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Ciências / Iris Stern. - Curitiba : IESDE, 2004
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1. Ciências - estudo e ensino. I. Iris Stern. II. Título

CDD (1oed.)
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6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

UNIDADE 1

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Superfície de Marte

A foto acima mostra a superfície de Marte. Ao olharmos para ela


talvez estranhemos o céu vermelho, mas isso não é tão diferente, pois
aqui na Terra, às vezes, o anoitecer também deixa o céu avermelhado.
O que causa maior espanto, sem dúvida, é a completa aridez do lugar,
uma paisagem monótona de pedras e areia vermelha. Olhamos a foto
e silenciosamente nos perguntamos: Onde está o verde das plantas,
onde está o brilho da água ou o colorido das asas de algum inseto?
Onde está o barulho dos animais na mata? O lugar parece tremendamente
silencioso, talvez apenas a passagem do vento produza algum ruído.
Que contraste fabuloso com qualquer paisagem da Terra (mesmo a dos
desertos). Terá a Terra sido assim em algum momento de sua história?
Se foi, logo outra questão surge:
Então, o que mudou? Como os seres vivos passaram a fazer parte do
cenário terrestre. Quando e de que maneira eles surgiram e evoluíram?
Tentar responder a essas perguntas é o objetivo desta unidade.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

Da Infinita
Variedade à
Origem da vida
Seu objetivo, ao final deste capítulo, será identificar
as principais correntes de pensamentos que procuram
explicar a origem da vida.
Em nosso planeta, diferente do que ocorre no restante do sistema solar, a vida é abundan-
te e está em quase todos os lugares que você possa imaginar. A Terra, até onde os cientistas
sabem, é única em sua capacidade de abrigar os seres vivos. Aqui, eles encontram todos os
fatores necessários à sobrevivência, se multiplicam e evoluem (vamos estudar a evolução
logo adiante). Ao longo de bilhões de anos, os seres vivos foram
tendo selecionadas características que lhes permitissem ocu-
par os mais diversos ambientes, o que resultou em uma
variedade extraordinária que os cientistas denominam
biodiversidade.
Ninguém sabe ao certo quantas espécies existem,
os pesquisadores já conhecem mais de um milhão
e meio, porém, diariamente, novos organismos são
analisados e descritos. Certamente, muitos outros
permanecem desconhecidos da ciência, ocultos no
fundo dos mares, dentro das cavernas ou nas áreas
mais fechadas das florestas onde “esperam” ser “desco-
bertos” e estudados.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Quando você pára para pensar em tão grande variedade e no fato de


que, aparentemente, só há vida na Terra, provavelmente se pergunta:
“de onde vieram estes seres?” ou “de onde veio a vida?”

Essas são grandes interrogações. Elas preocuparam os filósofos e pesquisadores no pas-


sado e continuam a exigir respostas no presente.
Para respondê-las, diversas hipóteses foram formuladas.
Há explicações de natureza religiosa (sobre as quais não estaremos fazendo considerações)
e explicações de natureza científica. As explicações científicas foram sendo criadas, revistas
e reformuladas de acordo com os avanços da ciência. Assim, algumas teorias que fizeram
“sucesso” no passado hoje podem parecer ingênuas, mas é importante que você considere o
período em que elas foram propostas e perceba que naquele momento faziam sentido, pelo
menos para um grupo de pesquisadores.
Então, vamos procurar entender algumas teorias que já foram usadas para explicar a
origem da vida na Terra.

Abiogênese ou Geração Espontânea (seres vivos


gerados a partir da matéria bruta)
A origem para esta teoria pode ser encontrada na Grécia antiga.
Aristóteles (384-322 a.C) formulou teorias que, durante muito tempo,
embasaram diversas áreas do conhecimento.
A respeito da origem da vida, ele afirmava que, em condições
favoráveis, um “princípio ativo” ou “princípio vital”, seria capaz de
transformar a matéria bruta em matéria viva.
Ele não explicava o quê era esse princípio, mas apenas afirmava Busto de Aristóteles
que ele poderia levar ao aparecimento de seres vivos a partir da
matéria bruta.
Essa concepção do princípio vital, apesar de tão abstrata e sem fundamentação, foi mantida
pelos estudiosos ao longo de muitos séculos. Eles não achavam possível contestar as idéias
de Aristóteles, que era visto como um dos maiores pensadores de todos os tempos.
Tão certos estavam de que Aristóteles não poderia ter errado, que alguns chegaram a criar
“receitas” ensinando sobre a maneira de criar seres vivos a partir da matéria bruta. Uma das
mais famosas “receitas” foi criada pelo belga Jean Baptiste van Helmont (1577-1644). Dizia ele:
“criaturas como piolhos, carrapatos, pulgas e lombrigas são nossos hóspedes e vizinhos, e nascem
de nossas entranhas e excrementos. Se colocarmos roupa suada junto com trigo em um recipiente
de boca larga, ao final de 21 dias, o odor penetra na casca do trigo e o transforma em ratos”.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O que você acha dessa “experiência”, os camundongos teriam sido gerados pela reação
entre o suor e o trigo?
Certamente, não!
Então, será que van Helmont era um ingênuo que acreditava em coisas impossíveis?
Também não, ele era um grande pesquisador e fez muitas descobertas importantes em
seus estudos sobre plantas e gases.
O problema é que naquela época não havia regras para a realização de experimentos e
faltou a van Helmont acompanhar o desenvolvimento daquilo que estava propondo. Você
mesmo, que não é um cientista, já percebeu que a camisa servia como um excelente ninho
e o milho sobre ela atraiu uma fêmea àquele local. Aquecida e alimentada, ali ela teve seus
filhotes. Se van Helmont tivesse mantido o lugar sob observação, teria visto a fêmea chegar.
Em 1668, ainda se acreditava que carne em decomposição poderia gerar vermes. Nessa
ocasião um pesquisador italiano de nome Francesco Redi, demonstrou o equívoco dessa
crença, para isso ele fez uma experiência bem simples, veja:

A observação dos vidros revelou que, diferente daquilo que se acreditava, as larvas só apa-
receram nos frascos abertos, nos quais as moscas haviam
podido entrar. A seqüência da observação demonstrou
também que as larvas sofriam transformações e davam
origem a novas moscas. Assim, a hipótese de que a carne
era a geradora de larvas foi descartada e a teoria da gera-
ção espontânea sofreu um forte abalo.
No entanto, com a criação dos microscópios e a des-
coberta dos microorganismos, os defensores da abiogê-
nese passaram a defender a idéia de que a matéria bruta
poderia gerar todo tipo de micróbios.
Essa nova tese foi objeto de discussão até o século
XIX, quando uma série de experiências muito engenhosas
foram organizadas por um dos mais importantes micro-
biologistas, o francês Louis Pasteur.

Louis Pasteur

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Louis Pasteur e a Biogênese (seres vivos só são gerados a partir de


outros seres vivos)
Para Pasteur e muitos outros, um ser vivo só poderia surgir a partir de outro ser vivo.
Buscando provar isso, Pasteur colocou um caldo nutritivo dentro de frascos de vidro, os quais
tiveram seu gargalo alongado (ficaram conhecidos como frascos com pescoço de cisne). A
seguir, o frasco com o líquido foi posto para ferver, de modo que todos os micróbios fossem
mortos. Depois que o conjunto esfriou e por muito tempo ainda, o líquido em seu interior
permaneceu límpido, sem o desenvolvimento de microorganismos.

Experiência de Pasteur

Aqueles que defendiam a abiogênese passaram a argumentar que o calor havia destruído
o princípio vital e por isso a solução se mantinha estéril. Então, Pasteur quebrou o gargalo do
frasco e poucos dias depois o líquido se mostrava turvo, repleto de micróbios.
Finalmente, a teoria da geração espontânea foi derrubada. Não havia mais argumentos
que a sustentassem.

Bem, mas se um ser vivo só pode surgir a partir de outro, então,


qual foi o primeiro?

Pois é, parece que nossas perguntas iniciais ainda estão sem resposta. Os
cientistas tentam responder essa questão com a explicação a seguir:

Teoria da Evolução de Sistemas Químicos (de coacervados a células)


A teoria mais aceita atualmente, proposta pelo biólogo inglês John Burdon Haldane
(1892-1964) e pelo bioquímico russo Alesandr Ivanovitch Oparin (1894-1980), tenta explicar

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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o aparecimento de seres vivos na Terra primitiva levando em consideração as características


que ela tinha há milhões de anos.
Os cientistas acreditam que, no passado, o planeta era muito diferente daquilo que vemos
hoje. A terra jovem era muito quente, havia intensa atividade vulcânica e chuvas torrenciais. A
atmosfera primitiva, diferente da atual, era composta por metano (CH4), amônia (NH3), vapor
de água (H2O) e hidrogênio (H2). Você lembra quais os gases que compõem a atual atmosfera
terrestre? Anote em seu caderno e confira ao final deste capítulo.
A presença dessas substâncias é a chave para tentarmos entender o que se passou há
cerca de 3,5 bilhões de anos.

Terra há 3,5 bilhões de anos

A intensa atividade vulcânica deve ter produzido grandes volumes de vapor de água,
que, ao chegarem à atmosfera, condensaram e voltaram à superfície como chuvas torrenciais.
Na crosta ainda quente, essa água logo evaporava e formava novas nuvens, as quais produ-
ziam mais chuva. Esse ciclo deve ter se repetido por milhares de anos até que a superfície foi
esfriando e a água começou a formar imensos mares. Foi nesses mares que a vida deve ter
surgido.
Quando as tempestades aconteciam, muitos raios eram produzidos e eles eram capazes
de “desmanchar” as moléculas dos gases atmosféricos. Separados, esses átomos poderiam
se reunir de novo, formando as mais diferentes combinações. Entre elas têm importância os
aminoácidos, moléculas orgânicas que ao se reunir em maior número podem dar origem a
proteínas. Estas podem formar aglomerados um pouco mais complexos, os coacervados.

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Molécula protéica
acumula água
surge um coacervado
Um coacervado não é um ser vivo, mas acredita-se
que eles poderiam ir se tornando sempre mais complexos
até dar origem às primeiras células.
Parte dessa teoria já foi comprovada experimental-
mente. Em 1953, um estudante americano, Stanley Miller,
montou um aparelho como no esquema ao lado.
Nele foram colocados todos os elementos que se
acredita existiam na atmosfera primitiva. Esses gases fo-
ram bombardeados com descargas elétricas. Após uma
semana de funcionamento, a água do reservatório inferior
foi analisada e nela foi encontrada grande quantidade de
aminoácidos.
Então, os cientistas acreditam que, de modo parecido,
nos mares do passado formaram-se compostos que deram origem aos primeiros seres vivos
– ainda muito simples em sua estrutura, mas capazes de se reproduzir.

1. Qual a diferença mais importante entre os procedimentos de van Helmont e de Francesco


Redi, em relação às experiências por eles desenvolvidas?

2. Veja a frase a seguir:


“ Bicho de goiaba, goiaba é.”
Ela é usada por algumas pessoas para “explicar” o apare-
cimento do bicho no interior da goiaba. Será que ele se
forma a partir da goiaba? Se assim fosse, qual das teorias
de origem da vida estaria “explicando” a presença do bi-
cho?
Procure pesquisar qual a origem do bicho da goiaba.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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3. Preencha a tabela comparando os gases existentes na atmosfera terrestre atual com


aqueles que se supõe existiam no passado.

Gases da atmosfera atual Gases da atsmofera do passado

4. Procure em um dicionário o significado etimológico (contendo a origem dos termos que


compõem a palavra) da expressão abiogênese.

5. Qual a importância dos experimentos de Stanley Miller?

6. Descreva a Terra antes do aparecimento dos seres vivos.

Experimentando teorias e usando o método científico:


Você pode reproduzir a experiência idealizada por Francesco Redi. O material a ser usado
é o seguinte:
2 Copos plásticos
Gaze
Banana
Barbante ou linha

Amasse a banana e coloque um pouco no fundo de cada copo. Cubra com a gaze um
dos copos(amarre-a com o barbante ou linha), deixe o outro aberto. Observe que tipo de
animal é atraído pela banana e o que acontece ao copo aberto. Espere alguns dias e veja
se há “bichinhos” dentro de algum dos copos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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Interpretando suas observações:


- Se um ser vivo só surge a partir de outro, em qual dos dois copos deverão aparecer
bichinhos?
- Você observou algum animal pousando no interior do copo? Que animal era esse?
- Como você poderia provar que os bichinhos surgidos sobre a banana são formas dife-
rentes desse animal que você viu entrar no copo?

7. Se um ser vivo só surge a partir de outro, em qual dos dois copos deverão aparecer bichi-
nhos?

8. Você observou algum animal pousando no interior do copo? Que animal era esse?

9. Como você poderia provar que os bichinhos surgidos sobre a banana são formas diferentes
desse animal que você viu entrar no copo?

10. Desenhe as diversas etapas de seu experimento. Escreva as conclusões a que você che-
gou após realizá-lo.

sugestão de leitura
STERN, Íris. Sobrevivendo à Grande Extinção - Dinossauros. São Paulo: Saraiva, 2003.

GEWANDSZNAJDER, Fernando ,CAPOZOLI, Ulisses. Origem e História da Vida .


São Paulo: Ática, 1992

sugestão de sites
http://www1.uol.com.br/criancas/historia/ult978u11.shl

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CAPÍTULO 2

O Planeta se
Torna Habitado
Após o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de reconhecer que os
seres vivos sofrem mudanças, evoluem ao longo do tempo, e que os fósseis
são vestígios desse processo evolutivo.
Também deverá reconhecer o papel das alterações ambientais durante o
processo evolutivo.

No capítulo anterior você viu como os cientistas procuram explicar a origem da vida. Pois
bem, agora que já imaginamos organismos muito simples se desenvolvendo nos mares do
passado, fica a pergunta:
Como, a partir de seres tão simples, sugiram todas as formas de vida que conhecemos?
A resposta não é fácil e vem intrigando os pesquisadores há muito tempo. Para tentar
entender essa questão devemos voltar à Terra primitiva.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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Saiba que...
Se mar com cheiro de ovo podre lhe parece estranho, saiba que ainda
hoje existem lugares assim. Há fontes termais em que a água tem forte cheiro
de gás sulfídrico. È o que acontece no deserto de Atacama, no Chile.

Os primeiros organismos eram unicelulares (formados por uma


célula apenas) e provavelmente se alimentavam das moléculas orgâ-
nicas surgidas nos mares, ou seja, eles buscavam alimento no meio
ambiente e por isso dizemos que eram heterotróficos.
À medida que milhões de anos passaram, o número de organis-
mos aumentou e o alimento dissolvido na água foi ficando escasso.
Nessa época, devem ter aparecido alguns seres capazes de aprovei-
tar a energia das ligações químicas.
Eles faziam a reação entre o H2 atmosférico e os compostos de
enxofre liberados pela atividade vulcânica. Um produto dessa reação
é o gás sulfídrico, substância cuja característica marcante é o cheiro
- cheira a ovo podre. Os mares deviam borbulhar com a liberação
desse gás e isso, definitivamente, fazia da Terra do passado um lugar
muito desagradável.
Capazes de produzir seu próprio alimento, e por isso denomi-
nados autótrofos, esses seres levavam vantagem sobre os demais
e provavelmente se multiplicaram rapidamente.
Aumentando a complexidade dos processos autotróficos e com o desenvolvimento da
capacidade de produzir clorofila, os primeiros organismos fotossintetizantes apareceram.

Você lembra o que é fotossíntese?


A fotossíntese é o processo pelo qual diversos organismos aproveitam a energia do Sol
e com ela sintetizam seus próprios alimentos.
Veja:

Para que a fotossíntese aconteça


são necessários alguns fatores:
• luz do Sol;
• clorofila;
• gás carbônico;
• água.

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Todos eles podiam ser encontrados no ambiente daquele período. A atmosfera já


deveria ter gás carbônico, originado da atividade metabólica dos primeiros organismos hete-
rotróficos (não esqueça que a atmosfera ainda era bem diferente da nossa). Esse gás passou a
ser usado pelos autotróficos e, como conseqüência, a atmosfera terrestre foi novamente sendo
modificada - teve início, há 2,5-3,5 bilhões de anos, o processo de acumulação de oxigênio.

Os primeiros autótrofos poderiam ter


sido parecidos com essas cianobactérias
denominadas Prochloron.

Com o surgimento de grandes volumes de oxigênio, devem ter aparecido heterótrofos


que usavam esse gás em seus processos metabólicos, como fazem os animais durante a respi-
ração. Então, agora já existiam os ancestrais das plantas e dos animais do presente e, naquele
momento, todos viviam nos mares.

Você percebeu que sempre usamos expressões como:


deve ter sido assim..., provavelmente..., sabe por quê?

O motivo é que tudo o que nós explicamos são hipóteses, ou seja, algo que os cientistas
acreditam que possa ter acontecido, mas que ninguém presenciou. É possível que alguns fatos
não tenham acontecido exatamente como a Ciência supõe e venham a ser repensados no
futuro, porém, atualmente, para a maioria dos cientistas, essa é a explicação sobre a origem
da vida.
É certo também que, apesar de ser hipótese, há dados concretos que permitiram aos pes-
quisadores montar essa teoria. Uma das fontes mais importantes são os estudos das rochas
mais antigas e dos fósseis que muitas delas contém.
Você lembra o que são fósseis e como eles se formam?

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Fósseis
Um fóssil é o vestígio de um ser vivo que habitou a Terra no passado. Muitos fósseis são
ossos que, soterrados, sofreram lentos processos de mineralização. Veja:
Fósseis desse tipo são formados quando o animal morre e é rapidamente soterrado. Co-
berto por muitas camadas de sedimento, o corpo vai decompondo lentamente e os ossos
recebem minerais, tornando-se mais duros e preservados.
Processos de fossilização são relativamente raros, porque geralmente o animal morto é
devorado pelos que se alimentam de “carniça”.
Os fósseis são encontrados em rochas sedimentares.

Porém, um fóssil é qualquer vestígio de ser


vivo e muitos deles são bem diferentes, como os
animais presos no âmbar. O âmbar é resultado de
transformações sofridas pela resina produzida por
certas plantas. Ele é duro, transparente e amarelado.
Veja na foto abaixo.

O que você vê dentro do bloco de âmbar?


É uma vespa, mas como ela foi parar ali?
A resposta é fácil, antes de solidificar, o âmbar era um líquido pegajoso e, ao escorrer
pelo tronco da árvore, deve ter prendido o inseto. Com o tempo, a resina transformou-se em
âmbar e a vespa continuou ali dentro. Esse tipo de fóssil é um dos mais interessantes, porque
preserva animais muito frágeis que de outra forma não seriam conservados.

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Os mais antigos fósseis são os estromatólitos, datam de 3 bilhões de anos e foram cons-
truídos por colônias primitivas de cianobactérias (vamos estudar estes organismos no capítulo
__) e outros microorganismos. Na Austrália, há uma região em que ainda se formam estruturas
desse tipo. Ali, na baía de Shark há um recanto muito salgado, devido à grande evaporação
e pouca circulação de água no local. Essa água extremamente salgada impede a fixação de
muitos organismos, porém é o local preferido para o crescimento de certas cianobactérias.
Elas segregam uma substância calcária que vai se acumulando e formando grandes “almo-
fadões” junto ao litoral. Veja:

Esses seres do passado, ao longo dos bilhões de anos, sofreram transformações – evoluí-
ram – foram tendo selecionadas características que levaram a um aumento de complexidade
e permitiram a ocupação dos mais diversos ambientes.

Assinale X na única alternativa correta:


1. Os primeiros seres vivos provavelmente eram:
a) unicelulares e autótrofos.
b) unicelulares e fotossintetizantes.
c) pluricelulares e autótrofos.
d) pluricelulares e heterótrofos.
e) unicelulares e heterótrofos.

2. Os mais antigos fósseis são:


a) ossos mineralizados.
b) conchas.
c) estromatólitos.
d) blocos de âmbar.
e) animais congelados

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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3. Assinale V ou F, conforme as afirmativas sejam verdadeiras ou falsas:


Sobre os fósseis, podemos afirmar que:
( ) são encontrados no interior de rochas sedimentares.
( ) são importantes evidências da vida há milhões de anos na Terra.
( ) qualquer osso enterrado constitui-se em um fóssil.
( ) insetos podem ser preservados no âmbar.
( ) nos permitem observar seres de um passado distante.

4. Há poucos anos, cientistas encontraram o corpo de um mamute adulto preso ao gelo na


Sibéria. Esse é um tipo muito raro e muito valioso de fóssil, porque o animal inteiro ficou
preservado. É possível inclusive analisar o alimento que havia em seu estômago.
Que fator ambiental levou a uma preservação tão completa? Pesquise como é o ambiente
na Sibéria de hoje. Pesquise o que é um mamute.

5. Reveja o capítulo 1 e anote os gases que compunham a atmosfera primitiva da Terra,


compare-os com aqueles citados no capítulo 2. Qual a diferença que você nota e como
se explica o aparecimento de gás carbônico e oxigênio?

6. Justifique a afirmativa: “A vida surgiu nos mares”.

7. Por que os fósseis são raros?

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

São Pedro do Sul, no Rio Grande do Sul, possui a maior reserva de fósseis vegetais
do mundo. É um fenômeno único, que ocorreu entre 206 a 248 milhões de anos atrás, no
período Triássico na era Mesozóica por uma combinação de vários fatores. Naquela época
remota, a paisagem são-pedrense era composta por uma enorme floresta de araucárias
que foram soterradas por um desastre natural, talvez um vulcão ou uma enchente.
A fossilização só ocorreu devido à grande quantidade de sílica e umidade existentes no
solo de São Pedro do Sul. Os troncos soterrados absorviam água e, junto com ela, a sílica,
que foi revestindo as paredes das células e transformando a árvore em uma verdadeira
pedra.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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8. De que modo os troncos soterrados se transformaram em “pedra”?

9. Pesquise que tipo de árvores são as araucárias. Ainda existem árvores desse tipo?

10. De que modo um vulcão poderia causar um soterramento?

sugestão de leitura
STERN, Íris. Sobrevivendo à Grande Extinção - Dinossauros. São Paulo: Saraiva, 2003.
GEWANDSZNADJER, Fernando; CAPOZAOLLI, Ulisses. Origem e História da Vida . São Paulo:
Ática, 1992

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/especial/dino/tipos.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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CAPÍTULO 3

Evolução e Meio
Ambiente
Após o estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de
diferenciar as explicações de Lamarck e Darwin sobre o processo
evolutivo. Deverá também reconhecer o papel dos fatores
ambientais no processo evolutivo.

Observe o desenho acima. Você consegue identificar todos os organismos que aparecem?

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Provavelmente não.
E sabe por quê?
Após o aparecimento dos primeiros organismos e durante milhões de anos, muitos outros
surgiram e desapareceram do cenário terrestre. Era como se a Terra fosse um imenso laboratório
onde a natureza “testava” as mais estranhas formas de vida. Esse fenômeno do aparecimento
e desaparecimento de espécies constitui aquilo que conhecemos como evolução.
Assim, o desenho procura representar o fundo dos mares há 550 milhões de anos e as
espécies que você vê na figura já desapareceram. Algumas, sem deixar descendentes, outras,
deram origem a linhagens que existem até hoje, como é o caso das águas-vivas (1) e das es-
ponjas (2).
Dos estranhos animais (3) Opabinia e (4) Hallucigenia, só se conhecem fósseis.
A descoberta sempre crescente de fósseis revelando animais e plantas desconhecidos,
entre outros fatores, fez os cientistas buscarem explicações sobre o modo pelo qual a evolução
aconteceu e ainda acontece.
Nos estudos sobre evolução podemos destacar dois pesquisadores: Lamarck e Darwin.

Lamarck (Jean Baptiste Lamarck 1744 -1829)


Foi um dos pioneiros na tentativa de explicar a diversidade e as diferenças individuais exis-
tentes nos diversos organismos. Viveu entre o final do século XVIII e o início do XIX e foi, em
sua época, um importante pesquisador. No entanto, esse foi um período no qual quase nada
se sabia sobre hereditariedade, isto é, como as características genéticas são passadas de pais
para filhos. Por causa disso, muito do que ele afirmava, sabemos hoje, não ser verdadeiro.
Lamarck, porém, percebeu que mudanças ambientais concorrem para mudanças nos seres
vivos. Mas acreditava que as mudanças ocorridas no organismo de um indivíduo poderiam ser
passadas a sua descendência. Um dos exemplos mais tradicionais dessa “certeza” era a maneira
pela qual explicava o longo pescoço das girafas. Para Lamarck, as girafas precisavam comer as
folhas do alto das árvores e, por isso, esticavam o pescoço para alcançá-las; de tanto esticar, o
pescoço foi crescendo, e a cada geração, as novas girafas tinham pescoço sempre maior.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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O que lhe parece uma afirmação desse tipo? Será possível que ao acontecer uma mudan-
ça no corpo de um animal, pelo uso ou pela falta de uso, essa mudança seja transmitida aos
seus descendentes?
A resposta é, não. Veja dois exemplos bem exagerados:
Quando um homem faz musculação, aumenta o volume de seus músculos, porém, o filho
que ele vier a ter, não nascerá com a musculatura volumosa. Da mesma forma, alguém que
tenha tido um acidente e perdido uma perna, não terá descendentes sem perna.
A Lamarck faltavam conhecimentos sobre hereditariedade, e, apesar de muitas vezes
acharmos certa ingenuidade em suas propostas, freqüentemente falamos ou pensamos
como ele. Veja:
Muitas vezes, as pessoas percebem que um inseticida que matava muitas pragas deixa de
fazer o mesmo efeito e dizem: “as baratas se acostumaram com o veneno”. Mas como? Como
elas poderiam se “acostumar” e transmitir isso a sua descendência?
Para Lamarck, seria a proximidade que levaria a esse “acostumar”. No entanto, sabemos
que não pode ser assim, então, como explicar a resistência, que é real, surgida entre esses
insetos?
Essa explicação nos será dada pela teoria desenvolvida por Darwin.

Darwin (Charles Darwin – 1809-1882)


Aos 22 anos, Darwin embarcou no veleiro Beagle em uma viagem ao redor do mundo.
Durante os cinco anos da expedição, coletou muitas amostras de animais e realizou anotações
sobre os diversos lugares que conheceu.
De todos os lugares visitados o que mais o impressionou foi o arquipélago de Galápagos.
Ali é possível observar a evolução acontecendo. Essas ilhas se localizam cerca de 900 km do
litoral do Equador na América do Sul. E cada uma tem características próprias. A fauna e a
flora que nelas se desenvolveram estão adaptadas a essas diferenças.

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Observando algumas aves que vivem nas diversas ilhas, Darwin percebeu pequenas dife-
renças entre elas. No entanto, parecia que todas vinham de um ancestral comum. Vinte anos
depois de retornar à Inglaterra, ele escreveu as bases da Teoria da Seleção Natural.
Sua hipótese era que as aves, ao nascer, apresentavam pequenas diferenças (diferenças
individuais) e que essas diferenças poderiam trazer vantagens ou não. As características
vantajosas seriam selecionadas e, como elas eram hereditárias (o indivíduo nascia com elas),
seriam transmitidas à descendência.
Voltemos ao exemplo do pescoço das girafas. Darwin diria que nasciam girafas com pes-
coço de diferentes tamanhos, aquelas que conseguiam alcançar as folhas do alto das árvores
tinham um estoque de alimentos muito maior, portanto, deviam sobreviver quando a comida
faltasse. Seus longos pescoços seriam transmitidos à descendência, ao passo que aquelas de
pescoço curto morreriam de fome e não deixariam descendentes.
A teoria de Darwin revela um importantíssimo papel das condições do ambiente na seleção
e evolução dos seres vivos. Teria sido desse modo, com a seleção dos mais capazes, que o
processo evolutivo produziu tantas e tão variadas formas de vida, e também levou a extinção
de muitas delas, “vencidas” na luta pela sobrevivência.

1. Na lista abaixo, há algumas afirmações que poderíamos atribuir a Lamarck, em seu modo
de explicar a evolução, e outras que poderíamos atribuir a Darwin. Assinale L para as
afirmações lamarckistas e D para as afirmações darwinistas:
( ) as membranas existentes entre os dedos das aves aquáticas surgiram devido à
necessidade de nadar.
( ) de tanto comer vegetais, o intestino dos herbívoros foi ficando longo.
( ) ao fazermos uso de inseticida, matamos as baratas mais frágeis e deixamos vivas
as mais resistentes.
( ) os peixes de caverna são cegos porque lá não há luz e, portanto, olhos são dispensáveis.
( ) o uso incorreto de antibióticos leva à seleção de linhagens bacterianas cada vez
mais resistentes.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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2. As baleias são mamíferos que evoluíram a partir de animais terrestres. Como você explicaria
essa evolução usando argumentos lamarckistas?

3. Por suas conclusões sobre a evolução dos seres, o texto de Darwin teve imensa repercussão
em sua época. Muito se escreveu sobre ele e até hoje muitas pessoas acreditam que Dar-
win afirmou que o homem se originou dos macacos. Ele nunca disse isso, mas percebeu
que homens e macacos devem ter tido um ancestral comum. Pergunte a duas ou três
pessoas de suas relações o que elas sabem sobre Darwin. Anote e compare com o que
você aprendeu neste capítulo.

4. Imagine uma população de animais na qual todos sejam absolutamente iguais, tanto em
aspecto, quanto no funcionamento de seu organismo e características metabólicas. Imagine
ainda que esses animais tenham uma pequena tolerância a variações de temperatura
ambientais, preferindo valores próximos de 28-30 ºC. Então, repentinamente, algo muda
no clima e as temperaturas abaixam, ficando em torno de 4o.C. O que aconteceria a essa
população imaginária? E se houvessem indivíduos diferentes em sua tolerância ao frio?
Qual a vantagem da diversidade?

5. De que maneira o estudo dos fósseis pode ajudar a história evolutiva das espécies?

6. ”Em cavernas escuras, ocorre maior número de peixes cegos do que fora delas.”
Explique essa frase usando conceitos lamarckistas.

7. O parágrafo abaixo foi retirado do livro A Origem das Espécies, escrito por Charles Darwin,
onde ele descreve sua teoria da seleção natural.
“Podemos comparar o registro geológico de que dispomos a uma história do mundo elaborada
de maneira imperfeita e escrita num dialeto em extinção, e da qual possuímos apenas o último
volume, relativo a somente dois ou três países. Deste volume, apenas se preservaram alguns
capítulos soltos, e, de cada página, apenas umas poucas linhas.”
(Darwin, 1985, p. 251)

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Darwin faz referência ao registro geológico de que dispomos, por que ele afirma que esse
registro é imperfeito, incompleto?

8. E por que ele o compara a um dialeto em extinção?

9. Pesquise sobre os períodos geológicos, que tipos de organismos caracterizam cada um


deles?

10. O que é seleção natural?

sugestão de leitura
BIZZO, Nélio. A Evolução dos seres vivos. São Paulo: Ática, 1994.
CUNHA, Paulo. MONTANARI, Valdir. Evolução do Bicho-Homem. São Paulo:
Moderna, 1995.
MARTHO, Gilberto. A Evolução dos Seres Vivos. São Paulo: Scipione, 1991.
SNEDDEN, Robert. Vida. São Paulo:Moderna, 1997.
STERN, Íris. Sobrevivendo à Grande Extinção – Dinossauros. São Paulo:
Saraiva, 2003.

sugestão de sites

http://www.biomania.com.br/biografias/charlesdarwin
http://www.biomania.com.br/biografias/jeanblamarck.php

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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CAPÍTULO 4

Organização
Celular
Após o estudo deste capítulo, você deverá identificar a célula como a
unidade de forma e função de todos os seres vivos e ser capaz de descrever as
funções de membrana, do citoplasma e do núcleo. Deverá ainda diferenciar
células eucariontes e procariontes, seres unicelulares e pluricelulares, bem
como seres autótrofos e heterótrofos.

Quando, no século XIX, o volume das pesquisas usando o microscópio aumentou, os


cientistas começaram a perceber que sempre aparecia algo em comum em todos os materiais
biológicos analisados: era a célula. Parecia que independentemente do organismo estudado,
planta ou animal, lá estavam elas. Finalmente, em 1838-1839, dois pesquisadores, Schleiden e
Schwann, formularam a Teoria Celular que afirma que todos os seres vivos são formados por
células.
Muito depois desse período foram descobertos os vírus, únicos seres desprovidos de
estrutura celular, porém, totalmente dependentes das células (veremos mais sobre vírus na
Unidade 2 capítulo 1).

A Célula
A descoberta das pequenas unidades individuais que constituem todos os seres vivos foi
feita por Robert Hooke, em 1665, quando ele observava cortes de cortiça com o microscópio.
Em suas anotações, escreveu que esse material era formado por um conjunto de orifícios, “pa-
recidos com uma colméia (...) esses poros ou células formando um grande número de caixinhas”.
Posteriormente, verificou-se que a cortiça é material formado por células mortas, das quais

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Microscópio e desenhos de Robert Hooke.

As células, em sua maioria, são muito pequenas e podem ter formas muito variadas. Apesar
da grande diversidade, podemos dizer que, em geral, uma célula é formada por três estruturas:
a membrana, o citoplasma e o núcleo.

Membrana Plasmática
É uma fina película que envolve o con-
teúdo celular. A membrana permite a entra-
núcleo
da de substâncias para o meio interno e a
saída de compostos para o exterior. Manter
citoplasma a forma e proteger o conteúdo também são
funções da membrana.
membrana plasmática

Citoplasma
Preenche o espaço entre a membrana plasmática e a membrana do núcleo. É um material
de aspecto gelatinoso no qual estão mergulhadas as organelas celulares - estruturas que
desempenham diferentes funções dentro da célula.

Núcleo
Na maioria das células há um núcleo único, no interior do qual estão as estruturas res-
ponsáveis pelas características hereditárias dos organismos. O núcleo também é a estrutura
responsável pela divisão da célula.

Dissemos que a maioria das células possui essas estruturas. Você já viu que a diversidade
de organismos na natureza é muito grande. Com as células observamos o mesmo. Elas podem
ser bem diversificadas em sua forma e estrutura, algumas, inclusive, não têm núcleo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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Essas células sem núcleo definido, isto é, sem membrana envolvendo o material genéti-
co, são encontradas nos organismos mais simples. Os cientistas acreditam que as primeiras
células surgidas nos oceanos primitivos tinham esse tipo de organização – denominado pro-
carionte.
Na foto você observa a imagem de uma bactéria em divisão. A grande ampliação é pos-
sível pelo uso de um equipamento especial, o microscópio eletrônico, inventado em 1931,
com ele os cientistas conseguem aumentos de até 500.000 vezes. Observe bem a fotografia
e veja a membrana que envolve a célula externamente, é a parede celular. Junto a ela vemos
também uma segunda membrana, a membrana celular, envolvendo o citoplasma, no interior
do qual há ribossomos e onde o material hereditário (DNA), se acha espalhado. Perceba que
esse citoplasma não contém compartimentos limitados por membrana, como os que veremos
em uma célula eucarionte.

Parede celular

Citoplasma com
ribossomos
Membrana
celular

DNA

A segunda imagem ( da célula eucarionte ) é a que se segue:

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Ela mostra uma célula animal.


Compare as duas imagens: a célula da bactéria com a célula animal.

Que diferenças você observa? Perceba que a área central da célula


animal está preenchida pelo núcleo (EH) e ao redor dele podemos
observar o citoplasma. Repare bem nos dois citoplasmas. Você
consegue perceber diferenças entre eles? Quais são elas?

Se você respondeu que foi a presença


de diversas estruturas limitadas por mem-
brana, acertou.
Os cientistas acreditam que essa célula
mais complexa, com várias derivações da
membrana, tenha surgido mais tardia-
mente, como uma evolução das células
procariontes. Elas são denominadas eu-
cariontes.
Quando a vida surgiu, os primeiros
organismos eram formados por uma úni-
ca célula, eram unicelulares. Até hoje, há
um número muito grande de seres cuja Euglena, um organismo unicelular.
estrutura é unicelular. Veja:
Em algum momento da história da vida na Terra, os organismos unicelulares se reuniram e
suas células passaram a dividir funções, não se sabe ao certo quando ou como isso aconteceu,
o certo é que dessa reunião surgiram organismos formados por grande número de células,
eles foram denominados pluricelulares ou multicelulares.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Quando estudamos a teoria de origem da vida, vimos que os primeiros seres provavelmente
se alimentavam dos nutrientes disponíveis na água, ou seja, eles obtinham seu alimento no
meio ambiente que os cercava. Esse tipo de nutrição é denominado heterotrófica e dizemos
que os organismos que conseguem seu alimento dessa maneira são heterótrofos. Todos os
animais são assim, eles precisam caçar ou pastar para sobreviver. Se você tem um animal de
estimação sabe que ele precisa sempre ser alimentado.
E você sabe também que com as plantas é diferente, elas precisam apenas de luz e água.
Esse tipo de organismo é capaz de produzir seu próprio alimento, então, dizemos que as
plantas são organismos autótrofos.

1. Assinale C ou E conforme as afirmativas estejam certas ou erradas. Naquelas que você


considerou erradas, troque a palavra sublinhada por outra que dê sentido correto à frase.
Veja o exemplo:

( E ) A capital do Amazonas é Belém.


Manaus .

( ) Os primeiros organismos devem ter sido heterótrofos.


________________________________________________

( ) As células mais simples são denominadas eucariontes.


________________________________________________

( ) A palavra autótrofo foi usada pela primeira vez, em 1665, por Robert Hooke.

