as
sempre frescas ao longo do desabastecimento do silo. Além disso, uma
inovadora e específica cepa desta bactéria, contida no BONSILAGE FIT, vem
despertando o interesse da comunidade científica e dos produtores, devido
a capacidade de produção regular e significativa de propilenoglicol, levando
a sanidade da silagem a novos conceitos.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

A estabilidade aeróbica das silagens também tem atingido novos


patamares a partir do isolamento da Lactobacillus diolivorans por parte da
empresa fabricante alemã, a PROVITA SUPPLEMENTS. Esta cepa bacteriana,
única da espécie a obter a aprovação pela EFSA (União Europeia), usa um
processo de produção mais rápido de ácido acético, que inicia-se desde o
primeiro dia de fermentação. A cepa está disponível no produto BONSILAGE
SPEED e mostrou-se um importante diferencial nos testes realizados na
UFLA, principalmente para silagens de espiga e de grãos.

Em um dos experimentos realizados na Universidade Federal de Lavras


(UFLA), o qual testou a silagem de planta inteira de milho sem inoculante e
com a aplicação de BONSILAGE FIT e BONSILAGE SPEED, a inoculação com
estes dois produtos foi capaz de mantê-la estável (fresca) por mais de 175
horas (115 horas a mais que a silagem sem inoculante), como pode ser
observado no Gráfico 1.

Gráfico 1. Estabilidade aeróbia de silagens de planta inteira de milho inoculadas com


BONSILAGE FIT e BONSILAGE SPEED.

Em outros dois experimentos, também realizados na UFLA, testaram-se o


efeito do BONSILAGE SPEED com 500 mil UFC/g em silagens de espigas e de
grãos de milho. Em ambos os experimentos, o produto foi capaz de manter
as silagens estáveis por mais de 150 horas (152 e 169 horas para espigas e
grãos, respectivamente), como pode ser observado nos Gráficos 2 e 3.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Gráfico 2. Estabilidade aeróbia de silagens de espigas inoculadas com produtos comerciais


e com BONSILAGE SPEED.

Gráfico 3. Estabilidade aeróbia de silagens de grãos de milho inoculadas com produtos


comerciais e com BONSILAGE SPEED

A seleção cuidadosa de cepas de bactérias modernas aliada à processos de


fabricação de última geração de inoculantes, mostrou-se eficaz em
experimentos muito bem conduzidos, em condições que refletem a
realidade desafiante do campo no Brasil. Tais inoculantes são ferramentas
importantes para produção de silagens de milho mais estáveis e de maior
potencial produtivo.
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Crédito: MilkPoint
ARTIGO 6 POR THIAGO BERNARDES

SILAGENS DE GRÃOS:
ONDE NÃO PODE HAVER
ERROS?
Atualmente, cerca de 50% das propriedades incluem silagens de grãos
(grãos úmidos, reconstituídos ou espigas) na dieta de bovinos leiteiros ou de
corte. Vários fatores levam a este cenário, mas a principal justificativa é que
silagem de grãos potencializa a eficiência alimentar, ou seja, reduz custo de
produção com alimentação.

Contudo, não é simples a produção e uso destas silagens, uma vez que as
mesmas demandam mais profissionalismo em termos de gestão
econômica e técnica. Abaixo serão apontados os fatores técnicos que não
podem sofrer falhas quando as silagens de grãos começam a fazer parte do
plano alimentar dos animais:

