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Cartilha - Uniapae - Educação - Modulo - 2 - 081119
Cartilha - Uniapae - Educação - Modulo - 2 - 081119
DA REDE APAE
AUTISMO E MÓDULO 2
EDUCAÇÃO
INCLUSIVA: A
MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA
Mara Monteiro da Cruz
E-mail: secretariauniapae@apaebrasil.org.br
47 Tarefa Prática
PROFESSORES
IZABEL NEVES FERREIRA
MARA MONTEIRO DA CRUZ
APRENDIZAGEM DE
ESTUDANTES COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO
DO AUTISMO (TEA)
• O conceito de autismo;
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substâncias necessárias à integração do alimento ao organismo.
Assimilação Acomodação
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ao saber já adquirido.
Assimilação, então, é o processo de incorporação de um
dado novo (conceito ou experiência) a um esquema intelectual já
existente. A tendência de assimilar (“filtrar”) é acompanhada de ou-
tra tendência complementar de acomodar. Para se adaptar, o sujei-
to deve ser capaz de se acomodar às exigências da situação, mo-
dificando, internamente, seus esquemas de pensamento ( ou seu
modo de pensar) diante das novas situações.
Acomodação é a modificação dos esquemas intelectuais,
forçada pelo objeto exterior que “resiste” à assimilação.
O desenvolvimento do conhecimento se dá quando o esfor-
ço para “digerir” o estímulo novo (informação nova) o transforma, e
o próprio esquema se transforma para integrar a noção nova. Este
trabalho de transformação interna constitui a atividade intelectual
fundamental de cada ser humano.
De acordo com Piaget, o conhecimento é adquirido por este
processo de reestruturação dos esquemas intelectuais realizado
pelo sujeito. Nestes termos, a aprendizagem e o desenvolvimento
da inteligência são processos ativos, pois dependem da ação da
própria pessoa e de sua interação com o meio ambiente.
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ciência intelectual evoluem cognitivamente, passando pelos
mesmos estágios de desenvolvimento normal da inteligência,
porém, num ritmo mais lento e com períodos de flutuação entre
um estágio e outro.
Enquanto no desenvolvimento normal há uma mobilida-
de crescente que acelera de modo progressivo o desenvolvimen-
to do pensamento, na deficiência intelectual há uma lentidão ou
até estagnação que conduz à “viscosidade” do processo de de-
senvolvimento. Inhelder chamou de “viscosidade genética” esta
característica do desenvolvimento diferenciado de pessoas com
deficiência intelectual, explicando-a, assim: “na medida em que,
ao atingir níveis superiores de pensamento, o sujeito não transcen-
de por completo as fases anteriores, oscilando entre um raciocínio
de nível que acabou de ultrapassar e aquele em que acabou de
ingressar”.
Os experimentos de Inhelder comprovaram que as pes-
soas com deficiência intelectual pensam com lógica, raciocinam,
embora só consigam atuar com lógica quando os objetos são
percebidos, manipulados e representados concretamente; es-
tas pessoas não têm acesso à lógica formal, que utiliza esque-
mas hipotético-dedutivos de raciocínio. De acordo com Piaget,
a debilidade do raciocínio dos indivíduos que têm deficiência
intelectual expressaria uma “construção operatória inacabada”,
pois esta não atingiria os últimos estágios do desenvolvimento
do pensamento (FERREIRA, 1998-p. 18).
Estes estudos mostram que o déficit orgânico não é de-
terminante do desenvolvimento intelectual, ele apenas condi-
ciona. De fato, o organismo é um dos fatores responsáveis pelo
desenvolvimento intelectual, não o único; o meio ambiente so-
cial pode facilitar, dificultar ou mesmo impedir que ele se realize.
O meio social pode produzir a deficiência intelectual, quando se
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vam este fenômeno quando se queixam de que o aluno parece
que “regrediu”, pois já sabia resolver uma situação de modo mais
avançado e, na ocasião seguinte, retorna a modos anteriores de
responder, como no caso de uma criança que já consegue pen-
sar usando esquemas assimilativos intuitivos ou mesmo lógicos,
mas, diante de uma situação mais difícil, necessita usar material
concreto, para “ajudar” a pensar.
