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AUTOR
Geografia / Leisa Moreira Melhoretto. - Curitiba : IESDE, 2004
000 p. : il. ; 00 cm

1. Geografia - estudo e ensino. I. Leisa Moreira Melhoretto. II. Título

CDD (1oed.)
000.0000

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Luís do Amaral
Coordenação e Revisão Pedagógica
Robson Santos da Silva
Coordenação Editorial
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Antonio Eder
Produção Intelectual

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5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O planeta Terra será abordado de forma


a possibilitar a compreensão das diferen-
tes maneiras pelas quais as sociedades
humanas constróem o espaço geográfico
de acordo com suas necessidades, num
processo de interação com os diferentes
ambientes. Além disso, compreendere-
mos os métodos de orientação geográfi-
ca por meio de uma análise histórica do
homem durante sua evolução na Terra,
definindo meios para melhor identificar e
se locomover entre os diferentes espaços.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

A Geografia
Neste capítulo estudaremos os conceitos de tempo e espaço. Diferenciaremos através
de alguns exemplos os diferentes aspectos de análise temporal e espacial. Observaremos
as transformações do homem no meio, percebendo as alterações existentes no espaço,
portanto, conceituaremos o espaço natural e o espaço geográfico. Estaremos também ana-
lisando o que é a Geografia e qual o seu papel na atual sociedade, percebendo o homem
como agente transformador do espaço geográfico.

A Noção de Tempo e Espaço


Para compreendermos a noção de tempo e
espaço, utilizamos de certos parâmetros, ou seja,
noções espaciais de escala que envolvem os diferen-
tes elementos que estamos tratando. Por exemplo:
comparando a distância da Terra em relação ao Sol
(150 milhões de quilômetros), podemos afirmar que
o nosso planeta está próximo da Lua, aproximada-
mente 384 mil Km. Ao passo que se a escola está
localizada a 10 Km da sua casa e você precisa se des-
locar a pé, podemos considerá-la como distante. Uma ponte áerea entre as cidades
de Curitiba-PR e São Paulo-SP dura em
média 50 minutos, utilizando-se uma ae-
ronave moderna. Porém, utilizando um
ônibus, a viagem pode durar até 8 horas.
Além da sua alta velocidade de cruzeiro,
geralmente superior a 900 Km/h, o avião
realiza uma trajetória mais retilínea, não
precisando contornar as curvas existentes
nas estradas, reduzindo o tempo de per-
curso e criando no viajante uma sensação
de que não houve um deslocamento tão
distante.
Estes exemplos servem para mostrar
que a noção de distância é relativa, pois
depende de vários fatores.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Se formos pensar em tempo, será que podemos considerá-lo relativo, assim


como o espaço?

Meu pai tem 32 anos e, com essa idade, não consideramos as pes-
soas velhas... mas meu avô tem um fusquinha com a mesma idade do
meu pai e todos o consideram um carro antigo!

Realmente, quando nos referimos ao tempo, este também torna-se relativo dependendo
dos elementos que estamos tratando e principalmente, comparando-o. Estas noções são de-
finidas culturalmente em cada sociedade humana. Para organizar a noção de tempo, nossa
sociedade o definiu em dois tipos: o tempo histórico e o tempo geológico.
O tempo histórico é utilizado para narrar as ações do homem anteriores à invenção da
escrita até a atualidade. Nas sociedades cristãs, utiliza-se o nascimento de Jesus Cristo como um
marco, ou seja, antes do seu nascimento utilizamos a nomenclatura a.C. (antes de Cristo) e d.C.
(depois de Cristo). Para a narração de fatos relacionados ao homem anteriores ao surgimento da
escrita, utilizamos o termo pré-história, sendo estes fatos desvendados por meio da descoberta
de vestígios pré-históricos, como os fósseis, ossadas e artefatos rudimentares encontrados e
interpretados pelos arqueólogos.
O tempo geológico é utilizado para narrar as transformações do Universo e do nosso
planeta, o surgimento do Sol, da Terra, da Lua, das montanhas, dos oceanos etc. Como o
tempo geológico remonta passados muito distantes, os números que o compõem são bas-
tante grandes, acima dos milhões e bilhões de anos, o que nos acarreta grandes dificuldades
para compreendermos o real significado do tempo. Por isso, é importante trabalharmos com
relações, como no exemplo a seguir:
Calcula-se que a Terra tenha sido formada aproximadamente a 4,6 bilhões de anos. To-
memos este número como as 12 horas de um relógio:

2:52 a Terra começa a se resfriar, formando as


primeiras rochas.
4:20 aparecem as primeiras formas de vida,
representadas pelas bactérias.
10:30 os animais pluricelulares passam a viver
em diferentes regiões da Terra.
11:18 surgem os primeiros vegetais terrestres.
11:25 surgem os dinossauros.
11:59½ no continente africano surgem os primei-
ros ancestrais do homem, representados
pelo homo habilis.

Nossa sociedade conta e organiza o tempo por meio de um calendário formulado a partir
da observação do movimento aparente do Sol e da Lua, o qual é dividido em anos, meses,
dias, horas, minutos e segundos.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A Medição de Tempo na Antiguidade


Na Mesopotâmia e no Egito, a medição dos dias ou das
horas era feita, inicialmente, pela posição da sombra de
um poste conhecido como gnômon, fincado verticalmente
no chão. O ângulo formado entre a sombra do poste ao
nascer e ao pôr do sol era dividido em doze partes iguais
que representavam as doze “posições” do Sol, transfor-
mando-se, mais tarde, em horas.
O número de dias compreendido entre a sombra mais
longa formada pelo poste – o solstício (meio) do inverno
– e a sombra mais curta – o solstício de verão – era calcu-
lado como uma metade do ano. Por volta de 2000 a.C., os
egípcios estabeleceram um ano de 365 dias. A exatidão
desse cálculo era conferida com o transbordamento anual Relógio do sol
do Nilo, um evento que acontecia com bastante regula-
ridade.
Por muito tempo, o gnômon, que se tornou peça de acabamento primoroso, e o relógio
de Sol continuaram a ser os principais meios de calcular o tempo. Descobriu-se também, nos
tempos antigos, que as fases da Lua poderiam desempenhar um papel importante na medição
do tempo. O período entre o quarto crescente e o quarto minguante, de aproximadamente
28 dias, podia ser dividido por quatro, fornecendo uma divisão prática do ano em semanas.

Tempo X Espaço
Quando olhamos e interpretamos uma paisagem, ou seja, um espaço formado por ele-
mentos naturais e culturais, podemos identificar marcas de vários períodos históricos. Observe
as figuras a seguir:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Observe o contraste entre as várias edificações. Algumas foram construídas a mais de cem
anos e outras recentemente, a menos de cinco anos.
Estes contrastes verificados nas paisagens refletem a maneira pela qual os homens, durante
a história, se relacionaram entre si e com os elementos naturais. Entretanto cada sociedade cons-
truiu ao longo do tempo um tipo característico de integração com o meio natural, relação esta
verificada pelos diferentes tipos de habitações, métodos de sobrevivência, produção de bens,
crenças, hábitos e demais características que compõem o aspecto cultural característico de cada
sociedade. Quando falamos em espaço geográfico, temos que lembrar que a ação humana não
é individual, pois vivendo em conjunto as ações passam a ter um sentido coletivo.

O Espaço Natural
Já faz muito tempo que o homem surgiu em nosso planeta. Nossa espécie, o homo sa-
piens, supõe-se que já esteja ocupando os espaços terrestres a mais de 40 mil anos. Durante
esse tempo ele migrou da África e espalhou-se por todos os demais continentes, trabalhando
para alcançar sua adaptação às condições que os diferentes ambientes lhes apresentavam. No
último século, locais considerados inóspitos1 como a Antártida e algumas cordilheiras, como
a do Himalaia, foram desbravadas por viajantes, aventureiros e pesquisadores com o auxílio
de tecnologias de transporte e de manutenção das condições físicas humanas.
Portanto, podemos definir espaço natural, também chamado de Primeira Natureza,
sendo o espaço criado pela própria natureza sem a interferência humana, ou seja, é
aquele que resultou da evolução da própria natureza, ou digamos, da ação dos elemen-
tos naturais, como fenômenos geológicos, o ciclo da água, a fotossíntese e outros.

É possível afirmarmos que ainda existem espaços naturais na Terra?


Essa é uma pergunta interessante: Se realmente conseguimos alcançar todos os
pontos da Terra, podemos passar a considerar o espaço natural como espaço geográfico.
Porém, é importante frizarmos que existem elementos naturais, ou seja, todos aqueles que
o homem não produz.
O Espaço Geográfico
Como vimos, praticamente todo o planeta Terra já é conhecido pela nossa espécie. Mes-
mo de maneira indireta, as ações do homem influenciam todos os locais do planeta, como
por exemplo, a emissão de gases industriais poluidores, que ao alcançarem a alta atmosfera
são deslocados para todas as partes do globo, alterando as características climáticas desses
lugares. Dessa forma, transformamos o espaço natural em espaço geográfico, mas, para o
modificarmos de maneira coerente, precisamos conhecê-lo, estudá-lo e compreendê-lo.
Nossa sociedade estrutura o espaço em zonas urbanas e rurais. As zonas urbanas, por
exemplo, são organizadas em áreas residenciais, comerciais, industriais, de lazer, entre outros.
Da mesma maneira, as zonas rurais são organizadas em áreas agrícolas, pastoris, de extração
de recursos naturais e de conservação e preservação ambiental.
Quando afirmamos que o homem modifica e organiza o espaço, queremos dizer que ele mo-
difica, isto é, transforma a natureza primitiva, também chamada de Primeira Natureza ou espaço
natural, em uma espécie de Segunda Natureza, a qual corresponde à natureza humanizada, que

1. inóspito - lugar onde as características naturais dificultam a sobrevivência humana.

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denominamos de Espaço Geográfico. Assim, podemos conceituar o Espaço Geográfico como


aquele que resulta da ação do ser humano sobre a natureza. Por ser criado pelo homem, é um
espaço artificial ou uma segunda natureza. Corresponde, por exemplo, aos campos cultivados,
as rodovias, túneis, viadutos, ruas, avenidas, cidades, etc.
Esta organização é feita de modo a facilitar as atividades humanas e também para otimizar
a finalidade do lucro nas atividades produtivas.

Palácio Imperial em Tóquio e o parque que o circunda. Agricultura de trigo - Estados Unidos

Na zona rural, as áreas são utilizadas de acordo com suas várias características geográficas,
levando-se em consideração fatores como o clima, relevo, solo e subsolo, vegetação, altitude
e latitude.

O Papel da Geografia
Se formos realizar uma análise da palavra Geografia, temos: Geo = terra / grafia = descrição.
Poderíamos então considerar esta ciência como uma simples descrição da Terra?
Acredita-se que a ciência geográfica, mais do que descrever um fenômeno, é a ciência
que interpreta e analisa os fatos produzidos pela relação homem x natureza.
A maioria dos geógrafos contemporâneos concorda que a Geografia é o estudo da superfí-
cie da Terra enquanto morada humana. Porém, existem muitas maneiras de se fazer Geografia
e não podemos afirmar que uma está certa e a outra errada.
De toda forma, a Geografia que aprendemos na escola deve priorizar a análise do homem
enquanto um ser que se utiliza dos recursos naturais de acordo com suas necessidades, cons-
truindo assim um tipo especial de espaço: o geográfico. Este espaço geográfico é o cenário
no qual homens se relacionam entre si, produzindo cultura e também, em alguns casos, de-
sigualdade social. Dessa forma a Geografia se preocupa com as questões sociais, territoriais,
políticas, culturais e ambientais, pois ela é uma espécie de elo de ligação entre as ciências
sociais e naturais.
Muitos geógrafos dividem este ramo da ciência em Geografia Física e Geografia Hu-
mana.
A Geografia Física: trata do espaço elaborado pela natureza, independentemente da
ação humana. Essa divisão compreende ramos distintos como a climatologia (clima), a Geo-
morfologia (relevo), vegetação, dentre outros.
A Geografia Humana: é o estudo explicativo do espaço elaborado pelo homem. A Geo-
grafia humana conta também com diversos ramos, dentre eles, a Geografia da População, a
Geografia Agrária, a Geografia Industrial e outros.
Entretanto, a relação homem x natureza é tão complexa que em muitos casos não conse-
guimos definir onde começa o físico ou o humano, pois ambas as categorias se relacionam a
quase todo o momento de forma intrincada.

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Se analisarmos os aspectos problemáticos do nosso planeta, identificaremos uma série de


conflitos de ordem social, como a fome, a violência, a falta de saúde e educação, as guerras
e problemas diversos que causam o sofrimento de uma grande parte da população mundial,
principalmente dos países mais pobres. Por outro lado, identificamos uma minoria populacional
com acesso a todos os benefícios que a modernidade tecnológica oferece, porém, causando
uma imensa pressão ambiental frente as exigências cada vez maiores de recursos naturais em
face ao consumo excessivo de bens de consumo.
Diagnosticar e promover mudanças nessas relações exis-
tentes entre ricos e pobres e entre conservação e destruição
ambiental é um dos papéis principais da Geografia neste
início de século e milênio. Para isto, ela dispõe de técnicas
e métodos próprios, fundamentados pela produção e inter-
pretação de mapas, que auxiliam no entendimento espacial
dos fenômenos.

Catador de papel no centro de Tóquio


Tóquio - Japão

1. Conceitue:
a) Primeira Natureza:

b) Segunda Natureza:

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2. Identifique no lugar onde vocêvive, um tipo de intervenção humana que o torna um es-
paço geográfico:

3. Procure em jornais, revistas, internet ou outro meio de comunicação, imagens e informa-


ções relacionadas a algum problema ambiental. Recorte as imagens, cole no seu caderno
e faça um comentário.

4. Enumere:
( 1 ) Tempo histórico
( 2 ) Tempo geológico

( ) Utilizado para narrar as transformações do Universo e do nosso planeta, o surgimento


do Sol, da Terra, da Lua, etc.
( ) Utilizado para narrar as ações do homem anteriores à invenção da escrita até a atualida-
de.

5. Complete:
a) Calcula-se que a Terra tenha sido formada aproximadamente a __________ de anos.
b) Descobriu-se nos tempos antigos, que as __________ da Lua poderiam desempenhar
um papel importante na medição do __________.
c) Quando olhamos e interpretamos uma __________, ou seja, um espaço formado por
elementos __________ ou culturais, podemos identificar marcas de vários períodos
__________.
d) Utilizando a noção de tempo e __________, utilizamos certos parâmetros, ou seja,
noções __________ de escalas que envolvem os diferentes __________ que estamos
tratando.

6. O homem se diferencia dos outros animais, porque:


a) É o único que modifica a natureza visando exclusivamente à melhoria das condições
de vida de toda a humanidade e também dos animais.
b) É o único que não depende da natureza para sobreviver.
c) Sendo dotado de inteligência, é o único animal que não agride a natureza.
d) É o único que modifica a natureza para criar um ambiente próprio diferenciado e arti-
ficial.
e) É o único que devolve à natureza tudo aquilo que dela extraiau.

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7. Através de seu conhecimento, explique o que é a Geografia:

8. Dê a definição de Geografia Física e Geografia Humana, citando exemplos:

9. A palavra espaço pode ter diferentes significados. Pode referir-se ao conjunto de sistemas
de astros, significando o espaço sideral. O espaço social e o espaço econômico referem-se
às relações sociais e econômicas.
a) Verdadeiro
b) Falso

QUESTÃO DESAFIO

10. Pesquise sobre a definição abaixo:

“Na verdade, pode-se dizer que praticamente, não existem mais espaços naturais total-
mente livres da ação direta ou indireta do homem.”

A afirmação está:
a) Totalmente errada
b) Parcialmente errada, porque a Antártida está totamente livre da ação do homem.
c) Certa
Justifique sua resposta.

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sugestão de filme

A Máquina do tempo “The Time Machine”


(1960 - 99m). Columbia Tristar.

SINOPSE - Hoje aqui, de partida para o amanhã. Quando George (Rod Taylor)
se senta ao comando do seu novo invento, ele tem o tempo todo do mundo.
Ele inventou uma Máquina do Tempo que o transporta de 1899 para outras épocas como os
tempos bélicos do século XX ou para o ano 802701. Nesta época longínqua, o sereno povo
Eloi depara-se com um futuro tenebroso ao ver-se prisioneiro dos monstruosos Morlocks...
a não ser que um estranho viajante do tempo vindo do passado intervenha a seu favor.

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CAPÍTULO 2

O Espaço Sideral
Neste capítulo estudaremos os concei-
tos relacionados ao Universo. Descreveremos
a variedade de astros, para que possamos
identificar suas características e perceber o
Sistema Solar e a Terra como integrantes do
espaço cósmico. Abordaremos a Teoria do Big
Bang, para mostrar como uma das hipóteses
para explicar o surgimento do Universo.

Quem ainda não olhou para o céu noturno


sem nenhuma nebulosidade e se deparou com
uma grande quantidade de estrelas? Qual a dis-
tância que elas estão da Terra? Nós podemos
viajar até elas? Será que todos estes astros bri-
lhantes são estrelas?

O céu noturno sempre foi um grande enigma


para o homem. Sua existência estimulou a curiosi-
dade de várias civilizações, as quais já observavam
com grande admiração os fenômenos astronô-
micos. Há 3 mil anos a.C., a Astronomia pré-his-
tórica já reconhecia os fenômenos de rotação e
translação do Sol e sua influência na definição
das estações do ano. Os chineses, a cerca de 2 mil
anos a.C. desenvolveram escolas astrológicas que
colaboravam para o aprimoramento das observa-
ções. Sacerdotes das civilizações mesopotâmicas
do Oriente Médio passaram séculos registrando os movimentos aparentes do Sol, da Lua e dos
Planetas, tentando compreender a maneira como ocorriam os eclipses. Além desses povos
citados, muitos outros colaboraram para o aperfeiçoamento das técnicas e das observações
sobre o Universo e, se hoje o homem já consegue enviar sondas espaciais para outros planetas,
isso é possível graças à contribuição desses povos.

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Talvez nada comparado à existência do Universo cause tantas dúvidas aos seres huma-
nos. “De onde tudo surgiu?”, “Quem fez?” e “Por que fez?” são perguntas que estão longe de
serem respondidas com precisão pela ciência. Assim sendo, é na religião que grande parte
das pessoas irá se apoiar para a explicação da existência do universo.
Porém, a hipótese mais aceita entre a comunidade científica para explicar a formação do
Universo é a teoria do Big Bang, ou Grande Explosão. Para se chegar até essas conclusões,
muitas investigações científicas foram feitas com o auxílio da matemática, da física, da quími-
ca, da astronomia e por meio de instrumentos como telescópios, sondas espaciais, satélites,
foguetes e computadores.

A Origem do Universo
Para explicarmos a teoria do Big Bang, primeiro vamos entender algumas questões im-
portantes sobre a estrutura do Universo.
O Universo possui uma lógica hierárquica, ou seja:
O Universo é formado por bilhões de galáxias.
Cada galáxia é formada por um grupo de estrelas.
Cada estrela pode atrair em sua órbita milhares de astros celestes como planetas, co-
metas, meteoros e meteoritos.
Um planeta pode atrair em sua órbita um satélite.

Um estudo realizado em 1929 por Edwin Hubble comprovou que as galáxias estão se
afastando umas das outras. Partindo do princípio lógico que se as galáxias estão se afastan-
do significa que em um dado momento elas estiveram próximas. E se estavam tão juntas a
ponto de ficarem completamente comprimidas, provavelmente ocorreu uma explosão que
as fez começar a se afastar uma das outras, fenômeno que hoje podemos verificar por meio
de estudos.
Para entendermos melhor esse processo, imaginemos que no início tudo se resumia em
uma bexiga cheia d’água, que não suportando a pressão da água existente acabou explodin-
do. Com a explosão, a água espalhou-se por todos os lados. Em alguns lugares distantes de
onde ocorreu a explosão, formaram-se poças d’água (grandes estrelas) e em outros lugares,
formaram-se gotas dispersas (pequenas estrelas). As pequenas estrelas foram atraídas pelas
grandes estrelas, formando assim as galáxias e os sistemas.

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Provavelmente a força da explosão inicial continua fazendo com que as galáxias (gotas
e as poças d’ água) se afastem do núcleo da explosão e, por consequência, se afastem uma
das outras.

Mas o que Havia Antes do Big Bang?


Alguns cientistas acreditam que em um dado momento futuro, as galáxias que estão nesse
processo de expansão comecem a desacelerar, quando a força da explosão inicial que as empurra
se dissipar. Com isso, a força gravitacional (de atração) passaria a predominar em relação à força
da explosão (de afastamento), fazendo com que as galáxias começassem novamente a se juntar
até ficarem todas comprimidas. E, dessa forma, chegaria um momento que ocorreria uma nova
explosão, desencadeando todo o processo novamente. Se para a ciência isso é difícil de provar,
pelo menos para a capacidade filosófica da humanidade seria mais lógico e provável. Dessa for-
ma, perguntar o que havia antes do Big Bang acaba não fazendo muito sentido, pois extrapola
nossa capacidade de abstração.

Vamos fazer uma experiência?


Obtenha dois imãs: um deverá ter pelo menos o dobro do tamanho do outro. Verifique
o lado que cada imã exerce atração sobre o outro. Coloque-os em cima de uma superfície
lisa a uma certa distância um do outro, na qual não haja uma atração aparente. Comece a
aproximá-los lentamente, com a ponta dos dedos. Quando o campo magnético aumentar,
um ou os dois imãs se movimentarão de modo a se encontrar. Quando isso acontecer, repita
novamente a operação e agora observe qual imã, o maior ou o menor, se movimentou mais
rápido e numa maior distância.

Após a realização da experiência, fiquei com uma dúvida. Porque os planetas, as estrelas
e os satélites não se movimentam uns em direção aos outros, como no caso dos imãs?

Devido à distância que cada um se


encontra em relação ao outro, fazendo
com que a força gravitacional não seja
suficiente para se aproximarem, mas
também seja o necessário para que
não se afastem.
Outro grupo de cientistas defende que não exis-
tiu apenas um Big Bang e sim, vários. Esta hipótese
foi formulada após o lançamento do satélite Cobe
(Cosmic Backgraound Explorer) pela Nasa, em 1990.
Este satélite teve como objetivo rastrear resquícios
da energia térmica residual do Big Bang, que flutuam
no Universo por meio de ondas de rádio. Porém,
o Cobe detectou que essa energia residual não é
uniforme, o que poderia sugerir a existência de
várias explosões. Essa hipótese comprovaria que o
Universo é composto por vários centros.

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Todas essas teorias me fazem lembrar daquela charada: quem nasceu


primeiro, o ovo ou a galinha?

2.2 - O Sistema Solar


Mencionamos anteriormente sobre a formação do Universo, utilizando o exemplo das gotas
e das poças de águas. Acredita-se que logo após a grande explosão, os fragmentos lançados a
grande velocidade encontravam-se em combustão, ou seja, de maneira semelhante que o Sol hoje
se encontra. A Terra em um passado muito distante provavelmente já foi uma pequena estrela.
Essa tese faz sentido quando relacionamos que no interior do planeta ainda está muito quente,
com grande quantidade de material derretido devido às altíssimas temperaturas. Percebemos
isso facilmente quando ocorre uma erupção vulcânica. Já a Lua não mais possui nenhuma forma
de radiação calorífica em seu interior, ou seja, é um corpo celeste “morto”.
É importante salientar que o Sol é cerca de um milhão de vezes maior e a Lua é cerca de
quatro vezes menor do que a Terra. Assim, provavelmente quanto maior é o corpo celeste, maior
é o tempo que ele vai permanecer irradiando energia luminosa e calorífica, ou em outro termo,
queimando combustível. Obviamente esta característica também é relacionada à composição
física e química do corpo celeste. O Sol, por exemplo, irradia essa grande quantidade de energia
porque é composto de Hélio e Hidrogênio, gases que em combinação a determinada proporção,
tornam-se combustíveis. Entretanto, assim como uma fogueira apaga quando a madeira torna-se
cinza, um dia o Sol também irá apagar, quando todo seu combustível for queimado. Este fenô-
meno é observado em outras estrelas existentes no Universo.

Agora estou desesperado! Imaginem se o Sol apagar amanhã? O que


será de todos nós!
Não se preocupe, isso vai levar bilhares de anos para acontecer! Assim, não há
justificativa para pânico!
Podemos relacionar as poças de água aos grandes corpos celestes, os quais de-
vido a sua grande magnitude, ainda permanecem irradiando energia e por isso são chamados
de estrelas. Uma estrela geralmente é o centro da órbita de planetas e outros corpos celestes
menores. Em outras palavras, os planetas orbitam as estrelas, formando um sistema. Como exis-
tem milhares de estrelas no Universo, é provável que existam também milhares de sistemas no
interior das galáxias.
O Sol é a estrela mais próxima do nosso planeta. Com um volume cerca de um milhão de
vezes maior do que da Terra, nosso planeta foi atraído e se mantém em sua órbita. Além da Ter-
ra, mais oito planetas também se encontram em órbita do Sol: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter,
Saturno, Urano, Netuno e Plutão. A todo esse agrupamento de planetas girando ao redor do Sol,
chamamos de Sistema Solar.
O Sol e as demais estrelas são corpos celestes com forma aproximada de uma esfera, com-
postas por gases. No centro e na superfície das estrelas ocorrem reações químicas que liberam
quantidades incrivelmente grandes de energia que são irradiadas para o espaço.

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Comparando com outras estrelas existentes no Universo, podemos afirmar que o Sol é uma
estrela razoavelmente pequena. Algumas estrelas, como a Gigante Vermelha de Betelgeuse, por
exemplo, possui um diâmetro cerca de 400 vezes maior do que o do Sol.
Contudo, o Sol reúne mais massa do que todos os planetas do Sistema Solar reunidos. Por isso,
a sua força gravitacional atrai todos os demais corpos celestes do Sistema Solar, os quais gravitam
ao seu redor. O Sol também constitui a fonte primária de energia desse sistema, fornecendo luz
e calor por meio da sua radiação.

Os Planetas do Sistema Solar


Mercúrio: É o planeta mais próximo do Sol e possui
um movimento de translação de apenas 58,5 dias. Devi-
do a esta proximidade, durante o dia suas temperaturas
variam de 415°C na faixa equatorial até 285°C nos pólos.
Como não possui atmosfera, durante a noite as temperatu-
ras caem até –285°C na superfície. A espaçonave Mariner 10
ao transitar próximo a Mercúrio entre 1974 e 1975 revelou
que este planeta possui um relevo composto por imensas
crateras formadas pelo impacto de meteoritos e também
algumas cadeias de montanhas.

Vênus: É um planeta constantemente confundido


com uma estrela, pois é um dos primeiros astros celestes
a ser avistado no firmamento quando começa anoitecer.
Por esse motivo, popularmente recebe o nome de Estrela
Matutina, Estrela da Tarde ou Estrela d’Alva. Visto da Terra,
Vênus é o corpo celeste mais brilhante depois do Sol e da
Lua. Seu movimento total de translação ao redor do Sol
leva 225 dias para se concretizar. As sondas espaciais Ve-
nera 9 e 10 forneceram as primeiras imagens de Vênus em
1975, as quais revelaram que o seu relevo é composto por
planícies onduladas, extensos planaltos, altas montanhas
e vulcões. Sua atmosfera densa é formada por grandes
quantidades de gás carbônico (o mesmo gás liberado após
nossa respiração) e dióxido de carbono (o mesmo liberado
do escapamento de veículos automotores). O dióxido de
carbono forma um efeito estufa em sua atmosfera, gerando temperaturas de até 485°C.

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Marte: É o planeta mais estudado pelos astrônomos,


pois é o que mais reserva a expectativa de adaptação
às condições necessárias para a manutenção da vida
humana no futuro. Fotografias tiradas pelas espaçonaves
Mariner e Viking permitiram concluir que a superfície
de Marte é sólida e acidentada. Seu relevo é composto
por áreas de grandes crateras, extensas regiões com
depressões, colinas e vales e outras compostas por de-
sertos, com o relevo pouco acidentado. Sua atmosfera
é composta por gases como o dióxido de carbono, ni-
trogênio, argônio, oxigênio etc. Suas temperaturas são
baixas, variando de 10°C até –75°C na faixa equatorial.
Alguns estudos sugerem que no subsolo das calotas polares de Marte existe uma imensa
quantidade de água em forma de gelo. Marte possui dois satélites: Fobos e Deimos.

Júpiter: É o maior planeta do Sistema


Solar. Seu diâmetro é 11 vezes maior do que
o da Terra e foi um dos primeiros a ser des-
cobertos. Júpiter é um corpo essencialmente
gasoso, mas possui um núcleo formado de
matéria rochosa. Sua atmosfera é composta
por amônia, hidrogênio, hélio e água em
estado sólido (gelo). As temperaturas são
extremamente baixas, não ultrapassando a
marca dos –125°C. Este planeta possui quatro
satélites grandes, descobertos por Galileu no
séc XVII e, muitos outros satélites menores.
Observações realizadas pela espaçonave
Voyager levaram a descoberta de anéis ao
redor do planeta, porém com dimensões bem
menores do que os anéis de Saturno.

Saturno: É um planeta bastante conhe-


cido pelos anéis que o circulam. Esses anéis
são formados por fragmentos de rochas e
de gelo de diversos tamanhos e formas que
gravitam ao redor do planeta. Sua atmosfera
é composta por vários gases diferentes, como
o metano, o hidrogênio e o hélio. Saturno
possui cerca de 17 satélites.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Urano: Descoberto em 1781 por William


Herschel, que inicialmente o confundiu com um
cometa. A grande distância de Urano em relação
à Terra dificulta a sua observação. Entretanto, as-
trônomos conseguiram descobrir a existência de
uma atmosfera composta por hidrogênio, hélio
e gases raros. Diferenciando-se de todos os de-
mais planetas do Sistema Solar, Urano é o único
planeta que possui o seu movimento de rotação
retrógrado, ou seja, ele gira de oeste para leste.

Netuno: Este planeta foi descoberto, em


1846, pelos astrônomos alemães Johann Galle e
Heinrich d’Arrest por meio de um cálculo mate-
mático, pois sabia-se que algum outro planeta
influenciava no movimento de Urano. O conhe-
cimento sobre Netuno aumentou consideravel-
mente com as observações feitas pela sonda
espacial Voyager II. Sua atmosfera é composta
basicamente por hidrogênio e, assim como Sa-
turno, este planeta possui vários anéis formados
por partículas que gravitam em sua órbita.

Plutão: É o planeta mais distante do Sol. Foi


descoberto pelo astrônomo norte-americano
Clyde Tombaugh, em 1930. Assim como a Terra,
Plutão possui um satélite, o Caronte. Por meio do
cálculo da sua densidade, é possível sugerir que
o centro de Plutão é formado por uma mistura
de rochas, gelo e metano congelado. Em 1989
foi descoberto que sua atmosfera é rarefeita e
provavelmente composta por metano. As tempe-
raturas são baixas, atingindo cerca de –200°C.

TEXTO COMPLEMENTAR

A Europa procura vida alienígena


Lançado no dia 2 de junho de 2003, o minúsculo módulo Beagle 2, de apenas 68
quilos, tem pouso previsto para 25 de dezembro do mesmo ano, na Isidis Planitia, próxima
ao Equador marciano. O módulo estacionário irá então abrir-se e acionar seu braço robo-

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

tizado. Ao contrário dos módulos dos EUA, o Beagle 2 foi concebido para buscar sinais de
vida em Marte. Seus instrumentos devem analisar amostras do solo de modo a verificar
a existência de assinaturas químicas de processos biológicos. Também podem constatar
a presença de gás metano, outro indício de vida. Se for bem sucedido, o módulo pode
alterar para sempre nossa concepção de vida no Universo.

ational Geographic, janeiro de 2004, pág. 65.

2.3 – A Terra e a Lua no Universo


No interior do Sistema Solar, a Terra
foi o único planeta que reuniu as condições
químico-físicas necessárias para o surgi-
mento e evolução das formas de vida. Entre
estas condições estão a existência da água
em estado líquido, a temperatura amena e
a existência de uma atmosfera a qual apre-
senta uma proteção contra os raios letais
provenientes do Sol.
A distância da Terra em relação ao Sol
acarreta grande influência no clima global,
pois se estivesse mais próxima do Sol, terí-
amos temperaturas extremamente quentes,
e se estivesse mais distante, as tempera-
turas provavelmente seriam muito baixas.
Obviamente o papel da atmosfera também
é importante nesse caso, pois ela garante a
estabilidade térmica do planeta.
Mesmo assim, é interessante per-
Planeta Terra visto da Lua.
cebermos que nem toda a superfície do
planeta possui as mesmas características
climáticas. Nos pólos, durante o ano inteiro as temperaturas ficam abaixo de 0 OC e nas regi-
ões equatorianas com pequenas altitudes a temperatura média é superior aos 30°C.
Algumas observações realizadas por astrônomos afirmam que existem outros corpos
celestes em outras galáxias que apresentam características semelhantes às da Terra. Entre-
tanto, deslocar-se até eles seria impossível com a tecnologia existente, pois demandaria uma
viagem que poderia durar milhares de anos e muito combustível para manter a nave em
funcionamento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra e desde a
antiguidade foi motivadora de inúmeras histórias e mitos
em diferentes civilizações humanas. Comparado com outros
corpos celestes, podemos considerar a Lua próxima da Terra,
a 384 mil Km de distância. A Lua não possui brilho próprio.
Dessa forma, conseguimos observá-la graças principalmente
à luz do Sol e, em menor escala, à luz de outras estrelas, que
incidindo na superfície lunar reflete os raios em direção à
Terra.
A formação da Lua ainda é um desafio para os astrônomos. Um dos primeiros estudos
científicos sobre a Lua foi realizado em 1610 pelo astrônomo e matemático italiano Galileu
Galilei, que utilizando uma luneta observou que a superfície lunar não era lisa como se acre-
ditava, mas cheia de crateras e superfícies elevadas como montanhas.
A força de gravidade da Lua é cerca de seis vezes menor do que a da Terra. Assim, a Lua
não possui força de atração suficiente para segurar uma atmosfera gasosa. Com isso, todo
meteorito que vai em direção à Lua choca-se com sua superfície, diferente da Terra, que possui
uma atmosfera que queima e fragmenta esses meteoritos, protegendo a sua superfície de
impactos mais graves. Sem atmosfera, o ambiente lunar torna-se hostil às condições huma-
nas: durante o dia a temperatura pode atingir mais de 100°C e durante a noite pode cair até
173°C negativos.

Então é por isso que nas imagens que nós


vemos da Lua, os astronautas conseguem
dar grandes saltos?

Realmente. Como na Lua a força da gravidade é baixa, se um


objeto for lançado para cima com muita força, ele pode subir
até grandes altitudes. Esse fenômeno torna-se um risco para os
astronautas que já estiveram no solo lunar, durante as missões
Apolo, realizadas pela Nasa.
Mesmo constituindo um corpo menor do que a Terra, a Lua
influencia vários fenômenos terrestres, como as marés. A Lua
atrai as águas situadas diretamente abaixo dela. Do lado oposto
da Terra, ao mesmo tempo, ocorre, também uma elevação das
águas. Essa elevação acontece para manter nosso planeta em
equilíbrio no espaço.

Em 1969 os EUA exibiam as fotos dos primeiros homens a


pisar em solo lunar, Neil Armstong e Edwin Aldrin Jr.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A amplitude das marés varia de acordo com a posição, as fases e a distância da Lua em
relação a Terra. Depende, também, da distância do Sol. Assim, as marés altas e baixas são mais
amplas nas fases de Lua cheia e nova. Isso ocorre porque, nessas fases, o Sol e a Lua estão
alinhados com a Terra. São as marés de sigízia provocadas pela atração combinada do Sol e
da Lua.

Maré Alta Maré Baixa

Porque durante a cada semana, observamos a Lua em formatos


diferentes, sendo que as vezes ela desaparece?

Boa pergunta. Para explicarmos esse fenômeno, observe a ilustração a seguir:

lua nova lua crescente lua cheia lua minguante


Novilúnio 1ª Quadratura Conjunção 2ª Quadratura

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A Lua realiza um movimento de translação ao redor da Terra. Esse movimento leva


aproximadamente 28 dias para a sua realização completa. Além desse movimento, a Lua
realiza outros dois: a rotação, que é um movimento lento que ela faz em torno de um eixo
imaginário (o mesmo movimento que forma os dias e as noites na Terra); e a revolução que
é um movimento que a Lua realiza ao redor do Sol, “pegando uma espécie de carona” na
translação terrestre.
Observando-a da superfície terrestre, a Lua realiza um movimento aparente, aparecendo
na direção Leste e desaparecendo no Oeste assim como o Sol. Isto acontece porque a Terra
gira no seu eixo imaginário. Observe as fases da Lua.

Lua nova – fase na qual a Lua não é visível da Terra durante a noite, pois sua face está
voltada para o Sol e não para a Terra.

Lua crescente – é quando a Lua está em uma posição em que o Sol ilumina cerca de um
quarto delas. Assim, vemos a Lua em forma de um C, em direção ao poente. Com o passar
dos dias, o movimento de translação da Lua a faz mudar de posição em relação ao Sol e as
superfícies escuras na fase anterior começam a ser iluminadas.

Lua cheia – quando a Lua atinge uma posição em que a Terra não impede que os raios
solares atinjam toda a superfície de uma metade de sua esfera.

Lua minguante – Depois de mais ou menos sete noites após a fase cheia, a Lua começa a
apresentar um efeito oposto ao da Lua crescente, ficando com cerca de um quarto de sua face
iluminada pelo Sol. Porém, agora o lado iluminado fica voltado para a direção da nascente.

Eclipses
Eclipse é um fenômeno que decorre do alinhamento de três astros, podendo haver ocul-
tação parcial ou total de um deles. Portanto, existem eclipses totais e parciais.

Eclipse Solar - Ocorre


durante a Lua Nova, quando
a posição dos três astros é a
seguinte: Terra-Lua-Sol. Por-
tanto, a Lua pode projetar
sua sombra sobre a Terra.
Nos pontos da superfície ter-
restre atingido ocorre eclipse
parcial.
O eclipse solar é de gran-
de importância para observa-
Eclipse do Sol: a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol, impedindo total ou
ção e estudo da coroa solar, da
parcialmente que se veja o Sol.
cromosfera e das protuberân-
cias solares.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Eclipse Lunar - Ocorre durante a Lua Cheia. Quando a posição dos astros é a seguinte:
Sol-Terra-Lua. Nesse caso, é a Terra que projeta sua sombra sobre a Lua.
Os eclipses mais freqüentes são os do Sol. De modo geral, para cada dois eclipses da Lua,
correspondem três eclipses do Sol. No espaço de um ano não pode haver mais do que sete
eclipses nem menos que dois.

Outros Corpos Celestes


Satélites
Os satélites, ou luas, são corpos celestes que devido ao seu menor tamanho e gravidade,
orbitam ao redor de planetas. Assim como a Terra, a maioria dos outros planetas do Sistema
Solar também possui um ou mais satélites naturais.

Cometas

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os cometas são pedaços de rocha e gelo de tamanhos variados, geralmente com um


diâmetro de poucos quilômetros, que realizam uma órbita elipsoidal ao redor do Sol. Numa
parte desse trajeto estes corpos se aproximam bastante do Sol, fazendo com que o núcleo
passe a sofrer um aumento de temperatura. Com isso a radiação pode provocar a evapora-
ção dos elementos químicos contidos no núcleo, esguichando-os para o exterior do cometa.
Devido à velocidade do seu movimento esse material expelido acaba formando uma espécie
de cauda que pode se estender por milhares de quilômetros. Nesse estado, o cometa deixa
de ser um corpo morto e passa a apresentar fluorescência, devido à absorção da radiação
ultravioleta do Sol.

Asteróides
Asteróides são objetos rochosos e
metálicos que orbitam o Sol, mas são
pequenos demais para serem consi-
derados planetas. Os asteróides são
encontrados praticamente em todo
o Sistema Solar. Entretanto, a maior
quantidade deles encontra-se entre as
órbitas de Marte e Júpiter.
Alguns meteoros encontram-se na
mesma órbita da Terra e alguns já se
chocaram com nosso planeta, como
o caso do meteoro de Barringer que
chocou-se com a superfície terrestre,
próxima da cidade de Winslow, Arizo-
na, EUA. Com um diâmetro de 186 Km,
este asteróide teria se chocado aproxi-
madamente a 49 mil anos.
Muito do nosso conhecimento acerca dos asteróides provém do exame das rochas e dos
fragmentos do espaço que caem na superfície terrestre. Os asteróides que estão numa rota
de colisão com a Terra são chamados meteoritos.

Meteoros e Meteoritos
Meteoros são fragmentos de rochas ou
metal com tamanhos que variam desde par-
tículas de poeira até pedaços maiores como
um automóvel. Quando atingem a nossa at-
mosfera em alta velocidade, a fricção provoca
a incineração desses fragmentos, provocando
um raio de luz, em altitudes que variam de
80 a 110 Km. Se um meteoro não queima
completamente, o que resta dele atinge a
superfície da Terra e passa a ser chamado de
meteorito.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1. Você acredita em vida extraterrestre? Quais são as evidências a favor da sua opinião?

2. Escreva um texto de no mínimo 20 linhas, respondendo de acordo com suas concepções a


pergunta: é necessário a humanidade realizar estudos científicos sobre outros planetas?

3. Você acredita em outra teoria que explica a formação do Universo? Em caso positivo, cite
e explique essa teoria:

4. O que é Sistema Solar?

5. Sobre os planetas, assinale a alternativa correta:


a) Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e Plutão, o mais distante.
b) Os planetas são astros luminosos que giram ao redor do Sol, enquanto que os satélites,
que também são luminosos, giram ao redor dos planetas.
c) Plutão é um dos maiores planetas, descoberto no ano de 1930. Ainda é pouco conhecido,
pois, situa-se nos gélidos confins do sistema solar.
d) Marte é o planeta mais próximo da Terra. Pode ser visto ao amanhecer (estrela matutina)
e ao anoitecer (estrela vespertina).
e) Saturno é recoberto de hidrogênio líquido, é o único planeta a possuir anéis.

6. Sobre a Lua, assinale a alternativa incorreta:


a) Quando se coloca entre o Sol e a Terra, em circunstâncias favoráveis, a Lua, que é o único
satélite artificial da Terra, pode provocar um eclipse.
b) Colocando-se entre a Terra e o Sol, com a face sombreada voltada para nosso planeta,
a Lua está na primeira posição, também chamada conjunção.
c) Não poderá acontecer um eclipse quando a Lua estiver na fase minguante.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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d) Depois de mais ou menos 7 noites após a fase cheia, a Lua começa a apresentar um
efeito oposto ao da Lua crescente, ficando com metade de uma de suas faces iluminada
pelo Sol, esta é a fase da Lua minguante.
e) A Lua nova é uma fase na qual a Lua não é visível da Terra durante a noite, pois sua face
está voltada para o Sol e não para a Terra.

7. São astros encontrados praticamente em todo o Sistema Solar, entretanto, a maior quan-
tidade deles encontra-se entre as órbitas de Marte e Júpiter.
a) meteoros
b) cometas
c) asteróides
d) estrelas
e) planetas

8. Enumere a primeira coluna de acordo com a segunda coluna.

Cometa São fragmentos de rocha e metal, desde partícu-


1
las de poeira até pedaços grandes como carros,
que vagam pelo Sistema Solar.
2 Meteorito
São astros que giram em torno dos planetas
3 Asteróide devido à força gravitacional.

Satélite Pedaços escuros de rocha e gelo que ao se


4
aproximarem do Sol sofrem um aumento de
temperatura, causando evaporação dos ma-
5 Meteoro teriais do seu núcleo. Esse fenômeno provoca
o aparecimento de uma cauda, que pode ter
milhares de quilômetros.

Astros menores que Plutão, que giram ao redor


do Sol principalmente entre as órbitas de Marte
e Júpiter.

São fragmentos de rocha e metal, desde partícu-


las de poeira até pedaços grandes como carros,
que ao entrarem na atmosfera terrestre e não
sendo inteiramente destruídos, colidem com a
superfície.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

9. Observe o esquema e complete as frases:

a) Quando é lua nova, nosso satélite está entre o _______________ e a Terra.


b) Quando é lua cheia, a ____________ está entre o ____________ e a _____________.
c) O Sol e a Lua estão alinhados com a Terra nas fases de ________________________
e ____________________________.

10. Pesquise em jornais, revistas, internet, etc, sobre notícias recentes voltadas ao estudo
da Astronomia. Monte um painel com imagens e informações à respeito desta ciência,
divulgando as últimas descobertas do homem.

QUESTÃO DESAFIO

11. Pesquise sobre o significado da Astronomia, quando surge essa ciência e qual sua im-
portância. Registre em seu caderno, depois discuta com seus colegas as informações que
obtiveram:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Pesquise na Internet ou em livros e jornais sobre: As crises financeiras no


México, Rússia e Brasil na década de 1990.

sugestão de filme

“ Apolo 11”
Videopédia Galáctica Show Cósmico Britânnica: Pla-
netas exteriores e estrelas. Planetas interiores

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 3

Os Movimentos da
Terra e suas
Conseqüências
Neste capítulo estudaremos os prin-
cipais movimentos da Terra e suas conse-
qüências. Identificaremos como conse-
qüências do movimento de rotação, os dias
e as noites, os fusos horários, o movimento
de translação, a diferença de aquecimento
durante o ano, bem como a utilização do
calendário. Notaremos que esses dois prin-
cipais movimentos da Terra, influenciam
diretamente nossa vida.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O surgimento da vida em nosso planeta está relacionado a certos fenômenos e fatores


químicos e físicos que ocorreram em um passado distante. Entre esses, podemos citar a exis-
tência de temperaturas não muito quentes (que fazem as moléculas dissociarem-se) e nem
muito frias (que fazem as moléculas ignorarem-se umas as outras). Além disso, o nosso planeta
possui uma atmosfera que protege as moléculas dos raios letais provenientes do Sol. Muitos
acreditam na existência de formas de vida alienígena provenientes de galáxias distantes, mas
até hoje isso nunca foi comprovado cientificamente.
Estas características que favoreceram a evolução da vida em nosso planeta se desenvol-
veram graças a vários fenômenos como a sua distância em relação ao Sol e sua inclinação do
eixo de rotação.

As Linhas Imaginárias da Terra


Ao analisarmos uma imagem do nosso planeta não conseguimos visualizar toda a di-
versidade de fatores que ocasionam os fenômenos atmosféricos, pois não são uniformes por
todo globo. Para compreendermos essa diversidade de fenômenos utilizamos as chamadas
linhas imaginárias, que são assim denominadas, pois não existem fisicamente no espaço ter-
restre. Essas linhas determinam informações importantes sobre os movimentos de rotação e
translação terrestre, além de facilitar o entendimento das diferentes incidências de radiação
que nosso planeta recebe do Sol durante o ano
Vamos relembrar alguns conceitos importantes?
.

Eixo: é a linha vertical que corta o planeta passando pelo seu centro.
Hemisfério: do latim “hemi = metade” e “sphaera = esfera”, ou seja,
metade de uma esfera.
Linha do Equador: é a linha imaginária horizontal que passa pelo
centro da esfera, determinando os dois hemisférios: Norte e Sul.
Trópico de Câncer: é uma linha horizontal existente entre a Linha
do Equador e o Círculo Polar Ártico.
Trópico de Capricórnio: É uma linha horizontal existente entre a
Linha do Equador e o Círculo Polar Antártico.
Círculo Polar Ártico: é uma linha horizontal, paralela à linha do
Equador que delimita o pólo Norte.
Círculo Polar Antártico: é uma linha horizontal, paralela à linha do
Equador que delimita o pólo Sul.
Paralelos: São linhas imaginárias verticais que ligam os pólos.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Círculo Polar Ártico


Trópico de Cancer

Linha do Equador

Trópico de Capricórnio

Círculo Polar Antártico

O Movimento de Rotação Terrestre


A Terra possui um movimento de rotação sob seu próprio eixo, de forma semelhante a
uma bola que gira sobre o dedo de um jogador de basquete. Esse movimento é responsável
pela sucessão dos dias e das noites. O tempo necessário para a realização de uma rotação
completa é de 24 horas e durante esse período se sucedem intervalos com iluminação (dia)
e penumbra (noite). Na linha do Equador, os intervalos com iluminação e penumbra têm 12
horas cada.
Distanciando-se do Equador e aproximando-se dos pólos, ou em outras palavras, aumen-
tando a latitude, os períodos de iluminação tendem a ser menores. Este fenômeno também
é relacionado com a estação do ano. No inverno os períodos iluminados tornam-se ainda
menores do que no verão.

Johannesburgo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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A Inclinação do Eixo de Rotação Terrestre


Anteriormente observamos que a Terra gira em um eixo imaginário. Este eixo possui um
ângulo inclinado em relação ao plano de sua órbita.

Esse conceito é difícil de entender! O que é plano de órbita, afinal?

Para responder a sua pergunta, observe esta ilustração:

Plano de órbita é a direção da trajetória que a


Terra realiza em torno do Sol. Repare nesta figura
que a inclinação do eixo terrestre faz com que os
hemisférios Norte e Sul fiquem posicionados de ma-
neiras opostas em relação ao Sol, da posição 1 para a
posição 2. Na posição 1, o Hemisfério Norte está mais
exposto à radiação solar e, na posição 2, o Hemisfério
Sul é que está mais exposto. Se o eixo da Terra não
fosse inclinado dessa forma, tanto na posição 1, como
na 2 os dois hemisférios teriam o mesmo ângulo de
incidência de radiação solar.

Mas se os hemisférios ficam posicionados de maneira


diferente durante o movimento de translação, um deles
não fica mais frio ou mais quente do que o outro?

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Um hemisfério tende a ficar mais frio do que o outro somente durante a segunda metade
do outono, no inverno e na primeira metade da primavera. Como os hemisférios Norte e Sul
permanecem o mesmo período de tempo em determinado posicionamento e invertem a cada
seis meses, invertem-se também as condições de insolação.
Porém, devemos lembrar que a entrada de uma estação não significa necessariamente que,
por exemplo, no inverno seja frio e no verão calor, pois a Terra é um planeta muito dinâmico
e as frentes de ar frias ou quentes podem descaracterizar temporariamente as estações.

Agora entendi! Então é por isso que os norte-americanos e europeus comemoram


o Natal geralmente com neve e nós aqui no Brasil no maior calor?

O Movimento de Translação Terrestre e as Estações do Ano


Além do movimento de rotação, a Terra realiza também um movimento em forma de elipse
ao redor do Sol, chamado de movimento de translação, o qual possui duração completa de
365 dias.

Durante esse período ocorrem as quatro estações do ano: primavera, verão, outono e
inverno. As estações do ano são as divisões climáticas que ocorrem durante o período de
duração do movimento de translação da Terra ao redor do Sol.

