Você está na página 1de 15

01

I.Diante da dificuldade, municípios de diferentes regiões do país realizaram um segundo “dia D” neste sábado. O
primeiro ocorreu em 18 de agosto. A adesão, no entanto, ainda ficou abaixo do esperado. Agora, a recomendação
é que estados e municípios façam busca ativa para garantir que todo o público‐alvo da campanha seja vacinado.
Folha de S. Paulo. São Paulo. 03/09/2018.

II.Pensar sobre a vaga, buscar conhecer a empresa e o que ela busca já faz de você alguém especial. Muitos que
procuram o balcão de emprego não compreendem que os detalhessão fundamentais para conseguir a
recolocação. Agora, não pense que você vai conseguir na primeira investida, a busca por um novo emprego
requer paciência e persistência, tenha você 20 anos ou 50.
Balcão de Emprego. Disponível em: <https://empregabrasil.com.br/>

O termo “Agora” pode ser substituído, respectivamente, em I e II e sem prejuízo de sentidos nos dois textos, por

a) Neste momento; Por conseguinte

b) Neste ínterim; De fato.

c) Portanto; Ademais.

d) Todavia; Então.

e) Doravante; Mas.

02

Seria difícil encontrar hoje um crítico literário respeitável que gostasse de ser apanhado defendendo como uma
ideia a velha antítese estilo e conteúdo. A esse respeito prevalece um religioso consenso. Todos estão prontos a
reconhecer que estilo e conteúdo são indissolúveis, que o estilo fortemente individual de cada escritor importante
é um elemento orgânico de sua obra e jamais algo meramente “decorativo”. Na prática da crítica, entretanto, a
velha antítese persiste praticamente inexpugnada.
Susan Sontag. “Do estilo”. Contra a interpretação.

Consideradas no contexto, as expressões “religioso consenso”, “orgânico” e “inexpugnada”, sublinhadas no texto,


podem ser substituídas, sem alteração de sentido, respectivamente, por:

a) místico entendimento; biológico; invencível.

b) piedoso acordo; puro; inesgotável.

c) secular conformidade; natural; incompreensível.

d) fervorosa unanimidade; visceral; insuperada.

e) espiritual ajuste; vital; indomada.

03

Alguns pesquisadores falam sobre a necessidade de um “letramento racial”, para “reeducar o indivíduo em uma
perspectiva antirracista”, baseado em fundamentos como o reconhecimento de privilégios, do racismo como um
problema social atual, não apenas legado histórico, e a capacidade de interpretar as práticas racializadas. Ouvir é
sempre a primeira orientação dada por qualquer especialista ou ativista: uma escuta atenta, sincera e empática.
Luciana Alves, educadora da Unifesp, afirma que "Uma das principais coisas é atenção à linguagem. A gente tem
uma linguagem sexista, racista, homofóbica, que passa pelas piadas e pelo uso de termos que a gente já
naturalizou. ‘A coisa tá preta’, ‘denegrir’, ‘serviço de preto’... Só o fato de você prestar atenção na linguagem já
anuncia uma postura de reconstrução. Se o outro diz que tem uma carga negativa e ofensiva, acredite”.

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


(Adaptado de Gente branca: o que os brancos de um país racista podem fazer pela igualdade além de não serem
racistas. UOL, 21/05/2018)

Segundo Luciana Alves, para combater o racismo e mudar de postura em relação a ele, é fundamental

a) ouvir com atenção os discursos e orientações de especialistas e ativistas.

b) reconhecer expressões racistas existentes em práticas naturalizadas.

c) passar por um “letramento racial” que dispense o legado histórico.

d) prestar atenção às práticas históricas e às orientações da educadora.