As estratégias de ensino devem ser flexíveis para se
adaptar às características de aprendizagem desses alunos.
Resumindo: para se adaptar ao ambiente, o indivíduo
tem que fazer o equilíbrio entre assimilação (transformação dos
dados a serem incorporados aos esquemas intelectuais) e aco-
modação (modificação dos esquemas assimilativos). Este proces-
so permite que a inteligência evolua gradativamente em direção
à abstração do pensamento, passando por fases ou “estágios”
com características específicas. A seguir, descrevemos, resumi-
damente, estes estágios:
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O estágio sensório-motor:
https://br.freepik.com/vetores-gratis/defina-ilustracoes-de-criancas-pequenas-
-em-uma-carrinha-e-carrinho-de-bebe_1215724.htm#page=2&query=carri-
nho+de+beb%C3%AA&position=27
O estágio simbólico:
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vivencia. No desenho, observa-se que começa a representar a
figura humana, ainda de forma rudimentar (com braços e pernas
saindo da cabeça, por exemplo). Não consegue sintetizar o que
conhece e desenha partes isoladas do todo (realismo gorado).
O estágio intuitivo:
O estágio operatório-concreto:
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O estágio operatório-abstrato:
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Vigotski é também construtivista, mas sua abordagem
é muito diferente da perspectiva biológica piagetiana. Vigotski
procura fazer uma Psicologia que compreenda o homem como
uma síntese, enquanto corpo e mente, ser biológico, social,
membro da espécie humana e ser histórico-social.
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cia deles.
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A relação do homem com o mundo, mediada pelos sig-
nos, liberta-o da interação concreta com os objetos reais. Por-
tanto, quando o homem cria os símbolos, a fala e os signos, ele
aumenta seu domínio sobre si mesmo e sobre os outros, pois
desenvolve suas funções intelectuais (lembrar, comparar, relatar,
contar etc.).
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de pensamento generalizante. Vigotski enfatiza que é a neces-
sidade de comunicação social que desenvolve a linguagem. Sua
função de pensamento generalizante, faz dela um instrumento
de pensamento, pois permite organizar o real, categorizando e
conceituando.
Vigotski atribui grande importância à fala (interação so-
cial) no comportamento adaptativo da criança, pois ela trans-
forma a atividade prática, organizando-a. Através da sua fala, a
criança planeja soluções de problemas, diminui a impulsividade
e controla seu próprio comportamento. A fala do adulto também
é fundamental para guiar o comportamento infantil.
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O jogo e as brincadeiras são também considerados
como atividades essencialmente sociais que contribuem signi-
ficativamente para o desenvolvimento cognitivo. Vigotski vê no
brinquedo a primeira manifestação de emancipação da criança
frente ao mundo real, destacando que a situação imaginária lhe
permite a conquista da liberdade pela criação de um significado;
por exemplo, quando a criança brinca com um pedaço de madei-
ra como se fosse um carrinho, ela se relaciona com o significado
de carro, com a ideia de carro e não com o pedaço de madeira
concreto, como ele é na realidade.
No brinquedo, a criança conquista o autocontrole, pois
tem que se submeter a regras. O brinquedo, tanto quanto a
instrução escolar, propicia o desenvolvimento da criança, pois
fornece-lhe a oportunidade de expandir seu conhecimento ao
abrir espaço para a criação de situações imaginárias que lhe dão
amplas possibilidades de organizar seu pensamento, de planejar
antecipadamente o agir voluntário, enfim, que prepara o cami-
nho para o surgimento do pensamento abstrato.