Hemifério Hemisfério Norte Hemisfério Sul


Período

21 de junho Início do verão Início do inverno

23 de setembro Início do outono Início da primavera

21 de dezembro Início do inverno Início do verão

21 de março Início da primavera Início do outono

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O posicionamento da Terra às 12:00 do dia 21 de


junho é caracterizado pelo aumento da exposição do
Hemisfério Norte à radiação solar. Assim, neste momento
ocorre o início do verão neste hemisfério e os dias pas-
sam a ter uma duração mais longa do que as noites. A
esse fenômeno denomina-se de Solstício de Verão.
Em contrapartida, nesse mesmo momento, o He-
misfério Sul passa a receber menos exposição à radiação
solar. Com isso, inicia-se o inverno neste hemisfério e as
noites passam a ser mais longas do que os dias. A esse
fenômeno denomina-se de Solstício de Inverno.

Com o posicionamento da Terra no dia 21 de de-


zembro às 12:00 (em oposição ao que ocorre em 21 de
junho), o Hemisfério Sul passa a receber maior exposição
à radiação solar. Com isso os dias passam a ter duração
mais longa do que as noites. (Solstício de Verão)
Inversamente, neste mesmo momento inicia-se
o inverno no Hemisfério Norte, o qual passa a sofrer
menor exposição à radiação solar, fazendo com que
os dias tenham menor duração do que as noites.
(Solstício de Inverno).

Nos dias 21 de março e 23 de setembro ocorre


um fenômeno em que ambos os hemisférios rece-
bam a mesma incidência de raios solares e também
os dias e as noites passem a ter a mesma duração.
Este fenômeno é chamado de Equinócio.
No dia 21 de março inicia-se o outono no Hemis-
fério Sul e a primavera no Hemisfério Norte.
No dia 23 de setembro inicia-se a primavera no
Hemisfério Sul e o outono no Hemisfério Norte.

Verão

Outono Primavera

Inverno
Estações do ano em Perre Fondes, França.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

As Zonas Térmicas da Terra e os Hemisférios


Já conhecemos as linhas imaginárias do Planeta Terra e compreendemos como ocorrem
as estações do ano em função dos diferentes posicionamentos da Terra em relação ao Sol
durante seu movimento de translação. Com esses conhecimentos, podemos compreender
melhor algumas dessas linhas.

Linha do Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico

Em todos os dias do ano ao meio-dia na faixa terrestre que coincide com a Linha do Equa-
dor, o Sol sempre está a pino, ou seja, exatamente a 90° em relação ao plano da superfície da
Terra. Esta posição mais alta alcançada pelo Sol é também denominada de zênite. Dessa forma,
neste horário os raios solares não projetam sombras laterais, pois incidem perpendicularmente
nos objetos. Nessa faixa, os dias e as noites possuem o mesmo período de duração.

12h
13h 11h

14h 10h

9h
15h

8h
16h
7h
17h
6h

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Macapá: monumento da linha do equador.

A faixa terrestre compreendida entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, é chamada de


Zona Tropical ou Zona Tórrida. Nestes locais, o Sol alcança o zênite no verão. Nas outras estações
do ano, essas zonas sofrem uma pequena variação no ângulo de incidência dos raios solares,
os quais ficam levemente inclinados. Porém, este fenômeno não causa variações significativas
nas temperaturas. Por exemplo, muitas cidades do interior de São Paulo (próximas ao Trópico
de Capricórnio) são tão quentes quanto às cidades do Estado do Amapá (Estado brasileiro por
onde cruza a Linha do Equador). Entretanto, quanto mais próximo das linhas dos trópicos e
mais distante da Linha do Equador, maior é a tendência de variações de temperatura durante
as estações e também a diminuição do tempo de duração dos dias em relação às noites.
Tomemos por exemplo a lanterna, que ilumina com maior intensidade a superfície que é
atingida perpendicularmente, pois existe maior concentração de luz e calor.

Rio de Janeiro.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A faixa terrestre localizada entre os Trópicos de Câncer e o Círculo Polar Ártico é denomi-
nada Zona Temperada do Norte e a faixa terrestre entre o Trópico de Capricórnio e o Círculo
Polar Antártico é denominada Zona Temperada do Sul. Em ambas estas zonas o Sol não vai
a pino, mesmo no auge do verão, determinando o aparecimento de sombras nos objetos.
Mesmo no verão, as temperaturas na maioria das vezes não ficam tão altas como as existentes
nos trópicos. Já no inverno, as temperaturas tendem a chegar próximas ou até abaixo de 0°C,
podendo gear e até mesmo nevar, pois os raios solares incidem mais inclinados. Nas zonas
temperadas, os dias possuem uma duração menor do que as noites. Esta diferença se torna
mais acentuada por ocasião do inverno e quanto mais próximo dos círculos polares.
Tomemos por exemplo novamente a lanterna, que inclinada em uma superfície, seu feixe
de luz ilumina e aquece com menor intensidade a superfície que é atingida.

Suponha duas lanternas de mesma potência, uma


vertical ou perpendicular a uma superfície e outra
inclinada. Um feixe de luz ilumina e aquece com
maior intensidade a superfície que é atingida
perpendicularmente (maior concentração de luz e
calor). Um feixe de luz inclinado ilumina e aquece
com menor intensidade a superfície que é atingida
de forma inclinada (a mesma quantidade de luz e
calor é distribuida por maior área).

A parte terrestre que compreende o Círculo Polar Ártico é denominada Zona Glacial do
Norte e o Círculo Polar Antártico é denominada Zona Glacial do Sul. Em ambas estas zonas,
mesmo no verão, o ângulo de incidência dos raios solares é bastante inclinado, projetando nos
objetos sombras de grande magnitude e, além disso, os dias possuem duração bem menor
do que as noites. No inverno, estes fenômenos são bem mais intensificados e a neve ocorre
em todas as estações do ano.
Nos pólos Norte e Sul e em suas
proximidades, ocorre um fenômeno
bastante interessante: durante seis
meses ocorre um período de penumbra
constante e nos outros seis meses um
período de iluminação constante. Em
outras palavras, os dias não se sucedem
como nos trópicos, pois no período de
um ano existe somente um dia e uma
noite, porém ambos com seis meses
cada. Na verdade, as únicas estações
visíveis são o verão (marcado pela ilu-
minação) e o inverno (marcado pela pe-
numbra). Assim, durante a noite polar
ocorre o chamado “sol da meia noite”.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Durante o período de iluminação, o Sol movimenta-se próximo ao horizonte, fazendo


com que os raios solares incidam quase paralelos ao plano da superfície terrestre, formando
uma penumbra parecida com a que ocorre no lusco - fusco do amanhecer. Já durante a outra
metade do ano, o Sol movimenta-se abaixo da linha do horizonte, fazendo com que os raios
solares não iluminem os pólos, ocasionando a escuridão.

A Medição do Tempo e os Movimentos do Planeta Terra.


Compreender a passagem do tempo e as mudanças climáticas promovidas pelas
estações do ano foi uma necessidade que o homem sentiu desde a pré-história, para poder
exercer um maior controle da natureza. Com esse conhecimento, tornou-se possível a reali-
zação da agricultura e da coleta de alimentos, pois estas atividades apenas são possíveis em
determinadas épocas do ano. Prevendo a chegada de períodos frios e quentes, enchentes,
secas e ventos, o homem podia se preparar melhor para as adversidades que o ambiente lhe
impunha.
Desde a antiguidade o homem procurou relacionar a contagem de tempo com os
fenômenos das estações do ano (ciclo solar) ou com as fases da Lua (ciclo lunar ou lunação).
Entretanto, estes dois ciclos são incompatíveis, pois a lunação tem um período de 29,5 dias
o que gera um ano lunar de 354 dias. Dessa forma o ano lunar possui onze dias a menos do
que o ano solar, de 365,24 dias.
Entretanto, a maioria dos povos da antiguidade utilizou, no princípio, um sistema
de calendário elaborado a partir do ciclo lunar. Dessa forma, os egípcios e chineses antigos
criaram mecanismos matemáticos para adaptar esta forma de contagem do tempo aos
períodos que compreendiam as estações do ano.

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O Calendário Gregoriano
O Calendário Gregoriano foi introduzido pelo Papa Gregório XII em 1582 e, atualmente
é utilizado pela maior parte dos países, principalmente os de linha cristã. Este calendário re-
cebeu algumas adaptações para entrar em conformidade com os fenômenos astronômicos e
corrigir os erros que haviam se acumulado devido a este calendário possuir 11 minutos e 10
segundos a mais do que o tempo total da translação terrestre ao redor do Sol.
Como vimos, o movimento de rotação terrestre total em torno do seu eixo possui um
período de realização de 24 horas, o que convencionamos como 1 dia. O movimento de trans-
lação da Terra é realizado aproximadamente em 365 dias e 6 horas, o que convencionamos
como 1 ano. Entretanto, em nosso calendário contamos o ano somente com os 365 dias, não
nos preocupando com as 6 horas que sobram.
Com isso, após 4 anos ocorre um déficit de 24 horas no calendário, formado pelas 6 horas
que sobraram de cada ano. Por isso, de 4 em 4 anos ocorre o chamado ano bissexto, que nada
mais é do que um ano com 366 dias. Este dia a mais é acrescentado no mês de fevereiro, o
qual excepcionalmente passa a ter 29 dias ao invés de 28.

Espera um pouco aí!


24 horas = 1 dia
Deixa eu me organizar com todos de 28 a 31 dias = 1 mês
esses números! 12 meses = 1 ano
1 ano = 365 dias
ano bissexto = 366 dias

FEVERE
IRO
D S T Q Q S
1 S
2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13
15 14
16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27
29 28

Com os dados matemáticos da rotação e da translação terrestre o calendário foi organizado


em segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses e ano.
Cada semana contém 7 dias e um ano contém 12 meses. Para isso, cada mês pode ter
entre 28 a 31 dias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os Fusos Horários
Tendo uma forma semelhante a uma esfera, a Terra é iluminada pelo Sol em somente
uma face. Porém, com o movimento de rotação, os períodos de iluminação e penumbra vão
se alternando durante as 24 horas. Assim, se em Brasília é meio-dia, em Tóquio, no Japão, será
meia-noite. Isto acontece porque estas duas cidades estão em meridianos opostos, ou seja,
Brasília encontra-se na parte ocidental e Tóquio na parte oriental do planeta.

Agora eu entendi porque


quando eu liguei para meu amigo
no Japão às 14:00 aqui do Brasil
ele estava com uma voz de quem
tinha acabado de acordar de
madrugada!

Como o círculo terrestre tem 360º, e o movimento de rotação é executado em 24 horas,


temos 360 ÷ 24 = 15, o que significa que cada hora do Globo se acha situada numa faixa de 15º.
Para organizar a contagem do tempo em toda a superfície terrestre, foi estabelecido um
meridiano existente nas imediações de Londres como o marco 0° de contagem em relação
aos demais meridianos. Este meridiano foi denominado de Greenwich, devido ao nome do
observatório existente nesta localidade. O meridiano oposto ao de Greenwich é o antimeridia-
no 180º, que delimita a Linha de Mudança de Data. Dessa forma, cada um desses meridianos
equivale a 15° e compreende a área que em qualquer local do seu interior, conserva a mesma
hora referida ao meridiano de origem.
Devido ao movimento do planeta se realizar do ocidente para o oriente, de 0º a 180º
(leste), as horas aumentam, e de 0º a 180º (oeste) diminuem. De Londres a Brasília existem
três fusos. Assim, quando é meio-dia em Londres, são 9 horas em Brasíia. Por outro lado,
havendo quatro fusos entre Londres e Teerã, por exemplo, meio-dia em Londres equivale a
16 horas em Teerã.
Observe o mapa dos fusos horários:

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Mapa de fuso horário do mundo

Brasil - Fusos horários

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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1. Faça um desenho do globo terrestre identificando os hemisférios e colocando as seguintes


linhas imaginárias: Linha do Equador, Trópico de Câncer e Capricórnio, Círculo Polar Ártico
e Antártico.

2. Explique como ocorre e quais as conseqüências dos movimentos de:


a) rotação:

b) translação:

3. Sabendo-se que os solstícios correspondem às épocas do ano em que os hemisférios são


desigualmente iluminados e que os equinócios correspondem às épocas do ano em que
os hemisférios são iluminados por igual, complete os dados que faltam no quadro abaixo
respectivamente:

DATA HEMISFÉRIOS ESTAÇÕES DO ANO


21 Dezembro Norte e Sul
21 Junho Verão / Inverno
21 Março Norte e Sul
Sul e Norte

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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4. “Marca o início da primavera no hemisfério sul e do outono no hemisfério norte. O Sol


encontra-se novamente na altura do Equador, propiciando igual duração dos dias e noites
nos dois hemisférios.”
O texto refere-se ao:
a) solstício do dia 21 de dezembro
b) solstício do dia 21 de junho
c) equinócio do dia 21 de março
d) equinócio do dia 23 de setembro
e) solstício do dia 21 de setembro

5. Enumere:
(1) Linha do Equador
(2) Trópico de Câncer
(3) Trópico de Capricórnio
(4) Círculo Polar Ártico
(5) Círculo Polar Antártico

( ) é uma linha horizontal existente entre a Linha do Equador e o Círculo Polar Ártico.
( ) é uma linha horizontal existente entre a Linha do Equador e o Círculo Polar Antárti-
co.
( ) é uma linha horizontal, paralela à linha do Equador que delimita o Pólo Norte.
( ) é uma linha horizontal, paralela à linha do Equador que delimita o Pólo Sul.
( ) é uma linha imaginária horizontal que passa pelo centro da esfera, determinando os
dois hemisférios: Norte e Sul

6. Enumere os países relacionados abaixo e identifique em quais hemisférios eles se encon-


tram:

(1) Hemisfério Norte


(2) Hemisfério Sul

a) ( ) México
b) ( ) Estados Unidos
c) ( ) Peru
d) ( ) Austrália
e) ( ) Marrocos
f) ( ) Japão

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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g) ( ) Alemanha
h) ( ) Argentina
i) ( ) Angola
j) ( ) Moçambique

7. Qual a sua estação do ano preferida, por que?

8. Assinale V quando a alternativa for verdadeira ou F quando for falsa. Justifique as questões
quando forem falsas:

a) ( ) Nos pólos Norte e Sul, nunca existe claridade.

b) ( ) Na faixa terrestre localizada entre Trópicos de Câncer e o Círculo Polar Ártico, é


denominada Zona Tropical.

c) ( ) O calenário Gregoriano é utilizado pela minoria dos países, principalmente os de


linha cristã.

d) ( ) As linhas imaginárias facilitam o entendimento das diferentes incidências de radia-


ção que nosso planeta recebe do Sol durante o ano.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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QUESTÃO DESAFIO
9. Quando em Manaus forem 18:00 horas, que horas serão nos locais abaixo?

a) Fernando de Noronha: ___________________________


b) Curitiba: _______________________________________
c) Brasília: _______________________________________
d) Recife: ________________________________________
e) Cuiabá: _______________________________________
f) Rio Branco: ____________________________________
g) Salvador: ______________________________________
h) Palmas: _______________________________________
i) Porto Velho:____________________________________
j) Florianópolis: ___________________________________

10. Um avião sai do Rio de Janeiro - longitude 45o W, às 23 horas, com destino a Fernando
de Noronha - longitude 30o W. O vôo é de 3 horas. Quando esse avião aterrissar na ilha
serão:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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CAPÍTULO 4

Orientação
Neste capítulo estudaremos os meios de orientação. Relacionaremos o movimento
aparente do Sol com os pontos cardeais e colaterais. Observaremos que a bússola é um
dos principais meios de orientação sobre a superfície terrestre. Destacaremos também, as
coordenadas geográficas, relacionando conceitos para compreensão desse estudo, como
as latitudes e longitudes.

O espaço composto pelo Universo possui milhares de galáxias. Logo, não podemos definir
se a Terra se encontra ao Sul ou ao Norte do Universo, pois essas são referências espaciais
somente aplicáveis no espaço da superfície do nosso planeta. Com isso teoricamente pode-
ríamos representar nosso planeta dessa forma:

Ei, garoto! Você gosta de ficar


de cabeça para baixo?

Porém, esta representação da Terra


não é comum nos livros, pois apesar de
não estar incorreta seria muito confuso
a existência de dois tipos de represen-
tação. Por isso, foi estabelecido por
meio de uma convenção, a construção
de um mesmo tipo de mapa-mundi, o
qual já estamos bastante acostumados
a observar.

Quem está de cabeça pra


baixo é o senhor. Eu estou
de cabeça pra cima.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Os Pontos Cardeais e Colaterais


O domínio dos territórios pelo homem foi um processo lento, o qual necessitou
grande empenho da humanidade em organizar as informações obtidas a cada descoberta.
Para um homem pré-histórico, encontrar uma reserva de alimentos em um local distante
era muitas vezes uma necessidade de sobrevivência. Porém, para retornar a sua aldeia e
novamente a este local era necessário criar meios para que não se perdesse nas longas
caminhadas. Devemos lembrar também, que em uma floresta, tudo tende a ser bastante
parecido, dificultando a localização.
Com o passar do tempo, o homem observou que podia melhorar a sua noção de lo-
calização relacionando os elementos terrestres com os elementos do espaço sideral, como a
Lua, o Sol e demais estrelas.
Mais tarde, em virtude da divisão da Terra em dois hemisférios e da dinâmica do
movimento de rotação, foram criados quatro pontos de direção fundamentais denominados
pontos cardeais: Norte (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O).

O significado dos pontos cardeais


Leste (L) O referencial aproximado é a direção onde
ocorre o aparecimento do Sol pela manhã.
Durante o dia, tem-se a impressão de que
o Sol cruza o céu de leste (onde aparece)
para oeste (onde desaparece), constituin-
do o movimento aparente do Sol. O sinôni-
mo mais conhecido é a palavra oriente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Oeste (O) O referencial aproximado é a direção onde


o Sol desaparece no final da tarde.
O sinônimo mais difundido é a palavra
ocidente.

Norte (N) Marca a direção do Pólo Norte geográfico


da Terra.
Existem dois sinônimos: setentrional e
boreal.
O referencial astronômico mais importante
é a Estrela Polar.

Sul (S) Marca a direção do Pólo Sul geográfico da


Terra.
Existem dois sinônimos: meridional e
austral. x
O referencial astronômico mais conhecido
é o Cruzeiro do Sul.

Entretanto, os pontos cardeais não são suficientes para nos orientarmos com precisão sobre
a superfície da Terra e, por isso, é necessário utilizarmos também os pontos colaterais, que se
situam entre dois pontos cardeais. Veja como encontrá-los:
* entre o oeste e o norte, encontramos o noroeste
(NO).
* entre o oeste e o sul, encontramos o sudoeste (SO).
* entre o leste e o sul, encontramos o sudeste (SE).
* entre o leste e o norte, encontramos o nordeste (NE).

Para nos orientarmos seguimos os pontos cardeais e


colaterais. É através da rosa-dos-ventos que representamos
graficamente estes pontos.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Os Meios e Instrumentos de Orientação


Do ponto de vista prático, podemos encontrar os pontos cardeais e colaterais através da
observação do movimento aparente do Sol ou de algumas outras estrelas.
Para nos orientarmos durante o dia é necessário visualizar o ponto onde o Sol aparece
todas as manhãs e apontar com o braço direito esticado para ele. Esta é a direção Leste.
Com o braço esquerdo esticado na direção oposta do braço direito, estaremos apontando
para a direção onde o Sol desaparece no final da tarde. Esta é a direção Oeste.
Desta maneira descobrimos os demais pontos cardeais, ou seja, o Norte fica na sua frente
e o Sul nas suas costas.

Durante a noite no hemisfério sul, podemos


nos orientar através da constelação do Cruzeiro
do Sul. Precisamos para isto prolongar quatro
vezes e meia a parte maior da cruz, e a partir daí
estender uma linha imaginária perpendicular
até o horizonte; neste ponto se localiza o Sul.
Sabendo isto será possível localizar todos os
outros pontos cardeais.
Já no hemisfério norte utiliza-se a Estrela
Polar para orientação. Através dela basta ape-
nas traçar uma linha imaginária perpendicular
da estrela até a superfície, indicando assim o
norte.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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Outro método de orientação é realizado por meio da bússola. A bússola é um instrumen-


to dotado de uma agulha imantada que aponta sempre para o pólo magnético terrestre,
nos mostrando diretamente as direções Norte e Sul. Para obtermos as demais direções é só
verificarmos a graduação existente na bússola. O princípio do funcionamento da bússola é
aproveitar o campo magnético formado pelos extremos norte e sul do planeta que funciona
como um imã gigante. O norte magnético da Terra está a cerca de 1.400 km do norte geo-
gráfico, mas para quem encontra-se distante dos pólos, essa diferença não acarreta nenhum
erro significativo da direção adotada pela agulha da bússola.

Coordenadas Geográficas
As coordenadas geográficas são as determinações das medidas de latitude e longitude
que definem a posição de um ponto na superfície terrestre.
Para entendermos melhor, é necessário observar as definições a seguir:

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Paralelos: são linhas imaginárias


(círculos) traçados paralelamente ao
Equador. Existem 180 paralelos cortando
a Terra, 90 no Hemisfério Norte e 90 no
Hemisfério Sul.

Meridianos: São semicírculos traçados de pólo a


pólo e perpendiculares ao Equador. Existem 360 me-
ridianos cortando a Terra, 180 no Hemisfério Leste ou
Oriental e 180 no Hemisfério Oeste ou Ocidental.

O Meridiano de Greenwich ou Meridiano Inicial


representa o eixo imaginário da Terra e passa pelo
Observatório de Greenwich, nas proximidades de
Londres.

Latitude: é a distância contada em graus, mi-


nutos e segundos angulares a partir do Equador,
no sentido norte ou sul e varia de 0O a 90O .

Longitude: é a distância contada em graus, mi-


nutos e se gundos angulares a partir do Meridiano
de Greenwich, no sentido leste ou oeste e varia de
0o a 180o.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


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1. Desenhe em seu caderno uma rosa-dos-ventos, indicando os pontos cardeais e colaterais:

2. Produza um mapa do seu município, identificando seus pontos cardeais e colaterais.

3. O que são coordenadas geográficas?

4. Enumere:
(1) Norte ( ) Oriente
(2) Sul ( ) Ocidente
(3) Leste ( ) Setentrional
(4) Oeste ( ) Meridional

5. Defina:
a) Latitude:

b) Longitude:

6. Sobre os meios de orientação, complete:


a) Durante a noite no hemisfério sul, podemos nos orientar através do
.
b) No hemisfério utiliza-se a Estrela Polar para orientação.
c) A é um instrumento dotado de uma agulha imantada que apon-
ta sempre para o pólo magnético terrestre, nos mostrando diretamente as direções
e .

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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7. Se nos basearmos pelo mapa mundi, as terras brasileiras:


a) estão inteiramente no Hemisfério Sul.
b) estão inteiramente no Hemisfério Norte.
c) estão inteiramente no Hemisfério Setentrional.
d) estão na maior parte no Hemisfério Oriental.
e) estão na maior parte no Hemisfério Meridional.

8. Círculo máximo da Terra, ou seja, o de maior comprimento:


a) Linha do Equador
b) Meridiano de Greenwich
c) Trópico de Câncer
d) Trópico de Capricórnio

9. Com a ajuda de um Atlas responda:

Qual país está na longitude 140O leste e latitude 20O Sul?

10. Através da tabela abaixo, dê as coordenadas geográficas:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


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A - Latitude:
- Longitude:
B - Latitude:
- Longitude:
C - Latitude:
- Longitude:
D - Latitude:
- Longitude:
E - Latitude:
- Longitude:
F - Latitude:
- Longitude:
G - Latitude:
- Longitude:
H - Latitude:
- Longitude:
I - Latitude:
- Longitude:
J - Latitude:
- Longitude:

QUESTÃO DESAFIO
11. Assinale a alternativa correta:
a) O Equador é uma linha imaginária, traçada a igual distância dos pólos, e que divide a
Terra nos hemisférios Norte e Sul. Essa linha é uma circunferência que pode ser divi-
dida em 360º. Nesse caso, a distância do Equador a um dos pólos será de 180o, o que
corresponde à máxima latitude.
b) Considerando o Equador e Greenwich, é possível afirmar que o Brasil tem a maioria de
suas terras respectivamente nos hemisférios ocidental e setentrional.
c) Os paralelos são linhas imaginárias que dão a volta na Terra, passando pelos dois pólos,
dividindo a Terra em dois hemisférios: ocidental e o oriental.
d) Latitude é a distância contada em graus do Meridiano de Grrenwich a um ponto da
superfície da Terra, variando de 0o a 180o.
e) N.d.a.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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12. No quadro abaixo estão indicadas as coordenadas geográficas de diferentes localida-


des:

LOCAL LONGITUDE LATITUDE


A 43o w 23O S
B 122O w 38O S
C 122O w 48O S
D 31O w 31O S
E 49o w 25O S
F 73O w 19O S

Com base nos dados, estão corretas as alternativas:


a) ( ) Todas as localidades estão localizadas entre o Trópico de Câncer e a Linha do Equa-
dor.
b) ( ) As localidades B e C estão situadas na Austrália.
c) ( ) As localidades A e E estão situadas na zona intertropical, no Hemisfério Sul.
d) ( ) As localidades mais próximas da Linha do Equador são F e A.
e) ( ) A localidade D está a noroeste da localidade F.

sugestão de sites

www.esteio.com.br
www.pick-upau.com.br
www.fosp.com.br

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 55


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CAPÍTULO 5

Noções de
Cartografia
Neste capítulo abordaremos a evolução da Cartografia. Destacamos as principais
características da Cartografia desde a Pré-História até os dias atuais. Analisamos que a Car-
tografia teve um papel fundamental na conquista de novos territórios. Devemos perceber
os mapas como instrumento de análise, interpretação, planejamento e interferência da re-
alidade espacial. Identificaremos os elementos que compõem um mapa, como os símbolos,
as escalas e as projeções.
A cartografia é a ciência e ao mesmo tempo a arte de se representar o espaço por meio
da representação gráfica.

56 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Os Mapas: da Pré-História a Atualidade


Desde a antiguidade, vários povos pré-históricos já utilizavam a representação gráfica para
registrar elementos e se orientar no espaço onde viviam. As primeiras formas de representa-
ção foram realizadas em rochas expostas ou em cavernas utilizando corantes obtidos através
de folhas, troncos e solo. Com estes corantes os homens pré-históricos realizavam desenhos
para representar aspectos do seu cotidiano, como plantações, animais, rios, perigos naturais e
roteiros para demarcar os caminhos terrestres. Com isso, poderiam informar para as próximas
gerações o que eles já conheciam, comportamento cultural este que teve colaboração funda-
mental para a evolução humana.
Estes registros gráficos se tornaram cada vez mais comuns, pois os homens queriam conhe-
cer o mundo além do que podiam ver. Na tentativa de explicar o espaço da maneira mais próxima
da realidade, elaboravam novas formas de representação da natureza e seus elementos.

A mais antiga representação da superfície terrestre


uma tábua de argila representando parte da mesopo-
tâmia data de 4000 a.c.

Com o passar do tempo, a evolução cultural do homem estimulada pelas experiências


no meio natural, lhe permitiu registrar elementos de maneira cada vez mais aprimorada. O
homem passou a delinear traços para representar trajetos que fazia para encontrar comida,
água ou esconderijo, para facilitar o acesso e evitar o esquecimento dos mesmos.
Considerada o berço do desenvolvimento científico da humanidade, a Grécia Antiga foi
palco de um grande desenvolvimento da Cartografia, pois a representação do espaço passou
a ser baseada em pontos fixos e precisos da superfície terrestre. Os cartógrafos gregos já ad-
mitiam a esfericidade da Terra e desenvolveram o sistema de latitude e longitude. Eratóstenes
calculou o raio da Terra, Crates construiu o primeiro globo terrestre e Ptolomeu construiu o
primeiro mapa-mundi em pergaminho, tentando explicar a formação dos diferentes climas
durante o ano.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 57


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Durante o império romano, foram desenvolvidos mapas mais práticos com finalidades
militares e administrativas. Na verdade, a administração de um território tão vasto como o do
Império Romano obrigou a uma rápida evolução da cartografia. Assim, os mapas passaram a
ter forma de um disco e eram confeccionados em tábuas ou rolos de pergaminhos.
Uma das representações cartográficas mais famosas feitas na Roma Antiga foi a Tábua
de Peutinger. No século XIII foi construída uma cópia da tábua original sob a forma de carta de
navegação alongada (6,80m x 0,34m). Este mapa representa o mundo conhecido na época,
embora as zonas mais ocidentais tenham desaparecido. Nele são indicados as montanhas, os
rios e as cidades, as quais são representadas por um pequeno conjunto de edifícios. Apesar
de conter muitas distorções, este mapa ofereceu muitas informações importantes, como a
distância entre as cidades e as estradas que apontavam a direção de cada uma delas.No final
da Idade Média, o comércio de produtos passou a ser uma importante atividade econômica
para os povos, principalmente do continente europeu e asiático. Para isso, tornou-se neces-
sário realizar grandes expedições para o transporte dos produtos a serem comercializados
nas feiras da época. Para realizar estas expedições era necessário aos viajantes conhecer os
lugares a serem percorridos, os atalhos que desviavam caminhos pantanosos ou desérticos,
os melhores locais para estabelecer acampamentos e alimentar os animais, além da delimi-
tação dos lugares que ofereciam disponibilidade de água e perigo quanto aos fenômenos
naturais.
Para suprir estas necessidades, os cartógrafos da época construíram mapas inspirados no
conhecimento cartográfico grego para orientar os viajantes. Porém, estes mapas não possuíam
grande confiabilidade, pois a tecnologia da época não permitia maior precisão.
A necessidade de expandir a atividade comercial mesmo com o bloqueio do caminho
terrestre para o oriente pelos Turcos Otomanos, forçou os viajantes da época a desenvolverem
técnicas cartográficas mais confiáveis. O aprimoramento de instrumentos como a bússola e o
astrolábio tornaram possível aos europeus lançar-se em viagens marítimas, até então consi-
deradas muito perigosas, pois temiam que a linha do horizonte pudesse ser a entrada de um
abismo sem fim. Além disso, nesse período a invenção da imprensa e da gravação facilitaram
sobremaneira as técnicas cartográficas, pois facilitavam a edição e distribuição dos mapas.

O astrolábio é um instrumento ca-


paz de realizar a medição de distâncias
e alturas de objetos da superfície ter-
restre, determinar latitudes e a hora do
dia, por meio de relações matemáticas
com astros celestes.

58 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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No período das Grandes Navegações, iniciado a partir de meados do século XV, o homem
realizou viagens em alto mar, as quais evidenciaram que a Terra realmente era esférica e muito
maior do que se imaginava. O genovês Cristóvão Colombo foi o primeiro grande navegador a
apostar nesta possibilidade. Ao acreditar poder sair da Europa e chegar até as Índias navegando
no sentido Oeste ao invés de contornar o continente africano, Colombo desafiou a sociedade
e o conhecimento da época.
Com a descoberta da esfericidade da Terra, foi estabelecida uma nova forma de enxergar
nosso planeta e as novas terras encontradas na América aumentaram significativamente os
desafios para a compreensão da natureza. Nesse momento o mundo praticamente dobrou de
tamanho e, novas paisagens totalmente desconhecidas precisavam ser desbravadas.

Para facilitar a representação cartográ-


fica foi desenvolvido o globo, na tentativa
de melhor representar nosso planeta. Pos-
suindo um formato semelhante com o da
Terra, o globo possibilita a representação
das menores partes do planeta, evitando
deformações. Apesar de constituir a melhor
forma de representação da Terra, existem
alguns problemas como, por exemplo, o
seu transporte, a visão menos detalhada e
a impossibilidade de observação total do
planeta, como no mapa-múndi.

A Importância dos Mapas


A partir da segunda metade do séc. XIX, a produção de mapas se expandiu bastante, esti-
mulada pela evolução da tecnologia. Os mapas passaram por aperfeiçoamentos para atender
o interesse e a necessidade dos usuários, colaborando para finalidades políticas, econômicas,
sociais, militares, entre outras. Por exemplo, um mapa utilizado por um comerciante precisa
representar os caminhos, as direções e os locais das principais feiras, ao passo que um mapa
militar precisa conter maiores detalhes com relação às altitudes do terreno, às fronteiras do
território, e às bases militares inimigas.
Por volta de 1860, o fotógrafo e balonista francês Gaspar Tournachon passou a utilizar
câmaras fotográficas montadas a bordo de um balão para realizar o reconhecimento de
terrenos. Assim, as fotografias aéreas passaram a revelar um novo ângulo de observação da
Terra. Com a invenção do brasileiro Santos Dumont, as câmaras fotográficas passaram a ser
acopladas no assoalho de aeronaves, facilitando a tomada das fotografias já que essas possuem
melhor dirigibilidade.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 59


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Com a Segunda Guerra Mundial, a cartografia passou a ser uma ciência extremamente
importante à segurança nacional e os países que possuíam serviços cartográficos obtiveram
vantagens com relação à defesa de suas fronteiras. Nas últimas décadas, os computadores e
os softwares de geoprocessamento trouxeram contribuições importantes para a cartografia,
tornando os cálculos de projeções, de escalas, de direções e de distâncias muito mais rápidos e
precisos. A evolução das tecnologias aeroespaciais tornou possível a utilização de imagens de
satélites, proporcionando à cartografia a obtenção de uma visão precisa do nosso planeta.

Em um mapa, geralmente são representados elementos importantes:


• Relevo: morros, colinas, planícies, planaltos. Para representá-los, utilizam-se linhas que
unem pontos de igual altitude, chamadas curvas de nível ou isoípsas.

60 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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• Clima: tipos climáticos, pluviosidade.


• Hidrografia: rios, lagoas, mares, áreas de inundação, represas, canais artificiais, etc.
• Vias de comunicação: ferrovias, rodovias, gasodutos, aeroportos.
• Povoamentos: cidades grandes, médias e pequenas, localidades, edifícios públicos,
• Nomes de lugares: escrito em diversos tamanhos e tipos de letras
• Elementos variados: aspectos diversos do terreno, como fazendas, culturas agrícolas,
escolas, igrejas etc.

0 100 km

0 500 km

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 61


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Escalas
Assim como um aeromodelo é uma miniatura de aeronave, o mapa é uma represen-
tação em miniatura do espaço, para que possa caber em uma folha de papel. Utilizando esse
princípio é possível representarmos qualquer extensão espacial, desde um bairro até o planeta
inteiro. Para isso, basta realizar a redução de maneira correta, utilizando a escala.
Escala é a relação proporcional entre as medidas reais do terreno e as medidas con-
tidas no mapa. Assim, por exemplo, uma distância de 2.600 metros pode ser representada
por uma distância gráfica no papel de 26cm (0,26m). Para sabermos qual foi a redução neste
caso, basta realizarmos o seguinte cálculo:

2.600m : 0,26m = 10.000

Vamos relembrar as unidades de distância?

1 km = 1.000 m
1 m = 100 cm
1 cm = 10mm

Km – quilômetro
m – metro
cm - centímetro
mm - milímetro

Dessa forma, descobrimos que neste mapa a escala que está sendo utilizada é de
1:10.000, ou em outras palavras, o mapa representa o espaço reduzido dez mil vezes.
De acordo com a necessidade e o tamanho do espaço a ser representado, é atribuída
a escala mais adequada.
Existem os seguintes tipos de escala:

Escala gráfica: Utiliza-se uma linha reta, dividida em setores como se fosse uma régua,
e as distâncias verdadeiras são indicadas na própria escala.
1.000 km
200 km

400 km

600 km

800 km
0 km

62 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Escala numérica: Representa-se sob a


forma de uma razão (1:200.000) ou de uma
proporção ( 1 ), e o numerador cor-
200.000
responde à dimensão unitária no mapa e o
denominador à dimensão real.
Isso significa que:
1 cm no mapa = 200.000 cm na área
(ou 2.000 m).

Não esqueça!!
• Quanto maior for o denomi-
nador da escala, menor será o
mapa (pobre em detalhes).
• Quanto menor for o denomina-
dor, maior será o mapa (rico em
detalhes).

A representação plana da Terra é feita ba-


sicamente sob três formas gráficas: por meio
de plantas, cartas ou mapas.
As plantas são utilizadas quando existe
a necessidade de alto grau de precisão nos
cálculos de distâncias. Dessa forma, utiliza-
se uma planta para áreas que possuam no
máximo 50 km de raio, sendo construída em
escalas maiores do que 1:10.000. No caso da
planta, a curvatura terrestre não é levada em
consideração para a sua confecção, devido ao
pequeno recorte da área a ser representada.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 63


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Já a carta é utilizada nos casos em que a área a ser representada ultrapassa um raio de 50
Km, porém não chega a ser do tamanho de um estado, por exemplo. Nesta distância torna-se
necessário a utilização de projeções cartográficas para compensar as distorções da curvatura
terrestre quando se representa o espaço em uma folha plana. As cartas utilizam a projeção
que considera o formato da Terra elipsoidal, que é uma forma circular, porém achatada.

O que é projeção cartográfica?

Projeção é uma técnica responsável pelos cálculos da superfície ter-


restre com o objetivo de diminuir a distorção ocorrida quando se passa
uma superfície curva (superfície terrestre) para o plano (papel).
Os mapas passam a ser utilizados para regiões mais extensas, como estados, países, regiões,
continentes e o planeta inteiro. Dessa forma, costumam ser utilizadas escalas menores de que
1:250.000 e projeções cartográficas elipsoidais ou esféricas. Uma projeção esférica considera
o formato da Terra como um círculo, sem achatamentos.

Os Símbolos e Convenções Cartográficas


A música possui uma linguagem universal, ou seja, seus símbolos podem ser interpre-
tados por qualquer pessoa no mundo, independente do país, da cultura e da língua falada.
Dessa forma, uma música escrita pelo brasileiro Heitor Villa Lobos pode ser interpretada por
um músico alemão ou japonês.
Nesse sentido, podemos comparar a música à cartografia. A cartografia possui normas
internacionais para a confecção de mapas, por meio de uma simbologia própria. Essa norma-
tização permite que um mapa seja interpretado da mesma maneira por pessoas de qualquer
nacionalidade, evitando contratempos e até mesmo acidentes, no caso dos mapas utilizados
em navegação e aeronáutica. Dessa forma, caso você realize uma viagem para um país estran-
geiro, poderá utilizar um mapa desta região sem maiores problemas para interpretação.

64 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Já pensou se em cada país existisse um tipo de


norma cartográfica diferente de outro? Iria dar uma
confusão!

Para que os mapas possam ser interpre-


tados internacionalmente, o símbolo carto-
gráfico precisa satisfazer quatro requisitos
fundamentais.
ser uniforme em um mapa ou em
uma série de mapas;
ser compreensível, sem dar margem
à suposições;
ser legível;
ser preciso de acordo com a necessi-
dade.

Com estes requisitos, os símbolos


cartográficos permitirão a visualização da
distribuição dos fenômenos representados
nos mapas. No exemplo da representação
de um rio no mapa, é possível através dos
símbolos sabermos qual é a sua largura
aproximada, se existem pontes sobre ele,
se é perene ou intermitente, se é navegá-
vel, se é utilizado para hidrelétricas ou como
reservatório.
Devido à diversidade de situações que
podem ocorrer no espaço terrestre, existe
uma grande variedade de símbolos carto-
gráficos para representá-los com a maior
exatidão possível. Observe alguns destes
símbolos:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 65


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Para representar os elementos necessários, a cartografia também utiliza uma padronização


das cores empregadas.
• Azul: representa as águas oceânicas e terrestres, subterrâneas e superficiais. De acordo
com os matizes empregados, tem-se a noção de profundidade do corpo hídrico.
• Verde: representa os diferentes tipos de formação vegetal terrestre. Em alguns mapas,
o verde também representa altimetria do relevo.
• Marrom: representa a variação de altitude do terreno através dos seus vários matizes.
• Preto: utilizado nas letras e números que informam os elementos do mapa
• Vermelho: representa as rodovias principais.

Os Tipos de Mapas
Como vimos os mapas são representações da Terra nos seus aspectos geográficos, naturais
ou culturais. Eles podem representar o relevo, a vegetação, os rios, os climas e os recursos na-
turais: nestes casos são chamados de mapas físicos. Também podem representar as fronteiras
políticas entre estados e países, a quantidade de população em determinado local, índices de
desemprego e criminalidade, entre outros: estes são mapas políticos-humanos.

66 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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1. Como eram as representações espaciais na pré-história?

2. Quais as principais contribuições cartográficas do povo grego antigo?

3. Qual fator motivou o Império Romano a desenvolver a cartografia?

4. Na linguagem cartográfica , o que não pode faltar em um mapa?

5. Produza um mapa do caminho que você realiza entre a sua casa e a escola. Procure res-
peitar uma escala e coloque símbolos cartográficos, para tornar simples a interpretação
de seu mapa.

6. Produza um mapa (representação da visão aérea) a partir desta foto tirada de um avião
(visão oblíqua).

7. Cruzadinha
1. É o elemento que estabelece a relação ou a proporção entre a dimensão real de um
lugar e sua representação no mapa.
2. Cor que representa as rodovias principais.
3. São utilizadas quando existe a necessidade de alto grau de precisão nos cálculos de
distâncias.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 67


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4. É a tecnologia que abrange o conjunto de procedimentos de entrada, manipulação,


armazenamento e análise de dados espacialmente referenciados.
5. Um dos elementos encontrados num mapa que represente as vias de comunicação.
6. Instrumento capaz de realizar a medição de distâncias e alturas de objetos da superfície
terrestre, determinar latitudes e a hora do dia, por meio de relações matemáticas com
astros celestes.
7. Melhor representação do nosso planeta, facilitando a representação cartográfica, evi-
tando deformações.
8. Mapas que representam o relevo, a vegetação, os rios, os climas e os recursos naturais.

1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.

8. Junto com seus colegas e com orientação do (a) professor(a), procure saber as medidas de
sua sala de aula – comprimento e largura – e da(s) porta(s) e janela(s). Faça a planta de sua
sala de aula discutindo com seus colegas qual é a escala mais indicada para representá-
la.

9. Pesquise em sua apostila e no Atlas, algumas convenções cartográficas. Escolha cinco e


as represente abaixo:

68 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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QUESTÃO DESAFIO
10. Imagine a seguinte situação: você está no início de uma avenida e quer ir a um escritório
localizado no final dela. Trata-se de uma avenida longa e, pela planta da cidade você quer
saber exatamente quantos metros terá que caminhar. Você descobre que, nesse mapa de
escala 1:5000, a avenida mede 30 cm e, portanto, deverá caminhar:
a) 150.000 metros
b) 1.500 metros
c) 15.000 metros
d) 15 metros

11. Qual a distância aproximada entre Recife (Brasil) e Trujillo (Peru) na escala 1:55.000.000,
sendo que a distância gráfica é de 8,5 cm?
a) 467,5 Km
b) 4.675 Km
c) 4,5 Km
d) 46 Km
e) 46.750 Km

sugestão de leitura
Mapas: A Realidade no Papel
Autor: Rosaly M. B. Chianca
Coleção: Um Passo à Frente
Editora Ática

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 69


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CAPÍTULO 6

Assuntos da
Atualidade
Brilhantes Sonhadores: os Cientistas e Técnicos que
Levaram o Homem à Lua
Em entrevista coletiva em Londres, o cosmonauta Gherman Titov, o segundo russo no es-
paço, falou da beleza de ver a Terra do espaço. Ele descreveu o halo azul em torno do planeta,
e falou da impressão de ver o globo suspenso no nada.
Declarações como essa causavam espanto numa época em que pouca gente tinha visto
o planeta do espaço e nem se sabia quantas horas o corpo humano resistiria no espaço, sem
gravidade. Titov, a bordo do Vostok Dois, foi o primeiro homem a passar um dia inteiro no
espaço.
Os pioneiros do programa espacial estavam tateando os limites da resistência humana.
Mesmo no histórico projeto Apolo, cada missão vinha cheia de riscos.
O presidente Richard Nixon tinha no bolso um discurso pronto caso os primeiros homens
a andarem na superfície da Lua - Neil Armstrong e Buzz Adrin - não conseguissem voltar. O
maior risco era de que o módulo lunar não conseguisse decolar da Lua depois das 22 horas
que os astronautas teriam passado no Mar da Tranquilidade.
Persistência e uma grande imaginação é que levaram o homem à Lua. Essas qualidades
romperam fronteiras e atravessaram as linhas inimigas.
Um dos grandes responsáveis pelo sucesso da missão Apolo 11 foi o engenheiro alemão
Werner Von Braun. Mas, do trabalho pioneiro de Von Braun até o pouso da Apolo 11, os pro-
jetos de construção de naves e sistemas passaram por várias transformações. Por exemplo, só
o incêndio da Apolo 1, antes de sair do chão, levou a mais de uma centena de modificações
técnicas. A medida da engenhosidade que levou - e leva - o homem ao espaço ficou evidente
no acidente com a Apolo 13, quando a explosão de um tanque de combustivel pôs em risco a
vida de três astronautas. Com muito improviso e coragem, eles conseguiram voltar à Terra.

70 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Mas uma estória mais acabou sem final feliz, e mostrou que o homem tem que continuar
alerta para os desafios do espaço. No dia 26 de janeiro de 1986, o ônibus espacial Challenger
explodiu segundos depois do lançamento.
O problema de design dos ônibus espaciais que causou a explosão do Challenger foi
corrigido. John Copland disse que foram contratados engenheiros mais jovens, para serem
treinados com os mais antigos, os experientes profissionais que levaram o homem na Lua.
Os ônibus espaciais representam o barateamento das viagens e ir ao espaço pode virar
quase rotina.
Mais de quinhentos astronautas já voaram em missões do ônibus espacial - missões para
consertar satélites, para lançar telescópios orbitais, para construir a estação espacial interna-
cional.
As viagens espaciais estão hoje anos-luz do que foram quando o homem pisou na Lua.
O computador de bordo do módulo lunar da Apolo 11, por exemplo, tinha uma memória de
32KB - hoje em dia, um único diskette tem cerca de 45 vezes mais memória.

Pesquise temas da atualidade que se refiram ao tema proposto

sugestão de sites
http://www.bbc.co.uk/portuguese/lua02.htm

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 71


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO
No capítulo 1, é importante destacarmos os seguintes conceitos:
Tempo e espaço
Espaço natural e espaço geográfico
O papel da Geografia

No capítulo 2, é importante destacar os seguintes conceitos trabalhados:


A origem do Universo
O Sistema Solar
Planetas: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão
Lua
Cometas
Asteróides
Meteoros e meteoritos

No capítulo 3, é importante lembrar dos seguintes conceitos:


linhas imaginárias da Terra
movimento de rotação
dias e noites
fusos horários
movimento de translação
estações do ano
equinócios e sosltícios
zonas térmicas
calendário

72 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

No capítulo 4, é importante destacar os seguintes conceitos:


Pontos cardeais e colaterais
Meios e instrumentos de orientação
Coordenadas geográficas
Latitude e longitude

No capítulo 5, devemos entender os seguintes conceitos:


evolução dos mapas: da pré-história a atualidade
a importância dos mapas
escalas
símbolos e convenções cartográficas
tipos de mapas

No capítulo 6, devemos destacar:

evolução das pesquisas espaciais

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 73


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

8.
GABARITO A Geografia Física trata do espaço elabora-
do pela natureza, independentemente da
ação humana. Ex: Climatologia, Geomorfo-
Capítulo 1 logia, vegetação, hidrosfera, etc.
A Geografia Humana é o estudo explicativo
experiência pg 13 do espaço elaborado pelo homem. Ex: Geo-
(Resposta: o imã menor se movimentou grafia da População, a Geografia Agrária, a
mais e mais rápido) Geografia Industrial, etc.

1. 9.
a) Chamado de Espaço Natural, é o espaço
A
não modificado pela ação do homem.
b) É o Espaço Artificial, criado, modificado 10.
pelo homem.
C
2.
Resposta pessoal Justifique sua resposta

3. Apesar da Antártida encontrar-se em sua


Resposta pessoal maior parte coberta por uma espessa ca-
mada de gelo e de ser quase totalmente
4. desabitada, ela sofre a cobiça humana por
2 meio de diversas reivindicações, acordos e
1 conferências sobre a sua posse. Existem 26
bases de pesquisa científica de vários países
5. na Antártida.
a) 4,6 bilhões de anos
b) fases – tempo
c) paisagem – naturais – históricos
d) espaço - espaciais – elementos

6.
D

7.
Geografia vem das palavras gregas “geo”
e “graphos, significando respectivamente
Terra e escrever.
Geografia é o estudo científico da superfície
da Terra com o objetivo de descrever e anali-
sar a variação espacial de fenômenos físicos,
biológicos e humanos que acontecem na
superfície do globo terrestre.

74 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 2 10.
Resposta pessoal
1.
Resposta pessoal
11.
Astronomia é a ciência que estuda os corpos
2. celestes do Universo, englobando desde as
Resposta pessoal
estruturas mais complexas dos aglomerados
de galáxias até o estudo das menores partícu-
3. las do espaço. Com um campo de atuação tão
Resposta pessoal vasto, a ciência é dividida em quatro áreas de-
nominadas: astrofísica, cosmologia, astrometria
e mecânica celeste.
4. Considerada a mais antiga das ciências, a as-
O Sistema Solar está inserido em uma tronomia começou estudando o Sol, a Lua, e
galáxia chamada Via Láctea. O nosso sis- os planetas visíveis, pois desde os primórdios
tema solar consiste de uma estrela média, da civilização, o homem percebeu que o estu-
chamada Sol, os planetas, os satélites, os do dos movimentos dos corpos celestes tinha
cometas, os asteróides, os meteoróides e papel fundamental no estabelecimento de
o espaço interplanetário. períodos para funções básicas das primeiras
sociedades, tais como plantio e colheita, além
5. da celebração de datas religiosas. A criação
A do calendário, a astrologia, e a previsão dos
eclipses foram consequências diretas desses
6. estudos, que propiciaram avanços nas ciências
B e na cultura.

7.
C

8.

5
4
3
1
2

9.
a) Sol
b) Lua / Sol / Terra

c) Lua nova / lua cheia

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 75


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 3 8.
a) ( F )
Existe iluminação que representa o verão,
1.
num período de aproximadamente 6 meses,
Resposta pessoal
pois existe a incidência dos raios solares.
2.
a) b) ( F )
Rotação: É denominada Zona Temperado do Norte.
No movimento de rotação a Terra gira em tor-
no de seu próprio eixo, no sentido de oeste c) ( F )
para leste. A duração é de aproximadamente É utilizado pela maioria dos países.
24 horas. A conseqüência principal deste mo-
vimento é a sucessão dos dias e das noites.
d) ( V )
b)
Translação:
9.
É a órbita que a Terra executa no espaço ao
redor do Sol, de forma elíptica. Sua duração é a) 20:00 horas
de aproximadamente 365 dias e 6 horas. Esse
b) 19:00 horas
movimento ocasiona as estações do ano.
3. c) 19:00 horas
Inverno – verão d) 19:00 horas
Sul – norte e) 18:00 horas
Primavera – outono f ) 17:00 horas
23 de setembro – primavera / outono g) 19:00 horas
h) 19:00 horas
4. i) 18:00 horas
D j) 19:00 horas

5.
10.
04: 00 horas do dia seguinte
2 - 3 - 4 - 5 - 1

6.

