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SENARGO Comercializacao-De-Graos EB M5
SENARGO Comercializacao-De-Graos EB M5
Precificação e tomada
de decisão
Ficha técnica ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL
2023. SERVIÇO NACIONAL DE
APRENDIZAGEM RURAL DE GOIÁS PRESIDENTE DO CONSELHO
SENAR GOIÁS ADMINISTRATIVO
José Mário Schreiner
1ª EDIÇÃO – 2023
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Módulo 5 - Precificação e
tomada de decisão
PEDRO PAULO
Vamos lá?
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Aula 1 - Precificação de grãos
ANA MARIA
PEDRO PAULO
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Definição de mercado perfeitamente competitivo
Em uma economia, há diferentes estruturas de mercado. Confira a seguir:
Nesse mercado, uma empresa é uma peça pequena em relação ao todo. Ela pode aumentar
ou diminuir sua produção sem afetar significativamente a quantidade total oferecida e o
preço no mercado.
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No entanto, além do mercado perfeitamente competitivo, como o de grãos, nas relações entre
produtores rurais e agentes de mercado, há outras estruturas. Você pode conhecê-las a seguir!
Oligopólio Oligopsônio
Essas duas estruturas de mercado, presentes nas cadeias de produção, permitem que empre-
sas, fornecedoras de insumos e compradoras da produção influenciem os preços e busquem
maior lucro em detrimento do produtor de grãos.
Plantando Conhecimento
Essa estrutura é chamada de tesoura de preço, já que comprime a
rentabilidade do agricultor, que se encontra no mercado perfeita-
mente competitivo. Aqui, ele é tomador de preço, cercado pelas suas
relações com a cadeia produtiva e por duas estruturas de mercado
imperfeitas: oligopólio e oligopsônio.
PEDRO PAULO
125
Definição de commodity
ANA MARIA
PEDRO PAULO
Colheita de Impacto
Vale ressaltar, em relação à precificação das commodities, que seu
preço é formado em bolsas de valores de referência para os produtos.
Com isso, há um padrão de preço mundial para as commodities agrícolas. O preço do produto,
em diferentes regiões produtoras, é formado pela paridade de exportação ou de importação,
conforme a participação do país no mercado.
126
Semeando Riqueza
Podemos usar o mercado de soja e trigo no Brasil como exemplo. Os
dois produtos são commodities agrícolas e têm seu preço formado
na Bolsa de Mercadorias e Futuros de Chicago (CBOT, em inglês). No
entanto, o Brasil é o principal exportador de soja do planeta e um dos
principais importadores de trigo do mercado mundial. Dessa forma,
o preço da soja é formado, nas regiões produtoras, pela paridade de
exportação. Por outro lado, no caso do trigo, o preço nas regiões de
produção é definido pela paridade de importação.
Diante disso, podemos estabelecer como se dá a precificação dos principais grãos produzidos
no estado. Vamos conhecer agora!
Soja
O preço da soja é formado na Bolsa de Chicago, já que esse é o preço de referência nos portos
de exportação do grão.
127
Grãos Valiosos
Caso você queira consultar os valores na Bolsa de Chicago, acesse
aqui!
É possível pagar mais ou menos pelo produto, nos portos, em relação ao referencial da bolsa. A
isso chamamos de prêmio de exportação.
PEDRO PAULO
Milho
O milho, apesar de ter precificação semelhante à da soja, ou seja, por paridade de exportação
a partir do preço de Chicago, tem bastante influência da bolsa brasileira de mercadorias e
futuros, a B3.
PEDRO PAULO
128
Algodão
Diferente do milho e da soja, o preço do algodão tem como referência a bolsa de mercadorias e
futuros de Nova York (NYBOT, em inglês).
PEDRO PAULO
Grãos Valiosos
Se você quiser consultar os valores na Bolsa de Mercadorias e Futu-
ros de Nova York, acesse aqui!
Feijão
Como você viu, o feijão não é uma commodity e, portanto, não tem bolsa de valores nem cálculo
de paridade de exportação. No entanto, o preço do feijão tem como referencial de preço o mer-
cado de São Paulo, mais precisamente a Bolsinha do Brás.