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

i) Umidade: As silagens de grãos invista em plásticos de alta


devem ser produzidas com qualidade, optando por aqueles
aproximadamente 35% de umidade com barreira ao oxigênio.
(intervalo entre 33 a 38%). Se as
mesmas estiverem com 30% de v) Estocagem mínima: Armazene a
umidade a fermentação desejável massa por um período mínimo de
não irá se consolidar (perdas) e a 60 dias. Este tempo é necessário
disponibilização do amido não será para as enzimas dos grãos e as
potencializada. Se produzidas com bactérias potencializem a
mais de 40% de umidade (grãos disponibilização do amido.
úmidos e espigas) os grãos não
acumularam o ótimo de amido. vi) Nutrição: Quando silagens de
Portanto, 35% de umidade é o alvo. grãos são usadas na dieta o sítio de
digestão do amido fica
ii) Moagem: Para silagem de grãos concentrado no rúmen. Este fato
úmidos e reconstituídos, a pode levar os animais à manifestar
granulometria afeta o desempenho acidose lática ruminal. Portanto,
do moinho, a fermentação e o atenção ao balanço entre fibra
desempenho animal. Partículas entre fisicamente efetiva (poder de
5-8 mm são indicadas para vacas em mastigação) e amido fermentável,
lactação e 10 mm para bovinos de proporção de amido proveniente da
corte. Sorgo deve ser moído mais fino silagem e de grãos secos (em
(3 mm). média 65:35), fontes de proteína
degradável no rúmen e uso de
iii) Aplique aditivos: As silagens de aditivos tamponantes. Silagens de
grãos possuem alto valor agregado e grãos exige nutrição com maior
são propensas à deterioração aeróbia. grau de refinamento.
Portanto, todas as técnicas capazes de
evitar deterioração devem ser usadas.
Aplique inoculantes a base de
Lactobacillus buchneri ou sais ácidos.

iv) Use lona com barreira ao oxigênio:


A vedação é uma etapa que possui
baixo impacto sobre o custo de
produção e define o selamento da
silagem, ou seja, evita deterioração
durante a estocagem. Portanto,

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ARTIGO 7 POR THIAGO BERNARDES

VOCÊ REALMENTE SABE


COMPRAR INOCULANTES?
Durante as minhas apresentações e visitas às propriedades, eu tenho
percebido que a maioria dos produtores e técnicos não sabe escolher o
inoculante. Baseado nesta constatação, resolvi escrever este artigo na
tentativa de esclarecer que os produtos comerciais são muito específicos, ou
seja, os inoculantes não são iguais e, por trás de uma escolha, deve haver
critérios técnicos.

Inoculantes bacterianos são aditivos utilizados na confecção de silagens com


o objetivo de corrigir alguma ‘falha’ que a massa ensilada apresenta e, por
meio do manejo, a propriedade ainda não consegue controlá-la. As silagens
podem apresentar fermentação indesejável (por exemplo: silagem de
capins tropicais) ou elas podem ser susceptíveis à deterioração aeróbia
(quando a silagem aquece e é atacada por mofos durante a fase de
desabastecimento). Percebam que os problemas apresentados são bem
distintos, o que nos remete a pensar que diferentes ‘ferramentas’ devem ser
utilizadas para corrigir tais ‘falhas’.

No mercado atual há 3 tipos de inoculantes:


i) Os que contém bactérias que melhoram a fermentação;

ii) Os que contém somente a bactéria Lactobacillus buchneri (somente ela


controla a deterioração) e;

iii) Os que associam os dois tipos, denominados de combo.

Para auxiliar na compreensão sobre o uso adequado de cada produto,


abaixo há uma tabela que associa a silagem com o inoculante a ser
adquirido. Lembrem-se que qualquer aditivo deve ser utilizado de forma
estratégica, ou seja, somente quando algum problema existir. Pois é possível
confeccionar silagens de alta qualidade sem o uso desses produtos.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Lembrem-se também que para um inoculante ser eficaz, vários fatores


precisam estar em sintonia, tais como: qualidade (marca), dose a ser
aplicada, homogeneidade com o alimento, condições ambientais no
momento da aplicação e acima de tudo aquilo que discutimos neste texto:
compatibilidade com o problema a ser enfrentado.

Recomendação do inoculante de acordo com a


silagem a ser confeccionada

Melhoradoras de fermentação: Enterococcus faecium, Lactobacillus paracasei,


1

Lactobacillus plantarum, Lactobacillus rhamnosus, Lactococcus lactis, Pediococcus


acidilactici, e Pediococcus pentosaceus.