1 1 2 2 1 1 1 2 2 2

7.
Resposta pessoal

76 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Capítulo 4 9.
Austrália

1.
Resposta pessoal 10.

2. A – Latitude: 20O sul


Resposta pessoal Longitude: 40O oeste

3. B– Latitude: 40O norte


Longitude: 100O leste
As coordenadas geográficas são as de-
terminações das medidas de latitude e
longitude que definem a posição de um C– Latitude: 40O norte
ponto na superfície terrestre. Longitude: 100O oeste
D– Latitude: 0O
4.
Longitude: 60O Leste
3 4 1 2

E – Latitude: 60O norte


5.
Longitude: 0O
a)
É a distância contada em graus, minutos
e segundos angulares a partir do Equa- F– Latitude: 0O
dor, no sentido norte ou sul e varia de 0O Longitude: 0O
a 90O
b) G– Latitude: 80O norte
É a distância contada em graus, minutos e Longitude: 120O oeste
segundos angulares a partir do Meridiano
de Greenwich, no sentido leste ou oeste
H – Latitude: 60O norte
e varia de 0o a 180o
Longitude: 80O leste
6.
a) Cruzeiro do Sul. I – Latitude: 80O sul
b) Norte Longitude: 140O oeste
c) bússola – norte - sul
J – Latitude: 20O norte
7. Longitude: 160O leste
E
11.
8. E
A
12.
D-E

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 77


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Capítulo 5 7.
1. escala
2. vermelho
1. 3. plantas
As primeiras formas de representação foram
4. geoprocessamento
realizadas em rochas exposta ou em caver-
nas utilizando corantes obtidos através de 5. aeroportos
folhas, troncos e solo. Assim, os desenhos 6. astrolábio
feitos, representavam aspectos do cotidiano 7. globo
dos homens, como plantações, animais, rios,
8. físico
perigos naturais, roteiros para demarcar os
caminhos terrestres.

2. 8.
Os gregos contribuíram muito, pois a repre- Resposta pessoal
sentação do espaço passou a ser baseada em
pontos fixos e precisos na superfície terres-
tre. Os gregos já admitiam a esfericidade da
Terra e desenvolveram o sistema de latitude
9.
e longitude. O cálculo do raio da Terra, feita
Resposta pessoal
por Eratóstenes, o primeiro globo terrestre,
construído por Crates, o primeiro mapa-
mundi feito por Ptolomeu, foram algumas
contribuições dos gregos na Cartografia.
10.
B
3.
O território tão vasto como o do Império
Romano obrigou a uma rápida evolução 11.
cartográfica. Foram desenvolvidos mapas B
com finalidades militares e administrativas.

4.
Título, escala, covenções cartográficas, pro-
jeções e a rosa dos ventos.

5.
Resposta pessoal

6.
Resposta pessoal

78 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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UNIDADE 2

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


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Nesta unidade veremos que a Terra é um


planeta dinâmico, em constante transfor-
mação. Seu relevo é o produto de milhares
de anos de atividades geológicas e climá-
ticas. A ação do homem, embora recente
na escala geológica, transformou algumas
paisagens de maneira muito rápida, oca-
sionando desequilíbrios ambientais que al-
teram o ritmo das transformações naturais.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 1

Estrutura e
Dinâmica da Terra
Neste capítulo, veremos a estrutura do planeta Terra e analisaremos a sua evolução; estu-
daremos as camadas internas da Terra e os agentes transformadores do relevo, tanto do aspecto
interno quanto do externo; verificaremos quais transformações são causadas por essas forças na
natureza; faremos também uma análise reflexiva sobre a ação do homem no meio.

As Camadas da Terra
A Terra possui uma estrutura interna formada por diferentes camadas de materiais rochosos
compostos por uma grande variedade de minerais. Como vimos na unidade anterior, o centro
da Terra possui altas temperaturas que tornam pastoso o material rochoso lá existente, o qual é
chamado magma. Assim, quanto mais próximo do centro da Terra, maior é também a temperatura.
Com o passar do tempo geológico, esse calor foi se dissipando e as rochas da superfície torna-
ram-se sólidas. Com isso, a Terra pode ser dividida basicamente em 3 camadas: crosta terrestre,
manto e núcleo, que pode ser subdividido em interno (líquido) e externo (sólido).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


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Crosta terrestre ou litosfera: corresponde à parte sólida da Terra. Sua espessura é de


40 a 60 km, e se subdivide em sial e sima:

Sial: é a parte mais externa da crosta terrestre e corresponde ao solo e ao subsolo; sua
espessura é de 15 a 25 km. Predominam as rochas sedimentares e magmáticas, além
dos minerais silício e alumínio.
Sima: corresponde à parte que vem em seguida do sial; tem espessura de 30 a 35 km.
Predominam rochas basálticas, além dos minerais silício e magnésio.

Manto: é uma grossa camada rochosa, com cerca de 2.900 km de espessura; envolve
o núcleo e compõe a maior parte da massa terrestre. É formada principalmente por
silício e magnésio. Sua consistência é pastosa e está em constante movimentação. A
lava que sai dos vulcões é constituída pelo magma (rochas derretidas) proveniente do
manto.
Núcleo ou nife: com cerca de 3.400 km de raio, é formada por rochas e por uma liga me-
tálica constituída principalmente de ferro e níquel a uma temperatura próxima de 6000ºC.
Sua consistência é líquida, mas supõe-se que exista, mais no interior, um núcleo sólido.

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Como o núcleo da Terra pode ser solidificado se a temperatura no interior da


Terra é de 6000oC, aliás, como sabe-se que seja essa temperatura? E o material
no interior da Terra não deveria estar em estado líquido?

Calma, vamos devagar. Você já ouviu falar em grau geotérmico?


Então verifique:

Grau geotérmico: À medida que se aprofundam para o inte-


rior da Terra, as camadas superficiais sofrem um aumento médio de
temperatura de 1oC a cada 33 metros de profundidade.

Através do grau geotérmico, portanto, pode-se estimar a temperatura do núcleo da Terra. E


para responder o segundo questionamento, lembramos que, após a formação da Terra, os minerais
densos afundaram e se concentraram no centro, formando o núcleo do planeta. Os minerais mais
leves formaram uma fina crosta que aos poucos foi se resfriando, dando origem às rochas.

CURIOSIDADE
Vamos comparar a escala de tempo geológica com a passagem de um ano. Observe
o que aconteceria: a Terra surgiria no dia 1o de janeiro (+ ou – 4,5 bilhões de anos atrás).
Somente no final de novembro apareceriam as primeiras plantas e animais (3,9 bilhões de
anos atrás). Às 17 horas e 26 minutos do dia 26 de dezembro (70 milhões de anos atrás) de-
sapareceriam os dinossauros. Às 21 horas e 21 minutos de 26 de dezembro (63 milhões de
anos atrás) surgiria a Cordilheira dos Andes. Apenas às 23 horas e 48 minutos do dia 31 de
dezembro (100 mi anos atrás), finalmente, surgiriam os seres vivos.

Teoria da Deriva Continental


Em 1915, o alemão Alfred Wegener publicou a Teoria da Deriva dos Continentes, propon-
do que, há 200 milhões de anos, todos as massas emersas de terra estariam reunidas em um
único supercontinente, denominado Pangéia, envolto por um mar universal, a Panthalassa.
Posteriormente, essa massa continental fraturou-se em partes menores que se dispersaram
em conseqüência de movimentos horizontais. Além da semelhança entre as margens dos
continentes, que se encaixam como um grande quebra-cabeça, Wegener buscou evidências
geológicas, paleontológicas e climáticas, particularmente nos continentes do hemisfério sul,
para fundamentar sua hipótese. Ele acreditava que a força para impulsionar a movimentação

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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dos continentes seria derivada das marés e da própria rotação da Terra. No entanto, existem
dificuldades de ordem física e matemática para sustentar esse modelo de movimentação e,
por isso, a teoria sofreu forte oposição dos principais cientistas da época, caindo, praticamente,
no esquecimento.

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Teoria da Tectônica de Placas


Novos estudos e descobertas geológicas, que levaram à Teoria da Tectônica de Placas,
praticamente comprovaram a teoria de Wegener e conseguiram explicar como o processo
de movimentação ocorre.
A superfície da Terra possui um grande número de rachaduras, subdividindo a crosta
terrestre em vários pedaços, denominados placas tectônicas. As placas tectônicas são como
balsas que navegam em um oceano de magma pastoso. Assim, as placas podem colidir, des-
lizar ou se afastar uma das outras.
Quando as placas tectônicas se chocam, uma avança para baixo da outra, ocorrendo a
formação de grandes cadeias de montanhas ou cordilheiras. Geralmente a parte da placa
encoberta é consumida pela alta temperatura das camadas inferiores.
Quando as placas tectônicas deslizam umas nas outras, ocorrem as falhas, e quando elas
se afastam umas das outras, novas placas tectônicas podem ser criadas com o material ex-
pelido do interior da Terra. Acredita-se que os atuais oceanos da Terra foram formados pela
geração de crosta nova entre placas que se afastaram. Em ambos os casos, podem ocorrer
terremotos, que variam em intensidade de acordo com a velocidade e o tipo de deslocamento
das placas.
A crosta terrestre é formada por seis placas principais e várias outras menores. As placas
principais seriam equivalentes a cada continente, com uma parte de oceano. O Oceano Pací-
fico teria a sua própria placa.
Embaixo dos oceanos, as placas têm entre 5 a 10 km de espessura. Já as placas continentais
têm entre 20 e 70 km de espessura. Essas placas movem-se a velocidades próximas a 1 cm/ano.
Assim, há quinhentos milhões de anos, as placas tectônicas vêm mudando constantemente
de posição pela superfície da Terra. Esse fenômeno é chamado de deriva continental.

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Mapa da distribuição das placas tectônicas

Rochas
O resfriamento da Terra e a formação
da crosta terrestre são processos bastante
lentos e raramente podem ser percebidos
pelo homem, pois tratam-se de fenômenos
que ocorrem há milhões ou bilhões de anos,
como a formação de rochas e do próprio re-
levo. De acordo com sua formação, as rochas
são classificadas em três tipos principais:

Rochas magmáticas ou ígneas: sua


origem está no magma (rochas e minerais
derretidos do interior da Terra). Às vezes,
esse material derrama-se na superfície da
Terra por meio de erupções vulcânicas, es-
friando-se ou solidificando-se no interior da
Pedreira de granito na África do Sul.Tomado por Terra. Ex: granito.
quartzo, feldspato e mica, o granito tem cores variadas,
sendo muito usado em construções, tanto em áreas
externas como internas.

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Rochas metamórficas: são rochas re-


sultantes da transformação de sedimentos
acumulados no decorrer de milhares de anos,
que passaram por um processo de elevada
temperatura e pressão, provocando sua trans-
formação (metamorfismo). Ex: mármore.

Extraçaõ de mármore em Carrara, na Itália.

Rochas sedimentares: a ação de agentes


Arenito: rocha sedimentar formada pela consolida-
ção de grãos de areia.
erosivos como a água corrente, os ventos, a va-
Ele se forma em camadas horizontais ou estratos. riação térmica, as geleiras etc. sobre as rochas
Vila Velha, no Paraná, é um lugar de atração turís- magmáticas provocam a desagregação, ou seja,
tica. desprendimento de porções. Esses sedimentos
vão se acumulando no decorrer de milhares de
anos, resultando em rochas sedimentares. Ex:
areia
Ciclo das Rochas.

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As Formas do Relevo
Observando o espaço onde vivemos, percebemos que existem relevos mais planos, outros
levemente ou fortemente ondulados e outros formados por grandes elevações ou depressões.
Essas formas encontradas na superfície terrestre foram formadas pelos agentes internos e
externos do relevo.
Assim, existe uma grande variedade de formas de relevo, que são:

Planaltos – São terrenos mais ou menos planos situados em altitudes variáveis, porém,
sempre maiores do que zero. Os planaltos são delimitados por escarpas íngremes e
relevos mais baixos. No planalto, o processo de erosão supera o de formação, ou seja,
as áreas de maior altitude tendem a ser desgastadas pelos agentes externos do relevo,
sendo que os sedimentos irão ser depositados para fora dos planaltos, em planícies
ou depressões. Os planaltos geralmente são drenados por rios de escoamento médio,
ainda capazes de carregar grandes quantidades de sedimentos.

Planícies – são terrenos mais ou menos planos delimitados por regiões mais altas. Na
planície, o processo de formação supera o de erosão, pois ela recebe sedimentos das
regiões mais altas que a circundam, como os planaltos e as montanhas. Assim, a planície
constitui um local de sedimentação. As planícies normalmente são drenadas por rios
de escoamento lento, formando meandros.

Montanhas – A maior parte das montanhas do mundo estão agrupadas em duas


cadeias principais: uma se estende de oeste para leste, indo do Pirineus e Alpes, na
Europa, ao Himalaia, na Ásia. A outra cadeia se estende de Norte a Sul das Américas, das
Montanhas Rochosas aos Andes. Essa configuração mundial das montanhas se deve à
maneira como estão dispostas as placas tectônicas convergentes que, ao se chocarem,
desenvolvem os dobramentos responsáveis pelo soerguimento das montanhas.

Escarpas – São rampas ou aclives formados pelos agentes internos do relevo existentes
nas bordas dos planaltos e serras.

Depressões – São porções de terrenos situados abaixo do nível do mar ou abaixo do


nível das regiões que lhe circundam. A origem de uma depressão pode ser o processo
de erosão ou afundamento de terrenos provocado pelas falhas.

Serras – Áreas compostas por terrenos acidentados com fortes desníveis. No Brasil,
popularmente, o termo “serra” também é utilizado para descrever algumas escarpas
na borda dos planaltos. Porém, tecnicamente, essa utilização é incorreta.

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Perfil do Relevo terrestre

Os Agentes do Relevo
O relevo resulta da atuação de dois grandes conjuntos de fatores denominados agentes
do relevo, que são:
Agentes internos ou exógenos: são os processos estruturais que atuam do interior para
o exterior: tectonismo, vulcanismo e terremotos;
Agentes externos ou endógenos: são os processos esculturais que atuam externamente
modificando as paisagens, como o intemperismo, a ação das águas, do vento, do mar,
do gelo, dos seres vivos etc.

Agentes Internos Transformadores do Relevo (Endógenos)


A poderosa irradiação calorífica do interior da Terra promove, por conseqüência, vários
fenômenos como os dobramentos, as falhas, os terremotos e os vulcanismos.
Analisaremos, portanto, alguns agentes transformadores internos do relevo:
Terremotos: são manifestações de deslizamentos ocorridos nas falhas geológicas. A
maior parte ocorre nas bordas das placas tectônicas. O interior de uma placa tende a
ser estável e menos sujeito a terremotos. Quando uma placa desliza ao longo de outra,
libera subitamente energia. Mesmo que o movimento seja pequeno, a energia liberada
é imensa e se propaga em ondas de choque. A maior parte dos terremotos se origina
em baixas profundidades, até 5 quilômetros abaixo da superfície. A causa precisa dos
terremotos muito profundos é desconhecida. O ponto em que um terremoto é gera-
do chama-se foco e o ponto na superfície que se situa acima do foco é chamado de
epicentro.

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CURIOSIDADE
A Escala Richter é usada para medir a magnitude dos terremotos. Cada ponto dessa
escala equivale a tremores dez vezes maiores que os do ponto imediatamente precedente.
Assim, um abalo que atinge o ponto 6 emite vibrações dez vezes maiores do que um ponto
que atinge o ponto 5 e cem vezes maiores do que um ponto que atinge o ponto 4. Não há
limite superior de escala, mas a maior magnitude já registrada atingiu 8,9.

Principais áreas de ocorrência de terremotos e vulcões

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Vulcões: quase todos os 500 a 600 vulcões ativos no mundo estão localizados em bordas
de placas convergentes. Esses são os vulcões nos quais ocorrem erupções. No entanto,
a maior parte dessa atividade incessante passa despercebida porque ocorre no fundo
dos oceanos, onde o magma do manto superior sobe e se deposita no solo oceânico,
adicionando matéria à crosta. A composição química dos magmas e a quantidade de
gás que contêm determinam a natureza da erupção vulcânica. Basaltos carregados de
gás produzem cones de lava. Erupções mais violentas ocorrem quando grandes nuvens
de lava entram em contato com a água, produzindo uma cinza finalmente granulada.
Quando andesitas (um tipo de mineral) estão carregadas com gás, elas explodem vio-
lentamente. Nuvens incandescentes são extremamente destrutivas. Elas são produzidas
pelo magma que surge de forma explosiva na superfície, expelindo gases e derramando
lava derretida pelas encostas das montanhas a grande velocidade.

Esquema de um Vulcão

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Tectonismo: Nos locais de colisão entre placas tectônicas, formam-se extensas cadeias
de montanhas, as quais chegam a ter grandes altitudes, dependendo da intensidade
do dobramento e do material composto pela rocha nesses locais. Em lugares próximos
aos dobramentos, também ocorrem alterações de altitude na forma do relevo. Esses
terrenos são muito elevados da superfície terrestre, caracterizados por grande instabi-
lidade. Estão associados às maiores cadeias montanhosas do planeta ou aos chamados
dobramentos, como os Andes, na América do Sul, ou o Himalaia, na Ásia.

Se não houvesse esse calor no centro da Terra, as rochas estariam no estado sólido como
as rochas existentes na superfície. Também não ocorreriam vulcanismo e terremotos, pois
esses são fenômenos que ocorrem devido à pressão existente no centro da Terra que acaba
escapando pelos vulcões e por fendas existentes entre as placas tectônicas.

Cordilheira dos Andes.

Alpes.

Altitude e altura são sinônimos? Não! Observe a definição abaixo.

ALTITUDE: é o termo usado para designar a distância vertical de um


ponto da superfície da Terra em relação ao nível zero, ou nível dos oceanos.
Assim, uma cidade litorânea terá altitude zero ou próximo desse valor, caso seu relevo seja
relativamente plano, enquanto a cidade de Curitiba, no Paraná, por exemplo, encontra-se em
uma altitude média de 900 metros.

ALTURA: significa o comprimento de um dado elemento, da sua base até o seu topo. Por
exemplo, você pode medir 1,65 metro de altura.

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Agentes Externos Transformadores do Relevo (Exógenos)


O relevo terrestre está sempre em constante modificação. A água da chuva e dos rios, o
vento, o calor do Sol e as geleiras também interferem nas formas de relevo. Vamos verificar
alguns exemplos desses transformadores do relevo:

Água das Chuvas e dos Rios


Observe que um rio sempre corre por uma região mais baixa do terreno, pois, na verda-
de, suas águas foram escavando o solo e a rocha durante um longo período de tempo. Esse
processo chama-se erosão e é responsável pela formação do vale do rio. A água das chuvas,
ao cair em superfícies desprovidas de vegetação, desagrega os grãos de rocha e solo (sedi-
mentos). Assim, eles se tornam leves e a correnteza, que se forma no escoamento superficial
da água, os carrega para dentro dos córregos e rios, onde serão transportados por grandes
distâncias.
Rios com maior volume de água e com correnteza mais forte possuem uma capacidade
maior para transportar sedimentos. Rios com menor volume de água e com correnteza fraca,
possuem menor capacidade de transporte de sedimentos. Neste último caso, o rio tende a
depositar os sedimentos no fundo do leito. Esses depósitos acabam dificultando a passagem
da água pelo canal, fazendo com que o rio geralmente forme meandros, que são curvas acen-
tuadas dos leitos dos rios em áreas planas.

Timbó, em Santa Catarina.

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O Calor do Sol
Ao incidir sobre a superfície ter-
restre, os raios solares aquecem as
rochas. O aquecimento de um material
ocasiona um fenômeno físico chamado
dilatação, ou seja, a rocha sofre uma pe-
quena expansão. Ao anoitecer, as rochas
resfriam, ocorrendo o fenômeno físico
oposto, denominado contração, que
propicia um “encolhimento” da rocha.
Esse contínuo movimento de expansão
e contração ocasiona a formação de pe-
quenas fissuras (rachaduras) nas rochas,
Nas regiões desérticas, o vento é um poderoso agente de
colaborando para a fratura em pedaços erosão. (Parque Nacional dos Arcos, em Utah, EUA)
menores, que podem ser carregados
pela água e pelo vento.

O Vento
O vento é um fenômeno importante para a
definição dos tipos climáticos, mas não se limita a
isso. As massas de ar em movimento são capazes
de transformar a superfície terrestre. Assim como
a água, o vento atua como elemento de erosão à
medida que passa carregando sedimentos e pro-
movendo colisões entre eles e as rochas, desagre-
gando outros sedimentos. As dunas são exemplos
bem definidos do poder dos ventos, que arrastam
toneladas de areia por grandes distâncias, alteran-
do quase que diariamente o relevo.

A Formação do Solo Deserto de dunas

Após o resfriamento da superfície terrestre e a formação da atmosfera, os agentes inter-


nos e externos do relevo passaram a agir sobre as rochas, gerando um processo dinâmico de
formação e erosão dos terrenos. Por meio do intemperismo e da erosão, as rochas passaram
a ser desgastadas. Os sedimentos derivados dessa erosão formaram diferentes tipos de so-
los, que foram alterando suas características com a mistura de sedimentos de outras rochas,
com o surgimento das plantas e com a deposição de restos orgânicos de atividade biológica.
Atualmente, podemos considerar o homem como um grande agente modificador dos solos
e do relevo em geral, devido a atividades como agricultura, construção de cidades e extração
de recursos naturais.

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Intemperismo: É um conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que ocasionam


a desintegração e decomposição das rochas. O intemperismo químico é a decomposição da
rocha causada pela ação da água que dissolve os minerais. O intemperismo físico é a desagre-
gação da rocha causada pela variação de temperatura, a qual cria fissuras que são caminhos
de entrada para outros agentes físicos como o vento e a água. O intemperismo biológico é a
decomposição das rochas pelos seres vivos, como bactérias, fungos e seres humanos.

Solo
Solo é a designação genérica da parte superficial da
litosfera. Ele é constituído por elementos minerais, ma-
téria orgânica, água e ar. No solo, há intensa atividade
biológica, principalmente de microorganismos. Do ponto
de vista econômico, os solos possuem fundamental im-
portância para o homem e para a qualidade ambiental do
planeta, pois ele é a base da existência da cadeia alimen-
tar, servindo de estrutura vital para o desenvolvimento
das plantas. Solo de terra roxa, no interior paulista.

Se realizarmos
um corte vertical no
relevo ou observar-
mos um barranco
recém cortado em
beira de estradas,
podemos verificar
que o solo possui
camadas com co-
loração e outras
características dife-
rentes entre elas. Na
verdade, cada uma
dessas camadas foi
formada em diferentes períodos da história geológica da Terra, informando aos cientistas
sobre a idade, a composição e o tipo de solo encontrado.
A retirada da vegetação e o manejo agrícola
inadequado geram processos erosivos que causam
grandes perdas de solos férteis. Grande parte dos
solos possui uma camada superficial orgânica, com-
posta por restos de plantas e animais, responsável
pela sua fertilidade. Com a erosão, toda essa camada
extremamente essencial é levada pelo vento e pelas
águas das chuvas e dos rios.

Erosão em Paranavaí, Paraná.

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Nas áreas agrícolas com relevo acidentado, o problema torna-se mais preocupante, pois
a água das chuvas tende a escoar com maior velocidade, aumentando também o poder de
erosão. Para isso, são utilizadas técnicas de plantio em curvas de nível, que são patamares do
terreno com a mesma altitude, favorecendo a infiltração da água no subsolo e impedindo o
escoamento.

Mapa Topográfico

Curvas de Nível

Além disso, outra forma importante


de preservação dos solos é com a escolha
certa do cultivo para cada tipo de solo e
relevo. Cultivos que desenvolvem raízes em
abundância são indicadas para relevos mais
acidentados, pois funcionam como uma
espécie de rede que segura o solo durante
os aguaceiros. O cultivo de árvores como a
laranjeira também é indicado, pois a copa
dessa árvore serve como um escudo para o
solo, diminuindo a velocidade das gotas de
chuva e, por conseqüência, seu poder de
desagregar o solo.

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A Ação Humana Sobre o Relevo


Todas a sociedades humanas, dos índios da Amazônia às sociedades dos países desenvol-
vidos, alteram o ambiente de acordo com suas necessidades. Entretanto, a forma e a intensi-
dade dessas modificações variam bastante de acordo com o modo de produção econômico
adotado por cada sociedade.

Como existem formas variadas de modificações


no ambiente, é possível afirmar que as sociedades
dos países desenvolvidos são as que mais
causam modificações no espaço?

Sim! E por vários motivos. Esses países possuem, por exemplo, como característica o alto
nível de consumo de energia e de bens duráveis (produtos eletrônicos, edificações e automóveis)
e produtos não-duráveis (alimentação e vestuário). Devido à escassez de recursos naturais em
seus territórios, esses países ricos buscam nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimen-
to, como o Brasil, variados tipos de matérias-primas e produtos alimentícios para atender suas
demandas.
A Amazônia, antes mesmo da chegada dos portugueses, já constituía um ambiente bastante
alterado pelo homem. Algumas pesquisas apontam que, nos locais habitados pelos índios, a di-
versidade biológica é maior, pois eles cultivavam certos vegetais apreciados pelos animais que
caçavam para se alimentar. Dessa forma, o homem, com a sua cultura, alterou a localização das
espécies. Obviamente, essa modificação específica do espaço não trouxe nenhuma consequência
negativa para o equilíbrio do ecossistema da Amazônia.
Entretanto, as conseqüências das ações que a nossa sociedade acrescenta a esse “desequilíbrio”
têm alcançado níveis alarmantes nos últimos anos. A modificação do relevo é um dos primeiros
impactos visíveis, pois no solo e no subsolo encontram-se vários recursos minerais importantes
para a fabricação de produtos. Muitas vezes, os leitos dos rios são desviados e retificados para o
aproveitamento hidrelétrico e para tentar sanar problemas de enchentes nas cidades.
Formas não planejadas de agricultura, pastagens e construção civil podem causar grandes
danos ao solo, devido a erosões, pois desencadeam esse processo e é muito difícil corrigir as
deficiências dos solos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Em regiões de extração de minérios, morros de grande elevação praticamente desapareceram


em poucas décadas devido à extração descontrolada dos recursos. Os garimpos clandestinos
espalham-se pelo Brasil, principalmente na região Centro-Oeste e Norte, onde é encontrada uma
variedade de riquezas como o ouro, o diamante e outras pedras preciosas.

Extração de Carvão em Wyoming, nos Estados Unidos.

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Nas cidades, a modificação do relevo é um dos principais problemas para os órgãos pú-
blicos de administração e para grande parte da população. Até mesmo em áreas íngremes,
inadequadas à construção civil (como encostas de morros), espalham-se habitações, geral-
mente das camadas menos favorecidas da população. Com isso, o perigo de acidentes é muito
grande, pois a vegetação que mantém o solo agregado é retirada, tornando-o vulnerável a
desmoronamentos. Nas áreas urbanas consideradas nobres, o problema não é tão visível,
devido às obras de engenharia empregadas, como as terraplanagens, que transformam ter-
renos íngremes em planos. Porém, essas modificações muitas vezes prejudicam o sistema de
drenagem das águas, pois o relevo cada vez mais é revestido por cimento e asfalto, impedindo
que a água das chuvas penetre no solo. Assim, toda essa água é escoada pela superfície, até
encontrar o rio ou a canalização de águas pluviais. Entretanto, dependendo da intensidade e
da quantidade de chuva, os rios e as canalizações não conseguem escoar todo o volume de
água, ocasionando as enchentes.

Curitiba, no Paraná.

Na verdade, todas as obras humanas, como ruas, estradas de rodagem, ferrovias, habita-
ções, edifícios industriais e comerciais que afetam um grande número de pessoas e os recursos
naturais deveriam passar por um processo criterioso de análise técnica para suas construções.
Um dos meios legais para garantir a viabilidade desses projetos, sem prejuízo ambiental, é por
meio do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o qual envolve diferentes profissionais que farão
a análise social e ambiental do projeto, realizando, por exemplo, as possíveis modificações do
relevo. Esse estudo deve detectar possíveis prejuízos ao ambiente e às pessoas e, caso isso
possa ocorrer, o projeto deve ser modificado ou cancelado.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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1. Vamos fazer um vulcão?


Para fazer um vulcão para experiências escolares, é necessário: argila, moldes (um cano
grosso por exemplo, para modelar a boca do vulcão) bicarbonato de sódio (fermento, por
exemplo), água ou vinagre (o vinagre dá um efeito bem melhor).
Você pode utilizar um cano como molde do vulcão, mas lembre que para uma boa
apresentação é bom tirar o cano (a parte visual é com você, pode usar uma vela acessa
e deixar cair os pingos no vulcão já pronto; dá uma impressão de lavas vulcânicas). Para
fazê-lo entrar em erupção, coloque o bicarbonato de sódio ou o fermento dentro do cone
e, em seguida, coloque água ou vinagre. Mas lembre-se de realizar um teste antes para
ver se está tudo Ok.
Se o vulcão for muito grande, você pode encher o fundo do cone com argila ou algum
tipo de papel, jornal velho, por exemplo, e colocar algum recipiente dentro (em cima do
papel) para realizar essa experiência, pois quanto maior o vulcão, maior será a grande quan-
tidade de bicarbonato de sódio ou fermento e água ou vinagre que você terá de usar.
É necessário o conhecimento da parte teórica para fazer a apresentação.

2. Quais são as camadas internas da Terra?

3. O que são agentes transformadores do relevo? Como eles são classificados e quais exem-
plos podemos citar?

4. Cite algumas ações humanas sobre o relevo que geram impactos ambientais:

5. Os agentes exógenos modeladores do relevo terrestre são:


a) intemperismo, águas correntes, mar, gelo, vento, tectonismo etc.
b) tectonismo, vulcanismo, abalos sísmicos etc.
c) intemperismo,vulcanismo etc.
d) chuvas, ventos, seres vivos, intemperismo etc.
e) n.d.a.

6. Rochas que resultam da solidificação do magma.


a) metamórficas.
b ígneas.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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c) sedimentares.
d) n.d.a.

7. Rochas resultantes de transformações ocorridas em rochas pré-existentes, em virtude de


novas condições de temperatura e pressão:
a) ígneas.
b) sedimentares.
c) metamórficas.
d) magmáticas.

8. Ouviu-se falar nos noticiários a respeito de terremotos, como na Turquia, que trouxeram
grandes prejuízos, tanto de vidas quanto econômicos. De fato, é registrada no mundo, por
ano, uma média de 60 a 70 terremotos considerados significantes, isto é, de, no mínimo,
6,5 pontos da escala Richter.
A partir da correlação dos terremotos com outros eventos na crosta terrestre, julgue os
itens abaixo assinalando V quando for verdadeiro ou F quando for falso.
a) ( ) Terremotos são, essencialmente, vibrações produzidas pelo choque de ondas marí-
timas que vêm do centro da Terra, originadas pela elevada temperatura e alta pressão
ali existentes.
b) ( ) Terremotos estão associados a ajustamentos e interações no processo de manuten-
ção do equilíbrio tectônico das placas que formam a crosta terrestre.
c) ( ) Apesar de vulcões e terremotos serem, ambos, fenômenos da crosta terrestre, inexiste
qualquer correlação entre as suas áreas de maior freqüência.

9. Existe uma série de evidências de que a crosta terrestre se movimenta, provocando mudan-
ças na posição dos continentes e modificando o relevo da Terra. A primazia da descoberta
de que a crosta terrestre se movimenta deve-se ao geólogo alemão Alfred Wegener que,
em 1915, publicou suas idéias no livro “A Origem dos Continentes e Oceanos”.
Com relação à formação do relevo terrestre é correto afirmar:
a) O tectonismo é movimento lento, prolongado ou não, que ocorre na crosta terrestre
provocando deformações nas rochas.
b) Dos atuais 450 vulcões ativos, cerca de 75% localizam-se ao longo do litoral brasileiro,
na área conhecida como Círculo de Fogo do Atlântico.
c) O intemperismo é considerado um dos principais agentes internos de formação do
relevo.
d) Denomina-se erosão eólica a provocada pela ação química da atmosfera.

10. A disposição e as formas do relevo têm importância capital na ocupação e no uso do


espaço urbano, podendo determinar as áreas mais propícias ou as impróprias para deter-
minados tipos de uso.
Sobre a influência do relevo na ocupação do espaço urbano, pode-se afirmar que:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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a) ( ) As encostas íngremes de morros e outras elevações são feições do relevo indicadas


para edificações verticais, em virtude de sua resistência aos processos erosivos.
b) ( ) As planícies fluviais e os fundos de vale são considerados impróprios para a ocupação
densa, pois são sujeitas à inundações periódicas.

11. Pesquise sobre o perfil de um relevo terrestre e desenhe-o no espaço abaixo, caracterizan-
do: planalto, planície, depressão, serras, escarpa etc. Em seguida, verifique com os colegas
quais locais eles escolheram. Observem as semelhanças e as diferenças dos perfis.

QUESTÃO DESAFIO
12. Os vulcões causam a destruição de cidades e de vidas, mas também podem significar
fontes de recursos.
a) Pesquise e explique os condicionantes da ocorrência de erupções vulcânicas no Círculo
do Fogo e nas dorsais oceânicas.

b) Pesquise, apresente e explique uma possibilidade de aproveitamento econômico das áreas


sujeitas a vulcanismos.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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sugestão de filme

Filme: Terra: Um Planeta Fascinante – Coleção Discovery – 2002


Prepare-se para presenciar um verdadeiro e assombroso espetáculo.
Mergulhe em oceanos e escale montanhas para conhecer o catastrófico
passado e o violento presente de nosso planeta. Os eventos aqui regis-
trados são assustadores e fascinantes! Você sabia que todos os anos uma
média de 18.000 meteoritos cai na Terra? Que apenas 7,4km abaixo de
você a temperatura chega a 3000oC? Ou que o topo do Monte Everest
um dia já foi o fundo do oceano? Fique por dentro da história da Terra,
explore a Lua com os astronautas da Apollo, esteja presente na maior
exploração subterrânea do mundo. Veja o mais antigo artefato geológico
da Terra – uma rocha de 3,7 bilhões de anos. Descubra como a África e
a América do Sul se separaram milhões de anos atrás. Testemunhe os
efeitos devastadores de um terremoto e de um vulcão em erupção. Você
não vai acreditar no poder deste extraordinário planeta!

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 2

As superfícies
Líquidas
Neste capítulo abordaremos um assunto bem precioso: a água. Deveremos reconhecer a
divisão das massas líquidas em oceanos e mares, perceber suas características, e também compa-
rar com os aspectos econômicos. Os rios e os lagos também serão estudados, para que possamos
compreender melhor o espaço em que vivemos. Analisaremos as condições atuais da distribuição
da água no planeta, enfatizando que ela é um recurso bastante comprometido pela sociedade
moderna.

Os Oceanos
O planeta Terra possui a maior parte da sua superfície composta pela água dos oceanos.
Aproximadamente 70,8% da área total da Terra é coberta por água, sendo que os oceanos
correspondem a mais de 99% dessa área. Apesar de toda a massa oceânica ser interligada no
globo, a dividimos em 5 partes:

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Oceano Pacífico: é o maior dos oceanos e separa as Américas da Ásia e da Oceania, com
aproximadamente 165.000.000Km2. É também o que possui as maiores profundidades:
as fossas de Vitiaz com 11.034m (Ilhas Marianas) e de Mindanao (Filipinas).

Oceano Atlântico: localiza-se entre a América, a Europa e a África, com 85.000.000Km2.


Suas fossas mais profundas são Milwaukee e Virgens, na América Central.

Oceano Índico: é menor que os anteriores, com 73.000.000Km2, mas é o mais quente.
Banha a África, a Ásia e a Oceania. Sua fossa mais profunda é a de Java, na Indonésia.

Oceano Glacial Antártico: situado no hemisfério Sul, apresenta as mais baixas tempe-
raturas do planeta e uma infinidade de icebergs e banquisas.

Oceano Glacial Ártico: localizado no Hemisfério Norte, também permanece congelado


boa parte do ano.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


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Antes da formação dos atuais continentes, provavelmente existiu uma extensa, pesada
e muito quente massa de gases envolvendo toda a Terra, produto da evaporação dos gases
que se desprendiam das rochas em processo de resfriamento. Assim, todos os componentes
químicos que um dia viriam a constituir a hidrosfera de nosso planeta estavam sob a forma
gasosa, nessa atmosfera terrestre primitiva. Quando o resfriamento da crosta atingiu uma
temperatura crítica, tornou-se impossível a manutenção de todos os elementos sob o estado
gasoso, ocorrendo uma primeira grande chuva, que provavelmente durou meses. Assim, ini-
ciou-se o ciclo da água sobre a superfície terrestre, o qual se mantém até hoje.

Então, chuvas torrenciais, com grande poder de erosão passaram o modelar o relevo.
Uma parte da água dessas precipitações voltava à atmosfera devido à intensa evaporação e o
restante permaneceu na crosta terrestre, preenchendo as depressões existentes na superfície
do globo, vindo a formar o primeiro grande oceano de nosso planeta.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Importância Ambiental
Nos oceanos primitivos surgiram as primeiras formas de vida terrestre. O oceano é um
enorme ecossistema que abriga milhares de espécies vegetais e animais, sendo um deles
o maior fornecedor de oxigênio do planeta – o fitoplâncton –, que são minúsculas plantas
marítimas que vivem perto da costa e são responsáveis por 90% da reciclagem de oxigênio
terrestre. Sem esses seres, provavelmente o ar se tornaria irrespirável para inúmeras espécies,
inclusive o homem. O homem, que já chegou até mesmo à Lua, não conhece grande parte
das profundezas dos oceanos, dada à dificuldade existente para a submersão em grandes
profundidades devido à altíssima pressão.

Nos últimos anos, os cientistas têm utilizado modernas téc-


nicas de engenharia e robótica para conhecer essas profundezas
e estudar o solo subaquático. Uma das maiores descobertas
para essa exploração foi o batiscafo (espécie de domo esférico
feito de material metálico) que permite a exploração tripulada
dos oceanos.
Toda a vida marinha ajuda a manter balanceada na atmos-
fera a quantidade de gases como o oxigênio e o dióxido de
carbono. Plantas e animais marinhos podem também auxiliar
na limpeza de parte do lixo que nós despejamos no mar. Os
cientistas estão aprendendo mais sobre esses organismos, de
modo que os danos resultantes da atividade humana possam
ser prevenidos e minimizados.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Importância Econômica
Os oceanos possuem muitos minerais utilizados pelo homem. À medida que os recursos
continentais vão se tornando mais raros, a indústria vai desenvolvendo meios para a utilização
dos minerais marinhos. O petróleo é retirado de pontos abaixo do leito oceânico; a areia e o
cascalho são dragados do fundo do mar. Os cientistas ainda estão descobrindo alguns outros
minerais que jazem no fundo dos oceanos.

Puxa! Existe muita riqueza nos oceanos.

É, e tem mais!
Os oceanos não são apenas uma vasta extensão de água rica em formas de vida. Eles
governam o regime das chuvas, regulam a temperatura e contribuem para que o ar de que
necessitamos seja mais respirável. Se eles não realizassem esses “serviços” vitais, a Terra não
seria habitável. Eles ainda têm a capacidade de processar uma certa quantidade de lixo e tor-
ná-la inócua, desde que não sejam sobrecarregados. Os oceanos, porém, não são um recurso
inesgotável e podem ser destruídos. Ao planejarmos como fazer uso deles, precisaremos nos
assegurar de que não serão prejudicados, pois isso terminará por afetar a nós mesmos.
A pesca é uma atividade que o homem pratica há séculos. Hoje, equipamentos sofisticados
para a detecção e captura permitem explorar os recursos do mar de forma muito mais eficiente.
Em 1985, 84 milhões de toneladas de peixes foram obtidas em todo o mundo, fornecendo
alimentação extremamente necessária. Com manejo adequado, os oceanos podem ser uma
fonte mais rica de recursos.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Pesca artesanal na costa do Quênia.

A França já fez uma barragem na região da Bretanha que utiliza a energia das marés para
gerar eletricidade. Os ingleses estão pensando em construir numerosas barragens cortando
alguns dos seus grandes estuários, tais como o de Severn. As ondas podem produzir eletrici-
dade, e alguns experimentos em pequena escala estão sendo realizados para maior conheci-
mento do assunto. Uma das áreas de pesquisa mais animadoras é a produção de eletricidade
usando a diferença de temperatura entre as águas superficiais e as profundas.
O leito do oceano pode ser rico em matérias-primas valiosas, como o petróleo.

O grande volume de petróleo transportado, levou à construção de navios cada vez maiores.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


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OS MARES
Para os oceanógrafos, há uma grande diferença entre mar e oceano:
Mar: são as águas salgadas que banham a costa continental, recebendo diretamente
a influência terrestre que modifica a composição das substâncias nelas dissolvidas,
alterando as suas propriedades e os seus movimentos.
Oceano: são as águas salgadas afastadas da costa e, portanto, não influenciadas
diretamente pelo continente, mantendo as suas propriedades e a concentração das
substâncias nelas dissolvidas.

Dessa forma, os mares são prolongamentos dos oceanos, diretamente ligados ao con-
tinente. Os mares são classificados em abertos ou costeiros, interiores ou mediterrâneos e
fechados.
Mares Abertos ou Costeiros: localizados ao longo das costas litorâneas, comunicam-
se diretamente com o oceano; geralmente são mais rasos do que os oceanos, pois
encontram-se ainda sobre a plataforma continental. Ex: Mar das Atilhas, Mar do Japão,
Mar da China.
Mares Interiores ou Mediterrâneos: localizam-se no interior dos continentes e co-
municam-se com o oceano através de passagens chamadas estreitos, que são canais
naturais que unem dois mares ou duas partes do mesmo mar. Um exemplo é o Mar
Mediterrâneo, que possui somente uma grande ligação com o oceano.
Mares Fechados: situados no interior dos continentes, não se comunicam com outros
mares ou oceanos. O Mar Cáspio e o Mar da Galiléia são exemplos de mares fechados,
que também são considerados imensos lagos. A diferença é que o primeiro é de água
salgada e o segundo, de água doce.

Tipos de Mares

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os mares constituem cerca de 1/9 da área aquosa da Terra. Quase sempre, o mar é sal-
gado porque em suas águas há predomínio de cloreto de sódio, o sal de cozinha e também
de cloreto de magnésio. A cor do mar varia entre azul e outras cores, como o verde e o cinza
escuro. As causas dessas variações se devem ao reflexo do céu, à temperatura das águas, ou
ainda, à presença de sedimentos coloridos ou substâncias no fundo do mar.

PROFUNDIDADE
MARES ÁREA (Km2)
MÉDIA (m)
Mar do Sul da China 2.974.615 1.463
Mar das Antilhas 2.515.916 2.575
Mar Mediterrâneo 2.509.969 1.502
Mar de Bering 2.261.330 1.491
Golfo do México 1.552.800 1.615
Mar de Okhotsk 1.526.920 973
Mar do Leste da China 1.247.416 470
Mar do Leste (Japão) 1.012.949 1.667
Baía de Hudson 821.690 93
Mar do Norte 574.536 94
Mar Negro 478.780 1.190
Mar Vermelho 452.991 538
Mar Báltico 421.844 55
Mar Amarelo 293.965 88

O RELEVO SUBMARINO
Na primeira metade do século 20 já existiam tecnologias de sondagem que indicavam
que o assoalho oceânico não era uma superfície plana, pois esses instrumentos detectaram
diferentes medidas de profundidade nos oceanos com a invenção do sonar.

O sonar é um aparelho que produz um


sinal sonoro na água. Esse sinal, ao encontrar
o fundo oceânico, é refletido para a superfície,
sendo recebido de volta na embarcação que
o gerou. Através de cálculos que envolvem
Como funciona um sonar?
temperatura, salinidade e pressão da água,
transforma-se o tempo de percurso do sinal
sonoro em profundidades, sendo possível
representar com maior precisão as formas de
relevo existentes.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Plataforma Continental: É a continuação submersa do relevo visível na costa litorânea,


com modificações produzidas pela erosão marinha e pelas deposições sedimentares. Na
plataforma continental, as profundidades variam entre 10 à 500 metros, com média de
200 metros. Ela se estende até o talude continental, onde ocorre uma quebra semelhante
a uma escarpa, proporcionando um aumento brusco da declividade. Em alguns mapas,
é possível percebermos a existência das plataformas continentais pela tonalidade mais
clara da cor azul existentes em volta dos continentes. Os mares e oceanos existentes
sobre a plataforma continental compõem a zona pelágica, bastante importante para
as atividades econômicas, como a pesca, a exploração de petróleo.
Talude Continental: É a forma de relevo seguinte ao término da plataforma conti-
nental, porém com uma declividade relativamente maior. Sua largura média é de 80
km, podendo variar desde poucos quilômetros até mais de 1.500 km. No talude, as
profundidades variam de 100 à 3.200 m.
Zona abissal: Nela, ocorrem as maiores profundidades dos oceanos, formadas por
depressões que podem atingir até 10.500 metros perto das ilhas Filipinas. Entretanto,
ocorrem grandes variações de relevo. Da mesma forma que existem depressões tam-
bém ocorre a presença de extensas cordilheiras que são formadas com a solidificação
do magma que é liberado.
Região pelágica: É o relevo submarino propriamente dito, onde emcontramos depres-
sões, montanhas tectônicas e vulcânicas, planícies etc. Na região pelágica, aparecem
as ilhas oceânicas.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A plataforma continental trata geograficamente daquela parte do leito do mar adjacente à


costa, cuja profundidade em geral não excede duzentos metros, e que, a uma boa distância do
litoral, cede lugar a inclinações abruptas que conduzem aos fundos marinhos. Sob essa plataforma,
o Estado costeiro exerce direitos soberanos de exploração dos recursos naturais.
Os oceanos são divididos por dorsais, formando cadeias de montanhas submarinas que se
estendem por mais de 65.000 km ao redor dos oceanos possuindo altura média de 2,5 km acima
do solo submerso que o cerca. Essas dorsais são normalmente epicentros de terremotos e é nessa
região que o novo solo oceânico aparece com o constante subir de magma e seu resfriamento
(esse processo aumenta o solo oceânico em cerca de 2 km²).
Abismos oceânicos são acidentes geográficos localizados em áreas da crosta onde as placas
tectônicas estão se separando e formam vãos de até 10 km de profundidade. Outra característica
marcante dos oceanos é a formação de montanhas marítimas, normalmente vulcões basálticos,
que sobem até 1,5 km acima do solo que os cerca. Em alguns casos, essas montanhas acabam
ultrapassando o nível zero, formando ilhas vulcânicas, como o Havaí, no Oceano Pacífico.

Eu sei que as ondas são formadas quando o vento empurra as águas e


conforme a inclinação da praia. Na televisão, eu sempre vejo reportagens de
surf, e sempre quis saber como se formam as ondas gigantes do Havaí…

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Vamos analisar. Existem fortes tem-


pestades no Pacífico Norte, entre o Japão
e o Alasca, que provocam ondulações no
oceano que tomam a direção do Havaí
e da Califórnia. Durante dias, as ondas
se propagam pelo mar. Sem encontrar
obstáculos, elas se tornam mais longas e
ganham velocidade. Atingem 80 km/h. Ao
se aproximar da costa, camadas profundas
da água se chocam com o fundo do mar e
são lançadas para o alto, formando ondas
de até 30 metros.
As ondas são oscilações das águas
marinhas provocadas, na maioria das ve- Praia de Campeche, litoral de Santa Catarina.
zes, pela ação do ventos e pelas marés.
Entretanto, também provocam a formação de ondas certos movimentos sísmicos do fundo do
mar ou das costas. É interessante destacar que, nas ondas fora do litoral, as águas se agitam, mas
não chegam a se deslocar. Em tempestades marinhas ou maremotos, algumas ondas alcançam
mais de 20 metros de altura.

RIOS E LAGOS
A história da humanidade está diretamente relacionada à existência dos rios e dos lagos.
Desde a pré-história, as comunidades humanas procuraram se estabelecer próximo desses cor-
pos hídricos para garantir o acesso à água e facilitar a sobrevivência. Por isso, sempre que um
arqueólogo procura algum vestígio pré-histórico, geralmente inicia suas buscas próximo aos
leitos dos rios.

Pesca indígena no Rio Xingu, no Mato Grosso.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A maioria das cidades também se desenvolveu próximo às margens de grandes rios. No


Egito antigo, o rio Nilo foi fundamental para o desenvolvimento do povo egípcio, pois drenava
uma área bastante desértica. Na época da cheia, o Nilo alagava grandes extensões de terra e, na
época da seca, ao recuar para o leito original, deixava as terras úmidas e férteis para o plantio,
garantindo assim a possibilidade de sobrevivência naquele local.
Além de fornecer água potável, os rios são fundamentais ao homem como fonte de alimen-
to, como vias de transporte de pessoas e mercadorias e como meio de fornecimento de energia
através das hidrelétricas.

Usina hidrelétrica de Itaipu.

Os rios são os principais agentes no transporte de sedimentos de áreas elevadas para as mais
baixas e do continente para o mar. A água pode chegar ao rio de várias formas: precipitando-se
diretamente sobre ele através das chuvas, por meio do derretimento de geleiras e pelo aflora-
mento da água subterrânea, chamado de nascente ou cabeceira. Esse é o ponto de partida de
um rio, o qual seguirá o seu curso, que é o nome dado ao caminho que percorrerá.
Um rio pode ter um curso cuja distância varia de poucos metros até centenas de quilôme-
tros, podendo desaguar em outro rio ou diretamente no mar. Quanto maior o curso, mais largo
e volumoso o rio se encontrará na sua foz, o local onde deságua. No rio Amazonas, próximo à
sua foz, a largura entre as margens ultrapassa 50 quilômetros.
Os rios de planalto podem encontrar desníveis nas rochas, formando cachoeiras. É o que
acontece nas Cataratas do Rio Iguaçu, no oeste do estado do Paraná. Já os rios de planície geral-
mente formam os meandros, ocasionados devido à sedimentação de material carregado e pela
pequena declividade do terreno.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


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A região de contato entre a foz do rio de água doce com a água salgada dos mares pode
formar um delta ou um estuário. O delta é formado quando o rio principal se subdivide em vários
braços, como por exemplo, os rios Mississipi, Nilo e Ganges. O estuário forma uma única e grande
ligação entre o rio e o mar, como o rio Jaguaribe (Brasil) e o São Lourenço (Canadá). Os estuários
são áreas sujeitas à ação das marés, que são oscilações no nível dos oceanos influenciados pela
ação gravitacional da Lua.
Nessa região, os rios depositam os sedimentos que foram retirados dos continentes pela ero-
são. Em alguns deltas ou estuários pode haver a formação de ilhas com o acúmulo de sedimentos
deixados pelos rios, ou parte dos sedimentos pode se aglomerar na costa do continente.
Dependendo dos tipos de sedimentos que são depositados no delta, da variação das marés
e dos fatores climáticos formam-se os mangues.