PEDRO PAULO
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Trigo
Você viu que o Brasil é um importador do trigo, principalmente da Argentina, principal fornece-
dor do cereal para os moinhos brasileiros. Logo, o preço nas regiões produtoras tem como base
o preço do trigo na Bacia do Prata, principal porto exportador da Argentina, somado aos custos
de internacionalização do produto (frete, taxas, seguro e perdas).
PEDRO PAULO
Grãos Valiosos
Caso você queira consultar os valores da Bacia do Prata, acesse aqui!
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Como o produtor rural é tomador de preço do mercado, e não formador de preço, já que está
inserido em um mercado perfeitamente competitivo, e esses preços são formados por dinâmi-
cas exclusivas de cada cadeia, a estratégia para estabelecer preços competitivos passa por uma
busca constante na relação custo/escala.
Aqui, é importante explorar ao máximo a economia de escala e de escopo, que consiste em oti-
mizar cada vez mais a produção da empresa e, ao mesmo tempo, reduzir seu custo médio (divi-
são entre o custo de produção pela produção).
Assim, buscamos obter cada vez mais produtividade para diluir os custos de produção e, assim,
torná-los economicamente eficientes.
Essa estratégia pode ter como base algumas atitudes, são elas:
Eficiência financeira.
131
Obtenção de menor custo logístico.
PEDRO PAULO
Outra estratégia é a busca constante por mais informações para tomar decisões de comer-
cialização mais efetivas. Assim, é possível ter mais sucesso na tomada de decisão por meio de
ferramentas de gestão de risco de preço.
132
O cálculo do custo de produção é mais complexo e pode ser obtido
pela metodologia dos custos operacionais efetivos. Essa metodologia
consiste em dividir os custos de produção da atividade em três grupos:
custo operacional efetivo (COE), custo operacional total (COT) e custo
total (CT).
PEDRO PAULO
Quando consideramos o COE e a receita bruta, ou seja, quando subtraímos os dispêndios dire-
tos da receita obtida com a produção, temos a margem bruta.
A margem bruta é uma forma de análise de lucratividade de curto prazo. Ela permite avaliar se
o cultivo, naquele ciclo, permitiu o pagamento do custeio e ainda restou lucro bruto.
Semeando Riqueza
Vamos a um exemplo: uma lavoura de milho, com um COE de R$ 3.650/
ha (todos os gastos diretos da produção), gerou uma produtividade
de 105 sacas por hectares e é comercializada a R$ 38/sc. Com isso, o
produtor terá uma receita bruta de R$ 4.095/ha e uma margem bruta
de R$ 445/ha.
133
ANA MARIA
PEDRO PAULO
Além disso, o produtor rural precisa extrair da sua atividade seu pró-labore. Desta forma, o pró-
-labore do produtor e os cálculos de depreciação serão somados ao COE para formar o custo
operacional total, ou COT.
Dado o COT e a receita bruta, ou seja, ao retirar da receita bruta os custos operacionais efetivos,
temos a margem líquida. Essa margem nos mostra se a atividade é viável a longo prazo, isto é, se
os ciclos produtivos vão impedir o sucateamento e não vão gerar dívidas à propriedade.
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Vamos voltar ao nosso exemplo anterior!
Semeando Riqueza
Vamos estimar que há uma depreciação de R$ 160/há, e o produ-
tor rural vai retirar um pró-labore de R$ 150/ha. Temos um COT de
R$ 3.960/ha, (COE de R$ 3.650 + depreciação de R$ 160 + pró-labore
R$150). Com uma receita de R$ 4.095/ha, calculamos uma margem lí-
quida de R$ 135/ha.
Colheita de Impacto
Se os cálculos de depreciação estiverem elevados e não for possível
obter uma margem líquida positiva, mas margem bruta positiva, será
necessário rever a quantidade de máquinas, implementos e estrutu-
ras físicas da propriedade.
Enfim, temos uma análise referente ao indicativo de expansão da atividade. Essa análise é feita
com base nos custos de oportunidade.
PEDRO PAULO
135
Custo total (CT)
O custo de oportunidade somado ao COT descreve o custo total, ou CT. Ao relacionar esse custo
com a receita bruta, ou seja, receita bruta menos CT, temos a lucratividade, que pode ser posi-
tiva, zero, ou negativa.
Se for positiva, ou seja, a receita bruta é maior que o CT, a atividade in-
dica expansão. Aqui, o resultado financeiro final permite uma rentabi-
lidade maior, em que aplicamos os valores financeiros relacionados à
produção em um outro investimento considerado na análise.