2
Combo: produto que associa a bactéria Lactobacillus buchneri às melhoradoras de
fermentação.

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ARTIGO 8 POR THIAGO BERNARDES

COMPOSIÇÃO QUÍMICA
DOS ALIMENTOS: SAIBA
COMO AMOSTRAR A
SILAGEM
O desempenho animal desejado depende da formulação da dieta, a qual é
fortemente influenciada pelos dados de composição química dos alimentos
que a compõe. A deficiência de nutrientes na ração leva a um desempenho
abaixo do esperado e o excesso deles, além de afetar a resposta animal,
impacta sobre rentabilidade porque os custos com alimentação se elevam.
Portanto, a composição de nutrientes nos alimentos deve variar o mínimo
possível. Para que isso ocorra, a amostragem dos alimentos se torna um
fator chave na nutrição animal.

Atenção especial deve ser dada as fontes forrageiras, pois as mesmas são as
que possuem maior quantidade na dieta e as que mais apresentam
variação na composição entre todos os ingredientes (alimentos
concentrados sofrem pouca variação). Para forragens, não é correto utilizar
valores de composição química derivados de banco de dados (tabelas de
programas de formulação, por exemplo). Portanto, o valor nutritivo de uma
forragem, neste caso a silagem, é específico de cada fazenda (na realidade,
específico de cada silo – lembrando que silo é a estrutura onde a silagem
fica armazenada). Assim, como amostrar e a frequência amostral são
tópicos relevantes para quem usa silagem na dieta dos animais.

Neste texto, ênfase será dada às silagens estocadas em trincheiras, bolsas e


silo superfície, pois o esquema de amostragem é similar para as três
estruturas. Nas Figuras 1 e 2 estão demonstrados os passos que deverão ser
seguidos (Do ‘A’..... até o ‘G’). Quando o silo estiver aberto, a primeira etapa (A;
Figura 1) é remover silagem ao longo de todo o painel (de cima para baixo e
lado a lado). Essa remoção pode ser feita mecanica ou manualmente. A
partir da silagem removida que ficou depositada no chão (B), recolha, com
as mãos, cerca de 8 porções e as coloque em um balde limpo (C).
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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Figura 1. Procedimento amostral que deve ser adotado no silo

Transporte o balde até uma superfície rígida e limpa (D; Figura 2), retire todo
o conteúdo do balde e o homogeneize bem (E). A partir do conteúdo
homogeneizado, dividá-o em quartos (F) e, em um saco plástico limpo,
coloque o conteúdo de um quarto (G). Vede o saco plástico e identifique-o
adequadamente, colocando o nome do amostrador, da propriedade, a data
da coleta e a identidade da amostra (Ex: silagem de milho).

Como enviar a amostra ao laboratório? Para a determinação da composição


química e perfil fermentativo, eu sugiro que a amostra seja congelada (não
resfriada) e, posteriormente, por meio de uma caixa de isopor seja
transportada/enviada até o laboratório de interesse.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Figura 2. Manipulação da silagem e finalização do procedimento


amostral após a coleta no campo.

Qual é a frequência amostral a ser adotada?

O correto é repetir este procedimento 3 a 4 vezes ao longo do


desabastecimento do silo. Caso um rebanho com alta exigência nutricional
esteja sendo alimentado, esta frequência pode ser aumentada, pois os
valores de matéria seca da silagem podem variar muito e, esta variação, afeta
o balanceamento dos nutrientes.
Fique atento aos seguintes pontos quanto à amostragem:
1. Amostras da forragem no momento da colheita não representam a futura
silagem. Portanto, se o interesse é saber a composição química da silagem
aguarde a abertura do silo;
2. Descarte a silagem deteriorada antes de realizar a remoção do painel;
3. Não retire amostras com as mãos diretamente da face do silo;
4. Faça o procedimento de forma aleatorizada, ou seja, não seja tendencioso
escolhendo ou descartando material (com exceção do apodrecido);
5. Não coloque a amostra a ser encaminhada ao laboratório em sacos de
papel, pois a mesma é úmida;
6. Silagem não é um alimento ‘estático’, pois a mesma se deteriora
rapidamente. Portanto, após ensacá-la, congele-a imediatamente.
7. Não se esqueça de identificar a amostra.
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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Crédito: MilkPoint
ARTIGO 9 POR THIAGO BERNARDES

MOVENDO GRANDES
QUANTIDADES DE
SILAGEM
O reajuste na quantidade de silagem estocada na fazenda é algo comum e,
desse modo, muitos me questionam se é possível mover (realocar de um
silo para o outro) grandes quantidades de silagem.

