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CORRESPONDENTES

AGRONEGÓCIO

Curso – Parte I

C.A.M.Bergo AAI

1
Conteúdo Programático
Curso Preparatório ao exame de Certificação
Agronegócio

 Módulo I – Sistema Financeiro


◼ Estrutura e Funcionamento
◼ Funções do Banco Central
◼ Ouvidoria
◼ Correspondente Bancário no País
◼ Sistema de Informação de Crédito

 Módulo II – Mercado Financeiro


◼ Risco
◼ Prevenção Lavagem de Dinheiro
◼ Matemática Financeira

 Módulo III – Mercado Financeiro


◼ Empréstimo e Financiamento
◼ Características Gerais do Crédito

 Módulo IV
◼ Código de Defesa do Consumidor I
◼ Código de Defesa do Consumidor II
◼ Código de Defesa do Consumidor III
◼ Código de Defesa do Consumidor IV
◼ Código de Ética e Conduta

 Módulo V
◼ Visão do Agronegócio
◼ Crédito Rural
◼ SNCR – Sistema Nacional de Crédito Rural

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Módulo I
Sistema Financeiro
Nacional

3
Cursos - Assban DF
Sistema Financeiro Nacional

Normativo Conselho Monetário Nacional

Regulação e
Fiscalização Bacen CVM Susep Previc

Agentes
BNDES
Intermediação

Especiais
Sistema de

Bancos Bancos de Bancos Múltiplos


Comerciais Investimento
Demais
Corretoras de Distribuidoras de Corretoras de
Agentes Valores Valores Câmbio

Financeiras SCI Bolsas de Valores

Entidade de Auto-
Regulação ANBIMA - ANCORD

Sistemas e SELIC CETIP CBLC


Camaras de
Liquidação e
Custódia SPB – Sistema de Pagamentos
Brasileiro

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

Conselho Monetário Nacional – CMN

 O Conselho Monetário é um órgão normativo. Ele não é um órgão


executor. Exemplo: ele regula o funcionamento e a fiscalização das
instituições financeiras. Mas quem fiscaliza, na prática, é o Banco Central. É
o Conselho Monetário Nacional que define a meta de inflação anual.

Banco Central do Brasil (Bacen)

 É o principal executor das orientações do CMN e responsável por garantir o


poder de compra da moeda nacional.
 Autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras.
 Executar a política monetária, de crédito e cambial, através das seguintes
medidas:

Compra e Venda Redesconto e Controle do


de Títulos Compulsório Empréstimos a Crédito e do Emitir moeda.
Públicos federais Bancos Câmbio

 Tem por missão assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e


um sistema financeiro sólido e eficiente, consoante disposições da Lei
4.595, de 31 de dezembro de 1964, e legislação posterior.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

 Dentre as suas atividades principais, destacam-se a regulação e a


supervisão do SFN e a administração do Sistema de Pagamentos
brasileiros e do meio circulante.

 É uma autarquia do Governo Federal.

 Age com o objetivo de proporcionar educação e informação aos usuários


dos SFN e verificar o cumprimento das normas específicas de sua
competência, para que as instituições supervisionadas atuem em
conformidade às leis e à regulamentação.

O Bacen perante a sociedade


 Pauta sua atuação visando a manutenção do poder de compra da moeda
nacional.

 Executa as políticas monetária e cambial.

 Atua preventivamente no sentido de disciplinar a atuação dos agentes


financeiros.

 Realiza ações de esclarecimento sobre temas de interesse, tais como


elementos de segurança e autenticidade de cédulas e moedas, utilização de
moedas metálicas, conservação do dinheiro e operações de microcrédito.

 O Bacen dispõe de estrutura de atendimento ao público. “Linha Direta com o


Bacen” (0800-979-2345), que permite a ligação gratuita de qualquer lugar do
país, das 8h às 20h, nos dias úteis.

 Atende aos cidadãos por meio da internet e por correspondência, além de


prestar atendimento presencial na sede, em Brasília, e em todas as suas
representações regionais.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

 Periodicamente, o Bacen elabora e distribui à população cartilhas sobre


temas diversos como juros e spread bancários, índices de preços, Copom
(Comitê de Política Monetária), indicadores fiscais, preços administrados,
gestão da dívida mobiliária e mercado aberto e contas externas.

 Como resultado de todas essas ações, os usuários do SFN e os cidadãos de


maneira geral encontram no Bacen uma fonte segura de informações
oferecidas por meio de atendimento personalizado, campanhas publicitárias
e internet, tendo o seu site figurado entre os mais visitados.

Atendimento, supervisão e ouvidoria

 O atendimento prestado pelo Bacen abrange três tipos de demandas, a


saber:

A. Fornecimento de informações sobre a legislação referente ao SFN,


funcionamento de instituições financeiras, administradoras de consórcios e
cooperativas de crédito, cotações de moedas, séries históricas e temas
econômicos e outros assuntos relacionados à atividade do Banco Central do
Brasil e do Conselho Monetário Nacional.

B. Recepção e apuração das reclamações com indícios de descumprimento


de normas.

C. Registro de reclamações, sugestões, críticas e elogios relacionados aos


serviços prestados pelo Banco Central do Brasil.

 Ao apresentar sua manifestação, o cidadão contribui para a melhoria do


padrão dos serviços

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

 Mensalmente, as reclamações recebidas dos cidadãos são compiladas no


chamado Ranking de Instituições Mais Reclamadas, divulgado na página do
Bacen na internet. No Ranking são relacionadas as instituições mais
reclamadas e os assuntos que têm gerado maior volume de reclamações.

 Além disso, a área de supervisão executa, em seus processos de inspeção


ordinária de bancos, rotinas de trabalho para averiguar e avaliar a estrutura
de cada instituição no que diz respeito ao atendimento a seus clientes e
usuários, bem como os processos relacionados à questão da qualidade do
atendimento prestado e o comprometimento da instituição com o tema.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

Comunicação do BC com a sociedade


 Adicionalmente à divulgação desse Ranking, o Bacen tem utilizado diversos
instrumentos e ações com o objetivo de promover a melhoria na qualidade
tanto das relações entre os agentes do SFN e seus usuários quanto dos
serviços ofertados.

I. Sistema de Audiências Públicas, O público pode apresentar, via internet,


sugestões relativas à norma em audiência pública.

II. Pesquisas de opinião, que envolvem temas relativos à atuação do Banco


Central, tais como qualidade e manuseio de cédulas e moedas e oferta de
troco.

III. Participação em atividades promovidas por associações de classe de


instituições financeiras e administradoras de consórcios.

 O Bacen também conta com um mecanismo que propicia o aproveitamento


racional de argumentos e opiniões apresentados pela sociedade. Trata-se
do encaminhamento, aos responsáveis pela elaboração das normas, das
queixas do cidadão recebidas pela estrutura de atendimento ao público.

O site www.bcb.gov.br
 informações a respeito da estrutura organizacional, endereços,
departamentos e representações regionais, demonstrativos contábeis e
controles e relatórios de gestão e administração.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

Serviços ao Cidadão
 Fale Conosco: oferece acesso aos formulários que permitem o
encaminhamento de pedidos de informação, ou o registro de reclamações
contra uma instituição supervisionada por esta autarquia.

 Ouvidoria: com acesso a partir da página inicial do site, oferece ao cidadão


formulário que permite, via comunicação eletrônica com o BC, o registro de
reclamações, sugestões, críticas ou elogios.

 Legislação e Normas: permite consulta às principais leis e decretos do SFN.

 Calculadora do Cidadão: permite ao cidadão executar cálculos financeiros.

 Administradoras de Consórcios: oferece ao cidadão a possibilidade de se


informar acerca dos consórcios.

 Cheques: propicia a obtenção do código de compensação e acesso a tabela


contendo os prazos para compensação e os motivos de devolução.

 Tarifas bancárias: com fundamento em informações encaminhadas pelas


instituições, o Bacen divulga os valores máximos, médios e mínimos
cobrados por serviço de cada instituição.

 Perguntas do Cidadão: contém textos sob a forma de perguntas e respostas


e apresenta conceitos básicos sobre temas de interesse da sociedade.

 Educação e Cultura: seção por meio da qual o cidadão tem acesso a


diversos assuntos (Museu, Acervo de arte, dentre outros)

 Atas do COPOM: Datas agendadas para as reuniões do comitê, além de


diversos relatórios e estatísticas sobre o SFN.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

O Programa de Educação Financeira (PEF-BC)

 O Programa de Educação Financeira envolve campanhas e ações


educativas que visam a propiciar orientação à sociedade sobre assuntos
financeiros em geral, com destaque para o papel do BC como agente
promotor da estabilidade da economia. O programa apoia-se em cinco
pilares:

I. Planejamento Financeiro: como administrar melhor o dinheiro, noções


sobre orçamento (empresarial ou doméstico), compras a prazo, aplicações,
consumo planejado.

II. Economia: conhecimentos básicos sobre inflação, taxas de juros, variação


cambial, indicadores econômicos, poupança, dívidas interna e externa e
outros temas da atualidade, relacionados ao dia-a-dia das pessoas.

III. Operações Financeiras: conceitos bancários, tipos de operações, o que


são e como funcionam os agentes financeiros, direitos e deveres do
correntista, denúncias e reclamações, relacionamento com o Banco
Central, microfinanças.

IV. Banco Central: Banco Central do Brasil e bancos centrais - o que são,
como agem, funções, limites de atuação.

V. Meio Circulante: uso e preservação de cédulas e moedas, combate à


falsificação, história do dinheiro.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

 O processo de supervisão busca assegurar a solidez e a eficiência do SFN


e o funcionamento regular das instituições financeiras e administradoras de
consórcios.

 A atuação do Bacen com relação às reclamações e denúncias tem por foco


verificar o cumprimento das normas, para que as instituições
supervisionadas atuem em conformidade às leis e à regulamentação.

 O Bacen não tem por objetivo principal a solução do problema individual


apresentado.

 Para a solução de casos individuais, o cidadão deve procurar a própria


instituição que lhe prestou o serviço ou comercializou o produto financeiro.

 Se as tentativas de solução por meio da agência ou posto de atendimento


ou ainda dos serviços telefônicos ou eletrônicos de atendimento ao
consumidor não apresentarem resultado, o cidadão deve procurar a
ouvidoria da instituição.

 As ouvidorias são componentes concebidos para atuar como canal de


comunicação entre essas instituições e os clientes e usuários de seus
produtos e serviços, inclusive na mediação de conflitos.

Em caso de insucesso, o cidadão poderá


encaminhar sua demanda para os órgãos de
defesa do consumidor competentes.

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Ouvidorias

 As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo


Bacen, que tenham clientes pessoas físicas ou pessoas jurídicas
classificadas como microempresas na forma da legislação própria devem
instituir a ouvidoria:

Clientes e
Usuários de
Instituições
produtos e
serviços

 A estrutura do componente organizacional deve ser compatível com a


natureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, processos e
sistemas de cada instituição.

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Ouvidoria

As instituições devem:

 Dar ampla divulgação sobre a ouvidoria, bem como de informações


completas acerca da sua finalidade e forma de utilização;

 Garantir o acesso gratuito dos clientes e usuários de produtos e serviços ao


atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes; e

 Disponibilizar acesso telefônico gratuito, cujo número deve ser:

A. Divulgado e mantido atualizado em local e formato visível ao público no


recinto das suas dependências e nas dependências dos correspondentes
no País, bem como na internet e nos demais canais de comunicação
utilizados para difundir os produtos e serviços.
B. Registrado nos extratos, nos comprovantes, inclusive eletrônicos, nos
contratos formalizados com os clientes, nos materiais de propaganda e de
publicidade e nos demais documentos que se destinem aos clientes e
usuários dos produtos e serviços da instituição; e
C. Registrado e mantido permanentemente atualizado em sistema de
informações, na forma estabelecida pelo Bacen.

 Leasing: As instituições que também realizem operações de


arrendamento mercantil financeiro devem instituir o componente
organizacional de ouvidoria na própria instituição.

Atribuições da Ouvidoria
 Receber, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal e adequado às
reclamações dos clientes e usuários de produtos e serviços que não forem
solucionadas pelo atendimento habitual realizado por agências e
quaisquer outros pontos de atendimento;.

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Ouvidoria

Atribuições da Ouvidoria (continuação)


 Prestar os esclarecimentos necessários e dar ciência aos reclamantes
acerca do andamento de suas demandas e das providências adotadas;

 Informar aos reclamantes o prazo previsto para resposta final, o qual não
pode ultrapassar quinze dias, contados da data da protocolização da
ocorrência;

 Encaminhar resposta conclusiva para a demanda dos reclamantes até o


prazo informado.

 Propor à Alta Administração da Instituição medidas corretivas ou de


aprimoramento de procedimentos e rotinas, em decorrência da análise das
reclamações recebidas; e

 Elaborar, ao final de cada semestre, relatório quantitativo e qualitativo


acerca da atuação da ouvidoria, contendo as proposições de que trata o
item anterior. Os relatórios devem permanecer à disposição do Bacen pelo
prazo mínimo de cinco anos na sede da instituição.

 O serviço prestado pela ouvidoria ser identificado por meio de número de


protocolo de atendimento.

 No estatuto ou no contrato social deve conter, de forma expressa, entre


outros, os seguintes dados:

A. as atribuições da ouvidoria;

B. os critérios de designação e de destituição do ouvidor e o tempo de duração


de seu mandato

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Ouvidoria

Compromisso da Instituição
 Criar condições adequadas para o funcionamento da ouvidoria, bem
como para que sua atuação seja pautada pela transparência,
independência, imparcialidade e isenção; e

 Assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias para a


elaboração de resposta adequada às reclamações recebidas, com total
apoio administrativo, podendo requisitar informações e documentos para
o exercício de suas atividades.

 A ouvidoria deve manter sistema de controle atualizado das


reclamações recebidas, de forma que possam ser evidenciados o
histórico de atendimentos e os dados de identificação dos clientes e
usuários de produtos e serviços, com toda a documentação e as
providências adotadas.

As instituições devem designar perante o


Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e
do diretor responsável pela ouvidoria.

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Órgãos de Regulação, Fiscalização e Auto-regulação

Comissão de Valores Mobiliários - CVM


 É responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o
mercado de valores mobiliários do país, promovendo medidas
incentivadoras para a canalização de poupança de investimentos ao
mercado de capitais.

 Para este fim, exerce as funções de:

I. assegurar o funcionamento eficiente dos mercados de capitais (bolsas de


valores e mercado de balcão);

II. estimular o funcionamento das bolsas de valores e das instituições


operadoras do mercado de capitais;

III. proteger os investidores, coibir fraudes e manipulação do mercado;

IV. assegurar transparência de informações do mercado de capitais;

V. estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários;

VI. promover o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações.

 A CVM também regula e fiscaliza todos os Fundos de Investimento

 Valores Mobiliários: representa um investimento realizado em dinheiro,


com o intuito de lucro, ofertado ao público e sobre o qual o investidor não
possui controle direto. São valores mobiliários : Ações; Debêntures e Nota
Promissória (commercial paper); Swap e Cotas de Fundos de Investimento.

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Principais Intermediários Financeiros

Bancos Comerciais

 Os bancos comerciais têm como objetivo principal proporcionar suprimento


de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o
comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas
físicas e terceiros em geral.

Bancos de Investimento

 Os bancos de investimento são instituições financeiras especializadas em:


financiamento de capital fixo e capital de giro, a médio e longo prazos;
administração de recursos de terceiros (administração e venda de fundos de
investimento); intermediação de títulos e valores mobiliários.

Bancos Múltiplos

 Os bancos múltiplos são instituições financeiras que realizam operações


ativas (operações de crédito), passivas (operações de captação) e serviços
diversos, por intermédio das seguintes carteiras: Comercial; de
investimento; de desenvolvimento (exclusiva para bancos públicos); de
crédito imobiliário; de crédito, financiamento e investimento (financeiras); de
arrendamento mercantil (leasing).

 O banco múltiplo deve ser constituído por, no mínimo, duas carteiras, sendo
uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento. O banco
múltiplo com carteira comercial pode captar depósitos à vista.

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Demais Agentes

SELIC – Sistema Especial de Liquidação e Custódia

 O SELIC é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a


liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos
federais, garantindo segurança, agilidade e transparência nos negócios.

CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação

 A CETIP é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a


liquidação financeira das operações realizadas com títulos privados,
garantindo segurança, agilidade e transparência nos negócios.

CBLC– Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia

 A CBLC atua como Contraparte Central para todos os Agentes de


Compensação.

 Sua principal função é se colocar entre todos os compradores e vendedores,


assumindo o risco das contrapartes entre o fechamento do negócio e sua
liquidação.

 Embora a CBLC possa custodiar diversos títulos e valores mobiliários, os


principais valores mobiliários custodiados na CBLC são as ações de
companhias abertas negociadas na bolsa de valores.

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Demais Agentes

SPB – Sistema de Pagamentos Brasileiro

 Sistema de pagamentos é o conjunto de regras, procedimentos,


instrumentos e sistemas operacionais integrados que são utilizados para
pagamentos e transferências de fundos entre os diversos agentes
econômicos.

 O SPB compreende, de um lado, os bancos e os instrumentos de


pagamento (dinheiro em espécie, cheque, cartões de débito e de crédito,
etc.) e, do outro lado, os sistemas de compensação e de liquidação de
obrigações.

 Falhas na cadeia de pagamentos podem causar perda de confiança nas


instituições bancárias e, no limite, desestabilizar todo o sistema financeiro.
Para reduzir o risco sistêmico, isto é, a possibilidade de quebra em cadeia
de instituições financeiras (efeito dominó), os bancos centrais procuram
atuar para assegurar robustez e segurança aos sistemas de pagamentos.

 Uma das mais importantes mudanças foi a implantação do Sistema de


Transferência de Reservas (STR). Com esse sistema, operado pelo Banco
Central, as transferências de fundos interbancárias passaram a contar com a
opção de liquidação em tempo real, em caráter irrevogável e incondicional.
Esse fato, por si só, já assegurou a redução dos riscos de liquidação nas
operações interbancárias.

A principal função do SPB é reduzir o risco sistêmico no SFN.

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Correspondente Bancário

 O correspondente atua por conta e sob as diretrizes da instituição contratante, que


assume inteira responsabilidade pelo atendimento prestado aos clientes e
usuários por meio do contratado, à qual cabe garantir a integridade, a
confiabilidade, a segurança e o sigilo das transações realizadas por meio do
contratado, bem como o cumprimento da legislação e da regulamentação relativa a
essas transações.

 É vedada a contratação de entidade cujo controle societário, direta ou


indiretamente, seja exercido por administrador de quaisquer instituições
pertencentes ao conglomerado integrado pela instituição contratante.

 Não é admitida a celebração de contrato de correspondente que configure contrato


de franquia, nos termos da Lei 8.955, de 15.12.94, ou cujos efeitos sejam
semelhantes no tocante aos direitos e obrigações das partes ou às formas
empregadas para o atendimento ao público.

 O contrato deve ter por objeto as seguintes atividades de atendimento:


I recepção e encaminhamento de propostas de abertura de contas de depósitos à
vista, a prazo e de poupança.
II realização de recebimentos, pagamentos e transferências eletrônicas visando à
movimentação de contas de depósitos de titularidade de clientes
III recebimentos e pagamentos de qualquer natureza, e outras atividades decorrentes
da execução de contratos e convênios de prestação de serviços

Cursos - Assban DF 21
Correspondente Bancário
IV execução ativa e passiva de ordens de pagamento cursadas por intermédio da
instituição contratante por solicitação de clientes e usuários;
V recepção e encaminhamento de propostas referentes a operações de crédito e de
arrendamento mercantil.
VI recebimentos e pagamentos relacionados a letras de câmbio de aceite da
instituição contratante;
VII recepção e encaminhamento de propostas de fornecimento de cartões de crédito.
VIII realização de operações de câmbio .
 Pode ser incluída no contrato a prestação de serviços complementares de coleta de
informações cadastrais e de documentação, bem como controle e processamento
de dados.

Operações de Câmbio

 O atendimento prestado pelo correspondente em operações de câmbio deve ser


contratualmente restrito às seguintes operações:
I. compra e venda de moeda estrangeira em espécie, cheque ou cheque de viagem;
bem como carga de moeda estrangeira em cartão pré-pago.
II. execução ativa ou passiva de ordem de pagamento relativa a transferência
unilateral do ou para o exterior; e
III. recepção e encaminhamento de propostas de operações de câmbio.