04

Leia o trecho do livro A dança do universo, do físico brasileiro Marcelo Gleiser, para responder a questão.
Algumas pessoas tornam-se heróis contra sua própria vontade. Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente)
revolucionárias, muitas vezes não as reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial. Divididas entre enfrentar sua
insegurança expondo suas ideias à opinião dos outros, ou manter-se na defensiva, elas preferem a segunda opção. O mundo está cheio de
poemas e teorias escondidos no porão.
Copérnico é, talvez, o mais famoso desses relutantes heróis da história da ciência. Ele foi o homem que colocou o Sol de volta no centro
do Universo, ao mesmo tempo fazendo de tudo para que suas ideias não fossem difundidas, possivelmente com medo de críticas ou
perseguição religiosa. Foi quem colocou o Sol de volta no centro do Universo, motivado por razões erradas. Insatisfeito com a falha do
modelo de Ptolomeu, que aplicava o dogma platônico do movimento circular uniforme aos corpos celestes, Copérnico propôs que o equante
fosse abandonado e que o Sol passasse a ocupar o centro do cosmo. Ao tentar fazer com que o Universo se adaptasse às ideias platônicas,
ele retornou aos pitagóricos, ressuscitando a doutrina do fogo central, que levou ao modelo heliocêntrico de Aristarco dezoito séculos antes.
Seu pensamento reflete o desejo de reformular as ideias cosmológicas de seu tempo apenas para voltar ainda mais no passado;
Copérnico era, sem dúvida, um revolucionário conservador. Ele jamais poderia ter imaginado que, ao olhar para o passado, estaria criando
uma nova visão cósmica, que abriria novas portas para o futuro. Tivesse vivido o suficiente para ver os frutos de suas ideias, Copérnico
decerto teria odiado a revolução que involuntariamente causou.
Entre 1510 e 1514, compôs um pequeno trabalho resumindo suas ideias, intitulado Commentariolus Pequeno comentário
( ). Embora na
época fosse relativamente fácil publicar um manuscrito, Copérnico decidiu não publicar seu texto, enviando apenas algumas cópias para uma
audiência seleta. Ele acreditava piamente no ideal pitagórico de discrição; apenas aqueles que eram iniciados nas complicações da
matemática aplicada à astronomia tinham permissão para compartilhar sua sabedoria. Certamente essa posição elitista era muito peculiar,
vinda de alguém que fora educado durante anos dentro da tradição humanista italiana. Será que Copérnico estava tentando sentir o clima
intelectual da época, para ter uma ideia do quão “perigosas” eram suas ideias? Será que ele não acreditava muito nas suas próprias ideias e,
portanto, queria evitar qualquer tipo de crítica? Ou será que ele estava tão imerso nos ideais pitagóricos que realmente não tinha o menor
interesse em tornar populares suas ideias? As razões que possam justificar a atitude de Copérnico são, até hoje, um ponto de discussão
entre os especialistas.

(A dança do universo, 2006. Adaptado.)


Em “Mesmo que elas tenham ideias realmente (ou potencialmente) revolucionárias, muitas vezes não as
reconhecem como tais, ou não acreditam no seu próprio potencial” (1o parágrafo), a locução conjuntiva
sublinhada pode ser substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:

a) À medida que.

b) Ainda que.

c) Desde que.

d) Visto que.

e) A menos que.

05

Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.
(Thiago de Mello. Os estatutos do homem. São Paulo, Vergara & Riba, 2001.)

Nos versos “Fica decretado que os homens/estão livres do jugo da mentira”, o sentido figurado da
palavra destacada “jugo” só não está correto em:

a) forca

b) submissão

c) obediência

d) opressão

e) sujeição

06

Texto 2

Campeonato de peão

Bota parafuso no bico do peão


Bota prego limado, bota tudo
pra rachar o pião competidor.
Roda, pião!
Racha, pião!
Se você não pode rachar este colégio
nem o mundo nem a vida,
racha pelo menos o pião!
(Mas eu não sei, nunca aprendi
rachar pião. Imobilizo-me.)
(Carlos Drummond de Andrade. Nova reunião: 23 livros de poesia. Vol. III. Rio de Janeiro, Bestbolso, 2009. p.267)

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Uma das principais características do texto poético é a plurissignificação de palavras e expressões, como ocorre
com o emprego do verbo “rachar” em “Campeonato de pião”. Em “não pode rachar este colégio/nem o mundo
nem a vida” (versos 6 e 7), “rachar” significa

a) agredir.

b) lançar.

c) dividir.

d) fender.

07

Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.


Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes
eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo
autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um
carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira.
Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar
os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O
acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro
para comer, mais belo para olhar.
Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um
pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente,
na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de
deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?
O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker
, Smollett definiu o pão de Londres
como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já
eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado
Poison detected: or frightful truths
, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos
de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar
imundícies ao alimento dos vivos”.
( Em casa
, 2011. Adaptado.)

1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.
2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos, com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes,
papel, porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.

Em “Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o
varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo” (2° parágrafo), o termo sublinhado está
empregado em sentido similar ao do termo sublinhado em:

a) “Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de ‘giz, alume e cinzas de ossos,
insípido ao paladar e destrutivo para a constituição’” (3° parágrafo).

b) “A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro”
(3° parágrafo).

c) “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos” (3°
parágrafo).

d) “Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de ‘giz, alume e cinzas de ossos,
insípido ao paladar e destrutivo para a constituição’” (3° parágrafo).

e) “A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro”
(3° parágrafo).

08

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto.

1- estimativa (l. 06) por pretensão.


2- gradual (l. 12) por progressiva.
3- acervo (l. 20) por conjunto.
Quais propostas indicam que a segunda palavra constitui sinônimo adequado da primeira, considerando o
contexto em que ocorre?

a) Apenas 1.

b) Apenas 2.

c) Apenas 3.

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


d) Apenas 1 e 2.

e) Apenas 2 e 3.

09

Assinale a alternativa em que a substituição proposta mantém o sentido da passagem do texto, considerando o
contexto em que a expressão é empregada.

a) essas atrozes quimeras (l. 13) por esses assombrosos monstros.


b) expiravam como seres humanos (l. 13-14) por respiravam como pessoas.
Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57
c) ainda por cima (l. 33) por ainda assim.
d) varado de balas (l. 40) por morto com tiros.
e) encurralado (l. 43) por curvado.

10

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Considere as seguintes afirmações sobre o significado de palavras nos contextos de ocorrência.

I - A palavra chave (l. 11) poderia ser substituída pela expressão elemento essencial, sem prejuízo da
compreensão do sentido do parágrafo.
II - A palavra Hoje(l. 28) diz respeito somente ao dia em que o autor escreveu o texto, servindo para situá-lo
nesse momento específico da escrita.
III- A palavra dialeticamente (l. 32) diz respeito a um modo de interpretação que considera a interação de
fatores distintos em um processo de síntese.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.

c) Apenas III.

d) Apenas I e III.

e) I, II e III.

11

Considere o trecho abaixo extraído do texto.

É o que tem ocorrido com o estudo da relação entre a obra e o seu condicionamento social, que a
certa altura chegou a ser vista como chave para compreendê-la, depois foi rebaixada como falha de
visão, — e talvez só agora comece a ser proposta nos devidos termos (l. 08 a 14).
Se a palavra relação fosse substituída por vínculo, quantas outras palavras no trecho teriam de ser modificadas
para fins de correção gramatical?

a) Duas.

b) Três.

c) Quatro.

d) Cinco.

e) Seis.

12

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Considere as seguintes propostas de substituição de nexos do texto e assinale com 1 aquelas que mantêm o
sentido do texto e com 2 aquelas que alteram.

( ) Mas (l. 03) por sobretudo.


( ) De fato (l. 15) por No entanto.
( ) portanto (l. 43) por todavia.
( ) pois (l. 56) por porque.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

a) 1 – 2 – 1 – 1.

b) 1 – 1 – 2 – 2.

c) 2 – 1 – 2 – 1.

d) 2 – 2 – 1 – 1.

e) 2 – 2 – 2 – 1.

13

Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), em que se narram eventos referentes a uma das expedições militares enviadas pelo governo
federal para combater Antônio Conselheiro e seus seguidores sediados em Canudos.