________________________________________________
( ) Um gato é um organismo autótrofo e unicelular.
_________________________________________________

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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2. No desenho abaixo foi representada, de maneira bem simples, uma célula animal. Identi-
fique as regiões assinaladas pelas setas:

Pinte de azul claro a região onde encontramos as organelas celulares.


Pinte de vermelho a estrutura que faz o limite entre o ambiente interno e o externo.
Pinte de amarelo o local responsável pela divisão celular.

Responda:
3. O que você entende por Teoria Celular?

4. Cite dois exemplos de organismos pluricelulares:

5. O esquema abaixo representa um ser constituído por uma única célula, incapaz de fabricar
seu alimento, e cujo citoplasma, como você pode ver, possui muitas estruturas derivadas
da membrana. Esse organismo é uma ameba. Dentre a lista de palavras que lhe damos,
sublinhe aquelas que podem ser usadas quando quisermos descrever uma ameba:

autótrofa - heterótrofa

pluricelular - unicelular

eucarionte - procarionte

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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6. Nos desenhos abaixo identifique com A os organismos autótrofos e com H os


heterótrofos:

( ) ( ) ( ) ( ) ( )

7. Se a membrana plasmática da célula for rompida, o que acontece ao citoplasma?

8. Qual a origem da palavra célula?

9. Quando um cientista trabalha em pesquisas sobre clonagem ele faz “trocas” de núcleos
entre células. Quando isso acontece, quais as características da célula que estão sendo
“trocadas”?

10. Pesquise sobre o papel do núcleo na célula.

sugestão de leitura

BIZZO, Nélio. A Evolução dos seres vivos. São Paulo: Ática, 1994.
SNEDDEN, Robert. Vida. São Paulo: Moderna, 1997.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 5

Diferenciando
Ao final desse capítulo, desejamos que você seja capaz de
diferenciar um ser vivo da matéria bruta e de citar as diferenças
entre uma célula animal e uma vegetal.
O reconhecimento das partes de um microscópio óptico, bem como
o modo de manuseá-lo também são objetivos a ser atingidos.

Vamos lhe propor um desafio. Observe as duas fotos abaixo, agora identifique aquela que
mostra um ser vivo e a que mostra matéria bruta.

1 2

Fotos - arquivo da autora

Não teve nem graça, não é? Entre os dois exemplos acima é impossível que você tenha
errado. Então, vamos tentar de novo, olhe com atenção:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

3 4

Agora ficou mais difícil? Pois é, há seres que não temos dúvida em classificar como vivos,
porém, há alguns que somente com observações muito cuidadosas poderemos chegar a uma
conclusão. Assim como você está tendo dificuldade com essas imagens, muitos cientistas
tiveram dúvidas quando estudavam certas estruturas – seriam vivas ou não?
Para chegar a uma resposta correta o melhor é nos basearmos em algumas características
que diferenciam a matéria bruta dos seres vivos.
(Quer saber o que as fotos retratam? Dê uma olhada no final da unidade.)

Organização Celular
Como vimos, todos os seres vivos são constituídos por células. Consideramos uma
célula a menor porção da matéria viva capaz de realizar as diversas funções que mantém um
organismo.

Metabolismo
Todos os seres vivos precisam de alimento e produzem reações químicas de modo a
executar suas atividades diárias e manterem-se vivos. Animais respiram, excretam, digerem.
Plantas também respiram e excretam, mas, além disso, fazem fotossíntese.

Ciclo Vital
Os seres vivos passam por diversas etapas ao longo de sua existência, todos eles nascem
e morrem. Entre esses dois eventos, geralmente crescem, desenvolvem e reproduzem.

Reações a Estímulos
As reações dos seres podem variar dependendo de quem está sendo estimulado e o tipo
de estímulo ao qual ele está sendo submetido.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Veja dois exemplos:


Se você, sem querer, pisar no rabo de um gato, ele provavelmente vai miar e sair corren-
do, ou talvez tente lhe arranhar, enfim, vai reagir ao estímulo mecânico representado pela
pisadela.
Se, no entanto, você pisar na raiz de uma árvore, certamente não vai observar nenhuma
reação, a maioria das plantas não responde a estímulos mecânicos. Porém essa mesma árvore,
se não receber água pode vir a murchar e até morrer. Ela estará respondendo a um estímulo:
a falta de água.

Pois bem, além da diferença na forma de reagir, as plantas e os animais também apre-
sentam diferenças no metabolismo. Uma delas você já sabe, as plantas são autotróficas, elas
realizam fotossíntese, coisa que os animais não fazem.
A possibilidade de fazer fotossíntese está ligada à presença de um pigmento denominado
clorofila. De cor verde, essa substância reage ao estímulo luminoso desencadeando o processo
fotossintético.
A clorofila fica armazenada nas células vegetais em estruturas especializadas, os cloro-
plastos.
Portanto, além das diferenças metabólicas, animais e vegetais também têm estrutura
celular característica. Veja os esquemas abaixo.

Legenda. Célula animal

Célula animal Célula vegetal – observe a


presença dos cloroplastos.

Esses desenhos mostram algumas das estruturas internas presentes no citoplasma das
células. Entre elas, podemos destacar a ausência de cloroplastos nas células animais.
Além disso, a célula vegetal tem duas membranas, uma bem fininha como a membrana
da célula animal e outra externa mais espessa, feita de celulose.
Existem outras diferenças estruturais entre esses dois tipos de células, porém, nesse mo-
mento, é bastante lembrar o que já descrevemos.
Como vimos anteriormente, as células só puderam ser estudadas a partir da criação de
instrumentos especiais: os microscópios. No trabalho cotidiano em laboratórios de análises
clínicas, em consultórios médicos e nas universidades e escolas, o microscópio óptico é o
mais usado, nele um feixe de luz atravessa o material em estudo e um conjunto de lentes amplia
a imagem.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


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Existem diversos modelos de microscópio óptico, mas a estrutura básica é a mesma em todos
eles. Há peças (sistema mecânico) que dão apoio aos conjuntos de lentes (sistema óptico).
As principais partes de um microscópio são:

OCULAR (1) OBJETIVA (2) CONDENSADOR (3) DIAFRAGMA(4)


Sistema Lente situada Lente situada perto Lente que concen- Regula a quan-
óptico perto do olho do material em estu- tra os raios lumino- tidade de luz
do observa- do. Amplia a imagem sos sobre o mate- que entra no
dor. Amplia a deste. rial observado. condensador.
imagem da
objetiva.
BRAÇO (5) e PLATINA ou MESA (7) CANHÃO (10) REVÓLVER (11)
Sistema BASE ou PÉ (6) Lugar onde se co- Contém os siste- Disco giratório
mecânico Mantém a par- loca o material em mas de lentes no qual são
te óptica. estudo. Ela pode ser colocadas as
movimentada para objetivas.
cima ou para baixo,
permitindo o ajuste
de foco da imagem.
O movimento é dado
por dois parafusos: o
MACROMÉTRICO (8)
e o MICROMÉTRICO
(9)

O uso do microscópio requer obediência a certas normas. Veja:


Para transportá-lo, devemos segurar com uma das mãos o braço e com a outra apoiar a base.
Não se deve tocar nas lentes.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Para conseguir o foco, devemos:


Girar o revólver deixando a objetiva menor sobre a abertura da mesa.
Abaixar a mesa o máximo possível.
Colocar a lâmina sobre a mesa e prender com as presilhas ou o charriot (conjunto de
pinças com movimento lateral e frontal)
Observando pela ocular, elevar a mesa com auxílio do parafuso macrométrico, quando
a imagem aparecer, continuar...
Sempre observando e girar o micrométrico até conseguir a melhor nitidez.
Depois que a imagem é focalizada na menor objetiva, passar para a seguinte.
Geralmente há quatro conjuntos de lentes presas ao revólver. O menor conjunto dá o me-
nor aumento e assim sucessivamente. Para saber o aumento com o qual se está trabalhando,
basta multiplicar o número marcado na ocular (geralmente é 10) pelo número registrado na
objetiva.

Por exemplo:

Ocular = 10 Objetiva = 4
Aumento total: 10 x 4 = 40 vezes

Depois de aprender a manipular o microscópio, saiba que o material em estudo deve ser
transparente, pois a luz precisa atravessá-lo. Por isso é preciso cortar pedaços bem fininhos
daquilo que se está observando e colocá-los sobre uma pequena placa de vidro, a lâmina. A
seguir, a preparação deve ser coberta com a lamínula (placa de vidro bem fina e delicada).

Para testar sua habilidade com o microscópio, vamos fazer uma observação.
Material:
- cebola
- água
- lâmina
- lamínula

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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Procedimento:
Separe uma camada da cebola, e, com a unha, procure puxar a pele fininha que fica
na parte côncava. Coloque um pedaço pequeno dessa pele sobre a lâmina, estique-o, pingue
uma gota de água e cubra com a lamínula. Leve ao microscópio em menor aumento.
Desenhe o que você vê (células da epiderme da cebola).

1. Assinale com um X as características comuns a todos os seres vivos:


( ) capacidade de falar.
( ) necessidade de respirar.
( ) passar por ciclo vital.
( ) reagir a estímulos ambientais.
( ) ter estrutura celular.

Leia o texto abaixo:


AS OSTRAS GIGANTES (Tridacna gigas)
Os Tridacnas são ostras gigantes que podem alcançar meia tonelada de massa e, como
todos os gigantes, se mostram extremamente lentos ao reagir. Eles se fecham com muita
lentidão. As ostras gigantes se alimentam de uma grande quantidade de algas que crescem
em seu interior, protegidas por seu manto de carne azul e pela dureza de suas conchas.
Poderíamos dizer que o Tridacna cultiva seu próprio jardim e o protege dos predadores.
As algas pequenas fazem fotossíntese e produzem, dentro do molusco, substâncias
que são úteis à ostra. Em troca as algas recebem minerais de que necessitam.
Habitando águas de pouca profundidade, eram fáceis de ser alcançadas pelos nati-
vos do Pacifico Sul, que procuravam sua saborosa carne. Mas, como tirar um Tridacna de
500 quilogramas da água não era muito fácil, eles simplesmente desciam com uma faca
e cortavam um pedaço de carne do animal vivo. A chegada da civilização européia não
mudou muito a situação. Prova disso é a grande quantidade de conchas de Tridacnas que
estão nas igrejas do mundo velho transformadas em pias batismais.
O resultado dessa ação predatória é o quase desaparecimento dos Tridacna dos mares
mais rasos.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

2. Retire do texto duas características usadas para identificar um ser vivo:

3. Que pigmento possuem as algas que vivem na ostra e fazem fotossíntese?

4. De que se alimentam as ostras?

5. Perceba que ostras e algas mantêm uma relação em que os dois organismos são favore-
cidos. Esse tipo de associação recebe o nome de mutualismo. Pesquise mais um exemplo
de mutualismo.

6. Qual o gênero ao qual pertencem as ostras-gigantes?

7. Ao compararmos uma célula vegetal a uma animal, podemos estabelecer algumas dife-
renças entre elas, tais como a existência de organelas e estruturas celulares exclusivas ou
a capacidade de as primeiras realizarem a fotossíntese.
a) Cite uma organela só encontrada em células vegetais:

b) Qual o papel dessa estrutura?

c) Que processo metabólico está relacionado à presença dessas organelas?

8. Imagine que você está fazendo uma análise clínica e uma amostra de sangue esteja sen-
do observada ao microscópio. A ocular é de 10 vezes e a objetiva de 40. Quantas vezes a
amostra está sendo ampliada?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

9. Com massa de modelar procure fazer um modelo de célula animal e um de célula vegetal.

10. Olhe ao seu redor. Quantas coisas vivas você pode ver? Dez? Cem? Por mais que esse
número lhe pareça grande, ele é bem pequeno, porque a maior variedade de seres vivos
não se mostra a você assim tão facilmente. De que organismos estamos falando e que
instrumento é necessário para que possamos ver esse outro “mundo”?

sugestão de leitura

BIZZO, Nélio. A Evolução dos seres vivos. São Paulo: Ática, 1994.
SNEDDEN, Robert. Vida. São Paulo: Moderna, 1997.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 6

Classificando
Ao estudar este capítulo, você deverá compreender
a necessidade da classificação; identificar os reinos
adotados no sistema de Whittaker e aplicar as regras de
nomenclatura científica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Olhe o desenho anterior. É possível identificar duas situações bem diferentes: o lado direito
e o lado esquerdo. Em qual dos dois seria mais fácil encontrar uma anotação, um chinelo ou
uma roupa?
Certamente no lado esquerdo, não é? E por quê?
Porque ali as coisas estão arrumadas! Cada coisa em seu lugar torna tudo mais fácil.
Os cientistas também chegaram a essa conclusão quando o volume de pesquisas sobre
os seres vivos começou a ficar muito grande. Como saber a respeito de que animal ou planta
falava um pesquisador na Inglaterra, na França, na Alemanha, se cada um deles dava um nome
para o objeto de sua pesquisa?
É fácil perceber essa dificuldade, basta lembrar que em uma mesma língua, no Portu-
guês, por exemplo, dependendo da região, uma mesma planta tem nomes bem diferentes.
É caso da raiz conhecida por muitos como aipim, por outros como mandioca ou ainda como
macaxeira.
Para resolver esse tipo de problema, os cientistas criaram uma linguagem universal: a dos
nomes científicos.
Baseada nos trabalhos pioneiros de Lineu (Karl von Linné – 1707-1778), essa linguagem
hoje é usada em todo mundo. Não importa o idioma ou o tipo de símbolo usado na escrita, o
nome científico sempre será grafado da mesma maneira em qualquer lugar do mundo.
Olhe o exemplo abaixo. Este quadro foi copiado de um site da internet. Para chegarmos
a ele foi suficiente digitar o nome científico do tigre, Panthera tigris. Veja, no meio de tantos
símbolos para nós incompreensíveis, lá está algo que reconhecemos e que qualquer pessoa
que tenha estudado sobre isso irá identificar e associar ao animal sobre o qual o redator es-
tava escrevendo.

A ciência que determina as regras de classificação recebe o nome de Taxonomia. Os cien-


tistas que se dedicam e esses estudos seguem normas muito rígidas na hora de classificar.
Não pode haver engano ou confusão entre um animal e outro parecido com ele.
Então, para dar nome a um organismo é preciso saber que:
o nome deve ser escrito em latim e destacado do restante do texto. O destaque pode
ser feito usando letras em itálico (como aparece no exemplo acima) ou em negrito. Quando
escrevemos a mão, devemos sublinhar o nome científico.
todo nome científico é duplo (nomenclatura binominal). O primeiro nome é escrito em
maiúscula e o segundo em minúscula (veja o exemplo acima). O primeiro nome corresponde
ao gênero e o segundo, à espécie. Na identificação de um ser é preciso citar os dois nomes.

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A unidade de classificação é a espécie e, para os pesquisadores, espécie é o conjunto


de indivíduos semelhantes, vivendo em uma mesma região e capazes de cruzar entre
si gerando descendentes férteis.
Esse conceito é fundamental para explicar porque animais aparentemente tão diferentes,
como um cão policial e um poodle, pertencem à mesma espécie (Canis familiaris) enquanto
outros, talvez até mais parecidos, como uma onça pintada e um leopardo, são classificados
em espécies diferentes. Veja as fotos desses dois felinos:

Panthera onca Panthera pardus

O principal motivo pelo qual onça e leopardo são considerados de diferentes espécies, é
o fato de não poderem cruzar entre si. As onças vivem nas Américas, enquanto os leopardos
vivem na África e Ásia.
Esse afastamento geográfico impede o contato entre os indivíduos, os quais, vivendo em
ambientes diferentes, sofrem pressões de seleção diferentes. Há comportamentos e aspectos
do funcionamento do corpo que dificultam o acasalamento e impossibilitam o nascimento de
descendência fértil, ainda que tentássemos unir uma onça e um leopardo em um zoológico.

Além de gênero e espécie existem outros grupos maiores nos quais os seres vivos são
classificados.
O conjunto de gêneros constitui uma família; o conjunto de famílias compõe uma ordem;
o conjunto de ordens forma uma classe; o conjunto de classes forma um filo (ou divisão,
quando estudamos os vegetais). Filos podem ser agrupados formando um reino.
Se olharmos um desenho representando todas as categorias taxonômicas, veremos que a
partir do Reino, cada “degrau” abaixo, terá um número menor de indivíduos, até chegarmos
à espécie, onde só há um tipo de organismo.
Essa maneira de classificar é usada tanto no estudo dos animais quanto no dos vegetais.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os cientistas agrupam os seres vivos em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae
e Animalia.
Vamos ver as características mais importantes de cada um desses reinos:

Reino MONERA
É formado pelos seres de organização mais simples. Você lembra que há dois tipos de
organização celular?
As células procariontes e as eucariontes.
Pois bem, no reino Monera todos os seres têm organização procarionte.
Fazem parte desse reino as bactérias e as cianobactérias (organismos unicelulares, proca-
riontes e capazes de fazer fotossíntese).

Cianobactérias Bactérias

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Reino PROTISTA
É formado pelos organismos unicelulares eucariontes. Estão incluídos nesse reino os pro-
tozoários e as algas unicelulares.

Algas
Protozoário (ameba)

Reino FUNGI
Composto pelos fungos, mofos e bolores. São eucariontes, uni ou pluricelulares e heteró-
trofos. Esse tipo de organismo se alimenta da matéria orgânica em decomposição.

REINO PLANTAE ou METAPHYTA


Compreende todas as plantas, que são organismos pluricelulares, eucariontes e autótrofos.

REINO ANIMALIA ou METAZOA


Engloba todos os animais, que são organismos pluricelulares, eucariontes e heterótrofos.

Plantae ou Metaphyta Animalia ou Metazoa


Fungos
Foto Arquivo Autora Foto Arquivo Autora

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Se você prestar atenção, verá que, entre todos os organismos listados nos cinco reinos,
não foram citados os VÍRUS. Eles não são classificados em nenhum desses reinos e constituem
um grupo à parte, com características próprias, como veremos na próxima unidade.

1.Complete:
a) O atual sistema de classificação é baseado nos trabalhos pioneiros de .
b) A categoria de classificação onde estão agrupados o maior número de espécies é o(a)
.
c) Ao escrevermos o gênero de um organismo, usamos inicial e ao
escrevermos a espécie, a inicial do nome deve ser grafada em letra
.
d) A ciência que estuda e organiza a classificação dos seres é a .
e) O conjunto de famílias compõe um grupo maior denominado .

Leia o texto e responda ao que se pede:


Você já estudou na quinta série que, de acordo com a teoria mais aceita, os continentes,
no passado, não tinham o formato que vemos hoje, mas formavam blocos bem diferentes.
Aquilo que atualmente constitui a América do Sul e a África, já esteve unido. Para justificar
essa hipótese os cientistas usam alguns dados concretos, um deles é o formato dos dois
continentes: eles parecem encaixar como um quebra-cabeça. Outro é a existência de ani-
mais que não poderiam ter atravessado o Oceano Atlântico a nado, mas que, apesar disso,
são muito parecidos, sugerindo que formavam uma população única no passado. Agora
veja a classificação da onça e do leopardo, bem como da lhama e do camelo. Analise-as e
responda ao que se pede:

Onça Leopardo
Reino Animalia Reino Animalia
Filo Chordata Filo Chordata
Classe Mammalia Classe Mammalia
Ordem Carnivora Ordem Carnívora
Família Felidae Família Felidae
Gênero Panthera Gênero Panthera
Espécie onca Espécie pardus

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Lhama Camelo
Reino Animalia Reino Animalia
Filo Chordata Filo Chordata
Classe Mammalia Classe Mammalia
Ordem Artiodactyla Ordem Artiodactyla
Família Camelidae Família Camelidae
Gênero Lama Genro Camelus
Espécie glama Espécie bactrianus

2. Quais as categorias taxonômicas comuns à onça e ao leopardo?

3. Qual a categoria que distingue esses dois animais?

4. Quais as categorias taxonômicas comuns à lhama e ao camelo?

5. Quais as categorias que distinguem esses dois animais?

6. Pesquise em que local vivem as lhamas e os camelos. Ambientes tão diferentes devem ter
produzido pressões de seleção diferentes. De que modo é possível observar isso?

7. Se em um zoológico, fossem colocados no mesmo espaço os seguintes pares de animais:


- onça e leopardo
- lhama e camelo
- onça e tigre (consulte o texto para saber mais sobre o tigre)
- leopardo e tigre
Seria possível o nascimento de descendentes férteis a partir de algum dos casais?
Justifique sua resposta.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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8. Quando Charles Darwin propôs sua teoria da Seleção Natural, houve muita polêmica e,
como já dissemos, muitos entenderam que ele afirmava ser o homem descendente dos
macacos. Já dissemos também que esse foi um equívoco. Na verdade, Darwin sugeriu que
homens e macacos tiveram um ancestral comum. Observe a classificação do homem e
de alguns macacos mais evoluídos. De acordo com as informações abaixo, Darwin estava
correto em suas afirmações ou não? Justifique.

Chipanzé Gorila Orangotango Homem


Reino Animalia Reino Animalia Reino Animalia Reino Animalia
Filo Chordata Filo Chordata Filo Chordata Filo Chordata
Classe Mammalia Classe Mammalia Classe Mammalia Classe Mammalia
Ordem Primata Ordem Primata Ordem Primata Ordem Primata
Família Hominidae Família Hominidae Família Hominidae Família Hominidae
Gênero Pan Gênero Gorilla Gênero Pongo Gênero Homo
Espécie paniscus Espécie gorilla Espécie pygmaeus Espécie sapiens

9. Explique a importância do uso da nomenclatura científica para designar uma espécie


qualquer.

10. Os reinos monera e protista são constituídos por organismos unicelulares, porém há
uma grande diferença entre eles. Qual?

sugestão de sites

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc.htm

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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RECAPITULANDO
Biodiversidade é imensa variedade de seres vivos que habita a Terra.
Pela teoria da abiogênese, ou geração espontânea, a vida teria surgido pela ação de
um “princípio vital”, capaz de transformar a matéria bruta em viva.
Pela teoria da biogênese, seres vivos somente são gerados a partir de outros seres
vivos.
Pela teoria da evolução de sistemas químicos, a vida surgiu nos mares a partir da re-
combinação dos átomos que compunham os gases da atmosfera primitiva.
Fósseis são vestígios de seres vivos que habitaram a Terra no passado.
Para Lamarck, as mudanças sofridas por um ser vivo podiam ser passadas à sua descendência.
Para Darwin, os seres têm pequenas diferenças que podem ser favoráveis ou não. O meio
ambiente seleciona as características favoráveis à sobrevivência, propiciando a evolução.
Célula é a unidade de forma e função dos seres vivos.
Todos os seres vivos são formados por células.
Em geral, uma célula possui membrana, citoplasma e núcleo.
Seres unicelulares são formados por uma única célula.
Seres pluricelulares, ou multicelulares, são formados por um grande número de células,
cada qual desempenhando uma função.
Seres heterótrofos são incapazes de produzir seu próprio alimento, precisam obtê-lo
do meio ambiente que os cercam.
Seres autótrofos são capazes de produzir seu alimento.
As células procariontes possuem o material hereditário disperso pelo citoplasma.
As células eucariontes possuem núcleo e diversos compartimentos derivados da membrana.
As células animais e vegetais são diferentes, uma das diferenças é a presença de clo-
roplastos nas células vegetais.
Espécie é o conjunto de indivíduos semelhantes, vivendo em uma mesma região e capazes
de cruzar entre si gerando descendentes férteis.
O sistema de classificação é binominal, todo ser vivo tem um nome de gênero e um de
espécie.
O sistema de classificação é organizado em cinco reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae
e Animalia.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


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9. Basta colocar uma gaze sobre o copo que


GABARITO havia ficado aberto e observar diariamente,
após algum tempo, os “bichinhos” formam
Capítulo 1 um casulo parecendo um grão de arroz e
depois, de lá saem moscas como as que
pág. 8 haviam entrado no copo.

1. Redi fez uso de procedimentos científicos, 10. Resposta pessoal.


e l e m a n t e ve s u a e x p e r i ê n c i a s o b
observação para verificar a possibilidade
de interferências externas que afetassem
Capítulo 2
o resultado obtido. Van Helmont não teve pág. 15
esse tipo de cuidado.
1. e
2.
a- Não, se fosse, o bicho estaria surgindo da
2. c
goiaba madura e isso seria uma forma de
geração espontânea. 3. V, V, F, V, V
b- O bicho surge de ovos que borboletas
colocam junto à flor da goiaba, antes 4.Devido às temperaturas muito baixas na
ainda de ter se formado o fruto. região.

3. Gases atuais: nitrogênio, oxigênio, gás car- 5. Os gases são diferentes e o oxigênio e o gás
bônico e gases raros. Gases do passado: me- carbônico devem ter se acumulado a partir
tano, amônia, hidrogênio e vapor de água. da atividade dos seres vivos do passado.

4. A= negação 6. Porque a teoria mais aceita pelos cientistas


Bio= vida afirma que os primeiros seres vivos surgiram
Gênese= origem ou seja: abiogênese signi- nos mares do passado, há bilhões de anos.
fica origem da vida a partir de matéria não
viva. 7. Porque os processos de fossilização são
complexos e só acontecem com um nú-
5. Demonstraram que parte da teoria de Hal- mero muito pequeno de indivíduos, além
dane e Oparin pode realmente acontecer. disso é preciso sorte para encontrá-los, pois
geralmente estão cobertos por camadas de
sedimentos.
6. Era um planeta com grande atividade vulcâ-
nica onde aconteciam tempestades violen-
tas e a quantidade de chuva era imensa. 8. Pela deposição da sílica que há no solo da
região.
7. No copo que permaneceu aberto.
9. Araucárias são árvores como os pinheiros-
do-paraná, que existem até os dias de hoje.
8. Devem ter aparecido moscas (pequenas
moscas de fruta).
10. Pelo lançamento de toneladas de cinzas
e pedras durante a erupção.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Capítulo 3 Capítulo 4
pág.21 pág.28
1. L, L, D, L, D 1. C
E – procarionte
2. Os animais viviam perto do mar e foram E – célula
buscando alimento no mar, para isso pre- E – heterótrofo e pluricelular
cisavam nadar, então as patas foram se membrana
transformando em nadadeiras. 2.
citoplasma
3. Resposta pessoal.

4. Todos morreriam. Se houvesse indivíduos núcleo


mais tolerantes ao frio, eles sobreviveriam,
teriam filhotes, provavelmente também 3. É a Teoria que afirma serem todos os seres
mais tolerantes e com isso a espécie vivos formados por células.
não desaparecia se o ambiente mudasse
repentinamente. 4. Gato, cachorro, cavalo, sapo, galinha, pato,
minhoca, mosquito, abelha, formiga, peixes
5. Eles mostram como eram os animais no pas- em geral, rãs, samambaia, castanheira, gra-
sado e revelam ancestrais dos organismos ma...
do presente.
5. Heterótrofa, unicelular e eucarionte.
6. Na caverna não há luz, assim, os olhos dos
peixes, pela falta de uso, vão atrofiando e 6. A, H, H, A, A
eles ficam cegos.
7. Ele extravasa, isto é,“esparrama” e se perde.
7. Porque os fósseis encontrados são apenas A célula fica destruída.
fragmentos de toda a variedade de vida que
havia no passado. 8. Significa pequenas celas e foi empregada
por Robert Hooke, no século XVII.
8. Porque a maioria desses seres já desapare-
ceu e é difícil estudá-los sem poder compa- 9. As características hereditárias, isto é, aquilo
rar com formas vivas do presente. que define as características de um organis-
mo qualquer, como ele é e como funciona.
9. Resposta pessoal.
10. Resposta pessoal.
10. É a seleção, pelo ambiente, dos organismos
mais bem adaptados a ele.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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Capítulo 5 Capítulo 6
pág.36 pág.44
1-
Pergunta inserida no texto: a) Lineu.
A foto 3 mostra uma região de intensa b) gênero.
atividade vulcânica onde sais minerais c) maiúscula – minúscula.
sobem à superfície e se acumulam, formando d) taxonomia.
estruturas rochosas de cores e formas variadas,
e) ordem.
ou seja, em 3 a foto é de matéria bruta.
A foto 4 foi tirada nos recifes de coral da
2. Reino, filo, classe, ordem , família e gênero.
Austrália e mostra alguns tipos de formações
construídas pelos pólipos de coral que ali vi-
vem, ou seja, dentro das formações calcárias 3. A espécie.
existem pequeninos animais, a foto é de seres
vivos. 4. Reino, filo, classe, ordem e família.

pág. 36 5. Gênero e espécie.

1. ( ), ( X ), ( X ), ( X ), ( X ). 6. Lhamas nos Andes, camelos nos desertos


e nas regiões quentes e secas do Oriente
2. São lentos ao reagir e se alimentam de algas. Médio. As lhamas, para suportar as baixas
temperaturas das altitudes, têm pelos longos
3. Clorofila. e densos. Os camelos têm adaptações que
lhes permitem caminhar na areia fofa e
4. Alimentam-se das algas e do produto da economizar água.
fotossíntese que elas fazem.
5. 7. Não, porque todos esses animais são de es-
pécies diferentes. Descendentes férteis só
nascem do cruzamento entre indivíduos de
6. Tridacna. mesma espécie.

7. 8. Sim, porque nós e todos os outros macacos


a- Cloroplastos. grandes pertencemos ao mesmo reino, filo,
b- Armazenar a clorofila. classe, ordem e família. Só nos distinguimos
c- Está relacionada à fotossíntese. em relação ao gênero.

8. 10 x 40 = 400 vezes. 9. Por meio dela é possível a toda comunidade


científica identificar perfeitamente os seres
9. referidos em um estudo qualquer.

10. Falamos do universo constituído pelos 10. Os monera são unicelulares procariontes
seres microscópicos que só pode ser ob- enquanto os protistas são unicelulares
servado com auxílio do microscópio. eucariontes.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Há pouco mais de cem anos, a maioria das doenças tinha causa


desconhecida. Os médicos e pesquisadores acreditavam que
elas seriam causadas por miasmas, entendendo por essa pala-
vra emanações ambientais ruins capazes de produzir doenças.
No final do século XIX,diversos microbiologistas, como Pas-
teur, Koch, Hansen, conseguiram relacionar algumas doen-
ças a microorganismos que começavam a ser estudados.
A microbiologia, parte da Ciência que estuda os microorga-
nismos, produziu avanços fantásticos no diagnóstico e cura
de muitas enfermidades e no uso desses organismos em
inúmeros processos essenciais à sobrevivência de todos nós.
Mas, esse universo dos seres extremamente pequenos
ainda guarda segredos que a ciência do século XXI procura
desvendar, na certeza de que ele “esconde segredos” capa-
zes de melhorar ainda mais a qualidade de vida na Terra.

fotografia do vírus da pólio obtida por


meio de microscópio eletrônico.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

Vírus
Ao estudar esse capítulo, você deverá ser capaz de caracterizar os
vírus e citar doenças que eles causam, bem como maneiras de evitá-las.
Uma das formas de prevenção é o uso de soros e vacinas, portanto, você
deverá explicar o mecanismo de ação dessas substâncias.
Olhe com bastante atenção a foto que abre esse capítulo, ela retrata uma estela (placa de
pedra) do antigo Egito, da 18a. dinastia, no período entre 1580-1350 a.C. Os egípcios deixaram
gravadas muitas cenas de seu cotidiano e esta placa mostra uma delas.
Mas observe de novo, algo chama a atenção, perceba
as pernas do homem. Uma delas é nítidamente mais fina
e mais curta do que a outra. Você já viu alguém com uma
lesão desse tipo? Se viu, sabe qual o motivo dela?
Para os pesquisadores que escrevem sobre a história
das doenças essa placa é a prova mais antiga da ocor-
rência de pólio entre os homens.
Mas, com certeza a doença é ainda mais antiga e
deve ter causado mortes e lesões a muitos povos antes
dos egípcios, porém essas vítimas não deixaram registros
do fato.
A imagem na pedra é uma prova concreta de que a
convivência do homem com os microorganismos causa-
dores de doenças (patogênicos) é muito antiga.
Ao longo dos séculos, a pólio continuou a fazer vítimas,
mas somente no século XX, com a invenção do microscópio
eletrônico, os cientistas puderam ver os causadores dessa
e de outras doenças. Organismos peculiares, cuja existên-
cia era intuída desde o final do século XIX, mas, por serem
menores do que tudo que se conhecia e impossíveis de
ser observados com os equipamentos existentes até então,
permaneciam desconhecidos. Associados a doenças e ma-
lefícios, receberam um nome que em latim significa veneno: VÍ RUS.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Características Gerais dos vírus


São seres muito diferentes de todos aqueles que iremos estudar, por isso, os cientistas
não os colocam em nenhum dos cinco reinos que citamos anteriormente.
Para definir um vírus poderíamos dizer que eles são parasitas intracelulares obrigatórios.

Mas, o quê significa isso?

Você já sabe o significado do termo parasita, mas, vamos relembrar: parasita é o


organismo que vive às custas de outro. Então, os vírus vivem às custas de outros
seres, mais especialmente vivem às custas de células, isso porque um vírus não
tem estrutura celular.
Ou seja, eles não têm membrana, citoplasma, núcleo ou organelas celulares e por
isso não têm vida independente, só conseguem viver no interior de alguma célula,
que pode ser de um animal, inclusive o homem, de uma planta ou mesmo de uma
bactéria, organismo muito pequeno, mas gigantesco se comparado a um vírus.

Para estudar esse universo


de seres tão pequenos, foram
criadas unidades de medida
menores do que o milímetro
que você já conhece. Recorde,
um milímetro corresponde a
0,001 m não é?
Em sua régua comum ele é
o espaço existente entre duas
marcações menores. Pois
mesmo sendo bem pequeno
o milímetro ainda é muito
grande para medir os seres
microscópicos, então usa-se o
micrômetro (μm), que é 0,001
do mm e o nanômetro (nm)
igual a 0,001 do μm.
Uma célula animal tem
150.000 nm, uma célula bac-
teriana em média tem 2000 BACTÉRIA (Staphyllococus aureus)
nm, há vírus com tamanhos
entre 300 nm e 24 nm.
Sendo tão pequenos, eles Comparação entre os tamanhos de diferentes microorganismos
conseguem parasitar até bac-
térias. Os vírus parasitas de
bactérias recebem o nome de
bacteriófagos.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Mas se os vírus não têm estrutura celular como eles são?

São formados por uma cápsula de proteínas que abriga em seu interior o
material hereditário. Veja o esquema simplificado de um vírus:

Possuindo material hereditário, os


vírus podem sofrer mutações, isto é,
modificações que alteram algumas de
suas características, por exemplo, o vírus
da gripe, denominado influenza, sofre
mutações que se refletem nos diferentes
tipos de gripes que acontecem a cada
ano. Esse material hereditário é o respon-
sável pela multiplicação dos vírus.
Vírus da AIDS

Reprodução Viral
A foto mostra um bacteriófago e o esquema ao lado representa a entrada do material
genético no interior da bactéria. Ali ele comanda a formação de cópias de si mesmo e a pro-
dução de novas cápsulas protéicas.
Todo material usado nessa síntese pertence à bactéria.
O número de vírus dentro dela vai aumentando até que a célula bacteriana se rompe e
novos vírus são lançados ao exterior.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Ação dos Vírus


Você pode perceber que ao invadir a célula, o vírus faz com que ela trabalhe para ele e
acaba por destruí-la. Esse tipo de ação produz doenças em plantas e animais. As doenças cuja
origem está na ação dos vírus recebem o nome de viroses.

Viroses Humanas
Os vírus são responsáveis por grande número de doenças graves, que ao longo da história
mataram milhões. Vamos conhecer um pouco mais algumas delas.

Raiva ou Hidrofobia
É uma das doenças mais antigas que se tem notícia, no final do século XIX foi estudada
pelo francês Louis Pasteur (1822-1895) que conseguiu produzir uma vacina capaz de impedir
a instalação da doença.
Em 1885, um menino francês, Joseph Meister havia sido mordido por um cão raivoso e a
mãe, desesperada pediu a Pasteur que ele salvasse o menino. A vacina já estava sendo testada
em animais, mas nunca havia sido usada em seres humanos. Pasteur atendeu aos apelos da
mãe e o menino se salvou, a doença não apareceu.
Mas que doença tão grave é essa? A raiva é transmitida ao homem pela mordida de animais
contaminados, mais comumente cães e gatos, porém, morcegos, quatis e outros animais sil-
vestres também podem fazer
a transmissão.
Uma vez no organismo, o
vírus “caminha” pelos nervos
e após um período variável
se instala no sistema nervo-
so central, provocando con-
vulsões e morte por parada
respiratória.
A prevenção da doença é
feita com a vacinação de cães
e gatos. Pessoas mordidas
por animais desconhecidos
ou com comportamento sus-
peito devem se encaminhar
aos postos de saúde para
receber a vacina e o soro
anti-rábicos.

Pasteur inocula a vacina anti-rábica no menino Joseph Meister.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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AIDS
Se a raiva é uma das doenças mais antigas, a AIDS é uma das mais novas, a síndrome foi
descrita em 1981 e somente em 1984 a comunidade científica se certificou de que a doença
era causada por um vírus, o HIV. Dessa data até hoje as pesquisas se multiplicaram. Muito já
se conhece sobre a doença e sobre o vírus que a causa, porém, ainda não há vacina ou cura
para ela. Os medicamentos existentes conseguem dar qualidade de vida aos portadores do
vírus, porém, não conseguem destruí-lo. A única forma de evitar a contaminação é adotando
procedimentos de prevenção, que são:
uso de camisinha nos relacionamentos sexuais;
uso de agulhas e seringas descartáveis;
mulheres gestantes portadoras do HIV devem tomar a medicação anti-viral recomendada
e não devem amamentar;
instrumentos cortantes, usados por médicos e dentistas devem ser esterilizados;
usuários de drogas injetáveis devem usar materiais descartáveis e nunca compartilhar
seringas.