A interligação dos rios compõe uma unidade física chamada bacia hidrográfica, que é uma
área composta por um rio principal e outros menores que nele deságuam, chamados afluentes
ou tributários. O curso do rio principal segue pelos locais de menor altitude no interior da bacia
hidrográfica. Como a bacia é delimitada por altitudes maiores, toda a água das chuvas que escorre
na superfície ou nos afluentes chega até o rio principal. Observe a ilustração:

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Nascente – Lugar onde afloram os olhos d’água que constituem o estágio inicial dos
rios.
Margem de um rio – São porções estreitas de terra que acompanham o rio em seus dois
lados. Fala-se na margem esquerda ou direita do rio, de acordo com a direção que ele
corre, da nascente para sua foz.
Mata ou Vegetação Ciliar – Constitui a vegetação que cresce nas margens dos rios e
que é de fundamental importância para a prevenção das erosões e para ajudar a conter
os alagamentos nas épocas das cheias.
Curso de um rio – Caminho por onde correm as águas.
Córrego – Rio pequeno ou riacho que se forma logo após a nascente. Sua largura é de até
3 metros. Se for maior, passa a ser chamado de rio.
Afluente – Córrego ou rio que se une a outro maior.
Confluentes – Dois ou mais rios que possuem tamanho e largura semelhantes que se
encontram em um mesmo ponto.
Meandros – Curvamentos do curso de um rio. Ocorre na maioria das vezes em áreas planas
e é responsável por alguns tipos de formação de lagoas.
Foz – Lugar onde deságua um rio, podendo ser em um outro rio, em um lago, no mar ou
nos oceanos.
Mananciais – Rios de águas límpidas que possibilitam a utilização para o consumo hu-
mano.
Cada rio possui características próprias, definidas pelo tipo de rocha, relevo e clima da região
em que ele surge e atravessa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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Os lagos são porções de água doce ou salgada cercada de terra por todos os lados. Os
lagos em geral são mais profundos e maiores do que as lagoas; se diferem dos golfos por não
possuírem ligação com os oceanos, não estando assim sujeitos ao efeito das marés.
A fonte de abastecimento dos lagos é basicamente a água das chuvas e dos rios. Os lagos
se formam e desaparecem ao longo do tempo, eles podem evaporar com a alteração climática
ou serem soterrados, deixando um pântano em seu lugar.
Em regiões áridas, onde a evaporação é alta e as precipitações são escassas, o nível do
lago pode aumentar ou diminuir em determinadas estações ou mesmo desaparecer por lon-
gos períodos.

Lago Titicaca.

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Os lagos podem ser de diferentes origens:


Tectônicos: são formados por fossas tectônicas. De modo geral são os mais profundos.
Ex. Lago Baikal (com 1700 m de profundidade, é o mais profundo do planeta).
Vulcânicos: correspondem aos preenchimentos das crateras de vulcões extintos. Ex.
Crater Lake (EUA).
De barragem: são formados pela deposição de materiais provenientes de agentes
externos. Ex. Lago dos Patos e Mirim, no litoral gaúcho.
Residuais: são antigos mares que devido ao movimento da crosta se desligam dos
oceanos. Ex. Lago “mar” Cáspio, Aral.
Depressão: Resultam da acumulação de água numa depressão fechada. Ex. Lago Tchad
(África).
Mistos: são lagos que apresentam mais de uma origem, como por exemplo, os Grandes
Lagos (EUA), que são formados ao mesmo tempo pela ação glacial e pela barragem de
detritos.

Os Recursos Hídricos
PARA REFLETIR
“A água é o constituinte mais característico da terra. Ingrediente essencial da vida, a
água é talvez o recurso mais precioso que a terra fornece à humanidade. Embora se obser-
ve, pelos países mundo afora, tanta negligência e tanta falta de visão com relação a esse
recurso, é de se esperar que os seres humanos tenham pela água grande respeito, que
procurem manter seus reservatórios naturais e salvaguardar sua pureza. De fato, o futuro
da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar comprometido a menos que
haja uma melhora significativa na administração dos recursos hídricos terrestres.”
www.geocities.com.br

O Brasil é um dos países que possui a maior reserva de água doce do planeta, detendo
cerca de 11,6% da água doce do mundo. Entretanto, a distribuição desse recurso hídrico é
desigual no território brasileiro: os 70% de água disponíveis para uso estão localizados na
Região Amazônica e os 30% restantes distribuem-se desigualmente pelo País para atender
a 93% da população. Essa distribuição desigual, aliada ao desperdício e à poluição dos rios,
já traz problemas graves para o abastecimento das grandes cidades. Com isso, nos períodos
de seca, uma das únicas formas de garantir o mínimo de água potável a todos os habitantes
é por meio do racionamento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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O APROVEITAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS

97,5 % – água salgada em mares e oceanos.


2,15 % – água doce nas calotas polares.
0,091 % – água doce em rios e lagos.
0,001% – água na atmosfera.
0,005% – água contida no solo (umidade).
0,005% – água nos lençóis subterrâneos profundos.
fonte: US Departament of interior – Geological Survey

Para garantir o abastecimento de uma grande cidade, é necessária a construção de um


reservatório de água. Para isso, é escolhido um rio que esteja em boas condições ambientais
para represá-lo. Assim, a barragem faz com que o rio transborde o seu leito, alagando as áreas
próximas, aumentando a quantidade de água para o uso urbano. O reservatório garante o
abastecimento de água nos períodos de estiagem, salvo em condições de muitos meses com
poucas chuvas.

Quanto nós utilizamos de água por dia? O homem sempre utilizou as


mesmas quantidades de água para suas atividades?

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Respondendo sua pergunta, basta analisar a tabela abaixo:

Quanto cada um gasta (em litros)


Homem 100 a.C.: 12/dia.
Homem romano: 20/dia.
Homem do século XIX (cidades pequenas): 40/dia.
Homem do sécéculo XIX (cidades grandes): 60/dia.
Homem do século XX: 800/dia.
Ducha de 3 minutos: 50 litros.
Produzir uma tonelada de aço: 250.000 litros.
Produzir uma tonelada de papel: 1.000.000 litros.
Produzir uma tonelada de sabão: 2.000 litros.
Produzir uma tonelada de borracha: 2.750.000 litros.
Fonte: Superinteressante, pág. 48. maio de 1995.

Na África, por exemplo, 44 milhões de pessoas que vivem nas áreas urbanas e 256 milhões
que vivem nas áreas rurais não têm acesso à água. No total, 62% da população africana não
tem acesso à água tratada. Além disso, 313 milhões de pessoas também não têm acesso ao
saneamento básico, ou seja, serviço de coleta e tratamento do esgoto. O problema também
é grave na Ásia, na Oceania e na América Latina. Cerca de 78 milhões de latino-americanos
e caribenhos não têm acesso à água tratada (15% da população) e 117 milhões de pessoas
não têm acesso ao saneamento básico. Na Europa e na América do Norte, o problema existe,
porém, com números bem menos preocupantes.
No mundo inteiro a água é utilizada em várias atividades humanas. O abastecimento públi-
co de água inclui o uso doméstico, a distribuição a residências, hospitais e escolas, a irrigação
de parques e jardins, a limpeza de ruas e logradouros, o combate a incêndios, o uso em equi-
pamentos de lazer e a utilização em estabelecimentos comerciais como escritórios, oficinas,
bares, restaurantes, entre
outros. Na indústria, a água
é utilizada no processo de
fabricação de alimentos,
papel, tecidos, produtos far-
macêuticos etc. Nas ativida-
des agropecuárias, é usada
na irrigação dos cultivos, no
tratamento de animais e na
lavagem das instalações e
das máquinas.

Rio Paraná.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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USO DA ÁGUA NO MUNDO


Demanda de água Porcentagem de utilização
Abastecimento público 10%
Agricultura 67%
Indústria 23%

O Ciclo da Água
O ciclo da água é o movimento interminável que a água realiza entre o subsolo, a superfície
e a atmosfera da Terra. Para que ocorra o ciclo, o Sol aquece a água dos rios, lagos, oceanos,
mares e reservatórios. Parte da água evapora, ou seja, se transforma em vapor d’água, e sobe
para a atmosfera, formando as nuvens. Quando ocorre uma corrente de ar frio, o vapor da
água se condensa e forma água, que cai sob a forma de chuva.

Observando o esquema, percebemos que ocorre muito acúmulo de vapor d’água e quando
a temperatura baixa na atmosfera, há a formação de nuvens mais escuras que trazem chuvas,
fazendo a água retornar novamente para a superfície e subsolo terrestres. Uma parte da água
da chuva que cai no solo é infiltrada, formando as águas subterrâneas, também chamadas
de lençol freático; a outra parte escoa pela superfície até os corpos hídricos. O homem pode
obter a água subterrânea, que geralmente é potável, pela perfuração de poços.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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1. Quais são os oceanos, e qual a importância econômica que eles representam?

2. Utilizando um Atlas, explique a classificação dos mares, citando exemplos:

3. Cite algumas características principais da plataforma continental:

4. Complete:
a) Os rios são os principais agentes no transporte de sedimentos de áreas elevadas para as
mais baixas e do continente para o . A água pode chegar ao
rio de várias formas: precipitando-se diretamente sobre ele através das
, por meio do derretimento de geleiras ou pelo afloramento da água
subterrânea, chamado de ou cabeceira. O ,é o
nome dado ao caminho percorrido por um rio.
b) Um rio pode ter um curso cuja distância varia de poucos metros até centenas de qui-
lômetros, pode desaguar em outro rio ou diretamente no . Quanto
maior o curso, mais largo e volumoso o rio se encontrará na sua ,
que é o local onde o rio deságua.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

c) A região de contato entre a foz do rio de água doce com a água salgada dos mares pode
formar um ou um . O delta é formado quando
o rio principal se subdivide em vários braços, como o Rio Mississipi. O estuário forma
uma única e grande entre o rio e o mar, como o rio São Lourenço
(Canadá).
d) é um rio pequeno ou riacho que se forma logo após a nascente.
Sua largura é de até 3 metros. Se for maior, passa a ser chamado de rio.

5. Dos itens abaixo, assinale aqueles que tem características errôneas com relação à água:
a) ( ) Devemos beber muita água.
b) ( ) A água distribuída para o abastecimento público pode ser utilizada à vontade.
c) ( ) Em nenhuma atividade de lazer pode ser utilizada a água.
d) ( ) Algumas indústrias não necessitam de água.
e) ( ) Nas atividades agropecuárias é utilizada a água.

6. Relacione algumas de suas atividades diárias com a água e mencione em quais momentos
você tem consciência de conservá-la:

7. Analise as proposições que seguem, assinalando V ou F:


a) ( ) Os rios exercem intenso trabalho como agente modelador do relevo terrestre.
b) ( ) Os rios, ao escavarem seus vales, podem encontrar rochas de diferentes graus de
resistência, tornando-os mais ou menos profundos.
c) ( ) A existência de quedas d’água está relacionada à movimentação das placas tec-
tônicas.
d) ( ) O desmatamento das margens dos rios é responsável pelo assoreamento do leito
fluvial, o que provoca grandes cheias.

8. “Os oceanos e mares variam segundo a dimensão e a localização geográfica. Os oceanos


ocupam grandes extensões e envolvem massas continentais. Os mares ocupam compa-
rativamente áreas reduzidas, localizando-se entre limites continentais e devem ser consi-
derados como partes dos oceanos.”
Assinale a alternativa incorreta:
a) É grande a importância dos oceanos para a humanidade, pois servem como grandes
reservas de água. Portanto, são agentes determinantes do ciclo hidrológico.
b) O Oceano Pacífico é o maior e mais profundo de todos. O Oceano Atlântico é o mais
importante, do ponto de vista econômico.
c) O Oceano Índico banha apenas os continentes Asiático e Africano.

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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d) O Mar Morto, o Cáspio e o Aral são exemplos de mares fechados.


e) O Mar Negro, o Mar Mediterrâno e o Mar Vermelho são classificados como mares inte-
riores.

QUESTÃO DESAFIO

9. Faça uma pesquisa e anote quais são os principais rios do local onde você mora. Opte
por um deles e faça uma análise com relação ao tratamento desse rio, observando os
seguintes itens:
a) Existe vegetação próxima?

b) O rio está poluído? Se a resposta for sim, cite quais os tipos de poluição que contami-
naram o rio (resíduos industriais, lixo, ocupação etc).

c) Procure saber se existe alguma ONG (Organização Não Governamental) envolvida na


preservação do rio.

Faça as anotações necessárias, inclusive mapeando a área estudada. Não esqueça de sua
atuação para preservar o rio, através da educação ambiental. Afinal, todos nós devemos
fazer a nossa parte.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


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CAPÍTULO 3

A Atmosfera e os
Fenômenos
Climáticos
Neste capítulo veremos a influência do clima nas paisagens e na construção do espaço geo-
gráfico. Entender a diferença entre tempo e clima, observar as diversas classificações climáticas
e reconhecer os fatores que interferem nos climas são conceitos que serão trabalhados para que
possamos entender como vivem as sociedades. É importante lembrar que os fatores naturais
sofrem influência direta da distribuição climática.

Atmosfera
Desde épocas muito remotas, os homens se dão conta da presença do ar. Inicialmente,
atribuíam a ele figuras de divindades, como os deuses dos ventos, das tempestades, dos
relâmpagos etc. Com o progresso do conhecimento científico, as características reais desse
oceano invisível foram se tornando mais claras. Sabe-se hoje que o ar é uma mistura de di-
versos gases e que circunda nosso planeta como uma camada que atinge algumas centenas
de quilômetros de espessura.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Essa camada, mais densa nas proximidades do solo e mais rarefeita à medida que ganha
as alturas, é conhecida com o nome de atmosfera. Sem a atmosfera, certamente a Terra seria
um planeta privado da vida como a conhecemos, apresentando o mesmo aspecto desolado
da Lua. A atmosfera desempenha várias e importantes funções: protege o planeta das radia-
ções nocivas dos raios solares e de outros raios vindos do espaço, absorve e detém parte do
calor irradiado pelo Sol, provoca a desintegração de alguns meteoritos que atingem a Terra,
redistribui, através da chuva, a água evaporada dos mares, além de conter o oxigênio e outros
gases indispensáveis à vida.
A atmosfera é constituída de cinco camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera
e exosfera. O ar se torna mais rarefeito quanto mais a gente sobe, e é por isso que os alpinistas
normalmente levam oxigênio com eles quando escalam altas montanhas. A troposfera é a
única camada em que os seres vivos
podem respirar normalmente.
Troposfera – as condições climá-
ticas acontecem na camada inferior da
atmosfera, chamada troposfera. Essa
camada se estende até 20 km do solo
no Equador, e a aproximadamente 10
km nos pólos.
Estratosfera – chega a 50 km do
solo. A temperatura vai de 60ºC nega-
tivos, na base, ao ponto de congela-
mento na parte de cima. A estratosfera
contém ozônio, um gás que absorve
os prejudiciais raios ultravioleta do
Sol. Hoje, a poluição está ocasionando
“buracos” na camada de ozônio.
Mesosfera – O topo da mesosfera
fica a 80 km do solo. É muito fria, com
temperaturas abaixo de 100ºC nega-
tivos. A parte inferior é mais quente
porque absorve calor da estratosfera.
Termosfera – O topo da termos-
fera fica a cerca de 450 km acima da
Terra. É a camada mais quente, uma
vez que as raras moléculas de ar ab-
sorvem a radiação do Sol. As tempera-
turas no topo chegam a 2.000ºC.
Exosfera – A camada superior
da atmosfera fica a mais ou menos
900 km acima da Terra. O ar é muito
rarefeito e as moléculas de gás “esca-
pam” constantemente para o espaço.
Por isso é chamada de exosfera (parte
externa da atmosfera).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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A camada que mais nos interessa agora é a troposfera, que é a camada inferior da atmos-
fera; e que está em contacto com a superfície da Terra e com a altitude. Ela contém cerca de
90% de toda a massa de gases que compõem a atmosfera, além de quase todo o vapor d’água.
Ali se formam os fenômenos meteorológicos, como as nuvens, ventos, chuvas, trovoadas,
relâmpagos, arco-íris etc. O limite superior da troposfera designa-se tropopausa.

O Tempo e o Clima
Embora pareçam sinônimos, tempo e clima são termos bem distintos.

É correto eu olhar lá fora e dizer por exemplo:


“Hoje o clima está quente e chuvoso”?

Está errado. O correto é dizer por exemplo: “Hoje o tempo está quente
e chuvoso.” Veja porque:

Tempo: refere-se ao estado momentâneo da atmosfera, sujeito a mudanças rápidas.


Observando-se os estados do tempo durante o ano, verifica-se que os tipos básicos se
sucedem sempre na mesma época. Eventualmente, uma temperatura pode elevar-se no
inverno ou cair no verão, pela ação de uma massa de ar. Mas não se trata de regra. Pelo
acompanhamento do tempo, em geral, por um período de 30 anos, são estabelecidos
padrões da temperatura, das precipitações, da pressão atmosférica e dos demais com-
ponentes atmosféricos, que definem um tipo específico de clima.
Clima: pode ser definido como a sucessão habitual dos diversos tipos de tempos atmos-
féricos registrados em uma região ao longo de pelo menos dez anos, considerando-se
temperatura, pressão, umidade, regime de ventos, atuação das massas de ar, relevo, cor-
rentes marítimas, vegetação e o homem. É muito difícil precisar mudanças do clima, pois,
para que ocorram, é necessário que a dinâmica atmosférica sofra algum tipo de variação,
capaz de alterar sua circulação geral. Como, por exemplo, uma erupção vulcânica, que lança
uma grande quantidade de fumaça e gases, dificultando a passagem dos raios solares e
ocasionando uma redução da temperatura média do planeta.

O Clima e seus Mecanismos


Alguns fatores são muito importantes para a compreensão do mecanismo climático e da
distribuição dos diferentes tipos de clima de nosso planeta.
Latitude: Há um aquecimento desigual do planeta em virtude das diferenças de inclinação
dos raios solares, que não incidem sobre a superfície curva da Terra da mesma maneira.
Somente na região compreendida entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio (Zona
Tropical) os raios atingem a superfície perpendicularmente. Para além dos trópicos, os
raios chegam à superfície cada vez mais inclinados. Consequentemente, a Zona Tropical é
a mais aquecida do Globo. Concluímos, portanto, que, à medida que a latitude aumenta,
a temperatura tende a diminuir.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Altitude: As formas do relevo interferem na temperatura a ponto de compensarem


o efeito da latitude. Assim, áreas muito elevadas, mesmo estando situadas em plena
região tropical, apresentam temperaturas mais baixas que áreas localizadas na mesma
latitude, porém em altitude inferior. Isso porque, além do aquecimento da atmosfera
se dar de baixo para cima, o ar é rarefeito em grandes altitudes. Um exemplo típico
são as terras altas da Cordilheira dos Andes, onde são encontradas neves eternas nas
proximidades da Linha do Equador (latitude 0º).
Exemplos de variação de temperatura com a altitude:

CIDADE ALTITUDE MÉDIA TÉRMICA ANUAL (ºC)


Vitória (ES) nível do mar 32,2
Belo Horizonte (MG) 900 m 20,7
Santos (SP) nível do mar 22,0
Florianópolis (SC) nível do mar 20,5
Palmas (TO) 1080 m 15,2

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


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Maritimidade e Continentalidade – A maior ou menor proximidade de uma região


em relação ao mar é um outro fator importante. Assim como a água leva mais tempo
para ser aquecida, demora mais para se esfriar que o continente. Portanto, as massas
líquidas retêm uma quantidade de energia muito maior do que as terras emersas. Com
isso, o oceano estabelece uma troca de calor significativa com a atmosfera, manten-
do-a aquecida por mais tempo. As localidades situadas nas proximidades de grandes
massas líquidas apresentam uma diferença entre a temperatura máxima e a mínima
(amplitude térmica) bem menor do que as regiões situadas no interior dos continen-
tes. Considerando-se que cerca de 71% da superfície do planeta são recobertos pelas
águas oceânicas, o calor liberado por elas pode causar instabilidade ou estabilidade
da atmosfera, como ventos ou calmarias.
Massas de ar – Corpo de ar com características próprias de umidade, pressão e tem-
peratura. Uma massa adquire suas propriedades a partir do contato com a superfície
terrestre. Quando estacionada sobre uma região tropical do oceano, com corrente ma-
rítima quente, isto é, com evaporação de muita água, será uma massa quente e úmida.
No caso de parar sobre o pólo, será fria e transportará a umidade do lugar. Temos os
seguintes tipos de massa de ar, de acordo com as diversas regiões que as formam:
• continental polar – massa de ar frio;
• continental tropical – massa de ar quente;
• marítima polar – massa de ar frio;
• marítima tropical – massa de ar quente;
• equatorial – massa de ar quente.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Circulação atmosférica – As massas de ar obedecem aos efeitos gerais da circulação


atmosférica: uma massa adquire as suas propriedades a partir do contato com a super-
fície terrestre. Se uma massa de ar estacionar sobre uma região tropical do oceano com
corrente marítima quente, isto é, com evaporação de muita água, ela será uma massa
quente e úmida. Se parar sobre o pólo, será fria e carregará a umidade do lugar.
Os oceanos apresentam uma circulação que promove a troca de enormes volumes de
água entre áreas muito distantes e com diferentes latitudes. Essa transferência desloca águas
quentes para regiões frias e vice-versa, amenizando assim os rigores do inverno, de um lado,
e produzindo diferenças de pluviosidade, de outro. Além disso, os oceanos são áreas de for-
mação de massas de ar, como a tropical marítima, a equatorial marítima e a polar marítima,
cuja circulação influencia os mais diversos tipos de clima.

Tipos de Climas
Em se tratando de clima, podemos afirmar que não existem duas áreas que possuam
rigorosamente o mesmo clima, porque o clima é dinâmico e envolve uma infinidade de ele-
mentos e fatores (locais, regionais e globais). Assim, a classificação climática, a exemplo de
tantas outras (dos solos, das rochas, da vegetação etc.), nada mais é do que tentar simplificar
ou tornar compreensíveis os complexos modelos climáticos existentes.
Abaixo, estão selecionados os climas, ressaltando as principais áreas de ocorrência e suas
características principais:

CLIMA ÁREAS DE OCORRÊNCIA CARACTERISTICAS PRINCIPAIS


Equatorial Equador e áreas de baixa latitude. Quente e úmido durante o ano inteiro,
com temperaturas altas.
A média anual é de 25ºC. A chuva é abun-
dante e o índice pluviométrico situa-se
acima de 2 mil milímetros anuais.
Tropical Área intertropical, entre os trópi- Clima quente com temperatura média
cos de Câncer e de Capricórnio. superior a 20ºC. As médias anuais de chu-
vas variam entre mil e 2 mil milímetros.
Quanto mais distante do oceano, menor
a quantidade de chuvas, que são intensas
e concentradas no verão.
Temperado/ Litoral sul-pacífico dos Estados Verões quentes e invernos moderados.
Mediterrâ- Unidos, Golfo do México, sudeste As máximas no verão podem chegar a
neo ou Sub- da Austrália, sudeste da China, sul 30ºC, enquanto as mínimas, no inverno,
tropical da Europa, norte da África e região atingem 0ºC. As chuvas são pouco inten-
de Buenos Aires, na Argentina. sas. A média pluviométrica situa-se entre
500 e mil milímetros anuais.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


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Oceânico Noroeste da Europa, litoral noro- Os invernos são muito rigorosos, com
este da América do Norte e litoral temperaturas médias de -5ºC. Os verões
sudoeste do Chile. são curtos, porém muito quentes, com
temperaturas médias de 24ºC.
As estações do ano são bem definidas.
Os invernos costumam ser frios (média
de -3ºC) e os verões moderados (média
de 15ºC).
Frio / Conti- Norte do Canadá e vastas áreas da Inverno rigoroso e verão brando.
nental frio Sibéria (Rússia). No inverno, a temperatura pode chegar a
-15ºC. No verão, não passa de 10ºC.
Polar Áreas do extremo norte do Ca- Os verões têm temperatura média de 4ºC.
nadá e Rússia, pequena parte da No inverno, a média permanece em torno
Península Escandinava, Alasca e o de -30ºC.
Continente Antártico.
Secos / Tro- Saara, Arábia, centro da Austrália, Índice de chuva inferior a 250 milímetros,
pical árido norte do México e Arizona (EUA). irregular ao longo do ano. A amplitude
térmica diária é de mais de 20ºC.
Continental Ásia Central (Cazaquistão, Uzbe- Índice de chuva abaixo de 250 milíme-
árido quistão), planalto entre as Monta- tros ao ano. Contraste térmico acentua-
nhas Rochosas e as cadeias costei- do entre verão, média de 17ºC e inverno
ras do oeste dos Estados Unidos e -20ºC.
Patagônia, na Argentina.
Montanhoso Áreas elevadas dos Andes, Rocho- As áreas montanhosas possuem baixas
sas, Alpes e Himalaia. temperaturas, com queda de 6ºC a cada
mil metros de altitude. As altitudes supe-
riores a 2 mil metros possuem eterna neve
nos cumes.

O Clima e a Sociedade Humana


Sabemos que a atmosfera é de fun-
damental importância para a existência
do homem na Terra, pois é dessa cama-
Estou percebendo como é da que vêm o ar que respiramos. Além
complexo o estudo da amosfera. disso, na atmosfera ocorrem fenômenos
É muito importante conhecê-la. climáticos, que exercem forte influência
sobre a vida na Terra.

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Você tem toda razão! Conhecer os fenômenos climáticos é importante porque eles têm
muita importância no meio ambiente em que vivemos. O relevo e os solos, como já vimos,
assim como a vegetação, os rios e os lagos, sofrem influência direta do clima da região em
que se encontram. Por outro lado, as condições climáticas interferem em diversos aspectos
diretamente relacionados à nossa vida.
A produção de alimentos está diretamente
ligada ao clima. Tanto a escolha do produto a
ser cultivado quanto a época do plantio depen-
dem, em grande parte, das temperaturas e das
chuvas que ocorrem ao longo do ano. Em regi-
ões de clima quente e em regiões de clima frio
cultivam-se produtos agrícolas diferentes.

Colheita manual de algodão em Ituverava,


no Estado de São Paulo.

Armazenagem de cereais na província de Saskatchewam, no


Canadá. A agricultura no ritmo da industria.

Nas regiões muito secas não se pode praticar a agricultura, a não ser por meio de irrigação,
que demanda elevados custos. Há regiões em que a umidade e o calor permitem obter duas
ou mais colheitas durante o ano, enquanto outras, por razões climáticas, só podem fornecer
uma colheita. Muitas vezes, como aparece na televisão, por exemplo, a produção agrícola
de uma região fica seriamente prejudicada ou é inteiramente perdida, por questões ligadas
ao clima. Um período de seca que se prolonga de maneira anormal ou chuvas em excesso
prejudicam as lavouras.
O homem, com o avanço da tecnologia, tem controlado vários aspectos climáticos que
afetam a agricultura. Há outros, porém, que escapam inteiramente ao seu controle.
Os modos de vida, o vestuário, as habitações revelam também forte influência das condi-
ções climáticas. Assim, em áreas de invernos muito rigorosos, os habitantes são obrigados a
utilizar aquecimento artificial, usar roupas grossas de lã ou de pele e morar em casas fecha-
das, a fim de suportar o frio excessivo. Os habitantes das regiões tropicais, por sua vez, usam
roupas leves e moram em casas bem ventiladas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 55


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Até mesmo nossas opções de lazer e de descanso são fortemente influenciadas pelo clima.
Nos países de clima quente, como o Brasil, por exemplo, a ida às praias é quase constante ao
longo do ano. Nos países de clima temperado, esse tipo de lazer restringe-se a poucos meses,
sendo comum, na estação fria, a prática dos esportes de inverno (esqui, por exemplo) nas
áreas de montanha.

Central Park, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, durante o mês de julho (calor) e
durante o mês de dezembro (frio).

Os transportes estão bastante sujeitos à interferência do clima. Os meios de transporte


são diferentes conforme se trate de regiões muito frias, onde o gelo se acumula em espessas
camadas; de regiões desérticas, com grande concentração de areia; ou de regiões com rios
caudalosos que correm em áreas aplainadas.
Chuva ou neve excessiva e nevoeiros densos também podem causar muitos transtornos
à circulação de estradas e provocar acidentes graves. As condições atmosféricas também in-
fluenciam nos transportes aéreos.
Chuvas torrenciais e prolongadas podem ainda promover o transbordamen-
to de rios e acarretar enchentes, quase sempre desastrosas. Nas áreas urbanas
são comuns os desabamentos de casas, os congestionamentos de trânsito, além
de outros problemas.

Conhecer o tempo e o clima é muito


importante para o nosso dia-a-dia.

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Isso mesmo! No dia-a-dia, as condições climáticas afetam nossas atividades, seja no tra-
balho, nas diversões, no esporte, nas viagens etc.
Por essas razões, há um enorme interesse em conhecer as condições do tempo em qual-
quer região, especialmente a temperatura e as chuvas. Os jornais e os noticiários de rádio e
televisão trazem sempre informações sobre temperatura, chuvas, previsão do tempo para o
dia seguinte ou para os próximos dias.

As mudanças climáticas acarretadas pelas atividades humanas não são apenas de enorme
importância, mas também de tremenda complexidade. A teoria básica sobre como a socie-
dade está aquecendo o ambiente por meio de queima de combustíveis fósseis foi delineada
há mais de cem anos.
A natureza forma paisagens variadas, mas a sociedade humana, quando ocupa essas
paisagens, altera-as com suas atividades. Por isso dizemos que atualmente as paisagens en-
contram-se humanizadas, isto é, submetidas com maior ou menor intensidade à influência
humana e, portanto, modificadas.
O clima é importante para a distribuição dos animais, vegetais e dos estoques de água
doce pela superfície terrestre. Além disso, a atividade agrícola e a geração de hidreletricidade
dependem do comportamento do tempo meteorológico. Até mesmo a dispersão de poluentes
atmosféricos nos grandes centros depende do tempo. O clima pode ser concebido como um
recurso natural para benefício do homem.
A comunidade internacional, além de procurar compreender a dinâmica da atmosfera,
busca soluções para questões urgentes, como a expansão dos desertos e as secas, que desen-
cadeiam fome e pobreza, além dos mais variados fenômenos como o El Niño, o efeito estufa,
as ilhas de calor etc.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 57


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Ilhas de Calor
A temperatura da região central das grandes cidades é mais alta que a temperatura das
áreas periféricas dominadas pelo mesmo clima. Esse fenômeno resulta da intervenção humana
no meio ambiente. O consumo intenso de combustíveis fósseis em aquecedores, automóveis
e indústrias transforma as cidades em uma fonte inesgotável de calor.

Gases Tóxicos
A emissão de gases tóxicos é o maior
fator de poluição da atmosfera. Uma das
principais fontes é a combustão do petróleo
e seus derivados. Nas grandes cidades, por
exemplo, cerca de 40% da poluição do ar
resulta da queima de gasolina e óleo diesel
pelos veículos automotores, responsáveis
pela emissão de monóxido e dióxido de
carbono, óxido de nitrogênio, dióxido de
enxofre, derivados de hidrocarbonetos e
chumbo. As refinarias de petróleo, indús-
trias químicas e siderúrgicas, fábricas de ci-
mento e de papel também emitem enxofre,
chumbo e outros metais pesados, além de
resíduos sólidos que ficam em suspensão na
atmosfera. Nos seres humanos, a poluição

58 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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atmosférica pode provocar distúrbios respiratórios, alergias, lesões degenerativas no sistema


nervoso e em órgãos vitais e até câncer. Em centros urbanos muito poluídos, como São Pau-
lo ou Cidade do México, esses distúrbios tendem a agravar-se no inverno, quando ocorre o
fenômeno conhecido como inversão térmica: uma camada de ar frio forma uma redoma na
alta atmosfera que aprisiona o ar mais quente, impedindo a dispersão dos poluentes.

Efeito Estufa
O carbono presente na atmosfera garante uma das condições básicas para a existência de
vida no planeta: a temperatura. A Terra é aquecida pelas radiações infravermelhas emitidas
pelo Sol até uma temperatura de -27ºC. Essas radiações chegam à superfície e são refletidas
para o espaço. O carbono forma uma redoma protetora que aprisiona parte dessas radiações
infravermelhas e as reflete novamente para a superfície. Isso produz um aumento de 43ºC na
temperatura média do planeta, mantendo-a em torno dos 16ºC. Sem o carbono na atmosfera,
a superfície seria coberta de gelo. O excesso de carbono, no entanto, tenderia a aprisionar mais
radiações infravermelhas, produzindo o chamado efeito estufa: a elevação da temperatura
média a ponto de reduzir ou até acabar com as calotas de gelo que cobrem os pólos. Os cien-
tistas ainda não estão de acordo se o efeito estufa já está ocorrendo, mas preocupam-se com
o aumento do dióxido de carbono na atmosfera a um ritmo médio de 1% ao ano. A queima
da cobertura vegetal nos países subdesenvolvidos é responsável por 25% desse aumento. A
maior fonte, no entanto, é a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, principalmente
nos países desenvolvidos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 59


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Chuvas Ácidas
A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de
enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na
atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas: as águas da chuva,
assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou de ácido nítrico. Ao
caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias ali-
mentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão
seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão destruídas
pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e 30% mais
ácida que nos últimos vinte anos. Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são responsáveis por
quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos montes Apalaches também
está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas, de menor altitude, e
cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição. Monumentos históricos
também estão sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas; o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia;
e as catedrais de Notre Dame, em Paris, e de Colônia, na Alemanha. Em Cubatão, São Paulo, as
chuvas ácidas contribuem para a destruição da mata Atlântica e desabamentos de encostas. A
usina termoelétrica de Candiota, em Bagé, no Rio Grande do Sul, provoca a formação de chuvas
ácidas no Uruguai.

60 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A chuva ácida está destruindo,


além de vários ecossistemas,
importantes monumentos da
história humana, como em
Potsdam (Alemanha).

Camada de Ozônio
O ozônio é um gás rarefeito cujas moléculas são formadas por três átomos de oxigênio. Con-
centra-se nas camadas superiores da atmosfera, a 15 km da superfície, e forma uma espécie de
escudo, com cerca de 30 km de espessura, que protege o planeta dos raios ultravioleta do Sol. O
primeiro alerta sobre a redução da camada de ozônio foi feito pela Nasa, a partir de estudos feitos
entre 1979 e 1986: o escudo vem perdendo espessura e apresenta um buraco de 31 milhões de
km2 sobre a Antártida, área equivalente a 15% da superfície terrestre. Em fevereiro de 1992, a Nasa
identificou um segundo buraco, dessa vez sobre o Pólo Norte, chegando às regiões próximas ao
Círculo Polar Ártico. A redução da camada de ozônio aumenta a exposição aos raios ultravioleta
do Sol. Está associada ao crescimento dos casos de câncer de pele e de doenças oculares, como
a catarata. Para os cientistas, o buraco existente na Antártida atrasa a chegada da primavera na
região e provoca quebras na cadeia alimentar da fauna local. Pode contribuir para aumentar a
temperatura e acelerar o degelo das calotas polares.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 61


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El Niño
Até que ponto o homem é responsável pelo El Niño? O físico italiano Carlo Rubbia, Prêmio
Nobel de 1984, sugere que a falha na gangorra barométrica de Walker pode estar relacionada
com o aquecimento do planeta provocado pelo efeito estufa.
Segundo ele, a ação do homem sobre o meio-ambiente já se fazia sentir no século XVIII,
quando o fenômeno foi descrito pela primeira vez. No Brasil, por exemplo, boa parte da Mata
Atlântica já havia sido destruída nessa época com a cultura extensiva de cana-de-açúcar. Mas se
o papel do homem não está definido em relação às causas do El Niño, ele é bastante claro quanto
às conseqüências. Ao pavimentar as cidades e preparar as áreas agrícolas, o homem diminui dras-
ticamente a infiltração da água da chuva no solo, abrindo caminho para inundações súbitas. Em
metrópoles como São Paulo, isso é ainda agravado pela urbanização das várzeas dos rios – áreas
que deveriam permanecer intactas para absorver as enchentes previsíveis.
Obras de infra-estrutura, como a desobstrução dos rios, a preservação e a recomposição das
várzeas estão perfeitamente ao alcance da tecnologia. Assim como o acesso à enorme quanti-
dade de água no subsolo do nordeste brasileiro, mais do que suficiente para neutralizar a seca
provocada pelo El Niño.
Atualmente, considerar o clima como recurso natural é também uma forma de assegurar o
melhor desempenho da atividade agrícola. Afinal, as condições climáticas orientam sobremaneira
a escolha das áreas agrícolas, seja pela disponibilidade de água (chuvas), seja pela abundância de
luz, ambas necessárias para a efetivação da fotossíntese. Regiões de transição climática, como a
borda dos desertos ou as áreas subtropicais, estão sujeitas, respectivamente, a grandes variações
de pluviosidade e geadas, constituindo-se em áreas de risco para projetos agrícolas.

CURIOSIDADE
Fenômeno El Niño
Em 1992, o planeta presenciou secas no sul da Ásia, enchentes nos Estados Unidos, escas-
sez de pescado na costa peruana, furacões no Pacífico, enchentes no sul e secas no nordeste
brasileiro. Essas são algumas conseqüências do El Niño, um conjunto de eventos geográficos

62 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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que aquece a superfície do Oceano Pacífico ao longo da Linha do Equador.


O Peru é um dos países que mais tem problemas com o El Niño, já que sua economia é
baseada na pesca e na agricultura. Como o plâncton que alimenta os peixes não se desen-
volve em águas muito quentes, com a presença do El Niño, estes peixes migram para regiões
mais frias. Os pássaros da costa também ficam privados de alimentação, produzindo uma
quantidade ínfima de guano, matéria-prima para a indústria de fertilizantes.
Foi no Peru, por sinal, que o El Niño recebeu esse nome. Pescadores notaram que o fenô-
meno ocorria em pequena escala no Natal. Acreditando na providência divina, batizaram-no
com o nome de menino Jesus em espanhol.
Os oceanógrafos e físicos ainda não sabem exatamente como o fenômeno ocorre. Mas
já identificaram uma diferença de pressão atmosférica entre as massas de ar da Austrália e
da Polinésia e produziram modelos para explicar o El Niño. Mark Cane e Stephen Zebiak, da
Universidade de Colúmbia, desenvolveram um software que simula as condições climáticas
do fenômeno e acreditam que podem prevê-lo alimentando o programa com as variações
de temperatura e pressão das regiões onde ele ocorre. Já Paul Handler, físico da Universidade
de Ilinois, prefere acreditar que a causa principal é a grande quantidade de cinzas emitidas
por vulcões no Pacífico.
O El Niño não é recente. Sabe-se que, em 1888, ele influenciou as monções (ventos que
sopram do mar para o continente no sul da Ásia), tornando-as muito fracas e causando uma
das maiores secas que a Índia já viveu. Estudos da época estimaram que, em conseqüência
disso, cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram naquele ano.

1. Quais são as camadas da atmosfera?

2. Quais são as funções principais da atmosfera?

3. Assinale V ou F nas questões abaixo, e justifique a questão quando for falsa:


a) ( ) A temperatura aumenta dos pólos em direção ao Equador.

b) ( ) A temperatura diminui à medida que a altitude aumenta.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 63


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c) ( ) Cidades localizadas em latitudes diferentes nunca apresentam temperaturas se-


melhantes.

d) ( ) A temperatura do litoral é sempre maior, pois a altitude é maior.

e) ( ) Devido à forma esférica, os raios solares atingem a superfície do nosso planeta de


forma diferente, portanto a latitude é uma das influências do clima.

4. Enumere:
(1) Equatorial
(2) Tropical
(3) Temperado / Mediterrâneo ou Subtropical
(4) Oceânico
(5) Frio / Continental frio
(6) Polar
(7) Secos / Tropical árido
(8) Continental árido
(9) Montanhoso
( ) Os invernos são muito rigorosos, com temperaturas médias de -5ºC. Os verões são
curtos, porém muito quentes, com temperaturas médias de 24ºC. As estações do ano
são bem definidas. Os invernos costumam ser frios (média de -3ºC) e os verões mode-
rados (média de 15ºC).
( ) Clima quente com temperatura média superior a 20ºC. As médias anuais de chuvas
variam entre mil e 2 mil milímetros. Quanto mais distante do oceano, menor a quanti-
dade de chuvas, que são intensas e concentradas no verão.
( ) Verões quentes e invernos moderados. As máximas no verão podem chegar a 30ºC,
enquanto as mínimas, no inverno, atingem 0ºC. As chuvas são pouco intensas. A média
pluviométrica situa-se entre 500 e mil milímetros anuais.
( ) As áreas montanhosas possuem baixas temperaturas, com queda de 6ºC a cada mil
metros de altitude. As altitudes superiores a 2 mil metros possuem eterna neve nos
cumes.
( ) Índice de chuva inferior a 250 milímetros, irregular ao longo do ano. A amplitude tér-
mica diária é de mais de 20ºC.
( ) Índice de chuva abaixo de 250 milímetros ao ano. Contraste térmico acentuado entre
verão (média de 17ºC) e inverno (-20ºC).
( ) Quente e úmido durante o ano inteiro, com temperaturas altas. A média anual é de

64 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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25ºC. A chuva é abundante e o índice pluviométrico situa-se acima de 2 mil milímetros


anuais.
( ) Inverno rigoroso e verão brando. No inverno, a temperatura pode chegar a -15ºC. No
verão, não passa de 10ºC.
( ) Os verões têm temperatura média de 4ºC. No inverno, a média permanece em torno
de -30ºC.

5. Ao lado das correntes continentais e marítimas abaixo, complete quando forem massas
de ar quente ou fria:
a) continental polar:____________________________________.
b) continental tropical: _________________________________.
c) marítima polar: _____________________________________.
d) marítima tropical: ___________________________________.
e) Equatorial: ________________________________________.

6. A “ilha de calor” é um fenômeno típico de grandes aglomerações urbanas que resulta do(a):
a) elevação das temperaturas médias nas zonas centrais da mancha urbana em relação
às zonas periféricas e rurais.
b) lançamento de gases tóxicos na atmosfera, favorecendo a circulação dos ventos e a
diminuição da temperatura nos centros urbanos.
c) menor concentração de gases próximos à superfície das zonas centrais da cidade em
relação às zonas rurais e periféricas.

7. O El Niño é um fenômeno climático de conseqüências planetárias cujo início se dá pelo


aquecimento anormal das águas do Pacífico na altura da linha equatorial. Em relação à
economia peruana, a primeira conseqüência do El Niño é:
a) a queda da produção pesqueira.
b) o prejuízo na agricultura em função do aquecimento das águas do Atlântico.
c) a formação de neve na região.

8. O ozônio é um gás muito importante. Além de suas características químicas, ele tem a
função de proteger a superfície terrestre das radiações ultravioleta, que faz muito mal à
saúde das pessoas, animais e plantas.
a) Verdadeiro.
b) Falso.

9. A temperatura da região central das grandes cidades é mais alta que a temperatura das
áreas periféricas dominadas pelo mesmo clima. Esse fenômeno resulta da intervenção
humana no meio ambiente. O consumo intenso de combustíveis fósseis em aquecedores,
automóveis e indústrias transforma as cidades em uma fonte inesgotável de calor.
O texto acima caracteriza qual problema ambiental?
a) efeito estufa.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 65


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b) chuva ácida.
c) ilhas de calor.
d) camada de ozônio.
e) El Niño.

QUESTÃO DESAFIO
10. Se o clima é a variação do tempo de um determinado lugar, pode-se afirmar que a alter-
nativa que indica, respectivamente, tempo e clima é:
a) São Paulo tem inverno chuvoso, embora, nessa estação, haja dias ensolarados.
b) Manaus é uma cidade úmida e quente, embora hoje esteja ensolarada.
c) Porto Alegre à noite apresenta tempo chuvoso, com previsões de tormentas fortes para
a madrugada.
d) Pelotas não teve chuvas a semana toda, embora o inverno, na cidade, seja chuvoso.
e) Curitiba amanheceu com céu nublado, com grandes possibilidades de chuvas esparsas.

11. O El Niño é um importante fenômeno climático global, decorrente do aquecimento


de grandes quantidades de água do Oceano Pacífico. Agora pesquise sobre:
O que é o fenômeno La Niña?

66 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 4

As Paisagens
Climato-Botânicas
Os diversos processos, que se desenrolam na biosfera através de uma forte e complexa
interdependência, acabam por se expressar em grandes conjuntos de paisagens naturais. Veremos,
neste capítulo, a interação dos fatores ambientais diretamente na cobertura vegetal, observando
que o clima é um dos principais elementos que constitui a vegetação. Identificaremos também
algumas ações do homem que modificam a cobertura vegetal.

Os Fatores de Distribuição
De todos os aspectos das paisagens naturais, nenhum é tão afetado pelo clima quanto a ve-
getação. Cada espécie de planta sobrevive apenas dentro de certos limites, que incluem fatores
como quantidade de luz solar que recebe, temperatura, precipitação, umidade do solo e vento.
Quaisquer variações nesses elementos irão refletir diretamente na vegetação terrestre. A vege-
tação é dependente diretamente do solo que, por sua vez, também depende do clima. Sabe-se
que em climas quentes e úmidos, a formação do solo acontece mais rapidamente do que em
climas frios e secos. Conseqüentemente, os solos são, em geral, mais espessos na umidade dos
trópicos do que em desertos; nas regiões que abrigam florestas polares, enquanto climas secos,
os solos tendem a ser mais férteis do que os de regiões de clima úmido. As diversas regiões do
planeta apresentam, portanto, um tipo de vegetação para cada tipo de clima.
Exemplificando, o Brasil abriga a maior riqueza em termos de diversidade de espécies em
meio à vegetação da floresta Amazônica, tipicamente equatorial, que apresenta uma enorme
riqueza em suas árvores de grande porte e diversidade de espécies. Para se ter uma idéia, apenas
metade das variedades de plantas já foi nomeada e classificada.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 67


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Portanto, a vegetação trata-se de imensos ecos-


sistemas, distribuídos no planeta em razão de fatores
ecológicos, como águas, calor, nutrientes, solo, energia
solar, e da história de cada comunidade ecológica. A
variedade de vegetação acontece também em função
das diferenças de altitude, latitude, pressão atmosfé-
rica, iluminação e atuação das massas de ar.
Floresta Tropical - África do Sul.

Os Tipos de Vegetação
Florestas equatoriais – Ocorrem nas baixas lati-
tudes, compreendendo a Amazônia, a parte centro-
ocidental da África e o sudeste asiático. Como estão
em áreas quentes e úmidas, possuem folhas largas
(latifoliadas) e sempre verdes (perenes). As árvores
podem ter até 60 metros (castanheira). Apresentam
grande variedade de espécies (floresta heterogênea).
Os solos, em geral, são pobres. São conhecidas como
autofágicas (que se alimentam de si mesmas) em fun-
ção da grande quantidade de húmus proveniente das
folhas, galhos e troncos. Floresta Amazônica.

Florestas tropicais – Em comparação às flores-


tas equatoriais, as tropicais possuem menor diversi-
dade de espécies vegetais, árvores de menor porte
e, claro, espécies diferentes. Localizam-se nas áreas
de baixas latitudes, entre os trópicos de Câncer e de
Capricórnio. Seus climas são quentes e dominados
por massas de ar quentes; as estações referem-se ao
período chuvoso (verão) e ao seco (inverno).

Floresta Tropical.

68 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Savanas ou cerrados – Aparecem na faixa intertropical em locais onde ocorre uma estação
seca (inverno), impedindo o aparecimento de florestas. São formações vegetais encontradas
no centro-oeste brasileiro, numa larga faixa do centro da África, no litoral da Índia e no norte
da Austrália. Têm plantas rasteiras (herbáceas), intercaladas por árvores de pequeno porte. No
período de seca, as folhas caem para evitar a evaporação. No Brasil, são chamadas de cerrado,
e, na África, de savana.

Savanas africanas. Cerrado brasileiro.

Campos ou pradarias – Ocorrem nas áreas de clima temperado continental: norte dos
EUA, sul do Canadá, centro-sul da Rússia, norte da China, norte da Argentina e Uruguai. A
umidade é pouca para o nascimento de árvores. Por isso formam-se gramíneas (tapete her-
báceo). Recebem o nome de pampa, na Argentina, de pradarias, nos EUA e no Canadá, e de
estepe, na Rússia.

Pradaria em Dakota do Norte, Estados Unidos.

Pampas - Rio Grande do Sul.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 69


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Desertos – Nas áreas desérticas, como Saara, Kalaari, Arábia, Irã, Austrália, México, Esta-
dos Unidos (Califórnia), Peru e Chile (deserto de Atacama) não há vegetação permanente. Em
alguns locais, surge uma “erva rasteira” após as chuvas Sua vegetação é escassa, formada por
espécies xerófitas, a exemplo das cactáceas, e por aquelas de ciclo vegetativo muito curto.
Nas regiões onde aflora o lençol freático (lençol subterrâneo de água), podem surgir oásis
com palmeiras (tamareiras).

Deserto no Sul da Califórnia, Estados


Unidos.

Oásis do Saara.

Florestas temperadas – Encontram-se nas latitudes médias (40º a 55º) típicas do hemis-
fério Norte, aparecendo no Canadá, nos Estados Unidos e no norte da Europa. As espécies
são decíduas (perdem as folhas para enfrentar uma estação seca e fria) de grande porte. Nos
solos mais ácidos, aparece a lande, uma vegetação herbácea com algumas árvores.

Floresta Temperada no Nordeste dos Estados Unidos.

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Florestas de coníferas – Estão nas regiões de clima subpolar como o norte do Canadá, da
Europa e da Rússia (onde recebe o nome de taiga). Possuem pequena variedade de espécies
e quase todas são de pequeno porte em função do vento. Apresentam folhas em forma de
agulha (aciculifoliadas) para não acumular neve.

Tundra – Predomina no extremo norte do hemisfério Norte. Os solos são gelados e, nos
poucos meses de degelo, aparecem em alguns pontos musgos e liquens: a tundra.