Oitocentos homens desapareciam em fuga, abandonando as espingardas; arriando as padiolas, em que se estorciam feridos; jogando
fora as peças de equipamento; desarmando- -se; desapertando os cinturões, para a carreira desafogada; e correndo, correndo ao acaso,
correndo em grupos, em bandos erradios, correndo pelas estradas e pelas trilhas que as recortam, correndo para o recesso das caatingas,
tontos, apavorados, sem chefes...
Entre os fardos atirados à beira do caminho ficara, logo ao desencadear-se o pânico – tristíssimo pormenor! – o cadáver do comandante.
Não o defenderam. Não houve um breve simulacro de repulsa contra o inimigo, que não viam e adivinhavam no estrídulo dos gritos
desafiadores e nos estampidos de um tiroteio irregular e escasso, como o de uma caçada. Aos primeiros tiros os batalhões diluíram-se.
Apenas a artilharia, na extrema retaguarda, seguia vagarosa e unida, solene quase, na marcha habitual de uma revista, em que parava
de quando em quando para varrer a disparos as macegas traiçoeiras; e prosseguindo depois, lentamente, rodando, inabordável, terrível...
[...]
Um a um tombavam os soldados da guarnição estoica.
Feridos ou espantados os muares da tração empacavam; torciam de rumo; impossibilitavam a marcha.
A bateria afinal parou. Os canhões, emperrados, imobilizaram-se numa volta do caminho...
O coronel Tamarindo, que volvera à retaguarda, agitando-se destemeroso e infatigável entre os fugitivos, penitenciando-se
heroicamente, na hora da catástrofe, da tibieza anterior, ao deparar com aquele quadro estupendo, procurou debalde socorrer os únicos
soldados que tinham ido a Canudos. Neste pressuposto ordenou toques repetidos de “meia-volta, alto!”. As notas das cornetas, convulsivas,
emitidas pelos corneteiros sem fôlego, vibraram inutilmente. Ou melhor – aceleraram a fuga. Naquela desordem só havia uma determinação
possível: “debandar!”.
Debalde alguns oficiais, indignados, engatilhavam revólveres ao peito dos foragidos. Não havia contê-los. Passavam; corriam; corriam
doudamente; corriam dos oficiais; corriam dos jagunços; e ao verem aqueles, que eram de preferência alvejados pelos últimos, caírem
malferidos, não se comoviam. O capitão Vilarim batera-se valentemente quase só e ao baquear, morto, não encontrou entre os que
comandava um braço que o sustivesse. Os próprios feridos e enfermos estropiados lá se iam, cambeteando, arrastando-se penosamente,
imprecando os companheiros mais ágeis...
As notas das cornetas vibravam em cima desse tumulto, imperceptíveis, inúteis...
Por fim cessaram. Não tinham a quem chamar. A infantaria desaparecera...

(Os sertões, 2016.)


Em “O coronel Tamarindo [...] ao deparar com aquele quadro estupendo, procurou debalde socorrer os únicos
soldados que tinham ido a Canudos.” (6o parágrafo), o termo destacado pode ser substituído, sem prejuízo para o
sentido do texto, por:

a) inutilmente.

b) lealmente.

c) desesperad

d) valentemente

e) humildement

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


14

Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico brasileiro Marcelo Gleiser.

Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de melhor expressão, devemos chamar
de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que
vem depois. Já o presente é o “agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o presente. Mas, segundo nossa
separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu
f te não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não existe!
Se o tempo teve uma origem, então existiu um momento no passado
e ogônicas, que visam explicar a origem do Universo, esse momento
e “clássico” é usada em contraste com “quântico”, a área da física que
lida com fenômenos atômicos e subatômicos.
[...]
As descobertas de Einstein mudaram profundamente nossa concepção do tempo. Em sua teoria da relatividade geral, ele mostrou que a
presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo, embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia. O
tempo relativístico adquire uma plasticidade definida pela realidade física à sua volta. A coisa se complica quando usamos a relatividade geral
para descrever a origem do Universo.
Folha de S.Paulo
( , 07.06.1998.)

Em “[Einstein] mostrou que a presença de massa (ou de energia) também influencia a passagem do tempo,
embora esse efeito seja irrelevante em nosso dia a dia.” (4o parágrafo), a conjunção destacada pode ser
substituída, sem prejuízo para o sentido do texto, por:

a) visto que.

b) a menos que.

c) ainda que.

d) a fim de que.

e) desde que.

15

Leia a crônica “Premonitório”, de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987).