Todas essas precauções se devem ao fato do vírus ser encontrado no sangue, no sêmen
e no leite materno.
No corpo humano, os vírus destroem células denominadas linfócitos, cujo papel é atuar no
sistema imunológico (defesa). Sem elas, o organismo é invadido por outros microorganismos
e vai ficando enfraquecido, com doenças sucessivas, que resultam em morte.
Além da raiva e da AIDS, os vírus são responsáveis por outras doenças:

Doença Forma de Contágio Sintomas Prevenção

Hepatite Tipo A: pela água e alimen- Pele amarela, febre, dor de


viral tos contaminados; cabeça;
Tipo B e C: pelo sangue, por Podem causar sintomas Para os tipos A e B
relações sexuais e de mãe como o tipo A ou perma- existem vacinas.
para filho na gestação. necer crônicas podendo
provocar câncer do fígado.

Dengue Transmitida pela picada do Fortes dores no corpo, fe- Combate ao mos-
mosquito Aedes aegypti. bre, cansaço. quito transmissor.

Febre Também transmitida pelo Febre alta, dor de cabeça, Vacinação específica
amarela Aedes aegypti. grande mal estar, vômitos, e combate ao mos-
sede intensa. quito.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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Mal-estar, saliva espessa


Por gotículas de saliva no
e inchaço das glândulas Vacinação
Caxumba ar ou em objetos conta-
parótidas, no pescoço, específica.
minados.
abaixo da orelha.

Por gotículas de saliva e Febre alta, vermelhidão


Vacinação
Sarampo secreções respiratórias pelo corpo, sensibilidade
específica.
lançadas no ar. á luz.

Por gotículas de saliva no Mal-estar, coceira e pe-


Vacinação
Catapora ar ou em objetos conta- quenas bolhas por todo
específica.
minados. corpo.

Febre e manchas verme-


Por gotículas de saliva lhas na pele, em gestantes Vacinação
Rubéola
no ar. pode causar anomalias no específica.
feto.

Em muitas pessoas pro-


duz apenas mal-estar e
Por gotículas de saliva, Vacinação
febre, em outras o vírus
secreções respiratórias
Poliomielite afeta o sistema nervoso específica:
lançadas no ar e objetos e
provocando paralisia de vacina Sabin.
alimentos contaminados.
músculos, principalmen-
te nas pernas.

Mal-estar, dor pelo cor-


p o, febre, conges t ão
Por gotículas de saliva nasal (nariz entupido).
Vacinação especí-
Gripe e no ar, ou por secreções Por ser muito mutante,
fica que deve ser
resfriado eliminadas com a tosse e a cada ano, o vírus da
feita anualmente.
o espirro. gripe causa uma doença
com sintomas um pouco
diferentes.

Varíola e Vacina
Em nossa tabela de doenças não incluímos uma que, no passado, produziu epidemias
devastadoras, a varíola.
Causada por um vírus, a doença se espalhava rapidamente e quando não provocava a
morte deixava o sobrevivente com marcas profundas pela pele, particularmente no rosto,

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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que ficava desfigurado. Responsável por


milhares de mortes, a doença não poupa-
va ninguém, ricos e pobres, reis e súditos,
todos estavam sujeitos a ela.
Em 1796, um médico inglês, Edward
Jenner (1749-1823) observou que muitas
das moças no interior da Inglaterra tinham
o rosto liso, sem as marcas características
da varíola. Analisando a questão ele per-
cebeu que existia na região uma doença
altamente contagiosa que afetava o gado,
e que, adquirida pelos ordenhadores, cau-
sava pequenas bolhas nas mãos e braços,
as quais logo sumiam.
As pessoas da região diziam que quem
pegasse essa doença bovina não pegava
varíola. Jenner resolveu testar e inoculou
em um menino de oito anos o líquido re-
tirado das bolhas de uma vaca. Algumas
semanas depois inoculou o menino com
o líquido retirado das feridas de um doente com varíola verdadeira.
Resultado: a criança não adoeceu. Estava criada uma forma de imunização, ainda que Jen-
ner não tivesse a menor idéia do mecanismo imunológico envolvido no processo. No século
XIX, essa forma de imunizar, recebeu a denominação de vacinação, em homenagem a Jenner
que a realizava usando o vírus da varíola bovina, cujo nome em latim é vaccinia.
Em nosso corpo existe um complexo sistema de defesa denominado sistema imunológi-
co. Quando um corpo estranho, como um vírus por exemplo, invade o organismo, o sistema
imunológico rapidamente entra em ação para destruí-lo. As armas de destruição são os an-
ticorpos.
Nosso sistema de defesa é muito eficiente, ele consegue eliminar a maior parte dos inva-
sores sem que tenhamos conhecimento disso. Porém, há situações em que o “inimigo” pode
ser tão devastador que o corpo não consegue reagir a tempo e a pessoa corre risco de morte.
Para essas situações as vacinas são fundamentais, elas garantem que a produção de anticor-
pos seja tão rápida que evita o aparecimento da enfermidade. Uma vacina contém o agente
da doença enfraquecido ou morto, e serve para informar ao organismo o tipo de anticorpos
que ele deve produzir. Se a pessoa entrar em contato com o verdadeiro agente patogênico,
a resposta é rápida e avassaladora: a doença não se instala.
Anticorpos são específicos, por isso para cada tipo de doença existe uma vacina.
A varíola, primeira doença a ser prevenida por meio de vacinação, é considerada elimina-
da da Terra, isto é, para a Organização Mundial de Saúde, ela não existe mais, o último caso
aconteceu em 1977 e em 08/05/1980 a doença foi declarada oficialmente erradicada.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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Uma pessoa conversava com outra e explicava sobre formas de contágio da AIDS, ela
afirmou que:
o HIV pode ser transmitido pelo abraço e pelo aperto de mãos;
a transmissão sexual também é uma maneira de haver o contágio;
as mães portadoras de HIV podem transmitir o vírus a seus filhos em gestação;
copos e talheres contaminados são veículos do vírus;
o vírus destrói os glóbulos vermelhos do sangue.

1. De tudo o que foi dito, anote apenas as formas de transmissão que efetivamente podem
ser responsáveis pela aquisição do HIV.

2. Outras formas de contágio deveriam ter sido citadas, exemplifique.

3. Cite medidas de prevenção contra a AIDS.

4. Caracterize um vírus.

5. Compare a dengue e a febre amarela. O que essas doenças têm em comum? Como prevení-
las?

A frase que segue revela o sentimento de Pasteur em relação a uma doença que ele
estudou e para a qual conseguiu uma forma de prevenção, dizia ele que “não conseguia
esquecer-se dos gritos daquelas vítimas do lobo danado que passou pelas ruas de ARBOIS,

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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sua terra natal, quando ainda menino, mordendo várias pessoas, que vieram a adoecer e
morrer da doença” .
6. Que doença era essa?

7. Quais as formas mais comuns de contágio? Relacione-as ao lobo.

8. De que modo a doença pode ser prevenida?

9. Transforme de nm (nanômetros) em mm (milímetros) o tamanho de todas as estruturas


citadas na página 4.

10. Faça um desenho esquemático de um vírus indicando seu material genético e sua cápsula
protéica.

11. Qual a importância da vacinação?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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12. Nós vimos na quinta série que algumas pragas da lavoura podem ser eliminadas com
um método chamado controle biológico de pragas, quando vírus podem ser usados em
benefício do homem. Explique de que modo é feito esse controle e qual a vantagem para
o agricultor.

13. Pesquise sobre a revolta da vacina no início do século no Rio de Janeiro.

sugestão de leitura

MARTINS, Roberto de Andrade. Contágio – História da Prevenção das Do-


enças Transmissíveis. São Paulo: Moderna.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/saude/vacina/variola.htm

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 2

Reino Monera
Seus estudos deverão permitir que você seja
capaz de caracterizar as bactérias e cianobactérias;
enumerar e descrever doenças causadas por
bactérias citando formas de preveni-las;
explicar a ação dos antibióticos; descrever a
importância ecológica e econômica das bactérias e
cianobactérias.

Olhe para qualquer direção. Quantas coisas vivas você pode ver? Dez? Cem? Mil?
Ainda que você dissesse ver milhares de seres ao seu redor, o que não é provável, você
estará vendo pouca coisa. Isso porque nosso olho só consegue ver coisas um pouco menores
do que 1/10 de milímetro.
Nós podemos ver grandes árvores, grandes animais e até alguns bem menores, mas a
grande variedade e imensa população de organismos está escondida de nossos olhos. Já
vimos que os vírus são muito pequenos, mas eles não têm estrutura celular e alguns autores
chegam a questionar se podem ser considerados seres vivos.
Mas, além dos vírus com suas peculiaridades, o universo microscópico é povoado por uma
infinidade de organismos, alguns ainda bem simples e outros mais complexos. Dentre os mais
simples estão os seres classificados no reino Monera: as bactérias e cianobactérias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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Características de Monera
Nesse grupo estão incluídos todos os seres unicelulares cuja estrutura celular é proca-
rionte, isto é, sem núcleo organizado (limitado por membrana). O material genético desses
organismos se encontra espalhado pelo citoplasma.
Nas células procariontes também não ocorrem organelas limitadas por membranas, como
os cloroplastos e as mitocôndrias presentes em células mais complexas (eucariontes).

Bactérias

Bactérias
Observe as fotos, nelas vemos alguns tipos de bactérias, elas são identificadas de acordo
com a forma que apresentam, as redondas são denominadas cocos, as alongadas como bas-
tões são os bacilos, há ainda bactérias espiraladas, os espirilos e bactérias curvas como uma
vírgula, os vibriões.

Cocos em grupos de dois: diplococos


Bacilos

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Espirilos Vibriões

Todas essas imagens foram obtidas com microscópio eletrônico em ampliações de milhares
de vezes e as cores são fantasia, foram colocadas ali por programas de computador, com o
objetivo de destacar as bactérias. Observe que a foto do espirilo não recebeu esse tipo de tra-
tamento, ela é preta e branca, como são as imagens fornecidas pelo microscópio eletrônico.

Onde Vivem? Como se Nutrem?


Bactérias podem ser encontradas em qualquer lugar da Terra: no ar, na água, no solo,
sobre nosso corpo ou dentro dele. Algumas são parasitas, muitas são de vida livre. A maioria
se alimenta de matéria em decomposição, nos ecossistemas elas e os fungos compõem o
grupo dos decompositores, auxiliando na reciclagem da matéria.
Algumas bactérias são autótrofas e conseguem produzir seu alimento a partir de com-
postos inorgânicos existentes no meio ambiente.

Reprodução
A maneira mais simples de uma bactéria se reproduzir é dividindo-se em duas. Este proces-
so recebe o nome de bipartição e é uma forma de reprodução assexuada, isto é, não há troca
de material hereditário entre dois organismos diferentes. Essa forma de reprodução permite
que as bactérias se multipliquem muito rapidamente, em condições ideais, uma bactéria se
divide em duas a cada 20 minutos.

Faça a conta, se uma bactéria se dividir em 2 a cada vinte


minutos, quantas bactérias existirão em uma hora? Veja:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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Oito bactérias
após uma hora, a
partir da divisão
de uma bactéria.

20 minutos 20 minutos 20 minutos

Em uma hora apenas, um indivíduo pode gerar oito descendentes. Você vai dizer: mas,
oito não é muito. Então lembre que em uma colônia de bactérias, pode haver milhões de
indivíduos, portanto, a quantidade de descendentes dessa colônia após uma hora pode ser
imensa. Não esqueça de que estamos falando de uma situação ideal, que raramente existe,
nela entre outros fatores, não há falta de alimento, de
espaço, as temperaturas são ideais, não há predadores
e todas as células que se formam têm condição de
gerar novas.
Algumas bactérias fazem um tipo de reprodu-
ção denominado conjugação. Na conjugação duas
bactérias se tocam e unem por meio de uma ponte
de citoplasma, havendo passagem de material de ge-
nético de uma (denominada doadora) para a outra
(denominada receptora).

Ponte de citoplasma entre duas


bactérias, por ali há troca de
material hereditário.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Importância Econômica para o Meio


As bactérias têm grande importância para o meio ambiente. Elas, juntamente com os
fungos, fazem a “reciclagem” da matéria, ao decompor organismos mortos e estruturas como
galhos, folhas e frutos quando estes chegam ao solo.
Ao fazer essa decomposição as bactérias geram produtos importantes para o solo, me-
lhorando sua fertilidade.
Algumas ainda, como do gênero Rhizobium, vivem
associadas a raízes de certas plantas, as leguminosas,
como o feijão e a soja, ali, se agrupam em nódulos e con-
seguem reter o nitrogênio atmosférico transformando-o
em nitratos, que podem ser aproveitados pelas plantas
durante seu crescimento e amadurecimento. Mas essa
relação entre bactérias e leguminosas é mutualística, ou
seja, o benefício é das duas espécies. A vantagem para
as bactérias é receber da planta o alimento necessário à
sua sobrevivência.

Nódulos bacterianos em
raiz de leguminosa

Bactérias “Trabalham” Para os Homens


Ao longo do tempo, o homem aprendeu a usar as bactérias na fabricação de diversos
produtos, aproveitando um processo bioquímico denominado fermentação, através do qual
elas produzem energia para garantir seus processos metabólicos.
A maior parte dos seres vivos obtém energia por meio da respiração, cujo resíduo (sobra)
é o gás carbônico. Na fermentação, as “sobras” são substâncias mais complexas e entram na
composição de diversos produtos, como o vinagre que contém ácido acético resultante da
fermentação acética ou os iogurtes e alguns queijos, produzidos através de mecanismos de
fermentação láctica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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Bactérias Vivem com os Homens

Será que as bactérias vivendo junto ao homem


sempre causam doenças?

Não. Nem sempre. Na verdade há um número


muito grande delas que vivem sobre nossa pele ou
no interior de nosso corpo e não causam nenhum mal,
outras ainda, vivem em nosso tubo digestório e ali são
muito úteis durante os processos digestivos, reduzindo
a formação de gases, otimizando o aproveitamento
dos alimentos e até produzindo vitaminas essenciais
ao nosso corpo, como as vitaminas K e B12. Esse con-
junto de bactérias é conhecido por flora intestinal.
Além de tudo isso, as bactérias da flora intestinal
evitam a instalação de diversas bactérias patogêni-
cas.
Mas, você sabe que o relacionamento homens
x bactérias nem sempre é tão “amistoso” assim. Al-
gumas são capazes de produzir doenças graves cuja
conseqüência pode ser a morte. Até a descoberta dos
antibióticos não havia muita coisa que se pudesse
fazer, doenças como tuberculose, sífilis e meningite
provocavam muitas mortes.

Bactérias da flora intestinal dificultam a instala-


ção de bactérias patogênicas.

Principal órgão afetado


Doença Bactéria Prevenção e ou tratamento
(sintomas)
Lavar bem frutas e verduras, só
Intestino: diarréia inten- tomar água fervida ou filtrada.
Vibrio
Cólera sa, fezes líquidas e rápido Buscar tratamento o mais cedo
cholerae
risco de desidratação. possível. Em 24 h a desidratação
pode matar o doente.

Difteria ou Corynebacterium Garganta: dificuldade em Tomar a vacina tríplice.


Crupe diphteriae respirar.

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Tomar a vacina quando houver


Intestino: problemas in-
Febre Salmonella orientação da saúde pública (
testinais, com perda de
tifóide typhosa geralmente em épocas de en-
sangue ( hemorragias)
chentes )

Pele e sistema nervoso:


Buscar orientação médica. Se-
Hanseníase Mycobacterium surgem manchas na pele
guindo o tratamento indicado
(lepra) leprae e o local fica insensível à
há cura.
dor .

Meninges (membranas Evitar ambientes fechados com


que protegem o sistema aglomeração de pessoas. Buscar
Neisseria me-
Meningite nervoso central): febre orientação médica imediata, a
ningitidis
alta, dor de cabeça, vô- doença pode ser fatal se não
mito, rigidez na nuca. medicada cedo.

D i p l o c o c c u s Pulmões: febre alta e difi- Tratamento com antibióticos


Pneumonia
pneumoniae culdade em respirar. sempre sob orientação médica.

Vacinação tríplice, limpeza


C l o s t r i d i u m Sistema nervoso: provo-
Tétano adequada dos ferimentos pro-
tetani ca parada respiratória.
fundos.

Ppulmões: tosse con-


Mycobacterium
Tuberculose tínua, emagrecimento, Vacina B.C.G.
tuberculosis
febre baixa permanente.

Mais comum em crian-


Coqueluche ças, afeta o sistema res-
Haemophillus
(tosse piratório: provoca tosse Vacina tríplice.
pertussis
comprida) contínua e dificuldade
em respirar.

Antibióticos
São medicamentos usados no combate às doenças causadas por bactérias e não têm
nenhuma ação sobre as doenças causadas por vírus (viroses).
O primeiro antibiótico foi descoberto por Sir Alexander Fleming, na década de 20. Como
ele foi extraído de um fungo, o Penicillium notatum, recebeu o nome de penicilina. A partir da
2ª Guerra Mundial, a produção dos antibióticos tornou-se muito grande e dezenas de outros
tipos foram sendo descobertos.
Com o aumento na produção, o uso destes medicamentos tornou-se comum, surgindo o
fenômeno da resistência bacteriana, que é um sério problema de saúde nos dias de hoje.
O tratamento com antibióticos deve sempre ser feito sob orientação médica e deve ser

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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seguido por vários dias, como determinado pelo médico. Parar antes do tempo pode permitir
que algumas bactérias que o medicamento ainda não destruiu voltem a se dividir e provoquem
nova infecção, desta vez muito mais grave do que a anterior e que irá precisar de doses mais
fortes de remédio para ser controlada.

Cianobactérias (também conhecidas como algas azuis ou cianofíceas)


São organismos unicelulares (às vezes se organizam em colônias). Possuem clorofila e
portanto, fazem fotossíntese, produzindo seu próprio alimento (são autótrofos).
As cianobactérias podem ser encontradas em praticamente todos os ambientes: no solo
úmido, sobre rochas, no mar, na água doce, até mesmo em fontes termais, aonde as tempe-
raturas chegam a 80ºC. Muitas vezes agem como espécies pioneiras, isto é, são os primeiros
organismos a se fixar em um determinado local, permitindo que outros se instalem depois. Foi
o que aconteceu em Krakatoa. Com a erupção do vulcão no século XIX, todos os seres que ali
viviam morreram. Alguns anos depois, os cientistas verificaram que os primeiros organismos
a se instalar novamente no local foram as cianobactérias

Reprodução das Cianobactérias


A reprodução mais simples é feita por
bipartição. As algas filamentosas se partem
e cada pedaço dá origem a um novo fila-
mento.

Dois tipos de cianobactérias: Oscillatoria (reta) e Spiru-


lina (espiralada) ampliadas cerca de 400 vezes.

Complete:

1. A vacina tríplice imuniza contra a ,a eo . Ela


faz parte do esquema nacional de vacinação.

2. A bactéria denominada Mycobacterium tuberculosis causa a e pode ter seus


efeitos suavizados com o uso da vacina .

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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3. As cianobactérias possuem e por isto, são capazes de fazer fotossíntese.

4. A bactéria que causa a meningite é a . Ela também é chamada meningococo,


portanto, podemos concluir que sua forma é .

5. Há alguns tipos de alimentos que trazem em sua embalagem a inscrição: contém lac-
tobacilos vivos. A partir daí você concluiria que as bactérias que ali estão têm forma de
. Estes produtos auxiliam a reforçar a flora intestinal.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

“Durante 66 anos, desde que Alexander Fleming (em 1928) disparou o seu primeiro
tiro de penicilina, acreditou-se que a guerra contra as bactérias estava para ser ganha. Essa
crença, no entanto, vem sendo abalada. De tanto ser bombardeadas com penicilinas e todo
tipo de antibióticos que lhes sucederam, novas bactérias mais resistentes foram sendo se-
lecionadas e hoje ameaçam, o rumo da guerra.
Quanto mais se usam antibióticos de forma inadequada, maiores são as chances de
surgirem micróbios resistentes a eles.”

6. Por que a guerra contra as bactérias, que parecia ganha, pode estar sendo perdida?

7. Qual o motivo que levou ao aparecimento de bactérias resistentes?

8. Quem foi Alexander Fleming?

9. Qual a origem do nome penicilina?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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Sobre cianobactérias, leia as informações abaixo contidas no site da Cetesb e em se-


guida responda ao que se pede.

Florações: causas e conseqüências


Floração: é um crescimento excessivo de algas podendo-se observar alterações na
coloração da água: manchas de cor vermelha, marrom ou azul-esverdeada.

O que causa a ocorrência de florações?


O excesso de nutrientes e/ou períodos de calmaria após chuvas ou ventos fortes.

Quais as suas conseqüências?


Algumas espécies de algas microscópicas produzem toxinas que causam riscos à saúde hu-
mana e ambiental, como: danos ao sistema neurológico ou ao fígado, gastrenterites, doenças
respiratórias, alergias, irritação da pele e olhos. Podem ainda causar mortandade de peixes
e outros organismos.

No Estado de São Paulo foram registradas recentemente ocorrências de florações da ciano-


bactéria Trichodesmium erythraeum, que se estendeu por todo o litoral paulista.

10. O texto fala em crescimento excessivo de algas. Que outro nome recebem as ciano-
bactérias e que permite ao autor se referir a elas como algas?

11. Quais as causas citadas para a ocorrência do fenômeno da floração?

12. Que efeitos as florações podem trazer para o meio ambiente?

13. Imagine que você está estudando na faculdade de Medicina e recebeu em seu plantão
três doentes, cada um deles com uma queixa. O paciente A se dizia fraco, com tosse
permanente e perda de peso; o paciente B apresentava diarréia incontrolável que havia
começado algumas horas antes, o paciente já dava mostras de desidratação e o paciente
C, era uma criança com tosse intensa e dificuldade para respirar devido ao esforço. Qual
seria seu diagnóstico para cada um deles?

A
B
C

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 3

Reino Protista
Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de caracterizar e
citar a importância dos organismos incluídos no reino protista.
Deverá também identificar os grupos em que são classificados os
protozoários e relacioná-los a algumas doenças importantes.

Você lembra que organismos estão incluídos nesse reino?


Fazem parte de Protista os protozoários e as algas unicelulares eucariontes, cuja caracte-
rística comum é o fato de todos serem unicelulares eucariontes, isto é, possuírem célula em
que o material hereditário é limitado por membrana, formando um núcleo bem definido, além
de existirem outras estruturas limitadas por membrana.

Os Protozoários
Não possuem clorofila, portanto não produzem seu alimento, são heterótrofos, retirando
sua alimentação do meio em que vivem.
Muitos são aquáticos, de água doce ou salgada. No entanto, podemos encontrá-los tam-
bém sobre o solo, em locais úmidos. Alguns são parasitas e vivem no interior do corpo de
outros organismos, inclusive do homem. Nestes casos são os causadores de várias doenças.

Classificação
Costumam ser classificados de acordo com o tipo e a presença ou não de estruturas de
locomoção em: ciliados, flagelados, rizópodes e esporozoários.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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Ciliados
Se movimentam pelo batimento de numerosos cílios
existentes na superfície de sua célula. A maioria destes pro-
tozoários é de vida livre, como o Paramecium, do esquema,
que pode ser facilmente encontrado em amostras de água
doce.

A exce-
ção, em relação ao homem, é o Balantidium
coli um ciliado comum do intestino do por-
co que pode, raramente, parasitar o homem,
causando a balantidísae ou balantidiose,
cujos sintomas são fortes diarréias.

Flagelados
São os protozoários que se deslocam pelo batimento de flagelos. O flagelo é um filamento
longo e geralmente único, que se move lateralmente, como um chicote. Apesar da maioria
dos protozoários ter apenas um flagelo há alguns que possuem vários deles.

Alguns flagelados são parasitas e causam doenças ao homem. As mais importantes são:
a Doença de Chagas e a Leishmaniose.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Doença de Chagas
Esta doença foi descoberta pelo médico carioca Carlos Chagas, em 1909, quando fazia
uma pesquisa sobre malária no norte de Minas Gerais.
Ela é causada por um flagelado, denominado Trypanosoma cruzi que é transmitido ao
homem por um inseto hematófago (que se alimenta de sangue), conhecido popularmente
como barbeiro.

Ciclo da Doença
Os barbeiros vivem em frestas das casas de pau-a-pique (construções feitas com galhos
entrelaçados e argila colocados entre eles). Durante o dia, os barbeiros ficam escondidos,
saindo à noite para se alimentar. Eles sugam o sangue de mamíferos, inclusive do homem.
Quando um barbeiro retira o sangue de uma pessoa contaminada, ele recebe o protozoário
em seu organismo, e ali ele se multiplica. Na próxima vez, ao sugar o sangue de outro, ele
deixa junto ao local da picada, fezes contendo protozoários. Quando este coça o local, os
protozoários entram na corrente sangüínea e se multiplicam. Ao longo do tempo, eles se
instalam no coração, provocando insuficiência cardíaca. O coração trabalha mal e aumenta
muito de tamanho.
A prevenção da doença depende da eliminação dos insetos transmissores, os barbeiros
e da diminuição do uso de casas de pau-a-pique como moradia.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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Leishmaniose ou Úlcera de Bauru


É causada por um protozoário flagelado, a Leishmania brasiliensis, e transmitida ao homem
por um mosquito, o birigüi ou mosquito-palha, cujo nome científico é Phlebotomus.
Além do homem, o protozoário parasita roedores e cães, ampliando as fontes de conta-
minação do mosquito.
A doença se caracteriza por provocar feridas que não cicatrizam e se espalham por todo
o corpo, inclusive pelo rosto, onde podem causar graves deformidades.
De difícil tratamento a parasitose ocorre de forma endêmica em áreas silvestres, como
regiões próximas a florestas. As formas de prevenção se resumem a evitar o contato com o
mosquito, pelo uso de mosquiteiros em portas e janelas e de repelentes.
Toda pessoa que apresentar alguma ferida de difícil cicatrização deverá procurar atendi-
mento médico, para realização de exame e tratamento se for o caso.

Ciclo de vida da Leishmania brasiliensis.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Rizópodes
São os protozoários que se deslocam pela emissão de pseudópodes (prolongamentos
do citoplasma). Como fazem as amebas, por exemplo.
Observe a foto, ela mostra uma ameba, perceba os prolongamentos que a célula emite,
com eles ela se locomove e captura alimentos.

pseudópodes

Os rizópodes podem ser de vida


livre, como diversas amebas que vivem
no solo ou como os foraminíferos e ra-
diolários, organismos microscópicos,
unicelulares que têm o corpo prote-
gido por uma carapaça furada e por
onde saem os pseudópodes. A maior
parte desses seres é encontrada no
plâncton marinho.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Alguns poucos são parasitas e, dentre eles, a Entamoeba histolytica, causadora da di-
senteria amebiana ou amebíase. A transmissão da Entamoeba é feita através da água ou de
frutas e verduras contaminadas. No corpo humano a ameba se instala no intestino, onde se
reproduz e forma cistos, estruturas resistentes que são eliminadas com as fezes e uma vez no
meio ambiente podem contaminar a água ou as verduras e frutas.
A doença se caracteriza por produzir fortes dores abdominais, fezes liquefeitas às vezes
com sangue.
A amebíase pode ser evitada com o uso de água tratada, cuidados com a higiene pessoal
e lavagem cuidadosa dos vegetais que são comidos crus.

Entamoeba histolytica Cisto binucleado nas fezes

Esporozoários
Estes protozoários não têm estruturas de locomoção. Todos são parasitas e causam várias
doenças ao homem e a outros animais.
Para o homem, os esporozoários mais importantes são do gênero Plasmodium, porque
eles são causadores da malária, também conhecida como maleita, paludismo, impaludismo,
ou febre palustre.
No Brasil, essa doença afeta grande número de pessoas.
O Plasmodium é transmitido ao homem por um mosquito, o mosquito-prego(gênero Ano-
pheles ).Este inseto reproduz-se em águas calmas e por isto, a doença tem maior freqüência
em áreas de floresta ( Amazônia e Mata Atlântica ), onde a existência de pequenos riachos
de águas tranqüilas é muito comum.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Ciclo da Malária
O mosquito se contamina ao sugar o sangue de uma pessoa doente. No interior do corpo
do inseto o protozoário se multiplica, assim, quando o mosquito se alimenta do sangue de
outra pessoa, transmite a ela os parasitas.
Dentro do corpo humano, os protozoários invadem os glóbulos vermelhos do sangue e
se dividem rapidamente, até que os glóbulos arrebentam. Quando isto acontece, o organis-
mo reage, produzindo febre alta. As crises de febre se sucedem a intervalos regulares e vão
deixando o doente cada vez mais fraco. Sem tratamento, ele pode vir a morrer.
A prevenção da doença depende da eliminação do mosquito transmissor e do tratamento
dos doentes. Algumas medidas, como o uso de repelentes e mosquiteiros em portas e janelas
ajudam a evitar o contato com os mosquitos e a transmissão da doença é dificultada.

Mais Protistas - as Algas Unicelulares


As algas unicelulares são encontradas principalmente nos ambientes aquáticos, pois elas
são a base das cadeias alimentares em água doce e no mar. Além de garantirem a sobrevivência
de todos os outros seres que vivem na água, elas fornecem o maior volume de oxigênio para
repor aquele que é consumido pela respiração animal e vegetal.
Essas algas do reino protista são agrupadas em três filos: pirrófitas, euglenófitas e baci-
lariófitas.

Pirrófitas ou Dinophitas
São indivíduos de vida livre, geralmente flagelados, por isso também são conhecidos como
dinoflagelados. Algumas espécies emitem luz, no fenômeno da bioluminescência.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Alguns dinoflagelados são responsáveis por um fenômeno denominado “maré vermelha”,


quando eles se reproduzem em grande número chegando a produzir manchas avermelhadas
na água, como esses dinoflagelados produzem toxinas, as marés vermelhas podem causar
grande mortandade de peixes e até intoxicar populações humanas.

Euglenófitas
São unicelulares e a maioria vive na água
doce. O representante mais importante é a
Euglena.
As euglenas têm um flagelo com o qual se
movimentam e possuem clorofila, fazendo fo-
tossíntese, porém, quando não há luz disponível,
podem retirar alimento do meio ambiente .

Bacilariófita
Nesse filo estão incluídas as algas também conhecidas
como diatomáceas organismos que têm suas células protegi-
das por uma carapaça de sílica parecida com uma caixinha
bem decorada.
Quando a diatomácea morre, sua carapaça afunda, ao lon-
go de milhares de anos elas vão se acumulando e formando
imensos depósitos. Os movimentos da crosta terrestre podem
trazer essas áreas à superfície, permitindo que sejam explo-
radas comercialmente.
Depósitos formados desse modo recebem o nome de terras
de diatomáceas ou diatomitos.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Assinale X na única alternativa correta:

1. Uma determinada moléstia que pode causar lesões nas mucosas, pele e cartilagens é
transmitida por um inseto e causada por um protozoário flagelado. Os nomes da doença,
do inseto transmissor e do agente causador respectivamente, são:
a) doença de Chagas, barbeiro e Plasmodium.
b) malária, mosquito e Leishmania
c) leishmaniose, mosquito e Leishmania
d) amebíase, barbeiro e Trypanosoma
e) doença de Chagas, mosquito e Trypanosoma.

2. Em protozoários rizópodes, como a Amoeba proteus, a locomoção é feita por meio de:
a) cílios
b) flagelos
c) não há formas de locomoção
d) pseudópodes
e) rizomas

3. As “marés vermelhas” são causadas pela multiplicação de algas do tipo:


a) diatomáceas
b) flageladas
c) dinoflageladas
d) ciliadas
e) euglenófitas

Complete:

4. A Doença de Chagas foi descoberta por , ela é causada pelo protozoário


denominado , que é transmitido às pessoas pelo , um
inseto hematófago.

5. A malária é transmitida ao homem pelo mosquito .

6. A malária é mais comum nas regiões da floresta e da Mata .

O verbete reproduzido abaixo descreve o diatomito:


diatomito [Sin.: kieselguhr; terra de diatomáceas; vasa de diatomáceas] Rocha sedi-
mentar silicosa muito fina, constituída essencialmente por restos microscópicos de ca-

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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rapaças de diatomáceas. (Diatomáceas são algas unicelulares, microscópicas de hábito


planctônico e cobertas por carapaça de sílica).

7. Porque o diatomito é classificado como rocha sedimentar?

8. Em que filo estão classificadas as diatomáceas?

9. Porque dizemos que as diatomáceas têm hábitos planctônicos?

10. Veja a manchete da notícia publicada na Folha de São Paulo do dia 15 de abril de 2004.

Casos de malária em Manaus crescem 815% no primeiro trimestre


A capital amazonense, Manaus, registrou no primeiro trimestre deste ano 16.944 noti-
ficações de malária, número 815% superior ao mesmo período do ano passado, então
com 1.850 casos. É a maior epidemia registrada na cidade _tendo seu pico no mês de
março, quando 6.908 [cerca de 223 casos por dia] pessoas foram atingidas pela doença.
O desmatamento provocado por sem-teto que invadiram áreas nativas da cidade, a
intensificação das chuvas e a suspensão do fumacê (aplicação do inseticida) à noite
em bairros tidos como endêmicos são fatores apontados para a explosão da Malária.

11. Pesquise o significado do termo endêmico.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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12. Faça um gráfico mostrando a evolução no número de casos de malária em Manaus.

13. Porque a intensificação das chuvas e suspensão da aplicação de inseticida poderiam


aumentar o número de casos da doença?

sugestão de leitura

MARTINS, Roberto de Andrade. Contágio – História da Prevenção das Do-


enças Transmissíveis. São Paulo: Moderna.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/unicef/not_ibge.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 3

Reino Fungi
Ao terminar seus estudos sobre esse capítulo você
deverá identificar as características dos fungos, citar sua
importância econômica e ecológica e as doenças que eles
podem causar.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

- Você conhece o organismo da foto?


- Que nome você daria a ele?
Muitos o chamariam apenas de cogumelo, outros diriam que ele é um cogumelo-de-chapéu.
- E que tipo de organismo é esse?
Para alguém menos atento ele poderia ser visto como uma planta. Afinal, está crescendo do
chão. Mas, você é mais observador e já deve ter percebido que esse cogumelo não tem caracte-
rísticas de planta.
O cogumelo, bem como os mofos, bolores, orelhas-de-pau não são plantas, são seres que
fazem parte de um reino denominado Reino Fungi ou reino dos fungos.
E, quais as características desse reino? Vamos ver:

Características dos Fungos


O reino Fungi é formado por um conjunto muito variado de organismos que apresentam
em comum, o fato de:
serem organismos uni ou pluricelulares, com estrutura eucarionte;
não possuírem clorofila, portanto, não realizam fotossíntese, são heterótrofos;
sua nutrição é feita a partir de matéria orgânica em decomposição;
preferem ambientes úmidos, com pouca iluminação e ricos em matéria orgânica.

Os fungos podem ser de vida livre, como o cogumelo-de-chapéu ou parasitas de plantas


e animais inclusive do homem, chegando a causar doenças graves.
Os fungos pluricelulares são formados por um emaranhado de filamentos denominados
hifas. O entrelaçamento das hifas forma o micélio.
Como estrutura de reprodução a maioria dos fungos produz esporos.

Importância dos Fungos


Para o meio ambiente, os fungos saprófitas (se alimentam de restos em decomposição)
são essenciais aos mecanismos de reciclagem da matéria. Eles devolvem ao solo e à atmosfera
muitos dos compostos que dali haviam sido retirados pelos seres vivos, evitando o esgota-
mento dos recursos naturais.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Mas essa ação que é fundamental para o equilíbrio do meio ambiente também pode cau-
sar prejuízos ao homem. Veja o que acontece quando a matéria decomposta é um produto
com valor comercial:
Um tipo de bolor “cresceu” sobre os morangos e está usando a matéria que compõe a
fruta como nutriente. Para consumo humano, essa remessa de morangos está perdida.

Mas de que modo o fungo conseguiu chegar ao morango?

Eles se “deslocam” por meio dos esporos. Quando


um bolor, por exemplo, produz esporos, eles ficam
no ar e ao cair sobre um local favorável, desenvolvem
a forma adulta do fungo.
Esse esporos presentes no ar também são a
maneira pela qual fungos parasitas chegam a seus
hospedeiros causando doenças.
No homem essas doenças recebem o nome gené-
rico de micoses. Algumas são denominadas micoses
superficiais, isto é, o fungo que as causa se instala na
pele e ali se alimenta das células mortas da superfície.
São exemplos desse tipo de micose as frieiras, o pé-
de-atleta (tinea pedis) e as tinhas do couro cabeludo
(tinea capitatis), que causam queda de cabelo em
áreas circulares.
O pé-de-atleta recebe esse nome porque é co-
mum em pessoas que suam nos pés e usam calçados
fechados por longos períodos, como é o caso dos Esporos de fungos ampliados
atletas, mas a micose pode afetar qualquer pessoa. centenas de vezes.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Mais raramente ocorrem micoses profundas,


esporos que conseguem chegar aos pulmões e de-
senvolver ali uma doença grave que pode levar à
morte.
Há fungos parasitas que se alojam nas plantas,
causando prejuízos à lavoura. No século XIX , nos anos
de 1846 a 1850 uma podridão da batata dizimou as
plantações deste tubérculo na Irlanda e matou de
fome um milhão de pessoas, pois a batata era a base
da alimentação naquele país.