Taiga, comum no Canadá e na parte Oriental da


Rússia. Vegetaçâo de tundra, na Noruega.

Vegetação Natural

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 71


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O Homem e a Vegetação
A redução da vegetação trouxe a morte dos animais e o avanço do deserto. São alguns
milhares, talvez dezenas de milhares de quilômetros quadrados por ano de expansão do Saara,
com conseqüências catastróficas para as populações rurais.
Além disso, o desmatamento traz como conseqüências a erosão dos solos e a perda de
capacidade de retenção da água.

Quais são os países que apresentam a maior


diversidade biológica?

Podemos citar o Brasil, a Colômbia, o México e a Indonésia como os países


de maior diversidade biológica no mundo. A Amazônia, a mata Atlântica e o
Pantanal estão entre as maiores reservas biológicas do planeta, a maioria delas
ameaçadas pelo processo de degradação ambiental.

Espécies Ameaçadas de Extinção


A substituição dos ecossistemas originais
por pastagens, o extrativismo desordenado
e a poluição têm reduzido e até levado à ex-
tinção inúmeras espécies vegetais nativas. É
o caso da araucária, ou pinheiro-do-paraná,
do pau-brasil e de vários membros da famí-
lia das bromeliáceas. As projeções sobre o
número de espécies florais existentes na
Amazônia variam entre 50 mil e 100 mil.
Dessas, pelo menos mil têm potencial para
a exploração econômica e possível aplicação
farmacêutica.

Pinheiro do Paraná, na mata de Araucárias.

72 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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DESMATAMENTO
Ao longo da história, o fogo é o principal meio utilizado pelo homem para derrubar flo-
restas e limpar terrenos; seja para a lavoura ou pastagens, seja para a construção de moradia.
Além do fogo, o corte de árvores para a comercialização da madeira, a construção de casas e
de móveis e para obtenção da lenha destruíram as florestas e coberturas vegetais nativas de
quase todas as regiões hoje densamente povoadas em todos os continentes. O desmatamento
e as queimadas aceleram a extinção de espécies vegetais e animais, lançando grande quan-
tidade de dióxido de carbono na atmosfera, expondo os solos à ação do vento e da chuva,
aumentando a erosão. O desmatamento nas nascentes e nas margens dos cursos de água e
lagos provoca seu assoreamento (depósito de terra e areia no leito de rios ou fundo de lagos).
Isso diminui a profundidade e pode provocar enchentes e até mesmo sua extinção.

FLORESTAS
As últimas grandes reservas vegetais nativas são as florestas tropicais da América Central
e do Sul, da África e da Ásia. Ao todo, cobrem 16,8 milhões de km2, cerca de 20% das terras do
planeta. As florestas abrigam de 50% a 75% do total de espécies vegetais e animais existentes
no mundo e cumprem um papel determinante para a manutenção da temperatura, regime
de ventos e de chuvas de todo o planeta.

As florestas são as áreas que mais sofrem desma-


tamento?

Sim. Cerca de 500 km2 de florestas são derrubados diaria-


mente – 50% na América Latina, principalmente na Amazô-
nia. Segundo dados da FAO (Organização de Alimentação e
Agricultura), entre 1981 e 1990 foram destruídos 154 milhões
de hectares de florestas tropicais no mundo, o equivalente a
30% da Amazônia. A madeira alimenta um comércio mundial
da ordem de US$6,8 bilhões anuais. Os maiores exportadores
são a Malásia, com 33 milhões de m2 por ano; a Indonésia, com
23,7 milhões de m2; e o Brasil, com 11,3 milhões de m2, isso sem
contar o corte clandestino e o contrabando. A África exporta
15 milhões de m2 anuais, e a atividade responde por 2,5% a 6%
do PIB de países como a Tanzânia, República Centro-Africana,
Camarões, Gabão e Congo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 73


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Desmatamento na floresta amazônica em Marabá (PA).

DESERTIFICAÇÃO
Os desertos estão crescendo no mundo inteiro a um ritmo médio de 60 mil km2 por ano.
Diferentemente do Saara –resultado de mudanças climáticas ao longo de milhares de anos–,
os novos desertos são provocados pela ação humana. Entre suas causas estão o abuso de
agrotóxicos, a superexploração dos terrenos, o desmatamento, as queimadas e a falta de
irrigação controlada – fatores que reduzem rapidamente a fertilidade da terra e aceleram a
erosão. Na África, a desertificação afeta diretamente 32 milhões de pessoas. Dos 22 países
mais atingidos, 18 estão na lista dos mais pobres do mundo. A produção de grãos per capita
reduziu em 30% desde 1967 e, em meados da década de 80, mais de 3 milhões de pessoas
morrem de fome na região subsaariana. Na Amazônia, apesar de toda sua diversidade biológica,
a substituição da floresta por campos de cultura vem acelerando a erosão e, em Rondônia, já
é possível observar a formação de desertos.

Areal em Alegrete (RS). O chamado “deserto do Alegrete” resulta da


degradação erosiva dos solos das pradarias gaúchas.

74 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Amazônia – A selva como laboratório


Pesquisadores preparam queimada gigante para saber até que ponto a mata pode
resistir
Leonardo Coutinho
Uma área de floresta natural do tamanho de 121 campos de futebol se transformará
em cinzas na semana que vem, no norte de Mato Grosso. E dessa vez o fogo não será aceso
pelos desmatadores, que, só no ano passado, torraram a floresta em mais de 117.000 pon-
tos, segundo levantamento da Empresa Brasileira de Agropecuária. Cientistas de quatro
instituições – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Centro de Pesquisa Woods
Hole e universidades de Yale e Stanfort, dos Estados Unidos – começarão um experimento
radical para saber até quando a floresta resistirá aos incêndios. Vão incendiar 100 hectares
de mata na cidade de Querência para estudar o impacto das queimadas na vegetação, na
fauna e na atmosfera. Enquanto a fogueira estiver ardendo e nos seis anos seguintes, três
satélites que cruzam o céu de Mato Grosso registrarão imagens e coletarão dados como
emissão de vapores de água e de gases como dióxido de carbono. Um deles, o poderoso
Earth Observing 1, além de captar imagens equivalentes a radiografias da floresta, pode
medir a quantidade de água no solo e na cobertura florestal. Aviões também sobrevoarão
a região recolhendo amostras do ar e, com sensores especiais, registrando as variações
de temperatura, a composição das nuvens e os níveis de luminosidade. No solo, haverá
outros sensores espalhados por diversos pontos. Câmeras fotográficas com detectores de
movimento acompanharão o comportamento dos animais. “Teremos uma análise nunca
feita, que pode permitir projeções sobre o futuro da floresta”, explica o ecólogo americano
Daniel Nepstad, que coordena o projeto.
O objetivo principal da experiência é entender o ritmo com que o fogo abre espaço
para a savanização da Amazônia. Por isso, alguns trechos da área serão novamente quei-
mados nos próximos anos, enquanto se observa a recuperação de uma parte. O processo
reproduz, num laboratório a céu aberto, o que se vê nas frentes de desmatamento. Por isso
a área escolhida é vizinha a pastagens e cultivos, facilitando a ação de espécies vegetais
invasoras.
Nepstad é um especialista na simulação de fenômenos de grande impacto sobre a
mata. Em 1999, com o biólogo brasileiro Paulo Moutinho, ele espalhou 6.000 painéis de
plástico sobre 1 hectare de floresta, para estudar os efeitos da seca. Reproduzindo sob
controle o efeito do El Niño, a experiência comprovou a extrema fragilidade do ecossiste-
ma. Com três anos de grandes secas, a floresta está pronta para arder inteira sob a ação
de uma pequena fagulha.
O Projeto Cenários, como é chamada a nova pesquisa, ajudará a entender como a
devastação pelo fogo interfere no regime de chuvas e acelera a degradação mesmo nas
áreas livres das queimadas. O êxito do agronegócio na Região Centro-Oeste, por exem-
plo, depende da saúde da floresta. Com a redução da água na atmosfera, que resulta da
transpiração da mata, as chuvas diminuem e os agricultores podem acumular prejuízos.
Revista Veja – 04 de Agosto de 2004

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 75


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1. Quais são os fatores que determinam a cobertura vegetal?

2. Analise o texto abaixo com atenção:


“Nas últimas décadas a natureza vem colecionando derrotas para as queimadas, para
a voracidade das serrarias, para a imensidão dos lagos das hidrelétricas e para as grandes
pastagens.”
(Veja, ano 32, n. 14 — 07/04/99)

Todas as afirmações abaixo são verdadeiras, EXCETO:


a) A área de que trata o texto é a Amazônia brasileira.
b) Em função dos fatos relatados, a biodiversidade regional já expõe sérios problemas de
desequilíbrios ambientais.
c) A área de que trata o texto corresponde ao domínio da Mata Atlântica.
d) Com o auxílio de imagens de satélite os desmatamentos e as queimadas podem ser
regularmente monitorados.

3. Pesquise: As savanas constituem um dos biomas mais destacados do planeta. Caracterize:


a) Sua posição geográfica e principais áreas de ocorrência.

b) A fisionomia da vegetação.

76 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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4. As paisagens vegetais encontradas normalmente nos limites das florestas tropicais, com
temperaturas médias semelhantes a destas florestas. Solo geralmente revestido por gra-
míneas, com uma cobertura esparsa de árvores e arbustos com folhas pequenas e cascas
grossas. Bioma notável pelos mamíferos de grande porte. Uma característica fundamental
é a amplitude térmica maior que a das florestas tropicais e dois períodos pluviais bem
definidos, um de chuvas abundantes e outro de longa estiagem. A caracterização refere-se
ao revestimento climato-botânico conhecido como:
a) Tundra
b) Pampa
c) Coníferas
d) Savana
e) Cerrado

5. Enumere considerando a relação entre o clima e a paisagem vegetal:

(1) clima desértico


(2) clima temperado
(3) clima tropical
(4) clima polar
(5) clima equatorial

( ) Mata Atlântica
( ) Cerrado
( ) Floresta do Congo
( ) Savanas
( ) Tundra
( ) Floresta de Coníferas

6. Aparecem em altas latitudes, em regiões recobertas pelo gelo. Quando ele derrete, as
regiões ficam cobertas de flores. Predominam os musgos, em áreas mais úmidas, e os
líquens, em áreas mais secas.
a) Pradarias.
b) Florestas tropicais.
c) Formação desértica.
d) Tundra.
e) Taiga.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 77


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7. Observando os elementos abaixo, destaque aqueles que influenciam na cobertura vege-


tal:
S
LATITUDE
TEMPERATURA O
L LONGITUDE
CLIMA O

8. Entre suas causas estão o abuso de agrotóxicos, a superexploração dos terrenos, o desma-
tamento, as queimadas e a falta de irrigação controlada, fatores que reduzem rapidamente
a fertilidade da terra e aceleram a erosão.

9. Complete:
a) O desmatamento e as aceleram a extinção de espécies vege-
tais e animais, lançam grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, expõem
os solos à ação do vento e da chuva, aumentando sua .
b) A substituição dos ecossistemas originais por , o extrativis-
mo desordenado e a poluição têm reduzido e até levado à
inúmeras espécies vegetais nativas

QUESTÃO DESAFIO

10. Considerando o que se pode chamar de domínios vegetais e/ou grandes paisagens do
nosso planeta, é correto afirmar que:
I. Na Antártida, a vegetação é quase inexistente, aparecendo apenas nas bordas desse
continente.
II. As zonas temperadas são aquelas localizadas entre os trópicos e os círculos polares,
sem, no entanto, obedecer rigorosamente ao traçado desses paralelos.
III. As savanas compreendem um conjunto de formações que têm em comum a presença
de uma vegetação rasteira, recobrindo o solo, desde bosques fechados até pradarias.
IV. As florestas tropicais ocorrem nas regiões intertropicais, nas terras baixas ou pouco
elevadas, e que recebem uma precipitação elevada e bem distribuída durante o ano
todo.
V. Florestas boreais são matas de coníferas que ocorrem nas latitudes baixas, sendo for-
madas por várias espécies de pinheiros.
Estão corretos os textos:
a) I, II e III
b) II, III e IV
c) III, IV e V
d) I, III e V
e) I, II, III e IV

78 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 5

A Sociedade e o
Meio Ambiente
Neste capítulo, veremos as agressões ao meio ambiente e os impactos causados pelas
tecnologias na natureza. É possível perceber que os processos variados de interação entre a
humanidade e a natureza já estão bastante comprometidos. Destacamos, porém, exemplos
positivos do homem sobre o meio ambiente, lembrando que todos nós somos responsáveis pela
consciência ecológica e pelo meio em que vivemos.

A Biosfera e o Ecossistema
A biosfera, ou esfera da vida, resulta das relações existentes entre a atmosfera, a hidrosfera
e a litosfera. Tais relações são muito antigas; sua origem é de vários milhões de anos. Contudo,
o termo biosfera é recente, assim como a compreensão da necessidade de sua preservação
para o futuro da humanidade. Os diversos elementos que compõem a biosfera se influenciam
mutuamente, sendo que a alteração de um deles pode desencadear uma série de reações que
atingirão outros elementos do sistema, além do sistema como um todo. O homem integra e
depende diretamente das relações que se desenrolam no interior da biosfera, cuja ausência
significa o fim da própria humanidade. Por milhares de anos o homem se encontra adaptado
à biosfera terrestre.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 79


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Parque Nacional Marinho de Abrolhos, a cerca de 100 km da costa


do Estado da Bahia.

Biosfera: A vida surgiu na Terra há cerca de 3,5 bilhões de anos. Os primeiros organis-
mos não passavam de simples estruturas de carbono. Eles inauguraram as primeiras cadeias
alimentares e deram início à construção da biosfera, o espaço da superfície do planeta onde
a vida é possível e que pode ser considerado um grande ecossistema. A biosfera cresceu
à medida que as formas de vida se multiplicaram e a cadeia alimentar tornou-se mais
complexa. Atualmente, ocupa toda a superfície, incluindo as altas camadas da atmosfera e
pode chegar a 5 km de profundidade na crosta terrestre e a 10 km abaixo do nível do mar,
nas fossas oceânicas.

Os ecossistemas são sistemas dinâmicos formados por relações de interdependência entre


os fatores físicos, como a atmosfera, o solo e a água, a flora, a fauna e os microrganismos, que
compõem o ambiente. Esses elementos estão articulados em um ciclo vital, a chamada cadeia
alimentar, responsável pelo equilíbrio e pela reprodução do sistema. As dimensões de um
ecossistema são definidas de acordo com o objetivo do pesquisador: pode ser uma grande
área relativamente homogênea, como a floresta Amazônica, ou uma pequena bromélia, planta
que armazena, em suas folhas e flores, água repleta de sais e compostos orgânicos, além de
inúmeros microrganismos, algas e insetos. A palavra ecologia também é usada no sentido
de equilíbrio ambiental e a expressão movimento ecológico refere-se à atividade política em
defesa desse equilíbrio.

80 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A variedade do clima, do relevo, do regime de chuvas e dos rios do país resulta em variados
ecossistemas. A Amazônia concentra a maior floresta tropical e a maior diversidade biológica
do mundo, seguida de perto pela mata Atlântica e pelo Pantanal. Os manguezais localizados
em alguns estuários, como o do Amazonas e o do rio Ribeira (SP), também estão entre os
maiores criatórios naturais de vida marinha do planeta.
A seguir, veremos alguns exemplos de coberturas vegetais que refletem a falta do equilí-
brio ecológico, devido à ação antrópica e suas conseqüências para o meio ambiente:

AMAZÔNIA
A Amazônia tem uma área calculada em 5,5 milhões de km2, e a floresta ocupa 60% do total,
o equivalente a 3,3 milhões de km2. O subsolo da Amazônia é rico em minérios como ouro,
bauxita, cassiterita e manganês. Sua superfície abriga cerca de 2 milhões de espécies. Apenas
10% de suas terras são consideradas produtivas, e 12% delas já estão ocupadas pelo homem.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1991, a área devastada chegava
a 11.100 km2, ou 0,3% da floresta. No Amapá e em Rondônia, a metade da área cultivável já
foi devastada. Os focos de incêndio passaram de 362.161 km2, em 1990, para 404.343 km2 em
1991 e provocaram uma nuvem de fumaça que chegou a alcançar a África e a Antártida.
Rios assoreados – grande parte dos 3,9 milhões de km2 da bacia hidrográfica Amazônica – a
maior do mundo – sofre assoreamento devido à erosão provocada por utilização inadequada
do solo. Muitos rios têm suas águas contaminadas pelo mercúrio dos garimpos de ouro, e já
estão contaminando a Venezuela. A busca pelo ouro também tem contribuído para dizimar
a população indígena, principalmente a ianomâni.

Exploração da bauxita em Trombetas, no Pará.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 81


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MATA ATLÂNTICA
No século XVI, a mata Atlântica era a segunda maior floresta tropical úmida do Brasil. Cobria
uma área paralela ao litoral, quase contínua, de cerca de 1,5 milhão de km2, estendendo-se do
Ceará ao Rio Grande do Sul – justamente a área hoje mais densamente povoada do país. Em
São Paulo, a área original, igual a 82% do território, passou para os atuais 5%. Mesmo assim,
ainda é uma das maiores do planeta em diversidade biológica. A devastação começou já no
início da colonização, com a exploração do pau-brasil.

E outros ciclos econômicos no Brasil foram acontecendo, e


junto com eles a agressão ao meio ambiente...

Sim, é isso mesmo! Cronologicamente, prosseguiu com o ciclo do


açúcar, no século XVII, que praticamente acabou com a mata no Nor-
deste. No século XVIII, a mineração do ouro ampliou a área devastada
até Minas Gerais. Na segunda metade do século XIX, a cultura do café
derrubou a floresta nas regiões Sudeste e Sul. No século XX, o desmata-
mento chegou à fronteira do Mato Grosso. Na atualidade, a maior parte
da vegetação remanescente concentra-se nos Estados da região Sul.
A industrialização da região Sudeste aumentou a devastação da
floresta. Na década de 40, quando a Companhia Siderúrgica Nacional
entrou em operação, em Volta Redonda (RJ), alimentava seus altos-
fornos com a madeira extraída da floresta. O lançamento de poluentes
na atmosfera e nos cursos d’água por indústrias de todo o Sudeste
contribui para a destruição. A poluição atmosférica vem causando
o aumento das chuvas ácidas e destruindo porções significativas da
cobertura vegetal da região. No Espírito Santo e na Bahia, além da
poluição, a floresta é consumida pela indústria de papel e celulose e
derrubada pela crescente especulação imobiliária.

Aspecto da destruição da mata Atlântica, no estado de


São Paulo.

82 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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PANTANAL
Ocupa 140 mil km2 do sudoeste do Mato Grosso ao oeste do Mato Grosso do Sul, estenden-
do-se até o Paraguai. No verão – época das chuvas –, suas terras são inundadas pelas cheias
do rio Paraguai, criando um ecossistema específico que abriga milhares de espécies de aves,
peixes, répteis e mamíferos. As usinas de álcool, o mercúrio dos garimpos, o excesso de fertili-
zantes das lavouras, as queimadas e até mesmo o turismo vêm poluindo as águas do Pantanal.
A construção de estradas no seu interior e de usinas hidrelétricas em regiões periféricas tem
alterado o regime de ventos e de chuvas da região. A caça e a pesca predatórias aceleram o
desequilíbrio do ecossistema. Caçadores clandestinos já mataram cerca de 2 milhões de jaca-
rés. A onça-pintada, veados, cotias, ariranhas e lontras estão em rápido processo de extinção.
A criação do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense e da Estação Ecológica do Taimã
são algumas das medidas, ainda insuficientes, para preservar a região.

MANGUEZAIS
Ambientes de transição entre os meios terrestre e marinho característicos dos litorais
tropicais, os manguezais distribuem-se ao longo de todo o litoral brasileiro. Os de maior
biodiversidade localizam-se nos estuários de grandes rios, principalmente naqueles que têm
seus cursos em terrenos planos e foz muito amplas. Têm características pantanosas, vegetação
arbustiva abundante e águas ricas em matéria orgânica. São considerados os maiores criatórios
naturais de espécies marinhas. Os grandes manguezais brasileiros estão sendo destruídos pela
poluição dos pólos petroquímicos ou cloroquímicos presentes em quase todos os grandes
estuários da costa. Muitos são soterrados para a construção de estradas, como a Rio-Santos,
ou para projetos imobiliários, como no litoral paulista e fluminense, no sul da Bahia ou em
Florianópolis. Poucos ainda estão preservados, como a parcela do manguezal do rio Ribeira,
protegida pelo Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no sul de São Paulo.

Ema, uma das maiores aves do mundo, é avistada em


meio aos capões no Pantanal, quando se desloca em
busca de alimento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 83


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Caranguejo no manguezal da Ilha do Governador (RJ), atingido por derrame de


petróleo em janeiro de 2000.

A RELAÇÃO SOCIEDADE MODERNA X NATUREZA


A cidade pode ser considerada um ecossistema que integra a sociedade e o ambiente. Para
que sobreviva com boas condições, é necessário que exista uma boa relação entre a comu-
nidade urbana e o meio em que ela vive. Mas há poucas cidades no planeta que conseguem
harmonia perfeita nessa relação. Tanto as pequenas quanto as grandes cidades continuam
enfrentando vários problemas ambientais. Veja a seguir quais são os principais:
Solo contaminado. O principal poluente do solo é o lixo, sobretudo os resíduos só-
lidos, como metal e plástico, e os produtos tóxicos, como pesticidas e fertilizantes. A
incineração do lixo ou a deposição em aterros também gera poluição. O primeiro polui
o ar, e o segundo produz substâncias tóxicas que contaminam a água e o solo.
Água poluída. As grandes vítimas da poluição são os cursos d’água que cruzam os
centros urbanos. A situação piora em locais onde o saneamento básico é precário e o
tratamento dos lixos industriais não é adequado. Quando esse tipo de esgoto não rece-
be tratamento, ele segue para os rios, deteriorando a qualidade da água que abastece
a população e destruindo a vida aquática. Isso aconteceu em rios como o Tietê (São
Paulo), Capibaribe (Recife), Reno (Alemanha) e Tâmisa (Londres).
Ar sujo. Os principais vilões da poluição atmosférica são as indústrias e os veículos que
liberam gases poluentes. Além de piorar a qualidade do ar, pode causar o efeito estufa
– o aquecimento global do planeta – e a chuva ácida, processo no qual os gases tóxicos
retornam à terra sob a forma de chuva, causando danos à cidade. A chuva danifica a
vegetação e corrói monumentos históricos.
Falta de água. O Brasil detém 12% da água doce da Terra. Mas toda essa água não está
distribuída igualmente pelo território brasileiro. Por isso é necessário que as cidades
planejem o uso da água para garantir o seu abastecimento. Quando isso não é bem
planejado, pode haver racionamento de água em períodos de estiagem.

84 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Esgoto doméstico - Rio Iguaçu.

OS IMPACTOS AMBIENTAIS

Apesar da crescente consciência ecológica que tem alterado alguns hábitos e introduzido
outros, como as campanhas antitabagistas e a coleta seletiva do lixo, a biosfera ainda se vê
sob o risco de alguns problemas ambientais sérios.
Há poucos anos atrás, a principal ameaça ao meio, provinha dos arsenais nucleares da
União Soviética, dos EUA e de seus respectivos aliados. Uma guerra nuclear, dado o seu poder
de destruição, traria como conseqüência o chamado “inverno nuclear”, sem contar com os
estragos causados pelos artefatos bélicos.
Só a metade do arsenal nuclear dessas duas potências já seria suficiente para causar um
desarranjo na atmosfera e no clima terrestres. Após atingirem seus alvos, os bombardeios pro-
duziriam uma nuvem de partículas de poeira e fuligem que impediriam a passagem dos raios
solares, causando frio, além de impedir que os vegetais realizassem a fotossíntese. Haveria uma
total desorganização na camada de ozônio, de tal modo que os raios ultravioleta atingiriam
a superfície terrestre com muito mais intensidade. Seriam produzidas toxinas químicas pelo
fogo e haveria precipitações radioativas (chuva negra). O risco de uma guerra nuclear não
existe, ao menos temporariamente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 85


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Desfile militar em Moscou, União Soviética.

Mas ainda há outros problemas ambientais que costumam ser mais comuns nos grandes
centros urbanos do que nas cidades menores e no meio rural, pois são nos grandes centros
que se concentra o maior número de indústrias, o maior contingente populacional, além da
ocupação de extensas áreas com ruas, avenidas e quarteirões verticalizados.

Fábrica de manilhas, em Curitiba.

86 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Os animais em extinção, também representam impactos ambientais. A maioria das espé-


cies ameaçadas concentra-se na Amazônia, na mata Atlântica e no Pantanal e são vítimas da
destruição de seus habitats e da caça indiscriminada. São 57 mamíferos, entre eles o mico-
leão-dourado, a jaguatirica, a lontra, a onça-pintada, o tamanduá-bandeira. As aves somam
108 e a lista inclui o macuco, o flamingo, o gavião-real e a choquinha. Entre os nove répteis,
estão a surucucu, algumas espécies de tartaruga e o jacaré-de-papo-amarelo. Dos 32 tipos de
invertebrados, a maioria é de borboletas e libélulas. A lista aponta ainda outras 117 espécies
pouco conhecidas, também ameaçadas.

Arara Azul - Pantanal.


Onça pintada - Pantanal.

No meio rural, o uso intenso de adubos químicos e agrotóxicos é responsável não só por
danos gravíssimos ao solo e às águas principalmente, mas também pelo envenenamento de
alimentos e pela morte de agricultores.
Componentes químicos dos defensivos e dos fertilizantes são dissolvidos pelas águas
das chuvas e penetram nos solos, podendo atingir o lençol freático. Uma vez que as águas
subterrâneas se comunicam com os rios, as águas fluviais podem ficar poluídas, causando
males não só aos peixes mas também a outros seres que delas usufruem. As populações e os
animais que consumirem água ou alimentos contaminados correm o risco de sofrerem graves
problemas de saúde.
Muitos agricultores, sem muito cuidado, utilizam os equipamentos de combate a pragas
de forma errada, por isso muitos se intoxicam e vários chegam a morrer. Há casos de alguns
agricultores que lavam os equipamentos e lançam a água suja diretamente em lagos e córre-
gos, causando danos, principalmente, para a fauna.
A morte do solo, causada pelos adubos químicos e pelos agrotóxicos, torna-o estéril e pro-
picia o avanço da desertificação, como a que vem acontecendo no sul do Saara, na África.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 87


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Os agrotóxicos – herbicidas, fungicidas e inseticidas agrícolas – usados em grande quan-


tidade poluem o meio ambiente, contaminam as águas e fazem a terra perder seus nutrientes.
As chuvas ácidas, o desmatamento das grandes florestas e o manejo inadequado de áreas
cultivadas vêm provocando rápidas e graves alterações na cobertura vegetal do planeta. A
perda de matéria orgânica com as queimadas, usadas tanto para desmatar quanto para re-
novar áreas de lavoura, e a erosão de terrenos causam a perda de 6 a 7 milhões de hectares
produtivos por ano no mundo.

Pulverização com pesticidas em fazenda de algodão em Ituverava no


estado de São Paulo.

A poluição das águas é também um dos sérios problemas ambientais, pois a maior parte
dos poluentes atmosféricos reage com o vapor de água na atmosfera e volta à superfície sob
a forma de chuvas, contaminando, pela absorção do solo, os lençóis subterrâneos. Das cidades
e das regiões agrícolas são lançados diariamente cerca de 10 bilhões de litros de esgoto que
poluem rios, lagos, lençóis subterrâneos e áreas de mananciais.

Eu já ouvi falar do fenômeno das


“marés vermelhas”. O que é isso?

88 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Bem, é o seguinte: os oceanos recebem boa parte dos poluentes dissolvidos nas águas dos
rios, além do lixo dos centros industriais e urbanos localizados no litoral. O excesso de material
orgânico no mar leva à proliferação descontrolada de microrganismos, que acabam por formar
as chamadas “marés vermelhas” que matam peixes e deixam os frutos do mar impróprios para
o consumo do homem. Anualmente, 1 milhão de toneladas de óleo se espalha pela superfície
dos oceanos, formando uma camada compacta que demora para ser absorvida.
Parte da poluição é muito visível: rios espumosos, um brilho oleoso à superfície de um
lago, cursos de água atulhados de lixo doméstico. Mas grande parte é invisível. Lagos afetados
pelas chuvas ácidas podem ainda parecer muito bonitos, mas sem vida. Navios derramam
impunemente petróleo e poluentes químicos na água dos oceanos.

As águas fluviais são, hoje, constantemente agredidas pelo excesso de poluentes derrama-
dos e despejados nestas águas. Os constantes despejos de esgotos das fábricas e dos centros
urbanos estão carregados de substâncias que podem constituir causa séria de poluição como
por exemplo: ovos de parasitas, fungos, bactérias, e vírus que ocasionam doenças como tifo,
tuberculose, hepatite e cólera. A poluição marinha se dá principalmente pelo derramamento
de petróleo em caso de vazamentos e acidentes com petroleiros.
As fontes de poluição das águas dos rios resultam, entre outros fatores, de esgotos do-
mésticos, despejos industriais, escoamento da chuva nas áreas urbanas e das águas de retorno
de irrigação.

Esgoto em córrego do bairro do Rio Pequeno, em São Paulo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 89


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

POLUIÇÃO DO AR
Lembremos, portanto, que a poluição é uma agressão à natureza, ao meio ambiente em
que o homem vive. Os efeitos da poluição são hoje tão amplos que já existem inúmeras or-
ganizações de defesa do meio ambiente.
Além da poluição atmosférica, os grandes centros urbanos convivem com outros proble-
mas, como a poluição sonora e visual, os congestionamentos de trânsito, baixa relação área
verde/habitante e também o que fazer com o excesso de lixo e esgoto.

Os graves problemas sociais nas grandes cidades brasileiras devem-se à carência de áreas
verdes, ou seja, de reservas florestais, parques e praças. Essa carência tem agravado o problema
da poluição do ar e restringindo muito as opções de lazer da população.

90 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Nos grandes centros urbanos do Brasil, temos ainda o problema do lixo que é constan-
temente lançado em terrenos baldios, provocando a multiplicação de ratos e insetos – e o
problema do esgoto, que é muitas vezes despejado nos rios que cortam a cidade, poluindo-os
e, em certos casos, “matando-os”.
As poluições visual e sonora também contribuem para a queda da qualidade de vida das
populações das grandes cidades. O excesso de poluição sonora contribui para o aumento de
casos de neuroses nas populações urbanas, além da perda parcial da capacidade auditiva. O
elevado número de cartazes publicitários (espalhados por todos os cantos dos centros urbanos,
com propaganda das mais diversas origens) agride as pessoas, gerando uma terrível poluição
visual. Além disso, grande parte dos produtos oferecidos nos cartazes são inacessíveis à maioria
da população, constituindo, pois, uma agressão psicológica.
A poluição é essencialmente produzida pelo homem e está diretamente relacionada com
os processos de industrialização e com a conseqüente urbanização. Esses são os dois fatores
contemporâneos que podem explicar claramente os atuais índices de poluição. Os agentes
poluentes são os mais variáveis possíveis e são capazes de alterar a água, o solo, o ar etc.
Precisamos nos conscientizar desses problemas e adotar já algumas medidas para solucio-
ná-los. É preciso implantar uma mentalidade ecológica e conservacionista em um mundo de
solidariedade, no qual as riquezas e o trabalho necessário para produzi-las sejam garantidos
a todos e distribuídos de forma justa entre os indivíduos e as nações.

Formas Não-Predatórias da Relação do Homem com o Meio Ambiente


A decisão de proteger os ambientes naturais e de controlar a poluição não está apenas
nas mãos dos políticos ou dos grandes industriais. Está sobretudo na rotina diária de cada
cidadão do planeta. Caracterizar as formas não predatórias da relação homem com o meio
ambiente é extremamente importante e procuramos trazer alguns exemplos práticos.

Eu sei que cada cidadão tem de fazer a sua parte, quando se trata
da questão ambiental. Mas será que o pouco que cada um de nós
fazemos acaba sendo importante para a preservação da natureza?

Com certeza, sim! Pense que cada pessoa deve exercer


o seu papel na sociedade de forma racional, para que não
comprometa as próximas gerações. Existem pessoas que
diariamente reduzem os desperdícios de toda ordem, pois,
quanto mais recursos são desperdiçados, mais é preciso tirar
do meio ambiente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 91


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Algumas medidas significativas deveriam ser rigorosamente praticadas pelas pessoas.


Citamos aqui algumas delas, que caracterizam formas não-predatórias da relação do homem
com o meio ambiente. Será que você e sua família praticam essas medidas?
1. Evite o consumo desnecessário de energia. Não há produção de energia sem impac-
to ambiental. Compre eletrodomésticos e lâmpadas eficientes, mantenha os aparelhos
sem vazamentos, não deixe luzes acesas. Opte por residências com boa iluminação
natural, use aquecimento solar.
2. Reduza o uso de veículos, sobretudo em dias de inversão térmica. Pelo menos uma vez
por semana, deixe seu carro em casa.
3. Recicle seu lixo. Separe papéis, garrafas, vidros, plásticos e latas. Entregue a sucateiros.
A reciclagem diminui a demanda por matérias-primas virgens e reduz o consumo de
energia.
4. Evite os descartáveis. Embalagens de espuma, latas de cerveja e plástico são materiais
difíceis de degradar no ambiente. Também provocam poluição atmosférica, quando
queimados.
5. Reduza o consumo de água. A água encanada demanda energia e tratamento para
chegar até sua casa. Evite vazamentos e desperdícios.
6. Boicote produtos que causam impacto ambiental, como spray com CFC.
7. Boicote alimentos e mercadorias que implicam na morte de animais selvagens ou dano à
flora: palmito silvestre, xaxins, orquídeas, atum, tartaruga (carne, ovos e subprodutos do
casco), colares de coral, casacos de pele, bolsas e cintos de jacaré, peças de marfim.
8. Não compre animais silvestres para criar em casa. Não estimule o comércio ilegal da
fauna. Micos, macacos, onças, tucanos, araras, papagaios, tartarugas, peixes ornamentais
fazem falta na natureza. Tenha mascotes nascidos e criados em cativeiro.
9. Não jogue lixo na natureza ou nas ruas das cidades. Não deixe um rastro de sujeira por
onde passa.
10. Use corretamente produtos quími-
cos, pesticidas e substâncias tóxicas.
Verifique a destinação adequada dos
restos. Não contamine o lixo e o es-
goto de sua cidade.
11. Proteja parques, áreas verdes, praias,
rios e mares. Não compre lotes irre-
gulares no litoral. Não construa sobre
o mangue.

Separação do lixo em Curitiba.

92 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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LIXO
Você sabia que grande parte do nosso lixo pode ser reaproveitado, reduzido ou reciclado?
Comece por observar o que você joga fora todos os dias. Veja a seguir como diminuir
esse lixo:
Evite levar para casa embalagens plásticas e de papel que não serão novamente utili-
zadas;
Evite comprar alimentos com embalagens desnecessárias;
Prefira, sempre que for possível, produtos com vasilhame reaproveitável;
Escreva nos dois lados do papel e use, sempre que puder, produtos feitos com papel
reciclado;
Não jogue lixo no chão;
Evite o desperdício.

Reaproveitando o Lixo

Jornais e papéis velhos podem ser vendidos ou doados aos catadores de papel que
percorrem as ruas da sua cidade;
Compre sempre que possível bebidas com embalagens de vidros retornáveis e, assim
que puder, leve os vidros usados a um coletor de garrafas;
Procure reaproveitar melhor os legumes e frutas usando novas receitas, diminuindo as
sobras que vão para o lixo;
Roupas, brinquedos, livros e jogos que você não usa mais podem ser reaproveitados
por outros, portanto, não os jogue fora, doe a instituições e bazares de caridade;
Latas e peças de metais sem utilização devem ser vendidas para os catadores ou para
ferro velho existentes na cidade.

Reciclando o Lixo
A prática de reciclagem de resíduos sólidos é muito antiga. Os utensílios metálicos são
fundidos e remodelados desde os tempos pré-históricos. Os materiais recicláveis são recupe-
rados de muitas maneiras, como o desfibramento, separação magnética de metais, separa-
ção de materiais leves e pesados, peneiração e lavagem. A indústria da reciclagem cuida de
transformar componentes do lixo como o vidro, papel, metal e plástico em matéria-prima,
para novos produtos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 93


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Quais são os motivos que explicam a


importância da reciclagem?

São vários os motivos. Reciclar significa diminuir a exploração de recursos


naturais e o consumo de energia, melhorar a limpeza da cidade e a qualidade
de vida da população, contribuir para diminuir a poluição do solo, da água
e do ar, prolongar a vida útil de aterros sanitários e melhorar a produção de
composto orgânico, gerar emprego para a população não qualificada, gerar
receita pela comercialização dos recicláveis e contribuir para formar uma
consciência ecológica e a valorização da limpeza urbana.

Você sabia que...


A cada 50 quilos de papel reciclado – separação de jornais, revistas,
embalagens, caixas, formulários, cadernos etc. – estamos evitando que
uma árvore seja cortada. O papel pode ser reciclado várias vezes, depen-
dendo do tamanho de suas fibras.

A coleta seletiva que acontece em algumas cidades, ou seja, a separação do lixo orgânico
do inorgânico, reflete no reaproveitamento, na redução e na reciclagem do lixo, trazendo so-
luções mais adequadas para se resolver o grave problema do lixo no planeta. A participação
de cada um e da comunidade é a base para
solução do problema. Separar o lixo não é uma
tarefa difícil, requer apenas mudança de hábito
e um pouco de boa vontade.

O aterro sanitário é outra alternativa, que


passa pela fase de operação, quando se realiza
uma impermeabilização do local de modo a mi-
nimizar riscos de poluição, e a proveniência dos
resíduos é devidamente controlada. Uma vez
esgotado o tempo de vida útil do aterro, ele é
selado, efetuando-se o recobrimento da massa
de resíduos com uma camada de terras com
1,0 a 1,5 metro de espessura. Posteriormente, a
área pode ser utilizada para ocupações “leves”
(zonas verdes, campos de jogos etc.).

94 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Você sabia?
Daqui a 34 anos a cidade de São Paulo não terá mais lugar para depositar o lixo que
produz.

É possível gerar energia a partir de alguns processos de eliminação de resíduos. Alguns


incineradores aproveitam para gerar vapor e produzir eletricidade. A pirólise é um processo
de decomposição química de resíduos sólidos por meio do calor em uma atmosfera com
pouco oxigênio. Isso gera uma corrente de gás composta por hidrogênio, metano, monóxido
de carbono (os três são combustíveis), dióxido de carbono, cinza inerte e outros gases.
Existem muitas entidades ligadas à preservação do meio ambiente, preocupadas com o
planeta e fazendo a sua parte, ajudando a conter a destruição e a degradação do ambiente
em que vivemos.

Já ouvi falar de muitas organizações que trabalham em prol da natureza.


Certamente! O Greenpeace, por exemplo, é uma entidade civil
internacional sem fins lucrativos a qual se dedica à proteção do
meio ambiente de forma pacífica e que está ajudando a conter a
destruição da Amazônia. O homem atual não se dá conta de que o
que ele faz hoje, prejudicará seus filhos ou netos amanhã. E se não
fosse pelo Greenpeace e por outros órgãos, talvez não tivéssemos
mais essa floresta tao importante para todo o planeta.

Manifestação do Greenpeace na Usina Nuclear de Angra dos Reis


(RJ), em novembro de 1994.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 95


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A Amazônia
A Amazônia não é apenas a maior floresta equatorial do mundo, ela é um estoque de
biodiversidade sem igual em todo o planeta, com várias espécies animais e vegetais ainda
desconhecidas. É também o local escolhido por 20 milhões de pessoas para viver. Portanto,
qualquer solução para a Amazônia precisa passar necessariamente pela busca por soluções
economicamente e ecologicamente viáveis. O Greenpeace tem atuado na Amazônia desde
1992. A partir de 1999, a proteção da floresta e a busca por soluções para o desenvolvimento
da região tem sido a prioridade global do Greenpeace.

Planejamento Urbano
As cidades precisam de planejamento para crescer com harmonia. O crescimento orde-
nado inclui cuidados básicos, como a ocupação planejada do solo, a exploração racional da
água, asfaltamento de ruas, construção de creches, escolas e hospitais, pólos de trabalho,
lazer e cultura. Tudo isso serve para garantir o bem-estar das pessoas e adequar a expansão
urbana ao meio ambiente. Porém, em muitos casos, a regra é deixada de lado. Assim, o es-
paço urbano é ampliado de qualquer jeito: casas são construídas em morros ou nas margens
de represas e córregos; o lixo contamina o solo e a água e o saneamento básico não chega a
todas as casas.
Algumas cidades já solucionaram problemas ambientais causados pelo crescimento ur-
bano. Tóquio já teve um dos ares mais poluídos do mundo. Com rígido controle da emissão
de poluentes, o ar ficou bem mais limpo. Por isso, em 1998, a capital japonesa foi escolhida
pela Organização das Nações Unidas (ONU) como modelo para a busca da chamada ecosso-
ciedade.

Planejamento urbano - Curitiba (PR).

96 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Embora de maneira redutiva, os meios de comunicação contribuem para a formação de
uma cultura televisiva do meio ambiente nas pessoas, criando uma consciência e um interesse
maior em admirar e em defender a vida nas suas múltiplas manifestações. O ideal seria que essa
cultura não se condicionasse apenas à dimensão teórica, mas conduzisse progressivamente
uma mudança no comportamento e na relação entre cidadão e meio ambiente.
Inconscientemente ou não, existe uma diferença considerável na sociedade entre a ação
teórica e a prática efetiva. Muitas pessoas defendem o meio ambiente e sao capazes de ela-
borar palestras, debates, usar camisetas ou até mesmo escrever artigos e livros em prol da
defesa manifestativa do meio ambiente. Porém, na prática cotidiana, existe uma contradição,
uma falta de educação ambiental nos pequenos gestos e atos, na falta de contato efetivo
com a natureza, na carência de conhecimentos básicos da realidade biológica e geográfica
do meio ambiente.

Temos que tratar a natureza com respeito!

É verdade! Se continuarmos tratando a natureza de maneira irresponsável,


o futuro nos reservará um mundo devastado e sem recursos. Podemos ter
um bom futuro, em paz com a natureza, desde que encontremos o equilíbrio
entre as necessidades humanas e a capacidade de recuperação ambiental
(auto-sustentação). Não vale a pena quebrar para depois consertar, poluir para
depois limpar. O grande contraste social e econômico distancia o homem da
condição de cidadão e do conhecimento ecológico. Um caminho importante
para a formação da consciência ecológica, para a vida em harmonia com a
natureza e para a convivência solidária entre as pessoas é a educação.

Na prática, podemos fazer muitas coisas como economizar água tratada, utilizar menos
detergente, jogar o lixo no lugar certo, plantar árvores, respeitar o ciclo da água, usar a água
limpa com economia, gastar somente o necessário, denunciar as empresas que poluem, de-
nunciar ocupações clandestinas que estejam despejando esgoto e lixo nos mananciais, cobrar
dos governantes a criação e cumprimento de leis que protejam a natureza etc. Conscientizar
a população para as questões ecológicas é importante para a conquista de um futuro com
água potável e com saúde para toda a humanidade.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 97


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Sociedade de consumo e desperdício


Um dos valores que se opõe à preservação do ambiente é o consumismo, um impulso
incontrolável de possuir bens dispensáveis, pelo simples prazer de ter, mesmo que já te-
nhamos algo parecido ou equivalente. A vítima da febre consumista torna-se um indivíduo
massificado, que busca produtos oferecidos pelos sistemas de propaganda que manipulam
a vontade das pessoas, estimulando-as com fúteis necessidades.

1. Dê sua opinião justificando a sua resposta sobre o assunto acima exposto:

2. Ressalte a sua contribuição positiva para garantir a sociedade um ambiente menos po-
luente:

3. Discorra sobre os pontos positivos que uma cidade deve apresentar sobre a questão am-
biental refletindo na qualidade de vida da população:

4. A Terra é formada por elementos sólidos, líquidos, gasosos e biológicos. Assim, o estudo
global deve levar em conta todas as camadas, visto que elas compõem um todo que faz
da Terra um planeta único. A camada da Terra responsável pela existência do reino animal
e vegetal é chamada:

98 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

a) Biosfera.
b) Litosfera.
c) Atmosfera.
d) Hidrosfera.

5. O que são ecossistemas?

6. “Cerca de 73% do valor da transformação industrial é produzido no Sudeste, sendo que


São Paulo, sozinho, era o responsável por 53% dessa participação, de acordo com dados de
1980. (...) Como é sabido, a concentração industrial obedece a uma lógica de diminuição
de custos de produção, daí a tese de que indústria atrai indústria.”
GONÇALVES, C. W. P Formação sócio-espacial e questão ambiental no Brasil.
In: Geografia e Meio Ambiente no Brasil.

Ao relacionarmos concentração industrial e questão ambiental, é incorreto afirmar que:


a) as cidades das regiões brasileira que apresentam pouca concentração de indústrias
não apresentam problemas ambientais que afetem a qualidade de vida de sua popu-
lação.
b) no interior do espaço urbano, nos grandes centros industriais, há uma distribuição
desigual dos problemas ambientais, pois a população de baixa renda acaba residindo
em bairros mais poluídos e degradados.
c) a região sudeste do Brasil é a expressão dos problemas ambientais derivados da ativi-
dade industrial, como poluição do ar e da água.
d) a elevada porcentagem do valor da transformação industrial do município de São Paulo
é um dos fatores responsáveis pela redução da área originalmente ocupada pela Mata
Atlântica.

7. Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é de-


vastação das florestas, notadamente das tropicais, as mais ricas em biodiversidade.
Marque a alternativa que não contenha uma conseqüência do processo de desmatamento:
a) Diminuição das temperaturas locais e regionais como conseqüência da menor irradiação
de calor para a atmosfera a partir do solo exposto.
b) Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos e, em alguns
casos, à inviabilização da agricultura.
c) Redução ou até mesmo fim das atividades extrativas vegetais, inclusive algumas de alto
valor sócioeconômico.
d) Destruição da biodiversidade como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da ex-
tinção de espécies vegetais e animais.
e) Início ou mesmo agravamento do processo de desertificação.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 99


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

8. Dentre os grandes problemas ambientais, assinale a alternativa incorreta:


a) Nas sociedades de consumo em que vivemos, o lixo é, atualmente, um dos maiores
problemas.
b) Um dos impactos ambientais mais graves num ecossistema natural é a devastação das
florestas, principalmente tropicais e equatoriais, mais ricas em biodiversidade.
c) Como exemplo de desmatamento, pode-se citar a propagação de fogo resultante das
queimadas, a extração da madeira para fins comerciais, a implantação dos projetos de
mineração, a construção de usinas hidrelétricas e estradas.
d) O Ozônio é um gás muito importante. Além de suas características químicas, ele tem a
função de proteger a superfície terrestre das radiações ultravioleta, que faz muito mal
à saúde das pessoas, animais e plantas.
e) A tecnologia dos chamados “descartáveis” afasta o perigo da poluição das cidades.

QUESTÃO DESAFIO

Pesquise as questões 9 e 10, anote os resultados, depois compare e discuta as respostas


com os colegas:

9. A devastação da vegetação original foi uma das marcas mais expressivas do modelo
econômico adotado em nosso país. Atualmente, o desmatamento alcança quase 40% do
território nacional, promovendo diferentes problemas socioambientais.
Relacione as atividades socioeconômicas predominantes na faixa litorânea do país com
o processo de desmatamento.

10. “Os participantes da RIO+10 concordaram com um programa ousado de combate à de-
terioração da terra, do ar e da água. Também decidiram buscar o crescimento econômico
sem degradar o meio ambiente”
(Revista VEJA, 21 de agosto, 2002)

Apesar de ser classificado como um país desenvolvido, os Estados Unidos apresentam


elevados índices de degradação ambiental, especialmente em cidades com mais de 1
milhão de habitantes.

100 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Explique por que o modelo urbano norte-americano apresenta, dentre outras conse-
qüências, elevados índices de degradação ambiental:

sugestão de sites
www.aultimaarcadenoer.com/informecultura.htm
www.ibama.gov.br
www.meioambiente.gov.br
www.biodiversidadebrasil.com.br
www.comciencia.br
www.mma.gov.br/port/se/agen21/
www.ibama.gov.br

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 101


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO

No capítulo 1, destacamos os seguintes assuntos:


Camadas da Terra: litosfera ou crosta terrestre, manto, núcleo ou nife.
Teoria da Deriva Continental.
Teoria da Tectônica de Placas.
Rochas: magmáticas, metamórficas e sedimentares.
Formas do relevo: planaltos, planícies, montanhas, escarpas, depressões, serras.
Agentes modificadores do relevo – agentes internos (endógenos): tectonismo, vulca-
nismo e terremotos / agentes externos (endógenos): intemperismo, a ação das águas,
do vento, do mar, do gelo, dos seres vivos etc.
Ação humana sobre o relevo.

No capítulo 2, foram desenvolvidos alguns conceitos básicos que devem ser lembrados:
Oceanos: Pacífico, Índico, Atlântico, Ártico e Antártico.
Mares: abertos, fechados, interiores ou mediterrâneos.
Importância dos mares e dos oceanos.
Relevo submarino: plataforma continental, talude continental, zona abissal.
Rios e lagos.
Recursos hídricos – aproveitamento / desperdício.

No capítulo 3, enfatizamos a atmosfera e os fenômenos climáticos. Vamos relembrar os


seguintes conceitos:
Atmosfera – importância / camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e
exosfera.
A diferença entre tempo e clima.
Fatores que interferem na distribuição climática: latitude, altitude, maritimidade e
continentalidade, massas de ar, circulação atmosférica.
Climas: equatorial, tropical, temperado / mediterrâneo ou subtropical, oceânico, frio /
continental frio, polar, secos / tropical árido, continental árido, montanhoso.
O clima e sua influência na sociedade humana.

102 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Problemas causados pela ação do homem: ilhas de calor, gases tóxicos, chuva ácida,
efeito estufa.

No capítulo 4, é essencial compreender os seguintes assuntos:


Distribuição da vegetação – fatores ecológicos: águas, calor, nutrientes, solo, energia
solar e da história de cada comunidade ecológica, além das diferenças de altitude,
latitude, pressão atmosférica, iluminação e atuação das massas de ar etc.
Tipos de vegetação – Floresta equatorial, tropical, temperada e de coníferas; savanas
ou cerrados; campos ou pradarias; desertos; tundra.
Homem e vegetação – espécies ameaçadas de extinção / desmatamento / desertifica-
ção.

