Você está na página 1de 3

Discuta e descreva as alterações fisiopatológicas do Mal de Parkinson, baseado no

que foi estudado ao longo da disciplina.


A doença de Parkinson fisiopatologicamente deve ser considerada como
uma afecção neurodegenerativa, progressiva, caracterizada pela presença de disfunções
monoaminérgicas múltiplas, incluindo déficits dos sistemas dopaminérgicos,
colinérgicos, serotoninérgicos e noradrenérgicos.
O sistema dopaminérgico junto com os neurônios de melanina sofre
despigmentação, subentendendo que quanto mais clara a substância negra, maior é a
perda de dopamina. Juntamente tem-se também a depleção de dopamina que provém da
degeneração de neurônios dopaminérgicos da substância negra que se projetam para o
estriado, no qual são cruciais para o controle do processamento da informação pelos
gânglios da base, reduzindo a atividade das áreas motoras do córtex cerebral,
provocando a diminuição dos movimentos voluntários.
Com o avanço da doença e da degeneração dos neurônios, há a formação de
corpos de Lewys, sendo estes corpos de inclusão citoplasmática dos eosinófilos,
existentes na substância negra do mesencéfalo, os quais se aglomeram em grande
quantidade.
Além disso verifica-se a perda das células do núcleo pedúnculo-pontino,
combinada com a inibição aumentada do próprio núcleo, desinibe as vias retículo-
espinhal e vestíbulo-espinhal, o que acarreta uma contração excessiva dos músculos
posturais, estando estes relacionados aos déficits colinérgicos.
Assim pode-se entender que há existência de uma perda neuronal
progressiva no grupo de células ventro-laterais, da parte compacta da substância negra
do mesencéfalo.

SOUZA, C. F. M.; ALMEIDA, H. C. P.; SOUSA, J. B.; COSTA, P. H.; SILVEIRA, Y.


S. S.; BEZERRA, J. C. L. A Doença de Parkinson e o Processo de Envelhecimento
Motor: Uma Revisão de Literatura. Rev Neurocienc, v. 19, n.4, p. 718-723, 2011.

Justifique o uso dos fármacos levodopa e carbidopa no tratamento do “Mal de


Parkinson”? Explique baseado no mecanismo de ação.
A levodopa foi utilizada, pela primeira vez, no tratamento da doença de
Parkinson, há mais de 30 anos, e continua sendo o tratamento mais efetivo para a
doença, já que é rapidamente transportado através da barreira hematoencefálica. Uma
vez no SNC, a levodopa é convertida em dopamina pela enzima AADC no trato
gastrointestinal.
Quando a levodopa é administrada isoladamente, apenas 1% a 3% da dose
administrada alcança o SNC em sua forma inalterada. Para aumentar tais níveis
disponíveis para o cérebro e reduzir os efeitos adversos do metabolismo periférico, é
quase sempre administrado em combinação com carbidopa, um inibidor da AADC, que
impede efetivamente a conversão da levodopa em DA na periferia. Já que a carbidopa
não é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica, não há interferência da mesma na
conversão da levodopa em DA no SNC. A carbidopa aumenta a fração da levodopa
administrada por via oral disponível no SNC para 10%, permitindo uma redução
significativa na dose de levodopa e uma diminuição na incidência de efeitos adversos
periféricos.
(Utilizado a apostila para responder essa questão).

Justifique o uso do fármaco biperideno no tratamento do “Mal de Parkinson”?


Explique baseado no mecanismo de ação.
O biperideno é um anticolinérgico no qual antagoniza o efeito excitatório da
acetilcolina no estriado, através do bloqueio pós-sináptico de receptores muscarínicos.
Utilizados como terapia inicial para controle dos sintomas em casos em que o tremor é a
manifestação predominante em pacientes jovens e sem disfunção cognitiva, pois geram
diversos efeitos colaterais, também são utilizados para tratar sintomas nos pacientes que
recebem fármacos antipsicóticos, os quais são antagonistas da dopamina e assim anulam
o efeito da levodopa.

SILVA, M. N. C. Medicamentos utilizados no controle da Doença de Parkinson.


Porto Alegre, jul. 2018.

Como é chamado o efeito colateral apresentado pelo paciente neste caso como
episódios isolados de instabilidade motora?
Fenômeno on-off, onde ocorre uma mudança brusca do estado de
mobilidade do paciente sem que haja uma relação com o horário de tomada das doses da
levodopa. Alguns pacientes podem ficar horas em estado off, ou seja, completamente
acinéticos, a despeito de tomarem sucessivas doses da levodopa.
FERRAZ, H.B. Tratamento da Doença de Parkinson. Rev. Neurociências, v. 7, n. 1, p.
06-12, 1999.

Discuta sobre os últimos avanços no tratamento desta doença (Mal de


Parkinson).
Segundo a equipe de Parkinson e Distúrbios de Movimento do Hospital das
Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) há algumas descobertas promissoras no
tratamento da doença.
Vacina em desenvolvimento para frear a evolução do Parkinson: Uma
equipe de pesquisadores do hospital Johns Hopkins Medicine afirma ter encontrado
novas evidências de que o Parkinson se origina entre as células do intestino e segue até
os neurônios do cérebro. O estudo clínico oferece um modelo novo e mais preciso para
testar tratamentos que poderiam prevenir ou, até mesmo, interromper a progressão da
enfermidade.
Nova medicação para Parkinson tem efeito benéfico duplo: Safinamida tem efeito
duplo em pacientes com Parkinson: aumentando a dopamina e bloqueando o glutamato, o que
ajudaria a não piorar ou, até mesmo, a bloquear as discinesias.
Toxina botulínica controla salivação excessiva no Parkinson: Foi comprovada a
eficácia e a segurança da aplicação da toxina botulínica nas glândulas salivares para combater o
excesso de salivação, característica das pessoas com Parkinson.
Brasil já tem novos estimuladores cerebrais direcionais para tratar Parkinson: Os
estimuladores cerebrais profundos ou marca-passos cerebrais são as novas tecnologias
disponíveis hoje no mercado nacional e internacional como tratamento da doença de Parkinson.
FDA aprova Levodopa inalatória para Parkinson: Como uma bombinha de asma,
esse medicamento faz efeito em apenas dez minutos. E reduz a ação da Levadopa oral antes da
hora de tomar a próxima dose.

Você também pode gostar