Sim! É possível realocar a silagem, mas este processo envolve


descarregamento, transporte, recompactação e vedação, ou seja, todos os
procedimentos adotados quando se ensila originalmente. Então, a
realocação requer de maneira contundente uma gestão precisa dos
diversos estágios pelos quais ela passa. A propriedade precisa estar
preparada para descarregar toda a massa e vedá-la em outro silo no menor
tempo possível. Portanto, mais um questionamento nos vem em mente
Portanto, mais um questionamento nos vem em mente: Qual é o intervalo
de tempo que todas essas ações devem ser executadas?

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

Por exemplo: a estabilidade da silagem de milho, em contato com o ar, tem


duração que varia de 30 a 40 horas. Isso significa que a silagem se mantém
inalterada em termos de perdas de nutrientes por esse período de tempo.
Isso ocorre porque o contato com o oxigênio presente no ar ativa os
microrganismos que causam tais perdas. Silagens de milho e sorgo são
consideradas pouco estáveis porque possuem abundância de nutrientes
para o crescimento dos microrganismos deterioradores. Desse modo, todas
as operações devem ocorrer neste intervalo de tempo, o qual é considerado
curto dependendo da quantidade a ser movida.

Em alguns casos, o produtor pode prever que a silagem produzida poderá


ser realocada. Se isso ocorrer, ele pode lançar mão de aditivos que
prolonguem a estabilidade da silagem por mais de 100 horas. Estes aditivos
possuem ácidos que inibem/retardam o crescimento dos microrganismos.

Inoculantes a base da bactéria Lactobacillus buchneri ou ácidos são


exemplos de prolongadores da estabilidade para silagens de cereais.
Contudo, isso não significa que a reensilagem possa durar 100 horas. A
aplicação do aditivo é utilizada com o objetivo de garantir que a realocação
não seja prejudicada pela falta de tempo em executar as ações.

Ainda quanto ao uso de aditivos, os mesmos não devem ser aplicados


quando tiver ocorrendo a remoção, pois o produto (silagem) já está pronto.
Aditivos só apresentam resultado quando aplicados na matéria-prima
original (forragem ou grãos).

Nos últimos anos, o comércio de silagem em fardos (500 kg) e em pequenos


sacos (40 kg) apresentou acentuada elevação no Brasil, mas muitos
produtores ainda necessitam mover silagem em grande escala. Em
algumas situações não há envolvimento de comercialização, mas sim de
mudança de local por algumas razões, o que exige a realocação.
Independente do motivo fica aqui a informação que é possível realocar
grandes volumes de silagem sem que haja perdas elevadas.

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Ebook MilkPoint Silagem de Milho

ARTIGO 10 POR THIAGO BERNARDES

VEDAÇÃO DA SILAGEM:
REVISTA AS PAREDES
DO SILO TRINCHEIRA
Os filmes plásticos são utilizados para proteger a silagem da água da chuva
e do ar, pois o oxigênio causa deterioração na massa (perdas). Portanto, a
vedação é considerada uma importante etapa para a conservação do
alimento.

Produtores devem priorizar pela qualidade dos plásticos, pois a vedação


representa menos de 2% do custo total da tonelada produzida. Plásticos de
alta qualidade são aqueles:

i) resistentes aos rasgos e furos;


ii) suportam radiação solar por mais de 12 meses e;
iii) possuem barreira ao oxigênio.

Contudo, priorizar a qualidade dos plásticos não é tudo, pois a estratégia de


aplicação dos mesmos na trincheira também é de fundamental
importância, uma vez que eles devem estar “presos” à massa (em íntimo
contato com a silagem).