No capítulo 5, desenvolvemos os seguintes assuntos:


Biosfera;
Ecossistema;
Relação sociedade moderna X natureza;
Impactos ambientais – Poluição: solo / água / ar / lixo;
Desmatamento;
Espécies ameaças de extinção;
Formas não predatórias da relação X meio ambiente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 103


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

fusão da crosta terrestre nas zonas de


GABARITO convergência de placas tectônicas. Nas
dorsais oceânicas, extravasando o mate-
Capítulo 1 rial magmático.
b) Aproveitamento agrícola, aproveitamen-
pág. 22 to turístico, aproveitamento de água
quente do vapor e dos gêiseres como
fonte de energia.
2. Litosfera ou crosta terrestre, manto, núcleo
ou nife.

3. Agentes transformadores são os elementos Capítulo 2


que modificam o relevo. Eles são classifica-
dos em agentes internos e externos. Os
pág. 45
agentes internos (endógenos) são os pro-
cessos estruturais que atuam do interior
para o exterior: tectonismo, vulcanismo e 1. Oceano Pacífico, Atlântico, Índico, Glacial An-
terremotos; os agentes externos (exógenos) tártico e Glacial Ártico. Os oceanos possuem
são os processos esculturais que atuam muitos minerais utilizados pelo homem. À
externamente modificando as paisagens, medida que os recursos continentais vão se
como o intemperismo, a ação das águas, do tornando mais raros, a indústria vai desen-
vento, do mar, do gelo, dos seres vivos etc. volvendo meios para a utilização dos mi-
nerais marinhos. O petróleo é retirado de
4. Utilização desenfreada de matéria-prima, pontos abaixo do leito oceânico e a pesca é
como, por exemplo, dos minerais, as for- uma das atividades importantes desenvol-
mas irregulares de ocupação em encostas vidas no oceano, além da navegação com o
de morros, as enchentes, a erosão etc. escoamento de mercadorias.

5. d) 2. Mares Abertos: localizados ao longo das cos-


tas litorâneas, comunicam-se diretamente
6. b) com o oceano. Ex. Mar das Antilhas.
Mares Interiores ou Mediterrâneos: locali-
7. c) zados no interior dos continentes, comuni-
cam-se com o oceano através de passagens
8. F, V, F chamadas estreitos, canais naturais que
unem dois Mares ou duas partes do mesmo
9. a) O tectonismo é movimento lento, prolon- mar. Ex: Mar Negro.
gado ou não, que ocorre na crosta terrestre
Mares Fechados: situados no interior dos
provocando deformações nas rochas.
continentes, não se comunicam com outros
mares ou oceanos. Ex. Mar Morto.
10. F, V

11. Pesquisa. 3. É a continuação submersa do relevo visível


na costa litorânea, com modificações pro-
duzidas pela erosão marinha e pelas depo-
12. sições sedimentares. Os mares e os oceanos
a) No círculo do fogo a ocorrência de existentes sobre a plataforma continental
erupções vulcânicas está associada à compõem a zona pelágica, bastante impor-

104 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

tante para as atividades econômicas, como


a pesca e a exploração de petróleo. 5.
a) Massa de ar frio.
4. b) Massa de ar quente.
a) mar – chuvas – nascente – curso. c) Massa de ar frio.
b) mar – foz. d) Massa de ar quente.
c) delta – estuário – ligação. e) Massa de ar quente.
d) córrego.
6. a)
5. b, c, d
7. a)
6. Á critério do aluno.
8. a)
7. V, V, F, V
9. c)
8. c)

9. Pesquisa. 10. d)

11. O fenômeno climático chamado La Niña


Capítulo 3 e o El Niño são ocorrências que levam a
mudanças climáticas, relacionadas à alte-
pág. 63 ração das temperaturas e da direção das
águas mais superficiais no oceano Pacífico
(La Niña, mais frias, e El Niño, mais quentes)
1. Troposfera, estratosfera, mesosfera, termos- entre a costa da América do Sul e terras mais
fera e exosfera. equatoriais da Ásia e da Oceania.

2. Proteger o planeta das radiações nocivas


dos raios solares e de outros raios vindos Capítulo 4
do espaço; absorver e deter parte do calor
irradiado pelo Sol; provocar a desintegração
pág. 76
de alguns meteoritos que atingem a Terra;
redistribuir, através da chuva, a água evapo-
rada dos mares; além de conter o oxigênio 1. Fatores ecológicos como águas, calor, nu-
e outros gases indispensáveis à vida. trientes, solo, energia solar, e a história de
cada comunidade ecológica. A variedade
de vegetação acontece também em fun-
3. V, V, F, F, V ção das diferenças de altitude, latitude,
pressão atmosférica, iluminação e atuação
c) As cidades localizadas em latitudes dife- das massas de ar.
rentes podem apresentar temperaturas 2. c)
semelhantes.
d) A altitude do litoral é menor.
4. 4, 2, 3, 9, 7, 8, 1, 5, 6 3.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 105


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

a) As savanas localizam-se em regiões de 4. a)


baixas latitudes, encontrando-se nos
limites das florestas equatoriais sob cli-
ma tropical quente e pouco úmido. Tem 5. São sistemas dinâmicos formados por
como suas principais áreas de ocorrên- relações de interdependência entre os fa-
cia o continente africano, destacando-se tores físicos que compõem o ambiente – a
também o Centro Oeste brasileiro, onde atmosfera, o solo e a água, a flora, a fauna e
recebe o nome de cerrados. os microrganismos que o habitam.
b) Trata-se de uma formação campestre em
que predominam arbustos de 2 a 3 me- 6. a)
tros de altura, além de algumas árvores
distribuídas em meio a uma vegetação
rasteira. De acordo com a estação, seca
7. a)
ou chuvosa, suas características fisionô-
micas mudam constantemente o seu 8. e)
aspecto.
4. d) 9. Predominam na faixa litorânea:
A forte concentração das atividades indus-
5. 3, 3, 5, 3, 4, 2 triais, comerciais e de serviços, responsáveis
pela densa urbanização e, com esta, a devas-
6. d) tação de matas e florestas.
A expansão da agroindústria, apoiada na
7. temperatura – clima – solo – latitude. grande propriedade da terra, responsável
pela ocupação de áreas outrora cobertas
8. desertificação. pela vegetação original.

9. 10. Tal fato ocorre devido à combinação de


a) queimadas – erosão. alguns fatores. Dentre eles destacam-se: a
b) pastagens – extinção. persistência de um modelo de desenvol-
10. e) vimento econômico que tem como foco
a reprodução da sociedade de consumo,
gerando uma grande quantidade de lixo
Capítulo 5 e poluição ambiental; a dominância no
processo industrial de grande quantidade
pág. 98 de resíduos e efluentes; o acentuado grau
1. A critério do aluno. de urbanização da sociedade norte-ameri-
cana, com forte concentração demográfica
2. A critério do aluno. nas áreas urbanas, agravando os problemas
ambientais relativos ao esgoto doméstico,
3. A critério do aluno. – Sugestões: coleta se- ao lixo em geral e à queima de combustíveis
letiva do lixo, aterro sanitário, saneamento fósseis provenientes dos veículos automo-
básico, rodízio de automóveis, filtros nas tores.
fábricas, preservação de árvores e parques
etc.

106 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 1


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Quando nos referimos ao espaço que a humani-


dade ocupa, nos deparamos com uma comple-
xidade de elementos que interferem de várias
maneiras nesse espaço, seja no âmbito político,
social, cultural, econômico etc. São justamente
esses elementos que serão desenvolvidos nes-
ta unidade, em que abordaremos a interação
homem X espaço. Veremos as várias tendências
históricas e geográficas que se modificam atra-
vés das tecnologias empregadas. A dinâmica e
a estrutura populacional também serão estu-
dadas para um melhor entendimento sobre a
evolução e distribuição populacional. Os efeitos
da industrialização numa ótica urbana, em que
os diversos conceitos sobre as cidades e a com-
plexidade da estrutura urbana serão analisados,
como também a estrutura produtiva relaciona-
da com a natureza. E, por fim, abordaremos as
modificações do espaço rural e urbano e quais
fatores influenciaram essas modificações, princi-
palmente quando se trata do aspecto industrial.

2 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

CAPÍTULO 1

A Demografia
Neste capítulo, veremos os conceitos fundamentais para facilitar o estudo dos diversos
aspectos demográficos. Vamos estudar conceitos sobre os elementos que interferem na distribuição
da população, os fatores que levam ao crescimento e ao deslocamento populacional, os diferentes
setores da economia e verificar a importância dos recenseamentos. Iremos perceber a importância
e a complexidade desses assuntos, pois são conceitos fundamentais para estabelecer comparações,
não só no aspecto brasileiro, mas também com os demais países, para compreendermos a população
do lugar onde vivemos.

A Importância da Demografia
A demografia caracteriza o estudo das
populações humanas. Taxas de natalidade,
mortalidade, expectativa de vida são termos
referentes ao estudo da demografia. É através
do uso da demografia que um país pode fazer
O que é demografia?
uma análise de seu crescimento e projetar
ações que devem ser tomadas para o futuro.
A demografia possui como principal fonte
de dados os censos estatísticos que revelam
a quantidade de pessoas existentes em cada
região, bem como diversos dados estatísticos
como sexo, idade, grau de instrução etc.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 3


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Portanto, a demografia colhe desses dados


estatísticos e utiliza-se de modelos populacio-
nais adequados para fazer projeções e simular o
crescimento futuro. A demografia é uma ciência
que, com base na estatística dos censos passados
e no uso dos modelos matemáticos adequados,
projeta o futuro. Estudaremos um pouco dessas
ferramentas no decorrer deste nosso trabalho.

A POPULAÇÃO ABSOLUTA E A
POPULAÇÃO RELATIVA
Com o rápido crescimento da população mun-
dial, especialmente nos países subdesenvolvidos,
estatísticas nos dão conta de que em 2050 pode-
remos chegar até 12,5 bilhões de habitantes no
planeta. Apenas pelo conhecimento dos números,
já tomamos consciência da importância do estudo da população. No entanto, os números só
servem para quantificar e, no caso da população humana, diferentemente das populações
animais em que todos vivem de maneira semelhante, a população mundial caracteriza-se
pela grande diversidade social.
O total de habitantes de um lugar constitui sua população absoluta. Assim, podemos di-
zer que a população absoluta da Terra é superior a 6 bilhões de habitantes. Mas, para avaliar
concretamente a presença humana num determinado lugar, utilizamos também o conceito de
população relativa, que indica a distribuição da população em relação à superfície do lugar.
A população relativa, também chamada de densidade demográfica, corresponde ao nú-
mero de habitantes por unidade de área, geralmente o quilômetro quadrado.
A tabela abaixo mostra a população absoluta e a população relativa de cada continente.

POPULAÇÃO ABSOLUTA, ÁREA E MÉDIA DA DENSIDADE DEMOGRÁFICA POR CONTINENTE (2000)


CONTINENTE POPULAÇÃO ABSOLUTA ÁREA (Km2) DENSIDADE DEMOGRÁFICA (HAB/Km2)

ÁSIA 3.682.600.000 45.077.999* 81,6

AMÉRICA 828.700.000 42.057.296* 19,7

ÁFRICA 784.900.000 30.209.389 26,0

EUROPA 728.900.000 10.368.047 70,3

OCEANIA 30.400.000 8.522.075 3,5

TOTAL 6.055.000.000 136.234.806 40,0


*Compreende o Mar Cáspio e o mar de Aral.
Fonte: L’État du Monde, 2000. Paris, La Découverte, 1999. Calendário Atlande De Agostini 2000. Novara, instituto Geográfico De Agostini, 1999.

Nos estudos de geografia das populações, os conceitos de populoso e povoado são muito
utilizados. O primeiro se refere à população absoluta e o segundo diz respeito à população
relativa de um lugar. Enquanto a Ásia é o continente mais populoso e mais povoado do mundo,
a Oceania é o continente menos populoso e menos povoado.

4 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Se um país é muito povoado não significa necessariamente que ele


seja bastante populoso. Qual é a diferença?

Respondendo essa sua pergunta , observamos que para chegar aos números da população
relativa, basta um cálculo simples: dividir o número de habitantes pela área habitada. Por isso,
quando se diz que um país é muito povoado, significa dizer que ele tem muitos habitantes
por quilômetro quadrado.
Na lista dos países mais populosos, o Brasil aparece em quinto lugar, atrás da China, Índia
e Estados Unidos. Ou seja: a população absoluta do Brasil é bastante elevada.
Acontece que essa mesma população não está bem distribuída no território nacional
– algumas regiões concentram muito mais gente que outras. Por isso, o Brasil não está nem
entre os 10 países mais povoados do mundo. Essa lista é liderada por Bangladesh, Taiwan,
Coréia do Sul, Holanda e Japão

PAÍS SUPERFÍCIE (EM KM2) POPULAÇÃO

México 1.958.201 95.832.000

Estados Unidos 9.355.855 272.541.000

Bélgica 30.528 10.141.000

Taiwan 36.202 21.616.000

Japão 372.669 126.281.000

Bangladesh 147.570 124.774.000

Austrália 7.682.300 18.520.000

Arábia Saudita 2.248.000 20.181.000

O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO
Populações crescem porque as pessoas têm bebês. Quanto mais pessoas houver, mais
bebês elas terão. Isso significa que o número de bebês nascidos é um múltiplo constante do
número de pessoas presentes na população. Logo, a taxa de crescimento da população é
diretamente proporcional ao tamanho da população.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 5


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Taxa de natalidade: É a relação entre o número de nascimentos ocorridos em um ano


e o número de habitantes. Obtemos essa taxa tomando os nascimentos ocorridos durante um
ano, multiplicado por 1.000 e dividindo o resultado pela população absoluta, ou seja:

número de
X 1000
nascimentos
= taxa de natalidade
número de habitantes

Exemplo: se num país cuja população total é de 20 milhões de habitantes nasceram, em


um ano, 600 mil pessoas, temos:

600 mil X 1000


= 30% (taxa de natalidade)
20 milhões
Portanto, quando dizemos que a taxa de natalidade é de 30‰ (30 por 1.000), isso quer
dizer que nasceram trinta crianças vivas para cada grupo de 1.000 habitantes em um ano.

Taxa de mortalidade: É a relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e


o número de habitantes. Obtemos essa taxa tomando os óbitos ocorridos durante um ano,
multiplicando-os por 1.000 e dividindo o resultado pela populacão absoluta, ou seja:

número de
X 1000
óbitos
= taxa de mortalidade
número de habitantes

Exemplo: se num país cuja população total é de 20 milhões de habitantes e, durante um


ano, morreram 300 mil pessoas, temos:
300 mil X 1000
= 15% (taxa de mortalidade)
20 milhões

6 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Assim, se falarmos que a taxa de mortalidade é de 15‰, isso quer dizer que para cada
1.000 habitantes morreram 15 pessoas num ano. Devemos ainda observar que essa é a taxa de
mortalidade geral e que, além dela, existe a taxa de mortalidade infantil, que é o número de
crianças que morrem antes de completar o primeiro ano de vida. A taxa de mortalidade infantil
é um importante indicador do nível de desenvolvimento socioeconômico de um país.
O crescimento populacional é determinado, em geral, por índices que representam taxas
de natalidade e mortalidade. Por sua vez, a taxa de mortalidade é determinada por diver-
sas condições, como aspectos relacionados à infra-estrutura (condições sanitárias, serviços
médicos etc.), condições nutricionais, entre outros. A taxa de natalidade envolve aspectos
como o nível sócio-cultural, taxa de contracepção e também qualidade nutricional. Há uma
tendência mundial de redução da taxa de mortalidade, devido aos avanços nas áreas da me-
dicina. A taxa de natalidade dos países desenvolvidos tende à queda, enquanto os índices
de mortalidade permanecem estáticos, com maior expectativa de vida. Já nos países em
desenvolvimento, a tendência de aumento de ambos os índices continuará predominante
durante muito tempo.

Expectativa de vida ou esperança de vida ao nascer: duração média, em anos,


da vida humana.

Até o início do século XX, o crescimento


da população mundial foi relativamente len-
to, resultado do equilíbrio que existia entre
as taxas de natalidade e mortalidade nos
diferentes países do mundo, pois ambas se
apresentavam bastante altas. Isso acontecia
porque era muito comum a ocorrência de ca-
tástrofes sociais, como fomes e pestes coleti-
vas, que ocasionavam a morte de um grande
número de pessoas

Quadro de Jean Michelin.

CURIOSIDADE
No século XIV, a Peste Negra (peste bubônica) dizimou quase um terço da população
da Europa. Na época, desconhecia-se que a doença era transmitida pelos ratos infectados
com a bactéria Pasteurella pestis, que infestavam os navios comerciais vindos do Oriente.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 7


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A partir do século XIX, houve uma CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL


verdadeira explosão demográfica no TAXA DE
planeta, ou melhor, ocorreu um eleva- ANO
POPULAÇÃO CRESCIMENTO
(EM MILHÕES) VEGETATIVO MÉDIO
do crescimento natural ou vegetativo da ANUAL (EM %)
população. Para se ter uma idéia, se em 8000 a.C. 5 não-disponível
1850 a população mundial era da ordem 1 d.C. 250 não-disponível
de um bilhão de habitantes, em 2000 ela
1650 500 não-disponível
chegou a 6 bilhões .
1800 900 0,16

Crescimento natural ou 1850 1.200 0,53

1900 1.600 0,54


vegetativo: é a diferença entre 1950 2.500 0,89
a taxa de natalidade e a taxa de 2000 6.100 1,50

mortalidade. 2025 8.200 1,20

2050 9.500 0,60

Exemplo:

taxa de natalidade = 30‰

taxa de mortalidade = 10‰

crescimento vegetativo = 20‰ (ou 2,0%)

Observando as informações colocadas até aqui, é possível perceber que a superpopulação


mundial passou por diferentes processos dependendo dos locais e dos períodos históricos.
Esses números demonstram a “explosão demográfica”. Especialistas afirmam que quanto mais
gente, maior a pobreza, e, por isso, defendem como solução o controle da natalidade.
Outros afirmam que o mundo hoje passa por uma “transição demográfica”. Quer dizer,
depois de uma explosão demográfica, a população mundial deve se estabilizar.
Para isso não é preciso controlar a natalidade, mas estimular
a produção, proporcionar às pes-
soas melhores condições de vida,
com direito a trabalho, saúde,
educação. Para eles, a causa da
miséria no mundo não é a super-
população, mas a desigualdade na
distribuição de renda: poucos com
muito dinheiro, muitos com muito
pouco.
Cartaz sobre o controle de nata-
lidade na China, através do ideal
Campanha de controle de natura- de uma família pequena.
lidade na Índia.

8 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

As políticas governamentais sobre população


pretendem atingir objetivos de desenvolvimento
e bem-estar aplicando medidas que incidam sobre
os processos demográficos. O Japão foi o primeiro
país desenvolvido que iniciou um programa de con-
trole de natalidade. Em 1948, o governo japonês
instituiu uma política que incluía o método anti-
concepcional e o aborto para limitar o tamanho
das famílias. Na Europa, entretanto, as políticas
em favor da natalidade não conseguiram deter a
contínua e preocupante diminuição da natalidade.
Na América Latina, o vertiginoso crescimento da
população obrigou a todos os governos desenvol-
ver campanhas de informação e de educação e a
promover o controle da natalidade e os programas
de planejamento.

Você sabe onde nasceu o bebê número 6 bilhões?

CURIOSIDADE
UM É POUCO, DOIS É BOM... 6 BILHÕES É DEMAIS!
No mês de outubro de 1999, a população do planeta ultrapassou os 6 bilhões de habi-
tantes. Já pensou quantos “vizinhos” nós temos aqui na Terra?
O bebê escolhido para simbolizar a marca dos 6 bilhões nasceu na Bósnia nos primeiros
minutos do dia 12 de outubro de 1999. Chama-se Adnan Nevic e vai encontrar pela frente
um mundo bem complicado.

A ESTRUTURA ETÁRIA, SEXUAL E SETORIAL

Estrutura Etária
Estrutura etária é a distribuição da população por idades. Para indicar o número de habi-
tantes de determinada região, utiliza-se as pirâmides etárias ou pirâmides de idades, a qual
oferece uma idéia precisa de determinado grupo de população de um país.
As faixas etárias e os respectivos intervalos de idades mais utilizados são os seguintes:
Jovens: 0 a 14 anos ou 0 a 19 anos.
Adultos: 15 a 59 anos ou 20 a 59 anos.
Velhos ou idosos: 60 anos ou mais.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 9


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Uma pirâmide etária é representada da seguinte forma:

Como se pode analisar no gráfico, a população é


dividida em homens e mulheres, de acordo com as
faixas de idade. As faixas de idade são representadas
por barras que se sobrepõem da base até o alto da
pirâmide. Cada barra corresponde à porcentagem
da população em cada um dos grupos, em relação
à população total (o número de pessoas).

Como seriam alguns exemplos de pirâmides em alguns países?

Bem, analisaremos a distribuição da população do Brasil, que é um país


em desenvolvimento, da França, um país desenvolvido e da Tanzânia, um
país subdesenvolvido.

10 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Observe que a pirâmide etária da França apresenta base estreita, devido ao baixo per-
centual de jovens e conseqüência do controle de natalidade; e ápice largo, devido ao grande
percentual de velhos e da alta expectativa de vida. A pirâmide brasileira sofreu modificações
nas últimas décadas e vem apresentando uma base mais estreita e um ápice mais largo. Isso
é sinal de que ocorre uma melhoria nas condições de vida da população, e que a expectativa
de vida aumentou e o controle de natalidade já começa a surtir efeito. Hoje, já somos um país
de população predominantemente adulta. Já na Tanzânia, e em muitos outros países subde-
senvolvidos, a base é extremamente larga, sinal do descontrole da natalidade e o ápice da
pirâmide é muito estreito, devido à expectativa de vida da população ser muito reduzida.
Apesar dos avanços demográficos ocorridos, é importante lembrar que os números apre-
sentados refletem apenas a média do país. Se analisarmos o nível das diferentes camadas sociais
e regiões do país, veremos que existem enormes disparidades demográficas. Por exemplo:
A média de vida dos brasileiros mais ricos (cerca de 70 anos) é muito superior à dos
brasileiros mais pobres (aproximadamente 50 anos).
A esperança ou expectativa de vida na Região Sul é de 69 anos; e na Região Nordeste
é de 64 anos.
A taxa de fecundidade da Região Nordeste (4,0) é quase o dobro da taxa da região Sul
(2,3).
Os idosos da Região Sudeste são 8,0% da população, contra apenas 5,4 % na região
Norte.

Taxa de fecundidade ou de fertilidade: é a média de filhos por mulher em


idade produtiva (mais ou menos dos 15 aos 45 anos).

Observe na tabela abaixo a queda de fecundidade da mulher brasileira:

Anos Número de filhos por mulher


1940 6,16
1950 6,21
1960 6,28
1970 5,76
1980 4,35
1990 2,85
2000 2,3

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 11


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A participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, a


obriga, muitas vezes, a adiar o momento de ter filhos, uma vez, que tê-los sig-
nifica, entre outros fatores, o agravamento da questão de sua dupla jornada
de trabalho (o serviço da empresa durante o dia e o de casa durante a noite)
e o aumento das dificuldades para desenvolver sua carreira profissional.

Qual a importância de conhecermos a estrutura da população?


Conhecer a estrutura da população sob todos os aspectos possíveis
– como, por exemplo: profissional, etário, educacional, disponibilidade de
força de trabalho – é da maior importância para qualquer governante ou di-
rigente responsável pelo planejamento socioeconômico de uma nação, bem
como nas projeções para o futuro. Conhecer a estrutura etária da população
é saber quantos novos empregos, novas vagas nas escolas, novas habitações
etc. terão de ser criados para atender às necessidades da população.

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA)


A população economicamente ativa, ou simplesmente população ativa, compreende
todas as pessoas com 14 anos ou mais de idade que constituem a força de trabalho do país.
Abrange os empregados e empregadores, os trabalhadores autônomos, os trabalhadores que
estão temporariamente desempregados etc.

CURIOSIDADE
A Constituição Brasileira impõe a idade mínima de 16 anos para que
a criança ingresse no mercado de trabalho. O Estatuto da Criança e
do Adolescente proíbe qualquer trabalho ao menor de 16 anos,
salvo na condição de aprendiz.

POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE
INATIVA (PEI)
A população economicamente inativa ou não economi-
camente ativa é formada, principalmente, por aposentados,
donas-de-casa, estudantes, inválidos e crianças.
Sob o ponto de vista econômico, a parcela da população
que é economicamente inativa requer grandes investimentos
sociais (escolas, aposentadoria etc.).

12 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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SETORES DA ECONOMIA
Segundo a atividade econômica, a população ativa
divide-se em três grandes setores: primário, secundário e
terciário.
O setor primário engloba as atividades que estão
diretamente relacionadas à natureza: a agricultura, a
pecuária, a caça, a pesca e a silvicultura.

O setor secundário agrupa as atividades que supõem uma transformação, da mineração


e da produção energética até as indústrias de manufatura e de construção civil.

O setor terciário, também chamado de serviços, reúne todas as outras atividades (co-
mércio, transportes, educação, saúde, profissionais liberais etc.).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 13


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Atualmente, com a revolução téc-


nico-científica, existe uma tendência
em redividir os setores de atividade
econômica em quatro, incluindo-se,
portanto:

O setor quaternário: do qual


fazem parte os serviços mais
sofisticados, que exibem pro-
fissionais especializados (pes-
quisas, informática, robótica,
aeroespacial etc).

Moon Shin - Yong, criador de clones: para uso em transplantes.

Qual o setor que possui a maior quantidade de pessoas no Brasil?

Até o início da década de 40, mais de dois terços da população ativa do Brasil
estavam concentrados no setor primário. A partir de então, devido à inten-
sificação do processo de industrialização-urbanização, da mecanização do
campo e do êxodo rural, verificou-se uma progressiva e acentuada diminuição
da população ativa do setor primário, em favor de outros setores.
O elevado percentual de ativos no setor terciário não significa que esse setor cresceu, re-
almente, tanto assim. O setor terciário, principalmente nos países subdesenvolvidos, é muito
marcado pelo conhecido fenômeno da inchação: crescimento exagerado ou irreal, devido
ao empreguismo (excesso de pessoas em órgãos públicos) e ao subemprego (comércio em
semáforos, trabalho temporário etc.).

14 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Observe a tabela abaixo:

Evolução da distribuição da PEA no Brasil (em %)


Anos Primário Secundário Terciário
1940 70,2 10,0 19,8
1950 60,7 13,1 26,2
1960 54,2 12,7 33,1
1970 44,2 17,8 38,0
1980 29,9 24,4 45,7
1990 22,9 22,7 54,4

A concentração de ativos nos setores secundário e terciário é tanto maior quanto maior
for o nível de desenvolvimento urbano-industrial e tecnológico dos países, refletindo numa
economia mais próspera.

A MOBILIDADE DA POPULAÇÃO
Todos os movimentos que fazem com que uma população se locomova de um lugar para
outro são chamados migrações. Inúmeras razões podem provocá-las, e são estimuladas por
situações de repulsa, expulsão, ou atração. Suas razões variam e podem ser motivadas por
fatores naturais, como enchentes e secas, fatores políticos e até religiosos. Mas os que mais
têm impulsionado as migrações são os econômicos.

Fatores Físicos ou Naturais


As áreas mais favoráveis à ocupação huma-
na, por exemplo, são as de clima temperado:
os planaltos tropicais, as planícies, os vales e
deltas fluviais e as de solos férteis. Entre as des-
favoráveis, estão as regiões de desertos, as de
altitudes elevadas e as florestas equatoriais.
É claro que não podemos isolar um deter-
minado fator físico, pois eles atuam em con-
junto, criando áreas mais ou menos favoráveis
à concentração populacional, por outro lado,
não deixa de ser verdade também que certos
fatores naturais são predominantes, como é o
caso da temperatura nas regiões polares e da
aridez nos desertos.

Retirantes, de Candido Portinari, 1944.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 15


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Fatores Históricos
De modo geral, as áreas de povoamento mais antigos costumam ser mais habitadas que
as de povoamento recente. De fato, as maiores concentrações populacionais do mundo – Ex-
tremo Oriente (leste da China, Coréia e Japão), Ásia das monções (sul e sudeste asiáticos),
Europa centro-ocidental – confirmam essa regra.
O nordeste brasileiro pode ser considerado uma das exceções à regra, pois, apesar de ser
a região brasileira mais populosa e povoada por muito tempo, perdeu posição para o Sudeste,
em virtude do maior desenvolvimento econômico dessa região.

Fatores Econômicos
As atividades econômicas são bastante diversificadas quanto à forma de produção, à
natureza e à finalidade dos produtos. Em função desses fatores, as atividades econômicas
acarretam maior ou menor concentração populacional. Um dos exemplos está relacionado às
atividades industriais e de prestação de serviços que, pela própria natureza, costumam acar-
retar grandes concentrações populacionais, como o nordeste dos Estados Unidos, a Europa
ocidental e o eixo São Paulo–Rio de Janeiro.
Inúmeras variações marcam esses movimentos, que podem ser definitivos ou temporários.
Estes últimos são realizados em qualquer período, sem qualquer regularidade. Sua definição
está ligada ao desenvolvimento dos meios de transporte e à modernização. As migrações
regulares têm período certo para acontecer, e variam entre tipos pendulares e sazonais.
Migrações pendulares: têm a ver com a crescente urbanização e são as freqüentes idas
e vindas de trabalhadores entre a casa e o trabalho, um deslocamento diário e regular,
tanto em termos de tempo quanto de percurso.

Transporte Coletivo na Índia.

16 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Migrações sazonais: ocorrem em determinada estação do ano, marcadas, em geral,


por razões financeiras. Em épocas de safra de determinado item, por exemplo, muitos
trabalhadores se deslocam empregando-se apenas por aquele período que, tão logo
encerrado, irá estimular a volta para casa daquelas pessoas, até que aconteça a safra
seguinte. No entanto, a temperatura das estações também é uma causa bastante
freqüente para as migrações. Em diversos países da Europa e dos Estados Unidos, os
invernos chegam a temperaturas frias ao extremo, ocorrendo migrações para regiões
mais quentes e áreas de veraneio, que se sustentam basicamente do turismo.

Nice, na França.

Êxodo rural: trata-se do deslo-


camento de pessoas das áreas
rurais para as áreas urbanas.

Migração urbana-urbana: atu-


almente, em alguns estados
brasileiros, como São Paulo e
Rio de Janeiro, é cada vez mais
freqüente o deslocamento de
pessoas das metrópoles em
direção às cidades médias do
interior.

Nomadismo: caracterizado pela


inexistência de moradia fixa, é
um sistema de vida de certos
povos que moram em tendas,
A cidade de São Paulo ainda recebe diariamente um
ciosos de sua liberdade, prezam
grande número de migrantes de outros estados, prin-
seus animais mais que qualquer cipalmente do Norte e Nordeste que vem em busca de
coisa do mundo. melhores condições de vida.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 17


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As migrações são classificadas em internas


e externas.
Migrações internas: movimentos que
ocorrem dentro do país
Migrações externas: movimentos que
ocorrem de um país para outro, podem
ser classificados em:
• Emigrações: pessoas que saem do seu
país de origem para viver em outro
país.
• Imigrações: pessoas que entram em um
país para nele viver.

Tuaregue, no Mali.

Museu de imigração em Nova Iorque,


nos Estados Unidos. Quase 40 milhões
de pessoas imigraram para o país entre
1800 e 1930.

O RECENSEAMENTO
A palavra censo vem do latim “census”, que quer dizer “conjunto dos dados estatísticos
dos habitantes de uma cidade, província, estado, nação etc”.O censo serve para que cada um
possa conhecer melhor o país, os estados e os municípios. Com as informações do recensea-
mento, o Governo poderá, por exemplo:
identificar os locais onde é mais importante investir em saúde, educação, habitação,
transportes etc.;
descobrir lugares que necessitam de programas de incentivo ao crescimento econômico,
como instalação de pólos industriais;
distribuir melhor o dinheiro público, dos Fundos de Participação dos Estados e dos
Municípios.

18 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

A sociedade em geral também usa as informações do censo:


para escolher onde instalar suas fábricas, supermercados, shopping centers, escolas,
cinemas etc.;
para conhecer melhor os trabalhadores brasileiros – quem são, o que fazem, como
moram etc. Essa informação é muito importante para os sindicatos, associações pro-
fissionais e entidades de classe;
para pedir a atenção dos governos para problemas específicos, como a expansão da
rede de água e esgoto, a instalação de postos de saúde e assim por diante.

Como todas as informações do censo são importantes para o futuro do Brasil, todas as
pessoas são obrigadas a responder ao recenseamento. E não há motivo de preocupação: as
respostas são confidenciais.

Quem foi recenseado?

Todas as pessoas residentes no Brasil no dia 1º de agosto de 2000,


inclusive as que estiveram temporariamente ausentes do país nessa data.
Os indígenas foram recenseados tanto em suas terras, definidas como
áreas especiais, quanto no Brasil como um todo.

CURIOSIDADE
O censo é uma coisa que já era feita na Antigüidade.
Pelo que se tem notícia, o censo mais antigo foi feito na China. Em 2238 a.C., o im-
perador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas.
Os egípcios realizavam censos anuais no século XVI a.C. E os romanos e os gregos já
realizavam censos por volta do século VIII a IV a.C.
Em 578-534 a.C., o imperador Servo Túlio mandou realizar um censo de população
e da riqueza, o qual serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para o
exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos.
Os romanos fizeram 72 censos entre 555 a.C. e 72 d.C. Naquela época, o objetivo mais
importante do censo era saber o número de pessoas disponíveis para fazer a guerra
e cobrar impostos. A punição para quem não respondia geralmente era a morte!
A Bíblia conta que São José e a virgem Maria saíram de Nazaré, na Galiléia, para Belém,
na Judéia, para responder ao censo ordenado por César Augusto (as pessoas tinham
que ser entrevistadas no local de sua origem). Foi enquanto estavam na cidade que
Jesus nasceu.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 19


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Como você pode ver, desde épocas remotas os governos se preocupam em realizar cen-
sos.
Você sabia que o tamanho da população brasileira é conhecido desde o período colo-
nial?
Até 1872, os dados sobre a população brasileira eram obtidos de forma indireta, isto é,
não eram feitos levantamentos com o objetivo estrito de contar o número de habitantes. As
fontes de dados eram relatórios preparados com outras finalidades, como os relatórios de
autoridades eclesiásticas, sobre os fiéis que freqüentavam a igreja, e os relatórios de funcio-
nários da Colônia, enviados para as autoridades da Metrópole.
Somente em 1850 o governo foi autorizado a despender os recursos necessários para a
realização de uma operação do porte de um censo demográfico. O primeiro censo, então, foi
programado para ocorrer em 1852.
Entretanto, a operação prevista para 1852 não foi realizada: a população revoltou-se e
impediu o levantamento que já estava em pleno início de execução! Revoltou-se contra o
Decreto nº 797 de junho de 1851, então conhecido como a “lei do cativeiro”. Acreditava-se que
o decreto era uma odiosa medida governamental visando à escravização dos homens de cor.
Esse episódio foi suficiente para adiar por 20 anos a realização do primeiro censo.
Com a criação do IBGE, em 1938, e com a contribuição do renomado demógrafo italiano
Giorgio Mortara, inaugurou-se a moderna fase censitária no Brasil. Caracterizada, principal-
mente, pela periodicidade decenal dos censos demográficos, nessa nova fase foi ampliada a
abrangência temática do questionário com introdução de quesitos de interesse econômico
e social, tais como os de mão-de-obra, emprego, desemprego, rendimento, fecundidade,
migrações internas, dentre outros temas.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


O período logo após o censo de 1991 esteve fortemente marcado pela integração com a
sociedade. O IBGE incentivou essa integração: estimulando a discussão para reformular alguns
itens já constantes do questionário e para incorporar novos ao Censo 2000. A participação
cada vez maior e a importantíssima contribuição dos governos municipais e estaduais no
preparo dos mapas que apóiam os trabalhos do Censo são um reflexo dessa tendência. Todo
o Brasil, hoje, pode participar!

1. As migrações populacionais caracterizam os deslocamentos que podem ser voluntários


ou não. Explique o que são migrações internas.

20 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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2. Dentre o estudo da demografia, analisamos alguns dados extremamente importantes


para entender a distribuição populacional. Sobre o assunto, conceitue o termo populoso
e povoado, citando alguns exemplos:

3. Analise as assertivas abaixo que explicam o crescimento demográfico de um país.


I. O crescimento natural ou vegetativo significa a diferença entre o número de pessoas
que nascem (natalidade) e o número dos que morrem (mortalidade).
II. O saldo migratório significa a diferença entre o número de pessoas que entram no
país (imigrantes) e o número dos que saem (emigrantes).
III. A evolução da força de trabalho significa a diferença entre a população economi-
camente ativa e a população inativa.
Assinale a alternativa correta.

a) Apenas I é verdadeira.
b) Apenas I e II são verdadeiras.
c) Apenas I e III são verdadeiras.
d) Apenas II e III são verdadeiras.
e) Todas são verdadeiras.

4. Assinale a alternativa incorreta:


a) O crescimento vegetativo da população consiste na diferença entre a taxa de natalidade
e a taxa de mortalidade.
b) As áreas favoráveis à ocupação humana e áreas desfavoráveis à ocupação humana.
c) O setor terciário da economia abriga atividades relacionadas às transformações que
podem ocorrer nos produtos através da industrialização.
d) Êxodo rural é o deslocamento de pessoas das áreas rurais para as áreas urbanas.
e) A população economicamente ativa indica ao número de pessoas que trabalham com
carteira de trabalho assinada, correspondendo, portanto, à PEA.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 21


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5. Há uma diferença entre população e povoamento. Um país pode ser populoso e não ser
densamente povoado. A respeito do Brasil pode-se dizer que:
a) É o quinto país mais populoso e mais povoado do mundo.
b) É o mais populoso e o mais povoado do continente americano.
c) Em densidade demográfica, só perde para a China e a Índia.
d) Apesar de ser o quinto país mais populoso do mundo, é relativamente pouco povoado
por ter uma grande área territorial.
e) É o país mais populoso e o mais povoado da América Latina.

6. O setor da economia é essencialmente urbano e é formado


por aqueles que trabalham na (no) .
a) primário / comércio.
b) secundário / agricultura.
c) terciário / indústria.
d) terciário / comércio.
e) primário / comércio.

7. O envelhecimento da população é um forte processo constatado em vários países do


mundo inclusive no Brasil. Como causas do envelhecimento populacional, podemos
apontar:
a) redução dos índices de natalidade e aumento da expectativa de vida.
b) aumento dos índices de natalidade e menor expectativa de vida.
c) menor expectativa de vida e redução dos índices de natalidade.
d) menor expectativa de vida e maior crescimento vegetativo.
e) fortes correntes migratórias e menos crescimento vegetativo.

8. Caracterizam-se pelo ir e vir diário de grandes contingentes populacionais que se deslo-


cam dos subúrbios para os centros urbanos. Esses subúrbios são considerados “cidades-
dormitórios”.
a) Movimentos pendulares.
b) Movimentos sazonais.
c) Êxodo rural.
d) Emigração.
e) Imigração.

9. Assinale a alternativa que corresponde aos elementos de identificação do crescimento


natural ou vegetativo de um país.
a) Diferença entre a taxa de imigração e a taxa de emigração.
b) Diferença entre a taxa de natalidade e a imigração estrangeira para o país.
c) Diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

22 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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d) Diferença entre a taxa de natalidade e a migração interna.


e) Diferença entre a taxa de mortalidade e a emigração do país.

10. Complete:
a) População é o número real de habitantes de um lugar (país,
cidade, região etc.).
b) A migração é o deslocamento de pessoas das metrópoles
em direção às cidades médias do interior.
c) ou é a duração média, em
anos, da vida humana.
d) A caracteriza o estudo das populações humanas.

11. Enumere os setores da economia, de acordo com profissões:


(1) Setor Primário
(2) Setor Secundário
(3) Setor Terciário
a) ( ) agricultor.
b) ( ) sapateiro.
c) ( ) metalúrgico.
d) ( ) professor.
e) ( ) apicultor.
f ) ( ) dentista.
g) ( ) advogado.
h) ( ) comerciante.
i) ( ) engenheiro civil.
j) ( ) zelador.

Questão desafio:
12. Que informações podem ser deduzidas do fato de um país apresentar uma forte concen-
tração da PEA no setor primário? E quando a PEA está concentrada nos setores secundários
e terciários, o que podemos inferir?

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 23


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13. O gráfico abaixo mostra a evolução da taxa de fecundidade, no período de 1950–2000,


e faz uma projeção até 2020. A tendência declinante está promovendo mudanças na
estrutura da população brasileira.

1
1960
1970
1980
1990

2000
2010
2020
1950

a) Indique duas razões que expliquem a queda da taxa de fecundidade:

b) Apresente duas mudanças na estrutura da população brasileira provocadas pela queda


acentuada da taxa de fecundidade.

24 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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sugestão de sites

www.ibge.com.br

sugestão de filme

O Homem que Virou Suco (Brasil – 1980) – Direção: João Batista de


Andrade
O filme retrata de forma brilhante os conflitos psicológicos e a crítica
social e a imigração de nordestinos para São Paulo. Vale a pena destacar
a idéia de que o maior transtorno e as maiores dificuldades não são en-
frentados pelos cidadãos que moram na cidade que recebe os migrantes,
mas pela pessoa que foi obrigada, por fatores econômicos, a abandonar
sua região de origem.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 25


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CAPÍTULO 2

A Sociedade
Humana
Neste capítulo, perceberemos o papel do trabalho humano na natureza e na constituição
de sistemas produtivos e nas relações de trabalho. Veremos a existência de diferentes maneiras
de o homem se organizar e produzir no espaço. O capitalismo é essencial para analisarmos as
modificações do trabalho humano durante o processo histórico. A capacidade de comparar as
diferentes culturas e o reconhecimento de conceitos básicos associados à sociedade são peças
fundamentais para compreendermos os processos que conduzem a produção.

Os Tipos de Sociedades Humanas


As sociedades humanas desenvolveram, durante sua história, modos próprios de vida,
decorrentes da combinação de formas de subsistência material – como culturas diversas –
com diferentes métodos de organização social e política e com tipos de ocupação do espaço
geográfico. Não é possível pensar numa sociedade separada do espaço que ocupa.
Quando falamos em sociedade, de modo geral, estamos nos referindo ao conjunto formado
pelo Estado, pelos poderes econômicos e políticos constituídos e por um terceiro segmento,
bastante amplo – a sociedade civil. Esta é formada por pequenos e médios empresários, pro-
fissionais liberais e por todos os trabalhadores. Ou, olhando por outro ângulo, pelas mulheres,
homens, idosos, crianças, minorias étnicas etc., é o que se convencionou chamar de povo.

26 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Povo: é o conjunto de pessoas que se identificam pela língua, pelos costumes, pe-
las tradições e por uma história em comum, como os judeus, os ciganos etc.

Existem povos que chamam a si próprios de nações e almejam alcançar sua independên-
cia, como por exemplo:
os tibetanos, dominados pela China;
os curdos, que se espalham por trechos do Iraque, do Irã e da Turquia;
os bascos, que ocupam uma área na fronteira da Espanha com a França.

Refugiados curdos, fugindo da repressão


das tropas do Iraque, esperam sua vez
para atravessar o Rio Tigre, enquanto um
pai carrega o filho. Os curdos querem a inde-
pendência do Curdistão, área que habitam
e que se encontra parte sob o domínio da
Turquia, do Iraque, da Síria e do Irã.

Eles podem vir a tornar-se países ou Estados-nações, mas, por enquanto, são povos opri-
midos ou dominados, que vivem num território sob o controle de outros povos.

Também chamado de Estado-nação, país é um povo que vive num território


próprio, tendo um governo que o representa. O Brasil, os Estados Unidos, a
China e a África do Sul são exemplos de países.
O grupo social, para conseguir abrigo e sustento, estabelece relações de produção entre
seus membros, o que pressupõe certa divisão social do trabalho. Na maioria das comunidades,
por mais “primitivas” que sejam, existem trabalhos que são atribuições masculinas, enquanto
outros são de responsabilidade feminina. Algumas atividades são desempenhadas por jovens,
outras, por adultos, e algumas, por idosos. Isso significa que as primeiras formas de divisão
social do trabalho acompanharam a estrutura de sexo e de idade da comunidade.
Hoje, a divisão social do trabalho é muito mais complexa, com centenas de profissões
diferentes e mais oportunidades de trabalho para seus membros, embora ainda existam so-
ciedades que obrigam seus membros, seja por sexo, por idade ou por etnia, a desempenhar
trabalhos subalternos e com remunerações inferiores.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 27


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Etnia é o conjunto de indivíduos que apresentam certas características físicas


semelhantes e as transmitem a seus descendentes. Costuma-se dividir os habitantes da
Terra em três grandes etnias:
Branca ou caucasóide: que predomina na Europa e no oeste da Ásia;
Negra ou negróide: que habita África;
Amarela ou mongolóide: concentrada na Ásia.

Para um entendimento melhor sobre o estudo da sociedade, devemos salientar alguns


conceitos, como o de raça, o qual é de difícil distinção, pois todos, a princípio, somos iguais
e pertencemos à mesma raça “humana”. No entanto, se observarmos pela maneira como os
povos se distribuem pela superfície terrestre e de que maneira foram evoluindo com o pas-
sar dos tempos, logo perceberemos que há condições de separar os mais diferentes povos.
O conceito de raça é biológico e não deve ser confundido com nações culturais, sociais ou
psicológicas. Portanto, o conceito de raça pode ser assim descrito:

Raça: “São populações mais ou menos isoladas, que diferem de outras populações da
mesma espécie pela freqüência de características hereditárias”.

O termo “raça” indica, de modo geral, grupos de pessoas que têm características físicas
em comum: cor da pele, estatura, estrutura craniana etc. Às vezes, a essas particularidades
objetivas são associadas supostas características morais e psicológicas. Esse falso precedente
é utilizado para considerar algumas raças superiores e outras inferiores, justificando o domínio
de uma raça sobre outra. É nisso que se apóia o racismo.

28 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Como abordado no texto, somos todos iguais, porque pertencemos à raça “humana”.
O que nos difere é a cor da pele, cabelos etc. Quais são as formas de manifestações do
racismo?

Ótima pergunta! Embora sem embasamento científico, o racismo hoje se manifesta


como prática de grupos isolados, de governos ou como um “mal obscuro” da consciên-
cia, com freqüência em episódios violentos. Na Europa, há alguns anos, cresceu
a perseguição contra imigrantes, tidos como responsáveis pelo agravamento
da crise econômica. Na Alemanha pós-unificação, dez imigrantes foram assassi-
nados por grupos de jovens nazistas no início de 1992, além de outras manifestações,
mais recentemente, mostrando claramente a xenofobia. Os imigrantes vindos de partes mais
pobres dos países, também sofrem discriminação: na Itália, a Liga Lombarda, partido da direita,
defende a separação do norte, rico e desenvolvido, do pobre e atrasado sul.

Xenofobia: aversão ao estrangeiro.


Em várias partes do mundo existe ainda a segregação racial, isto é, uma parte da popula-
ção vive de alguma forma separada das demais. A intolerância para com sinais de diversidade
como a cor da pele, a religião, os hábitos de vida e o lugar de origem continuam a causar
problemas para milhões de pessoas. Em alguns países, os judeus têm vida difícil: na Irlanda e
no Irã, seguir essa religião pode ser motivo de graves injustiças. Racista também é a mentali-
dade que leva à destruição dos índios na Amazônia, por um desprezo semelhante ao que, na
Europa, atinge ciganos e meridionais.
Na África do Sul, somente em 1994, após quase um século é que foi extinto o regime do
Apartheid (segregação racial contra os negros), impostas pelo colonizador branco no início
do século.

Zulus, que não aceitaram a liderança


de Mandela nem de seu sucessor, pois Nelson Mandela, no dia que foi libertado da
pertencem a um grupo étnico distinto, prisão (10 de fevereiro). Mandela simbolizava a
com língua e costumes diferentes. luta contra o racismo e a aids.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 29


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RACISMO NO BRASIL
Proibido por lei (constitui crime imprescritível e inafiançável), o racismo no Brasil apresenta-
se sob a forma de preconceitos dirigidos especialmente contra negros, índios e nordestinos.
As manifestações de racismo apresentam-se de forma sutil e disfarçada. Por exemplo, pela
lei, os negros têm direitos a freqüentar todos os lugares, mas há poucos negros em lugares
luxuosos e privados; aos índios foram reservadas áreas especiais, em seu habitat, mas suas
terras são freqüentemente invadidas e eles são assassinados. Os nordestinos, em busca de
trabalho, migram para outras regiões e são ridicularizados e maltratados por alguns, que os
consideram como seres inferiores. No território brasileiro convivem diferentes grupos sociais,
com características étnicas e culturais distintas, permeadas por grandes desigualdades socio-
econômicas. Vivemos num país cheio de contradições, no qual ainda encontramos relações
sociais discriminatórias, aliadas a práticas excludentes, gerando injustiça social e violência.

Índios caiapós, do Pará.

O Brasil é um país que também se apresenta


com grande riqueza cultural. A formação étnica
da população brasileira também sofreu os efei-
tos da colonização. Para serem utilizados como
mão-de-obra, os negros africanos foram trazidos,
contra sua vontade, para o Brasil, resultando na
participação da etnia negra no conjunto da
nossa população. A contribuição da imigração
estrangeira também refletiu numa miscigenação,
recebemos inúmeras famílias européias e asiáti-
cas que, principalmente após a independência,
vieram procurar novas oportunidades em um
país que começava a crescer.

30 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O trabalho compulsório do indígena foi usado em diferentes regiões do Brasil até meados
do século XVIII. A caça ao índio foi um negócio local e os ganhos obtidos com sua venda per-
maneciam nas mãos dos colonos, sem lucros para Portugal. Por isso, a escravização do nativo
brasileiro foi gradativamente desestimulada pela metrópole e substituída pela escravidão ne-
gra. O tráfico negreiro foi um dos mais vantajosos negócios do comércio colonial e seus lucros
foram canalizados para o reino. A primeira leva de escravos negros que chegou ao Brasil veio
da Guiné, na expedição de Martim Afonso de Souza, em 1530. A partir de 1559, o comércio
negreiro se intensificou. A Coroa portuguesa autorizou cada senhor de engenho a comprar
até 120 escravos por ano. Sudaneses foram levados para a Bahia e bantus espalharam-se pelo
Maranhão, Pará, Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
Contam crônicas da escravidão que as fileiras de negros que vinham do interior da África
chegavam aos entrepostos da costa sempre desfalcadas, principalmente pelo suicídio. Durante
a espera dos brigues, muitos morriam de cólera ou de tristeza. Em viagem, no porão do navio,
uns enlouqueciam, outros deixam-se morrer de fome e de sede. Considerados “mercadorias”
eram tratados como animais. Os escravos brasileiros recebiam castigos aviltantes e desumanos.
Nas fazendas, o tronco era um dos instrumentos de tortura mais utilizados.