Família irlandesa colhendo batatas.

Mas se os fungos podem causar prejuízos sob diversos aspectos, eles também são lar-
gamente usados pelos homens em diversas atividades industriais, tais como a produção de
pães, de cerveja, na indústria farmacêutica e alimentar.
Na fabricação da cerveja há a participação de uma levedura, o Saccharomyces cerevisae,
que atua na fermentação da cevada.
Esse mesmo organismo é responsável pelo crescimento da massa de pão, eles fermen-
tam a glicose produzindo gás
carbônico, que faz a massa
crescer e álcool, que dá a ela
um cheiro azedo. Com o co-
zimento e álcool evapora e o
cheiro desaparece.
O vinho é obtido pela
fermentação de açúcares das
frutas, o agente dessa fer-
mentação é o Sacharomyces
ellipsoideus.
Alguns queijos são produ-
zidos com a participação de
fungos. É o caso dos queijos
do tipo rockefort, que contém
linhagens especiais de fungos
em sua massa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A indústria farmacêutica obtém dos fungos a matéria prima para a maioria dos antibió-
ticos, como a penicilina extraída do Penicillium.
Uma das mais importantes drogas usadas para evitar a rejeição nos transplantes, a ciclos-
porina, foi isolada a partir de um fungo
do solo, o Tolypocladium inflatum.
Fungos são alimento, como os
champignons e deles podem ser extra-
ídas substâncias alucinógenas, como o
LSD.
Há ainda os fungos mutualísticos,
aqueles que se associam a outros seres
com benefício para ambos. É o caso dos
liquens que você já conhece. Associação
de tanto sucesso que esse tipo de orga-
nismo é capaz de viver pioneiramente
onde nenhum outro se instalou antes. Liquens

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

“ O centeio e outros cereais podem ser parasitados por um fungo denominado Claviceps
purpurea. Quando o cereal contaminado é usado como alimento, surge uma intoxicação
denominada fogo de Santo Antônio. No ano de 994 ( novecentos e noventa e quatro ), na
França, aconteceu uma epidemia desta doença, havendo mais de 40.000 mortos.
No ano de 1850 foram feitas as primeiras pesquisas sobre este fungo. Descobriu-se
que ele possui mais de uma dezena de substâncias. Em 1943, o cientista suíço Albert
Hoffman sintetizou , a partir do Claviceps , um composto denominado L.S.D ( dietilamida
do ácido lisérgico ).
O L.S.D é um poderosíssimo alucinógeno, provoca visões e modificações na percepção.
Como a maior parte das drogas, ele causa dependência psíquica.

1. Qual a causa da intoxicação denominada fogo de Santo Antônio?

2. Se a causa é relativamente simples de ser evitada, como você explicaria a epidemia de


994 na França ?

3. O que é o L.S.D ?

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

4. Os primeiros exploradores espanhóis observaram que em algumas tribos de índios, os


curandeiros e feiticeiros comiam algumas espécies de cogumelos. Isto era feito durante
as cerimônias para prever o futuro ou descobrir segredos. Procure associar o consumo
destes fungos à atividade dos feiticeiros e curandeiros.

5. No preparo do pão é comum as receitas sugerirem que o fermento seja dissolvido em


água morna. Porém se esquentarmos a água em demasia o pão não cresce, porquê?

6. Um número imenso de fungos é descoberto a cada ano. A maioria é habitante de florestas


tropicais, como a Amazônica. Que fatores ambientais favorecem o desenvolvimento de
fungos nessas áreas?

7. O que são hifas?

8. A produção do pão, da cerveja e do vinho depende de um grupo de leveduras. Verifique


o nome científico delas e identifique o tipo de relação que mantém entre si.

Imagine um anúncio que dissesse o seguinte:


Calçados limpos e brilhantes
“MOFIT, o produto que lança ondas sonoras capa-
zes de impedir a formação do mofo, basta ligar MOFIT
à tomada e deixar seus calçados em ambiente claro,
seco e arejado. O mofo não voltará.”

9. Você acha que o produto anunciado é eficiente? Justifique.

10. Qual a relação entre manter os calçados em lugar seco, arejado e claro e o desapareci-
mento do mofo?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

sugestão de leitura

MARTHO, Gilberto. Pequenos Seres Vivos – viagem ao mundo dos micro-


organismos. São Paulo: Ática.

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/meioambiente/vocesabia/janeiro02.htm
http://www.2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc134e1.htm

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO
Vírus são organismos muito simples que não possuem estrutura celular, sendo parasitas
intracelulares obrigatórios, só vivendo no interior de células.
Os vírus são formados por um a cápsula protéica com uma molécula de ácido nucléico
em seu interior.
Vírus sofrem mutações que alteram suas características hereditárias.
As doenças causadas por vírus são denominadas viroses.
Algumas viroses são muito graves, é o caso da poliomielite, da raiva, da AIDS, da febre
amarela. Além dessas os vírus causam ainda: hepatite, dengue, caxumba, sarampo, catapora,
rubéola, gripe e resfriado, doenças que causam menor número de mortes, e que podem ser
evitadas com o uso de vacinas (exceto a dengue).
As vacinas previnem o aparecimento das doenças, os soros são usados quando a pessoa
já está doente e requer um atendimento de emergência.
Fazem parte do reino Monera as cianobactérias e as bactérias. Fazem parte desse reino os
organismo de estrutura celular procarionte (sem mebrana limitando o material nuclear)
As bactérias podem ser classificadas de acordo com seu formato em bacilos, cocos, es-
pirilos e vibriões.
As bactérias têm papel importantíssimo no meio ambiente, fazendo a decomposição de
restos de animais e vegetais mortos. Elas também fazem a fixação do nitrogênio atmosféri-
co.
Bactérias são usadas pelos homens nas mais diversas atividades industriais.
A maior parte das bactérias é indiferente aos homens, algumas, porém podem causar
doenças, como o cólera, a difteria, a febre tifóide, a hanseníase, a meningite, a pneumonia, o
tétano e a tuberculose.
Os antibióticos são substâncias capazes de impedir o crescimento de colônias bacteria-
nas.
As cianobactérias vivem na água, no solo úmido, nas rochas, no mar. São autótrofas, pos-
suem clorofila e realizam fotossíntese.
O Reino Protista é formado pela algas unicelulares eucariontes e pelos protozoários.
Os protozoários são organismos unicelulares hererótrofos.
Protozoários são divididos de acordo com o tipo de locomoção em : ciliados (locomovem-
se pelo batimento de cílios); flagelados (locomovem-se pelo batimento dos flagelos); rizópo-
des (locomovem-se pela emissão de pseudópodes) e esporozoários (não têm mecanismo de
locomoção).
As algas unicelulares são autótrofas.
O reino Fungi é formado por organismo uni ou pluricelulares, eucariontes, heterótrofos
que se nutrem de matéria em decomposição.
Fungos são formados por emaranhados de filamentos denominados hifas, esse emara-
nhado constitui o micélio.
A reprodução dos fungos se faz por meio de esporos.
Fungos têm grande importância como decompositores da matéria orgânica do meio e
têm diversas aplicações na indústria de remédios, de alimentos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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11. Previne o aparecimento de doenças que


GABARITO podem ser fatais.

12. Pelo controle biológico de pragas o agri-


Capítulo 1 cultor usa vírus causadores de doenças às
pragas da lavoura (como lagartas e outros
pág. 10 insetos) matando-as, sem fazer uso de inse-
1. Transmissão sexual; transmissão materna. ticidas que matam grande número de orga-
nismos e se acumulam no meio ambeinte.
2. Uso de seringas e materiais cortantes con-
taminados. 13. Pesquisa

3. Uso da camisinha, uso de seringas descar-


táveis. Capítulo 2
4. São organismo muito pequenos, sem es-
pág. 20
trutura celular, formados por uma cápsula 1. Difteria, coqueluche e tétrno.
protéica envolvendo um filamento de ácido
nucléico. 2. Tuberculose – BCG
5. Ambas são transmitidas ao homem pelo 3. Clorofila
mosquito Aedes e podem ser prevenidas
pela erradicação do mosquito das cidades. 4. Neisseria meningitidis – esférica.
6. Era a raiva. 5. Bastonete
7. Pela mordida de animais contaminados, 6. Porque as bactérias foram sendo selecio-
principalmente cães (por isso o lobo tam- nadas e hoje muitas são resistentes aos
bém poderia fazer a transmissão), gatos e antibióticos mais comuns.
até morcegos.
7. O uso incorreto e generalizado desse tipo
8. As pessoas mordidas por animais suspeitos de medicamento.
devem tomar a vacina criada por Pasteur e
os animais domésticos devem ser vacinados
preventivamente.
8. Pesquisador inglês que descobriu a peni-
cilina.
9. Célula animal: 0,15 mm; célula bacteriana:
0,002 mm; 0,0003 mm a 0,000024 mm.
9. Originou-se do nome do fungo de onde ela
é extraída, o Penicillium.

10. Cápsula 10. Recebem a denominação de algas azuis.

Material he- 11. O excesso de nutrientes e períodos de


reditário calmaria após chuvas ou ventos fortes.

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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12. Mortandade de peixes e outros organis- 13. Porque os mosquitos põem ovos na água,
mos. com o aumento das chuvas há mais am-
bientes para a reprodução desses animais,
13. A- tuberculose a suspensão na aplicação de inseticidas
B-cólera aumentaria ainda mais o número de mos-
C- coqueluche quitos em condições de reprodução.

Capítulo 3
Capítulo 4
pág. 31
pág. 38
1. c
1. O consumo de centeio e outros cereais
2. d contaminados por um fungo, o Claviceps
purpúrea.
3. c
2. Pelo desconhecimento da origem da doença.
4. Carlos Chagas – Tripanossoma cruzi.
3. É um poderoso alucinógeno.
5. Anopheles.
4. Alguns fungos produzem substâncias aluci-
nógenas que poderiam ajudar nas “visões”
6. Amazônica - Atlântica
e “previsões” realizadas pelos feiticeiros e
curandeiros.
7. Porque é formado pelo acúmulo de sedi-
mentos, característica das rochas sedimen-
5. Porque o calor mata os organismos que
tares.
constituem o fermento biológico.

8. No filo bacilariófita
6. A umidade, as altas temperaturas e o am-
biente escuro junto ao solo
9. Porque elas flutuam livremente na superfície
das águas.
7. São filamentos que compõem a estrutura
dos fungos.
11. Endêmicas: são as doenças que se repetem
em determinada região oiu população
8. Saccharomyces cerevisae (cerveja e pão)
e Saccharomyces ellipsoideus (vinho). São
12. leveduras que pertencem a um mesmo
gênero.
Casos de malária em
9. Não. O mofo se propaga por esporos, ondas
sonoras não impediriam sua disseminação
pelo ar.

10. O ambiente iluminado, seco e arejado difi-


culta o desenvolvimento dos fungos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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O reino animal (Animalia) é formado por seres pluri-


celulares e heterótrofos. Espalhados pelos mais diver-
sos ambientes, os animais habitam a Terra há milhões
de anos, como nos revela o fóssil de Trilobita da foto.
Esses primeiros habitantes eram invertebrados, isto é, seres
sem coluna vertebral. Únicos animais dos mares do passado,
os invertebrados ainda formam um contingente muito nu-
meroso, ocupando tanto mares quanto lagoas, rios e o solo.
Os animais invertebrados estão classificados em diversos
filos.
Os mais importantes, pela diversidade e efei-
tos sobre a população humana, são: poríferos,
cnidários, platelmintos, nematelmintos, anelí-
deos, moluscos, artrópodes e equinodermos.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

Poríferos e
Cnidários
Ao concluir seus estudos deste capítulo, você deverá caracterizar
poríferos e cnidários, citando seus modos de vida e importância
ecológica.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Observe a foto da página anterior. O que você acha que está retratado nela? Um animal,
um vegetal ou uma pedra?
Se você ficou confuso(a), não se preocupe. A um primeiro olhar, aquilo parece um mineral,
e confunde o observador menos atento. Alguns pesquisadores do passado acreditavam que
essas estruturas eram formações rochosas. Mas olhando sua estrutura microscópica, a dúvida
desaparece: é um ser vivo, mais propriamente um animal denominado esponja.
E se você continua em dúvida, vamos ver algumas características desses seres, classificados
no filo Porifera.

Características dos Poríferos

Que são poríferos?

Os poríferos são organismos muito antigos que devem ter surgido nos mares primitivos
há quase um bilhão de anos. Sua organização é simples: não possuem tecidos verdadeiros,
isto é, conjuntos de células especializadas na realização de tarefas.
Observe de novo a foto e pense no nome do filo ao qual esses seres pertencem. O que
significa porífera? Pesquise num dicionário.
Poríferos vivem fixos ao fundo, a maioria é marinha, há, porém, espécies de água doce.
Como são animais fixos e, por sua natureza heterótrofa, incapazes de produzir seu ali-
mento, a única alternativa que lhes resta é que o alimento vá até eles. E é isso que de fato
acontece: esponjas são animais filtradores, isto é, retiram da água que circula por seus corpos
o oxigênio e o alimento necessários a
sua sobrevivência.
Essa circulação é possível porque
o animal, como o nome do filo sugere,
tem o corpo repleto de poros, que são
pequenos orifícios por onde a água
circula. Porífera vem do latim poru =
orifício (poro) e ferre = ser portador de
(trazer).
As esponjas têm alguns tipos de cé-
lulas especializadas na execução de de-
terminadas funções. Veja um esquema
simplificado do corpo desses animais.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A água entra pelos poros, circula na cavidade interior da esponja, o átrio, e sai pela aber-
tura superior, denominada ósculo. Nesse trajeto, leva alimentos e oxigênio à esponja e recebe
dela os restos do metabolismo celular.
A circulação interna é facilitada pela ação de células denominadas coanócitos que, com
seu movimento de flagelo, impulsionam a água para fora do animal.
Observe que esponjas não têm órgãos. A digestão e a respiração acontecem diretamente
em cada uma das células desse animal. A digestão é do tipo intracelular (acontece dentro das
células).
A sustentação do corpo das esponjas é feita por estruturas calcárias ou silicosas denomi-
nadas espículas e por uma rede formada por uma proteína denominada espongina. Algumas
espécies possuem apenas espículas calcárias, outras possuem espículas de sílica e rede de
espongina.

Reprodução
Pode ser assexuada ou sexuada.
Na reprodução assexuada, não há troca de material genético entre indivíduos diferentes.
Nas esponjas, a reprodução assexuada acontece por brotamento, ou seja, um pequeno broto
se forma na lateral de um animal adulto, cresce um pouco e se desprende, dando origem a
outro indivíduo. Veja:

A reprodução sexuada acontece com a produção de gametas. Os gametas masculinos


saem pelo ósculo com a água e, quando alcançam outra esponja, fertilizam os gametas fe-
mininos que ela produz. Por acontecer no interior do corpo da esponja, os pesquisadores
consideram que este seja um processo de fecundação interna. Da célula-ovo formada surge
uma larva (anfiblástula), que nada livremente até se fixar ao fundo ou a uma rocha e, ali, de-
senvolver um novo animal adulto.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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CNIDÁRIOS
São seres que possuem células urticantes, ou seja, que produzem substâncias capazes de
causar sensações de “queimação”.
Fazem parte deste filo: as anêmonas, os corais, as hidras e as águas-vivas. A maioria dos
cnidários vive no mar, mas alguns são de água doce, como a hidra. Existem cerca de 10.000
espécies já conhecidas, porém, cada nova expedição às grandes profundidades oceânicas
revela seres até então nunca vistos.
Os cnidários podem apresentar duas formas: pólipos e medusas. Veja:

Pólipos são cnidários com forma cilíndrica que, em


geral, vivem fixos. Medusas têm forma de guarda-chuva e,
apesar de poderem se locomover ativamente, são, muitas
vezes, apenas carregadas pela correnteza.
Se essas formas parecem muito distintas, na verdade
têm muito em comum. Tanto o pólipo quanto a medusa
apresentam uma cavidade única que preenche a maior
parte do corpo do animal. Essa câmara recebe o nome de
cavidade digestória e nela ocorre parte do processo de di-
gestão nesses animais.
A cavidade digestória, tanto nas medusas quanto nos
pólipos, tem uma abertura única, denominada boca, a qual
é rodeada por tentáculos em número e tamanho variado.

Peixe preso aos tentáculos da água-


viva servirá de alimento.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Em comum, há ainda a presença das


células urticantes, denominadas cnidócitos,
no interior dos quais há uma cápsula con-
tendo um filamento e um líquido urticante.
A finalidade dessa estrutura é permitir ao
animal a captura de alimento e a defesa
contra predadores.
Quando um peixe ou outro animal toca
o cnidócito, a cápsula interna se abre e li-
bera o líquido que paralisa a presa, permi-
tindo que seja levada à boca e digerida na
cavidade digestória. As sobras da digestão
são eliminadas pela boca.
Principais Classes de Cnidários
Podemos agrupar os cnidários em três classes:

Hidrozoários Cifozoários Antozoários


Caravelas e Hidras Águas-vivas Anêmonas e
corais

Habitat Hidras em água Marinho. Marinho.


doce.
Caravelas no mar.
Forma do corpo Hidras têm forma de Forma de medusa. Forma de pólipo.
pólipo. Caravelas são
coloniais.
Modo de vida Hidras vivem presas Medusas nadam ativa- Há espécies solitárias,
ao fundo. mente por mecanismos como as anêmonas
Caravelas flutuam de jato-propulsão, em e espécies coloniais,
empurradas pelos que jatos de água são como os corais que
ventos. expelidos do corpo e constroem grandes
deslocam o animal. formações calcárias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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A reprodução em Cnidários
Os cnidários apresentam as mais variadas formas de
reprodução. Podem reproduzir-se assexuadamente por
brotamento ou sexuadamente, com formação de gametas.
Em algumas espécies ocorre um processo denominado al-
ternância de gerações, no qual, em uma fase, há reprodução
assexuada e, na fase seguinte, reprodução sexuada.

Hidra com broto lateral (tamanho


real do animal= 1-2 mm).
Corais
Na foto ao lado, você pode ver um coral-cérebro. Essa estrutura é formada por milhares
de pequenos pólipos que secretam um esqueleto calcário ao redor de seus corpos. Existem
corais das mais diversas cores. A maioria vive
em águas mornas e rasas, existem, porém, es-
pécies que habitam águas mais profundas.
Quando os pólipos morrem, o esqueleto
calcário serve de apoio para as novas gera-
ções. Assim, vão sendo construídos recifes
que podem chegar a ter mais de 2000km de
extensão, como a Grande Barreira de Recifes,
na Austrália.

1. No litoral da Austrália existe uma água-viva conhecida como vespa-do-mar (Chironex


fleckeri). Esse animal é muito perigoso e pode causar a morte de banhistas que esbarrem
nela. Que estrutura de defesa existente nas águas-vivas é responsável por esse tipo de
acidente?

2. No Brasil, os acidentes mais graves são causados pelas caravelas. Pesquise sobre esses
animais, como são e o risco que trazem aos banhistas. O site http://www.dangerousaqua-
ticanimals.com.br/index.html traz informações sobre acidentes com esses animais.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os cnidários são animais aquáticos que apresentam formas diferentes, conforme o modo
de vida:

a) b)

3. Como são denominadas as formas A e B?

4. Cite exemplo de um animal que tenha a forma de A e de um que tenha a forma de B.

5. Localize, nos desenhos, os tentáculos desses animais.

6. Onde acontece a digestão dos cnidários?

7. Dizemos que os poríferos são animais filtradores. Explique o significado disso.

8. Explique o que é brotamento. Cite dois exemplos de animais que se reproduzem dessa
forma.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:


“ Os antigos romanos usavam esponjas macias, formadas por um esqueleto de espon-
gina, para forrar o interior de seus capacetes de guerra. Depois, essas mesmas esponjas
foram utilizadas para tomar banho. Ainda empregamos a palavra “esponja” quando nos
referimos ao material usado no banho, no entanto, nossas esponjas de banho atuais são
feitas de espuma sintética.
Nem sempre as esponjas são macias. Certas espécies, como a esponja-de-fogo e a
não-me-toques, podem cortar a mão de uma pessoa com as pontas duras e afiadas de
seus esqueletos. Além disso, soltam uma substância que causa sensação de queimadura
e provoca inchaço no local.”
(adaptado de Mini Monstros - Ed. Globo)

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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9. De que modo os soldados romanos usavam as esponjas? Com qual finalidade?

10. A maior parte das esponjas vendidas no supermercado é natural? Explique.

11. Certas esponjas são perigosas para os mergulhadores. Explique por quê.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


neste capítulo:

sugestão de sites
http://www.dangerousaquaticanimals.com.br/index.html

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 2

Platelmintos e
Nematelmintos
Após estudar este capítulo, você deverá saber descrever os
platelmintos e os nematelmintos; citar as classes em que são
classificados e as verminoses que causam, descrevendo o ciclo de
transmissão e as formas de prevenção dessas infestações.

Platelminto parasita

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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Observe o animal da página anterior. Se você fosse descrevê-lo, poderia compará-lo a


uma fita. E quanto mediria essa fita, aproximadamente?
O animal da foto é um platelminto, nome que, em grego, significa platy = achatado e helmin
= verme; então, os platelmintos são vermes achatados.
Eles podem ser de vida livre ou parasitas. Quanto ao tamanho, podem ser pequenos, com
alguns milímetros apenas, ou muito compridos, como o da foto, que mede quase 2m. Alguns
ainda são bem maiores, chegando a mais de 8m de comprimento.
Os platelmintos podem ser agrupados em três classes: turbelária, trematoda e cestoda.

Turbelaria Trematoda Cestoda

macho

fêmea

Representantes Planária Schistosoma Taenia saginata e


de interesse mansoni Taenia solium
Hábitos Animais de vida livre, Parasitas. Parasitas.
vivendo em água doce.
Características Corpo achatado, com Macho (1cm) e fê- Têm o corpo parecendo
duas manchas ocelares mea (1,5cm) têm uma longa fita dividida
na região dorsal. aspectos diferentes em segmentos.
Boca situada na região e vivem na forma São parasitas, vivendo,
ventral. adulta como para- quando adultos, no intes-
São hermafroditas. sitas das veias do tino do homem.
fígado e intestino Ali, se fixam com auxílio
humanos. de ventosas (T. saginata)
e de ventosas e ganchos
(T. solium).
São hermafroditas.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Platelmintos de Interesse Médico


Alguns platelmintos parasitas fazem do homem seu hospedeiro, causando problemas
graves de saúde. No Brasil, são numerosos os casos de esquistossomose e de teníase.

Esquistossomose
Popularmente conhecida como “barriga d’água”, “xistose” ou “bilharziose”, a esquistosso-
mose é causada pelo verme Schistosoma mansoni e é um indicativo sócio-econômico impor-
tante, pois está relacionada à pobreza. Estima-se a existência de 150 milhões de portadores
de esquistossomos no mundo, sendo 5 milhões no Brasil. Há outras espécies de Schistosoma
que não ocorrem no Brasil.

Ciclo de Transmissão
Os ovos do S. mansoni são eliminados nas fezes do homem.
Quando alcançam a água, eclodem, originando miracídios, que
medem 0,15mm, e que vão parasitar o hospedeiro intermediá-
rio: um caramujo do gênero Biomphalaria. No caramujo, o mi-
racídio se desenvolve, dando origem a cercárias. Um miracídio
pode originar 100.000 cercárias (1mm), que saem do caramujo
e ficam na água, de onde conseguem parasitar o homem, pe-
netrando-lhe a pele. Depois da penetração, os vermes chegam
à circulação e se alojam nos vasos do fígado e do intestino. Ali,
as fêmeas (1,5cm) fazem a postura de mais ovos, que serão
eliminados com as fezes. E o ciclo reinicia.
A entrada das cercárias pela pele produz coceira local e a
presença dos vermes adultos causa acúmulo de líquidos no
abdômen, daí o nome popular de barriga d’água. Cercária em foto ampliada
(tamanho real 1mm).

Prevenção
Evitar banhos em locais onde possa existir o hospedeiro intermediário, que é o
caramujo.
Tentar erradicar o caramujo hospedeiro.
Elaborar campanhas de conscientização sanitária.
Investir em saneamento básico.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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Teníase
Também conhecida como solitária, esta verminose pode ser causada por dois tipos de
tênia, a Taenia solium e a Taenia saginata.
O ciclo das duas é muito parecido, sendo que o hospedeiro intermediário da T.solium é o
porco, enquanto que da T. saginata é o boi.
Vamos descrever o ciclo da T.solium, pois apresenta maior número de ocorrências no
país.
As tênias têm um corpo muito longo (até 8m), com uma das extremidades bem fina,
onde estão a cabeça e o pescoço. Logo após existem numerosos anéis (proglotes) que vão se
tornando cada vez maiores à medida que se afastam da cabeça. Esses anéis possuem sistema
reprodutor masculino e feminino. Os últimos anéis são denominados grávidos e se desprendem
com as fezes da pessoa contaminada, cada um com milhares de ovos. O hospedeiro interme-
diário (porco) ingere os ovos e desenvolve o cisticerco nos seus tecidos, principalmente no
muscular. Se o homem ingerir carne contaminada pelo cisticerco, desenvolve a tênia adulta no
intestino. Ali, o verme provoca aumento do movimento intestinal, causando dor abdominal,
fome e perda de peso, mesmo com uma alimentação adequada.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Cisticercose
Cisticercose é o desenvolvimento de cisticercos no tecido humano, conseqüência da
ingestão acidental de ovos da Taenia. Os cisticercos podem se alojar em locais diversos do
organismo, como olhos, músculos, fígado e cérebro, onde produzem a neurocisticercose,
doença bem mais grave do que a teníase, pois pode provocar convulsões, perda da visão e
alucinações.

Prevenção
A prevenção inclui saneamento básico e cozimento adequado da carne. Fiscalização e
controle sanitário do rebanho bovino e suíno.

Nematelmintos
Você já sabe que existem vermes achatados, pois acabamos de estudá-los, mas, além des-
ses, existem vermes um pouco mais evoluídos e com uma forma um pouco diferente. Veja:
Quais as diferenças que você nota comparando esta foto com a do início do capítulo?
Anote.
Esse verme é o Ascaris lumbricoides, um nematel-
minto parasita do homem. Existem tambem espécies
parasitas de outros animais e até de plantas. Mas há
também milhares de espécies de nematelmintos de
vida livre, habitantes do solo e de ambientes aquá-
ticos.
A palavra nematelminto é formada por nematos
= filamento e helmin = verme. Portanto, neste grupo
estão os vermes de corpo cilíndrico e afilado nas duas
extremidades.
Esses animais, em geral, têm tubo digestório completo, isto é, com boca e ânus; têm sexos
separados e, muitas vezes, machos e fêmeas podem ser facilmente distinguidos.

Nematelmintos de Interesse Médico


Dentre as verminoses causadas por nematelmintos, as mais significativas, pelo número
de pessoas afetadas e pelo prejuízo que acarretam à saúde, são: a ascaridíase, a filariose e a
ancilostomose.

Ascaridíase
É causada pelo Ascaris lumbricoides, um verme cilíndrico de aproximadamente 30cm de
comprimento, conhecido popularmente como lombriga.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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Os animais vivem no intestino humano e as fêmeas produzem ovos (cerca de 200.000


por dia), que são liberados com as fezes para o meio ambiente. Durante três semanas, a larva
amadurece dentro do ovo. Depois disso, o ovo passa a ser infectante. A contaminação se faz
pela ingestão dos ovos presentes na água ou em frutas e verduras mal lavadas. No intestino,
as larvas rompem os ovos, perfuram a parede dos vasos e caem na circulação sanguínea.
Chegando aos pulmões, provocam irritação, podendo causar problemas respiratórios e
tosse; depois, migram até a faringe, são engolidas e retornam ao intestino, passando à forma
adulta.
A verminose provoca dor e aumento do volume abdominal, náusea, vômito,
emagrecimento.

Prevenção
É feita com hábitos de
higiene, como lavagem
das mãos antes das
refeições, consumo de
água tratada e preparo
adequado de alimentos,
principalmente aqueles
que são consumidos crus,
como frutas e verduras.

Filariose
É causada por um verme denominado Wuchereria
bancrofti que, na forma adulta, mede de dois a seis cen-
tímetros.
A transmissão é feita por um mosquito do gênero
Culex (muriçoca), que se contamina ao sugar o sangue
de uma pessoa já infectada.
A forma adulta vive nos vasos linfáticos do corpo
humano. Nesses vasos há a circulação da linfa, um líqui-
do claro, transparente, como aquele que se acumula no
interior de uma bolha.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A presença do verme impede a circulação da linfa e o órgão afetado incha muito. Como
geralmente os parasitas estão nos vasos das pernas, elas ficam deformadas e, por isso, a doença
também recebe o nome de elefantíase, pois as pernas ficam imensas, como as patas do elefante.

Prevenção
A prevenção pode ser feita com o uso de mosquiteiros, repelentes, inseticidas e telas em
portas e janelas. O tratamento dos doentes ajuda a reduzir o número de mosquitos contami-
nados.

Ancilostomose
Também conhecida como amarelão ou opilação, esta verminose é causada por dois tipos
de nematóides: o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus. Os dois parasitas medem
entre 0,8 e 1,3cm, quando adultos. A forma infestante é uma larva, que entra no corpo humano
através da pele, chega à circulação sangüínea, passa pelos pulmões e é engolida. No intestino,
as larvas se desenvolvem, atingindo a forma adulta, e se alimentam de sangue. As fêmeas
fazem a postura de ovos, que chegam ao exterior junto com as fezes e libertam no solo as
larvas infestantes, que entram no corpo através da pele, causando coceira e irritação local.
A presença de grande número de vermes leva a um quadro grave de anemia (redução
nos glóbulos vermelhos do sangue), que deixa a pessoa cansada, desanimada e pálida (daí o
nome popular da verminose ser amarelão).

Prevenção
O uso de calçados, hábitos de higiene pessoal, uso de instalações sanitárias adequadas,
tratamento da água consumida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preven-
tivas importantes.

Detalhe ampliado da boca de


Ancylostoma, mostrando os 4 dentes Vermes na parede intestinal
que perfuram a parede intestinal para
que o verme se alimente de sangue.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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1.Preencha a tabela com os dados faltantes:

Nome do Parasita Nome(s) da doença Forma de contágio Prevenção


Ancylostoma duode-
nale

Filariose ou
Elefantíase
Consumo de carne
contaminada pelos
cisticercos
Ascaris lumbricoides

Combate ao cara-
mujo hospedeiro.

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Assinale X na única alternativa correta:

2. A Saúde Pública toma medidas de proteção à população como, por exemplo, o cuidado
com a saúde dos animais para abate (boi, porco), a vigilância regular a matadouros e a
recomendação de não ingerir carnes cruas ou mal cozidas. Com essas medidas, procura-se
evitar:
a) o amarelão. b) a teníase. c) a ascaridíase.
d) a filariose. e) a ancilostomose.

3. Viajando, você chega a um local bonito com uma lagoa convidativa para um banho
refrescante. Na margem da lagoa há uma placa que informa: Lagoa da Coceira. Além
de pequenos peixes, você percebe a existência de caramujos muito bonitos, de conchas
espiraladas, planas e marrom-acinzentadas. Um garoto barrigudinho brinca na água. Você
resolve:
a) tomar um banho, porque se há seres vivos na lagoa é sinal de que ela não está poluída
e portanto não oferece riscos à saúde.
b) evitar o contato com a água, porque a barriga do garoto indica uma doença chamada
amarelão.
c) tomar banho, porque você recentemente usou remédios que lhe deram imunidade a
qualquer contaminação.
d) evitar o contato com a água porque ela pode conter cercárias que, entrando por sua
pele, causarão esquistossomose.
e) não tomar banho, porque ali pode haver lombrigas capazes de causar coceira pelo
corpo.

Observe a foto ao lado. Ela mostra dois miracídios entrando em um organismo.


4. Que organismo é esse?

5. O que são miracídios?

6. Desenhe a forma originada pela multiplicação dos miracídios.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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No início do século XX, Jeca-Tatu, personagem criado por Monteiro Lobato, representava
o brasileiro da zona rural: descalço, mal-vestido, anêmico e enfraquecido por vermes in-
testinais. Jeca era pálido, magro e preguiçoso. Sobre ele, Monteiro Lobato escreveu: “Ele
não é assim, ele está assim”.

7. Que vermes eram responsáveis pelo estado de saúde do Jeca?

8. Tento em vista o fato de que essa verminose ainda aflige milhares de brasileiros, o que as
pessoas devem fazer para não adquiri-la? Justifique.

No ano de 1988, uma espécie de caramujo foi trazida


clandestinamente da África: o caramujo gigante africano,
Achatina fulica, que chega a pesar 200g. Sua concha possui
estrias e faixas castanhas. Foi trazido como alternativa à
criação de “escargot”, mas, abandonado por alguns cria-
dores, tornou-se uma praga. Devora plantações e pode ser
um sério problema de saúde pública, pois abriga um verme
cilíndrico, o Angiostrongylus, que pode parasitar o sistema
nervoso humano, causando dor de cabeça, formigamentos
e paralisias temporários. As autoridades orientam a NÃO
consumir a carne desse molusco, manter limpos os quintais, não usar a concha como objeto
decorativo e coletar o animal usando luvas ou sacos plásticos como proteção. Destruí-los
em recipientes contendo sal.

9. Pesquise o nome do filo ao qual pertence o caramujo e identifique o filo no qual está
inserido o Angiostrongylus.

10. Pesquise o motivo pelo qual o sal mata esses animais.

sugestão de sites

http://www.fiocruz.br/ccs/glossario/esquistossomose.htm

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CAPÍTULO 3

Anelídeos e
Moluscos
Seus objetivos ao estudar este capítulo são: caracterizar os
anelídeos e moluscos; identificar as diversas classes em que se
dividem esses filos e explicar a importância ecológica desses animais.

cerdas

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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Observe atentamente o animal da foto anterior.


Você já viu algum animal assim?
Se não viu, há algum outro que seja pelo menos parecido com ele? Anote as característi-
cas desse organismo da foto: qual a forma do corpo? O corpo é liso ou não? Qual a forma de
locomoção que ele parece ter? Agora, veja este outro animal e compare-os.

Qual a forma do corpo? Ele é liso ou não?


O que esses dois animais têm em comum?
Se você olhou com atenção, percebeu que eles têm o corpo cilíndrico.

Eles poderiam ser um nematelminto?

Na verdade não, porque eles têm algumas características que os


nematelmintos não têm; entre elas, o corpo segmentado em anéis. Por
isso, esses animais são denominados anelídeos.
Quais as diferenças entre eles?
Você percebeu que o animal da primeira foto tem um grande número de cerdas ao redor
do corpo, enquanto que o outro não apresenta essas cerdas?
A primeira foto é de um anelídeo marinho e, devido ao grande número de cerdas, está
agrupado em uma classe denominada poliqueta (poli = muitas, chaeta = cerdas). A segunda
imagem é de uma minhoca, animal com poucas cerdas (oligo = poucas; chaetas = cerdas).
No filo dos anelídeos, há ainda a classe dos Hirudíneos, animais sem cerdas, como as san-
guessugas. O nome desses animais é bem sugestivo: sanguessugas se alimentam de sangue,
retirado de animais vertebrados, inclusive do homem. Vivem em água doce e pântanos, e

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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têm ventosas nas extremidades do corpo, assim conseguem se fixar ao corpo do hospedeiro
e sugar-lhe o sangue.

ventosa

ventosa

A Minhoca
Tem o corpo cilíndrico e segmentado em anéis. Sua pele é fina, com glândulas que pro-
duzem um material viscoso e escorregadio, cuja
função é facilitar a locomoção. A pele fina permite
realizar as trocas de gases, pois as minhocas possuem
respiração cutânea. Anelídeos aquáticos possuem
brânquias para realizar as trocas gasosas.
No primeiro anel, está a boca; no último, o ânus.
Elas têm tubo digestório completo e digerem folhas
e restos de material orgânico mis-
turados ao solo.
As cerdas são pequenas e é
difícil percebê-las a olho nu.
Minhocas são hermafroditas,
isto é, possuem simultaneamen-
te sistema reprodutor masculino
e feminino. Mas, apesar disso, é
preciso duas minhocas para que
a fecundação aconteça, em um
processo que recebe o nome de fecundação cruzada (um animal fertiliza o outro). Os ovos
são colocados em um casulo, que é deixado no solo, e dele saem pequenas minhocas seme-
lhantes ao adulto. O casulo é produzido na região do clitelo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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Importância Econômica e Ecológica dos Anelídeos


As minhocas têm papel importante na aeração e na fertilização do solo. Cavando gale-
rias, abrem espaços por onde o ar entra no solo. Quando engolem terra e digerem o material
orgânico ali presente, deixam resíduos que melhoram a qualidade do solo.
Há criadores de minhocas que aproveitam o “trabalho” desses animais para produzir e
comercializar húmus (húmus de minhoca).
Muitos poliquetas são a base da alimentação de peixes, importantes para a indústria
pesqueira.
No passado, as sanguessugas foram largamente empregadas em terapias denominadas
sangrias, usadas na tentativa de curar as mais variadas doenças. O uso era tão comum que a
sanguessuga mais usada foi batizada com o nome de Hirudo medicinalis, em uma clara refe-
rência a seu emprego medicinal.

Desenho representando o uso de san-


guessugas no tratamento de doenças.
Observe o frasco contendo mais animais.