Do fundo de Pernambuco, o pai mandou-lhe um telegrama:
“Não saia casa 3 outubro abraços”.
O rapaz releu, sob emoção grave. Ainda bem que o velho avisara: em cima da hora, mas avisara. Olhou a data: 28 de setembro. Puxa
vida, telegrama com a nota de urgente, levar cinco dias de Garanhuns a Belo Horizonte! Só mesmo com uma revolução esse telégrafo
endireita. E passado às sete da manhã, veja só; o pai nem tomara o mingau com broa,precipitara-se na agência para expedir a mensagem.
Não havia tempo a perder. Marcara encontros para o dia seguinte, e precisava cancelar tudo, sem alarde, como se deve agir em tais
ocasiões. Pegou o telefone, pediu linha,mas a voz de d. Anita não respondeu. Havia tempo que morava naquele hotel e jamais deixara de
ouvir o “pois não” melodioso de d. Anita, durante o dia. A voz grossa, que resmungara qualquer coisa, não era de empregado da casa;
insistira:“como é?”, e a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha.Falou rapidamente a diversas pessoas, aludiu a uma ponte que talvez
resistisse ainda uns dias, teve oportunidade de escandir as sílabas de arma virumque cano1 , disse que achava pouco cem mil unidades, em
tal emergência, e arrematou:“Dia 4 nós conversamos.” Vestiu-se, desceu. Na portaria, um sujeito de panamá bege, chapéu de aba larga e
sapato de duas cores levantou-se e seguiu-o. Tomou um carro, o outro fez o mesmo. Desceu na praça da Liberdade e pôs-se a contemplar
um ponto qualquer. Tirou do bolso um caderninho e anotou qualquer coisa. Aí, já havia dois sujeitos de panamá, aba larga e sapato bicolor,
confabulando a pequena distância.Foi saindo de mansinho, mas os dois lhe seguiram na cola. Estava calmo, com o telegrama do pai dobrado
na carteira, placidez satisfeita na alma. O pai avisara a tempo, tudo correria bem. Ia tomar a calçada quando a baioneta em riste advertiu:
“Passe de largo”; a Delegacia Fiscal estava cercada de praças, havia armas cruzadas nos antos. Nos Correios, a mesma coisa, também na
Telefônica. Bondes passavam escoltados. Caminhões conduziam tropa, jipes chispavam. As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca
gente na rua. Céu escuro, abafado, chuva próxima.
Pensando bem, o melhor era recolher-se ao hotel; não havia nada a fazer. Trancou-se no quarto, procurou
ler, de vez em quando o telefone chamava: “Desculpe, é engano”,ou ficava mudo, sem desligar. Dizendo-se
incomodado, jantou no quarto, e estranhou a camareira, que olhava para os móveis como se fossem bichos.
Deliberou deitar-se,embora a noite apenas começasse. Releu o telegrama, apagou a luz.
Acordou assustado, com golpes na porta. Cinco da manhã. Alguém o convidava a ir à Delegacia de Ordem
Política e Social. “Deve ser engano.” “Não é não, o chefe está à espera.” “Tão cedinho? Precisa ser hoje
mesmo? Amanhã eu vou.” “É hoje e é já.” “Impossível.” Pegaram-lhe dos braços e levaram-no sem polêmica.
A cidade era uma praça de guerra, toda a polícia a postos. “O senhor vai dizer a verdade bonitinho e logo” –