PARA REFLETIR
Numa tarde ensolarada do dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei
Áurea, ou mais precisamente, a Lei nº 3.357. O engodo oficial deixou cerca de 700 mil ex-
escravos na rua da amargura. Como assinala o sociólogo José de Sousa Martins, a “noção
de liberdade que comandou a Abolição foi a noção compartilhada pela burguesia e não a
noção de liberdade que tinha sentido para o escravo. Por isso, o escravo libertado caiu na
indigência e na degradação, porque o que importava salvar não era a pessoa do cativo,
mas sim o capital. Foi o fazendeiro quem se liberou do escravo e não o escravo quem se
liberou do fazendeiro”
(Saga, Pág. 189).

Sabemos que o Brasil é um país que possui uma grande diversidade cultural e nós,
brasileiros, nos sentimos muito orgulhosos por todos os que por aqui passaram. Mas
sabemos que, infelizmente, muitos povos sofreram muito, como, por exemplo, os negros,
com o tráfico negreiro, e os indígenas, que hoje fazem parte de uma minoria étnica em
nosso país. Como os índios, que são os verdadeiros “donos” destas terras, estão
cada vez mais em números reduzidos? O que explica tal situação?
Sabe, a história dos índios brasileiros não é diferente da história das outras mi-
norias étnicas. Com a chegada do homem branco, os índios viram suas terras
invadidas ao mesmo tempo em que os europeus caçavam e escravizavam seus
primeiros ocupantes. Além disso, a desagregação da vida tribal dos índios se fez
com a introdução, pelos brancos, de novos valores (como o cristianismo) e costumes
(como a prática de relações comerciais baseadas no dinheiro, o alcoolismo e a prostituição).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 31


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Nessas condições, desde o período colonial, as poucas e esporádicas leis de proteção aos
índios – por exemplo, as decretadas pelo Marques de Pombal, em 1785 – foram ineficazes
para impedir o desaparecimento gradativo das tribos. Somente em 1910, com a criação do
Serviço de Proteção ao Índio (SPI), pelo Marechal Cândido Rondon, os índios tiveram, pela
primeira vez, seus direitos de posse de terra reconhecidos e o respeito aos seus costumes.
Mas o fracasso dessa política e a pressão dos interesses econômicos levaram ao abandono o
Serviço de Proteção ao Índio, ocorrendo a criação, em 1967, da Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), instituição baseada no respeito às tribos como povos independentes, que garantia
aos índios a posse de suas terras. Como resultado, foi instituído, a partir de 1973, o Estatuto do
Índio, que visava legalizar sua situação jurídica, mas que, na verdade, o considerava incapaz
de gerir seu próprio destino, devendo, por isso, ser tutelado pelo Estado. O índio passou a ser
definido como: “todo indivíduo de origem e ascendência pré-colombiana que se identifica e
é identificado como pertencente ao grupo étnico, cujas características culturais o distinguem
da sociedade nacional”.
Em outras palavras, ele passou a ser visto apenas como minoria, um grupo étnico diferente
e à parte do restante do povo brasileiro.
Em decorrência, surgiram, à margem das estradas, as agrovilas, garimpos e grandes pro-
jetos de mineração, dando início ao processo de destruição da Amazônia e à eliminação do
que restava da cultura indígena. Nos anos 80, essa situação atraiu a atenção mundial que
começou a pressionar o governo brasileiro, chegando a negar-lhe o financiamento de obras
em áreas indígenas. A FUNAI deu início, então, à demarcação das reservas indígenas, apesar da
resistência de fazendeiros, garimpeiros e empresas de mineração. Mas, na prática, a dizimação
dos índios continua e os silvícolas, que foram senhores absolutos de suas terras, necessitam,
hoje, para sobreviver, da tutela do Estado.
Estima-se a existência de cerca de 200 sociedades indígenas no Brasil. O número exato
não pode ser estabelecido, pois existem grupos indígenas que vivem de forma autônoma,
não mantendo contato regular com a sociedade nacional.

Os dados demográficos das sociedades in-


dígenas de hoje devem ser interpretados à luz
do processo histórico, considerando as formas
de contato que cada grupo tem mantido com
a sociedade nacional, os efeitos das epidemias
e os confrontos que tiveram com as frentes de
expansão. Devemos ainda lembrar que os índios
representam uma parcela muito importante e
expressiva da população que precisa ser res-
guardada como um dos tesouros étnicos do
Brasil.

32 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Distribuição regional das terras indígenas

9.529
62.730 sudeste 27.942
centro-oeste sul

59.491
nordeste

165.457
norte

CURIOSIDADE
Roraima é o Estado com a maior população indígena do país. A cultura e os hábitos
indígenas têm perdido muito com a influência dos meios de comunicação modernos. As
malocas preferem uma antena parabólica que lhe garanta os programas diários de televi-
são. O rádio tem enorme audiência entre os índios. Gostam muito de um rádio a pilha. E
não há maloca, com exceção das Ianomâmi, que não se pratique o futebol. Todos os índios
que habitam Roraima têm uma semelhança muito forte com os povos asiáticos (japoneses,
vietnamitas, coreanos etc).

A SOCIEDADE MODERNA
Para retirar seu sustento e construir seu abrigo, os grupos sociais atuam sobre a natureza,
utilizando instrumentos e processos de trabalho que formam um conjunto a que chamamos
de meios de produção. O conjunto dos meios de produção é determinado pela sociedade, pois
corresponde a seu nível de evolução no conhecimento científico e tecnológico, mais atrasado
ou mais avançado, a que podemos denominar de forças produtivas para o trabalho social.
O marco histórico das relações constantes e definitivas entre sociedades foi a expansão da
sociedade moderna capitalista. Esse tipo de sociedade tem no rompimento dos isolamentos
geográficos um dos seus principais aspectos constitutivos. Seu poderoso e rápido avanço
mundial ocasionou (e tem ocasionado) choques econômicos e de valores culturais com as
sociedades que não eram (são) modernas, que têm seus destinos moldados pelo modo como
enfrentam e absorvem essa “modernização” capitalista.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 33


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Na sociedade moderna capitalista, há muito espaço para o desenvolvimento das chamadas


forças produtivas – fatores que interferem no aumento da produtividade, como investimentos
de capital, inovações técnicas, racionalização do uso da força de trabalho, pesquisas tecnoló-
gicas etc. Ela tem uma de suas bases no crescimento econômico constante. No entanto, esse
crescimento, em geral, é desordenado. Assim, as sociedades modernas capitalistas vivem,
periodicamente, expostas a crises. Como, por exemplo, uma superprodução sem que haja
um crescimento correspondente de mercado.

DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO


A industrialização e a urbanização tornaram a divisão social do trabalho mais complexa
em razão do desenvolvimento de novas atividades econômicas. Algumas pessoas foram tra-
balhar nas mais diversas funções, como, por exemplo, no sistema de abastecimento de água,
na construção de redes de esgotos, na coleta de lixo, transportes urbanos, na pavimentação
de ruas, nas escolas (professores e funcionários), nos hospitais, no comércio, nos bancos, entre
outras.

34 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Além disso, dentro da própria indústria a divisão do trabalho ampliou. Com a utilização
das máquinas e a necessidade de aumentar cada vez mais a produção para gerar mais lucros
em dinheiro, era preciso dividir as tarefas entre os trabalhadores. Cada trabalhador tornou-se
responsável pela fabricação de parte do produto. Por exemplo: numa indústria de sapatos,
alguns trabalhadores cortam o couro, outras dão forma ao sapato, outros colocam os cordões
para amarrar etc. Assim, o trabalhador se especializou em realizar apenas uma parte da pro-
dução. Não era o que ocorria com o artesão: na medida em que produzia um par de sapatos,
por exemplo, ele realizava todo o trabalho.
Até o início do século XX, era possível analisar a oposição de duas classes sociais: a bur-
guesia, detentora do capital, e o proletariado, formado pelos trabalhadores. Cada vez mais,
porém, as transformações econômicas, sociais, tecnológicas e o aprofundamento da divisão
social do trabalho têm inserido elementos novos na sociedade capitalista, de modo que hoje
é preciso considerar fatores como o surgimento de novas atividades e novas práticas profis-
sionais necessárias para atender às exigências de um mercado cada vez mais diversificado.

Mercado: Conjunto de pessoas existentes num determinado lugar, ou que vivem


nesse lugar, e que compram e vendem produtos, mercadorias e serviços.

Lembre-se de que a definição acima se refere ao mercado consumidor que, no caso do


Brasil, é formado por toda a população do país. Entretanto, nem todos os brasileiros consomem
quantidades iguais de produtos e serviços, devido à renda de cada família.
A princípio, todas as pessoas são consumidoras. Mesmo os que vendem determinados
produtos consomem diferentes produtos e serviços. Por exemplo, um vendedor de frutas não
consome somente frutas. Ele precisa de outros alimentos, de calçados, de móveis, dos serviços
de assistência médica, dentária, transportes etc., portanto, o consumidor sempre buscará as
mercadorias e serviços necessários à sua vida.

MEIOS DE PRODUÇÃO
O conjunto dinâmico formado pelas forças produtivas e pelas relações sociais de produção
define o que conhecemos como estrutura socioeconômica. O grau de desenvolvimento das
forças produtivas sociais é fundamental para o relacionamento entre sociedade e natureza.
Tomemos um exemplo muito simples: uma árvore. Para uma sociedade extrativista, que vive
de caça, pesca e coleta, uma árvore pode ser fonte de sombra, frutos, seiva e lenha. Para uma
comunidade agrícola, que conhece o processo de carbonização da lenha e de construção com
madeira, uma árvore pode ser, além do já citado, uma fonte de carvão vegetal e matéria-prima
para a construção de abrigo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 35


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Podemos analisar vários exemplos sobre os meios de produção. Numa


economia industrial esse processo também fica muito claro.

Ceratamente. Seguindo o exemplo, em uma economia industrial, a árvore é


tudo isso mais matéria-prima para a produção de álcool combustível, de papel e
de celulose, sem os quais a indústria gráfica teria tido muita dificuldade para
desenvolver-se, e nossa apostila talvez nem tivesse sido impresso. Hoje, com
os avanços da biotecnologia, o setor industrial combina os conhecimentos da engenharia
genética com a tecnologia industrial, e uma árvore é fonte de conhecimento sobre a estrutura
genética, novas substâncias e, em alguns casos, uma verdadeira fábrica capaz de sintetizar
novos produtos.
Dessa maneira, vimos como o meio natural tem utilidade determinada pelo grau de de-
senvolvimento das forças produtivas sociais, as quais evoluem no decorrer da história.
Outro exemplo disso pode ser encontrado nas formas de produção e distribuição de ener-
gia. Sabe-se que o petróleo e seus derivados constituem matéria-prima para uma infinidade
de produtos, que as reservas mundiais de petróleo são finitas e que a combustão incompleta
dos combustíveis derivados do petróleo é a grande responsável pela poluição nas grandes
cidades e pelo aquecimento global. No entanto, o poder das grandes empresas mundiais
de exploração, refino e distribuição de petróleo, bem como todos os demais setores ligados
ao sistema produtivo que se origina dele, ainda são fundamentais e isso dificulta a adoção
de novas fontes de energia limpa e da popularização dos transportes de massa, como trens
elétricos e metrôs.
O desenvolvimento sócio-econômico mostra como as sociedades humanas transformam
a si próprias ao modificarem suas relações com a natureza. Para conseguir abrigo e sustento,
o grupo social estabelece relações de produção entre seus membros, o que pressupõe certa
divisão social do trabalho. Na maioria das comunidades, por mais “primitivas” que sejam,
existem trabalhos que são atribuições masculinas, enquanto outros são de responsabilidade
feminina. Algumas atividades são desempenhadas por jovens, outras, por adultos, e algumas,
por idosos. Isso significa que as primeiras formas de divisão social do trabalho acompanharam
a estrutura de sexo e de idade da comunidade.

Atividade Extrativa - Amazônia.

36 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Assim sendo, é importante analisar o processo do capitalismo, que representa a evolução


pelos meios de produção. O capitalismo é um sistema de mercado baseado em vários prin-
cípios como:
Propriedade privada dos meios de produção. As pessoas, individualmente ou reunidas
em sociedade, são donas dos meios de produção.
A transformação das forças de trabalho em mercadoria. Quem não é dono dos meios
de produção é obrigado a trabalhar em troca de um salário.
A acumulação do capital. Em princípio, o dono do capital quer produzir pelo menor
custo e vender pelo maior preço possível. O lucro é a diferença entre o custo de pro-
dução e o preço de venda do produto.
Para diminuir os custos, procura pagar o mínimo possível pelas matérias-primas, salários
e outros meios de produção.
A definição de preços é feita pelo mercado, com base na oferta e na procura, isto é,
na disputa de interesses entre quem quer comprar e quem quer vender produtos e
serviços. No capitalismo, é o mercado que orienta a economia.
A livre concorrência. A concorrência é a competição na venda dos bens e serviços. Na
prática, a concorrência em que todos são igualmente livres para produzir, comprar,
vender, fixar preços etc. não existe. Porque o mercado vem sendo dominado por gran-
des organizações, que expandem cada vez mais sua área de atuação através de fusões,
incorporações e outros modos de ampliar negócios, eliminando pequenos e médios
concorrentes.

A História do Capitalismo
O capitalismo teve início na Europa. Suas características aparecem desde a Baixa Idade
Média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica, social e política
dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástro-
fe demográfica causada pela Peste Negra, que dizimou 40% da população européia, e pela
fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas (do século XI ao XII),
a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial, e, conseqüentemente,
as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na
Idade Moderna, os reis expandiram seu poderio econômico e político através do mercantilismo
e do absolutismo. Com o absolutismo e com o mercantilismo, o Estado passou a controlar a
economia e a buscar colônias para adquirir metais (metalismo) através da exploração para
garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favoreceu a burguesia – classe
que detinha os meios de produção – que passou a contestar o poder do rei, resultando na
crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a
Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo.
A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, teve início um
processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital.
Na Europa Ocidental, a burguesia assumiu o controle econômico e político. As sociedades
foram superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de
nascimento) e a força do capital se impôs.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 37


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1. Neste capítulo, estudamos as diferentes organizações das sociedades. Em um dos pará-


grafos, aparece a seguinte afirmação:
“Na maioria das comunidades, por mais ‘primitivas’ que sejam, existem trabalhos que
são atribuições masculinas, enquanto outros são de responsabilidade feminina. Algumas
atividades são desempenhadas por jovens, outras, por adultos, e algumas, por idosos. Isso
significa que as primeiras formas de divisão social do trabalho acompanharam a estrutura
de sexo e de idade da comunidade.”
Analisando o exposto acima, converse com os colegas e professores, e identifique em
quais papéis, hoje, na sociedade, existe a divisão social do trabalho:

38 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

2. O capitalismo representa a evolução pelos meios de produção, sendo um sistema de


mercado baseado em vários princípios. Cite pelos menos dois princípios que norteiam o
capitalismo:

3. Enumere as frases de acordo com os seguintes conceitos:


(1) Povo
(2) Estado-nação
(3) Etnia
(4) Raça

( ) É conjunto de pessoas que se identificam pela língua, pelos costumes, pelas


tradições e por uma história em comum, como os judeus, ciganos etc.
( ) É um povo que vive num território próprio, tendo um governo que o representa. O
Brasil, os Estados Unidos, a China e a África do Sul são exemplos de países.
( ) É o conjunto de indivíduos que apresentam certas características físicas
semelhantes e as transmitem a seus descendentes.
( ) São populações mais ou menos isoladas, que diferem de outras populações da
mesma espécie pela freqüência de características hereditárias.

4. Por que não é correto falar em “raça brasileira” e por que não é adequado usar o termo
“raça” para designar as inúmeras etnias formadoras da população brasileira?

5. A respeito do racismo, assinale V para as opções verdadeiras ou F para as falsas:


( ) São as diferenças físicas entre os povos (cor da pele, dos olhos e cabelos, estatura etc.)
que levam naturalmente ao surgimento do racismo.
( ) O racista usa o argumento da raça biológica, mas de fato ele confunde raça com etnia.
( ) Algumas raças de fato são mais inteligentes, enquanto outras são mais ignorantes.
( ) Existe uma dificuldade muito grande em se aplicar o conceito de raça à humanidade
e por esse motivo usa-se a noção etnia.
( ) Os povos com raça pura, com grande homogeneidade de traços físicos, sempre pro-
gridem mais que os povos misturados ou com variedade étnica.
( ) O racismo atual manifesta-se principalmente pela aversão aos estrangeiros pobres
ou aos migrantes de regiões menos favorecidas.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 39


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6. Sobre o modo de produção capitalista, é correto afirmar que sua base econômica:
I – Está nas mãos do Estado, que determina a distribuição dos bens produzidos.
II – É a propriedade social dos meios de produção.
III – Está em poder de uma minoria, que detém os meios de produção.
IV – Está em poder da maioria, que explora os meios de produção.
V – É a propriedade privada dos meios de produção.
Assinale:
a) Se apenas as afirmativas I, II e IV forem verdadeiras.
b) Se apenas as afirmativas III, IV e V forem verdadeiras.
c) Se apenas as afirmativas III e V forem verdadeiras.
d) Se apenas as afirmativas II e IV forem verdadeiras.
e) Se todas as afirmativas forem verdadeiras.

7. Diversos grupos étnicos contribuíram para a formação do povo brasileiro, os índios, os


negros e os imigrantes. Embora tenham formado uma população de aspecto variado,
os diferentes grupos que vieram para cá adotaram a mesma língua e desenvolveram
costumes e tradições semelhantes. Pesquise sobre a contribuição desses grupos étnicos
no Brasil e, posteriormente, elabore um painel com os colegas para demonstrar e discutir
sobre a pesquisa que fizeram.

8. Complete:
a) é o conjunto de pessoas existentes num determinado
lugar, ou que vivem nesse lugar, e que compram e vendem produtos, mercadorias e
serviços.
b) Para retirar seu sustento e construir seu abrigo, os grupos sociais atuam sobre a natu-
reza, utilizando instrumentos e processos de trabalho que formam um conjunto que
chamamos de .
c) instituição baseada no respeito às tribos como povos in-
dependentes, que garantia aos índios a posse de suas terras.
d) Existem povos, como os curdos e os bascos, que lutam pela sua independência, são
oprimidos ou dominados, e vivem num território sob o controle de outros povos, por-
tanto, sem constituir um .

QUESTÃO DESAFIO

9. Pesquise e responda por que em algumas partes do mundo multiplicam-se os separatis-


mos, as lutas étnico-nacionais que opõem povos que vivem sob um mesmo território e
que em alguns casos querem criar seus próprios estados?

40 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

sugestão de filme

“A Missão” : Produzido em 1986 - ganhou a Palma de Ouro em Cannes


no ano de 1987.
O filme conta a história da disputa entre espanhóis e portugueses pelo
território em que se localizam as missões jesuítas. Os protagonistas da trama
são: um jesuíta recém-chegado à região, que começa naquele momento a
entrar em contato com os indígenas, e um ex-mercenário e traficante de índios
escravizados que adere à causa jesuíta e à evangelização dos índios. Ambos
pertencem à mesma ordem religiosa, apesar de ocuparem posições opostas.
Padre Gabriel está do lado dos índios, contra os mercenários, mas se opõe à
força e à violência, opção de Dom Rodrigo. Diferentemente dos colonos que
vêem os nativos como inferiores e os qualificam como não humanos, sem
alma e, portanto, passíveis de escravização, e que se opõem radicalmente
aos missionários, em seu objetivo de salvar almas e conquistar adeptos para
a fé cristã.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 41


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CAPÍTULO 3

O Espaço Urbano-
Industrial
Neste capítulo veremos os critérios utilizados para conceituar a urbanização e a tendência
mundial do aumento da população nas áreas urbanas. Os conceitos urbanos serão determinados
para que posamos fazer uma análise reflexiva sobre o assunto. Conheceremos os motivos que
levaram ao processo industrial e a sua influência direta no processo urbano. Analisaremos a
Revolução Industrial em seus mais diversos aspectos, principalmente o reflexo da industrialização
no espaço geográfico, tanto no âmbito positivo quanto no negativo.

A ATIVIDADE URBANO-INDUSTRIAL
As sociedades ao longo da história passaram por muitas transformações no aspecto social,
cultural, político, econômico, etc. Depois de ver tantas transformações no aspecto geográfico,
agora analisaremos as modificações nas cidades. Não podemos deixar de salientar que essas
transformações não aconteceram isoladamente e que vários fatores influenciaram em tais
modificações. Assim, vamos destacar o processo da Revolução Industrial, que ainda reflete
no crescimento urbano.

A FASE INDUSTRIAL
Segundo o dicionário Aurélio, indústria é a conjugação do trabalho e do capital para
transformar a matéria-prima em bens de produção e consumo.

42 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Como se chegou ao processo da industrialização?

Essa pergunta é bastante complexa. Primeiro devemos destacar a


fase artesanal, em que não havia divisão do trabalho (o próprio traba-
lhador também era o dono dos meios de produção) nem divisão técnica
do trabalho (o trabalhador executava todas as tarefas da produção). O
emprego de ferramentas era simples (o trabalho dependia das habili-
dades manuais).

A produção destinava-se ao consumo local. Posteriormente, houve a fase manufaturada,


em que ocorreu a divisão social do trabalho, com a figura do patrão e do empregado. Implan-
tou-se a divisão técnica do trabalho, forçando o surgimento da especialização das funções. As
ferramentas continuavam simples, pois o trabalho ainda dependia da habilidade do artesão.
A produção destinou-se a um mercado em expansão. Nesse período, a Europa expandiu seus
mercados para as Américas.
O grande acúmulo de capitais na fase que antecedeu a Revolução Industrial proporcionou
grandes transformações econômicas, sociais, políticas e culturais. Na Europa, o Capitalismo,
agora amadurecido e fortalecido, evoluiu para sua fase seguinte, principalmente com as mu-
danças trazidas pela revolução.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 43


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Capitalismo: é um sistema social e econômico de organização da sociedade ou da


produção que se caracteriza pela propriedade particular dos meios de produção, pelo
trabalho assalariado, pelo predomínio da livre iniciativa e pelo lucro.

Transcorria já a segunda metade do século XVIII, e


a humanidade assistia à potencialização da capacidade
do homem em transformar a natureza. A invenção e o
aperfeiçoamento da máquina a vapor e o uso do carvão
mineral como combustível possibilitaram uma mudança
radical na forma de produzir a riqueza.

Máquina a vapor, impulsionou a


Primeira Revolução Industrial

O comércio deixou de ser a essência do sistema, cedendo lugar para a produção fabril.
O lucro advinha da produção de mercadorias e da exploração da classe trabalhadora que
enfrentava jornadas excedentes de trabalho, sem que essa riqueza adicional melhorasse as
condições de vida.
O trabalho assalariado passou a ser uma relação tipicamente capitalista, pois, ao contrário
do escravo, o trabalhador assalariado possuía renda para o consumo. O Capitalismo, além de
acumular o excedente da riqueza produzida pelo trabalhador, tinha a garantia de que, ao
consumir, o trabalhador mantinha o sistema em pleno funcionamento.
A industrialização foi um fenômeno que se expandiu do Reino Unido (Inglaterra) para
outros lugares da Europa como a França, a Alemanha, a Bélgica, a Itália, a Rússia, os EUA e,
de forma incipiente, para o Japão até o início do século XX. Nos países subdesenvolvidos, a
industrialização propagou-se a partir da segunda metade do século XX.

44 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

O aumento da produção industrial provocou o crescimento da necessidade de matéria-


prima, energia, mão-de-obra e mercados de consumo.
A fase industrial permanece até hoje pela divisão social do trabalho: patrão X empregado.
Aprofundou-se a divisão técnica: as funções especializaram-se cada vez mais, possibilitando,
algum tempo depois, o aparecimento da linha de montagem. A produção passou a ser realiza-
da por máquinas que são continuamente aperfeiçoadas, refletindo na modificação do espaço
geográfico, com uma produção visando cada vez mais um mercado mundializado.

Urbanização
Apesar do processo de urbanização ter se iniciado com a Revolução Industrial, foi até me-
ados do século XX um fenômeno relativamente lento e relacionado aos países que primeiro
se industrializaram, os chamados países desenvolvidos. Após a Segunda Guerra Mundial, esse
fenômeno foi concluído nos países desenvolvidos e iniciado de maneira avassaladora em
muitos países subdesenvolvidos, notadamente na maioria dos países latino-americanos e em
muitos países asiáticos. O continente africano até hoje é muito pouco urbanizado, ainda que
o processo já tenha se iniciado em alguns países.

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Considerando o planeta como um todo, a taxa de urbanização no início da Revolução


Industrial não passava de 2%. Em 2000, a porcentagem foi de 47% e a estimativa é que, em
2030, a população urbana mundial deverá superar 60%.
A partir desses dados, conclui-se que o processo de urbanização é um fenômeno muito
recente na história do homem. No entanto, deve-se salientar que tais dados são a média do
planeta. Há países com altas taxas de urbanização e outros ainda essencialmente rurais. A
tabela a seguir confirma essa afirmação:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 45


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TAXAS DE URBANIZAÇÃO (%)


Países desenvolvidos Países industrializados recentemente
PAÍS 1960 1992 2000 PAÍS 1960 1992 2000
Bélgica 92 97 97 Cingapura 100 100 100
Reino Unido 86 89 90 Hong Kong 85 94 96
Países Baixos 85 89 89 Argentina 74 87 89
Alemanha 76 86 88 Chile 68 84 85
Austrália 81 85 85 Coréia do Sul 28 77 86
Japão 63 77 78 Brasil 45 76 81
Canadá 69 77 77 México 51 74 78
Estados Unidos 70 76 78 Malaísia 27 51 57
Rússia 54 75 78 África do Sul 47 50 53
França 62 73 73 China 19 28 35
Itália 59 67 67 Índia 18 26 29

TAXAS DE URBANIZAÇÃO (%)


Países Subdesenvolvidos
Pouco urbanizados Muito urbanizados
PAÍS 1960 1992 2000 PAÍS 1960 1992 2000
Filipinas 30 51 59 Venezuela 67 91 100
Paraguai 36 51 56 Kuwait 72 95 96
Mauritânia 06 50 59 Uruguai 80 90 91
Nigéria 14 37 43 Arábia Saudita 30 78 82
Moçambique 04 30 41 Peru 46 71 75
Somália 17 25 28 Líbia 23 84 88
Bangladesh 05 17 21 Jordânia 43 70 74
Etiópia 06 13 15 Cuba 55 75 78
Nepal 03 12 17 República Domini- 30 62 68
cana
Burundi 02 07 09 Bahamas 74 85 89
Ruanda 02 06 07

(Relatório do desenvolvimento humano, 1995)

46 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A partir desses dados, é possível perceber que há dois conjuntos básicos de fatores que
condicionam a urbanização, ou seja, a transferência de população, ao longo da história, do
campo para a cidade: os atrativos, que atraem populações para as cidades, e os repulsivos,
que as repelem do campo.

A Rede Urbana Brasileira


Apenas a partir da década de 40, juntamente com a industrialização e com a instalação
de rodovias, ferrovias e novos portos que procuravam integrar o território e o mercado, é que
se estruturou uma rede urbana em escala nacional. Até então, o Brasil era um país voltado
às atividades agrícolas. As atividades econômicas que impulsionam a urbanização desenvol-
viam-se de forma independente e esparsa pelo território. A integração econômica entre São
Paulo (região cafeeira), Zona da Mata nordestina (cana-de-açúcar, cacau e tabaco), Meio-Norte
(algodão, pecuária e extrativismo vegetal) e região Sul (pecuária e policultura) era extrema-
mente frágil. Com a modernização da economia, primeiro as regiões Sul e Sudeste formaram
um mercado único que, depois, incorporou o Nordeste e, mais recentemente, também o Norte
e o Centro-Oeste.
Assim, desde a década de 40, havia forte tendência à concentração urbana em escala
regional, dando origem a importantes pólos. Eles concentravam os índices de crescimento
urbano e econômico e detinham o poder político em grandes frações do território. É o caso de
Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto
Alegre, todas capitais de estados e, posteriormente, reconhecidas como metrópoles. Essas
cidades abrigavam, em 1950, aproximadamente 18% da população do país; em 1970 cerca de
25% e, em 1991, mais de 30%.
A partir da década de 40, à medida que a
infra-estrutura de transportes e comunicações
foi se expandindo, o mercado se unificou e a
tendência à concentração urbano-industrial ultra-
passou a escala regional, atingindo o país como
um todo. Assim, os grandes pólos industriais da
região Sudeste, com destaque para São Paulo
e Rio de Janeiro, passaram a atrair um enorme
contingente de mão-de-obra das regiões que
não acompanharam seu ritmo de crescimento
econômico e se tornaram metrópoles nacionais.
Essas duas cidades, por não investirem em infra-
estrutura urbana, tornaram-se centros caóticos.
Após a Revolução de 1930, que levou Getúlio
Vargas ao poder, até meados da década de 70,
o governo federal concentrou investimentos de
infra-estrutura industrial (produção de energia e
- Foto aérea de Curitiba.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 47


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implantação de sistema de transportes) na região Sudeste que, em conseqüência, se tornou o


grande centro de atração populacional do país. Os migrantes que a região recebeu eram, em
sua esmagadora maioria, constituída por trabalhadores desqualificados e mal-remunerados que
foram se concentrando na periferia das grandes cidades, em locais totalmente desprovidos de
infra-estrutura urbana.

Com o passar dos anos, a periferia se expandiu demais e a precariedade do sistema de


transportes urbanos e o custo de vida elevados (como moradia, transporte etc.), levou a po-
pulação de baixa renda a morar em favelas e cortiços no centro das metrópoles. Atualmente,
65% dos habitantes da Grande São Paulo e Grande Rio de Janeiro moram em cortiços, favelas,
loteamentos clandestinos ou imóveis irregulares.

As favelas, conjuntos de submoradias típicas das grandes cidades dos


países subdesenvolvidos.

48 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A urbanização é um fenômeno mundial que propõe numerosos desafios aos governantes


e aos próprios urbanistas. O espetacular crescimento das cidades, especialmente nos países
subdesenvolvidos, costuma ser caótico, complicando ainda mais a organização do espaço
urbano. Entre os problemas mais graves destacam-se os de transportes, de serviços sociais,
de moradia e a violência urbana.

CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES


As cidades podem ser classificadas em cidades espontâneas ou planejadas.
Cidades espontâneas: crescem a partir de um núcleo inicial, sem um planejamento e
geralmente apresentam um traçado irregular.
As cidades planejadas crescem a partir de um plano previamente elaborado. Como
exemplo, temos Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Palmas, no Brasil. Washington, nos
EUA, e Camberra, na Austrália, são exemplos de cidades planejadas para exercer o papel
de capital.

Vista geral de Brasília (D.F).

EXPANSÃO URBANA
O crescimento das cidades trouxe, como conseqüência, novas formas de aglomerações
urbanas. Para uma melhor compreensão do assunto, vamos analisar as definições abaixo:
Conurbação: é a fusão espontânea de duas ou mais cidades próximas por meio da ex-
pansão de seus sítios urbanos.
Ex: Região do ABCD em São Paulo

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 49


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Sítio Urbano: é o relevo qual está a cidade.


Ex: planalto (Curitiba), planície (Santos).

População
Maiores Regiões Metropolitanas Cidades conurbadas
total
Grande São Paulo 38 17 091 863
Grande Rio de Janeiro 13 10 367 169
Grande Belo Horizonte 18 3 962 474
Grande Porto Alegre 22 3 342 177
Grande Recife 12 3 166 191
Grande Salvador 10 2 801 799
Grande Fortaleza 8 2 707 842
Grande Curitiba 14 2 571 119
Grande Belém 2 1 656 932

Metrópole: designa grandes cidades que oferecem uma enorme quantidade de ser-
viços ou funções (comércio, saúde, educação, lazer etc.).

Metrópole regional: é a cidade que comanda uma grande área além dos seus limites
estaduais, envolvendo diversas capitais regionais e suas áreas de influência. Há no país
11 cidades que têm essa categoria: Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE),
Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR),
Porto Alegre (RS) e Goiânia (GO).

Metrópole nacional: é a cidade que comanda toda a rede urbana do país, envolvendo
esferas de influência de várias metrópoles regionais. No Brasil, há duas cidades com
esse porte: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).

Capital regional: é a cidade que “comanda” um pequeno grupo de centros regionais e


suas áreas de influência. Como exemplo, temos as cidades de Blumenau (SC), Londrina
(PR) e Uberaba (MG).

Centro regional: é a cidade que “comanda” um certo número de outras cidades à sua
volta. Como exemplo, temos as cidades de Itumbiara (GO), Ilhéus (BA) e Marabá (PA).

Região metropolitana: é uma região influenciada por uma metrópole integrada a


uma série de municípios vizinhos.
Ex: São Paulo, Curitiba etc.

50 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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São Paulo - Região Metropolitana

Megalópole: pode ser definida como uma conurbação de metrópoles (áreas urbani-
zadas). Corresponde às mais importantes e maiores aglomerações urbanas da atuali-
dade.
Ex: Megalópole brasileira ao longo do eixo metropolitano São Paulo–Rio de Janeiro

São Paulo - Megalópole

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 51


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OS EFEITOS DA INDUSTRIALIZAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO


A implantação de um pólo industrial traz progresso para as cidades como a geração de
empregos, a infra-estrutura, os incentivos à saúde, educação, mão-de-obra qualificada, evo-
lução nos transportes, comunicação, enfim...

Puxa! Quanta coisa aconteceu com o surgimento das indústrias! Mas


também vieram muitos problemas, não é mesmo?

Infelizmente, sim. Inúmeras dificuldades também fazem parte das


conseqüências da Revolução Industrial. Analisaremos principalmente os
problemas relacionados aos países que tiveram sua Revolução Industrial
tardia, como é o caso do Brasil e do México, por exemplo, que tiveram
o inchaço urbano, ou seja, com o crescimento repentino das cidades;
elas não tiveram tempo nem estrutura para se organizar, refletindo em
problemas de moradia, saneamento básico, desemprego, exploração
de mão-de-obra etc.

A vinda de um grande número de trabalhadores não-qualificados para a cidade gerou a


possibilidade das empresas empregarem uma mão-de-obra farta e barata. Por outro lado, o des-
preparo do interiorano para enfrentar, com sua família, a vida na cidade aumenta os problemas
sociais urbanos: desemprego, marginalidade, subemprego, abandono de menores, favelização,
invasões de terras etc.
O que atualmente se chama “progresso” exige uma aceleração permanente do ciclo produção/
consumo. Assim, para que a velocidade da produção possa ser assegurada, torna-se necessária
a extração sem fim de matérias primas da natureza. Como se essa ação predatória não bastasse,
a fumaça e os resíduos resultantes do processo industrial são jogados no ar, na água e no solo,
agravando ainda mais as condições precárias deixadas pelo processo inicial de extração. Depois,
vem o consumo, e nos livramos dos detritos e das sobras na forma de lixo caseiro, que vão parar
nas águas ou ficam a céu aberto.

Desempregados: a face trágica da queda de renda.

52 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Poluição atmosférica - vista parcial da cidade de Curitiba.

No processo da economia industrial, geralmente, a preocupação em respeitar o equilí-


brio natural, indispensável à manutenção da vida no nosso planeta, é deixada de lado. Por
fim, o crescimento da população gera uma quantidade cada vez maior de dejetos humanos
que também são jogados nas águas. Nunca se falou tanto em “coliformes fecais”, que são
resíduos de poluição orgânica. As pessoas que vivem na miséria estão ainda mais expostas, e
podemos citar sérios problemas de saúde. Além disso, o crescimento da população gera mais
consumo, caracterizando mais retirada da matéria-prima, ou seja, mais agressão à natureza.
O desenvolvimento econômico de uma cidade marca seu projeto urbanístico. Em numerosos
países subdesenvolvidos, o centro da cidade transformou-se no eixo comercial e financeiro,
enquanto que nos subúrbios foram construídas, sem nenhum critério, as precárias casas das
pessoas que migraram do campo ou que têm um baixo poder aquisitivo. Como exemplo,
podemos citar as cidades de Caracas e de São Paulo.

OS SETORES DA ECONOMIA
É através das atividades, ou setores da economia, que a comunidade onde você mora e
toda a sociedade obtêm os produtos e serviços necessários.
Vamos lembrar o que vimos no capítulo 1 sobre os setores da economia:
Setor ou atividade primária: abrange as atividades e as pessoas que trabalham na agri-
cultura, pecuária, silvicultura, extrativismo vegetal e mineral, caça e pesca.
Setor ou atividade secundária: envolve as atividades e as pessoas que trabalham na
indústria, na construção civil (casas, prédios, pontes etc).
Setor ou atividade terciária: concentra as atividades e as pessoas que trabalham na
prestação de serviços: bancários, comerciários, comerciantes, funcionários públicos,
professores, motoristas, profissionais liberais (médicos, dentistas, advogados, arquitetos)
etc.
O setor quaternário: engloba os serviços mais sofisticados, que exigem profissionais
especializados (pesquisas, informática, robótica, aeroespacial etc).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 53


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Existe uma interdependência entre as atividades econômicas. O campo não vive sem a
cidade, pois é ela quem fornece máquinas e equipamentos, e a cidade não vive sem o campo,
pois ele é a fonte de alimento para a população.

Bóias frias no
município de
Ituverava (S.P).

Qual exemplo pode ser citado mostrando essa


interdependência do campo com a cidade?
Bem, digamos que um agricultor de algodão depende do serviço de
transporte tanto para comprar sementes e fertilizantes como para trans-
portar sua produção. Ele precisa da fiação, da indústria de tecidos e da
indústria de roupa, para que continue produzindo algodão (a atividade
primária – no caso, agricultura de algodão – depende das atividades
terciárias e secundárias); se desejarmos, podemos ainda ir adiante, mos-
trando que o agricultor precisa de trator (atividade secundária) e outros
produtos para realizar seu trabalho.
O setor de transporte – atividade terciária – depende do agricultor
de algodão (atividade primária) e da indústria (atividade secundária)
para ter a carga a ser transportada de um lugar para o outro e, com isso,
ganhar dinheiro e sobreviver.

A RELAÇÃO SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO


O Brasil possui uma diversidade em recursos naturais, mas devemos levar em consideração
que a retirada da matéria-prima de forma irracional pode causar graves prejuízos e compro-
meter a sobrevivência das gerações futuras. Saber usar os recursos naturais para satisfazer
as nossas necessidades sem comprometer as necessidades e aspirações das gerações futuras
é um dos grandes desafios da humanidade. Por isso, devemos fazer uma reflexão e agir de
forma racional, contribuindo para a harmonia do planeta.
As sociedades atuais já enfrentam grandes problemas relacionados ao fornecimento da
matéria-prima, uma vez que vivemos numa sociedade capitalista consumista. Portanto, o de-
senvolvimento sustentável, que é a combinação de crescimento econômico com preservação
do meio ambiente, ou seja, o mesmo que desenvolvimento com qualidade de vida, é um dos
grandes desafios da humanidade. Como exemplo de práticas de desenvolvimento sustentável,
podemos citar: a proteção e a recuperação de florestas, o emprego de adubos orgânicos, o
uso racional de recursos minerais, energéticos, das fontes de energia renováveis etc.
A não destruição do meio ambiente e o baixo custo dessas fontes de energia renováveis
são os grandes atrativos desse novo modelo econômico fundamentado na idéia da sustentabi-
lidade. A adaptação de tradicionais instrumentos econômicos, de forma a torná-los compatíveis
com essa proposta, é uma das maneiras de viabilizar a transição do atual sistema econômico

54 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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para o sistema da economia sustentável. Por exemplo, reestruturar os sistemas de tributação,


taxando a utilização de fontes de energia que prejudicam o meio ambiente contribui para
incentivar o uso de fontes de energia renováveis.
As grandes e as médias cidades geralmente são mais poluídas que as pequenas ou que o
meio rural. Isso porque concentram indústrias, veículos e pessoas, agravando o problema do
lixo, dos resíduos e das emissões industriais, do congestionamento, do barulho etc. Também
são problemas: a poluição atmosférica, a carência de áreas verdes, o lixo e os esgotos. O bem
estar da população e o desenvolvimento econômico são profundamente afetados pelo modo
como a cidade cresce.
No atual estágio da evolução humana, as necessidades básicas da vida devem ser garan-
tidas a todos como um direito fundamental. As pessoas não podem desenvolver seu poten-
cial humano mais elevado enquanto não tiverem garantido alimento, moradia, vestimenta,
assistência médica e educação. A política econômica deve incentivar o sistema cooperativo,
com o intuito de estabelecer o pleno emprego; e o valor do salário mínimo deve permitir a
aquisição dos requisitos básicos. O padrão das necessidades básicas evolui de acordo com a
capacidade produtiva da economia.

1. A Indústria Moderna surgiu com a Revolução Industrial (segunda metade do século XVIII
e século XIX) e predomina em nossos dias. Representou uma verdadeira revolução, num
amplo processo de mudanças econômicas e sociais que transformou a sociedade inglesa,
espelhando-se posteriormente por várias partes do mundo. Cite algumas conseqüências
da Revolução Industrial:

2. Cite alguns problemas urbanos:

3. Explique o que são e dê exemplos de cidades:


a) Espontâneas:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 55


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b) Planejadas:

Assinale com X a alternativacorreta:


4. Com base nos conhecimentos sobre espaço urbano, hierarquia urbana e urbanização,
pode-se afirmar:
a) A urbanização é conseqüência direta do crescimento vegetativo, não sofrendo influência
da revolução técnico-científica nem do êxodo rural.
b) As cidades mais populosas do mundo estão nos países desenvolvidos, pois, nos sub-
desenvolvidos, o ritmo de crescimento é lento.
c) A urbanização e o crescimento urbano são, na realidade, dois processos idênticos, pois
o crescimento urbano implica, necessariamente na urbanização.
d) A urbanização brasileira vem produzindo a multiplicação de empregos e grandes ne-
gócios, tendo como característica o trabalho especializado.
e) A urbanização acentuada no Brasil, nas últimas décadas, ocasionou um “inchaço” nas
cidades brasileiras, trazendo como conseqüência problemas graves, a exemplo do au-
mento da violência urbana.

5. A rede urbana brasileira é constituída por várias cidades ligadas de maneira hierárquica
ente si, isto é, umas são mais influentes sobre as outras, e assim por diante.
Sobre o sistema urbano brasileiro, assinale a alternativa correta.
a) Dentro da hierarquia urbana, existem cidades que, devido à sua importância, são co-
nhecidas como metrópoles nacionais. A metrópole nacional, em função do seu alto
grau hierárquico, é a capital administrativa do país.
b) Toda capital de estado no Brasil é uma metrópole regional, mas nem toda metrópole
regional é capital de um estado brasileiro.
c) O Brasil possui duas metrópoles nacionais: Rio de Janeiro e São Paulo, que, por sua
importância, polarizam o país inteiro.
d) São Paulo é uma verdadeira megalópole, isto é, uma cidade maior do que uma metró-
pole. Além disso, é a maior megalópole brasileira.

6. Identifique a fase em que não havia divisão do trabalho, pois o próprio trabalhador tam-
bém era o dono dos meios de produção. Também não havia divisão técnica do trabalho,
pois o trabalhador executava todas as tarefas da produção.

56 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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7. É a conjugação do trabalho e do capital que transforma a matéria-prima em bens de


produção e consumo.

8. O crescimento urbano aconteceu principalmente devido à qual processo industrial?

9. Qual é o sistema social e econômico de organização da sociedade ou da produção que se


caracteriza pela propriedade particular dos meios de produção, pelo trabalho assalariado,
pelo predomínio da livre iniciativa e pelo lucro.?

10. A região influenciada por uma metrópole integrada a uma série de municípios vizi-
nhos:

11. Qual setor da economia envolve os trabalhadores da área rural?

12. “Hoje, há quase 3 bilhões de pessoas vivendo em cidades. Dentro de 25 anos serão 5
bilhões – mais da metade da humanidade. A população urbana está crescendo muito e
criando problemas de difícil administração. Pior: está crescendo mais e mais rapidamente
em países pobres, sem dinheiro para investir em melhoramentos essenciais.”
(Revista Veja. N. 30. 28/07/1999)
Assinale a alternativa correta:
a) O processo de urbanização no Brasil se acentuou a partir da década de 70, sendo alta-
mente excludente.
b) À medida que a infra-estrutura de transporte e comunicações foi se expandindo em
nosso país, todas as regiões alcançaram igual índice de urbanização.
c) Metrópoles nacionais como São Paulo e Rio de Janeiro, a partir das décadas de 80 e 90,
passaram a apresentar maiores índices de crescimento populacional.
d) O subemprego hoje existente nas cidades é um reflexo da ineficiente e desajustada
rede de comunicações entre a zona rural e a cidade.

13. A capacidade de maior ou menor influência de uma cidade depende não apenas do
número de habitantes, mas, principalmente, do dinamismo econômico da área onde se
localiza e do equipamento urbano que possui. Quando seus limites se confundem com
os de cidades vizinhas, denomina-se:
a) inchaço urbano.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 57


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b) espaço urbano.
c) conurbação.
d) megalópole.

14. Nos últimos censos, o IBGE constatou que a participação da população urbana, no total
da população brasileira, atingia níveis próximos aos dos países desenvolvidos.
Esse fato está relacionado à (ao):
a) redução do espaço urbano.
b) aumento vegetativo da população.
c) ao movimento urbano-rural.
d) crescimento industrial e à migração campo-cidade.

QUESTÃO DESAFIO
15. Há vários fatores responsáveis pela redução da taxa de natalidade brasileira, princi-
palmente quando se trata das áreas urbanas. Faça uma pesquisa e indique dois fatores
explicando como eles influenciam na queda da taxa de natalidade:

sugestão de filme

Tempos Modernos – Charles Chaplin


Um operário de uma linha de montagem que testou uma “máquina revolucionária”
para evitar a hora do almoço é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu tra-
balho. Após um longo período em um sanatório, ele fica curado de sua crise nervosa,
mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma
crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista que liderava
uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente, uma jovem rouba comida para
salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não têm mãe e o pai delas
está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei
vai cuidar das órfãs, mas quando as menores são levadas, a jovem consegue escapar.

58 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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CAPÍTULO 4

O Espaço Agrário
Neste capítulo veremos a agropecuária e quais os elementos que influenciam na produção
e na distribuição dos produtos agrícolas e pecuários. Para uma análise reflexiva, abordaremos
exemplos da produção agropecuária nos países desenvolvidos e nos países subdesenvolvidos, e
os investimentos na área da biotecnologia e nos transgênicos. Para compreendermos os assuntos
abordados, estudaremos os diferentes sistemas agrícolas. A reforma agrária será analisada para
que possamos verificar a importância do investimento em tal processo e o reflexo benéfico
no aspecto econômico e social. Constataremos também a relação do campo com a cidade, as
necessidades mútuas que existem e o reflexo delas na tecnologia e em empreendimentos, bem
como a diversidade de apropriação da natureza.

A agricultura é a atividade produtiva integrante


do setor primário da economia. Caracteriza-se pela
produção de bens alimentícios e de matérias-primas
provenientes do cultivo de plantas e da criação de
animais (pecuária).
A agropecuária é a ciência e a prática agrícola que
inclui a produção de safras de todos os tipos, a criação
de gado e o cuidado do solo. Ela, portanto, consiste na
criação, alimentação e cuidado dos animais para a pro-
dução de alimentos, fibras, como apoio ao trabalho ou
por simples prazer. A agropecuária se distingue da in-
dústria, pois suas matérias-primas são seres vivos, cujo
desenvolvimento depende de processos naturais.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 59


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Plantação de soja: principal produto que o Brasil vende á Europa.

A palavra tem origem latina e significa “cultivo dos campos.” A prática agrícola, ao que
tudo indica, começou há cerca de 10.000 anos, em algum lugar do Oriente Médio, incluindo
tanto o cultivo de sementes quanto a criação de animais. Até hoje vem sendo a forma mais
utilizada no suprimento de necessidades humanas básicas, pois serve para a alimentação,
vestuário, energia e desenvolvimento tecnológico.
A agricultura compreende a cultura de espécimes vegetais, destinada ou não para
a alimentação humana. É uma área com grande evolução e, atualmente, dependente dos
avanços da tecnologia e das ciências biológicas.
Os primeiros grãos cultivados foram o trigo, a aveia, o centeio e a cevada. Entre os legu-
mes: a ervilha, a lentilha e o grão-de-bico. Uvas, maçãs, pêras, cerejas e figos foram alguns dos
cultivos de frutos pioneiros entre os homens, enquanto alces, cachorros e gazelas marcaram
as primeiras criações domésticas. A criação de animais como ovelhas, gado e porcos começou
mais tarde.

60 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Maiores Produções Agrícolas - 2001


Produto Safra Mundial Líder (em %)
(em milhões de toneladas)
Cana-de-açúcar 1.254,8 Brasil (27)
Milho 609,2 China (19)
Arroz 592,8 China (30,6)
Trigo 582,7 China (16)
Batata 308,2 China (20,7)
Soja 176,6 EUA (44,5)
Fonte: FAO

Para entender o processo agrícola, já que ele passou por inúmeras transformações, e para
compreender a economia de alguns países voltados a esse tipo de produção, devemos dife-
renciar agricultura intensiva de agricultura extensiva, levando em consideração três fatores:
o trabalho, a terra e o capital.
Agricultura intensiva: quando há predomínio de investimentos de capital: dinheiro
empregado em salários, máquinas e produtos químicos (fertilizantes e agrotóxicos).
Neste sistema de cultivo agrícola, as áreas apresentam alto custo da terra, baseia-se na
aplicação intensiva de trabalho, capital e tecnologia, no sentido de obter alta produti-
vidade e maior rentabilidade do solo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 61


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Agricultura extensiva: geralmente é praticada com pouco investimento e muita mão-


de-obra familiar (produção em pequenas propriedades) caracteriza um minifúndio,
ou em áreas muito grandes onde o latifúndio é improdutivo. Este sistema de cultivo
agrícola é baseado na exploração de grandes extensões de terra sem grandes investi-
mentos de trabalho e capital; geralmente o preço da terra é baixo.
Para uma melhor compreensão do assunto, devemos entender o que são:
Agricultura Hidropônica: não existe terra. É de um fluxo contínuo de água que a
planta retira os nutrientes, artificialmente, disponibilizados pelo agricultor.
Agricultura Orgânica: totalmente livre de agrotóxicos e adubos químicos. Utiliza os
mecanismos da própria natureza para deixar o solo mais fértil e a planta saudável.
Agricultura de Subsistência: atividade agrícola praticada em pequena escala de pro-
dução. Características principais: pequena propriedade, técnicas rudimentares, baixa
produtividade, mão-de-obra familiar e consumo local.
Agroindústria: indústria instalada em áreas rurais onde são processados cereais, frutas,
madeiras, álcool, açúcar etc., provenientes dos cultivos da área. Exemplo: agroindústria
açucareira do Nordeste brasileiro.
Latifúndio: são grandes áreas de terras, classificadas em:
• Latifúndio por dimensão: são as enormes propriedades agroindustriais com produção
quase sempre voltada à exportação.
• Latifúndio por exploração: são áreas rurais improdutivas voltados à especulação imo-
biliária. O proprietário não adquire a terra com a intenção de produzir, gerar emprego
e ajudar o país a crescer, mas para esperar a valorização imobiliária, vendê-la e ganhar
muito dinheiro sem trabalhar.
Minifúndio: o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar.
Propriedade Familiar: é o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo
agricultor e sua família, absorve toda a força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência
e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de
exploração, eventualmente com a ajuda de terceiros.
Atualmente, a principal preocupação com a criação de animais é o volume sustentável de
produção em relação ao aumento da população humana. As pesquisas têm se concentrado
na eficiência produtiva pela seleção e engenharia genética e pelo desenvolvimento de raças
nas regiões em que há deficiência de proteínas. A arte e a indústria da criação e tratamento
do gado, conhecida como pecuária, inclui a chamada criação de gado grosso, como bois e
cavalos, e gado miúdo, grupo que inclui, entre outros, cabras e carneiros. O termo gado inclui
todos os mamíferos domesticados da família dos bovídeos.
Em tempos remotos, as cabras eram criadas principalmente por seu leite e sua carne, mas
também fornecem uma excelente qualidade de lã, perfeitamente compatível com as exigên-
cias da indústria e do mercado setorial. Mas não é só: o couro feito a partir da pele da cabra
é extremamente valorizado, sobretudo quando retirado de animais ainda jovens. A maior
criação mundial de cabras pertence à Índia, embora o Paquistão, a Nigéria e a Etiópia estejam
entre alguns dos principais criadores.