Moluscos
São animais de corpo mole, podem estar protegidos por concha ou não. Observe alguns
exemplos de animais deste filo:

Polvo Caramujo

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Bivalve Nautilus

Viu como são variados os animais que fazem parte deste filo?
A maioria é aquática, de água doce ou salgada, porém há espécies
terrestres, como o caracol de jardim e a lesma que você conhece.

Como esses animais são muito variados em sua anatomia, vamos considerar um deles
como exemplo de molusco. Vamos conhecer o caracol. Nos esquemas a seguir, você pode ver
de que modo é organizado o corpo desse animal, em que podemos identificar três partes: o
pé, a cabeça e a massa visceral.
O pé é muscular, bem desenvolvido, com glândulas produtoras de um material viscoso
que facilita o deslocamento do animal na terra. Nas lesmas, esse material deixa um rastro
brilhoso bem característico.
Na cabeça, há tentáculos com olhos na extremidade; a boca possui uma língua denteada,
a rádula, com a qual o animal raspa seu alimento, como folhas, por exemplo.
A massa visceral está contida no interior da concha e ali estão os órgãos encarregados da
digestão, da respiração, da circulação, da excreção e da reprodução.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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Os caracóis, os caramujos e as lesmas têm o pé unido à


região da massa visceral. Esse fato foi usado para agrupá-los
em uma única classe, a dos gastrópodes (gaster = estômago
e podos = pé).
A concha, quando existe, é produzida pelo animal, com a
participação de uma camada de tecido denominada manto.
As conchas dos gastrópodes são univalvas, isto é, formadas
por uma peça apenas. Enroladas em espiral, podem ter as
mais variadas decorações externas. À medida que o animal
cresce, novas porções da concha vão sendo secretadas. Ob-
serve a foto ao lado. Nela, a concha aparece em toda sua
beleza interna.
Os caracóis são animais hermafroditas que, assim como
as minhocas, fazem fecundação cruzada.
Os moluscos são agrupados em várias classes. Já vimos a classe dos gastrópodes, à qual
pertencem os caracóis. Além dessa, são importantes também as classes dos pelecípodes e
dos cefalópodes.
Pelecípodes são os animais que possuem o corpo
abrigado em duas valvas, por isso recebem também
o nome de bivalves. São as ostras, os mexilhões, os
mariscos.
Observe atentamente a foto ao lado. Você está
vendo um bivalve com as conchas entre-abertas e
um grande número de pequenos olhos azuis em toda
borda do corpo. Esses olhos são bem simples e não
formam imagens reais.
Os bivalves têm respiração branquial e são fil-
tradores, isto é, a água circula pelo corpo e dela são retirados os nutrientes e o oxigênio. O
fechamento da concha é feito com a ajuda de fortes músculos.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Cefalópodes são animais que têm os pés (tentáculos) unidos à cabeça. Podem ter concha
externa, como o Nautilus, ter concha interna, como as lulas, ou ainda não ter concha nenhu-
ma, como os polvos. Observe as fotos do polvo, do nautilus (na página 25) e das lulas. Você
pode perceber que os cefalópodes têm olhos muito desenvolvidos e que formam imagens
bastante nítidas. Esses animais também são mestres na camuflagem, mudando rapidamente
de cor para se confundir com o fundo. Veja se é fácil achar o polvo na foto abaixo.

Lulas

Ainda como forma de defesa, polvos e


lulas podem soltar uma tinta escura na água,
fazendo uma verdadeira “cortina de fumaça”
que confunde o predador e dá tempo ao animal
para fugir.
Nos cefalópodes, não há hermafroditismo.
Existem machos e fêmeas, em que após um ri-
tual de acasalamento, a fêmea põe os ovos no
meio ambiente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Importância dos Moluscos


Os gastrópodes podem causar prejuízos à lavoura. Caracóis e lesmas comem diversos
tipos de plantas de valor comercial.
Nesse grupo ainda há o scargot, usado como alimento da culinária francesa, com alto
valor de comercialização.
Dentre os pelecípodes, destacam-se as ostras, por sua capacidade de produzir pérolas e
porque podem ser criadas e comercializadas como alimento.
Na classe dos cefalópodes, polvos e lulas também entram na confecção de diversos tipos
de receitas culinárias.

Assinale X na única alternativa correta:


1. O animal do desenho ao lado pertence ao filo dos _________
e à classe dos _____________.
a) moluscos; cefalópodes.
b) anelídeos; hirudíneos.
c) nematelmintos; trematoda.
d) moluscos; gastrópodes.
e) anelídeos, oligoquetas.

2. As ostras são animais filtradores e possuem respiração do tipo:


a) cutânea.
b) pulmonar.
c) branquial.
d) traqueal.
e) filotraqueal.

3. São animais hermafroditas:


a) minhocas e caracóis.
b) minhocas e esquistossomos.
c) esquistossomos e lombrigas.
d) polvos e esponjas.
e) esponjas e lulas.

4. Charles Darwin, naturalista inglês, dedicou mais de 40 anos aos estudos e pesquisas sobre
a vida das minhocas, e publicou, em 1881, o mais completo trabalho sobre elas, no livro
“A formação do húmus através da ação das minhocas”. Em “Formação da camada vegetal
sob a ação das minhocas”, Darwin questiona: “Pode-se perguntar se existem muitos outros
animais, na história do mundo, que tenham desempenhado um papel tão importante quanto
o desses animais inferiores”

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Escreva sobre a ação minhocas e procure explicar porque Darwin dá a elas tão grande
importância.

No passado não muito distante, um tipo de animal era vendido em barbearias e boticas
para se fazer sangria. Acreditava-se que essa prática poderia curar diversas doenças.

5. Que animal era usado com essa finalidade?

6. Qual seu nome científico?

7. A que filo e classe ele pertence?

8. O que é a sangria? Qual a relação com o tipo de alimentação desse animal?

Leia o texto abaixo e responda o que se pede:


“O minhocuçu (Rhinodrilus alatus), também conhecido como minhocão, é um animal
pertencente ao grupo de anelídeos. Possui o corpo cilíndrico e alongado, afilado nas
extremidades. Seu comprimento varia normalmente entre 20 e 30cm, podendo chegar a
um metro. Seu diâmetro varia de 1 a 3cm. Como todo anelídeo, o minhocuçu é um her-
mafrodita, embora a reprodução seja cruzada. Os ovos, quando expelidos, são revestidos
por um envoltório mucoso chamado casulo.”

9. Se o minhocuçu é um anelídeo, a descrição do corpo do animal poderia conter a caracte-


rística marcante desse grupo. Qual é ela?

10. O que significa dizer que o minhocuçu é hermafrodita?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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11. O que é fecundação cruzada?

12. Onde é produzido o casulo?

13. Pesquise sobre a criação de ostras e a produção de pérolas.

sugestão de sites

http://www.escolabellarte.com.br/Dicas/perhist.htm

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 4

Artrópodes

Ao estudar este capítulo, você deve ter como objetivo saber


caracterizar os diferentes grupos de artrópodes, citando exemplos;
reconhecer o papel dos insetos na transmissão de doenças e qual a
importância econômica e para o meio ambiente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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Que animal é este?

É um camarão, iguaria muito apreciada pela maioria das pessoas.


Os camarões fazem parte do filo Artropoda, mas, além dele, são artró-
podes as aranhas, os gafanhotos, as centopéias, as formigas, os escorpiões
e um imenso número de outros organismos. Para que animais tão diversos
estejam reunidos, deve haver algo em comum entre eles. Mas o que seria?
A resposta está no nome do filo. Artropoda significa, arthro = articulação e poda = pé.
Isto é, artrópodes são invertebrados que têm as patas articuladas. Além disso, também
possuem um esqueleto externo, o exoesqueleto, formado por uma
substância denominada quitina. Esse exoesqueleto não cresce
junto com o animal e poderíamos compará-lo a uma armadura
dos cavaleiros da Idade Média. Imagine ter, por fora do corpo,
uma carapaça rígida. Como crescer? Os artrópodes fazem isso
trocando de ”armadura”, ou seja, eles trocam o exoesqueleto,
sofrem “mudas”.

Observe a foto ao lado. Nela, você pode ver uma cigarra


saindo de seu esqueleto antigo. Quando isso acontece, o
animal cresce rapidamente até que um novo esqueleto en-
dureça ao redor de seu corpo. Todos os artrópodes passam
por esse processo de crescimento.
Como você pôde perceber pelos exemplos que citamos,
esse filo é formado por uma variedade muito grande de
seres que formam diversos grupos. Os principais são: crus-
táceos, insetos, aracnídeos, quilópodes e diplópodes.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Crustáceos
Compõem um subfilo em que a maior parte de seus representantes possui um exoesqueleto
contendo carbonato de cálcio. Isso o torna bem duro, como a “casquinha” do siri. Fazem parte
deste grupo: as lagostas, os camarões, os siris e os caranguejos, que são animais aquáticos. As
“baratas-da-praia” e os “tatuzinhos de jardim” são crustáceos terrestres, porém não são muito
adaptados a esse ambiente e precisam viver em lugares úmidos para poder respirar, pois sua
respiração, assim como a dos crustáceos aquáticos, é branquial.

Barata da praia
Tatuzinho de jardim

Possuem dois pares de antenas e um par de olhos. O número de patas é variado e o


corpo é geralmente dividido em cefalotórax e abdômen.

A maioria dos crustáceos tem sexos separados. A fêmea incuba


os ovos junto a seu corpo. Na maior parte das espécies, há o nasci-
mento de uma larva que sofre transformações até originar um animal
adulto.

www.centralmassscuba.com/
Abdomen de lagosta repletoPictures.html?Select...
de ovos (toda a parte cinza).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


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Importância do Grupo
Os crustáceos compõem parte importante das cadeias alimentares aquáticas. Suas larvas
aparecem em número muito grande no plâncton e servem de alimento a diversas espécies.
Siris, caranguejos, camarões e lagostas têm alto valor comercial e fazem parte de inúmeros
pratos culinários.

Insetos
Mais numeroso grupo de animais, os insetos habitam principalmente o ambiente terrestre,
porém existem algumas espécies aquáticas.

Os pesquisadores acreditam
que o sucesso desse grupo se
deva ao exoesqueleto de quitina
e à capacidade de voar que mui-
tos deles conseguiram desenvol-
ver de forma admirável.
Um inseto tem o corpo dividi-
do em cabeça, tórax e abdômen.
Possui 3 pares de patas e um par
de antenas.
Na cabeça, há olhos com-
postos, olhos simples e antenas,
além da boca, cuja estrutura varia
conforme o tipo de alimentação
do animal.

No tórax, estão as asas, em número de duas


ou quatro (há insetos sem asas, como as pulgas,
por exemplo) e as patas.
No abdômen existem aberturas denomi-
nadas espiráculos que fazem parte do sistema
respiratório dos insetos, pois a respiração deles
é do tipo traqueal, isto é, feita por meio de tra-
quéias, finos tubos que percorrem o corpo do
animal levando o oxigênio até suas células.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Reprodução
Insetos têm sexos separados e a fecundação é interna. O desenvolvimento pode acontecer
de três maneiras: direto, indireto com metamorfose incompleta e indireto com metamorfose
completa. Vamos ver como se dá cada um desses processos.

Desenvolvimento Direto
Como o nome sugere, do ovo nasce um animal já com a forma do adulto. À medida que
as mudas vão acontecendo, ele chega ao tamanho adulto. Um inseto que se desenvolve dessa
forma é a traça dos livros.

Desenvolvimento Indireto com Metamorfose Incompleta


Do ovo nasce uma forma denominada ninfa, semelhante ao adulto, porém sem asas. Essa
forma de desenvolvimento acontece nas baratas, percevejos e gafanhotos.

Desenvolvimento Indireto com Metamorfose Completa


Nesse caso, do ovo nasce uma larva. A lagarta, grande “comilona”, se alimenta de folhas
e, em seguida, entra em um estado de inatividade, constituindo a pupa. No interior do casulo
que envolve muitas das pupas, ocorre a metamorfose, quando o animal sofre impressionante
transformação, passando ao estágio adulto. Sofrem metamorfose completa insetos como
borboletas, mariposas, mosquitos, moscas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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Nos mosquitos, a fase larval é aquática, por isso o controle de doenças como a malária,
a febre amarela, a dengue e a leshmaniose é feito também com a redução dos depósitos de
águas nos quais os ovos são postos e as larvas vivem.

Importância dos Insetos


Por seu tão grande número e variedade de adaptações, os insetos interagem intensamen-
te com o meio em que vivem, às vezes, beneficiando a comunidade, outras vezes, trazendo
prejuízos.
Insetos são extraordinários agentes polinizadores. Abelhas, vespas e besouros transportam
grandes volumes de pólen entre as plantas e, com isso, aumentam a produção de frutos. Os
homens se aproveitam dessa capacidade quando instalam caixas de abelhas entre pomares.
A presença das abelhas aumenta a produtividade no local.
As abelhas ainda produzem diversas substâncias como o mel, a geléia real e o própolis.
O bicho-da-seda é usado há milênios na produção da seda.
Alguns insetos são aproveitados para fazer o controle biológico de pragas da lavoura.
Mas, se esses pequenos animais ajudam, também geram prejuízos: pragas da lavoura,
lagartas, formigas e gafanhotos podem produzir perdas significativas.
Há insetos que transmitem doenças, já citamos os mosquitos, mas não esqueça do bar-
beiro, transmissor da Doença de Chagas.
Alguns insetos “insistem” em “morar” conosco e essa “convivência” pode ser desastrosa.
Como acontece quando descobrimos cupins, brocas e traças devorando nossos móveis, rou-
pas e livros.
Em casos extremos, algumas reações alérgicas a picadas de insetos, como formigas ou
abelhas, podem causar a morte.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Insetos Sociais
Alguns grupos de insetos formam “organizações” sociais muito complexas, onde a maior
característica é a divisão de trabalho. Em uma sociedade, há grupos responsáveis por diferentes
funções. As mais organizadas sociedades são as das abelhas, das formigas e dos cupins.
Em uma colméia existe uma rainha, diversos zangões e centenas de operárias. A rainha
faz a postura de ovos depois de ter sido fecundada pelos zangões, durante o vôo nupcial
que antecede a criação da colméia. Os ovos são cuidados pelas operárias, que mantém a
temperatura e a limpeza no interior da colméia e alimentam as larvas assim que elas eclodem.
As operárias buscam o néctar e com ele produzem o mel, a geléia real, a cera e o própolis.
Quando a larva eclode, recebe geléia real como alimento. Alguns dias depois, passa a
ser alimentada com mel. Nesse caso, ela será uma operária. Se, no entanto, a alimentação
com geléia real continuar, ela será uma rainha. Os zangões se formam a partir de óvulos não
fecundados.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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Aracnídeos
Fazem parte deste grupo os escorpiões, as aranhas, os carrapatos e os ácaros. Animais que
não têm antenas e possuem pedipalpos com variadas funções. Têm quatro pares de patas.

Escorpiões
Têm o corpo dividido em cefalotórax e abdomen, possuem quatro pares de patas
além de quelíceras e pedipalpos. No final do abdômen, têm um aguilhão com o qual injetam
veneno na presa.
aguilhão

pedipalpos

Tityus serrulatus,
uma das espécies
que vivem no Brasil.

Os escorpiões se alimentam de insetos, como baratas, por isso, uma forma de reduzir seu
número é manter terrenos baldios e fundos de quintais limpos, sem acúmulo de lixo.
O veneno dos escorpiões pode causar graves intoxicações com dor local muito intensa e,
em alguns casos, pode ser fatal.

Carrapatos
São parasitas externos de muitos animais, dos quais retiram o sangue. Por isso podem
causar prejuízos a criações de cavalos, porcos ou bois.
Têm o corpo inteiriço, que fica parecido com uma bola quando o animal se “enche” de
sangue. Veja na foto a seguir que mal se notam as 8 patas, tão “inchado” está o corpo. Os car-
rapatos fazem parte de um grupo denominado Acarina, no qual também estão classificados
os ácaros da poeira, organismos microscópicos causadores de diversos problemas alérgicos,
e os ácaros causadores da sarna Sarcoptes scabiei.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Carrapato

Ácaros de poeira

Aranhas
Têm o corpo dividido em cefalotórax e abdômen. Possuem diversos olhos simples e
quelíceras com as quais inoculam o veneno. No final do abdômen estão as aberturas das
glândulas fiandeiras. Nem toda aranha produz teia, mas todas produzem o fio, com o qual
forram sua morada ou envolvem seus ovos.
Aranhas são carnívoras: usam a teia para caçar e o veneno para paralisar suas presas.
No Brasil, o maior número de acidentes envolvendo aracnídeos se deve à aranha-marrom,
Loxosceles intermedia, com grande concentração de casos em Curitiba e região metropolitana.
A aranha é pequena e se esconde dentro de casa, em roupas e calçados. A picada não dói, mas
seu veneno pode causar problemas renais que, em alguns raros casos, levam à morte.

Loxosceles com ooteca (local em que ficam


armazenados os ovos da aranha).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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Quilópodes e Diplópodes
Observe esses animais. O que têm em comum? Anote.

Os animais das fotos têm corpo alongado, segmentado, com um par de antenas e muitas
patas articuladas. No animal da esquerda, há um par por segmento; ele é um quilópode, en-
quanto que o outro tem dois pares por segmento, é um diplópode.
Os quilópodes são carnívoros e capturam suas presas injetando veneno com duas pinças, de-
nominadas forcípulas. Fazem parte deste grupo mais de 3000 espécies de centopéias que caçam
pequenas aves, roedores, lagartos, cobras e anfíbios, além de outros animais invertebrados.
Os diplópodes são herbívoros ou detritívoros (comem restos em decomposição), diferente
dos quilópodes, não possuem glândulas de veneno. Fazem parte desse grupo os piolhos-de-
cobra ou gongolos. Existem cerca de 7500 espécies vivendo sob folhas, troncos e pedras. Há
espécies medindo trinta centímetros de comprimento e apresentando 600 patas. Quando
perturbados, se enrolam em espiral e alguns podem produzir um líquido de cheiro forte que
afasta os predadores.

Complete:
1. Durante dois meses, 80 milhões de caranguejos vermelhos invadem a ilha Christmas,
no Oceano Índico. Sua marcha acontece no período de acasalamento. Esses animais
pertencentes ao subfilo dos _____________________, têm o corpo protegido por um
__________________ quitinoso com adição de carbonato de ____________________.
2. Os insetos têm, na cabeça, olhos _____________ e olhos __________________.
3. Os mosquitos Aedes aegypti podem transmitir a _____________ e a ______________.
4. Todos os insetos possuem ___________ pares de patas.
5. Na lista de animais abaixo, copie em seu caderno apenas o nome dos insetos:
mosca caranguejo aranha borboleta piolho-de-cobra
siri lagosta escorpião gafanhoto besouro
carrapato cupim centopéia camarão abelha

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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6. Observe o esquema. Ele representa a metade do corpo de uma aranha. Complete o desenho
com as partes que faltam. Identifique:
a) as patas;
b) o cefalotórax;
c) o abdomen;
d) as quelíceras;
e) as glândulas fiandeiras;
f ) os pedipalpos.

7. O conhecimento dos artrópodes é de grande importância médica. Justifique essa afirmativa


com pelo menos dois argumentos.

8. Algumas pessoas acreditam que as cigarras “arrebentam de tanto cantar” pois é comum
encontrar “cascas” vazias desse animal presas às cascas das árvores. Será que as cigarras
realmente arrebentam de tanto cantar?

9. Um dos maiores problemas dos agricultores é a existência de insetos que chegam a destruir
lavouras inteiras. Porém, nem todos os insetos denominados pragas são daninhos durante
todas as fases do ciclo de vida. Em relação ao exposto, comente:
a) a ação das borboletas, durante sua fase larval e adulta.

b) pesquise um inseto que pode ser considerado uma praga para a agricultura em todas
as etapas de sua vida.

10. Acariciando seu cachorrinho de estimação, você descobriu no meio dos pêlos uma pulga
e um carrapato.
a) a que filo pertencem esses animais?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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b) quais as classes em que eles estão agrupados?

c) diferencie cada um deles em relação ao número de patas e divisão do corpo.

11. Pesquise sobre os cupins e sua ação no meio ambiente.

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados nesse capítulo:

sugestão de filmes
Vida de Inseto

sugestão de leitura
TACLA, Almenor; MORELLO, Cecília Mattos. Como Vivem os Insetos.
São Paulo:Scipione.

sugestão de sites

http://www.guiabutanta.com/butantan/#
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/ch/ch197/emdia1.html/
http://www.guiabutanta.com/butantan/

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 5

Equinodermo
Ao estudar este capítulo você terá como objetivo identificar um
equinodermo, citar as classes em que eles são agrupados, compará-
los aos demais grupos de invertebrados e explicar sua importância.

A foto acima lhe parece familiar?


O que o fotógrafo procurou retratar?
Preste atenção nas estruturas indicadas pelas setas.
Podemos dizer que esses “pezinhos”, entre outras funções, atuam como um sistema de
locomoção.
Bem, provavelmente você continua sem saber que animal é esse e que estruturas estão
indicadas pelas setas. Isso porque não é tão comum vermos representantes desse grupo de
invertebrados por aí, pois são exclusivamente marinhos e vivem sobre o leito do mar, cami-
nhando lentamente pela areia. Estamos falando de um grupo com características únicas, os
equinodermos, cujos representantes mais conhecidos são o ouriço-do-mar e a estrela-do-mar.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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Características Gerais do Grupo


Diferente de todos os invertebrados que estudamos até aqui, os equinodermos têm
esqueleto interno (endoesqueleto) formado por placas de composição calcária com espinhos
salientes. Essa característica deu nome ao grupo, pois echinos = espinho e derma = pele.
A presença de endoesqueleto e algumas características durante o desenvolvimento embrio-
nário (formação da larva) fazem com que os pesquisadores acreditem que os equinodermos
são o grupo de invertebrados a partir do qual teriam surgido os animais vertebrados, por isso
o estudo desse grupo antecede o estudo dos vertebrados.
Os equinodermos têm um sistema único, denominado sistema ambulacrário ou hidrovas-
cular. Os “pezinhos” da foto fazem parte desse sistema.

Estrela-do-mar em vista oral (parte que fica em contato com a areia do fundo).

Mas o sistema ambulacrário não é apenas um sistema locomotor, ele é mais complexo do
que isso, pois participa da respiração, da circulação, da excreção e capta sensações táteis.
O oxigênio usado pelo animal é retirado, pelas brânquias, da água que circula no sistema
ambulacrário. Nessa água são lançados os resíduos da respiração e do funcionamento
celular.
A água entra na estrela-do-mar por uma região denominada madreporito ou placa
madrepórica, que é perfurada. Uma vez dentro do corpo do animal, a água percorre um
complexo sistema de canais que irradia por todo corpo, chegando aos pés ambulacrários. O
movimento desses pés está relacionado à pressão de água no interior deles.

Reprodução em Equinodermos
Existem machos e fêmeas, porém, não é possível distingui-los por aspectos externos. A
fecundação é externa, isto é, os gametas são lançados na água. Quando se encontram, pro-
duzem uma larva, portanto, esses animais têm desenvolvimento indireto. As larvas compõe
parte importante do zooplâncton. Após o período larval, sofrem mudanças originando o
animal adulto.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Classes de Equinodermos
Asteroidea Echinoidea

Ouriços-do-mar
Estrelas-do-mar
Bolachas-do-mar
Sua estrutura corporal básica é formada Possuem boca com uma estrutura típica, a
por cinco braços. Carnívoras, se alimentam de lanterna-de-Aristóteles, com a qual arrancam
ostras e mexilhões. Quando abrem a concha pedaços de algas para se alimentarem.
do molusco, lançam sobre ele seu estômago No oriente, há espécies de ouriços muito
e substâncias químicas que fazem a digestão venenosas; pisar sobre um deles causa dor
do animal. violenta e pode, em casos extremos, ser
fatal.

Holuturoidea Ofiuroidea Crinoidea

Pepino do mar Serpentes do mar Lírios do mar


Corpo alongado, com tentáculos Possuem um disco central do Vivem fixos ao fundo, balan-
localizados ao redor da boca. qual irradiam cinco braços, fi- çando com a corrente. Possuem
Possuem um estranho meca- nos e ágeis. um disco central de onde saem
nismo de defesa: quando mo- braços delgados.
lestados, lançam suas vísceras
para fora do corpo. Isso distrai
o predador e permite a fuga do
animal que, depois, regenera o
que perdeu.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

Os Equinodermos se Defendem
Os ouriços-do-mar protegem-se com espinhos, pontiagudos ou não, que furam ou
envenenam o inimigo. Os espinhos servem também para manter o animal preso às fendas
no coral, de modo que ele não possa ser retirado dali.
Alguns pepinos-do-mar são venenosos e outros envolvem os atacantes lançando
filamentos pegajosos. Algumas espécies desfazem-se de seus órgãos internos para manter
o inimigo ocupado, rastejam para longe e desenvolvem um novo órgão.
(Adaptado de A Grande Barreira de Recifes – Time-Life)

1. Cite as duas maneiras de os ouriços-do-mar se protegem dos inimigos.

2. Qual o objetivo do pepino-do-mar ao lançar fora seus órgãos internos?

3. Os equinodermos têm grande capacidade de regeneração. Como o pepino-do-mar faz uso


disso?

4. Observe a foto ao lado. Ela mostra a região da


boca de uma estrela-do-mar. A região indicada
pelo número 1 é o estômago. Explique a maneira
pela qual uma estrela consegue se alimentar.
1

5. Ainda na mesma foto, identifique as estruturas assinaladas em 2 e cite duas de suas


funções.

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6. Em uma expedição à praia, foram coletados organismos e guardados em sacos plásticos.


Sabemos que foram recolhidas amostras de esponjas, ostras, caramujos, mexilhões, ouriços-
do-mar, siris, lagostas, polvos, camarões e estrelas-do-mar.
Para organizar melhor essa coleção, anote no rótulo de cada vidro os nomes dos animais
que devem ser colocados ali.

crustáceos poríferos bivalves gastrópodes equinodermos cefalópodes

7. O desenho a seguir é de um pepino-do-mar. Animal de hábitos lentos, pode facilmente ser


vítima de predadores. Cite uma estratégia empregada por esses animais para escapar de
predadores.

8. Por que, do ponto de vista evolutivo, os equinodermos são considerados os invertebrados


mais evoluídos?

9. Diferencie os termos endoesqueleto e exoesqueleto.

10.Pesquise sobre os prejuízos causados pelas estrelas-do-mar aos criadores de ostras.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados neste capítulo:

sugestão de leitura

GANERI, Anita; WOOD, Jakki. Mares e Oceanos. São Paulo: Callis.


MACQUITTY, Miranda. Por Dentro: Oceanos. Rio de Janeiro: Globo.

sugestão de sites

www.curlygirl.no.sapo.pt/equinodermes.htm

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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RECAPITULANDO
Seres pluricelulares e heterótrofos fazem parte do reino animal.
Poríferos (esponjas) são os invertebrados mais simples e de origem mais antiga, não
possuem tecidos verdadeiros, têm o corpo repleto de poros, vivem fixos ao fundo e são
filtradores. Possuem células especializadas no desempenho de algumas funções. A digestão
é intracelular e a sustentação se faz com auxílio de espículas calcárias. A reprodução pode ser
assexuada por brotamento ou sexuada.
Cnidários são seres possuidores de células urticantes, isto é, células que produzem um
material que causa sensação de queimação, essas estruturas recebem o nome de cnidócitos.
Existem duas formas básicas de cnidários, os pólipos, como as hidras, anêmonas e corais e as
medusas como as águas-vivas. A reprodução pode ser assexuada por brotamento ou sexuada
com alternância de gerações. Os corais são formados por milhares de minúsculos pólipos.
São classificados em três classes: hidrozoários (hidras e caravelas), cifozoários (águas-vivas) e
antozoários (anêmonas e corais).
Platelmintos são os vermes achatados. Alguns são de vida livre, outros são parasitas.
Podem ser agrupados em três classes: tubelária (planária), trematoda (esquistossomo) e
cestoda (tênia). Existem platelmintos parasitas do homem, como o esquistossomo, causador
da barriga d’água, verminose que tem como hospedeiro intermediário um caramujo. A tênia,
causadora da solitária, outro platelminto parasita dos seres humanos, é transmitida ao homem
pela carne de porco ou de boi contaminada. A prevenção dessas verminoses se faz com
saneamento básico, higiene pessoal, erradicação dos caramujos hospedeiros e fiscalização
da carne comercializada.
Nematelmintos são vermes cilíndricos. Existem animais de vida livre e parasitas de
plantas e de outros animais, inclusive do homem. As verminoses humanas mais freqüentes
são: a ascaridíase (lombriga), a filariose (elefantíase) e a ancilostomose (amarelão). A filariose
é transmitida pela picada de um mosquito do gênero Culex, portanto uma das formas de
reduzir a ocorrência da doença é combater o mosquito. A ancilostomose pode ser diminuída
com o uso de calçados e todas elas reduzem de freqüência com saneamento básico e higiene
sanitária.
Anelídeos são animais de corpo cilíndrico, com extremidades afiladas e muitos segmentos
(anéis). Há anelídeos marinhos, de água doce e terrestres. Esses animais são agrupados em
três classes: hirudíneos, como a sanguessuga, são anelídeos que não têm cerdas; oligoquetas,
como as minhocas, que possuem poucas cerdas; e poliquetas, como alguns vermes marinhos
possuidores de grande número de cerdas. As minhocas são importantes para o meio ambiente
pois ajudam a reciclar folhas e materiais orgânicos presentes no solo.
Moluscos são animais de corpo mole. Podem ser encontrados na água doce, no mar ou na
terra. Estão agrupados em 3 classes principais: gastrópodes, como os caracóis, os caramujos e
as lesmas, e podem ter ou não concha; pelecípodes, como as ostras, mariscos, mexilhões, cujo
corpo fica abrigado no interior de uma concha formada por duas valvas (são bivalves); cefa-
lópodes, como polvos, lulas e Nautilus, seres que podem ter concha externa, interna ou não
apresentar esse tipo de estrutura protetora. Ostras produzem pérolas. Polvos e lulas são capazes
de mudar de cor e soltar uma tinta escura na água de modo a enganar os predadores.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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Artrópodes têm exoesqueleto quitinoso e patas articuladas. É o grupo mais numero-


so de invertebrados. Podem ser agrupados em: crustáceos, como camarões, lagostas, siris,
caranguejos, tatuzinho de jardim – animais de respiração branquial que vivem sempre em
lugares úmidos; insetos, como a borboleta, a barata, o gafanhoto, a formiga, a abelha, o cupim
– animais que possuem seis patas, o corpo dividido em cabeça, tórax e abdômen e respiração
traqueal, os insetos são os únicos invertebrados capazes de voar e também aqueles que vivem
em sociedades; aracnídeos, como as aranhas, escorpiões, carrapatos e ácaros – podem ser de
vida livre ou parasitas e podem ou não produzir veneno; quilópodes, como as lacraias – corpo
longo, segmentado e um par de patas por segmento; diplópodes, como os piolhos-de-cobra
– cujo corpo cilíndrico, segmentado, apresenta dois pares de patas por segmento e, quando
ameaçado, se enrola em espiral.
Equinodermos são animais exclusivamente marinhos, com endoesqueleto formado por
placas calcárias e grande número de espinhos. Possuem sistema ambulacrário com função
de locomoção, respiração, circulação e excreção. Seus representantes mais conhecidos são
as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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7. Significa que eles “filtram” a água que entra


GABARITO em seus corpos, retirando dela alimentos e
oxigênio.
Capítulo 1 8. No brotamento, uma região do corpo do
animal começa a ficar mais saliente e cres-
pág. 8 ce, formando uma estrutura que parece um
adulto em miniatura, o broto. Depois de
1. As águas-vivas possuem células de defesa algum tempo, o broto se desprende, fixa no
denominadas cnidócitos. Nelas, há uma fundo e se torna adulto. Esponjas e hidras
substância tóxica que produz os efeitos de fazem brotamento.
dor e queimação, chegando até a morte em
9. As colocavam no interior de seus capacetes,
pessoas mais sensíveis.
com isso “amaciavam” o contato do metal
2. Pesquisa. com suas cabeças.
3. A é uma medusa e B um pólipo 10.Não, as esponjas que usamos em geral são
4. As águas-vivas têm forma de medusa. As sintéticas, material produzido a partir de de-
anêmonas, corais e hidras têm forma de rivados do petróleo. As esponjas naturais são
pólipo. raras e muito mais caras.
11.Porque ao tocá-las, podem se ferir ou sentir
5. dor e queimação locais.
tentáculos
Capítulo 2
6. Ela inicia na cavidade digestória e termina
no interior das células do animal.
pág. 18
1.
Nome Do Parasita Nome(s) da doença Forma de contágio Prevenção
Ancylostoma Ancilostomose ou Pisando descalço sobre Uso de calçados e de
duodenale amarelão. as larvas no solo. sanitários adequados.

Lar vas transmitidas Tratamento dos doen-


Wuchereria Filariose ou Elefan-
p ela picada de um tes e combate ao mos-
bancrofti tíase.
mosquito. quito.
Co nsu m o d e c a r n e Higiene sanitária e fisca-
Taenia solium e Teníase
co nt aminada p e l os lização da carne vendida
Taenia saginata ou solitária.
cisticercos. para consumo humano.
Ingestão de ovos pre-
Ascaris Ascaridíase ou lom- sentes na água, frutas Higiene sanitária e trata-
lumbricoides briga. ou verduras mal lava- mento dos doentes.
das.
As cercárias entram
Schistosoma Esquistossomose ou pela pele quando a Combate ao caramujo
mansoni barriga d’água. pessoa se banha em hospedeiro.
água contaminada.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


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2. b Capítulo 3
3. d pág. 28
4. Miracídios invadem caramujos planorbídeos. 1. d
5. São fases do desenvolvimento do 2. c
Schistosoma mansoni.
3. a
6. Miracídios originam cercárias, que têm
forma semelhante a do desenho abaixo. 4. Porque as minhocas revolvem imensos
volumes de solo diariamente, arejando e
afofando esse solo; além disso, produzem
grande quantidade de material nutritivo
às plantas, o húmus, resultado das
transformações ocorridas pelo alimento
em seu tubo digestório.

5. As sanguessugas.

6. Hirudo medicinalis.

7. A referência à anemia e ao fato de caminhar 7. Faz parte do filo dos anelídeos, classe
descalço, apontam para o Ancylostoma Hirudínea (hirudíneos).
duodenale e para o Necator americanus,
causadores do amarelão. 8. É a retirada de um certo volume de sangue
com o objetivo de curar doenças. As
8. Devem tratar os doentes, usar calçados e sanguessugas se alimentam de sangue e
não defecar no meio ambiente, procurar são capazes de sugar grande volume em
construir e usar fossas sanitárias. pouco tempo, por isso eram empregadas
nas sangrias.
9. O caramujo pertence ao filo dos moluscos
e o Angiostrongylus pertence ao filo dos 9. A presença de anéis segmentados por todo
nematelmintos (vermes cilíndricos). corpo.

10.Moluscos têm pele muito fina e a presença 10. Significa que um único animal possui
de sal junto à pele faz com que a água aparelho reprodutor masculino e
das células saia do animal, matando-o feminino.
por desidratação; ele parece “derreter”.
A recomendação de matar esse tipo de 11.É quando dois animais hermafroditas se
caramujo dessa forma se deve ao risco fecundam mutuamente.
que ele representa e nunca deve ser feito
com outros moluscos, importantes para o 12.No clitelo.
equilíbrio ambiental.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Capítulo 4 comem muito e destroem as folhas de


diversas plantas. O animal adulto não traz
pág. 40 prejuízos à lavoura, pelo contrário, auxilia
no processo de polinização, aumentando
a formação de frutos.
1. Crustáceos, exoesqueleto, cálcio. b) Um exemplo pode ser o gafanhoto que
desde que sai do ovo come a vegetação
2. Simples e compostos. vorazmente.

3. Dengue, febre amarela.


10.
a) A pulga e o carrapato são artrópodes.
4. Três pares de patas.
b) A pulga é um inseto e o carrapato é um
aracnídeo.
5. Mosca, cupim, borboleta, gafanhoto,
besouro, abelha. c) Pulgas têm o corpo dividido em cabeça,
6. tórax e abdômen e possuem 6 patas.
Carrapatos têm o corpo fundido em uma
pedipalpos
peça única e possuem 8 patas.
quelíceras

cefalo-
11. Pesquisa.
torax

8 patas
Capítulo 5
abdome pág. 46
1. Furam ou envenenam seus inimigos com os
glândulas fiandeiras espinhos.

2. Distrair o predador que se ocupa com as


7. Isso se deve ao fato de diversas doenças
vísceras para que possa fugir.
serem transmitidas por insetos como
a dengue, a malária e a febre amarela,
transmitidas por mosquitos, e a doença 3. Regenerando os órgãos que lançou para
de Chagas, transmitida por um inseto fora do corpo.
conhecido como barbeiro.
4. Ela se coloca sobre a presa e lança o
8. Não, as cascas de fato são das cigarras, estômago e sucos digestivos sobre ela.
porém, fazem parte de um processo natural
em que o animal “sai” da casca antiga e 5. Em 2, vemos os pés ambulacrários, que
cresce rapidamente. É chamado “muda”. servem para locomoção e percepção de
sensações táteis.
9.
a) Algumas borboletas, enquanto lagartas, 6. Crustáceos: siris, lagostas, camarões.
podem ser consideradas pragas, pois

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


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Poríferos: esponjas.
Bivalves: ostras e mexilhões.
Gastrópodes: caramujos.
Equinodermos: ouriços e estrelas-do-mar.
Cefalópodes: polvos.