 O contrato que inclua o atendimento nas operações de câmbio deve prever


as seguintes condições:
I. limitação ao valor de US$ 3.000,00, ou seu equivalente em outras moedas, por
operação;
II. Obrigatoriedade de entrega ao cliente de comprovante para cada operação de
câmbio realizada, contendo a identificação das partes, a indicação da moeda
estrangeira, da taxa de câmbio e dos valores em moeda estrangeira e em moeda
nacional; e
III. Observância das disposições do Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais
Estrangeiros (RMCCI).

Cursos - Assban DF 22
Correspondente Bancário
Condições Gerais
I exigência de que o contratado mantenha relação formalizada mediante vínculo
empregatício ou vínculo contratual de outra espécie com as pessoas naturais
integrantes da sua equipe, envolvidas no atendimento a clientes e usuários;
II vedação à utilização, pelo contratado, de instalações cuja configuração
arquitetônica, logomarca e placas indicativas sejam similares às adotadas pela
instituição contratante em suas agências e postos de atendimento;
III divulgação ao público, pelo contratado, de sua condição de prestador de serviços à
instituição contratante, identificada pelo nome com que é conhecida no mercado,
com descrição dos produtos e serviços oferecidos e telefones dos serviços de
atendimento e de ouvidoria da instituição contratante, por meio de painel visível
mantido nos locais onde seja prestado atendimento aos clientes e usuários, e por
outras formas caso necessário para esclarecimento do público;
IV realização de acertos financeiros entre a instituição contratante e o correspondente,
no máximo, a cada dois dias úteis;
V utilização, pelo correspondente, exclusivamente de padrões, normas operacionais e
tabelas definidas pela instituição contratante, inclusive na proposição ou aplicação
de tarifas, taxas de juros, taxas de câmbio, cálculo de CET e quaisquer quantias
auferidas ou devidas pelo cliente, inerentes aos produtos e serviços de
fornecimento da instituição contratante;
VI vedação ao contratado de emitir, a seu favor, carnês ou títulos relativos às
operações realizadas, ou cobrar por conta própria, a qualquer título, valor
relacionado com os produtos e serviços de fornecimento da instituição contratante;
VII vedação à realização de adiantamento a cliente, pelo correspondente, por conta de
recursos a serem liberados pela instituição contratante;
VIII vedação à prestação de garantia, inclusive coobrigação, pelo correspondente nas
operações a que se refere o contrato (exceto para bens e serviços fornecidos pelo
próprio correspondente no exercício de atividade integrante de seu objeto social);
IX realização, pelo contratado, de atendimento aos clientes e usuários relativo a
demandas envolvendo esclarecimentos, obtenção de documentos, liberações,
reclamações e outros referentes aos produtos e serviços fornecidos, as quais serão
encaminhadas de imediato à instituição contratante, quando não forem resolvidas
pelo correspondente.
Cursos - Assban DF 23
Correspondente Bancário
Condições Gerais (continuação)
X permissão de acesso do Banco Central do Brasil aos contratos firmados ao amparo
desta resolução, à documentação e informações referentes aos produtos e serviços
fornecidos, bem como às dependências do contratado e respectiva documentação
relativa aos atos constitutivos, registros, cadastros e licenças requeridos pela
legislação;
XI possibilidade de adoção de medidas pela instituição contratante, por sua iniciativa,
ou por determinação do Banco Central do Brasil;
XII observância do plano de controle de qualidade do atendimento, estabelecido pela
instituição contratante e das medidas administrativas nele previstas; e
XIII declaração de que o contratado tem pleno conhecimento de que a realização, por
sua própria conta, das operações consideradas privativas das instituições
financeiras ou de outras operações vedadas pela legislação vigente sujeita o
infrator a penalidades previstas em Lei.

Operações de Crédito e de Arrendamento Mercantil


 O contrato de correspondente deve prever, com relação a essas atividades:
I- obrigatoriedade de, no atendimento prestado em operações de financiamento e de
arrendamento mercantil referentes a bens e serviços fornecidos pelo próprio
correspondente, apresentação aos clientes, durante o atendimento, dos planos
oferecidos pela instituição contratante e pelas demais instituições financeiras para
as quais preste serviços de correspondente;
II - uso de crachá pelos integrantes da respectiva equipe que prestem atendimento nas
operações de que trata o caput, expondo ao cliente ou usuário, de forma visível, a
denominação do contratado, o nome da pessoa e seu número de registro no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF);
III - envio, em anexo à documentação encaminhada à instituição contratante para
decisão sobre aprovação da operação pleiteada, da identificação do integrante da
equipe do correspondente, contendo o nome e o número do CPF, especificando:

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Correspondente Bancário
Operações de Crédito e de Arrendamento Mercantil
a) no caso de operações relativas a bens e serviços fornecidos pelo próprio
correspondente, a identificação da pessoa certificada, responsável pelo
atendimento prestado; e
b) nas demais operações, a identificação da pessoa certificada que procedeu ao
atendimento do cliente; e

IV - liberação de recursos pela instituição contratante a favor do beneficiário, no caso


de crédito pessoal, ou da empresa fornecedora, nos casos de financiamento ou
arrendamento mercantil, podendo ser realizada pelo correspondente por conta e
ordem da instituição contratante, desde que, diariamente, o valor total dos
pagamentos realizados seja idêntico ao dos recursos recebidos da instituição
contratante para tal fim.
 O contrato deve prever, também, que os integrantes da equipe do correspondente,
que prestem atendimento em operações de crédito e arrendamento mercantil,
sejam considerados aptos em exame de certificação organizado por entidade de
reconhecida capacidade técnica.
 No caso de correspondentes ao mesmo tempo fornecedores de bens e serviços
financiados ou arrendados, admite-se a certificação de uma pessoa por ponto
de atendimento, que se responsabilizará, perante a instituição contratante, pelo
atendimento ali prestado aos clientes.
 A certificação de que trata este artigo deve ter por base processo de capacitação
que aborde, no mínimo, os aspectos técnicos das operações, a
regulamentação aplicável, o Código de Defesa do Consumidor (CDC), ética e
ouvidoria.
 O correspondente deve manter cadastro dos integrantes de sua equipe
permanentemente atualizado, contendo os dados sobre o respectivo processo de
certificação, com acesso a consulta pela instituição contratante a qualquer tempo.

Cursos - Assban DF 25
Correspondente Bancário
 Para cada convênio celebrado visando à concessão de crédito com
consignação, cujas propostas de operações sejam encaminhadas por
correspondentes, a instituição financeira deve implementar sistemática de
monitoramento e controle acerca da viabilidade econômica do convênio,
com a produção de relatórios gerenciais (*) contemplando todas as
receitas e despesas envolvidas, tais como custo de captação, taxa de juros
e remuneração paga ao correspondente sob qualquer forma, bem como
prazos das operações, probabilidade de liquidação antecipada e de cessão
e seus efeitos na rentabilidade.

(*) Os relatórios gerenciais devem ficar à disposição do Bacen até cinco anos
após o término de vigência do convênio.
Informações

 A instituição contratante deve manter na internet relação atualizada de seus


contratados, contendo as seguintes informações:
I. razão social, nome fantasia, endereço da sede e o número de inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) de cada contratado;
II. endereços dos pontos de atendimento ao público e respectivos nomes e
números de inscrição no CNPJ; e
III. atividades de atendimento, especificadas por ponto de atendimento.

 A instituição contratante deve disponibilizar, inclusive por meio de telefone,


informação sobre determinada entidade ser, ou não, correspondente e sobre
os produtos e serviços para os quais está habilitada a prestar atendimento.

Cursos - Assban DF 26
Correspondente Bancário
Informações
 A instituição contratante deve segregar as informações sobre demandas e
reclamações recebidas pela instituição, nos respectivos serviços de
atendimento e de ouvidoria, apresentadas por clientes e usuários atendidos
por correspondentes.
 É vedada a cobrança, pela instituição contratante, de clientes atendidos pelo
correspondente, de tarifa, comissão, valores referentes a ressarcimento de
serviços prestados por terceiros ou qualquer outra forma de remuneração,
pelo fornecimento de produtos ou serviços de responsabilidade da referida
instituição.
 É vedada a prestação de serviços por correspondente no recinto de
dependências da instituição financeira contratante.
 A instituição contratante deve realizar os seguintes procedimentos de informação
ao Bacen, na forma definida pela referida autarquia:

I. Designar diretor responsável pela contratação de correspondentes no País e pelo


atendimento prestado por eles;
II. Informar a celebração de contrato de correspondente, bem como posteriores
atualizações e encerramento, discriminando os serviços contratados;
III. Proceder à atualização das informações sobre os contratos de correspondente
enviadas até a data de entrada em vigor desta resolução; e
IV. Elaborar relatórios sobre o atendimento prestado por meio de correspondentes.

Cursos - Assban DF 27
Sistema de Informação de Crédito
 O Sistema de Informações de Crédito do Banco Central – SCR é o principal
instrumento utilizado pela supervisão bancária para acompanhar as carteiras
de crédito das instituições financeiras. Nesse sentido, desempenha papel
importante na garantia da estabilidade do SFN e na prevenção de crises,
proporcionando mais facilidades para os tomadores de empréstimos e maior
transparência para a sociedade.
 É o maior cadastro brasileiro baseado em informações positivas e contém
dados sobre o comportamento dos clientes no que se refere às suas
obrigações contraídas no sistema financeiro.
A Central de Risco de Crédito
 As centrais de informações de crédito públicas são comuns em países da
Europa e da América Latina. No Brasil, surgiu, em 1997, com a finalidade de
dotar o Bacen de ferramentas que proporcionassem meios para avaliações
globais sobre o mercado de crédito, auxiliando no desempenho das
atividades de autoridade responsável pela supervisão do SFN.
 Desde então, as informações armazenadas no sistema vêm sendo utilizadas
também pelas instituições financeiras, desempenhando papel relevante na
avaliação do risco de crédito dos clientes e contribuindo para a diminuição
da inadimplência das operações.

O sistema SCR

 Para ampliar a base de dados e para facilitar ainda mais as consultas, o


Banco Central está lançando, em substituição à atual Central de Risco de
Crédito, o Sistema de Informações de Crédito do Banco Central – SCR, um
sistema mais completo, amigável, consistente e ágil e de acesso fácil pela
internet.

Cursos - Assban DF 28
Sistema de Informação de Crédito
 O SCR é um banco de dados alimentado mensalmente pelas instituições
financeiras, mediante coleta de informações sobre as operações
concedidas.
 Atualmente, são armazenadas no banco de dados do SCR as operações
dos clientes com responsabilidade total igual ou superior a R$ 1 mil, a
vencer e vencidas, e os valores referentes às fianças e aos avais prestados
pelas instituições financeiras a seus clientes.
 A base legal para o sistema coletar e compartilhar informações entre as
instituições participantes do Sistema Financeiro Nacional e o respeito à
privacidade do cliente quanto ao sigilo e à divulgação de informações
obedecem às condições previstas na Lei Complementar 105/01 e na
Resolução 2.724/00.
 Todas as Instituições Financeiras são participantes do sistema. Elas são
agentes que, mediante autorização do Bacen captam recursos do público,
principalmente sob a forma de depósitos. Também concedem empréstimos
sob várias modalidades, além de aplicar em outros ativos, tais como títulos
do tesouro nacional. No entanto, as instituições financeiras podem se tornar
insolventes se acumularem créditos não honrados, isto é, se a clientela não
conseguir pagar os valores que tomou emprestado.
 Daí a necessidade de o Bacen, como órgão de regulação e supervisão do
sistema financeiro, municiar-se de instrumentos de avaliação dos riscos
envolvidos nas operações de crédito. Para tanto, o SCR armazena dados
sobre as operações contratadas por todas as instituições, de forma que o
Bacen pode adotar medidas preventivas com o objetivo de proteger os
recursos que os cidadãos confiam às instituições integrantes do sistema.
 O sistema fomenta a competição entre os agentes pela possibilidade de
oferta de taxas de juros menores nas operações que oferecem menor risco.

Cursos - Assban DF 29
Sistema de Informação de Crédito
Principal Objetivo
Reforçar os mecanismos de supervisão bancária, com aumento da eficácia
de avaliação dos riscos inerentes à atividade.

Os benefícios do SCR para a sociedade em geral

 Importante ferramenta de acompanhamento regular e sistemático do risco


de crédito dos agentes que concedem empréstimos e financiamentos.
 Amplia a capacidade de monitoramento das instituições financeiras pelo
Bacen.
 Além disso, permitirá não só a identificação dos clientes que pagam suas
obrigações em dia, como também a oportunidade de oferecer a eles taxas
de juros menores.

Os benefícios do SCR para as instituições financeiras

 Como instrumento de gestão de crédito, beneficia as instituições financeiras


pela ampliação do conhecimento acerca de seus clientes.
 O SCR contribui para a quantificação dos riscos por meio da compreensão
do nível de endividamento e do perfil de pagamento dos clientes. Permite a
análise de outros aspectos na avaliação de riscos, tais como a forma de
utilização do crédito e a exposição em moeda estrangeira.
 Serão disponibilizadas séries estatísticas da carteira de crédito do SFN, de
forma consolidada e por segmentos, suprindo demandas por informações
que auxiliem na compreensão do crédito em suas diferentes peculiaridades.

Cursos - Assban DF 30
Sistema de Informação de Crédito
O acesso às informações do SCR

 O acesso ao SCR pode ser feito pelas


instituições financeiras participantes do
sistema, pelos tomadores de
empréstimos e financiamentos e pelas
áreas especializadas do Bacen.
Para as instituições
 As pessoas físicas e jurídicas podem se
financeiras, é
cadastrar no Bacen para acessarem,
necessária a
gratuitamente, por meio da internet, seus
autorização expressa dados porventura cadastrados no SCR.
dos clientes. A Se conveniente, podem obter relatórios
inobservância desse com informações detalhadas a seu
requisito sujeitará os respeito, diretamente nas Centrais de
implicados às Atendimento ao Público, mantidas pela
penalidades previstas Autarquia em dez capitais do país,
na lei. mediante apresentação dos documentos
exigidos.

Consulta do SCR - Documentação exigida

Pessoa física: identidade e CPF.


Pessoa jurídica: contrato social (original ou cópia autenticada), certidão
da Junta Comercial, declaração atestando que os documentos
apresentados são atuais e fidedignos, bem como documento de
identificação do representante legal (original ou cópia autenticada).

Cursos - Assban DF 31
Sistema de Informação de Crédito
SCR – Uma fonte de informações positivas

 Ao contrário das centrais de informações restritivas, o SCR armazena


informações positivas sobre os tomadores de crédito.

 Nos cadastros restritivos, somente há registro sobre o cliente quando ocorre


algum fato desabonador, enquanto no SCR são registradas todas as
operações, desde que o valor seja igual ou superior a R$ 1 mil, não
importando se em atraso ou em dia.

 O SCR apresenta a situação das operações existentes no final de cada


mês. Sabe-se que, historicamente, mais de 2/3 dos devedores estão em dia
com suas obrigações. Assim, mediante consulta a esse sistema, obtém-se,
na maioria das vezes, dados que caracterizam a situação positiva do cliente,
tais como sua pontualidade nos pagamentos e seu tempo de
relacionamento com o sistema financeiro.

A privacidade do cliente é preservada

 O SCR preserva a privacidade do cliente, pois exige que a instituição


financeira possua autorização expressa do cliente para consultar as
informações que lhe dizem respeito.

Importante
As pessoas físicas e jurídicas com registro no SCR não ficam impedidas
de contrair novos empréstimos e financiamentos. Prevalecerá sempre o
entendimento entre o cliente e a instituição financeira.

Cursos - Assban DF 32
Sistema de Informação de Crédito

O papel do Banco Central do Brasil no SCR

 O SCR foi criado pelo CMN e é administrado pelo Bacen, a quem cumpre
armazenar as informações encaminhadas e disciplinar o processo de
correção e atualização da base de dados pelas instituições financeiras
participantes.

 O Bacen preocupa-se com a qualidade das informações coletadas, condição


essencial para garantir o atingimento dos objetivos que nortearam a
implantação do SCR.

 Para assegurar a confiabilidade do sistema, os arquivos recebidos são


submetidos a um rigoroso processo de verificação, mediante a realização de
diversos testes de consistência. Qualquer erro detectado é objeto de
questionamento junto à instituição que enviou os arquivos.

 As instituições financeiras são responsáveis pelo encaminhamento


sistemático de dados sobre as operações de crédito. Cumpre a elas também
corrigir ou excluir as informações imprecisas.

 Eventuais questionamentos judiciais devem ser encaminhados diretamente


à instituição financeira que informou os dados sobre a operação.

Cursos - Assban DF 33
Módulo II
Mercado Financeiro

34
Mercado Financeiro
Risco

Risco
 Possíveis ameaças ao capital, à liquidez e à rentabilidade esperada.

 Risco pode ser definido de várias formas e, uma delas, é dizer que risco é a
INCERTEZA de alcançar uma certa rentabilidade esperada, em um dado
período.

 As empresas que concedem créditos somente o fariam sem uma análise dos
clientes se não houvesse risco de inadimplência, o que não ocorre em
termos reais. O risco é inerente à atividade do crédito.

 Conhecer os riscos e suas causas diminui em muito a inadimplência. A


gestão do risco é um processo de identificação, análise e prevenção das
empresas que concedem créditos, portanto de todas as empresas, sejam
comerciais, industriais, financeiras ou de serviços.

 Há toda uma técnica de cálculo de tais riscos, sempre baseada em cenários


otimistas, conservadores e pessimistas, cuja técnica estatística é encontrar o
desvio padrão de todo o cenário. Quanto mais variáveis estiverem
envolvidas na análise, mais complexo é o cálculo do cenário.

 Os quatro principais riscos inerentes ao mercado financeiro e, por


conseguinte, do mercado de crédito são os seguintes:

A. Risco de Mercado
B. Risco de Crédito.
C. Risco Operacional
D. Risco de Liquidez
E. Risco Legal

Cursos - Assban DF 35
Mercado Financeiro
Risco

Risco de Crédito
 O risco de crédito está presente em todas as operações denominadas de
“renda fixa”.
 É a incerteza do cumprimento do contrato pelas contrapartes.
 O risco de crédito é a possibilidade do não recebimento dos recursos a que
se tem direito, ou do seu recebimento fora do prazo e/ou condições
pactuadas.
 Consiste na possibilidade de os emissores de títulos não cumprirem suas
obrigações de pagar tanto o principal como os respectivos juros de suas
dívidas para com os investidores.

O que é um contrato?
Contrato é um acordo uma parte assume compromissos com outra

• Tradição
• Idoneidade
Aspectos Subjetivos • Histórico de colocação e emissão de
papéis.

• Análise econômico-financeira
• Adequação do retorno em relação ao
risco
Aspectos Objetivos • Análise do desempenho e das
perspectivas futuras do setor de
atividade.

Cursos - Assban DF 36
Mercado Financeiro
Risco

Risco de Crédito

 Os títulos públicos federais são considerados “livres deste risco”


considerando a hipótese remota de ocorrer não pagamento por parte do
Tesouro Nacional.
 Caracteriza-se pela perda da parte ou da totalidade do principal acrescido
dos juros contratuais. O risco do não recebimento ocorre pelo não
pagamento por parte do devedor. Esse tipo de risco é comum nas
instituições financeiras.

Gerenciando Risco de Crédito

O gestor da carteira, por exemplo, deve adotar critérios que apontem para
capacidade de pagamento do tomador de crédito. Esta análise pode ser feita:

A. Internamente, conduzida pelo comitê de crédito da instituição financeira;

B. Utilizando a classificação de empresas especializadas nesse trabalho – as


agências classificadoras de risco como a Standard & Poors, Moodys e Fitch, por
exemplo.

Risco de Crédito
Possibilidade de “calote” por parte do tomador de
empréstimo ou financiamento

Cursos - Assban DF 37
Risco
Risco Legal sobre o crédito

 A insegurança jurídica em relação aos contratos de crédito, ao colocar em


risco o recebimento dos valores pactuados ou prolongar excessivamente
sua cobrança judicial, retrai a oferta de crédito e aumenta o spread por dois
canais: por um lado, pressiona os custos administrativos das instituições
financeiras, em especial as áreas jurídica e de avaliação de risco de crédito;
por outro lado, reduz a certeza de recebimento da instituição financeira,
mesmo numa situação de contratação de garantias, pressionando o prêmio
de risco, ou seja, a taxa adicional para cobertura de não pagamentos
embutida no spread.