Embora haja diferenças entre Piaget e Vigotski, há ideias
semelhantes em diversos pontos; ambos buscam a origem do
conhecimento e concordam que ele não é resultado unicamente
da maturação ou da influência do meio, pois destacam a impor-
tância da relação do sujeito com o ambiente na construção dos
processos psicológicos. Os dois autores são interacionistas, pro-
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Piaget afirma que a evolução da inteligência da criança
é orientada no sentido da construção da lógica que é posterior à
fase da imaginação e da intuição. Logo, o sujeito lógico não pode
dispensar o imaginativo. A escola, entretanto, interpreta esta te-
oria de Piaget de modo deformado e age no sentido de reprimir
a imaginação para chegar à lógica. A visão mais ampla do desen-
volvimento do ser humano é dupla e paralela, ao mesmo tempo
racional e imaginativo. Os poetas, por exemplo, continuam a ver
o mundo de modo imaginativo e alimentam sua mente com fan-
tasias, metáforas, contemplações e, ainda assim, conquistam o
pleno desenvolvimento do raciocínio lógico. Imaginação e razão,
poesia e ciência são campos divergentes e, contudo, solidários.
Uma pedagogia do imaginário poético e uma do espírito
da objetividade científica são vias do conhecimento. O brincar
significa este distanciar-se do real para recriá-lo, como faz a ci-
ência ao construir o objeto de estudo e como faz a arte que, atra-
vés do psiquismo imaginário, recria a realidade.
Imaginação e razão, poesia e ciência são campos diver-
gentes, e contudo, solidários. Uma Pedagogia do Imaginário poé-
tico e uma do espírito científico são vias do conhecimento.
O brincar significa este distanciar-se do real para recriá-
-lo, como faz a Ciência, ao construir o objeto de estudo e como
faz a arte que, através do psiquismo imaginário, recria a realida-
de.
A observação das práticas escolares, referentes ao ima-
ginário infantil, mostram o predomínio de estratégias de contro-
le e repressão desta essência do psiquismo que é a imaginação.
Estas estratégias de repressão da imaginação têm poder de des-
truição, não fosse a capacidade de resistência da imaginação in-
fantil. No jogo e no brincar, a criança produz um sentido na sua
vida, abrindo caminho de acesso ao ser humano pleno, racional
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e imaginativo.
Frente a todas estas reflexões sobre o brincar, este compor-
tamento precisa ter sua importância reconhecida pela Escola e ser
mais valorizado e estimulado nos alunos, principalmente naqueles
que têm dificuldades de socialização, como os autistas.
Brincar, na escola, pode ser proposto de várias formas. Pode
ser a brincadeira livre, por um tempo determinado, com materiais
que estimulem a imaginação e o faz-de-conta, como acessórios e
peças de roupa de adultos ou caixas vazias e vários tipos de suca-
ta. Pode ser, também, propondo-se jogos educativos, sejam eles os
que adquirimos prontos ou que nós mesmos confeccionamos ou
fazemos adaptações.
Por exemplo, utilizando um baralho que existe no mercado1,
sobre dinossauros, e letras móveis criamos um jogo com o objetivo
de classificar os nomes de acordo com as iniciais e descobrir qual
letra era a inicial do maior número de dinossauros. Este jogo foi
criado para adaptar a atividade de construção de alfabetário para
um estudante com TEA que era muito interessado nestes animais.
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Uma forma lúdica de trabalhar contos foi elaborada a
partir de um material que apresenta histórias conhecidas pelas
crianças ilustradas com pictogramas2. As histórias foram impres-
sas em preto-e-branco e coladas em um papel cartão, tendo as
mesmas partes coloridas coladas em fichas para serem encaixa-
das no lugar correto, fixadas com velcro.
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Dica multimídia:
O curta-metragem Cordas apre-
senta uma linda história de inclu-
são escolar em que é evidenciada
a importância dos estudantes na
educação de seus pares com ne-
cessidades educacionais especiais.
Assista em:
www.youtube.com/watch?v=OrGEjSn1v8Y:
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educação no Brasil necessita de mudanças a partir de pesqui-
sas e refletindo sobre seu trabalho, estando sempre dispostos
a descobrir coisas novas e a modificar sua prática para atuar de
modo mais consciente. A compreensão das bases teóricas que
sustentam as diferentes práticas pedagógicas é necessária para
possibilitar uma intervenção mais segura; um maior conhecimen-
to teórico ajuda aos alunos e de desenvolvê-las.