7. Lançam suas vísceras para o exterior do cor-


po ou lançam filamentos pegajosos que se
prendem ao predador.

8. Porque têm endoesqueleto e desenvolvi-


mento embritonário semelhante ao dos
vertebrados.

9. Endoesqueleto: esqueleto interno. Exoes-


queleto: esqueleto externo.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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Observe a ilustração. Preste atenção no modo como o ar-


tista que a fez organizou o corpo desse animal imaginário.
Em sua criação, que características ele privilegiou?
Os ossos, não é mesmo? Não há pele, escamas, penas, pêlos...
Apenas ossos, com grande destaque para o conjunto formado
pelo crânio e coluna vertebral, a qual se alonga até a cauda.
Pois bem, são justamente essas estruturas que fa-
zem a diferença entre os grupos que já estuda-
mos e aqueles que estudaremos a par tir daqui.
Os vertebrados são animais com crânio e coluna vertebral
e fazem parte do filo Chordata (cordados). Estudaremos
os peixes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

Peixes
Ao final do estudo deste capítulo, você deverá ser capaz de
caracterizar os peixes, diferenciar peixes ósseos de peixes
cartilaginosos; comparar os peixes aos invertebrados e
explicar a importância econômica e ecológica deste grupo.

Quando você pensa em fundo do mar ou em organismos aquáticos, qual o primeiro animal
que lhe vem à mente? Um peixe? Provável, não é? Os peixes estão muito presentes em nossa
imaginação quando o assunto é seres que vivem na água.
De fato, os peixes estão muito bem adaptados a esse ambiente. Existem mais de 25.000
espécies habitando os oceanos, mares, rios e lagos do mundo. Suportando grandes pressões,
baixas temperaturas, fortes correntezas, grande variação de salinidade, eles conseguiram se
adaptar à diversidade dos ambientes aquáticos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Características Gerais do Grupo


Os peixes têm temperatura corporal variável, por isso eles são ditos pecilotérmicos, pos-
suem respiração branquial e locomoção por meio de nadadeiras.

Respiração dos peixes.

Respiração
Feita por meio de brânquias. A água entra pela boca do animal e sai pelas laterais do corpo.
Nessa trajetória, banha as brânquias, estruturas que possuem muitos vasos sangüíneos e onde
ocorrem as trocas gasosas: o oxigênio dissolvido na água passa para as células do sangue e o
gás carbônico é lançado na água.

Brânquias

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Circulação
Os peixes têm o coração dividido em duas câmaras, um átrio e um ventrículo, e por ele
passa apenas o sangue rico em gás carbônico, denominado sangue venoso. O coração im-
pulsiona o sangue até as brânquias, ali acontecem as trocas gasosas e o sangue oxigenado,
denominado arterial, segue para todo o corpo.

Órgãos dos Sentidos


Olhos
Os olhos não possuem pálpebras, permanecem sempre abertos e formam imagens de
objetos próximos; a densidade da água dificulta a visão dos corpos mais distantes. Como forma
de adaptação a essa condição, os peixes selecionaram outras estruturas sensitivas.

Linha Lateral
É formada por uma linha de es-
camas ligadas a células sensoriais
capazes de perceber a vibração na
água, a pressão e os movimentos
de outros animais próximos. É essa
percepção que permite os movi-
mentos sincronizados executados
pelos cardumes. Quem já viu essa
movimentação, sabe que ela parece
ensaiada, o grupo todo se move ao
mesmo tempo como se obedecesse
a uma voz de comando.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Bolsas Olfativas
Possuem células capazes de perceber o odor das substâncias dissolvidas na água. Os
peixes, em geral, têm um olfato
muito aprimorado, os tubarões
são famosos por sentir, a longas
distâncias, o cheiro do sangue
dissolvido na água.

Esqueleto
Sendo cordados, os peixes
possuem esqueleto interno com Esqueleto de um peixe ósseo
coluna vertebral e crânio. Analisan-
do os diversos representantes desse grupo, os cientistas verificaram que alguns têm esqueleto
formado por ossos, são os peixes ósseos, e outros têm o esqueleto formado por cartilagens,
são os peixes cartilaginosos.
Essa característica é usada para classificar os peixes em duas classes, a classe dos condrictes,
formada pelos peixes cartilaginosos e a classe dos osteíctes, formada pelos peixes ósseos.

Peixes Cartilaginosos (Condrictes)


Os representantes mais conhecidos desse grupo são os tubarões e as raias (ou arraias)
Observe o esquema do corpo de um tubarão. Ele tem uma acentuada forma hidrodinâmica,
isto é, o formato de seu
corpo corta a água com
facilidade, dando ao
animal agilidade, velo-
cidade e pouco gasto
de energia.
As brânquias dos
peixes cartilaginosos
se localizam junto a 5
a 7 fendas nas laterais
da cabeça do animal. A
boca é ventral, isto é,
localizada na parte de
baixo do corpo. Existem
machos e fêmeas e a
reprodução se faz com
fecundação interna.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O corpo é recoberto por minúsculas escamas,


que dão à pele uma textura bastante áspera.

Escama de condrictes

Hábitos

Todos os tubarões são perigosos?

Certamente você já ouviu falar a respeito de ataques a seres humanos, cuja conse-
qüência pode ser até a morte.
Mas será que todos os tubarões são perigosos? E será que devem ser mortos?
Naturalmente que nem aqueles considerados perigosos devem ser mortos como uma
forma de prevenção a possíveis ataques. A matança indiscriminada tem feito com que algumas
espécies de tubarões corram risco de extinção. Além disso, há tubarões filtradores, como os
gigantescos tubarões baleia, que se alimentam exclusivamente do plâncton.
As espécies carnívoras fazem uso do olfato para localizar seu alvo. Ao atacar, abrem a
boca, lançam a mandíbula para frente e enterram seus dentes na carne da presa, balançando
vigorosamente o corpo até arrancar um pedaço da vítima. Essa descrição realmente é assusta-
dora e justifica o medo de ataques a seres humanos.
Felizmente, esses ataques são raros e, para evitá-los,
é importante respeitar as orientações de proibição
de banho em áreas sujeitas a eles, como no litoral de
Recife, em Pernambuco, região sujeita a ocorrências
dessa natureza.
Estudos realizados mostram que ali a causa des-
se problema pode ter sido a construção do Porto de
Suape, quando parte da área próxima à cidade foi
dinamitada, eliminando bocas de rios e mangues,
regiões naturalmente usadas para reprodução de
muitos animais. Isso fez com que espécies poten-
cialmente perigosas, como o tubarão cabeça-chata,
fossem procriar junto às praias do litoral do Recife
entrando em contato com surfistas e banhistas em
geral.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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Peixes Ósseos (Osteíctes)


É o maior grupo de peixes, com aproximadamente 21.000 espécies conhecidas. Pratica-
mente todos os que você conhece pertencem a este grupo. São osteíctes: sardinhas, bagres,
bacalhaus, pirarucus, dourados, curimbas, arenques, salmões, pescadas, robalos, pescadinhas,
baiacus, tainhas, lambaris, barrigudinhos... Vivem nos mares e em água doce, desde águas
superficiais até grandes profundidades oceânicas. Observe o esquema do corpo de um peixe
ósseo. Neles, a boca tem posição anterior, isto é, na extremidade do corpo. As brânquias são
protegidas por estruturas denominadas opérculos.
Internamente, esses animais possuem um órgão denominado bexiga natatória, o qual
auxilia na flutuação do peixe e também pode ser usado como órgão auxiliar da respiração.

A maioria dos peixes ósseos apresenta fecundação externa, isto é, os gametas são lança-
dos na água e ali ocorre a fecundação. Em diversas espécies, o desenvolvimento é indireto e
a larva formada recebe o nome de alevino.

Hábitos
Sendo tão numerosos e habitando tantos e tão diversos ambientes, os peixes ósseos
apresentam os mais variados hábitos, há animais herbívoros, carnívoros e detritívoros (se
alimentam de restos em decomposição).
Alguns cuidam dos filhotes, guardando-os na boca ou em um órgão especial, uma bolsa
incubadora, como a existente nos cavalos-marinhos, em que o macho faz a guarda dos filhotes.
Nos rios da Amazônia existem peixes curiosos, como o poraquê, capaz de dar descargas
elétricas que derrubam um homem; há também uma variedade de peixe pulmonado, o Lepi-
dosiren, capaz de ficar enterrado no lodo dos igarapés até a volta das chuvas, usando durante
esse período a bexiga natatória como órgão respiratório; e há o imenso pirarucu, Arapaima
gigas, maior peixe de água doce do mundo, com seus três metros de comprimento de quase
200 kg, tem o corpo coberto com grandes escamas é um animal majestoso, que vem sendo
vítima da pesca exagerada e predatória.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Pirarucu, peixe amazônico que pode chegar a 3 metros de comprimento

Importância Ecológica e Econômica dos Peixes


O valor econômico desse grupo é evidente, a atividade pesqueira gera recursos signifi-
cativos no mundo inteiro, desde as pequenas comunidades de pescadores até as grandes
corporações, a pesca é fonte de renda para milhões de trabalhadores.
A criação de peixes em tanques também é atividade importante.
O peixe como alimento humano supre diversas necessidades nutricionais.
Os peixes fazem parte de todas as cadeias alimentares marinhas e de água doce, como
predadores ou presas eles permitem que uma infinidade de outros organismos possa se de-
senvolver. A ciência ainda não conhece muitos desses animais, que vivem em locais distantes,
profundos, escuros, onde o olhar humano ainda não alcançou.

1. Os vertebrados possuem somente endoesqueleto, enquanto os invertebrados podem


apresentar endoesqueleto ou exoesqueleto.
a) Dê exemplo de um invertebrado com endoesqueleto e outro com exoesqueleto.

b) que grupo de vertebrados possui esqueleto inteiramente cartilaginoso?

2. Muitos peixinhos de aquário vêm da região Amazônica e são vendidos para países euro-
peus. Para mantê-los vivos, os aquaristas usam aquecedores na água. Lembre que peixes são
animais pecilotérmicos e procure explicar a necessidade do uso desses equipamentos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


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3. O som é uma energia que se propaga pela vibração do ar, da água ou de material sólido.
Sabemos que peixes não têm ouvidos estruturados como os dos demais vertebrados,
mas, pescadores não conversam durante a pescaria. Explique de que modo a conversa
poderia afugentar os peixes.

4. Cite duas diferenças entre peixes ósseos e peixes cartilaginosos.

5. No desenho abaixo estão representados diversos peixes. A que classe eles pertencem?

6. Ainda em relação ao mesmo desenho a figura C representa um tubarão-baleia. Qual o tipo


de alimentação desse animal?

7. Quais as características que definem o grupo dos vertebrados?

8. Qual o papel da bexiga natatória?

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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9. Em 1800, um pesquisador europeu, Alexander von Humboldt embrenhou-se em uma


expedição pela Amazônia, ali ouviu relatos sobre um peixe elétrico, fascinado, tratou
de conseguir um deles para dissecar. Queria saber onde se originava a energia. Onde se
localizava o seu “dínamo”. Distraído, pisou num desses peixes, levando uma violenta des-
carga. Não teve dúvidas: chamou-o de Electrophorus electricus. Pesquise sobre ele e onde
é produzida sua eletricidade e qual o nome popular desse animal.

10. Para o Electrophorus electricus qual a vantagem em produzir eletricidade?

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


nesse capítulo:

sugestão de sites
www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc136b1.htm

sugestão de filmes
Procurando Nemo

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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CAPÍTULO 2

Anfíbios
Seus objetivos ao estudar este capítulo sobre anfíbios serão: citar
as principais características e os grupos em que estão classificados
esses animais; comparar evolutivamente peixes e anfíbios;
descrever a metamorfose e suas etapas; explicar a importância
econômica e para o meio ambiente desses animais.

O animal da foto pertence a uma classe de cordados denominada Amphibia (classe dos
anfíbios). Você sabe o significado da palavra anfíbio? Pesquise em um bom dicionário.

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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No processo de evolução dos seres vivos, os primeiros vertebrados surgiram nos mares.
Milhões de anos depois, um grupo de peixes com nadadeiras arredondadas passou a viver
entre áreas alagadas, apoiando-se nas patas e arrastando-se pelo fundo, provavelmente podiam
retirar o oxigênio do ar. Esses peixes primitivos foram os antepassados dos atuais anfíbios.
Veja no desenho abaixo como devem ter sido os primeiros anfíbios. Eram bem diferentes dos
sapos que conhecemos, não é?

A conquista do meio terrestre


permitiu a esses animais do passado
viver onde havia grande oferta de
alimento, pois as plantas, os insetos
e outros invertebrados já habitavam
a terra. Os predadores estavam nos
rios e mares, assim a terra era um
refúgio seguro para os primeiros
anfíbios. Tão favoráveis eram as
condições que existem fósseis
mostrando o grande tamanho que
os anfíbios atingiram: há espécies
com 4m de comprimento. Durante
os 100 milhões de anos em que
a concorrência foi pequena, eles
foram o grupo dominante no am-
biente terrestre.

Características Gerais dos Anfíbios


Atualmente existem cerca de 4000 espécies de anfíbios, sendo os mais conhecidos as rãs,
os sapos e as pererecas. Assim como os peixes, esses animais são pecilotérmicos.
Passando parte da vida dentro da água e parte fora, muitos anfíbios (anfi = duas + bios
= vida) apresentam, no início de seu desenvolvimento, uma fase larval aquática (girino), que
vive exclusivamente na água e possui respiração branquial.
A pele dos anfíbios é lisa (veja na foto a seguir) e rica em glândulas que a mantêm úmida.
Essa característica, aliada ao grande número de vasos sangüíneos superficiais, faz com que os
animais morram rapidamente por desidratação se expostos ao sol ou a ventos, mas, por outro
lado, a pele lisa e vascularizada permite que aconteça troca de gases através de suas paredes,
a chamada respiração cutânea, importante para complementar a respiração pulmonar que
não é tão eficiente quanto nos demais grupos de vertebrados terrestres.
Portanto, anfíbios apresentam três formas de respiração: branquial, enquanto larvas,
cutânea e pulmonar enquanto adultos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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O coração desses animais é dividido em três


câmaras, dois átrios e um ventrículo, há mistura
de sangue arterial e venoso no ventrículo, o que
reduz a eficiência do processo de oxigenação.

Os anfíbios são carnívoros, comem


insetos, minhocas, larvas. Os sapos cap-
turam insetos com auxílio da língua que é
lançada para fora da boca com rapidez.

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Reprodução
A fecundação é externa, os ovos são deixados no meio ambiente, junto a depósitos de
água. Os ovos dos anfíbios são protegidos somente por uma capa de gelatina, por isso devem
ficar em lugar úmido. Deles eclodem as formas larvais, que, no caso dos sapos são os girinos.
Eles se alimentam
dos microorganis-
mos presentes na
água e ali vão se
desenvolvendo até
ter início o processo
de me t amo r fose,
quando perdem as
brânquias e a cauda,
e começam a de -
senvolver as patas,
transformando -se
no animal adulto.

Os anfíbios são agrupados em três ordens: anuros, urodelos e ápodes (ordem Gymno-
phiona).

Anuros
São os anfíbios sem cauda, com adaptações para saltar. As patas traseiras são bem desen-
volvidas, e as anteriores, fortes para amortecer a queda após o salto.
Fazem parte desse grupo as rãs, os sapos e as pererecas. Rãs são grandes saltadoras, têm
pernas longas e membrana entre os dedos de modo a facilitar a natação. Sapos são mais pe-
sados, de movimentos mais lentos e pele enru-
gada. Pererecas, em geral, são pequenas, com
cabeça e olhos grandes. Possuem ventosas nas
extremidades dos dedos, saltam agilmente e, às
vezes caminham de um modo desajeitado.
Anuros emitem sons variados, com função
de atração entre machos e fêmeas ou, ainda,
de alerta, avisando do perigo. Os sons são
ampliados em papos, os sacos vocais, que se
enchem de ar. Nos períodos de reprodução,
as margens de lagoas, rios e brejos podem se
tornar muito barulhentos, com centenas de
anuros coaxando.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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Geralmente inofensivos, alguns anuros podem produzir veneno, como o caso de sapos
que produzem em glândulas junto à cabeça, um veneno poderoso. Os sapos, porém, não têm
como injetar esse veneno e, portanto, não são perigosos.
Na Amazônia, há uma família de rãs (Dendrobatidae) formada por pequenos animais.
Muito perigosas, elas produzem na pele, substâncias capazes de matar. As rãs dessa família se
caracterizam por suas cores vistosas. Esse tipo de coloração é interpretado como um alerta:
CUIDADO!

Rãs Phyllobates terribilis medem de 1 a 5


cm e produzem toxinas venenosas na pele.
Índios colombianos passam a ponta da flecha
no corpo dessas rãs, envenenando-a, assim a
caça morre mais depressa.

Urodelos
São os anfíbios com cauda e quatro patas de mesmo tamanho, como as salamandras,
animais que vivem mais comumente no hemisfério norte. Perceba a pele lisa e brilhosa, ca-
racterística dos anfíbios.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Ápodes (Gymnophiona)
São anfíbios sem patas (ápodes), com corpo cilíndrico. Vivem enterrados em locais úmi-
dos. São conhecidos popularmente como cecílias ou cobras-cegas, pois seus olhos são muito
pequenos. Se alimentam de insetos e minhocas. Apesar do nome popular cobra-cega, esses
animais não são cobras. Você verá que, entre outras diferenças, cobras têm o corpo recoberto
por escamas e anfíbios têm pele lisa. Veja na foto o brilho da pele dessa “cecília” que mede
cerca de 30 cm.

Importância dos Anfíbios


As rãs podem ser criadas em cativeiro para a comercialização de sua carne, muito apreciada
e valorizada.
Os anuros, em geral, ajudam a controlar a população de insetos, reduzindo o número de mos-
quitos e outros animais que trazem prejuízos ao homem. No meio ambiente, evitam a explosão
populacional desses animais e são importante elo nas cadeias alimentares.
As rãs Dendrobatidae vêm sendo estudadas e suas toxinas analisadas, pois acredita-
se que seja possível extrair princípios ativos que sirvam como medicamento para algumas
doenças.

1. Leia o trava-língua abaixo, você sabe o que são trava-línguas? Pesquise.

Um sapo dentro de um saco,


O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o papo cheio de vento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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2. Por que se diz que o sapo está batendo papo e que o papo está cheio de vento?

3. Anfíbios ainda dependem da água ou da umidade. Justifique essa dependência usando


a pele como argumento.

4. Compare o coração dos peixes ao coração dos anfíbios.

5. Faça uma tabela que contenha as três ordens de anfíbios, a principal característica e um
representante de cada grupo.

6. Procure relacionar a presença de sapos à redução na ocorrência de doenças como a den-


gue, por exemplo.

7. Se alguém teimasse com você que as cobras-cegas são cobras como o nome sugere, que
argumentos você usaria para explicar a diferença entre esse anfíbio e uma cobra de ver-
dade?

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Leia o texto publicado em Ciência Hoje e responda ao que se pede.

“Inúmeras espécies de anfíbios vêm sendo extintas por causa da degradação do am-
biente. Substâncias poluentes presentes na água, no solo e no ar são rapidamente absor-
vidas por anfíbios anuros, como rãs e sapos, com efeitos imediatos, o que os torna bons
indicadores de qualidade ambiental”.

8. Com base nas características da pele desses animais, explique o motivo pelo qual poluentes
são rapidamente absorvidos por eles.

9. Qual a causa da extinção de tantas espécies de anfíbios?

10. Lembrando que as rãs Dendrobatidae são muito tóxicas, pinte a Dendrobates pumilio
do desenho abaixo, usando as cores reais do animal, citadas ao lado do desenho. Esses
animais podem ser perigosos, mas também podem ser muito úteis. Explique essa aparente
contradição.

11. Em inglês, essa rã é conhecida como “blue jeans poison dart frog”. Procure em um dicio-
nário o significado do nome desse animal. Ele se justifica? Explique.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


nesse capítulo:

sugestão de sites
www2.uol.com.br/cienciahoje/chmais/pass/ch164/primeira.pdf

http://www.canalkids.com.br/central/arquivo/meio_sapofossil.htm

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 3

Répteis
Após seus estudos, desejamos que você seja capaz de caracteri-
zar os répteis, identificar os grupos nos quais são classificados, citar
as conquistas evolutivas que esse grupo desenvolveu, diferenciar
ofídios peçonhentos de não peçonhentos e citar procedimentos a
serem tomados quando ocorrem acidentes com ofídios, além de
explicar a importância desse grupo de vertebrados.

Você já ouviu alguém perguntar: “– Quem


nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?”

É claro que essa pergunta é uma brincadeira com o objetivo de confundir, mas do ponto
de vista biológico, pensando no ovo apenas como forma de reprodução, independente de
quem o tenha posto, o ovo surgiu antes do que a galinha. O ovo com casca foi uma con-
quista evolutiva dos répteis. É nesse grupo
que, pela primeira vez, aparece esse tipo de
ovo. Lembre que os peixes, em sua maioria,
lançam os gametas diretamente na água e
ali ocorre a fecundação. Os ovos assim for-
mados são muito frágeis. Nos anfíbios, os
ovos têm um envoltório gelatinoso, mas
ainda precisam ser colocados na água para
não ressecar. Os ovos dos répteis não de-
pendem mais da água. Eles contêm tudo o
que o embrião precisa para se desenvolver
e suportam bem o ambiente seco.

ovos de peixe

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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ovos de sapo (cordões com pontos pretos) Ovos de répteis, com filhotes eclodindo

O Ovo
O ovo possui uma casca porosa que permite a
entrada de oxigênio e a saída de gás carbônico. Além
disso, dentro do ovo o embrião encontra proteção
contra o ressecamento e um local para lançar as sobras
de seu metabolismo. O alimento fica armazenado no
saco vitelínico.

Outras Adaptações
O ovo foi, sem dúvida, a grande “novidade” evolutiva mostrada pelos répteis, mas, além
disso, eles possuem outras características que lhes dão vantagem sobre os anfíbios e permi-
tiram que se afastassem da água, indo povoar áreas bem mais secas.
Você lembra que a pele dos anfíbios é lisa e fina? Por isso eles podem fazer respiração
cutânea, mas desidratam, ressecam e morrem rapidamente quando se afastam da água. Os
répteis não têm esse problema pois possuem uma pele grossa, protegida por escamas, como
nas cobras e lagartos; carapaças, como nas tartarugas; ou placas córneas, como nos jacarés.
Répteis têm respiração pulmonar e o coração é formado por três câmaras, dois átrios e
um ventrículo que é parcialmente dividido. Nos crocodilianos, esse ventrículo é totalmente
dividido, porém, fora do coração, ainda há mistura de sangue arterial e venoso.
Da mesma forma que os anfíbios, os répteis também são pecilotérmicos

Da mesma forma que os anfíbios, os répteis também são pecilotérmicos.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Principais Ordens
Os répteis são agrupados em três ordens principais: quelônios, escamados e crocodilianos.

1. Quelônios
Fazem parte deste grupo as
tartarugas marinhas e de água
doce, com patas adaptadas
para locomoção na água; os
cágados, de água doce; e os
jabutis, terrestres.
A característica marcante
é que todos possuem o corpo
protegido por duas carapaças,
uma dorsal (nas costas) e uma
ventral, o plastrão. As carapaças
são unidas e possuem abertu-
ras por onde saem o pescoço,
as patas e a cauda. A elas tam-
bém estão soldadas as costelas
e vértebras.
Os quelônios possuem a
extremidade do focinho pon-
tuda, com lâminas, constituindo
um bico córneo.

2. Escamados
É o grupo formado por cobras e lagartos, que têm em comum o revestimento do corpo,
constituído por escamas. Essa pele é trocada periodicamente.
Lagartos fazem parte de um grupo menor, os lacertílios, e as cobras compõem o subgrupo
dos ofídios.

Lacertílios
Fazem parte deste grupo os diversos la-
gartos, os camaleões, as iguanas, as lagartixas;
todos com quatro patas de mesmo tamanho.
Há também um grupo de lagartos sem patas,
conhecidos como lagartos-de-vidro ou cobras-
de-vidro (apesar do nome, eles são lagartos e
não cobras). Veja a foto ao lado:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Existem duas espécies peçonhentas de


lagartos, denominados monstros-de-gila,
que habitam a América do Norte.
As lagartixas e outros lagartos de pe-
queno porte ajudam a controlar a popula-
ção de insetos dos quais se alimentam.
O maior lagarto recebe o sugestivo
nome de dragão, o dragão de Komodo,
habitante da ilha de mesmo nome na
Indonésia, esse “lagartão” chega a medir
3,5m e ter massa de 110kg. São carnívoros Dragão de Komodo
e também se alimentam de carniça

Ofídios
São animais sem patas que se des-
locam com auxílio da forte musculatura
corporal, das vértebras e das escamas.
As cobras produzem veneno em
glândulas modificadas. Muitas delas
apresentam mecanismos de inoculação
do veneno e, nesse caso, dizemos que
essas espécies são peçonhentas. O ve-
neno é injetado na vítima com auxílio
de dentes especiais, sendo que os mais
especializados se localizam na parte da
frente da boca e têm um canal interno
por onde escorre o veneno. Esse tipo
de dente “equipa” jararacas, cascavéis e
surucucus.
No Brasil, o maior número de aciden-
tes ofídicos é causado pelas jararacas
(gen. Bothrops). Na região Amazônica, os envenenamentos por Bothrops atrox são os mais
comuns. As cobras desse grupo possuem longas presas inoculadoras de um veneno que, de
imediato, causa dor, inchaço e sangramento local;
após algum tempo, pode provocar problemas nos
rins e gangrena na área da picada.

Bothrops atrox

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Além das jararacas, outras cobras podem causar acidentes: as cascavéis (Crotalus), as su-
rucucus (Lachesis) e as cobras corais-verdadeiras (Micrurus).
As cascavéis têm um guizo no final da cauda e um órgão sensorial especial denomina-
do fosseta loreal, um orifício entre o olho e a narina, dando a impressão de que possuem 4
narinas, por isso o nome popular de cobra-de-quatro-ventas. Jararacas e surucucus também
têm fosseta loreal. Esse órgão possibilita à cobra caçar à noite, pois capta o calor gerado pelo
corpo da presa, permitindo que ela a localize, mesmo que esteja completamente escuro.
As corais não possuem fosseta loreal nem presas inoculadoras de veneno, possuem apenas
pequenos dentes no fundo da mandíbula; e pertencem a uma família denominada Elapidae,
cujo veneno muito tóxico causa insuficiência respiratória.
Diferenciar uma coral verdadeira de uma falsa é muito difícil. A principal distinção está
na dentição e observar isso com o animal vivo é quase impossível para alguém que não seja
um especialista.

Crotalus durissus

Como prevenir acidentes com ofídios?

Nunca ande descalço. O uso de sapatos, botas ou perneiras reduz em muito o número de
acidentes, pois a maior parte das picadas atinge a perna até a altura do joelho.
Na realização de atividade rural, olhe sempre com atenção o local de trabalho e os cami-
nhos a percorrer.
Use luvas de couro nas atividades de campo e de jardinagem. Nunca coloque as mãos em
tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros ou entre espaços situados em montes
de lenha e de pedras.
Não utilize diretamente as mãos ao tocar em capim, mato baixo ou montes de folhas secas;
use sempre um pedaço de madeira, enxada ou foice. Esse tipo de cuidado pode reduzir os
acidentes que acontecem nas mãos e no antebraço.
Não acumule lixo em seu terreno, pois lixo atrai roedores e eles atraem cobras.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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Primeiros Socorros
Em acidentes em que a vítima é picada por cobra, a ajuda deve ser prestada do seguinte
modo:
Remover a vítima do local do acidente, deitá-la e mantê-la em repouso absoluto, evi-
tando que se movimente e, com isso, espalhe o veneno mais rapidamente pelo orga-
nismo.
Lavar o local da picada com água e sabão.
Não amarrar ou fazer torniquete no local, isso impede a circulação sangüínea e pode
produzir necrose (apodrecimento) dos tecidos.
Não fazer curativo ou qualquer tipo de tratamento caseiro.
Não cortar ou furar o local ao redor da picada, isso aumenta o risco de hemorragias e
infecções.
Não dar nada para a vítima beber ou comer.
Transportá-la imediatamente para o serviço médico mais próximo para receber soro.
Se possível, levar o animal para
identificação.
Somente o soro cura o envenena-
mento provocado por picada de co-
bra. O tratamento será mais eficiente
quanto mais rapidamente for iniciado,
com uso de soro antiofídico específico
e em quantidades adequadas.

3. Crocodilianos
Fazem parte deste grupo animais como jacarés e crocodilos, cuja característica mais mar-
cante é a presença de placas ósseas e escamas recobrindo o corpo. Vivem junto à água, onde
nadam e caçam. Há uma variedade de crocodilo marinho, o Crocodylus porosus, habitante do
norte da Austrália, que é o maior e mais agressivo desses animais, chegando a medir 7m de
comprimento.
No Brasil, a variedade de crocodilianos é bem grande. Eles podem ser encontrados em
quase todas as regiões. No pantanal mato-grossense, o jacaré-do-pantanal, com até 3 metros
de comprimento, é famoso por sua imensa população. Esse réptil alimenta-se de peixes e de
outros animais, além de invertebrados como caramujos e insetos. A fêmea constrói, próximo ao
rio, um ninho com folhas e pedaços
de plantas, onde desova de 20 a 30
ovos que ficam sob sua vigilância
até o nascimento dos filhotes. Ela
os ajuda a sair da casca e protege
da ação de predadores até que
tenham capacidade de sobreviver

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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sozinhos.
Na Amazônia, o maior crocodiliano é o ja-
caré-açu (Melanosuchus niger), com até 6 m de
comprimento, coloração negra com manchas
amarelas. Pode atacar populações ribeirinhas,
matando criações e pondo em risco a vida de
crianças e adultos. Isso vem gerando um con-
flito homem x animal (leia o box a seguir) cujo
resultado é o fato desse jacaré se encontrar
ameaçado de extinção. Na região há também o
jacaré-tinga (Caiman crocodilus) e o jacaré anão
(Paleosuchus) que é bem menor e muitos acre-
ditam ser filhote dos outros dois.
Os jacarés são ecologicamente importantes
porque fazem o controle biológico de outras es-
pécies animais ao se alimentarem dos indivíduos jacaré-açu
mais fracos, velhos e doentes, que não conse-
guem escapar de seu ataque. Também controlam a população de insetos e de caramujos.
Suas fezes servem de alimento a peixes e a outros seres vivos aquáticos.

Para pensar
Os “ataques” a populações humanas e a seus bens acontecem porque
o homem ocupa, cada vez mais, espaços que anteriormente “pertenciam” aos
animais e essa convivência não é pacífica. Para o jacaré, o boi é comida. Para o
homem, é uma propriedade com valor econômico e sua perda traz prejuízo.
Assim, o jacaré pode passar a ser visto como um inimigo a ser combatido,
mas, infelizmente, as armas do homem tornam essa luta desigual: os animais
sempre saem perdendo. Porém, no final, o próprio homem perde, ao destruir
parte da biodiversidade que torna o planeta tão rico.

1. Observe os desenhos que representam a tartaruga, o cágado e o jabuti. Procure citar


diferenças anatômicas (na forma do corpo) entre esses três tipos de quelônios.

2. Quais são as características evolutivas que permitiram aos répteis a conquista definitiva
do ambiente terrestre?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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3. Divida o seu caderno em quatro colunas e separe, em cada uma, os crocodilianos, os que-
lônios, os lacertílios e os ofídios citados abaixo:

cobra coral - jararaca - camaleão - crocodilo - tartaruga - jacaré - jibóia - lagarto - lagartixa
- jabuti - cascavel - cágado - surucucu - dragão de Komodo

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

Naja
Qualquer filme passado na Índia inevitavelmente mostra os encantadores de serpentes.
Cenário: uma via pública. Personagens: um tocador de flauta sentado em frente a um cesto,
uma naja. Ação: a música desperta a serpente, que levanta a parte anterior do corpo, abre
as costelas e estica a pele da nuca, formando o capelo. Ondulando o corpo, a naja parece
estar encantada. Puro engano. Como todas as cobras, elas ouvem mal. O corpo balançan-
do, é apenas uma postura de defesa, em resposta aos movimentos do encantador e não
ao som de sua flauta.
(Mundo dos Animais - Nova Cultural)
Interpretando sua leitura:

4. O que é o capelo?

5. A cobra fica encantada pela música da flauta? Justifique sua resposta.

6. Por que o corpo do animal fica balançando?

7. A naja pertence à família Elapidae. Qual o tipo de veneno produzido por elas? Que cobra
existente no Brasil produz esse mesmo tipo de veneno?

8. Em 2001, cientistas descobriram aquele que deve ser o


menor réptil do mundo, com 1,6cm de comprimento, o
animal foi fotografado sobre uma moeda. O Sphaerodac-
tylus ariasae, pode ser encontrado na República Domini-
cana e no Haiti, mas, segundo seus descobridores, eles
são muito raros. Leia o que disse um dos pesquisadores
envolvidos no achado:

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Nossa descoberta mostra que ainda não conhecemos todas as espécies animais da
Terra – nem mesmo em áreas próximas aos Estados Unidos. Nós nem sabíamos que essa
espécie de réptil existia, embora a área venha sendo estudada há centenas de anos pelos
biólogos.”

Com base nesse depoimento, justifique a preocupação de muitos cientistas em evitar


a destruição dos diferentes ecossistemas de nosso planeta.

9. Explique a importância evolutiva do ovo com casca.

10. Pesquise sobre os dinossauros, gigantescos répteis do passado. Que características eles
tinham em comum com os répteis do presente?

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


nesse capítulo:

sugestão de sites
http://www.butantan.gov.br/museu/

sugestão de leitura

STERN, Íris. Sobrevivendo à Grande Extinção – Dinossauros. São Paulo: Sarai-


va, 2003.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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CAPÍTULO 4

Aves
Ao estudar este capítulo, você deverá caracterizar
as aves, citar algumas ordens de aves exemplificando
representantes desses grupos, comparar
evolutivamente as aves aos répteis, citar adaptações
ao vôo, explicar a importância econômica e ecológica
desse grupo.

Observe a foto. O que ela lhe sugere? Parece uma


tela, não é? Mas na verdade é a imagem ampliada de
uma pena.
As penas são uma adaptação evolutiva exclusiva
das aves, nenhum outro animal tem esse tipo de re-
vestimento sobre o corpo. Os cientistas acreditam que
as aves evoluíram a partir de certo grupo de répteis. O
mais antigo fóssil ligando os répteis às aves é de um
animal denominado arqueoptérix, com estrutura óssea
de réptil, esse animal tinha penas, o que faz dele a mais
primitiva ave conhecida.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Veja a foto do fóssil e note a marca das penas ao redor dos ossos. Esse tipo de registro é
muito raro, pois, em geral, as penas se decompõem, não deixando vestígio de sua existên-
cia.

Estrutura e Função das Penas


Existem alguns tipos de penas recobrindo o corpo das aves. As maiores são sustentadas
por um eixo central de onde saem filamentos denominados barbas. As penas são formadas
a partir da pele do animal e têm funções diversas: as grandes, por exemplo, têm importante
participação no vôo e estabilidade do animal no ar; as penas de cobertura revestem o corpo
e estão dispostas como as telhas de uma casa; e as penugens ficam entre as penas de cober-
tura, evitando a perda do calor gerado
pelo corpo do animal.
As aves, diferente dos peixes, an-
fíbios e répteis, possuem temperatura
corporal constante, isto é, independen-
te da temperatura ambiente, o corpo do
animal se mantém aquecido em valores
constantes – as aves costumam ter tem-
peraturas próximas a 40ºC. Somente aves
e mamíferos possuem mecanismos de re-
gulação de temperatura corporal e, por
isso, são denominados homeotérmicos.
Dentre esses mecanismos está a possibi-
lidade de eriçar as penas, mantendo uma
camada de ar aprisionado entre elas. Esse
ar atua como isolante térmico e impede
a perda de calor para o ambiente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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Outras Características das Aves


Além das penas, as aves apresentam outras adaptações.
Quando imaginamos aves, em geral, associamos esses animais ao vôo. Como a maior parte
das aves possui os membros anteriores adaptados ao vôo, dizemos que aves possuem asas.
Porém, nem toda ave voa e, por estranho que pare-
ça, há uma ave que não tem asas, o quivi. Habitante
da Nova Zelândia, esse animal caminha de modo
desengonçado e se alimenta de insetos.
Mas, se os quivis são exemplos extremos em
que o animal sequer tem asas, há casos de aves com
asas que também não voam, como as avestruzes e as
emas, grandes aves corredoras, e os pingüins, que,
ao invés de voar, nadam.
A respiração das aves é pulmonar. Seus pulmões
possuem prolongamentos denominados sacos aére-
os, que se ramificam até o interior de alguns ossos.
Os ossos das aves que contém ar em seu interior
são denominados ossos pneumáticos. Essas duas
estruturas, sacos aéreos e ossos pneumáticos, são
adaptações que facilitam o vôo.