 Nos últimos anos, diversas iniciativas foram aprovadas pelo governo e no


âmbito do Legislativo para reduzir o risco de inadimplência e os custos
associados à morosidade da cobrança judicial. Dentre essas iniciativas,
destacam-se:

A. aprovação do crédito consignado em folha de pagamento;


B. aprovação da nova Lei de Falências e de alterações no Código Tributário
Nacional;
C. criação da Cédula de Crédito Bancário;
D. ampliação da alienação fiduciária em garantia;
E. estímulo ao microcrédito e às cooperativas de crédito;
F. reforma do Judiciário.

Cursos - Assban DF 38
Mercado Financeiro
Risco

Risco de Mercado
 O risco de mercado está relacionado à oscilação dos preços dos ativos em
seus respectivos mercados de negociação e pode ser dividido em quatro
grandes áreas:
I. Risco de taxa de Juros
II. Risco de taxa de câmbio
III. Risco de preço
IV. Risco de preço de commodities

 É caracterizado pela oscilação no preço ou valor de mercado de títulos ou


valores mobiliários que pode gerar perdas ou ganhos. A oscilação nos
preços dos ativos podem ser causados por eventos ligados ao mercado
como um todo ou ao segmento econômico no qual a empresa está inserida.
 A análise de investimentos considera perda a simples constatação de que
houve uma queda no valor de mercado de determinado ativo, apurado pelo
procedimento de marcação a mercado.
 Depende das ocorrências na economia, da política econômica interna e
externa proposta pelo governo, que pode afetar na concessão de créditos,
pois, em uma determinada situação, a política monetária pode retirar
dinheiro de circulação, resultando em alta da taxa de juros. Também pode
ocorrer o contrário: haver uma grande circulação de moeda, resultando na
baixa da taxa de juros.
 A capacidade de pagamento do devedor pode ser influenciada também por
eventos ligados ao mercado externo. Alterações na política cambial,
oscilações na taxa de câmbio, mudanças no cenário econômico mundial,
riscos geopolíticos específicos de cada país, questões legais, regulatórias e
tributárias específicas de um país, podem trazer consequências para os
preços dos títulos provocando sua valorização ou desvalorização.

Cursos - Assban DF 39
Mercado Financeiro
Risco

Risco Operacional
 É a possibilidade do não retorno de um investimento em razão de problemas
operacionais da instituição.
 Risco de perda decorrente de falhas cometidas por pessoas, inadequação
de processos ou tecnologia, ou por eventos externos. Na maioria das vezes
os riscos legal e de imagem são consequências de riscos operacionais.
 Por exemplo: a inclusão indevida de um CPF no SERASA .
 Está relacionado com a capacidade em detectar, conhecer, mensurar,
controlar e administrar os riscos existentes em suas posições contáveis.
 Está relacionado com a capacidade das instituições em detectar, conhecer,
mensurar, controlar e administrar os riscos existentes em suas posições
contáveis. Este tipo de risco pode ser dividido em três grandes áreas.
I. Risco Organizacional: decorre de uma organização ineficiente.
Administração sem objetivos de curto e longo prazos bem definidos, fluxo
ineficiente de informações internas e externas, fraudes etc.
II. Risco de Equipamentos: refere-se basicamente a problemas de falhas de
equipamentos e sobrecargas de sistemas (computadores, telefones, bancos
de dados etc.) motivados, principalmente, por obsolescência tecnológica da
estrutura operacional ou insuficiência de máquinas.
III. Risco Pessoal - O risco humano é está intimamente ligado às decisões
tomadas pelas pessoas no processo do crédito.
 Nas empresas, os executivos caracterizam-se pela tensão, tomando
decisões precipitadas e inconsequentes. Demonstrando falta de equilíbrio,
terão resultados desastrosos. Essa tensão deverá ser observada
principalmente pelo grau de insistência na obtenção do crédito.
 Nas pessoas, o grau de irritabilidade deve ficar evidente na solicitação e
entrevista para obtenção do crédito.

Cursos - Assban DF 40
Mercado Financeiro
Risco

Riscos de Reputação (imagem)


 Uma empresa pode sofrer o risco de reputação ou imagem, decorrente da
veiculação de informações que afetam negativamente sua imagem,
colocando em risco sua idoneidade em relação ao mercado, afetando todos
os tipos de transações: comerciais, financeiras e gerais.
 Refere-se a perdas ou danos decorrentes de uma situação que tenha
desgastado a imagem da instituição junto ao mercado ou às autoridades, em
razão de veiculação de informações negativas na mídia, verdadeiras ou não.
 O risco de imagem está diretamente ligado à qualidade do atendimento, bem
como à postura ética dos funcionários da instituição.
 Riscos de reputação ou imagem são particularmente danosos para bancos e
instituições financeiras, já que a natureza de seus negócios requer a
manutenção da confiança de depositantes, credores, concorrentes, órgãos
governamentais e do mercado em geral.
 Originam-se entre outras causas, de falhas operacionais e de deficiências no
cumprimento de leis e de regulamentos relevantes. Podemos citar como
exemplos: Boatos sobre a saúde financeira de uma instituição,
desencadeando uma corrida para saques dos valores depositados.
Envolvimento da instituição em processos de lavagem de dinheiro.

Risco Legal
 Este risco é muito frequente, pois as pessoas podem questionar, por meio
da justiça, acerca das bases das transações efetuadas, contrariando as
expectativas das instituições concedentes dos créditos.
 Este tipo de Risco é muito comum, pois a grande maioria das pessoas
jurídicas, no Brasil, não tem uma Contabilidade baseada na legislação
vigente.
Cursos - Assban DF 41
Mercado Financeiro
Risco

Risco Legal (continuação)


 É a possibilidade de perdas decorrentes da inobservância de dispositivos
legais ou regulamentares, da mudança de legislação ou alterações na
jurisprudência aplicáveis às transações da organização.
 Por exemplo: A concessão de empréstimos a clientes sem a completa
observância dos instrumentos legais que regem a operação, tais como,
documentação incompleta, ausência de assinaturas ou assinaturas colhidas
de pessoas que não sejam os legítimos representantes da empresa.
 As perdas decorrentes das sanções aplicadas por órgãos reguladores e
pagamento de indenizações por danos a terceiros, por violação da
legislação vigente são classificadas como risco legal.
Risco de Liquidez
 O Risco de Liquidez é uma situação interna da pessoa jurídica ou física, em
dado momento, para saldar seus compromissos, ou seja, falta de caixa. Ao
analista de crédito se torna muito difícil visualizar tal situação.
 O risco de liquidez pode estar associado a:
A. Falta de liquidez no mercado em geral, decorrente de fatores de ordem
política ou econômica que reduzam o volume de dinheiro em circulação.
B. Dificuldade de negociabilidade de ativos, propriamente dito. É o caso dos
imóveis ou das ações de “segunda linha”, assim denominadas por serem
menos negociadas.
Risco Sistêmico (Risco de Mercado)
 O risco sistêmico é resultante de problemas que uma ou mais entidades passam a
enfrentar e que pode afetar negativamente o segmento de atuação da empresa,
por transmitir dificuldade às outras empresas, impedindo até mesmo sua
operacionalidade no mercado em que atua. Havendo agências reguladoras, poderá
ocorrer intervenção para evitar um colapso.

Cursos - Assban DF 42
Mercado Financeiro
Risco x Retorno

2
RENTABILID
ADE ALTA
RISCO ALTO

3 4
RENTABILID RENTABILID
ADE BAIXA ADE BAIXA
RISCO RISCO ALTO
BAIXO

Risco versus retorno


 O retorno está diretamente associado aos riscos associados.
 Se observarmos o quadro acima veremos que existem quatro quadrantes
possíveis que associam os atributos RISCO e RETORNO. O ideal dos
mundos, desejado por todos é estar no quadrante superior esquerdo (1) no
qual a rentabilidade é alta e o risco é baixo. E o pior cenário, é estar no
quadrante inferior direito (4) no qual a rentabilidade é baixa e o risco é alto.
 Os tipos de risco devem ser analisados com as informações constantes na
Ficha Cadastral, que servirão para mensurar o fator de risco.
 Dentre as variáveis mais utilizadas, devemos considerar a capacidade
financeira como a fundamental.
 Para cada variável utilizada uma nota deve ser dada com base em sistema
de crédito, onde se fixa uma nota e estipula para o mais baixo nível de risco
a menor nota e a maior nota para o maior nível de risco.

Cursos - Assban DF 43
Mercado Financeiro
Avaliação do Risco de Crédito

 Utilizando-se toda carteira de clientes, deve-se agrupar por tipo de cliente,


pessoas físicas separadas das pessoas jurídicas, volume de crédito,
montante, e características específicas. Deve-se, também, tabular os dados,
verificando-se as características de cada grupo, principalmente identificando
as causas da inadimplência.
 Aplicam-se todos os conceitos de estatísticas para a determinação do fator
de risco desejado, principalmente o conceito de desvio padrão.
Evitar os riscos significa:
 ter uma carteira de cliente diversificada.
 analisar a ficha cadastral do cliente com critério e
objetividade.
 analisar a performance temporal do cliente nos últimos anos.
 pedir garantias reais.
 ser racional e impessoal ao analisar as informações e dados.
 na dúvida, não conceder o crédito.

 Não analisar as possibilidades da existência do risco é a mesma coisa que


“dar de presente o crédito” e ficar reclamando da infelicidade.
 Conhecer os riscos e evitá-los é a forma mais racional e objetiva na
concessão do crédito e vale em qualquer situação profissional e pessoal.
 Aplicar as ferramentas corretas para alcançar os objetivos fixados é
imprescindível.
 É da máxima importância a utilização de instrumentos e de modelos de
mensuração que possibilitem conhecer e delimitar os riscos envolvidos.
 Conhecendo o risco, o investidor pode, inclusive, determinar a formação de
preços compatíveis com o nível de exposição assumido, bem como a
identificação de momentos adequados para realização de operações.

Cursos - Assban DF 44
Mercado Financeiro
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro

 A lavagem de dinheiro constitui um conjunto de operações comerciais


ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país
dos recursos, bens e serviços que se originam ou estão ligados a atos
ilícitos. Em outras palavras, lavar recursos é fazer com que produtos de
crime pareçam ter sido adquiridos legalmente.
 A dissimulação é a base do processo de lavagem de dinheiro. Para o
sucesso de seu crime, o lavador oculta suas intenções e dificulta ao
máximo o rastreamento de suas operações. Assim, o dinheiro se afasta
de sua origem ilegal e retorna aos criminosos aparentemente limpo.
 No Brasil foi aprovada a Lei 9.613/98 que tipifica o crime de lavagem de
dinheiro.
 Também institui medidas que conferem maior responsabilidade a
intermediários econômicos e financeiros e cria, no âmbito do Ministério
da Fazenda, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF).
 Foi editada a lei 12.683/2012 que promove algumas alterações na Lei
9.613/98 para tornar mais eficiente a persecução penal dos crimes de
lavagem de dinheiro.
 Os paraísos fiscais* são países comumente utilizados pelos
criminosos com a finalidade de ocultar e impedir o rastreamento do
dinheiro obtido de forma escusa, dado que, pela natureza desses
países, existe o escudo do sigilo bancário e profissional absoluto.
 É importante ressaltar que os chamados paraísos fiscais não podem
ser associados exclusivamente a ações criminosas, existindo vários
usos legítimos para sua utilização como, por exemplo, a proteção de
patrimônios.

Cursos - Assban DF 45
Mercado Financeiro
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro

O Crime
 A Lei nº. 9.613 dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro ou
ocultação de bens, direitos e valores mobiliários e cria o COAF, órgão
disciplinar responsável pela prevenção e combate da prática de
“lavagem de dinheiro”.
 A sua principal tarefa é promover um esforço conjunto entre todos os
órgãos governamentais do Brasil que cuidam da implementação de
políticas nacionais voltadas para o combate à lavagem de dinheiro,
evitando que setores da economia continuem sendo utilizados nessas
operações ilícitas.
 A mencionada lei tipifica o crime de lavagem como aquele em que se
oculta ou dissimula a natureza, origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens, direitos e valores provenientes,
direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes:
I. de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
II. de terrorismo;
III. de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado à
sua produção;
IV. de extorsão mediante sequestro;
V. contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para
outrem,
VI. direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou
preço para a prática ou omissão de atos administrativos;
VII. contra o sistema financeiro nacional;
VIII. praticado por organização criminosa;
IX. praticado por particular contra a Administração Pública estrangeira.

Cursos - Assban DF 46
Mercado Financeiro
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro
Legislação e Regulamentação Correlata

 Abaixo temos, de forma resumida, os demais instrumentos legais:


1) Resolução CMN 2.025/93: altera e consolida as normas sobre abertura,
manutenção e movimentação de contas de depósitos e dispõe, também,
sobre a obrigatoriedade da identificação completa do depositante.
2) Circular Bacen 2.852/98: Define os procedimentos a serem adotados pelo
SFN na prevenção e combate às atividades relacionadas com os crimes
previstos na Lei 9.613.
3) Lei complementar 105/01: Introduz novas diretrizes sobre o sigilo das
operações de instituições financeiras.

 O crime de lavagem de dinheiro decorre da tentativa de ocultar


recursos provenientes dos crimes considerados “antecedentes”.

Penalidades
 A Lei 9.613 prevê pena de reclusão de três a dez anos além de multa,
aplicável aos criminosos e a quem ocultar ou dissimular a utilização de
bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes
antecedentes.
 Esse envolvimento pode se caracterizar por situações nas quais um
agente:

A. converte bens obtidos de forma ilícita em ativos lícitos;


B. adquire, recebe, troca, negocia, guarda, movimenta ou transfere bens
ilícitos;
C. importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos
verdadeiros.

Cursos - Assban DF 47
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro
As três Etapas

Penalidades
 Estão expostos à mesma penalidade quem:
I. utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que
sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes;
II. participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos na
Lei.
 O Consultor Financeiro também pode ser penalizado. Crime não
afiançável (o indiciado não pode ser libertado mediante pagamento de
fiança).
 Os mecanismos mais utilizados no processo de lavagem de dinheiro
envolvem teoricamente essas três etapas independentes que, com
frequência, ocorrem simultaneamente.

Colocação
 A primeira etapa do processo é a colocação do dinheiro no sistema
econômico. O criminoso procura movimentar o dinheiro em países com
regras mais permissivas e naqueles que possuem um sistema
financeiro liberal (como os chamados “paraísos fiscais”). A colocação
se efetua por meio de depósitos, compra de instrumentos negociáveis
ou compra de bens
 Para dificultar a identificação da procedência do dinheiro, os criminosos
aplicam técnicas sofisticadas e cada vez mais dinâmicas, tais como o
fracionamento dos valores que transitam pelo sistema financeiro e a
utilização de estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham
com dinheiro em espécie.

Cursos - Assban DF 48
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro
As três etapas

Ocultação
A segunda etapa do processo consiste em dificultar o rastreamento
contábil dos recursos ilícitos. O objetivo é quebrar a cadeia de
evidências ante a possibilidade da realização de investigações sobre a
origem do dinheiro. Os criminosos buscam movimentá-lo de forma
eletrônica, transferindo os ativos para contas anônimas –
preferencialmente, em países amparados por lei de sigilo bancário – ou
realizando depósitos em contas "fantasmas".

Integração

Nesta última etapa, os ativos são incorporados formalmente ao sistema


econômico. As organizações criminosas buscam investir em
empreendimentos que facilitem suas atividades – podendo tais
sociedades prestarem serviços entre si. Uma vez formada a cadeia,
torna-se cada vez mais fácil legitimar o dinheiro ilegal.

Colocação Ocultação Integração

Cursos - Assban DF 49
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro
Agentes Econômicos sujeitos à Lei

 A lei 9.613, em seu Art. 9º, identifica as pessoas que estão sujeitas às
obrigações legais – as pessoas jurídicas que tenham em caráter
permanente ou eventual como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não:
I. A Captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;
II. A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro
ou instrumento cambial.
III. A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação
intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.

Identificação e Manutenção de Registros dos Clientes

 Até 1998, as normas relativas à abertura, manutenção e movimentação


de contas de depósitos das pessoas físicas e jurídicas nas instituições
autorizadas a funcionar pelo Bacen eram consolidadas na Resolução
CMN 2.025/93.
 Após a promulgação da Lei 9.613/98 o Banco Central editou normas
específicas de prevenção à lavagem de dinheiro, com a aplicação do
princípio “Conheça seu Cliente” (Circular Bacen 2.852).
 Essa circular ampliou a quantidade de informações que as pessoas
físicas e jurídicas devem prestar quando da abertura de contas de
depósito, além de determinar que as instituições financeiras, e demais
pessoas jurídicas, mantenham a documentação apresentada em seus
arquivos.

Cursos - Assban DF 50
Mercado Financeiro
Prevenção contra Lavagem de Dinheiro

Conhecer o cliente significa conhecer suas atividades e


negócios, o mercado onde atua, as perspectivas desse
mercado e, se possível, quem são seus clientes e
fornecedores.

 O princípio “Conheça seu Cliente” deve ser aplicado quando da análise da


capacidade financeira do cliente. E neste caso, se as informações em poder
da instituição não forem suficientes para justificar a movimentação financeira
do cliente, deve ser feita a comunicação de indício de lavagem de dinheiro.

 São consideradas operações suspeitas de indício de crime:


1. Movimentações ou pagamentos em dinheiro vivo de quantias que
ultrapassem a R$ 10 mil ou o equivalente em moeda estrangeira;
2. Aumento substancial no volume de depósitos bancários, sem causa
aparente, ou movimentação de recursos incompatível com a capacidade
financeira;
3. Quantidades expressivas de pequenos depósitos que, somados, resultem
em grandes valores;
4. Numerosas contas correntes;
5. Utilização sistemática de cofres de aluguel;
6. Solicitação frequente de elevação do limite de crédito;
7. Aquisição de ações sem patrimônio compatível;
8. Compra ou venda de ativos por preços significativamente superior ao do
mercado;
9. Operação realizada por pessoa física ou jurídica domiciliada em paraíso
fiscal;
10. Pagamento de imóvel com cheque de agências bancárias fronteiriças ou
localizadas no exterior.

Cursos - Assban DF 51
Mercado Financeiro
Compliance

 Para cumprimento da missão da empresa as relações devem ser baseadas


no respeito e boa conduta, de forma a estimular a melhoria continua dos
processos da organização e contribuir para o crescimento profissional dos
seus funcionários. São atitudes dessa natureza que estabelecem a
possibilidade ou não do reconhecimento da empresa no mercado.
Compliance
 Termo originário do inglês que significa “aderência, estar em conformidade
com algo”. Se refere ao dever de cumprir e fazer cumprir regulamentos
internos e externos impostos à atividades da instituição.
 No contexto dos serviços financeiros a função de compliance atua em dois
níveis:
I. Cumprimento das regras externas que são impostas à Organização como
um todo;
II. Estabelecimento de sistemas internos de controle capazes de constituir
parâmetros necessários para o cumprimento do que lhe é exigido por lei.

 As instituições financeiras buscam identificar e evitar qualquer desvio e


assegurar que o cliente tenha seus negócios com a instituição geridos de
acordo com as normas e diretrizes legais estabelecidas.
 A missão do compliance seria a de assegurar, juntamente com todos na
empresa, o funcionamento do sistema de controles, procurando diminuir
riscos e assegurar o cumprimento da lei e dos regulamentos existentes.
 Em um Banco, a função do compliance é a garantia de que os negócios, produtos,
serviços e processos sejam conduzidos segundo leis, normas e regulamentos
internos e externos. E é por isso que se diz que investir em controles internos e
compliance significa, em linhas gerais, buscar eficiência e eficácia das operações e
disponibilizar informações confiáveis e tempestivas, além de garantir o
cumprimento da legislação.

Cursos - Assban DF 52
Mercado Financeiro
Controles Internos

Controles Internos

 Definido com a totalidade das políticas e procedimentos adotados pela


instituição financeira, com o objetivo de assegurar que os riscos
inerentes às suas atividades sejam reconhecidos e administrados
adequadamente.
 No começo, a estrutura denominada Controles Internos, nasceu com a
finalidade de reduzir as possibilidades de fraude, apropriação indébita e
erros. No entanto, nos dias atuais, ampliou consideravelmente a sua
abrangência, impulsionada principalmente pela automação bancária e
crescentes eventos de falências e perdas financeiras.
 Alguns acontecimentos do mercado que antigamente poderiam passar
despercebidos, hoje são de grande repercussão no cenário nacional e
internacional pelo prejuízo causado ao sistema financeiro.
 Os controles internos, independentemente do porte da instituição,
devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e
risco das operações por ela realizadas.
 São de responsabilidade da diretoria da instituição (Resolução Bacen
2554/98):
I. Implantação/implementação de uma estrutura de controles internos
efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os
níveis de negócios da instituição;
II. Estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes a esses
controles;
III. A verificação sistemática da adoção/cumprimento dos procedimentos.