62 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Métodos modernos, como a inseminação artificial, são hoje amplamente disseminados,


particularmente em criações leiteiras. A seleção genética dos touros de qualidade superior
garante igual superioridade de milhares de bezerros por ano.
Entre os maiores produtores pecuaristas estão a Austrália, que tem a agropecuária res-
ponsável, praticamente, pela metade de suas exportações, e a Alemanha, que tem quase 60%
do seu território dedicado à pecuária bovina e suína, ocupando um dos primeiros lugares na
produção mundial de carne, leite, e queijo. Embora seja dona do maior rebanho bovino de
todo o mundo e esteja entre os primeiros no ranking mundial de produção de laticínios, na
Índia – por razões religiosas – praticamente não existe a produção de carne.

Maiores Rebanhos – 2001


Rebanho (milhões de cabeças) Líder (em %)
Bovinos 1.351,7 Índia (16,2)
Suínos 922,9 China (49,2)
Frangos 14.859,4 China (25,3)
Fonte: FAO

O termo aves de criação engloba, em especial, frangos,


patos, perus, gansos, galinhas-d’angola e pombos. Cada um
desses grupos descende de uma ave silvestre, à qual é es-
treitamente aparentado. Nos países desenvolvidos, a criação
para obter carne e ovos é intensiva e as aves são colocadas
em gaiolas, separadas ou em grandes grupos.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 63


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A AGROPECUÁRIA EM PAÍSES DESENVOLVIDOS


De maneira geral, a agricultura e a pecuária são praticadas de forma intensiva, com grande
utilização de técnicas biotecnológicas modernas. Em razão disso, é pequena a utilização de
mão-de-obra no setor primário da economia.
Nesses países, além dos elevados índices de produtividade, obtém-se também um enor-
me volume de produção que abastece o mercado interno e é responsável por grande parcela
do volume de produtos agropecuários que circulam no mercado mundial. Uma quebra de
safra em qualquer produto cultivado nos Estados Unidos tem reflexos imediatos no comércio
mundial e na cotação dos produtos agrícolas.

Plantação de uvas em Rovereto, na Itália.

Tratando-se da estrutura fundiária desses países, todos eles passaram, de uma forma ou
de outra, por um processo de reforma agrária que permitiu às famílias o acesso à terra. Em
geral, o recebimento de terras foi acompanhado por um apoio técnico e financeiro por parte
do governo, Além disso, o próprio desenvolvimento econômico, que trouxe oportunidades de
trabalho nas cidades, o baixo crescimento populacional e o sistema previdenciário também
contribuíram para que o problema fundiário nesses países se transformasse numa questão
menor.

64 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A AGROPECUÁRIA EM PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS


Nos países subdesenvolvidos é muito difícil estabelecer generalizações, já que os contras-
tes verificados entre os membros desse bloco repetem-se também no interior dos próprios
países, onde convivem, lado a lado, modernas agroindústrias e pequenas propriedades nas
quais se pratica a agricultura de subsistência.
Tanto nos países subdesenvolvidos cuja base econômica é rural, como nas regiões pobres
dos países subdesenvolvidos industrializados, há um amplo predomínio da agricultura de
subsistência contrastando com o sistema de plantation. Essa situação é uma herança histó-
rica do período em que esses países foram colônias. Desde então, excluem a população dos
benefícios econômicos atingidos.

Mulheres preparando a terra para o cultivo, em Gana, na África.

O desenvolvimento da agricultura possibilitou que muitos ficassem livres para dedicar-se


a outras atividades, entre elas o comércio. Isso deu início à divisão do trabalho entre comuni-
dade rural e complexo urbano-industrial, uma parceria presente em todo o mundo.
Em países subdesenvolvidos, 70% da população vivem da agricultura, enquanto nos países
ricos industrializados, menos de 10% vivem na área rural. Existem várias organizações gover-
namentais de atuação internacional que estão diretamente relacionadas à agricultura, entre
elas a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização Mundial de Saúde (OMS),
o Instituto Inter-Americano de Ciências Agrícolas, com sede na Costa Rica, e a Operação Pan
Americana, no Brasil.
A maior quantidade de alimentos por trabalhador agrícola não é produzida pelos países
com maior concentração populacional no campo. Ao contrário, a alta produtividade é carac-
terística dos países mais urbanizados, mais industrializados, mais mecanizados e com maio-

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 65


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res investimentos em pesquisas tecno-científicas. Isso nos permite afirmar que os países ou
regiões onde a economia tem por base a produção agrícola são os que passam por maiores
dificuldades econômicas e, por conseguinte, são os países onde a maioria de sua população
tem problemas (graves muitas vezes) de desnutrição ou subnutrição.
Outro problema dos países subdesenvolvidos está relacionado à estrutura fundiária, uma
herança negativa do colonialismo. O modelo agrícola de exportação baseado na monocul-
tura e limitado a determinados produtos de demanda externa apóia-se na concentração da
propriedade rural.
A história de várias rebeliões e revoluções populares tiveram como lema a reforma agrá-
ria. A necessidade de reformas agrícolas e de redistribuição da propriedade rural é um tema
crucial nos países subdesenvolvidos.

Sempre ouvi falar da reforma agrária. Por que os governantes dos países
subdesenvolvidos, como o Brasil, não distribuem as terras para os agricultores
produzirem, incentivando assim a reforma agrária?

Excelente pergunta. Essa sua dúvida é uma interrogativa do povo brasileiro. A


reforma agrária é um processo mais amplo que a simples redistribuição de terras.
Criar as condições para que o trabalhador rural torne-se proprietário e produtor
de sua subsistência é apenas o primeiro passo de um conjunto de medidas mais
amplas que, se relegadas a segundo plano, tendem a ser apenas um sedativo
para problemas imediatos. A reforma agrária não pode ser realizada à margem de
uma assessoria técnica e administrativa adequada, sem a criação de um sistema
de crédito especial àqueles que por ela foram contemplados. Cabe ao estado
também estimular e garantir a produção agrícola dos pequenos agricultores e
criar os mecanismos necessários para colocá-los no mercado.

PARA REFLETIR
(...) Uma parte dos sem-terra pode-se dizer que é, literalmente, desterrada. É o tipo
que predomina na Região Norte, onde quase todo mundo é recém-chegado – veio depois
dos anos 70, época em que “ocupar o vazio da Amazônia” era divisa governamental. An-
tônio Galdino Queiroz, de 57 anos, é desses que engrossaram a romaria ao nada. Expulso
da terra de origem, o Maranhão, pela seca de 1984, foi atrás do ouro do Pará. A maioria
dos companheiros de Galdino na Pastorisa também viu evanescer a miragem do Eldorado
em meio à floresta. Com orgulho, o maranhense ainda exibe a carteira de garimpeiro de
Serra Pelada, seu único emprego. “Mas foram só 33 gramas em seis meses de trabalho nos
barrancos. Além disso, tinha de pagar 2% do que achava ao dono do barranco. Saí.” Terra
própria nunca teve. Casado, pai de três filhos naturais e um adotivo, o analfabeto Galdino
já não sabe quantas vezes pegou malária. Junto à “companheirada” miserável, ele ergue
a foice e grita, já do lado de dentro das cercas da fazenda: “Terra que boi come, os hômi
passa fome”.
Arquivo Veja – 16 de abril de 1997

66 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A Agropecuária Tradicional e Moderna


A Agropecuária Tradicional
Agropecuária praticada em geral por
pequenos produtores que utilizam práticas
tradicionais, em que o conhecimento das téc-
nicas é repassado através de gerações. Não é
utilizada uma orientação técnica especializada
para o manejo da área e da cultura. As relações
sociais de produção são predominantemente
familiares.
Corresponde à agricultura arcaica, empre- Plantação de milho e mandioca em proprie-
dade familiar em Paragominas, no Pará.
ga técnicas, recursos e instrumentos rudimen-
tares de cultivo, como energia humana e animal, utilizando a enxada, o arado e a foice, e pratica
usualmente o sistema de rotação de culturas. Trata-se, portanto, da agricultura de subsistência,
de baixa produtividade, característica dos países pobres.
Deve-se ainda destacar a ocorrência de nenhuma ou pouca utilização de adubos e fertili-
zantes, além do rápido esgotamento e baixa fertilidade do solo e, muitas vezes, o abandono
precoce da terra.

A Agricultura Moderna
É a agropecuária praticada em geral por grandes e médios produtores que empregam
as mais modernas técnicas de cultivo e produção, utilizando todos os insumos necessários.
Apresenta acompanhamento técnico especializado para todas as fases do trabalho, até que
o produto chegue ao mercado. O manejo é adequado para que se obtenha uma boa pro-
dutividade e as relações sociais de produção são sempre assalariadas, com a utilização de
empregados permanentes e temporários.
É praticada, principalmente, nos países desenvolvidos e em certas áreas de países subde-
senvolvidos. Suas principais características são:
Grande mecanização (uso de máquinas e tratores);
Utilização de adubos em larga escala;
Combate à erosão e às pragas;
Seleção de sementes e mudas;
Depósitos (silos) para armazenamento de cereais;
Grande produção destinada ao mercado interno e externo;
Organização empresarial, isto é, a agricultura é organizada como uma empresa moderna,
capitalista;
Trabalho assalariado;
Grandes extensões de terras ou propriedades e com forte tendência à crescente con-
centração das terras.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 67


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Colheita mecanizada de trigo nos E.U.A.

A agricultura moderna utiliza, em larga escala, fertilizantes químicos para adubar o solo,
agrotóxicos e inseticidas para matar pragas que atacam as plantações.
Desde há algum tempo, esses procedimentos vêm sendo debatidos e questionados por
especialistas no assunto, afirmando que causam danos à natureza, além de contaminarem o
próprio ser humano, que depende da natureza para se alimentar e manter a vida. Praticamente
não existe, atualmente, um alimento que não traga em sua composição elementos químicos
derivados da utilização de inseticidas e agrotóxicos. Nossos alimentos estão, infelizmente,
contaminados por esse uso generalizado de substâncias químicas nocivas à saúde humana e
dos animais, ao solo e aos vegetais.
Assim, verifica-se que o principal impacto que pode ocorrer num ecossistema agrícola é
a proliferação de insetos que, sem seu predador natural, tornam-se verdadeiras pragas. Ao
combatê-los com pesticidas, muitas espécies resistentes proliferam, exigindo cada vez mais
a utilização de venenos que, por sua vez, contaminam os solos e as águas, matando espécies
que são importantes para manter o equilíbrio dos variados ecossistemas. O uso continuado de
agrotóxicos matando microorganismos, empobrece os solos, exigindo maiores quantidades
de fertilizantes. Além disso, outro impacto muito comum na agricultura é a aceleração do
processo erosivo, com a perda de toneladas de terras agricultáveis todos os anos.

Erosão em Botucatu (S.P). O manuseio inadequado dos solos e


a ação de fortes chuvas de verão produziram esse estrago.

68 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Depois da industrialização ter transformado as cidades, agora é o campo que está pas-
sando por um forte processo de transformação tecnológica. A grande competitividade entre
os ramos ligados ao agronegócio transformou aquela antiga paisagem rural num grande
centro de pesquisas ligadas à produção agropecuária. A necessidade crescente de produção
em larga escala obrigou os grandes e pequenos fazendeiros a se modernizarem sob pena de
desaparecerem caso não aconteça a modernização do campo. Como resultado, vemos fazendas
se transformando em pólos de pesquisas ligados a universidades que estudam desde enge-
nharia genética até os impactos ambientais da industrialização do campo. Vemos fazendeiros
ansiosos por tomar uma fatia do lucrativo mercado do agronegócio investindo pesadamente
em engenharia genética, se esforçando por transformar aquela nossa antiga visão do campo
como o oposto da civilização e da tecnologia.

CURIOSIDADE
Há muitos anos tem sido feito melhoramento genético de animais e vegetais e vários
alimentos que hoje conhecemos eram bem diferentes; por exemplo, o nosso suculento
tomate era originalmente do tamanho de uma bola de gude. A agropecuária tradicional
utiliza uma série de produtos químicos, como pesticidas, hormônios de crescimento e
antibióticos, para aumentar a produção. Esse desenvolvimento proporcionou alimentos a
uma grande parcela da população. No entanto, quase 1 bilhão de pessoas, 16% da popu-
lação mundial, está passando fome. E esse número tende a aumentar: em 2050, cerca de
4,2 bilhões estarão famintos. Se nada mudar no manejo de produção de alimentos, como
alimentar essa crescente população?
(Jornal da ANBIO – Associação Nacional de Biossegurança – RJ – ano 2 - Número 8 – setembro de 2002)

Quando nos referimos ao processo moderno da agropecuária, devemos ressaltar o êxito da


clonagem, que já tem amplo uso nesse setor. A clonagem animal passou a ser mais conhecida
em 1997, quando pesquisadores do Instituto Roslin, na Escócia, anunciaram a clonagem do
primeiro mamífero a partir de células mamárias de uma ovelha. O nascimento de Dolly, como
foi chamada a ovelhinha, marcou o início de uma corrida pelo aperfeiçoamento da técnica
que cria expectativas que ainda não podem ser satisfeitas, esbarrando em conceitos éticos e
religiosos se usada em humanos. Em animais e plantas, tem apresentado resultados positivos
a uma velocidade surpreendente.
A clonagem de animais tem aplicação para a conservação e de melhoramento genético.
Com fins de conservação, serve para implantar bancos genéticos que guardem material de
diferentes espécies. Para melhoramento, porque é uma técnica que permite reproduzir, de
maneira mais ampla, filhotes de animais de qualidade superior, como touros e vacas com
maior capacidade reprodutiva ou vacas que produzam mais leite.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 69


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O Brasil já utilizou a clonagem?

Sim. No Brasil, o primeiro mamífero clonado foi a bezerra Vitória,


da raça simental (leiteira), fruto de experiência conduzida por Rodolfo
Rumpf, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
(Embrapa), de Brasília. O anúncio do nascimento da bezerra foi feito
em março de 2001, oito meses antes da empresa americana Advanced
Cell Technology anunciar o sucesso de seus experimentos com bovinos,
que comprovaram um bom desenvolvimento de 24 bezerros clonados.
Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país fora do grupo dos países
ricos a produzir um mamífero clonado.

Laboratório de pesquisa da EMBRAPA, em Brasília.

Dos avanços conquistados pela produção de alimentos nos últimos anos, os mais extra-
ordinários foram obtidos no campo da engenharia genética. Na agricultura, a biotecnologia
criou milho, batata, tomate, frutas e outras plantas, além das inúmeras variedades de soja.
Em geral, esses organismos geneticamente modificados (OGM), ou transgênicos, toleram de-
terminados pesticidas, comercializados pelas mesmas empresas que fornecem as sementes
transgênicas. Há variedades capazes de exterminar ervas daninhas ou pragas, tolerantes a
ambientes mais secos ou mais úmidos, produzindo frutos maiores ou mais saborosos, menos
perecíveis ou com adição de vitaminas.

70 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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A ovelha Dolly atraiu a curiosidade do mun-


do inteiro, em1997. Ela não tem pai nem mãe:
foi produzida por cientistas que utilizaram o
material genético de uma outra ovelha.
Tecnicamente, ela é um clone, ou seja, uma
cópia.

Os transgênicos começaram a ser plantados em meados da década de 1990 e, em cinco


anos, já haviam coberto uma área superior a 40 milhões de hectares. Os Estados Unidos, a
Argentina e o Canadá detinham as maiores áreas cultivadas com transgênicos.
Na pecuária, a biotecnologia favoreceu o avanço de vários campos da medicina veterinária,
como o diagnóstico de doenças, o desenvolvimento de vacinas e de medicamentos novos, a
administração de hormônios do crescimento para aumentar a produção de leite e carne.
Uma das piores experiências recentes provocadas pela interferência humana foi com a
criação bovina, que passou pela manipulação dos rebanhos através da produção da proteína
de origem animal. Os bois e as vacas são animais estritamente vegetarianos, e os criadores
europeus, para apressar e aumentar a engorda, os transformou em carnívoros ao alimentá-
los com restos de outros animais. O uso de animais mortos para alimentar os sadios gerou a
epidemia da vaca louca, que levou 200.000 animais à morte somente na Inglaterra.

Estou vendo que as técnicas para aumentar a concentração de proteínas nos


animais tornaram a criação mais produtiva, mas bem mais suscetível a
pegar doenças e transmitir doenças.

Isso mesmo! Vamos analisar alguns exemplos:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 71


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BOI DE CORTE PORCO FRANGO


Antigamente Ficava solto no pasto. Vivia fuçando a terra. Era criado solto.
Alimentava-se de ca- Alimentava-se de raízes, Ciscava bichinhos, ra-
pim. milho, trigo e restos de ízes e sementes e era
Até os anos 80 atingia alimentos humanos. alimentado com milho.
o peso de abate (270 Levava 180 dias para Levava 50 dias para
quilos) só aos 36 meses atingir 100 quilos (peso atingir 1,5 quilo de
de idade. de abate). peso.
Tinha 47% de carne.
Hoje Nas fazendas moder- Cresce preso. Passa 24 horas sob luz
nas passa a vida con- Alimenta-se com ração intensa para não dormir
finado. à base de soja, milho e e comer mais; assim, en-
Toma hormônios para ingredientes de origem gorda rapidamente.
acelerar o crescimen- animal. Vive expremido para
to. Toma antibióticos para não gastar energia.
É alimentado em parte evitar infecções e promo- É abatido com 2,4kg aos
com ração. ver o crescimento. 42 dias de vida.
O abate ocorre em 20 É abatido com 150 dias,
meses. aos 100 quilos.
Resultados Confinado, contagia-se O animal sofre de osteo- É frágil e adoece facil-
mais facilmente com porose por não se movi- mente.
doenças. mentar. Por isso toma antibió-
Isso explica a intensi- É vitima de bactérias su- ticos.
dade dos surtos das per-resistentes, como o A gripe do frango levou
moléstias, especial- enterococo, que se instala ao sacrifício 1 milhão de
mente na Europa, onde no intestino. animais em Hong Kong
as condições artificiais (China) em 1998.
são mais severas.

As Técnicas Agrícolas
A agricultura, até o século XVIII, era praticada, tanto na Inglaterra como no restante da Eu-
ropa, com métodos e instrumentos ainda bastante primitivos. A partir de então, a aristocracia
inglesa realizou um esforço sistemático de modernização da agricultura, com o objetivo de
aumentar as rendas de suas propriedades, seguindo o exemplo da burguesia que enrique-
cia com as atividades comerciais e financeiras. O impulso dado pelos grandes proprietários
contagiou toda a nação e o governo contribuiu com a construção de obras públicas como
estradas, canais e drenagem de pântanos. A partir de meados do século XVIII, com as novas
experiências e descobertas, a agricultura moderna estava implantada na Inglaterra.

72 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Na realidade, os sistemas agrícolas são sempre desenvolvidos em função da tradição, da


área geográfica, do tipo de semente e do nível de tecnologia. Entre os principais tipos de
agricultura, podemos classificar:
Agricultura Itinerante ou sistema de roça: bastante praticada no Brasil pelas popu-
lações mais pobres que não recebem subsídios ou qualquer assistência por parte dos
órgãos governamentais. Bastante antigos, estes sistemas têm origem na prática dos
indígenas que os transmitiram ao colonizador. A mata é derrubada e os restolhos são
eliminados pela prática da queimada. Em seguida, limpa-se o campo, prepara-se a terra
e planta-se diretamente sobre as cinzas. São poucos os que têm recursos e aram a terra;
os instrumentos são bastante rudimentares. Quando a terra se esgota, é abandonada e
parte-se para uma nova área a ser queimada. Isso acontece em períodos relativamente
curtos, depois de três ou quatro anos.

Agricultura de Plantio: pode ser amplamente encontrada em regiões tropicais e sub-


tropicais, como a América Central e a América do Sul. Caracteriza-se pela monocultura.
Neste tipo de agricultura, é muito comum o cultivo do cacau, da cana-de-açúcar, do
coco, da banana, do ananás e da fruta-pão. Alguns dos melhores exemplos de sucesso
dos métodos de utilização da terra sob as condições existentes estão nas plantações
de cacau da África e América Central e de açúcar e café das regiões tropicais.
Agricultura de jardinagem (rizicultura irrigada): originou-se no Sul e no Sudeste
da Ásia, onde há uma enorme produção de arroz em planícies inundáveis, com utiliza-
ção intensiva de mão-de-obra. Tal como a agricultura de subsistência, este sistema é
praticado em pequenas e médias propriedades. A diferença é que se obtém alta pro-
dutividade pela seleção de sementes, pela utilização de fertilizantes, pela aplicação de
avanços biotecnológicos e de técnicas de preservação do solo que permitem a fixação
da família na propriedade por tempo indeterminado. Nos países com altas densidades
demográficas, as famílias contam com áreas muitas vezes inferiores a um hectare e as
condições de vida são bastante precárias.

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Arrozal no Sul da Índia.

Agricultura de Deserto: é amplamente utilizada na Califórnia, Arizona, Texas e Colo-


rado, nos Estados Unidos, bem como nos desertos do Oriente Médio – a produção em
larga escala está em fase inicial em países como Egito e Israel, onde a necessidade do
cultivo da terra deu origem às modernas técnicas de irrigação, sendo também aplicada
na Índia e no Paquistão.
Agricultura Tropical: técnica de plantio comum aos climas predominantemente quen-
tes e secos, típicos de países da América Latina, África, Índia, Austrália e sudeste Asiático,
onde o solo fértil é favorecido em função de um elevado índice de chuvas tropicais. É
tradicional o cultivo do coco, do arroz, da cana-de-açúcar, do ananás, do sisal, do cacau,
do chá, do café, da juta, da borracha, da pimenta, da banana e da fruta-pão. O tipo de
cultivo está sempre relacionado às características geográficas da região.
Plantation: é a grande propriedade monocultora com produção de gêneros tropicais voltada
para a exportação. Forma de exploração típica dos países subdesenvolvidos foi amplamente
utilizado durante a colonização européia. Na atualidade, persiste em várias regiões do mundo
subdesenvolvido (Brasil, Colômbia, América Central, Gana, Costa do Marfim, Índia etc.), utili-
zando mão-de-obra assalariada, trabalho semi-escravo ou escravo.

A Relação Cidade / Campo


As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque); depois vieram as cidades do
Vale do Nilo, do Indo, da região mediterrânea e da Europa e, finalmente, as cidades da China
e do Novo Mundo. Nas sociedades antigas, a agricultura era a principal atividade econômica.
Mesmo naquelas que se celebrizaram pelo esplendor de suas cidades, a grande maioria da
população que trabalhava vivia nos campos. Na antiguidade, o campo constituía o espaço
da produção; a cidade, o espaço da circulação e do consumo das mercadorias produzidas. A
cidade foi também o espaço da política, do ócio, das artes e da ciência.

74 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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Embora as primeiras cidades tenham aparecido antes de 3.500 anos a.C., o processo de
urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial,
desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais áreas de desenvolvimento do mundo
atual. No caso dos países subdesenvolvidos, a urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase
metade da população mundial vive em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais.
A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho em que cabe a ele
fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo, em troca, produtos industrializados,
tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à cidade não quer dizer que ele perdeu
sua importância, pois não podemos deixar de levar em conta que:
por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo e
quanto maior a urbanização, maior a dependência da cidade em relação ao campo, no
tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.
A urbanização acompanha a industrialização. Ao mesmo tempo que libera mão-de-obra
para as atividades urbano-industriais, a agricultura deve responder pela produção de uma
quantidade crescente de alimentos para as populações das cidades. Menos pessoas produzindo
no campo, mais pessoas consumindo nas cidades: isso só foi possível graças ao aumento da
produtividade agrícola. Um conjunto de transformações nas técnicas de cultivo conhecido
como Revolução Agrícola precedeu e preparou a Revolução Industrial.
É importante ressaltar que, a partir da Revolução Industrial, a agricultura alcançou um
estágio técnico e científico que possibilitou o aumento da produção sem a necessidade de
ampliação da área de cultivo, baseado apenas no aumento da produtividade. Essa fase ficou
conhecida como Revolução Agrícola.
Nas economias modernas, o mercado urbano (de alimentos e de matérias-primas) deter-
mina a produção agrícola. A produção rural, antes auto-suficiente, se especializa e passa, de
um lado, a atender às demandas da cidade e, de outro, a depender das cidades para o abas-
tecimento de maquinários, insumos e alimentos industrializados. A cidade, antes espaço de
consumo e circulação de excedentes da produção agrícola, se torna centro de transformação
industrial e de redistribuição da totalidade dessa produção.
A cidade se transformou no “laboratório” do processo de produção capitalista industrial.
As mudanças tecnológicas alteraram as relações espaciais entre os lugares, entre as cidades e
seus espaços produtivos. A utilização da informática, das telecomunicações e do sensoriamento
remoto (com imagens espectrais dos satélites), favoreceu a mundialização e a globalização
das relações econômicas e sociais, produzidas pela cidade industrial, o que ampliou as pos-
sibilidades de trocas, os fluxos de informações e de conhecimento.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 75


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

1. Que benefícios a Revolução Industrial trouxe para as atividades agrárias?

2. Assinale V quando a alternativa for verdadeira ou F quando for falsa. Justifique quando as
alternativas forem falsas:
a) ( ) A reforma agrária é vista por vários segmentos da sociedade brasileira como uma
necessidade, face aos vários problemas sócio-econômicos do campo e da cidade.

b) ( ) A reforma agrária visa a aumentar a produtividade do solo e do trabalho nas ativi-


dades rurais, garantindo ao homem do campo um padrão de vida decente.

c) ( ) As atividades agropecuárias inicialmente desenvolveram-se às margens dos gran-


des rios e possibilitaram o surgimento das primeiras civilizações, como a Mesopotâmia
(atual Iraque), entre os rios Tigre e Eufrates; o Egito, no rio Nilo; a Índia, entre os rios
Ganges e o Indo; a China, no rio Yang-tse-Kiang etc.

d) ( ) O sistema de plantation é típico dos países desenvolvidos, que foram colônias eu-
ropéias. A produção baseava-se em grandes propriedades, monocultura de produtos
tropicais e na mão-de-obra escrava. Este sistema ainda persiste em países tropicais,
onde a mão-de-obra em alguns países não envolve pagamento de salário, trabalha-se
em troca de moradia e alimentação. Embora existam leis proibindo o trabalho escravo
ou semi-escravo, há lugares onde clandestinamente os trabalhadores sofrem tal ato.

3. Os progressos técnicos nos sistemas de transportes e de comunicações estão plenamente


materializados em redes ou sistemas de transportes de pessoas, mercadorias e informações
que lhes permitem partir para uma política agrícola e industrial de especialização produ-
tiva. Para reduzir os custos e obter melhor produtividade, tanto nos países emergentes
como nos desenvolvidos, foram introduzidas inovações agrícolas. Assinale a alternativa
que não corresponde a essas inovações:
a) Utilização de implementos agrícolas; adubos, inseticidas, máquinas.
b) Desenvolvimento de tecnologia de irrigação e aproveitamento do solo.
c) Desenvolvimento da veterinária e difusão das inovações biogenéticas.
d) Propagação do sistema da agricultura de jardinagem, o qual necessita de uma tecno-
logia moderna.
e) Presença de empresas (para direcionar as atividades e a produção agropecuária).

76 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

4. Na agropecuária intensiva, a fertilidade natural do solo e as pastagens naturais não são tão
importantes como no sistema extensivo. A agropecuária intensiva e moderna é a prática
comum em quase todos os países desenvolvidos. Ela permite uma alta produtividade. Nos
Estados Unidos apenas 2,5% da população economicamente ativa se dedicam ao setor
primário. Entretanto, esse pequeno número de trabalhadores rurais fornece alimentos
e matéria-prima ao mercado interno e ainda permite exportações de cereais. O Brasil
importa esse trigo.
Sobre a agropecuária intensiva, utilizam-se:
Assinale com um X as alternativas corretas:
( ) Produtividade baixa.
( ) Fertilizantes artificiais para repor a carência de alguns nutrientes do solo.
( ) Motores e máquinas para facilitar o processo de irrigação.
( ) Uso de equipamentos e instalações modernas.
( ) Vacinação e pastagens artificiais.

5. Preencha o geograma da agropecuária:


a) Agricultura caracterizada pela pequena propriedade com técnicas rudimentares, baixa
produtividade, mão-de-obra familiar e consumo local.
b) Agricultura totalmente livre de agrotóxicos e de adubos químicos.
c) País que possui o maior rebanho mundial de bovinos.
d) Monocultura latifundiária de exportação.
e) Agropecuária praticada em geral por grandes e médios produtores que empregam as
mais modernas técnicas de cultivo e produção, utilizando todos os insumos necessá-
rios.
f ) Agricultura em que não é utilizada uma orientação técnica especializada para o manejo
da área e da cultura. As relações sociais de produção são predominantemente familia-
res.
g) Tem aplicação para a conservação e o melhoramento genético.
h) País líder na produção de cana-de-açúcar.

a) T
b) R
c) A
d) T
e) O
f) R
g) E
h) S

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 77


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

6. Complete:
a) Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do .
b) Quanto maior a urbanização maior a dependência da em relação
ao campo, no tocante à necessidade de alimentos e agrícolas.
c) A história de várias rebeliões e revoluções populares tiveram como lema a
A necessidade de reformas agrícolas e de redistribuição da pro-
priedade rural é um tema crucial aos países .
d) Os primeiros grãos cultivados foram o , a aveia, o centeio e a
. Entre os legumes: a ervilha, a lentilha e o ___________________
_____. Uvas, maçãs, pêras, cerejas e foram alguns dos cultivos de
frutos pioneiros entre os homens.
e) Na Agricultura não existe terra. É do fluxo contínuo de água que a
planta retira os nutrientes, artificialmente disponibilizados pelo .

7. Qual das alternativas indica as palavras, pela ordem numérica crescente, que servem para
preencher os espaços vazios dos retângulos que se referem à agricultura itinerante?

quando diminui a
queimada
produtividade

implantação do
processo em outra
área

a) Plantio, reflorestamento e enriquecimento do solo.


b) Derrubada da mata, plantio e abandono da terra.
c) Derrubada da mata, emigração e transumância.
d) Transumância, circulação de trator e perda do solo.
e) Implantação do plantio, circulação do trator e reflorestamento.

8. Assinale a alternativa que corresponde à correta leitura da charge quanto à relação


campo/cidade.

78 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

a) A subordinação do campo à cidade através do consumo de tecnologias, tais como:


máquinas, insumos, sementes selecionadas, alimentos industrializados, além da neces-
sidade de especialização produtiva para atender ao mercado urbano.
b) A subordinação da cidade ao campo, por ela ser auto-suficiente na produção de ali-
mentos.
c) O importante papel do campo no fornecimento de matérias-primas e alimentos para
abastecer a cidade.
d) A modernização da agricultura que produz excedente agrícola que circula e é consu-
mido na cidade.
e) A interdependência campo/cidade com papéis muito bem definidos na divisão territorial
do trabalho. O campo fornece alimentos e recebe máquinas e ferramentas da cidade.

9. Os conflitos de terra que vêm acontecendo no campo brasileiro trazem à tona discussões a
respeito da Reforma Agrária, luta já antiga de alguns setores da sociedade brasileira. Nesse
sentido, quais são os critérios básicos a serem adotados na implantação de projetos de
Reforma Agrária para que se obtenham resultados positivos?

10. Pesquise sobre os transgênicos em jornais, revistas, telejornais. Converse com parentes,
amigos, a comunidade de modo geral e verifique os pontos positivos e negativos sobre
os transgênicos. Faça as anotações gerais e discuta em sala de aula a que conclusões você
e seus colegas chegaram:

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 79


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

QUESTÃO DESAFIO

11. O cultivo de cereais exemplifica as exigências da produção agrícola no que diz respeito
ao uso de insumos, principalmente de fertilizantes e defensivos químicos (pesticidas e
herbicidas).
Quem mais usa fertilizantes:
1º Japão
2º Reino Unido
3º Rússia
4º China
5º Brasil
6º E.U.A.
7º Nigéria
8º Índia
Sabe-se que a modernização da agricultura se realiza em escala mundial. Explique por que
a modernização tornou a agricultura uma prática de degradação dos chamados recursos
renováveis (água, solos) e de consumo dos recursos não renováveis (minerais).

80 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

sugestão de sites

• www.embrapa.com.br
• www.incra.com.br
• www.ibge.com.br

sugestão de filme

• A Classe que Sobra -Peter Overbeck – 1985


Documentário sobre os trabalhadores rurais que trabalham como
bóias-frias para a agroindústria de açúcar e álcool no Estado de São
Paulo e exigem a reforma agrária. O filme descreve, na primeira parte, as
origens e condições de vida do trabalho dos bóias frias, mostrando, em
seguida, o surgimento da forma de organização de luta própria – a greve
de Guariba – o acordo é firmado num dos primeiros seminários regionais
durante o qual os trabalhadores rurais exigem a Reforma Agrária.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 81


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

RECAPITULANDO

No capítulo 1 sobre demografia, os conceitos básicos trabalhados foram:


Importância da demografia.
População absoluta.
População relativa / densidade demográfica.
Países populosos e países povoados.
Crescimento populacional.
Taxa de natalidade.
Taxa de mortalidade.
Crescimento natural ou vegetativo.
Expectativa de vida.
Taxa de fecundidade.
Estrutura etária da população – jovens / adultos / idosos.
Pirâmide etária.
População economicamente ativa (PEA).
População economicamente inativa (PEI).
Setores da economia: primário / secundário / terciário / quaternário.
Movimentos da população – fatores: físicos ou naturais / históricos / econômicos.
Migrações internas e externas – emigração / imigração.
Migrações pendulares / sazonais / êxodo rural / migração urbana-urbana / nomadis-
mo.
Recenseamentos.

De acordo com o capítulo 2, vejamos os conceitos básicos abordados:


Sociedades humanas.
Povo.
Estado-nação.
Etnia – branca ou caucasóide / negra ou negróide / amarela ou mongolóide.
Raça / racismo.
Xenofobia.
Miscigenação brasileira – negros / brancos / asiáticos / índios, etc.

82 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Divisão social do trabalho.


Meios de produção.
Mercado / mercado consumidor.
Capitalismo.

Os conceitos básicos vistos no capítulo 3 são:


Revolução Industrial.
Urbanização.
Rede urbana brasileira.
Cidades espontâneas / planejadas.
Conurbação.
Metrópole / Metrópole Regional / Metrópole Nacional / Capital Regional / Centro Re-
gional / Região Metropolitana / Megalópole.
Efeitos da industrialização na organização do espaço – transportes / moradia / sanea-
mento básico etc.
Setores da economia – primário / secundário / terciário / quaternário.
Relação sociedade e desenvolvimento econômico – desenvolvimento sustentável /
qualidade de vida.

Os conceitos básicos desenvolvidos no capítulo 4 são:


Agropecuária.
Agricultura intensiva / extensiva.
Agricultura Hidropônica / Agricultura Orgânica / Agricultura de Subsistência / Agroin-
dústria / Latifúndio / Latifúndio por dimensão / Latifúndio por exploração / Minifúndio
/ Propriedade Familiar.
Agropecuária em países desenvolvidos.
Agropecuária em países subdesenvolvidos.
Reforma Agrária.
Agricultura moderna / tradicional.
Biotecnologia / transgênicos.
Sistemas agrícolas – Agricultura Itinerante ou Sistema de Roça / Agricultura de Plantio
/ Agricultura de Jardinagem (rizicultura irrigada) / Agricultura de Deserto / Agricultura
Tropical / Plantation.
Relação cidade X campo.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 83


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

11. 1, 3, 2, 3, 1, 3, 3, 3, 2, 3
GABARITO
12. Quando o PEA se concentra no setor pri-
mário, podemos deduzir que o país apresen-
Capítulo 1 ta uma grande dependência das atividades
pág. 20 primárias e que elas apresentam um baixo
nível de mecanização. No segundo caso, o
1. Migrações internas são os deslocamentos país apresenta uma expressiva economia
que se verificam no interior de um mesmo urbano-industrial.
país, a exemplo das migrações inter-regio-
nais, quando a população se desloca de 13.
uma região para outra, ou do êxodo rural, a) a urbanização da população brasileira e a
quando a população se desloca do campo adoção de novos procedimentos quanto
para a cidade. à natalidade; o fácil acesso aos métodos
anticoncepcionais; a difusão das informa-
2. Populoso: quando uma região apresenta ções graças aos meios de comunicação;
uma população absolta com um número a participação da mulher no mercado de
bastante significativo. trabalho; os padrões de modernização da
Povoado: quando uma região apresenta sociedade.
uma densidade demográfica bastante ex- b) a diminuição da taxa de crescimento de-
pressiva. mográfico; a diminuição do percentual
Exemplos a critério do aluno de jovens (com menos de 15 anos). Em
1960, esse grupo de idade representava
3. b 42% da população total; em 2000, apro-
ximadamente 30%; aumento do per-
4. c centual de adultos (15 a 59 anos) que,
em 2000, chegou a 62% da população
5. d total; aumento percentual significativo
do contingente com idade acima de 50
6. d anos (em 2000, aproximadamente 9% da
população total).
7. a

8. a Capítulo 2
pág. 38
9. c

10. 1. A critério do aluno. As sociedades primiti-


vas já desenvolviam distribuição de tarefas
a) absoluta
e esse processo continuou acontecendo ao
b) urbana / urbana longo da história, se diferenciando através
c) Expectativa de vida / esperança de das inúmeras culturas. Alguns exemplos
vida podem ser verificados na sociedade mo-
d) Demografia derna, em que as mulheres possuem dupla
jornada de trabalho. Algumas sociedades

84 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

são caracterizadas pelo sustento da família cesso de urbanização; maiores investimen-


sendo obrigação do homem (que deve in- tos tecnológicos e científicos; aumento da
clusive receber melhores salários). expectativa de vida; redução da mortalida-
de; transformações no meio rural; êxodo
2. A critério do aluno. Propriedade privada rural; trabalho assalariado etc.
dos meios de produção. As pessoas, indivi-
dualmente ou reunidas em sociedade, são 2. Meios de transportes ineficientes, proble-
donas dos meios de produção. A definição mas de saneamento básico, sistema de
de preços é feita pelo mercado, com base na saúde precário, poluição, favelas, custo de
oferta e na procura, isto é, na disputa de in- vida elevado, violência etc.
teresses entre quem quer comprar e quem
quer vender produtos e serviços. 3.
a) Crescem a partir de um núcleo inicial,
3. 1, 2, 3, 4 sem um planejamento, e geralmente
apresentam um traçado irregular. Ex:
4. Porque a população brasileira é formada por Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Rio de
inúmeras raças, e como raça é apenas um Janeiro etc.
conceito biológico, o termo mais correto é b) Crescem a partir de um plano previa-
etnia, um conceito cultural e social. mente elaborado. Ex: Brasília, Goiânia,
Belo Horizonte, Palmas, Washington,
5. F, V, F, V, F, V Camberra etc.

6. c 4. e
7. A critério do aluno 5. c
8. 6. Fase artesanal.
a) mercado
b) meios de produção 7. Indústria.
c) Fundação Nacional do Índio (FUNAI)
d) País ou Estado-nação 8. Devido à Revolução Industrial.

9. Os atuais conflitos étnico-nacionais ocorrem 9. Capitalismo.


em casos onde não há democracia. Normal-
mente há a pressão de uma etnia sobre a 10. Região Metropolitana.
outra, e uma delas se rebela.
11. Setor primário.

Capítulo 3 12. a
pág. 55 13. c
1. Maior utilização de matéria-prima, energia,
mão-de-obra, mercados de consumo; pro- 14. d

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 85


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

15. Os índices satisfatórios de urbanização e de saúde são dois fatores que contribuem para a
redução da taxa de natalidade. A cidade proporciona às famílias melhor esclarecimento sobre
os problemas que podem ocorrer quando o número de filhos é elevado, oferecendo ainda
maior quantidade de informações e trocas de experiências entre as pessoas. É no meio urbano
que há mais facilidades de acesso à educação escolar universitária e a cursos profissionalizan-
tes. O próprio mercado de trabalho age também como um controlador da natalidade. Outro
fator fundamental para a queda da natalidade no Brasil é a prática da medicina preventiva
que orienta os indivíduos sobre o uso dos diversos tipos de preservativos e outros meios
anticoncepcionais. O Estado intervém desde a década de 1940. No entanto, as campanhas
educacionais mais intensivas começaram a partir de 1970, quando o controle de natalidade
passou a ser praticado em todo o sistema de saúde.

Capítulo 4
pág. 75
1. Com a Revolução Industrial houve uma verdadeira “Revolução Agrícola”.Muitas máquinas foram
inventadas, proporcionando um grande aumento das atividades agrárias com a mecanização
e a produção em maior escala.

2. V, V, V, F - o sistema de plantation é típico dos países subdesenvolvidos.

3. d

4. 2, 3, 4, 5

5.
a) s u b s i s T e n c i a
b) o R g a n i c a
c) i n d i A
d) p l a n T a t i o n
e) m O d e r n a
f) a R c a i c a
g) c l o n a g E m
h) b r a S i l
6.
a) campo.
b) cidade / matérias-primas.
c) reforma agrária / subdesenvolvidos.
d) Trigo / cevada / grão-de-bico / figos.
e) Hidropônica / agricultor.

86 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

7. b

8. a

9. A Reforma Agrária, de modo geral, implica


em uma mudança da estrutura fundiária,
através da desapropriação e distribuição
de lotes a famílias camponesas. Para que a
Reforma Agrária possa ter resultados posi-
tivos, a desapropriação e a distribuição de
terras devem ser acompanhadas de recur-
sos financeiros, técnicos e de assistência ao
agricultor. Para a seleção de áreas, torna-se
importante também o conhecimento do
espaço geográfico através da análise das
condições naturais, econômicas e sociais.

10. Pesquisa.

11. A padronização tecnológica da agricultura


desorganiza os ecossistemas, degradando os
solos e afetando os mananciais e a qualidade
da água de rios e lagos. As sementes usadas
em laboratórios são exigentes em termos
de água, defensivos e adubos químicos, o
que provoca a degradação do ambiente
nas áreas agrícolas. O consumo de defen-
sivos, fertilizantes e combustíveis, que têm
por base o uso químico de substâncias de
origem mineral (potássio, calcário, petróleo
etc.).

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 87


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Referências de Imagens
Unidade 1
pg.03 - Banco de Imagens do Iesde.
pg.04 - Banco de Imagens do Iesde.
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pg.05 - Geografia. Série Brasil. José Willian Vesentini.Ed. Ática. pg. 50.
pg.07 - Geografia. O Homem no Espaço Global. Elian Alabi Lucci. Ed. Saraiva. pg. 215.
pg.07 - Geografia Geral. O Espaço Natural e Sócio-econômico. Marcos de Amorim Coelho/Lygia
Terra. Ed. Moderna. pg. 396.
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pg.08 - Geografia Geral. O Espaço Natural e Sócio-econômico. Marcos de Amorim Coelho/Lygia
Terra. Ed. Moderna. pg. 225.
pg.12 - Geografia. História da Cartografia. Localização e Orientação Paisagem: Formação e
Transformação. Sonia Castellar/Valter Maestro. Quinteto Editorial.pg. 54.
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Franca. Volume 05. Ed. FTD. pg. 48.
pg.20 - Geografia Geral. O Espaço Natural e Sócio-econômico. Marcos de Amorim Coelho/Lygia
Terra. Ed. Moderna. pg. 64.
pg.20 - Geografia Geral. O Espaço Natural e Sócio-econômico. Marcos de Amorim Coelho/Lygia
Terra. Ed. Moderna. pg. 60.
pg.24 - Banco de Imagens do Iesde.
pg.24 - Banco de Imagens do Iesde.
pg.31 - Novo Atlas Geográfico. Ilustrado e Comentado. Regina Vasconcellos e Ailton P. Alves
Filho. Editora FTD. pg. 48.
pg.35 - Geografia Geral. O Espaço Natural e sócio-econômico. Marcos de Amorim Coelho.
Editora Moderna. pg. 19.
pg.36 - Geografia. Noções Básicas de Geografia. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg. 13.
pg.36 - Banco de Imagens do Iesde.
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pg.50 - Banco de Imagens do Iesde.
pg.57 - Geografia. História da Cartografia. Localização e Orientação Paisagem: Formação e
Transformação. Sonia Castellar/Valter Maestro. Quinteto Editorial. pg. 21.
pg.58 - Geografia. História da Cartografia. Localização e Orientação Paisagem: Formação e
Transformação. Sonia Castellar/Valter Maestro. Quinteto Editorial. pg. 13.
pg.60 - Geografia. Noções Básicas de Geografia. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg. 37.
pg.63 - Geografia. Noções Básicas de Geografia. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg. 32.

88 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

Unidade 02
pg.08 - Geografia. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Lucia Marina e Tércio. Ed.Ática.pg.
47.
pg.08 - Geografia. Noções Básicas de Geografia. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg.151.
pg.09 - Geografia. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Lucia Marina e Tércio. Ed.Ática.pg.
48.
pg.09 - Geografia. Noções Básicas de Geografia. Melhen Adas. Ed. Moderna.pg. 153.
pg.14 - Geografia Geral e do Brasil.Sociedade e Espaço. J. Willian Vasentini. Ed.
Ática.pg..283.
pg.16 - Geografia. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Lucia Marina e Tércio. Ed.Ática.pg.
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pg.17 - Geografia Geral e do Brasil. Eustáquio de Sene/João Carlos Moreira. Ed. Scipione.pg.
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pg.17 - Geografia. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Lucia Marina e Tércio. Ed.Ática.pg.
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pg.20 - Revista Veja. 22 de novembro de 2000.
pg.20 - Geografia Geral e do Brasil.Sociedade e Espaço. J. Willian Vasentini. Ed. Ática.pg.
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pg.21 - Banco de Imagens do Iesde.
pg.28 - Geografia. O Subdesenvolvimento e o Desenvolvimento Mundial e o Estudo da Amé-
rica. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg. 07.
pg. 29Construindo a Geografia. Cenários do Mundo Contemporâneo. Regina Araujo/Raul
Borges Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 83.
pg. 29Construindo a Geografia. Cenários do Mundo Contemporâneo. Regina Araujo/Raul
Borges Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 81.
pg. 31Construindo a Geografia. Cenários do Mundo Contemporâneo. Regina Araujo/Raul
Borges Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 90.
pg. 31Geografia Geral e do Brasil. Eustáquio de Sene/João Carlos Moreira. Ed. Scipione. pg.
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pg. 36Banco de Imagens do Iesde.
pg. 40Geografia. O Subdesenvolvimento e o Desenvolvimento Mundial e o Estudo da América.
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pg. 42Banco de Imagens do Iesde.
pg. 43Os Rios, os Mares e os Oceanos. Celso Antunes. Ed. Scipione. pg. 13.
pg. 55Construindo a Geografia. Uma Janela Para o Mundo. Regina Araujo/Raul Borges
Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 87.
pg. 55Construindo a Geografia. Uma Janela Para o Mundo. Regina Araujo/Raul Borges
Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 76.
pg. 56Construindo a Geografia. Uma Janela Para o Mundo. Regina Araujo/Raul Borges
Guimarães/Wagner Costa Ribeiro. Ed. Moderna. pg. 63.
pg.58 - Geografia Geral e do Brasil.Sociedade e Espaço. J. Willian Vasentini. Ed. Ática. pg.
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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 89


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

pg.61 - Banco de Imagens do Iesde.


pg.61 - Geografia Geral e do Brasil. Eustáquio de Sene/João Carlos Moreira. Ed. Scipione. pg.
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pg.68 - Geografia Geral e do Brasil. Eustáquio de Sene/João Carlos Moreira. Ed. Scipione. pg.
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pg.69 - Nova Geografia. A Sociedade e a Natureza. Demétrio Magnoli e Reinaldo Scalzaretto.
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pg.69 - Banco de Imagens do Iesde.
Pg.69 - Geografia. Série Novo Ensino Médio. Volume Único. Lucia Marina e Tércio. Ed.Ática.
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pg.74 - Geografia. O Subdesenvolvimento e o Desenvolvimento Mundial e o Estudo da Amé-
rica. Melhen Adas. Ed. Moderna. pg. 170.
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pg.80 - Construindo a Geografia. Uma Janela Para o Mundo. Regina Araujo/Raul Borges
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pg.86 - Banco de Imagens do Iesde.
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90 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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pg.94 - Construindo a Geografia. Cenários do Mundo Contemporâneo. Regina Araujo/Raul
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pg.95 - Construindo a Geografia. Cenários do Mundo Contemporâneo. Regina Araujo/Raul
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“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 91


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pg.45 - Geografia Geral e do Brasil. Eustaquio de Sene/João Carlos Moreira. Ed. Scipione. pg.
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pg.47 - Gazeta do Povo. Domingo. 25 de Julho de 2004.
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92 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”


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274.

“Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.” 93


5ª Série – Ensino a Distância – Colégio Militar de Manaus

94 “Onde houver Amazônia – A qualquer hora, em todo lugar.”

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