O coração das aves possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Portanto, nesses
animais o sangue arterial e o sangue venoso não se misturam, o que garante boa oxigenação
dos tecidos, uma real necessidade desses animais, pois as aves gastam muita energia para
manter seu corpo funcionando.
As aves possuem bico adaptado para os mais diferentes tipos de alimentação. Existem
bicos fortes e curtos, compridos e afiados, finos e pontiagudos... O bico extremamente forte
e aguçado do pica-pau proporciona boas refeições de insetos que vivem na casca das árvores.
Também serve para furar o tronco na época da reprodução e ali construir o ninho.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O bico de aves de rapina como a águia, o falcão ou as corujas é curto, forte e encurvado
para arrancar a carne de suas presas.
Assim como os bicos revelam o tipo de alimentação
do animal, as patas também variam de forma de acor-
do como o modo de vida da ave. Há aves corredoras,
nadadoras, e aquelas que agarram suas presas em vôos
certeiros.
O sistema digestório é completo. Existe uma câma-
ra, o papo, onde o alimento é amolecido. Quando chega
ao estômago mecânico (moela), o alimento é triturado,
muitas vezes com auxílio de pequenas pedras que a ave
engole.

O final do intestino se
abre na cloaca, câmara onde
desembocam as aberturas
do sistema digestório, do
sistema urinário e do sistema
reprodutor.
As aves possuem senti-
dos muito aguçados, princi-
palmente a visão e a audição.
E muitas delas são capazes
de produzir sons bastante
elaborados, no caso dos pa-
pagaios, chegando a imitar a
voz humana.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


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Reprodução
São animais ovíparos, com fecundação interna e formação de ovos semelhantes aos ovos
dos répteis.
Os ovos costumam ser “chocados” para que o filhote possa se desenvolver. A maneira de
cuidar dos ovos varia muito entre as espécies. Há aquelas em que macho e fêmea se alternam
no ninho, há outras em que apenas a fêmea ou apenas o macho cuida dos ovos e há ainda
algumas que colocam o ovo no ninho de outras para que elas o choquem. Veja o que diz o
dicionário Aurélio sobre uma ave que tem esse tipo de comportamento:

“Chupim: [do tupi] Substantivo masculino. Ave passeriforme (Molothrus bonariensis),


distribuída por todo o Brasil e países limítrofes. Coloração preta, purpúrea, brilhante. A
fêmea é parda, quase negra. Põe os seus ovos nos ninhos do tico-tico, que inadvertida-
mente lhe cria os filhotes. Freqüenta arrozais no período das colheitas e os currais das
fazendas, alimentando-se de toda sorte de sementes, inclusive do milho, que recolhe nas
fezes do boi.”

Muitas aves constroem ninhos onde colocam seus ovos e cuidam dos filhotes.

As aves estão agrupadas em muitas ordens. Os cientistas costumam reuni-las em aves que
não voam (não possuem quilha, como avestruzes e emas) e aves que voam, (possuem quilha,
osso do peito bem saltado) dentre elas algumas são mais familiares, como:

Ordem Exemplos
http://www.rubromascota.com.ar/
aves/canarios.jpg

Estrigiformes Corujas

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Papagaios, araras, peri-


Psitaciformes
quitos

Galinhas, perdiz, faisão,


Galiformes
peru

Falcões, águias, gaviões,


Falconiformes
carcarás

Anseriformes Patos, gansos, cisnes

Pingüins (que não voam,


Esfeniciformes
mas possuem quilha)

Passeriformes Passarinhos em geral

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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Importância das Aves


Com certeza você sabe que a criação de aves para consumo humano é uma atividade
que gera muitos recursos e empregos. Há um grande número de pessoas trabalhando em
granjas onde são produzidos ovos ou animais para abate, que abastecem o mercado interno
e o externo, pois a exportação de frangos brasileiros tem sido cada vez maior.
Além dos frangos, há a criação de aves ornamentais exóticas (não são originárias do Brasil),
como periquitos, faisões, pavão, marreco e avestruz.
Para o meio ambiente, algumas aves cumprem importante papel como polinizadoras,
como os beija-flores. Outras ajudam a controlar populações de insetos, de répteis, de anfíbios
e de roedores. Algumas, como o urubu e o abutre, desempenham a função de “lixeiros”, ao
se alimentar de carcaças em decomposição. Há espécies que são imprescindíveis para que
certas sementes germinem, pois a germinação só acontece quando a semente atravessa o
sistema digestório dessas aves. Eliminadas com as fezes e com suas membranas fragilizadas
pela ação dos sucos digestivos da ave, a semente germina, muitas vezes bem longe da planta
que a produziu. Assim as aves ajudam na dispersão de certas espécies vegetais.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

O URUBU
“Os cientistas não conseguem explicar, até hoje, como o urubu consegue comer car-
ne podre sem passar mal. Mesmo vivendo na podridão, ele não transmite doenças. Para
alguns pesquisadores, essa resistência é explicada pelo seu sistema imunológico. Para
outros, são as enzimas especiais de seu suco gástrico as responsáveis por esse fenômeno.
Os urubus são imunes a várias doenças transmitidas pelo alimento contaminado, como o
botulismo, por exemplo.
Por terem pés chatos, os urubus andam com dificuldade. Mas, no ar, são reis. Eles apro-
veitam as horas mais quentes do dia para pegar carona nas correntes de ar ascendentes
e sobem sem esforço, fazendo espirais em largos círculos. Acidentes de avião por choque
com urubus são comuns e, por isso, depósitos de lixo perto de aeroportos são perigosos.
A Força Aérea norte-americana registrou, em cinco anos, 16198 colisões com aves, entre
as quais, a trombada com o urubu é a mais freqüente.”
(adaptado de Superinteressante)
1. Por que os urubus têm dificuldade em andar?

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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2. Por que depósitos de lixo próximos a aeroportos são perigosos?

3. Qual a relação entre os urubus e os depósitos de lixo?

4. Qual a importância dos urubus para o meio ambiente?

5. Todas as aves têm dificuldade em caminhar? Veja alguns exemplos de patas e procure
identificar sua função.

6. Nas aves, a presença das penas é fator importante para assegurar o vôo. Cite outra função
das penas.

7. Ao abrir uma galinha, a cozinheira encontrou pedras na moela do animal. Surpresa, ficou
imaginando como elas haviam chegado ali. Procure explicar a origem e a função dessas
pedras.

8. Aves são animais homeotérmicos. Qual o significado disso?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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Chico Buarque e Francis Hime compuseram a música Passaredo, em que são citados
muitos pássaros. Leia a letra e depois responda ao que se pede:

Ei, pintassilgo Ei, quero-quero


Oi, pintarroxo Oi, tico-tico
Melro, uirapuru Anum, pardal, chapim
Ai, chega-e-vira Xô, cotovia
Engole-vento Xô, pescador-martim
Saíra, inhambu Some, rolinha
Foge asa-branca Anda, andorinha
Vai, patativa Te esconde, bem-te-vi
Tordo, tuju, tuim Voa, bicudo
Xô, tié-sangue Voa, sanhaço
Xô, tié-fogo Vai, juriti
Xô, rouxinol sem fim Bico calado
Some, coleiro Muito cuidado
Anda, trigueiro Que o homem vem aí
Te esconde colibri O homem vem aí
Voa, macuco O homem vem aí
Voa, viúva
Utiariti

Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

9. Quantas aves diferentes são citadas na letra da música?

10. Escolha uma das aves mencionada na música e pesquise sobre ela.

11. Você já ouviu falar em “tráfico de animais”? Pois esse é um comércio ilegal que movimenta
fortunas em todo mundo. É a venda de animais selvagens para criadores ou colecionadores
particulares. As aves, por sua beleza, são um dos alvos favoritos dos traficantes. Retiradas
dos ninhos ainda sem penas, são colocadas em embalagens inadequadas e levadas para
fora do país, onde alcançam alto preço. Tão cruelmente são tratadas que a maioria morre
e tão grande número é capturado que muitas espécies correm sério risco de extinção.
Com base nessa informação e em seus conhecimentos, justifique a frase da música que
faz o alerta: “bico calado, muito cuidado, que o homem vem aí”.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


nesse capítulo:

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/central/arquivo/cie_guano.htm
http://www.cantodasaves.hpg.ig.com.br/

sugestão de leitura

STERN, Íris. Sobrevivendo à Grande Extinção – Dinossauros. São Paulo: Sarai-


va, 2003.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 5

Mamíferos
Após estudar este capítulo, você deverá saber caracterizar um mamífero
e compará-lo às aves, principalmente no que se refere às formas de
reprodução; deverá ainda citar as ordens de mamíferos e exemplos
de representantes de cada uma; explicar a importância ecológica dos
mamíferos e reconhecer o papel do homem como grande interventor sobre o
meio ambiente também são objetivos desse estudo.

Observe a reprodução acima. Ela mostra uma pintura de Rubens (1577-1640), pintor fla-
mengo (região que incluía parte da França, Holanda e Bélgica) que procurou retratar a lenda
grega sobre a origem da Via Láctea (galáxia onde se situa o Sistema Solar).

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Diz a lenda que a imortalidade de Hércules seria conseguida se, durante sua infância, fosse
amamentado por sua madrasta, Hera. Para conseguir isso, Hermes aproveitou-se do sono de
Hera e colocou o pequeno em seu seio. Assim que acordou, ela se afastou da criança, mas
ele já havia se alimentado, tornando-se imortal. O leite que escorreu de seu seio deixou um
rastro branco no céu, formando a Via Láctea.
A lenda nos faz pensar sobre a importância do leite. Para os antigos, era fonte de vida e
poderia até conferir imortalidade a quem o tomasse.
Naturalmente que estamos falando de Mitologia, e aos personagens mitológicos tudo
era possível. No entanto, isso não exclui a observação de que o leite é de fato um alimento
de grande qualidade. Além disso, ser capaz de produzir o alimento para seus filhotes faz com
que os mamíferos possam permanecer mais tempo com eles, evitando a ação de predadores.
As aves, por exemplo, precisam abandonar o ninho para buscar comida para seus filhotes, e
assim eles se tornam presas fáceis.
Os mamíferos, assim como as aves, devem ter surgido a partir de répteis do passado, há
mais de 65 milhões de anos.

Características Gerais dos Mamíferos


Grupo muito diversificado, os mamíferos ocupam todos os ambientes da Terra. Tamanha
variedade também se reflete no tamanho desses animais: há espécies com apenas alguns
centímetros e poucas gramas de massa e há representantes com 30 metros de comprimento
e até 170 toneladas, como a baleia-azul, maior animal existente, maior do que os maiores
dinossauros já descobertos.
Como vimos, os mamíferos alimentam seus filhotes com o leite produzido nas glândulas
mamárias. Esse fato originou o nome do grupo (mamma = mama e phorus = portador de), mas,
além disso, possuem outra característica exclusiva: a presença de pêlos revestindo o corpo.
Esses pêlos são formados a partir da pele e, como as penas, têm a função de evitar a perda
de calor para o ambiente, pois os mamíferos, como as aves, são homeotérmicos (temperatura
corporal constante). A quantidade de pêlos varia bastante entre as espécies e a manutenção
do calor corporal pode ser conseguida também com auxílio de uma camada de gordura
subcutânea (abaixo da pele).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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Mamíferos têm respiração pulmonar e o coração di-


vidido em quatro câmaras, dois átrios e dois ventrículos,
não há mistura de sangue venoso e arterial.
Como forma de orientação, os mamíferos fazem uso
da visão, audição, olfação, gustação e tato. Há animais,
porém, como os morcegos, em que o uso dos sons é
muito mais aperfeiçoado: emissão de ultra-sons que, ao
retornarem ao animal, informam sobre a presença de
obstáculos e de presas.
Olfação

Reprodução
Há mamíferos que põe ovos, portanto, o filhote se desenvolve fora do corpo da mãe.
Há outros em que o embrião permanece um curto período no interior do corpo da fêmea,
em um órgão especial, o útero, e nasce pouco desenvolvido, precisando terminar seu desen-
volvimento em uma bolsa, o marsúpio.
Finalmente, o grupo mais numeroso é formado por aqueles em que o filhote termina
seu desenvolvimento no interior do útero. Ali, por meio da placenta, ele recebe alimentos e
oxigênio e elimina os resíduos de seu metabolismo. O período de gestação varia muito, nos
ratos é de 19-22 dias, nos elefantes chega a 20 meses.

De acordo com suas características mais marcantes, os mamíferos são agrupados em


diversas ordens, veja as mais importantes:

Monotremados
É o grupo com características mais primitivas; é formado por animais que põe ovos. Esses
estranhos mamíferos possuem pêlos e glândulas mamárias simples, vivem apenas na Austrália
e Nova Guiné. São representados pelo ornitorrinco e pela équidna.

Ornitorrincos: têm bico de pato, pêlos, Équidnas: têm focinho fino, com na-
põem ovos, nadam e, do focinho à cauda, rinas na extremidade, comem insetos,
medem pouco mais de 50cm. põe ovos e medem de 35-45cm.

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Marsupiais
O filhote completa seu desenvolvimento no interior de uma bolsa, o marsúpio. Os mar-
supiais vivem na Austrália e nas Américas. O mais conhecido representante desse grupo é o
canguru, mas também fazem parte dele os coalas e os gambás.

Canguru e filhote no marsúpio


Coala

Os animais das ordens que se seguem são chamados mamíferos placentários, porque
durante o desenvolvimento embrionário surge a placenta.

Desdentados
Como o nome sugere, não têm dentes ou, quando os têm, são pouco desenvolvidos. Al-
guns, como as preguiças, se alimentam de folhas; outros, como os tamanduás, comem insetos;
e os tatus podem comer insetos e cobras.

Tatu Preguiça

Carnívoros
Compõem um grupo muito diversifica-
do, cuja característica principal é ter dentes
caninos bem desenvolvidos, capazes de
rasgar e perfurar a carne da presa. Estão
incluídos nesta ordem: ursos, gatos, leões,
tigres, cães, lobos, focas, hienas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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Quirópteros
Mamíferos voadores, têm os membros anteriores trans-
formados em asas.
Fazem parte desta ordem os morcegos.

Roedores
Animais que possuem dois pares de dentes incisivos que
crescem continuamente e são usados para roer os alimentos.
São roedores: os ratos, as chinchilas, os esquilos, os hamsters,
as pacas e as capivaras, que são os maiores roedores, chegando a medir 1-1,30m.

Esquilo: mede cerca de 20-25cm Capivara, um adulto em liberdade pode pe-


de corpo e 20 cm de cauda. sar 60kg (em cativeiro chegam a pesar mais).

Lagomorfos
Possuem dois pares de dentes incisivos, mas, diferentemente dos roedores, têm um se-
gundo par pequeno atrás dos incisivos superiores. Fazem parte deste grupo os coelhos e as
lebres.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Artiodáctilos
Têm casco nas patas e, olhando por fora, número par de dedos (em alguns casos, o raio-x
revela mais dedos, que são internos e reduzidos). Fazem parte desta ordem: porcos, veados,
camelos, hipopótamos, bois, carneiros, girafas.

Perissodáctilos
Têm casco nas patas e número ímpar de dedos. Exemplos: cavalos, antas, rinocerontes.

anta
Pata de cavalo, com casco
único

Cetáceos
São mamíferos aquáticos, cujos representantes mais conhecidos são as baleias, orcas,
golfinhos e botos. Têm os membros anteriores transformados em nadadeiras, sem membros
posteriores e com cauda bem desenvolvida. Muitos são carnívoros, outros, porém, como as
gigantescas baleias-azuis, se alimentam de plâncton que retiram da água com auxílio de suas
barbatanas (filamentos existentes na boca do animal).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Sirênios
Também são aquáticos, com os membros anterio-
res transformados em nadadeiras. São os peixes-boi da
amazônia, do litoral do nordeste e os manatis do litoral
da Flórida.

Proboscídeos
Possuem tromba ou probóscide que é resultado
da fusão do nariz com o lábio superior e, em sua
extremidade, estão as narinas. A ordem é formada
pelos elefantes, atualmente os maiores animais
terrestres.

Primatas
Possuem mãos e pés distintos, cada um deles com cinco
dedos. As mãos são dotadas de grande habilidade. Os olhos
situam-se, em geral, na frente da cabeça, que forma um ân-
gulo reto com o pescoço. Formam essa ordem os homens e
todos os macacos.

Importância dos Mamíferos


Por tudo o que você já leu até aqui, deve ter percebido que este grupo de animais faz
parte, constantemente, de nosso cotidiano.
A importância econômica dos mamíferos está relacionada à produção de carne, de couro,
de leite (e todos os derivados); à criação de cavalos para transporte e corrida; à criação de
animais de estimação (cães e gatos principalmente).
Para o meio ambiente, fazem importante controle de algumas populações, como os taman-
duás que ingerem formigas e cupins; servem de alimento a um grande número de predadores:
como os roedores que alimentam cobras, águias, lobos e outros carnívoros.

E o homem? Que papel tem? Pense nisso e anote as suas opiniões no caderno.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Uma lenda diz que, quando o mundo foi criado, Deus formou a anta com partes em-
prestadas de outros animais: corpo de porco, pé de rinoceronte, cascos de boi e focinho
com uma pequena tromba, como a dos elefantes. Ela de fato parece uma “colagem” de
pedaços de outros animais, mas, brincadeiras à parte, as antas são grandes animais herbí-
voros que se escondem na água e são conhecidas também como “tapir”. Existem quatro
espécies desse animal, sendo três no Brasil e uma na Ásia.

Sobre o texto, responda:

1. A que ordem pertence cada um dos animais nele citados?

2. Qual deles é o “parente” mais próximo das antas? Justifique.

3. Os mamíferos, assim como as aves, são homeotérmicos. Cite os mecanismos pelos quais
um mamífero consegue evitar a perda do calor produzido pelo corpo.

4. No meio de um grupo de estudos, um dos estudantes afirmou: “nem todos os mamíferos


possuem placenta”, gerando grande controvérsia. Você concorda com ele ou não? Justifi-
que.

5. Animal dócil, herbívoro, precisando vir à tona para respirar, se torna alvo dos pescadores
e, como resultado, é hoje o mamífero aquático brasileiro mais ameaçado de extinção. O
nome da ordem em que está classificado tem origem mitológica: por causa da cauda e dos
sons que emite, os antigos navegadores associaram esse animal às sereias. Daí, surgiu o
nome de sua ordem: Sirênia. De que animal o texto está falando? Por que, sendo aquático,
ele precisa vir respirar na superfície?

6. O que é o marsúpio? Em que animais vamos encontrar essa estrutura?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

7. Uma característica comumente usada para definir ordens de mamíferos são os dentes.
Compare os dentes dos animais das seguintes ordens: roedores, carnívoros e lagomor-
fos.

Ainda sobre dentes, leia o texto que segue:

“Outra característica dos elefantes são as enormes presas na mandíbula superior, os


quais são, na realidade, grandes dentes incisivos. Há registros de um recorde de uma pre-
sa de um elefante africano a qual pesava 102 quilos e media 3 metros de comprimento.
Feitas de marfim, elas são alvo da cobiça de caçadores que matam os elefantes apenas
para retirar-lhes as presas.”

8. O texto menciona elefantes africanos. Há também elefantes asiáticos. Pesquise as diferenças


entre os dois.

9. No passado, existiram mamutes e mastodontes, “parentes” dos elefantes atuais, desapa-


recidos há milhares de anos. A que ordem pertencem esses dois animais já extintos? Que
característica marcante eles tinham que permite a inclusão nesse grupo?

10. A ação do homem sobre o meio ambiente freqüentemente causa destruição e desequi-
líbrio, o que se reflete no desaparecimento de habitats de diversos animais. Na Amazônia,
não é diferente. O impacto da presença humana leva à redução nas populações de muitas
espécies. Mas há também pessoas preocupadas com essa questão. Por exemplo, desde
1985, o Centro de Preservação e Proteção de Mamíferos Aquáticos de Manaus, em parceria
com o IBAMA, vem desenvolvendo um programa que visa a criação e a conservação de
mamíferos aquáticos, como o peixe-boi, o tucuxi, o boto-cor-de-rosa e a ariranha. Pesquise
sobre o tucuxi, o boto-cor-de-rosa e a ariranha.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Você pode encontrar mais informações sobre os assuntos tratados


nesse capítulo:

sugestão de sites
http://www.canalkids.com.br/meioambiente/mundodosanimais/
boto.htm
http://www.manausenergia.com.br/nossa_empresa/balbina/
mamiferos_aquaticos.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO
Peixes são animais aquáticos, pecilotérmicos, com respiração branquial e coração dividi-
do em duas cavidades, locomovem-se por meio de nadadeiras, orientam-se com auxílio dos
olhos e do olfato, além da linha lateral. Existem peixes com esqueleto cartilaginoso e peixes
com esqueleto ósseo. São peixes cartilaginosos os tubarões e as raias; todos os demais são
ósseos.
Anfíbios são animais com pele lisa, a qual efetua trocas respiratórias. São pecilotérmicos,
fazem respiração branquial enquanto larvas (girinos), é cutânea e pulmonar nos animais
adultos. Têm o coração dividido em três câmaras: dois átrios e um ventrículo. São carnívoros
e estão agrupados em três ordens: urodelos (salamandras), ápodes (cobras-cegas) e anuros
(sapos, rãs e pererecas).
Répteis são pecilotérmicos, têm pele impermeável coberta por escamas, placas córneas ou
carapaças. Possuem respiração pulmonar e o coração dividido em três cavidades (crocodilianos
possuem quatro cavidades). Desenvolveram o ovo com casca, que dá a esses animais grande
independência do ambiente aquático. São agrupados em três ordens: quelônios (tartarugas),
crocodilianos (jacarés e crocodilos) e escamados (cobras e lagartos).
As aves são animais homeotérmicos, põe ovos e têm o corpo recoberto por penas. A res-
piração é pulmonar e o coração é dividido em quatro cavidades. Os tipos de bico e de patas
estão relacionados aos hábitos alimentares e ao ambiente em que vive o animal. Muitas aves
voam, mas algumas apenas caminham ou correm. Muitas constroem ninhos onde colocam
e chocam os ovos.
Mamíferos possuem glândulas mamárias que produzem o leite que alimenta o filhote e
apresentam o corpo recoberto por pêlos. São homeotérmicos. Monotremados (ornitorrincos
e équidnas) põe ovos. Marsupiais (cangurus, coalas) têm útero rudimentar e uma bolsa, o
marsúpio, na qual o filhote completa seu desenvolvimento. Nas outras ordens, os filhotes se
desenvolvem no interior do corpo da fêmea, no útero, onde recebem alimento e oxigênio
por meio da placenta.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

GABARITO Capítulo 2
pág. 17
Capítulo 1
1. Trava-língua é uma brincadeira em que há
pág. 9 dificuldade em repetir rapidamente o texto
proposto.
1. a) Invertebrado com endoesqueleto: os
equinodermos, como as estrelas-do-mar;
com exoesqueleto: insetos, como gafanho-
2. O sapo bate papo, porque ele usa seus
coaxados para se comunicar, atraindo as
tos, besouros, baratas.
fêmeas e, quando isso acontece, o papo se
b) O grupo dos condrictes. incha, ficando cheio de ar.

2. Os aquecedores mantém a água a tempe- 3. Esses animais possuem pele muito fina que
raturas ideais para o animal, acostumados perde água com facilidade, expostos ao Sol
a águas de regiões tropicais; as baixas tem- ou ao ar, eles desidratam e morrem.
peraturas podem matá-los.
4. O coração de anfíbios tem uma câmara a
3. O som da conversa faz vibrar a água e essa mais: dois átrios e um ventrículo, enquanto
vibração pode ser captada pela linha lateral que nos peixes há apenas um átrio e um
dos animais. ventrículo.

4. Peixes ósseos têm esqueleto ósseo e boca 5.


na extremidade do focinho; peixes cartila-
ginosos têm esqueleto cartilaginoso e boca Anuros
em posição ventral. Possuem quatro patas. As posterio-
res são maiores. Não têm cauda.
5. Pertencem à classe dos peixes cartilagino- Sapos, rãs, pererecas
sos (condrictes).
Urodelos
6. Tubarões baleia se alimentam do plâncton Possuem quatro patas de igual
que é filtrado da água. tamanho. Possuem cauda.
Salamandras
7. São animais com coluna vertebral e crânio.
Ápodes
8. É um órgão que auxilia na flutuação dos pei- Não possuem patas.
xes ósseos, pode também ser usada como Cobras-cegas
um reservatório de ar. 6. Os sapos se alimentam de insetos, inclusive
mosquitos, desse modo ajudam a diminuir
9. Ele é denominado peixe-elétrico ou pora- a quantidade de transmissores de doenças
quê. Pesquisa. como a dengue, a malária e a febre amarela.

10. A eletricidade atordoa a presa e afasta os 7. A cobras cegas são anfíbios porque pos-
predadores. suem a pele lisa e não põem ovos com
casca como fazem as cobras verdadeiras.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Quelônios
8. A pele lisa absorve com facilidade substân- tartaruga - jabuti - cágado
cias dissolvidas na água ou em suspensão
no ar atmosférico.
Lacertílios
9. A degradação ambiental. camaleão - lagarto - lagartixa - dragão de
Komodo
10. São perigosos porque o veneno que pro-
duzem pode inclusive levar à morte. Por ou- Ofídios
tro lado, esse veneno tem sido pesquisado cobra coral - cascavel - jararaca - jibóia
como possível fonte de substâncias para uso surucucu
na indústria farmacêutica.

11. blue jeans = calça de brim azul à qual


denominamos jeans. 4. É uma expansão da pele da nuca, que apa-
rece quando as costelas se “abrem”.
poison = veneno.
dart = dardo, flecha. 5. Não, ela ouve mal; apenas acompanha os
frog = sapo. movimentos do “encantador”.
O nome está relacionado ao fato de os
índios esfregarem suas flechas na pele desses 6. É uma postura de defesa, em resposta aos
animais para envenená-las e quanto ao aspec- movimentos do encantador.
to deles, pois têm as patas traseiras azuis.
7. É um veneno neurotóxico que produz pa-
rada respiratória e pode levar à morte. É o
Capítulo 3 mesmo tipo de veneno das cobras corais
brasileiras.
pág. 27
8. A destruição de ambientes leva ao desa-
parecimento dos animais e plantas que ali
1. Cágados têm patas adaptadas para cami- vivem, reduzindo a biodiversidade e a pos-
nhar no fundo dos rios, tartarugas têm pa- sibilidade de encontrar novas substâncias
tas transformadas em nadadeiras e jabutis nos organismos desses animais as quais
possuem patas adaptadas para caminhar no poderiam ser utilizadas como medicamen-
chão. tos, por exemplo.

2. A presença de pele impermeável e o desen- 9. O ovo com casca permite que o os répteis
volvimento do ovo com casca. se distanciem da água. O ovo pode ser co-
locado em locais áridos e, mesmo assim, o
embrião encontra condições de se desen-
3.
volver, porque essas condições são dadas
pelo próprio ovo e seus anexos.
Crocodilianos
jacaré- crocodilo 10. Pesquisa.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Capítulo 4 quero-quero, tico-tico, anum, pardal, chapim,


cotovia, martim-pescador, rolinha, andori-
pág. 36 nha, bem-te-vi, bicudo, sanhaço, juriti).

1. Porque têm pés chatos. 10. Pesquisa.

2. Porque atraem urubus e eles podem ser en- 11. Os homens caçam as aves para delas se
golidos pelas turbinas de aviões, causando alimentar ou, mais comumente, para apri-
graves acidentes. sioná-las em gaiolas e comercializá-las, por
isso o alerta, muito cuidado, que o homem
3. Os urubus se alimentam de restos de toda vem aí.
natureza e, nos depósitos de lixo, encontram
alimento em quantidade.
Capítulo 5
4. Eles “limpam” o ambiente dos restos de pág. 47
animais em decomposição, evitando o
acúmulo de carcaças apodrecendo no meio
ambiente. 1. porco e boi: ordem dos artiodáctilos
rinoceronte: ordem dos perissodáctilos
5. Não. Há aves que não apenas andam como elefante: ordem dos proboscídeos.
também correm agilmente. O pica-pau se
prende à casca das árvores enquanto pro- 2. O “parente” mais próximo é o rinoceronte
cura insetos para comer; a garça caminha porque faz parte da mesma ordem na qual
sobre o lodo do fundo de tanques e lagoas; a é classificada a anta.
coruja e a águia são predadoras e agarram a
presa com suas patas; o pato nada na super- 3. O calor é retido junto ao corpo com auxílio
fície da água com auxílio das membranas in- dos pêlos e de uma camada de gordura
terdigitais existentes entre suas falanges. subcutânea.
6. As penas evitam a perda do calor para o
meio ambiente. 4. Deve concordar, porque há mamíferos que
põe ovos.
7. As pedras foram engolidas pelo próprio
animal e ajudam a amassar o alimento que 5. Está falando do peixe-boi que precisa vir à
é engolido inteiro. tona para respirar porque, como todo ma-
mífero, tem respiração pulmonar.
8. Têm temperatura corporal constante, ou
seja, independente da temperatura am- 6. É uma bolsa onde o filhote dos marsupiais
biente, o animal irá manter sua própria termina seu desenvolvimento. Ocorre em
temperatura. marsupiais como o canguru, o coala e o
gambá.
9. São citadas 35 aves (pintassilgo, pintarroxo,
melro, uirapuru, chega-e-vira, engole-vento, 7. Roedores tem dois pares de dentes incisivos
saíra, inhambu, asa-branca, patativa, tordo, com crescimento contínuo; lagomorfos têm
tuju, tuim, tié-sangue, tié-fogo, rouxinol, co- dois pares semelhantes aos dos roedores,
leiro, trigueiro, colibri, macuco, viúva, utiariti, porém há um segundo par atrás dos inci-

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

sivos superiores; carnívoros, têm os dentes


caninos pontudos e bem desenvolvidos
para rasgar a carne da presa.

8. O elefante asiático mede entre 6 e 8m, com


até 3m de altura e pesa até 5,5 toneladas. O
africano tem entre 7 e 8m, com até 4 metros
de altura, pesando 7 toneladas. A grande di-
ferença entre o asiático e o africano está no
tamanho das orelhas, enormes nos africanos
e bem menores nos asiáticos, que têm mais
pelos do que a variedade africana. Nos ele-
fantes asiáticos, apenas os machos possuem
presas.

9. Pertencem à ordem dos proboscídeos, pois


possuíam tromba.

10. Pesquisa.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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Companheiras de todos os momentos, as plantas nos trazem uma


infinidade de benefícios: dão alimento, sombra, matéria prima
para construir móveis e casas. Delas retiramos princípios ativos
com os quais produzimos remédios que nos devolvem a saúde.
Olhe ao seu redor e faça uma lista de tudo aquilo cuja origem
é vegetal.
Não esqueça do papel do qual é feito seu livro, do lápis que você
usa para escrever e da borracha que apaga seus erros (é possível
que ela seja sintética, mas poderia ser de borracha natural).
Ah, não esqueça também de sua roupa, se o teci-
do for de algodão, você já sabe qual a origem, não é?
Por tudo isso, e tantos outros motivos, estudar as
plantas é tão importante. Precisamos aprender a fa-
zer uso do que elas nos oferecem sem destruí-las.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

Algas
Pluricelulares e
Briófitas
Seus objetivos ao estudar este capítulo são caracterizar as algas
superiores (talófitas) e as briófitas, citando exemplo desses tipos de
organismos e explicar a importância econômica e ecológica deles.
As algas pluricelulares constituem um grupo de organismos sobre os quais há diversas
controvérsias no que diz respeito à classificação. Optamos por descrever as algas unicelulares
junto aos protistas e às algas pluricelulares junto ao Reino Vegetal, pois, como os vegetais
em geral, elas são pluricelulares e autótrofas, porém, há autores que, baseados em outras
características, usam taxonomia diferente dessa.

As algas pluricelulares compõem três filos: Rodófita, Feófita e Clorófita.

Rodófitas
São as algas vermelhas.
Observe a foto de duas espécies de rodófitas, a Porphyra e a Gelidium, a cor avermelhada é
dada por uma combinação de pigmentos, como a ficoeritrina e a ficocianina. Essas algas têm
clorofila e fazem fotossíntese, porém, o pigmento vermelho “esconde” a coloração verde dada
pela clorofila.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Porphyra perforata
Gelidium pulchrum

Algumas algas são consumidas em países do Oriente, como as Porphyra, que compõem um
produto denominado nori com o qual é feito o sushi, tradicional prato da culinária japonesa.
Anualmente, são produzidas mais de 130.000 toneladas de nori.
Outras, têm amplo uso industrial. As Gelidium fornecem um material gelatinoso denomi-
nado ágar, e as Chondrus possuem carragenina (carrageano). Essas substâncias têm amplo
uso, podendo entrar na composição de remédios, pomadas, pasta de dente, sopas cremosas,
iogurtes, tintas a óleo, gelatinas, sorvetes e pudins.

Ágar

Nori

Feófitas
São as algas pardas.
São multicelulares, podem ser microscópicas ou enormes, com tamanho superior a 60
metros de comprimento.
De algumas espécies, principalmente Laminaria, são extraídas substâncias denominadas
alginatos, material viscoso usado na fabricação de papel, de pastas de dente e sorvetes.
No litoral brasileiro, um dos gêneros mais comuns é o Sargassum. No hemisfério norte,
essas algas formam gigantescos emaranhados flutuantes sobre o oceano. Uma área próxima à
América do Norte possui tantas algas que a região ficou conhecida como Mar dos Sargaços.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Praia coberta por algas lan-


çadas por temporais no mar.

Sargassum

Clorófitas
São conhecidas como algas verdes. Existem mais de 7
000 espécies espalhadas pelos diversos ambientes marinho,
água doce e terrestre úmido, como barrancos e troncos
de árvores (no caso das espécies unicelulares). Dentre as
pluricelulares, uma das mais conhecidas no Brasil é a Ulva,
também chamada de alface-do-mar.

Briófitas

foto arquivo da autora


Compõem o primeiro grupo de vegetais
exclusivamente terrestres. São muito peque-
nas e ainda dependem de ambientes úmidos
para sobreviver. As mais conhecidas são os
musgos, veja na imagem ao lado:

Alguns pesquisadores gostam de compa-


rar as Briófitas aos Anfíbios, pois elas, assim
como eles, ainda são muito dependentes da
água.
Musgo sobre um tronco

Lembra que os anfíbios põem seus ovos na água e que expostos ao Sol ou ao ar seco
desidratam e morrem?
Com as Briófitas não é diferente. Elas são muito simples e ainda não possuem um siste-
ma de vasos condutores de seiva. Em uma Briófita, a água entra na planta pelas paredes de
seu corpo, não há raízes absorvendo água nem vasos levando essa água para o restante do
organismo. Por isso precisam estar em lugares úmidos e sombreados. Isso justifica também
o fato de serem pequenas, pois essa forma de absorção de água só “funciona” em indivíduos
pequenos. Veja no desenho o esquema da organização de um musgo. Já que não tem vasos

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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condutores não podemos falar em raiz, caule ou folhas; a denominação usada é rizóide, cau-
lóide e filóide.

Reprodução em Briófitas
O ciclo reprodutivo dessas plantas é muito complexo e ocorre com alternância de gerações.
Há a produção de gametas e de esporos. Veja como isso acontece: os gametas masculinos
são levados pelas gotas de chuva até a planta feminina, ali acontece a fecundação; desen-
volvendo-se sobre a planta feminina uma estrutura denominada esporófito. O esporófito
cresce e em sua extremidade, a cápsula, produz esporos, os quais caem ao solo e germinam
originando outra planta. As plantas adultas, clorofiladas, produtoras de gametas são deno-
minadas gametófitos.

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A maior importância das briófitas está no fato de terem sido as pioneiras na colonização
do ambiente terrestre. A partir delas, outros grupos de plantas evoluíram até surgirem as
grandes variedades do presente.

Assinale X na única alternativa correta:

1. Para que haja fecundação, é preciso que o gameta feminino encontre o masculino, em
Briófitas isso é feito com auxílio do(a):
a) ar.
b) água.
c) besouro.
d) pólen.
e) mosquito.

2. Sobre as algas denominadas rodófitas, podemos afirmar que:


a) não possuem clorofila.
b) são unicelulares.
c) podem viver sobre cascas de árvores.
d) são vermelhas.
e) compõe o Mar de Sargaços.

3. O mais conhecido representante do grupo das briófitas é o(a):


a) samambaia.
b) pinheiro.
c) limoeiro.
d) nori.
e) musgo.

4. Por que os pesquisadores consideram que as briófitas não possuem raiz, caule ou folhas?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


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A Mata Atlântica é um ambiente bastante úmido e nela é comum encontrarmos planti-


nhas de pequeno porte crescendo sobre troncos e ramos de árvores e na superfície do
chão. A reprodução dessas plantas não acontece por meio de flores, mas no seu ciclo
há gametas envolvidos.

5. Que plantas são essas?

6. Qual o fator que delimita seu tamanho?

7. De onde é extraído o ágar, material gelatinoso muito usado em laboratórios de pesquisa?

8. Existe uma planta conhecida como alface-do-mar. Essa planta é uma alface de fato? A que
grupo de plantas ela pertence?

9. Explique o motivo pelo qual as briófitas só se desenvolvem em ambientes úmidos.

10.Pesquise sobre o Mar de Sargaços, procure-o no mapa e descreva as características da


região.

sugestão de sites

http://www.oceanario.pt/site/ol_dossier_03.asp?dossierid=8&artigoid=94

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 2

Pteridófitas e
Gimnospermas
Após estudar este capítulo, você deverá saber caracterizar uma
pteridófita e uma gimnosperma; poder compará-las entre si e com
grupos mais simples e escrever sobre sua importância.
Observe a foto ao lado, nela estão

foto arquivo da autora


retratadas as folhas de um xaxim, varie-
dade de pteridófita de grande porte, que
pode chegar a 5 metros de altura, com
folhas de 2 metros. Pela descrição do
xaxim, você já percebeu que, diferente
dos musgos, essas plantas alcançam um
grande tamanho.