Cursos - Assban DF 53
Mercado Financeiro
Controles Internos

As disposições devem ser acessíveis a todos os funcionários da instituição de


forma a assegurar sejam conhecidas a respectiva função no processo e as
responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever:
I. a definição de responsabilidades dentro da instituição;
II. a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de
forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de
minimizar e monitorar adequadamente áreas identificadas como de
potencial conflito da espécie;
III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar
adversamente a realização dos objetivos da instituição;
IV. a existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários o
acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações
consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades;
V. a continua avaliação dos diversos riscos;
VI. o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a
que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados,
se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo
cumpridos, bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser
prontamente corrigidos;
VII. a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de
informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico.

Os controles internos devem ser periodicamente revisados e


atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas
relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados.
 A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de
controles internos.

Cursos - Assban DF 54
Módulo II - B
Elementos Básicos da
Matemática Financeira

55
Noções Básicas de Matemática Financeira

 A matemática financeira teve seu início exatamente quando o homem criou


os conceitos de Capital, Juros, Taxas e Montante. Daí para frente, os
cálculos financeiros tornaram-se mais jutos e exatos, mas é preciso
conhecê-los, se possível muito bem.

Taxa de Juros e Juro

 Taxa de Juros é o índice que determina a remuneração do capital, ou seja, o


preço do “aluguel” do dinheiro num determinado período de tempo (dias,
meses, ano).

 É a porcentagem aplicada ao capital inicial que resulta no montante de juros


(i).

 Juros é o valor expresso em dinheiro (em reais, por exemplo) referente a


determinado capital e para determinado período.

 Pode ser definido como a remuneração do capital, ou seja, o valor pago


pelos devedores aos emprestadores em troca do uso do dinheiro.

 Ao fazer uma aplicação financeira, o montante final (Cn) resgatado após n


períodos deve ser igual ao capital inicial (C0) aplicado mais os juros (J)
ganhos na operação logo, podemos escrever:

Montante final = Capital inicial + J


Ou: Cn = C0 + J
Portanto: J= Cn – C0

Cursos - Assban DF 56
Noções Básicas de Matemática Financeira

Capital (C ou VP)

 Capital: valor aplicado por meio de alguma operação financeira. Também


conhecido como principal, valor atual, valor presente ou valor aplicado. Em
geral, o capital costuma ser representado por C0.
 Número de períodos: tempo, prazo ou período em determinado=a unidade
de tempo (dias, meses, anos, etc.) em que o capital é aplicado. Em geral o
número de períodos costuma ser simbolizado por n.

Juro é a remuneração do Capital empregado.


Para o investidor: é a remuneração do investimento.
Para o Tomador: é o custo do capital obtido por empréstimo.

 Podemos dizer, também, que o juro é a remuneração pelo uso do dinheiro.


 A grandeza do juro é definida por um coeficiente denominado TAXA. Esta se
expressa de duas formas:

a) Unitária, que apresenta o juro da unidade de capital, num período determinado,


tomado como unidade de tempo. Assim, se o juro de $ 1.000,00 em um ano é $
50, diz-se que a taxa anual de juro é: 0,05. A taxa unitária de juro é representada
por: i

b) A percentual representa o juro de 100 unidades de capital no período tomado como


unidade de tempo. Portanto, se $ 100,00 produzem $ 5,00 de juro, em um ano, diz-
se que a taxa anual de juro é cinco por cento e escreve-se 5% a.a.

 Assim, por exemplo, dada uma taxa percentual de 45% a.a., obtemos sua
equivalente forma unitária, fazendo 45% = 45/100.

O resultado dessa divisão expressa a taxa unitária: 0,45 a.a.

Cursos - Assban DF 57
Noções Básicas de Matemática Financeira

Juros Simples
No regime de juros simples, o fato gerador dos juros sempre é o valor do
principal em função do tempo de aplicação, jamais se incorporando ao capital
para efeito de cálculo dos juros relativos ao período subsequente.
É elucidativo lembrar que, no cálculo dos juros simples, temos, ainda, juros
exatos e juros ordinários.
Juros exatos – quando se emprega no cômputo do tempo, o número de dias do
calendário civil (ano = 365 ou 366 dias, mês 28, 29, 30 e 31 dias, conforme o
caso).
Juros Ordinários – em que o tempo, por convenção, é mensurado segundo o
calendário comercial (ano = 360 dias; mês = 30 dias).
Fórmulas
São as seguintes as fórmulas empregadas no cálculo dos fatores envolvidos nos
juros simples:

 Exemplo: Vamos supor agora que você pegue um empréstimo de R$


4.000 que será pago em cinco meses com uma taxa de juros de 4% ao
mês. Qual será o valor pago no final?

M=C*1+i*t
M = 4.000 * 1 + 0,04 * 5
M = 4.000 * 1 + 0,2
M = 4.000 * 1,2
M = 4.800
J = 4.800 – 4.000
J = 800.

Cursos - Assban DF 58
Noções Básicas de Matemática Financeira

Uma aplicação de $ 50.000,00 à taxa de 5% a.a. (0,05% a.a.), ao final de 3 anos,


no regime de juros simples, rende:

Tempo (n Capital (C) Taxa (i) Juros (j) Juros


acumulados

1 50.000 0,05 2.500 2.500


2 50.000 0,05 2.500 5.000
3 50.000 0,05 2.500 7.500

No final do 3º ano, o capital de R$ 50.000 renderia juros de $ 7.500, que podem


ser calculados pela fórmula:
j = C.i.n ou
j = 50.000 x 0,05 x 3 = R$ 7.500

Montante
É o capital inicial acrescido dos juros por ele produzidos ao final do prazo
estabelecido:
A fórmula para calculá-lo é: M = C (1+i.n)
Exemplo:
O montante de um capital de $ 10.000 em 6 meses, à taxa de 5% a.m. (0,05
a.m.) no regime de juros simples, será:
M = C (1+in)
M = 10.000 (1 + 0,05 x 6)
M = $ 13.000

Cursos - Assban DF 59
Noções Básicas de Matemática Financeira

Exemplos:

Calcule os juros de R$ 10.000,00 aplicados a 30% a.a., de 15 de maio a 15 de


agosto do mesmo ano, considerando:

a) Juros exatos (je)


b) Juros comerciais (jc).
c) Juros bancários (jb).

0,30 0,30 0,30


J e = 10.000 * * 92 J c = 10.000 * * 90 J b = 10.000 * * 92
365 360 360
J e = 756,16 J c = 750,00 J b = 766,67

Pode-se recorrer também a uma calculadora financeira HP


12C:

TECLAS VISOR
15.052005 ENTER 15,052005

15.082005 g 92,000000

92 n 92,000000

30 i 30,00000

10000 CHS PV f INT 766,67 (Jb)

R X<>Y 756,16 (Je)

90 n f INT 750,00 (Jc)

Cursos - Assban DF 60
Noções Básicas de Matemática Financeira

Capitalização composta

 A capitalização composta ocorre quando se utiliza o sistema de juros


compostos na apuração da rentabilidade de um investimento ou do encargo
de um empréstimo.
 Neste sistema, os juros são adicionados ao principal no fim de cada período,
formando o montante que será tomado como o principal para o período
seguinte.
 A capitalização pode ainda ser “contínua” ou “descontínua”. Capitalização
contínua é um regime de capitalização no qual os rendimentos são
calculados continuamente no tempo. Ou seja, o capital cresce linearmente
com o tempo.
 A capitalização descontínua é o regime de capitalização que, por
convenção, considera que o juro só é formado no fim de cada período de
tempo a que se refere a taxa.
 Se a taxa de juros é de 10% a.m., por exemplo, considera-se que o juro não
é formado a cada dia ou semana, mas apenas no fim de cada período
mensal. Este é o caso do cálculo dos juros da caderneta de poupança.
 Na capitalização descontínua, temos dois regimes de capitalização: o regime
de juros simples e o de juros compostos. Como já estudamos o regime de
juros simples, vamos abordar apenas o regime de juros compostos.

Cursos - Assban DF 61
Noções Básicas de Matemática Financeira

Juros compostos

Atenção:
 A unidade de tempo utilizada para o período (n) deve ser a mesma da taxa de juros (i).

Exemplo

Qual o montante produzido por um capital de R$ 300.000,00 aplicado durante


um ano, à taxa de 7,5% a.m., de juros compostos?

M = 300.000(1+,075)12
M = 714.533,88

Função financeira

TECLAS VISOR
f CLX 0,00

300000 CHS PV -300.000,00

7,5 i 7,5

12 n FV 714.533,88

Cursos - Assban DF 62
Noções Básicas de Matemática Financeira

Função matemática

TECLAS VISOR
f CLX 0,00

300000 ENTER 300.000,00

7,5 ENTER 7,5

100 ÷ 0,075

1 + 1.075

12 YX x 714.533,88

Fator de capitalização
A expressão algébrica (1 + i / 100)n é chamada de fator de capitalização,
pois ao multiplicar seu resultado pelo capital obtém-se o montante.
Exemplo:
Para um capital de R$ 10.000,00 aplicado à taxa de 10% a.a., com juros
compostos, por 2 anos:

n Capital Juros Juros acumulados Montante

0 10.000,00 0 0 10.000,00

1 10.000,00 1.000,00 1.000,00 11.000,00

2 11.000,00 1.100,00 2.100,00 12.100,00

Cursos - Assban DF 63
Noções Básicas de Matemática Financeira

Aplicando a fórmula:
M = 10.000,00 x ( 1 + 10 / 100) 2 = 12.100,00
Como J = M – C => j = 12.100,00 – 10.000,00
j = 2.100,00

Da fórmula básica, deduzimos as demais fórmulas:

Capital Taxa Tempo


M
C = _____________ n n = logM - logC
i n i= M -- 1 log (1 + i)
1+ ___ C
100

 Compare, no exemplo a seguir, a rentabilidade de R$ 100,00 investidos hoje, mantida


a aplicação no período de 10 anos ou 120 meses, à taxa de 1,5% ao mês nas
modalidades de juros simples e juros compostos:

Tipo de juros Capital Juros Montante

Simples 100,00 180,00 280,00

Compostos 100,00 496,93 596,93

Cursos - Assban DF 64
Noções Básicas de Matemática Financeira

Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real


Taxa Nominal
 É a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa
visível aos participantes de uma transação, por exemplo, de um CDB
cotado a 13% ao ano.
 A inflação está inserida nessa cotação e não reflete, portanto, o ganho
real do investidor no investimento.
Taxa Real
 É a taxa nominal descontada a inflação do período. Ela será positiva
quando a taxa nominal for maior do que a inflação no mesmo período e
será negativa quando a taxa nominal for menor do que a inflação no
mesmo período.

Capitalização Simples versus Capitalização Composta

Cursos - Assban DF 65
Noções Básicas de Matemática Financeira

Taxa de Juros Equivalente e Taxa de Juros Proporcional

 Muitas vezes a taxa de juros é expressa ao ano, mas a transação é por um


prazo menor e temos de achar a taxa correspondente ao período da
operação.
 Duas taxas são PROPORCIONAIS quando, considerados o mesmo
prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de
capitalização SIMPLES de juros.
 Duas taxas são EQUIVALENTES quando, considerados o mesmo prazo
e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de
capitalização COMPOSTA de juros.

➢ Capitalização Simples – as taxas são proporcionais.


➢ Capitalização Composta – as taxas são equivalentes.

Cursos - Assban DF 66
Matemática Financeira
Prestações – Anuidades e Amortizações

Anuidades e amortizações – Fluxo de Caixa

 Chama-se fluxo de caixa à sucessão de pagamento e/ou recebimentos


(termos do fluxo) prevista, período a período, associada a uma anuidade ou
amortização (anuidade, neste caso, é termo técnico não correspondendo,
necessariamente, ao período de um ano.
 Quando a série de entradas e saídas de caixa se destina a constituir um
capital, denomina-se anuidade; se destinada ao pagamento de uma dívida,
toma o nome de amortização.
 Em Matemática Financeira, essa sucessão de eventos é objeto de
classificação bastante ampla. Para atender à finalidade prática do nosso
curso, os fluxos de caixa aqui abordados terão as seguintes características:
1. Intervalos de tempo uniformes.
2. Número finito de termos.
3. Valores variáveis ou constantes (séries uniformes) dos termos que
compõem o fluxo.

 Para facilitar a visualização dos problemas de natureza financeira utilizamos


a representação gráfica chamada “diagrama de tempo” ou “diagrama do
fluxo de caixa”, no formato a seguir:

Cursos - Assban DF 67
Matemática Financeira

 A anuidade ou amortização podem ser: postecipada ou antecipada, conforme o


desembolso ou reembolso ocorram no final ou no início de cada período.
 Uma coisa muito comum na vida de todos nós são as prestações. Denomina-se
prestação a cada termo de uma série de pagamentos ou recebimentos. Nas séries
uniformes, podemos calcular o valor da prestação de uma anuidade ou de uma
amortização.
Custo de um Empréstimo
 É comum, nos empréstimos feitos na prática sejam cobrados o IOF, aval,
comissões. Além disto, operações de repasse de empréstimos externos podem
envolver custo adicional de impostos de renda para a remessa de juros para o
exterior.
 Estes encargos adicionais aumentam a taxa de juros real tornando-se
indispensável seu cálculo para possíveis as comparações.
 O cálculo da taxa de juros real é feito utilizando-se o conceito de Taxa de Retorno.

Exemplo
Um banco faz um empréstimo pessoal de $ 1.000,00 que deve ser devolvido em 5
prestações mensais iguais de R$ 221,48. Sabendo-se que o banco cobra IOF de 0,2%
a.m sobre as prestações, antecipadamente, calcular a taxa de juros real de empréstimo.
Resolução:
Se o banco cobra 0,2% a.m. antecipadamente e sobre as prestações, em 5 meses
teremos um IOF de 1%. Portanto, a quantia líquida recebida no ato é de:
P = 1.000 – (221,48 x 5 x 0,01)
P = 1.000 – 11,07 = 988,93
Sendo: P = R. an¬i

Temos: 988,93 = 4,465098


221,48
Calculando ou procurando em uma tabela obtemos: 3,90% a.m.

Cursos - Assban DF 68
Módulo III
Produtos e Serviços

69
Definição de Empréstimo e
Financiamento
 O empréstimo bancário é um contrato entre o cliente e a instituição
financeira pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao
banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Os recursos
obtidos no empréstimo não têm destinação específica.
 O financiamento é também um contrato entre o cliente e a instituição
financeira, mas com destinação específica, como, por exemplo, a aquisição
de veículo ou de bem imóvel.
 Os bancos não são obrigados a conceder empréstimo ou financiamento.
Cada instituição financeira pode estabelecer critérios próprios para a
concessão.
 Os Empréstimos e financiamentos podem ser quitados antecipadamente.
As normas do Conselho Monetário Nacional garantem ao cliente o direito à
liquidação antecipada com redução proporcional dos juros. As instituições
financeiras devem informar as condições para essa antecipação.
 Não existe limite para as taxas de juros cobradas pelas instituições
financeiras. As taxas de juros são aquelas praticadas no mercado, variando
de instituição para instituição.

Custo Efetivo Total (CET)


 O CET representa o custo total de uma operação de empréstimo ou de
financiamento e deve ser informado ao cliente pela instituição financeira.
 O CET deve ser informado antes da contratação de operações e também
em qualquer outro momento, a pedido do cliente.
 O CET também deve constar dos informes publicitários das instituições
quando forem veiculadas ofertas específicas (com divulgação da taxa de
juros cobrada, do valor das prestações, etc).

Cursos - Assban DF 70
CET – Custo Efetivo Total
Cálculo da CET
 O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos
os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não
apenas a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras
despesas cobradas do cliente.
Por exemplo: Suponha um financiamento nas seguintes condições:
 Valor Financiado - R$ 1.000,00
 Taxa de juros - 12% ao ano ou 0,95% ao mês
 Prazo da operação - 5 meses
 Prestação mensal - R$ 205,73

 Além desses dados, considere também a hipótese de pagamento à vista (sem


inclusão no valor financiado), dos seguintes valores:
 Tarifa confecção de cadastro para início de relacionamento: R$ 50,00 e
 IOF: R$ 10,00
 De acordo com a fórmula da Resolução CMN 3.517, de 2007,

 o FC0 (valor do crédito concedido) e o FCj (valores cobrados pela instituição),


seriam os seguintes:
 FC0= R$ 940,00
 FCj = R$ 205,73
 Considerando as prestações pagas a períodos fixos, e utilizando as fórmulas de
matemática financeira (por meio de uma planilha de cálculo eletrônica ou
calculadora científica), o cálculo do CET ficaria assim:
 CET = 43,93% ao ano ou 3,08% ao mês.

Qual a utilidade do CET?


 Conhecendo previamente o custo total da operação de crédito, fica mais fácil para
o cliente comparar as diferentes ofertas de crédito feitas pelas instituições do
mercado, o que gera maior concorrência entre essas instituições.

Cursos - Assban DF 71
CET – Custo Efetivo Total

Anexo à Resolução n° 3.517 ,de 6 de dezembro de 2007


Fórmula para Cálculo do CET

onde:

 FC0 = valor do crédito concedido, deduzido, se for o caso, das despesas e


tarifas pagas antecipadamente

 FCj = valores cobrados pela instituição, periódicos ou não, incluindo as


amortizações, juros, prêmio de seguro e tarifa de cadastro ou de renovação
de cadastro, quando for o caso, bem como qualquer outro custo ou encargo
cobrado em decorrência da operação;

 j = j-ésimo intervalo existente entre a data do pagamento dos valores


periódicos e a data do desembolso inicial, expresso em dias corridos;

 N = prazo do contrato, expresso em dias corridos;

 dj = data do pagamento dos valores cobrados, periódicos ou não (FCj);

 d0= data da liberação do crédito pela instituição (FC0).

 Na hipótese de utilização de planilha de cálculo eletrônica para o cálculo do


CET, deve ser informada a função financeira utilizada.

Cursos - Assban DF 72
Tarifas
 Os bancos não são livres para cobrar qualquer tarifa. Desde 30 de abril de
2008, quando entrou em vigor nova regulamentação editada pelo Conselho
Monetário Nacional e pelo Bacen (Resolução CMN 3.518, de 2007), houve
alteração no disciplinamento das cobranças de tarifas pelas instituições
financeiras.
 A regulamentação atualmente em vigor (Resolução CMN 3.919, de 2010)
classifica em quatro modalidades os tipos de serviços prestados às pessoas
físicas pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a
funcionar pelo Banco Central:
A. Serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados;
B. Serviços prioritários: aqueles relacionados a contas de depósitos,
transferências de recursos, operações de crédito e de arrendamento
mercantil, cartão de crédito básico, cadastro e operações de câmbio manual.
C. Serviços especiais: aqueles cuja legislação e regulamentação específicas
definem as tarifas e as condições em que aplicáveis, a exemplo dos serviços
referentes ao crédito rural, ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH), ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), ao Fundo PIS/PASEP, às
chamadas “conta-salário”, bem como às operações de microcrédito.
D. Serviços diferenciados: aqueles que podem ser cobrados desde que
explicitadas ao cliente ou ao usuário as condições de utilização e de
pagamento.
 Não se pode cobrar pelos seguintes serviços essenciais prestados a
pessoas físicas:
 I - conta de depósitos à vista:
a) fornecimento de cartão com função débito;
b) fornecimento de segunda via do cartão referido na alínea "a", exceto
nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista
decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não
imputáveis à instituição emitente;

Cursos - Assban DF 73
Tarifas
c) realização de até quatro saques, por mês;
d) realização de até duas transferências de recursos entre contas na
própria instituição, por mês, em guichê de caixa, em terminal de
autoatendimento e/ou pela internet;
e) fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação
dos últimos trinta dias;
f) realização de consultas mediante utilização da internet;
g) fornecimento do extrato consolidado mensal.
h) compensação de cheques;
i) fornecimento de até dez folhas de cheques por mês,e
j) prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de
contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios
eletrônicos;
II - conta de depósitos de poupança:
a) fornecimento de cartão com função movimentação;
b) fornecimento de segunda via do cartão referido na alínea "a", exceto
nos casos de pedidos de reposição formulados pelo correntista,
decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não
imputáveis à instituição emitente;
c) realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em
terminal de autoatendimento;
d) realização de até duas transferências, por mês, para conta de
depósitos de mesma titularidade;
e) fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação
dos últimos trinta dias;
f) realização de consultas mediante utilização da internet;
g) fornecimento do extrato consolidado mensal; e
h) prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de
contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios
eletrônicos.