Desse modo, antes de abastecer a trincheira, posicione lonas em ambas as


paredes e deixe, pelo menos 2 m de “sobra” em ambos os lados (Figura 1).
Abasteça a trincheira até o nível das paredes (nunca coloque silagem acima
das paredes – abaulamento) e, então, puxe as sobras para a região central da
massa. O terceiro e último passo é posicionar um plástico para finalizar a
vedação. Não se esqueça de vedar bem as extremidades (laterais, frente e
fundo).

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Figura 1. Correto procedimento de vedação de um silo trincheira

Referências bibliográficas:

Bernardes T. F. 2016. Advances in Silage Sealing. Páginas 53–62 in Advances


in Silage Production and Utilization. Vol. 1. T. Da Silva and E. M. Santos, ed.
InTech, Rijeka, Croatia.

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Crédito: MilkPoint
ARTIGO 11 POR RAFAEL CAMARGO DO AMARAL E THIAGO BERNARDES

SILAGEM: QUATORZE
PERGUNTAS, QUATORZE
RESPOSTAS
Dúvidas sobre silagem? As principais questões a respeito da ensilagem, silos
e padrões podem ser esclarecidas.

1 Qual é o tamanho de partícula


ideal do corte para a ensilagem?
O tamanho ideal do corte deve ser de 1 a 2 cm para qualquer forrageira a ser
ensilada. É necessário um tamanho menor do corte para forragens mais
secas, quando comparadas com forragens mais úmidas.

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2 O que é melhor, um ou dois silos grandes


ou três ou quatro silos pequenos?
É preferível silos pequenos. Silos menores podem ser abastecidos em menor
tempo e a silagem removida mais rapidamente, devido à menor superfície
exposta durante a fase de retirada.

3 Aonde o silo deve estar localizado?


O ideal é que o silo esteja perto da área onde a ração é misturada. Isto
minimiza o tempo de retirada, pesagem e mistura da silagem com os outros
ingredientes da ração.

4 Qual é o tamanho apropriado para um silo


trincheira ou de superfície?
A quantidade de forragem a ser ensilada e a projeção de silagem a ser
consumida diariamente determinam o tamanho adequado para os silos. A
altura, largura e comprimento devem ser pequenos o bastante para permitir
uma rápida progressão da massa de silagem durante a fase de retirada da
mesma.

5 Como devemos encher o silo trincheira?


Em camadas ou de traz para frente?
Silos trincheira devem ser abastecidos de traz par frente e nunca em
camadas.

6 Qual o tempo ideal para encher o silo?


A maioria dos silos são abastecidos muito lentamente, e isto normalmente é
o resultado da capacidade do silo ser muito grande. Um período de 2 a 3 dias
é considerado ideal.

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7 Se o enchimento do silo for prolongado,


a silagem deve ser coberta?
A maioria dos produtores de silagem não veda temporariamente, nem
cobre a frente da forragem ensilada quando o enchimento é prorrogado. Se
há previsão de chuva e o corte vai ser interrompido por alguns dias, é
aconselhável uma cobertura temporária.

8 Quanto tempo após o enchimento o silo


pode ser aberto para uso?
A fase de fermentação deve ser completada antes do silo ser aberto e usado.
Normalmente isto leva de 2 a 3 semanas.

9 Qual o melhor método de vedação de


um silo trincheira ou de superfície?
Silos horizontais devem ser vedados com uma cobertura plástica, a qual
deve ser fixada com pneus, terra, areia ou algum outro material pesado. Essa
cobertura deve ultrapassar pelo menos um metro a lateral do silo e um peso
adicional deve ser colocado ao longo de toda a parede para minimizar a
entrada de ar e água.

10 Quais são as perdas em uma boa silagem?


As perdas em uma boa silagem variam de 5 a 10%, ao passo que silagens de
má qualidade apresentam perdas de 25 a 50%. A perda é definida como o
montante de matéria seca (MS) que é colocado no silo, menos o montante
de MS da silagem útil removida para fornecer aos animais.

11 Quais problemas estão associados ao


efluente da silagem?
Efluentes de silagem têm alto poder de poluição, e assim são perigosos para
o meio ambiente, particularmente se ele for despejado em cursos d'água.

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12 Qual é o pH ideal de uma silagem?