Plantando Conhecimento
O indicado, tanto no caso de CT negativo quanto de lucro zero, é que
a receita líquida obtida seja aplicada em outros investimentos até o
ano em que seja indicada uma expansão da atividade.
136
ANA MARIA
PEDRO PAULO
Transcrição:
Olá, produtores e produtoras, ouvintes da nossa Rádio Grãos da Terra! Vamos a mais um episódio?
Hoje, vou compartilhar com vocês a história de Thereza, que tem desenvolvido bastante sua
gestão!
Além de usar ferramentas de hedge para sua comercialização, ela planeja, de forma eficiente,
sua gestão financeira.
Ela considera os custos de produção sempre que precisa tomar suas decisões para expandir
seu negócio ou cortar custos.
O objetivo dela é obter sempre um custo operacional total positivo. Somente assim, ela vai con-
seguir se manter na atividade por longo tempo.
137
Assim, Thereza calculou que seu custo operacional efetivo, que ficou em 5 mil reais o hectare.
Seu custo operacional total ficou em 6.500 reais o hectare, e seu custo total, em 7.500 reais o
hectare. Dessa forma, ela teve uma produtividade de 60 sacas por hectare e comercializou cada
uma a 120 reais.
Com esses dados, fica a reflexão: você acha que os números são favoráveis para Thereza?
Até o próximo episódio!
Dado o cenário e os números que Pedro Paulo apresentou na Rádio Grãos da Terra e tudo o que
você estudou nesta aula, calcule a receita, a margem bruta, a margem líquida e os lucro obtidos
por Thereza. Depois, marque, entre as opções abaixo, a correta.
Dica: para lembrar dos números mencionados na Rádio, leia a transcrição!
a) Thereza precisa cortar custos, já que, com um CT negativo, ela não consegue pa-
gar as depreciações de suas máquinas e sua estrutura.
e) Mesmo que venda sua produção a R$ 150/sc, Thereza não vai conseguir um CT
positivo, pois o valor de venda não interfere no resultado final.
GABARITO
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Aula 2 - Tomada de decisão na
comercialização
ANA MARIA
PEDRO PAULO
139
Gestão da comercialização agrícola
Como foi possível estudar no curso, gerir consiste em planejar, executar e checar; ou seja, im-
plementar etapas para reduzir o risco e obter sucesso com a atividade.
140
A execução é a etapa em que o produtor rural colocará em prática as
ferramentas comerciais planejadas. Nesse momento, o foco é o uso de-
las, já que há incertezas sobre o direcionamento do preço.
As definições de planejamento devem ser feitas a cada início de ciclo e é, possivelmente, quan-
do será despendido o maior tempo da equipe da propriedade rural. Assim, há algumas premis-
sas que devem ser observadas, conheça-as a seguir.
141
Se, na execução, você observar que o que foi planejado
não será executado, dê um passo atrás e corrija o pla-
nejamento.
A gestão aqui destacada mostra uma solução a curto prazo e leva em consideração cada ciclo
de forma independente.
PEDRO PAULO
Semeando Riqueza
Por exemplo: com o custo elevado da área produtiva, é necessário um
grande capital para a aquisição da propriedade rural, além dos gastos
com máquinas, implementos e estruturas.
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Semeando Riqueza
Por exemplo: a unidade produtiva da produção de algodão é diferente
da de soja e de milho, já que o maquinário e o local de armazenamento
da produção são diferentes entre si.
Com base nessas duas características, o planejamento a longo prazo na comercialização tem
como objetivo direcionar os recursos e as infraestruturas das unidades produtivas para ativi-
dades com chances mais elevadas de comercialização de maior sucesso, ou seja, que possam
proporcionar maior rentabilidade.
PEDRO PAULO
Por fim, é importante considerar que os objetivos financeiros de longo prazo têm os investi-
mentos como grandes aliados. Assim, o crédito de investimento será o ponto principal deste
planejamento, bem como as amortizações, que também devem ser consideradas em relação às
receitas obtidas em cada ciclo.
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ANA MARIA
Assim, as estratégias produtivas devem ser alinhadas às possibilidades comerciais que elas de-
vem proporcionar.
Colheita de Impacto
A diversificação permite que o resultado econômico negativo de uma
atividade produtiva seja compensado por outra unidade produtiva
que registre lucro e, assim, seja mitigado o prejuízo da empresa rural.