Cursos - Assban DF 74
Tarifas
 São consideradas meios eletrônicos as formas de atendimento eletrônico
automatizado sem intervenção humana, tais como os terminais de
autoatendimento, a internet e o atendimento telefônico automatizado,
observado que:
I - A utilização dos canais de atendimento presencial ou pessoal, bem como
dos correspondentes no País, por opção do correntista, estando disponíveis
os meios eletrônicos, pode acarretar a cobrança das tarifas.
II - Este atendimento não sujeita o cliente ao pagamento de tarifas, se não for
possível a prestação dos serviços por meios eletrônicos ou se estes não
estiverem disponíveis.
 A regulamentação estabelece também que a realização de saques em
terminais de autoatendimento em intervalo de até trinta minutos é
considerada como um único evento.
 Além dos serviços essenciais, também não pode ser cobrada tarifa por
liquidação antecipada em operações de crédito e de arrendamento mercantil
financeiro pactuadas com pessoas físicas e com microempresas e
empresas de pequeno porte.
Serviços prioritários
 São exemplos de serviços prioritários: o fornecimento de 2ª via de cartão
nos casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos
não imputáveis à instituição emitente; exclusão do Cadastro de Emitentes
de Cheques sem Fundos (CCF); emissão de cheque administrativo.

Serviços Diferenciados
 São exemplos de serviços diferenciados: o aditamento de contratos; aval e
fiança; câmbio; envio de mensagem automática relativa à movimentação ou
lançamento em conta de depósitos ou de cartão de crédito; fornecimento de
atestados, certificados e declarações.

Cursos - Assban DF 75
Tarifas
Serviços Diferenciados (continuação)
 Também não pode haver cobrança pelo fornecimento de atestados,
certificados e declarações nas situações em que o fornecimento é
obrigatório por determinação legal ou regulamentar.
Disposições Gerais
 O aumento do valor de tarifa existente ou a instituição de nova tarifa
aplicável a pessoas físicas deve ser divulgado com, no mínimo, trinta dias de
antecedência à cobrança.
 Os preços dos serviços prioritários e o valor do pacote padronizado
obrigatório somente podem ser majorados após 180 dias de sua última
alteração, admitindo-se a sua redução a qualquer tempo. Esse prazo aplica-
se individualmente a cada tarifa.
Tarifas de Cartão de Crédito
 Os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços
de cartão de crédito (anuidade, emissão de segunda via do cartão, tarifa
para uso na função saque, para uso do cartão no pagamento de contas e no
pedido de avaliação emergencial do limite de crédito).
Pacotes de Serviços
 É obrigatória a disponibilização de pacote padronizado de serviços
prioritários para pessoas físicas (Resolução CMN 3.919, de 2010).
 O valor cobrado mensalmente pelo pacote padronizado de serviços não
pode exceder o somatório do valor das tarifas individuais que o compõem.
 Adicionalmente, as instituições podem oferecer pacotes específicos de
serviços contendo serviços prioritários, especiais e/ou diferenciados, não
podendo incluir os serviços cuja cobrança é proibida, bem como serviços
vinculados a cartão de crédito.

Cursos - Assban DF 76
Tarifas
Os Pacotes de Serviços

 A contratação de pacotes de serviços deve ser realizada mediante contrato


específico.
 O cliente tem, também, o direito de optar pelo pacote padronizado, ou pela
utilização e pagamento somente por serviços individualizados.
 As instituições devem divulgar as tarifas que cobram. , estando obrigadas a
divulgar, em local e formato visível ao público, nas suas dependências e nas
respectivas páginas na internet:
A. tabela com os serviços essenciais (os que não podem ser cobrados);
B. tabela com os serviços prioritários;
C. tabela contendo informações sobre o pacote padronizado;
D. tabelas de demais serviços prestados pela instituição, inclusive pacotes de
serviços;
E. esclarecimento de que os valores das tarifas foram estabelecidos pela
própria instituição;
F. outras informações estabelecidas pela regulamentação em vigor.

 É obrigatória a divulgação no recinto dos correspondentes no País, além


dessas tabelas, das tarifas relativas aos serviços prestados por meio do
correspondente.

 Na divulgação de pacotes de serviços, devem ser informados, no mínimo:


I - o valor individual de cada serviço incluído;
II - o total de eventos admitidos por serviço incluído; e
III - o preço estabelecido para o pacote.

Cursos - Assban DF 77
Empréstimo Pessoal Consignado
 É uma modalidade de empréstimo em que o desconto da prestação é feito
diretamente na folha de pagamento ou de benefício previdenciário do
contratante. A consignação em folha de pagamento ou de benefício depende
de autorização prévia e expressa do cliente para a instituição financeira.
Disciplinamento da concessão de empréstimos consignados
 No único normativo editado pelo Banco Central (Circular 3.522) é vedado às
instituições financeiras a celebração de convênios, contratos ou acordos que
impeçam o acesso de clientes a operações de crédito ofertadas por outras
instituições.
Aposentados e pensionistas
 É vedada a contratação de empréstimos por telefone e também a cobrança
da Taxa de Abertura de Crédito (TAC) ou qualquer outra taxa ou impostos.
 O beneficiário não está obrigado a obter empréstimo no banco em que
recebe o pagamento, podendo optar pela IFcom menor taxa de juros.
 Também para evitar irregularidades, não é possível para os bancos fazer
operações com beneficiários de outros estados: os empréstimos deverão
obrigatoriamente ser contratados no estado em que o aposentado ou
pensionista reside e recebe o benefício.

Cuidados que devem ser tomados.


 Não se deve nunca fornecer o cartão magnético ou senha do banco a
terceiros.
 Não é prudente contratar empréstimos sem pesquisar as taxas de juros e
condições oferecidas por outras instituições.
 É fundamental saber se a instituição financeira está autorizada a funcionar
pelo Bacen e, no caso dos empréstimos consignados para aposentados e
pensionistas do INSS, se a instituição está conveniada com o INSS.

Cursos - Assban DF 78
Empréstimo Pessoal Consignado
Cuidados que devem ser tomados.
 Não se deve aceitar a intermediação de pessoas com promessas de
acelerar o crédito.
 O interessado em contratar um empréstimo consignado deve lembrar que
esse tipo de operação representa dívidas que poderão afetar a
administração da renda pessoal e familiar futura, em razão do
comprometimento mensal dos benefícios com o pagamento do empréstimo.
 O cartão de crédito consignado é equiparado às demais operações de
consignado.
 A norma quanto ao pagamento mínimo de faturas de cartão de crédito não
será aplicada aos cartões de crédito consignado, que já têm regras próprias
estabelecendo limite de crédito e percentual mínimo de pagamento,
contribuindo para a redução do risco de endividamento excessivo do
consumidor.
 Tais percentuais são definidos em função da renda do usuário e de acordo
com os convênios firmados entre as instituições financeiras e as entidades
consignantes – responsáveis pelo pagamento de proventos, benefícios,
pensões ou aposentadorias.

Cursos - Assban DF 79
Refinanciamento
Refinanciamento

 É uma modalidade de empréstimo que pode ser utilizada para cobrir


necessidades imediatas de dinheiro sem precisar se desfazer de um
bem.
 Várias financeiras e bancos oferecem opções de refinanciamento. O
refinanciamento mais comum é o refinanciamento de veículos.
 Para refinanciar um bem é necessário ter a posse do mesmo, ele não
pode estar alienado ou servindo de garantia para outro financiamento.
 No refinanciamento de veículos, consegue-se até 70% do valor do bem
em dinheiro vivo, sendo que esse valor deve ser pago de 12 a 48
parcelas fixas com taxas de juros pré-fixadas e pós-fixadas.
 O refinanciamento é extremamente útil quando oferece a possibilidade
de troca de uma dívida no cartão de crédito ou no cheque especial,
com altíssimas taxas de juros. Consegue-se taxas de 2% a.m. no
refinanciamento, enquanto o rotativo do cartão de crédito pode chegar
a incríveis 15%.

Cursos - Assban DF 80
Leasing (Arrendamento Mercantil)
O que é leasing?
 É uma operação na qual uma pessoa física ou jurídica (arrendatário),
necessitando de determinado bem para uso em sua atividade produtiva,
transaciona com uma empresa de arrendamento mercantil (arrendadora),
que o adquire para arrendá-lo à interessada.
 Fazer uma operação de arrendamento mercantil é tão simples quanto
contratar um financiamento. O cliente escolhe o equipamento e o fornecedor
que melhor satisfaça as necessidades de sua empresa e realiza o negócio
através da empresa de “leasing” que efetuará o pagamento do bem.
 Após a assinatura do contrato de arrendamento mercantil, a empresa de
“leasing” efetuará a compra do equipamento e mandará o fornecedor
entregar o bem no local indicado pelo cliente.
 O arrendamento é uma modalidade de financiamento bastante versátil, pois
permite ao arrendatário determinar a forma de pagamento das
contraprestações que melhor corresponda a seu fluxo de caixa.

Fundamentos Básicos
 No processo produtivo o importante é o uso econômico do bem e não a sua
propriedade.
 A simples propriedade de um bem não gera riqueza.
 Elevadas imobilizações não significam grande produtividade e rentabilidade.
 A imobilização diminui o capital de giro próprio.
 O próprio vem arrendado deve gerar recursos suficientes para pagamento
das contraprestações e incremento no giro do negócio

Cursos - Assban DF 81
Leasing (Arrendamento Mercantil)
Modalidades de Arrendamento Mercantil
 As contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos
pelo arrendatário, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora
recupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação
e, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos;
 As despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à
operacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da
arrendatário;
 O preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado,
podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.
 Tais operações são privativas dos bancos múltiplos com carteira de
arrendamento mercantil e das sociedades de arrendamento mercantil.
Prazos
 Os prazos mínimos das operações de arrendamento são definidos por lei de
acordo com a vida útil do bem, para efeitos fiscais (período de depreciação),
não devendo ser confundido com sua durabilidade.
I. 24 meses: bens com vida útil igual ou inferior a 5 anos.
II. 36 meses: bens com vida útil acima de 5 anos.
III. No caso de arrendamento Mercantil Operacional: 90 dias.

Quitação antes do Prazo


 É possível. Caso a quitação seja realizada após os prazos mínimos previstos
na legislação e regulamentação o contrato não perde as características de
arrendamento mercantil. Entretanto, caso realizada antes dos prazos
mínimos estipulados, o contrato passa a ser classificado como de compra e
venda a prazo. Nesse caso, as partes devem arcar com as consequências
legais e contratuais que essa descaracterização pode acarretar.
Cursos - Assban DF 82
Leasing (Arrendamento Mercantil)
Valor “Financiado”
 Cobre 100% do valor do bem, além de despesas com instalação e início de
funcionamento do bem, tais como:
 Transporte e seguro de transportes
 Despesas com a instalação do bem
 Impostos relativos à aquisição do bem.
Contraprestação
 Cumprimento de obrigação por uma das partes em correspondência às de
outra, nos contratos bilaterais. Assim, no caso do leasing a contraprestação
é o valor devido periodicamente pela arrendatário, através do qual se
amortiza o valor original do bem mais os encargos financeiros.
 Os impostos inerentes ás operações de arrendamento são repassados à
arrendatário, embutidos ou não na taxa da operação.
Valor Residual Garantido
 É o percentual ou a importância previamente tratada entre as partes, para
que, no final do prazo contratual, a arrendatário possa exercer uma das
opções que lhe é facultada, ou seja, compra, devolução do bem ou
renovação contratual.
Garantias
 Deve ser solicitada ao arrendatário a apresentação de fiadores para prover o
contrato de garantias adequadas. Outras garantias adicionais poderão ser
solicitadas. O próprio bem não se constitui uma garantia do contrato, tendo
em vista que o mesmo é de propriedade da arrendadora.
 A qualquer momento, no caso de inadimplência, poderá ser retomado para
amortização da dívida, o que leva a arrendatário a manter em dia seus
pagamentos a fim de evitar a interrupção do uso do bem na atividade
produtiva.

Cursos - Assban DF 83
Leasing (Arrendamento Mercantil)
Registro do Contrato

 O registro do contrato é dispensável, a não ser quando o bem objeto do


arrendamento ou a natureza da garantia exijam registro.

Cláusulas Obrigatórias
I. Descrição dos bens
II. Prazo do arrendamento
III. Valor ou fórmula de cálculo, forma de pagamento das contraprestações e o
critério de reajuste
IV. Direito de o arrendatário, no vencimento do contrato (Devolução, Aquisição
ou Renovação).
V. Montante ou critério de fixação do valor base para a opção de compra.
VI. Despesas e encargos adicionais.
VII. Substituição do bem arrendado.
VIII. Definição de responsabilidades adicionais pelo uso do bem (uso indevido ou
impróprio, seguro para cobertura do bem; danos causados a terceiros; ônus
advindos de vícios dos bens arrendados.
IX. Faculdade de vistoria do bem e adoção de providências para preservação
deste.
X. Obrigações da arrendatário nas hipóteses de inadimplemento, destruição,
perecimento ou desaparecimento do bem arrendado.
XI. Faculdade de transferir a terceiros no País os seus direitos e obrigações
decorrentes do contrato.

Cursos - Assban DF 84
Leasing (Arrendamento Mercantil)
Argumentos Negociais

 Financiamento total do bem.


 Longo Prazo do Financiamento.
 Dedutibilidade das contraprestações (podem ser contabilizadas como
despesa operacional; logo, o lucro tributável e o IR devido poderão ser
reduzidos).
 Não compromete o capital de giro (sem necessidade de imobilização do
bem)
 Mantém intactos os índices financeiros da empresa (não altera a capacidade
da arrendatário de obter créditos, já que a operação de “leasing” não é
registrada como obrigação no passivo exigível).

IOF

 O IOF não incide nas operações de leasing. O imposto que será pago no
contrato é o Imposto Sobre Serviços (ISS).

Despesas adicionais

 Despesas tais como seguro, manutenção, registro de contrato, ISS e demais


encargos que incidam sobre os bens arrendados são de responsabilidade do
arrendatário ou do arrendador, dependendo do que for pactuado no contrato
de arrendamento.

Cursos - Assban DF 85
Liquidação Antecipada
Liquidação Antecipada

 A liquidação antecipada pode ser feita com a utilização de recursos próprios


ou por transferência de recursos a partir de outro banco.
 Clientes que tenham tomado empréstimos de bancos podem solicitar a
liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, com redução
proporcional dos juros. O banco deve conceder desconto pela antecipação
do pagamento, de acordo com o prazo de antecipação das parcelas.

 A liquidação antecipada com redução proporcional dos juros não se


aplica a consórcios.
 Consórcios são uma forma de aquisição de bens e serviços sem pagamento
de juros (exceto juros moratórios, no caso de prestações em atraso). Assim,
não é possível a redução proporcional de juros, pois não há juros em
operações de consórcios.
 A liquidação antecipada, com quitação total do saldo devedor, é possível
apenas para o consorciado contemplado que tenha utilizado o crédito. As
condições para a antecipação têm que estar definidas no contrato. Nesse
caso, o consorciado encerra sua participação no grupo, com a consequente
liberação das garantias oferecidas, se for o caso.
 O contrato também pode prever a possibilidade de antecipação do
pagamento por consorciado não contemplado. A antecipação pode ser
válida para o pagamento de todas ou de parte das parcelas a vencer. Nesse
caso, o consorciado não encerra sua participação no grupo e permanece
sujeito ao pagamento de eventuais diferenças de prestações.

Cursos - Assban DF 86
Liquidação Antecipada
 A dívida pode ser quitada com recursos transferidos por outra
instituição. As instituições financeiras e as sociedades de arrendamento
mercantil devem garantir a quitação antecipada de contratos de operações
de crédito e de arrendamento mercantil, mediante o recebimento de
recursos transferidos por outra instituição da mesma espécie da instituição
com a qual foi contratada a dívida original.
 A instituição que originalmente realizou a operação de crédito ou de
arrendamento mercantil recebe recursos suficientes da nova instituição para
garantir a quitação antecipada do contrato.
 Os custos dessa operação de transferência de recursos não podem ser
repassados ao cliente, nem sob a forma de tarifa. Entretanto, para
operações contratadas antes de 10.12.2007, pode ser cobrada tarifa pela
liquidação antecipada, se estiver regularmente estabelecida em contrato.
 No caso dos contratos firmados a partir de 10.12.2007, o valor presente dos
pagamentos previstos para fins de amortização ou de liquidação antecipada
da operação deve ser calculado nos termos da Resolução CMN 3516/07.
 Saiba mais sobre a transferência de recursos para quitação de dívidas
consultando a Resolução CMN 3401/06, alterada pela 3.516/07.
 No caso de transferência de operação de crédito ou de arrendamento
mercantil de uma instituição para outra, é necessário que o cliente verifique
bem quais são as condições do novo contrato, com relação a número de
prestações, taxas de juros, tarifas, para que essa transferência lhe seja
realmente vantajosa.
 Para saber o valor do saldo devedor na data da liquidação antecipada:
A instituição que originalmente realizou a operação de crédito ou de
arrendamento mercantil deve obrigatoriamente informar ao cliente, sempre
que lhe for solicitado, o valor do saldo devedor para quitação antecipada.

Cursos - Assban DF 87
Liquidação Antecipada
 A instituição também deve prestar os esclarecimentos solicitados pelo
cliente e fornecer-lhe planilha de cálculo que possibilite, de forma simples e
clara, a conferência da evolução da dívida, de acordo com as regras
previstas no contrato assinado entre as partes.
 Também é obrigação da instituição fornecer ao cliente, quando da
formalização da operação, assim como mediante solicitação posterior, cópia
do contrato firmado entre as partes.
 No caso dos contratos firmados a partir de 10.12.2007, o valor presente dos
pagamentos previstos para fins de amortização ou de liquidação antecipada
da operação deve ser calculado nos termos da Resolução 3.516/07.
 As condições de concessão do novo crédito para amortizar ou quitar a
operação original não são negociadas entre as duas instituições.
 As condições da nova operação devem ser negociadas entre o próprio
cliente e a instituição que lhe concederá o novo crédito, a qual efetivará a
transferência para a amortização ou quitação.
 Entretanto, a transferência dos recursos para a instituição originalmente
credora será feita direta e exclusivamente pela instituição com a qual o novo
contrato será firmado.
 Não podem ser cobradas tarifas para a transferência de operações de
crédito ou de arrendamento mercantil de uma instituição para outra.
 É vedada a cobrança de tarifas relativas aos custos da transferência de
recursos de uma instituição para outra, para fins de quitação antecipada de
contratos de operações de crédito e de arrendamento mercantil.

Cursos - Assban DF 88
Módulo IV
Ética nos Negócios

89
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 Ética, palavra de origem latina “ethìca = moral natural, parte da filosofia que
estuda a moral” (Houaiss, 2001) é coisa de que todo mundo entende o
sentido, mas não sabe bem explicar quando perguntado.

 É citada em todos os campos da atividade humana, por habilitar um


conjunto de normas que determinam o comportamento dos indivíduos na
sociedade, por não ser fácil estabelecerem-se critérios absolutos e
imutáveis no tempo e no espaço. Afinal, muitas ações anos atrás
condenadas hoje são aceitas. Com certeza, a ética do século XX será
inadequada à plena sobrevivência no século XXI.

 Mesmo sendo flexível, a ética é alicerçada em preceitos subjetivos que


visam à prática do bem e de condutas pessoal e social convenientes.
Determina o que se usa para certo ou errado, para o lícito ou o ilícito.
Curiosamente, ao mesmo tempo em que a maioria da humanidade se
compromete com a ética, muitos são os que a infringem, comportam-se de
modo inadequado, apesar de contrariarem valores essenciais.

 Corrupção, por exemplo, não é problema de salário ou dinheiro. É uma


questão de caráter e de princípios. Não se pode abrigar sob o manto da
necessidade financeira a prática de transgressões.