Emília Ferreiro acredita que a ciência ajuda muito o pro-
fessor ao esclarecer, por exemplo, quem é o ser que aprende,
como ele pensa e constrói o conhecimento. Na ciência, entre-
tanto, não há verdades definitivas, sendo o cientista obrigado a
reconhecer sempre uma relativa ignorância, e, em consequência,
a estar aberto ao novo, permanentemente. A autora discute os
diferentes papéis desempenhados pelos pesquisadores e pelos
professores; assinala ainda a sua dificuldade para dialogar com
os professores, “pois um cientista somente tem verdades provisó-
rias e os professores querem afirmações definitivas e para toda a
vida” (FERREIRO, 2001).
Piaget e Vigotski têm dado inegável contribuição à edu-
cação. O professor traz informações, objetos ou estímulos para
ensinar. Precisa entender que o aluno não os apreende como eles
são. O aluno escolherá partes do que lhe é oferecido, pois, diante
de uma situação nova, ele a modifica um pouco para que ela se
ajuste aos conhecimentos que já possui, reorganiza também as
informações e noções que já tem, para que estes conhecimentos
antigos entrem em conformidade com o novo, completando as-
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dos alunos, encorajando-os a observar, a experimentar, a compa-
rar, a antecipar, a deduzir, a inferir, procurando soluções e expli-
cações para os problemas; utilizam meios indiretos para encora-
jar a criança a desenvolver o raciocínio.
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própria, embora diferente da lógica do adulto. Seu esforço para
entender o que aquelas respostas “erradas” significavam, possi-
bilitou a descoberta das características do pensamento infantil.
Por exemplo, quando Piaget enfileirava dois conjuntos
de bolas de gude ou fichas, emparelhando cada uma lado a lado,
a criança percebe que as duas fileiras têm a mesma quantidade
de fichas; mas, ao modificar a configuração de uma das fileiras,
colocando as fichas mais afastadas uma das outras, a criança
acredita que nesta arrumação, as duas fileiras não têm mais a
mesma quantidade de fichas; isto porque seu raciocínio se ba-
seia mais na relação espacial do que na relação lógica; a criança
pensa que o grupo de fichas que ocupa mais espaço tem mais
fichas.
Os professores precisam compreender certos erros das
crianças como aproximações do acerto, como tentativas de che-
gar à verdade. O erro na visão construtivista é considerado de
modo diferente da escola tradicional. Deve ser compreendido
como “modos subjetivos de entender a realidade de acordo
com a estrutura individual, como aproximações do conceito so-
cialmente aceito”. Se for entendido nesta perspectiva, não deve
ser diretamente corrigido, mas, sim, refletido para que o próprio
aluno possa repensar e reformular o processo de pensamento,
devendo-se, portanto, privilegiar a autocorreção, após nova re-
flexão sobre o problema ou tarefa.
A abordagem piagetiana valoriza também a troca no
grupo porque estimula as acomodações dos esquemas de pen-
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conhecimentos.
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O papel do professor no sentido de mediador, interme-
diando a relação do aluno com o conhecimento, como preconiza
Vigotski, é bem diferente da intervenção do professor tradicio-
nal; este se restringe a transmitir conteúdos enquanto o media-
dor ensina a pensar, a raciocinar, ajudando o aluno a modificar
sua cognição.
Destaca-se o valor do trabalho em grupo, com base no
conceito de zona de desenvolvimento proximal (ou do próximo
desenvolvimento), que fundamenta a prática de se trabalhar em
conjunto, em cooperação, de preferência em grupos heterogê-
neos, onde cada um aprende com o outro, fazendo junto o que
mais tarde conseguirá fazer sozinho, de modo independente. É
na zona de desenvolvimento proximal que a intervenção peda-
gógica é mais eficiente. No nível de desenvolvimento real, onde
os processos estão consolidados, não há necessidade de ação
pedagógica. Na zona onde os processos ainda estão em constru-
ção é onde há maior chance de transformação.
Esta forma de atuação, essencial na educação básica, é
insubstituível na aprendizagem de pessoas com deficiência inte-
lectual ou TEA.
Vigotski criticou a visão biológica da deficiência e os tes-
tes de Q.I., para diagnóstico de crianças, defendendo as estraté-
gias compensatórias, que atualmente usamos como os apoios
para a criança superar os problemas, assegurou que as leis do
desenvolvimento são as mesmas para todas as crianças, quando
destaca os aspectos sociais da aprendizagem.