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


disse-lhe o chefe. – “Que sabe a respeito do troço?” “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.”
“Vai estourar?” “Não sabia? E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” “Doutor, eu falei a
meu dentista, é um trabalho de prótese que anda abalado. Quer ver? Eu tiro.” “Não, mas e aquela frase em
código muito vagabundo, com palavras que todo mundo manja logo, como arma e cano?” “Sou professor de
latim, e corrigi a epígrafe de um trabalho.” “Latim, hem? E a conversa sobre os cem mil homens que davam
para vencer?” “São unidades de penicilina que um colega tomou para uma infecção no ouvido.” “E os cálculos
que o senhor fazia diante do palácio?” Emudeceu. “Diga, vamos!” “Desculpe, eram uns versinhos, estão aqui
no bolso.” “O senhor é esperto, mas saia desta. Vê este telegrama? É cópia do que o senhor recebeu de
Pernambuco. Ainda tem coragem de negar que está alheio ao golpe?” “Ah, então é por isso que o telegrama
custou tanto a chegar?” “Mais custou ao país, gritou o chefe. Sabe que por causa dele as Forças Armadas
ficaram de prontidão, e que isso custa cinco mil contos? Diga depressa.” “Mas, doutor…” Foi levado para
outra sala, onde ficou horas. O que aconteceu, Deus sabe. Afinal, exausto, confessou: “O senhor entende
conversa de pai pra filho? Papai costuma ter sonhos premonitórios, e toda a família acredita neles. Sonhou
que me aconteceria uma coisa no dia 3, se eu saísse de casa, e telegrafou prevenindo. Juro!”
Dia 4, sem golpe nenhum, foi mandado em paz. O sonho se confirmara: realmente, não devia ter saído de casa.
(70 historinhas, 2016.)
1 arma virumque cano: “canto as armas e o varão” (palavras iniciais da
epopeia Eneida, do escritor Vergílio, referentes ao herói Eneias).

Estão empregados em sentido figurado os termos destacados nos trechos:

a) “As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua.” (3o parágrafo) e “E aquela ponte
que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” (5o parágrafo).

b) “As manchetes dos jornais eram sombrias; pouca gente na rua.” (3o parágrafo) e “Não se faça de
bobo, o troço que vai estourar hoje.” (5o parágrafo).

c) “Não se faça de bobo, o troço que vai estourar hoje.” (5o parágrafo) e “Acordou assustado, com
golpes na porta.” (5o parágrafo).

d) “E aquela ponte que o senhor ia dinamitar mas era difícil?” (5o parágrafo) e “Não se faça de bobo, o
troço que vai estourar hoje.” (5o parágrafo).

e) “[...] a ligação foi dificultosa, havia besouros na linha.” (3o parágrafo) e “E aquela ponte que o
senhor ia dinamitar mas era difícil?” (5o parágrafo).

16

Leia o trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis (1839-1908), para responder à questão.

A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais. Não cito alguns aparelhos senão por se
ligarem a certo ofício. Um deles era o ferro ao pescoço, outro o ferro ao pé; havia também a máscara de folha de flandres. A máscara fazia
perder o vício da embriaguez aos escravos, por lhes tapar a boca. Tinha só três buracos, dois para ver, um para respirar, e era fechada atrás
da cabeça por um cadeado. Com o vício de beber, perdiam a tentação de furtar, porque geralmente era dos vinténs do senhor que eles
tiravam com que matar a sede, e aí ficavam dois pecados extintos, e a sobriedade e a honestidade certas. Era grotesca tal máscara, mas a
ordem social e humana nem sempre se alcança sem o grotesco, e alguma vez o cruel. Os funileiros as tinham penduradas, à venda, na porta
das lojas. Mas não cuidemos de máscaras.
O ferro ao pescoço era aplicado aos escravos fujões. Imaginai uma coleira grossa, com a haste grossa também, à direita ou à esquerda,
até ao alto da cabeça e fechada atrás com chave. Pesava, naturalmente, mas era menos castigo que sinal. Escravo que fugia assim, onde
quer que andasse, mostrava um reincidente, e com pouco era pegado.
Há meio século, os escravos fugiam com frequência. Eram muitos, e nem todos gostavam da escravidão. Sucedia ocasionalmente
apanharem pancada, e nem todos gostavam de apanhar pancada. Grande parte era apenas repreendida; havia alguém de casa que servia
de padrinho, e o mesmo dono não era mau; além disso, o sentimento da propriedade moderava a ação, porque dinheiro também dói. A fuga
repetia-se, entretanto. Casos houve, ainda que raros, em que o escravo de contrabando, apenas comprado no Valongo, deitava a correr,
sem conhecer as ruas da cidade. Dos que seguiam para casa, não raro, apenas ladinos, pediam ao senhor que lhes marcasse aluguel, e iam
ganhá-lo fora, quitandando.
Quem perdia um escravo por fuga dava algum dinheiro a quem lho levasse. Punha anúncios nas folhas públicas, com os sinais do
fugido, o nome, a roupa, o defeito físico, se o tinha, o bairro por onde andava e a quantia de gratificação. Quando não vinha a quantia,
vinha promessa: “gratificar-se-á generosamente” – ou “receberá uma boa gratificação”. Muita vez o anúncio trazia em cima ou ao lado uma
vinheta, figura de preto, descalço, correndo, vara ao ombro, e na ponta uma trouxa. Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o
acoitasse.
Ora, pegar escravos fugidios era um ofício do tempo. Não seria nobre, mas por ser instrumento da força com que se mantêm a lei e a
propriedade, trazia esta outra nobreza implícita das ações reivindicadoras. Ninguém se metia em tal ofício por desfastio ou estudo; a
pobreza, a necessidade de uma achega, a inaptidão para outros trabalhos, o acaso, e alguma vez o gosto de servir também, ainda que por
outra via, davam o impulso ao homem que se sentia bastante rijo para pôr ordem à desordem.
Contos: uma antologia
( , 1998.)