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de


tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da
honra, a ter vergonha de ser honesto.”
Rui Barbosa (1914)

Cursos - Assban DF 90
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

A Ética no Mercado Financeiro

 Ações antiéticas podem ser fatais para uma


instituição financeira. Além do impacto nas
finanças, sua ocorrência afeta a credibilidade
da organização. É fundamental agir com ética
tanto na maneira de trabalhar como na de se
relacionar dentro e fora da empresa.
 Na prática, a vida pessoal e a profissional são
indissociáveis. A conduta atinge não apenas o
comportamento das pessoas, transfere-se
também para entidades, instituições,
empresas.
 No tocante a empresas, a ampliação das
fronteiras comerciais tem exigido, até por
questão de sobrevivência, mudanças
expressivas nos relacionamentos junto a
concorrentes, fornecedores, distribuidores,
clientes e órgãos reguladores.
 Se o aumento da competitividade exige o
necessário atendimento de resultados, por
outro lado requer cada vez mais uma postura
idônea de indivíduos e organizações. A
empresa será considerada ética se cumprir
todos os compromissos de maneira correta, se
agir de forma honesta com aqueles com quem
tem algum tipo de relacionamento.

Cursos - Assban DF 91
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

Código de Defesa do Consumidor

 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza


produto ou serviço como destinatário final. Equipara-se a consumidor
a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.

 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,


nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.

 Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

 Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo


mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

Cursos - Assban DF 92
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

São direitos básicos do consumidor:


 a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou
nocivos;
 a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas
contratações;
 a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade
e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
 a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais
coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou
impostas no fornecimento de produtos e serviços;
 a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as
tornem excessivamente onerosas;
 a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
 o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
 facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias
de experiências;
 a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
 Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela
reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
Cursos - Assban DF 93
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

Das Práticas Comerciais


Da Oferta

 Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer


forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o
contrato que vier a ser celebrado.
 A oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de
validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
à saúde e segurança dos consumidores.
 Os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças
de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto.
Cessadas a produção ou importação, a oferta deverá ser mantida por período
razoável de tempo, na forma da lei.
 Em caso de oferta ou venda por telefone ou reembolso postal, deve constar o
nome do fabricante e endereço na embalagem, publicidade e em todos os
impressos utilizados na transação comercial.
 O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de
seus prepostos ou representantes autônomos.

Cursos - Assban DF 94
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta,


apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e
à sua livre escolha:

1. exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta,


apresentação ou publicidade;
2. aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente;
3. rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos.

Da Publicidade

 A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e


imediatamente, a identifique como tal. O fornecedor, na publicidade de
seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informação
dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que
dão sustentação à mensagem.
 É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
 É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de
caráter publicitário inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro
modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços.

Cursos - Assban DF 95
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 É abusiva, dentre outras, a publicidade discriminatória de qualquer


natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança,
desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o
consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança.
 Para os efeitos deste Código, a publicidade é enganosa por omissão
quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
 O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou
comunicação publicitária cabe a quem as patrocina.

Das Práticas Abusivas

É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços:

I condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento


de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos;
II recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida
de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;
III enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto ou fornecer qualquer serviço;
IV prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista
sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe
seus produtos ou serviços;
Cursos - Assban DF 96
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

V exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;


VI executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização
expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas
anteriores entre as partes;
VII repassar informação depreciativa referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
- Conmetro;
IX recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
X elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços;
XI aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido;
XII deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.

 Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao


consumidor,equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de
pagamento.

Cursos - Assban DF 97
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 O fornecedor de serviço será obrigado a entregar ao consumidor


orçamento prévio discriminando o valor da mão de obra, dos materiais
e equipamentos a serem empregados, as condições de pagamento,
bem como as datas de início e término dos serviços.
 Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá validade pelo prazo
de dez dias, contado de seu recebimento pelo consumidor. Uma vez
aprovado pelo consumidor, o orçamento obriga os contraentes e
somente pode ser alterado mediante livre negociação das partes.
 O consumidor não responde por quaisquer ônus ou acréscimos
decorrentes da contratação de serviços de terceiros não previstos no
orçamento prévio.
 No caso de fornecimento de produtos ou de serviços sujeitos ao regime
de controle ou de tabelamento de preços, os fornecedores deverão
respeitar os limites oficiais sob pena de, não o fazendo, responderem
pela restituição da quantia recebida em excesso, monetariamente
atualizada, podendo o consumidor exigir, à sua escolha, o
desfazimento do negócio, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Da Cobrança de Dívidas

 Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a


ridículo nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
ameaça. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo
hipótese de engano justificável.

Cursos - Assban DF 98
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores


 O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às
informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e
de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas
fontes.
 Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros,
verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter
informações negativas referentes a período superior a cinco anos.
 A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo
deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada
por ele.
 O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e
cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no
prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários
das informações incorretas.
 Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de
proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter
público.
 Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não
serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito,
quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao
crédito junto aos fornecedores.
 Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros
atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de
produtos e serviços, devendo divulgá-los pública e anualmente. A
divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.
 É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e
consulta por qualquer interessado.

Cursos - Assban DF 99
Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

Da Proteção Contratual

 Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os


consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento
prévio de seu conteúdo ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
 As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao
consumidor.
 As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e
pré- contratos relativos às relações de consumo vinculam o fornecedor,
ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e
parágrafos.
 O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de
sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que
a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou em domicílio.
 Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo,
os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de
reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados.
 A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante
termo escrito. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e
esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem
como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a
cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido
pelo fornecedor, no ato do fornecimento, acompanhado de manual de
instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com
ilustrações.

Cursos - Assban DF 100


Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

Das Cláusulas Abusivas

 São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao


fornecimento de produtos e serviços que:
 impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por
vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia
ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o
consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em
situações justificáveis;
 subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos
casos previstos neste Código;
 transfiram responsabilidades a terceiros;
 estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
boa-fé ou a equidade;
 estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
 determinem a utilização compulsória de arbitragem;
 imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo
consumidor;
 deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora
obrigando o consumidor;
 permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de
maneira unilateral;
 autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual
direito seja conferido ao consumidor;

Cursos - Assban DF 101


Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua


obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
 autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a
qualidade do contrato, após sua celebração;
 infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
 estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
 possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.

 Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

I ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;


II restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do
contrato de modo a ameaçar seu objeto ou o equilíbrio contratual;
III mostra-se excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-
se a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras
circunstâncias peculiares ao caso.

 A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato,


exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração,
decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.

Cursos - Assban DF 102


Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente


requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser
declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto
neste Código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
entre direitos e obrigações das partes.
 No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de
crédito ou concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor
deverá, entre outros requisitos, informá-lo prévia e adequadamente
sobre:

I preço do produto ou serviço em moeda corrente nacional;


II montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros;
III acréscimos legalmente previstos;
IV número e periodicidade das prestações;
V soma total a pagar, com e sem financiamento.

 As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação no


seu termo não poderão ser superiores a dois por cento do valor da
prestação.

 É assegurada ao consumidor a liquidação antecipada do débito, total


ou parcialmente, mediante redução proporcional dos juros e demais
acréscimos.

Cursos - Assban DF 103


Ética nos Negócios
Código de Defesa do Consumidor

 Nos contratos de compra e venda de móveis ou imóveis mediante


pagamento em prestações, bem como nas alienações fiduciárias em
garantia, consideram-se nulas de pleno direito as cláusulas que
estabeleçam a perda total das prestações pagas em benefício do credor
que, em razão do inadimplemento, pleitear a resolução do contrato e a
retomada do produto alienado.
 Nos contratos do sistema de consórcio de produtos duráveis, a
compensação ou a restituição das parcelas quitadas, na forma deste artigo,
terá descontada, além da vantagem econômica auferida com a fruição, os
prejuízos que o desistente ou inadimplente causar ao grupo.
 Os contratos serão expressos em moeda corrente nacional.
 Dos Contratos de Adesão
 Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela
autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de
produtos ou serviços sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.
 A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do
contrato.
 Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que
alternativa, cabendo a escolha ao consumidor.
 Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com
caracteres ostensivos e legíveis, de modo a facilitar sua compreensão pelo
consumidor.
 As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser
redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

Cursos - Assban DF 104


Código de Ética e Conduta

Relações de Consumo no Mercado Financeiro


Regras de atendimento bancário
 Regulação, competição e transparência são requisitos essenciais para
assegurar a eficiência de qualquer setor em uma economia moderna. O
sistema financeiro deve estar sempre aberto à interação com a sociedade.
Em outras palavras, deve sujeitar-se à competição livre em que cidadãos
bem informados escolhem livremente entre os serviços ofertados no
mercado aquele que melhor atenda a seus interesses.
 A livre competição emerge nesse contexto como uma condição fundamental
para que seja alcançado um objetivo prioritário: a melhoria da qualidade do
atendimento ao usuário de serviços bancários.
 Na atividade bancária, sujeita à normatização do Código do Consumidor, a
relação jurídica que os bancos celebram com o consumidor-correntista é de
consumo.
 Assim, para não apenas delimitar o que já está consagrado nas normas de
defesa do consumidor ou em nossa legislação civil e comercial, o Banco
Central do Brasil, através do Conselho Monetário Nacional, delimitou os
poderes das Instituições Financeiras e Administradoras de Cartões de
Crédito com a Resolução 2.878, de 26/07/01, que determina às instituições
financeiras:
 Transparência nas relações contratuais, preservando os clientes e o público
usuário de práticas não equitativas.
 Resposta tempestiva às consultas, às reclamações e aos pedidos de
informações formulados por clientes e público usuário.
 Clareza e formato que permitam fácil leitura dos contratos celebrados com
clientes.
 Efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais causados a
seus clientes e usuários.

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Código de Ética e Conduta

Código de Ética e Conduta

1. Código de Ética e Conduta


 1.1. O Código de Ética e Conduta ANEPS, referente aos agentes de
correspondente, tem como objetivo estabelecer parâmetros e práticas dos
participantes dos processos do mercado de crédito.
 1.2. Sua aplicabilidade e abrangência, neste escopo, limitam-se à atuação dos
agentes de correspondente.
 1.3. Seu conteúdo e aprovação são de responsabilidade da Comissão de
Certificação ANEPS.
2. Objetivos
 2.1 Este Código tem como objetivo fazer cumprir os princípios éticos e de disciplina
pelos Agentes de Correspondente certificados pela ANEPS.
 2.2. Dentre seus princípios norteadores e que devem ser levados em conta na
interpretação de sua aplicabilidade, podem ser citados:
 2.2.1. Assegurar a transparência e confiança nas relações entre cada um dos
participantes da cadeia de negócios envolvendo crédito (correspondentes e
instituições financeiras); respeitando valores e diversidades;
 2.2.2. Manter os mais elevados padrões éticos e de credibilidade do Sistema
Financeiro Nacional, zelando pelo benefício da coletividade;
 2.2.3. Respeitar e cumprir a legislação vigente, agindo com decoro,
responsabilidade, lealdade, dignidade e boa-fé nas relações com clientes,
correspondentes e instituições financeiras e demais parceiros participantes da
cadeia de negócios envolvendo crédito;
 2.2.4. Propiciar condições para a expansão sustentável do mercado de crédito
brasileiro;
 2.2.5. Estimular as boas práticas de mercado, evitando práticas que possam
prejudicar a imagem dos correspondentes e das instituições financeiras;

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Código de Ética e Conduta

 2.3. A aplicação das normas estabelecidas neste Código visa permitir o julgamento
de denúncia formal, por escrito, de qualquer pessoa física ou jurídica, ou por
iniciativa da própria ANEPS - quando envolva questão de ordem relevante, quanto
à conduta de um agente de correspondente certificado pela Certificação ANEPS de
Agentes de Correspondente.
 2.4 O descumprimento dos princípios constantes neste Código pode interferir no
processo de certificação inicial e renovação da certificação de um agente de
correspondente certificado, e a decisão é tomada pela Comissão de Ética.
 2.5. No caso de omissão ou lacuna neste Código, o assunto será submetido à
deliberação da Comissão de Certificação.
3. Princípios a serem seguidos
 3.1. Seguir sempre padrões éticos na condução de suas atividades, incluindo suas
relações com clientes e demais participantes do mercado financeiro;
 3.2. Empenhar-se para o aprimoramento contínuo da competência e do prestígio
da profissão de agente de correspondente, conhecendo e observando todas as
resoluções, guias, normas, leis e regulamentos aplicáveis ao exercício de suas
atividades, buscando a minimização dos riscos;
 3.3. Negar participação em negócios ilícitos;
 3.4. Não contribuir para a divulgação de notícias ou de informações inverídicas ou
imprecisas sobre o mercado financeiro;
 3.5. Manter-se constantemente atualizado em relação a notícias e normas
relacionadas com a sua atividade no mercado financeiro;
 3.6. Divulgar dados de sua Certificação ANEPS de maneira a demonstrar sua
importância e seriedade;
 3.7. Recusar participação em qualquer negócio que envolva fraude, simulação,
manipulação ou distorção de preços, declarações falsas ou lesão aos direitos dos
clientes;
 3.8. Manter sigilo em relação a informações confidenciais a que tenha acesso em
razão de sua atividade profissional, excetuadas as hipóteses em que a sua
divulgação seja exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada;

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Código de Ética e Conduta

 3.9. Não fornecer dados imprecisos a respeito dos serviços que é capaz de prestar,
bem como com relação às suas qualificações, aos seus títulos acadêmicos e à
experiência profissional;
 3.10. Recusar participação em atividades independentes que concorram direta ou
indiretamente com o Correspondente com o qual possui vínculo, a não ser que
obtenha autorização expressa para tanto, evitando ao máximo interesses
conflitantes ou competitivos;
 3.11. Informar ao Correspondente com o qual possui vínculo quaisquer valores ou
benefícios adicionais que receba em sua atividade profissional;
 3.12. Estar sempre atento às restrições impostas pelo Correspondente com o qual
possui vínculo em relação a situações de conflito de interesses;
 3.13. Manter permanente diálogo com o Correspondente com o qual possui
vínculo, evitando comportamentos errôneos;
 3.14. Declarar para o Correspondente com o qual possui vínculo quaisquer
relacionamentos que possam influenciar em suas decisões e na qualidade do
serviço prestado como agente de correspondente;
 3.15. Jamais manifestar opinião que possa denegrir ou prejudicar a imagem do
Correspondente com o qual possui vínculo;
 3.16. Jamais manifestar opinião que possa denegrir ou prejudicar a imagem de
qualquer instituição que atue no mercado financeiro;
 3.17. Evitar fornecer informações ou fazer pronunciamentos a respeito de negócios
sob a responsabilidade de outros profissionais certificados, a menos que esteja
obrigado a fazê-lo no cumprimento de suas responsabilidades profissionais;
 3.18. Manter sigilo com relação às informações confidenciais, privilegiadas e
relevantes para a atividade do Correspondente com o qual possui vínculo a que
tenha acesso em razão de sua função, exceto nos casos em que a divulgação seja
exigida por lei ou tenha sido expressamente autorizada;
 3.19. Utilizar-se de especial diligência na identificação e respeito aos deveres
envolvidos em sua atividade profissional, priorizando os interesses dos clientes em
relação aos seus próprios;

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Código de Ética e Conduta

 3.20. Não comunicar intencionalmente informação falsa ou enganosa que possa


comprometer a integridade do processo de recomendação de crédito;
 3.21. Manter independência e objetividade no aconselhamento de produtos e
serviços;
 3.22. Utilizar diligência e cuidado na recomendação de produtos e serviços, a qual
deve ser respaldada em estudos, pesquisas e materiais adequados arquivados
para futura referência;
 3.23. Não cobrar qualquer incentivo, comissão, presente ou qualquer compensação
financeira de seus clientes, que possam interferir no fechamento do negócio;
 3.24. Sempre considerar e observar a situação particular de cada cliente, com
relação ao patrimônio, objetivos, prazos e experiência, quando da recomendação
de determinada modalidade de produto ou serviço;
 3.25. Distinguir fatos de opiniões, pessoais ou de mercado, com relação aos
produtos e serviços aconselhados;
 3.26. Agir profissionalmente, de forma íntegra, junto a instituições do mercado
financeiro, Correspondente com o qual possui vínculo e junto aos seus clientes de
forma geral;
 3.27. Prestar total cooperação com investigações na eventual violação deste
Código;
 3.28. Cessar imediatamente o uso do Registro ANEPS em caso de cancelamento
da certificação;
 3.29. Consultar periodicamente o site www.aneps.org.br para checagem de
alterações nos requisitos da Certificação.

Cursos - Assban DF 109


Uso consciente do crédito

 É preciso levar em conta três aspectos para um endividamento consciente.


Primeiro, é necessário analisar se o valor das parcelas do empréstimo ou
financiamento cabe no orçamento mensal, depois, deve-se pesquisar qual a
melhor alternativa de crédito e, por fim, comparar as alternativas oferecidas
pelo mercado, assim evitando o endividamento excessivo ou desnecessário.
 O descontrole no uso do crédito pode levar as pessoas a assumir dívidas
superiores a sua capacidade de pagar os débitos, já que, além da dívida,
ainda há outros gastos referentes a sua subsistência. Portanto, é
fundamental o acompanhamento constante das finanças pessoais e o
conhecimento de como lidar com o crédito.
 Os consumidores não devem considerar o cheque especial uma extensão
do salário. Em relação ao cartão de crédito, o consumidor deve lembrar que
o pagamento mínimo da fatura significa jogar o restante para o próximo mês
e que serão cobrados juros e encargos sobre esse valor.
 Planejar as conquistas mantendo o orçamento familiar em dia. Para que não
haja um descontrole, deve ser observada a linha de crédito que mais se
adequa a sua necessidade, levando em conta os prazos e juros mais
convenientes.
 Diz a sabedoria popular que é bom colocar um pé atrás quando a esmola é
muita, ou seja, quando tudo parece muito fácil. É o caso do crédito hoje: o
estoque de dinheiro disponível para empréstimos e financiamentos está bem
alto.
 Essa facilidade de conseguirmos um “dinheiro extra” não é, por si mesma,
ruim. Os problemas começam quando ela se junta aos estímulos para que
pratiquemos o consumismo.

Cursos - Assban DF 110


Uso consciente do crédito

 E o consumista come de barriga cheia. Além do perigo de provocar


indigestões no seu planejamento financeiro, o consumismo agrava a
desigualdade social: o nosso jeito de consumir (gastar e usar bens e
serviços) afeta a sociedade e o meio ambiente e, consequentemente, nos
afeta sob várias outras formas.
 Assim, nenhum cuidado é demais quando se trata de distinguir entre desejos
e necessidades.
 Habitue-se a desconfiar do seu autocontrole na hora de enfrentar vitrines,
apelos e publicidades.
 A primeira providência é não incorporar ao fluxo de caixa os limites de
crédito, financiamentos e empréstimos que agentes financeiros estão
oferecendo.
 Talvez você possa registrá-los no orçamento e na contabilidade, apenas
para não perdê-los de vista. Porém, jamais some esses valores à sua renda.
Nunca inclua os limites que você tem no cheque especial, cartões de crédito
etc., no grupo de contas chamadas de “disponível”.
 Não corra o risco de confundir dinheiro disponível (dinheiro que é seu) com
dinheiro que estão querendo lhe alugar.
 Essas ofertas de crédito (na verdade, ofertas para que você alugue dinheiro)
só devem ser realizadas para viabilizar negócios de oportunidade. Um
exemplo: eu realmente preciso de uma geladeira – a que tenho não pode ser
consertada, ou estou montando uma casa – encontrei uma que está com
ótima promoção, e não há tempo para eu juntar o dinheiro e comprá-la à
vista pagando um preço menor. Ou quando esses empréstimos, de fato,
puderem nos ajudar a resolver imprevistos financeiros.

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Uso consciente do crédito

 Entretanto, nunca é demais lembrar que o significado que damos às


palavras passa pelos desejos que temos. Oportunidade e imprevistos são
palavras que não deveriam ser usadas como pretexto para justificar gastos
que, no fundo, são desnecessários e injustificáveis porque frutos da mania
 de “comer com os olhos” que caracteriza os consumistas.
 É verdade: resistir aos apelos e às seduções que hoje nos cercam é tarefa
difícil, mas necessária.

Modalidades de Crédito

Tipo Taxa Líquida Taxa Líquida


Mensal Anual
Consórcio Taxa de Administração entre 10% a
24% do valor do bem
Cooperativas de Crédito 2,00 26,82
Automóveis 2,67 37,25
Empréstimo Pessoal (Banco) 5,75 95,60
Cheque Especial 8,21 157,76
Comércio 6,25 204,66
Antecipação de Crédito (IR e 13º) 3,00 42,57
Empréstimo Consignado 2,68 37,35
Empréstimo Pessoal (Financeira) 11,63 274,43
CDC 3,50 51,11
Cartão de Crédito 10,24 222,16

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Sigilo Bancário

Sigilo de operações financeiras

 Atualmente existe uma constante vigilância sobre as instituições


financeiras, no que se refere ao repasse de informações sobre
transações financeiras de clientes. Para isso existem leis e órgãos
responsáveis pela fiscalização e pelo cumprimento das normas.
 Na forma da Lei Complementar 105, de 10/01/2001, as instituições
financeiras devem manter sigilo em suas operações ativas e passivas e
nos serviços prestados. O dever de sigilo é extensivo ao Banco Central
do Brasil, em relação às operações que realizar e às informações que
obtiver no exercício de suas atribuições.