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ser humano; é como se, durante o desenvolvimento, o indivíduo
fosse se apropriando da cultura, tomando posse de forma ativa
e interativa, num processo. dinâmico de constante recriação e
reinterpretação de informações, conceitos e significados.
O uso de brinquedos vai facilitar, posteriormente, a uti-
lização de signos como instrumentos que auxiliam o desenvol-
vimento de funções psicológicas (memória, orientação espacial,
percepção espacial etc.). A escola realiza muitas tarefas nas quais
o signo é usado com este objetivo, como fazer listas de compras
por escrito, desenhar mapas para localizar um determinado local,
elaborar um diagrama ou esquema para orientar a confecção de
um objeto, fazer riscos ou desenhos para lembrar algum fato ou
não esquecer um compromisso. Estas atividades podem ser fei-
tas também por alunos mais novos, por meio de brincadeiras, tais
como escolher caixas de rótulos de produtos a serem comprados
num supermercado real ou imaginário, desenhar um caminho ou
uma estrada ou um túnel para os carrinhos passarem ou os alu-
nos caminharem, confeccionar brinquedos de sucata, amarrar um
nó no dedo para lembrar um recado.
O professor tem, portanto, um papel primordial na socia-
lização do aluno, que começa com esta relação face a face. Se
compreendermos este ponto fundamental das reflexões de Vi-
gotski, e acreditarmos que aprendemos com a convivência, com
o diálogo, com a participação ativa nos diferentes grupos da so-
ciedade, não há mais argumentos que justifiquem a organização
das classes com as carteiras em filas, onde os alunos não conver-
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Dica multimídia:
Sugerimos que assista os vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=YJla-2t-HRY.
sobre a vida e a obra de Vigotski.
https://www.youtube.com/watch?v=9ISIBlEP_as
“O povo contra o sistema escolar”, sobre a escola tradi-
cional.
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trutivista
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Caracteristica Descrição Estratégias Pedagógicas
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dadas por Williams (1995) são:
Caracteristica Descrição Estratégias Pedagógicas
Gama restrita Crianças com TEA tem preo- Limitar o comportamento de
de interesses cupações excêntricas ou ím- falar somente sobre deter-
pares, fixações intensas (às minado assunto designando
vezes colecionando obsessi- um tempo específico do dia ,
vamente coisas não usuais). quando a criança pode falar
Elas podem perguntar insis- sobre isso. Deve ficar muito
tentemente sobre seus inte- claro para a criança com TEA
resses; tem dificuldades para qua ela não está no controle
ir avante com idéias; seguem e tem que seguir regras es-
as próprias inclinações, a des- pecíficas , como realizar as
peito da demanda externa; às atividades propostas para o
vezes se recusam a aprender dia de ula. Ao mesmo tem-
qualquer coisa fora do seu li- po, no entanto, encontrar
mitado campo de interesses. um meio-termo, dando lhe
a oportunidadee de seguir
seus próprios interesses,
como ponto de partida ou
de apoio para ampliar sua
área de interesse.
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que determina se a imagem será mais ou menos concreta será a
capacidade da criança de compreender o que significa. Temos,
por exemplo, de imagem mais concreta até a mais abstrata para
“ir fazer xixi”, ou “quero fazer xixi”:
4 www.arasaac.org
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tar o currículo em função das dificuldades na área da motricida-
de. Estudantes com TEA podem ter uma velocidade mais lenta no
grafismo e isto deve ser levado em consideração no planejamen-
to bem como na aplicação de provas. Estes alunos também são
beneficiados pelo uso de outros suportes para a escrita, como
computador, tablet, ou alfabeto móvel. Williams (1995) sinaliza,
ainda, como sugestões:
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estes alunos. Sobre estas questões emocionais, Williams (1995)
destaca:
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TAREFA PRÁTICA
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1. Escolha um exemplo de atividade pedagógica e discuta
com seu grupo se ela apresenta características da visão
construtivista de aprendizagem (teorias de Piaget e Vig-
otski). Peça ajuda e esclarecimentos. Dê oportunidade à
sua criatividade.
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