Mas, que características permitem às pteridófitas


alcançar um tamanho tão grande?

A evolução dos vegetais terrestres se deu no sentido do aparecimento de


um sistema de vasos condutores que se distribuem das raízes até as folhas e por
onde circula a seiva que nutre a planta. Foi a possibilidade de distribuir água e

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


6ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

nutrientes a maiores distâncias, aliada à presença de estruturas de sustentação que permitiram


o crescimento das pteridófitas.
Há milhões de anos, esse grupo vegetal dominava o planeta. Havia imensas florestas de
“fetos arborescentes” povoando o solo.

Devido às mudanças climáticas, muitas dessas florestas primitivas foram soterradas e as


árvores que as compunham sofreram transformações, originando o carvão mineral.
No presente, existem cerca de 12 000 espécies de pteridófitas que vivem em lugares úmidos,
assim como as briófitas. Essa dependência está relacionada à reprodução, pois os gametas
das pteridófitas se movimentam na água.
São pteridófitas os xaxins, as samambaias e as avencas.
foto arquivo da autora

Avenca
Xaxim

Observe as duas fotos com exemplares de dois tipos de pteridófitas. Repare que em ambas
as folhas novas saem do meio da planta. Quando jovens, são enroladas, se abrindo lentamente
à medida que vão crescendo. Essas folhas recebem o nome de báculos e são características
desse grupo vegetal.

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Ciclo Reprodutivo das Pteridófitas


Da mesma forma que as Briófitas, a reprodução das Pteridófitas alterna uma fase sexuada
com uma fase assexuada.
A fase assexuada que produz esporos é denominada esporófito. Nas Pteridófitas, correspon-
de à planta adulta. Atrás das folhas do esporófito, surgem estruturas denominadas esporângios,
onde os esporos são produzidos. Caindo em local úmido, o esporo germina, originando a fase
sexuada, denominada protalo, que contém estruturas formadoras dos gametas masculinos e
femininos. O gameta masculino “nada” até encontrar o feminino, ocorrendo a fecundação. Do
embrião formado, surge uma plantinha que começa a crescer sobre o protalo, dando origem
à outra planta adulta.

foto arquivo da autora


Folha de samambaia contendo
soros (conjunto de esporângios).

Gimnospermas (Coníferas)
Já vimos que briófitas e pteridófitas dependem de ambiente aquático, principalmente por
causa da reprodução. As gimnospermas foram as primeiras plantas independentes da água
em relação à reprodução.
Nesse grupo, geralmente encontramos árvores, muitas de grande porte, que habitam
ambientes de clima frio ou temperado. São exemplos de gimnospermas os pinheiros em geral,
cedros, ciprestes, araucárias e sequóias, gigantescas árvores que chegam a medir quase cem
metros de altura e podem viver muitos séculos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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Nessas plantas, as estruturas ligadas à reprodução


ficam abrigadas em ramos com folhas especializadas,
compondo um conjunto denominado estróbilo ou
cone (daí a denominação dada ao grupo: coníferas).
Existem cones masculinos e femininos que têm aspec-
to externo bem diferente. Os masculinos são menores
e produzem grãos de pólen que contém as estruturas
formadoras do gameta masculino. Os femininos são
maiores e produzem óvulos, onde estão os elementos
que formarão o gameta feminino.

Os grãos de pólen são levados pelo vento até o


óvulo; a união dos dois gametas forma o embrião,
que fica abrigado na semente. A semente é formada
pela transformação das estruturas que compunham
o óvulo.

Cones masculinos em Pinus Cones femininos em Pinus Sementes

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As araucárias
No sul do Brasil, uma das árvores que mais chama a atenção são as araucárias, também
conhecidas como pinheiros-do-paraná (Araucaria angustifolia). Árvore inconfundível, possui
tronco liso e reto e copa com galhos voltados para o céu.
As araucárias cobriam grandes extensões no sul do país, porém, ao longo dos últimos anos,
foram derrubadas em volumes tão grandes que hoje restam poucas áreas com a cobertura
nativa.
As sementes das araucárias recebem o nome de pinhões e são encontrados em estruturas
denominadas pinhas. O pinhão é comestível.

Pinha fechada

Araucaria

pinhões
Pinha aberta

1. As Gimnospermas também são denominadas coníferas. Qual a origem dessa designação?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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2. Que vantagens evolutivas permitiram que as Pteridófitas alcançassem um tamanho tão


maior do que as briófitas?

Leia o texto e responda ao que se pede:

No Japão, vários bosques foram considerados pela UNESCO como patrimônios da huma-
nidade. Dentre eles, se destacam as florestas naturais de cedros da ilha Yakushima. Essas
árvores vivem em altitudes entre 700 e 1400 m e freqüentemente têm mais de 1000 anos,
sendo denominadas Yaku-sugi. Dentre todas, a mais famosa é o cedro Jomon-sugi, com
mais de 25 metros de altura e 16,4 metros de circunferência; a ele é atribuída a idade
aproximada de 7000 anos.

3. A que grupo vegetal pertencem plantas como o cedro Jomon?

4. Pesquise de que modo é possível avaliar a idade de uma árvore.

5. Localize no mapa a ilha de Yakushima.

De acordo com o historiador paranaense Romário Martins, no século XIX, os violeiros do


interior cantavam quadrinhas falando das riquezas da província, entre elas encontramos
os versos:
“Do pinheiro nasce a pinha,
Da pinha nasce o pinhão,
Nasce mate nas roçada,
Nasce amor nos coração. “

6. O que é pinha?

7. O que é pinhão?

8. Sobre que árvore a quadrinha faz referência?


(Obs: o mate é uma árvore também, porém de um grupo que será estudado a seguir.)

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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9. Em um site sobre plantas é possível ler as seguintes informações:

“O nome ‘samambaia’ vem do tupi ‘ham ã’bae’ e significa ‘aquele que se torce em espiral’.
Seu habitat natural são bosques e florestas. Algumas podem viver nas rochas, outras em
penhascos à beira do mar e há aquelas que vivem na água. O certo é que a característica
comum à maioria das espécies é a preferência por locais úmidos e sombreados.”

Explique essa preferência (ou necessidade).

10.O diagrama mostra uma planta adulta, identifique o que se pede:


a) Qual grupo vegetal em que podemos colocá-la?

b) Essa planta adulta é o esporófito ou o gametófito?


Justifique.

c) Que estruturas estão representadas em A?

A
d) O que elas produzem?

sugestão de site

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc127.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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CAPÍTULO 3

Angiospermas
Seus estudos deverão permitir que você saiba caracterizar uma
Angiosperma; possa compará-las às Gimnospermas e citar a
importância econômica e ecológica dessas plantas.

Pense um pouco em tudo o que você comeu hoje, anote. Exclua de sua lista as carnes, lin-
guiças, salsichas..., o leite, queijos, iogurte, manteiga... e os ovos. O que sobrou? Provavelmente
alimentos de origem vegetal, como: margarina, arroz, feijão, batata, alface, tomate, pães, frutas,
açúcar, café ..., pois bem, todos esses alimentos são produzidos a partir de Angiospermas.
As Angiospermas são o grupo vegetal mais numeroso e variado, existem cerca de 250
mil espécies, muitas delas importantes fontes de nutrientes para os seres humanos e para os
animais.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Essas plantas possuem raiz, caule, folhas, flores e frutos. Veja:

Você já estudou os outros grupos vegetais. Lembre deles e compare-os ao esquema


da Angiosperma. Que estruturas são “novidades”? O que não havia sido mencionado
em Briófitas, Pteridófitas e Gimnospermas?

Se você pensou em flores e frutos, acertou. Essas são conquistas evolutivas que apare-
ceram com as Angiospermas.

E que vantagens essas estruturas


trouxeram para o vegetal?

As flores contêm as estruturas reprodutivas da planta. Nelas há os ovários,


que abrigam os óvulos. Após a fecundação, os óvulos dão origem às sementes
e os ovários formam os frutos.
Os frutos protegem as sementes e ajudam na sua dispersão.

As Angiospermas são divididas em dois grandes grupos: Monocotiledôneas e Dicotile-


dôneas. Veja nas fotos a seguir a maior diferença entre essas duas categorias, dadas pelos
cotilédones. As monocotiledôneas possuem apenas um cotilédone; e as dicotiledôneas, dois.
Porém, o que são cotilédones?
O cotilédone é uma folha modificada existente no interior da semente. Ele ajuda na nu-
trição do embrião enquanto a semente está germinando.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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A Importância das Monocotiledôneas


Existem diversas famílias de monocotiledôneas com importância econômica. Dentre elas,
podemos citar:
Liliáceas – como os lírios, as tulipas, as babosas; diversos temperos, como o alho, o
cheiro-verde, a cebola, o alho-poró e brotos comestíveis como o aspargo.

Lírio. Alho e salsa.

Agaváceas – como o Agave de onde são extraídas fibras têxteis conhecidas como sisal.

Agave.
Sisal.

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Iridáceas – plantas cultivadas pela beleza de suas flores, como as Gladiolous, conhecidas
como palma-de-santa-rita ou Iris. Das flores do gênero Crocus é extraído o açafrão.

açafrão
íris.

Bromeliácea – família em que há plantas cultivadas por sua beleza, como as bromélias, e
plantas comestíveis, como os ananás e abacaxis. As bromélias compõem um grupo muito
variado de plantas, vivendo freqüentemente apoiadas sobre as copas das árvores. Ali,
sua “coroa” de folhas armazena água, compondo um micro ambiente importante para
o desenvolvimento de diversos tipos de organismos, inclusive pequenos anfíbios.

Ananás.

Bromélias se apoiando sobre copa das árvores

Gramíneas – um dos maiores e talvez mais importantes grupos de vegetais. Existem


cerca de 8000 espécies, das quais destacam-se por sua importância econômica: os
capins gordura, elefante, kikuio, colonião e muitos outros usados como alimentação
para o gado; grama de todos os tipos; os cereais, dos quais se aproveitam os grãos,
como o milho, o trigo, a cevada, o centeio, a aveia, o arroz e o sorgo; o alpiste; a cana-
de-açúcar; o bambu e a taquara.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Palmae – inclui plantas como os coqueiros, o babaçu, a carnaúba, o palmito, o açaí,


a tamareira, o butiá e a pupunha. A importância desses vegetais está relacionada à
produção de alimentos, de óleos e de fibras. Folhas de palmeiras são usadas também
como cobertura de casas.

Palmeiras Euterpe, que produzem o açaí.

Carnaúba

Orquidácea – cultivadas por sua beleza as orquídeas são plantas epífitas admiradas em
todo mundo. De uma espécie, Vanilla fragrans, é extraída a essência de baunilha, usada
na culinária de doces e sorvetes em geral.

Favas da orquídea Vanilla


Orquídea fragrans de onde se extrai a
baunilha

A Importância das Dicotiledôneas


As dicotiledôneas são agrupadas em mais de 290 famílias; e são todas as outras plantas
que ainda não citamos.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Procure pensar em alguns exemplos. Anote e agora compare com nossa lista.
Vamos pensar na maioria das frutas que usamos em nossa alimentação: maçã, mamão,
manga, melancia, laranja, tangerina, morango, pêra, uva, ameixa, pêssego,cereja, caju, todas
são dicotiledôneas. Agora vamos lembrar de outros alimentos: feijão, alface, tomate, repolho,
rabanete, cenoura, batata, batata doce, couve, castanha-do-pará, mandioca, cupuaçu, cacau
(para fazer chocolate), ervilha, erva-mate (para fazer chimarrão e chá mate)... são mais exem-
plos de dicotiledôneas. Lembre de que muitas das suas roupas são feitas de algodão, outra
dicotiledônea importante. Ainda podemos pensar em árvores cuja madeira tem grande valor
comercial, como o mogno, o jacarandá e a imbuia, que vêm sendo derrubadas em tal quanti-
dade que correm o risco de desaparecer das florestas nativas, como já aconteceu com outra
dicotiledônea famosa, o pau-brasil. E, finalmente, poderíamos pensar em flores como rosas,
violetas, begônias, bocas-de-leão, brincos-de-princesa,...
Pela extensa lista você já percebeu que as dicotiledôneas também são muito importantes
economicamente.

E para o meio ambiente, qual a


importância da vegetação em geral?

As plantas são importantíssimas para o meio ambiente pois fornecem alimento para inúmeros
animais; constituem abrigo para muitos outros e são grandes produtoras de oxigênio atmosféri-
co; a presença de árvores suaviza climas muito quentes e ajuda a regular os regimes de chuva; a
vegetação também protege o solo da erosão ocasionada pelas chuvas e ventos.

Assinale X na única alternativa correta:

1. Raízes, caules, folhas, flores, frutos e sementes estão presentes apenas nas:
a) briófitas.
b) angiospermas.
c) gimnospermas.
d) pteridófitas.
e) coníferas.

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2. O milho, o pinheiro-do-Paraná e a castanha-do-Pará são, respectivamente:


a) gimnosperma, monocotiledônea e dicotiledônea.
b) gimnosperma, dicotiledônea e monocotiledônea.
c) monocotiledônea, gimnosperma e dicotiledônea.
d) monocotiledônea, dicotiledónea e gimnosperma.
e) dicotiledônea, gimnosperma e monocotiledônea .

3. O ovário da flor de Angiosperma dá origem:


a) à semente.
b) ao cone.
c) à pinha.
d) ao fruto.
e) aos esporos.

4. Sobre o açaí, podemos ler uma descrição como a que segue:

AÇAÍ - Bebida extraída do pequeno fruto do açaizeiro, palmeira de porte esguio que
chega a alcançar 30 m de altura e que produz cachos com dezenas de caroços (frutos)
redondinhos.

Sabendo que ele é uma monocotiledônea, que outra característica você poderia adicionar
à descrição do açaí?

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

“Por ser tão valioso e resistente, o mogno é a madeira mais cobiçada da Amazônia. Gran-
des áreas foram desmatadas e, hoje, o mogno é uma das árvores brasileiras seriamente
ameaçadas de extinção. Em 1998, o governo brasileiro proibiu por dois anos o corte de
mogno no país. As árvores só podem ser derrubadas em áreas especiais, com autoriza-
ção do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente). Além do Pará, o mogno (Swietenia
macrophylla) é uma árvore comum também nos estados do Maranhão, Tocantins, Mato
Grosso, Rondônia, Acre e no sul do Amazonas. A altura da árvore pode alcançar de 25 a
30 metros. O tronco não é muito grosso, geralmente tem 80 centímetros de diâmetro.
As árvores mais velhas, porém, têm troncos de até 2 metros de largura. O mogno recebe
outros nomes populares como aguano, araputanga, cedro-i e mogno-brasileiro.
(adaptado de www.canalkids.com.br)

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5. Em que grupo vegetal podemos classificar o mogno?

6. Porque o mogno corre risco de extinção?

7. Se alguém lhe afirmasse que “o mogno é madeira, e onde já se viu madeira dar frutos”! Que
argumentos você usaria para mostrar o erro da afirmativa.

Leia o texto abaixo. Ele nos conta um pouco sobre a história do café:

“São interessantes os primeiros registros acerca do café. Neles podemos perceber como a
observação dos animais pode inspirar nosso cotidiano.
Tudo começou na Etiópia, quando um pastor percebeu que suas cabritas gostavam de comer
certo fruto pequenino, vermelho e arredondado. E que elas se mostravam mais espertas e
resistentes depois de comê-lo.
Quando o pastor resolveu experimentar as frutas (esmagou-as com manteiga e fez uma
pasta), conheceu os efeitos estimulantes do café.
A versão bebida vem dos árabes do século XV.
Através do comércio dos árabes com os europeus, o consumo do café foi se ampliando e,
com as grandes navegações, chegou às Américas Central e do Sul.”
(adaptado www.ibge.gov.br)

8. A que divisão vegetal o café está relacionado?

9. Porque o autor diz que a observação dos animais pode inspirar nosso cotidiano?

10.Pesquise em um Atlas a localização da Etiópia.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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sugestão de sites

http://www.canalkids.com.br/meioambiente/mundodasplantas/
pau.htm

http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/cafe/historia.html

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CAPÍTULO 4

Os Órgãos
Vegetais
Seus estudos deverão permitir que você saiba caracterizar os órgãos
vegetais (raiz, caule, folha, flor, fruto e semente); citar suas funções;
explicar a circulação da seiva, a respiração, a transpiração e a gutação
realizadas pelos vegetais e descrever os mecanismos de disseminação
de sementes.
Já vimos que as plantas são muito im-
portantes como fonte de alimentos e têm
inúmeras aplicações econômicas. Mas elas,
com sua beleza, também inspiram artistas e
poetas. Um exemplo disso pode ser visto na
tela de Diego Rivera (1886-1957), um impor-
tante pintor mexicano. Na obra denominada
“Vendedora de Flores”, os copos-de-leite são
o centro da atenção.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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O que são os copos-de-leite?

Você provavelmente dirá que são flores e o artista devia achar isso também.
Porém, para os cientistas, não é bem assim.
Pesquise sobre os copos-de-leite e veja o que a Ciência afirma sobre eles.
Mas, antes de falarmos mais sobre isso, vamos estudar outros órgãos
vegetais.

Raiz
Observe a árvore da foto, arrancada do chão pela força de ventos violentos, ela mostra
parte de suas raízes e revela uma das funções desempenhadas pelas raízes: a de sustentação.
As raízes “ancoram” o vegetal ao solo. À medida que a planta cresce, suas raízes se espalham
para longe, aumentando a sustentação e a capacidade de absorção de água, outra função
das raízes.
A água e minerais absorvidos pelo vegetal
constituem a seiva bruta, que será transpor-
tada a toda planta por meio de um sistema
de vasos condutores que se estendem até as
folhas, onde acontece a fotossíntese, com a
transformação da seiva bruta em seiva ela-
borada.

Tipos de Raízes
Dependendo do local onde vive a planta e das necessidades que ela apresenta, existem
raízes com aspectos diversos. Veja, nos esquemas abaixo estão representados dois tipos de
raízes.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Há raízes que acumulam substâncias de reserva, denominadas tuberosas, e têm grande


importância econômica, pois são importantes alimentos: cenoura, beterraba, mandioca, ra-
banete, batata-doce, nabo.

Nabo. Beterraba. Cenoura.

Outras ajudam a sustentar plantas muito grandes ou que crescem em terrenos instáveis,
são as raízes tabulares, das grandes árvores, e as raízes escora, das plantas de mangue.

Existem raízes aéreas, isto é que ficam fora


da terra e servem para fixar plantas, como as or-
quídeas, por exemplo. Elas também absorvem
umidade do ar.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Há ainda, raízes aquáticas, presentes em plantas que flutuam na


superfície de lagos, lagoas e tanques.

Caule
São estruturas de sustentação do vegetal. Nas grandes árvores, sus-
tentam a imensa copa e podem medir quase cem metros de altura.
Pelo caule passam vasos condutores de seiva, que interligam as
raízes às folhas.
Há dois conjuntos de vasos: o xilema, com vasos lenhosos por onde
passa a seiva bruta, e o floema, com vasos liberianos por onde passa
a seiva elaborada (já transformada pela fotossíntese).
Caules possuem estruturas denominadas “gemas” em que exis-
tem células especializadas no crescimento (altura) e na formação de
ramos laterais.
Assim como as raízes são muito variadas, os caules também o são.
A maior parte dos caules que você identifica são aéreos, como o
tronco, o colmo, o estipe e a haste.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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O tronco é o caule das grandes árvores, é lenhoso e geralmente, com copa bem ramificada;
o colmo é o caule dos bambus e da cana-de-açúcar; o estipe é um caule sem ramificações e com
uma coroa de folhas na copa, é o das palmeiras e dos coqueiros; e a haste é um caule macio,
flexível, comum em plantas menores, como a erva-doce.

Existem também caules denominados rastejantes que,


como o nome sugere, crescem rente ao solo, é o caso das
abóboras e melancias.

Há também, caules subterrâneos, crescem embaixo do


solo, como os rizomas, tubérculos e bulbos.

Rizoma de gengibre – Esse tipo Tubérculo da batata – rico em Bulbo da cebola – com folhas
de caule também ocorre na bana- amido, possui gemas de onde modificadas que armazenam
neira. brotam galhos e raízes. nutrientes.

Os caules podem apresentar modificações como gavinhas e espinhos. Gavinhas ajudam


a sustentar o vegetal e podemos observá-las em plantas que se apóiam a um suporte, como
as uvas e os chuchus. Os espinhos têm função protetora e podem ser vistos nas laranjeiras,
por exemplo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


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Folha
As folhas, em geral, são formadas por uma lâmina verde, denominada limbo.
A cor verde é dada pela presença de uma substância, a clorofila, que tem papel essencial
durante a fotossíntese.
No limbo, existem células especiais, os estômatos, com as quais as folhas realizam trocas
com o meio ambiente.

Cada estômato possui duas células modificadas, com formato de grão de feijão.
Entre elas existe um espaço, o ostíolo, que, ao abrir ou fechar, regula a entrada e a saída
de gases da planta.

Fotossíntese

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A fotossíntese é um conjunto de reações químicas através das quais as plantas elaboram


seu alimento e produzem oxigênio, que é liberado para a atmosfera.
Para que a fotossínteses aconteça há necessidade de luz, clorofila, água e gás carbônico.
A luz vem do Sol, a clorofila é produzida pelo vegetal, a água é absorvida pelas raízes e o gás
carbônico entra nas folhas através dos estômatos.
A reação pode ser descrita da seguinte maneira:

luz
Gás carbônico + água Glicose + oxigênio
clorofila

A Transpiração
Além da fotossíntese, as plantas realizam um processo denominado transpiração, no qual
há eliminação de vapor de água para o ambiente. A transpiração é o mais importante meca-
nismo para garantir a subida da seiva pelos caules.
Pense bem, em uma árvore de 60 a 70 metros de altura (um prédio de 20 andares), a seiva
bruta deve ir das raízes até a copa e isso se faz contra a gravidade.

Como a água sobe?

A mais importante forma de elevar essa água é por meio da transpira-


ção foliar. À medida que a água sai pela folha, novas quantidades de água
são absorvidas pelas raízes. É preciso que haja um estoque de água para
repor a que se perde, caso contrário, a planta morre por desidratação.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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Gutação
É o fenômeno de perda de água em forma líquida pelas bordas
de algumas folhas, como no morangueiro.

Modificações Foliares
As folhas podem apresentar algumas modificações, visando
proteção ou complemento de alimentação. Com a função de pro-
teção, podemos citar espinhos, como os dos cactos, que são folhas
modificadas. Nessas plantas, a fotossíntese é feita pelas células do
caule, que é verde.
Ainda com função de proteção, podemos citar folhas que
recebem o nome de brácteas. Essas folhas protegem flores e ge-
ralmente são bem coloridas ou vistosas. É o caso do antúrio e do
copo-de-leite. Aquilo que parece ser a flor, na verdade, é uma folha
que protege as flores verdadeiras, situadas no eixo ao redor do qual
a bráctea se fixa.

Algumas plantas crescem em solos pobres em alguns minerais e, para conseguir superar
essa carência, desenvolveram estruturas capazes de garantir o complemento mineral necessário
ao seu desenvolvimento. Estamos falando das plantas insetívoras, que capturam insetos de
forma a suprir aquilo que não encontram no solo. Para isso, elas possuem folhas que prendem
e digerem as pequenas presas. Há diversos mecanismos pelos quais as plantas “caçam” insetos,
mas em todos elas, a armadilha é uma modificação foliar.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Flor
A flor é uma conquista evolutiva das Angiospermas e está relacionada à reprodução desses
vegetais. Muito variadas quanto suas formas, tamanhos e cores, elas abrigam os aparelhos
reprodutores feminino e masculino das plantas, às vezes, os dois juntos, quando a planta é
hermafrodita, ou separados, quando existem indivíduos masculinos e femininos.

Partes de uma Flor


Uma flor completa pode ser esquematizada como na representação abaixo:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


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Podemos encontrar estruturas ligadas à proteção e à atração de agentes polinizadores


e estruturas diretamente relacionadas à reprodução. Acompanhe a explicação, a numeração
abaixo corresponde ao que se vê no esquema.

1. Pedúnculo floral: é a haste que prende a flor ao galho.


2. Receptáculo floral: é uma dilatação do pedúnculo; ali estão fixadas as outras estruturas da flor.
3. Sépalas: são folhas modificadas, em geral verdes; compõem o cálice.
4. Pétalas: também são folhas modificadas, muitas vezes coloridas e vistosas; formam a corola.
5. Estames: fazem parte do sistema reprodutor masculino, denominado androceu. Cada estame
é formado por um eixo, o filete (5a), com uma porção dilatada na ponta, a antera(5b), onde
são produzidos os grãos de pólen.
6. Carpelos: são folhas modificadas que compõem o sistema reprodutor feminino, denominado
gineceu. Um carpelo possui estilete (6b), um tubo que se liga ao ovário (6c), onde são
produzidos os óvulos ( 6d), a extremidade superior do estilete é dilatada, e recebe o nome
de estigma (6a).

Reprodução
Quando a flor está “madura”, as anteras se abrem e liberam grãos de pólen. Esses grãos
de pólen devem chegar ao gineceu, no mecanismo denominado polinização. A polinização
pode ser feita por diversos agentes: insetos, pássaros, morcegos, água, vento. Em geral, as
plantas cujas flores são vistosas e perfumadas fazem polinização por meio de animais, que
são atraídos a elas exatamente pela beleza e perfume. As plantas cujas flores são singelas,
como as gramíneas, em geral fazem polinização pelo vento ou pela água.

Polinização efetuada por inseto.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Quando o pólen cai sobre o estigma, há o crescimento do tubo polínico que percorre o
estilete e chega ao ovário, fecundando o óvulo. Forma-se então a célula-ovo ou zigoto, que
se multiplica e dá origem ao embrião.

O embrião fica abrigado na semente e a semente é protegida pelo fruto.

Fruto
É formado pelo desenvolvimento do ovário. Existem muitos tipos de frutos, mais simples ou
mais complexos. Um fruto simples possui, basicamente, duas partes: o pericarpo e a semente.
Pericarpo é o conjunto de estruturas que envolvem a semente. Nele podemos observar
uma casca externa (epicarpo), uma parte muitas vezes carnosa e comestível (mesocarpo) e
uma porção interna que envolve a semente (endocarpo).

endocarpo epicarpo

semente
mesocarpo

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


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O abacate e todos os frutos que possuem pericarpo macio são denominados frutos
carnosos. Fazem parte deste grupo: laranja, mamão, melancia, tomate, manga, abóbora,
pêssego, melão...
Os frutos cujo pericarpo é seco, recebem o nome de frutos secos. Como exemplo, pode-
mos citar: avelã, noz, soja, ervilha, feijão, fava, trigo...
Nós já vimos que um fruto é resultado do desenvolvimento do ovário da flor. Existem,
porém, alguns que se formam a partir do receptáculo floral, sendo por isso denominados
de falsos frutos. É o caso do caju, em que a parte mole é resultado do desenvolvimento do
receptáculo floral e o fruto de verdade é a castanha. Veja:

falso fruto

castanha (fruto verdadeiro)

Fruto seco

Também são falsos frutos o morango, a pêra, o figo e o abacaxi.

Semente
Forma-se a partir das transformações sofridas pelo óvulo após a fecundação. Em seu in-
terior, encontramos o embrião.
A semente protege o embrião e, quando as condições ambientais são favoráveis, ocorre
a germinação, isto é, o embrião entra em atividade; suas células se dividem rapidamente de
modo a originar uma nova planta.
Muitas sementes armazenam substâncias que irão nutrir a nova planta enquanto ela não
for capaz de realizar fotossíntese. Esse material de reserva recebe o nome de endosperma.
O conjunto formado pela endosperma e o embrião é envolto por uma “casca”, o tegumento,
que se rompe quando a germinação inicia.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Para que uma espécie vegetal se espalhe por uma grande área, é
preciso que suas sementes se dispersem. Os mecanismos de dispersão
são variados, podendo acontecer com participação dos ventos, da
água corrente e também de animais. Veja como isso pode acontecer
com a ajuda das aves: em alguns casos, o fruto serve de alimento à
ave. Ao comê-lo, ela ingere também as sementes. Essas sementes não
são digeridas e ficam no sistema digestório do animal. Serão mais
tarde eliminadas com as fezes em regiões que podem estar muito
distantes do local onde a ave havia se alimentado.
Sementes dispersadas
pelo vento

E há sementes que “grudam” no animal e são assim trans-


portadas a grandes distâncias como o carrapicho e o picão.

Dispersão por animal

Assinale X na única alternativa correta:

1. No Brasil, a agricultura é basicamente formada pelo plantio de Angiospermas. Elas oferecem


alimentação tão farta que o homem pode ser denominado como “filho das Angiospermas”.
NÃO é produto das Angiospermas:
a) rapadura ( feita de melado de cana-de-açúcar).
b) pamonha (feita de milho).
c) doce de goiaba.
d) pinhão cozido.
e) moyashi (broto de feijão).

2. Nas plantas, para que haja fecundação é preciso que o gameta feminino encontre o gameta
masculino. Nas Angiospermas isso acontece através:
a) do ar. b) da água.
c) de insetos. d) das sementes.
e) dos tubos polínicos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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3. A principal função da flor é:


a) fotossíntese.
b) secreção.
c) transporte.
d) reprodução.
e) estética.

Leia o texto abaixo e responda ao que se pede:

Redução de CO2 permitiu às plantas ter folhas


Estudo com fósseis mostra que folhas cresceram na Era Paleozóica, período de declínio
de dióxido de carbono no planeta.
Nem sempre as plantas tiveram folhas, e foi preciso a combinação de algumas condições
para que elas se tornassem semelhantes ao que são hoje. Uma das condições, segundo
estudos, foi a redução do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre.
Cientistas britânicos estudaram 300 fósseis de uma ampla variedade de plantas e
constataram que a média do tamanho das folhas aumentou em 25 vezes no período de
340 milhões a 380 milhões de anos atrás, exatamente no intervalo em que caiu o nível de
CO2. O declínio do dióxido de carbono ocorreu na Era Paleozóica, de 540 milhões de anos
a 250 milhões de anos atrás.
Em duas espécies, os pesquisadores observaram que o aumento repentino no tamanho
das folhas coincidiu com uma elevação de oito vezes no número de estômatos – os poros
que absorvem CO2. Os cientistas acreditam que, enquanto havia grande concentração
de dióxido de carbono no ar, as plantas não precisavam das folhas e de estômatos para
absorvê-lo em quantidade.
(adaptado de Estado de São Paulo - 06.07.2004 ).

4. Faça um desenho representando os estômatos e suas estruturas.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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5. Qual a função dos estômatos foliares?

6. Por que as plantas precisam do gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2)?

7. Em relação a algumas plantas, as pessoas afirmam “pode plantar que ela pega de galho”,
afirmando que, ao plantar um galho, será possível produzir nova planta. Isso é verdade.
Acontece com a rosa, com a mandioca, com o chorão. Porém, é preciso que existam, no
galho plantado, “gemas”. Qual o papel das gemas para o vegetal?

8. O que são gavinhas? Em que plantas vamos encontrá-las? Cite exemplo.

9. Dentre os vegetais terrestres, estudamos as Briófitas, as Pteridófitas, as Gimnospermas e


as Angiospermas, cite o grupo que possui:
a) raiz, caule e folha. a)
b) raiz, caule, folha, flor, fruto e semente. b)

Observe o esquema abaixo, nele estão representadas as raízes, o caule e as folhas de um


vegetal. As setas indicam o caminho da seiva bruta.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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10. Que fenômeno irá acontecer na folha, transformando a seiva bruta em seiva elaborada?

11. Qual o nome da estrutura situada em A, por ali ocorrem trocas gasosas na planta.

12. Qual o nome do conjunto de vasos por onde trafega a seiva bruta?

13.A raiz absorve água continuamente, qual é o principal mecanismo que garante a subida
da água pelo caule?

sugestão de sites

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/chdia/n338.htm

http://www.canalkids.com.br/surpresa/raflesia.htm

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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RECAPITULANDO
As algas pluricelulares compõe três filos: Rodófita, Feófita e Clorófita.
As Rodófitas são as algas vermelhas. Algumas são usadas como alimento e outras têm
emprego industrial.
As Feófitas são as algas pardas. Podem alcançar grande tamanho.
As Clorófitas são as algas verdes.
As Briófitas compõem o primeiro grupo de vegetais exclusivamente terrestres. Têm pe-
queno porte e na possuem sistema de vasos condutores. O gametófito é a fase duradoura.
Dependem da água para a reprodução. São os musgos.
As Pteridófitas (samambaias, xaxins, avencas) já possuem sistema de vasos condutores
e podem alcançar um bom tamanho. A fase duradoura é o esporófito, ainda dependente da
umidade para a reprodução.
As Gimnospermas (pinheiros, cedros, sequóias) possuem semente que se forma em
estruturas reprodutivas denominadas estróbilos. Podem alcançar grandes tamanhos e são
independentes da água no que diz respeito à reprodução.
As Angiospermas possuem raiz, caule, folha, flor, fruto e semente. São o grupo de plantas
mais numeroso e variado, servem como fonte de alimento para a humanidade.
Existem dois grupos de Angiospermas, as Monocotiledôneas e as Dicotiledôneas, conforme
a semente possua um ou dois cotilédones.
As raízes fixam o vegetal ao solo e absorvem água e sais minerais. Algumas raízes acu-
mulam substâncias de reserva.
O caule sustenta a copa do vegetal e por ele há circulação de seiva bruta e elaborada, atra-
vés dos vasos lenhosos e liberianos. Existem caules que acumulam substâncias de reserva.
A folha realiza a fotossíntese, processo bioquímico pelo qual a planta sintetiza seu alimento
e produz oxigênio, usando para isso a luz do Sol, a água e o gás carbônico. realiza também
a transpiração, que é a perda de vapor de água para a atmosfera. Algumas plantas perdem
água na forma líquida, é a gutação.
A flor contém os órgãos reprodutores da planta.
A reprodução se faz com o grão de pólen caindo sobre o estigma da flor e ali desenvol-
vendo um longo tubo polínico, na extremidade do qual estão os gametas masculinos. Após
a fecundação, o ovário da flor se desenvolve, formando o fruto. Dos óvulos fecundados for-
mam-se as sementes.
O fruto protege a semente e é importante para a dispersão delas. Alguns frutos armazenam
substâncias nutritivas e são denominados carnosos, outros não, são os frutos secos.
A semente contém o embrião e armazena substâncias que irão nutri-lo quando do início
da germinação.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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planta diminuem ou aumentam e isso fica


GABARITO registrado no tronco. Quando a árvore é
cortada, a contagem desses anéis dá uma
idéia aproximada da idade do vegetal.
Capítulo 1 5. Pesquisa.
6. É o estróbilo da Araucária desenvolvido, nele
estão os pinhões.
pág. 7 7. É a semente da Araucária.
1. b 8. Faz referência à árvore conhecida como
2. d pinheiro-do-paraná, Araucaria angustifolia.
3. e 9. As samambaias são pteridófitas, plantas
em que a reprodução ainda depende da
4. Porque as estruturas semelhantes à raiz, ao
água. Os gametas masculinos são móveis e
caule e às folhas dessas plantas não pos-
“nadam” na água até encontrar os gametas
suem sistema de vasos condutores.
femininos.
5. São as briófitas.
10.a) Pteridófitas.
6. A ausência de um sistema de vasos condu- b) É o esporófito, porque é ela que produz
tores de seiva. esporos.
7. É retirado de um grupo de algas vermelhas, c) Os soros, conjuntos de esporângios.
do gênero Gellidium. d) Produzem esporos.
8. Não, ela é uma alga pluricelular do filo das
clorófitas (gênero Ulva).
9. Elas precisam absorver a água do ar através
das células de seu corpo e precisam da água Capítulo 3
para a reprodução, os gametas masculinos
se movimentam na água. pág. 21
10.Pesquisa.
1. b
2. c
3. d
Capítulo 2 4. No interior das sementes há um cotilédone
apenas.
pág. 13 5. No grupo das Angiospermas.
1. O termo conífera está relacionado aos co- 6. Por sua extração exagerada.
nes ou estróbilos, estruturas de reprodução 7. O mogno é madeira retirada de uma árvore,
produzidas por essas plantas. que, sendo Angiosperma, produz frutos que
abrigam as sementes.
2. O desenvolvimento de um sistema de vasos
condutores de seiva. 8. À divisão das Angiosperma.
3. Cedros fazem parte da divisão das Gimnos- 9. Porque foi observando a mudança de atitu-
permas. de dos animais que os pastores resolveram
experimentar o café.
4. A avaliação da idade das plantas é feita pela
contagem dos anéis de crescimento do 10.Pesquisa.
tronco. A cada período de outono-inverno
e primavera-verão, os vasos condutores da

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Capítulo 4
pag. 37
1. d
2. e
3. d
4.

5. Por eles entram gases que a planta utiliza


na fotossíntese e saem vapor de água e
oxigênio.
6. Para realizar a fotossíntese. Esse gás associa-
do à água leva à formação de glicose e de
oxigênio.
7. As gemas possuem células capazes de ori-
ginar raízes e ramos.
8. São modificações caulinares que ajudam na
fixação do vegetal. Ocorre em parreiras, por
exemplo.
9. a) Pteridófitas.
b) Angiospermas.
10.Fotossíntese.
11.Estômato.
12.Xilema, conjunto de vasos lenhosos.
13.A água sobe auxiliada pela transpiração
foliar. À medida que a água sai pela folha,
mais água entra pelas raízes.

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Referência de Imagens
Banco de Imagens do IESDE

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