Instituições sujeitas a sigilo bancário

 Para efeitos da referida Lei, são consideradas instituições financeiras:


 bancos de qualquer espécie;
 distribuidoras de valores mobiliários;
 corretoras de câmbio e de valores mobiliários;
 sociedades de crédito, financiamento e investimentos;
 sociedades de crédito imobiliário;
 administradoras de cartões de crédito;
 sociedades de arrendamento mercantil;
 administradoras de mercado de balcão organizado;

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Sigilo Bancário

 cooperativas de crédito;
 associações de poupança e empréstimo;
 bolsas de valores e de mercadorias e futuros;
 entidades de liquidação e compensação;
 outras sociedades que, em razão da natureza de suas operações,
assim venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional.
 Da mesma forma, as empresas de fomento comercial ou factoring
obedecerão às normas aplicáveis às instituições financeiras.

Quebra do sigilo bancário

 Em alguns casos é permitida a quebra de sigilo bancário. Pode ser


decretada para apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer
fase do inquérito ou do processo judicial, e especialmente nos
seguintes crimes:
 terrorismo;
 tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins;
 contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a sua
produção;
 extorsão mediante sequestro;
 contra o Sistema Financeiro Nacional;
 contra a Administração Pública;
 contra a Ordem Tributária e a Previdência Social;

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Sigilo Bancário

 lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;


 praticado por organização criminosa.

Não constitui violação do dever de sigilo:

 troca de informações entre instituições financeiras para fins cadastrais, inclusive


por intermédio de centrais de risco, observadas as normas baixadas pelo Conselho
Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil;
 fornecimento de informações constantes de cadastro de emitentes de cheques sem
provisão de fundos e de devedores inadimplentes a entidades de proteção ao
crédito, observadas as normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo
Banco Central do Brasil;
 fornecimento de informações - por instituições financeiras - sobre a retenção e o
recolhimento de tributos à Secretaria da Receita Federal, com identificação dos
contribuintes e os valores globais das respectivas operações;
 comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou
administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que
envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa;
 revelação de informações sigilosas com o consentimento expresso dos
interessados; prestação de informações ordenadas pelo Poder Judiciário e pelas
Comissões Parlamentares de Inquérito, que deverão ser previamente aprovadas
pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, ou Plenário de suas
respectivas CPIs.
 A quebra de sigilo, fora das hipóteses autorizadas na Lei Complementar 105/01,
além de constituir crime, sujeita os responsáveis à pena de reclusão, de um a
quatro anos, e multa, aplicando-se, no que couber, o Código Penal, sem prejuízo
de outras sanções cabíveis. Incorre nas mesmas penas quem omitir, retardar
injustificadamente ou prestar informações falsas, requeridas nos termos da Lei
Complementar supracitada.

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Sigilo Bancário

Informações sobre operações financeiras

 Para os efeitos da Lei Complementar enquadram-se para efeito do


dever de sigilo as seguintes operações financeiras (ativas, passivas e
de prestação de serviços):
 depósitos à vista e a prazo, inclusive em contas de poupança;
 pagamentos efetuados em moeda corrente ou em cheques;
 emissão de ordens de crédito ou documentos assemelhados;
 resgates em contas de depósitos à vista ou a prazo, inclusive de
poupança;
 contratos de mútuo;
 descontos de duplicatas, notas promissórias e outros títulos de crédito;
 aquisições e vendas de títulos de renda fixa ou variável;
 aplicações em fundos de investimentos;
 aquisições de moeda estrangeira;
 conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;
 transferências de moeda e outros valores para o exterior;
 operações com ouro, ativo financeiro;
 operações com cartão de crédito;
 operações de arrendamento mercantil;
 qualquer outra operação de natureza semelhante que venha a ser
autorizada pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores
Mobiliários ou outro órgão competente.

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Finanças Pessoais

Orçamento
 Na base de um bom planejamento está a arte de fazer as escolhas que criam as
condições – atuais e futuras - para que se realize bem um projeto. Escolhas
pessoais acontecem todo o tempo: ao definir objetivos, traçar metas, selecionar
informações, avaliar situações e programar nossas ações, estamos, em essência,
fazendo escolhas. Tenha isto em mente ao começar ou rever seu planejamento
financeiro, e lembre que na base de tudo estão as suas próprias escolhas.
 Mas para que um planejamento seja eficaz, também é preciso tomar providências.

O planejamento do orçamento doméstico tem duas funções:


 Formação de um patrimônio (bens e valores). O objetivo deste patrimônio é permitir
que uma pessoa ou família tenha os recursos financeiros necessários para ter, da
melhor forma possível, o estilo de vida que deseja.
 Orientar o fluxo de caixa. É por meio dele que se pode planejar gerenciar e
controlar a movimentação financeira (receitas e despesas) em um período
determinado.
Primeiro:
Saber aonde se quer chegar. A maioria de nós não quer apenas acumular
patrimônio ou existir para ter conforto material. Queremos usar o dinheiro,
sobretudo, para nos ajudar a acumular experiências íntimas e sociais de satisfação
e crescimento. Este uso pleno do dinheiro não vem de graça: resulta do modo
como encaramos o mundo e aproveitamos o tempo. Por isso, o passo nº 1 da
orçamento doméstica não tem a ver com matemática, mas com psicologia:
precisamos criar clareza sobre o estilo de vida que queremos levar.
Segundo
Definir o tamanho do patrimônio necessário para realizar o estilo de vida pretendido
e as estratégias de sua formação. É a hora de encarar a vida como ela é. Não se
auto engane e avalie meticulosamente suas condições financeiras reais. Planeje o
médio e o longo prazo (períodos de 3 e 5 anos) e não esqueça de incluir os planos
de previdência: você envelhecerá.

Cursos - Assban DF 117


Finanças Pessoais

Terceiro
 Efetivar o planejamento financeiro anual e o fluxo de caixa mensal. São coisas
diferentes e complementares: o planejamento cuida do desenho de um futuro ao
mesmo tempo desejável e possível; já o fluxo de caixa é uma atividade que
controla de forma regular e permanente o que estamos fazendo com o dinheiro que
ganhamos. Mas não esqueça: a meta de ambos é nos ajudar a obter o patrimônio
pretendido para que concretizemos o nosso estilo de vida.
 Existem várias formas de montar um orçamento doméstico. Você pode usar ou
adaptar o modelo que oferecemos neste caderno, ou então escolher um dos vários
outros modelos disponíveis em livros e na internet para criar o sistema de
planejamento e controle financeiro mais adequado para você. Veja no rodapé desta
ficha algumas indicações sobre onde obter mais orientações.
Quarto
 Realizar as providências anteriores. Esta providência não é tão simples de ser
cumprida quanto pode parecer. É nesta etapa que os três motivos que dificultam a
prática do planejamento devem ser supervisionados e abrandados. Por isso, é
preciso atenção e disciplina redobradas, até que manter o orçamento sempre sob
controle vire um hábito e você sinta seus benefícios.

Aspectos Gerais
 Não existe uma fórmula fixa para o orçamento familiar, pois cada família tem seu
próprio modo de vida, valores, prioridades e outras características. Só você poderá
encontrar o seu estilo ideal, após uma boa dose de reflexão, auto-observação e
acompanhamento sistemático dos seus gastos. Mas como todo mundo gosta de ter
uma referência, você pode comparar o seu orçamento com os de outras famílias
brasileiras.
 Mas o peso de cada item no orçamento varia muito conforme a faixa de renda de
cada família. Conforme aumenta a disponibilidade de recursos, itens considerados
“essenciais” passam a tomar uma parte menor do orçamento, permitindo maiores
opções de consumo ou investimento.

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Finanças Pessoais

Controle de Gastos
 Grande e pequeno são palavras perigosas porque são facilmente intercambiáveis.
Algo considerado grande pode passar a ser visto como pequeno e vice-versa,
basta mudarmos os elementos de comparação.
 Exemplo: podemos reclamar da mensalidade escolar de nossos filhos e gastar, ao
longo do mês, praticamente o mesmo valor com despesinhas que fazemos por
impulso ou falta de planejamento: bebidas, queijos e frios comprados na padaria;
revistas e jornais que apenas folheamos; CDs que não vamos ouvir; uso de táxis
quando o Metrô ou ônibus estão logo ali etc. Lembranças que compramos para os
filhos durante viagens a trabalho e que eles, no fundo, não curtem. Qual o valor do
que é essencial? Qual o valor das muitas “pequenas despesas”?
 Portanto, faça as contas antes de dizer que uma despesa é pequena. Habitue-se a
somar este tipo de gasto ao longo de um mês e a comparar o total com as contas
de água, luz, gás e telefone. Compare a soma de um ano com o valor de seu
salário.
 Compare sempre e de muitos modos; quando o assunto é dinheiro, comparar é
preciso. Feitas as contas é bem provável que você volte a prestigiar um esquecido
ditado popular:
 Aqui surge um outro tema importante: o hábito. O hábito é um comportamento que
se repete. Como o colesterol, existem hábitos bons: escovar bem os dentes, se
alimentar corretamente, caminhar, poupar. E existem hábitos maus: andar com
mais dinheiro do que o necessário na carteira; passear nos shoppings com os
cartões de crédito ou ir ao supermercado sem uma lista bem definida das
compras.
 Um hábito é benéfico quando nos torna pessoas mais determinadas, e é nocivo
quando nos torna compulsivos e imediatistas.
 O imediatismo é o maior inimigo de um orçamento justamente porque ao defender
os interesses da hora ele nos desvia dos planos e nos torna inquietos gastadores.
O imediatismo nos torna pessoas mimadas e cheias de boas razões para gastar
compulsivamente.
 A determinação faz o movimento contrário e desenvolve as habilidades
necessárias para a gestão de si mesmo:
Cursos - Assban DF 119
Finanças Pessoais

Autocontrole, paciência e clareza de propósitos


Por que é tão difícil poupar?

 Depósitos programados na poupança ajudam criar o hábito da economia.


 Estabeleça objetivos para o dinheiro no Banco. Isso ajuda a manter
disciplina.

 Qual o seu perfil? Conservador, Moderado ou Agressivo.


 Coloque sua dívidas no papel. Ver o real tamanho do problema é essencial.
 O ideal da renegociação é sempre tentar um desconto e pagar sua dívida à
vista.
 Depois que se livrar das dívidas, dedique-se a organizar seu orçamento.
 “Feche para Balanço” (Demonstrativo de resultados e fluxo de caixa são
ferramentas do mundo dos negócios que podem ser usadas para fazer uma
revisão de sua situação financeira).
 Transforme sonhos em realidade

Cursos - Assban DF 120


Cursos - Assban DF 121
Cursos - Assban DF
Preparatório para Certificação em
Agronegócio

Estrutura do Curso

Cursos - Assban DF 3
Sumário
I
II
Visão do
Crédito Rural
Agronegócio

III
SNCR

Cursos - Assban DF
Certificação

Cursos - Assban DF 5
Certificação

Visão do Agronegócio

Cursos - Assban DF 6
Sistema Agroindustrial

Infraestrutura
de Apoio
Trabalho
Crédito
Transporte
Energia
Tecnologia
Propaganda
Armazenagem
Outros Serviços
Cursos - Assban DF
Setores do Agronegócio
Deve-se considerar todos os que estão envolvidos antes da produção, durante
a produção e no fluxo dos produtos agrícolas até chegar ao consumidor.

Cursos - Assban DF
E você? A qual parte desse sistema pertence?
Principais Setores do Agronegócio
Fornecedores de Produção Processamento e Distribuição Serviço de apoio
insumos e bens agropecuária transformação e consumo
Sementes Produção animal Alimentos Restaurantes Agronômicos
Calcário Lavouras Têxteis Hotéis Veterinários
permanentes
Fertilizantes Vestuário Bares Pesquisa
Lavouras
Rações Calçados Padarias Bancários
Temporárias
Defensivos Madeira Feiras Marketing
Horticultura
Produtos Etanol Supermercados Vendas
Silvicultura
Veterinários
Papel e papelão Comércio Transporte
Floricultura
Combustíveis
Fumo Exportação Armazenagem
Extração Vegetal
Tratores
Óleos essenciais Portos
Indústria Rural
Colheitadeiras
Bolsas Seguros
Implementos
Máquinas
Motores
Cursos - Assban DF
Commodities
Produtos
padronizados e não
diferenciados, cujo
preço é,
normalmente,
formado em bolsas
de mercadorias no
próprio país ou no
exterior.

Cursos - Assban DF
A Importância do Agronegócio

Região Cultura

Centro-Oeste Algodão, Soja e Cana-de-açúcar

Sudeste Cana-de-açúcar, Café, Milho, Horticulturas e vegetais

Sul Soja, Milho, Arroz e Trigo

Cursos - Assban DF
Fatores de Risco
• A produção agropecuária é dependente das condições
climáticas de cada região, apresentando período de
safra e entressafra, ou seja, períodos de abundância de
produtos alternados com períodos de falta de produtos.

Cursos - Assban DF
Fatores de Risco
• Do lado do consumo pode-se notar pouca variação nas
quantidades procuradas durante o ano. Com isso
surgem algumas implicações:
• Variação de preços dos produtos.
• Necessidade de infraestrutura de estocagem e
conservação.
• Períodos de maior utilização de insumos e fatores de
produção.

Cursos - Assban DF
Fatores de Risco

Cursos - Assban DF
Fatores de Risco
• Tanto no campo como após a colheita, os produtos
agropecuários estão sujeitos ao ataque de pragas e
doenças que diminuem a quantidade produzida e a
qualidade dos produtos, ou podem levar à perda total da
produção.
• O combate a essas doenças e pragas implica o uso de
insumos (inseticidas, fungicidas e outros),
predominantemente químicos, cuja aplicação resulta e
elevação dos custos de produção e, consequentemente,
redução dos lucros da atividade. Também oferece riscos
para os operadores desses produtos e para o meio
ambiente.
Cursos - Assban DF
Fatores de Risco
• Mesmo após a colheita, a atividade biológica dos produtos
agropecuários continua em ação. Com isso, a vida útil desses
produtos tende a ser diminuída de forma acelerada. Sem cuidados
específicos, os produtos agrícolas, depois de colhidos, podem durar
pouco tempo.

• Devido a essas especificidades, o agronegócio passa a envolver


outros segmentos da economia, tornando-se muito mais complexo
que a produção agropecuária propriamente dita e passando a
necessitar de uma análise mais ampla, envolvimento o avanço de
tecnologia, colheita cuidadosa, classificação e tratamento de
produtos, estruturas apropriadas para armazenagem e
conservação, embalagens mais adequadas, logística específica
para distribuição.
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Trading
Empresas que financiam
o produtor nas atividades
de produção e que
geralmente recebem
produtos, como, por
exemplo, os grãos, em
troca pela disponibilização
ao produtor de recursos
financeiros, assistência
técnica e insumos.

Cursos - Assban DF
Subsídios Agrícolas
Os subsídios agrícolas são
incentivos pagos (em valores)
pelo governo para os
agricultores de seu país, sendo
que uma das principais
motivações pelo pagamento é a
compensação dos preços de
mercado inferiores ao custo da
produção.

Cursos - Assban DF
Atenção

Considera-se ano agrícola o


período de
1º de julho de cada ano
a 30 de junho do ano
seguinte.

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Cursos - Assban DF 20
Certificação

Crédito Rural

Cursos - Assban DF 21
Crédito Rural

Institucionalizado
Mecanismo mais
Principal instrumento como política de
intenso de atuação do
da política agrícola desenvolvimento da
governo em apoio ao
brasileira. produção rural do país,
agronegócio.
pela Lei 4.829/1965.

Cursos - Assban DF
Política de Crédito Rural

Importante indutora da adoção de tecnologias no


campo, da modernização da agropecuária nacional e
da elevação dos volumes produzidos, o que permitiu
ao Brasil figurar entre os principais produtores e
exportadores de diversos produtos agropecuários.
O agronegócio brasileiro tem sido o forte esteio da
nação, gerando produção de alimentos e
commodities, emprego, renda, saldos positivos da
balança comercial e divisas para o nosso país.

Cursos - Assban DF
O que é Crédito Rural?

É o suprimento de recursos
Para aplicação exclusiva
financeiros, por entidades públicas e
nas finalidades e
estabelecimentos de crédito
condições estabelecidas
particulares (instituições do Sistema
no Manual de Crédito
Nacional de Crédito Rural – SNCR),
Rural (MCR)

destinados a
produtores rurais e
suas cooperativas

Cursos - Assban DF 24
Crédito Rural
Atuação do governo no fornecimento de
financiamentos com taxas de juros
subsidiadas visa atender o seguinte tripé
de sustentação para o setor rural:
Modernização
Incentivo à produção de alimentos
Administração dos preços.
Cursos - Assban DF
Obrigações das IF
Possuir autorização para operar em crédito rural.

Observar exigências socioambientais e de regularidade cadastral.

Economicidade e critérios de seleção de projetos.

Proceder à contabilização e controle das operações.

Proceder à abertura de conta vinculada a cada crédito concedido.

Emitir os instrumentos financeiros previstos pela regulamentação.

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Obrigações do Tomador de Crédito Rural

Aplicar os recursos somente em itens


compatíveis com as finalidades da
operação.
Conservar comprovantes das
aquisições e despesas referentes ao
empreendimento financiado, no
mínimo até um ano após a quitação
da dívida.

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Poupança Rural

Os recursos da poupança Direcionamento dos


rural são aqueles recursos da poupança
captados segundo as rural é a obrigação que
normas aplicáveis aos tem a instituição
depósitos de poupança financeira de manter
do Sistema Brasileiro de aplicado em operações
Poupança e Empréstimo de crédito rural valor
(SBPE), na forma de correspondente a 74% da
depósitos da poupança média aritmética dos
rural. depósitos.

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Proagro

O Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) tem por


objetivo exonerar o beneficiário do cumprimento de obrigações
financeiras em operações de crédito rural de custeio, no caso de perdas
das receitas em consequência das causas fortuitas e indenizar os
recursos próprios do beneficiário, utilizados em custeio rural, inclusive
em empreendimento não financiado, no caso de perdas das receitas.

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NOTA PROMISSÓRIA RURAL (PF)
Produtos
DUPLICATA RURAL (PJ) Título de crédito utilizado nas
vendas a prazo de bens de
Nas vendas a prazo de natureza agrícola, extrativa ou
quaisquer bens de natureza pastoril, quando efetuadas
agrícola, extrativa ou pastoril, diretamente por produtores rurais
quando efetuadas diretamente ou por suas cooperativas, nos
por produtores rurais ou por recebimentos, pelas cooperativas,
suas cooperativas, poderá ser de produtos da mesma natureza
utilizada também, como título entregues pelos seus cooperados,
do crédito. e nas entregas de bens de
produção ou de consumo, feitas
O vendedor ficará obrigado a
pelas cooperativas aos seus
entregá-la ou remetê-la ao
associados.
comprador, que a devolverá
depois de assiná-la.

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Finalidades

Investimento:
Custeio:
Destina-se a aplicações em bens ou
Destina-se a cobrir despesas
serviços cujo desfrute se estenda
normais dos ciclos produtivos
por vários períodos de produção

Comercialização:
Destina-se a cobrir despesas
próprias da fase posterior à coleta
da produção ou a converter em
espécie os títulos oriundos de sua
venda ou entrega pelos produtores
ou suas cooperativas.

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Atenção: Não é objetivo do Crédito Rural

Financiar atividades deficitárias ou antieconômicas.

Financiar o pagamento de dívidas.

Possibilitar a recuperação de capital investido.

Favorecer a retenção especulativa de bens.

Antecipar a realização de lucros presumíveis.

Amparar atividades sem caráter produtivo ou desnecessárias ou de lazer.

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Modalidades
Crédito Rural Educativo:
Crédito Rural Corrente: Suprimento de recursos
Suprimento de recursos sem a conjugado com a prestação de
concomitante prestação de assistência técnica,
assistência técnica à nível de compreendendo a elaboração de
empresa. projeto ou plano e a orientação
ao produtor.