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Em “Protestava-se com todo o rigor da lei contra quem o acoitasse.” (4°parágrafo), o termo destacado pode ser
substituído, sem prejuízo de sentido para o texto, por:

a) escondesse.

b) denunciasse.

c) agredisse.

d) incentivasse.

e) ignorasse.

17

A crise final da escravidão, no Brasil, deu lugar ao aparecimento de um modelo novo de resistência, a que podemos chamar quilombo
abolicionista. No modelo tradicional de resistência à escravidão, o quilombo-rompimento, a tendência dominante era a política do esconderijo
e do segredo de guerra. Por isso, esforçavam-se os quilombolas exatamente para proteger seu dia a dia, sua organização interna e suas
lideranças de todo tipo de inimigo, curioso ou forasteiro, inclusive, depois, os historiadores.
Já no modelo novo de resistência, o quilombo abolicionista, as lideranças são muito bem conhecidas, cidadãos prestantes, com
documentação civil em dia e, principalmente, muito bem articulados politicamente. Não mais os grandes guerreiros do modelo anterior, mas
um tipo novo de liderança, uma espécie de instância de intermediação entre a comunidade de fugitivos e a sociedade envolvente.
Sabemos hoje que a existência de um quilombo inteiramente isolado foi coisa rara. Mas, no caso dos quilombos abolicionistas, os contatos
com a sociedade são tantos e tão essenciais que o quilombo encontra-se já internalizado, parte do jogo político da sociedade mais ampla.
(Quilombo abolicionista – cap. 1; p. 11. SILVA, Eduardo: As Camélias do Leblon e a abolição da escravatura : uma investigação de história
cultural. SP: Cia das Letras, 2003.)

As expressões ‘cidadãos prestantes’ e ‘instância de intermediação’, no segundo parágrafo, podem


ser interpretadas, segundo o contexto de ocorrência, respectivamente, como:

a) ‘pessoas que têm crenças religiosas’ e ‘foro oficial’.

b) ‘indivíduos que prestam serviços’ e ‘lugar de recurso’.

c) ‘cidadãos que se distinguem na sociedade’ e ‘nível de mediação’.

d) ‘cidadãos que são prestativos’ e ‘intermediários eventuais’.

e) ‘pessoas que protestam contra injustiças’ e ‘nível intermediário’.

18

Texto A:

A era dos memes na crise política atual

Seria cômico, se não fosse trágico, o estado de irreverência do brasileiro frente à crise em que o país encontra-se imerso. A nossa
capacidade de fazer piada de nós mesmos e da acentuada crise político-econômica atual nos instiga a refletir se estamos “jogando a toalha”
ou se este é apenas um “jeitinho brasileiro” de encarar a realidade. A criatividade de produzir piadas, memes e áudios engraçados expõe um
certo tipo de estratégia do brasileiro para lidar com situações de conflito: “Tira a Dilma. Tira o Aécio. Tira o Cunha. Tira o
Temer. Tira a calça jeans e bota um fio dental, morena você é tão sensual ”. Eis uma das milhares de piadas que circulam nas redes sociais
e que, de forma irreverente, estimulam o debate. Não há aquele que não se divirta com essa piada ou outra congênere; que não gargalhe
diante dos diversos textos engraçados que circulam por meio de postagens ou mensagens de celular, independentemente do grau de
escolaridade de quem compartilha. Seja por meio do deboche e do riso, é de “notório saber” que todas as classes estão conscientes da
gravidade da situação e que, por conseguinte, concordam que medidas enérgicas precisam ser tomadas. A diferença está na forma
ideologicamente defendida para a tomada de medidas.
A “memecrítica” é uma categoria de crítica social que tem causado desconforto nos políticos e membros dos poderes judiciário e
executivo, estimulando, inclusive, tentativas frustradas de mapeamento e controle do uso da internet por parte dos internautas. [...]
Por outro lado, questionar as contradições presentes apenas por meio da piada, em certo aspecto politizada, não garante mudanças
sociais de grande impacto.
Esses manifestos e/ou críticas de formas isoladas (ou uníssonas) podem, mesmo sem intenção, relegar os cidadãos brasileiros a um
estado de inércia, a uma condição de estado permanente de sonolência eterna em “berço esplêndido”. Já os manifestos, protestos e/ou
passeatas nas ruas e demais enfrentamentos em espaços de poder instituídos ainda são os mecanismos mais eloquentes e potenciais para

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


contrapor discursos e práticas opressoras que contribuem para o caos social. É preciso o tête-à-tête
, o diálogo crítico e reflexivo em casa, na
comunidade e demais ambientes socioculturais. Entretanto, um diálogo respeitoso, cordial, que busca a alteridade. Que apresente
discordâncias, entretanto respeite a opinião divergente, sem abrir mão da ética e do respeito aos direitos humanos.
(Luciano Freitas Filho – Carta Capital(adaptado), junho/2017. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2017/06/07/era-dos-
memes-na-crise-politica-atual/>.)

Considere as afirmativas abaixo acerca dos usos de aspas presentes no texto:

1. Em “Tira a Dilma, Tira o Aécio, Tira o Cunha, Tira o Temer. Tira a calça jeans e bota o fio dental,
morena você é tão sensual”, as aspas cumprem o papel de demarcar citação.
2. Em “jogando a toalha”, as aspas estão demarcando uma expressão idiomática.
3. Em “memecrítica”, as aspas estão demarcando um deslocamento do sentido usual da palavra.
4. Em “berço esplêndido” as aspas demarcam ironia pela via do recurso da intertextualidade.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.

e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

19

Na inelutável necessidade do amor (era quase primavera) pombo e pomba marcaram um encontro galante quando voavam e revoavam
no azul do Rio de Janeiro. Era bem de manhãzinha.
– Às quatro em ponto me casarei contigo no mais alto beiral – disse o pombo.
– Candelária? – perguntou a noiva.
– Do lado norte – respondeu ele.
– Tá – assentiu com alegria e pudor a pomba.
Pois, às quatro azul em ponto, a pomba pontualíssima pousava pensativamente no beiral. O pombo? O pombo não.
(...)
Paulo Mendes Campos.

Considerado o contexto em que ocorre, o adjetivo “inelutável” qualifica algo contra o que é ________________
lutar.

A lacuna dessa frase pode ser corretamente preenchida por

a) imperioso.

b) deplorável.

c) instável.

d) inútil.

e) prazeroso.

20

A QUESTÃO REFERE-SE AO ROMANCE A HORA DA ESTRELA , DE CLARICE LISPECTOR.

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57


Estrela é uma palavra que faz parte do título do romance, além de ser o símbolo do carro da marca Mercedes,
decisivo para o final da história.

Considerando esse final, o título do livro expressa o sentido de:

a) elogio

b) ironia

c) negação

d) louvação

Respostas 01: 02: 03: 04: 05: 06: 07: 08: 09: 10: 11: 12: 13: 14:
15: 16: 17: 18: 19: 20:

Kamila Aiane Alves Silva - kamilaaiane@gmail.com - CPF: 038.372.351-57

Você também pode gostar