Dessa forma, a diversificação é uma ferramenta importantíssima para uma empresa rural e
deve ser considerada no planejamento comercial de longo prazo da propriedade.
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Produtos diferenciados
Como estudamos anteriormente, as commodities são um exemplo de mercado perfeitamente
competitivo, ou seja, não há controle por parte do produtor dos preços, já que são formados
pela relação de oferta e demanda do mercado.
No entanto, há outra opção no mercado de commodities, que pode ser usada pelo agricultor no
momento do planejamento comercial: o mercado de produtos diferenciados.
PEDRO PAULO
Colheita de Impacto
Uma das vantagens dos produtos diferenciados é o maior controle de
preço, por parte do agricultor que, assim, tem mais chances de obter
uma margem de venda mais alta.
145
Entretanto, é preciso considerar que o giro de venda é mais custoso e há uma barreira de entra-
da maior, já que, para a produção ser diferenciada, muitas vezes, é necessária uma certificação
ou outro tipo de reconhecimento do produto pelo nicho de mercado.
Semeando Riqueza
Como principal exemplo de mercado diferenciado na produção de
grãos, temos a soja e o milho convencional, ou não transgênico, ou
para a alimentação humana. Porém, temos ainda pulses especiais,
como o grão-de-bico.
PEDRO PAULO
146
A resposta deve ser obtida a cada ano, pelo produtor rural e seu planejamento, já que cada ciclo
apresenta desafios diferentes. Porém, há algumas premissas básicas que podem ser comparti-
lhadas a cada ano. Vamos conhecê-las?
Fuja do risco de preço em relação aos seus custos. Proteja seu preço
ou, pelo menos, a quantidade de produção necessária para o pagamento
do custo para produzir. Segundo essa premissa, o uso da metodologia
de custo será fundamental por relacionar quanto terá de ser produzido
pagar os valores gastos na produção. Depois disso, faça o “travamento”
de preço da quantidade.
ANA MARIA
147
PEDRO PAULO
Cultivando oportunidades
Vamos, agora, relembrar tudo o que você estudou neste módulo?
No AVA, você poderá assistir ao vídeo. Confira a seguir a transcrição.
Transcrição:
148
Antes de encerrar, vamos testar nossos conhecimentos?
Atividade de aprendizagem
Ana Maria colheu sua produção e colocou em prática sua estratégia comercial. No fim da safra,
ela obteve uma média de venda, de toda sua produção, de R$ 122/sc.
Seu custo operacional efetivo ficou em R$ 80/sc, seu custo operacional total, em R$ 109/sc, e o
custo total, em R$ 125/sc. Com base nesses dados, explique o resultado econômico de Ana Maria
em relação à margem bruta, à margem líquida e ao lucro, além de explicar o que significa cada
um desses conceitos.
Por fim, Ana Maria recebeu uma oferta de venda de seu vizinho, que quer vender sua proprie-
dade e, ao avaliar o lucro da produção deste ano, é possível fazer o negócio. Você recomendaria
que Ana Maria feche o negócio?
GABARITO
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O produto paga seus custos, sua depreciação, o que permite a troca de suas máquinas e es-
trutura quando findar sua vida útil. Sobre o lucro negativo, não é necessário que Ana Maria
se preocupe, visto que a atividade gera resultados positivos, mas não permite a expansão.
Assim, não é recomendável que ela compre a propriedade do vizinho, pois o lucro é negati-
vo, ou seja, em comparação com outros investimentos, o valor a ser pago na compra geraria
mais renda do que na atividade de produção.
ANA MARIA
PEDRO PAULO
150
Encerramento
PEDRO PAULO
ANA MARIA
151
PEDRO PAULO
Texto
152
No quarto módulo, verificamos como identificar e
avaliar os riscos. Estudamos também o uso de instru-
mentos de proteção (hedge) e a relação de troca entre
grãos e insumos. Por fim, vimos as principais relações
de troca e suas vantagens.
ANA MARIA
153
PEDRO PAULO
PEDRO PAULO
ANA MARIA
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Bibliografia
ARAÚJO, N. B.; WEDEKIN, I.; PINAZZA, L.A. Complexo agroindustrial: o agribusiness brasileiro.
São Paulo: Agroceres. 238p. (1990).
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