A maioria das silagens de milho e sorgo tem pH entre 3,8 a 4,2 e silagens
emurchecidas apresentam pH entre 4,2 a 4,6. Em geral, forragens com baixa
MS terá pH maior do que aquelas com alta MS, e forragens que tem alta
capacidade tamponante (alfafa) terão mais altos valores de pH (4,6 a 5,0).

13 Como eu devo manejar a "face" de


retirada da silagem?
A face da silagem deve ser mantida como uma superfície lisa, perpendicular
ao solo e as paredes do silo. A taxa de retirada da massa de silagem deve ser
suficiente para prevenir silagem exposta ao aquecimento, sendo removida
diariamente acima de 25 cm.

14 Quanto tempo demora para a


silagem aquecer?
O tempo necessário para a silagem aquecer durante a fase de retirada é
totalmente imprevisível. O tipo de forragem, seu conteúdo de MS, tamanho
do corte, tempo de enchimento, grau de compactação e condições após a
abertura, influenciam na deterioração e aquecimento da massa ensilada.

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ARTIGO 12 POR THIAGO BERNARDES

ATENÇÃO AO COMPRAR
SILAGEM
Os negócios envolvendo silagem têm se intensificado nos últimos anos no
nosso País. Iniciou-se por meio da comercialização de sacos e fardos
(unidades pequenas) e, atualmente, grandes volumes também são
comercializados. Em ambos os casos podemos encontrarmos produtos à
preços exorbitantes (R$/kg de matéria seca de silagem).

Independentemente do valor e da quantidade a ser adquirida, o comprador


deve exigir do fornecedor um laudo contendo a composição química média
do alimento, de forma que o mesmo tenha garantia da quantidade de
nutrientes que estão sendo adquiridos por meio da silagem.

Qual o motivo desta exigência? Conforme foi comentado nos dois últimos
meses nesta seção, as forragens (silagem) variam enormemente em termos
de composição de nutrientes. Exemplo de uma silagem de milho: variações
existem em termos de híbridos, adubações, condições de manejo da
lavoura, época da colheita, manejo da ensilagem e outros. Todos estes
aspectos afetam o valor nutritivo do alimento. Dentro da mesma fazenda
uma silagem não é igual a outra. Portanto, é imperativo que se faça uma
análise da composição química para saber a real concentração de nutrientes
da silagem.

Talvez o produtor não esteja acostumado a exigir laudos de composição


química porque os ingredientes concentrados, os quais normalmente são
adquiridos pela propriedade (milho grão, farelo de soja, caroço de algodão)
são mais uniformes em termos de concentração de nutrientes. Contudo,
quando se compra forragem (silagem; feno) a condição é diferente. Ao exigir
o laudo, o comprador terá garantia, inclusive jurídica, do produto que está
sendo adquirido. Caso a composição química são seja a ideal, há inclusive a
possibilidade de se barganhar menores valores por kg de matéria seca.

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Muitos irão dizer que os vendedores de silagem não dão garantia. Quem
sabe não está na hora de começar a exigir deles este tipo de respaldo. Você
pagaria por 5 kg de arroz no supermercado, mas levaria somente 4 kg? Ou 3
kg? Ou até 2 kg em alguns casos... A situação é a mesma quando se compra
silagem sem laudo. Pode ter “5 kg” ou pode ter somente “2 kg”.

Abaixo eu disponibilizo uma tabela que contém apenas quatro parâmetros,


mas que são considerados os mais importantes no momento da
negociação. Outras variáveis relacionadas a composição química e não
citadas aqui também são relevantes; contudo, somente em termos de
balanceamento da dieta. Portanto, esta tabela pode ser utilizada como
referência para uma silagem de milho ser considerada ‘satisfatória’ ou ‘ideal’
para compra e venda.

Ressalta-se, que além do laudo de composição química, seria interessante o


comprador também ter acesso a silagem na sua forma física, de maneira
que possa avaliar odor, cor, tamanho de partículas, processamento dos
grãos e etc.

Tabela 1. Concentração de matéria seca, matéria mineral, amido e


fibra de uma silagem de milho considerada como ‘satisfatória’ e ‘ideal’.

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