Crédito Rural especial:


Destinado a cooperativas de
produtores rurais, para aplicações
próprias ou dos associados; a
programas de colonização ou
reforma agrária.

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Assistência Técnica
• Pode ser prestado:
• por funcionários do quadro da própria
instituição financeira, desde que detentores
das imprescindíveis qualificações técnicas;
• por outras pessoas físicas ou jurídicas
legalmente habilitadas;
• por órgãos públicos, mediante convênio.

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Assistência Técnica
• Os serviços de assessoramento técnico não
podem ser prestados por pessoa física ou
jurídica que exerça atividade remunerada que
possa caracterizar conflito de interesse.

• Exemplo: Produção ou venda de insumos


utilizáveis na agropecuária.

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Assistência Técnica

• A assistência técnica visa proporcionar aos


produtores orientações para o uso racional e
eficiente dos recursos e, apesar de ser uma
opção do produtor, em alguns casos, pode ser
considerada indispensável pelo agente
financeiro.

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Assistência Técnica
A assistência técnica compreende:
• Elaboração de plano ou projeto: contempla o
orçamento dos gastos previstos para o
empreendimento financiado, os insumos
recomendados, a época de plantio de acordo com o
zoneamento agrícola, as informações sobre o
histórico de produtividade do agricultor, a época
prevista para a colheita, a capacidade de pagamento
e outras orientações iniciais.

Cursos - Assban DF
Assistência Técnica
A assistência técnica compreende:

• Orientação técnica ao nível de imóvel:


acompanhamento do empreendimento financiado,
recomendações para o melhor aproveitamento do
potencial da cultura, manejo e cuidados
fitossanitários, informações sobre eventos climáticos,
previsão de produção.

Cursos - Assban DF
Assistência Técnica
• O responsável pela assistência técnica deve
encaminhar ao agente financeiro os laudos do
empreendimento financiado permitindo seu
permanente acompanhamento. O valor da
assistência técnica pode ser incluído no
financiamento.
• Cabe ao produtor decidir sobre a contratação de
serviços de assistência técnica, salvo quando
considerados indispensáveis pelo financiador ou
quando exigidos em regulamento de operações com
recursos oficiais.
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Assistência Técnica

Cursos - Assban DF
Não é beneficiário do Crédito Rural

Estrangeiro
residente no
VEDAÇÃO
exterior;
PF e PJ inscritas no
Cadastro de
Empregadores que
mantiveram
Parceiro, se o trabalhadores em
contrato de
parceria restringir o
acesso de qualquer
Sindicato Rural; condições análogas
das partes ao
financiamento. à de escravo.

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Exigências
• Idoneidade do tomador. (Caráter, Capacidade, Capital,
Condições, Colateral)
• Apresentação de orçamento, plano ou projeto, salvo em
operações de desconto.
• Oportunidade, suficiência e adequação dos recursos.
• Observância de cronograma de utilização e de reembolso.
• Fiscalização pelo financiador.
• Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por
intermédio de suas associações formais ou informais, ou
organizações cooperativas.
• Observância das recomendações e restrições do zoneamento
agroecológico e do Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE).
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Cadastro
• A instituição financeira deve utilizar-se do
cadastro normal do cliente para concessão de
crédito rural.
• A ficha cadastral deve permanecer na agência
operadora da instituição financeira
concedente do crédito ao beneficiário final, à
disposição da fiscalização do Banco Central do
Brasil.

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Atenção

• As despesas de transporte e frete de insumos podem ser


incorporadas ao orçamento, para fins de crédito.
• O orçamento de aplicação dos recursos deve discriminar a
espécie, o valor e a época de todas as despesas e inversões
programadas.
• A instituição financeira não pode alterar o orçamento, plano
ou projeto sem prévia anuência do responsável por sua
elaboração, mas deve recusar o financiamento, quando, a seu
juízo, não forem observadas a boa técnica bancária ou as
normas aplicáveis ao caso.

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Observações
• o crédito deve ser oportuno, suficiente e adequado;
• o tomador dispõe ou disporá oportunamente de
recursos próprios.
• o empreendimento será conduzido com observância
das normas referentes ao zoneamento agroecológico
e ao Zoneamento Ecológico-Econômico.
• É vedado o deferimento de crédito para cobertura
de itens orçamentários atendidos por outra
instituição financeira.

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Formalização
De acordo com o Decreto-Lei nº 167, de 14.02.1967, e da Lei nº 10.931, de
02.08.2004, a formalização do crédito rural pode ser realizada por meio dos
seguintes títulos:

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Garantias
Os títulos de crédito rural, segundo a natureza das garantias, poderão
ser utilizados:

Com garantia real:

• Penhor: Cédula Rural Pignoratícia;

• Hipoteca: Cédula Rural Hipotecária;

• Penhor e hipoteca: Cédula Rural Pignoratícia e Hipotecária.

Com ou sem garantia real ou fidejussória: Cédula de Crédito


Bancário e contrato.
Sem garantia real: Nota de Crédito Rural.

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Garantias
Penhor Agrícola: Penhor Mercantil
Colheitas pendentes ou warrants; Penhor Cedular
em via de formação; Penhor Pecuário conhecimento de
Cédula de Crédito Rural:
frutos armazenados, embarque, NP, CCR,
Animais com finalidade bens suscetíveis de
máquinas e bilhetes de
econômica. penhor agrícola,
instrumentos agrícolas; mercadorias, duplicatas,
pecuário ou mercantil
lenha cortada e carvão letras de câmbio, ações
vegetal. e outros títulos.

A alienação fiduciária tem por objeto coisa fungível, bens


móveis e imóveis e se constitui por contrato, sendo inadmissível
seu ajuste em cédulas de crédito rural.
Hipoteca pode ser comum ou cedular, conforme se constitua por
contrato ou por cédula de crédito rural.
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Garantias
• A escolha das garantias nas operações de
crédito rural é convenção entre o financiado e
o financiador e as garantias são definidas de
acordo com a finalidade dos recursos, do
prazo e das condições específicas dos
programas

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Despesas
Remuneração da
Custo de prestação
Instituição IOF
de serviços
financeira

Sanções
Proagro Seguro rural
pecuniárias

Prêmios, taxas e Nenhuma outra


emolumentos em despesa pode ser
operações em exigida do
Bolsa. mutuário

Cursos - Assban DF
Fiscalização Obrigatória

Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação dos recursos


orçamentários, o desenvolvimento das atividades
financiadas e a situação das garantias, se houver
• Empréstimo do Governo Federal: no curso da
operação;
Demais financiamentos: até 60 (sessenta) dias após
cada utilização, para comprovar a realização das obras,
serviços ou aquisições.

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Fiscalização Obrigatória
• No custeio agrícola: antes da época prevista para
colheita.
• No financiamento de comercialização: no curso da
operação.
• No custeio pecuário, pelo menos uma vez no curso
da operação, em época que seja possível verificar a
sua correta aplicação.
• No caso de investimento para construções, reformas
ou ampliações de benfeitorias, até a conclusão do
cronograma de execução previsto no projeto;
Cursos - Assban DF
Fiscalização
• As instituições, também, são obrigadas a realizar
fiscalização, por amostragem, das operações
financiadas com o objetivo de acompanhar a efetiva
e correta aplicação dos recursos liberados.
• Essa fiscalização, também, visa à adoção de medidas
em caso de desvio de finalidade e quando da
ocorrência de eventos adversos que pode prejudicar
o retorno dos financiamentos nas condições
pactuadas.

Cursos - Assban DF
Atenção
• Os empreendimentos de custeio agrícola com
valor até R$ 300.000,00 (trezentos mil reais)
devem ser obrigatoriamente enquadrados no
Proagro.
• A contratação de seguro rural para a área
financiada é considerada equivalente ao
enquadramento no Proagro.

Cursos - Assban DF
Atenção
• A partir da definição das garantias que serão
vinculadas nas operações será definido
também o tipo de instrumento de crédito e o
registro desse instrumento.
• No caso de vinculação de imóvel em hipoteca
será necessário a realização do registro da
Cédula Hipotecária no Registro de Imóveis.

Cursos - Assban DF
Prorrogação
• As operações de crédito rural podem ser
prorrogadas, com as mesmas taxas pactuadas
inicialmente, desde que comprovada a incapacidade
de pagamento do produtor em consequência de
frustração de safra, por eventos adversos ou por
dificuldades na comercialização da produção obtida.
• A prorrogação de dívida não pode gerar penalidades
ao produtor rural e não impede o acesso a novos
financiamentos

Cursos - Assban DF
Preços Mínimos
• Os financiamentos de garantia dos preços mínimos
obedecem às normas especiais de acordo com a
orientação fixada pela Comissão de Financiamento da
Produção (CFP).
• O Financiamento para a Garantia de Preços ao Produtor
(FGPP) visa permitir aos produtores rurais a venda de
sua produção por valor não inferior ao preço mínimo
para os produtos amparados pela Política de Garantia
de Preços Mínimos (PGPM), ou ao preço de referência
fixado para certos produtos rurais (MCR 3-4-31).

Cursos - Assban DF
Registro no Bacen
• O agente financeiro é responsável por formalizar o
registro de todas as operações de crédito rural em
sistema do Banco Central, de forma a permitir o
acompanhamento dessas operações.
• Esses dados integram base de informações do
governo e possibilita o acompanhamento dos limites
de recursos tomado por cada produtor e o
cumprimento das exigibilidades e a atuação de cada
instituição financeira integrante do SNCR.

Cursos - Assban DF
Seguro
• O Seguro Rural e o Proagro têm o objetivo de mitigar
o risco dos empreendimentos financiados.
• O seguro agrícola é um mecanismo fundamental
para a agricultura, considerando os riscos envolvidos
na atividade.
• Mesmo em anos de safra recorde, eventos climáticos
regionais ou localizados podem prejudicar o
empreendimento do tomador do crédito rural e levar
à necessidade de renegociação da sua dívida.

Cursos - Assban DF
Seguro
• É muito importante que os produtores rurais
conheçam os produtos disponíveis, as coberturas
oferecidas, os riscos não amparados pelo seguro e os
procedimentos a serem adotados em caso de
ocorrência de algum evento adverso.
• Atualmente, existem seguros de produtividade e
também seguro de receita ou faturamento esperado.
Os seguros de faturamento têm características
diferentes e atendem a uma demanda do setor
produtivo.
Cursos - Assban DF
Seguro
• No entanto é fundamental que, ao contratar essa
proteção, o agricultor se informe sobre os critérios
para a formação da receita amparada pelo seguro e
os que serão considerados para indenização.

• Essas mesmas recomendações são válidas para o


Proagro. O Proagro é um programa de governo que
também contribui para oferecer maior segurança aos
produtores rurais.

Cursos - Assban DF
Considerações Finais

• Além da taxa de juros efetiva do crédito rural,


o produtor incorre em custos de registros das
cédulas de formalização e registro das
garantias, elaboração do projeto técnico,
assistência técnica, adicional do Proagro ou
prêmio de Seguro Rural, entre outros, a
depender da operação.

Cursos - Assban DF
Considerações Finais

• A exigência de qualquer forma de


reciprocidade bancária na concessão de
crédito rural sujeita a instituição financeira e
os seus administradores às sanções previstas
na legislação e regulamentação em vigor.
VENDA CASADA É PROIBIDA!

Cursos - Assban DF
Considerações Finais

• Obrigatoriamente, a partir de 1º/01/2018, a


concessão de crédito rural para o
financiamento de atividades agropecuárias
ficará condicionada à apresentação de recibo
de inscrição no Cadastro Ambiental Rural
(CAR).

Cursos - Assban DF
Considerações Finais

Coordenadas geodésicas
A partir de julho de 2017, em financiamentos
para áreas acima de 10 hectares, é obrigatória a
identificação do perímetro da área financiada
(polígono).

Cursos - Assban DF
Considerações Finais

É obrigatório que o plantio seja realizado de


acordo com o ZONEAMENTO AGRÍCOLA DE
RISCOS CLIMÁTICOS divulgado pelo Mapa. A não
observância do zoneamento leva ao
indeferimento do Proagro e do Seguro Rural.

Cursos - Assban DF
Acontecimentos Imprevistos
• Se ocorrer algum evento climático adverso, o
produtor deve efetuar a comunicação à
seguradora (caso tenha contratado seguro
rural) ou o agente financeiro (caso tenha
contratado o Proagro).
• Caso o produtor rural identifique qualquer
problema no empreendimento financiado,
deve comunica-lo, imediatamente, à
instituição financeira.
Cursos - Assban DF
Resumo das Principais Condições
• Liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por
intermédio de suas associações formais ou informais, ou
organizações cooperativas;
• Observância das recomendações e restrições do zoneamento
agroecológico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE).
• É necessária a apresentação de garantias a escolha das
garantias é de livre convenção entre o financiado e o
financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e
o prazo do crédito, observada a legislação própria de cada
tipo.

Cursos - Assban DF
Cursos - Assban DF 69
Certificação

Sistema Nacional de Crédito Rural


SNCR

Cursos - Assban DF 70
SNCR

O Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) foi


estruturado em 1965 e, a partir dele, surgiram linhas de
crédito especiais para agricultora familiar
• O programa de reforma agrária.
• A solução de endividamento de produtores e
cooperativas.
• Os fundos regionais de investimento.

Cursos - Assban DF
SNCR

Cursos - Assban DF
SNCR

Conselho
Monetário Banco Central
Nacional

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprova as normas


relativas à política de crédito rural.
O Banco Central do Brasil publica Resoluções e consolida as
normas no Manual de Crédito Rural.
Instituições financeiras que operam no Sistema Nacional de
Crédito Rural (SNCR) obedecem as normas. 73

Cursos - Assban DF
Atribuições do Bacen
• Controlar.
• Dirigir, coordenar e fiscalizar.
• Sistematizar a ação dos órgãos financiadores e promover a
sua coordenação com os que prestam assistência técnica e
econômica ao produtor rural.
• Elaborar planos globais de aplicação do crédito rural e
conhecer de sua execução, tendo em vista a avaliação dos
resultados para introdução de correções cabíveis.
• Executar o treinamento do pessoal dos órgãos do SNCR,
diretamente ou mediante convênios.

Cursos - Assban DF
Atribuições do Bacen
• Determinar os meios adequados de seleção e prioridade na
distribuição do crédito rural e estabelecer medidas para
zoneamento dentro do qual devem atuar os diversos órgãos
financiadores, em função dos planos elaborados;
• Estimular a ampliação dos programas de crédito rural, em
articulação com a Secretaria do Tesouro Nacional (STN);
• Incentivar a expansão da rede distribuidora do crédito rural,
especialmente através de cooperativas;

Cursos - Assban DF
Objetivos

Beneficiários
Crédito Finalidades
Rural

Condições

Cursos - Assban DF
Objetivos

• Estimular os investimentos de
1 produtores rurais e suas cooperativas

• Favorecer o custeio e a comercialização


2 da produção em época oportuna

• Fortalecer o setor Rural


3

Cursos - Assban DF 77
Objetivos

• Incentivar a adoção de novas tecnologias


4 e aumento da produtividade.

• Viabilizar a aquisição e regularização


5 de terras pelos pequenos produtores

• Estimular a geração de renda e o


6 melhor uso da mão de obra familiar

Cursos - Assban DF 78
Beneficiários

• Produtor rural (pessoa física ou


1 jurídica)

• Cooperativa de produtores rurais.


2

• PF e PJ que se dedique a atividades


3 vinculadas ao setor.

Cursos - Assban DF 79
Beneficiários

• Pesquisa ou produção de bens ligados à agroindústria,


4 inclusive medição de lavouras.

• Atividades florestais, Cerealistas, beneficiadoras e


agroindústrias.
5

• Prestação de serviços mecanizados, de natureza


agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para proteção
6 do solo.

Cursos - Assban DF 80
Atenção

• O silvícola pode ser beneficiário do crédito rural,


desde que, não estando emancipado, seja assistido
pela Fundação Nacional do Índio (Funai), que
também deve assinar o instrumento de crédito.
• Profissionais que se dedicam a exploração de pesca e
aquicultura, com fins comerciais não são
beneficiados pelas linhas de empréstimos de crédito
rural

Cursos - Assban DF
Pesca
A pesca comercial por captura classifica-se em:
a) Industrial, quando praticada por pessoa física ou
jurídica e envolver pescadores profissionais,
empregados ou em regime de parceria por cotas-partes,
utilizando embarcações de pequeno, médio ou grande
porte, com finalidade comercial;
b) Artesanal, quando praticada diretamente por pescador
profissional, de forma autônoma ou em regime de
economia familiar, com meios de produção próprios ou
mediante contrato de parceria, desembarcado, podendo
utilizar embarcações de pequeno porte.
Cursos - Assban DF
Classificação dos Produtores Rurais

Cursos - Assban DF
Finalidades

• Custeio: destina-se a cobrir gastos normais dos ciclos


produtivos, como aquisição de insumos.
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• Investimento: destina-se a aplicação de bens ou
serviços que serão utilizados por vários ciclos
produtivos como compra de máquinas e
2 equipamentos, construção e reforma de benfeitorias.

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Finalidades

• Comercialização: destina-se às despesas posteriores


à produção, como armazenagem ou conversão em
3 espécie dostítulos de venda a prazo da produção.

• Industrialização: destina-se à industrialização de


produtos agropecuários por produtores ou suas
4 cooperativas.

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Condições

• Orçamento, plano ou projeto: deve detalhar o que vai ser


feito, como, quando e quanto custará.
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• Garantias: pode constituir-se de penhor de safra,


alienação de bens, hipoteca, fiança, Proagro, seguro rural
2 ou contrato de preço futuro.

• Formalização: por meio dos títulos CRP, CRH, CRPH, NCR,


CCB.
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Condições

• Liberação dos Recursos: em parcelas ou em cota única.


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• Pagamento (reembolso ao banco): de uma só vez ou em


parcelas, de acordo com os ciclos das explorações
5 financiadas

• Fiscalização: obrigatória e direta, por amostragem de


propriedades.
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Origem dos Recursos
• A atividade rural, pelas suas características, necessita
de crédito com condições diferenciadas, e, para
atender a essa demanda, são estabelecidas fontes de
recursos específicas.
• Recursos controlados: As operações com esses
recursos têm as taxas definidas pelo governo federal.
• Recursos não controlados: a taxa é definida pelo
mercado. (Taxas Livres)

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Recursos Obrigatórios

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Subexigilidade
• 15% devem ser aplicados em operações com
médios produtores ao amparo do Programa
Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural
(Pronamp).
• 20% devem ser aplicados em operações com
pequenos produtores ao amparo do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (Pronaf).

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Recursos não Obrigatórios
• Fundos constitucionais (Fundo Constitucional de
Financiamento do Centro-Oeste – FCO, Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE
e Fundo Constitucional de Financiamento do Norte –
FNO).
• Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé).
• Recursos equalizados pelo governo federal, inclusive
os administrados pelo BNDES.

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BNDES
O Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa)
coordena diversos programas de
investimentos para o setor
agropecuário com recursos do
BNDES. Esses programas têm
recursos equalizados pelo Tesouro
Nacional e estão sujeitos às
normas gerais do crédito rural.

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BNDES
• Os agentes operadores são as instituições
financeiras, nas operações indiretas, ou o
próprio BNDES nas operações diretas.

Diretas 20 Milhões Indiretas

• O risco da operação é da instituição financeira


que formaliza o empréstimo ao produtor rural.
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Programas para Fortalecimento do Produtor Rural

Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar


(Pronaf): Estimular a geração de renda e melhorar o uso da mão
de obra familiar, por meio do financiamento de atividades e
serviços rurais agropecuários e não agropecuários desenvolvidos
em estabelecimento rural ou em áreas comunitárias próximas.

Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp):


Promover o desenvolvimento das atividades rurais dos médios
produtores rurais, por meio de crédito para inversões fixas e
semifixas em bens e serviços relacionados à atividade
agropecuária, bem como o custeio associado a esses
investimentos.
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Programa ABC
Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa

Reduzir o desmatamento.

Aumentar a produção agropecuária em bases sustentáveis.

Adequar as propriedades rurais à legislação ambiental.

Ampliar a área de florestas cultivadas.

Estimular a recuperação de áreas degradadas.

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Outros Programas
Inovagro: Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção
Agropecuária.
Moderagro: Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de
Recursos Naturais
Moderfrota: Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e
Implementos Associados e Colheitadeiras
Moderinfra: Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente
Protegido.
PCA: Programa para Construção e Ampliação de Armazéns
Procap-Agro: Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias
Prodecoop: Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de
Valor à Produção Agropecuária
Prorenova Rural: Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos
Canaviais.

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